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Radiologia odontológica Aula 2: Anomalias e trauma dos dentes e estruturas faciais Apresentação Nesta aula, discutiremos algumas patologias de interesse para quem trabalha com radiologia odontológica por elas aparecerem com certa frequência na população geral. Trata-se das anomalias dentárias congênitas, as de desenvolvimento e as adquiridas. Será dado um enfoque às suas aparências radiográficas a fim de que você, futuro profissional, se sinta capaz de reconhecê-las ao se deparar com imagens sugestivas. Objetivos Identificar em imagens radiográficas processos patológicos comuns e de alta incidência na prática odontológica; Descrever características de imagens compatíveis com trauma dentário e dos ossos maxilares. Anomalias dentárias Essas alterações podem estar relacionadas a: Forma; Tamanho; Número; Posição; Padrão de erupção; Constituição e/ou função dos dentes. Podemos ainda dividir as anormalidades dentárias entre aquelas: Influenciadas por fatores ambientais (adquiridas); Idiopáticas (de desenvolvimento); De natureza hereditária ou genética (congênitas). Fonte: Shutterstock por: wuttichok1.99foto. Veremos a seguir as principais alterações relacionadas aos dois primeiros grupos por elas serem as mais frequentes na prática da radiologia odontológica, merecendo, portanto, uma atenção especial. Alterações adquiridas Você verá a seguir algumas alterações dentárias adquiridas. 1. Atrição A atrição representa a perda de estrutura dentária causada pelo contato entre os dentes durante a oclusão e a mastigação. O processo de desgaste dentário torna-se mais perceptível com o aumento da idade e quando seus níveis se tornam muito extensos, causando problemas estéticos e funcionais. Considerado patológico, esse processo pode ser acelerado nos seguintes casos: Esmalte dentário com qualidade inferior. Presença de contatos prematuros. Hábito de ranger os dentes. Tal quadro pode se manifestar tanto na dentição decídua quanto na permanente, afetando com uma maior frequência as superfícies oclusais e incisais daqueles comprometidos. Radiograficamente, observamos dentes com superfícies planas, coroas encurtadas e desprovidas das superfícies oclusal ou incisal de esmalte. Observe as imagens a seguir. Fonte: dentalpress Redução acentuada das coroas clínicas por atrição com a exposição de dentina, promovendo um aspecto de envelhecimento precoce. Figura: Atrição periapical. (Fonte: 4.bp.blogspot.com). 2. Abrasão Trata-se do dano da estrutura dental patológica pela ação de um agente externo e induzido por hábitos viciosos ou ocupacionais. A causa mais comum da abrasão é a escovação dentária com pasta abrasiva e o utilização de força excessiva horizontal durante esse processo. Outros itens que podem ser associados a ela incluem hábitos prosaicos, como colocar entre os dentes lápis, palitos e grampos para cabelo ou fazer o uso impróprio do fio dental. Clinicamente, a abrasão pode se manifestar de várias formas dependendo do seu fator etiológico. Exemplo Depressões em forma de 'V' na porção cervical, entalhes com um formato arredondado na superfície incisal ou ainda perda de cimento radicular e de dentina interproximal. Radiograficamente, observam-se defeitos radiolúcidos nas superfícies afetadas. Fonte: Shutterstock por: Pressmaster. Figura: Abração dental. (Fonte: static) Abração dental - radiografia. (Fonte: drgstoothpix) 3. Erosão É o decréscimo da estrutura dental gerado por um processo químico somado à interação bacteriana com o dente. A erosão acontece, portanto, como resultado da exposição da estrutura dentária a ácidos oriundos de alimentos, bebidas e outras fontes, como medicações, regurgitações voluntárias ou involuntárias e exposição a dejetos industriais no meio ambiente. Clinicamente, as superfícies vestibulares dos dentes superiores anteriores são mais comumente afetadas. Podem ser observadas depressões em forma de colher rasa na porção cervical da coroa. Quando os posteriores são afetados, verifica-se uma perda extensa da superfície oclusal. Radiograficamente, notam-se defeitos radiolúcidos na coroa com margens bem definidas ou difusas. Erosão dentária. (Fonte: chigientsoral) 4. Abfração Dizem respeito aos danos causados à estrutura dentária por uma repetida pressão sobre os dentes causada por um estresse oclusal. Clinicamente, notam-se lesões