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Logística

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FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA Profa Lilian Gonçalves FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA MaríliaSP 2022 A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais visando à geração sistematização e disseminação do conhecimento para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social econômico e cultural da comunidade em que está inserida Missão da Faculdade Católica Paulista Av Cristo Rei 305 Banzato CEP 17515200 Marília São Paulo wwwucaedubr Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização Todos os gráficos tabelas e elementos são creditados à autoria salvo quando indicada a referência sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos Diretor Geral Valdir Carrenho Junior FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 07 CAPÍTULO 08 CAPÍTULO 09 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 14 CAPÍTULO 15 07 18 27 35 47 58 68 80 89 97 105 113 124 134 144 INTRODUÇÃO A LOGÍSTICA CONCEITO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL INTRODUÇÃO A MODAIS DE TRANSPORTES MODAL RODOVIÁRIO MODAL FERROVIÁRIO MODAL AQUAVIÁRIO MODAL AEROVIÁRIO MODAL DUTOVIÁRIO OPERAÇÕES LOGÍSTICAS E COMPONENTES DO SISTEMA LOGÍSTICO GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTO MANUFACTURING RESOURCE PLANNING MRP I E II JUST IN TIME KANBAN E NOVAS TECNOLOGIAS GERENCIAMENTO DE ESTOQUES ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS INDICADORES DE DESEMPENHO FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 6 INTRODUÇÃO Olá caroa acadêmicoseja muito bem vindoa Primeiramente a disciplina de Fundamentos da Logística irá propiciar a você o primeiro contato com a terminologia do mundo logístico Logo te faço o convite para percorrermos juntos a trilha do conhecimento os principais conceitos fundamentais da logística ou seja sua história evolução desafios operações logísticas e seus componentes bem como definição dos modaistipos de transportes Feito isso aprofundaremos nossos estudos com temas de nível estratégico como Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Administração de Compras MRP Just in time Dessa maneira reitero o convite para juntos dar início a esta grande jornada de construção do conhecimento logístico Esperamos contribuir de forma positiva no seu crescimento pessoal e profissional Bons estudos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 7 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO A LOGÍSTICA Seja muito bem vindo A partir de agora você faz parte do grupo de trilheiros de aprendizagem da logística uma vez que o conhecimento é o quesito mais valorizado nos profissionais de logística Iniciaremos com uma leve caminhada pela origem evolução e conceito de logística e por último apertamos o passo rumo aos desafios logísticos Vamos começar nossa caminhada Ah não se esqueça de encher sua garrafa de água pois esta trilha será de tirar seu fôlego de novos conhecimentos Preparado Então vem comigo 11 Origem da logística A logística esteve e ainda encontrase presente na evolução humana pois o desde os primórdios o homem da caverna ao sair para caçar precisa saber Onde caçar Qual instrumento utilizar para matar a caça Como vou trazer a caça para a caverna Onde vou guardar a caça Veja que ao responder estas perguntas o homem da caverna estava realizando um conceito rudimentar de compra transporte e armazenagem Já na Grécia antiga temos o relato do historiador grego Heródoto sobre a preparação de Ciro para invadir a Grécia utilizou o termo λογος logos que foi transcrito como logisticus e porém ambos eram ligados ao raciocínio lógico e habilidades de cálculo como parte das artes militares que visa garantir às tropas os meios necessários para a sua sobrevivência no campo de batalha incluindo melhores condições de movimentação abastecimento alojamento e transporte AZEVEDO 2002 Sendo que nos antigos impérios Grego Romano e Bizantino podiase encontrar oficiais militares com o título Logistikas estes comandavam as finanças abastecimento de alimentos e armamentos e sua respectiva distribuição Como também Dias 2005 relata que desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística As guerras eram longas e geralmente distantes sendo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 8 necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos Para transportar as tropas armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate eram necessários um planejamento organização e execução de tarefas logísticas que envolviam a definição de uma rota nem sempre a mais curta pois era necessário ter uma fonte de água potável próxima transporte armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos DIAS 2005 No século XI a igreja começa o processo de comando para destruir a Europa feudal por mais dependente dela que havia se tornado Organizou as cruzadas expedições de cristãos europeus para combater os muçulmanos e cristianizar a Ásia e a Palestina Estas organizações formadas por cavaleiros e dirigidas por nobres tinham motivações não só religiosas mas também comerciais como a abertura de rotas terrestres e conquistas territoriais Nessa época a igreja já se organizava de maneira estratégica para expandir e divulgar o cristianismo MOURA1997 Conforme relata o autor Que a logística está associada às grandes estratégias de guerra e conquistas territoriais não podemos ter dúvidas pois seria impossível não mencionarmos Alexandre o Grande e Napoleão Bonaparte mas antes de comentarmos sobre a parcela de contribuição desses grandes conhecedores de técnicas logísticas não podemos esquecer que o homem sempre executou e praticou a logística embora não soubesse disso no real sentido Os grandes povos antigos como egípciosgregos romanos chineses vikings incas astecas desempenharam papéis importantes em suas eras caracterizando um poder de organização notório em sua sociedade Outro exemplo que merece destaque são as expedições lusitanas e a história da navegação pois sem nenhuma ferramenta eletrônica ou qualquer outra maravilha de nossos tempos o homem conseguiu descobrir e explorar todo o nosso planeta permitindo o que hoje conhecemos como globalização FERNANDES 2012 p12 Na contemporaneidade a Segunda Guerra Mundial 19391945 trouxe a filosofia da logística que era basicamente voltada de forma integrada à estratégia e à tática de apoio às operações militares Nessa época os Estados Unidos da América era o grande responsável pela logística da movimentação de uma grande quantidade de homens e suprimentos ligados às frentes de batalhas travadas na Europa e na Ásia FLEURY 2000 Como resultado os generais de ambos os lados quando em tempos de guerra constataram a vital importância do papel da logística na obtenção de uma vantagem competitiva Para Ballou 1993 o Exército e a Igreja sempre foram sinônimos de disciplina e obediência hierárquica sendo este o motivo para o sucesso da atividade FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 9 logística por ser um setor departamental com plena autonomia diretamente ligado às decisões do comando geral Antes de 1950 a logística era segmentada entre várias áreas produção marketing finanças e outros dentro das organizações o que causava atritos entre departamentos e as empresas não conseguiam calcular de forma assertiva o seu custo logístico Contudo após a recessão da Segunda Guerra o panorama mudou e a logística vai para dentro das organizações com o enfoque de propiciar competitividade comercial Uma vez que em meados das décadas de 50 e 70 ocorreram grandes avanços nas áreas econômica e de tecnologia que resultaram em êxodo rural industrialização criação de grandes centros e subúrbios e principalmente surge um consumidor mais exigente em relação a qualidade variedade de produtos prazo de entrega devolução de produtos com defeito entre outros Em consequência disso as fábricas e varejistas se viram obrigados a repensar suas políticas de estoque distribuição e armazenagem Logo a logística é agraciada com um grande avanço teórico e prático Caro estudante Aqui nasce a pressão por baixar os custos de aquisição fabricação armazenagem e transportes para manter a competitividade no mercado ou seja os custos logísticos Neste contexto ocorre o surgimento dos primeiros computadores facilitando a tarefa de identificar custos tornamse mais ágeis e confiáveis Vale lembrar que em 1973 e 1979 ocorrem o primeiro e segundo choque do petróleo quando os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo Opep em forma de retaliação aos Estados Unidos e principais países ocidentais europeus decidiram reduzir a produção de petróleo como resultado o preço dos combustíveis subiram afetando os custos de transportes e estoque E assim entre 1970 a 1990 a logística amadurece e ganha espaço de honra como um dos principais fatores para se ganhar a guerra de competitividade entre organizações Um outro aspecto a ser abordado é que na década de 80 acontece a globalização formação de blocos econômicos Mercosul NAFTA União Européia Comunidade dos Estados Independentes e explosão tecnológica da informação tudo isso fez com que a Logística passase a ser um dos principais conceitos gerenciais da atualidade Veja o paradigma a logística como vimos já era utilizada pelo homem das cavernas contudo continua sendo considerado um dos conceitos mais modernos de administração de materiais Desta forma a logística hoje se torna não apenas uma ferramenta gerencial mas uma importante atividade econômica que contribui de forma efetiva e significativa para a estrutura de custos das empresas FLEURY 2000 Diante do exposto iremos conhecer a evolução da logística ao longo do tempo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 10 12 Evolução da logística Não há como negar que a evolução da logística sempre acompanhou a trajetória do homem e fatos históricos da humanidade Desta forma para fins didáticos e em função do levantamento de dados e pesquisa realizada De acordo com Novaes 2001 a evolução do processo logístico que tem seu início no período pósguerra em meio ao qual a logística atuou de forma segmentada passando a seguir por um processo de integração envolvendo cinco níveis atuação segmentada ou início integração rígida integração flexível integração estratégica logística 40 Sendo assim entendese os diferentes níveis de integração pelo grau de relacionamento que há entre os vários elos da cadeia de suprimentos no decorrer dos anos A seguir vamos estudar as cinco fases da evolução da logística a Primeira fase Atuação Segmentada Esta fase estendeuse de 1940 a 1960 segundo Fleury e Fleury 2003 a origem das atividades logísticas se confunde com o início das atividades econômicas organizadas ou seja a partir do momento que o homem começou a realizar a troca de excedentes da produção especializada houve a introdução de três das mais importantes funções logísticas armazenagem estoque e transporte Nessa primeira fase da logística que ocorreu logo após a Segunda Guerra Mundial o estoque era o elementochave no balanceamento da cadeia de suprimentos NOVAES 2001 Conforme ilustrado na figura 1 Figura 1 Primeira fase da logística Fonte adaptado de Novaes 2001 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 11 Notase na figura que há estoque em todas as etapas do processo que funcionam como um pulmão ou seja um fôlego para garantir que não ocorra falta do produto balanceando a cadeia de suprimento Porém este modelo apresenta alto custo para a empresa uma vez que é necessário investimento financeiro para manter estoque Suas principais características segundo Novaes 2001 são produtos padronizados não há integração entre os componentes da cadeia de suprimento Logo a logística em sua concepção inicial consistia no simples ato de entregar o produto solicitado no lugar solicitado dentro de um determinado intervalo de tempo BOWERSOX CLOSS 2001 b Segunda fase Integração Rígida Segundo Novaes 2004 p40 nessa fase a sociedade não se mostrava mais satisfeita com a opção padronizada de produtos exigindo uma maior variedade de opções Assim as empresas se viram obrigadas a rever suas políticas de qualidade e produtividade para atender essa nova demanda Uma solução encontrada foi a redução de custos com adoção de estratégias logísticas Conforme aponta o autor Novaes 2001 foi no escoar da década de 1960 que as empresas passaram a utilizarse de ferramentas como MRP Material Requirements Planning Kanban e Justintime com o objetivo de auxiliálos na expansão da qualidade e da produtividade A figura 2 apresenta de forma esquemática a interação e otimização entre as partes manufatura centro de distribuição e varejista Figura 2 Segunda fase da logística Fonte adaptado de Novaes 2001 É possível caracterizar essa segunda fase da logística como uma busca inicial da racionalização integrada da cadeia de suprimento mas ainda muito rígida pois não permite a correção dinâmica real time do planejamento NOVAES 2001 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 12 Logo esta fase é comumente comparada a um tubo de encanamento plástico pois é rígida não permite alteração de direção desvios ou paradas Nesta fase há concentração de estoque no Centro distribuição que fica encarregado de balancear a cadeia produtiva contudo de forma rígida pois mesmo utilizando ferramentas de Tecnologia da informação como o MRP I e II ainda não é possível realizar alterações no planejamento em tempo real As principais características desta fase são maior racionalização do estoque com produtos diferenciados e customizados utilização da multimodalidade do transporte integração rígida entre os componentes da cadeia de suprimentos Para finalizar foi neste período foram significativas as melhorias verificadas no fluxo logístico com a utilização da multimodalidade de transporte Com o uso combinado do transporte aéreo marítimo e terrestre as empresas conseguiram obter redução de custos com aproveitamento de capacidade de transporte segundo Novaes 2001 c Terceira fase Integração Flexível Esta fase ocorreu na década de 70 e ao contrário da fase anterior há uma integração dinâmica e flexível entre os componentes da cadeia de suprimento com atenção especial à satisfação não somente do cliente final mas também de todos os componentes da cadeia que por sua vez são clientes dos fornecedores que os antecedem Conforme demonstrado na figura 3 Figura 3 Terceira fase da logística Melhorias na cadeia de suprimentos Fonte adaptado de Novaes 2001 Outro aspecto a ser abordado é que ele é comparado a uma mangueira de jardim flexível que se molda adapta em tempo real as necessidades do processo com foco na satisfação do cliente estoque zero Just in time custos baixos grande competitividade integração da logística e uso excessivo da informação e informática Por fim suas principais características são integração interna e externa da cadeia de suprimento FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 13 a tecnologia é um importante fator de comunicação EDI intercâmbio eletrônico de dados foco no estoque zero integração dinâmica entre os componentes da cadeia de suprimentos d Quarta fase Integração Estratégica Supply Chain Management E assim chegamos a década de 90 com o gerenciamento da cadeia de suprimento ou Supply Chain Management Entendese por cadeia de suprimento de acordo com Pires 2004 é uma rede de companhias autônomas ou semi autônomas que são efetivamente responsáveis pela obtenção produção e liberação de um determinado produto eou serviço ao cliente final Já Chopra e Meindl 2004 defendem que uma cadeia de suprimentos engloba todos os estágios envolvidos direta ou indiretamente no atendimento de um pedido de um cliente A cadeia de suprimento não inclui apenas fabricantes e fornecedores mas também transportadoras depósitos varejistas e os próprios clientes Conforme demonstrado na figura 4 Figura 4Quarta fase da logística Desenvolvimento da logística e das cadeias de suprimentos Fonte adaptado de Novaes 2001 Assim sendo a cadeia de suprimentos permite o intercâmbio de informações a todo momento de forma ágil e intensa esta característica distingue esta fase das anteriores Suas principais características são logística é vista como estratégia para ganhar competitividade formação de parcerias com os integrantes da cadeia de suprimento surge a Logística Verde e Reversa há plena integração estratégica e flexível entre os elos da cadeia de suprimento Bem como segundo Ballou 1993 a ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor abertura plena entre parceiros possibilitando acesso mútuo às informações operacionais e estratégicas formulação de parcerias entre fornecedores e clientes ao longo da cadeia de suprimento a aplicação de esforços de forma sistemática e FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 14 continuada visando agregar o máximo valor para o consumidor final e eliminar os desperdícios reduzindo custos e aumentando a eficiência e Logística 40 Para compreender esta fase fazse necessário uma breve explanação sobre a Indústria 40 ou 4º Revolução Industrial O termo Indústria 40 surgiu em 2011 na Feira de Hannover na Alemanha o qual o governo alemão apresentou projetos de estratégias com foco em soluções tecnológicas O reflexo na indústria foi a automação que segundo Novaes 2011 foi por meio da utilização de sistemas ciberfísicos que podem realizar auto diagnósticos autoconfiguração e autootimização com base em tecnologia de ponta como Inteligência Artificial IA Big Data Internet das Coisas Internet of Things IOT em inglês e Computação em Nuvem Segundo Ribeiro 2017 a Indústria 40 se refere à criação de novos modelos de negócios adequados para mercados cada vez mais exigentes que cobram novidades e inovação em seus negócios para atender às diversas necessidades dos seus clientes Observe que neste contexto as indústrias tendem a ser mais enxutas e eficientes assim é preciso ter diretrizes de armazenagem e distribuição focadas na demanda do cliente Para tanto é necessário alto investimento em tecnologia Com efeito é desenvolvido o RFID radio frequency identification identificação por radiofreqüência que utiliza frequência de rádio para transmissão de dados comumente utilizado em controle de estoque Agora que você já conhece a origem e evolução da logística vamos estudar o conceito elaborado por vários autores e os principais desafios da logística 13 Conceito e desafios da logística Conforme vimos a origem da palavra logística é grega logos que foi transcrito em latim para logisticus contudo mantém se sua ligação à matemática Com o passar dos anos surge na língua francesa em XVIII o termo loger que significa alojar acolher a partir de então a logística começou a ser estudada Seu uso de forma inicial foi utilizado na arte militar onde cuidava do transporte de suprimentos e acantonamento de tropas No decorrer do tempo passou a ser usada na área empresarial já como a arte de administrar o fluxo de materiais produtos ou FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 15 homens entre os vários pontos do território de operação de uma organização UELZE 1974 Sendo a logística o processo de planejar implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos bem como os serviços e informações associados cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor NOVAES 2001 Já para Christopher 1997 o conceito de logística se define como o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição movimentação e armazenagem de materiais peças e produtos acabados através da organização e seus canais de marketing de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo Novaes 2001 complementa ao afirmar que a logística é a ciência que tem por objetivo procurar resolver problemas de suprimentos de insumos ao setor produtivo fontes de suprimento políticas de estocagem meios de transportes utilizados etc problemas de distribuição de produtos acabados e semiacabados armazenagem processamento de pedidos transferência distribuição etc e outros problemas logísticos gerais tais como os de localização de instalações de armazéns processamento de informações etc Tudo isso procurando englobar tanto restrições de ordem espacial deslocamento de produtos dos pontos de produção aos centros de consumo quanto de ordem temporal exigência de rígidos prazos de entrega de níveis de confiabilidade operacional etc Logo Ballou 1993 conclui ao afirmar que a logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matériaprima até o ponto de aquisição da matériaprima até o ponto do consumo final assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável Ching 1999 também identifica os principais objetivos da logística fornecer quantidade desejada de serviços aos clientes objetivando alcançar níveis de custos aceitáveis e competitivos proporcionar subsídios e condições para que se movimentam da maneira mais rápida e eficaz possível e contribuir com a gestão comercial da companhia por meio da confiabilidade e eficácia da movimentação dos materiais bem como com os prazos e as metas de atendimento aos pedidos efetuados pelos cliente Mas afinal qual é o desafio da logística FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 16 O desafio é um paradoxo pois é colocar o produto certo no local correto no momento adequado com o melhor preço possível desde o primeiro elo da cadeia de suprimento até o consumidor final Parece fácil correto Contudo como você pode atender um cliente que solicitou a entrega com urgência de um produto customizado sem aumentar o custo de produção e frete Ou como atender o cliente que aumentou a quantidade de determinado produto e você não tem matériaprima para a produção Como conseguir e conservar os clientes satisfeitos Como manter a margem de lucro no enfrentamento com a concorrência Como atrair novos clientes Diante do exposto os principais desafios do gerenciamento logístico segundo Novaes 2001 são 1 Encurtamento do fluxo logístico as empresas tendem a encurtar os fluxos logísticos e trazêlos para próximo de suas plantas o que permite a operação adotandose os princípios de JustinTime na entrega e na fabricação agilizando a colocação dos produtos no mercado 2 Melhorar a visibilidade do fluxo logístico a visibilidade do fluxo logístico é de vital importância para a identificação dos gargalos de produção e na redução dos estoques para isto as barreiras departamentais devem ser quebradas e as informações compartilhadas As estruturas devem ser voltadas para o mercado caracterizadas pela qualidade dos sistemas de informação 3 Gerenciar a logística como um sistema o processo logístico deve ser gerenciado de forma sistêmica pela importância na combinação da capacidade de produção com as necessidades do mercado É importante que o processo reconheça os interrelacionamentos e interligações da cadeia de eventos que conectam o fornecedor ao cliente Neste panorama podemos afirmar que a logística tem como principal desafio é conseguir tornar o sistema logístico competitivo mais flexível e sensível às mudanças do mercado globalizado de forma ágil menor custo possível transporte produção matériaprima estoque armazenagem criação de valor com fornecedores Contudo não podemos esquecer que tudo isso deve ser realizado de maneira a propiciar a plena satisfação do cliente Complexo Contudo fique tranquilo pois no decorrer do curso você será capaz de encontrar alternativas ferramentas que o ajudarão a enfrentar os desafios da logística No próximo capítulo iremos abordar o conceito da logística empresarial e de que maneira ela pode ser um diferencial competitivo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 17 ISTO ESTÁ NA REDE A reportagem Guerra traz novo gargalo para logística mundial já afetada pela pandemia traz como tema a Guerra na Ucrânia e seus impactos para o mundo que ainda sente os gargalos causados pela pandemia Covid 19 Sendo o que o modal marítimo sofre com as pelas restrições e sanções impostas à Rússia provocado atrasos e elevação de preços de transporte e seguro marítimos principalmente para navios que circulam pelo Mar Negro Do mesmo modo o modal aéreo foi interrompido ou tiveram rotas alteradas Fonte GOULART Jossete Guerra traz novo gargalo para logística mundial já afetada pela pandemia Revista VELA Online 2022 Leia mais em httpsvejaabrilcombrcolunaradareconomicoguerratraznovogargalopara logisticamundialjaafetadapelapandemia Boa leitura FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 18 CAPÍTULO 2 CONCEITO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL Olá caro estudante Vamos estudar neste capítulo a logística em ambiente empresarial Assim iremos abordar seu conceito e seu papel como vantagem competitiva estratégia e por último as característica e definição de nível de serviço logístico Antes de mais nada vamos recordar que a logística acompanhou a evolução do homem Sendo utilizada no meio militar de forma estratégica no abastecimento e deslocamento das tropas Na atualidade ela continua sendo primordial na área militar contudo a logística foi incorporada às organizações fábricas empresas virtuais e físicas hospitais faculdades igrejas ONG prestadores de serviço entre outros que viram nela um meio de conseguir competitividade empresarial principalmente após a globalização onde não há fronteiras para a comercialização de produtos Assim o custo com as compras armazenagem e transporte ganham destaque Você sabia Que o custo com transporte é considerado um maiores custos na composição de preço de venda de produtos Neste contexto vamos juntos estudar a logística dentro das organizações doravante denominada de logística empresarial O que é logística empresarial Ela é considerada um campo relativamente novo que tem o intuito de estudar a gestão integrada das áreas tradicionais tais como finanças marketing e produção As empresas utilizaram por muitos anos a logística a novidade está no conceito de gestões coordenadas fazendo com que as atividades estejam interligadas assim substituindo a prática de utilizar as áreas separadamente BALLOU2009 Conforme mencionado a logística empresarial atua de uma forma administrativa e estratégica em busca de melhores resultados e satisfação dos clientes E essa FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 19 satisfação está diretamente ligada aos serviços de distribuição e de pósvendas ofertados pelas empresas aos seus respectivos clientes e consumidores SILVA 2013 Por consequência a missão da logística empresarial é atender às necessidades dos clientes de modo a facilitar as operações relevantes de produção e marketing O desafio é equiparar as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os objetivos do negócio É possível atingir qualquer nível de serviço logístico se a empresa estiver disposta a alocar os recursos necessários BOWERSOX E CLOSS 2001 Em relação a meta da logística empresarial esta visa garantir a disponibilidade de produtos e materiais nos mercados e pontos de consumo com a máxima qualidade rapidez e eficiência diante de custos controlados e conhecidos Atualmente podese considerar que a logística é a última fronteira em que se pode conseguir economias importantes e reforçar a competitividade na administração de empresas CAIXETA FILHO MARTINS 2001 Como é possível atingir a meta da logística empresarial Por meio do processo de gerenciamento estratégico da compra do transporte e da armazenagem de matériasprimas partes e produtos acabados além dos fluxos de informação relacionados por parte da organização e de seus canais de marketing de tal modo que a lucratividade atual e futura sejam maximizadas mediante a entrega de encomendas com o menor custo associado CHRISTOPHER 2009 Logo a administração logística está ligada à redução de gastos desnecessários que não agregam valor ao produto Dessa forma a administração logística objetiva desperdício zero e o aumento da qualidade do serviço ofertado sendo delineado na moderna logística empresarial SILVA BAZOLI 2010 Ressalto que a logística tem como propósito instrumentalizar a comunidade empresarial para o emprego de modernas estratégias e técnicas logísticas tanto na forma de projetos de assessoria consultoria pesquisa e cursos de atualização ou reciclagem bem como treinamentos in company CAIXETAFILHO MARTINS 2001 De uma maneira mais objetiva Ballou 1990 define a logística como uma função da empresa que se preocupa com a gestão do fluxo físico do suprimento de matérias primas assim como a distribuição dos produtos finais aos clientes Resumindo de acordo com Ballou 1993 a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 20 aos clientes e consumidores através de planejamento organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos Quais são as atividades logísticas empresariais De acordo com Ballou 2009 ao longo dos anos as empresas passaram a se preocupar em conhecer a logística e em utilizar as ferramentas do gerenciamento logístico criando assim áreas na estrutura organizacional para se encarregar dos assuntos logísticos De modo resumido podem ser incluídas entre as atividades logísticas as seguintes compras programação de entrega para a fábrica transportes controle de estoque de matérias primas controle de estoque de componentes armazenagem de matérias primas armazenagem de componentes previsão de necessidades de materiais controle de estoque dos centros de distribuição processamento de pedidos dos clientes administração dos centros de distribuição planejamento dos centros de distribuição e planejamento de atendimento aos clientes DIAS 2007 Complementando na análise de Ballou 1993 a logística empresarial é composta pela a integração da administração de materiais matéria prima com a distribuição física ou seja as duas grandes etapas do processo logístico são o suprimento físico matéria prima e a distribuição física produto acabado Conforme esquematizado na figura 5 Figura 5 Logística Empresarial Fonte Adaptado de Ballou 1993 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 21 A logística também lida além de materiais com o fluxo de serviços e processos Essa definição sugere igualmente ser a logística um processo o que significa que inclui todas as atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores quando e onde estes quiserem adquirilos Contudo a definição implica em que a logística é parte do processo da cadeia de suprimentos e não o processo inteiro BALLOU 1993 Sendo que a logística empresarial exerce a função de otimizar fluxos de operações produtivas segundo Baglin et al 1990 ela interage basicamente com quatro setores em uma empresa que são Marketing Finanças Controle da Produção e Gestão de Recursos Humanos Na visão de Ballou 1993 a logística estrategicamente ocupa uma posição intermediária entre produção e marketing devendo então ser criadas atividades de interface entre a logística e esses dois setores Figura 5 Visão geral das atividades de interface entre logística com as atividades de produção e marketing Fonte Adaptado de Ballou 1993 Visto isso você já compreendeu que a logística empresarial é uma ferramenta gerencial que tem o objetivo de integrar processos com a finalidade de agregar valor por meio de prestação de serviço com foco na satisfação do cliente Afinal quem não gosta de receber um produto antes do prazo estipulado para entrega E com o menor preço do mercado A seguir estudaremos como a logística pode propiciar vantagem competitiva estratégica para empresa 21 Estratégia e vantagem competitiva Na atualidade com a economia globalizada a concorrência entre empresas é acirrada uma vez que podese comprar o produto em lojas físicas e virtuais Esta última pode FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 22 estar em qualquer lugar do mundo e oferece muitas vezes vantagens de pagamento e preço maiores que as lojas físicas Portanto a partir do momento que há vários concorrentes no mercado que oferecem um nível de qualidade de serviço eou produto mediano para o consumidor então é preciso ter um diferencial correto Sendo assim as empresas para se manterem competitivas no mercado precisam utilizar os seus recursos com o propósito de diminuir preço e maximizar os ganhos Assim entendese segundo Mintzberg Ahlstrand e Lampel 2000 que estratégia é planejar e executar de forma consistente um plano de ação que permita que a empresa atinja e mantenha ao longo do tempo um desempenho superior ao dos concorrentes Sendo o posicionamento estratégico resulta em vantagens competitivas quando as atividades são executadas e combinadas para obter um produto ou serviço diferenciado A diferenciação exige que a empresa execute novas atividades não realizadas pelos concorrentes ou as mesmas porém de novas formas Branski 2008 Para estabelecer e manter um posicionamento estratégico único a empresa precisa seguir seis princípios fundamentais Markides 1999 a Ter como meta de longo prazo obter retorno superior do investimento a estratégia deve estar fundamentada na sustentação da lucratividade e gerar valor econômico real b Ter como objetivo proporcionar valor ou conjunto de benefícios diferente dos concorrentes não é portanto a universalização das melhores práticas nem um esforço para oferecer tudo para todos Deve definir uma forma de competir que gere valor único para um conjunto c específico de clientes d Realizar de forma diferente suas atividades ou realizar atividades diferentes das realizadas pelos concorrentes As atividades devem estar adequadas a sua proposição única de valor e Abandonar algumas características dos produtos serviço ou atividades para ser única em outras o que envolve escolhas f Definir como irão operar todos os elementos de uma empresa A estratégia envolve escolhas interdependentes portanto todas as atividades devem ser reforçadas mutuamente g Definir uma proposição de valor único para seguir mesmo que isso implique perda de oportunidades FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 23 Já uma empresa terá vantagem competitiva quanto obtiver vantagens que acarretam rentabilidade superior à média da indústria quando for capaz de produzir com custos menores ou vender com preço superior aos concorrentes PORTER1985 Sendo preço e geração de vantagem por diferenciação as unidades fundamentais para se ter vantagem competitiva que refletem na forma que as atividades da empresa são executadas sejam elas de criação manufatura venda e entrega de produtos eou serviços prestados pela empresa Desta forma por causa da ampla concorrência e das mudanças mercadológicas a procura pela satisfação do cliente é algo que as empresas estão almejando com mais efetividade com o intuito de prolongar sua permanência no mercado Ao mencionar a satisfação sobre algum serviço logo vem em mente a qualidade entretanto com o passar dos anos isso se tornou uma obrigação das empresas para atingir assim um diferencial competitivo por meio da adequação de processos PAURA 2016 Agora veremos as principais condições que permeiam a competição empresarial 1 Qualidade não é mais um objetivo é premissa impulsionada pelo aumento do nível de exigência dos consumidores 2 Tendência de compressão de margens já é realidade necessidade de redução de custos e preços 3 Redução acentuada do ciclo de vida dos produtos 4 Governos cada vez menores fora da economia com redução de subsídios 5 Explosão tecnológica com o conhecimento multiplicandose 6 Relações de poder passando de imposição para negociação e de individualismo para parceria 7 Substituição do conceito de empresas pelo de cadeias produtivas e consequente aumento das exigências de qualidade nas relações cliente fornecedor uma empresa não pode ser competitiva de forma isolada 8 Globalização dos mercados e formação de blocos econômicos 9 Expansão da gestão ambiental 10 Questionamento da função social das organizações PAURA 2016 Neste contexto de acordo com Dias 2007 um planejamento empresarial que visa um preço adequado e uma satisfação ao cliente deve possuir um bom planejamento logístico o que ocasiona a diminuição do desperdício de tempo desperdício de dinheiro e o controle de materiais desde a aquisição de matéria prima até a chegada do produto acabado ao consumidor FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 24 Sendo assim o que vem fazendo da logística um dos conceitos gerenciais mais modernos são dois conjuntos de mudanças o primeiro de ordem econômica e o segundo de ordem tecnológica As mudanças econômicas criam exigências competitivas enquanto as mudanças tecnológicas tornam possível o gerenciamento eficiente e eficaz de operações logísticas cada dia mais complexas e demandantes FLEURY WANKE FIGUEIREDO 2000 Como resultado Christopher 1997 considera que o gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva para a conquista de uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes em termos de preferência do cliente Avalia ainda que as organizações líderes de mercado serão no futuro aquelas que procurarão atingir a excelência competitiva quanto à vantagem em produtividade ou à vantagem em valor ou à combinação de ambas dessa forma conseguese tanto a liderança de custos como a liderança de serviços Diante do exposto as principais tendências e desafios da logística empresarial são crescimento de sua aplicação nas organizações de serviços e naquelas sem fins lucrativos globalização economia mundial em constante mutação a maior conscientização da responsabilidade social surgimento de novas formas de organização dos negócios como exemplo a virtual No próximo tópico veremos como o nível de serviço pode ser um diferencial de competitividade para a logística empresarial 22 Nível de serviço Estudo de caso A mudança de Maria Maria é uma linda moça de 25 anos residente de São Paulo capital solteira funcionária pública federal Em Maio deste ano ela finalmente conseguiu a tão sonhada transferência para sua cidade natal que é Porto Alegre Por causa dos preparativos da mudança Maria tirou 30 dias de férias Sendo assim Maria começou a realizar a cotação de preços em empresas especializada em mudança pesquisou preço em 03 empresas sendo que a AB Mudanças ofereceu o menor preço e prazo Maria então fechou o negócio no dia marcado os funcionários da empresa vieram para embalar seus pertences e carregar no caminhão pois bem a viagem era para ser em 02 dias úteis Maria foi na frente do avião para limpar o novo apartamento FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 25 No dia combinado para a mudança está em Porto Alegre Maria tem a triste notícia que o caminhão quebrou em Curitiba e iria atrasar a entrega em 02 dias Pois bem após 04 dias a mudança de Maria finalmente é descarregada no apartamento mas para seu desgosto seu armário de cozinha caixas com louças estavam quebradas e 03 caixas com roupas simplesmente sumiram A geladeira foi derrubada ao subirem a escada e ficou toda amassada Enfim Maria teve um enorme prejuízo e jurou nunca mais utilizar a empresa de mudança Neste caso hipotético Maria optou pelo menor preço e não checou as referências da empresa de mudança ou seja ela ignorou o nível de serviço prestado pela empresa Provavelmente esta empresa não irá continuar no mercado por muito tempo pois somente o menor preço não é garantia