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Desenho Técnico
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Texto de pré-visualização
DESENHO TÉCNICO Profa Elaine Alcântara Freitas Peixoto 2 SUMÁRIO 1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA POR MEIO DE DESENHO TÉCNICO 3 2 NORMAS ABNT PARA DESENHO TÉCNICO 20 3 PROJEÇÕES PLANAS APRESENTAÇÃO GERAL 51 4 PROJEÇÕES PLANAS PARALELAS ORTOGRÁFICAS DE VISTAS MÚLTIPLAS 75 5 CORTE EM DESENHO TÉCNICO 101 6 APLICAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO 138 3 1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA POR MEIO DE DESENHO TÉCNICO Prezados alunas e alunos Estamos iniciando a disciplina Desenho Técnico Desenho é uma ferramenta utilizada por várias pessoas profissionais de determinadas áreas como Engenharia Arquitetura Medicina Jornalismo e Geografia sendo também entendido como meio de comunicação O desenho é recurso adotado para criação transmissão guarda e análise de dados Ele é a representação gráfica de um objeto existente ou de um projeto de máquina edifício novo mecanismo que exista inicialmente na mente de quem o idealizou depois é materializado primeiro desenhado e depois construído conforme concebido No entanto para que o desenho possa ser ferramenta de trabalho para representar um projeto ou um objeto as exigências relativas ao desenho técnico deverão ser conhecidas e este é o objetivo desta disciplina Dessa maneira o tema Desenho Técnico é apresentado na disciplina em seis blocos Bloco 1 Representação gráfica por meio de desenho técnico Bloco 2 Normas de desenho técnico Bloco 3 Projeções planas apresentação geral Bloco 4 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas Bloco 5 Corte em desenho técnico Bloco 6 Aplicação do desenho técnico Essa disciplina também contempla a elaboração de desenhos por meio de software CAD Computer Aided Design Dessa forma a apresentação de comandos e funções acontecerá ao longo do material no último subtema de cada bloco 4 Você perceberá que o conteúdo de cada bloco será dividido em subtemas que serão explorados individualmente propiciando seu entendimento e permitindo com a junção de todos a compreensão e elaboração de objetos por meio de desenho técnico O objeto nesse contexto tem o sentido daquilo que se quer representar graficamente um elemento de máquina um conjunto de peças mecânicas um edifício o leiaute de um setor um terreno com suas curvas de nível a implantação de um conjunto de edifícios residenciais ou o detalhe de fixação de um rodapé num ambiente construído Os temas abordados neste primeiro bloco serão representação gráfica de objetos geometria descritiva conceituação normas de desenho técnico desenho técnico convencional e desenho utilizando software CAD e Software CAD ambiente gráfico comandos iniciando um desenho Vamos então iniciar os estudos e bom trabalho 11 Representação gráfica de objetos O desenho se constitui como meio de comunicação Segundo Mello 2019 a comunicação apresenta os seguintes elementos conforme esquema e explicação que seguem Fonte Adaptado de MELLO 2019 p 3 Figura 11 Teoria da Comunicação elementos 5 Apresentando os elementos para compreensão da figura temos Emissor quem emite a mensagem Destinatário a quem a mensagem se destina Mensagem objeto da comunicação compõese dos conteúdos das informações transmitidas Contexto situação à qual a mensagem se refere Canal meio adotado para circulação da mensagem podendo ser físico ou virtual garantindo o contato entre emissor e destinatário Código modo pelo qual a mensagem se organiza É formado por conjunto de sinais organizado em conformidade com determinadas regras sendo que cada elemento tem significado com os demais O código deve ser de conhecimento tanto do emissor como do destinatário E o desenho técnico também se constitui como meio de comunicação Silva et al 2006 afirmam que o desenho e a representação gráfica estão presentes em praticamente toda a atividade humana constituindose na forma mais antiga de registro e constituição de informação Pinturas rupestres como o bisão representado na figura 12 são representações artísticas préhistóricas formando registros que datam de pelo menos 30 a 40 mil anos Fonte Portal Vermelho Dia 2016 p 1 Figura 12 Pinturas rupestres em um trecho da caverna de Chauvet 6 A comunicação gráfica portanto é tão antiga quanto o próprio homem sendo desenvolvida em paralelo com a tecnologia ao longo do tempo É certo dizer que o desenho precedeu a escrita na comunicação de conhecimentos O povo egípcio utilizou a escrita baseado em desenhos os hieróglifos representados na figura 13 sendo que cada desenho tem um significado diferente De acordo com Silva et al 2006 nosso sistema de escrita o alfabeto é baseado em símbolos abstratos que quando juntos formam palavras que significam diferentes coisas Fonte httpspixabaycompthierC3B3glifoescritaegC3ADpciomuseu3839141 Acesso em 4 fev 2019 Figura 13 Hieróglifos da escrita egípcia 12 Geometria descritiva conceituação Um objeto pode ser descrito de diversas maneiras pelo seu nome ou por um desenho que o representa um desenho livre ou um desenho técnico Segundo Silva et al 2006 a diferença entre os dois pode ser o próprio objetivo da descrição caso seja apenas uma ideia do objeto representado pela imagem então um desenho livre é suficiente Esse desenho pode ser um trabalho realmente artístico ou então simplesmente um esboço do objeto Já se o objetivo for representar com exatidão a forma e dimensões do objeto então tratase de um desenho técnico Silva et al 2006 fornecem outra definição que também pode ser dada para diferenciar um desenho livre de um técnico Enquanto um desenho livre pode ter diferentes interpretações e significados para diferentes pessoas um desenho técnico não deve apresentar ambiguidades Este deve representar com exatidão e perfeição sem margem para dúvidas o objeto representado 7 Um exemplo de desenho livre é a ilustração da primeira casa estatal de Vermont figura 14 construída em 1808 e localizada em Montpelier capital do estado de Vermont nos Estados Unidos Esse tipo de desenho livre é também chamado de ilustração Observa se nesse desenho a forma aproximada da casa mas não temos conhecimento de suas exatas dimensões FontehttpscommonswikimediaorgwikiFileThefirstVermontStateHouse1808woodengra vingjpg Acesso em 4 fev 2019 Figura 14 Primeira casa estatal de Vermont Um exemplo de desenho técnico é mostrado na figura 15 É possível observar nesse desenho o formato exato do objeto além de todas suas dimensões Fica claro para o leitor que tenha conhecimento sobre desenho técnico a correta interpretação da peça a que representa além do que cada símbolo significa 8 Fonte Abrantes 2018 p 54 Figura 15 Peça em perspectiva isométrica com cotas O estudo do desenho é o que chamamos de geometria gráfica A partir dela é possível entender as características do objeto representado pelo desenho É dividida em desenho geométrico que representa formas bidimensionais e geometria descritiva para formas tridimensionais desenvolvida por Gaspard Monge 17461818 professor da Escola Politécnica da França que desenvolveu o conceito de projeção SILVA et al 2006 p 4 Portanto de acordo com Silva 2014 o desenho técnico é dividido em desenhos não projetivos são os desenhos obtidos a partir de cálculos algébricos tais como gráficos diagramas fluxogramas etc desenhos projetivos representam um determinado objeto em um ou mais planos ortográficos vistas frontal lateral inferior superior e posterior e perspectivas Sendo os desenhos projetivos nosso objeto de estudo o principal objetivo dessa disciplina é desenvolver o nosso raciocínio e visão espacial Vamos entender a forma de um objeto 3D sem precisar observar diretamente o objeto 9 Para isso portanto precisamos definir o que são as duas formas de representação do desenho projetivo De acordo com Silva et al 2006 a representação em vistas múltiplas baseiase no conceito de projeção ortogonal obedecendo determinadas regras e convenções Quando as vistas são assimiladas pelo leitor que conhece essas regras este consegue entender e visualizar o objeto representado Já a perspectiva é usada quando se deseja ter uma visão espacial e rápida do objeto O desenho assemelhase a uma fotografia do objetivo sem precisar de nenhuma capacidade especial para interpretação Em geral costuma transmitir menos informações que o desenho em vistas múltiplas mas por ter fácil visualização e interpretação é bastante utilizado SILVA et al 2006 p 4 A figura 16 mostra à esquerda as vistas múltiplas da peça apresentada em perspectiva à direita Observe que a perspectiva fornece quase imediatamente a forma do objeto enquanto a interpretação do objeto à esquerda é mais difícil No entanto atentese ao fato de que a representação em vistas múltiplas representa o objeto de forma rigorosa e inequívoca Fonte ABRANTES 2018 p 58 Figura 16 Desenho em perspectiva e projeções 13 Normas de desenho técnico Seguem as normas mais frequentemente utilizadas em desenho técnico sendo aqui apresentadas as normas gerais e outras específicas para arquitetura e eletrônica As normas serão estudadas e sua aplicação verificada conforme os diferentes conteúdos forem abordados ao longo da disciplina 10 Quadro 11 Normas de desenho técnico Normas para desenho técnico mecânico ABNT NBR 146112000 Desenho técnico Representação simplificada em estruturas metálicas ABNT NBR 64091997 Tolerâncias geométricas Tolerâncias de forma orientação posição e batimento Generalidades símbolos definições e indicações em desenho ABNT NBR 100671995 Princípios gerais de representação em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 122981995 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 84021994 Execução de caracter para escrita em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 122881992 Representação simplificada de furos de centro em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 101261987 Cotagem em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 105821988 Apresentação da folha para desenho técnico Procedimento ABNT NBR 100681987 Folha de desenho Leiaute e dimensões Padronização ABNT NBR 84031984 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas Procedimento ABNT NBR 84041984 Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos Procedimento Normas para desenho técnico arquitetônico ABNT NBR 64921994 Representação de projetos de arquitetura ABNT NBR 7191 1982 Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado ABNT NBR 1663612017 Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos ABNT NBR 1663622017 Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos Normas para desenho técnico eletrônico ABNT NBR 54102004 Instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR IEC 60079 142016 Atmosferas explosivas Parte 14 Projeto seleção e montagem de instalações elétricas Fonte Adaptado de ABNT Catálogo Disponível em httpwwwabntcatalogocombr Acesso em 4 fev 2019 11 IMPORTANTE consultar a ABNT para confirmar a vigência da norma ou conhecer aquela que a substituiu 14 Desenho técnico convencional e desenho utilizando software CAD Silva et al 2006 afirmam que o avanço da tecnologia e principalmente o desenvolvimento da informática e a utilização de computadores têm impulsionado especialmente a área de Engenharia tanto na realização de cálculos como no desenho O computador tem auxiliado na concepção e projeto das várias áreas da Engenharia Civil Mecânica Eletrotécnica Arquitetônica e do Design Industrial Cada vez mais softwares são utilizados impulsionado o desenvolvimento industrial a educação e a pesquisa científica Sistemas CAD Computer Aided Design do inglês ou Projeto Assistido por Computador são os softwares que contêm um conjunto de comandos específicos para operações de desenho criar linhas polígonos formas geométricas sólidos objetos tridimensionais e sua manipulação ampliações deformações mudanças de escala cópias translações etc Esses vários comandos criam uma interface de simples uso pelo usuário Atualmente os sistemas CAD abrangem várias fases do projeto e da produção de um produto através da articulação entre si de vários módulos o CADD Computer Aided Design and Drafting o CAE Computer Aided Engineering o AEC Architectural Engineering and Construction e o CAM Computer Aided Manufacturing Ao longo da disciplina a sigla CAD embora signifique Computer Aided Design será utilizada como Computer Aided Drafting referindose a Desenho Assistido por Computador SILVA et al 2006 Este possui diversas vantagens em relação ao desenho manual método tradicional de desenho do qual Silva et al 2006 elencam as seguintes vantagens 12 A primeira e óbvia vantagem é a substituição do trabalho manual de desenho pelo uso do computador A inserção de símbolos repetitivos normalizados no desenho manual era feita geralmente com normógrafos ou folhas de decalque na escala do desenho No CAD essa inserção de símbolos normalizados é direta na própria escala do desenho Ainda erros cometidos no desenho manual eram corrigidos de forma muito trabalhosa o papel vegetal utilizado para o desenho era raspado com uma lâmina e desenhado por cima O erro cometido no CAD é facilmente corrigido com alguns cliques do mouse ou alguns comandos no teclado Outra vantagem do CAD é a facilidade para guardar o desenho que nunca perde sua qualidade Desenhos tradicionais feitos em papel podem se deteriorar com o tempo ser perdidos rasgados sujos o que pode inviabilizar a leitura No desenho à mão algumas construções geométricas como tangentes elipses etc demoram muito tempo para serem obtidas Essas construções são feitas de forma automática em CAD o que diminui bastante o tempo de execução do desenho Como os desenhos em CAD ficam salvos a importação desses desenhos para catálogos e relatórios pode ser feita de forma automática sem perda de resolução ou qualidade do desenho facilitando ainda a edição e formatação de texto Por fim para sistemas CAD 3D a construção de objetos tridimensionais permite imediatamente a verificação de possíveis interferências na análise cinemática de mecanismos a análise estrutural por elementos finitos de componentes e conjuntos e a obtenção direta da representação do objeto em vistas múltiplas ou de qualquer perspectiva desejada a partir do modelo tridimensional do próprio objeto 13 Relacionada ao software CAD existe a tecnologia BIM Building Information Modeling que permite criar digitalmente modelos virtuais Rosso 2011 explica que um software BIM permite gerar objetos paramétricos sendo portanto editáveis Essa tecnologia incorpora informações ao projeto extraindo dados inerentes dos desenhos ao modelo como custo 15 Ambiente gráfico comandos iniciando um desenho coordenadas relativas coordenadas polares Neste subtema vamos conhecer configurações comandos de formas geométricas comandos básicos de modificações de aferições de edição dimensionamento parametrização comandos de impressão e plotagem utilizando o software CADMultiplus cujo ambiente gráfico consiste em tela de comandos menus e opções Abrindo o programa encontrase o ambiente gráfico Vamos verificar os comandos disponíveis que são File Edit View Insert Modify Format Tools Windows e Help funções que permitem ao usuário realizar a tarefa desejada 14 Quadro 12 Comandos disponíveis no CADMultiplus Comandos File Neste comando estão as funções relativas à manipulação dos arquivos abrir um arquivo existente criar um novo arquivo salvar o desenho atual sair do software Edit Comandos relativos à edição copiar e colar fazer e desfazer undo redo etc Estes comandos existem em qualquer programa ambiente Windows Para estes comandos também existem teclas de atalho Ctrl C Copiar Ctrl V Colar Ctrl Z Desfazer a ultima operação Ctrl X Recortar View São comandos para a visualização dos elementos como zoom vistas em 3D etc Para visualizar um elemento ampliado ou de qualquer ponto de vista é necessário acessar o comando view e nele estará a opção desejada Insert Aqui encontramse os comandos relativos ao desenho Podemos inserir no desenho linha texto elemento bloco etc Modify Este comando permite fazer as alterações em elementos já desenhados Por exemplo mover uma linha de lugar rotacionar um elemento espelhar copiar outras possibilidades Format Nesta opção encontramos as configurações do desenho como estilo das cotas estilo dos textos configurações sobre os layers Tools Aqui estão reunidas ferramentas para extrair áreas perímetros e volume de elementos definir a ordem de apresentação e as opções gerais como a cor da tela cor do cursor tamanho do cursor e outras Window É possivel definir cada desenho aberto ou cada uma das vistas viewports criadas como uma janela É possível configurar como veremos as janelas simultaneamente lado a lado em cascata etc Nessa opção também fechamos as janelas existentes Help Neste comando encotramos a ajuda manuais em pdf site para suporte e informações importantes de utilização do software Fonte Adaptado de CADMultiplus Linha de comando conhecida como prompt de comando corresponde ao meio de comunicação entre software e usuário Poderemos verificar duas formas de diálogo a Janela solicitando dados para a escolha da opção desejada b Mensagem na linha de comando perguntando o que será feito na etapa seguinte Utilizando o mouse para o desenho recomendamos o mouse com scroll pois facilita os comandos de zoom 15 Os botões esquerdo e direito do mouse apresentam as funções Botão esquerdo não havendo comando ativo este botão tem a função de janela de seleção é utilizado para selecionar um objeto antes de realizar um certo comando Se houver comando ativo este botão é utilizado para executar tarefas como desenhar uma linha por exemplo Botão direito possui a mesma função que a tecla enter Quando há comando ativo o botão direito serve para finalizar Para iniciar um desenho vamos à opção File New Abrese uma tela para escolhermos o arquivo dwt que será utilizado Arquivo dwt são os templates que armazenam as configurações básicas e mais frequentemente usadas quando iniciamos um novo desenho As configurações podem ser as cotas e textos por exemplo e no arquivo dwt é onde indica esse padrão Podemos desenhar uma folha em formato prédefinido e salvar este padrão de folha como um template Assim criando um desenho podemos escolher esse formato de folha Há também templates já existentes e vamos utilizálos ao selecionar icaddwt Vamos desenhar o sistema de coordenadas apresentadas no formato X Y Z Em desenhos 2D a coordenada Z está presente porém nula Então temos eixo X na horizontal eixo Y na vertical e o eixo Z temos apenas sua projeção pois estamos fazendo um desenho em 2D Figura 17 Eixos do sistema de coordenadas 16 Vamos desenhar a prancha a folha em formato prédefinido no caso de folha A1 841 x 594 Veja o esquema do desenho que vamos executar Figura 18 Folha tamanho A1 com dimensões 841 x 594 Vamos desenhar essa folha utilizando coordenadas relativas Elas são informadas em relação ao ponto anterior e indicamos as distâncias em X e Y Selecionar comando Line Digitar a coordenada inicial 000 corresponde ao ponto A Na linha de comando digitar 8410 enter obtido o ponto B Em seguida digitar 0594 enter pois será uma linha na vertical obtido o ponto C Próxima etapa digitar 8410 enter porque a linha será na horizontal mas no sentido contrário ao eixo principal obtido ponto D Próxima etapa digitar 0 594 enter porque esta linha será na vertical no sentido contrário ao eixo principal E enter para desativar o comando linha A figura terá sido fechada um retângulo 841 x 594 A mesma figura pode ser desenhada por coordenadas polares Utilizando as coordenadas polares informamos os ângulos utilizados na construção do desenho Na linha de comando digitase distância Ângulo Note que o ângulo sempre é calculado segundo o círculo trigonométrico a partir de 0 17 Figura 19 Círculo trigonométrico Então vamos à execução da folha dimensões 841 x 594 Selecionar comando Line Digitar a coordenada inicial 000 corresponde ao ponto A Na linha de comando digitar 8410 enter pois a linha AB tem a dimensão 841 e está na horizontal ângulo0 Em seguida digitar 59490 enter Observe que informamos apenas o valor do ângulo sem qualquer outra indicação Depois digitar 841180 enter pois será executada a linha que une os pontos C e D A distância entre os pontos é 841 e o ângulo é de 180 Em seguida digitar 594270 enter e assim a figura do retângulo estará fechada E enter para desativar o comando linha Desta maneira vimos duas maneiras de construir uma figura formada por segmentos de reta por coordenadas relativas e por coordenadas polares Você terá condições de identificar o meio que considera mais fácil e mais rápido para executar figuras similares à do exemplo 18 Conclusão Neste bloco iniciamos o estudo de desenho técnico e a sua aplicação na atuação profissional de cada um de vocês Iniciamos apresentando conceitos básicos de desenho desenho técnico normas que regem o desenho técnico no Brasil as características do desenho técnico executado de modo convencional e o desenho técnico executado por software CAD No último subtema deste bloco iniciamos os estudos relacionados ao uso de software CAD de modo a conhecer comandos e funções para executar desenhos que representem objetos projetos e sistemas A realização dos exercícios propostos auxilia o processo de aprendizagem Então vá realizando as atividades propostas conforme o estudo de cada bloco REFERÊNCIAS ABRANTES J FILGUEIRAS FILHO C A ALMEIDA N N coord Desenho técnico básico teoria e prática 1 ed Rio de Janeiro LTC 2018 CRUZ M D Desenho tecnico 1 ed São Paulo Erica 2014 AMARAL S Teoria da comunicação emissor mensagem e receptor Uol Educação 2005 Disponível em httpseducacaouolcombrdisciplinasportuguesteoriada comunicacaoemissormensagemereceptorhtm Acesso em 4 fev 2019 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 NOVA datação estima que pinturas em caverna têm mais de 30 mil anos Portal Vermelho São Paulo 13 abr 2016 Disponível em httpwwwvermelhoorgbrnoticia2791931 Acesso em 5 fev 2019 19 PIXABAY Hieróglifos da escrita egípcia Disponível em httpspixabaycompthierC3B3glifoescritaegC3ADpciomuseu3839141 Acesso em 4 fev 2019 ROSSO S M Softwares BIM conheça os programas disponíveis seu custo principais características e segredos AU Arquitetura Urbanismo São Paulo n 208 p 12 jul 2011 Mensal Disponível em httpau17pinicombrarquitetura urbanismo208artigo2243331aspx Acesso em 5 fev 2019 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 2006 SILVA A S Desenho técnico São Paulo Pearson Education do Brasil 2014 THE FIRST Vermont State House Wikimedia Commons Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFileThefirstVermontStateHouse1808w oodengravingjpg Acesso em 4 fev 2019 20 2 NORMAS ABNT PARA DESENHO TÉCNICO Como vimos no bloco anterior existem diversas normas utilizadas em desenho técnico e neste bloco estudaremos algumas delas escala cotagem tolerâncias folhas de desenho caligrafia técnica tipos de linhas e no subtema relativo ao CAD veremos comandos de criação A utilização de softwares CAD reduziu bastante a circulação de desenhos em papel entre os departamentos da empresa No entanto os desenhos em papel ainda têm grande importância de acordo com Silva et al 2006 particularmente na fabricação dos objetos para o qual é necessário o conhecimento de todas as vistas do objeto bem como informações complementares como cotas as medidas do desenho as tolerâncias dimensionais e geométricas e acabamentos superficiais Também estão presentes nas obras de construção civil de todos portes e embora haja meios de consultar projetos utilizando recursos digitais a cópia impressa ainda existe em várias situações O quadro 21 apresenta as normas que estudaremos nesse bloco Quadro 21 Normas ABNT para desenho técnico ABNT NBR 6158 Sistema de tolerâncias e ajustes ABNT NBR 6409 Tolerâncias geométricas tolerâncias de forma orientação posição e batimento generalidades símbolos definições e indicações em desenho ABNT NBR 8402 Execução de caractere para escrita em desenho técnico ABNT NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas ABNT NBR 10067 Princípios gerais de representação em desenho técnico ABNT NBR 10068 Folha de desenho leiaute e dimensões ABNT NBR 10126 Cotagem de desenho técnico ABNT NBR 10582 Apresentação da folha para desenho Fonte Adaptado de ABNT Catálogo Disponível em httpwwwabntcatalogocombr Acesso em 4 fev 2019 21 As normas apresentadas no quadro 21 referemse à representação do desenho no papel Para podermos discutir a representação de um objeto por meio do desenho técnico é importante conhecer essas regras que dizem respeito ao papel propriamente dito seus formatos e dimensões NBR 10068 aos tipos de linhas utilizadas num desenho e suas respectivas espessuras NBR 8403 aos tipos de escrita e suas características NBR 8402 às legendas do desenho e listas de peças em desenhos do conjunto NBR 10582 Existem também regras para a cotagem do desenho NBR 10126 e as tolerâncias permitidas NBR 6158 e NBR 6409 Discutiremos ainda sobre a escala dos desenhos embora a norma que abordava este conteúdo não esteja mais em vigor Vamos iniciar os estudos e bom trabalho 21 Escala e cotagem Iniciamos abordando escala Segundo Silva et al 2006 as peças devem ser representadas em escala real ou seja segundo suas dimensões originais Todavia na prática notase que isso não é possível para a maioria das peças Para que elas sejam representadas de forma clara precisa e rigorosa escalas de conversão das dimensões reais para as dimensões do desenho devem ser utilizadas A escala indica a relação do tamanho do desenho da peça com o tamanho real dela Ela permite representar no papel peças de qualquer tamanho real Peças muito grandes podem ser representadas num desenho pequeno e detalhes de peças muito pequenas num desenho grande A norma ABNT NBR 8196 Emprego de escalas atualmente cancelada e sem substituta definia as escalas a serem utilizadas nos desenhos Embora essa norma não exista mais o assunto de escala ainda é muito importante A escala pode ser de três tipos 1 Escala natural 2 Escala de redução 3 Escala de ampliação 22 No desenho as medidas lineares do objeto são mantidas ampliadas ou reduzidas proporcionalmente Quando as dimensões lineares do objeto são mantidas chamamos de escala natural Quando as medidas do objeto real são reduzidas chamamos de escala de redução e quando aumentadas chamamos de escala de ampliação A escala é representada por dois números que indicam a proporção do objeto em relação ao desenho A escala 51 lêse escala cinco para um indica que o desenho do objeto representado no papel é cinco vezes maior que o objeto real enquanto a escala 1200 indica que o objeto é 200 vezes maior que o desenho ou equivalentemente que o desenho é 200 vezes menor que o objeto Assim para os três tipos de escala existentes temos Escala natural onde o desenho técnico tem as mesmas dimensões do objeto Indicamos essa escala como 11 sempre Escala de redução nessa escala a medida do desenho é menor que a medida do objeto real A escala é indicada como 1X e X é o fator de escala empregado Pode ser por exemplo 12 15 1100 Nesses casos o desenho é 2 5 ou 100 vezes menor que o objeto real Escala de ampliação nesse caso a medida do desenho é maior que a do objeto representado A escala é indicada como X1 sendo X o fator de escala Exemplos incluem 201 e 5001 onde o desenho é 20 ou 500 vezes maior que o objeto Segundo Silva et al 2006 escolha da escala deve ser feita de modo a representar convenientemente todos os aspectos do desenho no formato de papel escolhido Nas áreas de arquitetura e engenharia civil as escalas mais empregadas são normalmente as de redução devido às grandes dimensões das construções civis e mapas Utilizamse escalas de 1100000 125000 e 110000 no nível dos estudos de planejamento regional e as escalas de 15000 12000 11000 e 1500 no nível de planejamento urbano Na área de arquitetura as escalas empregadas usualmente são de 1100 para plantas vistas e cortes da definição arquitetônica global e as escalas 150 110 e 15 para detalhes construtivos 23 A norma NBR 8196 sugeria a utilização das escalas representadas no quadro 22 Assim podese utilizar uma escala de redução de 150000 ou uma escala de ampliação de 201 mas não se utiliza uma escala de 1137 ou 171 por exemplo Quadro 22 Escalas normalizadas estabelecidas pela extinta NBR 8196 Redução Natural Ampliação 120 11 201 150 501 1100 1001 Nota As escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10 Fonte Adaptado de ABNT 1999 A fórmula abaixo nos auxilia na utilização da escala 𝑀𝑑 𝑀𝑜 𝐸 Nessa fórmula tendo dois dados encontramos o terceiro Temos na fórmula que 𝐌𝐝 é a medida do desenho a medida da representação gráfica no papel 𝐌𝐨 é a medida do objeto a medida da peça real e 𝐄 é o fator de escala Assim por exemplo se um muro é desenhado por uma linha de 3 cm e a escala do desenho é 1100 sabemos que 𝐌𝐝 𝟑 𝐜𝐦 e 𝐄 𝟏 𝟏𝟎𝟎 𝟎 𝟎𝟏 e portanto 𝐌𝐨 𝐌𝐝 𝐄 𝟑 𝟎𝟎𝟏 𝟑𝟎𝟎 𝐜𝐦 𝟑 𝐦 Logo o muro representado no desenho tem 3 m de altura Dando continuidade ao conteúdo vamos abordar cotagem A representação de um objeto físico por meio de um desenho só é feita com exatidão se suas dimensões estão corretamente indicadas no desenho A indicação de uma medida do objeto é a sua cota A norma ABNT NBR 10126 Cotagem em desenho técnico estabelece os critérios para a correta cotagem de um desenho De acordo com a norma ela é definida como representação gráfica no desenho da característica do elemento através de linhas símbolos notas e valor numérico numa unidade de medida ABNT1987 p 1 24 A cotagem deve ser representada diretamente no desenho localizada na vista ou corte que melhor represente o objeto As cotas podem ser funcionais não funcionais e auxiliares CRUZ 2014 p 89 1 Cota funcional essencial ao funcionamento da peça 2 Cota não funcional não interfere no funcionamento da peça 3 Cota auxiliar é informativa derivada de outros valores que já foram apresentados no desenho servindo para evitar cálculos Fonte Adaptado de CRUZ 2014 p 89 Figura 21 Cota funcional F cota não funcional NF e cota auxiliar AUX Ela também pode ser inserida no desenho em perspectiva Devese considerar que todas as cotas do desenho utilizam a mesma unidade de medida que deve estar indicada em algum lugar da folha do desenho técnico Existem cotas lineares que indicam medidas de comprimento largura e altura e cotas angulares que indicam medidas de abertura de ângulos As cotas devem ser indicadas no desenho de modo que a informação seja lida da esquerda para direita e de baixo para cima paralelamente à dimensão cotada As figuras abaixo indicam as duas formas de cota que podem aparecer num desenho 25 Figura 22 Cotagem linear desenho sem escala Figura 23 Cotagem angular desenho sem escala Vários são os elementos necessários para a cotagem De acordo com Silva et al 2006 as regras gerais relacionadas às inscrições das cotas nos desenhos podem ser sumarizadas As cotas indicadas no desenho sempre são as dimensões reais do objeto independente da escala utilizada A dimensão dos caracteres deve ser adequada à legibilidade do mesmo e sua escrita deve obedecer às normas da caligrafia técnica Nenhuma cota necessária à definição da peça pode ser omitida Os elementos devem ser cotados preferencialmente na vista que dá mais informação em relação à sua forma ou localização Cruzamentos de linhas de cota entre ou com outros tipos de linha devem ser evitados sempre que possível As cotas devem ser localizadas preferencialmente fora do contorno das peças 26 As cotas devem se localizar o mais próximo possível do detalhe a cotar respeitandose as recomendações anteriores Cada elemento deve ser cotado uma única vez independente da quantidade de vistas da peça As cotas devem ser posicionadas sobre alinha de cota preferencialmente no ponto médio da linha Os algarismos da cota não devem ficar sobrepostos ou separados com nenhum outro detalhe do desenho As unidades de todas as cotas devem ser sempre as mesmas A indicação da unidade é indicada no campo apropriado da legenda e não na indicação da cota As cotas podem ser indicadas junto a uma das setas e a linha de cota interrompida de forma a evitar linhas de cotas muito longas ou cruzamentos eventuais de linhas Se o espaço necessário para a cota não é suficiente a cota pode ser posicionada abaixo da linha de cota ligada à linha de cota através de uma pequena linha de referência As figuras abaixo ilustram os principais elementos da cotagem Fonte Adaptado de ABNT 1987 p 3 Figura 24 Elementos da cotagem 27 Existem simbologias que podem ser adotadas na cotagem como prefixo das cotas facilitando a interpretação destas Quadro 23 Simbologia em cotagem Fonte Adaptado de ABNT 1987 p 7 Fonte CRUZ 2014 p 94 Figuras 25 Indicação de diâmetros e raios em cotagem Fonte CRUZ 2014 p 95 28 Figura 26 Quadrado Fonte CRUZ 2014 p 95 Figura 27 Raio esférico e diâmetro esférico Há diferentes tipos de cotagem em cadeia por elemento de referência e por coordenadas Na cotagem em cadeia as cotas são indicadas uma ao lado da outra Fonte Cruz 2014 p 95 Figura 28 Cotagem em cadeia A cotagem por elemento de referência pode ser por cotas aditivas ou paralelas As figuras 29 e 210 apresentam esses exemplos 29 Fonte CRUZ 2014 p 97 Figura 29 Cotagem por elemento de referência cotagem aditiva Fonte CRUZ 2014 p 96 Figura 210 Cotagem por elemento de referência cotagem paralela Existem ainda situações em que há elementos que se repetem equidistantes e uniformemente distribuídos 30 Na cotagem simplificada no caso deste exemplo figura 211 colocase 8 como a quantidade de objetos pela distância deles 10 mm e entre parênteses a distância total de 80 mm Fonte CRUZ 2014 p 97 Figura 211 Cotagem simplificada Eliminandose possíveis dúvidas é possível indicar a cota de um dos espaços Fonte CRUZ 2014 p 97 Figura 212 Cotagem de um dos espaços Poderá ainda haver a representação de elementos repetidos e para evitar a repetição da mesma cota a cotagem pode ser efetuada indicandose a quantidade 9 neste exemplo pela dimensão 4 Fonte Cruz 2014 p 98 Figura 213 Cotagem de elementos repetidos 31 22 Tolerâncias Embora a cotagem de uma peça deixe claro para o leitor do desenho quais as dimensões corretas do objeto representado e a localização de cada um de seus detalhes o desenho com as suas cotas não possui informação suficiente para a produção da peça representada Para que uma indústria consiga produzir uma peça representada por um desenho técnico é necessário também indicar as tolerâncias da peça Segundo Silva et al 2006 a tolerância é uma extensão da cotagem fornecendo informação adicional acerca da forma dimensão e posição dos elementos A tolerância fornece informações essenciais para a fabricação pois a partir da especificação da tolerância podese escolher um ou outro modo de fabricação A tolerância busca limitar os erros de fabricação das peças podendo ser geométrica ou dimensional A tolerância dimensional destinase a limitar os erros dimensionais de fabricação das peças Uma cota de 20 mm da peça indicada no desenho significa dizer que a peça é fabricada com aproximadamente 20 mm A dimensão real pode ser 1965 2018 2042 ou 20001 Em todos os casos ao arredondar a medida à unidade todos os valores indicam uma dimensão de 20 mm A tolerância geométrica limita os erros geométricos cometidos na fabricação das peças impondo variações admissíveis na forma e localização dos diferentes elementos ou partes de uma peça A tolerância geométrica quando aplicada a um elemento define uma zona de tolerância na qual o elemento deve estar contido A figura 214 mostra o desenho de uma peça cujos diâmetros e comprimentos apresentam as tolerâncias permitidas de fabricação Observe que se utilizam os símbolos e para indicar o desvio permitido a partir do valor nominal indicado no desenho Nesta peça o diâmetro da parte rebaixada tem dimensão nominal 12 mm As tolerâncias indicam no entanto que o valor permitido para esse diâmetro varia de 1212 a 1223 mm Analogamente o diâmetro maior tem valor nominal 16 mm mas as tolerâncias especificam que seu valor pode estar dentro da faixa de 1559 a 1580 mm 32 O comprimento total da peça tem dimensão nominal de 40 mm mas pode variar de 3975 a 4025 mm Fonte httpsesselcombrcursosmaterial01DesenhoTecnicoaula28pdf Acesso em 4 fev 2019 Figura 214 Desenho de peça com tolerâncias As tolerâncias dimensionais especificam a faixa de valores em que a grandeza medida se situa Já as tolerâncias geométricas especificam os desvios da forma do objeto Observe na figura 215 que o desenho de projeto da peça à esquerda especifica as dimensões permitidas do objeto No desenho à direita está o desenho da peça real Fonte