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Medicina Veterinária ·
Fisiologia Animal
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Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 1 Aspectos gerais da Anemia Infecciosa Equina AIE General aspects of Equine Infectious Anemia EIA Aspectos generales de la Anemia Infecciosa Equina EIA Recebido 24032022 Revisado 03042022 Aceito 08042022 Publicado 18042022 Tiago Silva Lima ORCID httpsorcidorg0000000309835533 Universidade Federal da Bahia Brasil Email medvettiagogmailcom Leonardo Ribas Pacheco ORCID httpsorcidorg0000000273261514 Universidade Federal da Bahia Brasil Email leorp2206gmailcom Regiane Pereira Benevides Silva ORCID httpsorcidorg0000000202210437 Universidade Federal da Bahia Brasil Email regianebenevideshotmailcom Melyssa Silva Souza ORCID httpsorcidorg000000021504831X Universidade Federal da Bahia Brasil Email melyssafelixhotmailcom Raquel Moreira Oliveira ORCID httpsorcidorg000000030816036X Universidade Federal da Bahia Brasil Email raquel123123hotmailcom Cristiane de Jesus Barbosa ORCID httpsorcidorg0000000327456588 Embrapa Mandioca e Fruticultura Brasil Email cristianebarbosaembrapabr Jorge Raimundo Lins Ribas ORCID httpsorcidorg0000000161424059 Agência de Defesa Veterinária da Bahia Brasil Email jrlribasgmailcom Luciana Veiga Barbosa ORCID httpsorcidorg0000000264147322 Universidade Federal da Bahia Brasil Email veigaufbabr Resumo A Anemia Infecciosa Eqüina AIE causada pelo Equine infectious anemia virus EIAV é uma das principais doenças virais que acometem equinos asininos e muares É encontrada em todas as regiões do Brasil O vírus é propagado por insetos hematófagos do gênero Tabanus sp e por Stomoxys calcitrans A AIE é até o momento uma doença incurável não existindo vacina ou tratamento eficiente Em virtude dos sinais clínicos inespecíficos e da possibilidade da presença de animais infectados assintomáticos é fundamental a realização periódica dos testes sorológicos visando a detectar precocemente os animais portadores do vírus Considerando a severidade da AIE este artigo tem por objetivos discutir aspectos da doença como histórico e epidemiologia características do agente etiológico transmissão patogenia sinais clínicos diagnóstico e consequências uma vez que animais infectados podem se tornar potenciais transmissores do EIAV Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Google Acadêmico PubVet e Scielo nos idiomas português e inglês considerando os últimos 22 anos Os termos de pesquisa e descritores utilizados foram anemia infecciosa equina eou soroprevalência eou prevalência eou vírus eou EIAV eou diagnóstico Inicialmente foram préselecionadas 40 publicações e posteriormente 28 foram selecionadas para embasar este estudo Palavraschave Lentivirus ELISA Imunodifusão em Gel de Ágar IDGA Abstract Equine Infectious Anemia EIA caused by Equine infectious anemia virus EIAV is one of the main viral diseases that affect horses donkeys and mules It is found in all regions of Brazil The virus is spread by hematophagous insects of the genera Tabanus sp and Stomoxys calcitrans EIA is to date an incurable disease and there is no vaccine or treatment for it Due to its nonspecific clinical signs and the possibility of the presence of asymptomatic infected animals it is essential periodically to perform serological tests to early detect the animals carrying the virus Taking into account the severity of EIA this article aims to discuss some aspects of it considering the history and epidemiology Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 2 characteristics of the etiologic agent transmission pathogenesis clinical signs diagnosis and consequences since infected animals can become potential transmitters of EIAV A bibliographic search was carried out in the Google Scholar PubVet and Scielo databases in Portuguese and English considering the last 22 years The search terms and descriptors used were equine infectious anemia andor seroprevalence andor prevalence andor virus andor EIAV andor diagnosis Initially 40 publications were preselected and later 28 were selected to support this study Keywords Lentivirus ELISA Agar Gel Immunodiffusion AGID Resumen La Anemia Infecciosa Equina EIA causada por el Equine infectious anemia virus EIAV es una de las principales enfermidades virais que afectan a caballos burros y mulos Se encuentra en todas las regiones de Brasil siendo propagada por los insectos hematófagos de lo género Tabanus sp y Stomoxys calcitrans La EIA es hasta la fecha una enfermedad incurable sin vacuna ni tratamiento Debido a su clínica inespecífica y a la posibilidad de la presencia de animales infectados asintomáticos es fundamental la realización periódica de pruebas serológicas para detectar precozmente a los animales portadores del virus Frente a la gravedad de la enfermedad este artículo