de sucesso empresarial Veja que utilizei o termo serviço que é algo intangível não material não conseguimos tocar sendo assim é tudo aquilo que uma empresa oferece ao cliente Desta forma segundo Hijjar 2000 não se pode duvidar que o serviço ao cliente é cada vez mais valorizado tanto pelos consumidores finais quanto pelos clientes institucionais pois apenas bons produtos e bons preços não são suficientes para atender às exigências de uma transação comercial Destacase que o serviço prestado ao cliente tem se mostrado como uma estratégia fundamental para aumentar a participação de uma organização no mercado atual conquistando a confiança do consumidor e consequentemente sua preferência Ballou 2005 esclarece que Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma É o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos O nível de serviço logístico é fator chave do conjunto de valores logísticos que as empresas oferecem a seus clientes para assegurar sua fidelidade ANOTE ISSO A logística é parte do processo da cadeia de suprimentos e não o processo inteiro BALLOU 1993 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 26 ISTO ESTÁ NA REDE Atalhos de logística é um texto que descreve como as empresas estão compartilhando serviços para obterem competitividade Um exemplo são os condomínios industriais que propiciam alianças comerciais e integração de diversas atividades em um mesmo ambiente Veja o relato de um empresário Foi um dos motivos que atraíram o empresário Fernando Pereira Júnior dono de uma fábrica de aditivos químicos para tintas Meu vizinho de muro me fornece matériaprima e nós usamos a mesma transportadora Fonte CASTRO Gabriel Atalhos de logística Revista VEJA online 2014 Leia mais em httpsvejaabrilcombrbrasilatalhosdelogistica FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 27 CAPÍTULO 3 INTRODUÇÃO A MODAIS DE TRANSPORTES Olá caroa estudante A partir de agora estudaremos uma importante área de atuação da logística modais de transportes Como vimos o custo com transportes é um dos maiores para a empresa Ele pode ser o terminante para empresa ter lucro ou prejuízo em uma negociação Transporte é o um dos principais elementos dentro de uma empresa em termos de prestação de serviço ao cliente O custo de transporte representa a maior parcela dos custos logísticos na maioria das empresas Ele pode variar entre 4 e 25 do faturamento bruto e em muitos casos supera o lucro operacional NAZÁRIO 2000 Sendo assim a escolha correta do meio de transporte é fundamental Estudaremos os principais tipos de transportes suas características vantagens e desvantagens Contudo é preciso salientar que a escolha correta do modal de transportes será aquela que atende às expectativas suas e do cliente Vamos iniciar 31 O papel do transporte na logística Em uma primeira análise o transporte nada mais é do que o translado de uma mercadoria de um lugar ao outro e sua necessidade está diretamente relacionada com as atividades de comércio As principais funções do transporte na logística estão ligadas às dimensões de tempo e lugarVIEIRA 2009 O transporte pode ser realizado por diversos tipos seja pelo ar terra ou água Sendo um processo de locomoção de pessoas e cargas existente desde o princípio da humanidade tendo como finalidade ser o elo entre os centros consumidores e fornecedores com o menor custo e tempo RODRIGUES 2006 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 28 Bem como o transporte é a área operacional da logística que em razão da sua importância recebe uma atenção considerável através dos anos As necessidades de transporte podem ser atendidas de três maneiras básicas através de uma frota exclusiva de veículos através de contratos com empresas de transporte e através de várias transportadoras ao mesmo tempo onde podem ser utilizados diversos modais de transporte em conjunto BOWERSOX 2009 Ou seja conforme Rodrigues 2006 o transporte se define como o deslocamento de bens de um ponto a outro da rede logística de forma a respeitar as restrições que regulamentam e assegurem integridade da carga a segurança da carga e a confiabilidade de sua entrega de acordo com os prazos estipulados O transporte representa um componente relevante para o custo logístico conforme os autores Caixeta Filho e Martins 2001 explicam que o transporte é visto como a última fronteira para a redução de custos na empresa As organizações nos últimos tempos vêm investindo mais em logística e focando principalmente no transporte o que gera um diferencial competitivo Bem como o transporte tem papel fundamental na prestação do Serviço ao Cliente Sendo que para organizar um sistema de transporte é necessário ter uma visão sistêmica que envolve um planejamento Para que isso ocorra é preciso conhecer Fluxos nas diversas ligações das redes Nível de serviço atual Nível de serviço desejado Características sobre a carga Tipo de equipamentos disponíveis suas características capacidade ALVARENGA 2000 Por consequência a escolha de um tipo de transporte adequado em relação às características da carga é essencial sendo assim você deverá levantar os seguintes dados da carga Peso e volume Densidade média Dimensão da carga Dimensão do veículo Grau de fragilidade da carga Grau de perecibilidade FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 29 Estado físico Assimetria e compatibilidade entre as cargas diversas RIBEIRO E FERREIRA 2002 Somente após realizar a análise da carga você estará apto a escolher do tipomodal de transporte segundo Silva e Porto 2003 é necessário observar Prazo de entrega Segurança Limpeza Armazenagem Rapidez Embalagem Custo Comparação entre peso e volume Forma de pagamento Resumindo somente após levantar esses fatores você conseguirá encontrar a melhor forma de transportar e atender as necessidades dos clientes Em virtude dos fatos mencionados a escolha do transporte correta é de suma importância para redução de custos logísticos bem como fator de diferencial competitivo Ferreira e Ribeiro 2002 diz que ao organizar um sistema de transporte eficiente e realizar a seleção do modal adequado para cada situação o operador logístico consegue criar uma vantagem competitiva e um serviço desejável para o cliente Porém é necessário o conhecimento dos vários modais de transportes bem como o tipo de veículos assim como as cargas adequadas a cada um deles é fundamental para a criação e desenvolvimento da logística adequada KEEDI 2001 Dentre todas as alternativas possíveis o mais importante a ser levado em conta é o balanço entre a qualidade oferecida e o custo BALLOU 2010 Outro aspecto a ser abordado é que o setor de transporte é de extrema importância para a economia do país dado que o PIB Produto Interno Bruto também é impulsionado pelo sistema de transporte pelas exportações e por interligar empresas produtoras aos mercados de consumo ROCHA 2015 Afinal até quando realizamos uma simples compra na internet após a escolha do produto o passo seguinte é definir a entrega correto E geralmente optamos pelo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 30 mais barato com melhor prazo de entrega Então agora imagine esse processo em uma organização que realiza inúmeras vezes este processo com diferentes tipos de carga para vários destinos Vale destacar que um erro de cálculo pode resultar em prejuízo financeiro e até perda do cliente A seguir iremos conhecer os diferentes tipos de transportes 311 O transporte no Brasil O Brasil passou por um período de grande crescimento industrial que se estendeu do pós Segunda Guerra até 1980 sendo acompanhado por uma ampliação da infraestrutura rodoviária e do predomínio do transporte de mercadorias em caminhões Várias razões causaram isso entre elas o sucateamento do sistema ferroviário que apesar dos investimentos aplicados apresentou um ritmo de modernização bastante moroso do mesmo modo o setor portuário que sofreu uma estagnação em decorrência da legislação vigente que desestimulava inovações RODRIGUES 2004 Sendo o custo de implantação por quilômetro do modal rodoviário foi um fator determinante para sua consolidação como sistema preferencial de transporte no país além de ser unicamente o sistema que possibilita uma ampliação gradual de capacidade atendendo a demanda conforme esta vai se apresentando Alguns mecanismos institucionais puderam garantir o ritmo acelerado de crescimento da infraestrutura rodoviária no Brasil como a criação do Fundo Rodoviário Nacional FRN em 1945 o qual permitiu o financiamento em longo prazo do sistema GRACIANO 1971 Como resultado conforme Silveira 2006 no período compreendido entre 1945 e 1980 o transporte de mercadorias através de caminhões teve predomínio crescente e as causas principais apontadas para esse crescimento atribuiuse primeiramente ao objetivo exportador do modal ferroviário e depois devido a sua degradação em decorrência de maus investimentos e isso ligado à baixa produtividade dos portos que foi motivada entre outras causas pela legislação desestimuladora Em virtude dos fatos mencionados inúmeros autores defendem a utilização de outros modais de transporte no Brasil além do rodoviário O autor Silveira 2006 defende o estímulo de outros modais como o hidroviário e o ferroviário FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 31 ANOTE ISSO O avanço no embarque de cargas deuse com a criação do conceito de carga unitizada primeiramente de forma mais rudimentar através de amarrados tambores redes etc e posteriormente através da criação de pallets e principalmente pela criação do container que foi a tecnologia mais bem sucedida é importante para o desenvolvimento do transporte marítimo e aquaviário A unitização de carga consiste em agregar itens individuais de um carregamento em uma unidade maior também chamada unidade de carga com a finalidade de reduzir os custos logísticos facilitar e tornar mais eficiente a armazenagem a movimentação e o transporte RODRIGUES 2005 32 Definição de modais Primeiramente a palavra modal tem origem no latim modalis que significa Relativo a modo modalidade maneira própria de fazer alguma coisa segundo alguns dicionários Primeiramente iremos conceituar sistemas formas e depois entraremos no tema modais de transportes Desta forma os modais de transporte são modos de realizar a locomoção de uma carga de um lugar a outro Atualmente temos cinco tipos de modais de transportes rodoviário ferroviário hidroviário dutoviário e aeroviário Que iremos estudar separadamente Vale ressaltar que o modal de transporte faz parte do sistema de transporte segundo Rodrigues 2007 que é formado por Modo via de transporte Forma relacionamento entre os vários modos de transporte Meio elemento transportador Instalações complementares terminais de carga Por conseguinte para fins didáticos iremos utilizar o Artigo 14 do Decreto nº 8014577 que foi revogado contudo iremos utilizar a definição de modalidade de transportes e suas interações uma vez que este conceito pode e deve ser utilizado Art 14 Quanto à modalidade o transporte de carga unitizada pode ser FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 32 I MODAL OU UNIMODAL quando a unidade de carga é transportada diretamente utilizando um único veículo em uma modalidade de transporte e com apenas um contrato de transporte II SEGMENTADO quando se utilizam veículos diferentes de uma ou mais modalidades de transporte em vários estágios sendo contratados separadamente os vários serviços e os diferentes transportadores que terão a seu cargo a condução da unidade de carga do ponto de expedição até o destino final III SUCESSIVO quando a unidade de carga para alcançar o destino final necessitar ser transbordada para prosseguimento por um ou mais veículos da mesma modalidade de transporte abrangidos por um ou mais contratos de transporte IV INTERMODAL OU MULTIMODAL quando a unidade de carga é transportada em todo o percurso utilizando duas ou mais modalidades de transporte abrangidas por um único contrato de transporte Ressalva Lei nº 9611 de 19 de fevereiro de 1998 no Capítulo I está em vigor e referese sobre o Transporte Multimodal de Carga Art 1º O Transporte Multimodal de Cargas regerseá pelo disposto nesta Lei Art 2º Transporte Multimodal de Cargas é aquele que regido por um único contrato utiliza duas ou mais modalidades de transporte desde a origem até o destino e é executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal Parágrafo único O Transporte Multimodal de Cargas é I nacional quando os pontos de embarque e de destino estiverem situados no território nacional II internacional quando o ponto de embarque ou de destino estiver situado fora do território nacional Art 3º O Transporte Multimodal de Cargas compreende além do transporte em si os serviços de coleta unitização desunitização movimentação armazenagem e entrega de carga ao destinatário bem como a realização dos serviços correlatos que forem contratados entre a origem e o destino inclusive os de consolidação e desconsolidação documental de cargas Art 4º O Ministério dos Transportes é o órgão responsável pela política de Transporte Multimodal de Cargas nos segmentos nacional e internacional ressalvada a legislação vigente e os acordos tratados e convenções internacionais FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 33 ANOTE ISSO Para ler na integra a LEI Nº 9611 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 acesse http wwwplanaltogovbrccivil03leisl9611htm Na prática segundo Silveira 2006 iniciativas como a intermodalidade integração de vários modais de transporte e o surgimento de operadores logísticos ou seja de prestadores de serviços logísticos integrados apresentam relevante importância para redução dos custos de transporte pois geram economia de escala ao compartilhar sua capacidade e seus recursos de movimentação com vários clientes Ademais cada modal de transporte possui um custo e características próprias o que os torna ou não vantajosos para cada situação cabe ao operador logístico analisar e decidir qual modal seria mais apropriado para o seu tipo de carga NEVES 2018 A seguir iremos conhecer os cinco modais de transportes Sigamos em frente ISTO ACONTECE NA PRÁTICA No âmbito da logística empresarial o transporte é a parte mais visível das operações visto que representa cerca de 60 dos custos totais logísticos e que o faturamento bruto fica em torno de 4 a 25 que por vezes chega a superar o lucro operacional da empresa FLEURY et al 2000 33 Tipos de modais de transportes Acima de tudo o autor Razzolini Filho 2009 afirma que existem diversas formas de realizar o transporte de produtos serviços e pessoas Essas diversas formas de realizar transporte são denominadas de modais de transporte Novaes 2004 diz que a distribuição de produtos pode ser realizada de diversas formas como pelos meios Rodoviário aquele feito por caminhões carretas e treminhões Ferroviário aquele realizado nas ferrovias por trens compostos de vagões que são puxados por locomotivas Aquaviário abrange o modo marítimo e hidroviário Marítimo aquele onde a carga é transportada por embarcações através de mares e oceanos Hidroviário também denominado de fluvial ou lacustre aquele transportado em embarcações pelos rios lagos ou lagoas FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 34 Aeroviário aquele realizado por aeronaves Dutoviário aquele em que os produtos são transportados por meio de dutos Cada um destes modais de transportes possuem suas especificidades vantagens e desvantagens custos e características operacionais a escolha pela melhor opção é resultado da análise da natureza da mercadoria transportada Outros critérios como a disponibilidade e frequência do transporte o nível de serviço prestado e suas restrições são fundamentais para a escolha do modal mais adequado PEREIRA 2013 De acordo com Bowersox e Closs 2001 cada modal possui características de operação específicas e consequentemente estruturas específicas de custos que de acordo com os tipos de produtos e de operações deve ser utilizado o modal mais adequado Devese levar em consideração aspectos de custos e características de serviço na decisão do modal de transporte a ser utilizado Conforme demonstrado na Tabela 1 sendo que a menor pontuação do tipo de frete indica a melhor classificação Lembrando que esta avaliação é genérica sendo assim a tabela tem o intuito de proporcionar uma visão geral das principais características de cada modal Tabela 1 Classificação das características operacionais relativas por modal de transporte Fonte Bowersox e Closs 2010 Sendo assim Rodrigues 2011 orienta que a escolha do modal deve ter foco em simplificar tornar possível e eficiente a entrega de produtos para o mercado interno e externo tornando o mais acessível e competitivo no mercado por meio da minimização de custos logísticos Nos próximos capítulos iremos estudar cada um desses modais de forma detalhada Até a próxima FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 35 CAPÍTULO 4 MODAL RODOVIÁRIO Olá caroa estudante Iremos iniciar nossos estudos pelo modal rodoviário que é o mais utilizado no Brasil não necessariamente o mais rápido e barato Para tanto realizaremos um levantamento da evolução histórica e assim conheceremos os motivos deste modal ser tão utilizado A seguir será dado destaque as principais características do modal rodoviário suas vantagens desvantagens e tipos de veículos Vem comigo 41 Evolução do transporte rodoviário no Brasil A construção de estrada no Brasil coincide com a expansão do veículo automotores impulsionado com a vinda da Ford para o Brasil em 1919 conforme relata Ferreira 1974 que a autorização para funcionar no Brasil e instalado em São Paulo uma organização industrial para montagem do seu modelo T que viria dos Estados Unidos em peças aproveitando a mão de obra nacional Devido a essas circunstâncias que lhe dava uma série de vantagens o automóvel poderia ser vendido por um preço que o tornaria acessível à classe média nacional Em 1925 coube a General Motors tomar a mesma iniciativa embora o seu carro mais luxuoso e potente que o modelo T fosse destinado a uma categoria mais elevada de usuários Suas instalações começaram a operar com a capacidade de montar diariamente 25 carros FERREIRA1974 Sendo assim a seguir veremos os principais acontecimentos históricos da malha rodoviária do país 1926 1930 Governo Washington Luís Lança o slogan Governar é abrir estradas demonstrou que era evidente o avanço com que a rodovia entrava nas cogitações oficiais GONÇALVES 2016 Criou o Fundo especial para a construção e conservação de estradas de rodagem federais BRASIL 1927 constituindo as primeiras bases institucionais para implantação de uma política rodoviarista brasileira Com base nessa FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 36 legislação criaramse os projetos rodoviários que seriam custeados por recursos internos priorizando a construção a pavimentação e a conservação de rodovias como as obras das rodovias Rio São Paulo Rio de Janeiro Petrópolis entre outras MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES 1974 1926 1927 Plano Catramby prevê a construção de rodovias superpostas aos traçados ferroviários lano Luiz Schnoor propôs a construção da rede rodoviária passando pelo planalto central e o Plano da Comissão de Estradas de Rodagem Federal mas centrada no centrosul e no nordeste do Brasil MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES 1974 1930 1945 Governo Getúlio Vargas aprovou oficialmente o Plano Geral de Viação Nacional de 1934 que apesar de não delinear como seriam realizados os investimentos na malha rodoviária Mantevese até o ano de 1964 quando foi atualizado com legislações específicas Criase o Departamento Nacional de Estradas de Rodagens DNER em 1937 órgão subordinado ao Ministério da Viação e Obras Públicas MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES 1974 ANOTE ISSO O DNER veio coordenar a política de transporte rodoviário ao planejar construir e conservar as rodovias no território brasileiro principalmente as rodovias federais Segundo Ministério dos Transportes 1974 ainda em 1937 o DNER apresentou um plano nacional de estradas de rodagens propondo a criação de dois grandes eixos rodoviários no território brasileiro Um eixo ligando a região sul à região nordeste seguindo a costa litorânea e outro eixo ligando a região sul do Brasil à região amazônica passando pelo interior do território brasileiro na região do Planalto CentralBRASIL 1937 1944 Criase o Plano Rodoviário Nacional priorizando o aproveitamento econômico da malha rodoviária existente e propondo a construção de 27 rodovias federais subdivididas em três eixos O primeiro constituído por seis rodovias longitudinais sentido norte sul o segundo constituído por 15 rodovias transversais sentido leste oeste e o terceiro constituído por seis rodovias de ligações GEIPOT 2001 Década de 50 As rodovias existentes no Brasil eram precárias O governo de Juscelino criou o slogan 50 anos em 5 Construiu Brasília trouxe a indústria automobilística para o país e resgatou estradas ao longo do território nacional fomentando a demanda FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 37 pelo modal rodoviário A partir de então a rodovia passou a ser encarada como fator de modernidade RODRIGUES 2000 1951 O Plano Geral de Viação Nacional foi revisto e atualizado propondo a criação de uma rede rodoviária de 61 mil quilômetros subdivididos em cinco eixos rodoviários radiais nove longitudinais 23 transversais e 42 de ligação Em nome do interesse econômico político e militar é concedido à rodovia o papel de via pioneira de penetração MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES 1974 Até o ano de 1956 os governantes brasileiros buscaram desenvolver planos de transporte rodoviário que viabilizassem o desenvolvimento das atividades produtivas a ocupação do território brasileiro e a defesa do território nacional RODRIGUES2003 1956 1960 Implantouse o Plano de Metas no Governo Juscelino Kubitschek que previa os investimentos em setores estratégicos da economia brasileira como energia transporte alimentação indústria de base educação e construção de Brasília RODRIGUES2003 Sendo a Meta 8 previa um programa para construção de rodovias principalmente em São Paulo Minas Gerais Distrito Federal e Rio Janeiro sendo que os investimentos nos sistemas de transportes concentraramse na infraestrutura rodoviária e foi a modalidade de transporte que mais recebeu investimentosRODRIGUES2003 A meta 27 era destinada à indústria automobilística onde foi implantado grandes complexos industriais automobilísticos no Brasil como a FORD General Motors Toyota SIMCA Willys Overland Volkswagen Mercedes Benz Scania Harvester entre outras além das empresas brasileiras Fábrica Nacional de Motores estatal e VEMAG RODRIGUES2003 Todas as empresas automobilísticas se instalaram na grande São Paulo nas cidades do ABC paulista e passaram a fabricar veículos de passeio ônibus caminhões e tratores que impulsionaram o desenvolvimento do transporte rodoviário brasileiro e inseriu a economia brasileira no mercado internacional HAFFNER 2002 A meta 31 previa a construção de Brasília Desta forma o foco direcionouse para a política rodoviarista como forma de promover a integração nacional A rodovia passou a ser um símbolo de modernidade relegando o modal ferroviário na medida em que a ferrovia é vista como símbolo do passado GONÇALVES 2016 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 38 Década de 1960 Plano Trienal do Governo de João Goulart a expansão da infraestrutura foi acompanhada pelo florescimento de uma vigorosa indústria de transporte rodoviário de cargas e passageiros que viria a tornarse responsável pela maior parcela na divisão intermodal de serviços de transportes do país CASTRO 2001 p 39 1964 O Governo Militar propôs A continuação da expansão dos grandes troncos rodoviários e interiorização do plano rodoviário a regiões menos desenvolvidas do país Criação de impostos federais para custear as obrasRODRIGUES2003 1970 1973 Plano Metas e Bases para a Ação de Governo tinhase como enfoque a criação da rede rodoviária brasileira afirmando que as novas estradas terão conexão com a rede rodoviária do Nordeste e com as da Amazônia e do Planalto Central BRASIL 1970 p160 No sentido de organizar a rede rodoviária nacional o Plano Rodoviário Federal 1973 identificou todas as rodovias federais com o símbolo BR seguido por uma sequência de três números onde o primeiro número permite classificar as rodovias federais brasileiras em a Radial BR0xx indicada pelo prefixo 0 zero as rodovias partem da Capital Federal em direção às capitais estaduais e aos pontos periféricos importantes do país Exemplo BR 010 020 030 040 050 060 070 080 A figura 6 demonstra exemplos de rodovias radiais Figura 6 Rodovias Radiais FONTE DNIT 2011 b Longitudinal BR1xx indicada pelo prefixo 1 um as rodovias orientam na direção geral sentido norte sul Exemplo BR 101 116 122 135 153 163 etc A figura 7 demonstra exemplos de rodovias longitudinais FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 39 Figura 7 Rodovias Longitudinais FONTE DNIT 2011 c Transversal BR2xx indicada pelo prefixo 2 dois as rodovias orientam em uma direção geral sentido lesteoeste Exemplo BR 210 222 226 230 251 265 etc A figura 8 demonstra exemplos de rodovias transversais Figura 8 Rodovias Transversais FONTE DNIT 2011 d Diagonal BR3xx indicada pelo prefixo 3 três as rodovias seguem a direção nordeste sudoeste e noroeste sudeste Exemplo BR 316 364 365 381 etc A figura 8 demonstra exemplos de rodovias diagonais Figura 8 Rodovias Diagonais FONTE DNIT 2011 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 40 e Ligação BR4xx indicada pelo prefixo 4 quatro as rodovias ligam pontos importantes de duas ou mais rodovias federais permitindo acesso aos pontos de fronteiras às instâncias hidrominerais às cidades históricas aos pontos de atração turísticos e aos principais terminais marítimos fluviais ferroviários ou aeroviários constantes no PNV Exemplo BR 405 407 420 251 471 496 etc RODRIGUES2003 Década de 1980 Devido a grave crise econômica houve pouquíssimo investimentos em infraestrutura de transportes Afim de captar recursos criase o Selo Pedágio que não teve sucesso e foi abandonado GONÇALVES 2016 Década de 1990 a implantação das políticas neoliberais trouxe novos desafios para os setores econômicos logísticos e de transportes retomando o discurso sobre a necessidade de melhorar a eficiência do sistema logístico brasileiro para integrálo à economia internacional Identificouse a necessidade de investir nos eixos viários para atender à demanda do sistema produtivo na medida em que o transporte tornou se um instrumento importante na expansão dos eixos de desenvolvimento nacional eou regional GEIPOT 2001 Criase a política de transportes Brasil em Ação e Avança Brasil e o governo federal repassa por meio de concessão ou transferência de responsabilidades por 25 anos as rodovias federais a operadoras privadasGONÇALVES 2016 Ao contrário do que é divulgado nos discursos oficiais dos governantes no sistema de concessão de rodovias a sociedade paga duas vezes pelo mesmo serviço pagando o pedágio para as operadoras e os impostos para os governos federal estaduais e municipaisGONÇALVES2016 Deste modo para trafegar por estradas em bom estado de conservação é preciso realizar o pagamento de pedágios já que grande parte das rodovias que permanecem sob a custódia do poder público apresenta má conservação falta de sinalização iluminação apoio a emergências HAFFNER 2002 Em virtude dos fatos mencionados podese compreender a razão do modal rodoviário ser onipresente no transporte de cargas no país afinal somente este modal recebeu políticas e incentivos dos governantes 42 Tipos de caminhões Dentre os diversos tipos de modais existentes verificase que o modal de transporte rodoviário é o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil pois atinge praticamente FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 41 todos os pontos do território nacional CASTIGLIONI 2009 Conforme Almeida 2011 que descreve a adaptabilidade das cargas pode ser utilizada em reboques que podem trafegar sobre trilhos e rodovias e podem complementar outros modais e tem flexibilidade nos tipos de reboque e Extensíveis Atenção Agora veremos um tópico de suma importância para você que irá contratar frete a capacidade de carga dos caminhões Uma vez que é preciso conhecer a capacidade de peso do veículo para contratar o frete caso contrário você poderá pensar que encontrou um preço excelente contudo terá a infelicidade de presenciar a chegada em sua doca um caminhão Toco que suporta até 06 ton e a sua carga é de 15 ton Vamos lá Estes são os principais tipos de caminhões 1 Veículo urbano de carga utilizado em áreas urbanas com restrição de circulação o tamanho varia de 22 metros a 63 metros de comprimento e tem capacidade máxima de 3 toneladas 2 Caminhões ¾ possui 02 eixos tem limite máximo de 04 toneladas porém o peso tolerado irá depender do tamanho da carroceria 3 Caminhão semipesado Toco ou 4x2 possui 02 eixos parte dianteira e traseira tem limite de carga de 06 toneladas tamanho médio de 14 metros O peso bruto máximo veículocarga é 16 toneladas 4 Caminhão pesado Truck ou 6x2 possui 02 eixos duplos dianteiro e traseira que auxilia a dar força no motor tamanho médio de 14 metros O peso bruto máximo é de 23 toneladas 5 Os caminhões apresentam diversas configurações de carroceria podendo ser gaiola plataforma tanque ou fechados os quais podem ser equipados com maquinário de refrigeração 6 Carreta é o tipo de caminhão mais utilizado sendo composto por cavalo e carroceria A carreta apresenta vários modelos como por exemplo cegonheiras Veículos articulados dotados de cavalos mecânicos e uma espécie de gaiola com rampas para o transporte de veículos automotores Há 03 tipos de carretas disponíveis a Carreta com dois eixos tamanho máximo de 18 metros limite máximo 23 toneladas possui 04 eixos 02 cavalo mecânico e 02 semi reboque b Carreta com três eixos tamanho máximo de 18 metros limite máximo de 415 toneladas FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 42 c Carreta cavalo trucado tamanho máximo de 18 metros possui um reboque de 03 eixos o cavalo é trucado ou seja a estrutura é reforçada por conseguinte sua capacidade de peso bruto máximo é de 45 toneladas 6 Bitrem ou treminhão possui 02 articulações com combinação de 07 eixos permitindo uma capacidade de peso máximo de 57 toneladas Usualmente o cavalo é trucado Pode carregar até 02 containers de 20 pés 7 Rodotrem possui 03 articulações sendo um cavalo mecânico trucado dois semi reboques que são ligados por um dispositivo atrelado a 5º roda chamado de Dolly sua capacidade de peso máximo é de 74 toneladas Este tipo de veículo precisa de autorização especial de trânsito AET para trafegar 8 BoogiesTrailersChassisPlataformas são veículos específicos para transporte de containers de 20 e 40 vinte e quarenta pés 9 Cegonheiras veículo específico para transportar automóveis 43 Vantagens e Desvantagens do modal rodoviário Relembrando que este modal é o sistema de transporte mais utilizado no país apesar de registrar elevado custo operacional e excessivo consumo de óleo diesel Possui grande flexibilidade operacional permitindo acessos a pontos isolados CASTIGLIONI 2009 Bem como apresenta grande competitividade para o transporte de cargas dispersas isto é não concentradas na origem ou no destino e o de curtas distâncias onde seu maior custo operacional é compensado pela eliminação de transbordos ROCHA2015 Principais vantagens do modal de transporte rodoviário são Menos despesas de capital Pode ser utilizado em qualquer tipo de carga Não necessita de entrepostos especializados Fácil contratação e gerenciamento Serviço de porta a porta Serviço em áreas remotas Flexibilidade trafega por qualquer rodovia podendo escolher a melhor rota Menor risco de danos em trânsito Encargos de embalagem economizados Velocidade rápida FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 43 Menor custo total Disponibilidade dos serviços Iniciando serviço rodoviário próprio Menor burocracia em relação aos outros modais Conectando outros modos de transporteRODRIGUES 2007 Logo a utilização deste modal de transporte é importante em diversos tipos de cargas e vias que podem ser mercadorias perecíveis mercadorias de alto valor agregado pequenas distâncias até 400 km trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais quando o tempo de trânsito for valor agregado ALMEIDA 2011 Já com relação às desvantagens do modal rodoviários Rocha 2015 acrescenta que o custo do frete se torna alto para grandes distâncias e que o modal rodoviário oferece baixa capacidade de carga limitação de peso volume dimensão Bem como o alto custo variável com a manutenção da frota combustível e mão de obra além de o transporte ter sua segurança comprometida dada a existência de roubo de carga ou danos à mercadoria e possuir forte impacto ambiental com emissão de poluentes ROCHA2015 Principais desvantagens do modal de transporte rodoviário Maior risco de acidentes sinistros e roubos Limite do tamanho cargaveículo Alto custo de operação Vias com gargalos gerando gastos extras e maior tempo para entrega Alto custo de manutenção dos veículos Estradas inadequadas mal conservadas Impostos pesados Fraca manutenção de estradas Aumento do custo de gasolina e diesel Inadequado para longas distâncias Inadequado para mercadorias volumosasRODRIGUES 2007 Como calcular o frete rodoviário via contratação de transportadora Geralmente as transportadoras possuem tabela de preço de frete por peso volume frete valor ou distância percorrida Sendo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 44 a Frete PesoVolume a transportadora possui uma tabela de preço de frete com base no peso e outra de volume será cobrado o valor maior da relação entre peso e volume cubagem Para calcular a cubagem utilize a seguinte fórmula C x L x A3000 Sendo C comprimento L largura A altura b Frete valor é calculado um percentual sobre o valor apresentado na Nota Fiscal contudo é preciso ter atenção ao tipo de mercadoria pois em caso de carga valiosa o valor do seguro de carga será alto e talvez não compense c Frete Distância Percorrida é cobrado um valor por quilômetro KM rodado Sendo assim quanto maior for a distância de destino maior será o frete Geralmente é utilizado em carga fechada ou lotação com transporte dedicado ou seja o veículo parte do remetente somente com a carga do destinatário O frete é calculado com base no tamanho do veículo distância e características da carga ANOTE ISSO O frete pode ser pago na origem ou destino para tanto é utilizado as seguintes siglas para identificar o pagador CIF é a sigla para Cost Insurance and Freight ou Custos Seguro e Frete em português Neste caso o frete é pago pela origem ou seja quem contratou o frete FOB se refere ao Free on board ou Livre a bordo Aqui o frete é pago pelo destinatário logo quem recebe a carga é responsável pelo pagamento do frete BALLOU 2010 Vamos à prática A empresa FlorSal precisa transportar um armário de MaringáPR para São José dos CamposSP Sendo que os dados da carga são a Valor de Nota fiscal R 400000 b Tipo de carga fracionada c Peso 50kgs d Medidas 12m x 07m x 09m FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 45 A tabela de preço de frete da Transportadora BemNaHora é 1 Frete peso 5 sobre o valor da NF 2 Taxa de despacho R 5400 3 As Valorem ou Frete valor valor da carga x percentual de frete sugerido pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística NTC é 03sobre o valor da mercadoria 4 Taxa de Gerenciamento de Risco GRIS sugerida pela NTC é 03 sobre o valor da mercadoria 5 Tabela de cubagem 200 kg a 250 de peso cubado o valor do frete é de R 15000 ANOTE ISSO Gerenciamento de Risco GRIS é uma taxa incluída no valor do frete com o objetivo de cobrir custos ligados a medidas de segurança para evitar o roubo de cargas 1º Passo Verificar se o preço do frete será sob o valor de NF ou por cubagem para tanto deverá utilizar a fórmula altura x largura x comprimento x 300 Sendo assim com os valores descritos Cubagem 12m x 07m x 09mx 300 2268Kgm³ Análise 2268 kg é maior que 50 kg peso da carga declarado em nota fiscal desta forma a transportadora irá cobrar o frete com tabela de preço cubado Ou seja a carga ocupa mais espaço no caminhão do que seu peso Obs caso a cubagem fosse menor que peso seria cobrado o valor de tabela por pesodistância e valor de NF 2º Passo Consultar a tabela de preço de frete da Transportadora BemNaHora Tabela de cubagem 200 kgm³ a 250 kgm³ de peso cubado o valor do frete é de R 15000 3º Passo Agora vamos calcular os demais itens que compõem o frete GRIS taxa de despacho frete valor e taxas adicionais exemplo taxa de restrição de tráfego FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 46 Valor do despacho R 5400 fixado pela transportadora AD VALOREM ou Frete valor R 400000 x 03 frete valor R 1200 Taxa de risco GRIS R 400000 x 03 de acordo com NTC R 1200 Taxa de Restrição ao Tráfego o local de entrega é isento ICMS neste caso será isento Pedágio neste caso será isento 4º Passo E assim chegamos ao valor final do frete da nossa carga para tanto utilizaremos a seguinte fórmula Frete Final Frete peso taxa de despacho Frete valor GRIS taxa adicionais Frete Final 15000 5400 1200 1200 00 Frete Final R 22800 A orientação é realizar a cotação no mínimo em três transportadoras distintas mas com nível de serviço semelhante antes de contratar o frete Para a cotação você deverá informar os seguintes dados data hora e endereço da coleta data hora e local de entrega tipo de carga peso dimensões valor de nota fiscal e demais particularidades da carga Já com relação às taxas adicionais você deverá ter atenção especial aos valores cobrados podendo variar Há inúmeros tipos de taxas com exemplo taxa de agendamento armazenamento de despacho de devolução de difícil acesso de dificuldade na entrega de reentrega de frete mínimo de restrição de trânsito entre outros Visto isso você já é capaz de escolher pelo modal rodoviário ou não bem como contratar o veículo adequado a sua carga No próximo capítulo estudaremos o Modal Ferroviário Bons estudos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 47 CAPÍTULO 5 MODAL FERROVIÁRIO Olá estudante tudo bem Preparado para conhecer o tipo de transporte ferroviário É considerado o segundo modal mais utilizado no Brasil Ao contrário do modal rodoviário este para que possa ser utilizado necessita de altos investimentos na construção de trilhos porém não é possível atingir todas localidades desejada sem transbordo de carga ou seja a carga irá de trem até um determinado ponto depois ela é realocada em caminhão para chegar até o seu destino final Contudo ele possui vantagens também que iremos conhecer juntamente com o histórico do transporte ferroviário no Brasil Vamos iniciar Bons estudos 51 Evolução do transporte ferroviário A contextualização sobre o histórico do modal ferroviário é necessária para que possamos compreender o motivo deste tipo de transporte ser tão ignorado uma vez que é mais barato para o transporte de grãos minérios