httpjpbdesenhoblogspotcom201510normal021falsefalsefalseptbrxhtml Acesso em 4 fev 2019 Figura 215 Tolerância geométrica 33 Os valores medidos estão dentro das tolerâncias especificadas mas observe que a forma do objeto está diferente De fato a linha de centro do cilindro não é perpendicular ao plano da circunferência de 20 mm de diâmetro Isso caracteriza um desvio de forma do objeto Outros desvios de forma podem ser permitidos as tolerâncias geométricas e os símbolos que a representam no desenho são estabelecidas pela norma ABNT NBR 6409 e o quadro 24 nos apresenta os símbolos utilizados de acordo com a norma Quadro 24 Símbolos para a característica tolerada Símbolo Retitude Planeza Circularidade Cilindricidade Perfil de linha qualquer Perfil de superfície qualquer Paralelismo Perpendicularidade Inclinação Posição Concentricidade Coaxilidade Simetria Circular Total Batimento Para elementos isolados ou associados Para elementos associados Característica tolerada Para elementos isolados Forma Orientação Posição Fonte ABNT 1997 p 3 34 23 Folhas de desenho caligrafia técnica tipos de linhas A utilização de programas CAD para execução de desenhos tem reduzido a utilização de desenhos em papel No entanto de acordo com Silva et al 2006 a impressão e reprodução dos desenhos desempenham uma importante função na documentação técnica do objeto Primeiramente é importante escolher o formato ou as dimensões da folha de papel a ser utilizada Essa escolha é de responsabilidade do desenhista ou projetista e deve ser feita com cautela As folhas menores são mais fáceis de manusear mas em muitos casos acaba sendo necessário utilizar escalas de redução para representar a peça inteira na folha o que pode prejudicar a interpretação e compreensão do objeto representado Já nas folhas maiores o problema da clareza é solucionado com um custo maior de impressão e reprodução do desenho aliado à dificuldade elevada no manuseio da folha Silva et al 2006 p 30 A norma que estabelece os formatos de papel e sua orientação é a ABNT NBR 10068 Folha de desenho Leiaute e dimensões As dimensões dos formatos de papel da série A estão mostradas no quadro 25 Essas dimensões não são escolhidas por acaso são determinadas a partir da folha base A0 cuja área tem 1 m² Os lados do papel têm proporção 𝟏 𝟐 e o lado maior do formato seguinte é o dobro do lado menor do formato anterior Os diferentes formatos podem ser obtidos a partir do formato A0 através de sucessivas subdivisões como mostra a figura 216 Os diferentes formatos podem ser utilizados em pé lado maior na vertical ou deitados lado maior na horizontal dependendo do que for mais adequado Silva et al 2006 p 30 Quadro 25 Formatos da série A Designação Dimensões mm A0 841 1189 A1 594 841 A2 420 594 A3 295 420 A4 210 297 Fonte ABNT 1987 p 2 35 Fonte CRUZ 2014 p 31 Figura 216 Folha A0 e os formatos derivados Numa folha de desenho toda informação inscrita seja um algarismo ou outro caractere deve ser apresentada em escrita normalizada A norma ABNT NBR 8402 Execução de caractere para escrita em desenho técnico estabelece as condições exigidas para a escrita em desenhos técnicos A escrita normalizada tem como objetivo a legibilidade uniformidade e reprodução do desenho sem perda de qualidade A norma NBR 8402 estabelece que todos os caracteres devem ser distinguíveis entre si e escritos de forma que todas as linhas se cruzem ou se toquem num ângulo reto e que as letras maiúsculas e minúsculas devem ser escritas com a mesma largura de linha A norma estabelece também as dimensões dos caracteres sendo altura 𝐡 das letras maiúsculas tomada como base para o dimensionamento e as outras dimensões baseadas nessa mesma altura 𝐡 O quadro 26 indica as proporções e as dimensões dos caracteres num desenho técnico e a figura 217 ilustra essas proporções e dimensões A figura 218 apresenta exemplo de escrita manuscrita já a figura 219 exemplo de letras e numerais empregados na escrita em software CAD 36 Quadro 26 Proporções e dimensões de símbolos gráficos Fonte ABNT 1994 p 2 Fonte ABNT 1994 p 2 Figura 217 Características da forma de escrita Fonte CRUZ 2014 p 43 Figura 218 Exemplo de escrita Características Relação Dimensões mm Altura das letras maiúsculas h 1010 h 25 35 5 7 10 14 20 Altura das letras minúsculas c 710 h 25 35 5 7 10 14 Distância mínima entre caracteres a 210 h 05 07 1 14 2 28 4 Distância mínima entre linhas de base b 1410 h 35 5 7 10 14 20 28 Distância mínima entre palavras e 610 h 15 21 3 42 6 84 12 Largura da linha d 110 h 025 035 05 07 1 14 2 37 Fonte CRUZ 2014 p 44 Figura 219 Letras e numerais empregados em software CAD A norma NBR 8402 estabelece que todos os caracteres do desenho devem ser escritos com a mesma largura de linha o que indica que diferentes tipos de linhas podem ser utilizados num desenho técnico De fato diferentes tipos de linha existem e são descritos na norma ABNT NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas A figura 220 apresenta o desenho de uma peça com um furo quadrado no meio Observe que nos desenhos das vistas frontal e lateral o furo é representado por linhas tracejas e isso indica arestas não visíveis nessa vista Já as linhas contínuas e largas representam arestas e contornos visíveis Na vista em perspectiva segundo Silva et al 2006 apenas linhas contínuas são utilizadas pois apenas os contornos da peça são representados Figura 220 Utilização de linhas em representação gráfica 38 Atentese ao fato de que portanto diferentes tipos de linha fornecem variadas informações a respeito do objeto Um desenho mais complexo da própria norma NBR 8403 que ilustra vários tipos diferentes de linhas pode ser visto na figura 217 O quadro 27 apresenta os diferentes tipos de linha e suas aplicações A norma NBR 8403 estabelece que existindo duas possiblidades de uso de linhas num mesmo desenho aplicar apenas uma das opções Quadro 27 Tipos de linha utilizadas em desenho técnico conforme NBR 8403 Fonte CRUZ 2014 p 41 39 Legenda Contorno visível A1 linhas de interseção imaginárias B1 linhas de cotas B2 linhas auxiliares B3 linhas de chamadas B4 hachuras B5 contornos de seções rebatidas na própria vista B6 linhas de centros curtas B7 linha destinada a desenhos confeccionados por máquinas D1 contornos não visíveis F1 linhas de centro G1 linhas de simetrias G2 trajetórias G3 indicação das linhas ou superfícies com indicação especial J1 contornos de peças adjacentes K1 posição limite de peças móveis K2 Fonte ABNT 1984 p 3 Figura 221 Exemplo de aplicação dos diferentes tipos de linhas NBR 8403 Observe assim que um mesmo desenho adota vários tipos de linha para expressar as características do objeto 24 Escala cotagem e tolerância Esta parte do bloco é dedicada às atividades práticas da disciplina Para tanto você deverá baixar o arquivo Atividades práticas bloco 2 imprimindoo em folha A4 sem qualquer diminuição ou ampliação na impressão para realizar as atividades propostas Exercício 1 Efetuar a cotagem das figuras observando as escalas indicadas 40 a escala 120 b escala 150 c escala 1100 41 Exercício 2 Indique as dimensões solicitadas a Altura da construção em metros desenho na escala 1100 R m b Largura da cadeira em centímetros desenho na escala 115 R m 42 c Altura da pessoa em metros desenho na escala 130 R m d Desenhe uma pessoa com altura de 185 m na escala 175 Represente um modelo simplificado como no exercício anterior 43 Exercício 4 Observando a imagem responda O desenho técnico permite apresentar dados sobre a dimensão dos objetos Neste exemplo os dados relativos ao furo e ao eixo estão expressos indicando as dimensões máxima e mínima destes Considerando os dados expressos indique a alternativa que apresenta a dimensão máxima e a dimensão mínima do furo nesta ordem expressos em milímetros Fonte httpsesselcombrcursosmaterial01DesenhoTecnicoaula28pdf Acesso em 4 fev 2019 Figura 222 Dimensões máxima e mínima dos dados relativos ao furo e ao eixo a 30 mm 3025 mm b 3025 mm 30 mm c 3002 mm 3018 mm d 3018 mm 3002 mm e 3018 mm 3025 mm 44 25 CAD comandos de criação Vamos ver comandos de criação utilizando a barra de ferramentas Draw a Line linha Uma linha apresenta dois pontos um no início e outro no final Para construir linha Draw Line Indicar o ponto inicial da linha A e Indicar o ponto final da linha B Podese utilizar algumas opções como definir o comprimento da linha ou o ângulo da orientação por exemplo Depois de desenhar um segmento de linha pode ser utilizado o comando Undo para remover o segmento de linha precedente Após desenhar dois ou mais segmentos de reta clicar em Close para fechar o comando linha A partir de um arco desenhar uma linha a partir da extremidade do arco Draw Line selecionar o ponto final do arco A extremidade do arco e indicar o comprimento da linha B 45 Ponto final do arco A e comprimento da linha expresso pela distância entre pontos A e B b Poliline Polilinha Poliline é uma sequência de linhas e arcos conectados tratados como entidade única Ao editar uma polilinha ela pode ser modificada por segmentos ou inteira Para construir a polilinha especificar o ponto inicial e em seguida aparecerá uma caixa de opções enquanto você desenha com Distância Meia largura e Largura É possível especificar diferentes inícios e finais das larguras criando um segmento de polilinha Draw Poliline Acessar o comando e especificar o ponto inicial da polilinha Especificar o ponto final de cada segmento Clicar enter para terminar o comando 46 Ao desenhar segmentos de arco o primeiro ponto do arco é o ponto final do segmento que o precede e assim você desenha segmentos de arco ao especificar o ponto final de cada segmento Assim cada segmento de arco sucessivo é desenhado tangente ao arco ou ao segmento de linha que o precede c Polygon Polígono Polígonos são polilinhas fechadas por no mínimo três linhas e no máximo 1024 lados de mesmo comprimento Utilizado para especificar o centro do polígono e a distância do centro a cada vértice d Rectangle Retângulo Retângulos são polilinhas fechadas com quatro lados Para desenhar o retângulo especificamse os cantos opostos Draw Rectangle Especificar o canto do retângulo A Especificar o canto oposto do retângulo B Cada lado do retângulo pode ser editado usandose a ferramenta Editar Polilinha na barra de ferramentas Modificar e Arc Arco O arco é uma parte de um círculo Podese desenhar um arco especificandose três pontos o ponto inicial um segundo ponto o ponto final 47 f Circle Círculo O círculo pode ser desenhado especificandose um ponto central e um raio Os métodos para desenhar o círculo são Centroraio Centrodiâmetro Dois pontos Três pontos Raiotangentetangente Converter arco em círculo Draw circle Para desenhar círculo especificando centro e raio especificar o ponto central A especificar o raio do círculo B 48 g Spline Draw spline especificar o primeiro ponto da spline especificar o segundo ponto da spline especificar a maior quantidade de pontos ao terminar clicar enter h Elipse Draw elipse clicar num ponto ou entrar com os valores de coordenada clicar em outro ponto ou especificar coordenada em qualquer eixo entrar com a distância do outro eixo i Hachuras A hachura é inserida numa área fechada sendo a hachura tratada como entidade única Para especificar a hachura é possível utilizar as hachuras existentes nos arquivos da biblioteca do programa ou a de bibliotecas externas Draw hatch selecionar Pattern para ter acesso às hachuras disponíveis escolher uma hachura dentre as opções disponíveis voltar para Boundary Há duas opções de como aplicar a hachura Select Area ou Select Entities selecionase um ponto interno de uma área ou as linhas do perímetro da região que receberá a hachura Em Pattern Properties é possível alterar as configurações da hachura escala ângulo da hachura etc 49 Depois de inserida a hachura para modificála efetuar duplo clique sobre a mesma escolher a opção Edit e alterar as configurações da hachura Vimos comandos de criação que proporcionam a construção de elementos gráficos para a representação de objetos utilizando software CAD Conclusão Neste bloco abordamos as principais normas do desenho técnico e seu conhecimento é fundamental para compreendêlo corretamente Vimos quais os formatos e a orientação da folha de papel a norma para a escrita correta dos elementos numa folha de papel os tipos e espessuras de linha convenientes para cada caso e como escolher adequadamente a escala do desenho Vimos também que a cotagem tem por finalidade a indicação da forma e localização dos elementos de uma peça ou objeto e suas principais características Junto à cotagem o conceito de tolerância deve também ficar claro pois dados de tolerância são indicados no desenho técnico Dando continuidade à apresentação de comandos do software CAD apresentamos também os comandos de criação A realização dos exercícios propostos auxilia o processo de aprendizagem Então comece a realizar as atividades propostas conforme o estudo de cada bloco Bons estudos REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 8196 Desenho técnico Emprego de escalas Rio de Janeiro ABNT 1999 NBR 8402 Execução de caracter para escrita em desenho técnico Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1994 NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas Rio de Janeiro ABNT 1984 50 NBR 10068 Folha de desenho leiaute e dimensões Padronização Rio de Janeiro ABNT 1987 NBR 10126 Cotagem em desenho técnico Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 CRUZ M D Desenho tecnico São Paulo Erica 2014 DESENHO TÉCNICO Tolerância Dimensional x Tolerância Geométrica Disponível em httpjpbdesenhoblogspotcom201510normal021falsefalsefalseptbr xhtml Acesso em 4 fev 2019 ESSEL ENGENHARIA Cursos profissionalizantes Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico Aula 28 Tolerância dimensional Disponível em httpsesselcombrcursosmaterial01DesenhoTecnicoaula28pdf Acesso em 4 fev 2019 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 2006 475 p il ISBN 8521615221 broch 51 3 PROJEÇÕES PLANAS APRESENTAÇÃO GERAL Neste bloco vamos tratar de projeções ortogonais a representação inequívoca da peça e todos seus detalhes sem margens para dúvidas e ambiguidades Nesse tipo de projeção a interpretação do desenho é mais difícil mas é o tipo de projeção que mostra com clareza todas as informações da peça ou objeto Nesse tipo de representação existem dois métodos o método europeu chamado também de método do 1º diedro e o método americano ou método do 3º diedro Vamos discutir o que são esses conceitos e apresentar as regras fundamentais subsequentes utilizando apenas o método do 1º diedro A diferença da projeção ortogonal e de outras projeções está na posição do observador Esta é uma projeção cilíndrica ou paralela ou seja quando o observador está a uma distância infinita do objeto No entanto na projeção ortogonal a peça e o observador estão alinhados com o plano de projeção de forma que só é possível ver uma face da peça Assim projetase o objeto em mais de um plano de forma a evitar as ambiguidades da projeção num único plano conforme ilustrado na figura 31 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 8 Figura 31 Projeções ortogonais de um objeto 52 Na figura 31 acima a seta indica a posição do observador alinhado exatamente com o objeto Como só é possível enxergar um dos lados da peça o observador a observa de três posições diferentes Os desenhos mostrados à direita indicam as três vistas da peça observadas pelo observador Note que todas as vistas apresentam todas as medidas em verdadeira grandeza Nesse desenho portanto não existem margens para dúvidas do real formato da peça Nesse bloco portanto vamos discutir esses conceitos de projeção ortogonal e suas principais características Bons estudos 31 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas Iniciaremos este subtema apresentando o conceito de projeção Para representar um objeto tridimensional num plano alguns conceitos precisam ser previamente definidos Assim observe o esquema mostrado na figura 32 que mostra um Objeto o ponto Q o qual se deseja representar no Plano Projetor O segmento de reta que liga o ponto Q à sua Projeção Plana Q é chamado de Projetante Fonte SILVA et al 2006 p 41 Figura 32 Elementos da projeção plana 53 A direção da linha projetante é definida de acordo com a posição do observador É claro que existem diferentes posições possíveis para o observador e portanto diferentes linhas projetantes projetam o ponto Q em diferentes posições possíveis no plano conforme ilustra a figura 33 De fato podem existir infinitas posições possíveis para a projeção em função do ângulo da projetante com o plano Fonte SILVA et al 2006 p 41 Figura 33 Diferentes pontos no plano em função das diferentes linhas projetantes De forma a contornar esse problema definese então o conceito de ortogonalidade a linha projetante está num ângulo de 90 com o plano projetor e isso elimina o fator de ambiguidade ângulo da projetante com o plano Se a linha projetante é ortogonal ao plano então só existe uma única possibilidade a cada ponto corresponde somente uma projeção ortogonal num plano SILVA et al 2006 p 41 Isso pode ser visto na figura 34 Fonte Silva et al 2006 p 41 Figura 34 Projeção ortogonal única de ponto no plano 54 O conceito de projeção ortogonal define uma representação inequívoca do ponto no plano Para cada ponto teremos uma e apenas uma projeção ortogonal do ponto no plano A inversa contudo não é verdadeira Dada uma projeção ortogonal existem infinitos pontos que podem gerar aquela projeção conforme a figura 35 Fonte SILVA et al 2006 p 41 Figura 35 Uma mesma projeção ortogonal pode ter infinitos pontos Para eliminar a dúvida de qual é o ponto que se conhece a projeção ortogonal definimos um segundo plano perpendicular ao primeiro e observamos a projeção do ponto nesse segundo plano e a figura 36 ilustra esse conceito Observe que com a utilização de dois planos ortogonais o ponto Q é univocamente identificado uma vez conhecidas suas projeções nos planos horizontal e vertical Neste caso então se é conhecido o ponto Q suas projeções ortogonais são únicas e o inverso também é verdadeiro se são conhecidas suas projeções o ponto Q é único Fonte SILVA et al 2006 p 42 Figura 36 Duas projeções ortogonais em dois planos ortogonais entre si 55 A partir da projeção podese definir então duas coordenadas que medem a distância do ponto aos planos a Cota a distância do ponto ao plano horizontal e o Afastamento a distância do ponto ao plano vertical Isso cria um sistema de coordenadas que é representado pelo par 𝒂𝒇𝒂𝒔𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒄𝒐𝒕𝒂 Assim por exemplo o ponto Q pode ter coordenadas 𝟑 𝟏 isto é está a 3 unidades do plano vertical e a 1 unidade do plano horizontal Esse tipo de sistema cria um referencial sobre o quão a representação do plano em projeções ortogonais é inequívoca Esse sistema de coordenadas pode ser dividido em 4 diedros e os planos podem ser denominados de plano vertical de projeção 𝝋𝟎 e plano horizontal de projeção 𝝂𝟎 conforme ilustra a figura 37 Fonte SILVA et al 2006 p 42 Figura 37 Quatro diedros Nesse sistema portanto podese representar o ponto A no espaço ou suas projeções nos planos A e A conforme a figura 38 Ambas as representações identificam o mesmo objeto no espaço sem margens para dúvidas ou ambiguidades 56 Fonte SILVA et al 2006 p 42 Figura 38 Ponto A e suas projeções ortogonais Em Desenho Técnico a representação de uma peça é feita principalmente com projeções ortogonais paralelas de múltiplas vistas a projeção de uma figura sobre um plano é formada pela projeção de todos os seus pontos conforme ilustra a figura 39 Vale observar que as projeções ortogonais também são chamadas de projeções ortográficas e ambas as nomenclaturas podem ser utilizadas de forma intercambiável podemos nos referir a esse tipo de projeção tanto pelo nome projeção ortogonal quanto pelo nome projeção ortográfica Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 39 Projeção paralela de uma figura 57 Observe as projeções ortogonais das diferentes figuras conforme figura 310 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 310 Projeções ortogonais Sobre as projeções ortogonais na figura 310 acima podese observar Ribeiro et al 2013 p 6 A figura 10a nos mostra que uma superfície paralela a um plano de projeção é projetada nesse plano em verdadeira grandeza e em sua forma exata A figura 10b nos apresenta que uma superfície perpendicular ao plano de projeção resulta em uma linha A figura 10c nos mostra que as arestas que resultam de intersecção de superfícies são representadas por linhas No entanto a figura a ser projetada pode não ser plana e em geral ela não o é Para representarmos então o objeto espacial em planos é necessário utilizarmos mais de um plano de forma que sua representação seja completa e inequívoca Observe na figura 311 que três formas diferentes podem ter a mesma projeção num único plano 58 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 311 Projeções ortogonais de objetos tridimensionais Quando utilizamos dois planos um vertical e outro horizontal as projeções de cada um desses objetos nos planos mostra a diferença dos três objetos no plano horizontal teremos figuras planas distintas para objetos tridimensionais diferentes conforme o objeto A projeção no plano vertical dos diferentes objetos apresenta três retângulos as projeções no plano horizontal são um círculo um quadrado e um triângulo Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 312 Representação em duas vistas de sólidos compostos 59 A figura 312 ilustra vários exemplos de projeções de objetos por meio de sua representação sem omissões ou ambiguidades em duas vistas Já a figura 313 apresenta alguns exemplos de peças que podem ser representadas de maneira inequívoca em apenas uma projeção seguindo uma convenção na forma de símbolo para indicar o formato exato do objeto Podese utilizar a palavra espessura seguida do número para representar a espessura da peça ou então os símbolos Ø e para indicar o diâmetro da peça ou então que a peça tem seção transversal quadrada ambos os lados com a mesma dimensão Fonte SILVA et al 2006 p 48 Figura 313 Convenções em representação de vista única Há peçasobjetos que podem ser representados em duas vistas apenas sendo estas suficientes para correta interpretação do desenho e representação do objeto Observe exemplos na figura 314 Fonte SILVA et al 2006 p 49 Figura 314 Representação em duas vistas de objetos tridimensionais 60 32 Projeção em três planos rebatimento de três ou mais planos Nem sempre a utilização de apenas dois planos é suficiente Pode ser necessária a utilização de até três planos ortogonais para a correta interpretação do objeto por meio de suas projeções sem margens para ambiguidades Assim pode ser necessário utilizar até três planos plano de projeção vertical PV plano de projeção horizontal PH plano de projeção lateral PL A representação de algumas peças como a da figura 315 ainda pode gerar ambiguidades Essa ambiguidade é evitada adicionandose um terceiro plano de projeção ortogonal restringindo o conjunto de soluções possíveis Na figura 316 por exemplo observase que informações adicionais a respeito do objeto podem ser obtidas no terceiro plano de projeção A planificação das projeções é feita de acordo com o sugerido na figura 317 e o resultado final do desenho planificado em três planos ortogonais é mostrado na figura 318 Fonte SILVA et al 2006 p 50 Figura 315 Ambiguidade na representação de projeções em dois planos 61 Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 51 Figura 316 Projeção ortogonal adicional Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 51 Figura 317 Planificação dos planos de projeção da figura 316 62 Fonte SILVA et al 2006 p 51 Figura 318 Representação inequívoca por projeções ortogonais do objeto Já discutimos em um bloco anterior os diferentes tipos de linha que podem aparecer num desenho técnico Na projeção ortogonal as regras que vimos ainda são válidas Para cada tipo de contorno existe um tipo de linha associado Os contornos das peças são representados com linhas de traço contínuo grosso e podem significar a interseção de duas superfícies a representação da vista de topo de superfícies exteriores da peça ou o limite de superfícies curvas como o contorno de uma esfera como mostrado na figura 319 Contornos que não são visíveis são representados por linhas de traço interrompido Ainda são válidas as regras do item anterior mas um cuidado deve ser tomado se duas linhas de contorno invisíveis se interceptam as linhas tracejadas se tocam quando se cruzam não se tocam como mostrado na figura 320 As linhas de eixo são linhas de simetria que indicam o posicionamento de centros de furos ou outros detalhes que apresentem alguma simetria radial Esse tipo de linha é desenhado com traço misto fino e deve ser sempre desenhada em cilindros cones ou troncos de cone e furos O centro de simetria é marcado por duas linhas de traço misto perpendiculares figura 321 63 A ordem de precedências de linhas deve ser obedecida os contornos visíveis têm precedência sobre todos os outros tipos de linha Fonte SILVA et al 2006 p 54 Figura 319 Linhas adotadas na representação de uma peça Fonte SILVA et al 2006 p 54 Figura 320 Arestas invisíveis numa peça 64 Seguem exemplos de objetos tridimensionais e suas projeções ortogonais auxiliando na compreensão deste conteúdo São conjuntos de imagens apresentando a perspectiva isométrica do objetopeça e suas projeções ortogonais em três planos Fonte RIBEIRO et al 2013 p 10 Figura 321 Exemplo 1 Projeções ortogonais Fonte RIBEIRO et al 2013 p 8 Figura 322 Exemplo 2 Projeções ortogonais 65 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 8 Figura 323 Exemplo 3 Projeções ortogonais 33 Vistas auxiliares Na apresentação das vistas ortogonais de um objetopeça é importante notar os seguintes detalhes A vista principal da peça deve ser tal que forneça o máximo possível de informações O número de projeções utilizado deve ser a quantidade necessária e suficiente para definir completamente a peça figura 324 A escolha das vistas deve ser escolhida cautelosamente de modo que o desenho resultante não crie ambiguidades As projeções devem possuir o mínimo possível de linhas invisíveis de tal forma que as projeções escolhidas contenham o maior número possível de informações e detalhes visíveis figura 325 O espaçamento entre as vistas deve ser sempre o mesmo de modo que haja correspondência exata entre pontos das diferentes vistas 66 Fonte SILVA et al 2006 p 55 Figura 324 Vistas desnecessárias Fonte SILVA et al 2006 p 56 Figura 325 Vistas necessárias e suficientes bem escolhidas 67 Também vale observar que nem sempre é necessária a representação completa da vista Existem situações em que apenas parte da peça pode ser desenhada Vistas parciais é utilizada quando a representação total da vista não apresenta informações adicionais figura 326 Vistas interrompidas quando um objeto é muito longo e sem detalhes ao longo de seu comprimento o desenho é interrompido com linhas de fratura representandose apenas as extremidades da peça com as características uniformes figura 327 Vistas deslocadas a projeção é representada fora da sua posição correta para tornar a interpretação do desenho clara Adicionase ao desenho o sentido da observação com uma seta e uma letra maiúscula figura 328 Vistas de detalhes são utilizadas para representar em escalas maiores pequenos detalhes que numa vista podem não ser claramente representados figura 329 Vistas auxiliares se algum detalhe a ser projetado não é paralelo a um plano de projeção utilizamse planos auxiliares de projeção paralelos a esses detalhes à face que se deseja desenhar de forma a representálos em verdadeira grandeza figura 330 Fonte SILVA et al 2006 p 59 Figura 326 Vista parcial representação com plano auxiliar de projeção 68 Fonte SILVA et al 2006 p 58 Figura 327 Vistas interrompidas de peças compridas Fonte SILVA et al 2006 p 57 Figura 328 Vistas deslocadas locais 69 Fonte SILVA et al 2006 p 58 Figura 329 Vista de detalhe da peça Fonte SILVA et al 2006 p 59 Figura 330 Representação incorreta acima e correta abaixo da utilização de planos auxiliares de projeção 70 34 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas Hora da prática A exemplo dos blocos anteriores chegamos ao momento de realizar as atividades práticas aplicando os conteúdos estudados até este bloco Nestes exercícios execute as vistas ortogonais dos objetos representados em perspectiva isométrica Utilize a malha de linhas perpendiculares entre si para a representação das vistas Execute as projeções ortogonais e identifique as vistas em cada exercício A seta indica a face frontal do objeto Exercício 1 Fonte LEAKE 2015 figura P34 Exercício 2 Fonte LEAKE 2015 figura P36 71 Exercício 3 Fonte LEAKE 2015 figura P329 Exercício 4 Fonte LEAKE 2015 figura P332 Exercício 5 Fonte LEAKE 2015 figura P347 72 35 Cotas e anotações Na construção de desenho técnico a cotagem fazse necessária No CADMultiplus é permitido cotar linha multilinha arcos círculos etc As cotas apresentam as medidas geométricas dos objetos ou coordenadas XY de determinado elemento A cotagem tem seu estilo definido por cor estilo de texto escala tipo de linha Em Dimension configurando cotas antes de iniciar a cotagem devese editar o estilo de dimensionamento ou selecionar algum dos existentes Format Dimension styles aparecem opções que permitem criar alterar ou eliminar estilos existentes como Save New Rename Delete Para criar um novo estilo de cota selecionar new atribuir nome ao novo estilo clicar em create Na aba Arrows determinase o tamanho da seta ou símbolo de dimensionamento é possível configurar o estilo da seta é possível configurar os leaders linhas de chamada Na aba Format configurase o alinhamento dos textos 73 Na aba Lines configurase a distância entre os textos e a linha de base das cotas caso sejam adotadas linhas de chamada ou não entre outras possibilidades Na aba Text configuramse parâmetros do texto como estilo do texto altura localização do texto na horizontal e na vertical etc Na aba Tolerance configurase a supressão de zeros os limites de tolerância Na aba Units configurase o formato da cota definindo a quantidade de casas decimais e fator de escala observar que o fator de escala deve ser definido para que apareça o valor correto da tela Modelos de cotas para cotar o desenho cotas lineares podem ser verticais e horizontais independem dos pontos de chamada para cota linear clicar no ponto inicial e indicar a posição da cota no desenho para cota alinhada aparece a cota no ângulo formado pelos pontos inicial e final cota angular indica a cota do ângulo formado entre os dois pontos selecionados linha de chamada insere chamada específica para nota ou anotação no desenho cota rotacionada alterna entre cota linear e cota alinhada em função de pontos selecionados e indicação do ângulo da cota linha de centro seleção de um círculo onde é automaticamente criada a linha de eixo ou podese escolher para a cota do raio cota contínua a partir da primeira cota já inserida as demais acompanham a já existente cota ordenada composta de coordenada X ou Y e uma linha guia medem a distância perpendicular entre o ponto de origem referência e um elemento cotado 74 Vimos como efetuar a cotagem em desenhos para acrescentar informação ao desenho facilitando a leitura e interpretação do mesmo Conclusão Neste bloco estudamos as Projeções Ortogonais Você deve ser capaz de distinguir os vários tipos de projeções existentes e determinar o número de vistas necessárias para a correta e inequívoca interpretação da peça no desenho sem ambiguidades ou redundâncias Deve lembrar também que a vista principal da peça deve ser a que possui o máximo número de detalhes e características da peça Ainda deve conseguir compreender e saber quando utilizar vistas auxiliares vistas parciais vistas deslocadas vistas interrompidas e vistas de detalhe Lembrese sempre que o desenho deve representar o objeto de forma clara concisa e com o máximo número de informações no menor número de vistas Bons estudos REFERÊNCIAS LEAKE J M BORGERSON J L Manual de Desenho Técnico para Engenharia desenho modelagem e visualização 2 ed Rio de Janeiro LTC 2015 RIBEIRO A C PERES M P IZIDORO N Desenho técnico e AutoCAD São Paulo Pearson Education no Brasil 2013 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 75 4 PROJEÇÕES PLANAS PARALELAS ORTOGRÁFICAS DE VISTAS MÚLTIPLAS Neste bloco vamos tratar de perspectivas Observe a foto na figura 41 é interessante como todas as linhas que separam as paredes do piso e do teto parecem vir do mesmo ponto consegue perceber É quase como se a foto tivesse sido tirada num quadro parecido com o desenho da figura 42 A perspectiva é uma maneira de tentar representar um objeto tridimensional numa superfície bidimensional de maneira simples e fácil de compreender Fonte httpspixabaycomptphotoscorredorperspectivatC3BAnel933328 Acesso em 4 fev 2019 Figura 41 Foto de corredor em perspectiva 76 Segundo Silva et al 2006 a perspectiva é bastante utilizada em folhetos de divulgação de produtos em propagandas e publicidade devido à facilidade de compreensão do que se deseja mostrar Fonte httpspixabaycomvectorsperspectiveviewpoint3dgrid1301762 Acesso em 4 fev 2019 Figura 42 Ponto de vista em perspectiva Uma das principais características da vista em perspectiva é a facilidade de interpretação e compreensão do desenho no entanto nem sempre é possível a boa representação dos detalhes da peça No desenho técnico é imprescindível que o desenho seja livre de ambiguidades que represente corretamente todas as características da peça sem margens para dúvidas Para que isso possa ser feito num desenho em perspectiva é comum escolher um ponto de vista para observação e utilizar a perspectiva mais conveniente SILVA et al 2006 p 95 A perspectiva tenta representar a peça de forma que seu volume seja fácil e rapidamente compreendido Existem diferentes tipos de perspectivas que podem ser utilizadas para representar uma peça tais como a projeção central ou paralela oblíqua ou ortogonal Alguns tipos de perspectivas são mostrados na figura 43 Observe que todas as imagens se assemelham a uma foto do objeto com forma mais ou menos distorcida A figura também deixa clara as diferenças entre os diferentes tipos de projeções o ângulo de incidência das linhas de projeção e a orientação do objeto a ser projetado no plano de projeção 77 Fonte SILVA et al 2006 p 96 Figura 43 Quatro tipos de projeção Esse bloco portanto abordará as perspectivas correntes em desenho técnico as projeções paralelas oblíquas e as projeções centrais Costumase designar todos esses tipos de projeções como perspectivas Bons estudos 78 41 Projeções cônicas e projeções paralelas conceituação Para podermos discutir as diferentes técnicas de projeção precisamos definir alguns conceitos que utilizaremos adiante plano de projeção objeto projetante ou raio projetante centro de projeção Observe a que a figura 44 a seguir representa a projeção de um ponto no plano O ponto A é o Objeto no espaço o qual se deseja representar na folha de desenho o Plano De Projeção A linha que passa pelo ponto A e projeta seu desenho no plano de projeção que contem A é a linha Projetante Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 44 Projeção de um ponto no plano 79 Quando se tem um objeto de dimensão finita e não mais um único ponto podese definir também o Centro de Projeção conforme a figura 45 Se ele posição de onde saem todas as linhas projetantes está a uma distância finita do objeto então temse uma Projeção Cônica também chamada de Projeção Central Por outro lado segundo Silva et al 2006 se esse ponto de observação está a uma distância infinita então todas as linhas são paralelas entre si e a projeção no plano é uma Projeção Cilíndrica também chamada de Projeção Paralela Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 45 Projeção cônica e projeção cilíndrica O desenho de um objeto em Projeção Cônica está ilustrado na figura 46 O objeto é desenhado a partir de pontos de fuga e a escolha de quantos pontos de fuga utilizar depende de quais características do objeto desejase realçar Com 1 ponto de fuga observe que a evidência está na face do cubo na figura Com 2 pontos de fuga a evidência está na aresta entre duas das faces e com 3 pontos no vértice entre faces 80 Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 46 Projeções centrais As projeções cilíndricas podem ser classificadas em oblíquas ou ortogonais e estão relacionadas com a direção dos raios projetantes Se os raios são oblíquos em