tiene como objetivos discutir aspectos de la enfermidad considerando la historia y la epidemiología así como las características del agente etiológico la transmisión la patogenia los signos clínicos diagnóstico y las consecuencias ya que los animales pueden convertirse en potenciales transmisores del EIAV Se realizó una búsqueda bibliográfica en las bases de datos Google Scholar PubVet y Scielo en portugués e inglés considerando los últimos 22 años Los términos de búsqueda y descriptores utilizados fueron anemia infecciosa equina yo seroprevalencia yo prevalencia yo virus yo EIAV yo diagnóstico Inicialmente se preseleccionaron 40 publicaciones y posteriormente se seleccionaron 28 para apoyar este estudio Palabras clave Lentivirus ELISA Inmunodifusión en Gel de Agar IDGA 1 Introdução A Anemia Infecciosa Equina AIE conhecida também por febre dos pântanos malária equina mal do cochilo AIDS do cavalo é uma doença causada por vírus do gênero Lentivirus família Retroviridae o Equine infectious anemia virus EIAV A AIE possui ocorrência mundial sendo uma das 11 doenças de equídeos de notificação obrigatória pela Organização Mundial de Saúde Animal OIE Cursino 2019 Apresentase de maneira aguda crônica ou inaparente afetando equinos asininos e muares O EIAV possui distribuição mundial sendo encontrado especialmente em regiões úmidas e pantanosas com grande quantidade de insetos vetores Esse vírus ocasiona desordem no sistema hematopoiético dos animais causando diversos sinais clínicos que podem se manifestar em distintos estágios de infecção Durante a fase aguda que pode ocorrer de 7 a 30 dias pós infecção os animais apresentam febre trombocitopenia letargia inapetência porém estes sinais podem ser completamente ausentes ou limitados apenas a sintomas leves e febre quase inaparente Em casos graves apresentam petéquias anemia hemolítica e epistaxe Bueno 2019 Na fase crônica ocorrem episódios de febre que podem ser acompanhados de depressão emagrecimento progressivo edema de membros inferiores anorexia letargia diarreia edema hemorragias glomerulonefrites trombocitopenia e leucopenia Costa 2018 AIE é até o momento doença incurável Em virtude dos sinais clínicos inespecíficos e da possibilidade da presença de animais infectados assintomáticos é fundamental realizar testes sorológicos periódicos visando a detecção precoce dos animais infectados conforme descrito na Instrução Normativa Nº 52 DE 26 de novembro de 2018 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MAPA O diagnóstico pode ser realizado por duas técnicas Ensaio de Imunoabsorção Enzimática Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay ELISA e Imunodifusão em Gel de Ágar IDGA O teste de ELISA é considerado maior sensibilidade que o IDGA no entanto mesmo diante de um resultado positivo de ELISA deverá ser realizado um teste de IDGA como forma de comprovar o resultado prevalecendo o resultado do IDGA como comprobatório em caso de divergência entre os testes Rodrigues 2019 Bueno 2019 Caso os testes sorológicos sejam positivos o animal entra no processo de abate sanitário e a propriedade é interditada e proibido o trânsito de equídeos provenientes da propriedade e a movimentação de objetos veiculadores do vírus Maia et al 2011 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 3 Com o abate sanitário do equídeo portador todos os animais são testados para a doença assim como é feita a análise do histórico de trânsito de animais A desinterdição da propriedade é concedida a partir da realização de duas séries de exames com resultado não reagente com intervalo de 30 dias e 60 dias após o resultado do animal portador conforme estabelecido no Programa Nacional de Sanidade Animal dos Equídeos PNSE no MAPA Uma vez que a medida profilática é o abate sanitário dos animais sororreagentes o que gera prejuízo econômico significativo ao mercado de equídeo nacional seja na forma de auxílio nas atividades diárias de uma fazenda exposições de animais e lazer Moraes et al 2017 Neste sentido o estudo das taxas relacionadas à morbidade e à mortalidade além do estudo da tendência desses indicadores é ferramenta essencial para melhor compreender a epidemiologia da doença e auxiliar no seu controle Costa 2018 Frente a gravidade doença é evidente a importância do diagnóstico laboratorial para identificação dos animais com AIE Por se tratar de uma doença incurável e altamente transmissível ela se torna obstáculo para o desenvolvimento da equideocultura nas regiões onde se faz presente Neste sentido este artigo discute aspectos da AIE a partir de informações obtidas em pesquisas bibliográficas em diferentes bases de dados considerando o histórico epidemiologia características do agente etiológico transmissão patogenia sinais clínicos e diagnóstico pontos relevantes para a compreensão da doença e para a adoção de medidas eficazes no