combustível óleo comestível que o modal rodoviário Entendese por transporte rodoviário aquele que utiliza locomotiva e vagões que se movimentam sobre trilhos paralelos Foi durante o Ciclo do Café 1800 a 1930 período o qual a economia brasileira era essencialmente agroexportadora por volta do século XIX que surgiram as ferrovias no Brasil SILVEIRA2007 Assim como o desenvolvimento do modal rodoviário a construção de ferrovias também está ligada às políticas de governo da época com vista a atender aos interesses do capital estrangeiro Sendo assim a seguir estudaremos os principais acontecimentos históricos da malha ferroviária do Brasil 1828 Promulgada no Brasil a Lei José Clemente que autoriza a construção de estradas no País por empresários nacionais ou estrangeirosVIEIRA 2002 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 48 1835 Promulgação no Brasil da Lei Feijó que autoriza a concessão de ferrovias unindo o Rio de Janeiro às províncias de Minas Gerais Bahia e Rio Grande do Sul SILVEIRA2007 1854 Dom Pedro II inaugura a Estrada de Ferro Mauá atual Estrada Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis com 145 km de extensão e ligando a Praia de Estrela a PetrópolisConstruída por Irineu Evangelista de Souza que futuramente seria o Barão de Mauá É considerada a primeira integração intermodal aquaviário e ferroviária do Brasil SILVEIRA2007 1858 A segunda ferrovia do país que ligaria Recife ao Rio São Francisco não foi concluída Ainda neste ano é implementada a terceira ferrovia a Estação da Corte a Queimados RJ com 47210km de extensão que após a Proclamação da República recebeu o nome de Estrada De Ferro Central do BrasilCNT 2011 1867 É inaugurada a Estrada de Ferro São Paulo Railway que ligava Jundiaí ao Porto de Santos sendo a primeira rodovia do Estado de São Paulo e sua finalidade era o escoamento de caféCNT 2011 Muito Importante Aqui está o motivo do gargalo da malha ferroviária brasileira 1873 1930 Ocorreu a expansão da malha ferroviária brasileira a qual tinha papel decisivo no escoamento dos produtos agrícolas sobretudo o café No entanto nesse período não houve uma interligação dos sistemas ferroviários uma vez que por causa de os investimentos e as operações serem privados e independentes houve a implantação de bitolas diferentes O fato de simultaneamente existir ferrovias com bitola de 1000m 1435m e 1600m impediram a integração do sistema ferroviário isso embasou para que algumas rodovias posteriormente fossem construídas sobre o leito de ferrovias Denominase Bitola a distância entre as faces internas das duas filas de trilhos medida a 16 mm abaixo do plano de rodagem plano constituído pela face superior dos trilhos BORGES NETO 2012 Contudo veremos que este gargalo começou a ser lentamente desfeito com as privatizações em 1996 uma vez que as empresas buscaram soluções para transferência do comboio entre bitolas de diferentes tamanhos Como exemplo de solução encontrada está usar o rodotrilho que são carretas que trafegam em rodovias e trilhos ou a implantação do terceiro trilho nas linhas de bitola larga A figura a seguir demonstra o local que devese medir para encontrar o tamanho da bitola FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 49 Figura 9 Representação esquemática da bitola da via férrea Fonte Borges Neto 2012 1877 É realizada a ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro inaugurada 1884 Inaugurase a Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina com 112 km de extensão VIEIRA 2002 1900 O Brasil atinge 15316 km de extensão de malha rodoviária 1905 Passagem ao controle do governo de São Paulo da E F Sorocabana em dificuldades financeirasVIEIRA 2002 1912 Inauguração da EF MadeiraMamoré tida como um dos mais difíceis empreendimentos do BrasilCNT 2011 1919 O Brasil consegue construir 28128 km de ferrovias Sendo o Estado de São Paulo o que teve maior expansãoCNT 2011 ANOTE ISSO Na década de 30 durante o primeiro governo de Getúlio Vargas cresce a priorização das rodovias colocando as ferrovias em segundo plano Por conta disso o Governo Federal iniciou um processo de estatização da malha férrea que até então era operada por empresas de capital estrangeiro Intuito de impedir que as ferrovias declinaram Contudo a falta de planejamento governamental acarretou a precarização das linhas férreas A expansão passa a ocorrer a passos lentos entre 1940 e 1948 as ferrovias só expandiram 1371 quilômetrosCNT2011 1942 Criação da Cia Vale do Rio Doce que absorveu EF Vitória a Minas EFVM que se tornaria em pouco tempo a mais importante ferrovia do PaísCNT2011 1945 Edição no Brasil do Decreto 7632 de 12 de junho criando as taxas de melhoramento e renovação patrimonial das ferrovias por meio de alíquota de 10 sobre os fretesCNT2011 1950 Promulgação no Brasil da Lei 1272A de 12 de dezembro criando o Fundo Ferroviário Nacional é criada a Comissão Mista BrasilEstados Unidos para o FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 50 Desenvolvimento Econômico que promulgou as bases para a reformulação do setor ferroviário brasileiroCNT2011 1957 Inaugurada a EF Amapá na bitola internacional 1435mm e única no Brasil destinada ao escoamento de manganês na Serra do Navio no Estado do Amapá Criação no Brasil da REDE FERROVIÁRIA FEDERAL SOCIEDADE ANÔNIMA SA RFFSA resultado da aglutinação de quase duas dezenas de ferrovias controladas pelo governo federalCOSTA 2010 1962 Promulgada no Brasil a Lei 4102 de 20 de julho criando o Fundo Nacional de Investimentos Ferroviários FNIF composto por uma alíquota de 3 da receita tributária da União e das taxas de melhoramentos essas últimas fruto do DL 7632 de 1945 ratificado pelo Decreto 55651 de 29 de janeiro de 1965COSTA 2010 Na década de 70 o sistema ferroviário brasileiro começa a entrar em decadência em razão de fatores como o desenvolvimento do sistema rodoviário falta de investimento do estado na manutenção das ferrovias COSTA 2010 1967 Promulgado no Brasil o DL 343 de 28 de dezembro que destina a alíquota de 8 do imposto sobre combustíveis à RFFSACNT 2011 1971 Criação da Ferrovia Paulista SA Fepasa pela aglutinação de cinco ferrovias estaduais Paulista Sorocabana Mogiana Araraquarense e São PauloMinasCNT 2011 1974 Criação no Brasil do Fundo Nacional de Desenvolvimento canalizador de recursos anteriormente vinculados a aplicações setoriais Criada no Brasil a empresa de Engenharia Ferroviária Engefer destinada a implantação de empreendimentos ferroviários no PaísCNT 2011 1978 Dado início à implantação da EF Trombetas objetivando o transporte de bauxita no estado do Pará BrasilCNT 2011 1979 Inaugurada a EF Jari destinada a dar suporte à produção de celulose no estado do Pará BrasilCNT 2011 1984 Criada por cisão da RFFSA e absorção da Engefer a Cia Brasileira de Trens Urbanos CBTU através do DL 2178 que concomitantemente transfere as dívidas da RFFSA para o tesouro nacionalCNT 2011 1985 Inauguração da EF Carajás EFC no Norte do Brasil pela Cia Vale do Rio Doce destinada a escoar minério de ferro no estado do ParáCOSTA 2010 1987 Dado início à construção no Brasil da Ferrovia NorteSul interligando os estados de Goiás Tocantins Maranhão e Pará COSTA 2010 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 51 Importante Em 1990 teve início a privatização 1990 Iniciase a era da privatização através do Programa Nacional de Desestatização PND criado pelo Governo Federal com o objetivo de melhorar os serviços e investimento no setor Hoje a extensão das ferrovias no país é de 30485 quilômetros onde 29 deles são administrados por concessão público privada CNT 2011 1991 Iniciados os trabalhos de construção da Ferroeste entre Guarapuava e Cascavel estado do Paraná BrasilVIEIRA2002 1992 Dado início à construção do trecho inicial da Ferronorte interligando os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul BrasilVIEIRA2002 1996 No Brasil concedidas à iniciativa privada Brasil as malhas centroleste sudeste e oeste da RFFSA sendo as novas concessionárias a Ferrovia CentroAtlântica FCA MRS Logística e Ferrovia Novoeste respectivamenteVIEIRA2002 1997 Privatizadas no Brasil as malhas sul e Tereza Cristina da RFFSA sendo as novas concessionárias a Ferrovia Sul Atlântica América Latina Logística e Ferrovia Tereza Cristina FTC respectivamente Privatizado um trecho da ferrovia estadual do Paraná Ferroeste assumido pela Ferrovia Paraná FerroparVIEIRA2002 1998 Privatizadas no Brasil as malhas nordeste e paulista da RFFSA sendo as novas concessionárias a Cia Ferroviária do Nordeste CFN e Ferrovia Bandeirantes Ferroban respectivamenteBORGES NETO 2012 2002 A Ferrovia Novoeste foi fundida à Ferrovia Bandeirantes SA Ferroban e às Ferrovias Norte Brasil SA Ferronorte formando o Grupo Brasil FerroviasBORGES NETO 2012 2006 Com a aquisição da Brasil Ferrovias e Novoeste Brasil a ALL passou a atuar também em áreas estratégicas do CentroOeste e de São Paulo tornandose a maior companhia de logística com estrutura ferroviária do BrasilBORGES NETO 2012 2007 A operação do trecho da Ferrovia NorteSul FNS entre Açailândia Maranhão e Palmas Tocantins foi concedida pela Valec à Vale por um período de 30 anos CNT 2011 2008 A razão social da CFN Companhia Ferroviária do Nordeste SA mudou para Transnordestina Logística SACNT 2011 2011 A Diretoria de Logística de Cargas Gerais da Vale criou a empresa VLI que incorporou a ferrovia FCA adquirida pela Vale na privatização da RFFSA além da FNS adquirida pela Vale em 2007 e ainda terminais de transbordo de grãos e terminais portuários no Maranhão São Paulo Espírito Santo e SergipeCNT 2011 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 52 2014 Em abril a Vale concluiu a venda de 20 e 159 respectivamente para Mitsui e Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FIFGTS Em agosto foi a vez da Brookfield Asset Management arrematar 265 da empresa tirando a Vale do controle da VLICNT 2011 2015 Nasceu às concessionárias Rumo SA resultante da fusão entre a Rumo Logística Operadora Multimodal SA e braço de Logística do Grupo Cosan que assumiu em 2014 as quatro concessões antes operadas pela América Latina Logística ALL O governo deu início aos trabalhos voltados à renovação antecipada dos contratos de concessão ferroviária começando pela Rumo Malha Paulista SACNT 2011 2017 A promulgação da Lei 1344817 em junho deu novo ritmo e melhorou o ambiente regulatório para os processos individuais de prorrogação antecipada dos contratos de concessão das operadoras ferroviárias associadas à Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários ANTF Isso abriu para o setor um cenário de mais investimentos de longo prazo de expansão de capacidade de transporte de produtividade e geração de empregos em várias regiões do PaísCNT 2011 2019 O Governo Federal retomou o plano de privatização em leilão realizado em março a Rumo arrematou o trecho central da Ferrovia NorteSul compreendido entre Porto Nacional TO e Estrela dOeste SP por R 27 bilhões O contrato de subconcessão foi assinado no dia 31 de julho de 2019 para prestação do serviço público de transporte ferroviário de cargas associado à exploração da infraestrutura daquele trechoCNT 2011 2020 Depois de passar por audiências públicas e devidamente autorizado pelos órgãos de controle Tribunal de Contas da União Agência Nacional de Transportes Terrestres e Supremo Tribunal Federal o processo de renovação antecipada do contrato da Malha Paulista da Rumo Logística foi concluído a assinatura do aditivo ocorreu em 27 de maio de 2020 No caso das Estradas de Ferro VitóriaMinas e Carajás ambas operadas pela Vale a assinatura foi feita no dia 18 de dezembro e trouxe como novidade o instrumento jurídico do investimento cruzado parte das outorgas da Vale R 87 bilhões foi destinada à construção da Ferrovia de Integração do CentroOeste FicoCNT 2011 Visto isso a tabela 2 traz o resumo das principais operadoras ferroviárias de acordo com Agência Nacional de Transportes Terrestre ANTT FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 53 Concessionária Objeto da Concessão Extensão do trecho concedido Início da Concessão Prazo de concessão Estrada de Ferro Paraná Oeste SA EF277 PR 2481 km 03101988 90 anos Ferrovia CentroAtlântica SA Malha CentroLeste MG SE GO ES DF RJ BA e SP 78568 km 26081996 30 anos Ferrovia Norte Sul Tramo Norte FNSTN EF151 MA e TO 7445 km 20122007 30 anos Ferrovia Tereza Cristina SA EF488 SC sem registro 24011997 30 anos Ferrovia Transnordestina Logística SA EF116 MA PI CE RN PB PE e AL 42951 km 30121997 30 anos MRS Logística SA Malha Sudeste MG RJ e SP 18213 km 26111996 30 anos Ferrovia Norte Sul Tramo Central FLSTC EF 151 TO e GO 1544 km 31072019 30 anos Rumo Malha Norte SA EF364 MT MS e SP 7353 km 12051989 90 anos Rumo Malha Oeste SA Malha Oeste SP e MS 19731 km 01071996 30 anos Rumo Malha Paulista SA Malha Paulista SP e MG 2118 km 01011999 30 anos Prazo Prorrogado 30 anos a partir de 01012029 Rumo Malha Sul SA Malha Sul RS SC PR e SP 72234 km 1031997 30 anos Transnordestina Logística SA EF232 PI CE e PE Em construção 22012014 30 anos a partir de 31122027 VALE Estrada de Ferro Carajás EF 315 PA e MA 9967 km 01071997 30 anos Prazo Prorrogado 30 anos a partir de 01072027 VALE Estrada de Ferro Vitória a Minas EF262 ES e MG 8942 km 01071997 30 anos Prazo Prorrogado 30 anos a partir de 01072027 Ferrovia de Integração OesteLeste FIOL Trecho 1 EF334 IlhéusBA CaetitéBA 537 km 03092021 35 anos Tabela 2 Quadro de Concessões Ferroviárias 2022 Fonte ANTT2022 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 54 A tabela foi elaborada de acordo com as informações que constam no site Govbr em Ferrovias Lá você encontrará informações sobre as Normas Decisões Súmulas e Atos de Ferrovias Silveira 2007 critica o modelo de concessão adotado pelo governo federal apontando que a intenção do estado era livrarse dos prejuízos deixados pela RFFSA o que originou em um contrato cheio de falhas e que as privatizações ocorreram de forma equivocada em um setor que seria alternativa à dependência do modo rodoviário e que hoje formouse um monopólio privado do transporte ferroviário de carga no país Os autores Figueiredo Fleury e Wanke 2009 complementam ao falar que razões históricas são responsáveis pela falta de padronização e pela dificuldade de integração da atual malha ferroviária brasileira As diferentes ferrovias foram construídas para atender às exigências do mercado de exportações de bens primários ligados às áreas produtoras aos portos e atuando cada uma isoladamente Como resultado dessa evolução não planejada há hoje ferrovias que utilizam diferentes bitolas e além disso não houve o estabelecimento de eixos troncais para transporte a longas distâncias CNT 2011 No próximo tópico iremos conhecer os diferentes tipos de vagões modelos de trem e capacidade de carga 52 Tipos de locomotivas A primeira locomotivas do século XIX eram movidas a vapor a famosa Maria Fumaça contudo hoje em dia este modelo não é mais utilizado devido a sua baixa velocidade poluição causada pela queima de carvão e forma motriz Ela foi substituída pela locomotiva com motor a combustão a diesel denominadas de locomotivas dieselmecânica dieselhidráulicadieselhidrostático dieselelétrico e elétricas Outro modelo é a locomotiva movida a gás turbinaelétrico que devido ao alto custo são economicamente inviáveis O modelo mais recente é a levitação magnética a qual é alimentada por eletricidade porém devido ao seu alto custo há poucas unidades em uso Não iremos aprofundar mais neste tema uma vez que não é o foco da disciplina caso você se interesse há vários site na internet sobre o assunto A seguir conheceremos os vários tipos de vagões e suas indicações de transporte de carga FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 55 521 Tipos de vagões ou veículos rebocados Assim como no transporte rodoviário onde há diferentes tipos e capacidade de carga no modal ferroviário também encontraremos variados modelos de vagões para diferentes cargas sendo eles Vagão Plataforma ou Prancha Transporte de veículos containers máquinas produtos siderúrgicos e outros volumes pesados Possui capacidade de carga de 95000kg É indicado para bobinas de aço aço longo e contêineres Vagão Fechado de Descarga Lateral Produtos ensacados e agregados de cereais Vagão Gôndola Abertos Transporte de carga geral e granéis sólidos passíveis de serem expostos às intempéries Capacidade de carga 98500kg indicado para minério de ferro Vagão Tanque Transporte de granéis líquidos Tem capacidade de carga de 70000kg Vagão Hopper Transporte de granéis sólidos com melhor geometria Tem capacidade de carga de 105000kg Vagão Frigorífico Transporte de carga refrigeradas Vagão Especial Transporte de demanda específica formato e utilização fora do padrão Vagão Gaiola Transporte de animais vivos COSTA2010 Diante do exposto já somos capazes de identificar um modelo de vagão e sua provável carga a seguir veremos as vantagens e desvantagens de utilizar este tipo de transporte 53 Vantagens e Desvantagens do modal ferroviário O transporte ferroviário apresenta um custo fixo de implantação e manutenção elevado porém apresenta grande eficiência de energia Os fatores distância e densidade do tráfego determinam a viabilidade da ferrovia sendo o modal excelente para grande volume de cargas RODRIGUES 2006 Neste sentido vamos conhecer as vantagens e desvantagens do modal ferroviário segundo Nazário 2000 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 56 Este modal apresenta as seguintes vantagens Alta eficiência energética Grandes quantidades transportadas Inexistência de pedágios Baixíssimo nível de acidentes Baixo custo operacional Baixo consumo de óleo diesel comparado ao rodoviário Melhores condições de segurança da carga Menor poluição do meio ambiente Indicado para o transporte de mercadorias agrícolas derivados de petróleo minérios de ferro produtos siderúrgicos fertilizantes entre outros Maior competitividade Menor impacto ambiental Transporte de vários tipos de produtos Independe de condições atmosféricas Algumas desvantagens Tráfego limitado aos trilhos rotas fixas Alto custo fixo Sistemas de bitolas inconsistentes Malha ferroviária insuficiente Malha ferroviária sucateada Falta de investimento governamental Necessita de entrepostos especializados Nem sempre chega ao destino final dependendo de outros modais Necessidade maior de transbordo Pouco competitivo para pequenas distâncias Horários pouco flexíveis Pouca Flexibilidade de equipamentos Indicado para cargas com baixo valor agregado e que não precisam de rapidez na entrega Alto custo de implantação FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 57 Como calcular o frete ferroviário De acordo com Dornier 2000 o frete ferroviário tem base em dois fatores quilometragem percorrida e peso da mercadoria Assim pode ser calculado pela multiplicação da tarifa por tonelada ou metro cúbico sendo utilizado aquele que gerar maior receita Pode também ser aplicada uma taxa de estadia do vagão cobrada por dia Não é comum incidirem taxas de armazenagem manuseio ou qualquer outra sendo admitida a cobrança de taxa administrativa pelo transbordo Até o próximo capítulo onde será estudado os demais tipos de modais de transporte Bons estudos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 58 CAPÍTULO 6 MODAL AQUAVIÁRIO Olá caroa acadêmicoa Vamos juntos aprofundar o conhecimento neste tipo de transporte que no Brasil não é muito utilizado uma vez que nossos rios possuem profundidade adequada ou porque não há incentivos governamentais para tornálos navegáveis Contudo é um modal muito utilizado nos Estados Unidos atingindo os inacreditáveis 57 de fluxo hidroviário No mundo todo existem 450 mil km de rios com potencial de navegação porém somente 190 mil km são utilizados como via de transporte Vamos lá 61 Definição do modal aquaviário ou hidroviário O transporte aquaviário apesar de ser pouco utilizado no Brasil ele possui papel estratégico na integração regional de um país seja no transporte de mercadorias ou passageiros De forma ampla caracterizase pelo transporte de grandes volumes a grandes distâncias agregando preservação ambiental e menores custos comparado a outros modais de transporte CNT 2010 O Brasil dado as dimensões do país o modal tem papel fundamental no quesito de integrar regiões tanto para transporte de pessoas quanto de mercadorias e é muito importante para o desenvolvimento do país Regiões como a Amazônia por exemplo se beneficiam muito deste tipo de transporte uma vez que o Brasil dispõe grandes extensões de vias navegáveis entre 40000 km e 7500 km de costa atlântica MORAES 2003 Porém o maior movimento de carga por este modal está nas regiões Sul e Sudeste do país Este modal apresenta duas divisões de categorias que se complementam conforme veremos a seguir segundo o Regulamento para o Tráfego Marítimo Moura Botter 2011 a navegação mercante pode ser classificada em FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 59 1 Longo curso realizada no tráfego marítimo mercantil entre os portos do Brasil e os portos estrangeiros 2 Grande cabotagem realizada no tráfego marítimo mercantil entre os portos brasileiros e entre estes e os portos da Costa Atlântica da América do Sul das Antilhas e da Costa Leste da América Central excluídos os portos de Porto Rico e Ilhas Virgens 3 Pequena Cabotagem realizada no tráfego marítimo mercantil entre os portos brasileiros não se afastando a embarcação mais de 20 vinte milhas náuticas da costa e fazendo escala em portos cuja distância não exceda de 400 quatrocentas milhas náuticas Considerase também de pequena cabotagem a navegação realizada com fins comerciais entre a costa brasileira e as ilhas oceânicas brasileiras 4 AltoMar realizada fora da visibilidade da costa 5 Costeira realizada ao longo do litoral brasileiro dentro dos limites de visibilidade da costa 6 Apoio Marítimo A realizada entre os portos ou terminais marítimos e as plataformas tripuladas ANOTE ISSO A legislação brasileira considera normalmente a cabotagem como sendo a navegação de cabotagem que é aquela realizada entre portos brasileiros utilizando exclusivamente a via marítima ou a via marítima e as interiores podendo ser de grande ou pequena cabotagemPEREIRA2013 Pereira 2013 explica que o transporte hidroviário apresenta baixo custo de implantação quando da ocorrência de uma via natural Tal custo no entanto aumenta bastante se houver necessidade de construção de canais barragens e eclusas por exemplo Seu custo operacional pequeno em vias perenes de grande calado aumenta de maneira sensível em vias de baixo calado e de utilização sazonal onde não é possível operar em períodos de seca Apresenta baixa velocidade operacional e alcance limitado ao curso natural da via utilizada Atinge excelente competitividade quando satisfeitas as condições de via natural perene e de grande calado PEREIRA 2013 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 60 ANOTE ISSO Calado de um navio e a distância entre a parte inferior do navio quilha e a linha da água ou seja o calado do navio e a parte que fica submersa na água Porém é preciso esclarecer que somente o navio possui calado já os portos possuem profundidade Desta forma quanto maior for a profundidade do porto maior será o tamanho dos navios que podem atracar nele Segundo a Confederação Nacional de Transportes CNT 2006 o custo estimado de transporte por quilômetro em uma hidrovia é duas vezes menor que o do modal ferroviário e cinco vezes mais baixo que o rodoviário Entretanto os investimentos necessários para adequar um rio em hidrovia são altos o que justifica a utilização do transporte fluvial no Brasil ser abaixo do seu potencial 612 Transporte Marítimo O transporte marítimo é feito unicamente em águas marítimas seja na costa de um país entre países ou intercontinentais É neste segmento do transporte aquaviário que estão inseridas a navegação de longo curso e de cabotagem Os portos marítimos são os terminais onde ocorre a maioria dos processos administrativos operacionais e de fiscalização destas atividades CNT 2006 Para os autores Lacerda 2005 o transporte marítimo é aquele realizado por navios a motor de grande porte nos mares e oceanos O meio de transporte mais utilizado no momento para movimentação no comércio internacional é o marítimo Os navios cargueiros apresentamse em várias formas os convencionais de carga geral os de carga frigorífica graneleiros naviostanque rollon rolloff porta containers entre outros para adaptação dos mais variados tipos de carga 6121 Portos Portos são definidos como um entreposto dinâmico de mercadorias servindo de porta de entrada e saída de mercadorias e passageiros assim como abrigo e ancoradouro de embarcações munidos de instalações capazes de favorecer a cadeia logística que supre a humanidade ALMEIDA 2016 Ou segundo Pereira 2013 porto é portão de entrada e saída das riquezas de um país É o local onde se realizam atividades aduaneiras alfandegárias comerciais entre outras O porto também é ponto estratégico da segurança nacional e principal interface da cadeia logística com a sociedade Bem FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 61 como os portos também podem ser considerados como ponto de transição entre os modos terrestre e aquaviário pois a carga ou o passageiro precisam ser transportados por outros veículos Santos 2014 Almeida 2016 também define portos como um elo da cadeia de transporte promovendo a integração entre sociedades e seus diferentes bens A decisão de implantar uma estrutura portuária é determinada por vários fatores mas a integração com modais rodoviários ferroviários e até mesmo o aeroviária recebem uma atenção especial uma vez que a localização de um porto tem influência direta no custo logístico De acordo com Degrassi 2001 são os portos classificados quanto à localização em Portos Costeiros ou Litorâneos são os que estão localizados em contato com o mar e podem ser subdivididos em Portos Naturais ou Internos segundo Moraes 2003 são aqueles localizados em águas abrigadas naturalmente como por exemplo baías ângras e estuários As principais características desse tipo de porto são a baixa profundidade de suas águas a dependência de seu tamanho a outros por exemplo extensão da acostagem e sujeição a movimento de marés e assoreamento Exemplos de portos localizados em baías estuários ou curvas são os portos de Belém Santos e Pelotas respectivamente Portos de Mar Aberto ou Externo são definidos pelo autor Moraes 2003 como aqueles localizados na costa em águas desabrigadas como por exemplo o porto de Imbituba em Santa Catarina Portos Abrigados ou Off shore são aqueles localizados à margem da costa ligados ou não à terra Neste tipo de porto os navios operam praticamente com seus próprios recursos A exemplo podese citar os terminais petrolíferos situados em mar abertoMORAES2003 Portos Lacustres são os que estão localizados em contato com lagos e com o mar através de canais de navegação Portos Hidroviários são os que estão localizados em riosMORAES2003 Agora iremos conhecer a classificação dos tipos de portos quanto à infraestrutura segundo Degrassi 2001 são FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 62 Portos Comerciais são aqueles que se limitam a receber e distribuir mercadorias sem desenvolver atividades especializadas Portos Industriais são aqueles que desenvolvem atividades de movimentação de produtos matériaprima ou semi acabados para abastecimento da indústria Portos Turísticos são aqueles voltados para atividade de turismo e entretenimento Portos Pesqueiros são aqueles utilizados para o manejo de mercadorias pesqueiras Portos Multifuncionais são aqueles que movimentam diversos tipos de cargas A última classificação é quanto às atividades desempenhadas no porto de acordo com Degrassi2001 são 1 Portos de atividades humanas e atividades burocráticas composto por Portos internacionais portos regionais e portos locais 2 Portos de atividades econômicas composto por Porto industrial porto comercial Porto linner Porto de passageiros ou turístico e Porto de transbordo hub port ou concentrador A seguir para facilitar sua compreensão segue figura com o resumo dos tipos de Portos segundo Degrassi 2001 Figura 10 Resumo dos tipos de portos Fonte Adaptado de Degrassi 2001 Por último os portos recebem também a classificação por suas funções interna e externa United Nations Commerce Trade and Development UNCTAD 1992 as funções externas de um porto podem ser FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 63 1 Funções destinadas aos navios são os serviços realizados pelos práticos e rebocadores e constituem em atracação e desatracação manutenção suprimentos etc 2 Funções destinadas à carga são aquelas executadas na interface terranavio como a carga e descarga e aquelas executadas só em terra como a consolidação e desconsolidação dos contêineres 3 Funções em terra são todos os serviços executados apenas em terra como por exemplo a consolidação dos contêineres A compreensão das funções classificação e tipos de portos é necessária para que você possa realizar o planejamento logística corretamente pois você já imaginou agendar a entrega de mercadoria em um porto turístico Ou encaminhar um cliente que comprou um pacote de cruzeiro para um porto industrial Exageros à parte estes apontamentos sobre portos é de suma importância para a sua futura carreira de operador logístico E agora vamos conhecer os principais tipos de navios 6122 Classificação e tipos de navios Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional ABRETI 2012 que são classificados em navios comerciais navio de passageiros navios militares navios industriais e navios auxiliares Logo há inúmeros modelos de navios porém iremos nos concentrar nos mais utilizados sendo 1 Navios Carga Geral É o navio que se destina ao transporte de vários gêneros geralmente em pequenos lotes sacarias caixas veículos encaixotados ou sobre rodas bobinas de papel de imprensa vergalhões barris barricas etc 2 Navios Gaseiros São os navios destinados ao transporte de gases liquefeitos 3 Navios Químicos São os navios parecidos com os gaseiros transportando cargas químicas especiais tais como enxofre líquido ácido fosfórico soda cáustica etc Navios Tanques São os navios para transporte de petróleo bruto e produtos refinados álcool gasolina diesel querosene etc 4 Navios Porta Contêineres São os navios semelhantes aos navios de carga geral mas com tamanho e capacidade para o transporte de contêineres FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 64 5 Navios RoRo é uma abreviatura para Roll onRoll off é um tipo de cargueiro para o transporte de automóveis e outros veículos de modo a que estes entrem e saiam do navio pelos seus próprios meios No seu convés também costumam ser transportados containers 6 Navios Graneleiros Navio especializado no transporte de mercadorias a granel Açúcar Soja e Ferro e subdividemse em alguns tipos como Petroleiro transporta hidrocarbonetos OBO Ore Bulk Oil transporta alternado de mercadoria seca hidrocarbonetos ou minério a granel Ore Bulk transportar mercadorias pesadas minério e o Dry Bulk transporta mercadoria seca a granel 7 Navios OreOil São os navios de carga combinada ou seja transportam minério e petróleo 8 Navio Cruzeiro Ferries Log Carrier Cattle Carries São destinados a passageiros 9 Navio Pesca MODUFPSO Shuttle Tankers Dragas Lança Cabos Navio Frigorífico São destinados à indústria 10 Navio Rebocadores Pilotos Salvamento Combate a incêndios Quebragelo Pesquisa São navios classificados como auxiliares 11 Navio para carga viva Possuem rampas para embarque de animais ele possui compartimentos individuais semelhantes a curral 12 Navio Militar São navios específicos para utilização da MarinhaABRETI2012 62 Panorama dos portos do Brasil De acordo com a Agência Nacional de Transporte Aquaviário ANTAQ 2010 destacou que o Brasil possui 45 portos organizados Por sua vez o Plano Nacional de Logística Portuária PNLP 2012a relaciona apenas 35 portos organizados dos quais 18 são administrados pelas sete Companhias Docas empresas de propriedade da União e 17 portos estão sob gestão da Secretaria de Portos SEP delegados ou concedidos a Estados e Municípios Conforme demonstrado na figura a seguir FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 65 Figura 11 Portos Marítimos do Brasil Fonte Secretaria Especial de Portos 2012 Os dados a seguir sobre a atual situação do setor portuário no ano de 2021 estão disponíveis no site da ANTAQ O setor portuário brasileiro formado pelos portos públicos e terminais privados movimentou 1210 bilhão de toneladas em 2021 ANTAQ 2021 O número representou um crescimento de 48 em relação a 2020 Em relação aos perfis de carga houve crescimento na movimentação de granel sólido de granel líquido de contêineres e de carga geral A movimentação de contêineres por exemplo registrou incremento de 11 se comparada com a de 2020 Foram 1331 milhões de toneladas A participação de contêineres na movimentação total do setor portuário foi também de 11 ANTAQ 2021Em relação às principais cargas movimentadas o minério de ferro continua sendo o maior destaque em quantidade Foram 3704 milhões de toneladas movimentadas em 2021 um aumento de 4 em comparação com 2020 3561 milhões de toneladas O Terminal de Ponta da Madeira MA foi a instalação que mais movimenta minério de ferro no Brasil No ano passado foram 1823 milhões de toneladasANTAQ 2021 A ANTAQ 2021 pontua que apesar dos bons resultados estes poderiam ser melhores Na avaliação dos portos no mundo a ANTAQ 2021 analisou os gargalos enfrentados pelos portos brasileiros como por exemplo o aumento dos congestionamentos em período de safra e a tentativa do governo brasileiro em tratar esses gargalos Os portos públicos brasileiros têm dificuldades de acesso terrestre as ferrovias estão mal conservadas com nenhum ou saturados acessos aos principais portos ANTAQ FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 66 2021 A preocupação com os acessos terrestres aos portos brasileiros abriu destaque para uma das maiores demandas e uma das mais problemáticas no que se refere a números de obras e investimentos necessários A falta de vias de acesso eleva o preço dos fretes prejudica a competitividade dos portos e compromete as cargas de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA 2010 Já o panorama da navegação fluvial não é diferente uma vez que tem poucos terminais de integração e está restrita a poucos portos além de não terem dragagem e sinalização 63 Vantagens e Desvantagens do modal aquaviário O modal aquaviário tem importante significado para o comércio exterior contudo antes de você optar por este tipo de transportes oriento que analise o tipo de carga prazo de entrega custo orçado para o frete antes de bater o martelo Sendo assim elenquei algumas das principais características positivas e negativas do modal De acordo com Almeida 2016 as principais vantagens Elevada economia de escala para grandes lotes a longa distância Possibilita economicamente o tráfego internacional de commodities Possibilita reduzir o custo do frete internacional em pontes aéreas marítimas e aeroterrestres Maior vida útil dos veículos se comparado aos modais ferroviário e rodoviário Redução do valor do frete de cargas com baixo valor agregado transportadas a grandes distâncias Poucas intervenções no meio físico já que na maioria das vezes a via é o próprio curso dágua Menor emissão de gases poluentes Maior segurança em virtude do menor risco de acidentes Menor consumo de combustível e maior eficiência energética entre todos os modais de transporte E as principais desvantagens são Investimento inicial e custo operacional elevados Necessidade de grandes frotas modernas Pressupõe a existência de portos obras de engenharia e infraestrutura caríssimas FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 67 Transporte lento devido ao tráfego em meio mais denso que o ar Os inúmeros manuseios propiciam avarias Os terminais hidroviários precisam ter conexões multimodais com rodovias e ferrovias Custos altos envolvendo o seguro de cargas Baixos investimentos por parte do governo o que torna o processo de fiscalização e liberação de mercadorias nos portos mais lento Mais lentidão para percorrer o trajeto Mais burocracia para emitir a documentação da mercadoria Maior exigência em relação às embalagens Prazo de entrega pois é mais lento podendo demorar mais de um mês e meio para alcançar o destino final Contraindicado para produtos perecíveis ALMEIDA2016 Como calcular o frete aquaviário Para calcular o frete deste modal você deverá observar as seguintes variantes embalagem volume o peso tipo de manuseio restrição de estivagem periculosidade valor cargas de projeto dimensão fora do padrão ajuste cambial disponibilidade de recursos operacionais no porto para manuseio da carga balanceamento do fluxo de carga Para o frete de longo percurso deverá se atentar ao Incoterms Cláusulas de Preços acordado entre destinatário e remetente O valor de um frete marítimo pode ser calculado de forma global lumpsum com um preço único que cobre todo o transporte da carga sem acréscimo de quaisquer adicionais ou pode ser cobrado um frete básico mais alguns adicionais para situações específicas E assim finalizamos o modal aquaviário não foi nossa intenção esgotar o tema uma vez que há muito mais a ser aprendido contudo foi dado prioridade aos assuntos mais pertinentes A logística como a tecnologia está em constante evolução sendo assim você deverá ter uma aprendizagem continuada seja em cursos de Extensão Aperfeiçoamento ou Pósgraduação Nos vemos no próximo capítulo Até lá FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 68 CAPÍTULO 7 MODAL AEROVIÁRIO Senhoras e senhores passageiros aqui quem fala é a comandante Sejam bemvindos ao voo Fundamentos da logística destino ao Sucesso este voo não possui escalas Ladies and gentlemen welcome aboard flight Logistics fundamentals with service to success Tripulação a decolagem foi autorizada A demanda por este tipo de transporte tem crescido ao longo dos anos contudo continua com um valor alto Porém sua agilidade pode compensar o aumento do custo logístico Sendo assim iremos estudar breve histórico suas características tipos de aeronaves e aeroportos Aliás uma das definições formais de transporte segundo alguns dicionários é o ato de transpor vencer obstáculos e ou passar além de O transporte aéreo sintetiza essa definição ao juntar a capacidade de levar ou conduzir com a transposição do obstáculo de realizar um feito não natural ao ser humano o vooFERREIRA2022 Este voo terá a duração necessária para a sua plena aprendizagem Boa viagem ao conhecimento 71 Evolução do transporte aéreo A origem e a evolução do setor de transportes aéreos no Brasil coincide com o histórico da economia do país Assim como aconteceu com o modal rodoviário e ferroviário conforme estudamos nos capítulos anteriores A fim de propiciar visualização temporal irei abordar os principais fatos históricos em formato de tópicos Vamos lá Em 1910 Iniciase a aviação no Brasil com o primeiro voo da America Latina em Osasco PEREIRA1987 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 69 1920 1950 A economia brasileira passa por profundas