·

Arquitetura e Urbanismo ·

História

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Fazer Pergunta
Equipe Meu Guru

Prefere sua atividade resolvida por um tutor especialista?

  • Receba resolvida até o seu prazo
  • Converse com o tutor pelo chat
  • Garantia de 7 dias contra erros

Texto de pré-visualização

HISTÓRIA CRÏTICA DA ARQUITETURA MODERNA HISTÓRIA CRÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA Kenneth Frampton Tradução Jefferson Luiz Camargo Revisão técnica Julio Fischer VIonins Fontes 5õo Poolo 2O03 Rey1LàográI1fie Tllut iri8inBT Modern aftiicturc cdticd vic 1 Arq uitenire moderna lliuória t Tftulo EDD724 Rvo Co u lteiro Recolhe 3301340 0l325D00 São Paula SP Brazll ÍNDICE PREFÁCIO À TERCE RA EDIÇÃO INTRODUÇÃO PARTE 1 Esolu çôes culturais e técnicas predlsponentes 17501939 l Transformações culturais a arquitetura neoclàssica 17501900 Transformações territoriais evolução urbana 18001909 Transformações tccnicas engenharia estrutural 17751939 PARTK 2 lima história crítica lfi361967 l Notícias de lugar nenhum l nglaierra 183f 1924 Adlcr c Sullian o Auditorium c a grande ascensão 18861595 Frnnk lloyd Wright c o mito da pradaria 18901916 O Racionalismo Estrutural e a influéncia de iotletleDuc Gaudi Horta Guimard e Berlage 1880 1910 VII IX 3 15 39 41 69 Charles Rennie Mackiniosh c a Escola de Glasgow 1896 1916 A primavcra sagrada Wagner Olbrich e Hoffmann 1 586 1912 7 Antonio SantElia c a Arquitetura Futurista 1909 14 Adolf Loos e a crise da cultilm 1 896 193 l Henry san de Veldc e a abstraçiio da empatia 18951914 Tony Gamicr e a Cidade Industrial 1R99 191fl 117 Augusto Perrcl a evolução du Racionalismo Clássico 18991925 123 O Deuisclie Werkbuntt 1 8981 927 129 A Cadeia de Cristal o Exprcssionismo arquiletónico europeu 191025 139 A Haiihaus a cvoluçáo de uma idéin UI 932 147 10 I I 12 t 3 14 l5 A nova objetividade Alemanha Holanda e Suíça 192333 De Stijl evolução c dissolução do Ncoplasticisnio 191731 Lc Lorbusier c o Esprii Nouveau l9t1731 Mies xan der Rohc e a importância do fato 192133 A nova coletividade arte c arquitetura na União Soviética 191832 Le Corbusicr c a Ville Radieuse 192b46 Frank Lloyd Wright e a Cidade Evunescente 192963 Alvar Aalto c a tradição nórdica o Romantismo Nacional c a sensibilidade dorica l S95 1957 Giuseppe Tcrragní c a arquitetura do Racionalismo italiano l92fi43 Arquitetura e Lstado ideologia e representação 191443 Le Corbusíer e a monumentalizaçào do vcrnàculo l 930ô0 81 95 lti3 111 t57 171 179 t93 20t 2t5 12S 233 247 255 271 M tes van der Rohe c a monumenializaçào da técnica 193367 O cclipse do New Dcal Buckminstcr Fuller Philip Johnson e louis Kahn 193464 PARTE 3 Avaliação crítica e extensão até o presente 192S91 l O Lslito Internacional tema c variações 1925fi5 O N ovo 8rutalismo c a arquitetura do listado do Bemestar lnglaterra 194959 As vicissiiudes da ideologia os CIAM e o Tcarn X critica c contracntica 192865 Lugar produção e cenografia teoria e prática internacionais desde 1962 Rcgionalismo crítico arquitetura moderna c identitladc culturul Arquitetura mundial e príitica reflexiva AG RADECI MENTOS BIBLIOGRAFIA ÍNDICE REMISSIVO 281 289 319 327 34I 381 399 419 42l 455 PREFÂCIO À TERCEIRA EDIÇÃO Toda história é ineviiãvelinente condi cionada por um modo de abordála nào se pode escrever uma história absoluta assim comó não se pode realizar uma arquitetura absol uta mesmo num breve pcríodo de tempo a imagem caleidoscópica altera seu desenho Portantó se á segunda edição dós te livro termiriava com uma discussão da tese experimental do regionalismo critico como um modo descentralizado de resistên cia cultural esta terceira ediçlo evoca o tema da prótic a reflexi ya proposta pelo sociólõgo Donald Schiin ao mesmo tempo que conserva uma adesào implícita a algu ma forma de modelo autárquico em que ba sear nina prática crítica da arquitetura A esse respeito convém recordar que clientes informados e empenhados sào abso1uta mente essenciais para a cultura arquitetôoi ca e que o grande castigo da arquitetura con tinua sendo e imposição arbitrária du forma pela burocracia A apresentação da última década da arquitetura contemporânea iraz consigo in contáveis dificuldades não sendo a menor delas o problema de fazer uma eeleçào entre tâo vasto espectro de desenvolvímento Assim rião é possível estar sempre atualiza do pois cada década produz uma nova safra de arquitetos talentosos enquanto a geração anterior ainda está chegando à maturidade A década passada iambém presenciou um progresso surpreendente da qualidadê geral da produçíio arquitetónica Até certo ponto sem dúvida isto se deve a uma evi dente expansão no campo das publicações de forma que a despeito de seus aspectos redutorei a explosãõ informativa pdde ser tida como benéfica no servido de ter eleva do o nível geral da cultura arquitetônico nâo apenas nos grandes centros mas tàmbém em íreas supostamente menos desenvolvi das do mundo Quem for temerário o hastante para con tinuar teniando manter um registro conciso e continuo da arquitetura irá confrontarse inevitavelmente com o paradoxo de que enquanto a urbartizaçào global dos últimos yinte anos levou invariavelmente à depreda çào ambiental que é quase um resultado direto da maximização tecnológica a práti ca arquitetónica enquanto discurso marginal melhorou em quase toda parie Assim em bora vivamos num tempo em que a expan são especulativa das megal6poles reduziu o desenho u rb ano a um noiseqiiixr virtual a arquitetura como ato crítico certamente conser va seu potencial especialmenic em média escala Algumas observações adicionais devem ser feitas A primeira diz respeito a outro paradoxo o fato de que apesar da crise continua na formação arquitetónica a capa cidade técnica e conceitual dos expoentes da profissão é provavelmente maior hoje do que em qualquer outra época desde o fim da Segunda Guerm Mundial Tenho em mente mo só a excepcional capacidade dos melho res escritórios hightech mas também os níveis de sofisticaçâo iectônica igualmente impressionantes que encontramos entre os diretrizes mais hurnanistas da prática arqui tetônico como se evidencia na obra do mes tre português Álvaro Siza Há um grande VIII HISTÓRIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA número de arquitetos artesanais pequenos e médios intimamcnte compromctidos com esse género pelo mundo afora é a eles que dirijo minhas desculpas porque se tivesse mais espaço à minha disposição este livro contaria uma gama de trabalhos muito mais ampla É claro que tenho em mente as obras recentee realizadas na Índia na Austrália no Canadá na Amcrica Lat ina e no Oriente Médiu c estou certo de que em outra edição será possível corrigir esse desequil íbrío Finalmente decidi responder a riqueza desafiadora desse espectro de duas manei ras di ferentes Primeiro amplie i a biblio grafia de rrianeira que nào só rcflctisse o vasto àmbito das pesquisas de campo mais recentes mas que também indicasse indire tamente a gama de obras arquiÍeÍônicas que eu teria incluído se dispusesse de mais espaço Além disso remanejei e amp Irei o texto O capítulo 4 da Parte 3 tõi revisto para registrar as últimas atividadcs da Ncu vanguarda bem corno as realizações mais recentes dos arquitetos hightech c daquele setor que hoje chamamos de estruturalisia Resolvi dedicar o novo capital o fi nal aos trabalhos recentes em quatro países desen volvidos em todos os quais podemos reco nhecer um nível extremamente elevado da prática arquitetônica geral Esta ediçào ê dedicada a esse ri ívcl geral de produção c não ao culto das figuras exponenciais da ar quitetura Novu YrL J99J Kenneth Frampton INTRODUÇÃO Uma pintura de Klee chamada Angeles Novus mostra um anjo olhando como que a ponto de distanciar se de alguma coisa que está contemplando f ixamente Seus olhos esiao arregalados sua boca aberta suas asas despregadas É assim que se retrata a anjo da história Seu rosto está virado para a passado Onde percebemos um encadeamento de fatos ele vê uma só catástrofe que acumula ruínas sobre ruínas e as atira a seus pês O anjo gosta ria de ficar de despertar as mortas e estaurar o que foi destruído Mas uma tormenta estã soprando do Paraiso ela fustiga suas asas com tamanha violência que o anjo não consegue mais fechãlas Essa tormenta impeleo irresisti velmente em direção ao futuro para o qual suas costas estão voltadas enquanto a monte de destroços diante dele cresce até o céu Essa tormenta é o que chamamos de progresso Walter Benjamin 7eses sobre a filosofia da história 1940 Uma das primeiras tarefas a enfrentar quando se procura escrever uma história da arquitetura moderna é estabelecer o come ço do período Contudo quanto mnis rigo rottamentc se procuni a origem da moderni dade mais atrás ela parece estar Tendese a recuála se não à Renascença pel o menos àquele momento de meados do século XVIII em que uma nova visào da história levou os arquitetos a questionar os cãnones clássicos de Vitrúvio e a documentar os vestígios do mundo amigo a fim de estabelecer uma base muis objetiva sobre a quul trabalhar Isso junto com as extraordinárias mudan ças técnicas que se sucederam ao longo do século sugere que as condições necessárias da arquitetura moderna aparecem em al gumiriomento entre o desafio feito pelo médico fi a icn e arqu i tetn C1aude Pcrrault no üm do século XVII à validade universal das proporções de Vitrúvio c a cisão dcfini tiva entre engenharia e arquitetura um mo mento que se costuma remontar à funda ção em Paris da École des Ponts et Chaus sccs a primeira cscola dc engenharia cm 1747 9 ti Sú foi possível traçar u perfil mais sucinto dessa préhistór ia do Movimento Modcrnu Por conseguinte os trés primei ros capítulos devem ser tidos segundo crité rios diferentes daqueles do resto do lix ro Eles abordam as transformações culturais territoriais e técnicas das quais emergiu a arquitetura moderna apresentando breves apanhados dc arquitctura desenvolvimento urbano c cngcnhnria que mostram como ce ses campos evoluírnm entre 1750 e 1939 Os problemas críticos a serem tratados quando se escreve uma história abrangente mas concisa sào em primeiro lugar decidir quc material deve ser incluído c cm segun do manter alguma coerência na interpreta ção dos fritos Devo admitir q vie em ambos os aspectos nào fui tão coerente quanto desejaria cm parie porque u informaçao muitas vezes devc scr prioritária em relação à interpretação em parte porque nem todo o material foi estudado no mesmo grau de profundidacic c cm parte porque minh a pos X HISTÓRIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA tura interpretativa variou conforme o tema considerado Eu alguns momentos procu rei mostrar conto uma abordagem particular deriva de circunstâncias socioeconômicas ovi ideotógicas enquanto em outros rcstrin gime à análise formal Essa variação se reflete na estrutura do próprio livro dividi do num mosaico de pequenos capítulos que têm por objeto ianto a obra de arquitetos particularmente importantes quanto desen vol vimentos coietivos de monta Na medida do possível procurei viabi lizar a leitura do texto de mais de uma ma neira Assim ele pode ser seguido como um escrito continuo ou folheado ao acaso En quanto a scqücncia foi organizada pcmanclo no leitor leigo ou sem tõrmação específica espero que uma leitura ocasional sirva para estimular o trabalho de formação universitá ria e seja útil para o especialista que deseja desenxolver um ponto especifico À parte isso a estrut tira do texto rcla cionase com o tom geral do livro vistn que tentei sempre que possível deixar os prota gonistas fatarcm por si sós Cada capítulo é introduzido por uma citação escolhida seja por sua apreensão dc um contexto cultural paiticular seja prir sua capacidade de reve lar o conteútdo da obra Esforcei me por uti lizar essas vozes para ilustrar de que mo do a arquitetura moderna evoluiu como um esforço cultural contínuo e para demonstrar como c ertas questões podem perder sua relcvà ncia em ieÍcrminado momento da história só para retornarem ma is tarde com renovado vigor Muitas obras nãoconstruí das apnrcccm neste livro pois para mim a história da arquitetura moderna referese tanto ii conscicncia c a intenÍos polêmicos quanto as priprias consiruçoes Conio m uitos outros da minha geração fui influenciado pela interpretação marxisia da história nào obstante mesmo a mais aprestada leitura deste texto reve iará que nenhum dos mctodos tradicionais da análise marxista foi aplicado inc ouiro laJo e ine gavel que minha afinidade com a teoria crí rica da Escola de Frankfurt infiuenciou minha visào de todo o períutio e proporcio noume aguda consc íéncia do lndo esc uro do lluminismo que em nome de umn razão insensata levou o homem a uma situação em que ele começa a ser tito alienado de sua produção como do mundo natural O desenvolvimento da arquitetura mo derna depois do Iluminismo parece ter se dividido entre a utopia da vanguarda for mulada pela primeira vez no início do século X 1 X n a cidad e fisiocrátic a idea l d e Ledoux c a atitude anticlassicisia antiracional e an tiutilítária da reforma cristà declarada pela primeira ez em t ü36 nos Cnlrustes dc Pugin Desde então em seu esforço de transcender a divisão do trabalho e as duras realidades da prndução e da urbanização industriais a cultura burguesa oscilou entre os extremos de utopias totalmente planeja das e industrial irarias de um lado e de ou tro uma negação da rcalitladc histórica efe tiva da produção mecânica Conquanto todas ns artes sejam limiia das cm ccrto grau pclos mcios le sua pru duçào e reprodução no caso da arquitetura isso ú duplamentc verdadeiro pois ela e condicionada não apenas por seus meios técnicos como também por forças produti vas exteriores a ela Em parte alguma isso foi mais evidente do que no casn du cidade onde a cisào entre arquitctura e desenvol vi mento urbano levou a urna situação na qual a possibilidade da primeira contribuir para a segunda e viceversa por um longo perío do tornouse de súbito cxtrcmamente limi lata f ad vez tnais sujeita aos imperativos de uma economia consumista em continua expansão a cidade perdeu em grande panc sua capacidade de manter sua importância global Que ela foi desintegradn por lÔrças que escapar a seu controle demonstrao a rápida erosão da cidade interiorana dos Es tados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial como conseqüência do efeito con junto da via expressa do subúrbii c do su permercado INTRODUZ ÃO XI O ez ito e o líacasso da arquitetura mo derna até hoje c scu possivcl papel no futu ro devem finalmente ser avaliados sobre ese pano de fundo complexo fim sua for ma mais abstrata a arquitetura certamente dcsempcnhou um certo papel no empobre cimento do am biente em parÍ ic ular onde íi imprtante para a racional izaçãu dos tipos e métodos de construção e onde o acabaniriito do material c a forma do proje to foram reduzidos ao menor denominador mizar uso m sua preocupação bemin tencionada mas ãs vezes equivocada de assimilar as realidades ligadas a tccnicus c processos do século X X a arquitetura ado tou uma linguagem cm que a cxprcssàr reside quase inteiramente cm componentes secundários técnicos como rampas cami nhos elevadores escadas cscadas rolantes chaminús tubulações e lixeiras Nada po deria cstat mais distante da l inguagcrn de org uitetura clãss ica na qual essas caracte rist icas ficavam invariavelmente ocultas atrás da fachada e em que o corpo princi pal do edifício tinha liberdade dc se expri mir uma supressão do fato empírico que habilitava a arquiieiura a simbolizar o po der da razão atravcs da racionalidade de seu próprio discurso Ci funcionalismn baseou se no princípio oposto isto é na redução de toda expressão à utilidade ou aos proccssos dc fabricação Dadas as incursôes dessa moderna tra dição rBducioni sta somos hoje novafnenlc instados a retornar às formas tradicionais e a execuiar nossas novas construções quase sem levnr em conta seu stufus na icono grafia de um vernácuto kilsvh l2izcmnos que a xontade popular requer a tranqüilixa dora imag em de um conforto doméstico artesanal e que as referências clássicas apesar de abstratas são tão incompreensi veis quunto prcsunçosas Só raramente eSsn opinião crítica cstcnde o âmbito dc so o pa recer além do problema superficial do esti lo para pedir que a prática arquilctônica se volte novamente para o problema da criação do lugar para uma redefiniçào crítica mas criativa das qualidades concretas do espaço cdificado A viilgarizaçào da arquitetura e seu iso lamento progressivo da sociedade ii lÍima niciiie lexarain a disciplina a ccntrarsc em si mesma de moJu quc hojc nos vemos diante da situação paracloxal end que muitos ice profissionais mais intcliycntcs c juvcnx ja abandonaram te das as idéias de realixaçao Em sua vertente mais intelectual essa tei düncl a rctluz os elementos arquitcttinicos a puros signos sintiticos que nida significam fora de sua operação estrutural em sua vertente mais nostãlgica ela celebra a perda da ciJade por mein de impostas mctafôricas c irônicas que tanto podem projetarse nas inicnsidúes astrais quanto estabelecerse no espaço metafisico do esplendor urbano do século passado Das linhas de açào ainda abertas à ar quitetura contemporânea as quais de uma maneira ou de outra já foram levadas à prá tica apenas duas parecem oferecer a possi bilidade dc um resultado significativo En quanto a primeira delas é totalmcnte coe rcnte com os modos de produção e consumo predominantes a segunda se afirma como uma oposição ponderada a esses dois mo dos A primeira seguindo o ideal de Mics van der Rohc do bein ihe nielite do quase nada procura reduzir o trabalho de cons trução à categoria de desenho industrial numa escala enorme Visto que está preocu pada cmi otimizar a produção tem pouco ou nenhum interesse pela cirlade Ptojeta um funcionalismo niiorclórico bem embalado e bem servido c uja vítrca inv isibilidade reduz a fnrma ao sitêncio Ja a ú lt ima é patentemento visivcl e nào raro adquire a forma de um recinto de aIenaria que esta belcce ito âmbito de scu limitado domínio n onüsticu um conjunto razoavclnntc aberto mas ainda assim concreto de rcla ções que unem c home n ao homem e o homem à natureza O fato lesse encrac X H5T0RACRTCA DAARQUITETURAVODEßNA ser muitas vezes introvertido e relativamen te indiferente ao continuo fisico e temporal em que estí situado caracteriza o impulso geral dessa abordagem como uma tentativa de escapar ainda que em pane das perspec tivas coodicionadozas do Iluinioismo A meu ver a čnica esperança de um discurso significativo no futuro imediato estå nc Tomato criativo desses dois pontos dc vista extremos Fig J Ao lada Soufflot Saîn Łe Geneviève thoje o Pan theon Paris 175590 pilasÏras transversai5 reforçadas em ł 806 por Rondełet CAPÍTULO 1 O sistema barroco havia funcionado como uma espécie de dupla interseção Contrastara freqüentemente com jardins racionalizados fachadas decoradas com motivos vegetais O reino do homem e o reino da natureza por cena permaneceram distintos mas intercam biaram suas características fundindose um no outro em beneficio da ornamentação e do prestígio Por sua vez o parque de estilo In glês em que a intervenção do homem devia permanecer invisível era destinado a oferecer intencionalidade b natureza apesar de situadas no parque em si mas separadas dele as casas rcnstruidas por Morris ou Adam manifestavam a vontade do homem isolando claramente a presença da razão humana no meio dos domí nios irracionais da vegetação que cresce livre mente A interpenetração barroca de homem e natureza era substituída agora por uma separa ção estabelecendo assim a distância entre ho mem e natureza Que era um prérequvio da ontemplaÇão nastâigica Agora essa separa Sao contemplativa surgiu como uma reação compensatória ou expiatória contra a crescente atitude de homens práticos diante da natureza Enquanto a exploração técnica tendia a decla rar puerra â natureza as casas e parques tenta vam uma reconciliação um armistlcio loca in troduzindo o sonho de uma paz impossivel e parô tanto o homem continuou a conservar a imagem de um entorno natura intocado Jean Starobinski Llnvention de la õerré 1964 A arquitetura do Nenclassicisnio parece ter surgido de duas cvoluçúes di fcrcntes nuas Transformaçóes culturais a arquitetura neoclássica 17501900 interrelacionalas que transformarom radi calmente a relação entre o homem c a natu reza A primeira foi um súbito aumento da capacidade humana de exercer controle so bre ri natureza que em meados do século X VII jà coircçara a extrapolar as fronteiras iécnicas do Renascimento A segunda foi urna mudança fundamental na natureza da consciência humana em resposta às gran des transformações que ocorriam na socie dade e quc deram origem a nina nova for maçàri cultural igualmente apropriada aos estilos de vida da aristocracia decadente e da burguesia ascendente Enquanto as mu danças tecnológicas levavam a uma nova in fraestrutura e à exploração de uma maior capacidade prudutiva a mudança da cons de conhecimento e um modo historicista dc pensamento reflexivo o bastante pam ques tionar sua propria identidade Enquanto uma fundada na ciéticia tornou forma imediata nas exiensas obrae rodoviárias c hidroviú rias elos scculos XV l e XV 11 l e meu ripcm a novas instituiçies técnicas como a Êcolc des Ponts et Cliaussées fundada em 1 747 a outra levou ao surgimento das disciplinas hu nianistas do l luniini smo inclusive as obras pionciras da sociologia cia estética da his tiiria e da arqueologia modernas N ús ff dúe lois Do espírito das leis de Mon tesquieu t 1 745 NcxiJieic u Estctica dc Baumgartcn 175 Lv eles fe de Ltiiie XII Ci século de Luis Xl V de Voltaire 1 75 l c Ciesriicue er Kuust s N teriizxs 1 listó ria da arte antiga dc J J Winckeliuann l l 7ú4 L 4 HISTORIA C RÍTICA DA AROUITETU8A MODERNA O cxccsso de elaboração da linguagem arquitetúnica nos interiores rocucús du An tigo Regime e a secularizaçiio do pensanien to iluminista compcliram os arquitcsos do seculo X V III enlao conscientes da naitircza emergente e instável de sua êpaca a buscar uoi estilo autêntio por meio de uma reava liaçào precisa da Antiguidade O que os mo iivava nào era simplesmente copiar os anti gos mas obedecer aos princípios em que a obra destes se baseada A pesquisa arqueoló gica que se desenvolveu a partir desse im pulso logo levou a uma grande controvérsia em qual das quatro culturas mediterrânicas egípcio etrusca grega ou romana deviam procurar o estilo autcntíct Uma dos primeiras conseqiiências da reavaliação do mundo antigo foi ampliar o itincrário do Grand Tour tradicional para alêm das fronteiras de Roma de modo a es tudar em sua periferia as culturas em que de acoi6v corri ViÍriivio a arquitetura roma na se baseava A dcscoberta e a cscavaçãti de cidades romanos em Herculano e Pein yein durante a primeira metade do século XVI 11 estimularam expcdiçies para sítios mais distantes e logo se e isitaram os sít tos gregos antigos na Sicília e na Grécia O di tante renascentisti vilrux iano que se dava cohen vúlido era o calecismo do Classicis mo seria agora colejado com as ru inas autênticos Os desenhos cm escu In publica dos nas décadas de 750 c 17ô0 em diriame fre jie heuu nuinuairnte dr lei Grêe Ruí nas dos mais belos monumentos da Grécia 1 758 de JD Le Roy 4iiiqiiire lAiliene Antiguidades de Atenus l t 7ti2 1 de James Stuart e N icholas Revett c a documentação por kobert Adam c CL t Iérissct u óo pa lácio de Dincleciano em Sylit I 7fi4j ates tar a ititensiditde com que esser estudos eram eniprecndidos Foi a promoção por Le Roy da arquitetura grega como urigcm du esiilo autêntico que suscitou a ira ehauvi nista do arquiteto trnvador italiano iiivanni Battista Pirancsi abra de Piruncsi D lili tY uynifi ceiii cia c da nrquiietura dos mmanos 1761 era um ataque direto à polcmica de Lc Roy eles asseverava nao apenas que os etruscos eram anteriores aos gregos mas que juntn com seus succssorcs os rcmanus Ics clevaram a arquitetura a seu mais alto nivel de refina inntu A úoica prova que eJc podia apresen tar cm apoio a sua pretensão eram as guucas esculturas clruscas que sobreviveram às devastações de Roma iúmulos e obras de engenharia e parece que elas orieniuram visivcl mente o resto de sua currcira Scric após série de gravuras ele representou o lado escuro daquela sensação jà classi fica da por Edmund Burke cm 1 757 conto subli me esse tranqüilo terror induzido pela con teiisplação do grande tamanho da extrema antiguidade u da decadência Essas qualida des adquirirnrn plena força na obra de Pi rancsi por meio da infinita grandeza das imagens que retratou Essas nostálgicas ima gens clássicas ernin porém conto Manfrc do Tafuri observou tratadas conto um mitn a ser comentado com meros fragmentos como símbolos dcforniados como orguniü nice alucinantcs de umn nrücm cn1 cslado de decadência scbrc a arquitetura de J 76a c as águasfor te le Pesto só pubI1cadus dcpois da auu murtc cm 1778 Pirancsi abanJonuu a c rossimilhança arquitetônico e deu rudea lar ga à sua imaginação Em uniu publicação apôs i outra culminanüo com sua abra cx tTavagantemente eclctica de crnamentação de interiores 1769 entregouse a manipu laçõcs alucinatórias de forma historicista TnJiferente a ttistinção próholênica feita ur Winckelmann cntrc beleza inafa c nrnn mentn gratuita suas inxençõcs delirantes exercerem uma atração irresistível en seus cunicmporãnecs e us interiores grccuro nanns los irmàor Adam duvcm nuitn aos vti Os de Stria imaginação Na l nglaicrra onde o Rococii nvtnca fora plenamente aceito o impulso no sentido de redimir us excessos do Barrtico encontra sua primeira expressão no Ptilalianismo inicia VOLUÇ ÖES C ULTURAIS E TÉ CNICAS PREOISPONENTES 5 do pelo conde de Burlington conquanto aJgo de um espírito purificador semclhante pos sa scr dcÍectado nos últİiTl0s trabalhos de Nicholas Hawksmoor em Castle Howard Em fins da década dc 1750 porém os briià nicos jà buscavarn assiduamente instruirsc na própria Roma onde entrc 1750 c 1765 os principais expœntes do Neoclassicismo estâo residindo do próromano e próetrusco Pi rancsi aos prúgregos Winckclmann e Le koy euja influéncia ainda viria a surtir efei to No contingents britänico havia James Stuart que emprcgaria a ordem dùrica gre ga já em 1758 e Cieorge Oancc mais moçu que togo depois de sua volta a Loildres em l7ći5 projelaria a penitcnciåria dc Newgate cstrutura supcrficialmenÍe piranesiana cuja organizaçäo rigorosa pode muito bem ter desido nlgo às teorias neopaladianas da pro porção propostas ptir Robert Morris O de scnvolvimento final do Ncuclassicismo bri tânico produziuse primeiramente na obra do discípulo de Dance John Soane que sin tetizou num gran notàvcl as viirias influûn cias derivadas de Piranesi Adam Dancc c mesmo do Barroco inglčs A causa do zvi real y re gv em eiitão popularixada per Thomas Hope cuja obra Howbehold hurniture ind Interior Denraiion Mobiliário doméstico e decoração dc inleriores 1 507 forneceu um3 vcnûo britänica do Estilo lmpério na poleôriico cntào scndo criado per Percier e Fontaine Nada podcrîn estar inaîs distantc da cx periência brilănica do que o desenvolvimen to teórico quc acompanhou o florcscimcnto do Neoclassicismo Ha Erança Uma cons cićncia precuce da rclatividadc cultural em fins do século XVII induzîu Ctaudc Pcrrault a questionar a validade das proporções vi truvianas do modo como etas foram rcccbi das e apuradas pela teoria clässica Em vcz disso ele elaborou sua tese de he1ezayoiiii run e beleza orbitrúrii dando à primeira o pupcl normative dc padronizaçău e perfei çăo c ï última a função expressiva que pos sa ser requerida por uma circunsiância on uma caracterisiica especial Essa cnntestaçäo da ortodoxia vitruviana oi codificaJa pcIo abade de Cordemoy cm su Nnmeuu Traité Je iiiie lurchiłelum Nœ o tratado de toda a arqultetura 17Of em que substituiu os atributos vitruvianos da arquiteÍura iitilitus firmitas c veniistus uti lidadc sell ôC2 c beleza por sua trindade ptópria ondonnuney distribution e hien éunce ordem distribiiiçño e conserùéncia Fnquanto as duas primeiras destas suas ca iegorias concemiam à propnrçào corrcta das ordens clàssicas e à sua disposiçào apropria da a terceira introduzia a nnçàn de adcqua çào com a qual Cordcmoy alertava contra a aplicaçäo inadequada dos elementos clássi cos on honorificos às estruiuras utilitiirias uu comerciais Assijn a1ćm 4c ser critico cm relaçăo ao Oarroco que era o último cstilo retórico e público do Antigo Regime o Tru our dc Cordcmoy antecipava a preocupaço de JacquesFrançois Blondel com a cxpre sào formal apropriada c com uma fisîono mia diferenciada para ajustarse ao rarótrr secia1 variźxel de diłerentcs iițos de cons truçào A ćpoca jź estava tcndo de enfrentar a ariicitlaçčao de urea sociedade muito mais complexa Alćm de insisiir na aplicaçào judiciosa dos elcmentos clássicos Cordemo y F rcocu pavase com sua pureza geométrica em rea ção contra dispositivos harrocos como a culunata irregular os frontôes quebrados e as colunas torcidas Também a ornamentaçao tinha Jc ser submctida ù a4cquaçšo c Cor demoy antccipando em duzentos anos Oz o menu rind Keihrerhen Cl m 8mento c crim de Adolf Loos sustcntava que muiÍas cons truções nào pcdiam nenhum ornamento Ti nha prefcrûiicia pela alvenaria sem commas on pilastras c pclas estruturas ortogonais Pa ra cfc a culuna livrc era a cssćnciu de uma arquiÍetura piira tal como se manifcstou na caiedral gótica e no templo grego Em seu Essri sur f riz rńiecfoze Ensaio subre a arquiÍetura 1753 o abade Laurier rcintcrpretou Cordeinoy e propôs unia ar quìteturk natural univcrsal consistinlo a cabana primitia em quatro troncos de úr s isioelA CRÍTICA DA ARQUITTURA MODERNA vore sustentando um tellutdo rústico em ver tcntc Scguindo Cordcmoy afirmou scr cssa forma primiÍixa a base de uma cspécie de estrutura gótica classicizada em que năo ha veria nem arcos nem pilastras nem prdes tais nem qualquer outm tipo de articulaçäo formal e em que os interstícios entre as colunas deveriam ser o mais possível fecha dos por vidros Essa estrutura transłúcida fni realiza da na igreja de SainteGeneviève em Paris dc autoria dc JacquesGerman Soufflot ini ciada cm 1755 Soufflot que cm 1750 lora uni dos primeiros arquiłetos a isitar os ieinplos dóricos de Pesto esiava decidido a recriar a leveza a aniplidăo e a proporçào da arquitctura götica em termos clńssicos para năo dizer romanos Para tanto ado ton o plane cm cruz dos grcgos corn a nave c as alas formadas por um sistcmn de cùpu las planas e arcos semicirculares apoiados num perislilo interno coniínuo A tarefa de integrar a ieoria de Cordemoy c o opsr orgasm dc SoułTinl à tradiçäo aca démica francesa coube a J F Blondel que após abrir sua escola dc arquitetura na Rue ôe la Harpe em 1743 sc tomou o mestre da chamadn geraçào visionària dc arquitetos que incluía ÊtienneLouis Boullée Jacques Gondoin Picrrc Patte MarieJoscph Peyre Jeanł3aptiste Rondelei c prcvavelnientc o mais visionário de todos ClaudeNicolas Ledoux Blondel cxpûs ecus concciÍos fun damcntais concernentes à coniporię fin ao iiȘr c a0 cnińioz em Sen Coirs I orcJiiioc ture Curso dc arquitetura publicado de 1750 a 1770 Sen projeio de igreja ideal pu blicado no scguiido volumc do Uoiirs rcfc riase a SaintGeneviève e e ibia com dcs tap uc uma łachada represcntaiia cnquanto ariiculava cada elemento intemo como par te de uni sistema espacial continuo cujas perspectives i ot i n itas evocavam uin semi rricnto do sublime Essc projcto de igrcja sugcre a simplicidade e a grandcza que dc veriam iirpregnar a obra de mutton de seus discipulos notadamente Boullée que de puis dc 1772 dedicou sum vida ao projcto dc edificios lão vastos que inipossibilitaxaiii sua realizaç3o Além dc rcpresentar o carátcr sncial de snas críações de acordo com os ensinamen los de Blondel Boullúc cvocava as sublimes emoçöes de tcmir e tranqüilidadc atravćs da grandeza de snas concepçôes lnfiuenciado pela obra de Le Camus dc Mćzićres éílnir be 1architecture ou 1analagie dc cei nut awe nos sensations O canter ña arquitetura ou a analogia dessa arte com nossas sensaçücs 1780 crimeçou a desenvotver scu gmte ierrihle no qual a imensîdăo da perspectixa e a pureza geométrica sem adornos de łÒr tea monumental sc conibinavain dc modo a promover alegria e angúsiia Mais do quc qualquer oiitro arquiteto do I luminismo I3oullée estava obcecado com a capacidadc que tinha a luz de evocar a presença dn divi no íissa intençào ć cvidcnte no diáfano łiil gor solar que ìlumina o iriterior de sua Me trópole parci almen te bascada cm Saintc Gcnevićve Uma luz semcthante é represcn tada na vasta esfera de alvenaria do cenotà fio que projeiou para Isaac Newton no qual de noitc sc suspeiidia para representar o sol um fopo que dc dia cra apagado para rc vclar a ilusàn dn íirmamento produzida pela mz do dia brilhando através das paredes a zadas da eslera Embora seus sentiinentos politicos łÔs sem solidanJente republicanos a obsessào dc Boullćc era iinaginar os rnonunientos dc um Esłado onipotenic dedicados ä adoriçàr do Ser Supremo Ao contiàrio de Ledoux tiào sc iiupressionava com as utopias descenira Ii aria s tlc M Orel Íy On I ermJíiCtt tiC S fiOUS seau Apesar disso sua influčtscia na Eurnpa psisrevolucionària for considcrücl princi palmentc pet a atixidadc cfc seu discípulo JeanNicolasLnuis Durand que reduziu svias idéias extravagances a uina tipologia nornia trva e econùinica dn edificação expostn em scu Pt ée is rfes lvçons donriévs û 1 Ec 1e Po iiecniiqir C otripèndio das aulns dadas nu Lscol a Politécnica 1 8021 8N Após quince anos de jubitosa dcsordeiii a era napolcônicià FC 9 eria eslruturas ùteis EVOLUÇ OES C ULTURAIS E TCCNICAS PREDISPONNTES 7 Fițj 2 Buulée prueo de cenntáfio para Isaac Newton c 1 785 Seção de noite Fig 3 Duf and combinaçnes e permUaĘóes pos5iveis de formas panat de seu Prëcs 1B02 ï 809 ate grandeza e autorictade aprcpriadas dcsdc que rcaljzadas la mancira main harata pux sívcÌ DuranL priinciro professor de arqrii ietura da Écolc Polytechniquc procurou es tabclcccr unia metodologia universal da cdi ficaçàti contrapartida arquitetinict dc Cč d igtl Napoleinico rnediante a qual estrutu ras econíimicas e apropnadas poderiam ser criudas pela permutaçào modular de tipos lixos dc plant as c elcvaçües alternatîvas As situ a obsessäo de 8oullćc com vasios vo lume pİałônicos foi cxplorada come mcio dc obtcr mrna reprcscntaçào apropriada a vim custo razoàxel A críÍica lcita por Durand a Sainleieriev iéve por excmplu corn suns temple circular dc àrea comparável quc precisaria apenos de 112 colunas e 248 me trJs üc pareôcs economic ccnsìücrävel com a qual seyundo ele se obteria tHn efei to muiło mais imprcsiunantc Dcçois quc sua carreira tcrmin0u com a Rcvoluçào Lcdotix voltou a desenvolver na prisão o projeto da łabrica de sal que cons truira para Luis XVI cm ArcetSenans cm 177379 Amplioii a formn semicircular des se complexo no núcleo reprcsentati o dc sua cidade ideal de Chaux Esse projeto foi publicado cut 1 Sfl4 com o título f4rr hirer ture remsiilri će runs 1 iapi t e 1at t dc s moem s rt dr In lélisemen A arquitctura cunsiderada sob o aspccto da arts dos cos tumes e da legislaçàu A fábrica de sat se micircular que ele transforinou no cenÍro ovnl de sua cidadc podc ser vista como um foe primciros cxpcrimcntos dc arquitetura industrial jú que integrou conscíentemente unidades țirodutivas e alojamenlos opcrá rios Cada elemento dcssc complexn fisio cràtico era reprcsentado em conformidadc cofn seu caratcr Assim os gal p ñes para a es aporaçào do sal siniados no cixo tinham o tetu aito como us cdificios ayrícola e ecu acabamenio era tie pcdras lisas com ador nos riistìcos cnquanto a casa do diretor si tuado no centro tinha ten baixo e fruntõcs em tuda de pcdra bruta c embelczada com porticos cláss tens Aç ui c iı1i as parades dos șa1pñes de sal e das casas de operàrios erani rcalçadas com goteiras protcscas dc úgua pctríłicada que não ski simbiilixtvam a so l iiçào salina em que se baseava a empress mas sugeriaiti também que o sistema produ tivo e a força de ttaballio cram lätorcs dn HJØSino procehüt3 4o dcscnvrTcr imagînariamente essa tipolnbin lin îtada para inclriir todas as insti tuições de sua cidade ideal Ledovtx anipliou a idéia de mua fisionoinia arquiletùnica para siirbolîxar u intençào social ale snas formas que de uutro niodu ficariam abStr3 tas Os significados săo esiabelccidos seja per símbol ns convencioiiais coino os lasces que evtcain jvisi iça e unidadc no fóruin a cłianada PiiÜie scjti por isoinurfis Tin como no cast da Clitruo projctada na fnr 8 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA Fi 9 4 Ledoux ridade rleaI de Chaux 1804 ma de um pênis Esta última estrutura ern de dicada à libertinagem cuja curiosa finalida de social era induzir à virtude por meio da saciedade sexual Tolo um mundo separa a transmutaçào racional proposta por Durnnd de elcmentos clássicos recebidos da arbitrária mas purifi cadora reconstituição operada por Ledtiux de partes clássicas b cntárias ücmcnstra das nos postos de alfândega que ele projetou para Paris entre 1755 e 17S9 ESSas harrfe res eram tao desvinculadas da cultura de seu tempo quanto as instituições i deal izaiJas de Chnux Clom sua demolição gradual depois de 1759 tixeram o mesmo destino da fron teira alfandcgária abstrata e impopular que deveriam udniinisirar a Enceinte des Fer miers Güneraux du qual se dizia Le oinr yiutan t Part e ren d Po r i e nwrni u t i nt C i muro Que mura Paris faz Paris murmurar Depois da Revolução a evolução do Neoclassicismo tõi em grande parte insepa rável da necessidade de acomodar as novas instituições da sociedade burguesa c de representar o surgimento do Estado republi cano O fato de essas forças terem estado inicialmente comprnmetidas cont a monar quia constitucional n3o diminui em absolu to o papel que o Neoclassicisino desempe mon na formação do estilo burguês impc rim A criação do Estilo Império napolcôni co em Paris e da Kulturnation francófita de Frederico l I em Berlim nada mais são que manifestações separadas da mesmo Íendén cia cultural O primeiro fex um uso cclético de motivos antigos fossem clcs romanos gregos ou egípcios para criar a herança ins tantíunea de uma dinastia republicana utn estilo quc se revelou de maneira significati va nos interiores teatral men te decorados á maneira de tenda da época das campanhas napoleónicas e nos sólidos ornamentos ro manos da capital como a Rue de Rivoli e o Are du Carrouscl de Pcrcier e Fontaine e a EVOLUÇÖES CULTURAIS E TÊCNICAS PREDISPONENTES 9 coluna da Place Vendôme dc Gondoin dc chc dc 1816 o Schauspiethaus de 1 h2l e n dicada à Graiide Armée Na Alemanha a Altes Museum de 1530 Enquanio Íanto a tcndência manifestouse primeiro na Porta primeira como o segundo aprcsentam as de Brandemburgo de Carl Gotthatd Laflg pectos caracteristicos do esiito nialuro dc han construida como entrada oeste de Ber schinkel os cantos maciços dc unia o øs lim em 1793 e no projeto de Friedrich Gilly ams divididas por pilaretos do outro a in para um monumento a Frederico o Grande fluência de Durand ć mais claramenie revc de 1797 As tormas elementares de Ledoux lada no nuiseu uni projeto prototipico ex inspiraram Gilly a etnular a søveridade do traído do Cnipéndi c di idido peI a mcta dórico fazcndo eco assim ao poder BïCãİ de transformaçào em que a rołunda central co do rnovimento Sttırm und Drang na lite pcristilo e os pities sào conservados e as ratura aemü Camo seu contempor3neo Friedrich Wcinbrcnner projetou uma Lr rii iliotion expartana dv clcvado valor mo ral com a qual se celcbraria o mito do Es tado prussiano ideal Scu notävcl monu ments teria adquirido a forma de uma acró pole artificial na Leipzigerplatz Quem vies se de Potsdam entraria nesse Generic por um arco dc triunfo cntroncado rcniatado por uma quadriga O colega e sucessor de Gilly o arquiÍeto prussiano Karl Friedrich S ch inkr ł foi bus car seu entusiasmo iniciai pelo gótico não em Berlim on Paris mas em sua experiência direta das catedrais italîanas Mas depois da derrola dc Napuleäo em 1815 ecu gosto rornânlico foi amplamente eclipsado pela necessidade de encontrar urns expressào adequada para o triunío do nacionalismo prussiano A combinaçüo de idealisms poli tico c orgullio militar parccc tcr cxigido uin rctorno ao clússico Em todo caso era essc ri estilo que I igava Schinket nào apcnas a Gilly mas tarnbćm a Durand na criaçào dc snas ohrasprimes em Berlim a Neue Wa Fig 5 Schinkel Altes Museum 8erlim 1 B2B30 atas laterais eliminadas lxer p 2871 Em bora os largos dcgraus da eritrada c tilo bcm como as àpuias e os Diùsctiros no teto simbolizassem as aspiraçües culturais do Estado prussiano Schinkcl afastouse dos métodos tipológicos e representalixos de Durand para criar uma articulação espacial dotada de exiraordinúria força c delicadeza com u large pcristilo conduzindo a utn pór tico cstreitn que contém uma escadaria de entrada simütrica e ecu mczaniiio arranjo que serÎa Tcmbrado pm Mies van der Rohej A linha principal do Neoclassicismo de Blondel for retomada cm meados lo sćculo XIX na carreira de Henri Labrouste que es tudara na Ecolc des BeauxArts instituiçào quc succdcu à Acadćmie Royalc dArchi tecture depois da Revoluçào com ALT Vaudoyer que tinha sido aluno dc Peyre Depois de conquistar o Prèniio de Roma em 1 824 Labrouste passou os cinco anos se guíntes na Academia Francesa dessa cidade dcdicando boa partc dc scu tempo na Itàlia a cstudar os tcmplos grcgos em Pcsto lnspi randose no trabalho dc Jakoblgnaz Hittorłf Labrousłe foi urn dos primciros a sustcntar que essas estruturas fnram em sua origem extremamente coloridas Isso e sua insisiên era no primado da estrutura e na derivaçõo de todo omamento dn construçäo puseram no em confiito com as aiitoridades depots que inaugurou seu alcliü cm 1830 Em 1 840 Labruuste foi nomeado arqui teto da Bîbliothèque SainieGenevićvc em Paris que fora criada para abrigar parte dos livros confiscados pelo Estado francês em 10 HISTÕRIA CRTIC A OA ARQLITCTUR4 MODERNA Fig 6 íahous c esantes da Blbliothrqu e N 0 tion a e d9 Paris 18õ068 l7fi9 Aparentemente bascodo no projeto de J3oulJée para unia biblioteca do Paais Ma zarin de 1785 o projeto de kabrouste con siste nunca parede perimetral de Jiv rus en cerrando um cspaço rcÍilíneo e suporiando um tctu abobaJaln Ic estrutura de frro dividido cm duas metades e suportado além ilissi no centro do espaço per uns rcntuc ilc colunas de terra Esse racionalismo estrutural era mai refinado no salíío de leitura principal e nus estantes que Labrouste construiu para a Bi blioihéquc k atiomalc em 186068 Eesc con junto inserido no pátio do Paiai Mararie consiste num sal ào de leitura coberto por um teto dc ferro c vidm apoiado eie dezes seis colunas de ferro fundido e em estamos de vários andares de terro fundido trabal ha do Dispensando qualquer vcstipio de liisto ricisiiio Labrousie projctou cssas estantes cum0 umn yaiola iluminada de cin a end qr c a luz passa atr0v es das plataformas du ferro do tcto ao písu túrreo ümhora essa soluçíío derive da sala de leitura com e stan tes de ferro de Sydney Sinirke construída no ptio do ncoclissico Museu Britànico de Robert Sni irke em 1554 a forma precisa de sua execução implicava uma nova estêti ca cujo potencial só serin realizado na ob ra C oflstrtit i vi S tó dfa e Cu IO X X Em meados do século X lX u herania ncoctássica dividiuse em duns linhas de de senvolvimento estreitamente ligadas o Clas úicismu Estrutural de Labruütc c n Classi cismu Itumüntico de SchinkeT Asbas as esc olas enftcntavarn a mesma prolifera ção de novas instituições típicJ do Oito centos e tiveram de responder iitUulnicrite à tarefa de criar nos os tipns de cdi ficios Di fctium muito na maneira de realizar essas qualidades r esentatixas os classicisias cstrttturais t e nd Íam u dar cnfase à CStrutura linha de Cuidc nuy Luugtcr c SuriIJot enquanto os clasxicistas românticos ten diam a ressaltar o cal ter fisiortômico da grúpria ftrma linha dc Ledorix Boullcc c Gilly finquanto tia obra dc momcns como EJ Gilbert e F A Dtiquesncy que pmjc Iron a C are dc IEst PariS cm 1 d52 uina escola parece ter se concentradu cm obras como prisões hospitais e estaçiies fcrroviá FÍdS il DUtfa VOltouse m F ra estruturas representativas como o museu e a bibliote ca universitários de C R Cockci cll na In EVOLUÇÕES CULTURAIS E TENIC AS PREDISPONENTE S 11 glaterra ou s monumentos mais granJio sos exigidos por Leo son Klenze na Alema nha sobretudo o rornàntico Wallialla do úl timo terminado cm Rcpensburg cm 1 R42 Em termos de teoria o Classicisrno Es trutural começou com o Truité rir l urt Lc hütir Tratado tla arte de construir 11 802 e culminou no fim do século nos escritos do engenheiro Auguste Choisy em particular sua firfrire fl l itmhtte mre História da arquitetura 1 h99 Para Choisy a essência da trquitetura é a construção e todas as transformações estilísticas são simples con seqüências lógicas do desenvolvimento téc nico A lardear vosso Art Nouveau e ignorar todo o ensinamento da história Nào foi as sim que os grandes csítios do passado nasce ram Era na supestào da construção que o arquiteto dos gandes épocas artísticas en contrava sua mais autêntica inspiração Choisy ilustrava a dcicrminaçào estrutural de sua Hitória com pmjeções axonrmótri cas que rexelavain a essência de um tipo de fnrma numa só imagem pràfica que cum grecnüia planta crtc c elevação Comn Reyner Banhnm nbseroti essas ilurtraçõcs objetivas reduzem 9 itetura que repre scntnrn à pura abstração c era isso além do volume de informação qtie sintetizavam que as tornava tào apreciadas pelos pioneiros do Muvimento Moderno na vilada do século A cnfasc que a história de Choisy duva â arquitetura grego c gótiea era urna me iunali zação oitocentista tardia do ideal grcco gótico formulado pela primeira vez cerca de um século antes por Cordemoy Essa oic çào seteccntixta da estrutura gótica na sintaxe clàssica oncontra seu pcrücIc na caracteri zaçàu du dóricu con a cstrutura de madcira mansposta yara a acnaria U na trasposi çèn scmclhantc scriu graticada gclu Jiscigu In de Chti sy Augtiste Perret que i nsisti u end detalhar suas estruruias de cocretn ar mado no estilo da estrulura iradicional de inadcira Raciottalisîa c trutural ati a mcdula Choisy doi capaz porâm de resyuJdcr sensibilidade rnmânt ca ao escrcxer snhre a 9 7 C I oisy projeção axonomêtrica de parte do Pantheon Par S fver il 1 ex traida de sua isrore de arc1reclore 1 B99 Aci ópolc Os grcgos nunca visualizaram um edifício sem o terreno que o emoldtirava e sem os outros edifícios que o circunda vam cada motivo arquitetônico por si é simitricu mas cada grupo ü tratado como uma paisagem em que só as massas se cqui libram Essa noçào pitoresca de um equilíbrio parcialmente simétrico terá sido tào Cütranha un ensinamento du École des BcauxArts quantu u era a tibrJagcn1 poitücnica d Du rand Certamente deve ter tido uma atruçào limitada para J ulien Gaudet que cm seu cur so úfJieii ml ifiéri ic ir sir iiirr mim Ele mentos e teoria da arqtiitcttira procurou es tabelecer uma abordagem nomiativa da com posição de cstruÍuras a pariir de elementos tecnicamente atualizados e arranjados na medida do possível de acordo com a tradi de Guadel na École des BeauxArts e com sua inüuüncia sobre scus discípulus Auguste Purrct c Tnny Garnicr que ns princigins da crmyosiçào clcmcntarista clèsSÏCa passa ran ans arquitctts pinciros do século XX CAPÏTULO 2 Com o desenvolvimento de meios de co municaçäo cada vez mais abstratos a continui dade de uma comunicaçäo arraigada é substi tuida par novos sistemas que continuum a se aperfeiçoar ao longo do século Xly permitindo à população maior mobilidade e proporcionan do uma nformaçáo que é mais precisamențe sincronizada com a ritmo acelerado da história A ferrovia a imprensa diária e o teltgrafo su plantarào aos poucos o espaço em seu papel informativo anterior Françoise Choay A cidade moderna pIaneamento do sêculo XU 1969 A cidade finita tal como cheguu a cxistir na Europe ao longo dos quinhentos anos pre cedences for Íotalmente tramformada no lapso dc um süeuto pela intcração de uma quantidade de forças técnîcas e socioeconô micas sem precertenies muitas das quail emergiam pela prinieira vez na segunda meta dc do siculo XVflI Uontem com destaque entrc else de inn pcnto dc vista tćcnico ino vaçócs como a pmdiiçào cm massa dc trilhus de ferro a panir de 1767 inventada por Abra hamDarby e a mmeadeim mecànica para plantio em linha de Jethro Tull cujo uso foi gcncralizado dcpuis de 731 Enpuanto o in vento de Darby lcvou ao dcsenvolvimento por Henry Cori do prooevsn de pudlagem para a conversào simplificada de ferro fundi d rerro fojado em 1754 a mäquina de Tull era essencial para o apcrfciçoamcnto do sisiema rotativo de quatro colheitas de Charles Townshend o principio do alto cultivo que se generalizou por volta do finn do século Transformaçöes territoriais evolução urbana 18001909 Essas iiiovaçues produiivas i iverani inú meras repercussões No caso da metal urgia a produçào de ferro inglesa muttiplicouse por quarenta entre 1750 e 1850 alcançando dois inilhöes de toneladas per ano em 1850 no caso da agricuttura depois dus En closures Act leis para cercar as terras de 177 1 a lavoura ineficicntc foi substituida peio sisÍcma dc quatro colhciÍas Enquanlo uma for valorizada pelas guerras napoleôni cas a outra foî motivada pela neccssidadc dc atimcnÍar urna poputaçào industrial quc crescia com rapidez Ao mcsmo tempo a indústria lêztil do méstica que ajudara a sustentar a economia agrária da primeira mclade do sécuto XVlll transformoiise rapidamente primeiro pela ináquina de ú ar de James Hargrcavcs 17ß4 9 aumcntou muilo a capacidade indivi dual de fiaçăo depois peio tear a vapor de Edmund Cartwriglit utilizado pela primeira vez na produçäo fabril em 1754 tiste tilti run aconłecimento não apenas cstabeleceu a prndução téxtil conta indúsłria em grandc cscala corno