relação ao plano de projeção então temse uma Projeção Cilíndrica Oblíqua Se são perpendiculares ao plano então temse uma Projeção Cilíndrica Ortogonal Isso está ilustrado na figura 47 Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 47 Projeção cilíndrica oblíqua e projeção cilíndrica ortogonal 81 As projeções cônicas também chamadas de projeções centrais são utilizadas principalmente no desenho de arquitetura pois têm a vantagem de mostrar como o objeto pareceria aos olhos do observador É bastante adequada para dar uma ideia do formato do objeto mas possuem a desvantagem de não representarem as dimensões corretamente pois nenhuma dimensão nesse tipo de perspectiva é mostrado em verdadeira grandeza Silva et al 2006 p 109 A figura 48 ilustra a projeção central ou projeção cônica de um cubo Fonte SILVA et al 2006 p 109 Figura 48 Projeção central de um cubo 82 42 Projeções paralelas oblíquas conceituação cavaleira gabinete e militar A projeção paralela tem esse nome porque nesse caso uma das faces do objeto é paralela ao plano de projeção conforme figura 49 Já na projeção axonométrica o objeto encontrase inclinado em relação ao plano de projeção Fonte YEE 2017 p 173 Figura 49 Projeção paralela e projeção axonométrica No esquema de Projeção Paralela ou Cilíndrica a representação do objeto corresponde a uma situação irreal pois o observador está a uma distância infinita do plano de projeção Contudo a representação do objeto no plano de projeção é inequívoca do ponto de vista técnico SILVA et al 2006 p 46 No desenho técnico o ângulo da projeção oblíqua não é arbitrário esses ângulos podem ser 30 45 ou 60 Neste tipo de projeção sempre teremos uma face do objeto paralela ao plano de projeção e as dimensões dessa face sempre aparecerão em verdadeira grandeza 83 A utilização mais comum é a do ângulo de 45 Essa perspectiva é conhecida como perspectiva oblíqua também chamada de perspectiva cavaleira perspectiva de gabinete ou perspectiva militar Essa perspectiva é obtida das projeções de três eixos separadas por ângulos de 135 135 e 90 conforme ilustra a figura 410 Nesse tipo de projeção a largura e altura da face são representadas em verdadeira grandeza 𝒂 enquanto a profundidade é representada de forma reduzida Fonte SILVA et al 2006 p 97 Figura 410 Obtenção de perspectiva de gabinete O fator de redução 𝒓 que aparece na representação da profundidade do objeto define o tipo de projeção se 𝒓 𝟎 𝟓 então temse a perspectiva de gabinete enquanto que 𝒓 𝟏 define a perspectiva cavaleira 84 Observe também o ângulo entre o prolongamento do eixo C com o eixo B 45 Esse ângulo é chamado de ângulo de fuga e se esse ângulo for 30 temse a perspectiva militar De acordo com Silva et al 2006 a relação mais comum entre ângulo de fuga e fator de redução é 45 e 𝒓 𝟎 𝟓 Utilizamse outros valores de 𝒓 apenas quando se deseja ilustrar um caso particular de alguma das faces do objeto Fonte YEE 2017 p 175 Figura 411 Perspectiva paralela oblíqua perspectiva cavaleira As Perspectivas Paralelas Oblíquas aqui representadas pela perspectiva cavaleira apresentam linhas projetantes oblíquas em relação ao plano do quadro e paralelas entre si Apresentam uma forma frontal plana em verdadeira grandeza e planos laterais não convergentes Historicamente são derivadas dos desenhos das antigas fortificações europeias YEE 2017 p 175 43 Projeções paralelas ortográficas axonométricas conceituação trimétrica dimétrica isométrica A figura 49 apresentada no item anterior ilustra as diferenças entre a projeção paralela e a projeção axonométrica Na projeção axonométrica o objeto está inclinado em relação ao plano de projeção Nesse tipo de projeção não há limites de possíveis posições do objeto pois existem ângulos infinitamente diferentes que ele pode ser orientado em relação ao plano de projeção SILVA et al 2006 p 98 85 De acordo com SILVA et al 2006 a prática do desenho técnico contudo três projeções axonométricas são usualmente utilizadas a trimétrica a dimétrica e a isométrica Na projeção trimétrica figura 412 as três faces do objeto estão contidas em planos oblíquos em relação ao plano de projeção Os ângulos entre os eixos nessa perspectiva são variáveis e os valores mais comuns para 𝜶 e 𝜷 são mostrados na tabela 41 onde também são mostrados os fatores de redução das grandezas ao longo de cada um dos eixos Fonte SILVA et al 2006 p 98 Figura 412 Obtenção da perspectiva trimétrica Observe que nessa projeção somente a altura é representada em verdadeira grandeza A execução desse tipo de projeção manualmente é trabalhosa visto que existem três tri escalas métricas diferentes uma para cada eixo e por essa razão essa perspectiva não é usualmente utilizada dando preferência às perspectivas dimétrica e isométrica casos particulares da perspectiva trimétrica 86 Tabela 41 Ângulos e fatores de redução para a projeção trimétrica Ângulo 𝜶 Ângulo 𝜷 Eixo A Eixo B Eixo C 5 10 17 50 1 09 05 9 50 24 30 1 09 06 14 30 26 40 1 09 07 11 50 16 1 09 07 Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 100 Já na perspectiva dimétrica ilustrada na figura 413 são utilizados dois fatores de redução Para os eixos das alturas e larguras as dimensões são representadas em verdadeira grandeza já o eixo das profundidades apresenta um fator de redução Fonte SILVA et al 2006 p 100 Figura 413 Obtenção da perspectiva dimétrica Ainda com relação à orientação dos eixos o ângulo B é orientado com um pequeno ângulo em relação à horizontal Na figura 413 esse ângulo é 7 mas outros valores podem ser utilizados A tabela 42 apresenta os diferentes ângulos que podem ser utilizados para orientar os eixos B e C e os respectivos fatores de redução no eixo de profundidade 87 Tabela 42 Ângulos e fatores de redução para a projeção dimétrica Ângulo 𝜶 Ângulo 𝜷 Eixo A Eixo B Eixo C 7 42 1 1 05 10 22 39 49 1 1 06 14 10 37 55 1 1 07 18 40 35 40 1 1 07 Fonte SILVA et al 2006 p 100 A projeção isométrica é a mais utilizada das projeções axonométricas pois os ângulos de fuga são ambos 30 e as dimensões ao longo dos três eixos das coordenadas não necessitam de fatores de redução diferentes entre si ilustrado na figura 414 Essa perspectiva é de fácil execução sendo mais rápido seu desenho em relação às outras projeções No entanto é a que mais apresenta distorções em relação ao modelo real do objeto Fonte SILVA et al 2006 p 98 Figura 414 Obtenção da perspectiva isométrica 88 Vamos verificar e comparar os tipos de projeção conforme figura 415 Fonte YEE 2017 p 174 Figura 415 Comparação dos tipos de projeção As perspectivas paralelas axonométricas do grego ou axiométricas do inglês apresentam linhas projetantes perpendiculares ao plano do quadro e paralelas entre si Apresentam uma aresta frontal vertical e planos laterais não convergentes YEE 2017 p 174 Um outro tipo de perspectiva que aparece bastante nos desenhos de montagem de conjuntos é a perspectiva explodida que dá uma boa ideia da forma dos objetos e da ordem na qual os objetos devem ser montados Nesse tipo de desenho evitase o uso de cortes para mostrar detalhes interiores da peça pois todas do conjunto são mostradas num único desenho SILVA et al 2006 A figura 416 ilustra um conjunto de três peças e sua perspectiva explodida Note que todas as peças do conjunto são representadas bem como setas que indicam a ordem de montagem do conjunto 89 Fonte SILVA et al 2006 p 109 Figura 416 Perspectiva explodida de conjunto de três peças Com relação às representações em perspectiva devese observar aspectos relativos à cotagem Em geral as perspectivas não são cotadas visto que no desenho em perspectiva existem detalhes da peça que não são mostradas em verdadeira grandeza Contudo podese cotar um desenho em perspectiva seguindo as regras de cotagem que vimos no bloco anterior Para o caso particular de desenhos em perspectivas existem formas recomendadas e desaconselhadas para a representação das cotas SILVA et al 2006 ilustrado na figura 417 Fonte SILVA et al 2006 p 106 Figura 417 Cotagem de perspectivas 90 Uma atenção particular deve ser dada para a cotagem de ângulos nos desenhos em perspectiva Como as dimensões angulares não são representadas em verdadeira grandeza os ângulos não são cotados Para isso as medidas angulares são transformadas em medidas de catetos que podem ser tratadas em verdadeira grandeza ao longo das linhas isométricas SILVA et al 2006 p 102 ilustrado na figura 418 Fonte SILVA et al 2006 p 102 Figura 418 Marcação e construção de ângulo em perspectiva 91 44 Perspectivas axonométricas e isométricas Hora da prática Neste subtema da disciplina vamos aplicar os conceitos apresentados e desenvolver desenhos técnicos utilizando o que já foi estudado até este ponto As vistas de diferentes modelos nos possibilitam perceber mentalmente o objeto Na representação de diferentes modelos apresentamos também a perspectiva isométrica do objeto representação de uma peça numa posição específica A perspectiva isométrica apresenta algumas vantagens como O objeto é representado por uma única figura Fácil de compreender até por quem não conhece as normas de desenho técnico Possibilidade de medições no desenho das dimensões paralelas aos diferentes eixos pois a mesma redução é aplicada aos três eixos Apresenta também algumas desvantagens Deformação efeito irreal Somente podem ser tomadas medidas de linhas paralelas aos eixos Dificuldade de colocar muitas cotas Apresentamos alguns exemplos para melhor demonstrar as informações apresentadas Figura 419 Representação de vistas ortogonais do objeto A e sua perspectiva isométrica 92 Observe que nas vistas ortogonais visualizamos cada face do objeto de acordo com a vista Na representação em perspectiva isométrica visualizamos o objeto como se estivéssemos olhando para ele permitindo que consigamos entender como é o objeto que é tridimensional Por isso é representado em perspectiva isométrica se comparado à representação do objeto em vistas ortogonais Figura 420 Representação de vistas ortogonais do objeto B e sua perspectiva isométrica Observe a posição dos eixos a 120 Na perspectiva isométrica as dimensões das arestas paralelas aos eixos são indicadas nos eixos x y e z Veja que a perspectiva isométrica nos apresenta o modelo levemente rotacionado e tombado para frente Esta posição é tal que os eixos onde serão indicadas as medidas de comprimento Eixo x largura ou profundidade Eixo y e altura Eixo z da peça estão a 120 entre si 93 Para facilitar a realização de um exercício apresentamos aqui figura 421 uma malha isométrica na qual as linhas estão a 120 entre si Vamos considerar que a distância de um ponto a outro é 10 94 Figura 421 Construção de perspectiva isométrica utilizando malha isométrica Vamos ver a resolução da representação de um objeto em perspectiva isométrica figura 422 e 423 quando há linhas que não são paralelas aos eixos isométricos Figura 422 Etapas de execução da representação 1 95 Figura 423 Etapas de execução da representação 2 Outro ponto a ser observado é a representação se superfícies curvas em perspectiva isométrica Vamos apresentar o exemplo de representação de um cilindro em perspectiva isométrica Desenhase inicialmente um paralelepípedo onde o cilindro estará inserido O círculo inscrito num quadrado em perspectiva isométrica transformase em elipse por onde então a representação de um cilindro iniciase nas faces quadradas e em seguida unem as elipses com retas tangentes às arestas do comprimento do paralelepípedo Da seguinte forma Fonte Ribeiro et al 2013 p 46 Figura 424 representação de cilindro em perspectiva isométrica 96 Agora vamos à prática da disciplina Imprima os exercícios para realizálos Exercício 1 Execute a perspectiva isométrica do objeto representado em vistas ortogonais Considere a malha isométrica com modulação 2 Desenho sem escala Figura 425 Vistas ortogonais de objeto para execução de perspectiva isométrica 1 Exercício 2 Execute a perspectiva isométrica do objeto representado em vistas ortogonais Considere a malha isométrica com modulação 2 Desenho sem escala Figura 426 Vistas ortogonais de objeto para execução de perspectiva isométrica 2 97 45 Configurações de área de trabalho configurações para o desenho Já vimos vários comandos que permitem construir objetos acrescentar as cotas e outras ações utilizando o software Vamos verificar neste subtema as configurações da área de trabalho Selecionando o comando Tools Options há várias abas que correspondem a opções diferentes que podem ser definidas Na aba General em experience level selecionar advanced em auto save selecionar enable auto save every xxx minutes Indicar a quantidade de minutes que corresponde ao intervalo em minutos de salvamento automático do arquivo em save as defaut format selecionar AutoCAD 2007 dwg ou versão mais recente essa possibilidade permite que seu arquivo seja aberto no software AutoCAD permitindo trocas de dados rapidez e agilidade na consulta de arquivos pois não será necessário importar o arquivo para dwg em open Abertura do arquivo nesta opção existe a possibilidade de configuração para os arquivos serem abertos com a opção recover opção de recuperação opção utilizada quando o arquivo pode apresentar problemas em sua estrutura quando foi salvo com algum problema ou se o arquivo foi fechado de modo inesperado por exemplo em Open selecionar open drawings using Recover clicar em OK Na aba Pathsfile Nesta aba é possível configurar dados referentes a arquivos menus etc 98 Na aba Display em linha de comando é possível determinar o número de linhas que ficarão armazenadas no histórico de linha de comando sendo o valor padrão de 256 a linha de comando pode ser visualizada teclando F2 abrirá um bloco de notas com o histórico dos comandos em ambiente gráfico são efetuadas as configurações do ambiente gráfico em show tabs podese definir a cor da tela em graphics screen color selecionando a cor da tela geralmente adotase tela preta mas o usuário pode modificar esta configuração em Menu selecionar display prompt boxes e selecionar automatic menu loading Estas seleções permitem configurar para mostrar a caixa de comando e a outra para carregar os arquivos de menus automaticamente O CADMultiplus pode ser utilizado em vários idiomas opção padrão em inglês ou para idioma configurado no computador em Idioma selecionar a opção desejada e para alterar o idioma fechar e abrir o arquivo em seguida para que as modificações sejam adotadas Na aba Profiles Existe a possibilidade de personalização das configurações que controlam o desempenho do ambiente gráfico Sempre existe a opção padrão que corresponde às configurações default do software em snap é utilizado para configurações de capturas para que o desenho seja realizado com maior precisão Para ativar ou desativar snap clicar com o botão direito a opção esnap na parte inferior da tela e então ativar ou desativar as ferramentas de captura 99 Nas configurações para o desenho são definidas as configurações a serem adotadas no desenho como unidades sistema de coordenadas exibição modificação criação de entidades e configurações para o desenho tridimensional Selecionar o comando Settings Drawing settings Na tela selecionada haverá várias abas Na aba unidade escolhese o tipo de unidade a ser utilizada no desenho e sua precisão geralmente adotamos decimal degrees e em seguida definir a precisão selecionando o valor Na aba coordenadas é possível configurar parâmetros relativos ao ambiente gráfico Ao teclar F8 é possível selecionar Draw orthogonal ou não Em snap settings o snap é utilizado para mover o cursor com uma distância pré definida podese configurar o cursor a se movimentar a cada 1 metro ou menos por exemplo em grid é apresentado na tela a divisão como se fosse um plano cartesiano permitindo configurar a distância entre as linhas que serão criadas para habilitar e desabilitar o grid teclar F7 em desenho isométrico essa opção permite a configuração do cursor para o desenho isométrico recurso bastante utilizado no desenho de tubulações hidráulicas Na aba display É possível configurar parâmetros de cursor e definir se o sistema de coordenadas aparece ou não Na aba criação É possível definir configurações relativas ao layer em que o desenho será realizado tipos de linhas espessuras etc 100 Na aba ediçãomodificação É possível configurar parâmetros para os comandos de modificação como mirror raio padrão para o comando fillet Essa foi a estratégia adotada na disciplina apresentar alguns comandos para construção de desenhos e em seguida configurações de área de trabalho e configurações para o desenho de início usualmente definidos para então proceder a execução do desenho Vamos reunindo as informações para realização de desenho utilizando o software CADMultiplus permitindo que outros desenhos mais complexos sejam realizados com a utilização dos recursos disponíveis do software Conclusão Neste bloco abordamos o desenho em perspectiva e os diferentes tipos de projeção que podem aparecer no desenho técnico Vimos as projeções cônicas ou centrais e as projeções cilíndricas ou paralelas As projeções paralelas podem ser oblíquas ou ortogonais como já vimos no bloco 3 e as oblíquas podem ser do tipo cavaleira de gabinete ou militar Vimos também as projeções axonométricas divididas em trimétricas dimétricas e isométricas Por fim discutimos brevemente como é a cotagem em perspectiva e a representação dos ângulos no desenho em perspectiva Neste bloco também apresentamos a técnica utilizada para a representação da montagem de conjuntos ou seja a perspectiva explodida recurso que pode ser utilizado na engenharia e na arquitetura Você deve ser capaz de entender as diferenças de cada uma dessas perspectivas e apontar suas principais vantagens e desvantagens Os exercícios propostos auxiliarão na construção do conhecimento Assim realize as atividades propostas e faça os exercícios para compreender melhor cada uma das perspectivas Bons estudos 101 REFERÊNCIAS BENUTTI M A Aula 1 Perspectiva e Sistema de Projeção Blog Aulas da Toninha 10 mar 2017 Disponível em httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1 perspectivahtml Acesso em 8 jun 2019 CRUZ M D Projeçoes e perspectivas para desenhos tecnicos São Paulo Érica 2014 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 PIXABAY Corredor em perspectiva Disponível em httpspixabaycomptphotoscorredorperspectivatC3BAnel933328 Acesso em 4 fev 2019 Ponto de vista em perspectiva vetor Disponível em httpspixabaycomvectorsperspectiveviewpoint3dgrid1301762 Acesso em 4 fev 2019 RIBEIRO A C PERES M P IZIDORO N Desenho técnico e AutoCAD São Paulo Pearson Education no Brasil 2013 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch YEE R Desenho arquitetônico um compêndio visual de tipos e métodos 4 ed Rio de Janeiro LTC 2017 102 5 CORTE EM DESENHO TÉCNICO Neste bloco vamos tratar de cortes e seções e apresentar diferentes maneiras de se fazêlos num desenho utilizando a simbologia adequada e mostrando como escolher os planos de corte e como representálos Vamos discutir cada um dos diferentes casos corte total meio corte corte parcial corte por planos sucessivos corte com e sem rebatimento e corte de conjuntos de peças Utilizamos o recurso do corte e seção no desenho para representar o formato interior da peça ou objeto quando for complicado de descrever ou quando tiver detalhes importantes que não aparecem em arestas visíveis nas projeções ortogonais O recurso de cortes e seções é bastante útil para mostrar a parte interior do objeto mas só deve ser utilizado se trouxer informações relevantes ao desenho É preciso se atentar ainda às normas e convenções que devem ser sempre observadas quando fazemos um corte ou seção num desenho de forma a mantêlo legível Continue estudando compreendendo os exemplos mostrados e fazendo os exercícios propostos Bons estudos 51 Seção corte e hachura Uma grande variedade de peças e objetos pode ser representada clara e inequivocamente em desenho técnico por meio de suas projeções ortogonais No entanto o desenho pode ficar confuso se a peça possui reentrâncias ou vazios e se utilizarmos a representação dessas por arestas por linhas interrompidas Observe na figura 51 o desenho em perspectiva isométrica de uma peça à esquerda e sua mesma representação em projeções ortogonais à direita Na sua vista lateral observamos várias linhas interrompidas e linhas traçoeponto para representar as várias arestas invisíveis da peça Veja que esta torna a interpretação do desenho um pouco confusa 103 Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 74 Figura 51 Vazios da peça representados por linhas interrompidas O recurso do corte consiste em imaginar que a peça é cortada por um ou mais planos de modo que consigamos enxergar a parte interna Imagine que a peça é cortada ao meio como mostra o desenho à esquerda na figura 52 e ao desenhar as projeções ortogonais da peça a vista frontal é desenhada da maneira que já conhecemos mas cortada na vista lateral Para indicar que a vista lateral é o desenho da peça cortada utilizamos hachuras para preencher as superfícies da peça que foram cortadas pelo plano Observe na figura 52 que os furos e os vazios não são hachurados Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 74 Figura 52 Corte da peça da figura 51 sem a representação das arestas invisíveis 104 O recurso do corte facilita a interpretação do desenho Uma regra usual na hora de escolher um plano de corte na peça é que ele deve ser preferencialmente paralelo a um dos planos de projeção e passar por planos de simetria e eixos de furo que possam existir É importante também notar que se deve sempre evitar representar arestas invisíveis numa vista cortada conforme ilustra a figura 53 Nessa figura o desenho da planta da vista superior nos diz que todos os furos da peça são iguais Assim na vista em corte não representamos todos os furos da peça com linhas interrompidas Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 75 Figura 53 Exemplo de representação redundante de partes ocultas num corte 105 Veja como indicar o corte numa vista Na figura 54 está indicado o corte AA na vista superior A linha para indicar o corte é traço e ponto estreita larga nas extremidades onde estão indicadas as letras que identificam o corte Fonte Adaptado de Cruz e Morioka 2014 p 73 Figura 54 Indicação de corte na vista superior e corte AA Outro detalhe importante quanto à hachura utilizada para representar as superfícies cortadas é que devem sempre que possível ser desenhadas a 45 com espaçamento constante A inclinação da hachura não deve nunca ser paralela ou perpendicular a uma aresta de contorno da peça e o tipo de linha utilizado é a contínua fina como mostra a figura 55 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 74 Figura 55 Exemplos de hachuras corretas e incorretas 106 A norma NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Procedimento especifica o tipo de hachura que deve ser utilizado para representar diferentes materiais como ilustrado na figura 56 Fonte CRUZ MORIOKA 2014 p 77 Figura 56 Hachuras de acordo com ABNT NBR 12298 A figura 57 apresenta hachuras convencionais A hachura pode ser adotada simultaneamente com a cor embora a adoção de cor em desenho técnico seja desaconselhável A representação de hachuras pode ser alterada pelas normas ISO 128 40 Technical drawings General principles of presentation Part 40 Basic conventions for cuts and sections e ISO 12844 Technical drawings General principles of presentation Part 44 Sections on mechanical engineering drawings 107 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 75 Figura 57 Exemplos de hachuras de diferentes materiais No caso de peças finas cujas seções sejam estreitas a seção deve ser enegrecida Se for um conjunto de peças entre elas deve haver um espaço de 07 mm facilitando a visualização como mostra na figura abaixo segundo ABNT 1995 Fonte ABNT NBR 12298 1995 p 3 Figura 58 Peça enegrecida 108 52 Cortes total meio corte parcial e composto No exemplo das figura 52 e 53 o plano de corte também chamado de plano secante atravessou um eixo de simetria da peça e cortou a peça completamente Quando o corte atravessa completamente a peça então esse corte é chamado de corte total Existem ainda os cortes do tipo meio corte e corte parcial Os três tipos estão ilustrados na figura 59 Observe nessa figura também a utilização da simbologia de corte as setas junto com as letras maiúsculas AA indicam por onde passam o plano de corte Fonte ABRANTES FILGUEIRAS FILHO 2018 p 108 109 e 111 Figura 59 Possíveis cortes de uma mesma peça 109 A simbologia do corte consiste em indicar o plano de corte definido por linha de traço misto com um traço largo nas extremidades e nas mudanças de direção As setas no desenho indicam o sentido do corte Esse sentido do corte é identificado pelas letras identificadoras maiúsculas e num mesmo desenho as indicações do corte devem ser uniformes Observe também que na figura 9c o corte parcial não é identificado por nenhuma simbologia A regra é que na vista onde o corte é visualizado o corte é delimitado por linha contínua fina ondulada Uma outra observação importante é vista na figura 510 é preferível em peças simétricas utilizar o meio corte ao invés do corte total Nessa representação temos num mesmo desenho tanto os detalhes do interior da peça como aqueles do exterior Veja que esses detalhes não ficam inteiramente claros na representação com corte total Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 77 Figura 510 Corte total e meio corte preferível de uma peça simétrica 110 Por fim vale observar também a regra prática da utilização do corte parcial sua utilização é em peças onde o detalhe a ser mostrado está restrito a uma zona da peça como ilustrado na figura 511 Na peça dessa figura o corte parcial define completamente a cavidade interior Fonte Silva et al 2006 p 77 Figura 511 Utilização do corte parcial em peça longa Um último ponto a ser observado tanto na figura 510 quanto na 511 é que o corte define completamente a peça e a parte interior Nesses casos as arestas não visíveis não são indicadas por linhas tracejadas pois essa informação seria redundante já que o corte deixou claro como é o interior da peça Existe outra situação em que o corte de uma peça pode apresentar detalhes que não estejam alinhados Desta maneira temos que utilizar diferentes planos de corte para cada um dos detalhes que buscamos mostrar conforme exemplificado na figura 512 111 Fonte SILVA et al 2006 p 77 Figura 512 Cortes por planos paralelos Observe atentamente a figura 512 a linha AA indica os planos de corte em cada extremidade e nas mudanças de direção da linha utilizase o traço largo Observe também que na vista em corte mostramos tanto os furos das extremidades da peça como os furos centrais com uma única vista em corte O desenho somente da peça em corte indicaria que todos os furos estão alinhados mas a vista superior da peça nos mostra que na verdade cada furo está posicionado num lugar diferente da peça Outra mudança de direção da linha de corte aparece em peças de revolução quando estas apresentam elementos que um único plano de corte não é capaz de mostrar Nesses casos conforme ilustra a figura 513 são utilizados cortes por dois planos que passam pelo eixo da peça O plano de corte então que não é paralelo ao plano de projeção é rebatido sobre este Isso pode ser estendido para o caso de mais planos se a peça possui mais de um par de planos concorrentes sendo que o rebatimento é feito do mesmo modo conforme ilustra a figura 514 112 Fonte SILVA et al 2006 p 78 Figura 513 Corte por dois planos concorrentes e rebatimento em peças de revolução Fonte SILVA et al 2006 p 78 Figura 514 Corte e rebatimento por múltiplos planos concorrentes 113 Pode acontecer também quando se utilizam planos paralelos do plano de corte atravessar uma aresta da peça Essa mudança então deve ser representada por meio de uma linha de eixo no corte como mostra a figura 515 Fonte SILVA et al 2006 p 78 Figura 515 Caso particular do corte por planos paralelos e utilização da linha de traço misto fino Algumas regras gerais devem ser observadas ao representar uma peça em corte Na vista cortada são indicadas as superfícies obtidas pelo plano de corte e tudo que existe na peça para além desse plano A parte da peça supostamente cortada não pode ser omitida em todas as vistas alguma vista da peça deve conter informações da peça completa As superfícies cortadas pelo plano de corte são indicadas por hachuras na vista em corte As hachuras devem ser equidistantes e desenhadas em ângulos de 45 nunca paralelas ou perpendiculares às arestas da peça Numa mesma peça a hachura deve ter sempre o mesmo espaçamento e estar representada na mesma direção Os planos de simetria devem passar pelos eixos de simetria da peça sempre que possível 114 Evitase a utilização de linhas interrompidas para representar contornos invisíveis na vista em corte a não ser que essas linhas tragam informações fundamentais à representação da peça As superfícies de corte são delimitadas por linhas de contorno visível em cortes totais por linhas de traço misto nos meios cortes ou por linhas de fratura em cortes parciais A vista em corte deve ocupar a posição da projeção ortogonal correspondente Se o corte não ocupar essa posição a simbologia adequada deve identificar o corte na peça e a vista cortada adequadamente no desenho Temos ainda aplicação do corte voltado à construção civil e arquitetura figura 516 Iniciamos com o conceito de planta que corresponde a um plano horizontal que corta a construção na altura em torno de 150 m acima do piso É interessante que as janelas sejam cortadas por este plano Fonte MONTENEGRO 2017 p 52 Figura 516 Conceito de planta baixa 115 O plano horizontal secciona a construção na altura de 150 m acima do piso em seguida imaginamos a retirada da porção acima deste plano de corte e olhando de cima para baixo temos a planta conforme explicação da figura 517 Fonte MONTENEGRO 2017 p 53 Figura 517 Obtendo a planta baixa Observe na figura 517 que as paredes cortadas pelo plano horizontal estão marcadas em cinza sendo estas seções que compõem a planta 116 Na figura 518 está representada a planta executada de modo convencional Nela identificamos paredes portas janelas A projeção da cobertura telhado é representada por linha tracejada Fonte MONTENEGRO 2017 p 54 Figura 518 Planta da edificação efetuada de modo convencional 117 É chamado de planta o corte efetuado em plano horizontal como vimos na figura 516 Se houver corte efetuado em plano vertical será denominado corte como apresenta a figura 519 Fonte MONTENEGRO 2017 p 55 Figura 519 Corte na edificação O corte foi efetuado pelo plano AB vertical Podemos visualizar dois cortes corte AB e corte BA a primeira letra à esquerda do observador e a segunda à direita 118 Veja na figura 520 que o plano AB passa pela porta do depósito e atinge a janela deste Fazendo a leitura da edificação cortada pelo plano AB visualizamos a porta da sala Fonte MONTENEGRO 2017 p 56 Figura 520 Corte AB 119 O Plano AB possibilita que obtenhamos o corte BA demonstrado na figura 521 Para compreender como o corte BA é realizado lembramos que a identificação do corte nos mostra como será a representação deste A primeira letra do corte fica do lado esquerdo do observador Assim o corte BA neste exemplo é traçado de cabeça para baixo sendo depois rotacionado Desta maneira a parede representada do lado esquerdo do desenho no corte BA é aquela onde a janela é instalada Continuando a leitura do corte BA em direção ao lado direito deste visualizamos a parede onde a porta está instalada e como o corte passa pela porta esta é representada Já em direção ao lado direito do corte BA visualizamos um degrau desnível no piso e mais à direita há uma linha na vertical que referese ao limite da parede frontal da edificação poderá ser verificada na planta figura 518 Fonte MONTENEGRO 2017 p 56 Figura 521 Corte BA Observe que na planta figura 518 e no corte figura 520 e 521 aparecem os seguintes símbolos para informar a cota de nível do pavimento 120 Fonte ABNT NBR 6492 1994 p 17 Figura 522 Símbolos para cota de nível Fonte ABNT NBR 6492 1994 p 17 Figura 523 Apresentação de cotas de nível em planta e em corte Veja na figura 523 a planta e corte do leiaute de cozinha residencial Observe que na planta estão indicados os cortes AA e BB O corte AA está representado na figura na figura 524 juntamente com a planta 121 Fonte Adaptado de KUBBA 2014 p 90 Figura 524 Planta e corte de cozinha residencial 122 53 Seções sucessivas elementos não cortados cortes em conjuntos de peças O objetivo do corte é mostrar detalhes internos da peça que normalmente não são vistos nas projeções ortogonais da mesma As seções têm essencialmente as mesmas funções do corte e são utilizadas para trazer mais clareza ao desenho Por definição são superfícies resultantes da interseção de um plano secante com o objeto A diferença entre as seções e os cortes está no fato das seções representarem somente a interseção do plano de corte com a peça não mostrando aquilo que está além do plano Fonte SILVA et al 2006 p 83 Figura 525 Três representações possíveis de seções de um eixo 123 Geralmente as seções são transversais e perpendiculares ao eixo da peça a indicação é efetuada por linhas tracejadas e nunca contêm traços interrompidos A figura 525 ilustra diferentes maneiras de representação de diferentes seções de um eixo no desenho Observe que quando a seção é representada fora da peça seu contorno é feito com um traço largo enquanto que no caso da seção ser representada dentro da própria peça seu contorno é representado com um traço fino Ainda sobre cortes em desenho técnico há alguns tópicos que devem ser observados elementos não cortados e cortes em conjuntos de peças Esta abordagem tem aplicação específica nas engenharias Quando se faz um corte numa peça alguns elementos como eixos parafusos raios de roda porcas rebites chavetas elos de corrente e nervuras não trazem informações mais esclarecedoras quando cortados Em virtude disso quando elementos desse tipo são cortados por um plano de corte eles não são hachurados Observe por exemplo na figura 526 que os braços da polia quando cortada longitudinalmente não são mostrados hachurados Fonte Silva et al 2006 p 80 Figura 526 Representação de polia cortada longitudinalmente 124 A figura 527 ilustra a diferença entre o corte de uma peça com nervura à esquerda e de uma peça maciça à direita Note que a nervura não é hachurada mesmo que interceptada pelo plano de corte o que torna a distinção entre as duas peças mais fácil A vista em corte de cada um desses desenhos deixa mais evidente a diferença entre cada uma das peças Fonte SILVA et al 2006 p 80 Figura 527 Cortes em peças com nervuras e peças maciças Também é importante observar que no caso de cortes por planos concorrentes alguns detalhes que não são interceptados pelo plano de corte são mesmo assim rebatidos e representados na vista em corte conforme observamos nas figura 528 e 529 125 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 80 Figura 528 Rebatimento de detalhes não cortados Fonte SILVA et al 2006 p 81 Figura 529 Rebatimento de nervuras quando não cortadas 126 Quando o desenho mostra um conjunto de peças as superfícies hachuradas de diferentes peças devem ser representadas por hachuras diferentes Esse é o único caso em que hachuras diferentes aparecem num mesmo desenho para indicar peças diferentes num conjunto Isso é ilustrado na figura 530 Fonte SILVA et al 2006 p 82 Figura 530 Hachuras do conjunto de peças Também no desenho de conjuntos de peças existem elementos que não devem ser cortados mesmo que um plano de corte os atravesse São eles parafusos arruelas porcas rebites chavetas etc não são cortados como mostra a figura 531 Fonte SILVA et al 2006 p 82 Figura 531 Corte atingindo parafusos porcas arruelas e rebites 127 54 Corte em desenho técnico Hora da prática Chegamos ao momento de praticar os conceitos apresentados neste bloco Para as figuras 532 533 534 e 535 execute os cortes solicitados cortes AA BB CC e DD Figura 532 Exercício 1 execução do corte AA Figura 533 Exercício 2 execução do corte BB 128 Figura 534 Exercício 3 execução do corte CC Figura 535 Exercício 4 execução do corte DD Agora utilize uma página milimetrada e execute a planta e o corte na escala 150 para o próximo exercício O desenho da figura 536 é croqui e está sem escala 129 Figura 536 Croqui para exercícios 5 desenho sem escala Como observações gerais considerar para a execução da planta e corte 1 Janelas de sanitários e copa centralizadas no ambiente 2 Considerar os vãos da porta dos sanitários com a dimensão de 100 m largura 