transformações Neste período aconteceu a Segunda Guerra Mundial e a economia global entrou em recessão SONINO 1995 1920 1930 A predominância de empresas estrangeiras no setor aéreo pois as empresas nacionais têm restrição a tecnologia do setor bem como falta de capital Estes fatores fragilizaram o setorMALAGUTTI 2001 Década 20 A política de agroexportação do café no Brasil está no seu limite 1927 Nasce a Viação Aérea Rio Grandense SA VARIG fundada por um alemão naturalizado brasileiroOLIVEIRA 2009 Década 30 Ocorreu a falência do modelo primário exportador de café no Brasil e o modelo de crescimento voltouse para dentro com destaque a indústria A Varig amplia suas operações dentro do Rio Grande do Sul Contudo há forte barreira à tecnologia no setor de transporte aéreo as inovações eram acessíveis somente a subsidiárias de empresas estrangeiras CASTRO E LARNY 1993 1933 Nasce a Viação Aérea São Paulo VASP criada por um grupo de empresários nacionais com linhas entre São Paulo Ribeirão Preto Uberaba São Carlos e Rio Preto BETTINI 2007 A partir de 1937 Já operam no Brasil 09 empresas de aviação com frota de 66 aeronaves distribuídas em 34 linhas transportando 61874 passageiros 149138 Kg de mala postal e 235024 Kg de carga Empresas estatais brasileiras iniciam participação em empresas industriaisSONINO 1995 Década 40 O mercado brasileiro passou a ser dividido em empresas nacionais e estrangeiras uma vez que ocorreu redução das barreiras tecnológicas OLIVEIRA 2009 Década 50 O processo de industrialização é consolidado no Brasil formado por empresas estatais com foco em insumos básicos empresas privadas estrangeiras com bens de consumo duráveis e empresas nacionais que ocupavam os setores tradicionais O setor aéreo passa por inovações tecnológicas radicaisLESSA 1964 1920 1960 Ocorreu forte expansão da demanda por transporte aéreo Sendo assim dividido 1920 1930 Setor aéreo era dominado por empresas européias 1940 1950 Empresas nacionais passam a dividir o mercado com empresas norteamericanas FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 70 1941 Os executivos alemães da Varig são substituídos e a empresa passa a ser presidida por Ruben Berta OLIVEIRA 2009 1950 1960 Esta década é marcada por uma grande proliferação de empresas aéreas 1955 Fundada a empresa Sadia SA Transportes Aéreos que teve seu nome mudado em 1972 para Transbrasil Linhas Aéreas SA IPEA 2010 Final da década de 1950 Iniciase a operação de jatos comerciais Sendo que a Varig utiliza linhas para os Estados Unidos IPEA 2010 Década 60 O ambiente de competição predatória na aviação brasileira teve graves consequências corrigidas à custa de um grau ainda maior de intervencionismo pelo Estado no setor Estas tendências cristalizaram nas autoridades aeronáuticas brasileiras um compreensível receio pela liberdade mais ampla dos mecanismos de mercado IPEA 2010 A economia brasileira está em crise com inflação e baixo crescimento No início dos anos 1960 a aviação comercial brasileira enfrentou uma forte crise decorrente da instabilidade política e econômica dos elevados custos de manutenção e da forte concorrência no mercado de transporte aéreo Malagutti 2001 1968 Começava o período de Regulação Estrita marcado por barreiras legais à entrada e regulação dos preços Segundo o Ipea 2010 o elevado grau de intervenção governamental na aviação civil brasileira esteve ligado por um longo período às necessidades estratégicas de indução do desenvolvimento nacional e da ocupação territorial por ser considerada atividade pioneira Durante esse período regulatório os preços e as frequências de voo passaram a ser ditadas pelo Estado que também limitou a entrada de novas companhias aéreas O mercado doméstico foi dividido em dois segmentos o nacional e o regional Para a definição do mercado regional o país foi dividido em cinco grandes áreas Cada área era monopólio de uma empresa regional A região norte era controlada pela Taba a região centrosul pela RioSul a região nordeste por Nordeste o Centro Oeste pela Votec e os estados de São Paulo e sul do Mato Grosso pela TAM IPEA 2010 1967 1980 Período de forte crescimento das empresas devido ao aumento da demanda e regulação de mercado que garantia a rentabilidade das empresas SONINO 1995 1973 O regime de competição controlada foi ratificado por meio do Decreto 72898 de 9 de outubro de 1973 que estabeleceu um arcabouço oficial de 4 companhias nacionais e 5 regionais no qual às quatro grandes companhias aéreas de âmbito FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 71 nacional atuantes no período Varig Vasp Cruzeiro do Sul e Transbrasil foi explicitamente atribuída toda a operação do sistemaIPEA 2010 1975 1976 Estabeleceu o do Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional SITAR criado pelo Decreto nº 76590 de 12 de novembro de 1975 que visava a estabelecer uma Política Industrial para o setor de Transporte Aéreo RegionalIPEA 2010 1980 2002 A economia brasileira entra em estagnação e posteriormente vem a recessão Década 80 O endividamento das empresas estimulado por expectativas de receitas que não se confirmaram se associou ao aumento dos custos operacionais e financeiros e ao controle de preços provocando um grave desequilíbrio econômico financeiro nas empresas do setor aéreoMALAGUTTI 2001 Final da década de 80 As empresas aéreas são pressionadas pela deterioração de sua estrutura financeira as empresas acabaram rompendo o mecanismo de coordenação de conluio no setor dando início a uma guerra de preços que provocou o colapso do modelo de regulação estrita das empresas que operam as rotas nacionaisIPEA 2010 As autoridades temiam que tal guerra tarifária provocasse o desaparecimento da maioria das empresas mas a falência financeira do Estado e a crise econômica geral limitavam a capacidade de ação estatal IPEA 2010 Na aviação regional a crise provocou a venda ou a falência de todas as empresas provocando o colapso do modelo de regulação estrita também neste segmento A única exceção foi a TAM que expandiu suas atividades na década de 1980 adquirindo a Votec em 1986 começando a operar a ponte aérea RioSão Paulo em 1989 e se expandindo no mercado nacional com a desregulamentação da década de 1990 OLIVEIRA 2009 Década 1990 A VASP foi privatizada em outubro de 1990 com resultados negativos a Transbrasil em um regime préfalimentar e a VARIG operando com baixa rentabilidade e fortemente endividadaOLIVEIRA 2009 1999 2002 A economia brasileira experimentou um baixo crescimento econômico A crise financeira das empresas do setor associada ao colapso do regime regulatório do período anterior e à falência do estado motivou a desregulamentação progressiva do mercado de transportes aéreos no Brasil o que resultou em profundas mudanças na estrutura deste mercadoOLIVEIRA 2009 1999 A BRA Transportes Aéreos inicia suas atividades com voos charter 2001 Ocorre a falência da Transbrasil FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 72 2001 2002 A debilidade das empresas tradicionais permitiu em 2001 a entrada da GOL no setor Com forte crescimento pois praticou preços mais baixos publicidade agressiva Com acesso aos aeroportos de Congonhas 2001 e Santos Dumont 2002 BETTINI 2007 2002 A Ocean Air entra no mercado 2003 Foi retomada a regulação do mercado buscandose evitar excesso de capacidade O governo passou a incentivar a formação de empresas líderes fortes favorecendo a concentração do mercadoBETTINI 2007 2005 Ocorre a falência da VASP 2006 A WEBJET entra no mercado 2007 A BRA Transportes Aéreos encerra suas atividades 2009 A Azul inicia suas atividades 2010 Ocorre a fusão da TAM e a empresa chilena LAN Assim nasce a empresa LATAM Já a Ocean Air passa a se chamar Avianca Brasil que entrou em recuperação judicial em 2018FERREIRA 2022 2012 A WEB JET encerra suas atividades 2020 A Avianca decreta falência 2020 2022 Com a suspensão de voos devido a Pandemia COVID 19 o transporte de carga foi responsável a dar fôlego às empresas aéreas As maiores empresas aéreas brasileiras atualmente são GOL Azul e LatamFERREIRA 2022 Diante dos fatos relatados em síntese podemos afirmar que a aviação no Brasil sofreu intervenção estatal para regulamentar preços e linhas contudo com a falência do estado surge a livre concorrência que foi predatória causando a falência prematura de várias companhias aéreas A Pandemia Covid 19 exigiu a suspensão de voos a fim de evitar o contágio dentro das aeronaves contudo o setor conseguiu absorver uma parte dos prejuízos com o transporte de cargas A seguir iremos ver os principais aeroportos do país 72 Tipos de Aeronaves Vale destacar que atualmente existem três configurações de aeronaves que realizam navegação nacional e internacional sendo elas FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 73 1Full Pax Avião de Passageiro Aeronaves exclusivamente para transportar passageiros Possuem o deck superior destinado para o transporte de passageiros e o deck inferior para as cargas como bagagens e pacotes 2Combi Avião Misto Transporte misto passageiros e cargas Semelhante ao Full Pax o andar inferior é destinado às cargas Já no andar superior ao fundo da aeronave separadamente da ala de passageiros a qual fica na frente também há um local com o propósito de acondicionar as cargas 3All Cargo ou Full Cargo Avião de Carga Aeronaves com a única finalidade de realizar o transporte de cargas consequentemente não transportando passageiros Possuem uma forma robusta possuindo uma grande capacidade pois possui deck superior e inferior Tabela 3 Capacidade de carga de aeronaves em toneladas Fonte Adaptado de Mendonça e Keedi 1997 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA O transporte de carga via modal aéreo é realizado em um espaço reservado para cargas dependendo do volume e peso da carga será necessário agendar reserva de espaço no voo ou até mesmo fretamento de aviões cargueiros que podem ser realizados via expedidores da companhia aérea ou por meio de um agente FERREIRA2022 73 Aeroportos do Brasil Com certeza você já conhece um aeroporto correto Mas você sabe a sua definição Pois bem entendese por aeroporto uma extensão de terra ou água adaptada para o pouso e decolagem de aeronave e que possui instalações para o seu abrigo suprimento FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 74 e reparo É um local usado para receber ou embarcar regularmente passageiros ou carga aéreaANTAS1979 Sendo assim caso você encontre o termo aeródromo este tem o mesmo significado de aeroporto Segundo Ballou 2010 no modo aéreo existem os serviços regulares contratuais e próprios O serviço aéreo é oferecido em sete tipos Linhastronco domésticas regulares Cargueiras somente cargas Locais principais rotas e centros menos populosos passageiros e cargas Suplementares charters não tem programação regular Regionais preenchem rotas abandonadas pelas domésticas aviões menores Táxi aéreo cargas e passageiros entre centros da cidade e grandes aeroportos Internacionais cargas e passageiros Você sabia que o espaço aéreo brasileiro é gigantesco Possui de 22 milhões de quilômetros quadrados sobre terra e mar ISTO ESTÁ NA REDE Os aeroportos realizam os seguintes tipos de operações aviação geral serviço de táxi aéreo aviação comercial na modalidade regular fretamento ou charter Por conseguinte sua classificação é realizada de acordo com o tipo de operação e a média do número de passageiros processados nos últimos três anos Para conhecer esta classificação acesse httpswwwgovbranacptbrnoticias2021anacpublicadaaclassificacaoavsec deaeroportospara2021textA20 classificaC3A7C3A3o20 dos20 aerC3B3Dromos20C3A9mC3A9dia20dos20C3BAltimos20 trC3AAs20 anos O Brasil possui 2463 aeroportos e aeródromos registrados pela ANAC2015 1806 privados e 657 públicos Sendo que os mais movimentados em embarque e desembarque de passageiros são GuarulhosSP Capital CongonhasSP Capital BrasíliaDF ViracoposSP Campinas Recife PE Capital Confins MG Capital Santos Dumont RJ Capital Salvador BA Capital Galeão RJ Capital Fortaleza CE Capital No que tange a movimentação de cargas os cinco principais aeroportos do país de acordo com a ANAC são FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 75 Aeroporto de Guarulhos GRU São Paulo considerado o maior do Brasil e da América do Sul possui uma posição estratégica pois está localizado em um grande centro comercial e possui uma grande estrutura logística Aeroporto de Viracopos VCP Campinas está situado em uma região com unidades estratégicas do Correios Aeroporto do Galeão GIG Rio de Janeiro atualmente é administrado pela empresa RioGaleão e oferece rotas internacionais Aeroporto Internacional de Manaus MAO possui três terminais de carga aérea que atende a movimentação de mercadorias do Polo Industrial de Manaus importação e exportação Aeroporto Afonso Pena CWB Curitiba é administrado pela INFRAERO portanto está sob gestão do Governo Federal fica localizado na cidade de São José do Pinhais região metropolitana de Curitiba está estrategicamente localizado próximo a duas rodovias que ligam o Sul do país e ao Paraguai e Argentina Qual a diferença entre INFRAERO e ANAC A Agência Nacional de Aviação Civil ANAC fiscaliza as atividades do setor de aviação do país e está vinculada ao Ministério da Infraestrutura Enquanto a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária INFRAERO é responsável em cuidar da infraestrutura dos aeroportos sendo vinculada a Secretaria de Aviação Civil Bem já conhecemos os principais fatos históricos da aviação no país principais aeroportos conceito de modal aéreo para finalizar vamos estudar suas principais características 74 Restrição de envio de carga Segundo Malagutti 2001 além de transportar carga com velocidades muito superiores às demais modalidades o transporte aéreo apresenta níveis de avarias e extravios mais baixos resultando em maior segurança e confiabilidade Por essa razão não somente produtos de alto valor agregado tais como eletrônicos e aparelhos de precisão são transportados por avião como também uma série de produtos sensíveis à ação do tempo como alimentos perecíveis flores encomendas correspondência etc Contudo segundo Ballou 2010 existem algumas restrições para que a carga FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 76 seja enviada no modal aéreo Sendo assim veremos as restrições de cargas segundo Ballou 2010 1 Carga de Malotes são documentos onde a sua embalagem é apenas envelope papelão ou plástico No caso de cartas e cartões postais são de monopólio do correio portanto não podem ser despachados por empresas convencionais 2 Cargas Perecíveis são aquelas que durante o transporte podem sofrer danificação se expostas a mudanças de temperaturas umidade e condições ambientais desfavoráveis Esse tipo de transporte só pode ser realizado desde que o material tenha um prazo de validade de no mínimo 72 horas atestado na data de embarque e papel timbrado da empresaBALLOU2010 3 Carga Viva é o transporte de animais sejam eles domésticos equinos ou selvagens O animal não pode estar sob efeito de tranquilizantes caso esteja este deverá acompanhar o laudo do veterinário informando o tipo e a quantidade de droga utilizada a data e a hora da aplicação e o prazo de efeito do produto BALLOU2010 4 Cargas Frágeis são transportadas com o devido cuidado para que chegue no destino intacto para isso a embalagem deverá assegurar a integridade do material portanto as embalagens deverão ser de madeira com proteção interna como serragem isopor divisórias estopas e acompanhar a nota fiscal do produto Exemplos de cargas frágeis vidros louças cristais quadros cerâmicas espelho esculturas óculos etc MALAGUTTI2001 5 Cargas de Valores é pouco utilizado pelas empresas pois devido ao grande valor acaba se tornando inseguro por causa dos roubos São consideradas cargas de valor os itens como ouro platina prata pedras preciosas pérolas safiras esmeraldas diamantes e rubis Pedras semipreciosas como topázio turquesa turmalina ágata jade quartzo etc valores em espécie dinheiro e também é considerada carga de valor qualquer material cujo valor da respectiva Nota Fiscal dividido pelo seu peso real seja maior ou igual a 100 vezes o valor da menor tarifa mínima da companhia MALAGUTTI2001 6 Cargas controladas são aquelas controladas pelo governo como remédios armas vacinas etc 7 Cargas Perigosas são aquelas com capacidade de transmitir risco à saúde à segurança e ao meio ambiente Para ser transportada deverá ser classificada de FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 77 acordo com os limites estabelecidos no manual Dangerous Goods Regulations DGR e seguir rigorosamente as normas de transporteBALLOU2010 8 Cargas de restos mortais e exumação são despachadas mediante a apresentação atestado de óbito autorização da polícia local para remoção dos ossos e atestado de exumação fornecido pelo cemitério A urna deverá ser de ferro zincada lacrada e os clientes deverão solicitar o preparo necessário para o transporte Quando o óbito for provocado por doença infectocontagiosa a urna deverá ser metálica Já a urna impermeável será utilizada quando o corpo encontra se em estágio inicial de putrefação queimados ou de prospecção mineral BALLOU2010 Apesar de ser um transporte caro é o mais rápido seguro e eficaz para envio de mercadorias o que impacta na valor do frete é o peso cubagem e o prazo de entrega este quanto menor for maior será a tarifa A seguir será demonstrado as inúmeras vantagens e desvantagens deste modal 75 Vantagens e desvantagens do modal aeroviário O transporte aéreo é um dos setores mais ágeis da economia global uma vez que estimula as relações econômicas de produtos e deslocamento de pessoas dentro e fora do país De tal maneira iremos conhecer as s principais vantagens do modal de transporte aeroviário segundo ANAC 2015 são Rapidez de expedição transporte e recebimento Uso eficaz para transporte de amostras Ideal para o transporte de mercadorias com prioridade de entrega Documento de transporte obtido com maior rapidez face à emissão antecipada Aeroportos localizados próximos aos grandes centros em grande número e espalhados praticamente por todas as cidades importantes do planeta e seus arredores Fretes internos para colocação das mercadorias nos aeroportos são menores e com tempo mais curto em face da localização dos mesmos Possibilidade de redução ou eliminação de estoques pelo exportador já que se pode aplicar mais agressivamente uma política just in time com redução dos custos de capital de giro pelo embarque contínuo podendo ser até diário ou mais vezes ao dia dependendo dos destinos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 78 Racionalização das compras pelos importadores também aplicando o just in time já que não terão a necessidade de manter estoques pela possibilidade de recebimento diário das mercadorias que necessitam Maior competitividade do exportador visto que a entrega rápida pode ser um bom argumento de venda Redução dos custos de embalagem pois a mercadoria estará menos sujeita a manipulações Seguro de transporte aéreo mais baixo em relação ao marítimo podendo variar de 30 a 50 na média geral dependendo da mercadoria Indicado para transporte de cargas de alto valor e produtos perecíveis Ainda para a ANAC 2015 as principais desvantagens do modal de transporte aeroviário Elevada poluição atmosférica devido à emissão de dióxido de carbono Poluição sonora nas áreas circundantes aos aeroportos Impossibilidade de transporte de carga a granel como por exemplo minérios petróleo grãos e químicos Existência de severas restrições quanto ao transporte de artigos perigoso Elevado consumo de combustível Forte consumidor de espaço devido à construção das infraestruturas Impossibilidade de absorção do alto valor das tarifas aéreas por produtos de baixo custo unitário como por exemplo matériaprima produtos semifaturados e alguns manufaturados Congestionamento aéreo nos principais aeroportos gerando problemas de segurança Dependência das condições atmosféricas nevoeiro ventos fortes etc Reduzida capacidade de carga limite de volume e carga em relação aos transportes marítimo e ferroviário Frete relativamente alto em relação aos demais modais Depende de terminais de acesso Como é cobrado o frete aéreo O frete aéreo é cobrado pelo volume ou peso que a carga ocupa na aeronave o critério de escolha é o maior valor FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 79 Para descobrir se a carga tem maior volume ou peso você deverá 1º Passo dividir o volume total da carga encontrado a partir da multiplicação das medidas lineares comprimento largura e altura por 6000 Utilize a fórmula C x L xA6000 Sendo C comprimento L largura A altura 2º Passo Faça a análise a relação peso e volume definido pela Associação Internacional de Transportes Aéreos IATA Relação IATA pesovolume 1 kg 6000 cm³ ou 1 ton 6 m³ Desta forma se uma mercadoria de 1 kg é acondicionada em um volume maior que 6000 cm³ o volume é a base de cálculo do frete Caso contrário é o peso que irá definir o valor do transporteBALLOU2010 Assim finalizamos este capítulo Até o próximo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 80 CAPÍTULO 8 MODAL DUTOVIÁRIO Olá acadêmicoa Você sabia que a água potável que chega até a sua casa é realizada via modal dutoviário Bem como a captação do esgoto domiciliar Notase que sua utilização é essencial para nós que moramos em cidades e primordial para o saneamento urbano Além disso é comumente utilizada para movimentação de produtos especiais como petróleo e seus derivados gás natural produtos sólidos na forma de fluidos ou suspensão aquosa representando quase que exclusivamente o transporte de produtos perigosos e é um dos mais extremos em relação ao custo e de uso limitado BOWERSOXCLOSS E COOPER 2007 Assim vamos iniciar nossos estudos vem comigo 81 Evolução do transporte dutoviário Há registros da utilização de tubulações como meio de transporte desde a antiguidade com casos de tubulações construídas com bambus na China com materiais cerâmicos por egípcios e astecas e com chumbo por gregos e romanos BALLOU2010 As primeiras utilizações de condutos voltadas para a indústria foram referentes à coleta e petróleo dos poços produtivos até as estações centrais de produção Com o passar do tempo estas estruturas foram sendo modernizadas e novas técnicas foram desenvolvidas conforme veremos a seguir segundos alguns autores 1865 Foi construído o primeiro oleoduto para transporte de hidrocarbonetos com 2 polegadas de diâmetro de ferro fundido e ligando um campo de produção à uma estação de carregamento de vagões com uma extensão de 8 km na Pensilvânia EUA ALMEIDA 2011 1930 Iniciouse o transporte de produtos refinados entre a Refinaria de Bayway próximo à Nova York e a cidade de Pittsburgh EUAPEREIRA 2010 1942 No Brasil entrou em operação a primeira linha no estado da Bahia com diâmetro de 02 polegadas e 1km de extensão que ligava a Refinaria experimental FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 81 de Aratu ao Porto de Santa Luzia a e que recebia o petróleo dos SaveirosTanques vindos dos campos de Itaparica e JoanesMURTA2003 1938 Criação do Conselho Nacional do Petróleo CNP pelo DL 395 de 290438 que declarou de utilidade pública e regulou a importação a exportação o transporte inclusive a construção de oleodutos a distribuição e a comercialização de petróleo e seus derivados no território nacional bem como a indústria de refinação Assim no período de 1939 até 1953 o CNP supervisionou regulamentou e executou as atividades petrolíferas no BrasilMURTA 2003 1946 A história oficial dos oleodutos no Brasil teve seu início com o Conselho Nacional do Petróleo CNP no governo de Getúlio Vargas que teve a atribuição de analisar o anteprojeto dos oleodutos entre Santos e São Paulo com possibilidade de seguir até CampinasMURTA2003 Final da década 40 Foi instalado o oleoduto CandeiasMataripe na Bahia com diâmetro de 6 e extensão de 4 km 1953 Lei 2004 de 021053 a criação da Petrobras o transporte por dutos foi intensificado com a construção dos oleodutos na Região de Produção da Bahia RPBa RODRIGUES 2004 1954 Criou a Comissão da Rede Nacional de Oleodutos CRENO com a finalidade entre outras de realizar estudos técnicos e econômicos para a organização da Rede Nacional de OleodutosSALES2000 Década de 60 Entrou em operação o primeiro duto de grande extensão no País o Oleoduto RioBelo Horizonte ORBEL transferindo produtos refinados provenientes da Refinaria Duque de Caxias REDUC para Belo Horizonte com diâmetro de 18 e 365 km de extensão MURTA 2003 Década de 70 Caracterizase pela execução de importantes obras na área de dutos dentre elas a construção do oleoduto São SebastiãoPaulínia OSPLAN oleodutos São SebastiãoGuararema Paulínia PaulíniaBarueri OPASA e GuararemaSão José dos Campos além do oleoduto Angra dos ReisCaxias O destaque desta década é o oleoduto São SebastiãoPaulínia com diâmetro de 24 e 226 km de extensão O plano básico e o projeto foram executados pelo Departamento de Transporte da Petrobras o DETRAN MURTA 20030 1972 Entrou em funcionamento os oleodutos OPASA responsáveis pelo escoamento dos derivados da Refinaria de Paulínia REPLAN para a grande São PauloSALES 2000 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 82 1975 O primeiro gasoduto interestadual GASEB entrou em operação ligando os estados de Sergipe e Bahia cuja extensão é de 235 km e o diâmetro de 14 SALES2000 1976 Foram concluídas obras importantes o Terminal de São Francisco do Sul TEFRAN em Santa Catarina e o Oleoduto OSPAR ligando este terminal à Refinaria do Paraná em Araucária numa extensão de 117 km e 30 Fez parte deste conjunto de obras o poliduto OLAPA ligando essa refinaria ao Porto de Paranaguá com 98 km de extensão e 12 de diâmetroMURTA 2003 1977 O maior terminal marítimo da Petrobras o Terminal da Baía da Ilha Grande TEBIG em Angra dos Reis neste terminal a 42 ligação do píer à área de tanques é através de 3 linhas com 42 e uma extensão de 46 km O oleoduto Angra dos Reis Refinaria Duque de Caxias tem 40 numa extensão de 125 kmMURTA 2003 Década de 80 Caracterizouse pela construção de um grande número de gasodutos ampliando o aproveitamento do gás natural produzido no Espírito Santo e principalmente na Bacia de Campos litoral do Rio de Janeiro RODRIGUES 2004 1986 Entrou em operação o gasoduto GuamaréCabo denominado Nordestão suprindo de gás produzido no Rio Grande do Norte os estados da Paraíba e de Pernambuco O Nordestão tem um diâmetro de 12 e uma extensão de 423 km além dos ramais de distribuição naqueles 3 estadosMURTA 2003 Década de 90 Os rápidos avanços de informática deram um grande impulso nos sistemas de controle e de aquisição de dados nos oleodutos e gasodutos tais como o sistema SCADA Supervisory Control and Data Acquisition permitindo um acompanhamento e supervisão das operações em tempo real Nos projetos dos novos dutos foram utilizados ainda outros equipamentos e sistemas avançados da informática permitindo levantamentos e mapeamentos com a ajuda de satélites como o GPS Global Positioning System e o GIS Geographic Information System além do emprego do CAD Computer Aided Design na elaboração dos desenhos 1996 Com 980 quilômetros de extensão o Osbra Oleoduto São PauloBrasília o maior poliduto do Brasil é operado pela Transpetro ele corta três estados brasileiros São Paulo Minas Gerais e Goiás e o Distrito Federal atendendo à demanda de diesel gasolina GLP e QAV querosene de aviação no eixo São PauloBrasíliaMURTA 2003 1999 Iniciou a operação de transporte de gás natural o gasoduto BolíviaBrasil ou GASBOL é o nome dado ao mais extenso gasoduto duto de transporte de gás natural na América do Sul possui a extensão total de 3150 km o gasoduto atravessa FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 83 557 km no território boliviano partindo das proximidades de Santa Cruz de la Sierra atravessando o rio Grande o campo petrolífero de Tita e alcançando a fronteira com o Brasil no município de Corumbá Em território brasileiro o gasoduto percorre mais 2593 km partindo de Corumbá passando pelas importantes regiões metropolitanas de Campinas SP Curitiba PR Florianópolis SC e chegando a Porto Alegre RS no sul do país Em Campinas o gasoduto tem uma conexão para Guararema interligandose com outro gasoduto já existente que liga Rio de Janeiro São Paulo e Belo Horizonte MURTA 2003 2019 Rússia e China inauguram o gasoduto Força da Sibéria que fornecerá gás da região de Yakutia na Sibéria para o norte da China Possui a extensão de 3 mil quilômetros o gasoduto fornecerá 38 bilhões de metros cúbicos de gás ao ano ALMEIDA 2011 ANOTE ISSO A malha dutoviária brasileira é detida em sua quase totalidade pela Petrobras sendo a maior parte dos seus dutos de transporte e alguns dutos de transferência geridos pela subsidiária Transpetro MURTA 2003 Feito isso agora iremos conhecer os tipos e classificação do dutos que são utilizadas no modal dutoviário 82 Sistema dutoviário Segundo Manners 1967 algumas características são conferidas ao transporte dutoviário como agilidade segurança baixa flexibilidade e capacidade de fluxo Assim o sistema dutoviário é formado por via veículo terminal e controle segundo Murta 2003 1 Via Formada por tubos geralmente metálicos que percorrem um traçado prédefinido em projeto 2 Veículo O veículo é o próprio produto bombeado Cada partícula impulsiona as que a antecedem assim formando uma corrente contínua direcionada pela tubulação que é a via FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 84 3 Terminal Os terminais são pontos estrategicamente construídos segundo normalmente as condições de mercado destinados à armazenagem do produto para que seja redistribuído por redes de dutovias menores ou por outros modais para o consumo ou exportação ou até mesmo para aguardar a demanda de mercado para ser transportado posteriormente 4 Controle Os equipamentos de controle são fundamentais para restringir a velocidade imprimida pelos mecanismos de propulsão Desta maneira evitase que danos sejam causados por alta velocidade que pode ocasionar erosão no tubo ou por baixa velocidade o que acarreta em sedimentação do produto MURTA 2003 83 Classificação dos dutos Vale destacar que duto é a designação genérica de instalação constituída por tubos ligados entre si destinada à movimentação de petróleo e seus derivados oleodutos e gás natural Gasodutos Quando um oleoduto é utilizado para transporte de diversos tipos de produtos ele também pode ser chamado de poliduto Os dutos têm uma classificação em relação ao meio que atravessam podendo ser classificados como dutos de Transporte ou de Transferência ANP 2004 A classificação dos dutos segundo Murta2003 pode ser 1 Material de constituição aço materiais não metálicos etc 2 Localização em relação ao meio Subterrâneo é o mais seguro de todos pois é construído e enterrado no solo sendo que é enterrado de 80 a 90 cm abaixo do solo portanto não há muita remoção de terra e consequentemente não causando grande impacto no meio ambiente em que está sendo instalado Aparente são aqueles que podese ver rente ao solo que geralmente são encontrados nas saídas ou chegadas de centros de distribuições estações de bombeios ou estações de manutenção Aéreos utilizado para transpor rios grandes vales pântanos terrenos muito acidentados Sua sustentação é feita por torres metálicas nas extremidades e se for necessário devido à distância torres intermediárias O duto é preso a essas torres por cabos de aço para poder manter sua suspensão FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 85 Submarino são aqueles que em sua maior parte encontramse dentro do margeralmente estes dutos são utilizados para a extração de petróleo onde é transportado até suas refinarias Também são utilizados para atravessar baias ou canais de acesso a portos Flutuante 3 Rigidez rígido ou flexível 4 Temperatura de operação normal ou aquecido 5 Produto que transporta Gasoduto transporta gases naturais são transportados pelos chamados gasodutos Mineroduto esta dutovia possui um sistema propulsor muito especial pois é capaz de transportar cargas sólidas ou em pó como o sal gema e ferro Oleodutos transporta gasolina álcool nafta GLP diesel Polidutos empregado no transportes de outros produtos como Água potável As adutoras são as tubulações que coletam água nos mananciais ou fontes e conduzem até centros de tratamento onde posteriormente é distribuída a população também através de tubulações para consumo final Água servida Os emissários são tubulações de esgoto que coletam os dejetos residenciais e industriais conduzindo a centros de tratamentos Carvão e Resíduos Sólidos Para o transporte deste tipo de carga utilizase o duto encapsulado que faz uso de uma cápsula para transportar a carga por meio da tubulação impulsionada por um fluido portador água ou ar MURTA2003 6 Quanto às operações de transportes ou de transferência Sistema forçado utiliza a força motriz para movimentar o produto dentro do duto Sistema de gravidade como o nome diz utiliza a gravidade como força motriz contudo tem uma limitação de transporte de produtos fluidos pouco viscosos MURTA 2003 Com relação aos dutos encapsulados segundo Almeida 2011 são uma tecnologia em dutos que propiciam o transporte de cargas como carvão e outros minerais resíduos sólidos incluindo resíduos perigosos grãos e outros produtos agrícolas correspondências e encomendas e muitos outros produtos O duto é subterrâneo e FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 86 ambientalmente amigável seguro confiável energeticamente eficiente e resistente à intempéries pois utiliza um duto subterrâneo para transporte da carga ALMEIDA 2011 Desta forma não somente reduz o custo do frete mas também o número de caminhões nas rodovias e ruas Agora iremos conhecer os tipos de dutos encapsulados segundo Almeida 2011 1 Pneumatic Capsule Pipeline PCP São dutos cheios de ar que percorrem prédios complexos industriais ou hospitalares que transportam cápsulas de correspondências em suas tubulações com isto evitando o extravio por entregadores e aumentando a rapidez na entrega 2 Hydraulic Capsule Pipeline HCP Temse também a chamada HCP Hydraulic Capsule Pipeline ou duto hidráulico encapsulado tem como meio de fluidez em seus dutos a água ou seja usa cápsulas sem rodas e isto é o que torna mais econômico em comparação ao PCP pois não gasta tanta energia para sua propulsão Este duto geralmente é utilizado para o transporte de lixo compactado grãos e outros produtos agrícolas a curtas distâncias 3 Coal Log Pipeline CLP O duto para transporte de carvão é um modelo diferenciado de HCP pois é destinado apenas ao transporte de carvão ou outros minérios que resistam à água e possam ser compactados em forma cilíndrica não necessitando assim de cápsulas para seu transporte assim como o lixo compactado no caso do duto encapsulado hidráulico ALMEIDA 2011 Diferente dos outros modais não há a utilização de contêiner ou veículo vazio que deva retornar há sim altos custos fixos que são relacionados ao direito preferencial de passagem dos dutos a construção dos mesmos os requisitos das estações de controle e capacidade de bombeamento Em contrapartida os dutos não necessitam de muita mãodeobra o custo operacional variável é extremamente baixo logicamente depois que os dutos estão construídos e prontos para emprego BOWERSOX CLOSS COOPER 2007 Sendo assim estudaremos as vantagens e desvantagens deste modal de transporte 84 Vantagens e desvantagens do modal dutoviário Primeiramente é preciso esclarecer que segundo Bowersox Closs e Cooper 2007 a natureza básica de um duto é singular em comparação com qualquer outro modal FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 87 de transporte Os dutos funcionam 24 horas por dia 7 dias por semana e só são limitados a operações de troca de mercadorias e manutenção Por consequência apresenta as seguintes vantagens de acordo com Almeida2011 Transporte de volumes granéis elevados A quantia transportada está diretamente relacionada às características do produto transportado e do duto Carga e descarga simplificadas Baixo índice de perda e roubo Baixo consumo de energia Baixos custos operacionais pois não utiliza mão de obra recorrente Alta confiabilidade Não está sujeito a condições climáticas Redução do desmatamento Contudo este modal possui desvantagens como Trajeto fixo não é possível mudar a rota ou seja origem e destino fixos Custo fixo elevado Investimento inicial elevado Restrição de produtos transportados Requer mais licenças ambientais e há risco de acidentes ambientais por falta e manutenção ou falha no projeto Apresenta riscos a sua infraestrutura de dano mecânico externo corrosão perda de apoio do terreno fadiga perda de resistência do tubo intervenção de terceiros roubo ou sabotagem ALMEIDA2011 Como calcular o frete dutoviário O cálculo de preço deste modal é complexo uma vez que é necessário conhecer os custos fixos do duto bem como a mecânica dos fluidos Recordando que os dutos na maioria são constituídos pelas empresas detentoras da exploração do material gás minério e outros Contudo como curiosidade segue a fórmula de cálculo da capacidade de transporte do duto para um determinado produto em um intervalo de tempo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 88 𝒞 𝜌 𝓈 𝓋 𝓉 Sendo 𝒞 Capacidade 𝜌 Peso específico do produto 𝓈 Seção transversal do duto 𝓋 Velocidade imprimida pelas bombas 𝓉 Tempo para o transporte do produto Sendo a velocidade uma função da densidade viscosidade e temperatura do líquido combinados com o diâmetro do tubo e a pressão exercida pelas bombas das estações média é de 2 a 10 kmh parece lento correto Mas lembrese que este modal trabalha 24 horas ao dia e 07 dias da semana Diante do exposto em concordância com Pozo 2010 a escolha de um determinado modal se dá através de uma análise criteriosa de custos onde além de ser visto o custo de peso por quilometragem seguros manipulação e estocagem é visto também rapidez facilidade confiabilidade segurança rastreabilidade garantia perfeição e satisfação A análise de custobenefício é o fator que determina a escolha da melhor moda Assim chegamos ao fim deste capítulo Bons estudos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 89 CAPÍTULO 9 OPERAÇÕES LOGÍSTICAS E COMPONENTES DO SISTEMA LOGÍSTICO Olá caroa acadêmicoa Primeiramente vamos recordar o objetivo da logística empresarial que é atender as necessidades do cliente providenciando bens ou serviços corretos no lugar certo no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível BALLOU2001 Sendo assim para conseguir atingir este objetivo é preciso conhecer medir para poder gerenciar Logo iremos estudar operações e componentes logísticos que compõem a logística empresarial Bons estudos 91 Operações logísticas Antes de tudo alguns dicionários definem a palavra operações como o conjunto de atos ou medidas em que se combinam os meios para a obtenção de determinados resultados ou de determinados objetivos Por conseguinte é de competência da logística contribuir no processo de agregação de valor para o cliente e são consideradas como peça chave para vantagem competitiva estratégica Já para Bertaglia 2006 o processo de operações logísticas é composto por um conjunto