lcvou dc ímcdiato à ínvcnçào la fábrica de vários paximentos e š prova de íugo Assim a manufaturu trudicional rui forçada a abandonar sua base predoininan tcmentc rural c a conccntrar o trabalhc a fåbnca primciro pertu Jc cursos dágta depois com o advenło da força motriz a va por perio de jazidas de carvào Com 24000 teams a vapor em produçào em 1820 a ci dadc manufaturcira inglcsa já era um fato estabelecido Esse processo dv enraizamento era cinemenl como Simone eiI o chamou 14 HISTORIA CRI7IC A DA ARQUITETURA t ODE ANA foi posteriormente acelerado pelo uso da rraçào a vapor no transporte Richard Tre vithick foi o primeiro a fazer a demonstra ção em 1 804 de uma locomotiva rodando em trilhos de ferro fundido A inauguração do primeiro serviço ferroviírio público en tre Stockton e Darington em 1 825 foi se guidor F e rápido desenvolvimento de uma infraestrutura completamente nova a Grã Bretanha tinha cerca de t 0000 milhas dc ferrovias instaladas cm 1 d6U O advento da navegação a vapor de longa distância depois de 1865 aumentou muitíssimo a migração e uropéia para as Américas a África e a Aus trál ia Enquanto essa migração levou a po pulação necessiria para desenvolver a eco nomia dos territórios coloniaís e ocupar as cidadee de planta quadriculada do Noxo Mundo em franco crescimento a obsoles cência militar politica c cconôrnica da Ím dicional cidade murada européia levou após as revoluções liberais nacionais de 1848 à demolição das mufalhas e à extensão da ci dade antes finiÍa a seus já florescenÍes su búrbios Acompanhada de uma súbita queda da mortalidade essa evolução geral devida a melhores padrões nuiritivos e a técnicas mé ôic ze aperfeiçoudas deu origem a umu cii cenÍraçào urbana sem precedentes primeiro na Inglaterra depois com diferentes taxas le crcscimnto cm todo o munJo cm dc senvolvimento A população de Manchester cresceu oito vezes no curso üo século pas saaüo üe 75000 cm 1801 parrt 600000 end 1901 enquanto Londres no mesmo erío elo crcscia de cerca de milhão para 5d milhões Paris cresceu numa taxa comparà vel mas teve um começo mais modesto expandindose de 500000 em l b0l para 3 milhões em 1901 Mesmo csses aumentos de seis a oito vezes são modcstos compara dOS cum o crescimento de Nova York nesse periodo Nova York foi projetada inicial mente como uma cidade de planta quadricu Iada em I8l I em conformidade com o Planu Municipal daquele ano e sua popula ção passou de 33000 em 1801 para 500000 cm 1550 c para 35 milhões em 1901 Chi cago cresceu numa taxa o inda mais astronô mica passando de 3000 habitantes na épo ca da qtiadrícula de Thompson 1133 para cerca de 30000 metade dos quais aproxi madamente nascidos nos Estados Unidos cm 1 850 tomandose uma cidade de 2 mi l hões de habitantes nn virada do século A acomodação de tão volátil crescimen to levou à transformação dos velhos bairros cm áreas miseráveis e também à constru ç3o de moradias baratas e de cortiços cuja finalidade principal dada a carência geral de transporle municipal era proporcionar da forma menos onemsa possível a máx i ma quantidade de alojamento rudimeniar dentro da distância a pé dos centros de pro dução Natural mente essas habitações con gestionadas tinham condições inadequadas de luz c ventilação carência de espaços aber tos péssimas instalaçíies sanitárias como latrinas e lavatórios que eram externos e comuns e despejos de lixo cont iguos Com um escoamento precário c uma manutenção inadequada tais condições levavam à acu mulação de excrementos e lixo e a inunda ções o que proocava naturalmente u na alta incidência de doenças primeiro a tu berculose depois aindn mais alannantc pam as autoridades os surtos de cólera na ln glaterra e na Europa Continental nas déca das de 1830 e 1840 Essas epidemias tiveram o efeito de pre cipitar reformas sanitárias e pór em prática algumas leis mais antigas sobre a constru ção e a manutenção de conurbaçies densas Em i 533 as autoridades londrinas determi naram que a Poor Lnw Commission presi dida por Edwin Chadwick investigasse as origens do surio de cólera em Whítechapel Disso resultaram o relatório de Chadwick As Inqulry into the Suniluq C ofiiioae o th e La h u r z F n Crea t Briruin Investigação sobre as condições sanitárias da populnçfio trabalhadora na GrãBreia nha 1542 a Comissão Real sobre o Esta do das írundcs C idades c dos Dairros Po pulosos de 1844 e por fim a Lei de Sotide EVOLUÇ ÒES CULTURAIS E TEC NICAS PREDISPONGNTE S 15 Pública de 1545 Essa le i junto com outras tomaram as autoridades locais legalmente responsáveis pGlO í2SgoÍo a colcla de lixo o Íõrnecinicnto de água as vias públicas a insçuçào de matadouros c u enterro dos mor tos Medidas semclhanÍes ocupariam Hauss mann durante a reconstrução de Paris entre 1853 e 1870 U resultado Jcssa legislação na IngIatcr ra foi tornar a sociedade vagamente ons ciente da necessidade de melhorar a liabiia çào da clHSsc opcrária mas havia pouca concordância inicial quanto a0s meios e aos modelos para realizar essa melhoria Nào obstante a Sociedade para a Melhoria das Condiçiies das Classes Trabalhadoras ins pirada por Chadwi ck paÍrucinuii a constru ção dos primeiros apartamentos operários cm Londres cm 1844 com projeto do arqui teto l4enry Roberts sucederam a esse inicio resotuto os apartamentos da Rua SÍreaiham construídos pela mesma sociedade em l 848 50 c um prcdio operário prototipico de dois andares e qualm apartamentos também pro jeiado por Rnherts para ri Grande Exposição de 1851 Esse modelo genérico da reunião de apartamentos dois a dois cm torno de uma escada comum iria influenciar o plane jamento de hahitaçoes npcránas durante o resto do século Cr filantropo Peabody Trust financiado pelos americanos e várias sociedades bene ficeiues ingleses aléiii dc autoridades mu nicipais tentaram a partir de 1864 mclho rar a qualidade da habitação operiiria mns pouca coisa significativa foi realizada até as leis de urbanização dns bairros pobres Clearancv Arts de l8tí8 e 1 875 c a Lei da Habitação das C tasses Trabalhadoras de 1 d90 quc encarregava as autoridades muni cipais de assegurar a habitação pública Em l h93 quando o Consel ho Municipal de Londres estabelecido em 1590 começou a construir apartamentos para operários sob os auspícios dessa lei seu Departamnto de Arquitetura fez um esforço notável para desinstituc ionalizar a imagem dcssii habita ção adaptando o estilo doméstico Arts and Crafts vel y 47 para construir prédios de apartamentos de seis andares Tipico dessa tendência é o Millbank Estate iniciado em 1897 Ao longo do sêculo XIX o esforço da indústria para encarregarse do problema adquiriu vãrias formas da fábrica modelo e das cidades ferroviárias e fabris às comu nidades utópicas projetadas cnme prototi pos de um futuro Estado esclarecido Entre os que manifesiaram bem cedo um interesse por assentamentos industriais integrados cumpre citar Robert Owen cuja New La nark na Esciicia l S l5 foi projetada como utna instituição pioneira do movimento cooperativo c sir Titus Salt cuja Saltairc perto dc Bradford em Yorkshirc l fun1ada em 1850 eta uma cidade fabril paternalis ta completada por instituições urbanas tra dicionais corno igreja enferinaria escola secundária banhos públicos asilos c um parque Nenhuma dessas realizações pode con correr em alcance e potencial libcrtador com ri sisào radical do novo mundo industrial de Charles Courier tal como formulado em seu ensaio com esse titulo Vlr Nouveau mon ty indusirivH publicado em 1829 A socie dade nàorcprcssixa de Courier dependeria do estabelecimento de comunidades ideais un falanges aliijadas em fatanstúrios onde os homens se relacionariam de acordo cont o princípio fisiológico fouricriano da atração passional Como o falanstúrio era projetado para estar em campo aberto sua economia scria predominantemcnte agríco la suplementada por urna manufatura leve Em seus primeiros escritos Courier csboçou os atributos físicos de seu assentamento co munat que tinha como modeio o desenho de Versal hes com a ala central dest inado a funções públicas lsalão de jantar biblioteca jardimdeinverno etc enquanto suas alas laterais eram dedicadas a atelics c ao carn e ançará Em seu Traité de 1oesociu tion Jo niestique oyricoe Tratado da associação doméstica agricola 1 522 Courier escre veu que o falansiério era uma cidade em 16 HISTORIA CRÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA fig 8 Godin Familistério Guse 85970 nhos públicos e uma lavanderia Cada bloco residencial rinha em seu centro um páiio iluminado do alto que tomava o lugar das ruascorredores elevadas do falanstêrio Em seu livro Soliitions sociales Soluções so ciais 187D Godin absorvia us aspectos mais radicais do fourierismo mostrando como o sistema pudia ser adaptado pam a vida familiar cooperativa sem recorrer 5s teorias excêntricas da atração passional À parie acomodar as massas trabal hado ras a matriz londrina setecentista de ruas e praças estendeuse ao longo do século XIX para satisfazer às exigências residenciais de uma classe média urbana crescente Nào miniatura cujas ruas teriam a vantagem de mais satisfeita porém com a escala e a tex nào estar expostas au tempo Ele o via como tura da praça verde ocasional delimitada uma estrutura cujo tamanho se adotado ge de todos os lados por ruas e casas gemina nericamente substituiria a sordidez peque das continuas o Movimento pelo Parque noburguesa das pequenas casas individuais Inglés fundado pelo arquitetopaisagista isoladas que então já comcçavam a insta Humphrey Repton tentou projetar a pro larse nos intcrsticios externos das cidades priedade rural com tratamento paisagistico O discípulo de Fourier Victor Co n siõe landscoyed coun try estate j na cidade O rant escrevendo em 1838 misturou a metá próprio RcpÍon logrou demonstràla em co fora de Versalhes com a do navio a xapor c laboração com o arquiteto John Nash em indagou se nào era mais fácil alojar 1500 seu projeto do Rcgent s Park de Londres homens bem no meio do oceano a 600 lé 1 S1227 Depois da vitória sobre Napo guas da costa mais próxima do que alojar leào em 18 Í 5 o proposto dcscnvolvimenlo numa construção unitária 1800 bons cam em torno do parque foi ampliado sob o pa ponescs no coração da Champagne ou fir troc ínio real por uma fachada contínua fal semente no solo da Bcauce Essa combi sa penetrando o tecido urbano existente e nação de comuns e navio seria retomada por esiendendose corno uma faixa mais ou me te Corbusicr mais de em século depois cm nos ininterrupta dc casas gcminadas da arts sua comuna autônoma a Unité dHabitation locràtica vista de Regents Park ao none construída com matízes fourieristas em Mar aii a urbanidade palaciana de St Jaines Park selha cm 1952 ver p 274 e Carlton House Terrace ao sul A importância duradoura de Fouricr es O conceito terraicnente da casa de eam tà em sua crítica radical da produção indus po neoclássica implantada numa paisagem trializada e da organização social pois apc iri egular uma imagem derivada da obra sar de numerosas tentativas de criar falans pitoresca de Capability Brown e Uvedale tcrios na Europa e na América seu novo Price foi assim trasludado por Nash para o mundo industrial estava fadado a continuar suprimento de habitações contíguas no perí sendo um sonho Sua realiznçfio mais próxi metro de um parque urbano Esse modelo ma foi o familistério construído pelo indus foi primeiro sistematicamente adaptado ao trial JP Godin perto de sua fábrica cm uso geral por su Joseph Paxton em Birken Guísc 185970 Esse complexo compreen head Park construido fora de Liverpool em dia três blocos residenciais uma creche um 1844 O Central Park de Nova York de Fre jardimdeinfância um teatro escolas ba dcrick Law Olmsfc1 inaugurndo cm 1857 ESOLUÇOES CULTURAIS E TÊC NICAS PREDISPONENTES 17 foi diretamenie influenciado peio exernplo dc PaxÍon inclusive em sua separaçào cntre rráfego de veiculos c üe pedestres A iüćia recebeu sua elaboraçăo final nos parques parisienses criados per J C A Aphanö on de o sistema de circulaçào ditava totalmente a maneira cnmn o parque üevìa ser usadn Com Alphand o parque se torna uma in fiuûncia civilizatória para as novas rnassas urbanizadas 0 Iago irregular que Nash criou em St Jamess Park em 1828 a parłir da bacia re tangular que os irmãos Mollet construíram em 1662 podc ser considerado um símbolo da vitória da concepçào piioresca inglesa sobre a concepçăo cartesiana francesa da paisagem datača do sćculo XVIi o r ceses que até entăo havíam considerado o verde como oułra ordem arquitetćnica e re presentado snas avenidas como colunatas de àrvores acharam irresisiíxel o apelo ro rnàntico da paisagern irregular de Repton Depois da Revolução remodelarani seus parqucs aristocròtícos scgundo scqüüncias pitorescas Mas apesar de toda a força do pitores co o impulse fraticés no sentido da raciona lidade permaneceu prîmeiro nos perce mrns demolição total em linha reta para criar uma via pùblica iotalmente nova do Plano dos ArtisÍas para Paris elaborado em 1793 por uma comissäo de artístas revolu cionários sob a liderança do pintor Jacques Louis Oavitt e mais tarde na arcada napo teônica da Rue dc Rivoti construída a partir de 1 806 com base no projeto de Percier e Fontaine Enquanio a Rue de Rivoli deveria servit de rriodelo arquiiełônico näo apcnas para a Regent Street de Nash mas tambćm para a fachada cenográfica da Paris do Segundo 1 mpério o Plano dos Arłistas de monstrava a estratégîa instrumental da aSee alameda que se tornaria a principal ferra ment a de reconstruçăo de Paris sob Napo leäo 111 Napoleăo II1 e o barăn Georges Hanss iturm deixar am uma marca indelével nào apenas em Paris mas tambim num grande nùinero de cidades importantes na França e na Europa Central 9 ue passaram por regu larizoçõcs à Haussmann ao longo da scgun da metade do século A influência deles esiá presence inclusive no plano claborado em 1909 por Daniel Burnham da malha 9 driculada de Chicago sobre o qual o mes mo Burnham escrweu A tafefa que Hauss mann levou a cabo em Paris corresponde ao trabalho que deve ser feîto em Chicago para superar as intoleráveis condições invaria vclrncntc originadas pelo ràpido crescimen to populacional finn 1853 como novo prefeito nomeado do departamento de Seine Haussmann viu essas mesmas condiçõcs em Paris com sua agua poluída sua falter de um sistema dc esgotos adequado sua insuficiência de espa ços abertos para cemitérios c parquet snas sasłas áreas dc habitaçõcs miseráveis e nvi hut not least seu tráfego congestionado As dnas primeiras dessas condições erani indu bitivelrnente as mais críticas para o bem cstar colîdiano da populnçào Por captar a maior parte de sua água no Seva que tam bém servia como principal culetor dc esgo tos Paris padecera dois sérios surios de cóle ra na primeira metade do século Ao mesmo tempo o sistema viśrîo existence não era mais adequado para o centre administraÍivo de urna economîa capitalista cm expansào Sob a breve autocracia dc Napolcão 11 a soluçào radtcal de HaussmaNn para o aspecto fisico desse complexo probtcma era o prrminent Esse vasto objetivo era cnmo Choay escre yen proporCionar unidnde e transformar num todo operacional o enorme mercødo consumidor a imcnsa fábrica que era o aglomcrado parisiensc Embora o Piano dos Artintas de 1793 e antes dele o de Pierre Patte de 1765 tenham antecipado clarainente a estrutura axial e focal da Paris de Hauss mann hż como Clioay assinala uma mu dnnça discemi el dn localizaçào dos eixos de mrna cidade organizada cm tomo de Qinr tiers tradicionais como no plano feito sob a responsabilidade de David paru uma metrú pole unîda pela febre de capitalismo 18 HiSTÓRIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA Fig 9 A r0gUl6riZdçgO Ó9 P6FiS üS FUü5 aÓcrta5 pOF Haussmann são mostradas em preto Os economistas e tecnocratas saintsi monianos a maioria deles da École Poly lechnique influenciaram as idéias de Napo leão 111 quanto aos meios econômicos e aos fins sisteináticos a serem adotados na re construção de Paris dando ênfase à impor tância de sistemas de comunicação rápidos e eficientes Haussmann converteu Paris nu ma metrópole regional abrindo na malha existente ruas cuja finalidade era ligar pon tos e bairros opostos cruzando a tradicional barreira do Seria Deu prioridade à criação de eixos nortesul e testeoeste mais subs tanciais à construção do Boulevard de Sé bastopol e à extensão a lesie de Rue de Ri voli Esse cruzamento básico que servia aos grandes terminais ferroviários do norte e do sul era envolvido por um bulevar em anel que por sua vez era ligado ao principal dis tribuidor de tráfego criado por Haussmann o complexo da Etoile construido em torno do Arco do Triunfo de Chalgrin Durante a gestâo de Haussmann a pre feitura de Paris construiu cerca de 137 qui lômetros de novos bulevares consideravel mente mais largos mais densamente arbori zados e mais bem iluminados do que os 536 quilômetros de antigas vias 9 e eles subsii tuiram Vieram corri isso plantas residenciais padrào e fachadas regularizadas além de sis temas padrào de mobiliário urbano mictó rios bancos abrigos quiosquss relógios posies de luz placas etc desenhados por Eugêne Belgrand e Alphand engenheiros de Haussmann Todo esse sistcma era ven tilado sempre que possivel por largas áreas públicas abertas como o Bois de Boulogne e o Bois de Vincennes Além disso novos cemitérios e vários parque pequenos como o Parc des Buttes Chaumont e o Pare Mon ceau foram criados ou melhorados dentro dos limites ampliados da cidade Acima de tudo criouse um sistema adequado de esgotos e de água fresca trazida à cidade do vale do Dhuis Na realizaçiio desse plano global Haussmann administrador apolílico por excelência recusouse a aceitar a lógica politica do regime a que servia Acabou sendo vencido por uma burguesia ambiva lente que durante sua gestão apoiou suas melhorias proveitosas ao mesmo tempo que defendia seus direitos de propriedade contra sua intervenção Antes do colapso do Segundo Império o princípio de regularização já estava sendo praticado fora de Paris particularmente em Viena onde a substituição das fortificações demolidas por um bulevar cenográfico foi levado a seu extremo lógico na ostentatória Ringstrasse construída em torno do centro velho entre 1858 e 1914 Os monumentos autónomos dessa expansão urbana aberta estruturada em torno de uma via curva de enorme amplidâo provocaram a reaçào crí tica do arquiteto Camillo Sitie que em seu influente Der Stádtebau nach seinen küns terlerischeii Grundsâtzen Planejamento ur bano de acordo com princípios artisticos 1889 defendia o envolvimento dos princi pais monumentos da Ringstrasse por edifí cios e arcadas Nada caracteriza melhor a preocupação de Sitte em fazer esse reparo do que sua comparaçào crítica da cidade aberta de fins do século XIX atravessada pelo tráfego com a tmnqüilidade do núcleo urbano medieval ou renascentista Durante a Idade Média e o Renascimento as praças públicas eram freqüentemente usa EVOLUÇ DES C ULTURAIS E TfiC MICAS PREDISPONENTES 19 Fig 10 CrdJ projelo para a expansão de Barcelona t85ü A cidade velha aparece em preto das para finalidades práticas elas constituíam uma entidade com os ediflcios que as rodea vam Hoe servem no máximo de Iugar para ps tacionar veículos e nao tém nenhuma relação com os edifícios que as dominar Em suma falta atividade precisamente naqueles lugares em que antigamente elas eram mais intensas perto das estruturas públicas Entrementes em Barcelona as implica ções regionais da regularização urbana esta sam sendo desenvolvidas pelo engenheiro espanhol Ildefonso Cerdú o invcntor do termo tirhanizaçào Em 1859 Cerdá projetou a expansão de 8arcelona como cidade qua driculada com cerca de vinte c dois quartei rócs de profundiilade orlada pelo mar e cor tada por duas avenidas diagoriais Impulsiu nada pela indústria e pelo comércio ultrama rino Barcelona encheu esse plano quadricu lar em escala americana em Uns do século Em sua Teoria grnezn fe la urboniz ici ti n Teoria geral da uitiniraçào de 1867 Ccrdá den prioridade ao sistema de tráfego c em particular 5 traçáo a vapor Para ele o tráfego era em mais de um aspecto o ponlo de parti da de todas as estruluras urbanas cieniifica mente embajadas O plano de Léon Jaussely para Bwce1ona 11902 derivado do de Cerdás incorporava essa enfase dada ao moviinento na dormía de uma pmtocidade linear ent que zonas separadas de implantaçáo e de trans porte s4o organizadas em faixas Seu desecho antecipava em certos aspectos as prupostas russas de cidade linear de 1920 Em 1891 a exploraçño intensiva do cen tro da cidade era possivel graças a dois des dobramcntos essenciais para a construçáo de edificios altos a invençño em 1853 do clcvador de passageiros e o aperfeiçoamen to em 1890 da cstrutura de ferro Com a introduç3o do metró 1563 do bonde elé trico 1884 e do trem de subúrbio 1890 o arrabalde ajnrdinado surgiu como uma uni dnde natural da expansáo urbana futura A relaçáo complementar dessas duas for 20 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERtJA Fg I Olmsted plano de Rivenide cncago 1869 mas amerícanas de desenso1vimento urbano provas para as primeiras casas de Frnnk o ccnÍro de crescimento vertical c o subúr Lloyd Wright Entre 1 fl93 e 1897 uma ex bio ajardinado de crescimento horizontal tensa via férrea elevada foi implantada na ficou demonstrada no hoom imobiliário que cidade ccrcando sua área central Todas es se seguiu ao grandc incêndio de Chicago sas formas de trànsilo eram essenciais ao em 1 tl7l crescimento de Chicago O fator mais im O processo de suburbanização jà come portanto para a prosperidade de Chicago foi çara cm torno de Chicago corri o planeja a ferrovia pois ela levou os primeiros cxctn mento em l fi69 do subúrbio de Riverside plarcs de equipamento moderno para a pra baseado nos desenhos pitorescos de Olms daria a essencial cnlhetadeira mecânica ted Baseado em parte no cemitériojardim ínventada por McCormick em 1531 e trou de meados do seculo XIX cm parte no xc de volta cereais e gado das grandes pia subúrbio original da costa leste o Riverside nicies baldeandoos para os silos e atnia era ligado ao cenÍro de Chicago por trem e zéns à beira do lago que comcçarani a ser um caminho para cavaleiros construídos na zona sul dc Chicago em Com z introdução em Chicago em 1882 l dô5 A ferrovia é que redistribuía essa abun do bcndc a vapor abriase caminho para tância a partir da dêcada de 1880 nos va uma ulterior expansão A beneficiária ime gücs refrigerados invcniados por Gustavus diata foi a zona sul da cidade Mas o cresci Swift e o correspondente desenvolvimento mento suburbano nõo iria prosperar de fato do comércio uumeniou muitissimo o inten até a década de 1 B90 quando com a intro w tráfego de passageiros centrado em Chica duçào do bonde clctrico o trânsito suburba go Assim a última década do século pre no aiaipliou muitíssímo seu raio de alcance senciou mudanças radicais nos métodos de sua velocidade e sua freqüência lsso acar construção de cidades e nos meios de aces retou na virada do século a abertura de su urbano mudanças essas que em conjun subúrbio de Oak Park que seria o campo de ção com o plano quadricular logo transfor EVOLUÇ OES CULTURAIS E TEC NICA PREDISPONENTE S 21 mariam a cidade tradicional numa regiào metropolitana em permanentc expansão ciri que as morailias e o núcleo urbano concen trado sito ligados por uma redc de transpor tes suburbana contínua O emprcsúrio puritano George Pullman que ajudou a reconstruir Chicago depois dti incêndio tõi um dos primeiros a perceber o florcscente mercado do transporte de passa geiros dc longa disiància e apresentou seu primeiro carroleito Pullman cm 1565 De pois de concluidn a ligaçãn fcrroviária trnns Fig 12 S S Berman fábrica esq e idade de PUlman C nte u9o ilusirada em 188S continental em 1869 a Palace Car tompany de Pullnian prospcrou e no iníciu da década dc 1880 ele tiindou sua cidatlc industrial ideal de lullman a sul de Chicago um as sentamento que cornbinava residências ope rãrias com toda a gama de instalações comu nitárias inclusive um teatro e uma biblioteca assim conto escolas parques e ravgmiiiids todos situados pertn da Pàbrica de Pullmati Lsse cnmpeo bem ordenada supcrou en muito as insialaçies fornecidas por Ciridin ein Guise cerca de vinte anos antes Tambéiii cxccdia largamente em sua abrangência c claras as ciiludesmodelo pitnrescas funda das na nglatcrra pelu confeiteiro Cieorgc Cadbury em Bournvillc Birmingham em 1 579 v pvlo fabricante de sabàu W H kcxcr em Rrt Sunlight perto de Liverpool cm 1885 A precisáti paternalista e autoritária de Pullman assemelhase muiio com o Saltaire ou cont as v rias operàrias estabelecidas antes por Ktilpp como politica de sua empresa em Essen no fim cia décadu le T 860 O transporte sobre trilhos nunca escala muito nJcnur por bonde ou por rrcm seria o Fg t 3 Howard Rurisviie cidade ardim esqUemêtica apresentada em ou livro 7omtjfrDrv AmaDh 1 1898 22 HiSîOR CftKlCA DA ARQUITETUPA MODEPNA fator ńeterminante principal dos dois modc los alternaiisos da cidadejardim eiiropćia Um deles era a estrutura axial da cidadejar dim linear espanhola descritti inicialmentc pnr ecu inventor Arłuro Soria y Mata no inicio da década de I 8b0 o outro eat a cida dejardiin concéntrica inglesa circundada por via fćrrca quc Ebenezer 14 oward aprc sentou em Tomorro v A Pearefiil P er th to deal fieurzn Amanltä um caminliu pucilico para uma rcforma vcrdadeira 1895 Enquanto a cidade linear de Soria y Mata di nâmica e inierdependente conipreendia em siias pró prias palavras de 18 R2 uma rna ùnica de uns 500 metros dc largura c cofn um com primento necessùrio unia cidade cujas extremidadcs podium ser Cádiz Säo Peters burgo Pcqui m on Bruxclas a R urisville de Howard estática mas supostamente inde pendente era rodeada por vias łërreas e em cotiseqüćncîa tinha sen tamanho ideal fixa do entrc 3280a e 58 UU0 habitantes En quanto o inodelo espanliol era inerentemen tc regional indctcrminado c continental a crsăc inylcsa cm autônoma limitada e pro vinciana Soria y Mata dcscrevia snas vér tebms de locomoçâo como incorporando nlérn do trânsito us serviços csscnciais da cidnde oitoccntista igua pás clctricidade e csgotos compativcis com as nccessida d J e s J p d e g d istribuiçño da produçâo industrial Aléni de ser a antítese da cidade planifi cada radial a cidade linear era um meio de consÍruir ao longo de uma malha triangu1a da de vias precxistentcs conectando um conjunto dc ccntros rcgionais tradicionais Emhora a projeção diagramática da cidade de Howard como cidadesatélite num cam po aberio também tõsse regional a forma da cidade era menos dinàmica Com base no malfadado modelo da St Georges Guild idcado por Ruskin cm 187 1 Howard conce hen essa sua cidade como urna comunidade de ajuda mútua autosuficiente prodtizindo pouco alćm dc snas neccssidades A dife rcnça cntrc essas cidadcsmodclo cstava aú nal nas atitudes fundamentalmente diferen tee que etas adotavam diante do tráfcgo fcr mviário Enquanto a Rurisville de Howard tinha pur niuta cli minir o trajcto casatraba the a ferrrvia era rcscrvada muito mais a objełos üo que a pessoas a c iu iacu era expressamenie projetada para fact litar a coiiiuiiicaçăo No cntanto a cidadcjardîtri înglcsa cm sua forma modificada é que fni largamelire adotada e nào o modelo linear pairocinailo pela Compañía Madrilefia de Urbanización de Soria y Mata que consiruiu apenas cerca dc 22 quilómcÍros do longo colar dc ń5 quilùmetms projetados para rodear Madri O fracasso desse exemplo condenou a cida de linenr a um ftituro mais tečrico do que prático e foi assini que sobreviveu das ci dadcs lincares russas dc fins da decada dc 1920 à tese dc plancjamcnto da ASCtl RAL de atïtoric de Le torbtisier publica da pcIa pńmita wz cm ex tri éiahIis e ınents humains Gs três estabelrrüiienins hunuinosț em 1945 A reinterpretaçäo radical dos diagramas originais de Howar refletida no piano de sun primeira cidadejardim Lctchworth cm Hertfordshire iniciada em 1913 inaugu rou a łase neosiltesca do mcv imenło inglés da cidoi l i Que o cnbcnhciroplane jador Raymond Unwin estava imprcssiona do por Sitte salta aos oihos em sew livro lovn llanning fn PracticP Pràtica do pla ncjaniento urbnno publicndo em 1909 que tanta infiuência exerceu A preocupaçäo de Unwin e de seu colega Barry Parker com cidadcs imaginúrias irrcgularcs do tipo exempli ficado per cidades medicais alc màs como Nuremberg e Rothenburgob derTauber é claramente subjacente a seu projeto pitoresco para o subúrbio de Hamps tead Garden dcsenhado em 1917 Mas ape sar de todo o seu desprezo pela arquttetura Astemblëe de constructeurs pour une rénovation ar chiteCturale Associaçăo de ConstrutoreS para uma Rencvação Arquitet6nica fundada por eIe em 1942 N do T EVOLUÇÕES CULTURAIS E TÉCNICAS PREDISPONENTES 23 regulamentar Unwin permaneceu tâõ con diciónado quanto os demais planejadores pelas exigencias impostas pelos padrões de higiene e sránsiio Assim nào obstante o cclcbte iucesso empirico dessas cidades jardimprecursoras o debilitante entorno pro duzido subseqüentemente pela escola ingle sa de planejamento urbano provém pelo menosem parte do fracasso de Unwin em resolver esia implacável dicotomia conci liar noslálgia medieval e contrõle burocráii co Qs projctos de quarteirões irregulares de sêculo XX estão entre os legados formais duraüouros desse fracassa CAPÍTULO 3 Com o ferro um material de construção ar tificial aparecia pela primeira vez na hstÓria da arquitetura Ele passou por uma evolução cuja ritmo se acelerou no decorrer do século Rece beu seu impulso definitivo quando ficou claro que a locomotiva que estivera sendo experi sentada desde o fim da década de 1B20 só podia ser utilizada em trilhos de ferro O trilho era a primeira unidade de construção o precur sar da longarina O ferro era evitado nas mora dias mas usado em galerias salões de exposi ção estações ferroviãrias e edifícios com finali dades transitórias Simultaneamente as ãreas arquitetônicas em que o vidro era empregado ampliavamse Mas as condições sociais para sua maior utilização com material de constru ção só surgiram cem anos depois Na Glasar chitektur de Scheerbart J9 4 ele ainda apa recia no contexto de uma utopia Walter Benjamin Paris capital do sécuo VA 1 930 A energia roiatória do vapor e a estrutu ra de ferro surgiram mais ou menos na mesma epoca como resultado dos esforços interdependentes de três homens James Watt Abraham Darby e John Wilkinson O últi mo era o mestre mctalúrgico de então e sua invençãn dst 9 uina de broquear cilin dros em 1775 foi essencial para o aperfei çciamento da máquina a vapor üe Watt construida em 1789 A experiénCia de Wil kinson no trabalho do ferro revelarseia igualmente indispensável ao primeiro uso estrutural desse material pois ele ajudou Darby e seu arquiteto T F Pritchard a pro Transformaçôes técnicas engenharia estrutural 17751939 jesar e construir a primeira pcnie dc ferro fundido com vão de 305 metros sobre o Severn perto de Coalbrookdale em 1779 A reatizaçào de Coalbrookdale despertou considerável interesse e em 1756 o revolu cionário americano Tom Paine projetou um monumento à Revolução Americana na for ma de uma ponte de ferro fundido sobre o rio Schuykill Paine mandou fabricar as pcças dessa ponte na Inglaterra onde fo ram expostas em 1791 exatamente um ano antes de ser acusado de traição e forçado a exilarse na França Em 1796 uma ponte de ferro fundido de 71 metros foi construí da sobre o Wear em Sunderland com proje to de Thomas Wilson que adotou o mütodu de Paine de montagem em aduelas Mais ou menos na mesma época Thomas Telford estreou como construtor de pontes com sua Buil dwas l3ridge de 395 metros construí da sobre o Sevem um projeto 9 gou apenas l7fi toneladas de ferro contra as 3d4 toneladas usadas em Cnalbrookdale Nos trinta anos sêguintes Telford conti nuou demonstrando sua incomparável com petência como construtor de pontes e estra das e como o último grande engenheiro de canais da declinante era hidroviària Sua car reina prccursora encerrarse com seus ar mazóns de tijolos e estrutura de ferro na St katharine Dock em Londres projetados pe lo arquiteto Philip Hardwick e consumidos em 1 d29 Baseavamse no sistema de cons trução fabril de vãrios andares e resistente ao fogo desenvolvida nas Midlands durante a última década do século XV lll Os princi pais precursores estruturais de St Katherine 16 HISTÓRIA C RÍTICA DA AROUITETURA MODERNA eram a fábrica de morim de seis pavimen arquiteto e min construtor Entrementes a tos de William Strutl construído em Derby primeira aplicação do ferro numn ponte em 1 792 e a fiaçào de linho de Charles Ba acontecia na construção da elegante Pont ge construída em Shrewsbury em 1796 Em des Arts sobre o Sena construída com base bora essas duas estruturas cmpregassem co em desenhos de L A De Cessart em 1 fi03 lunas de ferm fundido a necessidade pre Com a fundação da Ecole Polytcchnique mente de aperfeiçoar um sistema à prova de em 1795 os franceses propugnaram pelo fogo pam a construção fabril levou no es estabelecimento de uma tecnocracia coe paço de quatro anos a substituir as vigas de rente com os feitos do império napolcônico madeira usadas em Derby por vigas de ferm Embora essa ênfase dada à técnica aplicada em T Em cada caso as vigas suportavam só servisse para fortalecer a crescente espe abóbadas de tijolo de pouca espessura sen cialização da arquitetura e da engenharia do o iodo reforçado por uma armação exter uma divisão já instiiucionalizada pela Eco na e por tirantes de ferro forjado amarrando le des PonÍs et Chaussées de Perronet ar a estrutura numn direção lateml Esse uso quitetos como JB Rondelel que superei da abóbada parece derivar diretamente do sionou o acabamento de SteGeneviêve de desenvolvimento empraendido desde o sé pois da morte de Soumot começaram a re culo XVIII da abóbada roussillonesa ou ca gistrar o trabalho pioneiro de Soufflot talã na França que foi adotada pela primei Louis Brunet Cessart e outros E enquanto ra vez nesse pais cnmo meio de realizar uma Rondelet documentava os meios em seti estrutura resistente ao fogo no Chãteau Bizy T fD Até de l art de bâtir Tratado da arte de construído em Vernon por Constant dIvry construir 1802 JNL Ourand profes em 1741 sor de arquitetura da École Polytechnique À parte seu uso em catedrais do século catalogava os fins em seu Précis des le XIII o reforço com alvenaria e ferro foija bons donnees à 1 L cole Polyteehnique Com do na França tem suas origens em Paris na pêndio das aulas dadas na Escola Poli fachada leste do Louvre por Perrault 1667 técnica 180209 O livro de Durand di e no pórtico de Souffiol para SteGeneviéve fundíu um sistema por meio do quat as for t 1772 Essas duas obras antecipain o de mas clássicas concebidas como elementos senvolvimento do concreio armado Em 1776 modulares podiam ser organizadas à vonta Soufflot pmpós uma cobertura com arma de para adequarse a programas de constru ção em ferro forjado para uma parte do Lou çào sem precedentes abrangendo merca vre essa proposta abria caminho para o tra dos bibliotecas e quartéis do império napo balho pioneiro de Victor Louis a constru Irônico Rondelet primeiro Durand depois ção de uma cobertura de ferm forjado para o codificaram uma técnica e um método de Théâtre ramais em 1786 e de seu teatro do projetar graças ao qual um classicismo ra PalaisRoyal em 1790 Este último combi cionalizado podia ser levado a adequarse nava uma cobertura de ferro com uma estiu nào apenas a novas exigências sociais mas tura cóncava e à prova de fogo para o piso também a novas técnicas Esse programa sistema esse que mais uma vez derivava da abrangente infiuenciou Schinkel que no abóbada roussillonesa Que o fogo era um inicio de sua carreira de arquiteto em 18 16 risco urbano crescente provao a Halle au começou a incorporar elaborados elementos Blé de Paris cuja cobertura consumida por de ferro em seus adornos neoclássicus para um incêndio foi substituída em 1808 por a cidade de Berlim uma cúpula com nervuras de ferro projeta Por essa época a técnica da construção da pelo arquiteio F J Bélanger e pelo enge suspensa em ferro ieve uma evolução inde nheiro F Brunet aliás um dos primeiros pendente começando com a invenção em exemplos de divisão do trabalho entre um 1801 pelo americano James Finlay da ponte EOLUÇOES CULTURAIS E TÉCNICAS PREDISPONENTES 27 Fig 1 4 J A e W A Roebllng ponte do Brooklin Nota York em construção c 1877 Começo da aplicação da sustentar óo por cabos pensil rígida de tabuleiro plano realização que foi difundida pelo Treatise ou Bridge A hitvcture Tratado de arquitetura de pon tes de Thomas Pope publicado em 18 11 O auge du breve mas crucial carreira de Fin lay foi sua ponte pénsit de cadeias de ferro com vão de 745 metros sobre o Merrimac em Newport 1810 O trabalho de Finlay conforme docu mentado por Pope exerceu influência ime diata sobre a aplicação da técnica de sms pensiio por cadeias de ferro na GràBreta nha onde Samuel Brown e Telford partici param de seu desenvolvimento Os elos chatos de ferro forjado de Brnwn foram pa tenteados em 1817 e aplicados com sucesso duradouro em sua Union Bridge de 115 metros de vão construida sobre o Tweed em 1820 Telford e Brown colaboraram breve mente numa ponte pênsil para Runcom e essa colaboração sem dúvida infliiericiou o projeto de Telford para sua ponte de 177 metros sobre o estreito de Menai que apõs oito anos de árduo trabalho foi finalmente inaugurada em 1825 A construção pelos britânicos de ponies pênseis por cadeias de ferro forjado culminou com a Clifton Brid ge em Bristol de 2 Í4 metros de vào proje tada por Isambard Kingdom Hrunel em t829 mas só terminada em 1 864 cinco anos depois da morte de Brunel Como a manufatura de elos de ferro for jado capazes de suportar a tensão era sem pre cara e arriscado a idéia de usar cabos de fio trefilado em vez de cadeias parece ter se insinuado pela primeira vez em 1 fi 1 ô a White e Hazard em sua ponÍe para pedes tres sobre as cataratas do Schuykill na Pen silvânia e depois aos irmãos Séguín que construírarn uma ponte de fio trefilado so bre o Rõdano em TainTournon em Í 825 A obm dos Séguin foi tema de um exaustivo estudo analítico realizado para a École des Ponts et Chaussées por LJ Vicat a publi 28 HISTORIA C R1TICA DA ARQUITETURA MODERNA caç3o dessa obra em 1 83 l inaugurou a idu de de ouro da ponte pênsil na França onde cerca de uma centena de estruturas foi cons truída na década seguinte Vicai recomenda va que todos os fíituros ctcmclltOS de sus pensão íôssein fabricados de fio de aço em vez de barras de ferro e para Íanto inventor um método de mandar in r o cabos de aço Artifício semelhante foi posteriomiente util ízado pelo engenheiro americano John Augustus Roebl ing cuja patente para a ma nufatura de cabos de aço foi obtida em 1 842 dois anos antes de ele empregar esse mate rial na suspensão de um aqueduto sobre n Alleghcny em Pittsburgh Os cabus de Roe bling eram trançados eie espiral como os de VieaÍ e ele utilizou esse material básico de suspcnsão no resto de sua hcrüica carreira da sua ponte ferroviària de 243 S metros de vào sobre as caiaratas do N iagara 1555 até sua ponte do Brotiklin cm Nova York de 487 mctres de vào concluída após a sua morte por seu filho Washington koebling cm Í 883 C om a virt nal conclusão da infraestru tura ferroxiària da Gil Bretanha em 15ó0 a engenharia estrutural britânica entrou num perindo de hibernaçào que perdurou pelt resti do süculo Piucas obras de brilho o u engcnhosidadc ficaram pur construir tcpois do mcado de scculn entre esta podemos citar a yntc tubular Britannia Ic Stephenson e Fal rbairn 1 85 2 e o viaduto Saltash de Brunel 1859 Aixibas utiliza rem ferro forjado plano isto e chapa laini cada debitada Íccni ca que progredir m uito craças aos eshidos de Eton Hodgk inson c ao trabalho experimental de Wil II am Fair bairn Robert Siephenson ja havia utilizarlo as dcscubcrtas dc HoJgkinson c Fairbairn cm scu üsenvol vimcnto da Icnyarina de chapa cm I 84f sistcma gue scria plcna mente Jomonstrado na pnntc Britannin Es sa estruttra cnmpreendia dois túneis i ode pendentes üc uma só ia revestidos com chapa ic ferro que transpunlJam o estreita cm dois lançcs de 70 metros de vàn cada c um vào principal de 140 metros Clr çiTarcs Fig 15 Stephenson e F arbairn a pon te tubular Brita mia sobre o estrei lo de Menai 185Z de pedra de Stephenson foram projetados para a ancoragem dos componentes suple mentares de suspensão mas a atuação iso lada dos tubos laminados mostrouse mais que suficiente para o vào Vaos con parúvcis foram realizados no viaduto tle Saltash no qual uma v ra única tran F Tarnar sobre duas armações horizontais a s vistentar seus arcos cada qual com 1385 metros dc vào Foram novamente usadas chapas laminadas c rcb itadas para formar as cordas elípticas ocas de 49 por 37 metros utriivüs dc seus respectivos eixos Essas cordas inlcragiam com catcnarias périseis de cadeias dc fcrrti para túrmar suportcs v criicai nos quais u l cito da estrada era suspcn so Por e ua elevada ima p inaçào a iiltima obra de Brunel eq iiipara vase aos grandes viadutos que G ustave Eillêt constru iria no Maciço Centríil frun cds nos trintn anns seguintes c scu uso dc se çíics tlc ch aFa oc as antccipava a pigan tese a estrutura tubular de aço que seria empregada por John Powler e Benjamin Baker nos balanços de 213 metros de sua Forth Bridge concluída cm 1890 O dcscnvol viincnto da ferrovia iniciado cum o trecho experimental que flcurge Stc phcnson construiu cntrc Stockton c Dar tington teve uma extraordinária expansão no segundo quartel do século Na lngla trra haveria nutis de 3200 quilômtros de vias fcrreas em menos de x intc anos a América do Norte já contava com 4600 qui EVOLUÇÔES CULTURAIS E Tt CNICAS PREDISPONENTES 29 lômctros em 1842 Nesse interim os mate riais ferroviários ferro fundido c forjado integraramse gradatisamente ao vocabu1á rio geral da construção de que eram os úni cos elementos disponíveis à prova de fogo para os armazéns de vários pisos que a pro dução industrial exigia Desde a época da viga de ferro fundido de 33 centímetros de Houtton e WatÍ uÍili znda cm sua SaTfnrd VIilI Manchester 1801 foi einpreendido um esforço contí nuo para melhorar a capacidade de cobertu ra dc vàus das vigas e trilhos de ferro fundi do e forjado A seçào típica da ferrovia evoluiu durante as primeiras décadas do século e dessa seção surgiu por fim a viga em I que se tornou padrào O tril ho de ferro fundido inxentado por Jessop em 1789 deu lugar ao trilho de ferro forjado em T de Hirkcnshaw 11820 que por sua vez levou ao primeiro trilho americano laminado no pais de Gales em 1 831 com seçào em for ma dc T mais larga na base do quc no topo Essa forma foi sendo gradualmente adotada para a via permanente mas seu uso estrutu ral só se gencralizou depois de 1854 quan do versões mais pesadas e com maior enver gadura foram laminadas com êxito Entre rentes os engenheiros experimentavam vá rios meios de aumcnlar a capacidade de cobertura de vàos lo material construindo elementos espessos com as cantoneiras e chapas usuais de ferru forjado que estavam sendo empregadas na construção naval Sa bese que Fairbairn construiu e tesiou essas vigas compostas em 1 ji em 1539 Essas engcnhosas tentativas de produzir elementos que pcrmitissem grandes vàos rcforçando ou montando componentes de ferro foi mais ou menos eclipsada no meado do século pela laminaçào hemsuce dida de uma viga de ferro forjado de 17 S centímetros de espessura O li ro de Fair bairn On the Ay liciii m Cm t and Wrought lem li Buildfng Puryoses Da aplicação de ferro fundido e forjado na construção 1854 apresentava um sistema aperfeiçoado de construção fabril formado por vigas de fer ro laminadas de 40fi centímetros de espes sura que suportavam abóbadas rasas feitas de lãmina de ferro e cobertas com concreto Como os tirantes de fcrm forjado ainda usa dos para estabilizar a estrutura eram enter rados no piso de concreto essa proposta aproximou fortuitamente Fairbnírn dos prin cípios do concreto armado N umn tendência semelhante um notá vel edifício de quatro andares com estrutu ra de ferro tundido e forjado foi construido no estaleiro naval de Sheerness Esse depó sito revestido de ferro corrugado foi proje tado pelo coronel Greene e construído em 1860 doze anos antes de a pioneiro fábrica de chocolates Mcnier com estrutura total mente metálica ser construída por J ules Sa ul nier em NoisielsurMarne Em seu uso sistemático do ferro de seçiio em l t fundido no caso das colunas e forjado no caso das vigas o depósito de Sheerness aniecipava tanto a scçào padrào como o metodo de mon tagem da moderna construção de estrutura meÍàlica Em meados do século colunas de ferro fundido e trilhos de ferro forjado usados junto com o envidraçamento modular toma ramse a técnica padrào da rápida préfabri cação e construção de centros urbanos de distribuição mercados casas dc cíiinbio e galerias Esle último tipo foi desenvolvido em Paris A Valerie dOr1éans de Fontaine construída no Palais Royal cm l d29 fui a primeira galeria a ter uma abóbada de berço envidraçada A natureza préfabricada desses sistemas de ferro fundido garantia não ape nas certa mpidez de montagem mas também a possibilidade de transportar Uis de edifí cios por longas disÍâncias Assim a partir de meados do século os países industrializados começaram a exportar estruturas préfabrica das de ferro fundido para o mundo inteiro A súbita expansão do crescimento urba no e do comércio na costa leste americana na rlrcada de 1 840 estimulou homens conto James Bogardus e Daniel Badger a abrir ofi cinas de fundição em Nova York a fim de produzir fachadas arquiÍetúnicas ilc ferro de 30 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA fiq 16 Fonair a Galeria dOrIca is 1829 vários pasimentos No entanto ató fins da dücada de 1850 suas estruturas enipacota das baseavamse no uso de grandes vigas de madeira para vencer o vào interno sendo o ferro reservado para as colunas internas e as tácliadas U ma das melhores obras da longa carreira de Bogardus é seu Haugli woui Duilding Nova York 1859 consiruido cont projeto do arquiteto Jolm P Gaynor Esie foi o primeiro edifício serv ido por um elexadir de passageiros apenas cinco anos dcpois de Elisha Graves Cltis ter feito sue histtirica demonstração dessa màq nina cm 1 S 54 A estrutura totalmente eiixidmçada cujos atributos ambientais forma exaustivamente díscut idos por J C London cm heimurks nu Hnt riisei Clbservações sobre as estufas 1817 reve poucas possihilidades de con seguir uma aplicação mais geral pelo me nos na lnglaterra até a revogação do impos to sobre o e idrti ctn t 545 O pat múrio de kic hard 1urner e Dccimus Burtun construi do no Jardiin Botânico de Ken em 1 845411 Hi mua das primeiras cstrutviras a t irar par i iilo da suhila disponibilidadc dc vidro lami nate As primeiros grandes recinios pcrina nenies techados a serem envidraçados a par tir de cntüu ftran1 as estações terroviãrias cunstriiílas na seguntla metade do século XIX Esse avanço começou com a time Street Station de Turner e Josph Locke em Liverpool 1 114950 A estaçiio lerroviária apresentava um desafio peculiar aos cànones aceitos da ar quitetura pois nào havia modelo disponível para exprimir e articular adequadamente a juftçâo cntro rincio principal c a platafor ma coberta para es trens Esse problema cuja primeira solução arquitetônica foi a Garc de 1Est de Duquesney Paris 1552 leve alguma importância visto que esses ter mi nais eram efetivamente os novos portFcs de entrada da capital O engenheiro Léonce Rcynaud projetista da primeira Gare du Noró Paris 1847 tinha consciência desse problema de representação quando escre veu cm seu Traité durchiteInrc Tratado de afquilctuta 11850 A arte nao conhece o progresso rápido e os súbitos desenvolvimentos da indústria disso resultando que a maioria dos ed fícios atua s póra o serviço ferroviário deixam mais ou menos a desejar seja em relação à forma seja em rela ção à distribuição Algumas estações parecem man bem organzadas mastêm o aspecto de uma construção industria ou temporária e não de um edifício para uso público Nenhuma estação lerrosiaria podc exem plificar niclhtr essa afirmação do que a St lancrns Station de londres cuja sasta co bertura cont 74 metros de váo cunstruida cix 18f3 ó5 com projeto de W H t3arltiw e R M Oi dish cru totalmente divorciada U a hotelcdi ficio principal de est ilo neogótico terminado cm 1874 com projeto de George Ci Jbcri Sciitt E u qhe era verdade para Sl Psncrms tiimbcm se aplicaia ai projeto de Brunel para Paddington Londres l R52 otide mais viiiia vez apesar dos esforços cinscicnciosos do arquiteto Multhcw Digby Wyatt o rudinientar edifício da cstaçào fi cou inadcqiiadamonlc rclacioniilo com os rerlàs arqueados da cobertura A estrutura livre para exposições nào apresentava nenhum dos problemas da cstu EVOLUÇÖES CULTURAIS E TÉCNICAS PREDISPONENTES 31 çào ferroviária pois onde os problernas de contezto cultural dificiLnente podiam sur gir o engenheiro reinava absolmo Foi tipi camente o caso do Crystal Palace de Lon dres construído parø a Grande Exposiçào de 1851 em que for da6a ao arquìtetopaì sagista Joseph Paxton carta braltca para pro jetar de acordo com um método de fabrica çåo de estufas envidraçadas que elo havia concebido mediantc uma rigososa aplicaçäo dos principios de construção de esiufas de Loudon Paxtqn deseovolvera seu método numa sèrie de estufas desse tipo que cons łlŁllLt BrB0 duque de Devonshire em Chats worth Quando ltte pediram na última hora parø projetar o Crystal Palace Paxton foi capaz de produzir em apeiuis oito dłas uma enorme galeria envidraçada ortogonal de tres niveis cujos componentes cram virtual mente idênticos à gigantesca estufa para lirios que constraíra em Chatsworth no ano anterior Com exccção dos très pó nicos de entrada simetricamente dispostoi seu pcri metro envidrøçado ers ininterrupio Duranie o seu desenvolvimenio porim um