3 As portas têm altura 210 m Espessura de lajes de piso e cobertura 030 m 130 55 Edição de desenho Dando continuidade ao conhecimento dos comandos do software CADMultiplus vamos neste subtema ver como alteramos objetos já construídos Por inúmeras razões um objeto já desenhado precisa ser modificado Para executar alguma modificação em desenho existente o objeto a ser modificado precisa ser selecionado que pode ser de duas maneiras a Seleção do objeto antes da execução do comando de modificação ou b Seleção do objeto durante a execução do comando sendo esta seleção solicitada como parte da rotina Clicando sobre o objeto este fica tracejado surgindo grips no desenho Grips são quadradinhos nas extremidades dos elementos podendo o elemento ser texto ou desenho O desenho pode ser modificado clicando nos grips para selecionar mais de um clique com Shift os demais pontos indicando a nova posição Fonte CADMultiplus 2015 Figura 537 Figura modificada por seleção de grip Para apagar restaurar desfazer e refazer objetos Modify Erase Para apagar um objeto podese digitar erase na linha de comando acessar o ícone ou selecionar o objeto a ser apagado previamente teclar DEL teclado e enter Para desfazer e refazer Undo e Redo 131 Os comandos Undo e Redo utilizam os ícones apresentados a seguir Fonte CADMultiplus 2015 Figura 538 Ícones Undo e Redo Undo é utilizado para desfazer o último comando Este comando também pode ser utilizado digitandose U na linha de comando Redo é utilizado para refazer o comando que foi desfeito Este comando também pode ser acionado digitandose Redo na linha de comando Para restaurar objetos Para restaurar desenhos que foram eliminados pelos comandos erase block ou wblock sem usar o comando Undo digitar oops na linha de comando e em seguida enter Modify Copy A seleção deste comando permite copiar uma ou mais entidades fazendo uma ou mais cópias no desenho atual Podese tanto copiar entidades entre desenhos ou duplicar entidades dentro de um mesmo desenho para copiar uma entidade podese acessar o ícone ou digitar co na linha de comando 132 Para copiar um objeto selecionar o objeto a ser copiado indicar o ponto base no desenho a ser copiado posicionar o desenho no novo local Podese também mover ou copiar objeto espelhando as entidades a partir de ponto base selecionar o objeto a ser espelhado indicar o ponto base para espelhamento e em seguida enter É possível definir se os textos do desenho serão espelhados ou não da seguinte maneira depois de executado o comando mirror Selecionar Settings Drawing settings escolher a aba Entity Modification em mirror option se selecionar true text mirror o texto é espelhado se selecionar readable text mirror o texto continua legível sem ser espelhado Modify array Este comando possibilita que o objeto selecionado seja copiado em linhas e colunas retangular ou copiado em círculo em torno de um ponto centro e em quantidade definida acionar o ícone ou digitar ar na linha de comando para array retangular ativar o comando escolher o objeto a ser copiado e enter na linha de comando digitar R digitar a quantidade de linhas que você precisa e enter em seguida digitar a quantidade de colunas e enter 133 depois de indicadas as quantidades de linhas e colunas indicase a distância entre os itens na vertical e na horizontal a distância é em função do ponto de inserção do elemento inserir a distância horizontal e enter inserir a distância vertical e enter no caso de array polar acionar o comando array selecionar o objeto que será copiado na linha de comando digitar P polar escolher o ponto que será o centro digitar a quantidade de objetos a ser copiado digitar o ângulo em que os objetos serão distribuídos se quiser um círculo completo digitar 360 por exemplo Modify move Para mover um objeto no desenho acessamos o ícone ou digitase m na linha de comando selecionar o objeto especificar o ponto base indicar o ponto de deslocamento Modify rotate O comando rotate permite que objetos sejam rotacionados segundo ângulo especificado ou por ângulo referenciado a ângulo de base acessar o ícone ou digitar ro na linha de comando selecionar o objeto a rotacionar clicar sobre o ponto base para rotação informar o Ângulo para rotação 134 Modify scale acessar o ícone ou digitar sc na linha de comando Este comando permite alterar o tamanho de uma entidade definindose a escala em relação a um ponto especificando um fator de escala ou especificando um ponto de base e um comprimento Modify stretch acessar o ícone ou digitar s na linha de comando selecionar ponto do elemento a ser modificado indicar ponto para onde o objeto será estendido Modify Edit length Este comando permite alterar o comprimento de uma linha utilizando diferentes parâmetros selecionar a alteração com base em increment acrescentar valor percent aumentar ou diminuir com base percentual total diminui ou aumenta com base na medida total da reta dynamic diminui ou aumenta com controle visual e por meio do mouse Modify trim acessar o ícone ou digitar tr na linha de comando Esse comando permite a execução de um corte em entidade que termine incluída em um ou mais limites cortados por outras entidades Veja o exemplo na figura 539 onde a linha será cortada pelo retângulo Esse comando pode ser aplicado a arcos linhas polilinhas tridimensionais e bidimensionais abertas e raios selecionar o limite do corte selecionar a entidade para fazer o trim pode ser selecionada cada entidade para fazer o trim ou utilizando o método de cerca 135 Fonte CADMultiplus 2015 Figura 539 Resultado da aplicação do comando trim Modify Extend acessar o ícone ou digitar ex na linha de comando Este comando possibilita que o limite de uma entidade seja estendido até um limite definido por outras entidades selecionar os limites do limite selecionar a entidade para estender pode ser selecionada cada entidade para fazer o trim ou utilizando o método de cerca Modify break Este comando secciona um trecho intermediário de arco ou linha acessar o ícone ou digitar br na linha de comando selecionar a entidade para quebrar sendo este o primeiro ponto do trecho a ser seccionado clicar para marcar o segundo ponto definindo o trecho a ser seccionado Se quiser redefinir o primeiro ponto antes de marcar o segundo ponto digitar F e enter clicar para redefinir o primeiro ponto depois marcar o segundo ponto Modify Chamfer acessar o ícone ou digitar cha na linha de comando utilizado para arredondar ou chanfrar entidades 136 Chanfro conecta duas entidades não paralelas com uma linha para criar borda chanfrada Arredondamento conecta duas entidades com arco com raio especificado criando borda arredondada Modify Fillet Este comando arredonda cantos de um polígono ou entre duas linhas de acordo com um raio acessar o ícone ou digitar f na linha de comando clicar na primeira linha depois na segunda para arredondamento dos cantos Opções para definir o arredondamento polyline aplica regras de arredondamento em polilinhas radius define o raio para arredondamento trim corta ou não o prolongamento da primeira e segunda linhas além do arredondamento multiple executa o arredondamento mais de uma vez Modify Explode Este comando permite desmembrar um objeto primitivo composto nas entidades que o compõem As entidades ficam no mesmo lugar mas cada linha pode ser alterada individualmente Pode ser aplicada a bloco ou polilinha obtendose linhas individuais e arcos acessar o ícone ou digitar x na linha de comando selecionar o elemento a ser explodido e enter Todos os comandos aqui apresentados estão são relativos ao software adotado pela instituição CADMultiplus Pro V8 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS 2015 137 Conclusão Neste bloco estudamos cortes e seções de uma e de conjuntos de peça e o corte aplicado à construção civil também utilizado em outras modalidades de engenharia como recurso para leitura e interpretação da instalações industriais e leiaute de setores por exemplo Você deve ser capaz de saber dizer quando se deve utilizar o corte ou seção para representar detalhes não visíveis da peça ou objeto e quando utilizar um ou outro Deve entender também os diferentes tipos de corte e saber escolher o mais adequado para representar a peça em questão além de respeitar todas as convenções utilizadas na representação da vista em corte Além disso após estudar esse bloco você deve ser capaz de entender por que se utilizam cortes ao invés de representar as linhas invisíveis por linhas tracejadas em vistas ortogonais e como indicar um corte na peçaobjeto Ainda deve se lembrar sempre de rebater detalhes como furos e nervuras ao cortar peças de revolução e entender por que alguns elementos nunca são cortados tais como nervuras parafusos e chavetas Com relação aos comandos utilizados em software CAD vimos os comandos de edição de desenhos que permitem modificar um objeto já desenhado para atender a necessidade de seu desenho ou projeto sem precisar apagar determinada entidade já desenhada e substituíla por um novo objeto Você também deve ter percebido que um mesmo resultado pode ser obtido utilizando comandos diferentes A utilização do software possibilitará que você selecione o comando que melhor lhe atenda em determinada situação ou os comandos com os quais você esteja mais familiarizado para executar o desenho necessário Bons estudos 138 REFERÊNCIAS ABRANTES J FILGUEIRAS FILHO C A Desenho técnico básico teoria e prática Rio de Janeiro LTC 2018 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1995 3 p CRUZ M D MORIOKA C A Desenho técnico medidas e representação gráfica São Paulo Érica 2014 KUBBA S A A Desenho tecnico para construção Tradução de Alexandre Salvaterra Dados eletronicos Porto Alegre Bookman 2014 MONTENEGRO G A Desenho arquitetônico 5 ed São Paulo Blucher 2017 164 p MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch 139 6 APLICAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO Este é o último bloco da disciplina no qual vamos apresentar vários exemplos de desenhos técnicos alguns bem mais elaborados que os já vistos até agora bem como aplicações do desenho técnico em diversas áreas do conhecimento como em áreas da engenharia civil área de mecânica com elementos de máquinas e assim podemos identificar a aplicação de desenho técnico em outras modalidades de engenharia Tente observar nos exemplos desse capítulo a aplicação de todos os conceitos já vistos em blocos anteriores e veja que embora os desenhos sejam maiores e mais complexos cada passo cada pedaço dele cada peça num conjunto obedecem às regras do desenho técnico Bons estudos 61 Aplicação de desenho técnico em engenharia civil e arquitetura O desenho técnico é elaborado e interpretado por normas ou seja atende exigências de Normalização segundo Almacinha 2018 definida como A Normalização busca a definição a unificação e a simplificação de forma racional quer dos produtos acabados quer dos elementos que se empregam para os produzir através do estabelecimento de documentos chamados Normas O termo definição significa caracterizar qualitativa e quantitativamente todos os materiais objetos e elementos que se utilizam na produção bem como os próprios produtos finais Os termos unificação e simplificação têm em vista a redução ao mínimo das variedades dos materiais das ferramentas e operações do processo produtivo e ainda dos produtos acabados As vantagens mais significativas que resultam da atividade normativa podem ser enumeradas resumidamente o fornecimento de meios de comunicação entre todas as partes interessadas a simplificação e a redução do tempo de projeto a economia de matériasprimas a economia de tempos de produção uma melhor organização e coordenação do processo produtivo a proteção dos interesses dos consumidores através da garantia de uma 140 adequada qualidade dos bens e dos serviços desenvolvida de forma coerente uma melhor especificação dos produtos a vender e a encomendar evitandose as amostras uma maior economia resultante da fácil intermutabilidade das peças a promoção da qualidade de vida segurança saúde e proteção do ambiente a promoção do comércio através da supressão dos obstáculos originados pelas diferentes práticas nacionais ALMACINHA 2018 p 5 Essa definição e apresentação das vantagens associadas permitem melhor compreensão dos conceitos de desenho técnico apresentados Os projetos de arquitetura urbanismo e engenharia civil quanto a infraestruturas regionais e redes viárias conectando os vários aglomerados urbanos buscam a concepção das edificações e dos espaços livres segundo critérios de exigência funcionalidade e estética As figura 61 e 62 mostram exemplos de representação de espaços urbanos Fonte Rio e Siembieda 2019 p 40 Figura 61 Área do Plano Piloto de Brasília e áreas urbanizadas do Distrito Federal Estudos para áreas urbanas também podem adotar o desenho técnico associado às políticas como apresentado na figura 62 141 Fonte Farr 2013 p 133 Figura 62 Diagrama do Bairro Sustentavel 142 O projeto de arquitetura pode consistir na representação de habitações serviços e arquitetura de interiores por exemplo Estudamse as relações volumétricas das edificações entre si e com o espaço em que se inserem buscando criar conjuntos harmoniosos seja em nível global ou de detalhe e acabamentos O projeto de arquitetura é constituído por uma parte escrita e um conjunto de peças desenhadas que formam o desenho de arquitetura e incluem os desenhos de localização em escalas 1500 ou 11000 os desenhos de conjunto em escalas 150 ou 110 os desenhos de detalhe em escala 120 ou 110 Um desenho de conjunto é mostrado nas figuras abaixo A figura 63 mostra a planta da edificação com os vários níveis da casa Este é um corte efetuado por plano horizontal uma altura condicionada pela altura dos vãos de modo a incluílos no desenho aproximadamente a 150 m do nível do chão A figura 64 mostra os cortes da edificação Esses cortes definem detalhes internos dos edifícios como compartimentos e escadas e permitem esclarecer as configurações interiores das construções sendo possível identificar pé direito dimensões de janelas e sua altura de instalação por exemplo As vistas de uma edificação figura 65 seguem os mesmos conceitos de vistas apresentados na discussão de projeções ortogonais identificadas pela sua orientação geográfica Leste Oeste Norte e Sul ao invés do usual Vista Frontal Lateral Superior etc sendo denominadas elevações 143 Fonte SILVA et al 2006 p 184 Figura 63 Projeto de arquitetura de residência Plantas 144 Fonte SILVA et al 2006 p 185 Figura 64 Projeto de arquitetura de residência vista da cobertura e cortes 145 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 185 Figura 65 Projeto de arquitetura de residência elevações 146 O desenho técnico também é utilizado para representação em topografia construção de portos aeroportos pontes estradas ruas instalações prediais hidráulica e elétrica na elaboração de leiaute de setores que ocupam determinado edifício subsidiando ações a serem adotadas por exemplo em ambientes de trabalho instalações prediais projetos de loteamentos residenciais comerciais e industriais centrais de distribuição de energia detalhes construtivos e representação do projeto executivo de construção civil O ambiente construído atende diferentes usos e ocupações inclusive aqueles relacionados às outras modalidades de engenharia e suas áreas de atuação 62 Aplicação de desenho técnico em elementos de máquinas Discutirseá brevemente os elementos de máquina componentes fundamentais ao projeto em engenharia mecânica focando na aplicação em conjuntos No projeto de conjuntos os processos de ligação das peças podem ser divididos em processos de ligação permanente quando as peças não podem ser separadas sem a destruição de pelo menos uma delas processos de ligação desmontáveis quando as peças podem ser separadas sem a destruição delas A figura 66 ilustra diferentes maneiras de se fazer a ligação entre elementos de um conjunto As 4 imagens apresentam 1º mostra um eixo preso com uma chaveta ao furo 2º mostra a ligação de duas peças presas por um parafuso e uma porca 3º apresenta um conjunto preso por uma mola 4º mostra um furo e um eixo estriados presos por interferência Observe que existem claro outras maneiras de se juntar duas peças utilizandose solda cola pregos etc no entanto nosso objetivo é abordar a representação gráfica entre elementos de conjuntos 147 Fonte SILVA et al 2006 p 311 Figura 66 Exemplos de ligações Na leitura recomendada será possível verificar como representar chavetas estrias correias e polias engrenagens mancais e rolamentos desenhos de peças soldadas Estes itens são apresentados no link httpsbv4digitalpagescombrtermdesenhosearchpage1filtrotodosfromb uscapage138section0legacy3624 Também será abordada a representação relativa às ligações roscadas Os elementos com roscas são extremamente importantes em diversos tipos de construção Uma rosca num eixo é uma rosca exterior ou rosca macho enquanto que uma rosca num furo é uma rosca interior ou rosca fêmea 148 Denominamse roscas conjugadas duas roscas uma exterior e outra interior que encaixam perfeitamente uma na outra como mostra a figura 67 Nessa figura temse o desenho de um parafuso a rosca macho e a porca a rosca fêmea representada em corte Note que o desenho da rosca é complexo e utilizase a convenção do desenho simplificado mostrado na parte de baixo da figura para representar parafusos e porcas em desenhos técnicos Fonte SILVA et al 2006 p 312 Figura 67 Parafuso rosca macho e porca rosca fêmea Dando continuidade aos estudos a leitura de Representação de roscas parafusos porcas e arruelas desenhos de conjuntos e detalhes apresenta tipos de perfis dos filetes de rosca explicações sobre abertura de roscas representação de roscas dimensionamento de roscas parafusos porcas e arruelas desenhos de conjuntos e detalhes Esta leitura está disponível no link httpsbv4digitalpagescombrtermdesenhosearchpage1filtrotodosfromb uscapage100section0legacy3624 149 Existem ainda os rebites que ilustram o tipo de ligação permanente apresentados na figura 68 sendo necessária a destruição do rebite caso for preciso separar as duas peças No mercado há os rebites denominados rápidos aplicados com alicates de rebites com pistola de rebitagem ou aqueles utilizados em serviços pesados sendo necessário o uso de punções para deformação do rebite SILVA et al 2006 p 324 Fonte SILVA et al 2006 p 325 Figura 68 Tipos de rebites Outras peças são as molas sofrem deformações elásticas quando submetidas a um carregamento recuperando sua forma original quando não há mais força agindo sobre elas A figura 69 apresenta os diferentes tipos de molas Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 325326 Figura 69 Tipos de molas 150 Em desenho técnico as molas são representadas conforme demonstrado no quadro 61 logo abaixo Fonte SILVA et al 2006 p 326 Quadro 61 Representação de molas em desenho técnico 151 Veja como efetuar a cotagem de mola helicoidal de compressão figura 610 todos os dados que devem estar presentes nas medidas desta peça Fonte SILVA et al 2006 p 327 Figura 610 Cotagem de mola helicoidal de compressão 63 Aplicação de desenho técnico em áreas de atuação Hora da prática Pode ser representado o conjunto de peças por meio do desenho técnico Dependendo da complexidade do conjunto as projeções ortogonais deste podem não apresentar detalhadamente todos os componentes e sua montagemcomposição em conjunto Assim a perspectiva explodida pode auxiliar neste sentido Nesta atividade vamos representar um conjunto criado para fins didáticos em perspectiva explodida 152 Figura 611 Projeções ortogonais de conjunto e perspectiva isométrica de conjunto Figura 612 Malha isométrica 153 64 Criando blocos trabalhando com layers Dando continuidade ao conhecimento dos comandos utilizados para fazer desenhos com software CADMultiplus damos continuidade apresentando como criar blocos e como trabalhar com layers Iniciamos com a criação de bloco antes de criar o bloco desenhar o objeto que será transformado em bloco Na criação do bloco há necessidade de definir o ponto de inserção Ponto de inserção é o ponto por onde o bloco será inserido no desenho Pode ser qualquer ponto não necessariamente parte do bloco Para criar um bloco acessar o comando wblock aparece uma tela para salvar o bloco então indicamos onde o bloco será salvo numa pasta específica por exemplo e na parte inferior desta tela digitase o nome do bloco Salvar como standard drawing file dwg e clicar em salvar indicar o ponto de inserção do bloco selecionar todos os elementos que comporão o bloco Ao concluir o cadastro o desenho desaparece da tela Como inserir o bloco no desenho Insert block Ao selecionar o comando abrese tela para busca do bloco que será inserido no desenho 154 Aparecem também opções para posicionar o bloco no desenho especificar na tela ou coordenadas do ponto de inserção definir escala do bloco e ângulo de rotação selecionar o nome do bloco e clicar em abrir posicionar o desenho na linha de comando aparecem fatores de escala para X e Y e Ângulo de rotação digitados os valores o bloco está inserido no desenho O outro recurso é trabalhar com layers Também denominados camadas em português estes permitem a divisão do desenho possibilitando a visibilidade edição e plotagem impressão O conceito de layer compara cada um a uma folha transparente Em cada folha são desenhadas umas tantas entidades Estas folhas podem ser sobrepostas todas ou só uma parte delas apresentando com esta composição todos os desenhos das folhas ou só parte deles Veja o esquema que segue na figura 613 Figura 613 Layers e possíveis composições 155 Para criar layer Antes de iniciar o desenho avaliar o projeto e verificar se há elementos que precisam ser visualizados separadamente se há elementos com cores diferentes se há elementos com linhas diferentes se os elementos serão impressos com canetas de espessuras diferentes se caracterizam entidades distintas Esta avaliação permitirá definir se layers serão necessários e a sua quantidade podendo também ser criado a qualquer instante enquanto se produz um desenho Ao iniciar um desenho é criado automaticamente um layer padrão layer 0 zero que não pode ser apagado e nem renomeado Dependendo de comandos utilizados layers podem ser automaticamente criados neste software automaticamente Para criar um layer e configurar suas propriedades na aba SettingsExplore Layers ou clicar no ícone da barra de ferramentas de propriedade na tela e no gerenciador de layers podese criar um ao clicar no botão New Item se houver necessidade ou quiser pagar algum layer selecionar o layer desejado e clicar em Delete criado o layer definir tipo de linha e cor para todos os objetos dele que assumirão as características definidas diante da coluna Layer Name há as colunas Color e Linetype Então clicar em cada uma destas colunas para definir cor e tipo de linha se o tipo de linha não estiver na lista clicase em browse para buscar o tipo de linha de interesse selecionar o layer desejado e clicar em current os objetos criados deste ponto em diante serão colocados neste layer 156 65 Impressão Vamos neste subtema verificar como efetuar a impressão Para imprimir utilizase o comando print ou plot localizado no grupo de comandos file ou digitar print na linha de comando Um arquivo só é impresso se o desenho tiver sido carregado Quando um desenho é criado a maior parte do desenho é efetuada na aba Modelo se quiser imprimir a partir da aba Modelo escolher arquivo imprimir ou na barra de ferramentas Standard clicar na ferramenta Imprimir então a caixa de diálogo não será exibida e o desenho é enviado para a impressora escrever print e clicar enter clicar em imprimir Para definir layouts de impressão Um desenho é produzido na aba Modelo Para cada desenho podemos criar layouts simulam o papel no qual uma cópia do desenho será impressa Os layouts são criados na aba Layout no qual podem ser definidos itens específicos que só aparecem em Layout não na aba Modelo Seguem as etapas para imprimir vários layouts criar desenho na aba de Modelo criar novo layout na aba do Layout1 ou Layout2 existentes ou em nova aba de Layout criar no mínimo uma janela de visualização de layout na aba de Layout Usar cada janela de visualização para ajudar a controlar a parte do desenho que será impressa e sua escala incluir itens adicionais que o layout possa requerer como dimensões legendas ou títulos de blocos 157 especificar configurações adicionais do layout assim como escala do desenho área de impressão tabelas de estilos de impressão ou outros imprimir ou plotar o desenho Importante Criase o desenho no espaço de modelo podese utilizar o espaço de papel que representa o layout de papel do desenho possibilitando a organização de diferentes vistas do modelo na aba layout Cada layout criado corresponde a uma folha de papel e requer que uma janela seja criada Para criar um novo layout clicar na aba Layout1 ou Layout2 configurar uma janela de visualização do layout renomear o layout se for de interesse Para criar janela de visualização de layouts podese criar uma janela de visualização de layouts em qualquer área do interior da área do desenho como também controlar o número de janelas de visualização criadas e o arranjo destas escolher um dos métodos escolher Ver Janela de visualização de layouts na barra de ferramentas Vistas clicar na ferramenta Janela de visualização de layout escrever mview e pressionar enter na caixa de diálogo escolher entre Ajustar à Vista criar 2 Janelas de visualização criar 3 Janelas de visualização criar 4 Janela de visualização ou especificar dois cantos opostos para criar uma janela de visualização personalizada na caixa de diálogo escolher a orientação da janela de visualização escolher algum dos métodos 158 para que a janela de visualização preencha a área do gráfico atual na caixa de diálogo escolher Ajustar a Tela para ajustar as janelas de visualização dentro dum retângulo de fronteira especificar os cantos de um retângulo Para modificar propriedades da janela de visualização de layout clicar na aba de Layout que desejar escolher um dos métodos escolher Modificar Propriedades clicar na ferramenta Propriedades na barra de ferramentas Modificar escrever entprop e pressionar enter selecionar a aresta da janela de visualização de layout que deseja modificar ajustar o ponto central a largura ou a altura da janela de visualização Introduzir em escala aquela em que deseja visualizar as entidades do espaço de modelo no interior da janela de visualização de layout Clicar em OK Para configurar opções de impressão definir tamanho do papel e impressão selecionar e configurar a impressoradispositivo plotter especificar a vista e escala de impressão do desenho incluir a parte do desenho a imprimir a escala de impressão e a origem da área de impressão usar tabelas de estilos de impressão para controlar a cor espessuras de penas tipo de linha e espessura de linha escolher se imprimir ou escalar as espessuras de linha abrir Arquivos de configuração de impressora PCP criar e guardar Arquivos PCP 159 Para configurar orientação e tamanho de papel escolher um dos métodos escolher Arquivo Opções de Impressão na barra de ferramentas Layouts clicar em ferramenta Opções de Impressão escrever psetup e pressionar enter escrever print pressionar enter e clicar em Opções de Impressão selecionar o tamanho do papel e orientação do papel e clicar em OK Para selecionar plotter ou impressora escolher Arquivo Opções de Impressão clicar na ferramenta Opções de Impressão na barra de ferramentas Layouts escrever psetup e pressionar enter escrever print e pressionar enter depois clicar em Opções de Impressão Na lista de Impressoras selecionar uma impressora ou plotter e clicar em OK Para definir escala de impressão manualmente clicar na aba de Layout ou Modelo desejada escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba de EscalaExibição Em Escala de Impressão usar algum dos métodos selecionar uma escala prédefinida Por exemplo escolha 15 se quiser que 1 unidade de impressão polegada ou milímetro equivalha a 5 unidades de desenho 160 selecionar Personalizada e abaixo de Escala Definida pelo Usuário introduzir a razão entre unidades de medida de impressão polegadas ou milímetros e unidades de desenho para especificar as unidades de medida de impressão clicar em Polegadas ou Milímetros selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para guardar as alterações Se quiser escalar o desenho automaticamente para impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba de EscalaVista para escalar o desenho para caber numa página em Escala de Impressão selecionar Escalar para encaixe selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para guardar as alterações Para configurar a parte do desenho a imprimir clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba de EscalaVista 161 Abaixo de Área de Impressão clicar numa das opções Vista Atual imprime a vista da tela Vista Guardada imprime a vista guardada selecionada Extensão imprime a área que contém as entidades do seu desenho Limite imprime os limites definidos para o layout ou desenho Janela imprime a parte do desenho contida na janela especificada mantendo a razão de proporções da área da janela ao desenho Se clicar na Janela terá que especificála Abaixo de Área de Impressão por Janela introduzir a diagonal e as coordenadas x e y ou selecionar a área da tela para imprimir apenas a área na janela sem considerar se existe espaço extra na tela então selecionar a caixa Imprimir apenas da área na janela especificada Abaixo de Entidades a Imprimir clicar numa das opções Toda a entidade dentro da área de impressão imprime as entidades do desenho contidas no interior da área de impressão especificada Entidade selecionada dentro da área de impressão imprime apenas as entidades que forem selecionadas no interior da área de impressão especificada Selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para guardar as alterações Configurar a origem da área de impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba Configuração 162 Abaixo de Origem da Área de Impressão para centralizar área de impressão especificada na página a ser impressa selecionar a caixa Centrar na Página para especificar a origem para a área de impressão introduzir as coordenadas x e y ou clicar Selecione Origem e especificar um ponto no desenho selecionar Guardar alterações no Layout e clique em Aplicar para guardar as alterações Para atribuir tabelas de estilos de impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter Clicar na aba configuração em Tabela de Estilos de Impressão selecionar tabela de estilos de impressão que criou ou uma das seguintes opções Nenhuma Não aplica nenhuma tabela de estilos de impressão As entidades são impressas de acordo com as suas propriedades Icad Usa a tabela de estilos de impressão por omissão e as suas configurações de cor Monocromático Imprime todas as cores como preto no diálogo escolher Sim para atribuir a tabela de estilos de impressão a todos os layouts no seu desenho incluindo a aba de Modelo ou escolher Não para atribuir a tabela de estilos de impressão apenas ao layout individual listado no Nome de Layout na caixa de diálogo de Impressão selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para salvar as alterações 163 Para criar nova tabela de estilos de impressão escolher um dos métodos escolher Arquivo Gestor de Estilos de Impressão escrever stylesmanager e pressionar enter efetuar Duploclique em criar uma Tabela de estilos de impressão completar a configuração do assistente Se houver interesse na última página do assistente clicar em Gestor de Tabelas de Estilos de Impressão para configurar os estilos de impressão para a tabela Para modificar tabelas de estilos de impressão Na criação seu desenho foi configurado para usar tabelas de estilos de impressão dependentes de cor ou nome Escolher um dos métodos escolher Arquivo Gestor de Estilos de Impressão escrever stylesmanager e pressionar enter efetuar duploclique na tabela de estilos de impressão que pretende modificar Clicar na aba Geral e usar um dos métodos introduzir uma nova descrição para a tabela selecionar Aplicar Fator de Escala Global a nãoISO para aplicar o fator de escala a tipos de linha nãoISO a qualquer estilo de impressão da atual tabela isto também acontece nos padrões de preenchimento que não são usados no CADMultiplus mas são reconhecidos para compatibilidade com o AutoCAD introduzir o fator de escala a aplicar aos tipos de linha nãoISO em qualquer estilo de impressão da atual tabela Clicar na aba Propriedades e usar um dos métodos efetuar alterações à formatação do estilo de impressão selecionandoo na lista de estilos de impressão alterando então cor mapa de canetas tipo de linha ou espessura de linha estas alterações são guardadas automaticamente para o estilo de impressão imprimir o que foi selecionado 164 adicionar um novo estilo de impressão clicando Adicionar Estilo introduzir novo nome e clicar em OK selecionar as opções para o estilo de impressão disponíveis apenas para estilos de impressão nomeados renomear um estilo de impressão selecionandoo na lista de estilos de impressão com clique único introduzir um novo nome disponíveis apenas para estilos de impressão nomeados apagar estilo de impressão selecionandoo na lista de estilos de impressão clicar em Apagar Estilo disponíveis apenas para estilos de impressão nomeados clicar em OK Para configurar impressão de espessura de linha Se necessário clique na aba de Layout ou Modelo desejada escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba Configuração Escolher como quer imprimir as espessuras de linha Imprimir Tipo de linhas imprime entidades juntamente com as associadas espessuras de linha se não for selecionado as entidades são impressas com uma linha exterior por omissão Escalar Tipos de linha imprime espessuras de linha em proporção com a escala que escolher na aba de EscalaVista se não for selecionado as espessuras de linha são impressas no seu tamanho associado sem serem ajustados à escala de impressão a aba de Layout tem de estar ativa para escalar tipos espessuras de linha Selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para salvar as alterações 165 Para imprimir ou plotar Antes de imprimir é interessante visualizar o desenho prévisualizar que permite verificar se há alterações que considere serem feitas antes da impressão do desenho clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Prévisualizar impressão na barra de ferramentas Standard clicar na ferramenta Prévisualizar escrever ppreview e pressionar enter Após a prévisualização da imagem para imprimir o desenho clicar em Imprimir para exibir a caixa de diálogo de Impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada escolher Arquivo Imprimir na barra de ferramentas Standard clicar na ferramenta Imprimir Observação Se clicar na ferramenta Imprimir a caixa de diálogo de impressão não será exibida sendo o desenho diretamente enviado à impressora selecionada por defeito escrever imprimir e pressionar enter na caixa de diálogo de Impressão faça os ajustamentos que desejar para a configuração clicar em Imprimir para voltar ao desenho clicar em Fechar 166 Conclusão Neste bloco vimos várias aplicações de desenho técnico em engenharia e em elementos de máquinas que reúnem os conceitos vistos ao longo do Elemento Textual O domínio dos conceitos estudados nesta disciplina permite leitura interpretação elaboração de desenhos que representem objetos peças edifícios obras de arte ambientes existentes ou projeto Também vimos comandos básicos para execução de desenhos utilizando software CAD que possibilitam maior rapidez na execução e modificação bem como maior facilidade no arquivamento destes REFERÊNCIAS ALMACINHA J A Introdução ao conceito de normalização em geral e sua importância na Engenharia In Textos de Apoio às Unidades Curriculares de Desenho Técnico miem e de Desenho Industrial miegi da Feup 4 ed Porto Aefeup p 121 2018 Disponível em httpwwwinegiupptinstituicaoonspdf26jasa15vpdf Acesso em 8 jun 2019 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Rio de Janeiro ABNT 1995 FARR D Urbanismo sustentavel recurso eletronico desenho urbano com a natureza Porto Alegre Bookman 2013 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro RJ Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch RIO V SIEMBIEDA W Org Desenho urbano contemporâneo no Brasil Rio de Janeiro LTC 2019
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Texto de pré-visualização