de operações cujo objetivo é a obtenção e movimentação de materiais e distribuição de produtos No processo logístico estão compreendidas as atividades de planejamento e execução de movimentação de materiais tanto dos fornecedores para a fábrica quanto a movimentação interna de itens BOWERSOX CLOSS e COOPER 2006 Notase que ambos os autores complementam o conceito de operações logísticas Sendo assim iremos estudar as operações logísticas que constam nas duas definições sendo sendo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 90 1 Aquisição 2 Apoio à produção 3 Distribuição ao mercado Conforme demonstrado na figura a seguir Figura 11 Integração Logística Fonte Adaptado de Bowersox Closs Cooper 2006 Sendo que a área em cor cinza indica as três áreas da empresa que iremos estudar sendo que o fluxo tem início com a embarque de matéria prima de um fornecedor e finaliza com a entrega do produto acabado no cliente Entendese por fluxo de informações toda e qualquer informação de e sobre o cliente que fluem na empresa pedido previsões e outros Já o fluxo de inventário tem início com a compra de material ou produtos são adquiridos e finaliza com a baixa de estoque para envio do produto acabado para o cliente Logo há dois fluxos interrelacionais e concomitantes inventário e informação A seguir iremos estudar as três operações logísticas 911 Operações de Aquisição As operações de aquisição dizem respeito a gestão de compras da empresa que segundo Novaes 2007 assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos principalmente financeiros envolvidos deixando cada vez mais para trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva um centro de despesa e não um centro de lucros A função compras tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços planejálos quantitativamente e satisfazêlas no momento certo com as quantidades corretas verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar armazenamento DIAS 2009 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 91 Sendo que a função compra é descrita por Ballou 2001 por envolver a aquisição de matériasprimas suprimentos e componentes para a operação Entre as atividades associadas incluemse selecionar e qualificar fornecedores avaliar desempenho de fornecedores negociar contratos comparar preço qualidade e serviço pesquisar bens e serviços programar as compras estabelecer os termos das vendas avaliar ao valor recebido mensurar a qualidade recebida quando esta não estiver incluída entre as responsabilidades do controle de qualidade e prever mudanças de preços serviços e demanda Contudo a função compras vai além ao requerer planejamento e acompanhamento processos de decisão pesquisas e seleção das fontes supridoras dos diversos materiais diligenciamento para assegurar que o produto será recebido no momento esperado inspeção tanto na qualidade quanto das quantidades desejadas GONÇALVES 2007 Então podemos concluir que o objetivo do gerenciamento das compras segundo Pozo 2007 é garantir à empresa a plena satisfação de suas exigências de materiais e produtos bem como máquinas equipamentos e insumos necessários a sua operacionalidade devendo todos serem negociados e adquiridos aos mais baixos custos satisfazendo aos padrões de qualidade e serviços da empresa sem colocar os fornecedores em situações de incertezas e perdedores mas sim de parceiros Logo sua missão tem papel fundamental na realização dos objetivos da empresa uma vez que o gerenciamento de compras deve perceber as necessidades competitivas dos produtos e serviços tornandose responsável pela entrega no tempo certo custos qualidade e outros elementos na estratégia de operações NOVAES2007 Contudo para atingir seu objetivo e missão é preciso da ajuda de outros setores da organização como o de desenvolvimento de produtos área financeira para que as aquisições realmente tragam benefícios para a organização uma vez que a função compra é um processo muito amplo que acaba por envolver a todos na organização BALLOU2010 Em virtude dos fatos mencionados o processo de compras cada vez mais está se envolvendo na tomada de decisões estratégicas das empresas pois compras são vistas como uma área de agregação de valor não simplesmente de redução de custos e também a maior consciência do crescimento do gasto em materiais e do potencial de lucro de compras BAILEY2000 Dessa maneira vamos para a segunda operação logística denominada de apoio à produção FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 92 912 Apoio à produção Em primeiro lugar é preciso delimitar as ações das operações logísticas de apoio que segundo Bowersox Closs e Cooper 2006 concentram na gestão do inventário de produtos em processo entre os estágios de produção A logística deve se preocupar em manter o inventário de produtos em processo posicionandoos de forma e volume apropriados pois os custos de componentes e movimentação interferem no custo do produto final A área de apoio à produção deve formular um programamestre de produção que engloba cuidar de sua implementação da disponibilidade de materiais peças componentes e inventário de produtos em processos Para Arnold 1999 o planejamento de produção deve detalhar processos maquinário equipamentos habilidades de trabalho e materiais com vistas à fabricação dos itens certos no tempo certo com mais alto nível de qualidade e tão economicamente quanto possível O sistema de planejamento deve responder a quatro questões 1 O que se pretende fabricar 2 O que é necessário para fabricar o que se pretende 3 O que a empresa possui 4 De que a empresa precisa O departamento encarregado de realizar o planejamento da produção é o PCP planejamento controle da produção De acordo com Arnold 1999 há cinco níveis principais no PCP a Plano estratégico de negócios é uma declaração dos principais objetivos e metas que a empresa espera atingir nos próximos anos baseado em previsões e incluindo a participação de marketing finanças produção e engenharia b Plano de produção plano de vendas e operações estão relacionados às quantidades de cada grupo de produtos que deve ser fabricado a cada período níveis de estoque desejados recursos como equipamentos força de trabalho e materiais necessários a cada período e disponibilidade de recursos necessários O nível de detalhamento não é alto porém deverá apresentar os principais grupos ou famílias de produtos c Master production schedule MPS programa mestre de produção é um plano para a fabricação de itens individuais finais Divide o plano de produção visando FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 93 a mostrar em cada período qual é a quantidade de cada item a ser fabricada e o nível de detalhamento é maior que o do plano de produção d Material requirements plan MRP é um plano para a fabricação e compra de componentes utilizados para a manufatura de itens no MPS e mostra a quantidade necessária e quando a produção pretende utilizá las O controle da atividade de compra e de produção utiliza o MRP para decidir pela compra ou fabricação de itens específicos e o nível de detalhamento é alto e e Controle da atividade de compras e de produção o controle da atividade de compras e de produção representa a fase de implementação e controle do sistema de planejamento e controle de produção e representam os fluxos dos materiais e de trabalho na fábrica ARNOLD1999 Nas operações de produção têmse atividades de planejamento programação e fabricaçãoARNOLD 1999 Nestas operações é importante que se tenha um plano mestre de produção pois segundo Bowersox Closs e Cooper 2006 o principal não é como a produção ocorre mas sim quais produtos produzir quando e em que local O PCP necessita de inúmeros dados e realizar cálculos de diversos departamentos comercial financeiro estoque desenvolvimento de produto desta forma é essencial a utilização de sistema computarizado como o MRP MRP II que estudaremos nos próximos capítulos 913 Distribuição ao mercado Aqui iremos retratar a logística de distribuição que já vimos nos capítulos anteriores sendo que a escolha do modal correto traz vantagens no controle de custos logístico e nível de satisfação do cliente Arnold 1999 diz que a escolha do transporte utilizado deve considerar dois tipos de custo os custos de transporte e os custos de estoques em trânsito custos financeiros dos produtos enquanto eles estão sendo transportados Para Ballou 2001 a empresa pode adotar múltiplas estratégias de distribuição Uma alternativa estratégica é classificar os produtos segundo o volume de vendas alto médio baixo especificando para cada classe um nível de estoque com vistas à redução de custos de armazenagem Outra alternativa é classificar os produtos segundo o local em que serão demandados separandoos em classes de deslocamento curto médio ou longo especificando o modal de transporte segundo o percurso FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 94 Para finalizar os autores Davis Aquilano e Chase 2001 apontam que a escolha do transporte utilizado deve considerar dois tipos de custo os custos de transporte e os custos de estoques em trânsito ANOTE ISSO Tradeoff são troca compensatória ocorre quando você faz a análise de tempo e custo entre modais ou seja verificar a viabilidade Quanto mais rápido o transporte maior será o seu custo e menor será o custo de estoque em trânsito custos financeiros dos produtos enquanto eles estão sendo transportados considerando o momento da aquisição até a disponibilidade dos recursos NOVAES 2007 Assim finalizamos nosso estudo sobre as operações logísticas no próximo item conheceremos os componentes do sistema logístico 92 Componentes do sistema logístico De acordo com Ballou 2001 os componentes de um sistema logístico típico são serviços ao cliente previsão de vendas comunicação de distribuição controle de estoque manuseio de materiais processamento de pedidos oferta de peças de reposição e serviços de suporte seleção do local da planta e armazenagem análise da localização compras embalagem manuseio de mercadorias devolvidas recuperação e descarte de sucata tráfego e transporte e armazenagem e estocagem O autor Ballou 2001 define as atividades logística como logística empresarial e as divide em duas categorias Atividades Chave e Atividades de Suporte a Atividades Chave são Administração de Estoques Transportes Fluxo de Informações e Padrões de Serviço ao Cliente b Atividades de Suporte são Armazenagem Manuseio de Materiais Compras Embalagem Protetora Cooperação com a Produção e Manutenção da Informação As Atividades Chave contribuem majoritariamente para o Custo Logístico Total e são essenciais à coordenação eficaz e à conclusão das tarefas logísticas Já as Atividades de Suporte são consideradas como contribuintes para a atingir a missão da logística Nem todas as empresas possuem Atividades de Suporte como por exemplo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 95 empresas mineradoras de ferro não possuem custo com embalagem já uma indústria de sorvete necessita de condições especiais de em embalagem e transporte Dessa forma as atividades chaves da logística é composta por 921 Atividades chaves da logística Dessa forma segundo Ballou 2001 as atividades chaves da logística é composta por 1 Transporte Para Ballou 2001 um serviço de transporte é uma gama de características de desempenho comprado a um determinado preço e sua variedade de serviços é quase ilimitada podendo se obter várias combinações dentre os modais Sua principal função Definir os fluxos de movimentação de produtos Selecionar e combinar os modais de transportes e Selecionar roteiros e equipamentos Segundo Ballou 2001 o transporte é o elemento mais importante em termos de custo logístico para as empresas Um sistema de transporte eficiente e barato contribui para aumentar a competitividade da empresa no mercado e consequentemente reduzir os preços dos produtos gerando assim maior concorrência 2 Estoque O controle de estoques envolve as tarefas de coordenação de fornecedores condições físicas armazenamento distribuição e registro das existências de todas as mercadorias GURGEL 2000 Ele funciona como um pulmão entre a oferta e a demanda de forma que a disponibilização de produtos aos clientes possa ser mantida Suas funções Guardar produtos organizadamente Definir o número tamanho e local dos pontos de estocagem e Manter níveis adequados para atendimento GURGEL 2000 3 Fluxo de informações É considerado um elemento importante no tempo total que pode levar para que um cliente receba mercadorias ou serviços Também é a atividade que aciona a movimentação de produtos e a entrega de serviços Sua função é Iniciar e orientar a movimentação de produtosserviços Garantir a documentação adequada ao processo e FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 96 Evitar retrabalho BALLOU2001 4 Serviço ao cliente Arnold 1999 define como todas as atividades necessárias para receber processar entregar e faturar os pedidos dos clientes e fazer o acompanhamento de qualquer atividade em que houve falha 923 Atividades de Suporte da logística Segundo Ballou2001 as atividades de suporte são compreendidas por 1 Armazenagem tem como objetivo a administração do espaço físico configuração de armazém e o dimensionamento de área para estocagem de produtos 2 Manuseio de Materiais possui foco na movimentação interna de produtos e a seleção de equipamentos para efetuar estas movimentações 3 Embalagem Protetora seu objetivo principal é evitar quebras e inutilização dos produtos bem como facilitar o manuseio e aproveitamento do espaço por meio de uma consolidação adequada de carga 4 Programação da Produção é realizado pelo departamento de PCP o qual determina onde e quando as quantidades de produtos devem ser fabricadas 5 Compras é o departamento responsável pela aquisição de produtos ou matérias primas e disponibiliza o produto para os demais departamentos da empresa 6 Manutenção das Informações seu objetivo é organizar e elaborar ferramentas de Tecnologia da informação que possam garantir a integridade e utilização dos dados das operações para a análise de dados e que servirão de base para tomada de decisões BALLOU2001 Dessa maneira vimos neste capítulo as operações e os componentes do sistema logístico e pudemos notar que a logística está presente em todos os elos da cadeia de produção de produtos ou serviços conforme afirma Ballou 2001logística é responsável pelo processo de planificar implementar e controlar o fluxo e armazenagem de matériasprimas dos produtos em processo e acabados e também de informações desde os fornecedores até o cliente final Até o próximo capítulo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 97 CAPÍTULO 10 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTO Prezado estudante Iremos estudar o Gerenciamento da cadeia de suprimento do inglês Supply Chain Management SCM que segundo Furlaneto 2002 diz ser um sistema que envolve desde os fornecedores de matéria prima os processadores os serviços de distribuição e comercialização até o clientes final Todos estes ligados através da aquisição de produtos e fluxo de recursos e informações Sua formação deve ser uma decisão estratégica por ser composta de uma rede de empresas Se você lembrou do conceito de logística acertou Uma vez que o Gerenciamento da cadeia de suprimento é a logística integrada Então vamos ao trabalho 101 Cadeia de Valor Antes de entrarmos no tema central deste capítulo é necessário compreendermos o que é a cadeia de valor e sua importância para a cadeia de suprimentos Para Lummus 1999 a cadeia de valor pode ser definida como a decomposição das etapas de trabalho de uma empresa de qualquer segmento industrial visando identificar quais as atividades que agregam valor ao processoproduto buscando vantagem competitiva por custo ou diferenciação Por conseguinte segundo Wood 1998 a cadeia de valor representa todas as atividades que geram valor agregado para que a empresa possa atingir a demanda dos consumidores Wood 1998 também classifica as atividades de valor como Primárias operações logística interna marketing logística externa vendas e serviço Suporte desenvolvimento de tecnologias gestão de recursos humanos aquisição de serviços e insumos e infraestrutura FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 98 Sendo assim um dos objetivos do gerenciamento da cadeia de suprimentos é agregar valor à cadeia reduzindo custos a fim de garantir vantagem competitiva Visto isso vamos ao conceito de Supply Chain Management 102 Gerenciamento da cadeia de suprimento Uma das principais características da nova economia é a transição da eficiência individual para a eficiência coletiva A competitividade é e será cada vez mais relacionada ao desempenho de redes interorganizacionais através de parcerias compartilhadas e não de empresas isoladas FLEURY FLEURY2003 Neste contexto da eficiência coletiva que estudaremos o gerenciamento da cadeia de suprimento iniciando pela sua evolução histórica 1021 Evolução do Gerenciamento da cadeia de suprimento O período após a Segunda Guerra Mundial foi um período de grandes mudanças econômicas que acarretaram adequações das organizações Sendo que no período compreendido entre 1950 e 2000 ocorreram grandes transformações nos conceitos de gerenciamento das organizações Com a chegada da qualidade total nas empresas e os programas de crescimento houve também um avanço na qualidade e na produtividade COOPER 1997 Em um breve levantamento histórico podemos ressaltar que Até a década 60 As empresas possuíam grandes estoques que supriam a falta de visão total da cadeia 1960 a 1980 As atividades já estão interligadas porém a visão da cadeia ainda era baixa e de curto prazo 1980 a 1990 Buscouse atender a cadeia interna com integração decisões que passaram a basearse nos históricos e planejamentos que aumentaram de curto para médio prazo 1990 até a atualidade O grande objetivo é o maior desafio de todas as empresas passou a ser conseguir reduzir os custos e melhorar a eficiência no atendimento ao cliente reduzir o tempo dos ciclos de pedido assegurar datas de entrega amenizar custos e aumentar lucros diminuir níveis de estoques e tamanho dos lotes fortalecer FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 99 parcerias com fornecedores e clientes e otimizar processo produtivo para garantir a qualidade PIRES 2003 Neste contexto surge o Gerenciamento da cadeia de suprimento doravante denominada pela sigla SCM desde então tem sido empregado nas grandes organizações para melhorar a eficiência fazendo assim com que crescesse o nível de serviço demandado por fornecedores consumidores atacadistas varejistas operadores logísticos clientes finais entre outrosNAZÁRIO 2000 Por que o SCM se tornou tão popular Uma razão para a popularidade do tema é a crescente consciência da ineficiência das cadeias de valores Se o movimento da qualidade chamou a atenção para as perdas relacionadas a retrabalhos e refugos na produção o novo foco na gestão logística mostra como a ineficiência é ainda maior quando olhamos a cadeia como um todo Não basta o fabricante ter buscado a excelência operacional se os distribuidores os atacadistas e os varejistas continuam operando em condições precárias Diante do consumidor final o produto será penalizado pela ineficiência sistêmica da cadeia WOOD 1998 1022 Conceito de Gerenciamento da cadeia de suprimento Em uma primeira análise podese definir como uma metodologia desenvolvida para alinhar todas as atividades de produção de forma sincronizada visando a reduzir custos minimizar ciclos e maximizar o valor percebido pelo cliente final por meio do rompimento das barreiras entre departamentos e áreasWOOD 1998 O princípio básico do gerenciamento da cadeia de suprimentos está fundamentado na convicção de que a eficiência pode ser aprimorada por meio do compartilhamento de informação e do planejamento conjunto Bowersox e Closs 2001 Segundo Pires 2003 o gerenciamento da cadeia de suprimentos pressupõe fundamentalmente que as empresas devem definir suas estratégias competitivas e funcionais através de seus posicionamentos tanto como fornecedores quanto como clientes dentro das cadeias produtivas nas quais se inserem O SCM introduz uma importante mudança no paradigma competitivo na medida em que se considera que a competição no mercado ocorre de fato no nível das cadeias produtivas e não apenas no nível das unidades de negócios busca intensificar somar e amplificar os benefÌcios de uma gestão integrada da cadeia de suprimentos Assim as estratégias e as decisões deixam de ser formuladas e firmadas sob a perspectiva FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 100 de uma única empresa e passam a fazer parte da cadeia produtiva como um todo PARRA e PIRES 2003 O novo paradigma competitivo é cadeia de suprimentos concorrendo com cadeia de suprimentos CHRISTOPHER 1999 pois nenhuma organização pode desenvolver uma estratégia de vantagem competitiva que otimize somente suas eficiências internas a vantagem competitiva real somente é alcançada quando o fluxo como um todo é mais eficiente e mais eficaz que o dos concorrentes Por consequência o objetivo de formatação da Cadeia de Suprimento é justamente estruturar e gerenciar os elos entre a empresa líder responsável pelo processo marca ou produtochave ao atendimento à demanda e as demais participantes visando tornar todo o processo de atendimento às necessidades dos consumidores finais um decurso mais eficiente do que o de seus concorrentes Vieira 2003 coloca que as empresas líderes precisam considerar os seguintes aspectos quando optam por esse modelo de Cadeia de Suprimentos 1 O mercado as atividades consideradas de baixo valor agregado pelo consumidor final ou que não são afins ao negócio principal da empresa devem ser terceirizadas 2 As operações com a terceirização das atividades não afins ou de baixo valor agregado a organização deve concentrar seus esforços em integrar suas operações visando ampliar a oferta de novos produtos e diluir consequentemente seus custos logísticos com pedidos estoques armazenagem transporte etc 3 A empresa o autor destaca nesse ponto que a empresa líder deve direcionar seus recursos para suas atividadeschave e que deve agir em consonância com seu sistema logístico buscando eficiência em um conjunto de indicadores de desempenho préestabelecidos por ela anteriormente Logo as relações das empresas que formam uma cadeia de suprimento acontecem não somente no plano operacional mas também no plano estratégico e tático ou seja as empresas compartilham informações e trabalham em conjunto não somente visando a complementaridade produtiva mas também objetivando o desenvolvimento conjunto de estratégias NAZÁRIO 1997 ANOTE ISSO O princípio básico do gerenciamento da cadeia de suprimentos está fundamentado na convicção de que a eficiência pode ser aprimorada por meio do compartilhamento de informação e do planejamento conjunto Bowersox e Closs 2001 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 101 Em outras palavras notase que nos conceitos apresentados o valor entregue aos clientes resulta da sinergia entre os participantes levando em consideração o fluxo de informações produtos serviços recursos financeiros e conhecimento Além disso tal arranjo conecta logicamente uma empresa aos fornecedores distribuidores e clientes devendo todo esse processo ser alinhado e administrado desde seu ponto de início ao seu ponto final PARRA e PIRES 2003 1023 Processos que compõem o SCM Antes de iniciarmos preciso relembrar que o SCM pede uma mudança do gerenciamento das ações individuais para a integração de todas as atividades do processo Sendo assim é preciso o comprometimento desde o pequeno fornecedor departamentos internos terceiros para que juntos possam entregar um produto ou serviço de qualidade preço justo e dentro do prazo solicitado pelo cliente Sendo assim vamos conhecer os oito processos chave que fazem parte da essência do SCM segundo o autor Lambert 2000 sendo Gerenciamento do relacionamento com o consumidor Gerenciamento do serviço ao consumidor Gerenciamento da demanda Atendimento do pedido Gerenciamento do fluxo de manufatura Procurement Desenvolvimento e comercialização do produto e Retorno Conforme ilustrado na figura 12 estes oito processos são interfuncionais administração de atividades entre funções dentro da empresa intrafuncional administração das atividades e processos dentro da função logística de uma empresa e intercompanhias e retratam toda a cadeia de suprimentos e cortam a empresa através das áreas funcionais Essas áreas funcionais incluem o marketing e vendas pesquisa e desenvolvimento PD finanças produção compras e logística sendo que cada parte do processo é dividida em uma sequência de subprocessos estratégicos e todos os subprocessos são detalhados por um conjunto de atividades LAMBERT 2000 Figura 12 Cadeia de suprimentos integrada Fonte Lambert 2001 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 102 Um ponto chave no SCM é que todos os processos devem ser vistos como um sistema LUMMUS VOKURKA 1999 Ainda neste sentido a maneira ideal de gerenciar os processos é considerandoos como entidades e não os fragmentando Não há nada a fazer senão uma mudança de um enfoque funcional para um enfoque no processo CHRISTOPHER 1999 Como alcançar o sucesso do SCM Logo para Lambert et al 2001 o sucesso do gerenciamento da cadeia de suprimentos requer uma integração das funções de negócios com os processoschave dentro das empresas Entretanto as companhias tradicionais são organizadas em fases funcionais com a divisão de responsabilidades por funções e muitas vezes os limites funcionais impedem o gerenciamento do processo CHRISTOPHER 1999 Ou seja concentrese nas necessidades reais do cliente sincronize operações em toda a empresa substitua ativos por informações elimine a repetição de esforços e o desperdício KEARNEY 2004 Por último o fluxo de informação permeia toda a cadeia sendo assim ele necessita ser preciso e rápido entre todos os elos da cadeia produtiva para que assim se consiga planejar e executar as operações de forma sincronizada e harmônica com o objetivo de atender as necessidades da demanda quanto à qualidade volume prazo e características dos produtos solicitados Veja que a comunicação entre os membros da cadeia é o Tendão de Aquiles do SCM pois a cadeia é constituída por inúmeras empresas com culturas de processos distintos ANOTE ISSO Ou seja o conceito de cadeia de suprimento representa uma filosofia de gerenciamento do fluxo dos materiais desde o fornecedor até o cliente final PIRES 2003 Sendo o resultado esperado é de uma cadeia mais competitiva por meio da redução de estoques intermediários e dos custos totais além de um movimento mais rápido das operações informações e estoques MENTZER2001 1024 Benefícios e Barreiras na implantação da Gestão da cadeia de suprimentos Azevedo 2002 sintetiza em seis grandes grupos os benefícios proveniente da implementação da Gestão da Cadeia de Suprimentos 1 Redução de custos significativa o alinhamento dos planos estratégicos das organizações envolvidas permite o compartilhamento de esforços na busca de minimização de custos de seus processos algo que seria difícil se fosse realizado de forma isolada FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 103 2 Possibilidade de oferecer fornecimento global a integração na cadeia baseada em confiança responsabilidade riscos e recompensas mútuos traz segurança para ampliar as operações em novos mercados 3 Agregar valor ao cliente a cadeia gerenciada de forma coesa e integrada permite oferecer garantias quanto ao produto qualidade variedade disponibilidade e aos prazos de entrega acordados 4 Customização e velocidade do atendimento a orientação pelo mercado possibilita à cadeia em virtude de sua integração e sincronia a flexibilidade para se ajustar detectando prevenindo e corrigindo falhas alterando planos às variações da demanda adaptandose rapidamente às exigências do cliente 5 Informações compartilhadas a integração permite estabelecer um sistema em que a informação flui constantemente entre o cliente final e os demais integrantes da Cadeia de Suprimentos acelerando consideravelmente as decisões e a velocidade de resposta às solicitações dos processos e do mercado 6 Oferta de níveis de serviço diferenciados com uma Cadeia de Suprimentos sincronizada e ágil é possível processar e montar pedidos mais rapidamente e de forma consistente possibilitando entregas pontuais e variadas aos clientes 7 Divisão dos riscos e das recompensas é um jogo ganhaganha no qual todos participam e possuem as mesmas chances de ganhar ou perder 8 Planejamento conjunto todas as entidades da cadeia devem participar do planejamento tendo objetivos comuns 9 Gerenciamento dos estoques realizado ao longo da cadeia o que não significa necessariamente o estoque zero ou Just in time ISTO ESTÁ NA REDE Anualmente a Gartner divulga o ranking de excelência em SCM em 2021 a liderança do ranking foi a Cisco Systems seguido de ColgatePalmolive e JohnsonJohnson A Gartner identificou três fatores comuns entre as empresas no ranking organização orientada para propósitos transformação de negócios voltada para o cliente e transformação digital Leia mais em httpswwwiloscombrwebsupplychainmanagementoquehadecomumentre asempresasreferenciatextA20Johnson202620Johnson20fechou20 ode20sua20cadeia20de20suprimentos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 104 Porém é preciso destacar que há barreiras a serem transpostas para que se consiga implementar a SCM na organização sendo as principais 1 Quebra de barreiras organizacionais gerenciamento por silos feudos ou por funções travando muitas vezes a integração dos processos fundamental para que os fluxos logísticos sejam eficientes e atendam às necessidades dos clientes 2 Cultura hábitos valores e costumes das pessoas podem sem dúvida comprometer as iniciativas de integração da Cadeia de Suprimentos 3 Relacionamento com fornecedores ainda dominado pela queda de braço enquanto fornecedores e clientes não perceberem que a batalha é travada entre Cadeias de Suprimentos e não entre seus integrantes não será possível vislumbrar compartilhamento de informações estratégicas conectividade dos sistemas de informação e agilidade nas operações 4 Tecnologia da Informação que apresenta fortes deficiências muitas empresas infelizmente ainda não vislumbraram os ganhos advindos do uso da tecnologia da informação com baixo investimento nessa área principalmente no que tange à hardware software sistemas de comunicação e treinamento de pessoal 5 Dificuldade na escolha dos parceiros isso ocorre muitas vezes devido à dificuldade de encontrar bons parceiros ou pela ausência de critérios definidos para determinar quais são os mais indicados 6 Mudanças profundas em práticas arraigadas tanto em nível interno quanto externo ocorrem em virtude da resistência das pessoas em mudar padrões muitas vezes consolidados na realização de tarefas e atividades Para finalizar podese notar o comportamento entre os integrantes da cadeia ao adotar o SCM como padrão de gerenciamento exige dos gestores mudanças de comportamentos amadurecimento visão de futuro uma vez que por exemplo mudam se os comportamentos de barganha para parceria discussão de preço para foco no custo total não fornecer informações para compartilhar informações estoque é fonte de lucro para estoque é fonte de custo Em consequência com a implantação do SCB surge uma nova forma de fazer produto e atender o mercado Muito bem assim chegamos ao final deste capítulo Bons estudos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 105 CAPÍTULO 11 MANUFACTURING RESOURCE PLANNING MRP I E II Prezado estudante Neste capítulo você conhecerá MRP I a sigla vem do inglês e significa Manufacturing Resource Planning ou em português Planejamento de Necessidade de Produção e o MRP II é Manufacturing Resource Planning Planejamento dos Recursos de Produção Ambos são metodologias ligadas diretamente ao Planejamento e Controle da Produção PCP que visam otimizar o planejamento de utilização dos recursos de acordo com suas necessidade em um sistema produtivo Estes conceitos são implementados através de computadores e softwares que gerenciam a manufatura e o estoque das matérias primas e dos produtos intermediários Os MRPs são utilizados por indústrias de produção em larga escala como por exemplo siderurgia material elétrico veículos automotores aparelhos domésticos aparelhos eletrodomésticos entre outros Iremos estudar este assunto pois a produção é um dos elos da do Supply Chain Management desta forma todo e qualquer ferramenta que auxilia a movimentação de materiais faz parte da logística Bons estudos e mãos à obra 111 Levantamento histórico do MRP O antecessor do MRP foi uma técnica chamada de Sistema de Solicitação Trimestral que foi detalhada por George Plossl e Oliver Wight em 1967 Durante o período do final da Segunda Guerra Mundial e meados de 1950 muitas indústrias manufatureiras estavam capacitadas para desenvolver planos de produção baseados somente na carteira de pedidos firmes de clientes Nessa época a economia americana explodiu devido à escassez deixada pela guerra O estouro da demanda produzia uma grande quantidade de pedidos pendentes e às vezes era comum 12 a 18 meses de pedidos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 106 colocados Esta situação cômoda fez com que as indústrias trabalhassem em base a trimestres por isto o sistema foi assim denominado MENDES 2017 Nesta época a previsão de demanda para produção era realizada trimestralmente pois havia pedidos pendentes a indústria não tinha capacidade produtiva para atender todos os pedidos mas com a diminuição de pedidos no início da década de 60 foi preciso antecipar a demanda futura assim começa a produção para estoque Sendo assim de acordo com Girotti 2016 em 1950 1960 KENWORTHY 1997 destaca as mudanças no ambiente industrial americano em particular a difusão do uso de computadores nas empresas primeiramente na área administrativa e a seguir na gerência da produção Sendo assim surgem os primeiros programas para computador denominados de Processadores de Listas de Materiais Bill of Materials Processing que a partir do programa mestre de produção e da lista de materiais calculam as necessidades dos diferentes materiais ao longo do tempo facilitando assim a atividade de gerência da produção 1959 American Bosch Company desenvolve o primeiro sistema de MRP em lotes 1961 1962 J I Case desenha o primeiro sistema de replanejamento seletivo com a direção do então diretor de produção Dr Joseph AOrlicky 1965 G R Gedye declara que a finalidade da empresa na busca pelo lucro deveria ser Utilizar da melhor forma possível para tornar mínimo o tempo perdido Alcançar o cumprimento do máximo de pedidos dos clientes honrando as promessas Conservar o trabalho em processo e os estoques de produtos acabados no mínimo de forma consistente com os objetivos dos dois itens anteriores Notase que as finalidades do lucro vêm de encontro com os benefícios da utilização de um sistema MRP Década 70 O modelo MRP apresentava três elementos básicos para gerenciamento da produção i programa mestre de produção ii lista de materiais iii quantidades em estoque O programa mestre de produção Master Production Scheduling MPS consiste na definição das quantidades de cada produto final que se deseja produzir em cada período time buckets dentro do horizonte de planejamento Por exemplo podese considerar um horizonte de programação de dois meses e períodos semanais 1975 Orlicky 1973 publicou seu livro MRP Material Requirement Planning Com o apoio da American Production and Inventory Control Society APICS o novo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 107 conceito passou a ser difundido pelos EUA sendo apresentado como alternativa às práticas convencionais de gerenciamento de estoques na produção industrial Década 80 Surge o MRP II e Oliver Wight publica o livro Manufacturing Resources Planning MRPII no qual apresenta a nova geração dos MRPs Década de 90 Em evolução aos sistemas MRPII surgiram os sistemas integrados denominados Enterprise Resources Planning ERP Esta nova geração de sistemas tem sua abrangência expandida para além da Produção atingindo entre outras as áreas Contábil Financeira Comercial de Recursos Humanos Engenharia Gerenciamento de Projetos englobando uma completa gama de atividades dentro do cenário de negócios das empresas ANOTE ISSO O PCP é responsável pelo levantamento da demanda planejamento da produção planejamento da capacidade gestão de materiais programação da produção etc Ou seja gerencia com eficiência o fluxo de material a utilização de pessoas e equipamentos e responde às necessidades do cliente utilizando a capacidade dos fornecedores da estrutura interna e em alguns casos dos clientes para atender à demanda dos clientes VOLLMANN 2006 Após a contextualização histórica do desenvolvimento do MRP I e II a seguir iremos conhecer sua definição sob o olhar de alguns autores bem como suas características 112 MRP I Planejamento de Necessidade de Produção O MRP é um sistema lógico de cálculo que converte a previsão de demanda em programação da necessidade de seus componentes sendo predominante presente nos sistemas de Planejamento controle da produção PCP nos processos de manufatura MENDES FILHO 2017 Com a utilização do MRP é possível que as empresas realizem um melhor gerenciamento e acompanhamento dos insumos matériasprimas componentes produtos em elaboração e produtos acabados Devido à grande complexidade existente em alguns produtos grande número de itens componentes peças e acessórios a área de PCP utiliza com bastante frequência o MRP visando redução dos estoques obtenção de maior previsibilidade do recebimento dos materiais e insumos redução FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 108 do tempo de processamento do produto assim como atendimento dos prazos de entrega do produto final aos clientesGIROTTI 2016 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Este interessante artigo traz um estudo de caso sobre a implantação do sistema MRP com descrição deste o departamento de PCP até as etapas de implantação do MRP em uma empresa moveleira de porte médio que foi fundada no final da década de 70 na cidade de FarroupilhaRS Leia o artigo completo em httpsperiodicosutfpredubrrevistagiarticleview16251159 Em síntese segundo Martins e Campos Alt 2009 MRP I é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados na fabricação de um certo produto ou seja obter o material certo e na quantidade certa e no momento certo Qual o objetivo do MRP I Slacket 2009 afirma que o MRP I consiste em minimizar o investimento em inventário com Diminuição dos custos de estoque Controle de produtos perecíveis Diminuição da improdutividade ou seja a produtividade ser afetada por falta de materiais tempo de preparação quebra de máquina hora extra etc Diminuição do custo de materiais e transporte Diminuição do custo de obtenção Ajudar a produzir e comprar apenas o necessário e apenas no momento necessário no último momento possível visando eliminar estoques gerando uma série de encontros marcados entre componentes de um mesmo nível