esqiiema revisto teve de ser preparado para conservar um grupo de érvores adullas Como a pec sistente oposiçåu pública ä Grande Expos siçào de 185 I girava em Íorno desse proble Fig ł 7 PaxtÖn Crystal Palae Londres T 851 em Construcăo mostrarido as armações para os vidms rna de preservação dss árvores Paxton logo percebeu que elas poderiam ser facilmenie acomodadas construindose um transepio central coia um alło telo curvo e que surgiu a dupla simetria da forma Print O Crystal Palace não era tanto uma for ma particular quanto um processo de cons trução tornado manifesto como sislema to tal dcsde a concepçào a fabricaçâo e o transports iniciais até a construção e o des monte finaîs Como os edificios ferroviż rios com os quais tinh8 uma certø analogia era uin If de montages altament versátil Sua forma gerat era esiruturada em tortto de um módulo básico de 244 metms montado numa hierarquia de våos eøtruturais que variavam de 731 a 2 195 metros Sua reøli zaçäo que nào passou de quatro meses era um simples problema de produçào em mas sa e de montagem sistemätica Como Konrød Wachsmann notou cm seu livro ìVendepunkl i ni Bauen O momento decisivo da conslrii àò be l96î suas exigëncias üe produçšo incluíam estudos que indicavam que para um fścil manuseio neohuma partc dcvia pesar mais que uma tonelada e que uma grande econnmia poderia ser obtida se fos sem usados painćis de vidro da maior fan ra possível Embora o Crystal Palace gørassc com suas ireliças abertas perspectives paralelas e oblíquas cujas lifihas se esbstiam numa diáfana brurna luminusa seu invólucro total com ceira dc 93000 metros quadrados de vidrn aprescntava um problema climälico de prrporçÕcs inéditas As condiçòcs am bientais desejżveis porćra emm as mčsmas das curvilinear estufas d Loudon para mBnter umîz Girculaç2o de ar confortźvel e moderar o calor do sol Embora a aIuw dc edificin e um piso de pranchaæ junto com janelas ajustáveis nas parades proporcio nasscrñ uma ventiłaçào satisfatória o acú mulo de calor soiar constiluia um problema para o qual o engenheim ferroviário Charles Fox responsável pe1o detalhamenio da es trutura nåo póde encontrar uina soiução sa tisfatöria O uso ao qual se chegou com tol 32 HI5TÖRIA C RITICA DA ARQUTETURA MODERNA dos de Iona para sombrear o leto năo podc ria scr consídcrudo como parte inlegmnte do sistema e muiÍos expositores internacio nais pretcrúam protegerse do efeito estu íø com dosséis dc tccido fesÍonado que sem dúvida comprometeram a inace itável objetividade da estrutura tanto quanto dei xaram de proteger contra o sol O abandono pela GrãBretanha das exposiçñcs internacionais depois do tnunfo da de 1851 e de uma exposiçào ulterior em 1862 foi de pronto explorado pelos france scs que monÍaram cinco grandes cxposi ções intemacionais enlre 1855 e 1900 A que ponio essas cxposiçôcs eram vistas co mo plataformas naeionais para contcstar o predom ínio da produçäo industrial e do co Mércio britiinîcos podese jutgar pela énfa se dada em todas etas à estrutura e ao con teúdo da íaleria das M áquinas Ø joveni Gustave Litfel trabalhos com o engenheiro JB Krantx no mais importance edificio dc exposiçăo erigido depois de 1851 o da Ex posiçào Universal de Paris de 1867 Essa colaboraçäo revelou näo apenas a expressi ve scrisibilidade de Eiffel mas também sua capacidade dc engenheiro pois ao dctalhar a Galeria das Máquinas com seu vào de 35 metros ele for capaz de verifi car a valîdade do niódulo de elasticidade de t 807 de Tho mas Young ate então apenas uma fórinula teórica para determinar o comportamento cl àstîco dos niatcriais sob tensăo O com plexo osal de que a Galerie dos Máquinas constitute apenas o anel externo era em st um testemunho do gćnio conceiÍual de P G F Le Pla c 9 c sugcriu due a construçño fosse arranjada como urna série dc galcrias concüntricas cxjxindo maquinaria vestuáńi móvcis ciéncias htimanas belasarłcs e a hisiùna do trabalho Depois de 1 d6 7 o tamanho e a díversi dade dos objelos produxidos c a indepen dencîa requcrida pela concorréncia interna tional parccem ter requerido mú ltiplas es truturas de exg osi çâo Na época da Exgnši çào lnlernacional de 1889 näo se pretender alojar os produtos exibidos mm só edificio Essa penúltima exposiçăo do século era dominada por dnas das mais notáveis estru turas que a engenharia francesa iria criar a vasta Galeria das Màquinas dc Victor Con tannin com 107 metros dc văo projetada peto arquitelo CLF Dutert e a torre Eiffel com 300 metros de altura projetada em colaboraçào com os engcnliciros Nou guier e Koech lin e com o arquiteto Stephen Sauvestre A estrutura de Contamin basea da em métodos estatisticos apcrfciçiados por Eiffel em seus v iaduÍos articulados da dćcada de 1 8ß0 foi n primeim uso do arco triarticulado com a firtnlidade de oblersc um grandc vào O pavilhào de Contamin oào apcnas expunha máquinas ele mesmo era uma màquina de exposiçào em que plataformas móxeis que corrinm sobre Íri lhos clevados passavam sobre o espaço da cxposiçào de ambos os lados dn eixo cen tral perniitindo que o visîtante tivesse um panorama ràpido e abrangciitc dc tuna a mostra Na última rnetade do século XIX des cobriuse que o maciço central fruncüs era rico o bastantc em minérios part justificar o inxestimenlo consideràvel de eqti ipàlo com uma malha ferroviària 0s viadutos ferro viarios que Eiffel aí projetoii entre 1869 e Fig 8 Dutert e C on tannin Guleria das Mãquinas na E xposițao de Paris de 1889 mostrando a platafnrma móvel EyOLUÇÕGS CULTURAIS E TÉ CNICAS PREDISPONENTEfi 33 1 tiS4 cxcmplificam um método c uma esté tica que alcançaram seu apogeu no projeto da torre E iffel A base em fonna de embar cação e a seçào vertical parabólica da pilas tra tubular de ferro que Eiffel desenvolveu para esses viadutos sào um indicativo for mal de sua constantc tentativa de resolver a interação dinâmica da água e do vento A necessidade de conseguir vencer tre chos de rio mais largos levou Eiffel e seus colaboradores a conceber um engenhoso sistema de suporte para viadutos O eStimu lo para essa suluçào dcuse em 1875 com a encomenda da construção de um viaduto ferroviário sobre o Douro em Portugal A disponibilidade de aço barato depois de 1870 forneceu um material em que a solu ção para vãos amplos podia ser prontamente alcançada Assim foi to md a decisão de Íranspor a garganta em cinco vàos dois vãos curtos de cada lado suporiados por pilares e um vào central mais longo de 160 metros apoiado num arco com dupla fixação O processo ai empregado que seria repetido alguns anus depois cm Ciarabit consistia em construir os vãos laterais com seus pila res e entào construir a seção central a par tir dessas estruturas laterais contínuas As cxtcnsõcs de trcliças eram construídas em balanço no nível da via e o arco articulado era construido simultaneamente em dvias mctades a partir do nível da água As se ções articulados inici8is eram lwadas flu tuando c lee anÍadas ati sua posição sendo então mantidas numa inclinação correta durante a montagem final por cabos sus pensns nos remates dns pilares adjacentes O formidável sucesso do viaduto do Douro concluído em 1878 fez com que Eiffel re ccbesse imediatamente a encomenda do viaduto de Garabit sohre o Truyerc n0 Ma ciço Central Do mesmo modo que o viaduto do Dou ro proporcionou a experiência necessária para construir o de Garabit a realixaçào deste foi essencial para o projeto e a cons truiào da torre Eiffel Como o Crystal Pala ce mas cm menor grdu a torre foi projetada e consumida com considerável urgência Ex posta inicialmente como projeto na prima vera de 1 555 suas fundações começaram no verào de 1 R87 e no inverno de 1 888 já ultrapassava os 200 metros de altura Como na Galeria das Miquinas de Contamin a estrutura tinha de conter um sistema de acesso para o ràpido movimento dos visi tantes A velocidade era essencial puis nào havia meio de acesso ã torre a não ser por elevadores que corressem em trilhos incli nados dentro de suas pernas hiperbólicas e subissem verticalmente da primeira plata forma ate o pinóculo Os tril hosguias para esses elevadores foram utilizados durante a consFução como vias para a subida de guin dastes uma economia no método de traba lho reminisccnte da técnica de montagem usada no caso dos viadutos articulados Produto decorrente tanto quanto o Crystal Palace da ferrovia a torre era de fato um alto pilar de viaduto de 300 metms cuja formapadrão evoluírn originalmente da in teração de vento grasidade àgua e resistén cia dos matcriaís Até entào era uma estru tura inimagin àvel que só podia ser experi sentada atravessando a matriz aérea do próprio espaço Dada a afinidade futuríslica entre a torre e a aviação celebrada pelo avia dor Santos Dumont quando deu a volta na estrutum com seu dirigivel em 1901 nào é de cspantar que trinta anos depois da sua construção foi apropriada e reinterprctada como o principal símbolo de uma nova or dem técnica c socisl pelo monumento de Vladimir Tatlin à Terceira lntemacional pro jetado em 19 l 92tl Assim como a tecnologia do ferro foi descnvol vida através da exploraç3ri da ri qucza mineral da terra a tccnologia do con creto pelo menos o desenvrilvimento do cimento hidráulico parece ter decorrido do tráfego marítirrio Em 1774 John Smcuton estabeleceu a hnsc de seu farol de Eddys tone utilizando um concreto composto de cal argiln areia e escória britada de ferro Misturas ôe concreto semelhantes foram usa M HSTÓRA CR1tCA DA ARQUÜTTHRA MODERNA üas on Inglaterra em obras de pontes canais e portos no últúoo quartel do século XVtjJ Apesar do desenvolvimento precursor do cimento Portland por Joseph Aspdín para uso como imitação da pedra em i 824 e de vírias outcas propostas inglesas para a cons truç5o em concreto armado com metal como a que foi feita pelo sempre invenlivo Rondon em 1792 a liderança inicial da ln glaterra no pioneirismo do concreto passou gradativamente à França Na França as restrições econômicas que se seguiram à Revolução de 1789 a sintese do cimento hidráulico por Vicai por volta de l8IKi e a tradição de construir em pisê terra pi8ada combinaramse para criar circunstãn cias favotàveis à invenção do concreto arma do O primeiro uso conseqüente do nnvo ma tenal foi feito por Pran9ois Coignei que jà tinha familiaridade com o método de cons trução em pisê da re giuo de Lyon Em 1861 ele desenvolveu uma técnica de reforçar o cottcreto corrt tela riicÍiílica e coITi base nis so estabeleceu a primeira companhia limita da a especializarse na cnnstruçlo em con creto armado Coignet trabalhou em Paris sob a diteçào de Haussmann construindo esgo tos e outras estruturas públicas de concreto armado imlusive em 1867 uma noiàvel si rte de edifícios de apartamentos de seis anda res Apesar dessas encomendas Coignet nâo conseguiu tirar patente e no fim do Segundo Império sua empresa fechou Outro pioneiro francês do concreto foi o paisagista foseph Monier que seguindo sua bemsucedida produção de vasos de fiorcs de concreto em t850 obteve depois de l 8ó7 nha série de parentes pam aplicações reforçadas com metal cujos direitos parciais cle irnpensadnmente cedeu em 1B80 aos engenheiros SChuster e Wayss Novos direi tos foram obtidos de Monier em 1884 pela firma de Freytag e iogo depois foi fundnda a grande companhia alemà de engenharia civil ele Wayss e Freytag Seu monop6lió do sistema Monier foi consolidado pela clássi ca obra de G A Wayss sobre o método Monier Monierbau publicada em 1887 A publicação de importantes estudos teóricos sobre tensões diferenciais no concreto armn do pelos teóricos alemàes Neumann e K e nen serviram para consolidar a liderança aemà nesse tipo de construção D periodo de mais imenso desenvolvi mento do concreto armado ocorreu entre 1870 e 1900 com um trabalho pioneiro rea lizado simultaneamente na Alemanha nos Estados Unidos na lnglaterra e na Fmnça Ao construir sua casa de concreto armado à rriargein do Hudson em 1873 o americano William E Ward tornouse o primeiro cons trutor a timr pieno proveiio da resistência à traçào do aço colocando vergalhões sob o eixo neutro da viga A vantagem estrutural inerente a isso foi quast imediatamente con firmada pelas experiências com vigas de con creto realizadas na Inglaterra por Thnddeus Hyatt c Thomas Rickels ctijos resultados conjuntos foram publicados em 1877 Nào obstante esses avanços internacio nais a exploração sjslemática da têcriica moderna do concreto armado oínrta dcveriã esperar pelo gênio incentivo de François Hennebique Este um construtor autodidata francês usou o concreto pela primeira vez em 1879 Realizou eniào um vasto progra ma de pesijuisas particulares antes de paten tear seu abrangente sistema de 1592 Antes de Hennebique o grande problema do con creto armado fora produzir uma articulação nJonoTitica Os sistemas compostos de ron Fig 19 Hennebique junta monoIftca dê concreto arrnadõ patenteada em 1 892 EVOLUÇÕES CULTURAIS E TCC NICAS PREDISPONENTES 35 creto e aço que haviam sido patentcados por Fairbairn em 1545 estavam longe de ser mo noi íticos e as mesmas rcstrições valiam para a obra de Hyatt e Rickets Hennebique su pcrou cssa dificuldude com o emprcgu de verbal höes de seçào cit indrica que podiain ser ciirvados e enganchados uns nos outros Fazia parie de sen sistema exclusivo o uso de vcrgal hiics de rcforço dobrados em cotu velo c a amarraçáo das juntas com cintas em eácido para resistir á traçao locat Com o aperfeiçoamento da junta monol ítica loi possível realizar a estrutura nionolitica o que nào tardou a levar à primcira aplicação em grande escala desse sistema em tres fia ções que Hcnncbiquc construiu na regiào de Tourcoinp e Write cru 1896 Os resultados foram de pronto aclamados como um suces so e a firma de Hennebique logo prospe rou Seu súcio LG Mouchel levou o sis tna pam a Inglaterra em 1897 onde cons truiu a primeira ponte rodnviària de concre to ein 1901 e apresentou uma espetacular escada helicoidal d concreto azmuJt na cx gusiçào francnbritânica du 1908 O grande êxito da firma de Hennebique data de cerca de 1898 cont a publicação rc pular de sua revista Lv fiêiin aiQue O con creio armado e o usn etc seu sistema nas eclüticas estruturas da Lxposiçào de Paris de 190f1 Nào obstante as fachadas falsas do Chãteaii dEau construído em concreto ar mado pelo filho de François Coignci a Ex pnsiçào de Paris de 1900 dcu um enorme impul5u à construídr cm concreta e em 1912 uma dccada depois de sun fundação a tirma de Hennebique transftirniarase numa tt randc companhia internacional A essa al tura vàrias obras estas am sendo construí das com cincreio cm nada a Europa tendo Hennebique com r rincipal empreiteiro L i u4 ele cnnsiruit F pria casa de concreto armarto er ttourgla Rcine cena um jardim u tctc e um minarctc Suas sóli dos paredes eram de concreto armado lan çado in liz u entre firmas permanentes de n r t Artmiu rachadc quase fda de vidro avançtta Jranlaticamcntc cm balanço do plano principal do edifício da virnda do sóculo o monopólio de Hcrinc bique sobre scu sistema começou a acabar embora suas patentes alnda tivessem alguns anos de duração Em 1902 seu principal as sistente Paul Christophe popularizou o sis tema publicando Le frrou ai nié rt ve upili catione O concreto armado e suas aplica ções Quatro aiuis mais tarde ArmandGa bricl Considéré quc i ealixara pesquisas sobre o concreto para o dcpariamento de Obras Píiblicas encabeçou a comissão na cional que estabeleceu o código francês para a prática do concreto armado Em 1890 o engenheiro Cnttancin paten teou seu sistcnza de chi ci u c que ombi nava concreto armado c tijolos sendo crtcs unidos ao concreto com azamc Nesse siste ma híbrido a principal funçso do elemento de concreto armado era manter a continui JaJc estrutural cm árcas dc alta traçào Nas àrcas de compressão o tijolí prcdominnva naturalmente O sistema exerceu forte atrn çào sobre o arquiteto racionalista Anatolc de HdiidoÍ quc discípulo do grande teórico estrutural Viollct leDuc i nteressavase pela estrutura aparente como única base vá lida para a exprcssào na arquitetura Com base ncssa idcin dc Bauclol cnfinasa o mo nolíiico concreto armado ao domínio da en ycnharia ao passe que roserava para a ar quitetura a técnica cstutican ntc mais ex plícita C articuIadl lu cimento armado tec nulugia cujas q ualidudes expressivas foram deiiinnstradas da maneira mais completa cm sua igreja de StdeanleMontrnartre em laris l iniciada cm 1 894 A intrincada abóbada desse igreja rela cionavase estreitamente com toda uma sc rüéncia de projetos de irandes salas que Haudot fez entre 19 l I e t 9 14 Depois le Vio 11 cÍleDuc clc se prcociipuu com o pro blema do grande espaço cnmn campo de provas neeessái io para toda c qual qtici cul tura arquitciõiiicu Nesse contexto sua serie Prnjct para a txp siçã vic 1900 pndc ser istn cunho u na nntccipaçã las ljcx p1a 36 HISTÓRIA CRÍTICA DA AROUITETURA MODERNA Fi9 20 8erg Jahrhunderthalle Breslau Wroclaw 19 13 nas reticuladas e das plaro dobradas que seriam realizadas meio século depois pelo engenheiro italiano Pier Luigi Nervi em particular na Sala de Exposições de Turim 1948 e no ianificio Gatii construído nos arredores de koma em 1953 Em oposição ao princípio de Baudot da forma reÍiculada o desafio do grande espa ço foi respondido por Max Berg com a utili zação de elementos de concreto armado de enormes dimensões em sua Jahrhunderthalle construida por Konwiarz e Trauer para a Exposição de Breslau de 1913 Dentro des se vasto saldo centralizado de 65 metros de diâmetro as ncrvuras de concreto da cúpula brotam de uma viga anular perimútrica que por sua vez é sustentam por enormes arcos pingentes Essa impressionante c hercúlca estrutura ficava oculia na parte de fora por filas concéntricas de vidros sendo o plano orgânico e a estrut um dinâmica suprimidos pela sobrepcsiçào de elementos neoclássicos Até 1895 o uso do concreto armado na América do Norte foi inihido por sua depen dência do cimento importado da Europa No entanto hugo depois começou a época do sil o dc ccrcais e da fábrica plana primei ro no Canadá com os silos de concreto armadn de Max TolÍz c depois a partir de 1900 nos Estados Unidos no trabalho de Ernest L Ransome que foi o inventor do travamento trançado Com a construção em 1902 de sua fábrica de máquinas cm Greens burg Pensilvânia Ransome tornouse o pio neiro da estrutura monolitica de concreto nos Estados Unidos Ele aplicou ai pela pri mcira vez o principio do reforço espiral de coluna segundo as teorias de Considéré E revelador da prococidade técnica de Frank Lloyd Wright ahcr que ele começou a pro jetar estruturas de concreto armado mais ou menos na mesma época seu projeto não realizado da Village Bank 1901 a fábrica EZ Polish c o Uniiy Tcmplc concluídos cm Chicago em 1905 e 1906 respectivamente Entremcntcs em Paris os irmàos Pcrret começaram a projetar c construir suas pri meiras estruturas totalmente de concreto iniciadas com o edifício de apartamentos da Rua Franklin projetado por Augusto PcrrcÍ 1903 e o Théàtrc des Champslilysees do mesmo arpuitelo 1913 Mais ou menos na mesma época Henri Sauvage explorava o potencial plástico expressivo desse novi material monolítico em seus apartamentos rccuados da Rua Vavin concluídos em 1912 Nessa época a estrumra de concreto arma do se tomara uma técnica normativa e a partir de então a maior parie do seu desen volvimento iria referirse à escala da sua aplicação e à sua assimilação enquanto cle nicnto expressio Embora seu primeiro uso em escala megaestrutural tenha ocorrido na fábrica Fiat de Matté Trucco com 40 hecta res cuja construção foi iniciada em Turim em 1915 sua apropriação como elemento expressivo primordial de uma linguagem arquitefênica vciu com a Maison Domlno de Le Corbusicr proposta mais ou menos na mesma data Enquanto uma demonstrava claramente que coberturas planas de concre to po4iam suportar a vibração de cargas mó veis dinamicas a fábrica Fiat tinha uma pista de provns na cobertura a outra postu lava n sistema Henncbi 9 ue como uma estru tura primária patente à qual à maneira da cabana primitiva de Laugier o desenvolvi mento da nova arquitetura teria de se referir Do ponto de vistu da cngenharia esse periodo alcançaria sua mais sublime expres E7OLUÇ ÕES CULTURAIS F TEC MICAS PREDISPONENTES 37 rig 2 1 T ucco Fáb ica Fiat Turim 1 9 1 5 1 sao nos primeiros trabalhos dos engenheiros Liu sua ponte sobre o Aare etn Aarbvirg Roberi Maillart e Eupêne Freyssiiiet Em 191 l Maillari conseguiu auricular o tabulei 1905 em sua ponte sobre o Reno em Tavana ro da ponte cont seu arco de sustentação ao sa o grundc engenheiro suíço Maillart já mesmo tempo que reforçava o primeiro com chegara à sua forma característica de ponte estruturas transxersais entre o ápice e a em um lriplice arco articulado de seçào em cai postu do arco Ainda teria de articular us coi xào xaziu com aberturas triangulares feitas trafortes da ponte cm relação à sua íÔrma ge nes lados para reduzir o peso desnecessário e ral No eiaior parte de suas ponies mesmo dar um cariter leve e expressivo 5 forma quando suportadas por arcos acanelados geral Em J 912 Maillart concluía a primeira Maillart projetaa o tabtileiro corno um perfil laje sem igu da Europa num armazciii de cm caixa de modo que tanto quanto possível o cinco antlarcs que cnnstruiu em AltdorÊ Seu leito rodrviário pudesse suatentar a si mesmo sistema sem vigas parece ter sido um pro Ele alcançou seu apogeu como construtor de prcsso eiri relação à construção da laje cm pontes corri sua ponte de Salginatobcl com cogumelo desenvolvida pouco antes pelo 90 metros de vão construída nos Alpes em en cnhc i ra anaericuno C A P Turner Mil 1930 inas a fúrnuila que triibalharu arxcs ens armação quiidrupla de Turner em oposição Aarburg tevc sua mais consuinada expressão ao sistema duplo de Maillart os vergalhões na ponte do Arvc ccnstruída em Vessey per deviam passar snbre tndos os capitéis de cm to de Gencbra em 193G luna cora a conseqiiéncia de que o aço n5o Os altos hangares gêmeos para aviões ptxlia ser acomodado numa profunditladc que o engenho iru francis lreyssinct cons econômica se tivesse de resistir à tendência tniiii em Orly entre 1916 e 1924 cada qual da coluna a aÍraxessar a laje A estrutura do com b25 metros de altura c 300 metros de piso nu sistema de Turner cru de teto uma comprimento foram tima das primeiras ten malha de vigas chatas fortemente rcforçadas tatixas depois dos projetos le Baitdot de com grandes capitéis de cotuna pam resistir desenhar estruturas ruonol íticas cujos ele ao cisalhaniento resultante O sistema dupk mentos montados fossem capiizcs dc sue sem vigas de Maillart era mais leve e gerava terriar a si mesmos Essas construções pio muito menos cts iJhim cnto com uma rcdu nciras de lajes prcfabricadas dobradas in ção correspondente das dimensocs lantu da flucnciarum urna notável série de hangarcs laje comn dos capitéis das colunas para aviões projetados por Nervi tia úllíina 30 HISTÓRIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA metade da década de 1930 Enquanto ainda trabalhava em Orly FreySsinet projetou para o empreiteiro Limousin uma sétie de estru turas para armazéns de corda de arco de concreto armado inclusive várioe hangares e fábricas iluminados por lâmpadas instala das na casca de cobertura O ponto culminante de todo esse traba lho foram duas grandes pontes de arco de Fig 22 Maillart ponte sobre o Abe Vessey 1936 Meia seção da ponte e seÇàõ cortando o seqmerito de arEõ transversal cpm reforço corda de concreto armado em StPierredu Vauvray 1923 e em Plougasie 1926 29 J esta última cruzando o estuârio do Elorn na Bretanha em trés vãos Gom um comprimen to total de 975 metros O ptõblema das intensas forças de com pressão e tração induzidas na pega do ci mento e na carga de grandes arcos parabó licos levou Freyssinet etn meados da dé cada de 1920 a tentar induzir artificial mente a tensão na armação antes de vazar o concreto Poucos anos depois apareceu o concreto protendído tal como o conhe cemos hoje Freyssinet foi o primeiro a paleniear em 1939 esse sistema muitiss i mo económico para grandes vkos uma vez que reduz a espessura da viga em cer ce da metadc pata a mesma seçÉo de con CretO Fg 23 F reyssinet ponte de Plougastel 8reanha 92629 Meia seÇão de um vão ü seçãotransversal do ãpce bb rrostfandD a va fêmea nç nve fe ian e a rodovia no superior Onde o arco e a ferrovià divergem na meia serão é introduzida Uma junta de deflexão a b PARTE 2 UMA HIS TÓRIA CRÍ TIC A 183619 67 CAPITULO 1 O entusiasmo dos partidários do Heogótica acabou quando eles se viram diante do fato de que faziam parte de uma sociedade que não tPria nem poderia ter um estilo de vida porque é uma necessidade econômica de sua existên cia que o trabalho cotidiano de sua população seja uma servidão mecânica e porque é a har monia do trabalho cotidiano da população que produz o gótico isto é a arte arqu etõnJca viva e a servidão mecânica não pode harmoni zarse com a arte A esperança de nossa igno rância esfumouse mas deu Iugar à esperança do novo conhecimento A história nos ensina a evolução da arquitetura agora está nos ensi nando a evolução da sociedade e está claro para nós mesmo para muitos que se recusar a reconhecilo que a nova sociedade nao serã atormentada como somos pela necessi dade de produzir cada vez mais mercadorias visando ao lucro quer se precise delas quer não que ela produzir a para viver em vez de viver para produzir como nds William Morris O renascimento da arquiferra 1888 Prefigurados pelas obras puritanas e apo caliplicas de Milton c Btakc o filósofo es cocês Thomas Carlyle e o arquiteto inglés A W N Pugin cxpuserarn cada um a seu modo o descontentamento espl ritual e cul tural da segunda metade do século XIX O primcit cru atcu e alinhcuse consciente mente ao movimento cariista do fim da dé cada de 1 831 o segundo era um católico convertido que pregava o retorno direto aos valores espirituais e às formas arquitetóni Notícias de Iugar nenhum lnglaterra 1gss1924 cas da Idade Média Depois da publicação cm 1836 de su8 obra Cvniruis or a paryl lrl between ihr noble eüifie of ihv I4ih and 15iú centuries an t similar huildings o J the preseni üai Contrasses ou um paralelo entre os nobres edifícios dos séculos XIV c X V e edifícios semelhantes da época atual a influência de Pugin foi imediata e abran gente Devemoslhe em grande parte a ho mogeneidade do Neog6tico que afctou profundamente a arquitetura inglesa do sé cul o X lX Carlyle por sua vez em muitos aspectos opunhase a Pugin Seu Paet and f mserif Passado e presente de 1843 era nina crítica implícita ao catolicismo em sua decadência e fazia a defesa de uma cspécie de socialismo patemalista que tinha por modClO o novo cristiarii4mo de SaintSi mon de 1825 linquanto o radicalismo de Carlyle era politica e socialmente progres sista ainda que erú ú ltima znál ise autoritá rio o reformismo de Pugin era essencial mente conser vador e ligado ao direitista High Church Oxfotd MovemenÍ cuja fun dação procedeu em dois anos sua conversão ao catolicismo 1 835 O que Carlyle c Pu gin tinham em comum era seu desgosto pela era materialista Atrtw és dessa sua oposição comum influenciaram aquele profeta da morÍe e da redenção culturais de meados do Oitocentos que íÕi John Ruskin o qual em seu apogeu tornouse em 18ô8 o primeiro professor de belasartes da Uni versidade de Os ford Ruskin que em 1 546 adquiriu ascen dência intelectual cont a publicação do se guido volume de seus Modern Painlers Pin 42 HjSTÕRIA CRíTIC A DA ARQUITETURA MODE RNA fores modernos só começou a se pronun ciar inequívoca e extensamente sobre assun tns socioculturais c económicos em 1853 quando publicou The Stones o Feoice As pedras de Veneza Nesse livro em todo um capítulo dedicado à posição do artesão rela tivamente à obra de arte Rusk in foi o pri meiro a se pronunciar contra a divisão do trabalho capitalista c a degradação do ope rário cm máquina esse lcsio seria rcpu blicado conto panfleto pelo primeiro Wor kings Men Collcge Universidade dos Tra balhadores onde Ruskin lecionou mais tarde Nele após Adam Smith Ruskin com paravn o artesanato tradicional com o traba lho mecânico da produção cru massa Es creveu Para dizer a verdade nào c o traba lho que estã dividido mas os homens t 9 s minúsculOS fragmentos de inteligcncia que sao deixados num homem nào são suficientes para fazer um al finete ou um prego inis se esgotani fazendo a ponta de um alfinete ou a cabeça de um pre go Este era um prolonitamcnto lic sua alí tude etn relação ao omamento jú rcssajtada sere lâmpadas da arquitetura 1849 tende escreveu que a pergunta certa a fazer com respeito ao ornamento é simplesmente a se guinte tÔi feito com prazer Com essa cs pécie de radicalis no kuskin começou a gas sar de sua simpatia pelo aiigticanismo con ser vador paru uma posição muito mais pro i na da de Carlyc Com a puhicaçãu cm I gôU de sCu5 CnsaU5 dC pO i iCa CcOnúWicJ sob o título Liizo iJiie Lrisl Até esse final j Na M ifzdor Nrr ai iinum revelavase en fiium socialista intrans igente Por sua infiucnciu no afirma culiural in glcs através de Piigin Friedrich Overtcck que Pugin descrexeu como nquele príncipe dos pintorcs cristãos e os liazarenos ale mães tornaramse o modelo moral e artístico da confraria prerafaclistu De i ida curtu e inspiração cartista ela se formu corri o in centivo dos imiàos Dante Gabriel c William Michael Rossetti de líolman Hunt e de John Evcrctt filiais cm 1848 Em 1 S5 1 Ruskin afilíouse espiritual mente a esse movimento que tinha como meta a fundação de uma escola de pintura que exprimisse idéias e emnçoes profundas O ideal era criar uma lõrma artistica derixa da diretamente da natureza e não de con vcnçõcs artísticas de origem rcnasccntista Essa atitude eminentemente anticlássica e romântica foi propaguda cm 1550 na revista prárafaelista Th Cerct O gerine Mas a confraria carecia da rigidez e da convicção dos nazarenos Tnnto ela como sua revista eram dcmasiado individualistas para durar muito e por solta de l S53 o Prérafaelismo estaa morto como mo imento coletivo A segunda fase de orieniaçào artesanal da atividade prérafaelisla gira cm torno lo encontro de William Morris c Edward Bur neJ ones quando estudavam em Oxford e rn l S 53 Oxford os fez assistir às aulas de Rus kin c es expôs à influência di fusn de Pugin Depois de se formarem em 1 85f cnvole temse estrcitamcnte cont o poeta e pintor Dame Gabriel Rossetti finalmente colabo rando com ele em 1857 nos murais para o edifício da union Society em ClxtÔrtF t raba lho que dclihcrudamcntc fazia cco uns afree cos naxarenos dc Romii kmboru Burnc loncs i estivesse determinado a ser pininr phs sariiin ii1 tiuriü m esc e iiié Ito ss itii c on se guir conxencer Morris a ir para Liindres ieixanIn seu emprego em Clxford de csta giario tio escritório do arquiteto neogót ico G E Street U m tanto paradoxaliucntc a carrcira dc Mrrix com le cnhista 4ata Ja sua dccisèa em fns Te I 8fió de lrncar n arcjuitcttira yela pintura mas issn tuve le cspc ar até que tcrnlüJasse rle nohiliar seu apartaniento ein Londres para o qftaI ccc üescnl ara sour primci s mócis intnsa mcntc mcdicvnis frmcx c pcst tlus com rimn rcha Essas pcçns dcsprctcnsiosas scr cÍúvida irtspimclas nos i deais artesanats 4c Ruskin íoru n dcse nh0Jas sob a rricnta ção de Philip Webb com quem M ori is tra hklhartt nu cscritório de Struct End I 8SH a cultura dnmértica yrérafaelirfa crista1izn vase pol assim dizer cio único trabalho le Ołj Ą Oø e n tão eĘ F 0 en are fOu şø e fe e s tılo de rà 8do plet ea t Yes sua Nø 0 de se Op O bĘ e ø b e e ø e o4 44 HISTÓRIA C RÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA gridade estrutural e seu desejo de integrar as construções a seu entorno e i cultura lo cal Ele alcançou esses objetivos com um desenho prático um layout sensível do en torno e o uso de materiais ocais acompa nhados de um profundo respeito pelos mé todos tradicionais de construção Como Mor ris seu primeiro cliente e colega da x ida toda Webb tinha um respeito quase místico pelo caráter sagrado de artesanato c pela terra em que em última instância tanto a vida como a arquitetura se arraigavam Mais aÍé que Morris ele era conÍra qualquer uso excessixo do ornamento Oc acordo com seu biógrafo W R Lethaby Webb certa vez se queixou de que uma lareira demasiado elegante era incompatível com o fogo sa grado Não pode haver nada tão distante desse sentimento quanto a interpretação ma neirísta que seria dada da sua concepção por Nenfield e Shaw por exemplo na casa de campo pitoresca tipo velha lnglaterra que o último projetou em Leyswood Sussex em l S66 Todo o exuberante desenvolvimento do movimento inglüs da Free ArchiÍecture das excentricidades de A H Mack murdo e C R Ashbee ao refinado profissionalismo de Shaw Lethaby e C F A Voysey podese dizer tCve sua origem na criação da Red House Em iodo caso essa obra serviu para lançar Morris na carreira que lhe era desti nada e dois anos mais tarde ele organizou uma associação de ariistas prárafaelitas que compreendia Webb Rossetti Burne Jones e Ford Madox llrown ntim atel iê que projetaria e txecutaria sob encomenda qual quer coisa de murais a vitrais e móveis de bordados a trabalhos em metal e madeira O objetivo como no vasto mobiliário dese nhado por Pugin para as casas do Parla mento nas décadas de 1530 e 1840 era a criação de uma obra de arte total Era o que com Íod8 a modéstia o prospecto da firma explicava Adianiamos que com essa coo peração o trabalho deve ser necessaria mente muito mois completo do que se um artista sozinho viesse a ser empregado da maneira usual À parte o precedente esta belecido por Pugin a fundação desse atelié pode ter sido influenciada pela Art Manu factures organização criada por Henry Colc com o pseudônimo de felix Summerly em 1845 De qualqucr modo o artesanato pre rafaelita que ate eniao se produzida espon taneamente agora adquiria um caráter pú blico É significatÍVi 9 e o primeiro traba l ho vendido nas dependências londrinas da firma fosse um jogo de mesa em vidro de senhado por Webb Com a prosperidade do amei ié em l8ó4 Morris sentiusc paradoxalmentc compcli do a deixar a idílica Ited House e a estabe lecerse deficit ivamenie em Londres Um ano depois passou a direção da firma a Warrington Taylor a fim de se dedicar ex clusivamente ao desenho bidimensional e à literatura as duas atividades que consuini riam o resto da sua vida Gs primeiros pa péis de parede de Morris datam desse perío do do mesmo modo que os primeiros tra balhos com viÍrais de sua autoria e de BurneJones Os modelos de Morris va riavam da decoração persa ilustrado na Grumniui oJOrii inient Gramática do oma mento 1 S5ó de Owen Jones ao estilo medieval que ele adotou naturalmente em seu trabalho com vitrais produto para o qual teve uma demanda constante o inrio que limitada durante toda a sua vida A Morris Marshall Faulkner e Cia alcançou reconhecimento público em 1867 com a Green Dining Rotm ou salão de chá que Webb desenhou para o museu de South Kensington hoje Victoria and Albert Mu seum de Londres A sala era inteiramente rnobiliada e dccorada por Morris e pelos ar tistasartesãos de sua firma Depois disso Wcbb comcçou a dese nhar e executar por conta própria grandes encomendas domésticas que culminararn com sua última grande casa Slanden cons truida perto de East Grinstead Sussex 1h9l 94 com mobiliário fornecido como de costume pela firme de Morris Morris en volveuse cada vez mais com a Jitcratura da UMA HISTÓRIA CRÍTICA 4S qual tentou expurgar todas as pala ras de origem latina produzindo cm mca1os la década de 1870 longas traduções das sagas islândicas alcm de numerosos volumes de poesia romfintica de sua autoria Nessa épo ca a Islândia medieval parecia ser o lugar nenhum final por que seu espirito idealista ansias enquanto pcrmanccia confinado à realidade ind triat do século XIX O ano de 1875 foi um divisor de àguas na vida de Morris A firma foi dissol ida c reorganizada como Morris e Cia sob seu controle exclusivo Morris começou cntào a aumentar o número de especialidades que ele próprio c por conseguinte a firma po diam executar Aprendeu soxinho a arÍc la tinturaria e de tecer iapetes e em 1 577 abriu em Londres um shue roviii para divulgar cus produtos A partir de entài além de di rigir a firma e desenhar c produzir toda umn gaiiia de papiis de parede cortinados e tapcçarias as preocupações de Morris tor naramse gradativamente mais públicas c menos poéticas c artcsanais Ele parccc ter sentido que era seu dever encarregarse publicamente dns causas socialistas e prc scrvacionisias de Ruskin que àquela altura sofria das faculdades mentais Assim em 1577 escreveu seu primeiro panfleto politi co e fundou a Sociedade dc Proteção das Construções Antigas urna tcntativa bem sucedida de frustrar a intenção de sir Geor du desenho para u política A intervalos fre qiicntcs TIC kDú morte cm 1 b96 escreveu e publicou ensaios sobre temas ligados ao socialismo à cuttura e à sociedade come çando por seu ensaio fourierista de 1B85 intitulado Herr We Livv und He rr de Hight Lt v Como vivemos c como deveriamos vi vcr e cuminandc cm seu famcso romancc utopista Vrni lou owúrit Notícias de lugar nenhum de 1891 Para os geraçóes futuras para o sócio de Morris Walier Crane para o protegido de Ruskin Mackmiirdo e para os principais discípulos de Shaw Lethaby E S Prior e Ernest Netston pura o proprio Shaw c para genÍc relalixamcntc indepcndcntc co mo Ashbee e Voysey a posição um Íanto contraditúria de Morris era patentemcnte clara Acima de tudo estava sua visào utópi ca de lugar nenhum uma terra em que o Lstado tinha desaparecido de acordo com a profecia inarxista e em que a distinção entre a cidade e o campo ilesaparcccra A cidade não mais ex istia como densa entidade física e as grandes realizações da engenharia do século XIX haviam sido desmanteladas o cento c a ábua eram mais uma vez as úni cas fontes de força e as hidrovias e estradas erais os únicos rneius de transporte Urna sociedade sem dinheiro nem propriedade scm crime nem castigo sem prisão nem parlamento em que a ordem social depen G ge ilbcrt Scott de restaurar ou melhor re construir parcial mente a abadia de Tewkes bury Na dúcaJa que se seguiu ã rcorganiza çfio de sun firma Morris dividiu a vida cm partcs iyuais ente a política e n rsign pro duzindo durantc esse periodo de acordo cont seu primeiro hiógrafo Mackail mais de 6U0 desenhos de tecidos variados Em 1883 porém Morris começou a ler as obras de Karl Marx c riliouse à Federação So cialDemocrata IiJcraJa por Engcls ao Ia do de sociaTistas engajados como Eleanor Marx e Edward Aveling l3ois anos depois saiu da Federação e fundou a Liga Socialis ta desviando quase tudns as suas energias dia apenas da livre associação de grupos familiares dentro da estrutura da comuna Finalmente urna sociedade em qtie o traba lho se baseava na oficina associada a piif fe ou Uerkbiind c cm quc a educação era lirc c corno o priprio trabalho nüoobri gatória Essa visào socialista ingênuo contraste va fortemente com o contexto em que Mor ris vivia e com a inconsistcncia latente de scu pensamento Havia sua prispera firma um fenômeno de UJsveJuirr por excelên cia cujos xariados artigos de luxo eram consumidos pela classe média alta havia tambini seu socialismo extremamente radi cal muito poucri coerente com suas propen 46 HISTORIA CRITICS DA ARQUITETURA MODERNA sos aa9 UiCéfS inatas uni socialisino revo lucionário toialmcnte inaceitàxe1 para sees seguidores mais liberais como Ashbee ha y ia cnfini para os socialistas fabianos co mo para os arquiieÍos na tcoria c na prática dc Morris a sugestào melhoradora da cida dejardin conło Korma dc urbanizaçüu a ba scarsc na yuilła ou ccnpcrafia arÎsanal como mcio dc realizar nào apenas o traha lho mas também a reforms e a reeducaçào sociais cvolucionistas c assim pradatîva mente loprar algum recunhccimcnto pùbli co para ambas Em contrasts com essas amplas inquietações probr e ssistas emburu um tanto inquietantes havia a fobia latcntc do frsign de Morris e tàto ainda mais crí tico sua obstinada recusa a chegar a um acordo com o método industrial atom dc sua at iiude ambigua para nào dizcr husÍ il em relaçño a toda arquitetura posterior ao século XV Nao apenas o passado clássico era condenado mas as próprias obras con iemporàneas afins cram reccbidas com in diferença singularnieilte os excelentes de scnhos de Webb nunca tbtivcrain dc Morris um reconhecimento pùblico Serra o ccleiis mo de Webb excessixo para Morris Seriam os elementos clśssicos e eJ isabeianos incor poradus as casas dc Webb cntrc 1879 c 159 I rz is Ic Ruskin Lm 11177 cumcçnu a proje tar por encomenda do especulador imobi liârio Jonathan T Carr casas par a o primci ro subćtrbiutardim situado nis nrredorcs rcidentais de Londres As casas de tijolo ver melho e telhado em vertente de telhas dessa aldciujardim de classy inćdia alia conhc cida como Telford Park foram cantadas na irreverente Balacłu ch öelfoi 1 Park publi cada na St lorries i Gunvtte cm 1881 Aqui as árvores sáo verdes as tijolos vermelhos E limpo o rosto de gente Construiremos aqui nossos ardins ele disse No estilo da boa Rairha Ana Aqui constrJirei uma aldeia Com ajuda de Norman Shaw Onde a gente teră uma casta C orreta e estética existéncia A construçăo com tijulos cstcndeuse até iiicsnio i igreja signi ficati vamctitc sc cularizada pela ausüncia de forma xerti cal mrna estrutura que embora executada nuns vago cslilo ncogòtico exîbia audacitisameu tc urea lanterns à manes ra dc sir Christopher Wren As pn metres casas de l3ed ford Park foram construídas em 1576 com projeto dv oi9 uiíez jIfionistv E W Godwin Stuiw su uln motive suficiente para sun hosli1idide ccdeu a ele em c 1877 x3riofl arquiłctos IN Em todo caso o historicismo dv peńodu dificilmentc pnderia susientar a linha anti clássica be Morris Nc iníc1o da dćcaJn Jc l d70 arquitctos rnundanos como Shaw jà estaani manejando e classicizando no con texts urbuno o csÍilo QUüen 9 uc etc Webb e Nesficld tinhwn desenvolvido a par tir has fradiçñes doméstìcas i glesas e holu desas Antes dc sua total convcrsào ao cstilo neogeorgiano no iiiicio da década de 1890 Shaw eslabeleceu nut rCspcİăveł precedents para a adoção dc min formato clússico embo ra maneirista na cidade como a Scan Hou se Chelsea 1d7577 e um conveniente for maio livre e pitoresco no campo como Pier repoint em Frenshain Surrey 187675 Apesar de toda a sua sofistica Shaw em infiuenciado pelas inquietações sociocultu trnbalharam sob a sua iiifluênciu durantc a dćcada seguinte inclusive no finn Voyscy Fig 28 gedłord Park Lundres rnustr ardo a igreja de St M îiael cle Sr aw 187982 O subúrbo prooi1pico UMA HISTORIA C RÍTICA 47 que construiu uma notável casa ciii ãlie Pe rante em 1890 Fm 11175 Shaw publicou scus Sken he fim Cttugv und Ctlher Biiilüinge Í Esboços para casas populares c outras construções Lssa obra muiÍo influente era ilustrada com vários desenhos de casas operàrias dc vários tamanhos Também incluía a tipologia es sencial dc edifícios públicos para uma al deia comunitária autônoma ideal como es colas prefeitura asilo e um pequeno hospi tal No ano seguinte as primeiras cidades jardim patcrnalisÍas surgiram Bournil1c em i3irmingham fundada por George Uad bury e projetada por Ralph Heaton c or mas Foi em grande parte o modelo de Bed ford Park que W 11 Lever seguiu quando menos de dez anos depois em 1855 fundou Pon Sunlight A evolução do mos imento da cidade Jardimna iiltima dccada do século esteve intiniaiiiente tigada ao deseno1viniento do movimento ArÍs and Crufls Conforme foi apresentado Eur Ebcnczer fJoaard cm l89g essa politica social combinavc a disscmina çiic urbana com uma colonização rural e um goven o dercentralizadn Como complemen to ün moximentn cooperativa ele prupunha que essa cidarle devcria obte sua renda de urna coiTibinaçao equilibrada de indíistria attricu1tura Howard poslulava o apoio dos sindl catos no financiamento das habitações a prii priedadc cooperativa da terra o plaiic inv en to gtiibat e uma reforma moderada Fixos o taminhu ideal tla ciiladejardim üm 3200 hahitanes tendo além disen seu crcscinlcnto restrü gido por um cinttlrão verde quc a isolava dada cidaJc deveria ser regional mente localizada como núcleo saté lite de uma cidade grande c ligada a ela por tretn Pressi fcinra a cidadejardim coinple iue0taxa as tentativas de melhorar mediante a reforma social as condições de vida e tra but ho do prolctariado industrial Ao oltar dos Estados Unidos cm 1876 Howard en volveuse cum os circul os socialistas frc qüentados por Bernard Shaw e Sidney e Beatrice Webb um grupo que mais iarde conto socialista fahiano inicialmente rejei tos a idéia da cidadejardim A posição de l lowar em consonância ctiiri o espí rito do fabianisino se não com a leira era ao mes inc tempo prática e melhoradora O próprio título dc seu livro de 1 g9R Tinuri i Penrejiil Poth ii Rvil RrJiiin Amanhã um cairiinho pacífico para uma verdadeira rc foriiia anunciava sua posição de homem cngajado Howard csiava empenhado com a livre empresa dentro dos limites do controle social c propiciou uma aproximação gra atual mais cout a refortiia do que com a açào revolucioníria Além da Sit Georges Guild criadn por Ruskin em 1871 l4onard iria dcpcndcr para o modelo sociopoliiico de sua cidade de pensadnres tão diversos quan to o anarquisla Piutr Kropotkin c o cconr mista americano Henry George que em seu Piigi eee und Povertv Progresso c pobreza l h79 defendem um imposto único sobre toda renda fundiária Howard era igualmen te eclélico ao derivar a forma diagraniáÍiCa de sui cidade de fontes tào variadas quanto a cidade ideal de James Silk buckingham Victoria 1 849 e a proposta da Grande Via Vitoriana de Paxton t 1 855 É difícil imaginar algo mais distante dti diagrama inicial de Hnward do que a realiza ção da cidadejardim de Cetchworih inicia da em 1904 A estrada de ierro divide a cida de ao meio a zona coiriercíal c exposta ao tempo c a indústria misturado cont as áreas residenciais de urna maneira total mente uti lilària Seus arquitetos Raymond Unwin e Barry Parker tinham ao que parece pouco a oferecer a Howard salvo débeis ensaios no estilo de Shaw e Webb O subúrbiojardim de HampsteaL projetado jor Unwin em l 9l7 teria sido igualmente insípido não fos se sua colaboração com Lutyens Scguindo a tradição Arts and Crafis de Co1e e Morris Mackmurdo fundou a Centu ry Guild em 1882 Mais uma vez essa coo perativa comprecndia um grupo de artistas empenhados no desenho c na produção de objetos domésticos Desde o inicio Mack mvirdo trabalhou com iguai facilidade como 4ô HITÔRIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA arrisca gráfico e como designar de papéis de parede e móveis Divulgou suas idéias em colaboração com Selwyn Image fundando o grupo de d6Sf n da Centuiy Guild em 1882 e sua revista The Hobby Horse O cavalo de pau em 1884 Em sua arte aplicada do início da década du i 8go kinurdo de senvolveu um estilo único antecipador do Art Nouveau um estilo que diretamente derivado de William Blake estava espiri tualmente em confronto com as formas ele gantes mas severas de sua arquitetura Es se seu estilo encontrou sua mais rigorosa expresslo na originalíssima casa de cober tura p 9 ue construiu em Enfield em 1883 e em seu eslande muito mais de acor do com o gosto geral da exposição da Cen tury Guild de 1886 Em 1887 Ashbee seguiu o modelo coo perativo jà bem estabelecido ao fundar no East End de Londres o Guild of Handicraft que incorporava em seu programa o objeti vo da reforma social direta Ela foi estabele cida com o propósito expresso de empregar e treinar de maneira útil artífices e seus aprendizes que de outro modo ficariam de sempregados Como podemos julgar pela casa que construiu para si em Chelsea em 1904 Ashbee eia um designer mais delica do e correto do que Mackmurdo Com a ex periência que adquiriu corno professor em Toynbee Hall após se formar também esta va mais comprometido com a ação social direta enquanto meio de reforma No entan to embora profundamente influenciado por Morris e Ruskin divergiu de ambos por causa de sua antipatia dogmática pela má quina e de seu socialismo revolucionário Em oposição a seus predecessores mais m diGais 6hbee denominnuse socíalista cons trutivo Depois de conhecer Frank Lloyd Wright na vimda do século consolidou sua crença em que a solução do dilerna cultural colocado pela indústria moderna dependia de uma utilização adequada da máquina Como Howard Ashbee era um homem en gajado Defendia a descentralização das con centrações urbanas existentes e de suas ins tituições também apoiando por isso a liga ção entre o movimento Arts and Crafts e a idéia da cidadejatdirn De novo seguindo Howard Ashbee permaneceu adversário da nacionalizaçâo da lerra Convencido de que a funçâo cultural do trabalho artesanal era a individualização humana Ashbee temia os aspectos reducionistas do socialismo ra dical Assim mais tarde ele saudou a fun dação da Internacional Socialista sobre a rocha da mça Em lugar daquele apoiou um estilo um tanto datado de reformismo social à Disraelí e em conseqüência depo sitou indevida confiança nas virtudes do imperialismo británico Nào fazia parte do tempemmento de Ashbee um forte senso da realidade econômica de modo que sua pre ciosa Guild of Handicrafi estabelecida co mo uma comunidade agrária artesanal em Chipping Campden Gloucester em 1906 fracassou apenas dois anos depois Um acio nista respondeu ao apelo de Ashbee para novo aporte de capital com as seguintes pa lawas A aldeia de Cadbury em Birmingham é ex celente no que diz respeito às casas e a toda a vida fora das horas de trabalho mas as moder nas condições de produção barata e o pleno uso de maquinaria reinam supremos nas horas de trabalho eles humanizaram o ócio vocé ten tou humanizar também o trabalho Esses objetivos sociais ambiciosos nào eram a preocupação de Voysey discípulo in dividualista de Mackmurdo Em 1885 Voy sey alcançou uma força e uma simplicidade de estilo que a maioria de seus contemporâ neos não conseguiria