seu controle 2 Metodologia Foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados Google Acadêmico PubVet e Scielo nos idiomas português e inglês considerando o período de 2000 até 2021 Pereira et al 2018 Os termos de pesquisa e descritores utilizados foram anemia infecciosa equina eou soroprevalência eou prevalência eou vírus eou EIAV eou diagnóstico Este levantamento priorizou trabalhos de até 21 anos porém algumas publicações antigas também foram incluídas assim como teses de mestrado e doutorado Inicialmente foram préselecionadas 40 publicações e posteriormente 12 foram excluídas por não se encaixarem no objetivo deste trabalho ou por apresentarem conteúdos repetidos resultando em 28 publicações selecionadas para embasar este estudo 3 Resultados e Discussão A AIE foi identificada como doença em 1843 por Lignée na França como a Febre dos Pântanos sendo a primeira doença animal associada à etiologia viral Vallé e Carré 1904 No Brasil em 1968 ocorreu o primeiro diagnóstico no extinto estado da Guanabara Dupont et al 1968 No mesmo período a doença foi descrita por Silva et al 1968 em animais do Clube Hípico Fluminense e em um animal da cavalaria da Polícia Militar na cidade de Niterói no estado do Rio de Janeiro Ainda em 1968 também foi observado o primeiro caso no Estado do Rio Grande do Sul Guerreiro et al 1968 A AIE possui distribuição mundial na forma enzoótica em 23 dos países Bicout et al 2006 Na Europa surtos ocorreram nos anos de 2007 e 2014 na Alemanha Bélgica França Romênia Itália Inglaterra e Irlanda após a aquisição de produtos biológicos equinos plasma sanguíneo eou sêmen contaminados importados da Itália e Romênia Machado 2021 Na América do Norte foi descrita no Canadá em 1882 Briceño et al 2015 mas somente em 1971 a doença passou a ser considerada de notificação obrigatória Já nos Estados Unidos os estados da Costa do Golfo do México são os que possuem as maiores prevalências pois as características ambientais dessas localidades favorecem a transmissão via insetos hematófagos Machado 2021 Na América do Sul entre 1930 e 1940 a infecção foi diagnosticada na Colômbia e Venezuela e no Chile reportada em 1980 Em 1988 o Chile foi considerado país livre Briceño et al 2015 mas em 2019 a infecção reemergiu na província de Santiago OIE 2019a O mesmo ocorreu no Uruguai que foi considerado livre em 2007 mas em 2019 foi observada a Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 4 reintrodução do vírus em Montevideo OIE 2019b Na Argentina a AIE foi notificada nas províncias de Chaco 29 Corrientes e Missiones 43 Santa Fé 35 e Entre Rios 29 porcentagens de infecção consideradas elevadas Senasa 2008 A infecção dos equídeos pelo vírus da AIE está presente em grande parte do país mas o estudo da prevalência é variável e discrepante Barzoni et al 2018 Em áreas endêmicas a prevalência pode atingir 70 dos animais adultos com porcentagens variando de moderada a alta em regiões com populações numerosas e permanentes dos insetos vetores Ravazzolo e Costa 2017 A inexistência de levantamentos epidemiológicos nos animais de trabalho que são a maior parcela dos acometidos é um entrave para os estudos sobre a prevalência da AIE no Brasil pois na maioria das vezes esses animais nunca saíram da propriedade de origem e provavelmente nunca foram testados Barzoni et al 2018 A legislação brasileira exige o diagnóstico para AIE basicamente de equídeos que serão submetidos ao comércio trânsito ou participação em eventos Animais de serviço que representam a maior parcela do rebanho nacional normalmente não são testados e quando são o método diagnóstico utilizado é o IDGA Desse modo os dados oficiais não representam a real prevalência da doença no país Existem poucos trabalhos que relatam o status da AIE no Brasil no entanto estimase que seja alta em algumas regiões Resende 2021 Na região Nordeste estudo desenvolvido em 2010 sobre a frequência de equinos reagentes para AIE considerou 5615 animais de 209 municípios da Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará Dos examinados 151 27 foram soropositivos para a AIE As proporções de positivos por estado foram Paraíba com 29 Rio Grande do Norte 13 e no Ceará 31 Silva et al 2013 No estado da Bahia foi realizado estudo soroepidemiológico em 68 municípios localizados na mesorregião Sul Foram analisadas por meio da técnica de IDGA 2457 amostras de sangue de equídeos entre janeiro a dezembro de 2009 Foram observados 59 dos municípios testados 1452457 com animais positivos para a doença Guimarães et al 2011 Esses dados mostraram que a AIE se encontra disseminada na região Nordeste Os resultados reforçaram a necessidade de realização de diagnósticos laboratoriais para a detecção da resposta ao agente etiológico O agente etiológico da AIE é o Equine infectious anemia virus EIAV pertence à família Retroviridae gênero Lentivirus Relacionase