DESENHO TÉCNICO Profa Elaine Alcântara Freitas Peixoto 2 SUMÁRIO 1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA POR MEIO DE DESENHO TÉCNICO 3 2 NORMAS ABNT PARA DESENHO TÉCNICO 20 3 PROJEÇÕES PLANAS APRESENTAÇÃO GERAL 51 4 PROJEÇÕES PLANAS PARALELAS ORTOGRÁFICAS DE VISTAS MÚLTIPLAS 75 5 CORTE EM DESENHO TÉCNICO 101 6 APLICAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO 138 3 1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA POR MEIO DE DESENHO TÉCNICO Prezados alunas e alunos Estamos iniciando a disciplina Desenho Técnico Desenho é uma ferramenta utilizada por várias pessoas profissionais de determinadas áreas como Engenharia Arquitetura Medicina Jornalismo e Geografia sendo também entendido como meio de comunicação O desenho é recurso adotado para criação transmissão guarda e análise de dados Ele é a representação gráfica de um objeto existente ou de um projeto de máquina edifício novo mecanismo que exista inicialmente na mente de quem o idealizou depois é materializado primeiro desenhado e depois construído conforme concebido No entanto para que o desenho possa ser ferramenta de trabalho para representar um projeto ou um objeto as exigências relativas ao desenho técnico deverão ser conhecidas e este é o objetivo desta disciplina Dessa maneira o tema Desenho Técnico é apresentado na disciplina em seis blocos Bloco 1 Representação gráfica por meio de desenho técnico Bloco 2 Normas de desenho técnico Bloco 3 Projeções planas apresentação geral Bloco 4 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas Bloco 5 Corte em desenho técnico Bloco 6 Aplicação do desenho técnico Essa disciplina também contempla a elaboração de desenhos por meio de software CAD Computer Aided Design Dessa forma a apresentação de comandos e funções acontecerá ao longo do material no último subtema de cada bloco 4 Você perceberá que o conteúdo de cada bloco será dividido em subtemas que serão explorados individualmente propiciando seu entendimento e permitindo com a junção de todos a compreensão e elaboração de objetos por meio de desenho técnico O objeto nesse contexto tem o sentido daquilo que se quer representar graficamente um elemento de máquina um conjunto de peças mecânicas um edifício o leiaute de um setor um terreno com suas curvas de nível a implantação de um conjunto de edifícios residenciais ou o detalhe de fixação de um rodapé num ambiente construído Os temas abordados neste primeiro bloco serão representação gráfica de objetos geometria descritiva conceituação normas de desenho técnico desenho técnico convencional e desenho utilizando software CAD e Software CAD ambiente gráfico comandos iniciando um desenho Vamos então iniciar os estudos e bom trabalho 11 Representação gráfica de objetos O desenho se constitui como meio de comunicação Segundo Mello 2019 a comunicação apresenta os seguintes elementos conforme esquema e explicação que seguem Fonte Adaptado de MELLO 2019 p 3 Figura 11 Teoria da Comunicação elementos 5 Apresentando os elementos para compreensão da figura temos Emissor quem emite a mensagem Destinatário a quem a mensagem se destina Mensagem objeto da comunicação compõese dos conteúdos das informações transmitidas Contexto situação à qual a mensagem se refere Canal meio adotado para circulação da mensagem podendo ser físico ou virtual garantindo o contato entre emissor e destinatário Código modo pelo qual a mensagem se organiza É formado por conjunto de sinais organizado em conformidade com determinadas regras sendo que cada elemento tem significado com os demais O código deve ser de conhecimento tanto do emissor como do destinatário E o desenho técnico também se constitui como meio de comunicação Silva et al 2006 afirmam que o desenho e a representação gráfica estão presentes em praticamente toda a atividade humana constituindose na forma mais antiga de registro e constituição de informação Pinturas rupestres como o bisão representado na figura 12 são representações artísticas préhistóricas formando registros que datam de pelo menos 30 a 40 mil anos Fonte Portal Vermelho Dia 2016 p 1 Figura 12 Pinturas rupestres em um trecho da caverna de Chauvet 6 A comunicação gráfica portanto é tão antiga quanto o próprio homem sendo desenvolvida em paralelo com a tecnologia ao longo do tempo É certo dizer que o desenho precedeu a escrita na comunicação de conhecimentos O povo egípcio utilizou a escrita baseado em desenhos os hieróglifos representados na figura 13 sendo que cada desenho tem um significado diferente De acordo com Silva et al 2006 nosso sistema de escrita o alfabeto é baseado em símbolos abstratos que quando juntos formam palavras que significam diferentes coisas Fonte httpspixabaycompthierC3B3glifoescritaegC3ADpciomuseu3839141 Acesso em 4 fev 2019 Figura 13 Hieróglifos da escrita egípcia 12 Geometria descritiva conceituação Um objeto pode ser descrito de diversas maneiras pelo seu nome ou por um desenho que o representa um desenho livre ou um desenho técnico Segundo Silva et al 2006 a diferença entre os dois pode ser o próprio objetivo da descrição caso seja apenas uma ideia do objeto representado pela imagem então um desenho livre é suficiente Esse desenho pode ser um trabalho realmente artístico ou então simplesmente um esboço do objeto Já se o objetivo for representar com exatidão a forma e dimensões do objeto então tratase de um desenho técnico Silva et al 2006 fornecem outra definição que também pode ser dada para diferenciar um desenho livre de um técnico Enquanto um desenho livre pode ter diferentes interpretações e significados para diferentes pessoas um desenho técnico não deve apresentar ambiguidades Este deve representar com exatidão e perfeição sem margem para dúvidas o objeto representado 7 Um exemplo de desenho livre é a ilustração da primeira casa estatal de Vermont figura 14 construída em 1808 e localizada em Montpelier capital do estado de Vermont nos Estados Unidos Esse tipo de desenho livre é também chamado de ilustração Observa se nesse desenho a forma aproximada da casa mas não temos conhecimento de suas exatas dimensões FontehttpscommonswikimediaorgwikiFileThefirstVermontStateHouse1808woodengra vingjpg Acesso em 4 fev 2019 Figura 14 Primeira casa estatal de Vermont Um exemplo de desenho técnico é mostrado na figura 15 É possível observar nesse desenho o formato exato do objeto além de todas suas dimensões Fica claro para o leitor que tenha conhecimento sobre desenho técnico a correta interpretação da peça a que representa além do que cada símbolo significa 8 Fonte Abrantes 2018 p 54 Figura 15 Peça em perspectiva isométrica com cotas O estudo do desenho é o que chamamos de geometria gráfica A partir dela é possível entender as características do objeto representado pelo desenho É dividida em desenho geométrico que representa formas bidimensionais e geometria descritiva para formas tridimensionais desenvolvida por Gaspard Monge 17461818 professor da Escola Politécnica da França que desenvolveu o conceito de projeção SILVA et al 2006 p 4 Portanto de acordo com Silva 2014 o desenho técnico é dividido em desenhos não projetivos são os desenhos obtidos a partir de cálculos algébricos tais como gráficos diagramas fluxogramas etc desenhos projetivos representam um determinado objeto em um ou mais planos ortográficos vistas frontal lateral inferior superior e posterior e perspectivas Sendo os desenhos projetivos nosso objeto de estudo o principal objetivo dessa disciplina é desenvolver o nosso raciocínio e visão espacial Vamos entender a forma de um objeto 3D sem precisar observar diretamente o objeto 9 Para isso portanto precisamos definir o que são as duas formas de representação do desenho projetivo De acordo com Silva et al 2006 a representação em vistas múltiplas baseiase no conceito de projeção ortogonal obedecendo determinadas regras e convenções Quando as vistas são assimiladas pelo leitor que conhece essas regras este consegue entender e visualizar o objeto representado Já a perspectiva é usada quando se deseja ter uma visão espacial e rápida do objeto O desenho assemelhase a uma fotografia do objetivo sem precisar de nenhuma capacidade especial para interpretação Em geral costuma transmitir menos informações que o desenho em vistas múltiplas mas por ter fácil visualização e interpretação é bastante utilizado SILVA et al 2006 p 4 A figura 16 mostra à esquerda as vistas múltiplas da peça apresentada em perspectiva à direita Observe que a perspectiva fornece quase imediatamente a forma do objeto enquanto a interpretação do objeto à esquerda é mais difícil No entanto atentese ao fato de que a representação em vistas múltiplas representa o objeto de forma rigorosa e inequívoca Fonte ABRANTES 2018 p 58 Figura 16 Desenho em perspectiva e projeções 13 Normas de desenho técnico Seguem as normas mais frequentemente utilizadas em desenho técnico sendo aqui apresentadas as normas gerais e outras específicas para arquitetura e eletrônica As normas serão estudadas e sua aplicação verificada conforme os diferentes conteúdos forem abordados ao longo da disciplina 10 Quadro 11 Normas de desenho técnico Normas para desenho técnico mecânico ABNT NBR 146112000 Desenho técnico Representação simplificada em estruturas metálicas ABNT NBR 64091997 Tolerâncias geométricas Tolerâncias de forma orientação posição e batimento Generalidades símbolos definições e indicações em desenho ABNT NBR 100671995 Princípios gerais de representação em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 122981995 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 84021994 Execução de caracter para escrita em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 122881992 Representação simplificada de furos de centro em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 101261987 Cotagem em desenho técnico Procedimento ABNT NBR 105821988 Apresentação da folha para desenho técnico Procedimento ABNT NBR 100681987 Folha de desenho Leiaute e dimensões Padronização ABNT NBR 84031984 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas Procedimento ABNT NBR 84041984 Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos Procedimento Normas para desenho técnico arquitetônico ABNT NBR 64921994 Representação de projetos de arquitetura ABNT NBR 7191 1982 Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado ABNT NBR 1663612017 Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos ABNT NBR 1663622017 Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos Normas para desenho técnico eletrônico ABNT NBR 54102004 Instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR IEC 60079 142016 Atmosferas explosivas Parte 14 Projeto seleção e montagem de instalações elétricas Fonte Adaptado de ABNT Catálogo Disponível em httpwwwabntcatalogocombr Acesso em 4 fev 2019 11 IMPORTANTE consultar a ABNT para confirmar a vigência da norma ou conhecer aquela que a substituiu 14 Desenho técnico convencional e desenho utilizando software CAD Silva et al 2006 afirmam que o avanço da tecnologia e principalmente o desenvolvimento da informática e a utilização de computadores têm impulsionado especialmente a área de Engenharia tanto na realização de cálculos como no desenho O computador tem auxiliado na concepção e projeto das várias áreas da Engenharia Civil Mecânica Eletrotécnica Arquitetônica e do Design Industrial Cada vez mais softwares são utilizados impulsionado o desenvolvimento industrial a educação e a pesquisa científica Sistemas CAD Computer Aided Design do inglês ou Projeto Assistido por Computador são os softwares que contêm um conjunto de comandos específicos para operações de desenho criar linhas polígonos formas geométricas sólidos objetos tridimensionais e sua manipulação ampliações deformações mudanças de escala cópias translações etc Esses vários comandos criam uma interface de simples uso pelo usuário Atualmente os sistemas CAD abrangem várias fases do projeto e da produção de um produto através da articulação entre si de vários módulos o CADD Computer Aided Design and Drafting o CAE Computer Aided Engineering o AEC Architectural Engineering and Construction e o CAM Computer Aided Manufacturing Ao longo da disciplina a sigla CAD embora signifique Computer Aided Design será utilizada como Computer Aided Drafting referindose a Desenho Assistido por Computador SILVA et al 2006 Este possui diversas vantagens em relação ao desenho manual método tradicional de desenho do qual Silva et al 2006 elencam as seguintes vantagens 12 A primeira e óbvia vantagem é a substituição do trabalho manual de desenho pelo uso do computador A inserção de símbolos repetitivos normalizados no desenho manual era feita geralmente com normógrafos ou folhas de decalque na escala do desenho No CAD essa inserção de símbolos normalizados é direta na própria escala do desenho Ainda erros cometidos no desenho manual eram corrigidos de forma muito trabalhosa o papel vegetal utilizado para o desenho era raspado com uma lâmina e desenhado por cima O erro cometido no CAD é facilmente corrigido com alguns cliques do mouse ou alguns comandos no teclado Outra vantagem do CAD é a facilidade para guardar o desenho que nunca perde sua qualidade Desenhos tradicionais feitos em papel podem se deteriorar com o tempo ser perdidos rasgados sujos o que pode inviabilizar a leitura No desenho à mão algumas construções geométricas como tangentes elipses etc demoram muito tempo para serem obtidas Essas construções são feitas de forma automática em CAD o que diminui bastante o tempo de execução do desenho Como os desenhos em CAD ficam salvos a importação desses desenhos para catálogos e relatórios pode ser feita de forma automática sem perda de resolução ou qualidade do desenho facilitando ainda a edição e formatação de texto Por fim para sistemas CAD 3D a construção de objetos tridimensionais permite imediatamente a verificação de possíveis interferências na análise cinemática de mecanismos a análise estrutural por elementos finitos de componentes e conjuntos e a obtenção direta da representação do objeto em vistas múltiplas ou de qualquer perspectiva desejada a partir do modelo tridimensional do próprio objeto 13 Relacionada ao software CAD existe a tecnologia BIM Building Information Modeling que permite criar digitalmente modelos virtuais Rosso 2011 explica que um software BIM permite gerar objetos paramétricos sendo portanto editáveis Essa tecnologia incorpora informações ao projeto extraindo dados inerentes dos desenhos ao modelo como custo 15 Ambiente gráfico comandos iniciando um desenho coordenadas relativas coordenadas polares Neste subtema vamos conhecer configurações comandos de formas geométricas comandos básicos de modificações de aferições de edição dimensionamento parametrização comandos de impressão e plotagem utilizando o software CADMultiplus cujo ambiente gráfico consiste em tela de comandos menus e opções Abrindo o programa encontrase o ambiente gráfico Vamos verificar os comandos disponíveis que são File Edit View Insert Modify Format Tools Windows e Help funções que permitem ao usuário realizar a tarefa desejada 14 Quadro 12 Comandos disponíveis no CADMultiplus Comandos File Neste comando estão as funções relativas à manipulação dos arquivos abrir um arquivo existente criar um novo arquivo salvar o desenho atual sair do software Edit Comandos relativos à edição copiar e colar fazer e desfazer undo redo etc Estes comandos existem em qualquer programa ambiente Windows Para estes comandos também existem teclas de atalho Ctrl C Copiar Ctrl V Colar Ctrl Z Desfazer a ultima operação Ctrl X Recortar View São comandos para a visualização dos elementos como zoom vistas em 3D etc Para visualizar um elemento ampliado ou de qualquer ponto de vista é necessário acessar o comando view e nele estará a opção desejada Insert Aqui encontramse os comandos relativos ao desenho Podemos inserir no desenho linha texto elemento bloco etc Modify Este comando permite fazer as alterações em elementos já desenhados Por exemplo mover uma linha de lugar rotacionar um elemento espelhar copiar outras possibilidades Format Nesta opção encontramos as configurações do desenho como estilo das cotas estilo dos textos configurações sobre os layers Tools Aqui estão reunidas ferramentas para extrair áreas perímetros e volume de elementos definir a ordem de apresentação e as opções gerais como a cor da tela cor do cursor tamanho do cursor e outras Window É possivel definir cada desenho aberto ou cada uma das vistas viewports criadas como uma janela É possível configurar como veremos as janelas simultaneamente lado a lado em cascata etc Nessa opção também fechamos as janelas existentes Help Neste comando encotramos a ajuda manuais em pdf site para suporte e informações importantes de utilização do software Fonte Adaptado de CADMultiplus Linha de comando conhecida como prompt de comando corresponde ao meio de comunicação entre software e usuário Poderemos verificar duas formas de diálogo a Janela solicitando dados para a escolha da opção desejada b Mensagem na linha de comando perguntando o que será feito na etapa seguinte Utilizando o mouse para o desenho recomendamos o mouse com scroll pois facilita os comandos de zoom 15 Os botões esquerdo e direito do mouse apresentam as funções Botão esquerdo não havendo comando ativo este botão tem a função de janela de seleção é utilizado para selecionar um objeto antes de realizar um certo comando Se houver comando ativo este botão é utilizado para executar tarefas como desenhar uma linha por exemplo Botão direito possui a mesma função que a tecla enter Quando há comando ativo o botão direito serve para finalizar Para iniciar um desenho vamos à opção File New Abrese uma tela para escolhermos o arquivo dwt que será utilizado Arquivo dwt são os templates que armazenam as configurações básicas e mais frequentemente usadas quando iniciamos um novo desenho As configurações podem ser as cotas e textos por exemplo e no arquivo dwt é onde indica esse padrão Podemos desenhar uma folha em formato prédefinido e salvar este padrão de folha como um template Assim criando um desenho podemos escolher esse formato de folha Há também templates já existentes e vamos utilizálos ao selecionar icaddwt Vamos desenhar o sistema de coordenadas apresentadas no formato X Y Z Em desenhos 2D a coordenada Z está presente porém nula Então temos eixo X na horizontal eixo Y na vertical e o eixo Z temos apenas sua projeção pois estamos fazendo um desenho em 2D Figura 17 Eixos do sistema de coordenadas 16 Vamos desenhar a prancha a folha em formato prédefinido no caso de folha A1 841 x 594 Veja o esquema do desenho que vamos executar Figura 18 Folha tamanho A1 com dimensões 841 x 594 Vamos desenhar essa folha utilizando coordenadas relativas Elas são informadas em relação ao ponto anterior e indicamos as distâncias em X e Y Selecionar comando Line Digitar a coordenada inicial 000 corresponde ao ponto A Na linha de comando digitar 8410 enter obtido o ponto B Em seguida digitar 0594 enter pois será uma linha na vertical obtido o ponto C Próxima etapa digitar 8410 enter porque a linha será na horizontal mas no sentido contrário ao eixo principal obtido ponto D Próxima etapa digitar 0 594 enter porque esta linha será na vertical no sentido contrário ao eixo principal E enter para desativar o comando linha A figura terá sido fechada um retângulo 841 x 594 A mesma figura pode ser desenhada por coordenadas polares Utilizando as coordenadas polares informamos os ângulos utilizados na construção do desenho Na linha de comando digitase distância Ângulo Note que o ângulo sempre é calculado segundo o círculo trigonométrico a partir de 0 17 Figura 19 Círculo trigonométrico Então vamos à execução da folha dimensões 841 x 594 Selecionar comando Line Digitar a coordenada inicial 000 corresponde ao ponto A Na linha de comando digitar 8410 enter pois a linha AB tem a dimensão 841 e está na horizontal ângulo0 Em seguida digitar 59490 enter Observe que informamos apenas o valor do ângulo sem qualquer outra indicação Depois digitar 841180 enter pois será executada a linha que une os pontos C e D A distância entre os pontos é 841 e o ângulo é de 180 Em seguida digitar 594270 enter e assim a figura do retângulo estará fechada E enter para desativar o comando linha Desta maneira vimos duas maneiras de construir uma figura formada por segmentos de reta por coordenadas relativas e por coordenadas polares Você terá condições de identificar o meio que considera mais fácil e mais rápido para executar figuras similares à do exemplo 18 Conclusão Neste bloco iniciamos o estudo de desenho técnico e a sua aplicação na atuação profissional de cada um de vocês Iniciamos apresentando conceitos básicos de desenho desenho técnico normas que regem o desenho técnico no Brasil as características do desenho técnico executado de modo convencional e o desenho técnico executado por software CAD No último subtema deste bloco iniciamos os estudos relacionados ao uso de software CAD de modo a conhecer comandos e funções para executar desenhos que representem objetos projetos e sistemas A realização dos exercícios propostos auxilia o processo de aprendizagem Então vá realizando as atividades propostas conforme o estudo de cada bloco REFERÊNCIAS ABRANTES J FILGUEIRAS FILHO C A ALMEIDA N N coord Desenho técnico básico teoria e prática 1 ed Rio de Janeiro LTC 2018 CRUZ M D Desenho tecnico 1 ed São Paulo Erica 2014 AMARAL S Teoria da comunicação emissor mensagem e receptor Uol Educação 2005 Disponível em httpseducacaouolcombrdisciplinasportuguesteoriada comunicacaoemissormensagemereceptorhtm Acesso em 4 fev 2019 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 NOVA datação estima que pinturas em caverna têm mais de 30 mil anos Portal Vermelho São Paulo 13 abr 2016 Disponível em httpwwwvermelhoorgbrnoticia2791931 Acesso em 5 fev 2019 19 PIXABAY Hieróglifos da escrita egípcia Disponível em httpspixabaycompthierC3B3glifoescritaegC3ADpciomuseu3839141 Acesso em 4 fev 2019 ROSSO S M Softwares BIM conheça os programas disponíveis seu custo principais características e segredos AU Arquitetura Urbanismo São Paulo n 208 p 12 jul 2011 Mensal Disponível em httpau17pinicombrarquitetura urbanismo208artigo2243331aspx Acesso em 5 fev 2019 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 2006 SILVA A S Desenho técnico São Paulo Pearson Education do Brasil 2014 THE FIRST Vermont State House Wikimedia Commons Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFileThefirstVermontStateHouse1808w oodengravingjpg Acesso em 4 fev 2019 20 2 NORMAS ABNT PARA DESENHO TÉCNICO Como vimos no bloco anterior existem diversas normas utilizadas em desenho técnico e neste bloco estudaremos algumas delas escala cotagem tolerâncias folhas de desenho caligrafia técnica tipos de linhas e no subtema relativo ao CAD veremos comandos de criação A utilização de softwares CAD reduziu bastante a circulação de desenhos em papel entre os departamentos da empresa No entanto os desenhos em papel ainda têm grande importância de acordo com Silva et al 2006 particularmente na fabricação dos objetos para o qual é necessário o conhecimento de todas as vistas do objeto bem como informações complementares como cotas as medidas do desenho as tolerâncias dimensionais e geométricas e acabamentos superficiais Também estão presentes nas obras de construção civil de todos portes e embora haja meios de consultar projetos utilizando recursos digitais a cópia impressa ainda existe em várias situações O quadro 21 apresenta as normas que estudaremos nesse bloco Quadro 21 Normas ABNT para desenho técnico ABNT NBR 6158 Sistema de tolerâncias e ajustes ABNT NBR 6409 Tolerâncias geométricas tolerâncias de forma orientação posição e batimento generalidades símbolos definições e indicações em desenho ABNT NBR 8402 Execução de caractere para escrita em desenho técnico ABNT NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas ABNT NBR 10067 Princípios gerais de representação em desenho técnico ABNT NBR 10068 Folha de desenho leiaute e dimensões ABNT NBR 10126 Cotagem de desenho técnico ABNT NBR 10582 Apresentação da folha para desenho Fonte Adaptado de ABNT Catálogo Disponível em httpwwwabntcatalogocombr Acesso em 4 fev 2019 21 As normas apresentadas no quadro 21 referemse à representação do desenho no papel Para podermos discutir a representação de um objeto por meio do desenho técnico é importante conhecer essas regras que dizem respeito ao papel propriamente dito seus formatos e dimensões NBR 10068 aos tipos de linhas utilizadas num desenho e suas respectivas espessuras NBR 8403 aos tipos de escrita e suas características NBR 8402 às legendas do desenho e listas de peças em desenhos do conjunto NBR 10582 Existem também regras para a cotagem do desenho NBR 10126 e as tolerâncias permitidas NBR 6158 e NBR 6409 Discutiremos ainda sobre a escala dos desenhos embora a norma que abordava este conteúdo não esteja mais em vigor Vamos iniciar os estudos e bom trabalho 21 Escala e cotagem Iniciamos abordando escala Segundo Silva et al 2006 as peças devem ser representadas em escala real ou seja segundo suas dimensões originais Todavia na prática notase que isso não é possível para a maioria das peças Para que elas sejam representadas de forma clara precisa e rigorosa escalas de conversão das dimensões reais para as dimensões do desenho devem ser utilizadas A escala indica a relação do tamanho do desenho da peça com o tamanho real dela Ela permite representar no papel peças de qualquer tamanho real Peças muito grandes podem ser representadas num desenho pequeno e detalhes de peças muito pequenas num desenho grande A norma ABNT NBR 8196 Emprego de escalas atualmente cancelada e sem substituta definia as escalas a serem utilizadas nos desenhos Embora essa norma não exista mais o assunto de escala ainda é muito importante A escala pode ser de três tipos 1 Escala natural 2 Escala de redução 3 Escala de ampliação 22 No desenho as medidas lineares do objeto são mantidas ampliadas ou reduzidas proporcionalmente Quando as dimensões lineares do objeto são mantidas chamamos de escala natural Quando as medidas do objeto real são reduzidas chamamos de escala de redução e quando aumentadas chamamos de escala de ampliação A escala é representada por dois números que indicam a proporção do objeto em relação ao desenho A escala 51 lêse escala cinco para um indica que o desenho do objeto representado no papel é cinco vezes maior que o objeto real enquanto a escala 1200 indica que o objeto é 200 vezes maior que o desenho ou equivalentemente que o desenho é 200 vezes menor que o objeto Assim para os três tipos de escala existentes temos Escala natural onde o desenho técnico tem as mesmas dimensões do objeto Indicamos essa escala como 11 sempre Escala de redução nessa escala a medida do desenho é menor que a medida do objeto real A escala é indicada como 1X e X é o fator de escala empregado Pode ser por exemplo 12 15 1100 Nesses casos o desenho é 2 5 ou 100 vezes menor que o objeto real Escala de ampliação nesse caso a medida do desenho é maior que a do objeto representado A escala é indicada como X1 sendo X o fator de escala Exemplos incluem 201 e 5001 onde o desenho é 20 ou 500 vezes maior que o objeto Segundo Silva et al 2006 escolha da escala deve ser feita de modo a representar convenientemente todos os aspectos do desenho no formato de papel escolhido Nas áreas de arquitetura e engenharia civil as escalas mais empregadas são normalmente as de redução devido às grandes dimensões das construções civis e mapas Utilizamse escalas de 1100000 125000 e 110000 no nível dos estudos de planejamento regional e as escalas de 15000 12000 11000 e 1500 no nível de planejamento urbano Na área de arquitetura as escalas empregadas usualmente são de 1100 para plantas vistas e cortes da definição arquitetônica global e as escalas 150 110 e 15 para detalhes construtivos 23 A norma NBR 8196 sugeria a utilização das escalas representadas no quadro 22 Assim podese utilizar uma escala de redução de 150000 ou uma escala de ampliação de 201 mas não se utiliza uma escala de 1137 ou 171 por exemplo Quadro 22 Escalas normalizadas estabelecidas pela extinta NBR 8196 Redução Natural Ampliação 120 11 201 150 501 1100 1001 Nota As escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10 Fonte Adaptado de ABNT 1999 A fórmula abaixo nos auxilia na utilização da escala 𝑀𝑑 𝑀𝑜 𝐸 Nessa fórmula tendo dois dados encontramos o terceiro Temos na fórmula que 𝐌𝐝 é a medida do desenho a medida da representação gráfica no papel 𝐌𝐨 é a medida do objeto a medida da peça real e 𝐄 é o fator de escala Assim por exemplo se um muro é desenhado por uma linha de 3 cm e a escala do desenho é 1100 sabemos que 𝐌𝐝 𝟑 𝐜𝐦 e 𝐄 𝟏 𝟏𝟎𝟎 𝟎 𝟎𝟏 e portanto 𝐌𝐨 𝐌𝐝 𝐄 𝟑 𝟎𝟎𝟏 𝟑𝟎𝟎 𝐜𝐦 𝟑 𝐦 Logo o muro representado no desenho tem 3 m de altura Dando continuidade ao conteúdo vamos abordar cotagem A representação de um objeto físico por meio de um desenho só é feita com exatidão se suas dimensões estão corretamente indicadas no desenho A indicação de uma medida do objeto é a sua cota A norma ABNT NBR 10126 Cotagem em desenho técnico estabelece os critérios para a correta cotagem de um desenho De acordo com a norma ela é definida como representação gráfica no desenho da característica do elemento através de linhas símbolos notas e valor numérico numa unidade de medida ABNT1987 p 1 24 A cotagem deve ser representada diretamente no desenho localizada na vista ou corte que melhor represente o objeto As cotas podem ser funcionais não funcionais e auxiliares CRUZ 2014 p 89 1 Cota funcional essencial ao funcionamento da peça 2 Cota não funcional não interfere no funcionamento da peça 3 Cota auxiliar é informativa derivada de outros valores que já foram apresentados no desenho servindo para evitar cálculos Fonte Adaptado de CRUZ 2014 p 89 Figura 21 Cota funcional F cota não funcional NF e cota auxiliar AUX Ela também pode ser inserida no desenho em perspectiva Devese considerar que todas as cotas do desenho utilizam a mesma unidade de medida que deve estar indicada em algum lugar da folha do desenho técnico Existem cotas lineares que indicam medidas de comprimento largura e altura e cotas angulares que indicam medidas de abertura de ângulos As cotas devem ser indicadas no desenho de modo que a informação seja lida da esquerda para direita e de baixo para cima paralelamente à dimensão cotada As figuras abaixo indicam as duas formas de cota que podem aparecer num desenho 25 Figura 22 Cotagem linear desenho sem escala Figura 23 Cotagem angular desenho sem escala Vários são os elementos necessários para a cotagem De acordo com Silva et al 2006 as regras gerais relacionadas às inscrições das cotas nos desenhos podem ser sumarizadas As cotas indicadas no desenho sempre são as dimensões reais do objeto independente da escala utilizada A dimensão dos caracteres deve ser adequada à legibilidade do mesmo e sua escrita deve obedecer às normas da caligrafia técnica Nenhuma cota necessária à definição da peça pode ser omitida Os elementos devem ser cotados preferencialmente na vista que dá mais informação em relação à sua forma ou localização Cruzamentos de linhas de cota entre ou com outros tipos de linha devem ser evitados sempre que possível As cotas devem ser localizadas preferencialmente fora do contorno das peças 26 As cotas devem se localizar o mais próximo possível do detalhe a cotar respeitandose as recomendações anteriores Cada elemento deve ser cotado uma única vez independente da quantidade de vistas da peça As cotas devem ser posicionadas sobre alinha de cota preferencialmente no ponto médio da linha Os algarismos da cota não devem ficar sobrepostos ou separados com nenhum outro detalhe do desenho As unidades de todas as cotas devem ser sempre as mesmas A indicação da unidade é indicada no campo apropriado da legenda e não na indicação da cota As cotas podem ser indicadas junto a uma das setas e a linha de cota interrompida de forma a evitar linhas de cotas muito longas ou cruzamentos eventuais de linhas Se o espaço necessário para a cota não é suficiente a cota pode ser posicionada abaixo da linha de cota ligada à linha de cota através de uma pequena linha de referência As figuras abaixo ilustram os principais elementos da cotagem Fonte Adaptado de ABNT 1987 p 3 Figura 24 Elementos da cotagem 27 Existem simbologias que podem ser adotadas na cotagem como prefixo das cotas facilitando a interpretação destas Quadro 23 Simbologia em cotagem Fonte Adaptado de ABNT 1987 p 7 Fonte CRUZ 2014 p 94 Figuras 25 Indicação de diâmetros e raios em cotagem Fonte CRUZ 2014 p 95 28 Figura 26 Quadrado Fonte CRUZ 2014 p 95 Figura 27 Raio esférico e diâmetro esférico Há diferentes tipos de cotagem em cadeia por elemento de referência e por coordenadas Na cotagem em cadeia as cotas são indicadas uma ao lado da outra Fonte Cruz 2014 p 95 Figura 28 Cotagem em cadeia A cotagem por elemento de referência pode ser por cotas aditivas ou paralelas As figuras 29 e 210 apresentam esses exemplos 29 Fonte CRUZ 2014 p 97 Figura 29 Cotagem por elemento de referência cotagem aditiva Fonte CRUZ 2014 p 96 Figura 210 Cotagem por elemento de referência cotagem paralela Existem ainda situações em que há elementos que se repetem equidistantes e uniformemente distribuídos 30 Na cotagem simplificada no caso deste exemplo figura 211 colocase 8 como a quantidade de objetos pela distância deles 10 mm e entre parênteses a distância total de 80 mm Fonte CRUZ 2014 p 97 Figura 211 Cotagem simplificada Eliminandose possíveis dúvidas é possível indicar a cota de um dos espaços Fonte CRUZ 2014 p 97 Figura 212 Cotagem de um dos espaços Poderá ainda haver a representação de elementos repetidos e para evitar a repetição da mesma cota a cotagem pode ser efetuada indicandose a quantidade 9 neste exemplo pela dimensão 4 Fonte Cruz 2014 p 98 Figura 213 Cotagem de elementos repetidos 31 22 Tolerâncias Embora a cotagem de uma peça deixe claro para o leitor do desenho quais as dimensões corretas do objeto representado e a localização de cada um de seus detalhes o desenho com as suas cotas não possui informação suficiente para a produção da peça representada Para que uma indústria consiga produzir uma peça representada por um desenho técnico é necessário também indicar as tolerâncias da peça Segundo Silva et al 2006 a tolerância é uma extensão da cotagem fornecendo informação adicional acerca da forma dimensão e posição dos elementos A tolerância fornece informações essenciais para a fabricação pois a partir da especificação da tolerância podese escolher um ou outro modo de fabricação A tolerância busca limitar os erros de fabricação das peças podendo ser geométrica ou dimensional A tolerância dimensional destinase a limitar os erros dimensionais de fabricação das peças Uma cota de 20 mm da peça indicada no desenho significa dizer que a peça é fabricada com aproximadamente 20 mm A dimensão real pode ser 1965 2018 2042 ou 20001 Em todos os casos ao arredondar a medida à unidade todos os valores indicam uma dimensão de 20 mm A tolerância geométrica limita os erros geométricos cometidos na fabricação das peças impondo variações admissíveis na forma e localização dos diferentes elementos ou partes de uma peça A tolerância geométrica quando aplicada a um elemento define uma zona de tolerância na qual o elemento deve estar contido A figura 214 mostra o desenho de uma peça cujos diâmetros e comprimentos apresentam as tolerâncias permitidas de fabricação Observe que se utilizam os símbolos e para indicar o desvio permitido a partir do valor nominal indicado no desenho Nesta peça o diâmetro da parte rebaixada tem dimensão nominal 12 mm As tolerâncias indicam no entanto que o valor permitido para esse diâmetro varia de 1212 a 1223 mm Analogamente o diâmetro maior tem valor nominal 16 mm mas as tolerâncias especificam que seu valor pode estar dentro da faixa de 1559 a 1580 mm 32 O comprimento total da peça tem dimensão nominal de 40 mm mas pode variar de 3975 a 4025 mm Fonte httpsesselcombrcursosmaterial01DesenhoTecnicoaula28pdf Acesso em 4 fev 2019 Figura 214 Desenho de peça com tolerâncias As tolerâncias dimensionais especificam a faixa de valores em que a grandeza medida se situa Já as tolerâncias geométricas especificam os desvios da forma do objeto Observe na figura 215 que o desenho de projeto da peça à esquerda especifica as dimensões permitidas do objeto No desenho à direita está o desenho da peça real Fonte httpjpbdesenhoblogspotcom201510normal021falsefalsefalseptbrxhtml Acesso em 4 fev 2019 Figura 215 Tolerância geométrica 33 Os valores medidos estão dentro das tolerâncias especificadas mas observe que a forma do objeto está