atingir Ele derivou seu esiilo muito mais dos princípios de Webb de respeito aos métodos tradicionais e aos materiais locais do que da inventividade e do virtuosismo espacial de Shaw Num pro jeto niiorealizado de casa datado de 1885 destinado à sua residência Voysey formii lou apesar do madeiramento aparente à Shaw os componentes essenciais de seu es tilo um telhado de ardósia com beirais sa UMA HISTÓRIA C RITICA 49 lienies suportes das calhas de ferro focado e paredes de massa grossa com janelas hori zontais acentuadas em intervalos por su portes inclinados e chaminés Essas formas iriam caracterizar seu trabalho nos trinta anos seguintes Estilisticamente a arquite tura de Voysey era uma tentativa direta de recuperar os méritos básicos da casa do pe queno proprietário rural inglés No entanto sua associação inicial com Mackmurdo in troduziu um elemento fluido e altamente so fisticado em seu trabalho que se tomou manifesto em seus papéis de parede e nos desenhos para objetos de metal por volta de 1890 Esses detalhes deram um tO 9 e espe cial em seus interiores de resto austeros Ao contrário de Morris Voysey era dotado de um senso de comedimento que chegava a ser excessivo Assim ele estipulou que ou os tecidos ou os papéis de parede podiam ser decorados nunca ambos Sua casa The Orchard construída em Chorley Wood Hert fordshire em 1899 exemplifica o vivo co medímento de seu estilo de interiores ba laústres gradeados inundados de luz corri mãos baixos azulejos em volta da lareira mobília simples de carvalho e tapetes gros sOS Enquanto esses elementos eram repeti dos com pouca variação ao longo de sua carreim seus desenhos se tornaram menos figurativos com o passar dos anos e ao passo que sua mobilia da fase inicial tendia ao orgânico suas últimas peças baseavam se em teotas clássicos Entre 1889 e 1910 Voysey projetou cer ca de quarenta casas muitas das quais trans cendiam o historicismo latente de seu estilo Entre elas a residência do artista para J W Forster consumida em Bedford Park em l89D a Sturgis House em Guildford 1896 e a Broadleys no lago Windermere sua me lhor casa realizada em 1898 Em nenhum outro projeto ele alcançou a clareza deste a generosidade de seu desenho e de sua vista e a audácia de sua massa e aberturas Em tudo isso a influência de Voysey foi tão ex tensa quanto sua carreira C R Mackin tosh C H Townsend e os vienenses J M Olbrich e Josef Hoffmann foram alguns dos arquitetos influenciados por seu trabalho Durante a primeira fase da carreira de Voysey o movimento Arts and Crafts inglés foi firmemente instituciorntízado primeiro com a fundação em 1884 do Art Workers GuilÕ estimulada por Lethaby e outros mem brns do escritório de Shaw depois corri o estabelecimento em 1887 da Arts and Crafts Exhibition Society presidida pelo protegido de Morris Walter Crane Os últimos vinte e cinco anos do movimento anteriores à eclo são da Primeira Guerm Mundial são insepa ràveis da carreira de Lethaby Depois de tra balhar por doze anos como principal assis tente de Shaw estabeleceuse por sua conta em 1895 com o projeto de Avon Tyrrell uma grande mansão na New Forest Cinco anos depois estava instalado com George Framp ton como primeiro direior da Central School ofArts and Crafts de Londres Assim à parte sua breve carreira de designar o papel de Lethaby no movimento Arts and Crafts girou em torno de sua notável capacidade de ensi no Em 1892 publicou seu primeiro livro Ar chitecture Mysticism and Myth Arquitetura misticismo e mito em que demonstrava co mo a arquitetura do passado sempre se inspi rara universalmente em paradigmas cósmi cos e religiosos Tentou incorporar esse sim bolismo à sua obra mas seu argumento geral parece ter tido um impacto ao Dabalho de seu colega E S Prior cuja famosa casa de planta borboleta The Bam construída em Exmouth em 1897 apresentava alguns tra9os decididarnente simbólicos Plantas borboletas semelhantes foram propostas por M H Bail licScoii para Yellowsands em 1902 e para o subúrbiojardim de Hampslead em 1908 Com sua passagem ao ensino Lethaby voltou sua atenção do conteúdo poético ao problema de desenvolver o método correto para a evolução da forma Assim em 1910 ele afirmava contra a autoconsciência poé tica A construção tem sido e deve ser uma arte imaginativa poética até mesmo mística e mági SO HISTORIA CRITICA DA ARCUFfETURA MODERNA Fig 29 Voysey Broadleys Cambria 1898 ca Quandõ existe nas pessoas e na época a poesia e a mágica aparecem nas artes não há nadã positivo em dizér vamos fiüristruir edifí cios mãgicos Para Lethaby a tradição a que ele esti vera ligado pareceu de repente esgotada ÚIlimo de uma longa linhagem de socialis tas neogóticos na virada do século esteve defendendo o funcionalismo puro Em 1915 en 9u anto ajudava a organizar a fundação da Design and Industries Association ele ins lava seus colegas a olharem para a Alema nha e para 8 Deutsche Werkbiind que apon tavam o caminho do futuio Quando as primeiras tormenlas provoca das pela guerra de 1914 assolaram a Europa a idade de ouro das casos de tampo ideais inglesas anunciada por Webb Shaw e Nes tield e realizada em seu maior exotisino nas elaboradas criações Country Life de Edwái Landseer Lulyens e Gertrude Jekyll encer touse definitivamente Na verdade essa era ierminara anies nurria torrcnte de grandes casas nêogeorgjanãs conitruidas como Ro ben Furneaux Jordan observou para aqueles ricos estetas que após a guerra dos bôeres trocaram suas espadas por açóes de minas de ouro Independentemente desse triunfo do neapaladianisino no gosto eduardiano ã paixào de Lutyens depois da viradado sécu lo pelo que ele chamava de Wrenaissan ce é improvável que as formas e õs ideais do movimento Arts and Crafts inglés tivesse sobrevivido ao trauma sociocultural du primeira guerra industrialiZada em grande escala Issp pode ser percebido no destino da Liberty Co depois da guerra pois o holo causto de 1914t 8 efetivamente cortou como urita guilhotina a produção artesanal da firma No espaço deuns cinco anos o incen tivo rigor e o brilho de sua praiaria Art No veau deu lugar a uma decoração baseada na banatidade da porcelana azul no rnobiliírio Tiidor e num pastiche do vidm colorido pseu dopréiafàelita A Liberty Co acabaria optando p9r esse estilo degenerado inclusive em suas novas instalações construídas em 1924 com projeto de E T Hall e E S Hall Essa loja de dcpartamentis com rnadeira Tmcadilho combinando o nome do célebre arquiteto inglês sir Christopher Wren 16321723 e penaissan ce RenâscénÇã N do T mento à vista sinteiizava o Chamado Stock brokers Tudor que em várias versões do mésticas degradadas marcaria as recémcons truidas variantes ligando Londres às regiões dormiiório suburbanas que iriam se tomar sua essência vital Enquanto isso Lulyens elevado agom ã posição de arquiteto laureado oficioso do Estado viuse preso a uma evolução que não podia nem sequer proporcionar o luxo relativamente modesto de suss primeiras casas de campo corri seus jardins pequenos mas complexos projetados por Jekyll por exemplo sua Prioresque Tigbourne Court de 1899 A medida que o século avançava o abandono por Lutyens do gosto pelo Pa ladianismn espirituosamente expresso pela primeira vez em sua casa Nashdom de 1905 encontmria sua culmínância na sole niriad e de seu memorial aos mortos britâni cos em Thiepval França l92d e na anti quada monumenialidade de sua primorosa Casa do Vicerei em Nova Delhi 1923 3 t fig 200 Nesses dois brilhantes monu mentos neoclàssicos Luiyens ronunciava implacavelmente à herança do Arts and UMA HISTORIA CRITICA 51 Ciafts Seria diCcil imaginar algo mais dis tante da visâo utópica de Morris do que es ses austeros monumentos isolados no meio de planas e estranhas paisagens Lugar ne nhum nào se materializaria agom na casei ra revivescência por Morris da guilda me dieval mas antes no arco erguido em me mória de uma gemçào martirizada e numa vista barroca dando para um império que já estar a pnnto de ser perdido Fig 30 Lutyens arco de Thepval Pirardia T 924 CAPÍTULO 2 Poderia dizer que seria ótimo para nosso bem estético se pudéssemos evitar Completa mente o uso do ornamento por alguns anos de modo que nosso pensamento pudesse se concentrar intensamente na produção de ediff fios bem formados e agradáveis em sua nudez Nós nos absteriamos por força assim de mui tas coisas indesejáveis e aprenderiamos em contraste como é eficiente pensar de maneira natural bemdisposta e saudável Aprendería mos porêm que o ornamento t mentalmente um luxo não uma necessidade pnis discerni riamos tanto as limitaçoes co 9 ande valor de massas nãoadornadas Trazemos romantis mo em nós e sentimos um desejo Iouco de exprimilo Sentimos intuitivamente que nossas formas fortes atléticas e simples vestirão com n6tUral faCiidade as roupas com que sonhamos e que nossas construções assim trajadas com vestes de poética estatuâria semiocultas por assim dizPr em produtos seletos do tear e das minas serão duas vezes mais atraentes como Jma sonora melodia vestida COf i vozes harmo niasas Louis Sullivan O armamento na arquitetura 1B92 1 prédio neorománico da Marshall Field Wliolesale Store um projeto de H H Ri chardsoniniciado em 1R85 c conc J uído em 1 887 um ano depois dc sua morte lõi o ponio de partida das importantes realiza ções da dupla de arquitetos de Chicago Adlcr c Sullivan Antes de se tornar assistente de tJankmar Adlcr cm 1 d79 de quem viria a scr sócio projetista cm 1 h8 l Louis Sulli Adler e Sullivan o Auditorium e a grande ascensão 18861895 van recebeu uma educação um tanto varia da formalmente em duas prestigiosas aca demias cm cada uma dâs 9 s permaneceu por pouco menos dc um ano nu M lT em 1872 e depois no ateliê de JAE Vaudre mer na Escola de BelasArtes Paris cm 1874 Entre esse xaivem acadêmico Sulli van trabalhou por um ano no escritório de Frank Furness em Filadélfia um ano que se revelaria crucial em sua carreim nào ape nas por causa de sua expcriencia com o esti lo góticu oricntalizado de Furness epi sódio que texe um efeito duradouro etn sua abordagem do ornamento mas também porque conheceu o joxem c intelectual ar quiteto John Edelman que o apresentou depois de l H75 ao stahlishmvnt arquitetó nico de Chicago primeiro para William Lc Baron Jcnney que mais Íardc seria o pionei ro da construção com estruturas de aço em sua Fair Store de 1 592 depois a Dankmar Big 31 Chicago 1898 vista para oeste do M chigan 8oulevard No cento n 2 o Ariditoriom Building ver 54 HISTÓRIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA Fig 32 Jenney Fair Store Chicago 1 89091 Detalhe de construção com esTruura de aço antiirtcendio Adlcr A cultura incomum de Edclman que inclui a opiniões anarcosocial istas derisa das de Morris e Kro F otkin infiuenciaram o desenvolvimento teórico de Sullivan evi denciado em seu Kinderyarten Chats Con versas de i ardimde in U ancia de 19 0 1 No início de suas carreiras Adler c Sulli vaipreocupavamse em satisfazer às exigên cias prenientes de uma Chicago cru pleno de serivovimenlo no pccsso dc ser rerons miida depois de sua destniiçào pelo incên dio de 1871 como capital do Centrooeste Em fins da décacka de 1 d70 enquantn Adler aindz estava se esiabetecendo Sullivan traba lhasz para Jeiiney faiiiliarizaiidose assim com os aspectos técnicos da construção em Chicago Em seu ensaio de l92fi Thr Auto hingiaph v of nn Idea A aiitobiuprnfia de uma idéia Sullivan fala das poderosos for ças que levaram a esse método de construir O edifício comercial de grande altura surgiu da pressao do preço dos terrenos o preço dos terrenos da pressao populacional a pressão populacional da pressão externa Mas um edi flcio de escritórios nao podia erguerse além da altura praticável por escada sem um meio de transporte vertical Assim a pressão chegou ao cérebro do engenheiro mecânico cuja imagina ção criadora e cujo esforço diligente criaram o elevador de passageiros Mas era inerente à natureza da construçao de alvenaria fixar um novo limite para a altura e como suas paredes cada vez mais grossas camiam o solo e o espaço de piso a preço cada vez maior como a pessao populacional crescia rapidamente Essa ativi dade de erguer altos edifícios em Chicago aca bou Chamando a atenção dos dirigentes de ven das locais das oficinas de laminação do Leste e seus engenheiros foram postos para trabalhar As oficinas de laminação tinham produzido ha via algum tempo aquelas formas estruturais que durante mJito tempo foram usadas na constru çao de pontes Portanto seu ampo já estava preparado para esse trabalho Era apenas unha questao de visao comercial baseada na imagi nação e na técnica da engenharia Assim a idéia de uma estrutura de aço capaz de suportar toda a carga foi apresentada a titulo de sonda gem aos arquitetos de Chicago e foi aceita rapidamente alqo de novo veio â luz Ot ar quitetos de Chicago receberam favoravelmente a estrutura de aço e aplicaramna Os arquitetos do Leste ficaram assustados com ela e nao fo ram capazes de darlhe nenhuma contribuição Como Sullivan icdicava os arquitetos de Chicago du década de l fi8t nàn tinham outra escolha senão dominar meados de construção avanÇadns se quisessem continuar at ivos e embora o grande incêndio tivesse demonstra do a vtllnerabilidade do ferro ftuldido o sub sequente desenvolvimento da estrutura le uço i prova de fogo com sua capacidade de criar vàrios pavimentos de espaço rcntiivcl permitiu que os especuladores explornssciii ao mâximo os terrenos do centro da cidadc Um crítico da F ó Montgomery Scliuytcr observava em l S90 que o elcvador lohrou a altura do edríicio de escritórios e a estrutura ele aço dobroua mais uma vez Antes de l SSô Adler e Sullivan ocupa vamse sobretudo cum pequenas estruturas para escritórios armazéns e lojas de depar tamentos uma atividaile comercial qiic ele vez em quando era variada pela encomenda dc projetos residenciais Esses primeiros di ficios limitados a cerca de seis andares UMA HSTÓRlA C RUlC A Ş5 não lhes dava muita liberdade exceto na ex pressño da estrutura fosse eta de ferro aI venaria on uma mistura de ambos e pouco podiam fazer salvo manipulara ciãssica di visào da faćhada em bøse meio e iopo Tudo isso mudou em 1886 com a enco menda de projełar o Auditorium Building uma estrutura cuja contribuiçăo gîobal para a culiura de Chicago deveria ser tønto tecnoló gica como conccitual O arranjo häsico desse compÍeto de usos mùliipłos era exemplar Pediuee aos arquitetos que instalassem em mcio quarteirăo de Chicago uma casa de ópera gmnde e modcma tendo dos dois la dos onze andares que seriani destinados em parłe a escritÓrios em parie a um hotel A or ganização impar que deram a essœs especifi caçòes incorporava inovações como põr a cozinlia e o restaumnie do hotel no teto de modo que a fumaça nâo perturbasse os hós pedesAo mesmo sempo o próprio auditório dava aaiplas oportunidades pan a imagina çåo iøcnológica de Adler Ele saiisfez d exi gência de capacidade vøriável usando painéis de teto dobràveis e telas verticais que permi 9 iáHditóńo variasse de um tamanho próprio para concertos abrigando 2500 pcs seas a ucta capacidade de 7000 para as con vcnções A confiança do clients na habilida de lécnica de Adter está refietida na descri çäo que o próprio Adler dä da sala As formas arquitetôncas e decorativas en cöniradas nÖ audiiório são nãÖConvenùionais 56 HISTORIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA 1 Fip 34 Sullivan mausolêU da famiIa Getty remitéro de Graceland Chicago 1890 ao extremo e determinadas em grande parte pelas efeitos acústicos desejados Uma série de arcos elíptiCos conCÔntricos efetua a propa gação lateral e vertical do som da abertura do proscénio ao corpo da casa Os intradorsos e as faces dessas superficies elipticas sao ornamen tados em relevo aS lâ mpadas elétricas incan descentes e as aberturas de entrada do sis tema de venti1ação são uma parte efetiva e es sencial da decoraçao Foi dada grande atenção ao equipdmento de calefação refrige ração e ventilação O ar fresco raptado no topo do ed lic o é mpeido pala o meriot da construção por um ventilador de 3 metros de diâmetro Esse sistema elimina muita poeira e fuligem do ar f Um sistema de dutos leva o ar para diferentes partes do auditóro para o palco para os corredores fojers e camarins O movimento geral do ar é do palco para fora e do teto para baixo Há dutos que vao das aberturas situadas na vertical de todoc as degraus dos assentos aos exaustores Adler era talvez o último arquitetoen genheiro a demonstrar sua competência num vasto âmbito técnico Ele dominava um semnúmero de dificuldades do condicio namento de ar do auditório à irave armada de aço que suportava seu inferior acústico da acrimodaçào de um complexo palco pi ralório ao projeto de amplos fiçeir tanto para a ópera como para o hoÍel Todo o con junto era abrigado numa enorme estrutura de alvenaria e ferro engerihosamenic esta bilizada durante a construção de modo a compensar u carga diferencial de suas fun dações A estética desse complexo de onze an dares baseavase na atenuação da sintaxe da Marshall Fietd Stote de Richardson En qunnto Richardson usara blocos de pedra bruta em todo o prédio Sullivan vanou o material de revestimento do Audiioriuin Boil ding para modular seu tamanho e sua mas sa passando dos blocos brutos para pedra apafelhada lisa acima do terceiro andar No entanto a frieza c a austefidade do resulta do firtal constemoii Adler qive escreveu em g92 E pena que a severa simplicidade exigida pela política financeira dos primeiros tempos da empreendimento a profunda impressão deixa da pelo Marshall Field Building nos diretores da Auditorium Association e uma reaçâo ao gosto costumeira por efeitos altamente decorati vos por parte de seus arquitetos tenham se combinado e assim privado a parte exter na do edifício daquelas graças tâo caracte rísticas de seu tratamento interno Nào obstante hà algo de vig oroso orde nado e rítmico em seu cariter global ao mes mo tempo 9 u e a colunatn da varanda do ho tel no lado do lago encotiÍra eco na torre e m motivos dedicado s semelh a G ntes deli cado toque de orientalisrno nessa varanda anÍecípa o sentimento decididaniente turco da Charnley House Chicago que Sullivan projetaria em 1892 em estreita colaboração com seu assistente Frank Lloyd Wright Richardson viria a ser a influência deci siva no estilo inicial de Sullivan Nas màos deste o uso muito bem modulado que Ri UMA HISTORIA C RITICA 57 chardson fazia do romfinico é brutalmente simplificado num estilo quase neoclíssico que se desenvolveu primeiro em sua Walker Warehouse de 1 888 e em seu Dooly Block de 1890 São estes sem dúvida os edifícios bem formados e agradáveis em sua nudez a que se refere em seu Or n oment and Archi recrure de 1892 A partir de então a delimi tação da massa era realizada por Sullivan por meio de molduras lineares e cornijas sa lientes pronunciadas As janelas são agru padas em arcadas alongadas enquanto as facludas lisas e vigorosas sào articuladas por episódios decorativos ordenados Os mausoléus das famílias Getty e Wainwright desenhados em 1890 e 1892 sintetizar a consolidação e o refinamento dessa aborda gem traduzida em grande escala no Wain wright Building concluído em 1891 em St Louis Missouri Como no trabalho do ar quiteto vienense Otto Wagner a austeridade básica das esmituras estereométricas de Sulli van opiinhase à omamentação que as enri quecia e articulava Mas ao contrário do or namento fluenle de Wagner há sempre algo decididamente islâmico na disposição da decoração por Sullivan Mesmo onde seu ornamento não é intrinsecamente geométri co é quase sempre conudo numa forma geométrica Sullivan procurou reconciliar com esse recurso à estética e mesmo ao conferido simbólico do Oriente aquele cis ma da cultura ocidental entre o intelectual e o emocional pólos que ele associaria mais tarde ao grego e ao g6tico Entre o Audi torium e o Wainwright Biiilding a caracte rística da omamentaçào de Sullivan alterna entre o organicamente livre e a conforma ção ao contorno de tima geometria precisa No Transportation Building para a Exposi ção Americana Mundial de Chicago de 1893 ela é predominantemente geométrica ou quando livre estritamente contida numa moldura geométrica Como Frank Lloyd Wright escreveu em seu livro Genius and ihe Mobocracy O gênio e a nclocracia 1949 essa cristalização finalmente al cançou sua fomia definitiva no Guaranty Buildíng de Sullivan consiruido em Buffa lo Nova look 1895 Nào podemos creditar nem a Sullivan nem a Jenney a invenção do arranhacéu se por esse termo quisermos dizer simplesmen te uma estrutura que se ergue por vários pa vimentos pois essas alturas já haviam sido alcançadas com tijolos antes de Sullivan construir a estrutura do Wainwright em par ticular no prédio de dezesseis andares de Burnham e Root o Monadnock Block Chicago 188992 Podese creditar a Sulli van no entanto a evolução de uma lingua gem arquitetônica apropriada à estrutura de grandes alturas O Wainwright Building é a primeira afirmação dessa sintaxe em que a supressão das vergasjá evidente na Marshall Field Warehouse de Richardson é levada à sua conseqüência lógica A fachada nào mais com arcadas é articulada por pilares reticulados revestidos de tijolo enquanto as vergas são recuadas e revestidas de cerâmi ca de modo a fundirse com as janelas Os pilares nascem de uma bem ordenada base de pedra de dois andares e terminam abrup tamente numa comija maciça e omada de cerâmica Quatro anos depois Sullivan apu rouessa fórmula expressiva em sua segunda obraprima o Guarany Building O Guaranty Building é Sullivan no auge de sua força é sem dúvida a mais consuma da realização dos princípios que ele esbo ços em seu ensaio de 1896 The Tull O ce Buildfng ArtistfCã llV COnSidered O edifício de escritórios de grande altura artisticamente considerado Em seu edifício de escritórios de treze andares Sullivan criou uma estru tura decorativa em que em suas próprias palavras o ornamento é aplicado como in clusão ou intemipçào embora quando completado possa aparecer como tendo surgido da própria substância do material pela ação exterior de alguma força benéfi ca A cerâmica ornamental envolve o exte rior numa filigrana opaca cujos motivos penetram até mesmo no metal ornarnentado do saguão Apenas as janelas de vidro plano e as paredes de mármore do térreo sIo isen 58 HISTÓRIA C RfTICA DA AfIQUITGTURA MODERNA Fig 35 Adler e Sullivan Guaranty Building Buffalo 1895 tas desse tratamento intenso para não dizer delirante Sullivan como o seu discípulo Frank Lloyd WrighÍ viase como o criador solitário da cultura do Novo Mundo Sob a influência de Whitman Darwin e Spencer e inspirado em Nietzsche via suas construções como ernanações de uma força vital eterna Para Sullivan a natureza se manifesiava na arte através da estrutura e da omamentação Seu famoso sfogun a forma segue a função encontra sua mais cabal expressiio na comija contava do Ciuaranty Building onde a força vital omamental na superfície dos pilares que dividem a fachada se expande um torve linhos em torno das janelas circulares do ético refletindo metaforicameiTte o sistema mecânico do edifício que para citar Sulli van se compleia e faz a sua grande volta subindo e descendo Essa metáfora orgânica era estabelecida numa fotma mais funda mental na significincia que Sullivan atribuía à semente alada do sioômoro o germe que aparece na primeira pígina de seu discurso sobre o ornamento arquitetônico d System of Archiiectural Ornanienr Accnrding with â UMA HISTÓRIA C RÍTICA 59 Philo nyhv rf ben P vr Um sistema de ornamento arquitetônico coerente com a ti losofia dos poderes hvimnnos publicado em 1924 ano de e na morte Sob essa ima bem Sullivan colocou uma legenda nictzs chiana O germe é a coisa verdadeira a sede da identidade Em scu delicado mecanismo está a vontade de poler cuja função t procu rar e por rim encontrar sua plena expressão na forma Para Sullivan como para Wright cssa forma só podia evoluir na milcnarista c de mocrática América onde surgiria como uma arte que vivcrá purque serà do povo para o polvo c psln povo Como autodesignado yr tüta crmural da democracia Sullivan foi am plamente ignorado Sua cultura igualitària uhmidecliada fõi rejeitada pelo prôprio povo Sua iJsistência mórbiJa na criaçà de uma nova civilização ciimparávcl à dos assi rios em particular como era expressa no delírio e no comedimento coexistentcs em sua arquitetura trienializada deixava as pcs soas confusas e alhetas Desarraipadas cm sua esscncia e vivendo em meio à depressao económica à beira de umn fronteira elas preferiam a agradável distração de um bar roco importado a Cidade Oranca os símbo los da plenitude irnperialista da costa leme 9 Hee foram tào sedutorainente aprcsen talos na Exposição Americana de Daniel Btirnham de 1893 Essa rejeiçàn abaieu o moral de Sullivan e apesar de um resto de brilho sua força começou a dccliiiar Sepa rado de seu parceiro urbano Adlcr perdeu o controle de seu destino profissional de mo do que depois da virada do século recebeu poucos encargns Entre cstes devemos assi nalar seus inventixos cxccnwicos e orna mentadissirtios bancos do Centrooeste do período de 19071919 e u Viu nü rrif a beiii proporcionada inagnificéncia e a vita lidade ornamcntal dii profütica loja de de partamentos Schlesinger and Mayer hoje Carson Pirie Scott construída em Chica do entre i 899 e l 9tl4 CAPITULO 3 Quando em meus verdes anos eu olhava para o sul da maciça torre de pedra do Audito rium Building um Iàpis na mao de um mestre o rubro fulgor dos conversores Bessemer ao sul de Chicago me arrepiava com um sentimento de terror e romance como as páginas das Ml e uma noites costumavam fazer Frank Lloyd Wright A natureza dos materiais Architectural Record out 19Z8 Essas palavras escritas por Wright acer ca do seu periodo de formação junto de Adler e Sullivan nos primeiros anos da dé cada de 1 890 sugereiti a exótica visão que inspirou o io icio de sua carreira a transfor mação da técnica industrial por meio da ar te No entanto que forma essa transforma ção poderia adquirir estava longe de ser claro para Wright na virada do século Co mo seus mestres Sullivan c Richardson clc oscilava entre a autoridade da ordem clássi ca c a vitalidade da forma assiméirica Apis a maneira senhorial e urtiana de Norman Shaw Richardson adotam um estilo assimé trico para os ambientes domésticos cn 9 uan to rcscrvava o modc simttrico B7â It ITIã1O7 parte de suas instihiições públicas No en tanto as casas de Richardson sempre apre sentavam uma densidade unificadora e sem pre que possível ele tentava adaptar a gravi dade românica do estiio Segundn Império de Vaudremer e lrunsformúla num estilo apropriado no Nova M undo Mesmo etn suas primeiras casas de madeira certo sentiincii to de peso imçrcyna as fachadas de túbuas Frank Lloyd Wright e o mito da pradaria 18901916 enquanto em seu trabalho doméstico poste rior como na Glessner House de Chicago 1 bd5 onde as tábuas cederam lugar à pe dra a composição assimiitrica era imbuida de uma irrefiitavel monumentalidadc Essa monumenialidade parece ter sido igualmente prohlcmàtica para Sullivan c para Wright Sullivan já usara formas mo nunientais em seus matisoléus das famílias Gctty e 9ainwright da década de 1 890 mas scriam elas tnmbém adequadas às moradas dos vixos A solução inicial parece estar voltada para uma fórmula duplanienie arti culada de Clássico c pclra na construção urbana e Cótico c tábua na consÍruçáo ri ral Wright que era virtualmente o encarre gado do trabalho doméstico de Sullivan de pois de 1 d9U demonstrou esse principio Analista primeiro em sua própria casa cons truída em 1889 naquela que ainda era a pra daria da mitologia americana o nascente subúrbio de Chicago Oak Park depois nn oriental irado e ital íanizada Charnley Hou se que projetou cnm Sullivan para o centro de Chicago em 1 íl92 A casa de Wright deri vava tanto no perfil quanto na planta como Viccnt Scully nuislrou da planta crucifor me e em T das casas richardsonianas em fei tio de pirâmide que na época Bruce Price estava construindo em luxedo lark N ova York Para Sullivan e Mright i vem cultura igualitária do Novo M undi não podia se basear em algo túo pesado e cnnvencional mente católico quanto o románico de R i chardsoii Em conseqüência eles se volta rain yara o trabalho 4e un colega celia Owen 62 HISTORIA C RT1CA DA ARQUITETURA MODERNA Jones c uja Car aiiiHar rf minoria Granià t ica do ornanianto tÒta inicialtnentc publi cada en 1 856 Ma is le scsscnta por cento dos cxemplos nrnamcntais de Joncs cram exúticos isÍo i de origcm indiana clv incsa egípcia assiria ou celta c toi a cssas fontcs que Suilivsn o mi 1 t remonrorani em s busca de um csi ilo apropriado ein que pu dessein corporiflcar o Novn Mundo lsso ex plica nào apenas os motivos islàiTiicos en contrados na obra de Sullivan rnas tamhóm a dccoraçào semícírc mar de ficçào cientí fica da snla de jogos do cstúdio de W righi cm Oak Park 11 875 J um mural represen tando utn 5rabe recostadc peirificado dian te da musa celestial de uma civilização nas cente da em Rivcr Forest 111 ínois cm 1593 o pro blema de desenvolvcr um formato igualita rio mas apropriado fui provisoriamente re sol sido fomeccndo dois aspectos distintii iuenie dríerentcs sendo a fachada da ma on rlrhana simétrica e recuada em ei o e a fachada do jartim on rural assimétrica e recuada de um lado tissa so1uçao antecipa a estratégia de projetar üU frairie Stylc o Estilu Padaria de Wright cm que disttirçõcs irregulares para Íràs de uma l3chada formal acomodam convenientemente ingredientes desclegantes como as partes de ser viço Qu e a W in s J ow Hous e er a um trabalho de transição confirmao claramente a mis tura de ia nclas parte de guilhotina partc de batente A í como Grant Cnrpenter Vasnn escrcxeu em Iiaiit f1if Wi ight tu 19111 Frank Clcyd Wright atc 1910 de 195 b 4right começou a descartar a janela de guilhotina em fnvor da de batente para pre parar seu trabalho de iiiudança t mal das ja nelas em pontos paru as janelas em f aixa Enquanto o característico iclhotio de pouca UMA HISTORIA CRiTiCA 63 inclinaçiit do Estilo Pradaria aparece aqui pela primeiro vez a animação das superfí cies com faixas de ornamentos e cornijas li neares à Sullivan atcstuni a influência per sistente do mestre de Wright A elevação or namentada da entrada deriva claramente dos mausoléus de Sullivan do início da di cada de 1 590 enquanto o guardafogo ar 9 cado da lareira do vestíbulo é uma versào introsertida da fachada do teatro Schiller de Sullivan Essa cnfase inicial nas lareiras atesta ou ira influência mais crítica a da arquitetura japoncsa que Wright sofreu comu ele pró prio admite desde l R90 e certamente des de a Expnsiçào Mundial de Chicago em 1593 quando o governo japonês abrigou sua mostra nacional numa reconstrução do tem plo Hooden O papel qtic essa estrutura podc ter representado na evolução de Wright íõi muito bem caracterizado por Manson Se admitirmos que o atual confronto com os conceitos japoneses foi a referência requerida em certo ponto de sua carreira para dar á sua arquitetura uma direção final e inequívoca muitos passos da evolução de Wright se tor nam racionais em vez de metafísicos São exem plos a tradução do roLonama elemento per manente do interior japonês e centro das ceri mônias e da contemplação doméstica em sua contrapartida ocidental a lareira e a expansao da lareira atê adquirir uma importância ani mista a franca revelação da alvenaria da lareira e da chaminé como expressão de abrigo enfa tizada como a única substância sólida desejável n um interior de crescente fuidez a abertura para fora a partir da lareira em direção a ãreas cambiantes de vidro em seus limites externos a extensão das grandes beirais acima delas para modificar P controlar a intensidade da luz que elas deixam entrar e protegêlas do tempo a subdivisão do interior em suas diferentes uni dades per b ombos em vez de divisórias vali dando e acomodando assim os usos humanos flutuantes que Ihe são propostos a eliminação de qualquer remate esculpido e envernizada em favor de superfícies planas de madeira sem pintar tudo isso e muito mais pode ter sido sugerido pela lição do Hooden como melho rias benéficas até então faltantes ou nãodecla radas Qualquer que seja a procedência final do motiio rk numa na épocn de Winslow House a larcira embora estivesse prevista a calefaçào central tomarase um núcleo ce rimonial da casa mais imporianie do que fora na casa de Oak Park do próprio Wright de quatro anos antes Mas cm 1593 Wright continuava sem adotar um estilo exclusivo tanto que ainda podia projetar uma fchada totalmente clássica como para a biblioteca de Mil aukcc Uuis anos depois ampliDu sua casa acrescentando um estúdio naquele estito quase précolombiano que seguindo Manson fomos levados a considerar como seu estilo Froebel uma propensão geomé trica supostamente influenciada pelo im pacio dos brinquedos de Froebel em sua educação Por volta de 1895 ele também produziu dois projetos surpreendentemente radicais os escritórios Luxfer Prisni total mente cobertos de vidro e a McAfee House que era uma engcnhosa rcinÍcrpretaçào do yri de Richardson em sua Winn Memorial 1 ibrary de 1 575 A essa altura Vright parece quase dc sesperado por chegar a um novo estilo seus edifícios públicos ainda sàn parte italianiza dus parte richardsonianos enquanto suas residências passam a caracterizarse por te lhados de pouca inc1inaçao eqitilibrados em varias alturas em planos assimetricos alongados Sao típicos desses dois modos seu prédio de apartamentos Francisco Tcrta ce e suas residências Heller c Husser tidos construídos em Chi cabo entre 1895 e 1 599 Wright levaria leais dois anos para re sol ver todas essas várias influéncias naque le estilo residencial integrado com o qual ele iria expressar seu mito da Pradaria e so bre o qual escrc cria em I90g A Iradafia tinha uma be leza própria e deveríamos re conhecer e acentuar essn beleza natural sua tranqüilidade Portanto coberiuras salien 64 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA td0DERNA Flg 37 Bok Adusa para a Dana House projetad a pir Wright Springfield III t902 tes terraços baixos e fora paredes conti guas isolando jardins privados O surgimento definitivo do Estilo Pra daria coincidiu com a maturidade teóriCa de Wrighi como se manifesta em sua famosa conferência de 190 Í The Art and Craft of the Machine A arte e ofício da máquina que ele pronunciou pela primeiro vez de ma neira deveres apropriada no Jane Addamss Hull House Settlernent em Chicago Toman do como ponto de partida seu desespero ju venil ao ler o romance de Victor Hugo No rrr Dame de Paris 1832 em que o autor concluía que a imprensa acabaria eliminan do a arquitetura Wrigbt rebalia dizendo que a máquina podia ser utilizada inteligente big 38 Wright Martin House Buffaki gJ4 mente de acordo corri suas próprias leis co mo agente de abstração e purificação pro cessos pelos quais a arquitetura poderia se redimir dos danos da ipdustrializaçào Ele levou seu público a contemplar o pavoroso panorama de Chicago como uma máquina gigantesca e concluiu com e exortaçiio de que era aquela a coisa em que as forças da Arte devem insuflar o frémito da idealida de UMA ALMA A partir do início da década de 1890 o cscultor RiChard Bock serviu de iconógrafo dessa alma isto é atuou como o criador de imagens de Estilo Pradaria de Wright Os primeiros trabalhos de Bock em seu simbo lismo natuml aproximavamse do estilo eu UMA HISTÓRIA C RITICA 65 r1peu da Sccssãc c cunlplctavam os aspcc tos sullivanescos resi ditnit da obra de Wfight Depois de 1900 porém sob a influência de Wright a escultura de Bock tornouse cres ccntemente abstrata como fica evidente na Utfso que ele criou para a Dana House de WrighÍ 1902 Essa figura situada no hall de entrada era pintada como reunindo os elemenios absiratos de uma máquina cultu ral exótica peça por peça O Estilo Pradaria de Wright cristalizou se finalmente nas plantas dc residências de senhadas para o Ludies Home toni nal em 1900 e 1901 Seus elementos estavam agora estabelecidos um plano tcrreo aberto conti do num formato horizontal que compreende tel hados de pequena inclinação e itiuros li mitrofes baixos sendo o pcrfil buixo deli beradamente integrado ao sítio em foric contraste com os chaminús verticais e os vo lumes internos de pédireito duplo No en tanto nessa época Wright ainda està hcsi tante cm rclaçíío ao perfil oscilando entre u densidade richardsoniana de sua Hcurtlcy H ouse de 1902 e a leve estrutura japonesa de sua Hickox House terminada em Kanka kee t linois dois anos antes Essn cisàu cntrc expressão monol ítica e ariic ulada resol veu se quando Wright co meçou a trabalhar para a familia Martin de Üg 39 Vvnpht UntyTempe Oak Peck fI 1904 06 u 40 Wright Larki Building Bufl8ls 1904 ESpaço central env clraçaclo cmprcsúrins tJc ItufTal O Larkin Ut i Idi c a Martin Imude amhos construíJo9 em I 04 yara Darwtn D Start donn rt Larkin úJil íJrJer tn reprcsentaJJ o sui gimento do estilo n adurc de right Fu ren imcdiaa ncnle scguiJus la pri uira iagcin le riIJt au Japa úe I JTñ c ja reulizaçac tic sa prfmcira cnxtruçan de cnncretn n L Jlr fciJlpl ent Uak Park lllinois 1906 A essa aJiura a base cJíass ica coberta de toques exúticos fora transfor mada n um estilo p ópria de Wriyht rHn estiln único que lgc cütaria dispunicl no kurnpa graçns as frfll de sLin hra publicados pnr WüSmutI c berlim em 66 HISTÖRIA C RUICA DQ A9QUITETURA MODERNA As obras primas Je 1904łJ6 uma casa tltTla İgrcj 8 C UITI CdÍfit io de cscritórios rc velam todas o mesmo S isÍemø arquiletô țj i re ligiosa Sen objetivo como o de m Titus de seus contempo rùn eos eurnpeus era a coJj sumaçäo de um ainbiente toÍal co A Martin House é a primeira obrø de e afetando tocla a so ciedadc abrangendo Wrig ht nurna sua exaltaç ào ubsessiva ISso exp licaria plant a xadrez Semelhante s a r t1c u T açõe s qu8 tlfíCul adas de suportes e VB2ÏOs ocorrcin nœ moral e espirimøl q juõa de inscrîçùes d0 Ìar como cntr ser projctado com a volumes principais du Unity Tent ple c do Larki n Bu i î ding m uił o e mbor a a İgrej a seja centralizada em dois eixos e u e dificia de oscritôrios s cja cs truturad o cm tornu de um ôÓ A mbos Cssen edificios públîcos mmpre endcm u m só esp aço interno ilum inad os dc beta colocadas nosdv públicos do cultu e do Írabalhn lSSO elTț lälłú tanibüm ex lİCa a decep çào de Wright quan do tcndo descnhado o mo biliário do escrilório de Lark in nào the foi permitido redesenhar os telefones E essa címa c rn dead os dc galerias dos quatrn la mesma in tcnçâo quę embeleza a enłrada servidas por escadas cm cada canto as elevações da igreja n as Jc todos os Iädoii simbolízando a uni caía de do edificio onde os fun cionárii s zelosamente por uma ca ataque um relcvo simbólico de Bock cont a dade ao passo que as do Larkin Building difcrcm nos fades maiores e menomsAlGm dc serem vańaçñes mu nume ntai1 Jome sno ãftİdo ar quiretõni co ambos us edificios fo ifiScriÇào paternalism Ø trabalho honesto iião iieccssita de ams a simpler justíça n3o necessita de í5CrilVOS O mesM o espírito idcalista sc manifesta no dcsgosto de Wright rant precursores dc e ngenhosos sistemas de diante das nO Larkin l3uil c onsole ambiental O Un y y pi e gp pado COm calefaçào a ar quenie díRg qp p rigs lc seu uso COtid İêtlìo E les escrcve amargamente da dirçs Jr rirwa ĘOf li2bŁłlaÇõ es embuiidas kin Bu í I ding for um dos distribuido enquanto a Lar n unca hes ilaram IÎI fazcr a lteraç ñcs insen fiałaS ø qiiilo era 2PCÏIBS łYtûis um de seu de escritórios dotados dado que o ar era c îdo priiTieír os edificios de ar conü ic îona do 3fédİ0S fabris Apesar de sell pøtøøiø i ø dFtÍSł İGO Martin obviamcnte nšo podia fȘ zcr r estriç òes à organizaçào e à adminislra Nvsscs tPôbulhos Wright o UTI I Łátin pa çăo de ecus escritóriosp tS s 3g p p it d recîa ímprcgnar sua visăn de ma nova viJa 8 I tlfTl Sntİdo universa I dv sagrado que podia o lOcal de tr nballlo permaneciu sua purezu vulnerâvcl Vkl del SčtC Iîtm c ntt do lar famil tar ao sacrø n Alto dO tlßbaThu e eta c asa da assCmhlćia I ig 4 wr lgł RObi House Chicago 1 goros fiOS d itamcs da pruduçào Nessc s anos fértcis Wn ght mo ntava cuj dadnsamen te um atejiê de técnícos e arlis UMA HISTORIA C RITICA 67 is 42 4 3 Wry1t Midway Gardens ChiCarju 1â 4 Prima code ongitudinal mms rr tlo n es1ariranc Icsqucr dat c a paco cobeitodire a abaixo vista qeral d har aoa ivrc cm seu apogeu tueirtcsãus pam projetar c realizar sua i nhcirii Paul Mueller o paisttpisto Wílhelm eiístii Calherine tfitcriag os esculturas Ri cllarri l3octi r Altùnsu lanelli c o talcntoso lli lando Giannini que irabalhoii confeccio riutdo os vicliÓs e tecidos de WiiphÍ n partir pactti quadriculado simétrico c adquirem 1 9ti5 cm kacine Wisconsin c u maie pura 66 HISTÓRIA CRITICA DA AROUITETURA MODERNA formulação que Wright produziu de urna ca sa simútrica e com frontào O Midway Gardens de 1 914 foi o ú lti rito trabalho conjunto da equipe de Wright em Chicago Com o hotel Imperial de Tó quio constitui a derradeira tentativa feita por Wright em seus primeiros tempos para estabelecer sua visão como expressão uni versal Construído no curto lapso de noven ta dias pelo sempre engenhoso Mueller o Midway Gardens era como Wright afir mou uma resposia social à paixào pela dança Baseado no bar ao ar livre das ccr vejarias alemâs era a corporificação de uma nova instimição social e tomou a forma de uma seqüência de terraços escalonados ax ialmentc centrados no palco coberto para a orquestra numa extremidade e ligado por arcadas laterais a um complexo formado pelo restaurante provido de galerias e o jar dimdeinverno situado na outra Sob mui toc aspectos foi a tenuttiva mais convincen te de Wright no sentido de voltarse para uma cultura popular Como tal dava ampla liberdade à retórica do seu Bstilo Pradaria com Bock e lanelli desenhando figuras re mates e relevos e Giannini fornecendo os vidros Dentro havia grandes relevos e mu rais abstratos abrangendo elementos circu lares concüntricos que eram reminísccncia da excéntrica idéia de Wright de decorar os jardins com balões de gás coloridos amarra dos no teto A subcultura da Pradaria de Wright es gotouse como estilo hermútico no edifício do hotel Imperial de Tóquio durante os mos 19 l 622 Essa estrutura derixnva tanto em planta como em cortc do Midway Gar dons O restaurantejardimdeinverno do complexo de Chicago rcaparcce como audi tório e hall do hotel enquanto as arcadas laterais do jardim são transformadas em alas residenciais Os muraís e os relevos in ternos também desenvolvem temas do Mid way Gardens ao passo que os acessos em galeria do hotel lembram os terraços do seu café Longe de um contexto americano Wright buscou afinidades com a tradição da alvenaria local empregando para tanto um perfil ialudado e aineado executado em ti jolo e revestido com pedra de Oya Interna mente essa pedra vulcánica era modelada de maneira a fazer alusâu aos perfis pré colombianos como fora feito nos blocos do Midway Gardens Essas referências exóti cas tornarseiam a fórmula teatral das ca sas hollywoodianas que Wright projetou na decada de 1920 No hotel imperial elas re dundaram numa petrificação dessa cultura do Novo Mundo O fato é que o hotel Imperial seria apre ciado tanto por sua engenhosidade estrutu ral como por sua arquitetura pois boa parte do crédito por sua milagrosa sobrevivência entre as ruinas do terremoto de Tóquio de 1922 foi dado ao engenheiro Mueller NãO obstante é de todo condizente com esta úl tima obra da primeira fase da brilhante car reira de Wright o fato de ter sido clogiada por Sullivan que pouco antes da sua morte em 1924 escreveu em termos místicos so bre a sua sobrevivência Ela está de pc hoje intacta porque foi pensadoconstruída para permanecer Nào foi urna imposiçoo aos japoneses mas uma livre contribuiçao pam os melhores elementos de sua cultura CAPITULO 4 Em arquitetura há dois modos necessários de ser autêntico Podese ser autêntico de acor do com o programa e autêntico de acordo com os métodos de construção Ser autêntico de acordo cOM O FO 9 rdma é cumprir exata e sim plesmente as condiçôes impostas pela necessi dade ser verdadeiro de acordo com as méto dos de consiruçãa é empregar os materiais de acordo com suas qualidades e propriedades As questóes puramente artísticas de sime tria e forma aparente são apenas condições secundárias na presença de nosscs principios dominantes Eugêne Violletle Duc rnfref ens sur Iarchitecture 186372 Para o grande icórico francês da arquite tura tiugüne ViolletleDuc esses princí pios csboçados pela primeira vcx em suas aulas na ÉcoJe des BcüuxArts em l R53 excluiaiu claramente a tradição arquitetôni ca do Racionalismo Clãssico francês Em lugar de um estilo internacional abstrato VíollctleOne preconizava um retorno ú cnn stniçdo regional Suas ilustraçííes para seus knlreticns sur l oirliitrtun Conversas sobre a arquitetura que em certos aspectos antecipam o Art Nouvcau indicam ostcnsi vamente o tipo dc arquitetura que se desvn vnlveria a parte r de seus princípios do Rii cionalisino Estnittiral Para iuxeja de R is kin ViollctleDuc apresentou mais de tim argumento moral file propôs nào apenas modelos mas tamhüm urn müÍolo que em tese libertaria a arquitetura das irreleviw c tas eclêticas do histuricisnio Nessc senti O Racionalismo Estrutural e a influência de VioIletleDuc Gaudí Horta Guimard e Berlage 18801910 do os Entretivns vieram servir de inspira ção para a vunguarda do último quartel do século XIX seu método penetrou nos paí ses europeus em que a influência culruraT francesa era forte mas a tradição do Classi cismo rraca Por rim suas idéias difundi ramse até na l nglaterra onde influencia ram homens como sir George G ilbert Scott Alfred Waterhouse e mesmo Norman Shaw Fora da França sua tese cm particular seu nacionalisino cultural impl ícito teve seu impacto mais pronunciado nas obras do cataláo Antoni Gaudí do tclga Victor Horta e do arquiieto holandés Hendrik Petrus Ber lage Gs escritos de ViolletleDuc Ruskin c Richard Wagner 1bram partc do cabcdal cul tural adorado por Gaudí Á parte essns in fluencias extramcditcrráriicas eua obra pa rece terse originado de dois impulsos um tanto antiiéticos o dcscjo de revivcr a arqui tetura indi cría e n coinpulsáo a criar formas totalmente novas de expressão Nirso é claro á parte sua fantasia fora do comum Gaudí nãu podc ser considcrado único Esse antítese latente em todo o movimento Arts and CYafts refletirse nn ivri celtairlan dás qoe exerceu tão grande influência na escola de Glasgow na década de 1890 Um ieiiiri caralho criniparável surgira em Bar celona ja no dccada de l Sôt1 quando Malri afiriiiovi sua soberania sobre a Caialunha proibindo o uso dii lingua catal3 COnfinado inicialmente à re forma súciopolítica esse renascimento lotte reiv indicou a indepen dência català e embora essa situaçàu nunca tivesse sido sa atit ila tal reixindicoçào de 70 HISTÕRA CRÍTMA DA ARQUITETURA MODERNA autonomia ressurgiu como um poderoso fa iõr ná Guerra Civil espanhola e sinda hoje continua viva Na segunda metade do sécu lo XIX a Igreja apoiava os reclamou de soberania ereformasociàl dos catalâes de modo que para Gaudí não havis conflitos entre sua fé e suas simpatías políticas Tanto Gãudí como Geu patrono o mag nata fiusebl Giiell Bacigalupi industrial Íêxtil e armador alcançaram a maturidade sob a influência do movimento separatista calalão Muito embora tivesseseus aspectos conservadores esse movimento apoiava vários programas de reforma social que eram em grande parie obra da intelectuali dade cãtalà De fato Gaudí fora influen ciado por idúias soiialislas antes de conhe cer Güell em 1882 Imediatamente depois de se fórmar envnlverase iõrn a üonpera tiva dos trabalhadores de Matard que lhe encomendou um projeto de colônia operá ria com casas uma estrutura comunitária e um fábrica das quais só a última foi cons truída em 1878 Logo depois disso Gaiidí começou a trabalhar para a burguesia construindo a etótica Casa Vicens num estilo quase mon risco l 878 Essa casa como a maior parte do trãbaJhõ dd Gàudí atüsta a influenciá de ViolletleDue em particular de Art mete A arterussa 1870 em quê os elementos constitutivos do estilo nacional eram dados como decorrentes dos principios do Racio nalismo Estrutural Na Casa Vicens Gaudí formula pela primeira vez a essência de seu estilo que embora gótiéo em seu principio estrutural era rnediterrânico para nãn dizer islâmico em boa parte da sua inspiração Como AryLeblond escreveu em 1910 Gau di buscava um gótico qüe fósie cheio d luz do sol estruturalmente relacionado com as grandes catedrais catalâs empregando a Fig 44 Gaudi trés etapas da igreja da Sagrada FamíliaBarcelona da esquerda para a direita 898 915 19 18 ü extrema direita Vio1IetIeüuc projeto para urna catedrade seu LÁrt rosse 1870 UMA HIS î OR1A CRITIC A 71 cor cumo os grcgos e os mouros faziam lú gico para a lispanha um góiico meio irari tinio meio continental avivado por rique zas panteistas O resullado disso na Cnsa Vicens ć um pastiche mudejar projetado em torno de unia estufa de plantas que com suas faixas de tijolos scus azulejos c seus mementos deeorativos de ferro cm mais exuberance do que qualquer casa da mesma êpoca ct a Pierrepoint de Shaw em Fren sham Surrey dc 1876 Mas a cstrutura tians ccndc sua cxprcssäo cxótica pcís aquela foi a primeira ocasiăo em que Gaudí usou a era dicional abóbada català on roussilJonesa em que formas arqueadas sào obtîdas fazeii do um ressalto com camadns laminadas de ladrilhos Essa abóbada tornousc uma ca racteríslicachnve de seu cstilo aparecendo em sua forma mais delicada na fina casca cstrulural de sua Escola da Sagrada Familia Barcelona 1909 As primeiras realizações da carreira de Ciaudí säo inseparáveis dos vérios traba lhos que etc e seu colega Francesc Bcren guer projetaram para Eusebi Güell Ø conde Güell era um progrcssisÍa e sua casa dc Barcelona o Pałau Güell que Gaudí proje ton para elc em 188S sornouse a Mcca da intelecÍualidade