para operações de fabricação ou montagem Gerar ordens de produção e solicitações de compras baseado em uma previsão de vendas Automatização do cálculo dos necessidades de materiais Rapidez na reprogramação Diminuição do lead time tempo de espera do produto e geração de relatórios tendo em vista a correta tomada de decisão FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 109 Cumprimento dos prazos de entrega dos pedidos dos clientes com mínima formação de estoques planejando as compras e a produção de itens componentes para que ocorram apenas nos momentos e nas quantidades necessárias nem mais nem menos nem antes nem depois CORRÊA GIANESI 2010 Como funciona o MRP I De acordo com Segundo Corrêa e Gianesi 2010 ele segue a seguinte lógica 1Partese das necessidades de entrega dos produtos finais quantidades e datas 2Calculamse para trás no tempo as datas em que as etapas do processo de produção devem começar e acabar e 3 Determinamse os recursos e respectivas quantidades necessários para que se execute cada etapa Para finalizar o autor Lopes 2012 relata que o sistema MRP auxilia os gerentes a determinar a quantidade e o momento das compras de materiais preocupandose também com a lista dos materiais comprados e com o controle de estoque Slack 2009 complementam que a tecnologia do MRP permite que as empresas trabalhem de maneira mais organizada e enxuta obtendo assim máxima produtividade alavancando os resultados e atenuando os custos ANOTE ISSO A filosofia do MRP é o quê quanto e quando produzir e comprar para atender às necessidades futuras de produtos acabadosLOPES2012 113 MRP II Planejamento de Recursos de Produção O MRP II representou o primeiro passo para a integração entre as áreas funcionais das empresas que ocorreu no fim da década de 1980 para 1990 com o aparecimento dos sistemas integrados de gestão empresarial ERP LOPES2012É um sistema de administração da produção em que os planos de produção são sucessivamente detalhados até ao nível do planejamento de componentes e máquinas específicas O sistema tem dois objetivos básicos 1 Melhorar o atendimento ao cliente cumprindo com os prazos de entrega FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 110 2 Reduzir investimentos em estoque procurando adquirir e disponibilizar os materiais para produzir a quantidade necessária e no momento certo da sua necessidade GAITHER FRAZIER 2001 Além disso é possível observar que a estrutura do sistema MRP II pode ser dividido em três grandes blocos Comando composto pelos níveis mais altos de planejamento é o responsável por dirigir a empresa e sua atuação no mercado Motor é responsável por desagregar as decisões tomadas no bloco de comando gerando decisões desagregadas nos níveis requeridos pela execução Rodas responsáveis por apoiar a execução detalhada daquilo que foi determinado pelo bloco anterior bem como controlar o cumprimento do planejamento realimentando todo o processo CORRÊA E GIANESI 2010Conforme ilustrado na figura 14 Figura 13 Sistema MRP II Fonte Corrêa e Gianesi 2010 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 111 Já Corrêa 2007 afirma que o MRP II Planejamento dos Recursos de Manufatura consiste em um conjunto de atividades que envolvem o planejamento e controle de operações de produção Desta forma Corrêa e Gianesi 2010 descreve os cinco principais módulos do MRP II 1 Módulo de Planejamento da Produção Production Planning Módulo de Planejamento Onde o plano começa a ser detalhado faz a programação da produção levando em consideração estoques previsões de demanda e produção período a período 2 Mestre da Produção Master Production Schedule MPS calcula a produção de itens e produtos finais período a período 3 Módulo do Planejamento das Necessidades de Materiais Material Requirement Planning MRP é uma abordagem informatizada para o planejamento da compra e da produção de materiais 4 Módulo do Planejamento das Necessidades de Capacidade Capacity Requirement Planning CRP utiliza informações detalhadas a respeito dos roteiros de produção e do consumo de recursos produtivos por item e então calcula período a período as necessidades de capacidade produtiva 5 Módulo do Controle do Chão de Fábrica Shop Floor Control SFC é responsável pela sequência das ordens por centro de produção dentro de um período de planejamento e pelo controle da produção no nível de chão de fábrica Diante do exposto o MRP II tratase de um banco de dados que opera em uma plataforma comum que interage com um conjunto integrado de aplicações consolidando todas as operações do negócio em um simples ambiente computacional SLACK 2009 A grande vantagem deste sistema é a habilidade e rapidez que o sistema possui quando alimentado de informações lançadas nele até o momento da chegada aos setores envolvidos na solicitação do serviço tudo em tempo real interagindo com todos os aplicativos e eliminandose a redigitação de dados o que assegura a integridade das informações obtidas LOPES2012 Para finalizar vamos elencar as principais características e funcionalidades do MRP II Redução de estoques Maior rotação de estoques Redução nos custos de aquisição de material FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 112 Redução nos tempos de mão de obra Previne paradas na produção por falta de materiais Reduz perdas e prejuízos no processo produtivo Combate o desperdício por obsolescências de materiais Software avançado de planejamento e programação das ordens de produção Diminuição do custo de capital de giro devido à diminuição dos níveis de estoque e ao uso otimizado dos recursos de produção Por conseguinte segundo Corrêa 2007 o MRP II diferenciase do MRP sendo MRP I É voltado para a gestão de materiais e orienta as decisões sobre o quê quanto e quando produzir e comprar Já o MRPII engloba também as decisões referentes à como produzir ou seja com que recursos possui grande importância no processo de tomada de decisões no que diz respeito aos processos produtivos desta forma é uma ferramenta de estratégia para uma empresa Como ilustrado na figura 14 Figura 14 Abrangência entre MRP I e MRP II Fonte Corrêa e Gianesi 2010 Diante do exposto MRP II é uma extensão do MRP com a inclusão de recursos como mão de obra equipamentos e instalações que prevê uma sequência de cálculos verificações e decisões visando chegar a um plano de produção que seja viável tanto em termos de disponibilidade de materiais como de capacidade produtiva CORRÊA2007 Assim finalizamos este capítulo Até o próximo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 113 CAPÍTULO 12 JUST IN TIME KANBAN E NOVAS TECNOLOGIAS Olá tudo bem Neste capítulo estudaremos o conceito de Just in time ou em português Justo a tempo e Kanban sua origem importância para a produção e impacto para o gerenciamento da cadeia de suprimentos Por último você conhecerá algumas das tecnologias da informação aplicadas à cadeia de suprimentos Vamos lá 121 Just in time No período após a Segunda Guerra Mundial a indústria japonesa estava passando por grandes dificuldades com a produtividade e a enorme falta de recursos o que tornava difícil implantar os sistemas tradicionais de produção em massa Neste ínterim a mãodeobra especializada era abundante devido às demissões e algumas empresas passaram a acreditar que essa mãodeobra poderia ser utilizada para o benefício das entidades A implementação de uma nova filosofia de administração de processos começou a ser desenvolvida CORRÊA 2009 Neste panorama surgiu no Japão o Just in time Justo a tempo doravante denominado de JIT em meados da década de 70 a criação deste sistema se deve a três pessoas O fundador da Toyota e mestre de invenções Toyoda Sakichi seu filho Toyoda Kiichiro e o principal executivo o engenheiro Taiichi Ohno Uma vez que buscavase um sistema de administração que pudesse coordenar a produção com a demanda específica de diferentes modelos e cores de veículos com o mínimo atraso O sistema Toyota de Produção permite esta flexibilidade por meio da produção em lotes pequenos viabilizando uma maior variedade de produtos CORRÊA 2009 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 114 Existem várias definições para o Filosofia Just in time dentre as quais Schonberger 1994 diz que o conceito Just in time pode simplesmente ser descrito como a produção de uma unidade de um produto para ser incorporado no momento certo em um processo subseqüente Em outro momento Schonberger 1994 descreve as idéias do JIT como um sistema para produzir e entregar produtos acabados peças fabricadas no tempo certo para serem utilizadas em submontagens e materiais comprados no tempo certo para serem transformados em componentes fabricados Ballou 2010 por sua vez explica o JIT como um processo que produz peças necessárias em quantidades necessárias no tempo necessário O propósito do JIT é produzir a peça de tal maneira que exista somente uma unidade de estoque em processo e uma quantidade mínima de produtos acabados em estoque Ainda segundo Ohno 1997 o JIT também é conhecido como Produção Enxuta ou Lean Manufacturing e trabalha com a melhoria contínua e com a melhoria do desempenho produtivo da empresa Logo segundo Ohno 1997 o sistema JIT passa a ser utilizado como um eficiente sistema capaz de otimizar o uso de recursos de capital mãodeobra e redução de estoques Este sistema é uma evolução de sistemas já existentes para desenvolver e operar manufaturas pois à medida que as empresas se expandem há a necessidade de alterar antigos procedimentos e funções e incluir novos Sendo que esta filosofia é composta de práticas gerenciais que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo ANOTE ISSO Segundo Wemmerlov 1984 e Inman 1999 a Produção Empurrada tende a implicar maiores níveis de estoque na indústria que a Produção Puxada freqüentemente associada ao JIT Just in Time e à reação à demanda Maiores estoques implicam consequentemente maiores níveis de serviço ao cliente e maior capacidade para lidar com variações inesperadas da demanda OHNO 1997 A Produção Puxada por definição necessita de um consumo estável ao longo do tempo para que não haja interrupção das operações e falta de produto acabado em estoque na indústria Corrêa e Gianesi 2010 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 115 Compreendido o conceito do JIT seguiremos para os seus principais objetivos segundo Martins 2006 Flexibilizar a empresa Produzir somente os produtos necessários Produzir com qualidade requerida menor lead time na concepção de novos produtos Menor lead time na manufatura Melhor atendimento ao cliente menor perda maior valor agregado ao produto Maior retorno de investimentos Reduzir estoques em processo produtos acabados e eventualmente matéria prima Reduzir custos de fabricação Gerar espaço na fábrica Produzir por métodos que permitam o envolvimento das pessoas Melhoramento contínuo Kaizen da qualidade e produtividade Redução dos tempos de preparação de máquina a fim de flexibilizar a produção Redução ao mínimo do tamanho dos lotes fabricados buscando sempre o lote igual à unidade Liberação para a produção através do conceito de puxar estoques ao invés de empurrar em antecipação à demanda A perseguição destes objetivos dáse através de um mecanismo de redução dos estoques os quais tendem a camuflar problemas CORRÊA2009 1212 Vantagens e Desvantagens do JIT O sistema Just In Time dá um novo conceito ao custo do processo produtivo O custo verdadeiro é o custo real natural aquele resultante de atividades que agregam valor ao produto Todos os outros custos oriundos de atividades que não agregam valor ao produto são na verdade desperdícios MARTINS2006 A seguir vamos conhecer sob a visão do autor Pozo 2010 os benefícios e limitações do JIT sendo Vantagens Redução de tempo de ciclo o fornecedor deve estar o mais próximo possível do ponto de consumo de material Algumas empresas incentivam o fornecedor a instalarse em sua planta de produção Ex A Unilever da cidade de Vinhedo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 116 localizada no estado de São Paulo alojou o fornecedor de frascos de xampu para dentro de sua planta Melhor aproveitamento de espaço as distribuições dos materiais devem estar de acordo com o objetivo de se obter um fluxo mais adequado ao processo A redução dos números de locais de estoque é um ponto importante Qualidade a imagem da empresa depende da qualidade de seu produto Por isso a participação de seus empregados é de suma importância para que o produto seja de qualidade Limitações Diferenças culturais a aplicabilidade do JIT está vinculada ao elemento humano o que trás barreiras para se alcançar o sucesso no curto e muitas vezes no longo prazo O fato de o JIT ter sua origem no Japão poderá ocorrer divergências quanto à cultura oriental em relação à ocidental Enfoque tradicional visão de acúmulo de estoque visando períodos de contingência dentro da organização Perfil dos operários o JIT demanda funcionários capazes flexíveis e comprometidos com a qualidade do produto que cuja qualidade é essencial para o JIT Resistência à mudanças o JIT é uma nova cultura dentro da organização e toda cultura nova gera resistência por parte do ser humano racional e emocionalmente Autonomia devido à rigidez das regras e a existência de padrões que regem os ciclos e fluxos do JIT as pessoas perdem autonomia individualmente ou em grupo Devido à redução do nível de estoque e aos ciclos de produção as pessoas sentem a pressão para que sigam as regras estabelecidas Relação entre gerentes e operadores essa relação é de muita importância para o processo e para a tomada de decisão Custos com transporte com a implementação do JIT haverá aumento nos custos com o transporte uma vez que as entregas se tornam cada vez mais frequentes devido à redução do tamanho dos lotes Notase que o principal fator limitante do JIT são as pessoas uma vez que é necessário uma mudança de cultura que exigirá dos colaboradores da empresa maior autonomia perfil dos funcionários maior interação entre a gestores e operadores e principalmente a resistência mudança ou seja realizar a conscientização de que o FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 117 processo não será mais realizada da maneira como foi realizando desde a fundação da empresa e principalmente enfatizar que terá sucesso ou seja a famosa frase Ah mas sempre foi feito assim essa mudança não dará certo Esta barreira deverá ser superada Difícil mudar a cultura de uma empresa Sim contudo com persistência treinamento demonstrando os resultados positivos poderá ser superado e a organização poderá usufruir de todos os benefícios do JIT Uma forma é demonstrar os resultados do modelo atual de manufatura tradicional e o JIT Logo iremos estudar a seguir as principais características deste modelo de produção 1213 Manufatura tradicional ou Produção enxuta JIT O sucesso do JIT em relação a indústria tradicional está vinculado ao fato de que o controle da programação garanta a presença da matériaprima no momento certo da produção e o balanceamento da capacidade produtiva seja capaz de produzir no tempo adequado A figura 15 traz um quadro comparativo deste dois sistemas Figura 15 Comparativo sistema Tradicional X JIT Fonte Alvarez 2001 Alvarez 2001 desta forma podemos realizar a seguinte análise do quadro acima I Em relação aos inventários o JIT procura a eliminação de estoques da cadeia de suprimentos mas não somente transferir a responsabilidade da manutenção dos estoques para o fornecedor e sim mensurar reduções de inventários tanto no fornecedor como no fabricante FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 118 II Na questão da minimização dos tempos de espera das linhas de produção a entrega de produtos só é feita quando há uma necessidade demanda O sentido é de não haver excesso ou escassez de produtos para atender a linha de produção se não o tempo de espera será afetado III Referente aos lead times tempo decorrido desde o início até o fim de um processo no JIT eles devem ser encurtados de maneira que atendam as demandas de forma sincronizada IV No quesito qualidade no JIT é imprescindível para a organização pois afeta diretamente na sincronização do processo V Em relação aos fornecedores X clientes no JIT eles têm que ser parceiros para uma gestão no processo de produção da empresa VI Os empregados são uma parte principal no processo pois por meio de um envolvimento maior por parte dos empregados é que teremos redução de custos e maior produtividade O autor Martins 2006 relata o Case de Sucesso da fábrica da Apple Computers Macintosh em Fremont Califórnia USA e General Motors A Apple Computers Macintosh através das técnicas do JIT conseguiu atingir seu objetivo de girar 25 vezes no ano seus estoques através de uma redução do tempo de ressuprimento de 10 para 2 semanas com um retorno de investimento da ordem de US 20 milhões em apenas 18 meses A General Motors também creditou ao JIT em meados dos anos 80 o fato de ter aumentado o nível de produção em 100 contra um aumento de estoque de materiais e produtos finais de apenas 6 num período de dois anos 122 Kanban Conforme relata Barros 2007 a metodologia Kanban foi criada pelos Engenheiros da Toyota a partir da ideia de utilização de prateleiras em processos de fábrica conforme observaram nos supermercados onde as mesmas eram reabastecidas somente perto do produto se esgotar Os clientes adquiriam os produtos na quantidade e no momento necessário o que os fez visualizar o processo de produzir uma peça após a venda da anterior Não há como negar que a gestão visual é uma forma de comunicação que pode ser observada rapidamente por qualquer pessoa Um dos objetivos é ter uma comunicação FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 119 simples que proporcione uma melhor integração entre os funcionários e a empresa direcionando produtos e serviços para uma maior qualidade A principal proposta da gestão visual é a de criar ferramentas para que o sistema produtivo possa ser entendido por todos de forma rápida Para tanto trata da colocação de ferramentas peças atividades produtivas e indicadores de desempenho em local de fácil visualização AGUIAR 2007 A partir daí a empresa inicia um sistema com cartão visual para sinalizar etapas no seu processo de fabricação e estoque o cartão Kanban Na língua japonesa a palavra Kanban significa um marcador cartão sinal placa ou outro dispositivo usado para controlar a ordem dos trabalhos em processo sequencial TAYLOR 2005 Em outro aspecto Moura 1994 diz que este sistema Kanban foi desenvolvido a fim de atingir os objetivos do JIT flexibilidade redução de custo e qualidade acrescenta também que qualquer organização conseguirá analisar os problemas medir o efeito das mudanças e as soluções através dos cartões de maneira eficiente e eficaz 1221 Características do Kanban A ferramenta Kanban tem como seu foco principal manter as organizações em um padrão adequado de organização Sendo assim é de suma importância conhecermos as principais vantagens e desvantagens desta ferramenta Segundo os autores Moura 1994 e Maximiano 2004 estas são as principais características do Kanban 1Vantagens Segundo Moura 1994 expõe algumas das vantagens como redução do tempo de espera e processamento rápida adaptabilidade às mudanças de demanda reduz os custos de fabricação cumprimento das metas redução máxima de perdas melhora da qualidade do produto aumento do capital gerenciamento entre outros Moura 1994 descreve que a produção no tempo exato requer a sincronização de cada processo de fabricação com a montagem final em ordem para produzir apenas a peça necessária na quantidade necessária no tempo exato 2Desvantagens Moura 1994 descreve algumas das desvantagensdesperdícios de se usar do sistema Kanban como flutuações na demanda falta de comprometimento dos operários quebra de máquinas material rejeitado transportes entre outros Com base em Maximiano 2004 as desvantagens são tempo perdido em material de FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 120 refugo retrabalho transportes estoques movimentação humana espera e operações desnecessárias de operação entre outros Para Maximiano 2004 descreve ainda que a eliminação das desvantagensdesperdícios diminui os custos de produção sem que o valor do produto para o cliente fique comprometido Como funciona o Kanban na prática Primeiramente no sistema Kanban segundo Huang Kusiak 1996 a produção é comandada pela linha de montagem final Sendo assim a Primeiramente a linha de montagem recebe o programa de produção e à medida que vai consumindo as peças necessárias vai autorizando aos centros de produção à montante a fabricação de um novo lote de peças Esta autorização é realizada através do cartão Kanban Este é o pull system ou sistema de puxar a produção ANOTE ISSO Para Ohno 1997 o Kanban é uma força poderosa para reduzir mão de obra e estoques eliminando produtos defeituosos e impedir recorrências de panes O Kanban é um sistema de produção em pequenos lotes correto Sendo assim cada lote é armazenado em containers padronizados contendo um número definido de peças Por sua vez em cada lote contido no container existe um cartão kanban correspondente As peças dentro dos containers acompanhadas do seu cartão são movimentadas através dos centros produtivos até chegarem sob a forma de peça acabada após passarem pela linha de montagem final Assim surgem dois tipos de cartões Kanban de produção e o outro Kanban de transporte Segundo Huang Kusiak 1996 explica que 1 Kanban de produção dispara a produção de um pequeno lote de peças de determinado tipo em determinado centro produtivo Não existe um modelo padronizado de cartão mas geralmente contém as seguintes informações estágio da operação produto descrição e número quantidade de produtos a serem transportados tamanho do lote a ser produzido local de armazenagem número do cartão e nível de estoque O movimento dos cartões torna as informações FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 121 palpáveis e de fácil entendimento Nenhuma operação de produção é autorizada sem que haja um Kanban de produção 2 2 Kanban de transporte autoriza a movimentação do material pela fábrica do centro de produção de origem ao centro de produção destino que irá utilizar os componentes Este Cartão contém em geral as mesmas informações do Kanban de produção acrescentado da indicação do centro de produção destino HUANG KUSIAK1996 Por conseguinte o Kanban tem as seguintes funções dentro do processo de produção visibilidade controle da produção em relação ao tempo quantidade e tipo de componente a ser produzido e inventário de estoque Atualmente o sistema é todo informatizado e visualizado em painéis nas diversas células de fabricação para que todos os envolvidos possam visualizar a evolução da produção Em síntese a grande estratégia de se trabalhar com o sistema Kanban se baseia no conceito de eliminar os estoques estoque zero de modo que os componentes e materiais agregados ao produto chegam no momento exato de sua utilização na produção por meio de controlador de estoque estímulo à participação dos empregados da área meio de controle de informações definição de responsabilidade aos funcionários pois estabelecendo meta visível de desempenho no trabalho os funcionários se sentiram comprometidos para empenhar para atingir a meta através de meios inovadores simplificação da forma de trabalho e gestão visual TAYLOR 2005 E assim encerramos Kanban a seguir será disponibilizada algumas tecnologias utilizadas na logística integrada 123 Novas tecnologias No panorama atual Nazário 2000 diz que o fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações logÌsticas Pedidos de clientes e de ressuprimento necessidades de estoque movimentações nos armazéns documentação de transporte e faturas são algumas das formas mais comuns de informações logísticas Também de acordo com o mesmo autor acima os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em um processo integrado combinando hardware e software para medir controlar e gerenciar as operações logísticas Estas FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 122 operações tanto ocorrem dentro de uma empresa específica bem como ao longo de toda cadeia de suprimentos A seguir será descrito o nome da tecnologia e seu objetivo ou seja o que ela propicia para a Gestão da cadeia de suprimentos segundo Feldens 2005 1 Código de Barras Tecnologia empregada para melhorar a precisão das informações e a velocidade de transmissão dos dados sendo útil em todo o processo de negócio na gestão de inventários ou atividades relacionadas principalmente ao setor varejista 2 Desenho Assistido por Computador CAD Objetiva reduzir os tempos para desenvolvimento de produto criar desenhos de melhor qualidade melhorar a comunicação com os parceiros na cadeia etc 3 Inteligência empresarial BI Conjunto de aplicações projetada para organizar e estruturar dados de transação de uma empresa de forma que possam ser analisados a fim de beneficiar as operações e o suporte a suas decisões 4 Intercâmbio eletrônico de dados EDI Movimentação eletrônica de documentos padrão de negócios especialmente formatados como pedidos trocados entre parceiros de negócios Um sistema que automatiza o processo de compras dá suporte ao reabastecimento de estoque automático e aproxima a relação entre compradores e fornecedores 5 Programas de reposição Contínua CRP Prática que busca o atendimento de quatro processos promoções reposições de estoques sortimentos dos estoques e introdução dos novos produtos mostrando os níveis de estoques nas lojas dos varejistas 6 Estoque Gerenciado pelo Fornecedor VMI Prática baseada numa relação de parceria e confiança mútua onde o fornecedor tem a responsabilidade de gerenciar o seu estoque no cliente incluindo o processo de reposição 7 Resposta eficiente ao consumidor ECR Busca a melhoria da qualidade simplificação de rotinas e procedimentos padronização e racionalização dos processos de distribuição 8 Sistema de execução de manufatura MES Monitoram acompanham e controlam a matériaprima mãodeobra equipamento instruções e instalações de produção 9 Sistema de gestão de armazém WMS Rastreia e controla o movimento do inventário dentro do depósito FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 123 10 Sistema de gerenciamento de transporte TMS Controle de transportes de carga ajudando as empresas a atender os requisitos do transporte de cargas 11 Sistema integrado de gestão ERP Sistema centralizado capaz de integrar todos os departamentos e funções das empresas em um sistema unificado de informações 12 Planejamento previsão e reposição colaborativa CPFR Ferramenta que visa facilitar o relacionamento entre empresas principalmente no que se refere a elaboração conjunta das previsões de vendas e planejamento do suprimento 13 Identificação por rádio frequência RFID Ferramenta de suporte que automatiza processos e melhora a gestão de operações eliminando falhas humanas Além disso disponibiliza informações essenciais sobre a situação do produto 14 Sistema de automação de controle de qualidade AQC Ajudam a monitorar os processos de garantia da qualidade Segundo Figueiredo 2003 várias foram as iniciativas que apareceram nos últimos anos com o intuito de obter ganhos de competitividade pelo melhor gerenciamento do produto e das informações ao longo da cadeia de suprimentos Estas iniciativas segundo o autor englobam os conhecidos Programas de Resposta Rápida PRR como o Continuous Replenishment Program CRP o Vendor Management Inventory VMI e o Efficient Consumer Response ECR no setor de mercearia Para o autor o CRP o VMI e o ECR buscam através de informações de vendas e de estoques a redução no tempo de resposta de ressuprimento criando consequentemente uma rápida resposta às variações das demandas do consumidor final Chegamos ao fim deste capítulo e foi possível aprender sobre a filosofia Just in time e a ferramenta Kanban que se complementam e tem como propósito a redução de estoque controle da produção a partir do controle de demanda de itens na linha de produção sendo assim essenciais no gerenciamento da cadeia de suprimentos com foco no estoque zero Em uma segunda análise vimos a importância do fator humano na implantação do JIT e Kanban e o desafio de preparar os colaboradores de todos os níveis e cargos para a assimilação da nova cultura da empresa e assim poderem vestir a camisa Somente assim será possível obter sucesso esperado na implantação destas novas metodologias Bons estudos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 124 CAPÍTULO 13 GERENCIAMENTO DE ESTOQUES Oi caroa estudante Como vimos nos capítulos anteriores o estoque tem sido fundamental no Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain Management uma vez que ele é responsável pelo abastecimento da cadeia produtiva seja de matéria prima produto em processo e acabado Já no Just in time e Kanban o estoque é protagonista pois foram desenvolvidas justamente para diminuir o estoque a quase zero Você sabia que o custo estoque juntamente com custo de transporte é considerado por alguns autores como os maiores valores sendo assim é preciso saber administrá lo é o que veremos a seguir Vem comigo 131 Estoques Vamos lá Iniciaremos com a definição de estoque do autor Ballou 2006 diz que os estoques são acúmulos de matériaprima componentes materiais em processo e produto acabado que surgem numerosos em diversos pontos da cadeia logística Sendo mantidos por fornecedores fabricantes distribuidores e varejistas Por sua vez Tadeu 2010 diz que estoques são um conjunto de bens físicos acumulados pela empresa e tratados como ativos pois são fruto de um investimento da empresa e portanto possuem valor atrelado características próprias e são conservados durante algum tempo e de alguma forma atendem uma ou mais necessidades da empresa O propósito dos estoques para Corrêa e Caon 2014 é o acúmulo de recursos materiais entre fases específicas de processos de transformação esses processos de transformação podem referirse à transformação física no caso de processos de manufatura transformação de estado do bem ou do cliente no caso de processos de tratamento manutenção e outros ou de posse ou localização do bem ou do cliente como no caso de processos de distribuição e logísticos incluídos aí os transportes FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 125 Esses acúmulos de materiais têm uma propriedade fundamental que é uma arma no sentido de que pode ser usada para o bem e para o mal esses acúmulos ou estoques proporcionam independência às fases dos processos de transformação entre os quais se encontram O estoque deve funcionar como elemento regulador do fluxo de materiais da empresa isto é como a velocidade com que chega à empresa é diferente da que sai há necessidade de certa quantidade de materiais que hora aumenta hora diminui amortecendo as variações PROVIN e SELLITTO 2011 Diante do exposto o estoque funciona como amortecedor entre a oferta e demanda do mercado assim é importantíssimo que uma organização gerencie de forma adequada o seu nível de estoque ANOTE ISSO No ambiente empresarial se por um lado baixos níveis de estoque podem levar a perdas de economias de escala e altos custos de falta de produtos por outro lado o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidade do capital empatado MULLER 2011 1311 Porque ter estoques Uma das funções dos estoques é a compensação de erros cometidos na projeção de demanda de produtos Eliminando todas as outras razões para a existência de estoques se fosse possível ter uma previsão de demanda exata não haveria necessidade de manter materiais estocados A estocagem pode permitir uma utilização mais econômica dos equipamentos das instalações e da mão de obraMULLER 2011 Por isso Ballou 2006 afirma que os estoques servem para uma série de finalidades entre eles estão 1 Garantir a independência entre as etapas produtivas quando existem etapas sequenciais em um processo e uma depende da anterior terminar para essa iniciar se um problema ocorre em uma etapa afeta toda a cadeia do processamento por isso os estoques entre os processos ajudam a garantir a independência das etapas Se ocorrer um problema ainda temse algum tempo de produção garantido pelo estoque FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 126 2 Permitir uma produção constante quando a demanda ou a oferta tem um comportamento sazonal ou seja não estão disponíveis sempre na mesma intensidade o que se faz é utilizar os estoques para compensar essas diferenças Por exemplo uma produção onde a demanda não é constante tendo um período de baixa e outro de alta Durante o primeiro período se mantém o ritmo de produção originando o estoque e no segundo período vendemse os produtos estocados mantendo o mesmo nível de produção evitando grandes saltos de ritmo de produção 3 Possibilitar o uso de lotes econômicos algumas operações só permitem a produção ou movimentação econômica em lotes maiores do que a demanda imediata sendo assim isso gera um excedente que fica armazenado 4 Reduzir o lead time produtivo os estoques intermediários permitem pular etapas do processo produtivo diminuindo assim o tempo entre o pedido e a entrega 5 Como fator de segurança estoques de segurança são utilizados para administrar variações aleatórias na demanda quebras de equipamentos absenteísmos má qualidade de produtos produzidos entregas de matériasprimas fora do tempo entre outros 6 Para obter vantagens de preço podese obter descontos na compra de grandes lotes de materiais ou então armazenálos em níveis mais altos para se prevenir de possíveis aumentos de preço BALLOU2006 132 Tipos e classificação de estoques Existem vários tipos de estoque e cada um deles está diretamente ligada ao ramo de atividade da organização Como por exemplo em datas comemorativas como o Natal Dia das Mães ou crianças as empresas já prevendo a grande demanda de determinados itens realizam o estoque de antecipação de acordo com o histórico de vendas dos anos anteriores Segundo Muller 2011 dependendo de quais as reais intenções da organização em manter estoques esta deverá adotar o tipo de estoque que mais se adapte às suas necessidades determinando um ponto de equilíbrio entre o s índices de disponibilidade dos produtos e a maior eficiência organizacional O estoque pode ser classificado nos seguintes tipos de acordo com Dias 2012 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 127 1 Estoque de proteção isolador regulador ou especulativo o propósito é compensar incertezas relacionadas ao fornecimento e demanda Consiste em sempre deixar uma quantidade de itens armazenados para poder cobrir um possível aumento da demanda Como exemplo empresas do ramo de metalmecânica costumam comprar ferro aço e metais para beneficiamento em grande quantidade quando há indícios de que os preços poderão ser mais altos futuramente 2 Estoque de ciclo ou por tamanho considerado o mais difícil de gerenciar Esse tipo de estoque é utilizado para satisfazer a demanda da organização enquanto novos pedidos não são entregues pelo fornecedor A determinação do nível médio desse estoque portanto se baseia na demanda dos produtos e nos prazos de ressuprimento que são variáveis flexíveis e por essa razão sujeitas a custos de falta Exemplo empresas de fast fashion que precisam manter estoque de diferentes produtos contudo em pouco tempo já não podem ter demanda 3 Estoque de antecipação ou sazonal acontece quando as variações de demanda ou fornecimento são grandes porém previsíveis Quando se sabe que só se poderá adquirir certo produto em uma determinada época do ano e precisase estocar este item até a próxima oportunidade de compra é o que acontece com alimentos de safra Como exemplo a fábrica de chocolates tem um estoque sazonal para atender as demandas da Páscoa e Black Friday Natal 4 Estoque no canal ou em trânsito representa os materiais que estão em trânsito quando não podem ser transportados instantaneamente entre o ponto de fornecimento e demanda todo material em trânsito está em estoque no canal Como exemplo quando uma fábrica envia produtos acabados para um centro de distribuição CD Assim a carga do caminhão é considerada estoque em trânsito Na atualidade segundo Tadeu 2011 podemos acrescentar os seguintes tipos de estoque 5 Estoque consignado é o estoque que está em mãos de terceiros Como exemplo marca de camisetas que vendem rede de lojas próprias mas também é comercializada em lojas multimarcas nesse caso as camisetas ficam por um determinado tempo após o vencimento do prazo a loja devolve as peças não vendidas Ou seja a propriedade da camiseta permanece do fornecedor FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 128 6 Estoque inativo ocioso morto ou indefinido é composto por itens que não foram vendidos foram deteriorados em um determinado período Geralmente são considerados como prejuízos para a empresa 7 Dropshipping é considerado também um tipo de varejo Aqui o comprador faz a compra em uma loja virtual que encaminha para o fornecedor que envia o produto diretamente para o cliente Este tipo de estoque é utilizado no ecommerce e empreendedores individuais de marketplaces Exemplo compras realizadas na Amazon Casas Bahia 8 Estoque mínimo ou de ressuprimento é a quantidade mínima de itens de determinada mercadoria que a empresa deve ter em seu estoque para que não ocorra falta do produto mas ao mesmo tempo é indicativo que é preciso realizar um novo pedido para o fornecedor 9 Estoque médio é um indicador do estoque sendo calculado com o somatório de determinado item ao final de um período dividido pelo número do período estabelecido Exemplo contagem anual do produto A foi 1200 unidades o cálculo do estoque médio anual é 120012 100 unidades 10 Estoque máximo geralmente está associado a capacidade de armazenagem da empresa desta forma quando a empresa atingir o estoque máximo as compras deverão ser suspensas 11 Estoque de Segurança Pulmão Buffer ou Hedge o estoque de proteção e o são similares A principal diferença entre eles é que o estoque de segurança tem um caráter constante objetivando garantir o atendimento da demanda diante de instabilidades de fornecimento e consumo enquanto o estoque de proteção atua sobre essas inconstâncias de forma temporária Muller 2011 observa que existem muitas maneiras de classificar estoques Uma classificação frequentemente utilizada se relaciona ao fluxo de materiais que entra em uma organização passa por ela e dela sai Devido à sua importância contábil os estoques são classificados em cinco grandes tipos de acordo com a classificação dos materiais nele estocados 1 Estoque de matéria prima é usada para produção de produtos parcialmente já produzidos ou não produzidos 2 Estoque de produto em processo ou semi acabados são considerados WIP WorkinProcess são os itens que já receberam algum processamento portanto não são mais matéria prima porém não terminaram todas as suas fases produtivas logo ainda não é um produto acabado FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 129 3 Estoque de produto ou materiais acabados são produtos já prontos para serem comercializados e entregues aos consumidores 4 Estoques de distribuição são produtos acabados que estão armazenados