em forma de cunha (formato em 'V'), limitadas à região cervical dos dentes, elas podem assemelhar-se à abrasão ou à erosão. Geralmente, essas lesões afetam um único dente, podendo ser subgengivais e sendo observadas de maneira quase exclusiva na superfície vestibular do dente afetado. Sua frequência é mais alta em pacientes com bruxismo. Abfração. (Fonte: Niph) Atenção! Aqui existe uma vídeoaula, acesso pelo conteúdo online 5. Reabsorção (interna e externa) A perda de estrutura dental também pode ocorrer pela reabsorção realizada por células localizadas em: - Polpa dental (interna); - Ligamento periodontal (reabsorção externa). Veremos a seguir a diferença entre ambas, destacando suas imagens radiográficas características. Reabsorção radicular interna (fonte: blog.proodontoontactagem). Reabsorção radicular interna Ocorre relativamente rara, muitas vezes em consequência de uma injúria aos tecidos pulpares, como um trauma físico ou uma pulpite causada por cárie. Usualmente, este tipo de reabsorção é assintomático, sendo descoberto com o auxílio de radiografias de rotina. Radiograficamente, é possível notar suas lesões radiolúcidas e de formato oval localizadas dentro da raiz ou da coroa. Contínuas com a imagem da câmara ou do canal radicular, elas geram o alargamento dele. Reabsorção radicular externa (fonte: blog.proodontoontactagem) Reabsorção radicular externa Ocorrência extremamente comum, esta forma de reabsorção contém, em muitos casos, uma etiologia desconhecida. Na maioria das vezes, porém, incluem-se entre suas causas: - Lesões inflamatórias locais; - Cistos; - Tumores; - Forças oclusais e mecânicas excessivas; - Dentes impactados. Radiograficamente, verifica-se uma perda de estrutura dentária, cujo aspecto é semelhante ao de um 'roído por traça'. Sua radiotransparência é bem menos definida, demonstrando variações de densidade. A maioria dos casos envolve o ápice ou as porções médias da raiz. Atenção Ocasionalmente, a reabsorção externa pode ter início na área cervical e estender-se apical ou coronalmente, sendo chamada, neste caso, de reabsorção cervical invasiva. 6. Nódulos pulpares Nódulos pulpares são calcificações que surgem como corpos livres no tecido pulpar ou encontram-se aderidos nas paredes dentinárias. Com tamanhos variados, são mais frequentes na polpa coronária de dentes posteriores. Sua etiologia é desconhecida. Radiograficamente, estes nódulos aparecem como estruturas radiopacas redondas ou ovais dentro das câmaras pulpares ou dos canais radiculares. Nódulos pulpares. (Fonte: Gstatic) 7. Hipercementose Consiste na deposição excessiva de cemento contínuo ao redor do radicular normal. Sua ocorrência mais evidente se dá no terço apical. A hipercementose pode: • Estar isolada; • Envolver múltiplos dentes; • Surgir como um processo generalizado. Radiograficamente, os dentes afetados demonstram o espessamento da raiz. Os mais envolvidos são os pré-molares. Alterações de desenvolvimento Veja, agora, as alterações dentárias de desenvolvimento. 1. Número As variações em relação ao número de dentes são comuns; afinal, o controle genético parece exercer forte influência no desenvolvimento deles. Além disso, algumas síndromes hereditárias têm sido associadas tanto ao excesso quanto à ausência de dentes formados. Hiperdontia Ela costuma ser creditada ao excesso de lâmina dental, levando à formação de germes dentários adicionais. Os dentes em excesso são chamados de supranumerários ou complementares, podendo ser morfologicamente normais ou não. Sua prevalência é mais comum na dentição permanente e na região de: 1 Incisivos superiores 2 Quartos molares superiores e inferiores 3 Pré-molares 4 Caninos e incisivos laterais. Frequentemente, os casos de hiperdontia são achados radiograficamente, podendo interferir na erupção normal dos dentes permanentes. Hipodontia Trata-se de uma alteração dentária bastante comum na dentição permanente, onde verifica-se uma ausência no desenvolvimento dos dentes. Os terceiros molares costumam ser os mais afetados; em seguida, os segundos pré-molares e os incisivos laterais. A hipodontia pode ser consequência de: • Patologias que afetam a formação normal da lâmina dentária; • Falha no desenvolvimento de um germe no período correto; • Falta de espaço necessário em função da má formação dos ossos maxilares; • Desproporção entre tamanhos de dentes e arcadas. 