na década de 1890 Assim coino a Casa Vicens foi consiruida em tor no de uma estufa o Palau Güell foi ergui do em torno de uma sala de mùsica uma tribune dc órgäo c mrna capcla Essc cspaço compósito irtiitava a forma do pátio islâmi co iípico e ncupava toda a seçäo superior da casa Entre as grandes adniiraçöes de Güell dcstacavarDsc Ruskin e Wagner c Gaudí parcce tcr sido influenciado tanto pelas teo rias de um como pelos dramas musicais do outro Em todo caso a reputação de ítuskin estava em seu àpice na virada do século e seu ditame täo compaiivel com o de Wagner dc que o arquîleto que nào fnsse escultor on pintor năo era senäo um moldurciro em grande escala cativou claramente Gaudi Para Güell a transformação global da sociedade deveria ser efetiiada aÍravés da cidadejardim Tcndo isso cm vista enco mendou a Gaudí e llerenguer em I S9 1 o projeto dc uma comunidadc opcrżria para sua fábrica têxtil dc Santa Coloma de Cer velló que ficou conhecida mais tarde co mo Colonia G üe11 fisse projeto foi seq uido dc uma cncomenda em 1900 de um su burbio dc classe média o Pnrque Giiell si tuado na Montaña Pelada que do mina Bar celona um projeto finalmente realizado sein ecu perimetro de casas entre 1903 e 1914 Entrementcs Bercnijuer continuou o desenvolvimento esporádico da Colonia Güell até Gnudi vir sucedêlo em 1905 para cornpletar o trabalho da capela Entăo a carreira de Gaudí como arqtiiteto de igre jas jà começara pois ele assiimira em 1906 n construçào da igreja da Sagrada Fami I ia em Barcelona substiiuindo Juan Mar torch O Parque G iiell de Gaudi surge como uraa cłcsinibiüa cristalizaçào dc sua visîo cxtática Embcra c parquc tivcssc uma vista esyetacular as uyicas construçòes a serem concluidas Iá scriam a portaria a grande escadaria dando acesso ao mcrcado coberto acima c a casø de Gauclí A abóbada ondula da de formas irregulares do mercado é suportada por sessenta e nove colunas dóri cas grotescas enquanÍo sua cobcrtura limi lada por um banco setpcantc contínuo foi concebida para funcionar como arena on palco an ar livrc Essc pcrimetro exótico rcvesÍido de rnosaico termina numa espta nada que por sua vez se incorpora à cons trução naturalista e aleatória feita de cacos áe ccràmica do resto do parquc O próprio parquc era estruturado em veredas serpean tes que onde necessàrio foram consttuidas sobre botaréus abotiadados cuja forma su gere troncos petri ficados O Parqiie Güetl é o primeiro lrabalho de Gaudí a evocar dirctamente por meio do perfi I ondulante de sua arena a imagerri ob sessiva dc siia xida a famosa montanha per to de Barcelona conhecida como Mont serrat De acordo com a lenda medieval ce lebrada por Wagner em Put sițul o Santo 72 HISTORIA Ç RÍTICA DA ARQUITETURA k1ODERNA Graal loi cscondido no castelo de Montsal vaÍ lugar que foi identificado mais tarde com o Monlserrat e seu mosteiro morada do sanÍo patrono da Calalunha Gaudí que trabalhou inicialmente para o mosteiro cm 1866 ficou o resto da vida obcecado pelo perfil scrrcado da montanha Os picos c chaminüs da Casa Milà er quemse acima da quadricula racional de Barcelona como o cimo da face ondulantc de um penhasco gesto ciclópico cujo im pressinnantc sentido de peso parece contra dizer sua livre e delicada organizaçilo sobre iris pátios de formas irrcgularcs Essa con tradição encontro um paralelo na capricliosa supressão da estrutura de aço do edifício atrás de um revestiincnlo maciço de pedra Como no Par 9 Gücll a articulação da estrutura foi sacri ficada à evocaçáo de uma força primitiva Nada podia estar mais dis tante de ViolletleDuc pois ncm a constru tào nem seu modo de montagtn eram ex plicitamente cxprcssos Em vez disso imen sos blocos são laboriosamentc trabalhados Fig 4ó Gaudi Parque GueII 1903 14 Dagrama try 1Sve rSâI m OS Ir órdu a OStfUt Urõ d0 rier du fioUtr tU A colu ata dÔrica abobadada suporta a esplanada Fig 47 Gavdi C aba Miiã 8arcelona 906 10 Fls 45 Guvdi Palau Gueli Barceloa 1888 UMA HISTORIA C RITICA 73 de modo a sugerir a face de uma rucha ero dida pelo tempo Semelhante referência cós mica parece intencional nos balcões de fer ro forjados pelo atelié de Gaudi de maneira a sugerir pedaços petrificados de algas agi tadas pela tempestade Partindo dos princi pios de ViolleileDuc Gaudí acabou trans formando sua matériaprima numa reunião de imagens poderosas cuja força emocional recorda o generti operístico de Wagner Vis ta retrospectivatnerrte a Casa M ità parece antecipar algo do ctos do Expressionismo que logo surgiria na Europa Central fim 1910 sua solenidade simbólica serviu para isolar Gaudi não apenas da tradição do Ra cionalismo Estrutural mas também dos aspectos mais lexes do Simbolismo aquela ijgitaçào de adeuas no espaço que co sti tuem o teor geral do Modcrnismo catalào Sob muitos aspectos a situação em l3ru nelas no final do século era semelhante à de Barcelona Na capital flamenga em acúmu lo comparávet de opulência industrial cor respondia a uma preocupação igualmente obsessiva com a identidade nacional ainda que na Bélgica a riqueza fosse diatribuída de forma mais igualitária e o racionalismo fos se atenuado por uma verdadeim indepen déncia Ainda assim os arquitetos bclgas an siavam tanto quanto os catalães pelo desen volvimento de um estilo realmente moderno mas ao mesmo tempo nacional A vanguarda arquitetônica da década de 1870 acusou n arquiteto acadêmico Josepli loelaert de fal sidade cultural devido a seu Palácio da Jus tiça neoclússico completado em 1883 nào apenas era piranesiano e niegalomaníaco como rambém evocava um passado interna cional e portanto por del inição antiílanien go Do ponto de vista dessa mesma vanguar da o modelo para uma nova arquitetura nativa podia ser encontrado naü tradições lccais da construção com tijolos do scculo XVI que poderiam tazer florescer os princi pios de ViolletleConc Um ano depois da publi caçào de Eiiti rienx Conversas a recemlõrmada Sociéte Centrale dArchitecturc de Bclgiquc deu ini cio a uma vigorosa campanha em sua revis ta LÊmulation A emulação defendendo a criação de um estilo nacional O número de 1872 dectamva O que se espera de nós é que criemos algo que seja nosso algo a que 1EfSS8f11OS ÕEf UIT1 TIOYO HO THR OEHOSR EXOF tados a inventar um estilo E Allart o principal teórico de LÊmulation escreveu mais tarde Devemos tentar em primeiro lugar criar artistas hclgas precisamos nos libertar das influências estrangeiras Du rante a dccada de 1870 LÊmulatinn conti nuou difundindo os princípios de um estilo hipotético que cm seu Racionalismo Estru tural era mais restrito do que o adotado por Gaudí Em arquitetura nada é helo se não for verdadeiro EviÍar o gesso e o estuquc pintados A arquitetura esiá caminhando para a Jccadcncia para uma verdadeira ca cofonia Apesar dessas exortações levou tempo para que se concretizasse um esilo convin cente e nada de importante foi realizado na Bélgica até 1592 quando Victor Horta ini ciou a fase madura de sua carreira com a construçíio do Hõtel Tassel vm BrtihC US Em sua casa urbana de três andares fachada estreita e formato tradicional de terraço Horta foi além das conquistas do inicio de sua carreira tornandose um dos primeiros arquitetos a fazer uso abundante do ferro na arquitetura doméstica Tratou o têrro como se esse imaterial tosse um filarnento orgânico que se insinuasse na estrutura para subverter a inércia da pedra Ao contrário das obras de Eiffel e Coniamin que ele deve ter conhecido na Exposição de Paris de lSfi9 a imagem mais influente por tràs do pecu liar esti lo entrelaçado de Horta era a obra gráfica contemporânea do artista holandés indonésia Jan Toorup Essa ligação sublitilia a importância da pintura para o Art N ou beau briga Toorop era membro do Lcs XX o iníJ ucnte grupo poisimpressionisia cuja posterior reformulaçao como La L ibre Es thet ique deseinpenharia um papet tiinda mental ria difusão dos objetivos c principios dti movimento inglês Arts and Crafis 74 HISTÓRIA C RI DICA DA AhQUITTURA MODERNA Fig 48 Hoa Hôtel Tassel Bruxelas 1892 Na plania aberta do Hôtel Tassel Horta explodiu a tormuta do 6iicf parisiense do século XVIII Ao mesmo tempo em que o vestíbulo uctogonal do andar térreo se eleva va através de um meionivel alô o jardim expandiase latcralmcntc cm um espaçn etc r adjacente coberto por uma sugercstru turu le ferro As colunas livres desse espaço cmbelezadas por aniis de ferro repetem for mas sinuosas do mesmo tipo em todo o resto da obra metálica Das bslaiislnitlas até ns eiicnixes de tuz predomina a mesma estética uma exuberància linear que ecoa com deli cadeza no piso de mosaico no acabamento das paredes c nos painéis de vidro colorido de potts para o salào Contudo apesar desse profuso fioreado os volumes principais são atenuados pelo uso de molduras rucocó que servem para esiabelecer nina relação entre os cJcineiitos iriais cxúticos e a tradição re cebida de Luís XV Um equilíbrio semelhan te e obtido no exterior onde os elementos maleáveis da armadura interna encontram sua expressão discreta Em uma fachada de rcslo clássica os ângulos internos de pedra de uma janela de s arada feita de ferro sào trabalhados de modo a insinuar o impulso da estrutura metilica inferior Na dccada seguinte Horta deu continui dade a esse diálogo entre a fiexibi J idade do ferro c o cariier maciço da pedra usando esses materiais em algumas outras casas urbanas em Bruxelas inclusive nas residcn cias para o químico Sol vay e para o indus trial Van Eelvelde também ciii sua própria casa e estúdio na Rue Amiricainc Indo cons truído antes de 1900 Todas essas constru ções eram elaboraçües parciais do sintaxe do HóÍel Tassel mas nenhuma delae com exceção do Hôtel Solvay conseguiu igualar a simplicidade e a forte impressão provoca das pelo Hôtel Tasscl A Maiscn du Peuple construída para o Partido Socialisia dos Trahalhadores Belgas cm l 8971900 é a obra mais original da carreira de Norma e a única em que cle pare ce ter se sentido livre para seguir os princi pios de ViolletleDuc até sua conclusão ló gica Aqui um verniciilo natixo em tijolo e pedro foi explorado com brilhaniismo de inodt u criar vima arquitetura de construção aparente o trabalho em tijolo foi coerente lnente modulado e moldada pam receber a pedra e esta foi desbastada para receber o ferro e o vidro Enquanto externamente essa tcctonica consistia na expressivo etexzda de um programa complcxo c no deslocamento de urna forma de plania cincava sobre um lncal em declivc internamente ela chetou a uma expressão dramática e extremamente fluida através da estrutura de aço aparente dos volurncs principais os esc riiórios as salas de reunião o anfitcatro para conferên cias c o refeitfrio kisse conjunto ncogótico de tijoio ferm e vidro cocrenie mas estra nhamente não rsolvido loi a realização mais influente de Horta e não viria a ser su perada em seu iilÍinio e mais resolsido en UMA HISTÓRIA C RÍTICA 75 mas tcndéncJas a um classicismo residual que encontmmos Mas obras de Horta En carta a Lt Boileau em I SJ8 Gui mard reconhece abertamente sue divida pa ra com VioIletleDuc Em termos Jccora tivos talvez meus principios sejam novos mas clcs derivam dos que já eram usados jelns grcyos Sú apliquci as teorias üc iolletleDuc sem nte seniir fascinado pela Idade Mcdia Ainda assim Guimard estava preocupado cix chegar ao estilo prescrito pclo teórico franccr comn algo capaz dc harJ onizarsc coin o uso o clima n cspíri tJ nuoiunal c u proyressc que íoi alc0nçado pcla ciencia c pelo conhecimcnfo grútico F assim que cm I V03 escrcvc Fig 49 Hnna Maisnn du Peuple Bruxelas t897 t900 Dealhe da fachada saio nesse idioma sua loja de departamen tos Innovation construítlu cm Bruxelas em 1901 Na França a linha de sucessão que liga Violletle Duc a Hector Guimard passa pelo mestre dc íuimard Anatolc de Baudot que fora aluno tanto de ViollctleDuc quanto de Labroiiste lrir 1894 de Baudot havia pro jetado juntu cc o cngcnhcirn IauI Cottan cin a igreja de StJeande M ontmartre em Paris tinta estrutura de tijr1o reforçadn e ifiiiriii urziü que toi sem dííx ida o maie profundo ciisaio em Racionalismo Estrutu ral até a presente data Em suas primeiras obras parisienses portanto Guimard revela sua divida para com Baudot e Violletlc Diic particularmente na ficole du Sacré Coeur e na Maison Carpeaux no Boulevard Exelmans ambas concluidas por volta de 1 595 Enquanto a primeira um pequeno cdi ticio escolar com suportes em V até o andar superior cra quase uma realização direta da fumosa ilustmçào de Entr rtiene z última tllTtíl üi2síl UFbílDi2 btlFgl4CSi2 fllOStfAVià dS fDCS Para ser verdadeiro um estilo arquitetônico deve ser o produto do solo onde existe e do período que dele necessita Somados á minha doutrina os princíp os da Idade Média e as do Século XIX deveriam fornecernos a base de um renascimento francês e um estilo totalmente novo Deixemos que ns belqas os alemães e os ingleses desenvolvam por sua própria canta Nma arte nacional ao fazüla certamente pro duzirão um trabalho verdadeiro sólido e pro veitoso Pdcmns prcssiipnr que aquilo qtic Üui mard tiniia cm mente a exemplo de Ga uilí c Horta era o dcscnvolsimcnL itin elemen tos constitutivos ele um cslil nacional do modo como o detindia Viol leileDuc Na virada do scculo porem ex istiain pelo re nos trts versões do estilo de Guimard uini expressão livre c rústica que utilizava dife remcs meios e materiais como cncontrada nos clialés que ele construiu entre 1899 c 1908 da qual seu Casie1 llenrietie de 1900 é um exemplo i ipico um estilo urbano de tijolos minuciosamente assentados e traba lho de cantaria draiaiaticametite esculp ido como encontramos cm sua própria casi nu Avenue Mozari em Paris 1910 e por iilt i rno nina nuneira de ferro e vidro aracnóide qu passnu a sei proluziíla cm série puuco depois de 1899 quandn ohtc c o encargo 76 HISTO9tA CRÍTKA DA ARQUITETURA MODERNA Fig s0 Guimard ercrada em ferro e vidro para o metrô Paris 1809t904 Proeçàe vertical lateral e irontaJ fig 1 Guimaid saia de concenos Humbeft de Romans Paris 901 Composta de corte e elevação das estações do metró de Paris As entradas foram construidas com peças de fern inter eambiáveis padronizadas fundidas est for ma de elementos natiualistas a emolduiando o aço esmaltado e o vidro Paradoxalmente estavam mais próximas da expressividade inear de Horta do que do rigor moral de de Baudot e Guimsrd inclusive chegou a tra tar a iipggrafis c a iluminação dessas estru turas corno a sinuosa continuação de sua forma Desde entào nos quatro anos se guintes casas enmiaçôes aparentemente na turais de um fantástico mundo subterrãrien irromperam pelas ruas de Paris tornando Guimord famoso como o criador do Style Métm Essa merecida notoriedade infelizmen te sjudou a eclipsar a única obraprima era mera de toda a carreira de Guimart a sala de consertos Humbert le Romans conclui ôs em Paris ciu 1901 e ücmolidu em 1905 Como a Msiaon du Pcupie de Horta sem dirvida é preciso yer essn sala como uma das principais conquistas do Racioüalís roõ Estrutural O texto de Fernand MasB de de 1902 ainda conscgüt evocar a força de um interior que a não ser por algumas fotos já muito esmaecidas perdeuse por UlvlA HISTORIA CRITIC A 77 suas divisões principais em número de oito suporiam uma cúpula bastante alta atravessa da a exemplo do que ocorre nos lados pol reenlrãncias preenchidas por vitrais de um amarelo pálido através dos quais a luz entra em abundância no interior da sala A estrutura é de aço mas a metal é coberto por mogno O resultado é o teto mais elaborado jamais con cebido por um arquiteto francês Durante as duas décadas que se segui ramà virada do século licou discreiamente cm segundo plano o arquiteto holandês Hen drik Petrus Berlage que conseguiu traba lhar de modo consistente até sua morte em 1934 Ao contrário de Horta Berlage nào permitiu que seus principiis se comprome tessem com os gostos estrangeiros que haviam sido adquiridos por uma classe mé dia arrivista Na Holanda de qualquer mo do a classe média estava plenamente intc grada à sociedade como um todo e a coope ração social era uma segunda natureza em um pais constantemente ameaçado pela inun dação Nesse contexto estável Berlagc Pôde desfrutar de quase cinqüenta anos de traba lho ininterrupto durante uin período que graças à neutral idade holandcsa não se viu perturbado nem mesmo pelas hoslilidadcs da Primeira Guerra Mundial Berlagc recebeu sua formação profissio nal na úidgenoss ische Technische Hoc h xchule de Zurique cm fins da década de 1870 Nessa escola estudou sob a uricnia çào dos seguidores imediatos de Gottfried Semper dos quais recebcu uma educação extremamente racional e tipológica Ao vol tur a Amsterdã em 1881 começou a asso ciarse a P J H Cuijpcrs quase trinta anos mais vcl ho que ele que jà era discípulo e correspondente de ViollctteDuc De acor do com os principios do Racionalismo Es trutural Cuijpers procurava racionalizar seu próprio ccletismo n uma tentativa de de scnvol ver um novo estilo nacional tentati va quc culminaria em seu Rijksmuseum neo tlamengo em Amsterdã de 1 855 Essa obra inCuenciou fortemente Bcrlage a participar do concurso para a construção da Solsa de Valores dc Amsterdã em 1883 que ele pro jetou cm esliln semelhante com torres e es pigões tendo Theodorus Saisder por cola borador Oozc anos dcjois Berlage foi indicado para a construção da Bolsa apesar de ter sido o quartu colocado no concurso De imediato retornou n projeto trnbalhandoo segundo urna sintaxe de tijulus formando arcrs que havia desenvolvido nesse intervalo primeiro cm uma mansão construída em Groningen em 1894 e depois em um prédio de escritórios erguido em Haia no ano seguinte Essas cs truturas de tijolos neoromânicas e guame cidas de ameias sem dúvida influenciadas pela obra de Richardson nos Estados Unidos foram veículos para uma arquitetura de cons trução explicita um fato que se evidenciava por iiitcirti no complexo de escadas abobada das do cdificio de eserihirios Contudo a despeito de tcda a profiindidade desses pri meiros ensaios evocativos em sua integri dade estrutural do rigor de de Baudot a for muiaçio rinal da linguagem de Berlape de perderia da realização da Bolsa As quatro versões da Bolsa que se se guiram ao projeto inicial representam dife rentes estágios de um úrduo processo de simplificação Ao longo desse desenvolvi mento Bcrlage parece terse deixado guiar por um conjunto de idéias teóricas algu mas de Violletle Duc outras de S n1 per e outras ainda de seu colega Jan Hessel de íroot o criador da escola de estética mate mática de Amsterdã Depois que a Bolsa foi inatigurada em 1903 Berlage começou a publicar sua própria síntese dessas idéias cm uma scrie de estudos teóricos primeiro em seu Gedanken tiver ben Stil in der Buii bauer Rcflexiics sobre o estilo em arquite tura dc 1905 c depois em Gnundlageii im l Entr ic klung dar Archit Liui Pnne ii tos e desenvolvimento da arquitetura de l9Ob Como obscrvou Rcyner Rqnjane os princí pias cssenciais que esses textos enfatiza vam crom a primazia do esyaçu a impr tânciu las paredes cnquanto criaturas de 78 HtSTOftlA CftÍTDA DA ARQUITETURA MODSRNA Figs 5t S3 8eitage Bolsa de Valors Amsterdã Acima segJnda projeto 89õ97 abaixo com0 foi construída 891903 forma e a necessidade de pmporção siste mática A de8tilBção da Bõtsa em sua for ma final assume um significado mais pro fundo quando nos eonscieritizamos das con cepções de Betlage sobre o papel funda mental da alienaria como exposto pela pri meira vez nesses textos Antes de mais n ada a parede deve mr mostrada nua erri toda a concisão de sua beleza e todo que nela esteja fixo deve ser eliminado como um empecilho Ou ambém A arie do mestre construtor está nisto ria criação de espaço e nào rio esboço de fachadas Um envollório espacial ê estabelecido por pare des enquanto um espsço se manifesta se gundo a complexidade da disposição das paredes Em seu refinarnento gradual da Bolsu J3erlage conservou em grande parte o proje to original de três volumes retangulares ilu minados por tima um para cady sala de cámbio alojados em uma maihz ortogonal de paredes de quatro anQares O objetiso gradual consistia em simplificar wee par tida e sua estrutura até chegat a uma forma extremamente austera c com essa finalida de em mente o arquiteto reduziu aos pou cos o número de amperios s lorreúes e len tamente eliminen todas as ciarabóias e qual quer vestigio de alvenaria de pedra regular Em determinado estágio u esquema terri brsva vagamente o Landesmuseuin de Gull que na época sstavg em base de conclu o em Zurique inas no peníiltimõ estágio os focmaswduüdasche mâ suaderngGo final através da sobreposição d üma gcto eia em diagonal que derivgva de Oe Groot Depois todas as mudanas subseqüentes íieita m e r grande parte restritas a o ptxjelo da entrada principal e de sua torre adjacen te toneebidas por Berlage como os grinci pais elementos representativas nào só da cidade como tambêm da irts titjjçâo A estrutura de sustentaçàó da Bolsa de Berlage em tijolo foi cuidadosamente arti culada segundo aa principios üo ttBciono1is mo Estrutural Nõ interior um friso cm no Sõ1tO Ou Umit lãfftpada filigranada nào sào mats que infleXões dentro de grandes volu mes de tijolos onde botatóus de p ra nito à ri guias internos de paredes rtjodi1hões e re màtes de colunas assinalar coerentemente os pontos de irarisferência e suporte estrutu UMA HISTÓRIA C RITICA 79 ral As mesmas pedras de4bastadas que em um exemplo sào susientadas sobre modi lfiões para receber uma mísula de aço em outro articulain a fixação de um arco Oeste modo o cios e a Íógica de V iolletleDuc im pregnam a construção toda como em nenhu ma outra estrutura do século XIX A esse empreendimento a natureza fi losófica do pensamento de Berlage acres centou dimensões que extrapolavam qual quer esirutum individual primeiro no con texto urbano imediato e depois por exten sào ao corpo político côrno um todo Seu modelo de uma sociedade urbana ideal foi inicialmente esboçado ein nina coletãnca de ensaios publicada em 1 910 dos quais um em particular Kunst ce Maatschappij Arte e Sociedades revela com extraordiná ria clareza a profiindidade de seu compro misso sóciopolítico Ainda que para Berla ge o socialismo fosse um artigo de fé fun damental nem por isso ele deixou de aderir ao ponto de vista de Hermann Muthesius para quem o nivel geral de uma cultura só poderia elevarse através da produção de objetos de alÍa qualidade projetados com esmero Por outro lado continuou conven cido da suprema imporiância cultural da cidade e deplorava a tendência desurbaniza dora da cidadejardim inglesa Em 1901 Berlage ieve a opõrtunidade de pór sua teoria uitiana em prática quando a municipalidak de Amsterdã encarregouo de preparar um projeto para AmsterdãSul Para Bcrlage a rua era essenC islmen le uma depen dência cxte a conseqüência necessária da disposição das casas ao longo de sua exÍm sào Essa insistência no recinto pfefigurada na cidade medieval jí fora postuada por erlage em seus projetos para a Bolsa Se gundo Alphand e as teorias do urbanista ale mào Sttibben as qualidades dos espaços das ruas em AmsterdãSul variam cõnforme sua largura e suas benfeitorias As ruas mais lar gas iinham porrems e alamedas arborimdas nos francos as mais estreitas eram simples mente ali nharln s por árvores e pela pavimen taçao Nas interseçóes principais criaramse Fig S4 8erlage 8ofsa de Amsterdã J 897 903 Salao big 55 Berlage projeto revisado oara AmsterdãSul 9J 7 esjaços centralizados que de certo modo guiam os priúcipios de Stübben e Ctimitlo Sitte ver p 18 O conjunto em alimentiido por um sistema moderno de trânsito de massa em forma de bonde elétrico Em l9IS Berlage revisor totalmente seu projeto de modo a acrescentarlhe avenidas em escala tipo Haussmann duas das quais 60 HIT08IA RíTICA DA AROUíTETURA MODERNA convergentes em um setor conhecido como AmsÍellaan foram concluídas com seus ar redores no começo da década de 1920 Sua realização que demonstrou inequivocamen te a preocupação de Berlage com a conti nuidade física do meio ambiente urbano terminou por fazêlo entrar em conflito com a polémica antirua dos Congrês fntemaiio naux dArchitecture Modeme CIAM ins tituidos em 1928 Hoje porém o valor de sua realização urbana parece mais peHinen te do que nunca pois como escreveu Gior gio Grassi a propósito de Amstellaan continua sendo o pontochave dos su búrbios de Amsterdã o ponto onde se expressa com maior clareza o conceito de vida em coleti vidade onde o valor civico de cada uma das partes se funde de modo a criar uma visto uni ficada que por preocuparse menos com as moradias perfeitas de Certos experimentos ra cionalistas em seu conceito nuclear de mora dia expressou bem os valores da cidade E reco nheceu nao só a necessidade física dos habi tantes de lazer e descanso como tambêm seu mpuIso para formar comunidades e assumir nesse ato um símbolo de vida CAPÍTULO 5 Charles Rennie Mackintosh R ZI Escola de Glasgow 18961916 No segjndo andar de um modesto edifício vamente acl emal cs comn a Escola do As na grande e esfumaçada cidade industrial de sombro por Gleeson White redatorchefe Glasgow há uma sala de estar surpreendente ic The SiiiJio Esse sucesso repentino pre sente branca e de aspecto imaculado As pare ccdidn ycr uma exosição de sua obra da des o teto e a mobilia têm a beleza virginal do fase estudantil em Lic c em I tf95 foi rc cetim branco A nota dominante é o branco confirmado pela aceitação em 1896 do branco e violeta Da parte superior de duas projcto de fvtackintush para a nova Escola grandes placas violeta que formam centros de de Arte de Glasgow cujas obrs sc inicia mesa pendem longas gatinhas entremeadas ram no ano seguinte de pequenas esferas de prata velha Os Quatru vinham fazendo peças üc O tapete e a janela de vidro de chumbo mobiliaric desde I84 razão pela qual o ar também são violeta e a mesma cor está pre tigo de Gleeson White em Fár Siudi sente nas molduras estreitas de dois belos de 1897 púJc ilustmr além le seu trabalho sPnhos gráfico placas üe metal em relevo hatido a Na tranqüilidade do estúdio entre um martelo espelhos castiçais e reloyios cria pequeno grupo de plantas e misturadas aos ro dos pelas irm3s Macdonald e armários e es mances de Maeterlinck duas almas visionárias crivaninhas desenhados pnr McNair c em enlevada comunhão nas alturas de um Mackintosh Em tudo Isso Os Quatro ti amoroso campanheirismo flutuar ainda mais nham Iesenvnlido uma sensibilidade que alto nas regiões celestiais da criação para WTtite era a cxprcssào üe um paga nism 9 Mâsc FI1aIigno um estilo que cx E B Kalas Oe a Tamise â la Sprêe lessor dm industries dart 1905 Por volta de 1905 Charles Rennic Ma ckintosh e sua esposa Margaret Macdonalit ja se haviam tomado internacionalmente fa mosos da Ingloterrn chegaram à notorieda de em 1896 quando com Herbert McNuir e Frances Macdonal d irmã de Margaret co mo Os Quatro de Glasguw expuscram seus primeiros trabalhos na mostra da London Arts and Crafts Exhibition Society O impac to provocado por sua obra nessa ocasião foi táo grande quc apesar da desaprovaçào ofi cial de Walter Crane eles foram entusiasti traía seu modo linear da obra gráfico de William Dlakc Aubrey Beardsley Jan Toorop e seu sentimento parte nacionatista e parte simbotista de antigos motivos câm bricos le origem celta e de noms prove nientes das obras místicas de Maurice Mac terlinck e Dante Gabriel Rossetti A arquitetura de Mackintosh iambém ti nha outras origens um pouco menos exóti cas Por intermédio de sua formação na cor rente principal do Neogótico ele adquirida uma afinidade natural com uma sólida abor dagem artesanal dos edifícios Como Philip Webb seus precursores arquitetônicos fo ram os neogóticor de meados do século ho mens como Bultcrfield c Street isto í bas 82 HISTORIA C RÍT CA DA ARQUITETURA MODERNA tante evidente nos primeiros momentos de sua obra cclesiasÍica como u igreja escocc sa de Queen ü Cross em Glasgow 1597 Em sua obra secular porém ele conseguiu mis turar o impulso neogótico com urna aborda gem mais direta em parte proveniente de Voyscy c cm parte da tradição baronial cs cocesa cf os chalés de James MacLaren Fortingall construidos em 1892 Suas pri me iras c últimas manifestaçócs ncssn ma tierra estfio incorporadas na realizaçao gra dual da Escola de Arte de Glasgow Ao longo da evoluçáo de Mackintnsh única e extreniamente influente a obra Ar hitectwe tvz lizi ni siii 1Jyfi Arquitetu ra niisticisino e mito de Lethaby 1d91 vi ria a ier a importante função de um catecis mo nào só por revelar a base metatisica universal de todo o sinibolismo arquitctúni co mas também porque yor ser pmteniente das màus ic Lethaby estendeu u na pontc ntfc dcsprendimento do mundndn mis ticismo celtc c o movimcnto Arts and CraFts mais pragmúfico em sua abnrõagcm da cria ção da fomia A propósito deste último Mackintosh adotou a litihu ruskiniana tradi cional e detendia o ponto de sisia segundo o q nal os materiais modernos como o ferrei c o vidro jnmais tomarão merecidamcnte o lugar da pedra por causa desse deteito a au sência de massa N àn haveria ausência de massa na Ls cola de Arte de Glasgow que foi construída com uiri granito cimento local em vcs le seus lados e corri tijolo rebocado no quarto Contudo apesar do respeito confesse de Mackintosh pela cantaria o xidro e ri ferro estiveram presentes em ubundàiicia nus uin UMA HISTORIA CRÍTIC A 83 plos estúdios voltados para o norte que ocu pam toda a extensão da fachada principal Ao mesmo tempo de um ponto de vista téc nico MackinÍosh conto seu contemporâ neo norteamericano Frank L loyd Wriçht lex tndos os esforços possíveis para incor porar sistemas de controle ambiental cnge nhosos e modernos como o sistema ainda eficaz de catefaçào c ventilatào através de diictos usado na escola desde o início Seguindo a tmdiçào do Neogtiticu Mac kintosh projetou o corpo principal da escola como um invi1ucro de ajustagem folgada con n xoltime do espaço a ser ocupado pe los estúdios dispostos cru quatro andares Essa massa cuja leitura real mente permite que a vejamns como dois pavimentos ao longo de toda a fachada principal foi coni plemenÍada por clcrncntos auxiliares comn a biblioteca c o mttscu situados nas laterais no centro e na patie superior O resultado foi urna planta em forma de E com uma ele vação principal exccntrícamcnte contraba lançada em que deslocamentos sutis tanto da entrada princi r 9 anto das balaustradns do àtrio enperidram ao mesmo tempo leitu ras simétricas e assimétricas Os oitoes das iachadas leste e oeste que descem abrupla mente para a parte posterior do local foram dcixadns cm parte sem decoração ou aber turas para que expressassem a profundidade do espaço dos estúdios Com a ajuda de rcmatcs frontões torreües projetados e janelas cntal hadas esta assimetria inerente confere à fachada leste uma caracteristica abertamente ncogótica que teria sido rcpc 9 fi7 Makintosh Escola de Arte de Glasgaw Biblioteca 905 1909 64 HISTÓRIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA tida na fachada oeste se Mackintosh nãi houvesse alterado radicalmente a concep ção do segundo estágio em 1906 Do modo como foi concluída essa fachada oeste rc presente Mackintosh no auge de seu poten cial Em nenh uma outra obra ele foi capaz de alcançar tamanha autoridade e grandeza Seus trés balcões envidraçados verticais corri sua fenestragem quadriculada servem dra maticamente para iluminar c expressar o xo iume acol hedor da biblioteca e seu andar superior adjacente Construida em dois estágios a escola de arte é um registro do desenvolvimento esti Tistico de Mackintosh de I tt96 a I gõ9 A di ferença entre o fim de entrada à maneira de Voysey a escadaria do primeiro estágio e a biblioteca de altura dupla do estágio final sem dúvida influenciada por Norman Shaw refletem toda a gama de seu desenvolvimen to naquele momento de sua carreira Em poucos anos ele cristalizara plenamente aquela sinuosa sintaxe arquitetônica que usara pela primeira vez em grande escala no projeto dos Willow Tea Rooms Glasgow em 1904 Em contraste com aqueles interio res brancos e flexíveis a biblioteca da es cola de arte ú austera geométrica e executa da em madeim escura por toda parte Há uma qualidade quase japonesa em sua arti culação estrutural Deve ser vista como uma obra de transição a meio caminho entre o período An Nouveau de Mackintosh e a maneira posterior moderna que caracteriza suas obras finais para BassetiLowke O período breve e brilhante violeta c prata de omamentaçào orgânica contrasta da com superfícies brancas lisas geralmen te visto como a pedra de toque do estilo Mackintosli e como tal louvado por Kalas cm 1905 atingiu sua maturidade na viratia do século Já estava plenamente desenvolvi do nn mobiliário e no décor õ ri apartamento de Mackintosh em Glasgow projetado em 1900 Voltou a ser elaborado na seção esco cesa da Exposição da Secessão vienense do mesmo ano e na sala de música construida para Fritz Wárndorfer em Viena em 1902 Fig S8 Mackintosh Hill House Helensburgh 19021903 Como estética plenamente integrada tanto interna quanto externamente alcançou sua apoteose nos Willow Tea Rooms concluí dos dois anos depois da sala de Wiirndorfer Externamente a fachada branca dos Wil low Tea Rooms sóbria mas modulada era üo mesmo gênero dos projetos residenciais fei tos por Mackintosh na virada do século todos os quais evocavam o eslilo de Voysey ou das duas casas rebocadas quase barn niais que ele realizou em Kilmacolm e Helensburgh entre 1899 e 1903 Como escre veu Robert Macleod essas casas eram uma expressão de inépcia consciente e de uma ati tude antiomamcntaT que tinha por principais representantes históricos William Butterficld e Philip Webb A perversa tentativa de Mackintosh de fundír o omamental com o canhestro nem sempre foi bemsucedida e as casas parecem um tanio caóticas e não resol vidas quando comparadas com a magnífica e extremamente influente Haus eines Kunsi freundes que Mackintosh projetou pam par ticipar do concurso limitado organizado em Darmstadt por Alexander Koch em 1901 A Casa pata um Amante da Arte não re nlirado e a Escola de Arte de Cilasgow re presentam a contribuição essencial de Mac kintosh para a corrente principal da arquite tura do século XX Na casa ele criou uma obra que ia muito além das coerções do mo delo Voyscy tradicional revelando uma plas iicidade formal de afinidades quase cubis UMA HISTORIA C RITICA 85 ras A organização da casa ao redor de vá rios eixos compensatórios e sua dixisàu cm duas masms lrinpitudinais principais que pi recem estar a ponto de destinar uma sobre a outra resultou em uma comprisiçào tensa mas consolidada e o enriquecimento de sua suprficic de resto plana com janelas dc proporçoes precisas e acertos eventuais de ornamentos cm relevo sugcrc de imediato a forte influência que deve ler exercido so bre Josef Hoifmann em parÍ icular quando se tem cm mente scu projeto pam o Palais Stoctet de Bruxelas em 1905 Seja como for nada poderia estar mais distante da rus iicidade do projeto vencedor de autoria de Bailtie Scott Ü irônico que Mackintosh ienba inicia üo ü terminado sua carreira como arquiteto independente corri a Escola de Arte de Glas gow send o período de 1 597 a 1909 aquclc em que se situam os anos efetivos de sua prática Em 191 4 os Mackintosh mudaram se da Escócia para a Inglaterra onde Mackin tish suhita e inexplicavelmente descstimu ladO CDITI 9 Itcto Voltouse para a pintu ra Em 191 b porém tex um breve retorno comi a brilhante rcmodclagem dc uma pe quena casa com terraço para W J Basscti Lowke n 78 Dcrngatc em Northatnpton Ricos e abstratos os interiores são iguais a qualquer obra continental da mesma data fJ mobiliário de quano simples c geométrico e a decoração gnifica cont listras que une as camas separadas eram bem avançados para a sua época tendo em vista que anteci param os dispositivos espaciais c plásticos que seriam usados pela xanguarda continen tal depois da Primeira Guurra Mundial De Stijl Art Dúco etc Durante a guerra Mackintosh desenhou relógios mii cis e yrzs lerv para BasscÍtLowkc mas até mes mo esse patrocínio tõi retirado depois de 1918 Rejeitado na Escôcia e isolado na ln glaterra Mackintosh não conseguia sustun tar nem os valores do ioicio de sua vida nem u iirpulsti criador de sua carrcira ante rior à guerra A ú liima década de sua vidn 1925 a entrega ao arquiteto alemào Peter t3chrens do projeto de uma nova casa para BassettLonke nào íõi senão o golpe defi nitivo Era um dest rno tráfico para alguém que como escreveu P Morton Shane fui o primeiro arquiteto briíânico desde Robert Adam a consolidar u a nome na exterior c n único a tornarse o ponto de convergência de uma escola continental de kxi ri CAPTULO 6 Uma série de edifícios expressiva o Bil dungsideal da Âustria liberal universidade mu seu teatro e o mais grandiosa de todos a casa de ópera A cultura outrora confinada ao palácio extravasara para a praça do mercado e tarnarase acessível a todos A arte deixou de servir apenas como expresslo da grandeza aris iocrática ou da pompa eclesiástica transfor mouse em ornamento na propriedade comu nitária de uma cidadania ilustrada As magnlji cas estruturas da Ringstrasse testemunhavam exaustivamente o fato de que a áustria havia substituído o despotismo e a religião pela polí tica constitucional e pela cultura secular O crescimento econômico da áustria criou condi çôes para que um número cada vez maior de famílias sequissem um estilo de vida aristaiâti co Burgueses abastados ou burocratas bem sucedidos muitos dos quais adquiriram títulos de nobreza como o Freiherr von Risach de Stifler no romance Der Nachsommer Fim do ver ao de 1857 estabeleceram variantes ur banas ou suburbanas das Rosenhaus villas seme1hantes a museus que se tornaram centros de uma agitada vida social Nao só maneiras graciosas mas também profundidade intelec tual foram cultivadas nos salôes e nas soirées da nova elite Os prêrafaelitas ingleses ins piraram o movimento Art Nouveau com o nome de Secessóo na áustria de fim de século mas nem sua espiritualidade pseudo medieval nem seu forte impulso socialrefor mista impregnaram seus discípulos austrfacos Em resumo os estetas austríacos nao eram nem alienados de sua sociedade como seus colegas franceses nem comprometidos com ela como acontecia com os ingleses Faltava A primavera sagrada Wagner Olbrich e Hoffmann 18861912 Ihes o amargo espírito antiburguês dos primei ros e o fervoroso impulso meIiorsta das segun dos Nem degagês nem engagés os estetas austriacos eram alienados n1o de sua classe mas junto com ela de uma sociedade que frus irava suas expectativas e rejeitada os seus valo res Desse modo o Jardim da Beleza da Jovem áustria foi um refúgio dos beatl possldentes um jardim estranhamente suspenso entre a rea lidade e a utopia Expressava tanto o autodelei te dos esieticamente cultos quanto a dúvida de si dos que não tinham uma funçao social Carl Schorske The Transíarmation at rhe Garden Ideal and Soriery in Ausman Literature 1970 Como nos informa Carl Schorske aqui lo que se concretizou em 1898 como a pri mavera sagrada com o surgimento da re vista secessionista for Sciwm parte de suas origens datava de meados do sóculo com Der fiíach ommer o veranico do romance ideaTista de Adalbert StiRer de 1857 A pri ineira villa suburbana de Otto Wagner de 1886 pode ser visia como uma realização da casa Rosenhaus que Stifler havia ínventado como o lugar ideal para o cultivo de uma vida estética privada Embora Wagner tives se nascido na mesma classe do Freilierr von Risach üe Stifler nào conseguiu um sucesso imediato Depois de uma carreira acadêmica bemsucedida primeiro na Politécnica de Viena e depois na prestigiosa Bauakademie de Berlim seguidora da tradição de Schin kel trabalhou independentemente por mais ou menos quinze anos antes de receber seu BB HISTÓRIA CRÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA primeiro encargo do Estado a decoração tara as comemorações las hodar de yrata dn imperador em 1879 Mesmo esse reconhe cimento real nào lhe trOUXc bFõltdC ãClama çào de tal modo que quando em 1886 ele construiu sua versão italianizada da Ro senhaus em Hütteldorf estcva ainrla Ionge de puder considerarse profissional mente es tabelecido Quatro anos depois porém ele nào apenas se tomara famoso mas tninbcm jà alcançam algum sucesso mundial com a construção cm Viena de uma casa pequena porém luxiiosa para seu uso pessoal A influéncia de Wagner como professor data de l h94 quando substituiu Karl von Hasenauer como professor da escola de ar quiieiura da Academia de BelasArtes dtj Fr9 59 Olbnch ediíitio da Secessão Viena 1898 Viena Em 1596 aos cinqüenta e quatro anos publicou sua primeira obra teórica A dente Architektur Arquitetura moderna A esta seguiuse em 1898 a primeira publica ção do trabalho de seus alunos que tinha por tiluto Ase der Wagnerschule Da escola de Wagner Tendo se formado em Berlim sob a orientação de um dos melhores alunos de Schirikel as afinidades arquitctônicas de Wagner nestn época parecem estar a meio caminho entre o racionalismo dos Schin kclschüler e o cstiio mais rctóricc ctc1 últi mos grandes arquitetos da Ringstrasse Gott iiied Semper e Karl von Hasenauer cujos museus estatais Burgtheater e Neue Hof burg estiveram em construção no Ring du rante todo o último quarto de século A formação politécnica de Wagner de ralhe uma consciência plena das realida mas também esiavani deduzidos pela visào exótica de dois jovens pintores vienenscs Gustav Klimt e Koloman Moser Sob a liderança de Kliint Olbrich Hoffmann e Moser unirarnse em sua resolta contra a Academia e em 1897 com a bénçào de Wagner fundaram a Secessão de Viena No ano seguinte Wagner declarou suas pró prias afinidades com a Secessào ao criar urna abstração fioreada em faiança para a fachada de sua casa pseudoiialianixada em Linke Wienzeile conhecida como Casa Majólica e em 1899 escandalizou o rsi bf5hineor ao tornarse membro efetivo da Secessào Em 189g Olbrich construiu o edifício da Secessào aparentemente segundo um esboço de Klimt que continuaria sendo a des técnicas e sociais de sua época Ao meS furça motriz da rebeldia De KlimÍ vieram mo tempo sua imaginação romântici dt2Í as paredes inclinadas a axialidade e princi xouse atrair pel8s inquietaçÕes radicais de palinente o motivo laureado com sua de seus alunos mais talentosos pelo movi dicaiória a Apolo sendo este último re mento artístico antiacadémICO COfuHd2fdO presentado por Olbrich como uma cúpula por seu assistente Joseph Maria OlbriCh e em metal perfurado su F ensa entre quatrn por seu discípulo mais brilhante Josef Hoff pilones baixos e colocada sobre massas pla mann que se graduada com um Prix de Ro uns cuja modelagem austera lembra o traba me em 1895 Esses homens nào eram apc lho de arquitetos britânicos como Voysey e nas influenciados pela obra dos Quatro de Charles Harrison Townsend Um símbolo Glasgow na época iluslrada em The Studio comparãvel de vitalidade orgânica apareceu UMA H ISTÕRIA CRITIC A B9 Flg 60 Olbrich Casa Ernst L udvig Darmstadt Das zehen maio de 190 1 Flg 6 1 Olhrirh Hochzc stu rr e ediicios de expo soes Darmstadt 1908 na capa do primeiro número de Per Sari min um arbusto ornamental cujas raize 5 vitais foram representadas conto se irrompesscril de sua sclha para a terra abaixo Foi esse o ponto de pariida simbólico de Cllbrich um retorno consciente à fertilidade do incons ciente a partir lu qual sempre sujeito a influência de Voy cy c Mackintosh c às exi géncias do panerotismo de Klimt ele co meçou a desetix of ver um estilo priprio Essa evolução ocorreu em grande pnr te em Darmsiadt para onde O tbrich fora cm 1599 a convite do gràoduque E rnst Ludwig Pouco depois nesse mcsmu ano outros seis art istas uniramse a ele os es cultorcs L uduig Habich e Rudol f 8tisselt os pintores Pctcr Uchrcns Paul Uürck c Hans Chi istiansen e o arquiteto Patriz lJuber Dois anos nais tarde essa colônia de artis tas expunha seu estilo de xida e hahirat como uma nbra de arte total nh o t ítriln de Ein DoLntünr fiifitilsfer Kün i Un docu mento da arte aleiiià A ex pos içào foi inau gurada em maio de 1 901 com uma cerimô nia inistica chamada lhes Zeirmii O Signo c aconteceu na escudaria da Casa Ernst LuJwig de Olbrich Ncssa ccrimônia um profeta dcsconhecidn descia do porial dourado do edifício para receber urna for ma cristalina coinn símbolo dn rnateri al 3rosseiro transtormado em arte assim co nto carbono pode transformarse no bri lho dn diamante A Casa Ernst Ludwig constrói ida cm 1901 foi sem dúvida a obra mais axançada que Olbrich projcÍou durante os nove anos em qitc morou cm Darmstadt Constsl indo de oito espaços de estúdio quatro de cada lado de um saguào comum foi na verdade o foco inicial da colinia as redor de qual as casas de alguns otitrns artistas acabaram sen do construídas Cont sua fachada alta e sem decoração suas janelas horizontalmente dis tribuídas que levavam a luz do norte para a parte de trns sua entrada circular ornamcn tada cm recuo franqueada por enormes es tátuas csculpidas por Habich fui a inonu mentalizaçào definitiva de temas que OI brich começará a introduzir no edifício da Secessào Entre essa primeira nhaprima e a ctas sicização final de ser estilo em 1908 aeo de sua morte premaiura Olbrich dcu con tinuidade à sua procura de em estilo expres sivo c único Em sua última década de vida criou obras de excepcional originalidade 90 HISTORIC C eITIC A DA ARQUITETURA MODERNA culminaiido em sua cńptica e tacituma Hoch zeiÍstumi ou Torrc Matrimonial que com seus cdificios adjøcentes destinados a expo sições foi concluida na Mathîldenhöhc cm Darmstadt para a Hessische Landcsaus slellung de 1998 Com sua composição pi ramidal o complexo Mathildenliöhe cons truido sobre um reservatório era na verdadt um coroamento da cidade cuja forma an tecipava o cenłro simbólico da Stadtkrone de Bruno Taut de 19 l9 Ccrcado per uma sê rim de pćrgolas de concreto cnfileiradas íh concebido por Olbricli coino um labírinto montanhoso de densa vcgctaçào cuja cor muduria conforme as estações do verdc para o castanhoavermelhado Erguendose de urn tcrreno elevado como se fossc uma niontanlia mistier opunhase conscientc menic à screnidadc cdćnica do jardim for mal de plátanos ou Platanenhain que o pre Ac lonyu de toda a carreira de Olbrich esteve prerente a figura desafïadora de Pe ter Behrens inicialn cntc artista gráficn c pintnr que viera para Uarmstadł em l8V grocedcntc da Secessăo de Munique Tor nonse conhecido como arquiteto e frsignrr com a conslruçäo c o inobilîário de sua prći pria casa em Eiarmstadt cm I 0 1 Em sua rivalidade come ćíovamtUioster para a casa dc HesseDarinstadt ftii OJbri ch c näo Bchrens quern sc tornou o brilhante criadnr de objetos fora de Dannstadt porém em suas carreiras como arquîtetos o mais po hero sv criador de forma viria a ser Behrens Fni cJc stibretudo 9ucrn antccipoii sua vol ta comum ao tipo de criptoclassicismo que cnractcriza a ohra dos últimos anos de Ol brich sua loja de departainentos Tieız em Diissetdorł e a mansào que conslruiu paru o fabricantc dc charutos Fcinhals em Colû nia arnbas concluídas em I 90h Err 1 599 Josef Hoffmann começou a lecioiiar na escola de artes apliCRdas que fun cionava conu anexo do Museu Austríaco de Artes e Indùstria em Viena que fora cria da de acordo com o programs educacional de Semper cerca de trinta e cinco anos fig 62 63 Hoffmann Palais StocleT Bruxelat 1905 10 anter Um anc mcis tardc clc ruhstituiu Cllbrich como atesigner do bairro de elite I tche Warte nos arredrires tic Vicna onde construiu quatro Ffas cntrü 190 I e 1915 1 iavia substituído Olbrich como o principal arquiteto da Sccessào c sea priineira obra ncsse lugar projetnda no estilo da Livre Arquiictura I nglcsa foi para Koloman Mo ser Por volta de 1902 contudo Hoffmann jú comcçara a mudar para um cstilo de ex pressăo mais plano c clássico cm Grande partc hssea do na obra de Otto Wagner a par tir de I R9S isto é para uma manipulaçào da massa e da superficie que estava niuito dis tance da prcucupaçäo britânica corn a forma medieval rural Quando da Exposiçào da Secessăo de Viena em 19tÍ na qual a obra de Mackin tosh foi mostrada na Austria pela priineira xcx Hoffmann jú havîa chegado a um cstilo dc mobilińrio caracterizado per uma forma retilinea requintada Foi esse sent primciro UMA HISTÓRIA C RITIC A 91 passo no sentido do distanciamento da ex cessiva curvilinearidade de sua loja Apnllo em Viena criada no ano anterior Por volta de 1901 ele estava preocupado com as ps sibilidadcs da forma abstrata no feiign Estou particularmente interessado pelo 9 do enquanto tal escreveu e no uso do preto e branco como cores dnminantes pois csscs elementos límpidos nunca apare ceram em estilos anteriores Junto com Moser e outros secessíonistas passou a in teressarse pela produção artcs ano l de obje tos de arie de configuração decorativa e apli cada segundo as l inhas da Agremiaçào de Artesãos de Ashbee Em 1902 com seu ce nário para a estátua de Beethoven criada pur Klinger exposta no Edifí cio du Sucessão ele chegada a seu próprio estilo abstrato no qual certos contornos ou proporções sào en fatizados atravcs do uso de astrágalos sa Cientes e feixes de pequenos quadrados Um ano mais tarde em 1903 com o apoio de Fritz Wárndorfer a HolllnannMoser Wiener Werkstütte deu inicio à sua atuação no cam po do design da produção e comercialíza çàn de ohjetos domérttcos de alto nív Es sa organização e seus produtos já haviam conquistado fama mundial em 1933 quan do foi fechada por Hoffrnann de modo pre cipitado c inexplicavel G último número de Ver Suermn foi pu blicado em l9D3 cont seu desaparecimento terminava o período máximo de Sucessão Em 1904 Ho ffmann e Josef August Lux cu meçaram a publicar um novo periódico inti lutado Ilohe Warte cujo nome provinha do subúrhiojardim Desde o inicio foi dedica do à difusão de valores de volta à nature za associados às cidadesjardins e mais tarde em tempos menos liberais tornouse a platatÔrma do movimento NacionalSo cíalisui austríaco naquilo que dizia respeito à