em um CD centro de distribuição 5 Suprimentos de manutenção de reparo e de operação ou indiretos são todos aqueles itens que são utilizados na produção porém não fazem parte do produto DIAS2012 Além disso ressalto que a empresa ao classificar e tipificar seu estoque já estará realizando o controle de estoque o passo a seguir é quantificar cada um deles e por último realizar o inventário ou seja a contagem dos itens que compõem o estoque Conforme afirma Viana 2002 para que se possa garantir o cumprimento de todas as políticas de estoques definidas para cada produtofazse necessário desenvolver procedimentos de controle que definem a frequência de análise dos níveis de estoques permanente periódico e nível de reposição para posteriores decisões de quanto e quanto pedir Em virtude dos diferentes tipos e classificação do estoquesua importância para o fluxo de materiais na cadeia de suprimentos e de gerar lucro iremos a seguir estudar o conceito e formas de gerenciar o estoque ANOTE ISSO À medida que os estoques vão sendo utilizados seu valor se converte em dinheiro o que melhora o fluxo de caixa e o retorno sobre o investimento ARNOLD 1999 133 Gerenciamento de estoque O estudo do papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo da própria administração Como elemento regulador quer do fluxo de produção no caso do processo manufatureiro quer do fluxo de vendas no processo comercial os estoques sempre foram alvos da atenção dos gerentesTADEU 2011 O gerenciamento de estoque com qualidade garante um bom nível de serviço que é o resultado de todos os esforços logísticos da empresa no atendimento dos pedidos dos clientes Para o controle de estoque tem por objetivo ter um controle financeiro FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 130 maior da empresa já que sua manutenção é cara e com o gerenciamento consegue se que o capital investido seja minimizado É através do controle que conseguimos minimizar e mensurar o estoque em trânsito na empresa BALLOU 2006 Já para Corrêa 2014 entende que a gestão de estoques de determinado item refere se a quando e quanto ressuprir à medida que ele vai sendo consumido pela demanda Numa empresa em que a quantidade de produtos estocados é relativamente grande nem sempre a relevância que se dá a um determinado item é igual à dada para os demais Para a alta gerência determinados produtos são tratados com certo diferencial em relação aos outros quer seja pela maior margem de lucro que ele trará para a empresa quer seja pelo alto volume de vendas que o mesmo possui Sendo assim Corrêa 2014 diz para que haja um controle eficiente do estoque é necessário seguir os procedimentos a seguir Determinar o que deve permanecer em estoque quantidade de itens Determinar quando se devem reabastecer os estoques periodicidade Determinar quanto de estoque será necessário para um intervalo de tempo predeterminado Acionar o departamento de compras para efetuar as aquisições Controlar o estoque em termos de quantidade e valor e fornecer informações sobre a posição do estoque Receber armazenar e atender os produtos conforme suas necessidades Inventariar periodicamente para avaliar as quantidades e o estado físico dos produtos estocados Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados Por outro lado Segundo Dias 1993 a falta de um controle de estoque pode causar alguns sintomas como Periódicos e grandes aumentos dos prazos de entrega para os produtos acabados e dos tempos de reposição de matériaprima Quantidades maiores de estoque enquanto a produção está constante Aumento do número de cancelamentos de pedidos ou até devoluções de produtos acabados Grande variação da quantidade a ser produzida Produção estagnada freqüentemente por falta de material Falta de espaço para armazenamento Baixa rotação de estoques obsoletismo em demasia FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 131 Os estoques são gerenciados por dois modelos fundamentais o manual que é usado em empresas que utilizam controle manual por meio de fichas de prateleira e ou de controle de estoque e o mecanizado que é usado em empresas que fazem seu controle por meio da informática VIANA 2002 Sendo assim exploraremos a seguir as metodologias de gestão de estoque 1331 Curva ABC ou Curva de Pareto É um método de gestão de estoques que permite que o gestor trate de forma adequada cada tipo de produto considerandose que nem todos os itens produzidos vendidos têm a mesma importância e portanto não devem receber a mesma atenção devendose assim priorizar os itens de maior relevância para a empresa ARAGÃO et al 2016 Nessa perspectiva a curva ABC classifica os produtos por classes de acordo com seu grau de importância dentro da organização Sendo que o estoque é dividido em 03 grupos os itens do grupo A representam pouca quantidade e grande valor os itens do grupo B possuem quantidade e valores intermediários e os itens classificados em C têm muita quantidade mas pouco valor SCHWITZKY 2001 Cerca de 20 dos itens representam 80 do investimento onde constitui um maior retorno para o estabelecimento dessa forma recebe uma atenção maior Deste modo temse o seguinte a Classe A 20 de itens de alto valor que representam cerca de 80 do valor total do estoque b Classe B são aqueles de valor médio usualmente os 30 dos itens que representam cerca de 10 do valor total c Classe C itens de baixo valor que apesar de compreender cerca de 50 do total de itens estocados representam cerca de 10 do valor total SCHWITZKY 2001 A representação gráfica da curva ABC pode ser vista na Figura 15 Figura 15 Curva de Pareto Fonte Schwitzky 2001 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 132 Como destacado por Amaral 2013 por meio da curva ABC o gestor consegue facilmente identificar quais grupos de produtos devem merecer maior atenção partindo do pressuposto que os itens A receberão maior atenção depois os B e finalmente os C em termos de contagens lotes de reposição e outras análises Esse sistema é aplicado em organizações que possuem uma variedade imensa de produtos geralmente aqueles que trabalham com várias linhas de produtos em grande escala pois é impossível tratar um único produto individualmente Através do mesmo é possível tratar cada produto após a sua classificação por classes pois estes estarão agrupados auxiliando o gestor de forma mais clara e objetiva 1332 Políticas de gerenciamento de estoque As Políticas de Estoque são definidas de acordo com a necessidade de cada organização e ela deve funcionar como um guia para os seus usuários e também conter critérios para mensurar o seu controle de forma a padronizar a sua performance Sendo assim Dias 2012 descreve as políticas de estoque utilizadas pelas organizações a Metas de empresas quanto ao tempo de entrega dos produtos ao cliente Tem o propósito de indicar o quanto o estoque foi efetivo para atender ao cliente Os indicadores de desempenho são uma ferramenta para controle em diversas áreas visto que devem ser aplicados com o objetivo de oferecer ao gestor resultados que auxiliem na gestão e deve ser utilizado de maneira contínua alinhado com as necessidades da empresa VIANNA 2002 b Definição do número de depósitos eou de almoxarifados e da lista de materiais a serem estocados neles c Até que níveis deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das vendas ou uma alteração de consumo d Até que ponto será permitido a especulação com estoque fazendo compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter desconto e Definição da rotatividade dos estoques este indicador é responsável por mensurar quantas vezes por unidade de tempo o estoque girou f Definição da periodicidade do Inventário físico x inventário contábil sendo que o inventário físico é a contagem manual dos artigos em estoque o qual é comparado e ajustado conforme as orientações contábil e tributária FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 133 g Definição das diretrizes de quando e quanto pedir para que se possa estabelecer os parâmetros de ressuprimentos 1332 Vendor Managed Inventory VMI O VMI Vendor Managed Inventory Estoque Gerenciado pelo Fornecedor é um dos sistemas de gestão colaborativa representativo com relação a ganhos de eficiência na integração da cadeia fornecendo melhorias nos critérios de nível de serviço e gerenciamento de estoque É um sistema no qual o cliente abre mão do controle do seu próprio inventário eliminando a necessidade de pedidos de reabastecimento e o fornecedor assume a responsabilidade do reabastecimento nas quantidades cores tamanhos e estilos solicitados MULLER 2011 Os sistemas VMI fazem parte de uma categoria denominada de Programas de Reposição Automática onde o gerenciamento dos estoques visa à melhoria do serviço ao cliente a redução de custos de manutenção e o aumento do giro de estoques através da troca de informações de vendas e níveis de estoque em tempo real substituindo assim a necessidade dos elevados estoques de segurança Baseandose no modelo ganhaganha para todos os elos da cadeia o VMI tem diversos objetivos como incremento das vendas e das margens redução de rupturas melhoria no nível de serviço aos clientes e redução dos níveis de estoque ao longo da cadeia de suprimentos Para o correto funcionamento do VMI o fornecedor deve possuir acesso às informações de inventário disponibilizadas pelo cliente normalmente através de EDI Eletronic Data Interchange Troca eletrônica de dados As decisões de reabastecimento podem ser feitas de duas formas o fornecedor deve manter os níveis de estoque entre os limites máximo e mínimo acordados ou o cliente informa dados de previsão e o fornecedor gerencia o estoque de acordo com esses dados recebidos MULLER 2011 Diante do exposto os desafios no gerenciamento de estoque segundo Gianesi Biazzi 2011 se encontra principalmente na falta de uma visão estratégica na definição dos objetivos da gestão do estoque Para atingir essa meta devese maximizar a eficiência operacional reduzindo os gastos relacionados aos processos de compra logística e produção maximizar o giro e minimizar o capital empregado em estoque maximizar o nível de serviço atendendo a demanda dos clientes Assim finalizamos este capítulo Até o próximo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 134 CAPÍTULO 14 ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS Olá caroa estudante Preparado para mais conhecimento Reflita comigo quais são os passos que você realiza quando vai realizar uma compra Bem vamos hipotetizar a compra de uma bicicleta Primeiramente precisamos definir o valor de R 100000 a R 200000 A seguir iremos definir os critérios de compra nova ou semi nova bem conservada sem arranhões tem que ser da marca PEDAL pois quero ir no passeio ciclístico que vai acontecer no próximo final de semana o pagamento será à vista não irei fazer cotação online O último passo será pesquisar nas lojas da cidade em busca da bicicleta correto Então de forma simples e rápida realizamos uma administração de compra onde deve constar o orçamento monetário disponível R 100000 a R 200000 elaboramos a política de compras cotação pagamento a vista prazo de entrega do produto antes do próximo final de semana produto bicicleta da marca PEDAL nova ou semi nova O que estudaremos a seguir é como deve ser a administração de compras em organizações compras de diversos produtos de inúmeros fornecedores e orçamentos restritivos e que devem ser seguidos à risca e negociações para conciliar o produto preço e prazo de entrega Vamos lá 141 Administração de materiais Toda organização que possui o fluxo de materiais desde o pedido compras recepção armazenamento movimentação de materiais e transporte interno precisa ser administrada corretamente Mas o que é comprar bem FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 135 É comprar o produto certo na quantidade certa no local certo no tempo certo no preço certo e à disposição dos departamentos solicitantes da empresa CHIAVENATO 2005 Se você ao ler esta citação lembrou da definição de logística Bingo acertou Ao analisar esta citação podemos identificar o MRP I II e Just in time cuidam do fluxo de materiais pedido Já o gerenciamento de estoque cuidará da recepção e armazenagem Por último a logística interna é responsável pelo transporte interno Assim podese notar uma quase completa gestão da cadeia de suprimentos completa SCM Desta forma partiremos para estudar a administração de compras que faz parte da administração de materiais 142 Conceito de administração de compras Segundo Dias 1993 a área de compras é um segmento de suprimentos que tem a finalidade de suprir as necessidades de materiais e serviços planejálas quantitativamente e satisfazêlas no momento certo com as quantidades corretas A seguir Viana 2010 diz que a função de compras é fator competitivo é fundamental para a empresa que deseja participar de seu mercado pois comprar bem é um dos meios que a empresa tem para reduzir seus custos Desta forma conforme Dias 1993 o ato de comprar inclui etapas ou seja há um processo logístico de informação entre setores para melhor compreensão adicionei comentários de como é na prática essas etapas de acordo com Viana 2010 1Determinação do que de quanto e quando se deve comprar de modo a que seja entregue no prazo estipulado e na quantidade correta mantendo o fluxo de suprimentos para atender ao programa de produção atendose aos possíveis impactos na velocidade e confiabilidade no cumprimento dos prazos de entrega de seus produtos Os níveis de estoque devem ser monitorados pois altos níveis de estoque podem dar tranqüilidade à produção mas acarretam despesas com pessoal e com espaço ocupado e custo de capital Baixos níveis podem prejudicar a produção e aumentar os estoques intermediários Vamos à prática O departamento de compras recebe e analisa as requisições de compras As requisições de compras têm início com o departamento ou a pessoa que será o usuário FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 136 final Dessa forma o solicitante libera o pedido planejado autorizando o departamento de compras a ir adiante e processar um pedido de comprasNo mínimo as requisições de compras contém as seguintes informações i Identidade do requisitante aprovação assinada e conta para o débito do custo especificação do materialquantidade e unidade de medida data e local da entrega exigidos e qualquer outra informação complementar necessáriaVIANA2010 2Estudo dos seus fornecedores e de sua capacidade técnica é preciso ser capaz de analisar o processo produtivo do fornecedor verificando se os custos são compatíveis com o mercado e assim comprar ao preço correto e nas melhores condições de pagamento gerando vantagem em termos de custos pois Logística Gestão de materiais Gestão da cadeia de suprimentos Gestão de compras e suprimentos Gestão da distribuição física quanto maior for a proporção dos custos dos materiais comprados nos custos totais da empresa maiores serão as economias possíveis a partir de uma redução nos custos dos materiais comprados VIANA2010 3Fechamento do pedido comprar da fonte correta verificando Se os custos do fornecedor são compatíveis com o mercado a potencialidade do fornecedor Suas instalações avaliando a capacidade de produzir com qualidade flexibilidade e organização o efeito da localização dos fornecedores sobre os custos considerando as embalagens e metodologia de transporte Sua saúde financeira e se possui estrutura organizacional definida A qualidade e a disposição do fornecedor para implantar programas de melhoria Sua capacidade de propor novas soluções para produtos e melhorias em processo e adaptarse às alterações ditadas pelo mercado a pontualidade na entrega e definindo se o abastecimento será feito por um único fornecedor ou mais de um deles Vamos à prática O fornecedor sendo aprovado o próximo passo é emitir a ordem de compra que é uma oferta legal de compra Uma vez aceita pelo fornecedor ela se torna um contrato legal para entrega das mercadorias de acordo com os termos e condições especificados no contrato de compra O pedido de compra é preparado com base na requisição de compra ou nas cotações e também em qualquer outra informação adicional necessária Enviase uma cópia ao fornecedor o departamento de compras retém uma cópia e outras são enviadas para outros departamentos tais como o FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 137 de contabilidade o departamento requisitante e o departamento de recepção de mercadoriasVIANA2010 4Acompanhamento do pedido até a sua entrega comprar na qualidade exigida A falta de qualidade afeta diretamente a velocidade no fornecimento e a confiabilidade o comprador deve saber avaliar se o fornecedor é capaz de atender aos níveis mínimos de qualidade exigidos e se o mesmo está disposto em investir para adequarse aos padrões definidos O fornecedor é responsável pela entrega pontual dos itens pedidos Vamos à prática O departamento de compras deve garantir que os fornecedores realmente entreguem pontualmente Se houver qualquer dúvida quanto ao cumprimento dos prazos de entrega o departamento de compras deve descobrir isso a tempo de tomar medidas corretivas Isso pode envolver a agilização do transporte fontes alternativas de suprimentos um trabalho junto ao fornecedor para sanar seus problemas ou a reprogramação da produção VIANA2010 5Receber e aceitar as mercadorias o departamento de recepção recebe e inspeciona a mercadoria para garantir que foram enviados os itens corretos na quantidade certa e que não foram danificados no transporte Vamos à prática Usando a sua cópia do pedido de compras e a nota fiscal fornecida pelo transportador o departamento de recepção de mercadorias aceita os produtos e escreve um recibo observando qualquer variação Se for necessária outra inspeção por exemplo do controle de qualidade as mercadorias são enviadas para o departamento correspondente ou retidas para inspeção Se as mercadorias recebidas estiverem danificadas o departamento de recepção avisará ao departamento de compras e reterá as mercadorias para outras providências Desde que as mercadorias estejam em ordem e não exijam mais inspeções elas são enviadas para o departamento solicitante ou para o estoqueVIANA2010 6Aprovar a fatura para pagamento do fornecedor receber a fatura do fornecedor envolve três informações que devem concordar o pedido de compra o relatório de recebimento e a fatura Vamos à prática Os itens e as quantidades devem ser os mesmos em todos os documentos os preços e suas extensões devem ser os mesmos no pedido de compra e na fatura Todos os descontos e termos do pedido original de compra devem ser comparados FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 138 com a fatura É função do departamento de compras verificar esses aspectos e resolver quaisquer diferenças Uma vez aprovada a fatura é enviada ao departamento de contas a pagar VIANA2010 Para melhor compreensão do ciclo de compras o autor Fenili 2014 demonstra de forma esquematizada a logística de informação que compõe o ciclo de compras conforme ilustrado na figura 15 Figura 15 Logística de informação do ciclo de compras Fonte Fenili 2014 ANOTA ISSO Na realidade não se trata de um ciclo de compras propriamente dito Mas sim de um processo de trabalho do departamento de compras que se repete incessantemente Sendo assim a literatura da área usa o termo ciclo de compra DIAS1993 Desta forma o ciclo de compras está inserido na administração de materiais ou suprimentos sendo um elo de grande destaque na cadeia de suprimentos pois é responsável por abastecer a produção bens e serviços no tempo hora e quantidade solicitada 143 Compras O posicionamento da função denominada compras apresentou alterações ao longo do tempo Antes da Primeira Guerra Mundial o seu papel era essencialmente burocrático Depois já na década de 1970 devido principalmente à crise do petróleo a oferta de várias matériasprimas começou a diminuir enquanto os preços aumentavam vertiginosamente Nesse cenário saber o quê quanto quando e como comprar começa FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 139 a assumir condição de sobrevivência e assim o departamento de compras passa a ganhar mais visibilidade dentro da organização MARTINS 2006 Portanto a área de compras era considerada o departamento responsável por gerenciar os custos da aquisição no entanto na atualidade ela é vista como um centro de lucros que quando bem gerenciados poderão proporcionar estimáveis economias vantagens e lucratividade para a empresa Uma organização bem administrada deve saber produzir comercializar e principalmente comprar bem CHIAVENATO 2005 Haja vista que a atividade de compras é um procedimento pelo qual as empresas determinam os itens a serem comprados identificam e comparam os fornecedores disponíveis negociam com as fontes de suprimentos firmam contratos elaboram ordens de compras e finalmente recebem e pagam os bens e serviços adquiridos VIANA 2009 O ato de comprar nas organizações pode ser classificado em estágios de um processo de aquisição em ações principais e de apoio Sendo as ações principais relacionamse à solicitação de compras análise de preços pedido de compras e acompanhamento do pedido Já as ações de apoio consideram as atividades de desenvolvimento e qualificação de fornecedores a busca e o desenvolvimento de novos materiais e as tratativas de negociaçãoPOZO2007 Segundo Bowersox 2006 o foco moderno na gestão da cadeia de suprimentos com ênfase nos relacionamentos entre compradores e vendedores elevou o setor de compras a uma atividade de nível superior e estratégico Por sua vez Dias 1993 destaca a importância estratégica das compras é um segmento essencial para a administração que tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços e planejálas adequadamente Portanto tratase de uma operação da área de materiais muito importante entre as que compõem o processo de suprimento A necessidade de se comprar cada vez melhor é enfatizada por todos os empresários juntamente com as necessidades de estocar em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo Comprar bem é um dos meios que a empresa deve usar para reduzir custos DIAS1993 Contudo é preciso ressaltar que o papel estratégico do processo de compras é influenciado pelo estágio de maturidade da gestão praticada na organização e sua estrutura ou seja quanto mais desenvolvida for a organização maior será a probabilidade dessa atividade gerar valor e vantagem competitiva para a empresaSANTOS 2002 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 140 Nesse contexto a área de compras deve interagir com as demais áreas da empresa de forma a assegurar que suas contribuições sejam importantes nas tomadas de decisões e que seus objetivos estejam em linha com os da empresa São exemplos de áreas internas da empresa que interagem com a área de compras DIAS 1993 A área de produção é que define a necessidade de materiais e componentes e gera informações sobre estoque para que sejam verificados os prazos de entrega dos pedidos e respectivos recebimentos A engenharia de produtos e processos especifica os materiais e produtos a serem comprados e solicita pesquisas sobre novos produtos para a definição de fornecedores preços e condições de pagamento A qualidade dá informações sobre qualidade e especificações de produtos e a área de Compras deve adquirir materiais e produtos que satisfaçam as especificações e manter controle sobre o andamento da qualidade dos fornecedores A área de vendas deve manter a área de compras informada quanto ao andamento das vendas para que se possa avaliar a quantidade de materiais que devem ser adquiridos Deve divulgar o surgimento de novos concorrentes e novas tecnologias para que se busquem fornecedores capazes de atender às novas demandas Contabilidade e finanças controlam os impactos das compras para a empresa que representam custos e compromissos com terceiros avaliam a disponibilidade de caixa e assessoram as negociações com base nas informações dadas por compras O jurídico atende às solicitações de pareceres e informações que dizem respeito à situação legal do fornecedor dá assessoria jurídica e avalia contratos A área de Informática e assessoria na manutenção de sistemas que facilitem a troca de informações com os fornecedores e áreas internas da empresa assegurando rapidez e confiabilidade das informações e a gestão dos bancos de dados e pedidos de compras Ok agora conheceremos os tipos de compras vamos lá 1431 Tipos de compras em organizações Não há como negar de acordo com Martins 2006 que o fenômeno da globalização como não poderia deixar de ser trouxe grande impacto na forma como as compras são efetuadas Sendo assim destacamos duas formas de compras FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 141 aElectronic Data Interchange EDI Uma das formas de compras que mais cresce atualmente é o Electronic Data Interchange EDI ou troca eletrônica de dados é uma tecnologia para transmissão de dados eletronicamente Por meio da utilização de um computador acoplado a um modem modulação e demodulação e a uma linha telefônica e com um software específico para comunicação e tradução dos documentos eletrônicos o computador do cliente é ligado diretamente ao computador do fornecedor independentemente dos hardwares e softwares em utilização As ordens ou pedidos de compra como também outros documentos padronizados são enviados via internet Os benefícios potenciais da utilização do EDI são muitos resultando no aumento da competitividade das empresas porque entre outras ações o EDI fornece headsup atenção preciso e de curto prazo aos atores do canal de logística incluindo total comunhão com a execução da ferramenta justintime de proporcionar mais agilidade e eficiência nos processos produtivo e de administração incluindo redução do lead time tempo ou ciclo administrativo e de provocar minimização de custos transacionais menos pessoas envolvidas no processo economias advindas da redução do tempo de processamento MARTINS 2006 bLeilões O autor Martins 2006 diz que a utilização de leilões presenciais ou virtuais consistem no fato da empresa disponibilizar via internet ou por meio de editais as suas necessidades de compras informando que a seleção do fornecedor darseá por leilão público em que os pretensos fornecedores farão suas ofertas de preços e prazos de entrega Cabe ao comprador escolher a melhor oferta São inúmeras as vantagens deste modo de agir a transparência do processo de compras evita qualquer dúvida quanto à honestidade do sistema permite a entrada de novos fornecedores com novas metodologias produtivas eou novas tecnologias Em virtude dos fatos mencionados a seguir conheceremos as habilidades e competência da pessoa que irá ocupar o cargo de comprador 1432 O papel do comprador Os profissionais que atuam nessa área devem ter um entendimento global de negócios e de tecnologia O comprador atualmente em função da tecnologia é muito FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 142 mais um analista de suprimentos e um negociador do que propriamente um operador de transações que faz os pedidos e os monitoraMARTINS2006 A função compras mesmo que utilize métodos e técnicas em seus procedimentos está sujeita a decisões que ainda são tomadas por forte julgamento pessoal e por interações pessoais Além disso as condutas nas negociações de uma empresa poderão refletir no julgamento que essa receberá da sociedade Nesse sentido muitas organizações criam e utilizam códigos de conduta ética para os seus colaboradores O objetivo do uso de um código de ética encontrase no estabelecimento de limites da forma o mais claro possível e que sejam de conhecimento dos fornecedores POZO 2007 1433 Classificação de fornecedor Um bom fornecedor é aquele que tem a tecnologia para fabricar o produto na qualidade exigida tem a capacidade de produzir quantidades necessárias e pode administrar seu negócio com eficiência suficiente para ter lucros e ainda assim vender um produto a preço competitivoDIAS1963 Desta forma os fornecedores são classificados em três fontes única múltipla e simples O autor Dias 1963 define estas classificações em 1 Fonte única implica que apenas um fornecedor está disponível devido a patentes especificações técnicas matériaprima localização e assim por diante 2 Fonte múltipla é a utilização de mais de um fornecedor para um item As vantagens potenciais da fonte múltipla são as seguintes a competição vai gerar preços mais baixos e melhores serviços e haverá uma continuidade no fornecimento Na prática existe uma tendência de relação competitiva entre fornecedor e cliente 3 Fonte simples é uma decisão planejada pela organização no sentido de selecionar um fornecedor para um item quando existem várias fontes disponíveis A intenção é criar uma parceria a longo prazo Por consequência o mesmo autor define alguns fatores que influenciam na escolha de fornecedores habilidade técnica capacidade e produção confiabilidade serviço pós venda localização do fornecedor e preço Diante do exposto neste capítulo podemos notar que do ponto de vista estratégico o departamentoárea de compras intervém de forma direta no sucesso da empresa Uma vez que ao desenvolver parcerias com fornecedores que apresentam bom nível FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 143 de qualidade que realizam as entregas no prazo e na quantidade acordadas e que desenvolvam novos componentes e outros Sendo assim o fluxo de produção de produtosserviços correrá de forma contínua ou seja as entregas aos clientes finais será no tempo certo da forma certa com o custo certo e com a qualidade solicitada Como já estudamos isso é logística integrada Assim concluímos este capítulo até o próximo FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 144 CAPÍTULO 15 INDICADORES DE DESEMPENHO Olá caroa estudante Após termos estudado os modais de transportes cadeia de suprimentos e seus demais componentes chegou a vez de conhecermos como gerenciálos afinal já não se pode gerir o que não se mede não se mede o que não se define não se define o que não se entende não há sucesso no que não se gere ANTON 2000 Sendo assim vamos conhecer os indicadores de desempenho logística ou KPI e suas fórmulas Vem comigo 151 Evolução dos Indicadores de Desempenho As formas tradicionais de medição de desempenho têm sua origem na Contabilidade de Custos baseadas essencialmente em medidas financeiras que conduzem à otimização de curto prazo em detrimento da saúde organizacional no longo prazo como competitividade em ambientes dinâmicos e satisfação duradoura dos stakeholders KAPLAN 1984 Sendo que estas medidas refletem muito mais o já realizado do que o que há por vir Nos ambientes dinâmicos em que o planejamento estratégico de longo prazo é crucial a organização deve possuir indicadores que permitam previsão e ação em várias frentes KAPLAN 1984 Assim surgem os Sistemas de avaliação de desempenho SAD são estruturas que integram informações de desempenho por meio de indicadores de desempenho e indicadoreschave de desempenho KPIs de forma dinâmica e acessível a fim de alcançar consistência e medições de desempenho completas LOHMAN et al 2004 Desta forma podese conceituar o sistema de avaliação de desempenho como um conjunto de indicadores utilizados para quantificar a eficácia e eficiência das operações IRFANI WIBISONO BASRI 2019 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 145 A seguir iremos conhecer os fatores que influenciaram o desenvolvimento do sistema de avaliação de desempenho Vamos começar por Década de 60 Fase da Qualidade o foco é a desta forma alguns indicadores não financeiros passaram a ser configurados e empregados pelas organizações Seguidos pelos indicadores de velocidade e a flexibilidade ao lado do custo são considerados fatores relevantes para o sucesso de uma organização consumando que somente os indicadores financeiros tradicionalmente aplicados se tornam menos relevantes BITITCI SUWIGNJO CARRIE 2001 Década de 80 Fase da Competitividade Internacional o cenário econômico é de grande pressão e competitividade internacional os controles de avaliação de desempenho aumentaram considerando agora não apenas a mensuração dos produtos e resultados mas também os processos para os obter FILHO MARTINS 2001 Década de 90 Fase da Preocupação Sócioambiental segundo Filho e Martins 2001 o foco extrapola as fronteiras da organização e além da satisfação dos clientes agora surge um novo foco que é os impactos sociais e ambientais que a organização causa no meio que está inserida A partir deste momento as organizações notaram a importância dos indicadores de desempenho no planejamento gestão e controle dos processos pois abrangem todo o alicerce para o planejamento apontam seus objetivos e metas conduzindo a organização para o caminho que está trilhando servindo como apoio nas tomadas de decisões Década 2000 até os dias atuais motivado pela explosão da tecnologia da informação e necessidade de conhecimento sobre diversos temas Logo é essencial que as organizações desenvolvam suas ferramentas e instrumentos de gestão deixando de comparar apenas indicadores financeiros contábeis e econômicos para ações gerenciais CORDEIRO 2002 Neste contexto surgem o sistema de avaliação de desempenho e os indicadores de desempenho 152 Conceito de Indicadores de Desempenho Na contemporaneidade os indicadores de desempenho são fundamentais para que uma organização possa assegurar que está percorrendo o caminho desejado em sua obrigação sempre tendo em vista a cultura e estratégia Cada setor pode dispor do seu conjunto particular de indicadores de desempenho estando estes arquitetados para mensuração de informações expressivas ao próprio setorMÜLLER 2003 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 146 Neste sentido indicadores chave de desempenho ou key performance indicators doravante denominado de KPI são indicadores que auxiliam as empresas a acompanhar a evolução das operações evitando assim o acúmulo e a utilização de informações irrelevantes É por meio dessa ferramenta que as organizações mantêm o foco e transmitem sua visão e missão aos funcionários que não estão em cargos elevados Afinal ao estabelecer e compartilhar o que será medido deixase claro para toda a equipe o que é realmente relevante SANTOS 2018 Complementado por Cabeza et al 2015 KPI é uma medida de desempenho que tem como objetivo avaliar uma atividade específica de acordo com seu resultado de uma meta operacional ou um progresso em relação aos objetivos estratégicos da empresa Já para Anton 2000 KPI é um método utilizado pelas empresas para as mesmas se guiarem Por último Bowersox e Closs 2010 relata que as três principais motivações para a utilização de indicadores de desempenho são monitorar controlar e direcionar as atividades logísticas Por que utilizar o KPI KPI é uma das principais técnicas utilizadas para auxiliar as empresas no controle de suas metas organizacionais Cabeza et al 2015 diz que o uso de KPIs é de grande relevância quando se trata de obtenção de metas estratégicas organizacionais e de negócios da empresa De acordo com Anton 2000 o processo de tomada de decisão melhora no sentido que o uso dos indicadores de desempenho permite compreender como a empresa funciona e as forças que a dirigem uma vez que indicadores de desempenho são métricas quantitativas que refletem a performance de uma organização na realização de seus objetivos e estratégias Pois segundo Cruz 2003 um indicador tem a função de demonstrar os desempenhos atuais de uma organização indicando seus pontos positivos e negativos além de chamar atenção para suas disfunções Pois este tipo de avaliação permite estabelecer prioridades em programas de melhoria da qualidade indicando quais setores da empresa as intervenções são mais importantes ou viáveis CRUZ2003 Entendese assim que os KPIs devem medir somente aquilo que é de alto impacto para a corporação Através do uso de KPIs podese compreender o quanto as estratégias estão sendo colocadas em prática ou não e devem ser segmentadas por área produção marketing logística etc visto que cada uma tem o seu papel no planejamento estratégico da corporação FRANÇA 2010 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 147 Porém há uma ressalva segundo Krauth 2005 adverte que se deve ter cautela na elaboração dos indicadores de desempenho pois não é incomum a aparição de dois indicadores com objetivos de convergência ou seja com o aperfeiçoamento de um indicador o outro agrava ANOTE ISSO Os indicadores de desempenho são sinais transformados em informações relevantes possibilitando uma visão do futuro relacionada aos objetivos e às metas simplificando as informações sobre fenômenos complexos para aperfeiçoar o processo de comunicação e transmissão dessas para o público CAVALCANTI 2009 153 Indicadores de Desempenho Logístico Em primeiro lugar as empresas cada vez mais estão conscientizandose de que não é possível atender às exigências de serviço dos clientes e simultaneamente cumprir com os objetivos de custo da empresa sem trabalhar de forma coordenada com outros participantes da cadeia de suprimentos FLEURY 2000 Sendo assim a cadeia de suprimentos integrada não deve ser vista como apenas uma atividade que agrega custos ao processo mas que também agrega valor deve se considerá la como uma atividade de gestão e desenvolver sistemas próprios de medição e avaliação de desempenho segundo suas características e particularidades SCHMITT 2002 Segundo Neves 2009 as medições podem ser desdobradas em três diferentes níveis estratégico tático ou gerencial e operacional 1 Indicadores Estratégicos ou BI Business Intelligence fazem parte do sistema de inteligência da empresa e são monitorados constantemente pelos diretores de logística ou supply chain e normalmente estão restritos a cerca de cinco indicadores da alta direção da empresa 2 Indicadores gerenciais ou KPIs key performance indicators são acompanhados diariamente ou semanalmente pelos gerentes de logística e representam de 5 a 10 indicadores mais importantes da área Parte deles será utilizada na composição dos indicadores estratégicos da alta direção da empresa FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 148 3 Métricas ordinárias são medidas do nível de supervisão para baixo são indicadores que monitoram o dia a dia da operação São extremamente importantes pois viabilizam o processo de mudança bottomup ou seja de baixo para cima São responsáveis por promover o envolvimento e a integração das equipes de trabalho permitindo um rápido e eficaz processo de mudança e quebra de paradigmas Bem como os indicadores de desempenho logístico monitoram a qualidade das operações logísticas internas da organização ou a de fornecedores Sendo assim quanto ao âmbito podem ser Figura 16 Classificação dos indicadores quanto ao âmbito Fonte Ângelo 2005 Segundo Ângelo 2005 o aprimoramento da logística interna da empresa por meio do aperfeiçoamento dos processos e do fluxo de dados e informações que trafegam em cada um dos departamentos e entre estas entidades deve ter atenção especial Já no âmbito externo conforme Ângel 2005 surgiu pela necessidade de aprimoramento das relações entre empresas de uma cadeia fez surgir a preocupação