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2.1. Gerações de direitos fundamentais\n\nOutra perspectiva histórica situa a evolução dos direitos fundamentais em três gerações. A primeira delas abrange os direitos referidos nas Revoluções americana e francesa. São os primeiros a ser positivos, daí serem ditos de primeira geração. Pretendia-se, sobretudo, fixar uma esfera de autonomia pessoal refratária às expansões do Poder. Dai esses direitos traduzirem-se em postulados de abstenção dos governantes, criando obrigações de não fazer, de não intervir sobre aspectos da vida pessoal de cada individuo. São considerados indispensáveis a todos os homens, ostentando, pois, pretensão universalista4. Referem-se a liberdades individuais, como a consciência, da reunião, e a inviolabilidade de domicílio. São direitos em que não desponta preocupação com desigualdades sociais. O paradigma de titular desses direitos é o homem individualmente considerado. Por isso, a liberdade sindical e o direito de greve – considerados, então, fatores desarticuladores do livre encontro de indivíduos autônomos – não eram tolerados no Estado de Direito liberal. A preocupação em manter a propriedade seria de parâmetro e de limite para a identificação dos direitos fundamentais, notando-se poca tolerância para as pretensões que lhes fossem coincidentes. \n\nO descalço para com os problemas sociais, que veio a caracterizar o État Gendarme, associado às pressões decorrentes da industrialização em marcha, o impacto do crescimento demográfico e o agravamento das disparidades no interior da sociedade, tudo isso gerou novas reivindicações, impondo ao Estado um papel ativo na realização da justiça social. O ideal absentista do Estado liberal não respondia, satisfatoriamente, às novas exigências. Uma nova compreensão do relacionamento Estado/sociedade levou os Direitos Públicos a assumir um papel ativo para superar suas angústias estruturais. Dai o progressivo estabelecido pelos Estados de seguros sociais variados, importando intervenção intensa na vida econômica e a orientação das ações estatais para objetivos de justiça social. Como consequência, uma diferença pletora de direitos ganhou espaço no catálogo dos direitos fundamentais – direitos que não mais correspondiam a uma pretensão de abstenção do Estado, mas que obrigam a prestações positivas. São os direitos de segunda geração, por meio dos quais se intenta estabelecer uma liberdade real e igual para todos, mediante a ação corretiva dos Poderes Públicos. Dizem respeito a assistência social, saúde, educação, trabalho, lazer etc.\n\nO princípio da igualdade de fato ganha relevo nessa segunda geração dos direitos fundamentais, a ser atendido por direitos a prestação e pelo reconhecimento de liberdades sociais – como a de sindicalização e o direito de greve. Os direitos de segunda geração são chamados de direitos sociais, não porque sejam direitos de coletividade, mas por se ligarem às reivindicações de justiça social – na maior parte dos casos, esses direitos têm por titulares indivíduos singularizados.\n\nJá os direitos chamados de terceira geração peculiarizem-se pela titularidade difusa ou coletiva, uma vez que são concebidos para a proteção não do homem isoladamente, mas de coletividades, de grupos. Tem-se, aqui, o direito à paz, ao desenvolvimento, à qualidade do meio ambiente, a conservação do patrimônio histórico e cultural5.\n\nEssa distinção entre gerações dos direitos fundamentais é estabelecida apenas com o propósito de situar os diferentes momentos em que esses grupos de direitos surgem como reivindicações acolhidas pela ordem jurídica. Deve-se ter presente, entretanto, que falar em sucessão de gerações não significa dizer que os direitos previstos num momento tenham sido suprimidos por aqueles surgidos em instante seguinte. Os direitos de cada geração persistem válidos juntamente com os direitos da nova geração, ainda que o significado de cada um soro um influxo das concepções jurídicas e sociais prevalentes nos novos momentos. Assim, um antigo direito pode ter seu sentido adaptado às novidades constitucionais. Entende-se, pois, que tantos direitos a liberdade não guardam, hoje, o mesmo conteúdo que representavam antes surgiram os direitos de segunda geração, como as ações de justiça social, e antes que fossem acolhidos os direitos de terceira geração, como o da proteção ao meio ambiente. Basta que se pense em como evoluiu a compreensão do direito à propriedade, desde a Revolução Francesa até a incorporação às preocupações constitucionais das modernas sociais de proteção ao meio ambiente. Os novos direitos não podem ser desprezados quando se trata de definir aqueles direitos tradicionais.\n\nPode ocorrer, ainda, que alguns chamados novos direitos sejam apenas os antigos adaptados às novas exigências do momento. Assim, por exemplo, a garantia contra certas manipulações genéticas muitas vezes traz à baila o clássico direito à vida, confrontado, porém, com novas abordagens à ciência e técnica.\n\nA visão dos direitos fundamentais em termos de gerações indica a caráter cumulativo na evolução desses direitos no tempo. Não se deve deixar de situar todos os direitos com os das outras, nesse processo, dá-se a compreensão. 3. CONCEÇÕES FILOSÓFICAS JUSTIFICADORAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS\n\nBusca-se encontrar em sistemas de pensamento uma justificativa para os direitos fundamentais. Intenta-se estabelecer uma justificação filosófica que os torne necessários e os reforce. Verifica-se, contudo, uma disputa de variadas vertentes filosófico-jurídicas quanto se trata de expor a razão de ser definitiva dos direitos humanos. Jorge Miranda anota múltiplas concepções filosóficas nesse campo de debate, muitas vezes exclusivamente entre si6. Assim, para os jusnaturalistas, os direitos do homem são imperativos do direito natural, anteriores e superiores à vontade do Estado. Já para os positivistas, os direitos do homem são faculdades outorgadas pela lei e reguladas por ela. Para os idealistas, os direitos humanos são ideias, princípios abstratos que a realidade vai acolhendo ao longo do tempo, ao passo que, para os realistas, seriam o resultado direto de lutas sociais e políticas.
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