cidadejardim Ao contrário de Ho ffmann Lux foi rápido em sua reaçào contra o exa Fi9 64 Wagner Caixa Econòmica da Agència dos Correos Viena 904 oetalhe da faChada 92 HISTÓRIA CRİTIC A DA ARQUITETURA MODERNA gero cliauviiiista com que esse inoviniento tratava os valorcs folclńricos demîtindusc de ecu cargu de editorchcfc em protesto con tra a política iírlmriisifjá em 1905 Per volta de 1903 Hoffmann se aproxi mam mais du cstilo dc ecu mestre Wagner pariicularinenie no projeto do clàssico e austero Snnatório de Purkersdorf que tanta infiuência cxerceria sobre as obras iniciais de Le Corbusier Em 1905 Hoffmann co nieçou a irabalhar em sua obraprima o Pa lais Sioclei construído em Bruxelas entrt 1905 i 10 conio no Fhéâtre des Champs Elysćes de Perret sua aÍcnuada dccoraçào clássica prestava uma homenapem velada a eslútica simbolista da Belle Époque Mas ao contnirio do teatro de Perrei o Palais Stoclet ć como ohscrvou Eduard Seklcr csscncialmcntc atcctónico ecu revestimen to em mórmore branco delgado com suas custuras mctàlicas tern toda u elegância ar tesanal e amaneirdda dc um objcto Wicncr Wetkstätte em grande escala Sobre sua ne gaçăo conscience de estrutura e massa cs crcveu Scklcr Um elemento fortemente linear é intradu sido por essas faixas metálicas artiruladas mas isto nada tern a ver com linhas de Iona comu acontecia com as elemental lineares na arquitetura de Victor Horta Na casa Stoclet demos linhas que correm por igual ao longo d orlas horizontais e verticais que sâo tectonica mpnte neutras Nas extremidades onde duas ou mais dessas molduras paralełas se encontram o efeito tende a negar a solidez dc volume construido Persiste uma sensação co mo se as paredes năa tivessem sido solidamen te construídas mas consistissem de grandes Iàminas de um material fino unidas nas extre midades por faixas metálicas que protegem as or las Essas faixas que pariem do ápice da tone da cscada onde q uatro figural rriascu linas suporiam uma cùpula secessionista de laurćis lcmbram vagamentc as molduras es tilizadas de Wagner e ao descerem sobre as extremidades serveni para unir o edificío todo atravês da continuidadc da costura O estilo maduro de Wagner data de seus sessenta onus com a conclusão de sua rede Sladtbahn de Viena cm 1901 Nào resta um únicn vestígi o de seu estilo italianizado em seu escritório de telégrafo do Die Zvit de 1902 mm m suas obras de bnrragem Kai serbat dc 1906 que parecem relacionadas na elegância de sua constrtiçào e em seu mcticuloso rcvestimento ao cstilo atectôni co dc Hoffmann Contudo a desmaten ali zaçào do Palais Stoclet parece ter sido anie cipada pela obraprima üo próprio Wagner sua Caixa Kconômica da Agéncia dos Cor reios Imperial constiuida em Viena era 1904 Ao contrârio de seus discípulos success ionis tae Wagner semprc construiu para a reali dade do presenie e nño para algunia reitiota utopîa simbolistn que se voltassc parn a rc dc Jçàn estćtİca do homeni A swim ecu pro jeto G rosstadt de l9 IO com sua hierarquia de unidades confinantes Hi pensado cm tcrmus dc um futuro metropol itano racio nalmcnte planejado c realizável Em toda siia obra pùblica Wagnei constrvií u cont grandc precisäo tćcnica para nut Estado bu rocrdiico q ue clc só conseguia ver como desÍinado a uma permanéncia infiniia Cn radu per uma pćrgola honorifica com fcs toes dc taurćis e fianqucada por Vitirias ala das cujos braços se erguem para o céu a Caixa Econôniica da Agência dos Correios representava a benevoléncia republicnna do lrn pério AiistroH únparo in apogeu de seu podcr Cíomo o Palais Stoclet a Caixa Kconó iiiica da Agêncîa dos Correios lembra umu gigantcsca caixa metálica uiri cfcito que cm grand parte sc deme äs finas làminas poli Jas de màrmorc Stcrzing branco ti xadas em sua fachada com rebites de aluminin A e s trutura envidraçada de sua parte superior as portas de entrada a balaustrada e o corri mäo também säo de alumínio a example dos móveis de melal do saguão RevestiiJo de ceràmica iluminado a partir de cima e asseiitado scbre um piso de concreio eleva LMA HlsORIA CRITICA 93 Fig b5 Wagner Càixa Econ6micada Agência dos Correios viena 1904 Saguão do banco do com um grande número de clarabóias em Heimatstil apropriado Hoffinann repre para a ilumiiiaÇão do subsolo esBe e lguão sentou a Áustria na Exposição lnfernacional existiu até pouco tempo atrás EM Stl8 forma de Arte em Roma nesse me8mo ano com o original Sua estrutura de a9o rebitad0 SCfI1 projeto um pavilhiio iujo classicisino atei adorno relacionavase formalmente corri õ onico antecipava o monurnentalismn retori padrões de iluminação industrial e com o sistema de calefaçâo em alumínio que flan queava seu perímetro Como observou Stan ford Anderson Os detalhes de um ediffcJo de engenharia não sãü colocados dianté de rtós â maneira sachlich das salas de exposição ou dos hanga res ferroviários dõ século XIX o conceito de um edifício de engenharia revelase a nós pelo contrário através dõs próprios símbolos mo dernistas com seus materiais 4ua estrutura e seu equipamentoexpostos co da Nova Roma de Mussolini Igualmente profetica foi a representação da Prússia Sào Petersburgo de autoria de Behiens com uma embaixada cuja solenidade jã apontava para a retórica oficial do Terceiro Reich Em semelhante clima enche a Wagner encerrar a Sucessão do mesmo modo como havia começado com o vigor de sua segun da viJa extremamente austera mas de pro porçôés elegantes que foi conitrufda em Hiitteldorf em Í 912 Nessa casa planejada com lucidez liricamente decorada por Mo ser e iafueociada na mesma moóida peja Por volia de 191 l completouse a elas obra dos discípulos de Wagner e pelas obras sicização da Secessão e apesar de seu reçémpubli rsdss de Wright Wagner passa contínuo iriteresse pelo desenvolvimento de ria seus seis últimos anõs CAPÍTULO 7 Eu e meus amigos havíamos passado a noite inteira acordados sob os candelabros em forma de mesquita que reluziam como se nossas almas estivessem ilüminadas pela radiação interior de um coração elétrico Por Q uatro horas havíamos psado opulentos tapetes orientais e maculado grandes quantidades de papel com pensamen tos desvairados Estávamos a sós diante das estrelas hostis a sós com os fogueiros que trans piram dianie das fornalhas satânicas dos gran des navios a sós com aqueles negros fantasmas que esquadrinham os ventres escaldantes de locomotivas vermelhas enquanto elas avanCam em suas velocidades insensatas Todos nos sabressaltamos ao som de um bonde que pas sou com estrondo flamejante em suas luzes multicoloridas como uma cidadezinha em trajes de festa que o Po inundado arrancasse de suas margens e lançasse ao mar através de desfiladei ros e corredeiras Depois o silêncio ficou mais profundo e só ouvlamos as preces murmurantes do velho canal e o chiado das velhos paIios artriticos com suas barbas de hera De repente ouvimcs o rugido de carros famintos Vamos gritei partamos já A mitologia e o idealismo mística foram finalmente derrotados Estamos presenciando o nascimento dos centau ros veremos os primeiros anjos voar Devemos escancarar as portas da vida testar os gonzos e os ferrolhos Vamos partir Aqui na terra está faiando o primeiro alvorecer da história e nào há nada que se possa comparar à espada rubra do Sol que rasga pela pnmeira vez as sombras de um miIenio Filippo Tomaso Marinetti Le Futurisme le Fi9aro Paris 20 de fevereiro de 1909 Antonio SantElia e a Arquitetura Futurista 190914 Com uma retórica bombàstica o Futu rixmo italiano anunciou seus princípios ico noclastas à complacente burguesia da Belle Époque Essa introdução milenarista foi se guida pelo relato de uma corrida de carros ímprovisada nos arredores de Milào rema uda com um acidente que como observou Reyner Banham tem todas as implicações de ser o batismo mímico de uma nova fé Em um texto que pretendia ser em parte aiitobiogràfico Marinetti descreveu o modo como seu carro capotou no fosso de umn fábrica Oh belo e maternal fosso de fábrica com que voracidade experimentei teu barro revigo rante que me trouxe à lembrança os peitos negros de minha ama sudanesa Ainda assim quando em farrapos e encharcado sai do veí culo virado senti o ferro quente de uma deli ciosa alegria atravessar meu coração E então nossas rostos cobertos pela generosa lama da fábrica repletos de escória suor e fuligem feri dos e estilhaçadas mas ainda assim ndÓmitos pronunciamos nosso desejo fundamental de viver para todos os espíritos vivos destP mundo A seguir vinham os onze pontos do Ma nifesto Fmurista dos quais os quatro pri meiros exaltavam as virtudes da temerida de energia e audàcia enquanto afirmaram o supremo esplendor da velocidade mecâni ca no texto hoje famoso em que se dizia que um carro de corrida é mnis belo que a Vitória de Samotrácia alada Do quinto ao nono os pontos continuavam idealizando o conduior de tal veículo um ser integrado às 96 HISTORIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA trajetórias do universo e celebrando várias outras virtudes como o patriotismo c a glo rificaçào da guerra o décimo ponto exigiu a destruição das instituições acadêmicas de todos os tipos e o décimo primeiro especi ficava o contexto ideal de uma arquitetura futurista Cantaremos o desIccamento das grandes multidões os trabalhadores as pessoas que querem divertiuse os insurgentes e o confuso mar de cor e som em uma metrópole moderna varrida pela revolução C antaremos o fervor de meianoite de arsenais e estaIeros que cintilam sob a luz de luas elétricas insaciáveis estações enpolindo as serpentes fumeqantes de seus trens fábricas que pendem das nuvens através dos filamentos espiralados de sua Jumaça pong tes reduzindo como punhais ao sol ginasids 9 gantescos que saltam sobre os rios vapores aventureiros que farejam os horizonies loco motivas graves e profundas que escarvam o chaa com suas rodas como garanhües arrea dos com tubulações de aço o vóo fácil dos aviões suas hélices enfrenlando o vento como bandeiras cua som se assemelha ao aplauso de uma grandiosa multidão À parte sua divida cont a ieropoesiu do poeta nacionalista Gabriela DAnnunzio e um gosto pela simultancidadc da visão cubista este trecho evocativo era uma ho menagem direta ao triunfo da industrializa ção aos fenômenos técnicos e sociais do seculo XIX do modo como eniào se difun diam através dii aviação c da energia elétri ca Diante dos valores ítaliatios clássicos ultrapassados proclamavase a primazia de um ambiente inecaiiizado que mais tarde daria forma com a mesma intensidade ao Futurismo italiano e ao Construtivismo rus so Em 1909 como observou J oshua Taylor o Euturismu era mais um impulso do que um esiíln de tal modo que apesar de toda a sua oposição explícita tanto ã Secersàn quarno a PisSecessão de tendéncia classi cizante a forma que uma arquitetura futu rista poderia vir a assumir ainda nào se cvi denciava com clareza Afinal o Futurismo proclamarase como fundamentalmente cor mário à cultura e essa atitude polêmica c negativa dificilmente poderia ter excluído a arqtii ura Em t 910 com a cnntribuitâo crucial do artista UmberÍo Bucciuni o Ftiturismo co meçou a levar sua polêmica anticultural para os domínios das artes plásticas Boc cioni produziu dois manifestou futurisÍiis sobre a pintura naquele ano aos quais se se Huin cm abril de 1912 seu Muiiifesto memb ro drlla sculluiv futiiristu Manifesto licni co da esculmra futurista Esie ultimo texto corno a maior parte dos escritos fuluristus anteriores à guerra punha cm evidência uma avançada sensibilidade arquitetônico Desse modo a primeira critica de Boccioni apesar dc nstensivamenlc dirigida ao impasse do esrilo pznnrier com o qual ele desejava dc frontirse na escultura coiiteiiiporànea po deria terse aplicado com igual pertinência à obra posterior a 1904 de arquitetos sccex sionistas como Joseph OlbriCh e Alfred Mcss8l o primeiro por sua loja de depana mentos Tietz em Oüsscldorf c o segundo por seu armazém Wertheim em Berlim Boccioni escreve Enccatnmus nos paí ses germânicos uma ridícula obsessão por mu est ilo gótico helenizante que ê industria lizado em Berlim e dcbilitado em Muni que Dri mesmo modo a prcocupação posi tiva de Bocciuni no sentido de ampliar u campo do objeto escultórico levandoo a incorporar seu meio ambiente tinha conott çiícs intrinsecamcnte arquitctíinicas Ele ex plicitou cssc ponto com Fi rlcipiO inVcr tido cm seu prcfáciu ao catálogo da primeiro exposição de escultura futurista em 19 13 4 busca da forma naturalista afasta a escultura e também ri pintura ianto de suas origens quanÍo de scu fim último a arquitetura Em sua preocupação com uma expres são nàonaÍ uralista Boccioni desenvolveu uma estética plástica totalmente afastada dos interesses da Secessào de l 89ô Ao prcfaciar o catálogo de l913 de novu es crer cu UMA HISTÚPIA CRiTIL A 97 Fig 66 SOmmar u 9 Muusolüu fi accanon i Sarnico 1907 Todas essas convicções me forçam a procu rar na escultura não a forma pura mas o rrmo pash co furo nâo a construção de corpos mas n constri Nào da ação dos corpos Assim tenho por ideal nao uma arquitetura piramidal esta do estático mas Uma arquitetura em espiral dinamismo Além do mais min ha inspira Sao procura através da pesquisa diligente uma fusão completa dn ambiente e do objeto me diante a interpenetraçâo dos planos Para chegar a essa sinutltane idade es cultôrica Boccioni jú havjd recomendado em seu manifesto sobrc a escultura dc 1912 que a partir de entào os escultorcs excluís sem o nu e exahassem o ierna e u uso de ma t riais ncbrcs cunlu u nJürmorc c o bronze ent favor dos meios hctcrog0ncos Planos triinsparentes tte vilrii cu celulúide faixas tic mctal aramc luzcs clétricas internas cu externas podem indicar os planos as ten dencias os toni c os me icastons de nina no rcaliJaJo Paradoxalincntc cssa co ccpçüu le um hj t cstruturaJ um csriral nànn1nnument1T e de tècnica mixta n rar transpcsto pare u riciu ambienie in diatJ viria a vxc ccr irtais influència sobre o Cuns truti ismo cubofuiurisia da Rússia pois re olucionária do que sobre a eoluçào da arquiteÍuro fut urista óleo obstante o manifesto escultórico dc Bocciuni dc 1912 e Ori Sylvnleur gvonirtri qiie ei irr niqiic O esp1enilir geomcttici e niecânico dc Marinetti em 1914 apresen tamn cm conjunto o sistcma le referências intcIccmaI c estético 4cntro 4 qual sc pn deria postular uma arquitetura tiiturista Marinerti escre eu N 04a no n undn ú niais bet o que uma central eletrico th e Olhando de aliiüaüc revenda as pressões hidráulicas de tJa urna coidilheira e a cnertia lútrica para tüa uma paisagem sinfctizaIas cm painéis de contrue nnde prnliferam as ala iuncus c os coniutadores rel mentes Essa v isúo primitii a do csplcndor mecânico cn cnntrou um perfeito equivalente na central clctricn projctacla p1u juvcm arquiteto ita liano Antonio Sam julia na mesma data Antes de l912 Sam F lia aindu se man tinha relativamente isolado dos futuristas esiandn tigadt ao rum imento seccssionlsta iialiann II chamado Stile Floreale viria a üos1ruia óc uma grande ainda que brc c çnpularidad nacional depois Jo rctumban 98 HISTORIA C RITICA DA ARQUITETURA MODERNA te sucesso do pavilhào ftoreado consumido por Raimondo DAronco pura a Exposiçao de Artes Decorativas realizada em Turim em 1902 Desde entào em Udine DAron co continuou a seguir a liderança de Olbrich enquanto os arquitetos milaneses do Stile Floreale tentavam integrar sua inclinação pelo Neobarroco aos motivos extraídos da Wagncrschule Em Milão esse impulso en controu sua sintesc mais poderosa nas obras de iiiiseppe Sommaruga que parece ter exercido uma influência particular sobre as conccpçóes iniciais de SamE lia Muitos dos elementos característicos do cinumismv urrhitettonico de SantElia foram sem dúvi da antecipados pelo hotel de Sommaruga em Campo deFiori enquanto o Mausoléu Faccaiioni de Somniaruga construído em Sarnico em 1907 parece ter ser vido como ponto de partida para o projeto de SantE lia em l912 de um cemiférin em Mnnza Em 1905 aos dezessete anos de idade SftntE lia obteve seu diploma de mestrede obras em uma cscola técnica de Como Pou co depois transferiiise para Milio e come bun a irabalhar primciro para a Companhia do Canal de Villoresi e mais tarde para a prefeitura de Milào Em 19 l l fez cursos de arquitetura na Academia Brera e nesse mes mo ann projetou uma pequena villa cm Como para o industrial Romeo Longatti Por volta de 1912 estava novamente em Mi lào trabalhando em um projcto para a esta ção central Nesse mesmo ano junto com seus amigos Ugn Nebbia Mario Chiattone e outros ajudou a criar o gfupo N nove fen denze Na primeira exposiç3n desse grupo em 1914 SantE lia mostrou seus desenhos para a Città Nuova futurista Em que data ele teve seu primeiro contato com Marinetti e o círculo íiiturista nào se sabe ao certo mas já estava totalmente sob sua influência na epo ca em que escreveu com a ajuda de Nebbia se u tfeesnggio Mensagem como prefácio à exposição de 1914 O Mesmaggie assinado apenas por SantE lia fina lmen te especifica sem usar uma sei vcx a palaxra futurista a forma rigor 9 C a BlquitEtura dectia aLÍutar no futuro As partes mais especificas desse texto a essa altura categoricamente anti sccessionista afirmam O problema da arquitetura moderna não consiste em reajustar suas linhas não é uma questão de encontrar novas molduras novas arquitraves para portas e janelas tampouco se trata de substituir colunas pilastras e modilhões por cariótides vespões e ras etc mas sim de erguer a nova estrutura edifiada em um pla no ideal valendose de todos os beneficios da ciÊnCia e da tecnologia estabelecer novas formas novas linhas novas razões para a exis tência exclusivamente a partir das condições es peciais da vida moderna e de sua projeção como valor estético em nossas sensibilidades O texto passa cntãn a refletir sobre a estimulante paisagem cm grande escala dc um novo mundo industrial parafraseando o espírito ou até mesmo a letra da diatribe de Marinetli contra Ruskin e a totalidade do movimento inglês Arts and Crnfis proferida no Lyccuin Club de Londres em l912 Con tra o passadismn de Nn it herv Lugar ie nhim de M orris Marinctti afirmasa que a viagem cosmopolita o espirito de de mocracia e a decadência das reliqiôes haviam tornado completamente inúteis os enormes edifícios permanentes e adornados que no pas sado representavam a autoridade real a teo cracia e o misticismo O direito de greve a igualdade perante a lei a autoridade dos nú meros a força usurpadora da multidão a velo cidade das comunicações internacionais e os hábitos de higiene e conforto exigem pelo contrário grandes apartamentos bem ventila dor ferrovias de absoluta se 9 a túneis pontes de ferro navios de carreira grandes e velozes auditórios imensos e banheiros proje tados tendo em vista a rapidez dos cuidados diários com o Corpo Em sulna Mannetti reconhecia cnrreta mente o advento implacável de um novo UMA HISTORIA CRITICA 99 F 67 Sant Ella projeto para o C emitér o de Monza meio cultural dedicado a uma sociedade em grande escala c extremamente móvel urna sfciedade a ser equipada em detalhes sc gDndo gSCWfil KãYltLl3ã tml SCU DOSSHfflO Os cálculos da resistência dos materiais o uso de concreto armado e ferro excluem a arquitetura do modo como ela sempre foi entendida no sentido clássico ou tradicional Os materiais estruturais modernos e nossos cOn ceitos cientfticos não se prestam em absoluto às disciptiras dos eStioS históricos Não mais sentimos qiJe somos es homent das cate drais e das antigas assembI6tas da povo mat sím homens de Grandes HOtéiS ferfiyióS estradas gigantescas portos colossais merca dos cobertos arcadas relu2entes óreas de econstuçào e saneamento de bairros miserá veis Precisamos inventar e reconstruir ex novo nessa cidade moderna como um imenso e agi t3dp estaleiro ativo móvel e dinâmico por toda pdrte e o edifício moderno como uma nJâquina gtgantesca Os elevadores de hoje não devem ocultarse como vermes solitários nos poços de escada mas as escadas agora núte s devem se abolidas e ê preciso que os eevadoTeS subam pe1as fachadas como serpen tes de v doo e ler o A casa de cimenio ferro e vdrn sem ornamentos pintados ou esculpidos rica apenas na belezó intrínseca de suas linhas e seu inodeiado extraordinariamente brutal em sua simplicidade mecânica tão grande quanto o ditem as necessidades e não apenas conforme 0 permitam as leis de zoneamento deve erguerse dos limites de um abismo tu muttuoso a rua que em si nâo mais se esten derâ como um capacho no nlvel dos umbrdis mas irã merguha profundamente na terra concentrando o tráfego da metrópoe organi zado para as transferências ecessârias pala as passarelas metálicas e as esteiras transportado ras de alta velocidade EsÍa prescrição qUe especitica a donna dos projetos cmro a giiiJínata de SantElia de l9 14 tem uma natureza lào dinâmica que chega a sugerir precedenies que exira polani o bloco de apartamentos em recuo que Henri Sauvage concluiu na Rue Vavin de Paris em l912 O subtítulo da exposição 6uove Tendene Milano lanno diie mille sugere o precedente do livm de Antoine Moilin Parte l an 2üüíl Paris ano 2000 1 t 1896 obra que Msrinetti deve ter conheci do através de seu contato com o poeta pari sicnsc Ciustuvc Kahn Os esboços de SamElia para a Città Nuoxa não são totalmente enchentes com os seus preceitos Ao mesmo tvmpo em que o lfusrzpio t orriava uiTia tios içiio firiTic corv rra toda arquitetura cnmemorativ1 r por conseguinte contra todas a fcrmas estáti cas c yiranii4ais ts descnhos de Santfilia serão repletos de tais imagens monumen tais Do modo coinn os vemos hoje parece que apenas em pusso separa o Mausoléu Faccanoni de Somruariiga das centrais el é tricas grandíosas niaciças e quase sempre siniitricas e dos blocos de edifícios que crgticm como miragens da paisagem ceno prática dii Citrà Nuova Nesse coRtexlo ê apropriado e irônico Que a memória de Sant Elia tenha sido honrada em inn monu mento ans nortos da Primeira Ciuerra Mun dial que foi erguido üs margens do lago 100 HI5T0RtA CRITICA DA ARQtJlTEN kA MODERNA Fig 68 SantGlia casa a graÓinafa para a Cittã Nuova J 91 4 Como em 1933 segundo um projeto de Giuseppe Terragni baseado em um dos es boços de SantElia O Manifesto defi arehitettura fiiturista publicado oficialmente em julhõ de 1914 parece ter lido como primeiro objetivo o re conhecimento público de SanlE1ia como futuriita Equivalia a uma nova versão do Messaggio publicada ao que tudo indica por Marinetti mas assinada apenas por SantElia À parte a inclusão da palavra futurista sempre que possível esse texto pouco acrescentou ao original além de algu mas propostas militantes no final inclusive a oposisào contraditória a todo tipo de per manência a afirmação de que nossas casas durarâo menos que nós e cada gemçào pre cisara construir as suas UfVlA HISTÓRIA CRITICA 101 A essa altura SantElia estava toialmen te envolvido com o Futurismo e em 19 5 assinou com Boceioni MarineÍti Píntli c Russollo o manifesto político fiiÍurista e prctofascista O rg ulho ituliuno Em julhu du mesmo ano alis1ouse cim oui ro s fiitu r isi a no Batalhão de Ciclistas Voluntários da Lom õniãi u entrando para uma carreira militar que terminaria com sua morte no mit em 191ó Com a perda de Boccioiu dois meses antes lem um acidente de equitaçào o pe ríodo tícrador do Futurismo chegou a um fim abrupto ironicamcnte privado de seu maior talento em parte devido à primeira guerra indusirializada Marinelti sobre iveu a esse holocausto futurista para lembrar a seus companheims e defensores das mes mas idéias como Balla Carrà Severini c Russollo scu 4cvcr 4c cnnduxir a gcraçac do pósguerra à consnmaçãn definitiva dn Nacionalismo italiano através do triunfo de um EsÍado fascista Típico da confusão do Futurismo cm sua decadência que sem du vida se pode equi parar i reaproximação cnÍrc Mussolini c o Vaticano foi o Munyest do ai te afro irii riv i de Marinetti em 1931 onde ele insistia end que os candelabros das igrejas devem ser substituídos por poderosas luxes eMétri cas brancas e azuis em que para as representações do Inferno os pintores funi ristas precisam depender de suas lembran ças dos campos de batalha arrasadOS F granadas e em que só os artistas futuris tas podem dar forma â mútua sobreposição dc iempo e cspaço aos mistérios superra cionais dos dogmas católicos O fato de essa absurda fanfarronice ja ter sido antecipada no primeiro manifesÍu tcom sua violcncia reminiscente de George Sorel não explica totalmente o estado de dccadcneia ao qual a cultura futurista ha via Jecaido por xolta de 1931 Depnis dc l919 foram os constnttivistas revolucioná rios russos c nào os italianos que assumi ram as concepções iniciais do Modernismo inilitanie de Marineni Boccioni e Santtilia Ainda lee aria algum tempo pBra que o mrni mento racionalista italiano começasse a rea gir às imagens da Città N nova e mesmo assim só o faria em uma atmosfera de preo cupação com a integração de valores mo ternos nas tradiçics clássicas da arquitetura italiana CAPITULO 8 Posso conduzilos às margens de um lago na montanha 7 O céu é azul a água é verde e tudo é profundamente tranqüilo As monta nhas e nuvens refletemse no lago e o mesmo se pode dizer das casas terceiros de fazendas quintais e capelas Essas coisas nâo parecem feitas pelo homem assemelhamse mais ao produto da oficina de Deus como as monta nhas e as árvores as nuvens e o céu azul E tudo respira beleza e serenidade Ah mas o que e aquilo Uma nota disso nante nessa harmonia Como um grito indese jável No centro abaixo das casas dos campo neses que não foram criadas por eles mas por Deus encontrase uma villa Serâ o produto de um bom ou de um mau arquiteto Não sei sei apenas que a paz a tranqüilidade e a beleza deixaram de existir E volta a perguntar Por que o arquiteto seja ele bom ou mau profana o lago Como Adolf Loos e a crise da cultura 18961931 Unidos em R93 aparentemente para i s itar a Worlds Columbian Exposition de Chicago Ainda que segundo consta nilo tenhn encontrado trabalho como arquitetn em seus trôs anos de permanência no pais Loos farniliarizouse com as primeiras con quistas da Escola de Chicago e com os escritos teóricos de Louis Sullivan cm par ticular com seu ensaio Olnainvni fu Art hi erriir Ornamento em arquitenira 1592 que sem dúv ida influenciou seu próprio ensaio Oi nunient und Vvrhre vhen Ornamen ic ciice publicado dezesseis anos depois Apis seu regrcsso a Viena em 1896 o arquiteto iniciou sua carreira projctando in teriores e escrevendo artigos para o liberal Ncnr Fi viv Prv e Nova imprensa livre abordando uma grande variedade de assun tos do sest uãrio a arquitetura das boas ma neiras i música Em 1908 publicou Oryy quase todos os moradores da cidade o arquite cicnri r riniu onde expós a natureza de sua to nâo tem cultura Ele náo tem a segurança üo camponês a quem essa cultura é inata O morador da cidade é um arrivista Chamo cuIlura a esse equiibr o do homem interior e exterior o único capaz de assegurar o pensamento e a ação racionais Adolf Loos Architektur 1910 Adm f Loos filho de um pedreiro nas ceu em Brno Morávia em l R70 Depois de receber uma formaçãri técni ca na Escola Real c lniperial do Estado e prosseguir seus estudos na Faculdade de Tecnologia de Oresden foi para os Estados rixa com os artistas da Scccssào v ic n en se uma disctissão da qual já comcçara a parti cipar cm l9otl na forma de uma fábula anti Gsyyitktltlstw crk A história de um pobre homem rico Nessa obra Leos retratou o destino de um próspem negociante que ha xia cnntratadn um arquiteto scccssinnista para projetarlhe urna casa total incluin do nào apenas o mobiliário como também as roupas c os ocupantes Certa vez ele estava comemorando seu aniversário A mulher e os filhos haviam Ihe dado rruitos presentes Ele apreciou multa a escolha deles e estava desfrutandaos ao mãxi mo Loqo porém chegou o arquiteto para pór 104 iszoglA Cftl7CA DA ARQUJTSTURA MODERNA as coisas em seu lugar e tomar rodas as dec SeS tobrP cs proÕl9r a5 mais dlfíce S EnFOU na sala O propr etãrio recebeu o com prande prazer pois tinha a cabeça rhPia de déias mas o arquiteto nem pareceu tomar onheirrtento d9ssa ateprlü Tinha descobeno algo mu to difrente e f cou livid0 Oue h elas sao esses que voté estâ usando perguntou como fie fr dúvida u enhesse de dor O dolo üa can tal ou para Seus cbine1ts bo rdpdy ruas em sequipe respiroi oliiaÕ9 Desta vez sentiuse sem culpa al9urna Os chinelos haviam sido confeccionados segundo a concepção original do arÇLliteto Ele entao respondeu aSSUfndo ares superiores Ora senhor Arquiteto la se PsquPceu ele que In n senhor mesmo quem os e s e nhou Clar o qu r rrP Psttu e c l tro vejou o arqiteto só que foram feitos para serem usados ne quarto Aqui nso dà pera pprcbpr quP essas duas manchas in pass ves de cor acaüam co ptetametP con a harmon a da sala AI nudiJa sobe a ortW o Jornüm grau modernu a3sera cMS i um tr 8hSfi gUl 1dO EHOd FOI aquio ue ha ant 1emtJr 1raonrnamunnnâoonpcnsJo r c uma perJa de tcxpu em tcrmns te trahaIlz UktA HISTORIA CRITIC A JD5 DAS ANDERE Fig 7O Capa de Das Andcre eó ada por Lros Viena 1903 otivir Beeihoven ou Tiistun Meu sapaieiro nào pode ir N3o devo privàlo de seu pra xer já que nào tenho nada com que substi tuilo Mas todo aquele que vai ouvir a No ta sinfonia e depois sentase para desenhar um papel dc parede só podc ser ou um em bustciro u um ücgeneraüo Essas declarações cticas e estáticas de natureza tào desafiadora isolaram Loos nào apenas da Seccssào e de seus contemporâ neos conservadores conto também de seus verdadeiros sucessores os purisias de iil tiina hora que até hoje ainda nào enteiide ram pIcnuJcntc a pmfunüidade das percep ções de Luas ÇuanJo da yublicaçàu de seu ensa io crítico 4 iz liitrktui em 1 910 Loos já começara a perceber toda a fotça de uma conjuntura moderna que persiste até hoje Adtn itindose corno argumentava Loos que o arquiteto originário da cidade era alguem dcsarraipado por definição e portanto ca tcgoricamcnte alicnado do vemàculo rural í ou alpino inato de seus antepassados dis tantes seguiase então qtle tal arquiteto n3o podia compensar essa perda pretcndcndo herdar a cu1Íurii aristocrática do Classicis rno ocidental Pois a burguesia urbana da qual ele procedia c à qual naturalmente ser via iinha entre os seus outms atributtis uma configuração certamente afiu aristo crata Tudo isso já estava bem claro para Loos cm l 89fi quando escreveu em Di p teniLúnsch Sladi A cidade PolemkinJ sua sátira à Ringstrassc Ouando passeo pela Ring tenho sempre a impressao de que um moderno Potemkin quis levar alguém a acreditar que fora transportado para uma cidade de aristocratas Tudo aquilo que o Renascimento itaiano pôde produzir em termos de sansões nobres foi roubado para criar para Sua Alteza o povo comum uma Nova Viena que só pode ser habitada por aque las pessoas cuja posição Ihes permite ter um palácio inteiro desde os paróes ate os canos das chaminés Os proprietários vienenses ficaram erJcantados com a idéia de possuir uma mansao e aos inquilinos tamb4m agrada a dé a ele viver em uma delas A solução de Lnos parú esse proh1ema como ele a cxpie cm Arliitrktur consistir cm argumentar que as irinis modernas tare fas da construção crane veiculos mais apro priados à cdicat rir du que à arcuitciura Só uma partc muiio pequena da arquitetura pertcnce à arte o túmtil n e o monumento Tudo o ma is tudo quanto serve a um fim deve ser excluído dos dominíos da arte Ao mesmo tempo Loos considerava que toda cilliuta dependin de uma ceriu conti nuidade com o passado acima de tudo de um consenso quanto à tipificaçào Era inca paz de aceitar a idéia româniica de um indi viduo extremamente talentoso que transcen desse os limites históricos de sua própria época Em ez do le ign ornamcntal cons ciente de si Loos favorecia o vesÍ uàrio sem ostcnÍaçào o mobiliário anónimo c o en cantamento eficiente da classe média an gicsaxónica A esse respeito naiuml nienie ele tinha cm mente mais os Estados Unidos do que a Inglaterra Nisso antecipou a noçào 106 HISTÓRIA CRÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA de oújurrice de Le Corbusier o objeto refi nado e normat1xo produzido espontanea mente pelas indústrias de ba4c artesanal da sociedade Com esse fim os objetos de afi nidades anglosaxônicas como roupas de uso comum irüjCS esportivos c acessórios pessoais apareceram Crn anúncios da rev istíi de curta vida editada por Leos Das Andere O nutio em 1903 que trazia o significati vo subtítulo de Res isia para a introduçiio da civilização ocidental na Áuslrta Apesar de toda sua anglofilia o vernà culo do movimento inglés Arts and Crafts lcorno documenta Hermann Muthesius cm se u livr o Du m úngiscJi H m u e A cas a ingle saJ de l9P4 colocava tnns dianre de um problema onde se poderia traç ar uma linha entre tal arquitetura por mais sensata e con venientc que mb c e as fantasías herméti cas da Seccssac conscientes c de basc arte sanal Tendo em vista que para Loos o úl timo arquiteto ocidental de grande estatura havia sido Schinkcl seti dilema autoimpos to parece ter sido o modo de combinar o conforto informal do inferior anglosaxão com as asperezas da foriiia Clássica Até 1910 a prática de Loos ficou cm grande parte restrita à conversão de interio res existentes Suas me1iores obras dcssc período foram as lojas luxuosas que proje tou cm Vienz quaxe na virada do século e seu famoso Kürntner ou American Bar de 1907 Exteriormente essas obras cuncebi das para os fornecedores da civilização an gloccntrica foram fciÍas corri materiais ele gante e tnodestos ao passo que interna mente o estilo ia desde a ambicntaçàn japo nesa de seu primeiro interior para GGldman clássica do KiírCtncr Bar ci ocativa dos sa lócs de rJutes Nos inferiores domésticos de Loos a ex pressão era ainrla mais ecléÍica reflci indo o cisào fundamental cm sua obra entre a rus ticidade conforÍàvC Í por um lado e a auste ra monumentali dade por outru Invariavel mente rexCslia suas paredes com painéis até o nivel do dado ou das pinturas com pc F ge 7 1 72 Loos Casa SeIner Viena f 9 io Abaixo sala üe jantar dra poli da ou madeira aCima disto as pare des tanio podiam ficar nuas quanto ser enci madas por um motiso urnaniental nu um free clássico em gesso tEiri Oi nowriii e rriiiit Loos adniitira a apropriação eclética do ornamcrtto arqueológicn ao mc n o tem po em que cxcluia catcgorican ente a invcj1 ção da decoração moderna Quando públi cais os t et os eram quase scfnpi r sem ador nos jà os tetos privados eram ornamernados cm madeira ou metal Em outras ocasiíes sobretudo em espaços destinados à alimen tação podiam ser rcalçados por vigas de LIMA HISTÕ9IA C RITCA 107 atitude categórica anti Gsaiii1orisiu i loi complementada pela piixào de Lof3s pClOS materiais nobres sobre os quais escrexcti à maneira de Scrnper Os materiais nobres e o bom artesanato núo devem ser vistos corno se apenas precnchesseni uma falta de decora çao pcrque a sobrepujarn em muito em ter mos de nua suntuosidide A Casa Steiner construída cm Viena cm l9 10 toi a primcira de u ma série de casas das 9 ilis Loos foi aus poucos desenvolven do sua concepçàu do Ruunipluu iu plano de volumes um sisteiria complexo de or ganização interna que foi culniinar nas ca ne de àrios ri íveis que criou quase no fim mostrando as estHfas e lotes de sua vidà a Cüsa Moller em Viena e a Ua sii M üller perto de Praga Quando construiu a Casa Steiner Leos já haviu chcgado a uma madeira no estilo de Richatdstn em tieral i ingiiagem externa extremamente abstrata de proporçocs proiescas como na Casa StCÍ seu prisma branco sem adornos que anieci ncr de 1910 Os pisos eram gcralinente dC pau em pelo menos oito anos o chamado madeira fui park nele e sctTiprc cObCrlOs COlTI ÍistiO Internacional Ee c0MCç0U i elahe tapetes orientais enquanto os iirrednres das tar o conceito de tommy in em sua Casa larcirus freqüentemente de tijol os aprcsen Rutr vielia l 9 12 onde cru contraste tavam uma lCxttifa qHt ctlnlrastavd üolTt OS com uys cps e posteriores as abiiriuras Sjti destaques de iluminação inariave1 mente dispostas cnm hastantc liberdade scuuindo criüdts por v itrincs espelhos lâmpadas e a lix re disposição dos volumes internos diÉerSiis pelas em rnctal ScrHpre Qtie l0Ssí utp coplraporilti clevacional que aijlcciptiu vel a rnobilia era embutida tuando mao as obras caniinicas du Dc Stij 1 era escolhida pelo cliente ainda que nos U üuumyliit de Loos ittingiu sua rpm casos cm que consisÍ issc dc peças móveis e ieisc cm iux úJtin ire ohms donicst icux as o cdifici o fosse público Loos se rcstringisse cuyiis Moller e M iiller de 1925 e l 93t Comci n1hiiãri cn mtdcira curvada Paclrãu j fÓra antecipado Ma cscadaria abert da tuais cadeiras escrivaninhas e cinzéiros dó fiaiiiytu ainda que com sua pt cdile 108 HISTÓRIA CRÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA voluiic disponível do prisma como se este fosse exatamente a maláriaprima a partir da qual se pudesse criar uma composição di nâmica em corte Essas intenções plásticas eram basica mente incompatíveis com uma arquitetura üe distinção consistente entre elementos es truiurais e nãoestruturais e enquanto Loos se empenhaxa em manter tais distinções em sua obra pública no ní vel residencial dava primazia à sensação de espaço c não à reve lação da estrutura arquitetôníca De qual quer maneira os princípios de Violleile Duc eram lhe desconhecidos uma vez que ele cletormava dcliberadamcntc os planos com o objetivo de alcançar uma promenade artjuitetôniea de expressão sensual como Lc Corbusier faria mais tarde Em quase toda a sua obra residencial as junçôes es truturais são irnariavelineiite ocultas por rc vcstimenlo seja com o objetivo de esconder problemas nào resolvidos seja por estar em pauta o desejo de criar um nível apropriado de d ecoro Durante seu periodo de ocupação como principal arquiteto do Departamento da Construção de Moradias de Viena de I 92tl a 1922 no período austero que se seguiu à guerra Loos aplicou seu finiiiiiyon àquela altura airula nào desenvolvido ao problema da construção residencial em massa O rc sultado foi um grande número de estudos e aliosos sobre a edificação de moradiRS nos quais sua forma preferida o cubo acabou por transformarse em uma seçào cscalona da de terraços Eiri 1920 conceber um es quema br ilhan te e econômico de construção de cusas ccnhcciJu como Propricdaüc Hcu bcrg Casas cont tcrraços iiitcgraramse a estufas c lotes nos quais se esperava que os ocupantcs cultivasscm seu próprio alimento uma típica estratégia de sobrevivência urbana do período inflacionário do pósguer ra por sua vez adotada como politica geral em muilos projetos alemães de construção de moradias durante a década de 1920 Um dos paradoxos da carreira de Loos ê o fato de ele Brquiteto burguês e homem de bom gosÍo Íer criado seus projetos maiores e mais sensíveis a ser viço dos des favorccidos Sua demissão desiludida como arquiteto de moradias em 1922 e sua subse qüente transferência para Pariü a convite do poeta dolo re ta Tristan Tzara para quem projetaria urna casa em 1926 devol vcramno aos c írculos cosmopolitas da alta burguesia Ali passou a integrar o mundo elegante que cercava a dançarina Josephine Baker para quem criaria uma ilhi apara tosa cm 1928 Com as exccçòes lc Tzira c de seu antigo c lícula viencnse o al faiate Knize de fauna internacional para quem ele jà havia projeiado uma loja em Viena ein 1909 nenhum de seus meccnas pari sienses dispunha dos recursos ou da fi capazcs de les àlo H COHCrctizar q u1l 9 cr dos p fO etos em grande escala que elabo rou tlurantc seus anos de cxpatriaçào Em 1928 voltou para Viena cinco anos antes de sua morte e com a carre ira prat icamen te encerrada Em última análise a importância de Loos enquanto pioneiro dcpcndeu nào ape nas de sua extraor1inãria percepção como crítico da cultura moderna como tambcm de sua formulação do fiaiimynit conto es tratégia arquitetõnica para transceiider ri le gado cultural contraditório da sociedade burguesa que tendo se privado do vernácii lo não tinha como pretender em troca a cultura do CJassicismo Nenhum meio esta xa mais bem preparado para acolher esse sensibilidade hiperconsciente do que a v0i guarda parisiense do pósguerra em parti cular o círculo que editava LEsprit no iivr nu O espéito novo o poeta protodadaista Paul Dcrmüe c os pintores puristas Arnédcc Ozeii fant e CharlcsEdouard Jcanncret de Cor biisier que em 1920 reeditarairi a tradução francesa ic 1913 de Omomento e rime E como observou Rcyner Banham ainda que as raízes do Purismo estejam nas tendências abstratas classicizantes da cultura parisien se a despeito da sensibilidade rrarfi tnnie de Marcel Duchamp nào hà porque negar UMA HISTÔRIA CRITICA 109 Figs 7475 Loos projéto de ila para o Udo de Veneza 1923 Ao lado cotes transversais através de III e IIIIV e rm rru plantas do téireô e primeiro andar abaixo mo0elo que a influência de Loos foi decisiva pam refinar o programa tipológico do Purismo o impulso de sintetizar em iodas as escalas concebíveis os objetostipo do murido mo derno Arima de tudo hóje Lóos deve ser visto ccmo o primeiro a pchtular o problema que Lc Cnrbusier acabaria por resolver com o pleno desenvolvimento da planÍa livre O problema tipológico proposto por Loos con sistia em como conciliar a propriedade da massa platónica com a conveniência do vo lume irregular Essa proposição nunca foi apresentada com maior lirismo do que em seu projelo de 1923 para uma vifo no Lido de Veneza Esta Casa estava destinada a tor narse a formatipo da iilIa canõnica de Le Corbuser sua rifle purista em Garches de 1927 CAPÍTULO 9 Digolhes que chegará o dia em que uma nela de prisão mobIiada pelo Professor van de Velde será considerada como agravante da pena AdoN Loos ÃroCzdem 1831 O e ignrr e ieórico belga Henry van de Vcldc iniciouse naquilo que chamava de i ic luc rce da arquitctura cm 1 594 aos trin ta e nir anos de idade quando depois de dez anos como pinior neoiinpressíonista publicou seu famoso ensaio Déblaienient dart 4erraplanagein artística na revista ri ictzschiaiia helm Lc ziciÜú min efr A snciedadc noxa Esse cnsaiu que cx igia uma nova arregiineritação da arte a serviço du sociedade foi claramente influenciado pelos preceitos prérafaelitas que Van de Vcldc deve ter assimilado atraés de sua ar scciaçãn cnn o grupn va lguardista Lee Vingi llesde sua forinaçàn em 18 S9 esse grupo de artistas belgas tivera fÔrtes viri a l2Í O S COIII ià l EU Í i11Crfô C tHâ 2 III 1 ül3Í iàF t U FIO Walter Crane o protpgido dc William Morris Sob a influéncia de Crane o grupo dcixnu dc prencuparse com as belasartcs c oltou he para u cmiyn to meio anlbicntc cotnu um todo Reorgitnizado sob a liderança de Octavc Maus n Les 4ingt transformouse rso Salon de la Libre Lsthétique cuja pri meira rxposiçáo em 1594 aposentou as obras do marccnciru belga Gustavo Serru tier Bovy Este último dcvol yen à bélgica uma sensibilidade característica do movi mento Arts and Craíls que adquirira na Henry van de Velde e a abstração da empatia 18951914 lnglaterra na segunda metade da década de I õS0 Lm 1854 cxpês as qualidacles cxcep cionais de sua mobília sem pintura em uma série de peças surpreendentemente esculÍó ricas que lembrusam o estilo anglojapones deseniolvido ccrca de e i nte anos antes por Edward Godwin c christopher Dresser Vem de Vcldc cstreou conto arquiteto c Irsigiier r m 189 quando pr o i to u e cons truiu para si mesmo uma casa em U cctc Fig 76 A e3Posa de Van de Velde Maria Séthe usando r m vestido Criado por ele c 1898 Ffg 7 7 Ateliü de mobiliário de Van de Veide Bruxelas c 1897 Ele está inclinado sobre um desenho à directa perio de bruxelas Com ela pretendia sem dúvida demonstrar a sintese definitiva de todas as artes pois além de complementar a casa com todos os móveis e acessórios inclusive a cutelaria Van de Velde tentou consumar toda a GesnmikunrvrL através das formas fluidas dos vestidos que criou para sua esposa O caimento o corte e a or namentação dessas peças de sesttiàrio jú exib iam a igorosa linha sinuosa que se tor naria a contribuição fundamental de Van de Vclde à linguagem que havia lierdado de SerrurierBovy Derivada de Gauguin ern usola como um recurso expressivo paru conferir um perfil mais vigoroso ao legado formnl do mos imenlo A ns and Crafts Para Van de Velde o impulso apcrfei çoador do movimento inglés Arts and Crafis foi eomplemcntado pelas visÕes mais anár qtiicas ruas igualmente reformistas de Tols toi e Kropotkin Ainda que conseguisse com partilhar com os prérafaelitas sua grande aversão a toda arquitetura posterior ao Gó tico era incapaz de aceitar seu movimento consciente pard a medievalizaçàu do pre sente Como social ista foi mais influencia do pelos jovens militantes do Partido Socia lista Belga com os quaix jú vinha mantendo contato desde meados da década de 1880 Fig78 Van de Velde escrivaninha para MeierGraefe t896 e a pintura simbolista Ola de Ferdinand Hoüer c 1896 Emile Vanderxe1dc o cliente socialisia da Maison du Peuple de Horta e o poeta c crí tico Emile Verhaeren cujo csludo crítico da urbanização Lee Villes tentnculo it ei As ci dades teniaculares J fora publicado cm 1895 Contudo apesar dessas afiliações ra dicais Van de Velde ainda acreditava na re forma da sociedade através do dsiyu do meio ambiente ou sejn ainda aderia a uma fé sensaciuiialista na primazia da forma fls i ca sobre u conteúdo programático Para ele como para o conjunto da tradiçilo do Arts and Crafts a casa familiar era o veículo so cial básico a partir do qual os valores da snciedade poderiam ser gradualmente trans formados A íeiúra dizia ele corruinpe nào apenas os olhos mas também o coração e a mente Em sua luta contru a feiúra Van de Vclde concentrouse no deiign de todos os aspecios dn ambiente doméstico Estas a mal preparado tanto por temperamento quanto por formação a pensar em escala ur bana em seu projeto para a colóniajardim de Hohcnliagcii construida cm l9ofi cm Hagen Alemanha para Karl Ernst Osthaus não conseguiu dcmonstrar de que modo a casa individual poderia ser agregada a uni dades sociais maiores e mais significativas E nào foi mais bemsucedido do que William UMA HfSTOR1A CRITIC A 113 Morris na tentativa de conciliar as contrat1i ÇÙfiS ctltrC SeM5 CtIT pro Tli SOS fiOCİI I İstüs c o tăto de ser patrncinado pela alta classc media A partir de meados de 1890 Van de Vel de foi profundamente influcnciado pelas teorias esiéticas do historiador de arte vie nense A loîs Ricgl c pelo psicólogo Theodor Lipps de M unique Gnde um enfatixava a primazia criadora da KurtstivoInn indivi dual on desejo da forma o outro postula va a Eínfúltliing ou empatia coma a pro jeçào quase mistica do ego criador no obje to de aric Essas idéias complementares já haviam sido mais especificamente contex tual izadas no ensaio de Nietzsche de 1871 Die Geburt Jer Tmpõlie ous ment Gete der inark O nascimento da tragédia a par tir do espírito dir música onde o apolíneo c o dionisíaco eram vistos como a dualidade irredulivel da culture hclûnica o pt imeiro aspirando ao t ipico e ä libcrdade denÍro da lei e o segundo voltado para a superabun dãneia c a expressño panteista Essas idéias fragilmentc relacionad s cntrc si que de ram forma vagamenie à mra de Van de Velde a partir de 1896 encontraram uma long Abstraçào e empatia obra publicada por Wî lhelm Worringer em 1908 Van de Veldc cstudou assîduamcnte o tcxto dc Worringer c achou que sua prúpria obra pa rccia combinar cm uma cntidadc ùnicu us dois aspectos antagúnicos do modem cultu ral de Worringer per um lado o impulSO para a expressäo empática de estados psi quicos vitais e por ouÍro a tendência a transcender atravüs da obstraçíio A inda que Van de Vełde se empenhasse em encontrar uma cultura empàtica e vital da Korma tinha consciência da iendência inata de toda arquîtetura de voltarse para a abstraçâo Nesse coniexto seu inexauriel respeito pelo Gótico pode ser intcrpretado como uma nostalgia dc urns arquitetura cm que a vitalidade imediata da formaforça viria a ser transcendida pela sublime abstra ção esiruÍurøl do todo A corporificação de tal forma era a fonte de sua própria estética dcsdc ecu p i ciro surgimento na scric dc móveis intitulada Estilo Yachting qo c dese nhou em 1 d95 para a Maison de 1Art Nou vcau de Samuel B ing em Paris até sua for mulaçào tcórica em l9t2 cm Weimar dos principios daquilo que chamaxa de orna mcnto estrutural mcnte linear Van tic Velde mantcve uma distinçào str tit entre ornomentoção e orriumento argu mcntando que a primeirn devido ao fito dc scr aplicada nào tinha rclaçào com scu objeto an passo que o segundo por ser fun cionalmente isto é estruturalmente deter minado integravase a ele Esta definiçăo do ornamento funcîonal era inseparável da importăncîa que Van de Velde atribuía a li nha gestual artesà enquanto traço antro pomórfico necessário da criaçào humana A linha escreveu em 1902 traz consigo a força c a encrgia daquilo que a traçou Para elc ve impulses quase erółicos que regem n curso de uma linha üeviam ser vis tos como uma litcratura sem ałfabeto A podcrosa tendência anłidecoraiiva da concepçäo purista da cultura foi reforçada en 1903 qiiando Van de Ve lde voltou de uma viagem à Grécia e an Orients Mćdio extremamcnte impressionado com a força e pureza da forma micênica e assiria Desde cntào tentou cvitar tanto a fantasia gcsÍual da Seccssào quanlo a racionalidade do Cas hicismo Tcntou criar a forma urgănica pu ra uma forma que em sua opiniào só se poderia encontrar no berço da eivilizaçào nos monumentais gestos cripticos do ho rnets do Neolitico Isto sem dúvida ezplica as formas telúricas das casas que elc cons iruiti em Chemriitz e em Hagen entry 1903 e l90ô Contudo a despeito da curiusa natu reza megal íiica dessas obras permaneceu em todo o trabalho de Van de Velde poste rior a 1903 um traço de Classicismo que näu era totalniente mcdiado peio sentimentn que o ligava ao arcaico lsÍo se torna niais evi dence nos objetos domćsticos que criou en tre 1903 e 1915 peças que parecem refletir sua apaixonada reação às qualidades clássi 1 t4 HISTORIA C RITICA