de monitoramento de indicadores de âmbito externo Logo o autor diz que os indicadores de desempenho logístico devem abranger quatro grandes áreas atendimento do pedido ao cliente gestão de estoques armazenagem e gestão de transportes Sendo assim detalhados com sua respectiva descrição memória de cálculo e melhores práticas benchmarking ANOTE ISSO Benchmarking significa ponto de referência é o processo de comparar sua própria organização suas operaçõesprocessos com outras organizações em seu setor ou no mercado mais amplo pode ser aplicado a qualquer produto processo função ou abordagem nos negóciosFRANÇA2010 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 149 1531 Indicadores de desempenho interno No panorama atual de acordo com Anton 2000 as empresas cada vez mais estão se conscientizando de que não é possível atender às exigências de serviço dos clientes e simultaneamente cumprir com os objetivos de custo da empresa sem trabalhar de forma coordenada com outros participantes da cadeia de suprimentos Portando iremos conhecer os indicadores de atendimento ao cliente produtividade da armazenagem gestão de transporte gestão de estoque 15311 Indicadores de desempenho do atendimento ao cliente Segundo Jaiswal 2008 os serviços de atendimento têm cada vez mais um papel crucial na gestão do relacionamento com o cliente permitindo a uma empresa construir manter e gerir o relacionamento com o cliente ao disponibilizar informação e responder às solicitações de forma rápida e menos dispendiosa do que num contacto presencial Várias organizações de negócios veem os serviços de atendimento como um caminho potencialmente eficaz para manter os clientes satisfeitos resultando na obtenção de vantagem competitiva por meio da satisfação do cliente Desta forma o principal objetivo das operações de um serviço deste género é responder às necessidades do cliente e prestar um serviço de qualidade para deste modo atingir níveis elevados de satisfação ANTON1997 A seguir iremos conhecer os principais KPIs de atendimento ao cliente conforme a tabela 1 Tabela 1 Indicadores de desempenho de atendimento do pedido do cliente Fonte Adaptado de Ângelo 2005 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 150 Vamos à prática A empresa Bom Sucesso SA pertence ao ramo de confecção de calça jeans e comercializa somente no estado do Paraná Sendo que no mês de Maio2022 teve 100 pedidos entregues no mês sendo que Seu faturamento é de R 25000000 mês Sendo que Temos Consideramos que uma empresa teve 100 pedidos entregues no mês contudo 65 cumpriram os requisitos de tempo e 95 estavam de acordo com especificações acordadas Assim o OTIF do período deve ser calculado da seguinte forma Sendo On Time Os produtosserviços devem ser entregues numa determinada data horário e local previamente combinado com o cliente Mede a Pontualidade da entrega In Full Os produtosserviços devem estar dentro das especificações acordadas com o cliente qualidade quantidade dimensões integridade físicas e quaisquer outros atributos específicos Mede a conformidade do pedido ao escopo combinado 1 Fórmula do OTIF Entrega perfeita Total de entregas realizadas100 2 Entrega perfeito On Time 65100 065 3 Total de entregas realizadas In Full 95100 095 4 OTIF 065 x 095 06175 6175 Este índice significa que dos 100 pedidos do período analisado somente 6175 pedidos foram atendidos on time e on full Ele está abaixo do esperado que é 70 e muito longe do ideal 100 A recomendação é que a empresa realize revisão de processos nas áreas que envolvam os departamentos comercial produção e transporte 15312 Indicadores de desempenho de gestão de estoque A gestão de estoques é um conjunto de atividades que visa atender as necessidades de material da organização com o máximo de eficiência e menor custo por meio da maior rotatividade possível tendo como objetivo principal a busca constante do equilíbrio entre nível de estoque ideal e redução dos custos gerais de estoque VIANA 2000 Na perspectiva operacional baixos estoques significam indisponibilidade de atendimento ao cliente enquanto na visão financeira estoques altos significam dinheiro parado e consequentemente maiores custos CORRÊA CORRÊA 2008 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 151 Quadro 2 Indicadores de desempenho logístico interno Gestão dos estoques Fonte Adaptado de Ângelo 2005 Vamos à prática A empresa Céu Azul SA é uma ecommerce de perfumes importados e realizou no dia 31052022 um balanço com contagem física dos itens em estoque sendo que constatou se que há 135 unidades ou SKU um código identificador único de um produto do perfume Hello e o sistema mostra 120 Sendo assim o KPI de acuracidade de estoque deve ser calculado da seguinte forma 1 Fórmula de Acuracidade de estoque Estoque físico atual por SKU Estoque contábil ou estoque reportado no sistema 100 2 Estoque físico atual por SKU 135 3 Estoque contábil ou estoque reportado no sistema 120 4 Acuracidade do estoque 135120100 88 O índice indica que 88 da quantidade que consta no estoque físico está registrado no sistema ou estoque contábil sendo assim deve ter ocorrido falha de registro do produto seja no recebimento ou faturamento do produto A orientação é realizar levantamento dos faturamentos do período e notas fiscais de entrada do produto para que se possa identificar onde aconteceu o erro e assim ajustar o processo Uma vez que as boas práticas de mercado recomendam um valor acima de 95 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 152 15313 Indicadores de desempenho de produtividade da armazenagem O autor Cordeiro 2002 salientam que a principal função da armazenagem é a administração do espaço e do tempo ou seja tratase da gestão do espaço disponível no armazém para que seja utilizado de forma organizada e racional bem como o tempo disponível para a realização das atividades operacionais do armazém Isso envolve uma clara e eficiente definição dos processos e fluxos de materiais pessoal e informação Já Cruz 2003 afirma que também são funções da gestão da armazenagem a estocagem dos produtos e o manuseio dos materiais que envolvem a escolha e manutenção dos equipamentos e estruturas utilizados do layout adotado e o controle das informações e dos processos relacionados à armazenagem Desta forma a seguir conheceremos dos indicadores da produtividade da armazenagem Quadro 3 Indicadores de desempenho logístico interno Produtividade da armazenagem Fonte Adaptado de Ângelo 2005 Vamos à prática A empresa SolBrilhante Atacado de produtos de limpeza realizou a separação e embalagem de 3000 pedidos no período de 01052022 a 31052022 sendo que o departamento de expedição possui 04 funcionários que trabalham 220 horas mensais Desta forma para calcular o KPI de pedidos por hora deve ser calculado da seguinte forma FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 153 1 Fórmula de Pedidos por hora Pedidos separados eou embaladosTotal de Horas Trabalhadas no Armazém 2 Pedidos separados 3 000 3 Total de Horas Trabalhadas no Armazém 220 horas x 04 funcionários 880 horas 4 Acuracidade do estoque 3000880 34 O índice de 34 indica que cada pedido é separado em 3h40min este índice não possui parâmetro pois ele depende do ramo da empresa produto forma de embalagem Por exemplo produtos frágeis como cristais possuem várias etapas de acondicionamento que é diferente de produtos siderúrgicos ou carga refrigerada Assim cada empresa deve definir sua melhor prática 15314 Indicadores de desempenho de gestão de transporte Antes de mais nada Cruz 2003 diz que gestão dos transportes deva ser executada pela avaliação dos serviços de transporte baseados em parâmetros que permitam demonstrar o desempenho por exemplo em Velocidade Tempo gasto em trânsito Disponibilidade Capacidade de atender a qualquer origem e destino Confiabilidade Potencial de variação no tempo total de prestação do serviço Capacidade Condição de manipular qualquer carga e em qualquer quantidade Frequência Capacidade de atender a qualquer momento Logo iremos conhecer os indicadores que realizam a métrica destes parâmetros conforme demonstrado no quadro 4 Quadro 4 Indicadores de desempenho logístico interno Gestão de transportes Fonte Adaptado de Ângelo 2005 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 154 Vamos à prática A empresa MaçaCanela do ramo alimentício no mês de Maio2022 teve um custo com transporte de R500000 sendo que o total de vendas foi de R 1500000 Sendo assim o cálculo de custos de transporte com um sobre as vendas deve ser calculado da seguinte forma 1 Fórmula de Custos de Transportes com um das vendas Custo Total de Transportes R Vendas Totais R 2 Custo Total de Transportes R R 500000 3 Vendas Totais R R 1500000 4 Custo de transporte sobre das vendas 500015000 033x100 3333 O índice de 3333 indica o valor de frete sobre o valor de vendas totais deste índice varia conforme o tipo de negócio da empresa Porém é de praxe as empresas pagarem até 3a 5 de frete contudo produtos com baixo valor agregado os percentuais são maiores uma vez que provavelmente o frete será calculado pelo método da cubagem 1532 Indicadores de desempenho externo Muito mais do que ferramentas de acompanhamento do serviço prestado pelos parceiros da cadeia de suprimentos para possível negociação os indicadores de desempenho logístico externo são fundamentais para a definição de políticas e processos internos que dependem do desempenho de seus parceiros Além disso eles são essenciais na coordenação de políticas que garantam a competitividade da cadeia de suprimentos ÂNGELO 2005 Quadro 5 Indicadores de desempenho logístico externo Fonte Adaptado de Ângelo 2005 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 155 Vamos à prática O departamento de compras realizou a aquisição de matéria prima A de 500 unidades do produto AA fabricadas pelo fornecedor BB no valor de R 6000000 com data de entrega para o dia 10062022 o produto deverá ser entregue de acordo com o projeto anexado ao pedido de compra Sendo assim os departamentos de expedição e qualidade receberam no dia 10062022 o pedido com 500 unidades contudo somente 400 unidades estavam de acordo com as especificações solicitadas Desta forma para calcular o indicador de recebimento de produtos nas especificações de qualidade você deverá utilizar a seguinte fórmula 1 Fórmula de Recebimento de produtos nas especificações de qualidade Produtos recebidos dentro das especificações de qualidade acordadas com o fornecedorTotal de produtos aceitos100 2 Produtos recebidos dentro das especificações de qualidade acordadas com o fornecedor 400 3 Total de produtos aceitos 500 4 Recebimento de produtos nas especificações de qualidade 400500100 80 Desse modo o fornecedor BB está entregando 80 do pedido com as especificações solicitadas em projeto logo a empresa AA terá custos extras transporte atraso na entrega para o cliente final linha de produção parada entre outros O ideal é que o índice seja bem próximo a 100 ou seja o fornecedor entrega os produtos conforme solicitado Diante do exposto o monitoramento de controle de indicadores de desempenho logístico na maioria das vezes é provido de sistemas de informações o que garante que os indicadores representam o real desempenho das atividades logísticas Após a medição é feito o monitoramento e o controle dos indicadores Neste momento é importante buscar atingir a meta é estabelecer limites entre os quais os indicadores variam ÂNGELO 2005 Lembrando que há inúmeros indicadores de desempenho neste capítulo apresentamos alguns dos mais importantes para que você se familiarize e possa elaborar seus próprios indicadores e melhores práticas de acordo com a realidade da sua empresa Assim finalizamos este capítulo Bons estudos FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 156 CONCLUSÃO Prezadoa estudante Neste material primei em trazer os principais conceitos e fundamentos da logística empresarial por meio de vasta pesquisa bibliográfica de autores conceituados na área No percurso dos quinze capítulos procurei aliar teoria com a prática para que você pudesse visualizar o dia a dia de um profissional da logística Aprendemos que a logística já era presente no cotidiano no homem das cavernas seja para a armazenagem ou memorizar roteiro de caça a seguir na Revolução Industrial a logística sofreu um salto para as linhas de montagem já na Guerra ela foi essencial para garantir os suprimentos aos soldados do front e atualmente é primordial para o sucesso empresarial seja meio do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Destacamos também a importância da escolha correta do modal de transporte de acordo com as características da carga orçamento financeiro para atingir o nível de serviço logístico esperado pelo cliente Lembrando que logística é o produto certo na hora certa custo certo no local certo Levantamos também o conceito e importância do tema como indicadores logísticos MRP Just in Time que são responsáveis em medir e gerenciar os custos eficácia nível de serviço das organizações E assim propiciar um diagnóstico de identificação dos pontos a serem maximizados na cadeia de suprimentos e logo aumentar a eficácia do processo como um todo Desta forma ao pensarmos em uma empresa voltada para a administração estratégica a logística empresarial merece destaque pois permeia e promove o elo entre todos os departamentos da empresa e seus fornecedores externos A partir de agora você está preparado para aprofundar seus estudos desenvolvendo suas habilidades para criar melhorias e inovações logísticas Até uma próxima oportunidade Muito obrigada FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 157 ELEMENTOS COMPLEMENTARES LIVRO Título Gerenciamento da Cadeia de SuprimentosLogística Empresarial Autor Ronald H Ballou Editora Bookman Sinopse Essa é uma das obras mais indicadas quando se trata de logística É escrita por Ballou uma das maiores referências da área de maneira simples e foi criada com a intenção de apresentar alguns fundamentos da logística e cadeia de suprimentos Há quem diga que essa é uma leitura obrigatória para os profissionais da logística tanto os que ainda estão começando quanto os que querem aprimorar os conhecimentos Entre os pontos abordados estão estratégia de estoques previsão de demanda fundamentos do transporte localização das instalações organização da cadeia de suprimentos nível de serviço ao cliente FILME TítuloLUNCHBOX Ano 2014 Sinopse Na Índia existe um grandioso sistema logístico de entrega de refeições já estudado por Harvard e que atendeu aos requisitos do famoso sistema de qualidade Seis Sigma Ele contempla inclusive a logística reversa pois as marmitas voltam vazias para as casas de onde saíram As entregas são feitas de várias formas primeiro as marmitas são coletadas em bicicleta depois transportadas em trem para finalmente serem entregues nos escritórios Segundo estudos a margem de erro é baixíssima um a cada seis milhões de envios Não é sem motivo que a obra indiana se destaca entre os filmes que abordam a logística por mostrar o grandioso sistema que ensina conceitos importantes sobre o tema O longa estrelado por Nimrat Kaur e Irrfan Khan reúne culinária entregas romances e ainda esclarece um pouco mais sobre a cultura daquele país FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 158 WEB O texto traz a perspectiva da logística Pós Covid 19 pela Associação Brasileira de Logística ABRALOG O artigo relata os desafios a serem enfrentados pela logística pós pandemia como manter o padrão de qualidade mesmo com o aumento do combustível de 74 para a gasolina e 65 o diesel que acarretou na elevação do frete ou o agravamento da escassez de contêineres Contudo os empresários estão otimistas na retomada da economia e colocar em prática os aprendizados muitas inovações estão por vir Reinventar será o lema para sair da crise httpswwwabralogcombrnoticiasasinovacoesnalogisticaeperspectivas para2022 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 159 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE INTERNACIONAL ABRETI Modal Aquaviário Brasília 2012 AGUIAR G F Compreendendo o Kanban um ensino interativo ilustrado Curitiba Da Vinci 2007 ALMEIDA M S AMARAL M MORABITO R Um Estudo Sobre Localização de Terminais Intermodais na Rede de Escoamento de Soja Brasileira Production v 26 n 3 2016 ALMEIDA Márcio Ferreira Revista logística para todos Os cinco modais de Transportes 2011 ALVAREZBALLESTEROS Maria Esmeralda Administração da Qualidade e Produtividade Abordagens do Processo Administrativo São Paulo Atlas 2001 ANAC Agência Nacional de Aviação Civil RBAC Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 139 Emenda 05 Certificação Operacional de Aeroportos Brasília Anac 2015 ANTAQ Agência Nacional de Transporte Aquaviário Características do modal aquaviário Brasília 2012 ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários Setor portuário movimenta 12 bilhão de toneladas de cargas em 2021 Ministério da Infraestrutura 2021 ANTAS Luiz Mendes Glossário de termos técnicos São Paulo Traço 1979 ANTON J The past present and future of customer access centers International Journal of Service Industry Management 2000 ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres Anuário Estatístico dos Transportes Terrestres 2022 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 160 ARAGÃO A M S et al Aplicação da curva abc em uma empresa do setor atacadista no estado de Sergipe In XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil Anais João PessoaPB 2016 ARNOLD J Administração de materiais uma introdução São Paulo Atlas 1999 ARNOLD JRTony Administração de materiais uma introdução Tradução Celso Rimoli Lenita R Esteves São Paulo Atlas 1999 AZEVEDO Jovane Medina Cadeia de abastecimento no Comércio Eletrônico sob a ótica de redes flexíveis um método de estruturação 2002 289 f Tese Doutorado em Engenharia de Produção Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 2002 AZEVEDO Jovane Medina Cadeia de abastecimento no Comércio Eletrônico sob a ótica de redes flexíveis um método de estruturação 2002 289 f Tese Doutorado em Engenharia de Produção Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 2002 BAILY Peter Compras Princípios e Administração São Paulo Atlas 2000 BALLOU R H Gerenciamento da cadeia de suprimentoslogística empresarial 5 ed Porto Alegre Bookman 2005 BALLOU Ronald H Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos 4 ed Porto Alegre Bookman 2001 BALLOU Ronald H Logística empresarial São Paulo Atlas 1993 BALLOU Ronald H Logística empresarial transporte administração de materiais e distribuição física São Paulo Atlas 1993 BALLOU Ronald H Logística empresarial transportes administração de materiais e distribuição física São Paulo Atlas 2010 BALLOU Ronald H Logística empresarial transportes administração de materiais e distribuição física São Paulo Atlas 2010 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 161 BALLOU Ronald H Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Logística Empresarial Editora Bookman Porto Alegre RS2006 BARROS A J da S Fundamentos da Metodologia Científica 3 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2007 BERTAGLIA P Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento São Paulo Saraiva 2006 BETTINI HFAJ Um retrato da aviação regional no Brasil São José dos Campos ITA 2007 BITITCI US SUWIGNJO P CARRIE A S Strategy management through quantitative modeling of performance measurement systems International Journal of Production Economics v 69 p 1522 2001 BORGES NETO Camilo Manual didático de ferrovias 2012 195f Setor de tecnologia de De transportes Universidade Federal do Paraná 2012 BOWERSOX Donald J Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística Editora Campus Rio de Janeiro RJ 2007 BOWERSOX D J CLOSS David J Logística Empresarial São Paulo Atlas SA 2010 BOWERSOX D CLOSS D COOPER M Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística Rio de Janeiro Elsevier 2001 BOWERSOX D CLOSS D COOPER M Gestão logística de cadeias de suprimentos Porto Alegre Bookman 2006 BOWERSOX Donald J CLOSS David J Logística empresarial o processo de integração da cadeia de suprimentos São Paulo Atlas 2001 BOWERSOX Donald J CLOSS David J Logística empresarial o processo de integração da cadeia de suprimentos São Paulo Atlas 2009 BOWERSOX Donald J CLOSS David J COOPER M Bixby Gestão da Cadeia de suprimentos e logística Rio de Janeiro Elsevier 2007 BOWERSOX Donald J Logística Empresarial São Paulo Atlas 2011 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 162 BOWERSOX Donald CLOSS David Logística empresarial o processo de integração da cadeia de suprimentos Tradução equipe do Centro de Estudos em Logística e Adalberto Ferreira das Neves São Paulo Atlas 2001 BRASIL Decreto nº 24497 de 29 de junho de 1934 BRASIL Decreto nº 5141 de 05 de janeiro de 1927 BRASIL Decreto nº 8014511 de 15 de agosto de 1977 Institui o Código Civil Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF ano 139 n 8 p 174 11 jan 2002 BRASIL DecretoLei nº 8463 de 27 de Dezembro de 1945 BRASIL Lei nº 467 de 31 de Julho de 1937 BRASIL Metas e Bases para a Ação de Governo 1970 1973 Rio de Janeiro IBGE 1970 CAIXETAFILHO José Vicente MARTINS Ricardo Silveira Gestão logística do transporte de cargas São Paulo Atlas 2001 CASTIGLIONI José Antonio de Mattos Logística Operacional Guia Prático 2 ed São Paulo Érica 2009 CASTRO N LARNY P Desregulamentação do setor de transporte o subsetor de transporte aéreo de passageiros Texto para discussão n 319 Brasília IPEA 1993 CASTRO Newton de Privatização e regulação dos transportes no Brasil In CAIXETAFILHO CAVALCANTI T KPI como ferramenta no controle de custos do estoque 48 f Trabalho de conclusão de curso Logística ênfase em transportes Faculdade de Tecnologia Zona Leste São Paulo 2009 CHIAVENATO Idalberto Administração de Materiais uma abordagem introdutória 5 Rio de Janeiro Elsevier 2005 CHING Yong Y Gestão de estoques na cadeia de logística integrada supply chain São Paulo Atlas 1999 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 163 CHRISTOPHER M Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos São Paulo Pioneira 1997 CHRISTOPHER M Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos criando redes que agregam valor Mauro de Campos Silva 2 ed São Paulo Cengage Learning 2009 CNT Confederação Nacional de Transportes Plano CNT de Transporte e Logística Brasília 2006 CNT Confederação Nacional do Transporte Boletim Estatístico 06 Brasília 2017 CNT Confederação Nacional do Transporte Pesquisa CNT de Ferrovias 2011 Brasília 2011 COOPER MC LAMBERTD PAGHJ SMCmore than a new name for logistics International Journal of Logistics Management 1997 CORDEIRO J V B de M Reflexões sobre a avaliação do desempenho empresarial na era da informação uma comparação entre a gestão do capital intelectual e o Balanced Scorecard Revista da Fae Curitiba v5 n2 p 6176 maio 2002 CORRÊA H L CORRÊA C A Administração de Produção e Operações Manufatura e Serviços uma abordagem estratégica 2 ed São Paulo Atlas 2008 CORRÊA Henrique L Just In Time MRP e OPT um enfoque estratégico Henrique L de Corrêa Irineu G N Gianesi 2ª Edição 14ª Reimpressão São Paulo Atlas 2009 CORRÊA Henrique L CAON Mauro Gestão de serviços lucratividade por meio de operações e de satisfação dos clientes 1 ed São Paulo Atlas 2014 CORRÊA Henrique Luiz GIANESI Irineu G N CAON Mauro Planejamento programação e controle da produção MRPMRPII São Paulo Atlas 2010 COSTA M Fátima FARIA A Cristina Gestão de custos logísticos São Paulo Atlas 2010 CRUZ T Sistemas Métodos Processos São Paulo Atlas 2003 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 164 DAVIS M AQUILANO N CHASE R Fundamentos da administração da produção Porto Alegre Bookman 2001 DEGRASSI S The seaport network Hamburg Tese Doutorado Universidade de Hamburgo Hamburgo2001 DIAS João Carlos Quaresma Logística global e macrológica Lisboa Edições Silabo 2005 DIAS M A P Administração de materiais uma abordagem logística 4 ed São Paulo Atlas 2007 DIAS Marco Aurélio P Administração de Materiais Princípios Conceitos e Gestão São Paulo Atlas 2012 DIAS Marco Aurélio P Administração de materiais princípios conceitos e gestão 5 ed 4 reimp São Paulo Atlas 2009 DIAS Marco Aurélio P Administração de materiais uma abordagem logística São Paulo Atlas 1993 DORNIER Philippe Pierre et al Logística e operações globais textos e casos São Paulo Atlas 2000 EMPRESA BRASILEIRA DE PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES GEIPOT Caminhos do Brasil Brasília GEIPOT 2001 FELDENS L F Impacto da tecnologia da informação nas variáveis estratégicas organizacionais na gestão da cadeia de suprimentos Dissertação de mestrado Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Administração Programa de pósgraduação em administração Porto Alegre2005 FERNANDES Kleber dos Santos Logística fundamentos e processos 1ed rev Curitiba PR IESDE Brasil 2012 FERREIRA Francisco 150 anos de transportes no Brasil 18221972 Brasília Ministério dos Transportes 1974 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 165 Ferreira NS Discussão das Abordagens Teóricas na Investigação de Práticas de Concorrência Predatória no Transporte Aéreo São José dos Campos 2022 FIGUEIREDO K F FLEURY P F WANKE PETER Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos planejamento do fluxo de produtos e recursos São Paulo Atlas 2009 FIGUEIREDO Kleber F FLEURY Paulo F WANKE Peter Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos planejamento do fluxo de produtos e dos recursos São Paulo Atlas 2003 FILHO J V C MARTINS Ricardo S Gestão logística do transporte de cargas São Paulo Atlas 2001 FLEURY A C C FLEURY M T L Estratégias competitivas e competências essenciais perspectivas para a internacionalização da indústria no Brasil Gestão e Produção v10 2003 FLEURY Afonso CC FLEURY Maria TL Estratégias competitivas e competências essenciais perspectivas para a internacionalização da indústria no Brasil Gestão e Produção São Paulo v 10 n 2 2003 FLEURY P F FIGUEIREDO K F WANKE P Logística empresarial a perspectiva brasileira São Paulo Editora Atlas 2000 FLEURY Paulo Fernando Logística Empresarial a Perspectiva Brasil São Paulo Atlas 2000 FURLANETO E Formação das estruturas de coordenação nas cadeias de suprimentos estudo de caso em cinco empresas gaúchas Porto Alegre Tese Doutorado Escola de Administração Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2002 GAITHER N FRAZIER G Administração da Produção e Operações São Paulo Pioneira 2001 GIROTTI L J et al Production Planning and Control a survey of teachers in Production Engineering Production v 26 n 1 p 176189 mar 2016 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 166 GONÇALVES Paulo Sérgio Administração de materiais 2 ed Rio de Janeiro Elsevier 2007 GONÇALVES Paulo Sérgio Administração de materiais 5edrevatual Rio de Janeiro Elsevier 2016 GURGEL F Logística industrial São Paulo Atlas 2000 HIJJAR M F Segmentação de mercado para diferenciação dos serviços logísticos In FLEURY P F 1 ed São Paulo Atlas 2000 HUANG ChunChe KUSIAK Andrew Overview of Kanban systems Intelligent System Laboratory Department of Industrial Engineering The University of Iowa 1996 Infraestrutura pela Evolução dos Navios Tipo Pluralidade v 2 n 3 São Paulo2014 IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Portos Brasileiros Diagnósticos Políticas e Perspectivas Série Eixos de Desenvolvimento Brasileiro Comunicados do IPEA n 48 Brasília 2010 IPEA Panorama e Perspectivas para o transporte aéreo no Brasil e no Mundo Série Eixos do desenvolvimento n 54 Brasília Ipea 2010 IRFANI D P WIBISONO D BASRI M H Logistics performance measurement framework for companies with multiple roles 23 Ed Indonesia Measuring Business Excellence 2019 JAISWALL A Customer satisfaction and service quality measurement in Indian call centers Managing Service Quality 2008 José Vicente MARTINS Ricardo Silveira Org Gestão logística do transporte de cargas São Paulo Atlas 2001 KAPLAN R S Yesterdays accounting undermined production Harvard Business Review v62 n4 p95101 julago1984 KEARNEY A T Os segredos da supply chain HSM Management São Paulo v 8 n 46 2004 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 167 KEEDI Samir Logística de transporte internacional veículo prático de competitividade São Paulo Aduaneiras 2001 LACERDA S M Investimentos nos portos brasileiros oportunidade da concessão da infraestrutura portuária BNDES Setorial Rio de Janeiro n 22 2005 LAMBERT Douglas Issues in supply chain management Industrial Marketing Management New York v29 n12000 LESSA C Quinze anos de política econômica Campinas Universidade Estadual de Campinas 1964 LOHMAN C FORTUIN L WOUTERS M Designing a performance measurement system a case study 156 Ed Eindhoven European Journal of Operational Research 2004 LOPES Christian Botelho et al Sistemas de Produção MRP MRP II In 2º Congresso de Pesquisa Científica Inovação Ética e Sustentabilidade 2012 Marília Univem 2012 LUMMUS Rhonda R VOKURKA Robert J Defining supply chain management a historical perspective and practical guidelines Industrial Management Data Systems Wembley Middlesex v99 n11999 MALAGUTTI A O Evolução da Aviação Civil no Brasil Brasília Câmara dos Deputados 2001 MARTINS P G LAUGENI F P Administração da Produção e Operações São Paulo Saraiva 2009 MARTINS Pérsio Penteado Pinto O sistema just in time uma visão crítica de sua implementação 200612 f Artigo XIII SIMPEP Unip Bauru 2006 MARTINS V M A da SILVA G C C Logística reversa no Brasil Estado das Práticas 2006 MAXIAMIANO Antônio Cesar Teoria Geral da Administração 4 ed São PauloSP Editora Atlas 2004 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 168 MENDES M R FILHO L C DE B A Experiência da Elaboração de um PCP um Caso de uma Indústria de Alimentos Revista de Engenharia e Pesquisa Aplicada v 2 n 2 27 jul 2017 MENDONÇA P C C e KEEDI S Transportes e Seguros no Comércio Exterior São Paulo Aduaneiras 1997 MENTZER JT DeWITT W KEEBLER JS MIN S NIX NW SMITH CD and ZACHARIA ZG Defining supply chain management Journal of Business Logistics v 22 n 2 2001 MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES Planos de viação Evolução histórica 1808 1973 Rio de Janeiro Conselho Nacional de Transportes 1974 MINTZBERG H Ahlstrand B Lampel J Safári de estratégia um roteiro pela selva do planejamento estratégico Porto Alegre Bookman2000 MONDEN Y What makes the Toyota production system really tick Industrial Engineering 1336 1985 MORAES H B Portos Material Didático Departamento de Engenharia de Transportes Centro Tecnológico Universidade Federal do Pará 2003 MOURA D A DE BOTTER R C O transporte por cabotagem no Brasil potencialidade para a intermodalidade visando a melhoria do fluxo logístico Revista Produção Online v 11 2011 MOURA Reinaldo A Manual de logística armazenagem e distribuição física 2ª ed São Paulo IMAM 1997 MOURA Reinaldo Aparecido Kaban A Simplicidade do Controle da Produção São PauloSP Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais IMAM 1994 MÜLLER C J Modelo de gestão integrando planejamento estratégico sistemas de avaliação de desempenho e gerenciamento de processos MEIO Modelo de estratégia indicadores e operações 246 f Tese Doutorado Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS Porto Alegre 2003 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 169 MULLER M Essentials of inventory management AMACOM Div American Mgmt Assn2011 MURTA Aurélio L S Subsídios para o Desenvolvimento de Estudos de Impactos Ambientais para projetos de Transporte Dutoviário 2003 Dissertação Mestrado Programa de PósGraduação em Engenharia de Transportes Instituto Militar de Engenharia Rio de Janeiro 2003 NAZÁRIO P Intermodalidade Importância para a logística e estágio atual no Brasil Rio de Janeiro RJ Ilos 2000 NAZÁRIO Paulo A Importância de Sistemas de Informação para a Competitividade Logística 2000 NAZÁRIO Paulo Intermodalidade importância para a logística e estágio atual no Brasil São Paulo 2000 NEVES EA Modais de transporte análise do panorama atual brasileiro e um estudo bibliométrico In XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO XXXVIII ALAGOAS 16 A 19 out 2018 NOVAES A Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição Rio de Janeiro Elsevier 2007 NOVAES Antônio G Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição estratégia operação e avaliação Rio de Janeiro Campus 2001 OHNO Taiichi O sistema Toyota de produção além da produção em larga escala Tradução Cristina Schumacher Porto Alegre Artes Médicas 1997 OLIVEIRA AVM Estudos dos determinantes de preços das companhias aéreas no mercado doméstico Rio de Janeiro Anac 2009 ORLICKY JA Net Change Material Requirements Planning IBM Systems Journal v12 n1 p229 1973 PARRA P H PIRES S R I An Analyse of supply chain management in the computer industry Gestão Produção São Carlos v 10 n 1 2003 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 170 PAURA GL Fundamentos da logística Instituto Federal do Paraná Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil eTec Brasil Curitiba 2016 PEREIRA A Breve história da aviação comercial brasileira Rio de Janeiro Europa1987 PEREIRA Humberto Modais de transportes Revista Administradores 2010 PEREIRA M A Apostila de Sistemas de Transportes Departamento de Transportes Universidade Federal do Paraná Curitiba 2013 PEREIRA M A ELOÁ L Apostila de Sistemas de Transportes Departamento de Transportes Universidade Federal do Paraná Curitiba 2013 PIRES Silvio RI Gestão da Cadeia de Suprimentos conceitos práticas e casos supply chain management São Paulo Atlas 2003 PNLPa Plano Nacional de Logística Portuária Tendências Internacionais e Análise Estratégica Brasília 2012 PORTER M E What is strategy 6número Harvard Business Review volume 74 1996 POZO Hamilton Administração de recursos materiais e patrimoniais uma abordagem logística São Paulo Atlas 2001 POZO Hamilton Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais uma abordagem logística 4 ed2007 PROVIN T D SELLITTO A M V Política de Compra e Reposição de estoques em uma empresa de pequeno porte do ramo atacadista de materiais de construção civil Revista Gestão Industrial v 07 n 02 p187 200 2011 RAZZOLINI FILHO Edelvino Transporte e modais com suporte de TI e SI 2 Ed Curitiba Ibpex 2009 RIBEIRO João Victor de Oliveira Solon Estudo sobre a utilização de Sistemas Multiagentes na indústria 40 VII Simpósio de Iniciação Científica Didática e de Ações Sociais da FEI São Bernardo do Campo FEI 2017 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 171 RIBEIRO PCC FERREIRA KA Logística e transportes uma discussão sobre os modais de transporte e o panorama brasileiro In XXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO XXII CURITIBA 23 A 25 out 2002 ROCHA CF O Transporte de cargas no Brasil e sua importância para a Economia Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Ciências Econômicas Ijuí UNIJUI 2015 RODRIGUES P R A Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e a Logística Internacional São Paulo Aduaneiras 2004 RODRIGUES P R A Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional 4º ed São Paulo Aduaneiras 2006 RODRIGUES P R A Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional 3 ed São Paulo Aduaneiras 2005 RODRIGUES Paulo Roberto Ambrósio Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e a Logística Internacional São Paulo Aduaneira 1 ed 2000 RODRIGUES Paulo Roberto Ambrósio Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e à logística internacional São Paulo Aduaneiras 3 ed 2003 SALES A S F FERREIRA M L Gestão Estratégica da Informação na Logística Reúna Revista de Economia da UNA v 7 n 2 abrjun2000 SANTOS Adriana de Paula Lacerda Estruturação do processo de compras de materiais para viabilizar a implantação do comércio eletrônico na indústria da construção civil 2002 243f Dissertação Mestrado em Engenharia Universidade Federal do Paraná Curitiba 2002 SANTOS F C Canais de Acesso aos Portos Brasileiros Demandas de concessão da infraestrutura portuária BNDES Setorial Rio de Janeiro n 22 2005 SANTOS P V S LIMA N V M Fatores de impacto para sobrevivência de micro e pequenas empresas MPES Curitiba v 3 n 5 p 5477 2018 SCHONBERGER R J A Ansari Justintime purchasing can improve quality Journal of Purchasing and Material Management pages 27 Spring 1984 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 172 SCHONBERGER R J The japanese justintime total quality control production system Potencial for developing countries Int Journal of Produciton Research 2234214301994 SCHWITZKY M Acuracidade dos métodos de previsão e a sua relação com o dimensionamento dos estoques de produtos acabado Dissertação Mestrado em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis 2001 SEP Secretaria Especial de Portos Portos Brasileiros Brasília 2011 SILVA Cláudio Ferreira da PORTO Marcos Maia Transporte Seguros e a Distribuição Física Internacional de Mercadorias 2º Ed São Paulo Aduaneiras 2003 SILVA Mônica Maria BAZOLI Thiago Nunes Operações e logística São Paulo Pearson Education do Brasil 2010 SILVEIRA M ROGÉRIO Estradas de ferro no Brasil das primeiras construções às parcerias públicas privadas Rio de Janeiro Interciência 2007 SILVEIRA Márcio Rogério Desenvolvimento econômico e transporte ferroviário abordagem para o caso catarinense OurinhosSP Wm Pereira 2006 SLACK N Administração da Produção 2ed São Paulo Atlas 2009 SONINO G Depois da turbulência a aviação comercial brasileira aprende com suas crises São Paulo APVAR 1995 TADEU Hugo Ferreira Braga Gestão de estoques fundamentos modelos matemáticos e melhores práticas aplicadas 1 ed São Paulo Cengage Learning 2011 TAYLOR D Logística na cadeia de suprimentos uma perspectiva gerencial São Paulo Pearson AddisonWesley 2005 UELZE Reginald Logística empresarial uma introdução à administração dos transportes São Paulo Pioneira 1974 UNCTAD Desenvolvimento e Melhoria dos Portos Os Princípios de Gestão e Organização dos Portos Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento Brasília 1992 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA PROFa LILIAN GONÇALVES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 173 VIANA João José Administração de materiais um enfoque prático São Paulo Atlas 2002 VIANA João José Administração de Materiais um enfoque prático 1 ed São Paulo Atlas 2010 VIANA João José Administração de Materiais um enfoque prático 10 ed São Paulo Atlas 2000VIEIRA Guilherme B B Transporte Internacional de cargas Aduaneiras 2002 VIEIRA H F Gestão de estoques e operações industriais Curitiba IESDE 2009 VIEIRA José Geraldo Vidal CPFR como driver de gestão de inovação tecnológica em Supply Chain In SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO SEMEAD 6 2003 São Paulo Anais São Paulo FEAUSP2003 VOLLMANN Carl Sistemas de Planejamento e Controle da Produção para o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Porto Alegre Bookman 2006 WERNECK Paulo Comércio Exterior Despacho Aduaneiro 3º ed Curitiba Juruá Editora 2001 WOOD Jr T ZUFFO P K Supply chain Management Revista de Administração de Empresas São Paulo v 38 n 3 1998 WOOD Jr T ZUFFO P K Supply chain Management Revista de concessão da infraestrutura portuária BNDES Setorial Rio de Janeiro n 22 2005