diferente De fato a linha de centro do cilindro não é perpendicular ao plano da circunferência de 20 mm de diâmetro Isso caracteriza um desvio de forma do objeto Outros desvios de forma podem ser permitidos as tolerâncias geométricas e os símbolos que a representam no desenho são estabelecidas pela norma ABNT NBR 6409 e o quadro 24 nos apresenta os símbolos utilizados de acordo com a norma Quadro 24 Símbolos para a característica tolerada Símbolo Retitude Planeza Circularidade Cilindricidade Perfil de linha qualquer Perfil de superfície qualquer Paralelismo Perpendicularidade Inclinação Posição Concentricidade Coaxilidade Simetria Circular Total Batimento Para elementos isolados ou associados Para elementos associados Característica tolerada Para elementos isolados Forma Orientação Posição Fonte ABNT 1997 p 3 34 23 Folhas de desenho caligrafia técnica tipos de linhas A utilização de programas CAD para execução de desenhos tem reduzido a utilização de desenhos em papel No entanto de acordo com Silva et al 2006 a impressão e reprodução dos desenhos desempenham uma importante função na documentação técnica do objeto Primeiramente é importante escolher o formato ou as dimensões da folha de papel a ser utilizada Essa escolha é de responsabilidade do desenhista ou projetista e deve ser feita com cautela As folhas menores são mais fáceis de manusear mas em muitos casos acaba sendo necessário utilizar escalas de redução para representar a peça inteira na folha o que pode prejudicar a interpretação e compreensão do objeto representado Já nas folhas maiores o problema da clareza é solucionado com um custo maior de impressão e reprodução do desenho aliado à dificuldade elevada no manuseio da folha Silva et al 2006 p 30 A norma que estabelece os formatos de papel e sua orientação é a ABNT NBR 10068 Folha de desenho Leiaute e dimensões As dimensões dos formatos de papel da série A estão mostradas no quadro 25 Essas dimensões não são escolhidas por acaso são determinadas a partir da folha base A0 cuja área tem 1 m² Os lados do papel têm proporção 𝟏 𝟐 e o lado maior do formato seguinte é o dobro do lado menor do formato anterior Os diferentes formatos podem ser obtidos a partir do formato A0 através de sucessivas subdivisões como mostra a figura 216 Os diferentes formatos podem ser utilizados em pé lado maior na vertical ou deitados lado maior na horizontal dependendo do que for mais adequado Silva et al 2006 p 30 Quadro 25 Formatos da série A Designação Dimensões mm A0 841 1189 A1 594 841 A2 420 594 A3 295 420 A4 210 297 Fonte ABNT 1987 p 2 35 Fonte CRUZ 2014 p 31 Figura 216 Folha A0 e os formatos derivados Numa folha de desenho toda informação inscrita seja um algarismo ou outro caractere deve ser apresentada em escrita normalizada A norma ABNT NBR 8402 Execução de caractere para escrita em desenho técnico estabelece as condições exigidas para a escrita em desenhos técnicos A escrita normalizada tem como objetivo a legibilidade uniformidade e reprodução do desenho sem perda de qualidade A norma NBR 8402 estabelece que todos os caracteres devem ser distinguíveis entre si e escritos de forma que todas as linhas se cruzem ou se toquem num ângulo reto e que as letras maiúsculas e minúsculas devem ser escritas com a mesma largura de linha A norma estabelece também as dimensões dos caracteres sendo altura 𝐡 das letras maiúsculas tomada como base para o dimensionamento e as outras dimensões baseadas nessa mesma altura 𝐡 O quadro 26 indica as proporções e as dimensões dos caracteres num desenho técnico e a figura 217 ilustra essas proporções e dimensões A figura 218 apresenta exemplo de escrita manuscrita já a figura 219 exemplo de letras e numerais empregados na escrita em software CAD 36 Quadro 26 Proporções e dimensões de símbolos gráficos Fonte ABNT 1994 p 2 Fonte ABNT 1994 p 2 Figura 217 Características da forma de escrita Fonte CRUZ 2014 p 43 Figura 218 Exemplo de escrita Características Relação Dimensões mm Altura das letras maiúsculas h 1010 h 25 35 5 7 10 14 20 Altura das letras minúsculas c 710 h 25 35 5 7 10 14 Distância mínima entre caracteres a 210 h 05 07 1 14 2 28 4 Distância mínima entre linhas de base b 1410 h 35 5 7 10 14 20 28 Distância mínima entre palavras e 610 h 15 21 3 42 6 84 12 Largura da linha d 110 h 025 035 05 07 1 14 2 37 Fonte CRUZ 2014 p 44 Figura 219 Letras e numerais empregados em software CAD A norma NBR 8402 estabelece que todos os caracteres do desenho devem ser escritos com a mesma largura de linha o que indica que diferentes tipos de linhas podem ser utilizados num desenho técnico De fato diferentes tipos de linha existem e são descritos na norma ABNT NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas A figura 220 apresenta o desenho de uma peça com um furo quadrado no meio Observe que nos desenhos das vistas frontal e lateral o furo é representado por linhas tracejas e isso indica arestas não visíveis nessa vista Já as linhas contínuas e largas representam arestas e contornos visíveis Na vista em perspectiva segundo Silva et al 2006 apenas linhas contínuas são utilizadas pois apenas os contornos da peça são representados Figura 220 Utilização de linhas em representação gráfica 38 Atentese ao fato de que portanto diferentes tipos de linha fornecem variadas informações a respeito do objeto Um desenho mais complexo da própria norma NBR 8403 que ilustra vários tipos diferentes de linhas pode ser visto na figura 217 O quadro 27 apresenta os diferentes tipos de linha e suas aplicações A norma NBR 8403 estabelece que existindo duas possiblidades de uso de linhas num mesmo desenho aplicar apenas uma das opções Quadro 27 Tipos de linha utilizadas em desenho técnico conforme NBR 8403 Fonte CRUZ 2014 p 41 39 Legenda Contorno visível A1 linhas de interseção imaginárias B1 linhas de cotas B2 linhas auxiliares B3 linhas de chamadas B4 hachuras B5 contornos de seções rebatidas na própria vista B6 linhas de centros curtas B7 linha destinada a desenhos confeccionados por máquinas D1 contornos não visíveis F1 linhas de centro G1 linhas de simetrias G2 trajetórias G3 indicação das linhas ou superfícies com indicação especial J1 contornos de peças adjacentes K1 posição limite de peças móveis K2 Fonte ABNT 1984 p 3 Figura 221 Exemplo de aplicação dos diferentes tipos de linhas NBR 8403 Observe assim que um mesmo desenho adota vários tipos de linha para expressar as características do objeto 24 Escala cotagem e tolerância Esta parte do bloco é dedicada às atividades práticas da disciplina Para tanto você deverá baixar o arquivo Atividades práticas bloco 2 imprimindoo em folha A4 sem qualquer diminuição ou ampliação na impressão para realizar as atividades propostas Exercício 1 Efetuar a cotagem das figuras observando as escalas indicadas 40 a escala 120 b escala 150 c escala 1100 41 Exercício 2 Indique as dimensões solicitadas a Altura da construção em metros desenho na escala 1100 R m b Largura da cadeira em centímetros desenho na escala 115 R m 42 c Altura da pessoa em metros desenho na escala 130 R m d Desenhe uma pessoa com altura de 185 m na escala 175 Represente um modelo simplificado como no exercício anterior 43 Exercício 4 Observando a imagem responda O desenho técnico permite apresentar dados sobre a dimensão dos objetos Neste exemplo os dados relativos ao furo e ao eixo estão expressos indicando as dimensões máxima e mínima destes Considerando os dados expressos indique a alternativa que apresenta a dimensão máxima e a dimensão mínima do furo nesta ordem expressos em milímetros Fonte httpsesselcombrcursosmaterial01DesenhoTecnicoaula28pdf Acesso em 4 fev 2019 Figura 222 Dimensões máxima e mínima dos dados relativos ao furo e ao eixo a 30 mm 3025 mm b 3025 mm 30 mm c 3002 mm 3018 mm d 3018 mm 3002 mm e 3018 mm 3025 mm 44 25 CAD comandos de criação Vamos ver comandos de criação utilizando a barra de ferramentas Draw a Line linha Uma linha apresenta dois pontos um no início e outro no final Para construir linha Draw Line Indicar o ponto inicial da linha A e Indicar o ponto final da linha B Podese utilizar algumas opções como definir o comprimento da linha ou o ângulo da orientação por exemplo Depois de desenhar um segmento de linha pode ser utilizado o comando Undo para remover o segmento de linha precedente Após desenhar dois ou mais segmentos de reta clicar em Close para fechar o comando linha A partir de um arco desenhar uma linha a partir da extremidade do arco Draw Line selecionar o ponto final do arco A extremidade do arco e indicar o comprimento da linha B 45 Ponto final do arco A e comprimento da linha expresso pela distância entre pontos A e B b Poliline Polilinha Poliline é uma sequência de linhas e arcos conectados tratados como entidade única Ao editar uma polilinha ela pode ser modificada por segmentos ou inteira Para construir a polilinha especificar o ponto inicial e em seguida aparecerá uma caixa de opções enquanto você desenha com Distância Meia largura e Largura É possível especificar diferentes inícios e finais das larguras criando um segmento de polilinha Draw Poliline Acessar o comando e especificar o ponto inicial da polilinha Especificar o ponto final de cada segmento Clicar enter para terminar o comando 46 Ao desenhar segmentos de arco o primeiro ponto do arco é o ponto final do segmento que o precede e assim você desenha segmentos de arco ao especificar o ponto final de cada segmento Assim cada segmento de arco sucessivo é desenhado tangente ao arco ou ao segmento de linha que o precede c Polygon Polígono Polígonos são polilinhas fechadas por no mínimo três linhas e no máximo 1024 lados de mesmo comprimento Utilizado para especificar o centro do polígono e a distância do centro a cada vértice d Rectangle Retângulo Retângulos são polilinhas fechadas com quatro lados Para desenhar o retângulo especificamse os cantos opostos Draw Rectangle Especificar o canto do retângulo A Especificar o canto oposto do retângulo B Cada lado do retângulo pode ser editado usandose a ferramenta Editar Polilinha na barra de ferramentas Modificar e Arc Arco O arco é uma parte de um círculo Podese desenhar um arco especificandose três pontos o ponto inicial um segundo ponto o ponto final 47 f Circle Círculo O círculo pode ser desenhado especificandose um ponto central e um raio Os métodos para desenhar o círculo são Centroraio Centrodiâmetro Dois pontos Três pontos Raiotangentetangente Converter arco em círculo Draw circle Para desenhar círculo especificando centro e raio especificar o ponto central A especificar o raio do círculo B 48 g Spline Draw spline especificar o primeiro ponto da spline especificar o segundo ponto da spline especificar a maior quantidade de pontos ao terminar clicar enter h Elipse Draw elipse clicar num ponto ou entrar com os valores de coordenada clicar em outro ponto ou especificar coordenada em qualquer eixo entrar com a distância do outro eixo i Hachuras A hachura é inserida numa área fechada sendo a hachura tratada como entidade única Para especificar a hachura é possível utilizar as hachuras existentes nos arquivos da biblioteca do programa ou a de bibliotecas externas Draw hatch selecionar Pattern para ter acesso às hachuras disponíveis escolher uma hachura dentre as opções disponíveis voltar para Boundary Há duas opções de como aplicar a hachura Select Area ou Select Entities selecionase um ponto interno de uma área ou as linhas do perímetro da região que receberá a hachura Em Pattern Properties é possível alterar as configurações da hachura escala ângulo da hachura etc 49 Depois de inserida a hachura para modificála efetuar duplo clique sobre a mesma escolher a opção Edit e alterar as configurações da hachura Vimos comandos de criação que proporcionam a construção de elementos gráficos para a representação de objetos utilizando software CAD Conclusão Neste bloco abordamos as principais normas do desenho técnico e seu conhecimento é fundamental para compreendêlo corretamente Vimos quais os formatos e a orientação da folha de papel a norma para a escrita correta dos elementos numa folha de papel os tipos e espessuras de linha convenientes para cada caso e como escolher adequadamente a escala do desenho Vimos também que a cotagem tem por finalidade a indicação da forma e localização dos elementos de uma peça ou objeto e suas principais características Junto à cotagem o conceito de tolerância deve também ficar claro pois dados de tolerância são indicados no desenho técnico Dando continuidade à apresentação de comandos do software CAD apresentamos também os comandos de criação A realização dos exercícios propostos auxilia o processo de aprendizagem Então comece a realizar as atividades propostas conforme o estudo de cada bloco Bons estudos REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 8196 Desenho técnico Emprego de escalas Rio de Janeiro ABNT 1999 NBR 8402 Execução de caracter para escrita em desenho técnico Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1994 NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos Tipos de linhas Larguras das linhas Rio de Janeiro ABNT 1984 50 NBR 10068 Folha de desenho leiaute e dimensões Padronização Rio de Janeiro ABNT 1987 NBR 10126 Cotagem em desenho técnico Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 CRUZ M D Desenho tecnico São Paulo Erica 2014 DESENHO TÉCNICO Tolerância Dimensional x Tolerância Geométrica Disponível em httpjpbdesenhoblogspotcom201510normal021falsefalsefalseptbr xhtml Acesso em 4 fev 2019 ESSEL ENGENHARIA Cursos profissionalizantes Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico Aula 28 Tolerância dimensional Disponível em httpsesselcombrcursosmaterial01DesenhoTecnicoaula28pdf Acesso em 4 fev 2019 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos 2006 475 p il ISBN 8521615221 broch 51 3 PROJEÇÕES PLANAS APRESENTAÇÃO GERAL Neste bloco vamos tratar de projeções ortogonais a representação inequívoca da peça e todos seus detalhes sem margens para dúvidas e ambiguidades Nesse tipo de projeção a interpretação do desenho é mais difícil mas é o tipo de projeção que mostra com clareza todas as informações da peça ou objeto Nesse tipo de representação existem dois métodos o método europeu chamado também de método do 1º diedro e o método americano ou método do 3º diedro Vamos discutir o que são esses conceitos e apresentar as regras fundamentais subsequentes utilizando apenas o método do 1º diedro A diferença da projeção ortogonal e de outras projeções está na posição do observador Esta é uma projeção cilíndrica ou paralela ou seja quando o observador está a uma distância infinita do objeto No entanto na projeção ortogonal a peça e o observador estão alinhados com o plano de projeção de forma que só é possível ver uma face da peça Assim projetase o objeto em mais de um plano de forma a evitar as ambiguidades da projeção num único plano conforme ilustrado na figura 31 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 8 Figura 31 Projeções ortogonais de um objeto 52 Na figura 31 acima a seta indica a posição do observador alinhado exatamente com o objeto Como só é possível enxergar um dos lados da peça o observador a observa de três posições diferentes Os desenhos mostrados à direita indicam as três vistas da peça observadas pelo observador Note que todas as vistas apresentam todas as medidas em verdadeira grandeza Nesse desenho portanto não existem margens para dúvidas do real formato da peça Nesse bloco portanto vamos discutir esses conceitos de projeção ortogonal e suas principais características Bons estudos 31 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas Iniciaremos este subtema apresentando o conceito de projeção Para representar um objeto tridimensional num plano alguns conceitos precisam ser previamente definidos Assim observe o esquema mostrado na figura 32 que mostra um Objeto o ponto Q o qual se deseja representar no Plano Projetor O segmento de reta que liga o ponto Q à sua Projeção Plana Q é chamado de Projetante Fonte SILVA et al 2006 p 41 Figura 32 Elementos da projeção plana 53 A direção da linha projetante é definida de acordo com a posição do observador É claro que existem diferentes posições possíveis para o observador e portanto diferentes linhas projetantes projetam o ponto Q em diferentes posições possíveis no plano conforme ilustra a figura 33 De fato podem existir infinitas posições possíveis para a projeção em função do ângulo da projetante com o plano Fonte SILVA et al 2006 p 41 Figura 33 Diferentes pontos no plano em função das diferentes linhas projetantes De forma a contornar esse problema definese então o conceito de ortogonalidade a linha projetante está num ângulo de 90 com o plano projetor e isso elimina o fator de ambiguidade ângulo da projetante com o plano Se a linha projetante é ortogonal ao plano então só existe uma única possibilidade a cada ponto corresponde somente uma projeção ortogonal num plano SILVA et al 2006 p 41 Isso pode ser visto na figura 34 Fonte Silva et al 2006 p 41 Figura 34 Projeção ortogonal única de ponto no plano 54 O conceito de projeção ortogonal define uma representação inequívoca do ponto no plano Para cada ponto teremos uma e apenas uma projeção ortogonal do ponto no plano A inversa contudo não é verdadeira Dada uma projeção ortogonal existem infinitos pontos que podem gerar aquela projeção conforme a figura 35 Fonte SILVA et al 2006 p 41 Figura 35 Uma mesma projeção ortogonal pode ter infinitos pontos Para eliminar a dúvida de qual é o ponto que se conhece a projeção ortogonal definimos um segundo plano perpendicular ao primeiro e observamos a projeção do ponto nesse segundo plano e a figura 36 ilustra esse conceito Observe que com a utilização de dois planos ortogonais o ponto Q é univocamente identificado uma vez conhecidas suas projeções nos planos horizontal e vertical Neste caso então se é conhecido o ponto Q suas projeções ortogonais são únicas e o inverso também é verdadeiro se são conhecidas suas projeções o ponto Q é único Fonte SILVA et al 2006 p 42 Figura 36 Duas projeções ortogonais em dois planos ortogonais entre si 55 A partir da projeção podese definir então duas coordenadas que medem a distância do ponto aos planos a Cota a distância do ponto ao plano horizontal e o Afastamento a distância do ponto ao plano vertical Isso cria um sistema de coordenadas que é representado pelo par 𝒂𝒇𝒂𝒔𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒄𝒐𝒕𝒂 Assim por exemplo o ponto Q pode ter coordenadas 𝟑 𝟏 isto é está a 3 unidades do plano vertical e a 1 unidade do plano horizontal Esse tipo de sistema cria um referencial sobre o quão a representação do plano em projeções ortogonais é inequívoca Esse sistema de coordenadas pode ser dividido em 4 diedros e os planos podem ser denominados de plano vertical de projeção 𝝋𝟎 e plano horizontal de projeção 𝝂𝟎 conforme ilustra a figura 37 Fonte SILVA et al 2006 p 42 Figura 37 Quatro diedros Nesse sistema portanto podese representar o ponto A no espaço ou suas projeções nos planos A e A conforme a figura 38 Ambas as representações identificam o mesmo objeto no espaço sem margens para dúvidas ou ambiguidades 56 Fonte SILVA et al 2006 p 42 Figura 38 Ponto A e suas projeções ortogonais Em Desenho Técnico a representação de uma peça é feita principalmente com projeções ortogonais paralelas de múltiplas vistas a projeção de uma figura sobre um plano é formada pela projeção de todos os seus pontos conforme ilustra a figura 39 Vale observar que as projeções ortogonais também são chamadas de projeções ortográficas e ambas as nomenclaturas podem ser utilizadas de forma intercambiável podemos nos referir a esse tipo de projeção tanto pelo nome projeção ortogonal quanto pelo nome projeção ortográfica Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 39 Projeção paralela de uma figura 57 Observe as projeções ortogonais das diferentes figuras conforme figura 310 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 310 Projeções ortogonais Sobre as projeções ortogonais na figura 310 acima podese observar Ribeiro et al 2013 p 6 A figura 10a nos mostra que uma superfície paralela a um plano de projeção é projetada nesse plano em verdadeira grandeza e em sua forma exata A figura 10b nos apresenta que uma superfície perpendicular ao plano de projeção resulta em uma linha A figura 10c nos mostra que as arestas que resultam de intersecção de superfícies são representadas por linhas No entanto a figura a ser projetada pode não ser plana e em geral ela não o é Para representarmos então o objeto espacial em planos é necessário utilizarmos mais de um plano de forma que sua representação seja completa e inequívoca Observe na figura 311 que três formas diferentes podem ter a mesma projeção num único plano 58 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 311 Projeções ortogonais de objetos tridimensionais Quando utilizamos dois planos um vertical e outro horizontal as projeções de cada um desses objetos nos planos mostra a diferença dos três objetos no plano horizontal teremos figuras planas distintas para objetos tridimensionais diferentes conforme o objeto A projeção no plano vertical dos diferentes objetos apresenta três retângulos as projeções no plano horizontal são um círculo um quadrado e um triângulo Fonte RIBEIRO et al 2013 p 6 Figura 312 Representação em duas vistas de sólidos compostos 59 A figura 312 ilustra vários exemplos de projeções de objetos por meio de sua representação sem omissões ou ambiguidades em duas vistas Já a figura 313 apresenta alguns exemplos de peças que podem ser representadas de maneira inequívoca em apenas uma projeção seguindo uma convenção na forma de símbolo para indicar o formato exato do objeto Podese utilizar a palavra espessura seguida do número para representar a espessura da peça ou então os símbolos Ø e para indicar o diâmetro da peça ou então que a peça tem seção transversal quadrada ambos os lados com a mesma dimensão Fonte SILVA et al 2006 p 48 Figura 313 Convenções em representação de vista única Há peçasobjetos que podem ser representados em duas vistas apenas sendo estas suficientes para correta interpretação do desenho e representação do objeto Observe exemplos na figura 314 Fonte SILVA et al 2006 p 49 Figura 314 Representação em duas vistas de objetos tridimensionais 60 32 Projeção em três planos rebatimento de três ou mais planos Nem sempre a utilização de apenas dois planos é suficiente Pode ser necessária a utilização de até três planos ortogonais para a correta interpretação do objeto por meio de suas projeções sem margens para ambiguidades Assim pode ser necessário utilizar até três planos plano de projeção vertical PV plano de projeção horizontal PH plano de projeção lateral PL A representação de algumas peças como a da figura 315 ainda pode gerar ambiguidades Essa ambiguidade é evitada adicionandose um terceiro plano de projeção ortogonal restringindo o conjunto de soluções possíveis Na figura 316 por exemplo observase que informações adicionais a respeito do objeto podem ser obtidas no terceiro plano de projeção A planificação das projeções é feita de acordo com o sugerido na figura 317 e o resultado final do desenho planificado em três planos ortogonais é mostrado na figura 318 Fonte SILVA et al 2006 p 50 Figura 315 Ambiguidade na representação de projeções em dois planos 61 Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 51 Figura 316 Projeção ortogonal adicional Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 51 Figura 317 Planificação dos planos de projeção da figura 316 62 Fonte SILVA et al 2006 p 51 Figura 318 Representação inequívoca por projeções ortogonais do objeto Já discutimos em um bloco anterior os diferentes tipos de linha que podem aparecer num desenho técnico Na projeção ortogonal as regras que vimos ainda são válidas Para cada tipo de contorno existe um tipo de linha associado Os contornos das peças são representados com linhas de traço contínuo grosso e podem significar a interseção de duas superfícies a representação da vista de topo de superfícies exteriores da peça ou o limite de superfícies curvas como o contorno de uma esfera como mostrado na figura 319 Contornos que não são visíveis são representados por linhas de traço interrompido Ainda são válidas as regras do item anterior mas um cuidado deve ser tomado se duas linhas de contorno invisíveis se interceptam as linhas tracejadas se tocam quando se cruzam não se tocam como mostrado na figura 320 As linhas de eixo são linhas de simetria que indicam o posicionamento de centros de furos ou outros detalhes que apresentem alguma simetria radial Esse tipo de linha é desenhado com traço misto fino e deve ser sempre desenhada em cilindros cones ou troncos de cone e furos O centro de simetria é marcado por duas linhas de traço misto perpendiculares figura 321 63 A ordem de precedências de linhas deve ser obedecida os contornos visíveis têm precedência sobre todos os outros tipos de linha Fonte SILVA et al 2006 p 54 Figura 319 Linhas adotadas na representação de uma peça Fonte SILVA et al 2006 p 54 Figura 320 Arestas invisíveis numa peça 64 Seguem exemplos de objetos tridimensionais e suas projeções ortogonais auxiliando na compreensão deste conteúdo São conjuntos de imagens apresentando a perspectiva isométrica do objetopeça e suas projeções ortogonais em três planos Fonte RIBEIRO et al 2013 p 10 Figura 321 Exemplo 1 Projeções ortogonais Fonte RIBEIRO et al 2013 p 8 Figura 322 Exemplo 2 Projeções ortogonais 65 Fonte RIBEIRO et al 2013 p 8 Figura 323 Exemplo 3 Projeções ortogonais 33 Vistas auxiliares Na apresentação das vistas ortogonais de um objetopeça é importante notar os seguintes detalhes A vista principal da peça deve ser tal que forneça o máximo possível de informações O número de projeções utilizado deve ser a quantidade necessária e suficiente para definir completamente a peça figura 324 A escolha das vistas deve ser escolhida cautelosamente de modo que o desenho resultante não crie ambiguidades As projeções devem possuir o mínimo possível de linhas invisíveis de tal forma que as projeções escolhidas contenham o maior número possível de informações e detalhes visíveis figura 325 O espaçamento entre as vistas deve ser sempre o mesmo de modo que haja correspondência exata entre pontos das diferentes vistas 66 Fonte SILVA et al 2006 p 55 Figura 324 Vistas desnecessárias Fonte SILVA et al 2006 p 56 Figura 325 Vistas necessárias e suficientes bem escolhidas 67 Também vale observar que nem sempre é necessária a representação completa da vista Existem situações em que apenas parte da peça pode ser desenhada Vistas parciais é utilizada quando a representação total da vista não apresenta informações adicionais figura 326 Vistas interrompidas quando um objeto é muito longo e sem detalhes ao longo de seu comprimento o desenho é interrompido com linhas de fratura representandose apenas as extremidades da peça com as características uniformes figura 327 Vistas deslocadas a projeção é representada fora da sua posição correta para tornar a interpretação do desenho clara Adicionase ao desenho o sentido da observação com uma seta e uma letra maiúscula figura 328 Vistas de detalhes são utilizadas para representar em escalas maiores pequenos detalhes que numa vista podem não ser claramente representados figura 329 Vistas auxiliares se algum detalhe a ser projetado não é paralelo a um plano de projeção utilizamse planos auxiliares de projeção paralelos a esses detalhes à face que se deseja desenhar de forma a representálos em verdadeira grandeza figura 330 Fonte SILVA et al 2006 p 59 Figura 326 Vista parcial representação com plano auxiliar de projeção 68 Fonte SILVA et al 2006 p 58 Figura 327 Vistas interrompidas de peças compridas Fonte SILVA et al 2006 p 57 Figura 328 Vistas deslocadas locais 69 Fonte SILVA et al 2006 p 58 Figura 329 Vista de detalhe da peça Fonte SILVA et al 2006 p 59 Figura 330 Representação incorreta acima e correta abaixo da utilização de planos auxiliares de projeção 70 34 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas Hora da prática A exemplo dos blocos anteriores chegamos ao momento de realizar as atividades práticas aplicando os conteúdos estudados até este bloco Nestes exercícios execute as vistas ortogonais dos objetos representados em perspectiva isométrica Utilize a malha de linhas perpendiculares entre si para a representação das vistas Execute as projeções ortogonais e identifique as vistas em cada exercício A seta indica a face frontal do objeto Exercício 1 Fonte LEAKE 2015 figura P34 Exercício 2 Fonte LEAKE 2015 figura P36 71 Exercício 3 Fonte LEAKE 2015 figura P329 Exercício 4 Fonte LEAKE 2015 figura P332 Exercício 5 Fonte LEAKE 2015 figura P347 72 35 Cotas e anotações Na construção de desenho técnico a cotagem fazse necessária No CADMultiplus é permitido cotar linha multilinha arcos círculos etc As cotas apresentam as medidas geométricas dos objetos ou coordenadas XY de determinado elemento A cotagem tem seu estilo definido por cor estilo de texto escala tipo de linha Em Dimension configurando cotas antes de iniciar a cotagem devese editar o estilo de dimensionamento ou selecionar algum dos existentes Format Dimension styles aparecem opções que permitem criar alterar ou eliminar estilos existentes como Save New Rename Delete Para criar um novo estilo de cota selecionar new atribuir nome ao novo estilo clicar em create Na aba Arrows determinase o tamanho da seta ou símbolo de dimensionamento é possível configurar o estilo da seta é possível configurar os leaders linhas de chamada Na aba Format configurase o alinhamento dos textos 73 Na aba Lines configurase a distância entre os textos e a linha de base das cotas caso sejam adotadas linhas de chamada ou não entre outras possibilidades Na aba Text configuramse parâmetros do texto como estilo do texto altura localização do texto na horizontal e na vertical etc Na aba Tolerance configurase a supressão de zeros os limites de tolerância Na aba Units configurase o formato da cota definindo a quantidade de casas decimais e fator de escala observar que o fator de escala deve ser definido para que apareça o valor correto da tela Modelos de cotas para cotar o desenho cotas lineares podem ser verticais e horizontais independem dos pontos de chamada para cota linear clicar no ponto inicial e indicar a posição da cota no desenho para cota alinhada aparece a cota no ângulo formado pelos pontos inicial e final cota angular indica a cota do ângulo formado entre os dois pontos selecionados linha de chamada insere chamada específica para nota ou anotação no desenho cota rotacionada alterna entre cota linear e cota alinhada em função de pontos selecionados e indicação do ângulo da cota linha de centro seleção de um círculo onde é automaticamente criada a linha de eixo ou podese escolher para a cota do raio cota contínua a partir da primeira cota já inserida as demais acompanham a já existente cota ordenada composta de coordenada X ou Y e uma linha guia medem a distância perpendicular entre o ponto de origem referência e um elemento cotado 74 Vimos como efetuar a cotagem em desenhos para acrescentar informação ao desenho facilitando a leitura e interpretação do mesmo Conclusão Neste bloco estudamos as Projeções Ortogonais Você deve ser capaz de distinguir os vários tipos de projeções existentes e determinar o número de vistas necessárias para a correta e inequívoca interpretação da peça no desenho sem ambiguidades ou redundâncias Deve lembrar também que a vista principal da peça deve ser a que possui o máximo número de detalhes e características da peça Ainda deve conseguir compreender e saber quando utilizar vistas auxiliares vistas parciais vistas deslocadas vistas interrompidas e vistas de detalhe Lembrese sempre que o desenho deve representar o objeto de forma clara concisa e com o máximo número de informações no menor número de vistas Bons estudos REFERÊNCIAS LEAKE J M BORGERSON J L Manual de Desenho Técnico para Engenharia desenho modelagem e visualização 2 ed Rio de Janeiro LTC 2015 RIBEIRO A C PERES M P IZIDORO N Desenho técnico e AutoCAD São Paulo Pearson Education no Brasil 2013 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 75 4 PROJEÇÕES PLANAS PARALELAS ORTOGRÁFICAS DE VISTAS MÚLTIPLAS Neste bloco vamos tratar de perspectivas Observe a foto na figura 41 é interessante como todas as linhas que separam as paredes do piso e do teto parecem vir do mesmo ponto consegue perceber É quase como se a foto tivesse sido tirada num quadro parecido com o desenho da figura 42 A perspectiva é uma maneira de tentar representar um objeto tridimensional numa superfície bidimensional de maneira simples e fácil de compreender Fonte httpspixabaycomptphotoscorredorperspectivatC3BAnel933328 Acesso em 4 fev 2019 Figura 41 Foto de corredor em perspectiva 76 Segundo Silva et al 2006 a perspectiva é bastante utilizada em folhetos de divulgação de produtos em propagandas e publicidade devido à facilidade de compreensão do que se deseja mostrar Fonte httpspixabaycomvectorsperspectiveviewpoint3dgrid1301762 Acesso em 4 fev 2019 Figura 42 Ponto de vista em perspectiva Uma das principais características da vista em perspectiva é a facilidade de interpretação e compreensão do desenho no entanto nem sempre é possível a boa representação dos detalhes da peça No desenho técnico é imprescindível que o desenho seja livre de ambiguidades que represente corretamente todas as características da peça sem margens para dúvidas Para que isso possa ser feito num desenho em perspectiva é comum escolher um ponto de vista para observação e utilizar a perspectiva mais conveniente SILVA et al 2006 p 95 A perspectiva tenta representar a peça de forma que seu volume seja fácil e rapidamente compreendido Existem diferentes tipos de perspectivas que podem ser utilizadas para representar uma peça tais como a projeção central ou paralela oblíqua ou ortogonal Alguns tipos de perspectivas são mostrados na figura 43 Observe que todas as imagens se assemelham a uma foto do objeto com forma mais ou menos distorcida A figura também deixa clara as diferenças entre os diferentes tipos de projeções o ângulo de incidência das linhas de projeção e a orientação do objeto a ser projetado no plano de projeção 77 Fonte SILVA et al 2006 p 96 Figura 43 Quatro tipos de projeção Esse bloco portanto abordará as perspectivas correntes em desenho técnico as projeções paralelas oblíquas e as projeções centrais Costumase designar todos esses tipos de projeções como perspectivas Bons estudos 78 41 Projeções cônicas e projeções paralelas conceituação Para podermos discutir as diferentes técnicas de projeção precisamos definir alguns conceitos que utilizaremos adiante plano de projeção objeto projetante ou raio projetante centro de projeção Observe a que a figura 44 a seguir representa a projeção de um ponto no plano O ponto A é o Objeto no espaço o qual se deseja representar na folha de desenho o Plano De Projeção A linha que passa pelo ponto A e projeta seu desenho no plano de projeção que contem A é a linha Projetante Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 44 Projeção de um ponto no plano 79 Quando se tem um objeto de dimensão finita e não mais um único ponto podese definir também o Centro de Projeção conforme a figura 45 Se ele posição de onde saem todas as linhas projetantes está a uma distância finita do objeto então temse uma Projeção Cônica também chamada de Projeção Central Por outro lado segundo Silva et al 2006 se esse ponto de observação está a uma distância infinita então todas as linhas são paralelas entre si e a projeção no plano é uma Projeção Cilíndrica também chamada de Projeção Paralela Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 45 Projeção cônica e projeção cilíndrica O desenho de um objeto em Projeção Cônica está ilustrado na figura 46 O objeto é desenhado a partir de pontos de fuga e a escolha de quantos pontos de fuga utilizar depende de quais características do objeto desejase realçar Com 1 ponto de fuga observe que a evidência está na face do cubo na figura Com 2 pontos de fuga a evidência está na aresta entre duas das faces e com 3 pontos no vértice entre faces 80 Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 46 Projeções centrais As projeções cilíndricas podem ser classificadas em oblíquas ou ortogonais e estão relacionadas com a direção dos raios projetantes Se os raios são oblíquos em relação ao plano de projeção então temse uma Projeção Cilíndrica Oblíqua Se são perpendiculares ao plano então temse uma Projeção Cilíndrica Ortogonal Isso está ilustrado na figura 47 Fonte httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1perspectivahtml Figura 47 Projeção cilíndrica oblíqua e projeção cilíndrica ortogonal 81 As projeções cônicas também chamadas de projeções centrais são utilizadas principalmente no desenho de arquitetura pois têm a vantagem de mostrar como o objeto pareceria aos olhos do observador É bastante adequada para dar uma ideia do formato do objeto mas possuem a desvantagem de não representarem as dimensões corretamente pois nenhuma dimensão nesse tipo de perspectiva é mostrado em verdadeira grandeza Silva et al 2006 p 109 A figura 48 ilustra a projeção central ou projeção cônica de um cubo Fonte SILVA et al 2006 p 109 Figura 48 Projeção central de um cubo 82 42 Projeções paralelas oblíquas conceituação cavaleira gabinete e militar A projeção paralela tem esse nome porque nesse caso uma das faces do objeto é paralela ao plano de projeção conforme figura 49 Já na projeção axonométrica o objeto encontrase inclinado em relação ao plano de projeção Fonte YEE 2017 p 173 Figura 49 Projeção paralela e projeção axonométrica No esquema de Projeção Paralela ou Cilíndrica a representação do objeto corresponde a uma situação irreal pois o observador está a uma distância infinita do plano de projeção Contudo a representação do objeto no plano de projeção é inequívoca do ponto de vista técnico SILVA et al 2006 p 46 No desenho técnico o ângulo da projeção oblíqua não é arbitrário esses ângulos podem ser 30 45 ou 60 Neste tipo de projeção sempre teremos uma face do objeto paralela ao plano de projeção e as dimensões dessa face sempre aparecerão em verdadeira grandeza 83 A utilização mais comum é a do ângulo de 45 Essa perspectiva é conhecida como perspectiva oblíqua também chamada de perspectiva cavaleira perspectiva de gabinete ou perspectiva militar Essa perspectiva é obtida das projeções de três eixos separadas por ângulos de 135 135 e 90 conforme ilustra a figura 410 Nesse tipo de projeção a largura e altura da face são representadas em verdadeira grandeza 𝒂 enquanto a profundidade é representada de forma reduzida Fonte SILVA et al 2006 p 97 Figura 410 Obtenção de perspectiva de gabinete O fator de redução 𝒓 que aparece na representação da profundidade do objeto define o tipo de projeção se 𝒓 𝟎 𝟓 então temse a perspectiva de gabinete enquanto que 𝒓 𝟏 define a perspectiva cavaleira 84 Observe também o ângulo entre o prolongamento do eixo C com o eixo B 45 Esse ângulo é chamado de ângulo de fuga e se esse ângulo for 30 temse a perspectiva militar De acordo com Silva et al 2006 a relação mais comum entre ângulo de fuga e fator de redução é 45 e 𝒓 𝟎 𝟓 Utilizamse outros valores de 𝒓 apenas quando se deseja ilustrar um caso particular de alguma das faces do objeto Fonte YEE 2017 p 175 Figura 411 Perspectiva paralela oblíqua perspectiva cavaleira As Perspectivas Paralelas Oblíquas aqui representadas pela perspectiva cavaleira apresentam linhas projetantes oblíquas em relação ao plano do quadro e paralelas entre si Apresentam uma forma frontal plana em verdadeira grandeza e planos laterais não convergentes Historicamente são derivadas dos desenhos das antigas fortificações europeias YEE 2017 p 175 43 Projeções paralelas ortográficas axonométricas conceituação trimétrica dimétrica isométrica A figura 49 apresentada no item anterior ilustra as diferenças entre a projeção paralela e a projeção axonométrica Na projeção axonométrica o objeto está inclinado em relação ao plano de projeção Nesse tipo de projeção não há limites de possíveis posições do objeto pois existem ângulos infinitamente diferentes que ele pode ser orientado em relação ao plano de projeção SILVA et al 2006 p 98 85 De acordo com SILVA et al 2006 a prática do desenho técnico contudo três projeções axonométricas são usualmente utilizadas a trimétrica a dimétrica e a isométrica Na projeção trimétrica figura 412 as três faces do objeto estão contidas em planos oblíquos em relação ao plano de projeção Os ângulos entre os eixos nessa perspectiva são variáveis e os valores mais comuns para 𝜶 e 𝜷 são mostrados na tabela 41 onde também são mostrados os fatores de redução das grandezas ao longo de cada um dos eixos Fonte SILVA et al 2006 p 98 Figura 412 Obtenção da perspectiva trimétrica Observe que nessa projeção somente a altura é representada em verdadeira grandeza A execução desse tipo de projeção manualmente é trabalhosa visto que existem três tri escalas métricas diferentes uma para cada eixo e por essa razão essa perspectiva não é usualmente utilizada dando preferência às perspectivas dimétrica e isométrica casos particulares da perspectiva trimétrica 86 Tabela 41 Ângulos e fatores de redução para a projeção trimétrica Ângulo 𝜶 Ângulo 𝜷 Eixo A Eixo B Eixo C 5 10 17 50 1 09 05 9 50 24 30 1 09 06 14 30 26 40 1 09 07 11 50 16 1 09 07 Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 100 Já na perspectiva dimétrica ilustrada na figura 413 são utilizados dois fatores de redução Para os eixos das alturas e larguras as dimensões são representadas em verdadeira grandeza já o eixo das profundidades apresenta um fator de redução Fonte SILVA et al 2006 p 100 Figura 413 Obtenção da perspectiva dimétrica Ainda com relação à orientação dos eixos o ângulo B é orientado com um pequeno ângulo em relação à horizontal Na figura 413 esse ângulo é 7 mas outros valores podem ser utilizados A tabela 42 apresenta os diferentes ângulos que podem ser utilizados para orientar os eixos B e C e os respectivos fatores de redução no eixo de profundidade 87 Tabela 42 Ângulos e fatores de redução para a projeção dimétrica Ângulo 𝜶 Ângulo 𝜷 Eixo A Eixo B Eixo C 7 42 1 1 05 10 22 39 49 1 1 06 14 10 37 55 1 1 07 18 40 35 40 1 1 07 Fonte SILVA et al 2006 p 100 A projeção isométrica é a mais utilizada das projeções axonométricas pois os ângulos de fuga são ambos 30 e as dimensões ao longo dos três eixos das coordenadas não necessitam de fatores de redução diferentes entre si ilustrado na figura 414 Essa perspectiva é de fácil execução sendo mais rápido seu desenho em relação às outras projeções No entanto é a que mais apresenta distorções em relação ao modelo real do objeto Fonte SILVA et al 2006 p 98 Figura 414 Obtenção da perspectiva isométrica 88 Vamos verificar e comparar os tipos de projeção conforme figura 415 Fonte YEE 2017 p 174 Figura 415 Comparação dos tipos de projeção As perspectivas paralelas axonométricas do grego ou axiométricas do inglês apresentam linhas projetantes perpendiculares ao plano do quadro e paralelas entre si Apresentam uma aresta frontal vertical e planos laterais não convergentes YEE 2017 p 174 Um outro tipo de perspectiva que aparece bastante nos desenhos de montagem de conjuntos é a perspectiva explodida que dá uma boa ideia da forma dos objetos e da ordem na qual os objetos devem ser montados Nesse tipo de desenho evitase o uso de cortes para mostrar detalhes interiores da peça pois todas do conjunto são mostradas num único desenho SILVA et al 2006 A figura 416 ilustra um conjunto de três peças e sua perspectiva explodida Note que todas as peças do conjunto são representadas bem como setas que indicam a ordem de montagem do conjunto 89 Fonte SILVA et al 2006 p 109 Figura 416 Perspectiva explodida de conjunto de três peças Com relação às representações em perspectiva devese observar aspectos relativos à cotagem Em geral as perspectivas não são cotadas visto que no desenho em perspectiva existem detalhes da peça que não são mostradas em verdadeira grandeza Contudo podese cotar um desenho em perspectiva seguindo as regras de cotagem que vimos no bloco anterior Para o caso particular de desenhos em perspectivas existem formas recomendadas e desaconselhadas para a representação das cotas SILVA et al 2006 ilustrado na figura 417 Fonte SILVA et al 2006 p 106 Figura 417 Cotagem de perspectivas 90 Uma atenção particular deve ser dada para a cotagem de ângulos nos desenhos em perspectiva Como as dimensões angulares não são representadas em verdadeira grandeza os ângulos não são cotados Para isso as medidas angulares são transformadas em medidas de catetos que podem ser tratadas em verdadeira grandeza ao longo das linhas isométricas SILVA et al 2006 p 102 ilustrado na figura 418 Fonte SILVA et al 2006 p 102 Figura 418 Marcação e construção de ângulo em perspectiva 91 44 Perspectivas axonométricas e isométricas Hora da prática Neste subtema da disciplina vamos aplicar os conceitos apresentados e desenvolver desenhos técnicos utilizando o que já foi estudado até este ponto As vistas de diferentes modelos nos possibilitam perceber mentalmente o objeto Na representação de diferentes modelos apresentamos também a perspectiva isométrica do objeto representação de uma peça numa posição específica A perspectiva isométrica apresenta algumas vantagens como O objeto é representado por uma única figura Fácil de compreender até por quem não conhece as normas de desenho técnico Possibilidade de medições no desenho das dimensões paralelas aos diferentes eixos pois a mesma redução é aplicada aos três eixos Apresenta também algumas desvantagens Deformação efeito irreal Somente podem ser tomadas medidas de linhas paralelas aos eixos Dificuldade de colocar muitas cotas Apresentamos alguns exemplos para melhor demonstrar as informações apresentadas Figura 419 Representação de vistas ortogonais do objeto A e sua perspectiva isométrica 92 Observe que nas vistas ortogonais visualizamos cada face do objeto de acordo com a vista Na representação em perspectiva isométrica visualizamos o objeto como se estivéssemos olhando para ele permitindo que consigamos entender como é o objeto que é tridimensional Por isso é representado em perspectiva isométrica se comparado à representação do objeto em vistas ortogonais Figura 420 Representação de vistas ortogonais do objeto B e sua perspectiva isométrica Observe a posição dos eixos a 120 Na perspectiva isométrica as dimensões das arestas paralelas aos eixos são indicadas nos eixos x y e z Veja que a perspectiva isométrica nos apresenta o modelo levemente rotacionado e tombado para frente Esta posição é tal que os eixos onde serão indicadas as medidas de comprimento Eixo x largura ou profundidade Eixo y e altura Eixo z da peça estão a 120 entre si 93 Para facilitar a realização de um exercício apresentamos aqui figura 421 uma malha isométrica na qual as linhas estão a 120 entre si Vamos considerar que a distância de um ponto a outro é 10 94 Figura 421 Construção de perspectiva isométrica utilizando malha isométrica Vamos ver a resolução da representação de um objeto em perspectiva isométrica figura 422 e 423 quando há linhas que não são paralelas aos eixos isométricos Figura 422 Etapas de execução da representação 1 95 Figura 423 Etapas de execução da representação 2 Outro ponto a ser observado é a representação se superfícies curvas em perspectiva isométrica Vamos apresentar o exemplo de representação de um cilindro em perspectiva isométrica Desenhase inicialmente um paralelepípedo onde o cilindro estará inserido O círculo inscrito num quadrado em perspectiva isométrica transformase em elipse por onde então a representação de um cilindro iniciase nas faces quadradas e em seguida unem as elipses com retas tangentes às arestas do comprimento do paralelepípedo Da seguinte forma Fonte Ribeiro et al 2013 p 46 Figura 424 representação de cilindro em perspectiva isométrica 96 Agora vamos à prática da disciplina Imprima os exercícios para realizálos Exercício 1 Execute a perspectiva isométrica do objeto representado em vistas ortogonais Considere a malha isométrica com modulação 2 Desenho sem escala Figura 425 Vistas ortogonais de objeto para execução de perspectiva isométrica 1 Exercício 2 Execute a perspectiva isométrica do objeto representado em vistas ortogonais Considere a malha isométrica com modulação 2 Desenho sem escala Figura 426 Vistas ortogonais de objeto para execução de perspectiva isométrica 2 97 45 Configurações de área de trabalho configurações para o desenho Já vimos vários comandos que permitem construir objetos acrescentar as cotas e outras ações utilizando o software Vamos verificar neste subtema as configurações da área de trabalho Selecionando o comando Tools Options há várias abas que correspondem a opções diferentes que podem ser definidas Na aba General em experience level selecionar advanced em auto save selecionar enable auto save every xxx minutes Indicar a quantidade de minutes que corresponde ao intervalo em minutos de salvamento automático do arquivo em save as defaut format selecionar AutoCAD 2007 dwg ou versão mais recente essa possibilidade permite que seu arquivo seja aberto no software AutoCAD permitindo trocas de dados rapidez e agilidade na consulta de arquivos pois não será necessário importar o arquivo para dwg em open Abertura do arquivo nesta opção existe a possibilidade de configuração para os arquivos serem abertos com a opção recover opção de recuperação opção utilizada quando o arquivo pode apresentar problemas em sua estrutura quando foi salvo com algum problema ou se o arquivo foi fechado de modo inesperado por exemplo em Open selecionar open drawings using Recover clicar em OK Na aba Pathsfile Nesta aba é possível configurar dados referentes a arquivos menus etc 98 Na aba Display em linha de comando é possível determinar o número de linhas que ficarão armazenadas no histórico de linha de comando sendo o valor padrão de 256 a linha de comando pode ser visualizada teclando F2 abrirá um bloco de notas com o histórico dos comandos em ambiente gráfico são efetuadas as configurações do ambiente gráfico em show tabs podese definir a cor da tela em graphics screen color selecionando a cor da tela geralmente adotase tela preta mas o usuário pode modificar esta configuração em Menu selecionar display prompt boxes e selecionar automatic menu loading Estas seleções permitem configurar para mostrar a caixa de comando e a outra para carregar os arquivos de menus automaticamente O CADMultiplus pode ser utilizado em vários idiomas opção padrão em inglês ou para idioma configurado no computador em Idioma selecionar a opção desejada e para alterar o idioma fechar e abrir o arquivo em seguida para que as modificações sejam adotadas Na aba Profiles Existe a possibilidade de personalização das configurações que controlam o desempenho do ambiente gráfico Sempre existe a opção padrão que corresponde às configurações default do software em snap é utilizado para configurações de capturas para que o desenho seja realizado com maior precisão Para ativar ou desativar snap clicar com o botão direito a opção esnap na parte inferior da tela e então ativar ou desativar as ferramentas de captura 99 Nas configurações para o desenho são definidas as configurações a serem adotadas no desenho como unidades sistema de coordenadas exibição modificação criação de entidades e configurações para o desenho tridimensional Selecionar o comando Settings Drawing settings Na tela selecionada haverá várias abas Na aba unidade escolhese o tipo de unidade a ser utilizada no desenho e sua precisão geralmente adotamos decimal degrees e em seguida definir a precisão selecionando o valor Na aba coordenadas é possível configurar parâmetros relativos ao ambiente gráfico Ao teclar F8 é possível selecionar Draw orthogonal ou não Em snap settings o snap é utilizado para mover o cursor com uma distância pré definida podese configurar o cursor a se movimentar a cada 1 metro ou menos por exemplo em grid é apresentado na tela a divisão como se fosse um plano cartesiano permitindo configurar a distância entre as linhas que serão criadas para habilitar e desabilitar o grid teclar F7 em desenho isométrico essa opção permite a configuração do cursor para o desenho isométrico recurso bastante utilizado no desenho de tubulações hidráulicas Na aba display É possível configurar parâmetros de cursor e definir se o sistema de coordenadas aparece ou não Na aba criação É possível definir configurações relativas ao layer em que o desenho será realizado tipos de linhas espessuras etc 100 Na aba ediçãomodificação É possível configurar parâmetros para os comandos de modificação como mirror raio padrão para o comando fillet Essa foi a estratégia adotada na disciplina apresentar alguns comandos para construção de desenhos e em seguida configurações de área de trabalho e configurações para o desenho de início usualmente definidos para então proceder a execução do desenho Vamos reunindo as informações para realização de desenho utilizando o software CADMultiplus permitindo que outros desenhos mais complexos sejam realizados com a utilização dos recursos disponíveis do software Conclusão Neste bloco abordamos o desenho em perspectiva e os diferentes tipos de projeção que podem aparecer no desenho técnico Vimos as projeções cônicas ou centrais e as projeções cilíndricas ou paralelas As projeções paralelas podem ser oblíquas ou ortogonais como já vimos no bloco 3 e as oblíquas podem ser do tipo cavaleira de gabinete ou militar Vimos também as projeções axonométricas divididas em trimétricas dimétricas e isométricas Por fim discutimos brevemente como é a cotagem em perspectiva e a representação dos ângulos no desenho em perspectiva Neste bloco também apresentamos a técnica utilizada para a representação da montagem de conjuntos ou seja a perspectiva explodida recurso que pode ser utilizado na engenharia e na arquitetura Você deve ser capaz de entender as diferenças de cada uma dessas perspectivas e apontar suas principais vantagens e desvantagens Os exercícios propostos auxiliarão na construção do conhecimento Assim realize as atividades propostas e faça os exercícios para compreender melhor cada uma das perspectivas Bons estudos 101 REFERÊNCIAS BENUTTI M A Aula 1 Perspectiva e Sistema de Projeção Blog Aulas da Toninha 10 mar 2017 Disponível em httptoninhaaulasblogspotcom201405aula1 perspectivahtml Acesso em 8 jun 2019 CRUZ M D Projeçoes e perspectivas para desenhos tecnicos São Paulo Érica 2014 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 PIXABAY Corredor em perspectiva Disponível em httpspixabaycomptphotoscorredorperspectivatC3BAnel933328 Acesso em 4 fev 2019 Ponto de vista em perspectiva vetor Disponível em httpspixabaycomvectorsperspectiveviewpoint3dgrid1301762 Acesso em 4 fev 2019 RIBEIRO A C PERES M P IZIDORO N Desenho técnico e AutoCAD São Paulo Pearson Education no Brasil 2013 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch YEE R Desenho arquitetônico um compêndio visual de tipos e métodos 4 ed Rio de Janeiro LTC 2017 102 5 CORTE EM DESENHO TÉCNICO Neste bloco vamos tratar de cortes e seções e apresentar diferentes maneiras de se fazêlos num desenho utilizando a simbologia adequada e mostrando como escolher os planos de corte e como representálos Vamos discutir cada um dos diferentes casos corte total meio corte corte parcial corte por planos sucessivos corte com e sem rebatimento e corte de conjuntos de peças Utilizamos o recurso do corte e seção no desenho para representar o formato interior da peça ou objeto quando for complicado de descrever ou quando tiver detalhes importantes que não aparecem em arestas visíveis nas projeções ortogonais O recurso de cortes e seções é bastante útil para mostrar a parte interior do objeto mas só deve ser utilizado se trouxer informações relevantes ao desenho É preciso se atentar ainda às normas e convenções que devem ser sempre observadas quando fazemos um corte ou seção num desenho de forma a mantêlo legível Continue estudando compreendendo os exemplos mostrados e fazendo os exercícios propostos Bons estudos 51 Seção corte e hachura Uma grande variedade de peças e objetos pode ser representada clara e inequivocamente em desenho técnico por meio de suas projeções ortogonais No entanto o desenho pode ficar confuso se a peça possui reentrâncias ou vazios e se utilizarmos a representação dessas por arestas por linhas interrompidas Observe na figura 51 o desenho em perspectiva isométrica de uma peça à esquerda e sua mesma representação em projeções ortogonais à direita Na sua vista lateral observamos várias linhas interrompidas e linhas traçoeponto para representar as várias arestas invisíveis da peça Veja que esta torna a interpretação do desenho um pouco confusa 103 Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 74 Figura 51 Vazios da peça representados por linhas interrompidas O recurso do corte consiste em imaginar que a peça é cortada por um ou mais planos de modo que consigamos enxergar a parte interna Imagine que a peça é cortada ao meio como mostra o desenho à esquerda na figura 52 e ao desenhar as projeções ortogonais da peça a vista frontal é desenhada da maneira que já conhecemos mas cortada na vista lateral Para indicar que a vista lateral é o desenho da peça cortada utilizamos hachuras para preencher as superfícies da peça que foram cortadas pelo plano Observe na figura 52 que os furos e os vazios não são hachurados Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 74 Figura 52 Corte da peça da figura 51 sem a representação das arestas invisíveis 104 O recurso do corte facilita a interpretação do desenho Uma regra usual na hora de escolher um plano de corte na peça é que ele deve ser preferencialmente paralelo a um dos planos de projeção e passar por planos de simetria e eixos de furo que possam existir É importante também notar que se deve sempre evitar representar arestas invisíveis numa vista cortada conforme ilustra a figura 53 Nessa figura o desenho da planta da vista superior nos diz que todos os furos da peça são iguais Assim na vista em corte não representamos todos os furos da peça com linhas interrompidas Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 75 Figura 53 Exemplo de representação redundante de partes ocultas num corte 105 Veja como indicar o corte numa vista Na figura 54 está indicado o corte AA na vista superior A linha para indicar o corte é traço e ponto estreita larga nas extremidades onde estão indicadas as letras que identificam o corte Fonte Adaptado de Cruz e Morioka 2014 p 73 Figura 54 Indicação de corte na vista superior e corte AA Outro detalhe importante quanto à hachura utilizada para representar as superfícies cortadas é que devem sempre que possível ser desenhadas a 45 com espaçamento constante A inclinação da hachura não deve nunca ser paralela ou perpendicular a uma aresta de contorno da peça e o tipo de linha utilizado é a contínua fina como mostra a figura 55 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 74 Figura 55 Exemplos de hachuras corretas e incorretas 106 A norma NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Procedimento especifica o tipo de hachura que deve ser utilizado para representar diferentes materiais como ilustrado na figura 56 Fonte CRUZ MORIOKA 2014 p 77 Figura 56 Hachuras de acordo com ABNT NBR 12298 A figura 57 apresenta hachuras convencionais A hachura pode ser adotada simultaneamente com a cor embora a adoção de cor em desenho técnico seja desaconselhável A representação de hachuras pode ser alterada pelas normas ISO 128 40 Technical drawings General principles of presentation Part 40 Basic conventions for cuts and sections e ISO 12844 Technical drawings General principles of presentation Part 44 Sections on mechanical engineering drawings 107 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 75 Figura 57 Exemplos de hachuras de diferentes materiais No caso de peças finas cujas seções sejam estreitas a seção deve ser enegrecida Se for um conjunto de peças entre elas deve haver um espaço de 07 mm facilitando a visualização como mostra na figura abaixo segundo ABNT 1995 Fonte ABNT NBR 12298 1995 p 3 Figura 58 Peça enegrecida 108 52 Cortes total meio corte parcial e composto No exemplo das figura 52 e 53 o plano de corte também chamado de plano secante atravessou um eixo de simetria da peça e cortou a peça completamente Quando o corte atravessa completamente a peça então esse corte é chamado de corte total Existem ainda os cortes do tipo meio corte e corte parcial Os três tipos estão ilustrados na figura 59 Observe nessa figura também a utilização da simbologia de corte as setas junto com as letras maiúsculas AA indicam por onde passam o plano de corte Fonte ABRANTES FILGUEIRAS FILHO 2018 p 108 109 e 111 Figura 59 Possíveis cortes de uma mesma peça 109 A simbologia do corte consiste em indicar o plano de corte definido por linha de traço misto com um traço largo nas extremidades e nas mudanças de direção As setas no desenho indicam o sentido do corte Esse sentido do corte é identificado pelas letras identificadoras maiúsculas e num mesmo desenho as indicações do corte devem ser uniformes Observe também que na figura 9c o corte parcial não é identificado por nenhuma simbologia A regra é que na vista onde o corte é visualizado o corte é delimitado por linha contínua fina ondulada Uma outra observação importante é vista na figura 510 é preferível em peças simétricas utilizar o meio corte ao invés do corte total Nessa representação temos num mesmo desenho tanto os detalhes do interior da peça como aqueles do exterior Veja que esses detalhes não ficam inteiramente claros na representação com corte total Fonte Adaptado de SILVA et al 2006 p 77 Figura 510 Corte total e meio corte preferível de uma peça simétrica 110 Por fim vale observar também a regra prática da utilização do corte parcial sua utilização é em peças onde o detalhe a ser mostrado está restrito a uma zona da peça como ilustrado na figura 511 Na peça dessa figura o corte parcial define completamente a cavidade interior Fonte Silva et al 2006 p 77 Figura 511 Utilização do corte parcial em peça longa Um último ponto a ser observado tanto na figura 510 quanto na 511 é que o corte define completamente a peça e a parte interior Nesses casos as arestas não visíveis não são indicadas por linhas tracejadas pois essa informação seria redundante já que o corte deixou claro como é o interior da peça Existe outra situação em que o corte de uma peça pode apresentar detalhes que não estejam alinhados Desta maneira temos que utilizar diferentes planos de corte para cada um dos detalhes que buscamos mostrar conforme exemplificado na figura 512 111 Fonte SILVA et al 2006 p 77 Figura 512 Cortes por planos paralelos Observe atentamente a figura 512 a linha AA indica os planos de corte em cada extremidade e nas mudanças de direção da linha utilizase o traço largo Observe também que na vista em corte mostramos tanto os furos das extremidades da peça como os furos centrais com uma única vista em corte O desenho somente da peça em corte indicaria que todos os furos estão alinhados mas a vista superior da peça nos mostra que na verdade cada furo está posicionado num lugar diferente da peça Outra mudança de direção da linha de corte aparece em peças de revolução quando estas apresentam elementos que um único plano de corte não é capaz de mostrar Nesses casos conforme ilustra a figura 513 são utilizados cortes por dois planos que passam pelo eixo da peça O plano de corte então que não é paralelo ao plano de projeção é rebatido sobre este Isso pode ser estendido para o caso de mais planos se a peça possui mais de um par de planos concorrentes sendo que o rebatimento é feito do mesmo modo conforme ilustra a figura 514 112 Fonte SILVA et al 2006 p 78 Figura 513 Corte por dois planos concorrentes e rebatimento em peças de revolução Fonte SILVA et al 2006 p 78 Figura 514 Corte e rebatimento por múltiplos planos concorrentes 113 Pode acontecer também quando se utilizam planos paralelos do plano de corte atravessar uma aresta da peça Essa mudança então deve ser representada por meio de uma linha de eixo no corte como mostra a figura 515 Fonte SILVA et al 2006 p 78 Figura 515 Caso particular do corte por planos paralelos e utilização da linha de traço misto fino Algumas regras gerais devem ser observadas ao representar uma peça em corte Na vista cortada são indicadas as superfícies obtidas pelo plano de corte e tudo que existe na peça para além desse plano A parte da peça supostamente cortada não pode ser omitida em todas as vistas alguma vista da peça deve conter informações da peça completa As superfícies cortadas pelo plano de corte são indicadas por hachuras na vista em corte As hachuras devem ser equidistantes e desenhadas em ângulos de 45 nunca paralelas ou perpendiculares às arestas da peça Numa mesma peça a hachura deve ter sempre o mesmo espaçamento e estar representada na mesma direção Os planos de simetria devem passar pelos eixos de simetria da peça sempre que possível 114 Evitase a utilização de linhas interrompidas para representar contornos invisíveis na vista em corte a não ser que essas linhas tragam informações fundamentais à representação da peça As superfícies de corte são delimitadas por linhas de contorno visível em cortes totais por linhas de traço misto nos meios cortes ou por linhas de fratura em cortes parciais A vista em corte deve ocupar a posição da projeção ortogonal correspondente Se o corte não ocupar essa posição a simbologia adequada deve identificar o corte na peça e a vista cortada adequadamente no desenho Temos ainda aplicação do corte voltado à construção civil e arquitetura figura 516 Iniciamos com o conceito de planta que corresponde a um plano horizontal que corta a construção na altura em torno de 150 m acima do piso É interessante que as janelas sejam cortadas por este plano Fonte MONTENEGRO 2017 p 52 Figura 516 Conceito de planta baixa 115 O plano horizontal secciona a construção na altura de 150 m acima do piso em seguida imaginamos a retirada da porção acima deste plano de corte e olhando de cima para baixo temos a planta conforme explicação da figura 517 Fonte MONTENEGRO 2017 p 53 Figura 517 Obtendo a planta baixa Observe na figura 517 que as paredes cortadas pelo plano horizontal estão marcadas em cinza sendo estas seções que compõem a planta 116 Na figura 518 está representada a planta executada de modo convencional Nela identificamos paredes portas janelas A projeção da cobertura telhado é representada por linha tracejada Fonte MONTENEGRO 2017 p 54 Figura 518 Planta da edificação efetuada de modo convencional 117 É chamado de planta o corte efetuado em plano horizontal como vimos na figura 516 Se houver corte efetuado em plano vertical será denominado corte como apresenta a figura 519 Fonte MONTENEGRO 2017 p 55 Figura 519 Corte na edificação O corte foi efetuado pelo plano AB vertical Podemos visualizar dois cortes corte AB e corte BA a primeira letra à esquerda do observador e a segunda à direita 118 Veja na figura 520 que o plano AB passa pela porta do depósito e atinge a janela deste Fazendo a leitura da edificação cortada pelo plano AB visualizamos a porta da sala Fonte MONTENEGRO 2017 p 56 Figura 520 Corte AB 119 O Plano AB possibilita que obtenhamos o corte BA demonstrado na figura 521 Para compreender como o corte BA é realizado lembramos que a identificação do corte nos mostra como será a representação deste A primeira letra do corte fica do lado esquerdo do observador Assim o corte BA neste exemplo é traçado de cabeça para baixo sendo depois rotacionado Desta maneira a parede representada do lado esquerdo do desenho no corte BA é aquela onde a janela é instalada Continuando a leitura do corte BA em direção ao lado direito deste visualizamos a parede onde a porta está instalada e como o corte passa pela porta esta é representada Já em direção ao lado direito do corte BA visualizamos um degrau desnível no piso e mais à direita há uma linha na vertical que referese ao limite da parede frontal da edificação poderá ser verificada na planta figura 518 Fonte MONTENEGRO 2017 p 56 Figura 521 Corte BA Observe que na planta figura 518 e no corte figura 520 e 521 aparecem os seguintes símbolos para informar a cota de nível do pavimento 120 Fonte ABNT NBR 6492 1994 p 17 Figura 522 Símbolos para cota de nível Fonte ABNT NBR 6492 1994 p 17 Figura 523 Apresentação de cotas de nível em planta e em corte Veja na figura 523 a planta e corte do leiaute de cozinha residencial Observe que na planta estão indicados os cortes AA e BB O corte AA está representado na figura na figura 524 juntamente com a planta 121 Fonte Adaptado de KUBBA 2014 p 90 Figura 524 Planta e corte de cozinha residencial 122 53 Seções sucessivas elementos não cortados cortes em conjuntos de peças O objetivo do corte é mostrar detalhes internos da peça que normalmente não são vistos nas projeções ortogonais da mesma As seções têm essencialmente as mesmas funções do corte e são utilizadas para trazer mais clareza ao desenho Por definição são superfícies resultantes da interseção de um plano secante com o objeto A diferença entre as seções e os cortes está no fato das seções representarem somente a interseção do plano de corte com a peça não mostrando aquilo que está além do plano Fonte SILVA et al 2006 p 83 Figura 525 Três representações possíveis de seções de um eixo 123 Geralmente as seções são transversais e perpendiculares ao eixo da peça a indicação é efetuada por linhas tracejadas e nunca contêm traços interrompidos A figura 525 ilustra diferentes maneiras de representação de diferentes seções de um eixo no desenho Observe que quando a seção é representada fora da peça seu contorno é feito com um traço largo enquanto que no caso da seção ser representada dentro da própria peça seu contorno é representado com um traço fino Ainda sobre cortes em desenho técnico há alguns tópicos que devem ser observados elementos não cortados e cortes em conjuntos de peças Esta abordagem tem aplicação específica nas engenharias Quando se faz um corte numa peça alguns elementos como eixos parafusos raios de roda porcas rebites chavetas elos de corrente e nervuras não trazem informações mais esclarecedoras quando cortados Em virtude disso quando elementos desse tipo são cortados por um plano de corte eles não são hachurados Observe por exemplo na figura 526 que os braços da polia quando cortada longitudinalmente não são mostrados hachurados Fonte Silva et al 2006 p 80 Figura 526 Representação de polia cortada longitudinalmente 124 A figura 527 ilustra a diferença entre o corte de uma peça com nervura à esquerda e de uma peça maciça à direita Note que a nervura não é hachurada mesmo que interceptada pelo plano de corte o que torna a distinção entre as duas peças mais fácil A vista em corte de cada um desses desenhos deixa mais evidente a diferença entre cada uma das peças Fonte SILVA et al 2006 p 80 Figura 527 Cortes em peças com nervuras e peças maciças Também é importante observar que no caso de cortes por planos concorrentes alguns detalhes que não são interceptados pelo plano de corte são mesmo assim rebatidos e representados na vista em corte conforme observamos nas figura 528 e 529 125 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 80 Figura 528 Rebatimento de detalhes não cortados Fonte SILVA et al 2006 p 81 Figura 529 Rebatimento de nervuras quando não cortadas 126 Quando o desenho mostra um conjunto de peças as superfícies hachuradas de diferentes peças devem ser representadas por hachuras diferentes Esse é o único caso em que hachuras diferentes aparecem num mesmo desenho para indicar peças diferentes num conjunto Isso é ilustrado na figura 530 Fonte SILVA et al 2006 p 82 Figura 530 Hachuras do conjunto de peças Também no desenho de conjuntos de peças existem elementos que não devem ser cortados mesmo que um plano de corte os atravesse São eles parafusos arruelas porcas rebites chavetas etc não são cortados como mostra a figura 531 Fonte SILVA et al 2006 p 82 Figura 531 Corte atingindo parafusos porcas arruelas e rebites 127 54 Corte em desenho técnico Hora da prática Chegamos ao momento de praticar os conceitos apresentados neste bloco Para as figuras 532 533 534 e 535 execute os cortes solicitados cortes AA BB CC e DD Figura 532 Exercício 1 execução do corte AA Figura 533 Exercício 2 execução do corte BB 128 Figura 534 Exercício 3 execução do corte CC Figura 535 Exercício 4 execução do corte DD Agora utilize uma página milimetrada e execute a planta e o corte na escala 150 para o próximo exercício O desenho da figura 536 é croqui e está sem escala 129 Figura 536 Croqui para exercícios 5 desenho sem escala Como observações gerais considerar para a execução da planta e corte 1 Janelas de sanitários e copa centralizadas no ambiente 2 Considerar os vãos da porta dos sanitários com a dimensão de 100 m largura 3 As portas têm altura 210 m Espessura de lajes de piso e cobertura 030 m 130 55 Edição de desenho Dando continuidade ao conhecimento dos comandos do software CADMultiplus vamos neste subtema ver como alteramos objetos