2. Tamanho O tamanho dos dentes varia de acordo com a raça e o sexo da pessoa. Em geral, existe uma simetria entre os dois lados das arcadas. Influências genéticas e ambientais, contudo, podem afetar consideravelmente o tamanho dos dentes em desenvolvimento. Microdontia Trata-se da presença de dentes extraordinariamente pequenos, um quadro mais comum em mulheres. O incisivo lateral superior é o dente mais frequentemente afetado; normalmente, ele aparece com uma coroa em forma de cone (diâmetro mesiodistal diminuído) sobre uma raiz com o comprimento usualmente normal. Terceiros molares também são comumente afetados. Macrodontia Presença de dentes fisicamente maiores que o comum, um quadro mais presente em homens. A macrodontia pode ser associada com apinhamento, má oclusão ou impacção. 3. Erupção A transposição ocorre quando dois dentes tipicamente adjacentes têm posições trocadas no arco dentário; dessa forma, os normais têm suas erupções em posições impróprias. Os mais comumente afetados na transposição são os caninos superiores e os primeiros pré-molares. 4. Morfologia Quanto à sua morfologia, as alterações dentárias podem ocorrer por: • Fusão; • Germinação; • Concrecência; • Taurodontia; • Dilaceração; • Dente invaginado (dens in dente); • Dente evaginado; • Pérola de esmalte; • Cúspide em garra; • Hipoplasia de Turner. Leitura Clique aqui para conhecer melhor cada uma das alterações de desenvolvimento quanto a sua morfologia. 5. Traumas dos dentes e das estruturas faciais O exame radiológico é essencial para avaliar o trauma dos dentes e dos maxilares, pois apenas com ele podem ser observadas informações como a presença de fraturas e a localização e orientação dos fragmentos ósseos. Além do caráter diagnóstico, suas imagens de acompanhamento são muito úteis, já que possibilitam a avaliação da extensão do tratamento e das mudanças em longo prazo resultantes do traumatismo. Apresentaremos a seguir três tipos de fratura na região. Conheça-as a seguir. Clique nos botões para ver as informações. Fraturas dentoalveolares Apesar de ser útil para localizar lesões no dente e em estruturas de apoio, uma imagem panorâmica pode não ter a resolução necessária a fim de revelar lesões envolvendo a região anterior da mandíbula, a maxila ou os dentes. O trauma dentoalveolar sempre requer imagens intraorais para obter detalhes anatômicos adequados. Mais recentemente, a tomografia computadorizada de feixe cônico (cone-beam) vem sendo usada para identificar fraturas dentais de maneira eficiente, uma vez que ela possibilita a avaliação tridimensional do dente por meio de reconstruções multiplanares. Se houver, por exemplo, laceração nos lábios ou na bochecha, recomenda-se realizar uma imagem dos tecidos moles para eliminar a dúvida de que alguma estrutura dentária possa estar alojada nessas superfícies. Fraturas mandibulares A imagem panorâmica pode ser útil como investigação inicial. Para fraturas no alveolar da mandíbula, é possível lançar mão de radiografias oclusais. Caso haja suspeita de trauma em um côndilo mandibular, também existe a possibilidade da projeção de Towne de boca aberta. Para pacientes politraumatizados ou com fraturas múltiplas, a escolha média é pela tomografia computadorizada de feixe cônico ou pela computadorizada fan-beam. Já nos casos de lesão de tecido mole e disco articular, devemos solicitar imagens por ressonância magnética. Fraturas maxilofaciais São as imagens de escolha dois tipos de tomografia computadorizada: a de feixe cônico e a fan-beam. Consideramos como sinais radiológicos de fratura: • Presença de uma ou duas linhas radiolúcidas geralmente bem definidas dentro dos limites anatômicos; • Alteração no contorno anatômico normal ou na forma da estrutura; • Perda de continuidade de uma borda externa; • Aumento de radiopacidade de uma estrutura que pode ser causado pela sobreposição de dois fragmentos. 6. Principais lesões dos tecidos de sustentação dentários e suas peculiaridades Conclusão Na concussão, temos o esmagamento das estruturas vasculares do ápice dentário e do ligamento periodontal, gerando edema inflamatório e hemorragia neste ligamento, porém sem haver um deslocamento do dente dentro do alvéolo. A lesão pode resultar em leve extrusão do dente, levando-o a ficar mais sensível à percussão e à mastigação. Fonte: Shutterstock por: Algirdas Gelazius.