DA ARQUITETURA MODE RNA cas para nüc dizer inctü cis quc clv cnccn trnu no artenon Na Aciópole as colunas viVas nos ensinam que não existem que não suportam peso ou melhor que estóo espaçadas segundo uma finalidade muito diversa daquela com a qual aparentemete foram erguidas Mesmo quan do ainda estão unidas por entablamento pro clamam com eloqüência que as colunas ao redor do Partenor nãu existem mas que entre elas estão colocados vasos qigantescos e per feitos que contém vida espaço e sol o mar e as montanhas a noite e as estrelas A êntase das colunas foi transformada até que o espaço resultante entre un a e outra chegcu a uma forma perfeita e eterna A conversão apot inea de Van de Velde por assim dizer coincidiu curn o ponto cul minante de sua carreira em Weitnar Dcpois de tcr sido consultor das industrial de artc sanato do GrãoI3ucado de SaxeWeiinar desde 1901 em 1904 foi noivieaJo profes sor da recémcriada Escola de Artes c Dfi cios do GrúulJucado Com essa nomeação ficou encarregado de projetar nosos cdii4 cios para a escola e para a jà ex istente Aca demia de BelosArtes o núcleo que ca torze anos depois viria a transformarse nu Bauhaus de Weimar Antes da inauguraçao dcsses edifícios em 190d Vnn de Velde con tinuou lccionandu em ficiniar além de também prosseguir corri seu Kumsstnriuur para a formação cultural dc artcsüos espc cializados Coniudn esse momento triunfal de sua carreira viuse obsc urcciilo por F ro fundas duvidar interiores quandn começou a questionar a pierrogativa do artista de deÍeriiiinar a forma dos objetos Em 1905 escres cu Até que poniu tenho esee direito de impor ao mundo um gtsio c um cf okr i u qu são tão gc sooi s7 De repente não mnis vejo as li3açoes entre meu ideal e o mundo Dcpois de Gottfricd Scinpcr c Pctcr Beh rene Van de ülde sempre procurou re forçur cssns ligações socioculturais através do tca iro concedendo sua uniào de atores c espec iadorcs como a rnuis cleviida fuma de vidu social c espiritual Dirctamente influencia do por cené3r com o Vtax ieinhardt c UMA HISTÓRIA CRITICA 115 Gordon Criig dedicouse ao desenvolvi mento do palco Ínplice formulado pela pri meirn vez em em projeto para o Teatro Ou monl em Weimar em 1904 Retornou o tema em 1911 no projeto cncomcndado para o Théútre des ChampsElysées Paris cons truido em 1913 por Aupuste Pcrret que lhe alterou a fnrma e de novo em seu Teatro da Exposição Werkbund de Colónia em 1914 O Teatro Werkbund extremamente ex pressivo mas de vida curta foi a apoteose de todo sua obra anterior à guerra Erich Men delsohn escreveu sobre ele Somente Van de Velde com seu teatro está realmente em busca de uma nova forma Concreto usado em estilo Art Nnuveau mas forte em con cepção e expressão Suas massas salientes demonstraram o magistrol domínio de Van de Velde sobre a forma de uma maneira que mais tarde serviria de modelo para o perfil da Torre Einstein de Mendelsohn consumida em Potsdam em l919 O ailinirado Teatro Wcrkbund seria a úl tima formulação da estética formnforça de Van de Velde fundindo ator público auditório e paisagem corno nas arenas ao ar livre do homem ncol ítico parecia confi gurur uma expressão empàtica única cm seu tempo Essa expressão certamente nào poderia encontrar lugar na modesta casa modular préfabricada que Van de Veldc construiu para si mesmo depois da Primei ra Guerra Mundial Ci sonho Werkhund de um mundt transformado pela lute firin e pelo monopólio industrial mosÍrarase tào vão quanto as esperanças reformistas da burguesia dotada de consciência social cujo patrocínio de cinqüenta anos dos mo vimentos Arts and Crafts e Art Nouveau chegaram a um fim abrupto devido à pri meira guerra industrializada Não era mais possível lantasiar sobre uma sociedade transformada pela arte pelo desenho in dustrial e pelo ieatro numa época em que encontrar um abrigo de dimensões mini mas passara a ser um problema de màxima urgência CAPÍTULO J 0 A cidade é imaginária suponhamos que os povoados de RivedeGier StEtienne StChau mond Chasse e Givofs tenham condições se melhantes dessa cidade O local deste estuda situase numa região do sudeste da França e maleriais regionais foram usados em sua cons trução Fatores determinantes para o estabeleci mento de tal cidade deveriam ser a proximida de de matériasprimas ou a existência de uma força natural capaz de ser usada como energia ou a conveniência dos métodos de transporte Em nosso caso o fator determinante para a Iocalzaçao da cidade é o afluente que é a fonte de energia também existem minas na região mas poderiam estar situadas mais adiante O efluente está represado uma usina hidrelétrica distribui energia luz e calor para as fábricas e para a idade toda As fábricas principais estâo situadas na planicie na confluência do rio com seu afluente Uma linhatronco de ferrovia pas sa entre as fábricas e a cidade situada acima das fábricas num planalto Mais acima ficam os hospitais estes a exemplo da cidade estão protegidos dos ventos frios e iêm seus terraças voltados para o sul Cada um desses elementos principais fábricas cidade hospitais faca isola do de modo a tornar possível sua expansão Os estudos sobre o programa mais satisfa tório para as necessidades morais e materiais dos indivíduos resultou no estabelecimento de regras a respeita do uso das estradas da higie ne etc o pressuposto é o de que um certo progresso da ordem social que resukou na ada çao automática dessas regras já foi alcançado de modo que nào sera necessário decretar as leis efetivas A distribuição da terra todas as Tony Garnier e a Cidade Industrial 18991918 coisas ligadas à distrbuiçâo de âgua pão car ne leite e suprimentos médicos bem como a reutilização do lixo serão eniregues ao poder público Tony Garnier Prefácio a Une Cré industrielle 1917 Seria difícil imaginar uma afirmação mais concisa dos preceitos econômicos e técnicos básicos para a fundaçiio e organi zação de uma cidade moderna A própria lu cidez deste esboço única manifessaçào teórica de roda a carreira dc Gamier refle te em seu iom e conteúdo a natureza fun damentalmente radical de sua vida e obra Nascido em Lyon em 1869 e criado em um bairro de operários radicais permaneceu coe rentemente ligado à causa socialista até sua morte em 1948 A formação de Garnicr c o compromis so de sua carreira profissional são ambos inseparáveis da cidade de Lyon O sindica lismo e socialismo radicais que Lyon abri goii provinham do fato de ser um dos mais progrcssistas centros fabris da Françn do sé culo XIX com suas indústrias de seda e metalúrgicas já bem estabelecidas quando Gamier nasceu Além de sua ocaIizaçã0 fa vorável no corredor RódanoSaône o cresci mento de Lyon fora estimulado pouco de pois da metade do século por uma das pri meiras ligaçôes ferroviárias da França Na década de 1880 com a eletrificação de seus bondes e sistemas ferroviários locais a ci dade apresentasa a localização ideal para tomarse um centro principal da inovação 1IB HISTORIA C RÍTICA DA ARQUITETURA I MODERNA técnica e industrial Fotografia cinemato grafia geração hidrelétrica produção de automóveis c aviação Íodas estas coisas ti veram suas origens ali enlre 1882 e a virada do século A infl uência desse ambiente tec nico certamente rcfletiuse no projeto de Garnier para uma Cité 1 ndustrielle apresen tado pela primeira cz em 1904 um projeto que dcmcn trava sua crença no fato ic que as cidades do futuro teriam de se basear na indústria Ofttrcs aspectos da cultura de Lyon tam bém estavam presentes nos projetos da Ciié 4c Garnicr em especial o moinicntc regic nalista francis que dcfcnüia o renascimen to da culttira lncal e estava em dec u c cia disso comprometido com os programas po líticos mais abra agentes do fedcralismo c da dcscentralizaçàii Desse modo Gnrnicr in troduziu uma velha cidade medieval dentro dos limites de sua cidade industrial A im portância que ele atribu ía a tais fundaçoes refletese no fato de haver colocado a prin cipal estação ferroxiària nas proximidades imediatas desse centro regionat A miinicipalidade de lyon também era importa te mesmo na juventude de Gar nicr por sua abordagem avflnçada da urba nizaçáo Suas ruas tinham sidn rcgularixa das entre 1853 c 1864 dcpois de 1880 comn parte de um programa de crradicaçào Ic hairro ycbrcs a cidadc comcçou a aperfeiçoar seun sistemas de saneamento e de distribuição de água e por volta de 1883 começou a introduzir uma vasÍa Gama te benefícios sociais escolas moradias para trnbnlhndores banheiros públicos hospitais e matadouros Ao entrar na École des BeauxArts pri meiro cii Lyon em 1886 depois cm Paris em 1 589 Garnier passou a ser influenciado por Julien Guadet que como professor de teoria depois de 1594 ensinava não apenas os preceitos do Racionalismo clássico mas também análise de programas e classifica ção de tipos de edifícios O livro de Guadet Elúmente et ihúoriec de l arc hitecture Qte mentos e teorias da arquitemra de 1902 rig 80 Garnier C até lndustrielle projeto esquemático 190417 AUaixo do3 hospitais está o centro administrativo e cultural flanqueado pelu casaro era uma atualização progrnmatica dos mütu dos criados por Durand em 1805 rendo em vista a combinação racional de lõrnias ar quitetónicas tipi ficadas e cssn abordagem elementar comum do design passaria a dar forma iis carreiras dos principais alunos de Gundet Ganiier e Augusto Pcrrct Esses dois homens contudo desenvolveriam carreiras muito diferentes pois enquanto G amier depois de dez anos em Paris conquistou o Prix de Rome em 1899 e passou mais quairo anos na Academia Francesa na Villa Medici Perrel abandonou a Ecole des HcaiixArts cm 1597 depois de apenas três anos de educação formal para trabalhar com seu pai Assim quando a Cité lndustrielte foi exposia pela primeira vez em l9tH Perret jú deixara sua marca enquanto arquiteto e construtor com a estrutura de concreto armado de seu prédio dc apartamentos na Rue Fr anklin Desde a época em que Garnier foi ini cialmente um loginte para o Prix de Roine cm 1892 ele se deixara envolver pelo clima cada vex mais radical de Paris presidido pela figura de Jean Jaurés que se tornou de putado socialista em Í 893 A cena pol ítica parisiense foi galvanizada depois de l h97 pelo caso Dreyfus um acontecimento que transformou Émíle Zola em defensor apai xonado da reforma radical Oaí surgiu o pri meirn romance socialista utópica de Znla UMA HISTÖRIA CRiTlCA 119 Fćcun liié Fecundidade publicado em ca pilulos em 1 899 no jornal socialists LAii iore A aurora Dada a prolongada łiŞaçào dc Garnicr com u Sociité des Amis dEmile Zola näo há dúvida de que cfc tenha I ido esses excerios De qualquer modo os pri meiros esboços para a cidade industrial que ele fez nesse mesino ano parccem refletii a visào de Zola a propósito de uma riova or dem econõmica que o escritor vîria a elabo rnr cm scu scgundo romance secialista utópi co Traiail Trabalho 190 I Contra uma grande oposiçäo na Villa Mcdici Garnicr continufu trabalhando nes sc projeto urbana ao longo be ioda sua pcr manência Em atendimento à ex igência de 3estemunho de esliido acadéinico prepa rou mrna reconstruçúo iinaginária e igual mcntc sem prcccdcntes da cidadc de Tus culum numa colina romana Junto com a prinicira vcrsào da Citć lndiis triellc cssa obra foi Ch Ostã Cm Paris em 1904 ano da volta triunfal de iamier a Lyon Nos irinÍa e cinco anos seguintes ele łrabalharia ex clusivamente na cidade e para cla em gran dc pane sob a dircçäo do prcfeiÍo progrcs sisia Lidouard Hernot e foi em Lyon no ini cm dc sua carrcim pùbliea que Lc Corbu sico conheceu cm 1908 Construída sobre uma cscarpadura do fio nunia paisagem montanhosa quc em ter mus Terris corrcspondia à de Lytn a cida de induslriui de Garn ivr corn 35000 habi tantcs nào era apciias urn ccnłro regional de tainanho mùdio scnsixclmcnte rclacionado corn sew entorno mas tambćm uma organi zaçào urbana quc antecipava com seu zn neamento os principios da Caria dc Atenas dos ClAM dc 1933 Era sobrctudo unia cidade socialista sem muros uu propriedade ptivaila scm igreja ou quartćis scm lclcga era dc policia on tribunal dc justiça mrna cidade onde todas as àreas nàoconstruídas eram parques públîcos Dentro da úrea cons truida Garnier acabou por estabclecer uma tipologia variada c abrangeiite das mora dias segundo padrõcs cstritos do uso de luz vcntilaçào e áreas verdes Esses códigos e os padrões combinatùrios que geraram crum articulados por uma hicrarquia de rnas ar borizadas de diferentes larguras Cofn uma altura mćdia dc apcnas duis antłarcs um planejarnento ass inn aberto rcsultava cm baixa densidade e em 1932 Gamier con ce de u uma coniplcnientaçäo dv seu esquc ma que apresentava setorcs residenciais de densidade mais alta I ntegradas aos bairros resîdenciais havia diferentes categorias de cscolas situadas dc inodo a scinircm rc giòcs espccíficas da cidade cnquanto as instalações para a educaçăo técn íca e pro fissinnal sc situavam cntrc as árcas rcsidcn cial e industrial Recenteniente foi demonstrado que Gar nier nào chegou soziuho i concepçào de sua cidade e que cntrc os jovens c notáveis irii sionn rims que cram seus cotepas na Aca deinia Francesa de Roma é preciso incluir Lúon Jaussely cujo Prix de Rome de t9fl3 U ma Praç a Metropolitaria em uni Grands EsÍado Mem ocratico lenibrava em muitos aspeclos o plunciamento o conieùdo e o ens do centro cultural c a4ministratiri Jim Litć Jc Nxmcr aprcscntaJ como um cs paço de asgecto públcn onde um museu uma bibhutcca um teatro um cstädio c uma Grande piscin8 pública cobcrta tu cdificìo de hrlinthćinfiii se a s rupam ac redor do exo de un complexo U pri lcipio organiza Jur IÏindamcntal Jcssa cstrutura e11 urma üc luscngc ć we pvristilo 1 culunas de cc crcto armada que scream um cunjunto iJc salas para asscmblćias sindicais e un esya ço circular Central cotI 1000 lugarcs flan queado de um lado for um auditôro cont î000 Tugarc c óc utro pur doin anfitca tros dc 500 lugarcs situados lado a lado Ostensivainentc dcdicadas a difcrentes pro púsitos demiicräticos dc debates parlamcn tares a confcréncias rcuniões de comitès e projeçäo de filmes os Marios tipos de reu niao teriani ocorrido ali sob a imagem ra cionalista de um rclógio dc vintc c quatro horas e um cntahlamentct com rclcvos n cstilo de Courbet e a inscriçào de duas cita ções extraídas dc TmvUil de Zola O pri 120 HISTÖR1A C RfTICA DA ARQUÏTETURA MODERNA meiro desses textos aludia ao programa de SaintSimon para alcançar a harmonia in ternacional alravés da produção industrial e da comunicação e o segundo à celebraçào ritualista de uma utópica colheita socialista imensa da qual o trabalho dos homens final mente reconciiados obtinha pâo suficiente para a felicidade de iodos Este ùltimo trecho evocava diretamente a vida e a paisagem bucôlicas clássicas que Essa era a incessante pradução apropriada Garnier entendera pela primeira vez em sua aos tempos de paz trihos e mais trilhos para plenirde depois de sua viagem è Grćcia em que todas as fronteiras pudessem ser atravessa 1903 Como a ãgura da qual prctcndia ser o das de tal modo que todos as povos unidos equivalence moderno o edificio de reuniôcs formassem um só povo em uma terra total de Garner era representado cnmn se habita mente sulcada par caminhos Esses eram os do por figuras esyectmis cujos trajes à mu grandes navios de ago nåo mans os abaminá da de um Biedenzieier contempnrâneo evo veis navios de guerra levando consigo a devas cavam uma atmosfera apropriadamentc cás tação e a morte mas navios de solidariedade e sica Suan casas deviam ser iguałmente sim fraternidade permutando os produtos de con ples sem cornijar e adornos de outro tipo ținentes multiplicando por dez as riquezas da e em muitos casos projetadas ao redor de humanidade até aquele panto em que passas quintais e tendo suas źguas escoadas pur se a reinar uma enorme abundãncia implúvios End resumo apesar do uso de Resolveuse que a festa aconteceria ao ar métodos de construçèo avançados da adu livre perto da cidade em um vasto campo on çšo da construção de concreto armado pur de os feixes de espigas se erguiam coma as co toda parte Hennebique e üo uso dc gran lunas simétricas de um templo gigantesco da des ăos de aço no setar ldustzial segundo cor do ouro sob a sol reluzente A colunata es a Galeńe des Machines dc Contamin de tendiase ao infİnito até o horizonte Iongin lăü9 a Cité Industrielle continuava sendu quo com uma profusão de espigas anunciando acima dc ludo a visào Jc uma arcádia so a inexaurível fertilidade da terra E foi ali que cialista mediterrănica eles cantaram e dançaram com a born aroma Par mais que cm Roma Garnicr tcnha do milho maduro no meio da planicie fértil e sito influcnciado por ouwos lrbanistas frai Fig 81 Garnier C ité lndustrielle o centro com ediłlcios Para r0uniões em Korma de losango e mor adias ł 917 CCses imp orianies como IdOfI Jaussely e UMA HISTORIA CRITICA 121 SUil infJ uência geral foi limjp d Eugêne LJúnar d cuj os prin zeirns artigo s C0ltl exceção dilfi obras isoladas ã porque Sohre tr ansform açào urbana foram publi em Lyon suas prnpqs çõ dC Garnier cados cm 1903 a contribuição única de o i e s basjc as nunca SLt cidade esii tarltO nO extraordinário ní r Pam testadas nu muito divulgad as Ao de detalhãmento cum que foi desenv Ôrl CUdI2ÍO Hip modernidade de sua con C0gÇ àu O projet o de Gnrnier não npenas 0SÍiptilaxa os princíp los e o planejamento de u ma cidadc industrial hi potétic a tam bém dclineava cm muitas escalas diferem US B siibst5nc ía específica de sua tipolo gia urbana ao mesmo tempo em que orere cia in dicações precisas sobre 8 fhodalidad e de construç ão em LtÇO E concreio Nada de C0ntrário dO m odelc da citiadejardim de Ebenezer Howa fÕ de 1898 que foi realiza da coiTlo estrate bla de desenvolvi mento cm Letch orth Garden City em 1903 di ri ii menle poderia scr vistâ COICO um modelu testado Na verdade essas J IBIS altcrnati ítS nào podiam ler sido mais opostas pois OfldC d Citê de Garnier era inerente nie nte Xilndive l c dotada de u ma certa a rltono Mia graças à sua base na indústria pesada tà0 abrangente assim halía s ÍdO tent8 do a RtirÍsville de HOWard era de dimnsõ s desde a cidade idCal de Ledoux em Chaux limitadas ô CüOflOfTii Catuant e dep endente cm 1 804 tenha sido publiCa da em 19 17 a contribui ção dada por seu aucor au urbariismo con C O m Sua base na in dústria leve e sua agri Cultura em pequena e scala E cnquanlo a Cité de Garnicr em 0JLIF1tO COn7 0 proje mporàneo já começava a ser re conhecida to de J aussely pa ra barcelona em 1904 em l 92Êi quando Le Corbusier publicou material do fiilin da C ité fi a revista purista Apesar do impacto ôbv io da City sobre Vitia a in fluenciar os modelos teóricos de pla nejamcnt o d esen uIvid os dufante meira década da Uniào SoviêÍ ica o de H oward levaria à proliferaç ão refoririis o pensamento urba níslico de Le Corbusier ta de co m unidades do ÍipO C Id adejar dim e por fim ao ig tt al mente pragmã ti Fig 8 2 Gôrnier c it J n duStrie l f e detalh e d e edifíci o d e reunióes I 90417 1Z4 HISTORIA C RÍTICA DA AROUITETURA MODERNA co programa New Town que surgiria na lnglaterra depois da Segunda Guerra M un dial O pensamento urbanistico de Garnier foi expresso cm seu Gnnuli tinv z nix fl lx vile dv Levou Grandes obras da cidade de Lyons de 1920 em seus matadouros de 19tlfi32 em seu hospim Grande Blanche de l 919311 Fig 83 Garnier matadouro La Mouche Lyons t917 c em seu bairro ÉiaisUnis projetado etn 1924 e consiruido por volta de 1935 Carla um desses complexos cquivalia a uma cida de em miniaiura que reafirmava através de sua arquitetura a soberania da cidade en quanto força cívilizadora missào que esta va muito al ém das forças da cidadejard int anglosaxônica CAPITULO 11 Em suas origens a arquitetura é apenas es trutura de madeira Para evitar os incêndios paSSae a construir com materiais duros E o prestígio da moldura de madeira é tamanho que se reProduzem todas as suas característi cas inclusive as cabeças dos pregos Auguste Perret Conrriduton á une fiéorre de Iarchitecture Paris 1952 Em 1897 depois de terminar abrupta menie urna carreira brilhante na Écõle des BeauxArts Áugustc Pcrret deixou a orien tação acadêmica de seu mestre Julien Gua dei para trabalhar corri seu pai Essa rnudan ça consolidou seu envolvimento cool a em presa 6e construções de sus família ã qual ele anteriormente não se dcdicava em perio do integral De suas obras desse período que jà se inicia em 1890 as maia interessan tes sóo as cue Percet projetou depois de ter deixado a Ecole des BeauxArts tcndo em vista que preparam o cenário de tõdo õ restó de sua carreira um cassino em 5iaint Maio em 1899 e um prédio de apartamentos na Avenue Wagram Paris em 1902 Enquanto uma era um nsaio racionalisla estrutural em estilo romântico nacional na épom popula rizado através das víffos rústicas de Hector Guimard a outra era um ensaio de oito anda res em pedra desbastada à maneira Louis XVcumArtNouveau Das duas a última deve ser vista como o ponto de partida es sencial de Rrret já que demonstrou sua vol ta consciente à tradição clássica uma volta que inclusive anieeipava cm alguns anoi a A uguste Perret a evolução do Racionalismo Clássico 1B991925 cristalização do estilo da Sucessão na obra de homens torno Behrens Hoffrnann e Ol brich O edifício da Avenue Wagram projeto vase sobre a calçada cm uma eitensiio cor respondente à profundidade de uma janela de sacàda à medida que subia até seu sexto pavimento provido de colunata Esse perfil projetado em pedra era sutilmcnte comple mentada por um omamento escúlpido em forma de parceira que se elevava sinuosa mente desde o umbral florescendo em abun dância pétrea sõb o plinto da coluriata do sexto andar Ligado ao Simbolismo Perret projetada a alvenaria dessa estrutura de mo do a evocar o imaginãriõ fioia1 da Belle Épó que Ao mesmo tnmpo nào querendo violar a nrdonnàrice de uma ruá parisiênsê leve o cuidado de alinhar suas aberturas cmoldura das com as das fachadas clássicas de ambos õs lado4 Tudi isso porcm coritradizia o câ rione do Racionalismo Estrutural pois sem dúvida nàõ se tralavà da árquitêtura de es trutura arnculada tal como a defendera ViolletleDue também nào era o uso natu rg 84 Perret Cassino Saint Mato 1899 124 HISTÓRIA CRITICA ÕA AIIQUITETURA MODERNA Fig 85 Perret 25 bis Rue Fiãnklin P6ris 19õ3 ralinente expressivo e verndculo da estrutu ra que Perret havia demonstrado no Cassino de Saint Malo Dois livros parecem ter influenciado Perrel levandoo a adotar uma estrutura de concreto com vigas horizontais para seu prédio de apartamentos na Rue Franklin em 1903 a monumental Hisioire de l ar chitecture História da arquitetura de Au guste ChoiSy 1899 e o texto de Paul Chrislophe sobre o sistema Hennebique Le Bélon ermé et vcs applications O concreto armado e suas aplicações 1902 Enquan to o primeiro citava o travejamento grega como antecedente clássico de tais estrutu ras o segundo apresentava uma técnica de finiiiva para a fabricação e o projeto de uma estrutura de concreto armado Professor dê arquitetura da École des Ponls et Chaussées Choisy cultivava uma visão deierminiata da história na qual argu mentava que os diferentes estilos haviam surgido nào por inodismo mas como a con seqüência lógica de avanços nas téCnicas de construção Seus exemplos favõritos de rais estilos tecnicamente determinados eram se gundo VíotletleDuc o Grego e o Gótico embora fosse sem dúvida ina referência ao primeiro que fez dele o último teórico in fluente do Racionalismo Clássico Choisy sucedeu uma longa linhagem de tais racio nalistas oa quais a exemplo de Guadet e La brouste remonlavam aos teóricos Corde moy e Laugier do século XVIII Como mui tos proponentes dessa escola Choisy não via nada de irracional na transposição grega de forrria8 em madeira aos compnnentes em alvenaria da ordem dótica O uso inicial do concreto armado por Perret estava mais de acordo com a caracte rização de Choisy do gótico como uma ar quitetura de vigas e enchimenios ibm ter mos de composição o edifício da Rue Fran klin condensava o formato adotado um ano antes na Avenue Wagram Em cada caso fa chadas de rua divididas em cinco comparii mentos e com os compartimentos das extn midades projetandose sobre o pavimento ergue rse por cinco ou seis andares e vào terminar em um piso adicional de rumate antes de retroceder Na Avenue Wagram es se andar é enfatizado por urna colunata adi cionada enquanto na Rue Franklin seu ca ráter elementar é realçado pela estrutura de duas sacadas abertas Ali porém cessa toda correspondência pois se o edifício Wagram é monolitico e se expande horizontalmente o da Rue Franklin é articulado e atenuado verticalmente A articulação de suas colu nas e a elevação de seu telhado alcantilado em recuo conferem algo de gótico a essa es trutura de resto ortogerial evocando as obras de Mansart no século XVII foi onde Perret chegou ma is próximo tlg detalhada prescri UMA HISTÓRIA C RÍT1CA 125 ção de ViolletleDuc A razào de sua facha da cúiicava em forma de U tào evocadora das aÍenuações do Gótico era rio verdade eminentemente pragmàÍica Perret podia ter andares mais espaçosos ao situar o pátio re gulamentar na frente e não na parte poste rior Coin igual destreza revesiiu a parede de trós do cdificio com lentes de v ídro para rtào infringir um direito de uso l3epois de 1903 Perret a Cxemplo de Choisy passou a ver a rfiriueoe ou moldu ra estrutural como a expressão fundamental da forma construída A esttutura em concre to armado do edifício da Rue Franklin fui revestida de modo a sugerir uma construçiío de prádeve e lintéis om madeira e o restante eram janelas ou sólidos painéis rcvcstidtis de musaicos du cerâmica Ünquantu os gi rassóis marchctados destes últimos confc riam ao edifício aquela qualidade Ari Nou veau fossilizada tão característica do fim da Belle Epoque a estrutura em si c o pla nejamento abcrlo que permitia apontasam para Le Corbusier e seu desenvolx imento posierior da planÍa livre A empresa Pcrrci Fréres composia por Auguste e seu irmão Gustavo desempenliou um papel fundamental no desenvolvimento do estilo de Pcrret Em i ano eles construí ram uma admirável garagem de quatro anda res na Rue de Ponthieu A isto seguiuse cm 1912 urna casa projetado por Paul Guadct ra l ho de Jul ieii Guadet Executtidas em con creto amiado e erguendose eiii cadu caso a um átíco ou friso encirnado por nina comija tamente esses obras mostram o refinamento progressivo de um estilo residcncial Perret racional c travejado Enquanto a primeira po de ser vista conto tendo nntecipadu o forma to do estilo cclesiústico que Perret desenvol vcria mais tarde a segunda deve ser conside rada como o protótipo da fachada Perret um formato modiilado que recebeu sua expres são definitiva em sua reconstrução de Le Havre depois de temiirtada a Segunda Guerra M undial Em 1911 13 foi a sez do tour de force do Théàtre des Champs Elysccs depois do Fig 86 Perret Théalre des Champs ElyS9es PariS 19 Ï 13 Seçóo do auditório qrande com relevos de 8 udeIIe desditoso confïonto entrc Auguste Perrct e Henry van de Velde Contratado pelo diretnr fCijtfal G AStruc cm 1910 Van de Velde logo percebeu que cm um espaço tão limi tado seria necessário trabalhar em concreto armado c cntàu convocn u os irmãos Perret como empreiteiros Foi uma decisão infelix pois Pcrrct pôs cm duvida a eseqüibilida1c da planta de Van de Veldc prnpondri um proetc semelhante de sua aiitoria Sein me ses depois as idéias de Pcrrct haxiam preva lccido c Vnn de Velde fora rebaixado de sua condição de arquiteto colaborador à dc or ryitecteconsultant Enquanto a planta e a elevação do Theà ire dcs ChampsElysées eram essencialmente de Van de Velde sua realização demunstro u tanio a mesiria de detalhes de Perret quan tO a capacidade técnica da firma Perrct Fri res O programa ex igia trés auditórios que acomodassem l 250 5Üt1 e 150 pessoas res pectivamente cont um vasto espaço subsi diàrio que compreendcssc palco bastidores lij er vestiários etc iudt isso num espaço de cerca de 37 metros de largura por 95 de 126 H1STÓRIA C8ITICA DA ARQUITETURA MODERNA profundidade Perret suspendeu seu princi pal auditório circular dentro de um períme tro de oito commas e quatro arcos com am öo s os elemenios iri te gizdD8 ø uina estrutu ra monolítica contínua que se erguia de uma base de vigus A marríz básica dp es queleto era aumentada pela inteligente apli caçgo de vigar eio baTanço e igas armadas de tal medo que os volumes exigidos pu dessem acomodarse som exstidão nos li mites do local Pouco dessa estrutura dinà iTuca ee expressa no exterior que na parte posterior e nas laierais i geralmente exe cutado como uma estmtura travejada pre enchida com tijolos A fachada principal porëm recebe wn tratamento cléssico é re veslida com pedra de uma maneira regular que muilo pouco se relaciona com a exu berante subdivisäo colunar do yer inte rior Ao mesmo tempo a cultura simbolísta de Paris um legado da 8elle Époque ainda encontrou uma certa expressäo tanto in ierria quanto externamente nos baixosre levos e frisos de Antoine Bourdelle e nos murais dc Maurice Denis Essa nostalgia de uma antiguidade mitológica foi ainda rche łirse Dos coirimàos nos acessörios de ilu minaçâo e no mobiîiérto desenhados pela Na dècada que se sequin à inaugutaçäo desse teałm em 1913 a Púrret Frères esteve ocupada com úma extraordinźria série de eStruti2faS UtİİráiiøS de coficreto alWiado iticlusìve com construções portuárias em Casablanca e diversas oficinas res de Paris De repente em 1922 Auguste Perret Koi encarmgado da construçåo de sua primeire igreja NotreDame du Rainey concłuída em ł 924 New Perret chegou ż inais pura formulaçäo de see estilo em con creto amiado quase vinte anos depois de este ter aparecido pela primeira vez na Rue Franklin A igreja foi importante iiäo apenas por suas proporções elegantes e ecu rfina mento sinttico mas também por sua forinu laçlo da coluna cilindrica articulada dentro de uin envoltórîo nãoestruturał de 0s pre ceitos de Choisy foram plenamente respei tados desde as divisórias perfuradas e pré fabricadas ate as commas esguías e acaneIa das cada componente reduzido à sua es sëncia estrututal mais explicíia lmediaiamente após Le Raíncy vieram duas estruturas temporáńas que reprcsenta ram o climax da primeira fase da carreira de Perret sua galeńa de arłe o Palais dc Bois construida em 1924 com madeiros em ta rnanho padrão que foram reutilizados dc pois da desmontagejzi e seu pequeno teatro de arena na Exposition des Arts Décoratífs de 1925 Enquanto a galerìä de arte ø exem pro da igteja de Le Raincy era uma das es truturas mais articuladas de Pcrret o teBtro tempòrśrio de construção teve pretcndia Fig 87 Perret teatro Exposition dés Arts Dècoratifs PariS 1925 UMA HISTÓRIA CRITICA 127 simular uma pcSaJa estrutura monclítica A verdadeira estrutura consistia de colunas circulares de madeira que supoHuxam uma trama de vigas ieves de clí nquer armados com aço Internamente o conjunto era re matado com tetos falsos cm gesso e no cxterinr tinha um revestimento de pedra ar tificial Como tal estavam certamente dis tantes da pureza estrutural que sempre fora essencial à tese racionalisla Esse engano era justi ficado por seu autor com base na alcgaçàn de que fosse o teatro permanente ele o teria construído em concreto armado Com toda sua impureza o teatro da Lx posit íon des Arts Décoratifs foi a manifes tação niais lúcidu c lírica jamais feita por PcrreÍ Oito colunas internas livrcs suporta van uma viga anelar que através de há be is transformações em seus quatro cantos diagonais por sun xcz suporiava uma clara bó ra quadriculada acima da arena crucilõr me As cargas transversais dessa estrutura 1 nterna eram transferidas a uma iiga pe rirnetral suportada por um sistema de colu nas livres regularmente dispostas ao redor da parte externa do a uditório Exlernainen te porú n a uxprcssèo permanecia desajei tada e ersas colunas ayarcntemente re dundanlcs quc articulavani o vazio exte rior reficÍ iam a preocupação de Perret com a c riaçào de um novo estilo nacional clás e ico uma obsessão que mais tarde com prometeria gravemente o desenvolvimento de sua obra À parte a lucidez de sua artuitetum e o extmordinàrio rrfi namento alcançado por sua obra construída a importância de Pcrrct enquanto teórico está em sua mentalidade aforistica e dialética na importância que airibuía a polandades que opunham ordem e desordem estrutura e preenchimento per manência c impermancncia mobilidade e iniobilidade raão e itnaginaçào e assim por diante Oposições myaríveis podem ser cn eontradas em todo o ruiiLs da obra de Le Corbusier Na Exposition des Arls Décoralifs de 1925 contudo os caminhos dessas duas figuras já começaram a demonstrar diver gências que nào dixium respeito apenas is cstruiuras das obras expostas mas tambcm impregnavam o nível teórico Nada poderia estar mais distante dos preceitos de Perret dn que Le 5 pornôs d unr architernii nouvlle Os cinco pontos de nina nova arquiteMa quo Le Corbusier publicou um ano mais tar de em 1926 CAPÍTULO 12 A GraBretanha pioneira achou mais lu crativa investir seus excedentes no exterior do que modernizar a produção e o ambiente inter nos Isto significou que o impulso da industriali zação no século M náo surgiu naquele país surgiu em uma nação industrial mais nova como a Alemanha que desejando conquistar novos mercados de alémmar tradicionalmente pre servados pelas potências marítimas mais anti gas estudou sistematicamente os produtos de seus concorrentes e através da seleção tpoIó gica e de um novo design ajudou a forjar a es tética da máquina do século XX C M Chipkin Lutyens and Imperialism in RIBA Journal 1969 Com a supressão dos prussianos pela Revolta Saxônica de 1849 revolta na qual tanto Mikhail Bakunin quantn Richard Wag O Deutsche Werkbund 18981927 mos artistas mas nào uma arte verdadeira Em franca oposição ao sonho prêrafaelita do retorno a uma era préindustrial Semper adotou o pnnto de vista de que Infaligável a ciencia enriquece a si mesma e á vida com novas descobertas de materiais úteis e forças naturais que operam milagres com novos métodos e técnicas com novas fer ramentas e máquinas Já se tornou evidente que as invenç0es nâo sao mais como o foram em outros tempos meios de satisfazer necessi dades e fomentar o consumo pelo contrário necessidade e consumo sao os meios de co mercializar as invenções A ordem das coisas in verteuse Mais adiante no mesmo texto ele anali sava o impacto de novos métodos e mate riais sobre o design ner desempenharam papéis fundamentais 1 o pórtico e o granito mais duros são cor Gotlfried Semper arquiteto e revolucionà tados como a manteiga e polidos como a cera o rio libeml deixou Dresden e foi primeiro marfim ê amolecido e pressionado de mcdo a para Paris dois anos depois em decorrên assumir diferentes formas a borracha e a guta cia de um encargo especial tiansferiuse pertha são vuttanizadas e usadas pard produzir para Londres Ali por ocasião da Exposlção imitações enganosas de esculturas em madeira de 1851 escreveu seu famoso ensaio ítís metal ou pedra com o que os aspectos naturais sensvhaíi Industrie und Kunst Ciência in dos materiais simulados sao extremamente so dústria e arte publicado na Alemanha em brepujados 1852 no qual examinava o impacto da in A abundãflcia de meios é o primeiro peri dustrialização e do consumo de massa sobre go grave com o qual a arte tem que se defrontar todo o campo das artes aplicadas e da arqui Este termo é na verdade um paradoxo não tetura Uma década antes de William Morris existe abundância de meios mas sim uma falta e seus colaboradores produzirem seus pri de capacidade de dominÓlos mas ainda assim meíros objetos domésticos Semper cristali justificase na medida em que descreve correta zou sua critica da civilização industrial Te mente os absurdos de nossa situaçao 130 HISTÖRIA C8ITICA DA AROUITTURA MODERNA Em seguida passa a perguntar Aonde vai levar a depreciação de materials que resullam do tratamento por rnáquinas de seus substitutos e de tantas novas invençôes E aonde a deprPciação da mãadeobra da pin tura das belasartes e do mobiliário que se ori gina das mesmas causas De que modo a tempo e a citncia vao impor a 1ei e a ordem a esse estado de coisas até aqui totalmente con fuso Como impedir que a desvalorizaçao geraI passe para o campo do trabalho manual se gundo a verdadeira maneira antiga de tal mo do que nele se passa encontrar mais que afei ção gosto das coisas antiqas aparência e obs tinaçäo superficiais Nesse tom militante e incisivo Semper levantou as quesÍöes fńndamentiis do sêcu lo c abordou um conjunto de problemas cul iurais que aié hoje estão longe de ter chega do a uina soluçào Aos poucos suas idèias foram se întegrando à tcoria cultural atemã do século X IX em grande pane aÍravés da publicaçào de seu principal texto teórico Der Stil in den technischen und trktOH fschen Küntew oder prukiische ÀcthetiL Estilo nas aries industriais e estruturais on esićłica pratica dc 186063 Sua tese geral da influéncia sóciopoliti ca sobre o esiilo foi mal compreendida aÍć depois da intensa cxpansäo industrial 9 ocorreu na Alemanha no ùltimo quarto do sécul o Na Ccniennial Exhibition de Fila délfia em 1876 os produtos industriais e de arłes aplicadas alcmñes fomin considerndos inferîorcs aos da Ingtaterra e dos Estados Unidos Franz Reulcaux um cngcnheiro mccânico que durante dex anos havia sido colega de Semper na Eidgenössisehe Techni sche Hochschule de Zurique escreveu de Filadúlfia em 1877 que os produtos ale inãcs cmm baratos e grosseiros A indùs tria alemà devc desisÍir dos princípios ba seados exclusivamerrte na concorréncia dos preços e em vez disso usar a capacidade inłelcclual e a liubilidade do opcrário em apurar o produto e fazéto tanto ma is inten samente quanto mais cssc produto estiver próx imo da artc Durante vinte anos depois da unificaçäo da Ał emanha em 1870 a indùstria alcmà näo teve nem tempo ncm motivo para lexar em conta esse tipo de critica Sob a estúvel 1idgrança de Bismarck estava exclusivamcn tc preocupada cnm a qucstăo do descnvclvi mento c da expansäo Um faior crucial para esse desenvolvimento foi a fundaçào em ł 883 por Emil Rathenau da Allgemeinc Llektricitäts Gcsellschaft AEG em Berlim Essa conipaiüùa de eletricidade cresceu muî to no espaço dc setc anos transforniandosc num grande complexo industrial com uma vasta gama de produtos e intersses que sc estenderam pelo mundo todo Depois da rcnúncia de Bismarck em 89ü a atmc sfera cultural alemtî passuu par uma grande vansformaçăo Muitos crîticos sustenłavam que o aperfeiçoamento Jo cu sign tanto nas artes quanto na indústria era fiindamcntal para a prosperidade futura e que sem uma fonte d materiais baratos on o cscoamento fácil de prrdutos pouco dis pendiosos a Alemanha só poderîa começar a competir por unia pnrcela do mercado mundial se dispusesse de produtos de quali dade excepciunalmente alia fissa Ícsc fui ampl iada pelo nacionalista e socialdemo crata cristi r i drich Naumann em seu en saio Die Kunst im Moschinenzuiiolter A ar te na era da máquina de 1904 Nesse en saio Naumann argumentava em oposição ao luddismo de William Morris que tal qualidade só poderîa scr economicamențe alcançada por um povo que dotado le c ul tura arłísńca se dedicasse à produçăo nie cżnica Esse impulso de nacionalismo industrial e pangermânico levou a burecracia prussia na a reagir contra o prosaismo da Aleinanha guilhermina e a fomentar a incipientc relo mnrto do cstilo Arts and Crafts de uma ciil Íura germânica irrtńnseca Com esse obje tivo em 1596 Hermanns Muthesitis foi en viado a Londrcs como adido da ernba ix ads alemă com a missäo de estudar a arquiieiu UMA HISTORIA CRI1CA 131 m e o design inglês Muthesius voltou pam a Alemanha em 1904 e assumiu o posto de conselheiro privado da Junta Comercial Prussiana com a atribuiçàó específica de reformular o programa nacional de edctca ção em artes aplicadas Esse movimento reformista oficial da Kunstgewerbeschule Escola de aries e ofícios tinha sido ante cipado peia fundação em 1898 por Karl Schmidt do Oresdner Werkstátfen fiir Hand werkskunst Atelié de Artes Manuais de Dresden Em Í 903 todo o movimento ga nhara um ímpto cottsiderável com a no meação de Peter Behrens cocio diretor da Kunstgewerbeschule de Düsseldorf Em I904 Muthe9ius difundiu seu modelo ideal de uma cultura artesanal nativa no livrp Das Englische Nnur A casa inglesa Para ele a imporiãncia da arquitetura e do mobiliário ingleses produzidos pelo movimento Arts and Crafts estava em sua demonstração de que artesanato e Economia cónstituiam base do bom design Dois anos mais tarde em 1906 na con dição de Arbeitskomrnusar da Terceira Expo sição Alemã de Artes e Ofícios em Dresden Muthesius aliouse a Naumann e Schmidt Fig 88 Behrens cartaz para as lâmpadasAGG antes de 1910 lerbimd Karlsruhe Pocschcl Treptc Saa lecker Werkstätten Vereinigte Werkstätten für Kunst und Handwerk München Werks contra o grupo de artistas e artesãos conser tânen für deutschen Hausrat Theophil Müller vadores e protccionistas conhecido como Aliança para as Artes Aplicadas Aiemãs criticando severamente o estado das artes aplicadas na Alemanha ao nneafrio tempo em que defendia a adeção da produção em massa N o ft O SOIJiafe O S trê s homO O Dresden Wienei Werkstätten Wilhelm Co e Gottlob Wunderliih Os membros da Wezkbuod dedicaram se ao aperfeiçoamento da fomzaçâo artesa nal e ao estabelecimento de um centro que fomentasse os objetivos óe sua instituição fundaram a Deutsche Werkburid que linh8 Como seria de imaginar dada a natureza he entre os seus primeiros membros doze artÍS te rogênea do gnipo fundador a Werkbund las independentes e doze firmas de produtos nâo estava totalmente comprometida com o artesanais Os aitisms eram eter Behrens ideal de Muthesius do desiffn normativo Theodor FischerJosef Hoffmann Wilhelm para a produção industrial E significativo Kreis Max Laeuger Adelbert Niemeyer J que o local inicialmente proposto para a M Olbrích Bnino Paul Richard Rierners cerimônia de fundação da Werkbund fosse chmiQ f 3 Scharvolgel Paul Schultze Nuremburg o cenário de Dre Meistersin Nauinburg e Fritz Schuinacher As firmas ger Os mestres cantores ópera de Wagner eram íeter Bruckmann Sõhne Deutsche em que o compositor aborda o tema das Werksiãtien fúr Handwerkskunsi Dresden guildas artesãs Hellerau und München Eugen Diederichs O desenvolvimento subseqüente da Ciebtüder Klingepor Kunstdmckerei Kunst Werkbund em par icular eie sua relação 132 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA com a indústria é inseparável da fase da carreira de Bchrens que começou em 1907 com sua nomeação como arquiteto e rtesíg ner du A EG para a qual ele descnvolveria um estilo de casa que ia da representação gráfica ao frsign de produtos c às instala ções industriais Ele trouxe para essa tarefa dcsafiadora seu talento gráfico inaio e sua experiénCia como designar Jugcndstil pre coce durante seu periodo na colônia de Darmstadt entre 1 899 e 1903 Seu estilo Darmstadt iria transformarse sob a influên cia da escola monástica bcurinica de pro porção geométrica como na época era pra ticado pelo arquiteto holandâs 3 L M Lauweriks que se junÍou a Bchrcns cm Düsscldcirf quando este último se tomou diretor da escola de artes aplicadas em 1903 A maneira empàtica de Behrens seu estilo conhecido como Zarathustrastil foi sintctizado em seu Vorhalle para a Expo sição Internacional de Turim de 1902 Nes sa obra a enérgica inha sinuosa c a cxprcs siva forma arqucada cnmbinarainse numa teniativa de eiocar o desejo da forma nietzschiano Essa retórica deu lugar sob a influência de Lauwcriks a em esiiln atectíi nico abafado que se manifesiou pela primei ra mcx nos puvi l hiics que Behrens construí u em Oldcnburg cm 1905 Essa maneira ben rõnica corri caracierísiicas do Neoquasro centos foi elabomda por Behrcns cm seu projeto para um crematório construído cm Hagen em 1906 c adaptado com íons neo clássicos ao pnví thàn que construiu para a AEG na exposição de construçao naval de derlim em 1908 Ao ligarse à AEG Behrcns dcfrontou se com o fato brutal do poder industrial Em lugar de seus projetos juvenis de rexitatizar ri vida cultural aJemà atraxés de um ritual mística cuidadosamente apresentado tese de aceitar a industrialização como o destino manifesto da naçào alemã ou como ete conccb ia como o resultado composto de ZeitgeisÍ c Volksgeist ao qual devia dar for ma devido à sua condição de artista Assim Fig 89 Betlrens Embaixada Alemà Sào Peembuqo Leningrado 9 Ï 2 a Fábrica de Turbinas que construiu para a AEG em 1909 foi uma reificaçào delibera da da indústria como o riÍmo vital iniperio so da vida moderna Longe de ser um projc tu linear em ferro e vidro como o galpào do século XIX a fábrica de Turbinas de Behrens em uma obra de arte conscinte um templo dedicado ao poclcr da indúsiria Embora aceitando a superiori dade da ciêncl a e da indústria com resigna ção pessimista Behrens procurou colocar sun fábrica sob a rubrica da propricdadc ru ral devolver à produção fabril aquele sen tido de um fim comum que sempre foi inato à agricultura um scntiiiicnto ao qual a míio derihra berlinense vir iespccialixada c re cémurbo niznda talvez ainda estivesse liga da por alguma forma dc nostatgia De que outro modo se pude explicar o telhado de duas águas fncctado da Fábrica de Turbinas ou a atmosfera rural e sittesca do complexo da AEG na Brunnenstrassc de 1910 Ao ligarse ã AEG Bchrens hav ra rnndificaito seu estilo Oldenburg conservandr seu ngur formal mas abrindo mào de sua rígida geo metria Dcssc modo a leve estrutura de aço da fachada de rua da Fábrica de Totbinm é remitada em suas extremidades por soli dos elementos angulares cujae superfícies sito represen tadas de modo a ncgar qualquer capacidade de suportar peso Essa forma atectíinica de fianquear estruturas trancadas leves corri cantos maciços caracteriza prati camente todas as estruturas industriais luc t34 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA Behrens projetou para a AEG Nos casos em que esse esquelcto estrutural não era um pré requisito fíincional como cm sua neoclássi ca Embaixada Alemà de São Petersburgo de 1912 essa cnfase schinkelesca no ângulo ú evidente mas menus acentuada Em 1908 Behrens revelou sua natureza essencialmente conservadora num ensaio intitulado Vos ist inuttiimenlule Kiinst O que é a arte monumenial onde definia es sa arte como uma expressão do grupo que detém o poder em qualquer época No mes mo texto contestava a derivaçàn da forma ambiental a partir das exigências materiais e ticnicas um dos pontos da teoria de Sem per Rcjciloii a importância que o ú lÍimo atribuia ao elemento iectónico típico à ex pressiva coluna estrutural tal como aparece na arquitetura clássica Por outro lado Beh rens foi profundamente influenciado pela teoria elitista de Alois Ríegl a Kunsiwollen ou desejo de forma que atua através da instância dc indivíduos talentosos corno um pririCípio atectónico ordenado Para Riegl essa força estava destinada a contraporse às tendências técnicas cspccíficas de uma cpo ca Coerente com essa tese a contribuição de Behrens ao Jr ign de produtos da AEG iria situarse no âmbiio do estilo e nào da técnica Essa separação entre norma eirmu eu tre irr e iniliviJuolidode lopo começaria a preocupar os membros da Dcutsche Werk bund A questãn chegou ao ponto crítico quando Hermann Muthesiiis falou no con gresso da Werkbund por ocasião da Exposi ção Deuische Werkbund real izada em Colô nia em 1914 O programa de dez pontos de Muthesius extremamente influenciado pe los escritos de Naumnnn concentravase na necessidade de apurar os objetos tipicos cf o oõjeryye de Le Corbusier Nos pontos l e 2 ele argumcntava que a arquitetura c o lesigit industrial só podem tornarse impor tantes pelo desenvolvimento e pelo refina iiicntu dos tipos Typisicrurig e nos pontos 310 abordava a necessidade nacirinal de produtos de alto nível que desse modo pu dessem ser facilmente vendidos no mercado m undial No ponto 9 que dizia respeito produção em série l iase U ma precondi çào pam a exportação é a existência de em presas grandes e eficietites cujo gosto seja impecável Os objetos individuais criados por artistas não cobririam nem mesmo a de manda na Alemanha Essa ênfase oportunisia no Jrsgn de objetos culturais para uma classe média in ternacional foi imediatamente contestada por Henry van de Velde que ao apresentar sua contratese rejeitou de imediato a arte de exportação e proclamou a soberania criativa fundamental do artista individual Para ele como para Behrcns sú o processo natural da Kuristwollrn de Riegl poderia dar origerri gradualmciitc à evolução de nina norato civilizada Apesar da grnnde contro versia sobre essu questão a posição de Van de Velde contou com o apoio suficiente de personalidades tào diversas quanto Walter Gr0pius e Karl Lmst Cístham para que Muthesius se visse forçado a retirar se u pro S F sentaçào de dez pontos M uÍhesius havia elaborado sua crncepçào de tipo da seguinte maneira O caminho que leva do individualismo à criação de ti pos é o caminhn orgânico do dcscnvolvi mcntu A firmou lambúm Eslc é hoje ri caminho na manufatura onde o produto vem sendo cada vez mais aperfeiçoado Segundo ouÍra de suas declarações Essen cialmente a arquitetura tende para o típico O tipo descarte o extraordinário e estabele ce a ordem Para Muthesius portanto as sim como para Semper antcs delc o tipo tinha duas conotações o objctu produto gradualmente refinado através do uso e da produção e o objeto teclónico que era um elemento de construção irredutível fun cionando crrir unidade hàsicu da lingua gem arquitctónica A necessidade dessa sintaxe diante do súbito colapso do Jugendstí1 levou a maio ria dos arquitetos presentes à Exposição Dutschc Wcrkbund de 1914 inclusive Mu thesius Bchrens e l loffmann a cxprcssarse UfVtA HISTÓRIA CRÍTIC A 13S rig 92 Gropius A Meyer cJetallle da fóbrca Fagu5 AI feld an0erLene 1911 na linguagem de um nctclassicismo reinter pretado As duas únicas exceções fõram u Teatro Werkbund