já construídos Por inúmeras razões um objeto já desenhado precisa ser modificado Para executar alguma modificação em desenho existente o objeto a ser modificado precisa ser selecionado que pode ser de duas maneiras a Seleção do objeto antes da execução do comando de modificação ou b Seleção do objeto durante a execução do comando sendo esta seleção solicitada como parte da rotina Clicando sobre o objeto este fica tracejado surgindo grips no desenho Grips são quadradinhos nas extremidades dos elementos podendo o elemento ser texto ou desenho O desenho pode ser modificado clicando nos grips para selecionar mais de um clique com Shift os demais pontos indicando a nova posição Fonte CADMultiplus 2015 Figura 537 Figura modificada por seleção de grip Para apagar restaurar desfazer e refazer objetos Modify Erase Para apagar um objeto podese digitar erase na linha de comando acessar o ícone ou selecionar o objeto a ser apagado previamente teclar DEL teclado e enter Para desfazer e refazer Undo e Redo 131 Os comandos Undo e Redo utilizam os ícones apresentados a seguir Fonte CADMultiplus 2015 Figura 538 Ícones Undo e Redo Undo é utilizado para desfazer o último comando Este comando também pode ser utilizado digitandose U na linha de comando Redo é utilizado para refazer o comando que foi desfeito Este comando também pode ser acionado digitandose Redo na linha de comando Para restaurar objetos Para restaurar desenhos que foram eliminados pelos comandos erase block ou wblock sem usar o comando Undo digitar oops na linha de comando e em seguida enter Modify Copy A seleção deste comando permite copiar uma ou mais entidades fazendo uma ou mais cópias no desenho atual Podese tanto copiar entidades entre desenhos ou duplicar entidades dentro de um mesmo desenho para copiar uma entidade podese acessar o ícone ou digitar co na linha de comando 132 Para copiar um objeto selecionar o objeto a ser copiado indicar o ponto base no desenho a ser copiado posicionar o desenho no novo local Podese também mover ou copiar objeto espelhando as entidades a partir de ponto base selecionar o objeto a ser espelhado indicar o ponto base para espelhamento e em seguida enter É possível definir se os textos do desenho serão espelhados ou não da seguinte maneira depois de executado o comando mirror Selecionar Settings Drawing settings escolher a aba Entity Modification em mirror option se selecionar true text mirror o texto é espelhado se selecionar readable text mirror o texto continua legível sem ser espelhado Modify array Este comando possibilita que o objeto selecionado seja copiado em linhas e colunas retangular ou copiado em círculo em torno de um ponto centro e em quantidade definida acionar o ícone ou digitar ar na linha de comando para array retangular ativar o comando escolher o objeto a ser copiado e enter na linha de comando digitar R digitar a quantidade de linhas que você precisa e enter em seguida digitar a quantidade de colunas e enter 133 depois de indicadas as quantidades de linhas e colunas indicase a distância entre os itens na vertical e na horizontal a distância é em função do ponto de inserção do elemento inserir a distância horizontal e enter inserir a distância vertical e enter no caso de array polar acionar o comando array selecionar o objeto que será copiado na linha de comando digitar P polar escolher o ponto que será o centro digitar a quantidade de objetos a ser copiado digitar o ângulo em que os objetos serão distribuídos se quiser um círculo completo digitar 360 por exemplo Modify move Para mover um objeto no desenho acessamos o ícone ou digitase m na linha de comando selecionar o objeto especificar o ponto base indicar o ponto de deslocamento Modify rotate O comando rotate permite que objetos sejam rotacionados segundo ângulo especificado ou por ângulo referenciado a ângulo de base acessar o ícone ou digitar ro na linha de comando selecionar o objeto a rotacionar clicar sobre o ponto base para rotação informar o Ângulo para rotação 134 Modify scale acessar o ícone ou digitar sc na linha de comando Este comando permite alterar o tamanho de uma entidade definindose a escala em relação a um ponto especificando um fator de escala ou especificando um ponto de base e um comprimento Modify stretch acessar o ícone ou digitar s na linha de comando selecionar ponto do elemento a ser modificado indicar ponto para onde o objeto será estendido Modify Edit length Este comando permite alterar o comprimento de uma linha utilizando diferentes parâmetros selecionar a alteração com base em increment acrescentar valor percent aumentar ou diminuir com base percentual total diminui ou aumenta com base na medida total da reta dynamic diminui ou aumenta com controle visual e por meio do mouse Modify trim acessar o ícone ou digitar tr na linha de comando Esse comando permite a execução de um corte em entidade que termine incluída em um ou mais limites cortados por outras entidades Veja o exemplo na figura 539 onde a linha será cortada pelo retângulo Esse comando pode ser aplicado a arcos linhas polilinhas tridimensionais e bidimensionais abertas e raios selecionar o limite do corte selecionar a entidade para fazer o trim pode ser selecionada cada entidade para fazer o trim ou utilizando o método de cerca 135 Fonte CADMultiplus 2015 Figura 539 Resultado da aplicação do comando trim Modify Extend acessar o ícone ou digitar ex na linha de comando Este comando possibilita que o limite de uma entidade seja estendido até um limite definido por outras entidades selecionar os limites do limite selecionar a entidade para estender pode ser selecionada cada entidade para fazer o trim ou utilizando o método de cerca Modify break Este comando secciona um trecho intermediário de arco ou linha acessar o ícone ou digitar br na linha de comando selecionar a entidade para quebrar sendo este o primeiro ponto do trecho a ser seccionado clicar para marcar o segundo ponto definindo o trecho a ser seccionado Se quiser redefinir o primeiro ponto antes de marcar o segundo ponto digitar F e enter clicar para redefinir o primeiro ponto depois marcar o segundo ponto Modify Chamfer acessar o ícone ou digitar cha na linha de comando utilizado para arredondar ou chanfrar entidades 136 Chanfro conecta duas entidades não paralelas com uma linha para criar borda chanfrada Arredondamento conecta duas entidades com arco com raio especificado criando borda arredondada Modify Fillet Este comando arredonda cantos de um polígono ou entre duas linhas de acordo com um raio acessar o ícone ou digitar f na linha de comando clicar na primeira linha depois na segunda para arredondamento dos cantos Opções para definir o arredondamento polyline aplica regras de arredondamento em polilinhas radius define o raio para arredondamento trim corta ou não o prolongamento da primeira e segunda linhas além do arredondamento multiple executa o arredondamento mais de uma vez Modify Explode Este comando permite desmembrar um objeto primitivo composto nas entidades que o compõem As entidades ficam no mesmo lugar mas cada linha pode ser alterada individualmente Pode ser aplicada a bloco ou polilinha obtendose linhas individuais e arcos acessar o ícone ou digitar x na linha de comando selecionar o elemento a ser explodido e enter Todos os comandos aqui apresentados estão são relativos ao software adotado pela instituição CADMultiplus Pro V8 MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS 2015 137 Conclusão Neste bloco estudamos cortes e seções de uma e de conjuntos de peça e o corte aplicado à construção civil também utilizado em outras modalidades de engenharia como recurso para leitura e interpretação da instalações industriais e leiaute de setores por exemplo Você deve ser capaz de saber dizer quando se deve utilizar o corte ou seção para representar detalhes não visíveis da peça ou objeto e quando utilizar um ou outro Deve entender também os diferentes tipos de corte e saber escolher o mais adequado para representar a peça em questão além de respeitar todas as convenções utilizadas na representação da vista em corte Além disso após estudar esse bloco você deve ser capaz de entender por que se utilizam cortes ao invés de representar as linhas invisíveis por linhas tracejadas em vistas ortogonais e como indicar um corte na peçaobjeto Ainda deve se lembrar sempre de rebater detalhes como furos e nervuras ao cortar peças de revolução e entender por que alguns elementos nunca são cortados tais como nervuras parafusos e chavetas Com relação aos comandos utilizados em software CAD vimos os comandos de edição de desenhos que permitem modificar um objeto já desenhado para atender a necessidade de seu desenho ou projeto sem precisar apagar determinada entidade já desenhada e substituíla por um novo objeto Você também deve ter percebido que um mesmo resultado pode ser obtido utilizando comandos diferentes A utilização do software possibilitará que você selecione o comando que melhor lhe atenda em determinada situação ou os comandos com os quais você esteja mais familiarizado para executar o desenho necessário Bons estudos 138 REFERÊNCIAS ABRANTES J FILGUEIRAS FILHO C A Desenho técnico básico teoria e prática Rio de Janeiro LTC 2018 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1995 3 p CRUZ M D MORIOKA C A Desenho técnico medidas e representação gráfica São Paulo Érica 2014 KUBBA S A A Desenho tecnico para construção Tradução de Alexandre Salvaterra Dados eletronicos Porto Alegre Bookman 2014 MONTENEGRO G A Desenho arquitetônico 5 ed São Paulo Blucher 2017 164 p MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS CADMultiplus PRO V8 Ediçãoversão CADMultiplus v8 Pro 8114150PVC11x86 São Paulo IntelliCAD Technology Consortium 2015 Extensão Licença do software CADMultiplus PRO V8 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch 139 6 APLICAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO Este é o último bloco da disciplina no qual vamos apresentar vários exemplos de desenhos técnicos alguns bem mais elaborados que os já vistos até agora bem como aplicações do desenho técnico em diversas áreas do conhecimento como em áreas da engenharia civil área de mecânica com elementos de máquinas e assim podemos identificar a aplicação de desenho técnico em outras modalidades de engenharia Tente observar nos exemplos desse capítulo a aplicação de todos os conceitos já vistos em blocos anteriores e veja que embora os desenhos sejam maiores e mais complexos cada passo cada pedaço dele cada peça num conjunto obedecem às regras do desenho técnico Bons estudos 61 Aplicação de desenho técnico em engenharia civil e arquitetura O desenho técnico é elaborado e interpretado por normas ou seja atende exigências de Normalização segundo Almacinha 2018 definida como A Normalização busca a definição a unificação e a simplificação de forma racional quer dos produtos acabados quer dos elementos que se empregam para os produzir através do estabelecimento de documentos chamados Normas O termo definição significa caracterizar qualitativa e quantitativamente todos os materiais objetos e elementos que se utilizam na produção bem como os próprios produtos finais Os termos unificação e simplificação têm em vista a redução ao mínimo das variedades dos materiais das ferramentas e operações do processo produtivo e ainda dos produtos acabados As vantagens mais significativas que resultam da atividade normativa podem ser enumeradas resumidamente o fornecimento de meios de comunicação entre todas as partes interessadas a simplificação e a redução do tempo de projeto a economia de matériasprimas a economia de tempos de produção uma melhor organização e coordenação do processo produtivo a proteção dos interesses dos consumidores através da garantia de uma 140 adequada qualidade dos bens e dos serviços desenvolvida de forma coerente uma melhor especificação dos produtos a vender e a encomendar evitandose as amostras uma maior economia resultante da fácil intermutabilidade das peças a promoção da qualidade de vida segurança saúde e proteção do ambiente a promoção do comércio através da supressão dos obstáculos originados pelas diferentes práticas nacionais ALMACINHA 2018 p 5 Essa definição e apresentação das vantagens associadas permitem melhor compreensão dos conceitos de desenho técnico apresentados Os projetos de arquitetura urbanismo e engenharia civil quanto a infraestruturas regionais e redes viárias conectando os vários aglomerados urbanos buscam a concepção das edificações e dos espaços livres segundo critérios de exigência funcionalidade e estética As figura 61 e 62 mostram exemplos de representação de espaços urbanos Fonte Rio e Siembieda 2019 p 40 Figura 61 Área do Plano Piloto de Brasília e áreas urbanizadas do Distrito Federal Estudos para áreas urbanas também podem adotar o desenho técnico associado às políticas como apresentado na figura 62 141 Fonte Farr 2013 p 133 Figura 62 Diagrama do Bairro Sustentavel 142 O projeto de arquitetura pode consistir na representação de habitações serviços e arquitetura de interiores por exemplo Estudamse as relações volumétricas das edificações entre si e com o espaço em que se inserem buscando criar conjuntos harmoniosos seja em nível global ou de detalhe e acabamentos O projeto de arquitetura é constituído por uma parte escrita e um conjunto de peças desenhadas que formam o desenho de arquitetura e incluem os desenhos de localização em escalas 1500 ou 11000 os desenhos de conjunto em escalas 150 ou 110 os desenhos de detalhe em escala 120 ou 110 Um desenho de conjunto é mostrado nas figuras abaixo A figura 63 mostra a planta da edificação com os vários níveis da casa Este é um corte efetuado por plano horizontal uma altura condicionada pela altura dos vãos de modo a incluílos no desenho aproximadamente a 150 m do nível do chão A figura 64 mostra os cortes da edificação Esses cortes definem detalhes internos dos edifícios como compartimentos e escadas e permitem esclarecer as configurações interiores das construções sendo possível identificar pé direito dimensões de janelas e sua altura de instalação por exemplo As vistas de uma edificação figura 65 seguem os mesmos conceitos de vistas apresentados na discussão de projeções ortogonais identificadas pela sua orientação geográfica Leste Oeste Norte e Sul ao invés do usual Vista Frontal Lateral Superior etc sendo denominadas elevações 143 Fonte SILVA et al 2006 p 184 Figura 63 Projeto de arquitetura de residência Plantas 144 Fonte SILVA et al 2006 p 185 Figura 64 Projeto de arquitetura de residência vista da cobertura e cortes 145 Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 185 Figura 65 Projeto de arquitetura de residência elevações 146 O desenho técnico também é utilizado para representação em topografia construção de portos aeroportos pontes estradas ruas instalações prediais hidráulica e elétrica na elaboração de leiaute de setores que ocupam determinado edifício subsidiando ações a serem adotadas por exemplo em ambientes de trabalho instalações prediais projetos de loteamentos residenciais comerciais e industriais centrais de distribuição de energia detalhes construtivos e representação do projeto executivo de construção civil O ambiente construído atende diferentes usos e ocupações inclusive aqueles relacionados às outras modalidades de engenharia e suas áreas de atuação 62 Aplicação de desenho técnico em elementos de máquinas Discutirseá brevemente os elementos de máquina componentes fundamentais ao projeto em engenharia mecânica focando na aplicação em conjuntos No projeto de conjuntos os processos de ligação das peças podem ser divididos em processos de ligação permanente quando as peças não podem ser separadas sem a destruição de pelo menos uma delas processos de ligação desmontáveis quando as peças podem ser separadas sem a destruição delas A figura 66 ilustra diferentes maneiras de se fazer a ligação entre elementos de um conjunto As 4 imagens apresentam 1º mostra um eixo preso com uma chaveta ao furo 2º mostra a ligação de duas peças presas por um parafuso e uma porca 3º apresenta um conjunto preso por uma mola 4º mostra um furo e um eixo estriados presos por interferência Observe que existem claro outras maneiras de se juntar duas peças utilizandose solda cola pregos etc no entanto nosso objetivo é abordar a representação gráfica entre elementos de conjuntos 147 Fonte SILVA et al 2006 p 311 Figura 66 Exemplos de ligações Na leitura recomendada será possível verificar como representar chavetas estrias correias e polias engrenagens mancais e rolamentos desenhos de peças soldadas Estes itens são apresentados no link httpsbv4digitalpagescombrtermdesenhosearchpage1filtrotodosfromb uscapage138section0legacy3624 Também será abordada a representação relativa às ligações roscadas Os elementos com roscas são extremamente importantes em diversos tipos de construção Uma rosca num eixo é uma rosca exterior ou rosca macho enquanto que uma rosca num furo é uma rosca interior ou rosca fêmea 148 Denominamse roscas conjugadas duas roscas uma exterior e outra interior que encaixam perfeitamente uma na outra como mostra a figura 67 Nessa figura temse o desenho de um parafuso a rosca macho e a porca a rosca fêmea representada em corte Note que o desenho da rosca é complexo e utilizase a convenção do desenho simplificado mostrado na parte de baixo da figura para representar parafusos e porcas em desenhos técnicos Fonte SILVA et al 2006 p 312 Figura 67 Parafuso rosca macho e porca rosca fêmea Dando continuidade aos estudos a leitura de Representação de roscas parafusos porcas e arruelas desenhos de conjuntos e detalhes apresenta tipos de perfis dos filetes de rosca explicações sobre abertura de roscas representação de roscas dimensionamento de roscas parafusos porcas e arruelas desenhos de conjuntos e detalhes Esta leitura está disponível no link httpsbv4digitalpagescombrtermdesenhosearchpage1filtrotodosfromb uscapage100section0legacy3624 149 Existem ainda os rebites que ilustram o tipo de ligação permanente apresentados na figura 68 sendo necessária a destruição do rebite caso for preciso separar as duas peças No mercado há os rebites denominados rápidos aplicados com alicates de rebites com pistola de rebitagem ou aqueles utilizados em serviços pesados sendo necessário o uso de punções para deformação do rebite SILVA et al 2006 p 324 Fonte SILVA et al 2006 p 325 Figura 68 Tipos de rebites Outras peças são as molas sofrem deformações elásticas quando submetidas a um carregamento recuperando sua forma original quando não há mais força agindo sobre elas A figura 69 apresenta os diferentes tipos de molas Fonte Adaptado de Silva et al 2006 p 325326 Figura 69 Tipos de molas 150 Em desenho técnico as molas são representadas conforme demonstrado no quadro 61 logo abaixo Fonte SILVA et al 2006 p 326 Quadro 61 Representação de molas em desenho técnico 151 Veja como efetuar a cotagem de mola helicoidal de compressão figura 610 todos os dados que devem estar presentes nas medidas desta peça Fonte SILVA et al 2006 p 327 Figura 610 Cotagem de mola helicoidal de compressão 63 Aplicação de desenho técnico em áreas de atuação Hora da prática Pode ser representado o conjunto de peças por meio do desenho técnico Dependendo da complexidade do conjunto as projeções ortogonais deste podem não apresentar detalhadamente todos os componentes e sua montagemcomposição em conjunto Assim a perspectiva explodida pode auxiliar neste sentido Nesta atividade vamos representar um conjunto criado para fins didáticos em perspectiva explodida 152 Figura 611 Projeções ortogonais de conjunto e perspectiva isométrica de conjunto Figura 612 Malha isométrica 153 64 Criando blocos trabalhando com layers Dando continuidade ao conhecimento dos comandos utilizados para fazer desenhos com software CADMultiplus damos continuidade apresentando como criar blocos e como trabalhar com layers Iniciamos com a criação de bloco antes de criar o bloco desenhar o objeto que será transformado em bloco Na criação do bloco há necessidade de definir o ponto de inserção Ponto de inserção é o ponto por onde o bloco será inserido no desenho Pode ser qualquer ponto não necessariamente parte do bloco Para criar um bloco acessar o comando wblock aparece uma tela para salvar o bloco então indicamos onde o bloco será salvo numa pasta específica por exemplo e na parte inferior desta tela digitase o nome do bloco Salvar como standard drawing file dwg e clicar em salvar indicar o ponto de inserção do bloco selecionar todos os elementos que comporão o bloco Ao concluir o cadastro o desenho desaparece da tela Como inserir o bloco no desenho Insert block Ao selecionar o comando abrese tela para busca do bloco que será inserido no desenho 154 Aparecem também opções para posicionar o bloco no desenho especificar na tela ou coordenadas do ponto de inserção definir escala do bloco e ângulo de rotação selecionar o nome do bloco e clicar em abrir posicionar o desenho na linha de comando aparecem fatores de escala para X e Y e Ângulo de rotação digitados os valores o bloco está inserido no desenho O outro recurso é trabalhar com layers Também denominados camadas em português estes permitem a divisão do desenho possibilitando a visibilidade edição e plotagem impressão O conceito de layer compara cada um a uma folha transparente Em cada folha são desenhadas umas tantas entidades Estas folhas podem ser sobrepostas todas ou só uma parte delas apresentando com esta composição todos os desenhos das folhas ou só parte deles Veja o esquema que segue na figura 613 Figura 613 Layers e possíveis composições 155 Para criar layer Antes de iniciar o desenho avaliar o projeto e verificar se há elementos que precisam ser visualizados separadamente se há elementos com cores diferentes se há elementos com linhas diferentes se os elementos serão impressos com canetas de espessuras diferentes se caracterizam entidades distintas Esta avaliação permitirá definir se layers serão necessários e a sua quantidade podendo também ser criado a qualquer instante enquanto se produz um desenho Ao iniciar um desenho é criado automaticamente um layer padrão layer 0 zero que não pode ser apagado e nem renomeado Dependendo de comandos utilizados layers podem ser automaticamente criados neste software automaticamente Para criar um layer e configurar suas propriedades na aba SettingsExplore Layers ou clicar no ícone da barra de ferramentas de propriedade na tela e no gerenciador de layers podese criar um ao clicar no botão New Item se houver necessidade ou quiser pagar algum layer selecionar o layer desejado e clicar em Delete criado o layer definir tipo de linha e cor para todos os objetos dele que assumirão as características definidas diante da coluna Layer Name há as colunas Color e Linetype Então clicar em cada uma destas colunas para definir cor e tipo de linha se o tipo de linha não estiver na lista clicase em browse para buscar o tipo de linha de interesse selecionar o layer desejado e clicar em current os objetos criados deste ponto em diante serão colocados neste layer 156 65 Impressão Vamos neste subtema verificar como efetuar a impressão Para imprimir utilizase o comando print ou plot localizado no grupo de comandos file ou digitar print na linha de comando Um arquivo só é impresso se o desenho tiver sido carregado Quando um desenho é criado a maior parte do desenho é efetuada na aba Modelo se quiser imprimir a partir da aba Modelo escolher arquivo imprimir ou na barra de ferramentas Standard clicar na ferramenta Imprimir então a caixa de diálogo não será exibida e o desenho é enviado para a impressora escrever print e clicar enter clicar em imprimir Para definir layouts de impressão Um desenho é produzido na aba Modelo Para cada desenho podemos criar layouts simulam o papel no qual uma cópia do desenho será impressa Os layouts são criados na aba Layout no qual podem ser definidos itens específicos que só aparecem em Layout não na aba Modelo Seguem as etapas para imprimir vários layouts criar desenho na aba de Modelo criar novo layout na aba do Layout1 ou Layout2 existentes ou em nova aba de Layout criar no mínimo uma janela de visualização de layout na aba de Layout Usar cada janela de visualização para ajudar a controlar a parte do desenho que será impressa e sua escala incluir itens adicionais que o layout possa requerer como dimensões legendas ou títulos de blocos 157 especificar configurações adicionais do layout assim como escala do desenho área de impressão tabelas de estilos de impressão ou outros imprimir ou plotar o desenho Importante Criase o desenho no espaço de modelo podese utilizar o espaço de papel que representa o layout de papel do desenho possibilitando a organização de diferentes vistas do modelo na aba layout Cada layout criado corresponde a uma folha de papel e requer que uma janela seja criada Para criar um novo layout clicar na aba Layout1 ou Layout2 configurar uma janela de visualização do layout renomear o layout se for de interesse Para criar janela de visualização de layouts podese criar uma janela de visualização de layouts em qualquer área do interior da área do desenho como também controlar o número de janelas de visualização criadas e o arranjo destas escolher um dos métodos escolher Ver Janela de visualização de layouts na barra de ferramentas Vistas clicar na ferramenta Janela de visualização de layout escrever mview e pressionar enter na caixa de diálogo escolher entre Ajustar à Vista criar 2 Janelas de visualização criar 3 Janelas de visualização criar 4 Janela de visualização ou especificar dois cantos opostos para criar uma janela de visualização personalizada na caixa de diálogo escolher a orientação da janela de visualização escolher algum dos métodos 158 para que a janela de visualização preencha a área do gráfico atual na caixa de diálogo escolher Ajustar a Tela para ajustar as janelas de visualização dentro dum retângulo de fronteira especificar os cantos de um retângulo Para modificar propriedades da janela de visualização de layout clicar na aba de Layout que desejar escolher um dos métodos escolher Modificar Propriedades clicar na ferramenta Propriedades na barra de ferramentas Modificar escrever entprop e pressionar enter selecionar a aresta da janela de visualização de layout que deseja modificar ajustar o ponto central a largura ou a altura da janela de visualização Introduzir em escala aquela em que deseja visualizar as entidades do espaço de modelo no interior da janela de visualização de layout Clicar em OK Para configurar opções de impressão definir tamanho do papel e impressão selecionar e configurar a impressoradispositivo plotter especificar a vista e escala de impressão do desenho incluir a parte do desenho a imprimir a escala de impressão e a origem da área de impressão usar tabelas de estilos de impressão para controlar a cor espessuras de penas tipo de linha e espessura de linha escolher se imprimir ou escalar as espessuras de linha abrir Arquivos de configuração de impressora PCP criar e guardar Arquivos PCP 159 Para configurar orientação e tamanho de papel escolher um dos métodos escolher Arquivo Opções de Impressão na barra de ferramentas Layouts clicar em ferramenta Opções de Impressão escrever psetup e pressionar enter escrever print pressionar enter e clicar em Opções de Impressão selecionar o tamanho do papel e orientação do papel e clicar em OK Para selecionar plotter ou impressora escolher Arquivo Opções de Impressão clicar na ferramenta Opções de Impressão na barra de ferramentas Layouts escrever psetup e pressionar enter escrever print e pressionar enter depois clicar em Opções de Impressão Na lista de Impressoras selecionar uma impressora ou plotter e clicar em OK Para definir escala de impressão manualmente clicar na aba de Layout ou Modelo desejada escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba de EscalaExibição Em Escala de Impressão usar algum dos métodos selecionar uma escala prédefinida Por exemplo escolha 15 se quiser que 1 unidade de impressão polegada ou milímetro equivalha a 5 unidades de desenho 160 selecionar Personalizada e abaixo de Escala Definida pelo Usuário introduzir a razão entre unidades de medida de impressão polegadas ou milímetros e unidades de desenho para especificar as unidades de medida de impressão clicar em Polegadas ou Milímetros selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para guardar as alterações Se quiser escalar o desenho automaticamente para impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba de EscalaVista para escalar o desenho para caber numa página em Escala de Impressão selecionar Escalar para encaixe selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para guardar as alterações Para configurar a parte do desenho a imprimir clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba de EscalaVista 161 Abaixo de Área de Impressão clicar numa das opções Vista Atual imprime a vista da tela Vista Guardada imprime a vista guardada selecionada Extensão imprime a área que contém as entidades do seu desenho Limite imprime os limites definidos para o layout ou desenho Janela imprime a parte do desenho contida na janela especificada mantendo a razão de proporções da área da janela ao desenho Se clicar na Janela terá que especificála Abaixo de Área de Impressão por Janela introduzir a diagonal e as coordenadas x e y ou selecionar a área da tela para imprimir apenas a área na janela sem considerar se existe espaço extra na tela então selecionar a caixa Imprimir apenas da área na janela especificada Abaixo de Entidades a Imprimir clicar numa das opções Toda a entidade dentro da área de impressão imprime as entidades do desenho contidas no interior da área de impressão especificada Entidade selecionada dentro da área de impressão imprime apenas as entidades que forem selecionadas no interior da área de impressão especificada Selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para guardar as alterações Configurar a origem da área de impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba Configuração 162 Abaixo de Origem da Área de Impressão para centralizar área de impressão especificada na página a ser impressa selecionar a caixa Centrar na Página para especificar a origem para a área de impressão introduzir as coordenadas x e y ou clicar Selecione Origem e especificar um ponto no desenho selecionar Guardar alterações no Layout e clique em Aplicar para guardar as alterações Para atribuir tabelas de estilos de impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter Clicar na aba configuração em Tabela de Estilos de Impressão selecionar tabela de estilos de impressão que criou ou uma das seguintes opções Nenhuma Não aplica nenhuma tabela de estilos de impressão As entidades são impressas de acordo com as suas propriedades Icad Usa a tabela de estilos de impressão por omissão e as suas configurações de cor Monocromático Imprime todas as cores como preto no diálogo escolher Sim para atribuir a tabela de estilos de impressão a todos os layouts no seu desenho incluindo a aba de Modelo ou escolher Não para atribuir a tabela de estilos de impressão apenas ao layout individual listado no Nome de Layout na caixa de diálogo de Impressão selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para salvar as alterações 163 Para criar nova tabela de estilos de impressão escolher um dos métodos escolher Arquivo Gestor de Estilos de Impressão escrever stylesmanager e pressionar enter efetuar Duploclique em criar uma Tabela de estilos de impressão completar a configuração do assistente Se houver interesse na última página do assistente clicar em Gestor de Tabelas de Estilos de Impressão para configurar os estilos de impressão para a tabela Para modificar tabelas de estilos de impressão Na criação seu desenho foi configurado para usar tabelas de estilos de impressão dependentes de cor ou nome Escolher um dos métodos escolher Arquivo Gestor de Estilos de Impressão escrever stylesmanager e pressionar enter efetuar duploclique na tabela de estilos de impressão que pretende modificar Clicar na aba Geral e usar um dos métodos introduzir uma nova descrição para a tabela selecionar Aplicar Fator de Escala Global a nãoISO para aplicar o fator de escala a tipos de linha nãoISO a qualquer estilo de impressão da atual tabela isto também acontece nos padrões de preenchimento que não são usados no CADMultiplus mas são reconhecidos para compatibilidade com o AutoCAD introduzir o fator de escala a aplicar aos tipos de linha nãoISO em qualquer estilo de impressão da atual tabela Clicar na aba Propriedades e usar um dos métodos efetuar alterações à formatação do estilo de impressão selecionandoo na lista de estilos de impressão alterando então cor mapa de canetas tipo de linha ou espessura de linha estas alterações são guardadas automaticamente para o estilo de impressão imprimir o que foi selecionado 164 adicionar um novo estilo de impressão clicando Adicionar Estilo introduzir novo nome e clicar em OK selecionar as opções para o estilo de impressão disponíveis apenas para estilos de impressão nomeados renomear um estilo de impressão selecionandoo na lista de estilos de impressão com clique único introduzir um novo nome disponíveis apenas para estilos de impressão nomeados apagar estilo de impressão selecionandoo na lista de estilos de impressão clicar em Apagar Estilo disponíveis apenas para estilos de impressão nomeados clicar em OK Para configurar impressão de espessura de linha Se necessário clique na aba de Layout ou Modelo desejada escolher Arquivo Imprimir escrever print e pressionar enter clicar na aba Configuração Escolher como quer imprimir as espessuras de linha Imprimir Tipo de linhas imprime entidades juntamente com as associadas espessuras de linha se não for selecionado as entidades são impressas com uma linha exterior por omissão Escalar Tipos de linha imprime espessuras de linha em proporção com a escala que escolher na aba de EscalaVista se não for selecionado as espessuras de linha são impressas no seu tamanho associado sem serem ajustados à escala de impressão a aba de Layout tem de estar ativa para escalar tipos espessuras de linha Selecionar Guardar alterações no Layout e clicar em Aplicar para salvar as alterações 165 Para imprimir ou plotar Antes de imprimir é interessante visualizar o desenho prévisualizar que permite verificar se há alterações que considere serem feitas antes da impressão do desenho clicar na aba de Layout ou Modelo desejada Escolher um dos métodos escolher Arquivo Prévisualizar impressão na barra de ferramentas Standard clicar na ferramenta Prévisualizar escrever ppreview e pressionar enter Após a prévisualização da imagem para imprimir o desenho clicar em Imprimir para exibir a caixa de diálogo de Impressão clicar na aba de Layout ou Modelo desejada escolher Arquivo Imprimir na barra de ferramentas Standard clicar na ferramenta Imprimir Observação Se clicar na ferramenta Imprimir a caixa de diálogo de impressão não será exibida sendo o desenho diretamente enviado à impressora selecionada por defeito escrever imprimir e pressionar enter na caixa de diálogo de Impressão faça os ajustamentos que desejar para a configuração clicar em Imprimir para voltar ao desenho clicar em Fechar 166 Conclusão Neste bloco vimos várias aplicações de desenho técnico em engenharia e em elementos de máquinas que reúnem os conceitos vistos ao longo do Elemento Textual O domínio dos conceitos estudados nesta disciplina permite leitura interpretação elaboração de desenhos que representem objetos peças edifícios obras de arte ambientes existentes ou projeto Também vimos comandos básicos para execução de desenhos utilizando software CAD que possibilitam maior rapidez na execução e modificação bem como maior facilidade no arquivamento destes REFERÊNCIAS ALMACINHA J A Introdução ao conceito de normalização em geral e sua importância na Engenharia In Textos de Apoio às Unidades Curriculares de Desenho Técnico miem e de Desenho Industrial miegi da Feup 4 ed Porto Aefeup p 121 2018 Disponível em httpwwwinegiupptinstituicaoonspdf26jasa15vpdf Acesso em 8 jun 2019 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Rio de Janeiro ABNT 1995 FARR D Urbanismo sustentavel recurso eletronico desenho urbano com a natureza Porto Alegre Bookman 2013 SILVA A et al Desenho técnico moderno Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence Ricardo Nicolau Nassar Koury 4 ed Rio de Janeiro RJ Livros Técnicos e Científicos c2006 475 p il ISBN 8521615221 broch RIO V SIEMBIEDA W Org Desenho urbano contemporâneo no Brasil Rio de Janeiro LTC 2019