de Vnn de Veldc envolto em uma aura quase teosifica por sua estéti ca da formaforça e scti rival o Pavilliào de Cristal dc BriJno Taut que evcicava o mi1ti cismo rituali stu da Vorhalle de Bchrens cm Turim end T tT A Exposição de 1914 apresentou a um vasto publico uma noxa gcraçào de artistas ligados i Werkbun Gropius e Adolf Meyer em particular que ate l910 haxiam traba lhado juntos no escritório de Behrens A ati vidade de Gropius entre l 9 10 e 1914 seguiu as mesmas linhas da carreira de Bz hr en e em Berlim Em março de l9 10 apresentou d Emil Rathenau da A EG um memiirando sobrc a produção tationalizada de casas cxcmpli ficada pclas casas de operários que e le havia projetado para JaiiÍkow em 1906 U texto escrito por Gropius aus vinte e seis anos de idade é até hoje urna fias exposi ções mais lúcidas c ab ranbent cs jamais fei tas sobre as precondiçóes essenciais para o êx ito da práfatricaçào da montagem e da distribuição dc unidades de moradia padro nizadas Em UI I a nova parceria dc Gru pias e Meyer foi encarregada por Karl Bens cheidt do projctn da fábrica de sapatos Fa gus em AlfeldanderLeine Em 1913 o Jahrhuch Livro do ano da DeuÍschc Werk bund traria um artigo de Gropius sobre a construção industrial ilustrado por silos de cereais e tabrícas de múltiplos andares am bus extraídos do vemáculo industrial do No vo M undu No mesmo ano ele comcçou a trabalhar corno feeigner induStriaI projc tando a estrutura externa e o fay out de uma locoinotiva a diesel e cm seguida o interior de um vagàodormitúno Por ultimo ele c Meyer projetaram nina fábrica modelo para a Exposição Werkbund de 1 914 Na Paguswcrk Ciropius e Meyer adapta ram a sintaxe da Fábrica de Turbinas etc Behrens a uma cstética arquitetúnica mais abcria As extrcmidadcs ainda servem para conter a composição corno em todas as grandes estruturas de Bchrens para a AEG mas enquanto as extremidades deste íiltimo são invariai clmcnte de al venaria elas agora passaram a ser de vidro Os painéis serticaís de vidro projetados a partir da fachada de 1ijcTo aparente dão a ilusào de estar mila grosamcntc suspensas a parte üo nível Jo tel hado Esse efeito yrnJrnf mais a extrc midadc tranfiliicida inverte a composição da Fábrica de Turbina cont a liatureza fun damentalmente plana da fachada vertical em vidro acentuada pela ênfase clássica da estrutura rnvcStila de tijolos Apesar des sas transposiçôcs a Faguswerk com seu en vidraçamento ateciónico e sua nostalgia pe lo clássico continuou presa ii influência de Behrens Essa disposição partcuar que em ter mos de composiçáo sc manifestava ent ex tremidades crifáticas e cornijiis caracteriza ria tudas as obras públicas de Meyer e iro pius até este últiiTio projctar a Bauhaus de Dessau em l S24 Scm dúvida foi este o es tratagema adoladi no complexo industrial 436 HI5TÓRIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA modelo que ambos piojetaram para a Ex posição Werkbund de 1914 Aqui a natureza corpórea do revestimento do vidro foi desen volvida como uma membrana continua que abarcasse as escadas em espiral em cada uma das extremidades dõ edifício Oentro desse envoliório essencialmente de vidro ha via nina armadura em tijolo sendo a sepam çIo entre ambos acentuada por dois pavi lhões terminais cada qual encerrado por uma cobertura plana projetada no estilo de Frank Lleyd Wright Apesar dessa dramáti ca imersão dos papéis do vidro e da alvena Fig 93 Gropius e A Meyer parte do complexo indus1rial modelo Exposiçãó Wdrkbund Col6riia 19 4 com o blocõde gsEritórios â esquerda ria a plaõta da fábrica eia extremamente Oepois da guerra Behrens transformou COnWfiCiQnal nào apenas em sua axialidade m em ouiro homem pois o KcRgeürjí não mas também em sua separação hierárquica c era evidentemente o mesmo Assim ele de sintática em elemenios administrativos e sistiu de seu frígido Classicismo e de sua produtivos A fachada pública clássica Preocupação k simbolízar a autnridadc do executiva ficava em primeiro plano ocul poderío üidusirial Sua buscã renovada de tando desse modo a estrutura de aço privada uma arte da construção que expressasse p e utilitária de tmbalho braçal situada na Verdadeiro espírito do povo alemão levouo parte posterior Ainda que bem articulada de volÍa através das páginas de Frühliht essa soluçãÔ dualísta jamais ieria sido acei Luz matinal à revista de Bruno Taut pata tável a Behrens além do passado neoromàntico e nietzschia A separasão entre Muthesius e Van de no de Bchrens chegando a forma s de ori Velde revelou efetivamente o espírito rea gem e associações medievais Ainda assim cionàrio que já estava evidente em grande sua fé na capacidade redentora dodesejo de parte da obra Werkbund por volta da Expo ftirma de Riegl permaneceu inabalada sição de Í 9i4 Enquanto os anuários de Quando a I G Faiben encarrcgouo de pro w l9t3 1914 foram respectivamente dedíca jetar snus novos edifícios em Frankfurt dos à Arte na indústria e no comércio e ao Hiichst em 1920 ele tentou reinterpret ar a Transporte registrando o design de equipg Sintaxe perdida da arquitetura cívica medie mentos de estruturas industriais material vnl através de uma estrutura de tijolo e pe rodante navegação e aviação o anuário de dra A construção teu em seu núcl O um 1915 trazia o título sinistro de A forma ãle espaço místico de ritual e renovação públi mà no ano da guerra e com espírito nos NGS Que remonta à Vorhallc de Turim cons tálgico dedicava suas páginas à obra prsdo tPjjíd a por Behrens em 1902 em forma de minanternente neoBiedermeier da Exposi um salão facetado de cinco andares de tijolo ção de 1914 Parece que nào se previu o fato em fiadas em balanço encimado põr um teto de que a promessa e o Uiunfo de um estado dg cristal Era uma alusão àquele espaço tea industrial progressivo seriam em breve con tral de exibição pública que o havia inspira sumidos por uma guerra industrializ itdp do em sua juventude ao Kulnirsvmhol que Essa tmgédia mo seria transcendida pela obcecava com igual intensidade os mem qualidade dos tíimulos dos mortos na quer bros da Cadeia de Cristal de Bruno Taut ver ra que os artístas dã Werkbund foram en Capitulo seguinte Um impulso semelhante carregados de projetar e constituíram o te dava forma às suas pequenas estruturas de ma exclusivo do anuàrio publicado pela exposição da década de 1920 a inclinaçao Werkbund em 191617 írigreme de suas Dombauhüite alojamentos UMA HI TÕRIA CRITICA 137 dos alvaneis di catedral com suas paredes de tijolo corri amarmção em diagonal proje tada para a Kunstgewerbeschnu de Munique eitt 1922 e sua estufa xvrightiana de plantas cm v idro construída para a EhpoSitit3n des Arts Décoratifs de Paris em 1925 A partir daí a chra de Bchrens ycrnancccria yróxi ma do estilo Art Deco enquantu o futuro da Dcutsche Werkbund se tornaria inseparàvel do mm itnento Neue Sachlichkcit que teve sua apoieosc wib os auspícios da Wcrkbund na exposição internacional de moradias da qual fez parte a famosa Weissenhofsiedlung inaugurada cm Stuttgart cm 1927 CAPÍTULO 13 Para Ievar nossa cultura a um nivel mais alto somos forçados postemos ou não a mudar nossa arquitetura E isso sõ será possível se i vrarmus as dependências em que vivemos de seu caráter fechado Isso por sua vez só será possível pela introdução de uma arquitetura de vidro que deixe entrar a luz do sol da lua e das estrelas não só por algumas janelas mas pele ma or número possível de paredes que devem ser inteiramente de vidro de vidro colorido Paul Scheerbart Glasarchitektur 1914 A visão do poeta Paul Scheerbart de uma cultura enaltccida através do uso do i dro serviu para consolidar as aspiraçíies de uma sensibilidade nàorepressiva que se ma nifestaram pela primeira vez em Munique em 1909 com a rndaçào da Ncue Künstler Vcreinigung ksse movimento artístico pro toexpressionista liderado pelo pintor Was sily Kandinsky ohtese no ann seguinte o apoio imediato de duas publicações anar quistas Dvd Sturm A tcinpcstade de Her warih WaJden e lic 4lrin A ação de Franz Pfernfert Esses periódicos berlinen ses fomentaram umn contracuttura em opo siçao à cultura estatal que fora iniciada com a fundação da Deutsche Werkbund Em l0U7 Schccrbar lançara indcpcndcntemcn te uma imagem de ficção científica a yro pósito de um futuro utóp ico que era igual mente hostil ao rcformisino burgucs c a cm iura do estado industrial A Exposição Werkbund de Colônia em 1914 deu expressão a uma cisào ideológi A Cadeia de Cristal o Expressionismo arquitetônico europeu 191025 ca dentre üa Werkbunt cntre a accitaçàn coletixa da forma normativa Tijare i iuitg por um lado e por outro o desejo de for ma Kunet nmllvn expressivo e afirmadi individualmente Essa oposição refletida no contraste entre o Festhalle iieoclàssico de Behrens e a forma orgânica do teatro de Van de Veldc era comparável em m uitns aspec tos a diferença entre a fábrica modelo de Gropius e Mcyer e o fantasmagórico pav i lh3o de Bruno Taut para a indústria de vi dro um paralelismo que confirma que a ci são afetou mais de uma geração de rte ig ri is da Werkbund Onde í3ehrens e íropius lendiam a uma modalidade normativa a clássica Van de Velde e Taut mami festaiam um Milustudoleu dc livre expressão cm seus edificios O Íextu aforiütico da Glisuivhitektur ic Sehecrbart foi dedicado a Tatit cujo Pavi lhào de Vldro estasa inscrito nos aforismos de Scheerbart A luz quer o cristal O vidro introduz nina nova era Lamenta mos a cultura de alvenaria Sem um palá cin de cristal a vida se transforma em far do Construir com tijolos só nos prejudi ca O vidro colorido acaba com o ódio Essas palavras dcdicnvam o pavilhão de Tam i luz que se filtrava atravcs de sua cúpula facetada c das paredes de blocos de vidro para iluminar uma câmara axial dispnsta em sete atas e re estida com mosaico de vtdro Segundo Taut essa estrutura cristalina mo delada segundo seu Pavilhão de Aço de Leipzig de 1913 fora projetada dentro do espírito de uma catedral gótica Ns verdade tratavase de nina Stadtkrane ou coroa da 140 HISTÓRIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA D E R G O T I S C H 8 D O td I S T D1 S Figs 94 95 Taut Payilhão de Vldro Exposição Werkbund CoIór1ia 1914 Acima elevação e planta vertical a direita inteiro escalooado COm Quedadá9ua cidaJc a forma yiramidal postulada por Taut conto paradigma universal de todas as construções religiosas que junto com a fé que pudessem inspirar configuravam em eletrenio urbano fundamental para u rees truturação da sociedade As implicações socioculturais da visào de Schccrbart foram amptiadas em 19 l fl pelo arquiteto Adolf Behne A afirmação de que a arquitetura de vidro fará surgir uma nova cultura não ê o capricho Iouco de um poeta E um fato As novas orga nizaçóes de bemestar social os hospitais as invEnçÓes ou inovações e aperfeiçoamentos técnicos nan darao origem a uma nova cultura mas a arquitetura de vidro cumprrâ esse papel Portanto o europeu estâ certo quando teme que a arquitetura de vidro possa tornarse incômoda Ela o será sem dúyida E esta não constitui sua menor vantagem pois em pri meiro Iugar é preci5o arrancar os europeus de seu comodismo Com o armisticio de novembro de 191 b Taut e Behne começaram a organizar o Ar beitsrat fúr Kiinst que acabou por livtdirse cont o Nuvcmbcrgruppc um pouco maior e firmado no mesma ocasião Esse Conselho dos Trabalhadores da Arte declarou seus ob jetivos básicos no 4mhitekniryrrffrunini Pro b a de arquitetura de Taut de dezembro de 191 d que reivindicava uma nova obra de arie total a ser criada com a pariicipaçáo ati vo do povo Na primavera de 1919 o mani festo do Arbeitsrat für KiinsÍ reafiimou seu UMA HISTORIA CRITICA 141 princípio geral A arte e o povo devem for mar uma entidade A arte não será mais um luxo para poucos serà desfrutada e vivencia uma nova religiosidade pois ela pode estar es perando por nós enquanto esperamos por ela d a pela s grande s multi d G ões objetivo é a A supressão da Rcvota Espartacista cm aliança das artes sob a égide de uma grande arquitemra Liderado por Bchne Gropius e Taut e afiliado aos pintores de Dte Brücke o Arbcitsrat fir Kunst comprccndia cerca de cinqüenta artistas arquitetos c mecenus que viviam em 8erlim e seus arredores inclusive os ariistns Georg Kolbe Gcrhard Marcks kyoncl Feininger Emil Nolde Hermann Finsserlin Max Pechstein e Karl Schmidt Rottlufíi e os arquitetos Otto Barining Max Taut Bernhard Hoetger Adolf Meyer e Erich Mendetsohn Em abril de 1919 os cinco tilti mos iliontarain uma exposição de obras v i sioiiárias que tinha por título there orgsipúr Ir arquitetvs Srscrriherifor A introdução que Grnpius escreveu para essa exposição era na verdade o priineào esboço de seu progra ma pura a Bauhaus de Wcimar publicado no mesmo més Precisamos querer imaginar e criar o novo conceito arquitetônico em cooperativa Pinto res esCultores derrubem as barreiras que cer cam a arquitetura e transformemse em partici pantes de uma mesma construção bem como em companheiros de armas em prol da objeti vo fundamental da arte a idéia criativa da C atedral do Futuro Zukun ftskathedrale que mais uma vez a tudo óbarcará em uma única forma arquitetura escultu ra e pintura Essa invocação dc um novo edifício reli gioso capaz de unificar a energia criativa da sociedade corno acontecia na Idade Mé dia foi repetida por Behne em l9 l9 em sua réplica a uma pesquisa de opinião pública publicada sob o titulo de Eu 5rimnirn lee Arleitsrutvs rir Kunsl in Byrlin Sim VOZeS da arte soviüiica cm Oerlim Pareceme que o mais importante é cons truir uma Casa de Deus ideal nao apenas em Seu nome mas que seja verdadeiramente reli giosa t Não devemos esperar pelo advento de 1919 pós fim às atividades abertas do Ar beitsrat Für Kunst e as energias do grupo foram canalizadas para uma série de curtas conhecidas como Dic Gláscrne Kcttc ou Cadeia de Cristal Foi esta a Correspon dência utópica de hiuno Taui que come çou em novembro de 1919 depois da suges tão deste de que cada um de nós desenhará ou cscreverá a bmvcs irrrervalos de tempo informalmenie e à medida que seu espirito o leve a fazêlo as ideias que lhe aqui daria comparÍ ilhar com o nosso círculo 4 correspondência cnvolvia quatorze pessoas das quais só a metade criou obras de impor tância duradoura A ibm de Taut que chama va a si mesmo de 6íne has ia Gmpius Mass 1 Finsterlin Promrth e o irm3o de Bruno Tam Max que escrex ra com seu próprio no me Esse c írcuto interno era complementa do por arquitetos qite anteriormente só ha viaitido um ensclvimcnto periférico cnin o ArheitsraÍ principalmcntc os irmàos Hans e Wassili Luckhardi e Hans Scharoun Além de fornecer material para a revista de Taut Frühliht a Correspondência utópica ser virpara cx por c desenvolver as difereNies atitudes representadas pelo círculo Taut e Scliaroun em especial enfat izaram o papel criativo importante do inconsciente Scha roun por exemplo escreveu em 19 t Precisamos criar do mesmo modo que o sangue de nossos ancestrais levantou ondas de criatividade e ficaremos satisfeitos se mais tar de formos capazes de demonstrar uma com preensao completa da natureza e da causalida de de nossas criações Pot volta dc 1920 contido a solidarieda de du Cndeia de Cristal começou a desfazer se Foi quando l lans Luckhardt admiÍiu que a forma inconsciente livre e a produção pré fabricada racional eram incompatíveis snb certos aspectos N yuclc ano ele escreseu 142 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MCiD RM4 Oposta a esse empenho profundamente espiritual estã a tendência que se volta para os processos automáticos A invençao do Sistema Taylor é uma característica típica disso Seria compet6mentc errado iecus6ise a adrnftr es sa tend9nr i6 da época uma vez que se trata de um lata histôico Além do mais não hã como provar que ela seja hostil à arte Lnquanto o Racionalismo de Luckhardt teve o eieiio de redirecionar o debate para as questões que haviam dixidido a Vverk bun ó em 1914 Taut conservou as concep ções scheerbart ianus cxprcssadas pela pri meira iex em íxros cumo Alyine Archit k ris Arquitetura alpiua e Ni Sl i ltútinv de 19 Í 9 publicatido seu famoso Div hrfyi cru 1920 Em comum cnm ns planejadores sncialistas da Resolução Russa ele rcco ineiidou a dissolução das cidades c a multa ao cairipo da população urbana Em seu momcntn mais prático tentou form ular mo delos de com un ídadcs rui uis c artesàs quan do sun famaeia falttu mais alto projetou a construção de templos de vidro nos Alpes Tipico das proposições kropolkinianas dc Taut lai o seu modelo de um povoado agrí cola de fnrma circular subilividido radial mente E ni seu ri tíclco haveria três áreas rc sidcnciais distintas nina para cada classe de cidadão AiioJe Kliitrtler iizic Kindrr os iluminados os artistas e as crianças cada quai agrupada ao redor de pitios de forma romboidal Axialincnic essa triplicc oritanização levava à hans des H immels ou Casa lo Ccit central e leita de vidro onde se rctiniani os zOverrtsntes da comunidade Um dos paradoxos do Socialismo an5rtjuico de Taut estú no falo de as instituições hierár quicos para não dizer autoritáriae que ele sem as scmcntes dc um fascismo que logo encontraria sua vulgarizaçào na cultura sangue e solo do moimenlo nacionalso cialisia Depois de tornarse arquiteto da prefei tura de Magdeburg eiri 1921 Taut tentou Fig 96 Poelzig Grosse Srhuspietl aus Berlim 19 9 F q 97 Poelzi9 ndustria química ubnr 19 i 2 conc retirar sus Stadtkrone em forma the urna sola de cxposiçóes iliunicipal que pru i eto u nO an o seguinte Ness a ocasiao pti rcni o itiovimento propagado pela tcxista ii iihlicht estava pcrdcndo seu impcto Tatit corno Hans Luckhardt antes dele estava começando a entenderse com a ditra reali dade da República de Wcimar em que n pragn atismo üa ncccssidade social ahria muilo puuco cspaço para a conquista dn pa raíso de cristal de Sheerbart lsso tlcou bcm claro em 1923 quando ele começou a trabalhar com seu irmào no projeto dos pri LIMA HISTÓRIA C RÍT1CA 143 inciros conjuntos rcsidcnciais de baixo cesto cncnmendados pelo governo Paradoxalmente nào tÔi Taui mas Hans Poclzig quem vcio a concretizar a imagem quintcssencial da cnroa da cidade em vi dro O Íeatro de 5000 lugares que ele proje tou para Max Reinhardt em Berlim em 19 l9 aproxirnavasc muito de Scheerbart em sua luminosa e cintilante dissolução da tÔrma e do espaço superior a esse respeito a todas as obras do pósguerra de Tam So bre seu fanfástico interior le estalactites Wassili Luckhardt escre e i O interior da 9 nde cúpula tem uma varie dade infinita de ornamentos pendentes aos quais se confere um movimento sutilmente curvo através da cavidade da cúpula ã qual estão presos Assim sobretudo quando se lan ça lu contra os pequenos proe1ores em cada extremidade o resultado é a impressão de uma certa dissoIuçao e de infinito Depois de so stabeeccr como are uittu cru Brcslau cm 1911 Poelz s liasia criado duas obrae emhrionárias que antccipavam a linguagem fnrma ynstcrinr tanto de Taut quanto de Mendelsohn uma torre de agua para Posen uma i maycm Sfaütkrone cIas mais fcrfcs c rm predic de cscritórins par3 Bteslau que Ievo ao formato arquitetói ico por Mcndclsohn cm 192 1 Além disso a in diistria química construído por Poclxig cm Subam cm 1912 Lc alvenaria extremamen te art iculada estava a um passo de rivalixar com o estilo industrial que Bchrens acabara de inventar para a A EG Oepois da guerra em seu discurso como presidente da WCrkbund em 1919 Poclzig rctomuu a cunÍroxúrsia sobre o Ttyi icrum c soltou a defender rigorosamente o princi pio do Kunui ollrn Um ano depois anun ciou sua atinidade com os artisias da Ca deia de Cristal em seu projeto para o Fest spiclhaus de Salzbucgo unde seu rccúnJin sentado mutio pendente se acumulnu em lortna de uma imagem 5tuItkronc ele pro Fig 98 Mendelsohn Torre E instein Potsdam 1 9t 72 1 Elevações dianteira e lateral e meia planta porções heróicas Lcmc cm seu projeto para a Frcundschafishaus Casa da Amizade de Istambul em 1917 essas formas abubada das foram aglutinadas de modo a criar um zigurate cujo intcri r cru uma caverna yris màt ica total mente feita com elementos pen dentes Além de seus cenários para o filme O Goleni 192n Ic Pau Wegcner a Schaus piclhaus para Rcinhardt foi a ù ltinia obra inte iramenie cxpressionista de Poelzig Por volta de 1925 cmm sau Cinema Capitol de l3erl n1j j á han ia rctun adu a linha cripto clássica Mendclsuhn criou sua própria vu àn da Stadtkronc nn obscrvatôriu que consrrii i pala Albrl kinstcin cm Putsclnm em I I 7 21 AO combinar as formas escultóricas do Featro Werkbund de Van de Velde com o perfil geral do Pavilhào de Vidro de Bruno Taiit o ponÍo de partida do yroyefn estava na Exposição Wcrkbund de 19 t4 Em sua si lliuetn final porém a Torrc Einstein revela va uma ccrln afinidade formal cont o vcrnã ento de telhado em sapê dos arquitetos tio landeses Eibink e Snellebranl os quais ao lado de Theo Wijdeveld representavam a ala organiza radical dn expressionismo holan UMA HI5O IA CRITICA 145 dés cenirada ao redor da revista Wvnli zi gvn Mudanças de direção de Wijdcveld Náo surpreende portanto que logo depois de concluir o observatório Mendelsohn tenha visitado a Holanda a convite de Wijdeveld para conhecer pcssoatmcntc a obra do cír culo ligado à Wenfiiigen Lm Amsterdã vi siÍou alguns conjuntos habitacionais expres sionistas que na épuca ainda estavam sendo cnnstruidos como parte do projeto de Berla ge para AmsterdãSul inclusive o Eigen Haard de Michel de Klerk 1913l9 c o De Dageraad de PicÍ Kramer í 19 l 823 Execu tados com alvenaria de tijolo moldada e te lhas alcantiladas excniplificavam uiiia abor dajiem muito mais estrutural do que as preocupações extremamente plásiicas e fol clóricas dos art uitetos vernàculos de Vijdevel d Fora da Escola de Amsterdii de Wijdcvel ihe K1crk c Kramer Mcn delsolui foi influenciado por diversos arqui tetos holandeses que conheceu Estes per tenciani a J inhas extremamente diferentes como o arquiteto racionalista de Roterdà J J P Oud e o arquiteto wrightiano W M Dudok que exercia sua atividade em H il vcrsum Numa carta à mil CS OSíi MC ndcl sohn explicou de que maneira nem a escola de Amsterdã nem a de Roterdã contavam com sua total aproxiçào A analítica Roterclã reCsa a visão a visia nária Amsterdã náo compreende a objetivida de Certamente o elemento primário A a fun çáo mas a funÇãa sem sensibilidade nada mais ê além de mera construção Mais do que nunca atenhome a meu programa concilia dor De outro nodc Ruterda seguirá o caminho da mera construção com um desalen to mortal a correr por suas veias e Amsterdã sera destruída pelu fogo de seu próprio dina mismo Função mais dinâmica ê o desafio Como essa cana sugere o mais estrutural dos expressionistas holandeses teve um im pacto imediato sobre o desenvolvimento de Mendelsohn depois de sua x isita à Holanda ele passou da plasticidadc de seu ohservatoriti Fig 01 uârin9 gra ja em Garrau 1924 Edifícios para os animais acima á esquerda e eleitos de POU prü HTfIa pCDCMpaÇÉO COJM B CX pre sividadc estrutural inrrinsaca dos matc riais A fábrica de chapéiis que construiu em Luckenwalde em 192123 é um reflcxu dessa influencia Seu setor de tinturaria e seus gal pões de produçàn com seu telhado com cuineeíra e inclinado à maneira de De Kierk contrastavarn foHeniente com a central elé trica de cobertura horizontal cuja expressàn cubista em camadas de tijolo e concreto evo ca a ubra da fase inicial de Dudok G princi pio estabelecido aqui o da projeção de for mas industriais de grande altura em contrapo siçao ü horizontalidadc dos componntes ad ministrativos foi rcpctido por Mendelsohn em seu projeto de uma indústria têxtil etn Le ningrado em 1925 Neste caso coiituJo foi dude um passa iilém pois u modclogcni arntr rada do bloco da administrdçào antccipava o perfil de suns lujas de dcpartamcnto nictrnpo litatias construídas cm t3reslau Stutigari Chcmnitz e Berlim entre 1927 e 1931 Desde ent5p como observou Reyner l3anhnm ele passou a pensar ctn termos de conjuntns cs trtituttjs tÍC uh i ilittlc e gctiiTi cÍTÍ C aS S Í iTiJ7 IC s que se apresentavam ao nlliar comn orlas niti damente perfiladas Na obrapriiria de Hugo Hiiring o com plexo agrícola construído cm 1924 em Gar kau pcrtu de Lübcck encontramos um uso cxprcssivo um tantu semelhante dns formas de telhados inclinados em contraste com ele mentos tectônicos maciços e cantos arre 146 HISTÓRIA C RÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA dondados Alguns anos antes cm Berlim Háring havia dividido um escritório com Mres van der Rohe quatro anos mais novn que ele e hà indícios de que por um breve período e até cerio ponto os dois homens influenciaramse mutuamente Isto é muito nítido em suas participações no famoso con curso para a construção de um edifício de escritórios na Friedrichstrassc em 1921 quando adotaram oma abordagem orgânica semelhante da gênese da forma Contudo corno seria de esperar foi Mies e não Hã ring quem apresentou uma estrutura lotal mcntc de vidro A obsessão scheerbarliaiia de Mres pela refiexibilidade desse material também se niani festou cm um extraordiná rio projeto para um amanhacéu de vidro que foi publicado em 1922 no último nú mero da revista Friihlichi de Taut Ainda que Hdring como Mendelsohn acreditasse na supremacia definitisa da íün ção procurou lranscender a natureza primiti va da mera utilidade desenvolvendo suas formas a partir de uma compreensão mais profunda do programa Como Scharuun po rém sua atitude diante da massificaçào foi muitas vezes ingenuaincntc iniitativa da for ma biológica A esse respeito podemos ser o edifício de Scharoun para a Exposição Casa e Trubalho realizada cm Brcslau em 1928 como tendo sido influenciada pelo pmjeto residencial Prinz Albrecht Garten criado por Háring em 1924 Apesar de uma tendência abertamente expressionista Háring conti nuou preocupado com a fonte interna da for ma com aquilo que chamava de Oi gannrk ou essência progrnmútica do organismo cm oposição à sua czprcssào superficial uu ücsram 1 Sobre cnsc dualismn escrexeu Queremos examinar as coisas e permitir que descubram suas próprias imagens Não faz sen tido atribuirlhes uma forma proveniente do ex terior Na natureza a imagem é o resulta do de uma coordenaçao de muitas partes de moda a permitir que o todo assim como cada um de seus componentes vivam com plenitude e eficiência máximas Se tentarmos desco brir a forma orqànica verdadeira em vez de impor uma forma exterior estaremos agindo de acordo com a natureza Na Exposição da Seccssáo de Berlim em 1923 Hans e Wassili Luckhardi junto com Mies e alguns de seus coniempora neos tinham começado a mostrar um modo de construção mais funcional e objetivo uma cvotuçào que os levou no ano seguin te à formação do Zehnerring Por volta de 1925 quando este último se transformou em Der Ring tcndo Hàring por secretário nào haviam aparceido divisões entre as dife rentes posiçoes uma vez que sua energia coletiva estava dedicada a superar os pro gramas reacionàrios do arquiteto da cidade de Berlin Ludwig Hoffmann Em 1928 porém quando essa batalha já fora ganha a preocupação de Háring com o orgânico levouo naturalmcnte a cnÍrar em conflito com Le Corbusier quando co mo secretário do Der Ring participou ós fundação dos Congris lntemationaux dzr chitccture Mdcrnc realizados em La Sar rax na Suíça Enquanto Le Corbusier ali pro clamou uma arquitetura de funcionalisnio e forma geométrica pura Hariiig ienlou em vào atmir o Congresso para sua concepção de construção urgànica Seu fracasso cm fazülu nào apenas enfatizou a natureza nào Normativa c centrada no lugar que carac lerizava a sua abordagem como lambem denotou o derradeiro ec1ipse do snnho schecr bartiano Por mais que Scharoun tenha am pliado essa visào làzendna chegar ao pe riodo do posguerra através de seus aparta mentos Romeu e J ulieta construídos em Stuttgart em l9i459 e de sua ú ltinia obra priMa a Phil harmonia construída em i3er lim ein 195663 a natureza idiossincrática da abordagem orgânica já não mais dispo nha de terreno fértil pafa prevalecer CAPÍTULO 14 Criemos uma nova guilda de artesãos sem as distinções de classe que erquem uma barrei ra de arrogância entre a artesão e a artista Juntos vamos conceber e criar a novo edifício do futu o que abrangera arquitetura escultura e pintura em uma sô unidade e que um dia se erguerá para o céu a partir das maos de um miIhao de operários como o símbolo cristaino de uma nova fé Pfoüamaçáoda BauhausdeVVeirna 1919 A Bituhaus Boi u rcsultaüo cíe unia tenta tiva contínua de rcformular a fortnaçèo nas artcs aglicadas na Alemanha pnr volta da virada do século prinJeirc com o estabele r imcntu cm 1898 la Drcsdncr Wcrkstattcn de Karl Schmidt que se transformou na Dcutsche Werkst3tten transiérindose para pois com a nomeação em 19112 de Hanz toclzig c Pctcr Bch rcns como diretores das escnlas de artes aplicadas em Breslau e Düsseldorf e por último em 1996 com a fundaçiio da Escola de Artes e Oficios do Gr5oDucado em Weimar sob a dirctiao do arquitcto bctga Henry van de VcttJc A pesar das estruturus ambiciosos que ele projetou tanto para o Edificio de BelasAr tes quanto para a Escola de Artes e Oficios Van de Veldc fcz pouco mais desde eua pos se do que estabelecer um Kuntseminar re lativamente modesto para os artesaos De pois de sua demissao forçada em 1915 por ser cstrangciro aconscl hou o Ministro de Estado da Saxñnia que um sucessor adequa do poderia ser encontrado tanto em Walter A Bauhaus a evoluçáo de uma idéia 191932 Ciropiiis quantn cm Hermann Obrist c Au gist Endcll Cicorrcram discussões inlcrmi náveis ao longo de toda a gucrra entre o Ministério c Fritz Mackcnsen diretor tlu Academia de BelasArtes do irãoDucado a propósito do sroiiis pedagógico relativo das belasartes c das artesaplicadas com Grupius defendendo a relativa autnnomla das ultimas Gropius defendia um ensino do fesim com base no atel ie tanto para os drerguere quanto para os artesãos enquanto Mackensen aferrado a l inha idealisia prus siaria insistiu em 9uc os artistasartesãos leviam ter sua formação numa academia de belasarÍes Esse conflito ideológico foi re solvido em 1919 com de um meintermo Gropius tornouse dirctor de uma instituição mista que consistia na Academia de Arte e na Escola de Artes e Ofícios um arranjo quc cm tcrmos conccituais divictiria a I3au haus ao longo de toda a sua existência Os princípios da Proclamação da Han haus de 1919 tiflham sido antecipados no pro grama arquitetõnico de Bruno Taut pam o Arbeitsrat fiir Kunst publicado em fins de 1918 Taut argumentava que uma nova uni dade culmral só poderia ser obtida através de uma novn arie da construção na qual cala disciplina isolada daria sua contribui ção para a forma final A essa altura es creveu nào cxistirào fronteiras entre os oti cios a escultura e a pintura tudo será uma coisa só a Arquitetura Essa reformulaçãi anárquica do ideal do Gesamtkunstwcrk foi e laborada por Gro pius primeiro no panfleto escrito em abril de 1919 para a Exposição de Arquitetos Des is OrtA C RITICA DA AR4UITETURA MODERNA conhecidos organizada pelo Arbeitsrat tÜr Kunsl e depois em sua Proclamação da Bau hans mais ou menns ã mesma data Onde urna conclamasa todos os artistas das beIas aries a rejeitar a arte los salíies e retornar aos ofícios a scrsiçn da metafórica catedral do futuro cntrnr nos edifícios dot5los de ria sem preocuparse com as dificulilades iécnicas a outra exortava os membros da Bauhaus a criar uma nova guilda de arte sãos sem as distinçiics de classe que ergueni uma barreira de arropància entre o artesão c o artista Mesmo a palavra Bouhaur que Gropius convencer o rclutantc povcrno do Estado a aceitar como título oficial da nova institui Fig 02 Feininger gravura cm madeira para a Proclamação da Bauhaus em 19 19 Zukunfrskatheãrale a catedral üo futuro conto a catedral do socialismo çào evocava intencioiialinenie a iic ou alojamcnio doe alxanéis l medicsal O làto de tais conotaçies terem sido delibera das e confirmado por uma carta escrita pur Ciskar Schlemmcr cm 922 Originalmente a Bauhaus foi f Un dada com a finalidade de erigii a catedral da socialismo e os ateliés foram dispostos á maneira dos alojamen tos dos construtores das catedrais lDomõau h ütten Com o tempc a idêia da catedral pas sou para se 9 undo plano e com Pla certas idéias definidas de uma natureza artística Hnje na melhor das hipóteses devemos pensar em termos da casa quando náo excI sivamente nela Diante da crise econÔmica temos o dever de nos tornar pioneiros da simplicidade ou seja é preci so encontrar uma forma simples para iodas as necessidade da nda uma forma que seja ao mesmo tempo respeitúvel e verdadeira dos prinlcircs més anns de sua existèn cia a Bali ha ur fni dominada Cela pre sen ça curismatic a do pintcr c prcícssoi suiçu lnhannes Ittcn que chegou n uufuno le 19 I V Tres ann antes ele hav iv criadn sala própria escola de arie em Viena sob a iu I1 uúncia de Fra Jz Cizok Num ambiente cx tremameiite carrcgado niatizado pelas ati vidí des anárqui cas antiscccssiunisias do pintor Oskar Kokuschka c do arquiteto Adolf Loos Cizck dcscnvolxera um sistema ún ten de instruçao baseado no estiiilult da criati vidade individual ama es da produfio de colapens de diferentes tcxturas c materiiiis Scis mctnüus haviam amadurccid0 numa ntmosIera crilhiral impregnada eIa tcnria educacional progressia desde os sistemas de Froebcl e Montessori até o aprender faxcndo mm imenso iniciado pelo nurtc americano John Dewey e viporosainetite di fiindido na Alemanha a partir de 1908 pelo reforniador educacional Georg Kerschens leiner O ensino na escola viencnsc de Itten c no Vvrkurs ou curso preliminar que ele havia introduzido na Bauhaus provintia de tizek ainda que ltten houvesse cnriquecidn o método com a teoria da forma e da cor te seu prôpria mestre AdolíHíilzel Lbs objeti vos di cursn de Itten obrigatório para todos os ilunos du primeiro ano consistiam cm libertar a criatividade individual e permitir que cada aluno pudesse trabalhar com base em sun habilidalc especifica Até 1920 quando a pedido de ltten vie ramjuntarse à í3a uhaus os artistas Schlem iner Paul KJee e Georg Muche ele ninis trou sozinho quatro cursos d1Gerentes sohre os oiicios alem do Nnirs enquanto Ger h8rd Marcks e Lyuncl Fciningcr davam cur sos periféricos sobrc cerâmica e artes gráfi cos respectivamente A posição anárquica de ltten na época pode ser vislumbrada em sua réplica de 1922 a um re1erendo sobre a con ceito de ai udu estuiul aus artistas A mPnte fica além dos imites de qualquer organização Nos casos em que não obstante foi organizada religiao igreja distanciouse de sua natureza intrínseca O Estado deve cuidar para q e nenhum Cidadão mona de fome mas a arte prescinde de seu apoio UMA HISTÓRIA C RITIC A 149 A posiçao aniiautoritãria c até mesmo mistica Lc lttcn foi substancialmente reforça da cm t 921 por sua manga permanência nu centrn masdeista de Herrliherg pertn de Zuri que Na metade daquele ano ele voliou para converter eus alunos c seu colega Mache aus ripurcs dcssa xcrsào modcrna dc urna religião porsa arcaica O culto exigia t m estilo de virta ustc o iciuns priódicus c uilxt dieta cgcta riana condimcntada cum quoijc c alho 0 beresiar fisico e espiritual considerado lün dainenial para a criatividade era iarribéni as segurado por exercícios de respiraçau e reJa xamento 84ais tarde ltien escreveu snbre es sa orientaç3o soltado para o interior 150 HISTORIA C RITICA DA ARÇUITLTURA IVIODERNA As perdas terríveis e as acontecimentos hor riveis da Primeira Guerra Mundial mais o estu do aprofundado de Decline of fle West Declí nio do Ocidente de Spengler levaramme a concluir que havíamos chegado a um ponte Crucial de nossa civilização científicotecnológi ca Para mim não era suficiente abraçar os le mas volta aos ofícios au arte e lecnoIogia dE rnáos dadas EStUdei a filosofia oriental mer gulhei nos ensinamentos do masdeismo persa c da ioga hindu e compareios com o cristianismc primitivo Cheguei á conclusão de que precisa mos contrabalançar nossa pesquisa científica e nossa especulação tecnológica ambas voltadas para o exterior com um pensamento e uma prática voltados para nosso interior Procure alguma coisa para mim e para o meu trabalho em que pudesse basear um novo estilo de vida A crescente divergência entre Gropius c ltten foi exacerbada pelo surgimento em Wcimar de duas personalidades igualmente podcr0saS O holandês Theo van DoesbUfg artista ligado ao De Stijl que ali passou a residir no inverno de 1921 e o pintor russo Wassily Kundinsky que veio juntarse à Bauhaus por instigaçào de Itien no serão de 1922 O primeiro postulava urna estética racional c antiindividualisÍa o segundo pre gava uma abordagem emotiva c csscncial mente mística da arte Ainda que us dois nào tenham entrado em conflito explícito a polêmica cxÍramuros de Van Doesburg li gada ao De Siijl foi imediatamente bem re cebida por muiios alunos da Bauhaus Seus ensinamentos não apenas tiveram um im pacto imediato sobre a prtiduçào dos ateliús como também desafiaram diretamente us preceitos abertos do programa original da Bauhaus Sua influência refieliuse inclusi c no mobiliário do cscritório do prúpric Gropius e na composiçiio assiincÍrica do trabalho que este mandou para o concurso do Chicago Tribune de 1922 projetado com Adolf Meyer Em 1922 depois de Van Doesburg icrse dedicado ao proselitismo durante nove me ses a situação sócioeconômica geralmente crítica levou Gropius a modificar a orienta ção do programa original vultaila para os ofícios Seu primeiro ataque contra ltten apa receu em sua circular aos mestres da nan haus onde ele indiretamente criiicava ltten por sua rejeição monástica do mundo Na verdade o texto era um esboço de seu ensaio kler und Aufbuu Jes Stoatlicheii Buuhuusee Wvi rn ur Teona c organização da Bauhaus publicado por ocasião da primeira exposição da Bauhaus cm Weimar em 1923 EscfCvCU O ensino dos ofícios pretende preparar o design para a produção em série Partindo dos nstrumentos mais simples e das tarefas menos complicadas ele o aprendiz da Bauhaus vai aos poucos adquirindo a capacidade de domi nar problemas mais complexos e trabalhar com máquinas ao mesmo tempo em que se man tém em contato com tado o processo de pro dução do começo ao fim Por outro Iado o operário fabril nunca vai além do conhecimen to de uma fase do processo Portanto a 8au haus está conscientemente buscando contatos com empresas industriais existentes com o ob jetivo de fomentar um estímulo mútuo Este argumento cuidadosamente articu lado cm favor da reconciliação entre fespn artesanal c produção industrial provocou a demissão irncdiata tlc ltten Seu cargo na faculdade foi prontamente ocupado pelo artista h úngaro Làszló Molio lyNagy homem radical em suas prenctipa ções sociais Quando de sua chegada cm Berlim em 192 t como refugiado da Ve meru revolução húngara MoholyNagy ha via entrado em contato com o designri Is so El Lissitzky que na época estava na A le manha para os preparativos da Exposição Russa de 1922 Esse encontro incentivoso a pcrscguir suas próprias tendências cons trutivistas e a partir de entào suas pinturas passaram a conter elementos suprematistas aquelas cruzes e retângutos modulares que logo se tornariam a essência de suas famo sos imagens dc telefone executadas em aço esmaltado Sobrc clus clc escreveu UMA HISTÓRIA C RITICA 1 SJ Em 1922 pedi por telefone a uma fábrica de letreiros cinco pinturas em esmaIie de por celana Eu tinha o catálogo de cores da empre sa diante de mim e esbocei minhas pinturas em papel quadriculado Do outro Iado da linha o supervisor da fábrica tlnha o mesmo papel divi dido em quadrados Ele anotou as formas dota das em sua posição correta Eissa demonstração cspctacular de pro dução d arte programada parecc ter im prcs4Ííãnado Grcipius pois no ano seguinte cle considou MoholyNagy a assumir tanto n cursn preliminar quanto a oficina de me talurgia Sob a lidemnça dele os produtos da oficina voltaramse de imediato para um clcmcnlarismo construtivista que cUm os anos foi atenuado por uma preocupação rnadura com a conveniência dos objetos pro duzidos Nessc intcriin introduziu rio cursu preliminar que dividir com Joseph Albers exercícios de cstruiuras de equilibrio em Fig 105 Muche e A Meyer Casa Experimental Expoiçáo 8auhaus Weimar 1923 uma diversidade de materiais inclusive ma deira metal arame e vidro O objetivo nào cru mais demonstrar o desejo de conirastar materiais c fonras em geral aplutinados como relevos mns sim revelar as proprieda des estáticas c estáticas das estruturas assi métricas lix res O epitomc de tais exerci cios foi a construçào de seu próprio Mo dulador de Luz c Espaço que o ocuparia de 1922 a 1930 O estilo elemcntaristaconsirutisista que em partc MuhulyNagy don buscar nos Vkhutemas Estutlos Tüc nicos c Artísticos Elcvados da Lniào Sovictica foi complc mentado em outros segmentos da Bauliaus pela influência do De Stijl de Van Doce burt c por uma abordagem póscubista da forma como cviüenciavam ns atcTiüs de es cultura sob a üircçào le Sclilemmer a parfir I igs 106 107 G ropius BaUhaus De ssau 192526 O exerior mamma a comooslç áu era forma de calavento ser p t67J abaixo ponte ligando os hluro5 la aJmi istracão e õe uf inas c ateliés do da da inauguraç ão em 1926 152 HIST08IA C8ITU A DA ARQUITETURA MODERNA de 1922 U ma das primeiras manifestaçóes dessa estética clementarisÍa instantanea mente adotada como um cstilo próprio de pois da demissão de Itten foi a tipografia snns serJusada por Herbert Baycr c Joost Schmidt para a Exposição Bauhaus de 1923 Duas casasmoüclo cnn yrande parte construidas e mobiliadas pelos ateliüs e oficinas da Bauhaus caracterizam esse pe ríodo de transição revelando elementos co muns e dessemelhançs surpreendentes São elas a Casa Sommerfeld projetada por Gro pius e Meyer e concluída em BerlimDali lem em 1922 a Vcrsuchshaus ou Casa Experimental hauhaus projetada por M u che e Meyer pnrn a Exposição Bauhaus de 1923 A primeira foi desenhada como uma casa de madeira tradicional em deixeiYffÍ com um interior enriquecido por madeira ental hada e siirais de modo a criar uma Ge umikunstu erk a segunda foi concebida como um objeto sachlich de acabamento refinado e mobiliada com os recursos mais modernos capazes de poupar trabalho de modo a tomarse uma f ofinmaxciine ou máquina de se viver Essa casa de circu lação minima foi organizada ao redor de um átrio nào um pátio aberto mas uma salo de cütur iluminada ptir clcrcütÓrio cer cada cm todos os lados por quartos c euiros espaços subsidiàrios Cada uma dessas dependências do perímetro era equipada austeramente com radiadores de metal expostos molduras de i ne1as e portas de aço rnobilia elementar e luminárias tubula res sem quebraluz Ainda que a maioria dessas peças tenham sido feitas manual mente nas oficinas e nos ateliês da Bau haus Adolf Meyer cm seu relatório sobre a casa para o Biuhaushüc byr 3 Os livros da Bauhaus 1923 enfatizava o fato de ela contar com móveis e acessórios padroniza dos na cozinha e no banheiro bem como sua construí ao com matcriaís c métodos in teiramente novos A ideologia mutável da Bauhaus foi no vamente deinonstmda num ariigo de Gro pius no mesmo número de Buuhiusbiiehv intitulado WohnhausÍndustrie iluslrava uma extraordinária casa redonda projetada pnr Karl Fíeger cuja concepção centralizada e leve antecipava a Casa Dymax ion de Buck mínstcr Fuller construída em 1927 Além disso Gtopius publicou suas próprias Se ricnhiiuser ou casas em sêrie concebidos como protótipos do Bauhaussiedtting um conjunto de casas que pretendia construir nos arredores de Weimar Essas casas em série foram finalmente realizadas como as casas dos mestres construídas na Bau haus de Dessau em 192ô Depois de 1923 a abordagem da Bau haus tornouse extremamente objetiva no sentido de estar estreitamente aíílinda ao movimento Neue Sachlichkeit Essa afil ia çào que apesar de sua massificaçào um tanto formalista se refletir nas construções para a própria 8auliaus de Dcssau iria tor narse mais acentuada depois da demissão de Ciropius em 1925 Os últimos dois anos sob a direção de Gropius distinguiramse por três fatos muito importantes a mudança de Weimar para Dessau muito bem orques mada em termos de tr5mites políticos a conclusão da Bauhaus de Dessau e por últi mo a emergência bradual de uma aborda gcm característica da f3auliaus cm que uma cnfidse maior incidir sobre a derivação da forma a partir dn método de produção da sujeição do material e da necessidade pro gramática Os ateliês de mobiliário sob a brilhante direção de Marcel Breuer começaram em 1926 a produzir cadeiras e mesas leves de aço tubular práticas fóceis de limpar e eco nõmicns Ao lado das luminárias produzidas pelas oficinas de inetalurgia cssns peças toram usadas pata mobiliar os interiores dos novos edifícios criados pelo Bauhaus Por volta de 1927 a produção industrial licen ciada desses projetos da Bauhaus estasa em plcna atividade inclusive o mobiliário de Hrcuer os tecidos texÍurados de Gunta StadlerStõz e seus colegas e as elegantes lâmpadas e artefatos em metal de Marianne U MA HISTORIA C RITICA 153 sido menibrn dO ítftl po QsquerdÍSla ABC cm j3asiItia tver mais adiante p 159 cos óe sugs tarefas conxencern in Ho de que era stu pedido de demissão ao Prefeito de Des sau c indicou Meye r como SCU preciso mUdâf radicalmente a Ba uhaus e por fflítis 3ãFh doxal quc seja dada R c resccnl e atff1Difera rcac ioná ria xigcnte em DcSSdU fex cont que ela se voltassc ainda mais PílfR a esquerda c hegando próxima do moximcnto Neue Sac j lichke M oholy Na sc llrcuer e Por várias r82óes 8ayer ac ompanhara m Gropius em sua dí2CI Mnhcly sào dcmitindose também ComO qgy indicou em sua c8ftã de demissão lJ9 Luminárias da eauhaus em mc prensado e vadio oea Iescene p o ÓUzidas em série sob a dfEÇ8 o de H Meyer Brandt Nesse ano tambêm a lP ajFf tÍâ i3auhaus ç pgi m e p t p pqd u r e ceu com ti austero Íun nao lhe ag ratlava a insistência im Cdiaia de Vcycr na adOÇàO dD um método rigoroso d0 Fig 11 U G rOÇÍU5 s auhau s Oessau 1 g Õ 26 Audtório pyçq ç m monil ariD de Breuei preste s a tornars e nuindialrrie n t e fa m os o s pgr Sua c x clusão dani l qtms t m caixa alta O ano de 1927 também viu surg If d fomãÇfío do depa rtamento de arquitetura SOb d lide rança 4O arquiteto SliÍÇO Hannes Mcyer Al guns projetos Breiier c riiàdos de casas pré fabricadas de mais ou menos nessa Mes ma épuca refletem o impacto imediato da influência de M eyer Este último trouxe con sigo seu talento so COlC6it Han5 ttwer que 154 HISTÕRFA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA Não terei como tolerar a continuidade des sa base especializada puramente objetiva e voltada para a eficiência nem na e4era da produção nem na humana Sob um progra ma de tecnologia cada vez mais avançada só poderei continuar se puder contar com a ajuda de um técnico especializado Por razões econó micas isto nunca será possível Em grande parte livre da influência int bidora do estrelismo do enaino de Grnpius Meyer foi capaz de orientar a obra da Bau haus para um programa de design mais so cialmente responsável Simples desmontá vel e barato o mobiliário em madeira com pensada veio para o primeiro plano junto com a produção de ums grande variedade de papéis de parede Os projetos da Bauhaus estavam sendo mais fabricados do que nun ca embora a énfase agora incidisse sobre o soeiat e nâo sobre considerações de natureza cstúiica Meyer organizou a Bauhaus em quatro departamentos principais arquitetura hoje chamado de construção por razões polêmicasl publicidade produção em ma deira e metal e têxteis Os departamentos fo ram enriquecidos com a introdução de cur sos científicos complementares como orga nização industrial e psicologia ao mesmo tempo em que o setor de construção dirigir sua ênfase para a otimização econômica da org anização ôe projetos e os métodos de cál culo pmciso de luz artificial luz solar perda e ganho de calor e acústica Um programa asaim ambicioso exigia a contratação de no vos profissionais de ul modo quê a nomea ção de Wittwcr como técnico foi logo com plementada pelas nomeações do arquiie tvpIanejador Ludwig Hilberseirner do cn genheiro Alcar Rudelt e de uma equipe de estúdio formada por Alfred Arndt Kari Fie ger Edvard Heiberg e Mart Stam Apesar da preocupação de Meyer em impedir que a Bauhaus se transformasse em instrumento de partidos políticos de esquer da ele resistiu à tentativa de formar uma ci lula estudantil comunista uma campanha impiedosa contra ele finalmente obrigou o prefeito a exigir sua demissão fsm cana aberta ao prefeito Fritz Hesse Meyer de monstrou que compreendia a situação De nada adiantaria que eu lhe explicasse Q ue um grupo da Bauhaus de Dessau ligado ao Partido Comunista Alemão era uma impossibili dade sob o ponto de vista da organização do próprio panido de nada adiantaria que eu Ihe asscqurasse que minhas atividades políticas ti nham um caráter cultural jamais partidário A política municipal exige que o senhor propicie êxitos espetaculares para a Bauhaus uma fachada brilhante para a Bauhaus e um diretor de prestígio para a Bauhaus A politica municipal e e reaçito da di reita alemã exigirem muito mais na se qüência dos fatos fixigiram que a Bauhaus fechasse suas portas e que sua fachada sachlich tos se revestida por um telhado em vertente ariano Exigiram que os marxis tas fossem impugnados e que os liberais emigradoa fossem banidos junto com suns Fi 11 Yamawaki 0 fim da eauhaus de Dessau alagern t932 UÑ1A HïORIA CRITIC A 155 obscuras obrar de arte que mais tarde se riam chamaclas Jc dccadcntes A tunlafi a dcïcspuraJn Jo prcfcitu dc Dssau no scn tide de ayniar a Uauhaus em nome da de rnucracia liberal atravćs da üireçàc patriar cal dc Mice van der Rnhc cstava condcna da ao frac8sso A Uauhaus sô continuou em fJessau pur male dois artos Ein outubro Jc 1932 a que deka rcrtava foi tran fcrid para um ve1ho deyósito nus arredores de Ucrin Nкquele momento pcrünl as cum portas da rcaçä csta an oscancaradas c nuvc meses maîs tarde a Bauhaus foi final menic fechadn