com outros Lentivírus incluindo Caprine arthritis encephalitis virus e MaediVisna virus dos ovinos os quais formam o complexo Lentivírus de pequenos ruminantes além de Feline immunodeficiency virus Bovine immunodeficiency virus e Human Immunodeficiency Virus Maia et al 2011 Tigre 2017 O nome da família é associado à presença da enzima transcriptase reversa no vírion sendo codificada no genoma viral São vírus envelopados de 80100 nm de diâmetro com estrutura única de tripla camada a mais interna forma o complexo de nucleoproteínas genômicas que inclui por volta de 30 moléculas de transcriptase reversa com simetria helicoidal envolvida por capsídeo icosaédrico de aproximadamente 60 nm de diâmetro recoberto por envelope derivado da membrana celular hospedeira no qual se projetam peplômeros glicoproteicos O genoma viral é diplóide composto por um dímero invertido de moléculas de RNA fita simples em sentido positivo e cada monômero tem 711pb Os detalhes na organização deste genoma podem variar amplamente entre os retrovírus porém todos possuem os genes gag pal e env Os Lentivirus apresentam adicionalmente complexo arranjo de seis ou mais genes acessórios Franco e Paes 2011 O genoma do EIAV possui aproximadamente 82kb o menor genoma entre os lentivírus descritos até o momento Tigre 2017 O EIAV possui distribuição mundial sobretudo em regiões de clima tropical com condições propícias para a multiplicação de vetores mecânicos como as moscas Tabanus spp e Stomoxys calcitrans Além desses vetores a transmissão pode ocorrer por uso de agulhas e instrumentos contaminados e por formas de disseminação viral de menor importância epidemiológica como via transfusão sanguínea transplacentária ingestão de leite e por meio do sêmen Franco e Paes 2011 De acordo com Franco e Paes 2011 a transmissão do EIAV é geralmente relacionada com a transferência de sangue de Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 5 equídeo infectado ao receptor sadio o qual pode desenvolver sinais clínicos da doença em torno de 15 a 60 dias após a exposição antes mesmo do primeiro animal vir a ser diagnosticado como positivo Após a infecção EIAV replicase em macrófagos maduros de tecidos com abundância de macrófagos como hepático esplênico pumonar renal de nódulos linfáticos e glândulas adrenais Maia et al 2011 O vírus adentra na circulação sanguínea por brotamento podendo ser adsorvido por eritrócitos do hospedeiro Nesse processo há a ação das proteínas env sendo gp90 responsável por conectar o vírus com a célula por meio do equine lentivirus receptor1 ELR1 um membro da família de receptores do fator de necrose tumoral TNF Resende 2021 A partir da adsorção imunoglobulinas IgG e IgM reagem com o complexo viral ativando o Sistema Complemento e induzindo hemólise intra e extravascular causadora de anemia Além desta os equídeos infectados podem desenvolver glomerulonefrite hepatite e linfadenopatia Os animais são incapazes de remover completamente o vírus do organismo portanto a infecção é considerada vitalícia O sistema imune do hospedeiro de forma humoral e celular responde ao EIAV e por consequência diversos sinais clínicos podem ser relacionados a esta forte reação e não diretamente à multiplicação viral Franco Paes 2011 Embora a rápida variação antigênica seja determinante para a persistência viral outros fatores estão envolvidos A formação do próvírus o DNA cromossomal do hospedeiro com uma cópia do DNA viral inserida pode não se manifestar por período de tempo longo ocasionando pouca ou nenhuma transcrição e tradução dos genes do agente Quando a célula não expressa o antígeno viral esta não será detectada como infectada por meio da vigilância do sistema imunológico do hospedeiro Maia 2011 Na fase aguda da doença ocorre febre letargia e perda de apetite Grande parte dos animais acometidos apresenta no mínimo trombocitopenia transitória Alguns após se recuperarem da fase aguda tornamse assintomáticos e outros podem permanecer com febre por alguns dias ou semanas As manifestações febris estão relacionadas com as frequentes mutações de glicoproteínas de superfície do vírus resultando em novas linhagens antigênicas de EIAV e resposta imune adaptativa do hospedeiro No quadro de infecção crônica além dos sintomas da fase aguda o animal apresenta edemas gravitacionais depressão trombocitopenia hipoalbuminemia e hiperglobulinemia podendo ocorrer hemorragias petequiais e epixtase Franco Paes 2011 Além disso os níveis de IgG apresentamse incomumente baixos Franco Paes 2011 Em alguns casos equídeos soropositivos podem se apresentar assintomáticos pelo resto da vida Isso ocorre porque esses portadores possuem resposta imunológica específica efetiva contra os antígenos do vírus mantendo condição corporal aparentemente normal podendo até ter algum desempenho atlético Franco Paes 2011 Um estudo desenvolvido por Andrade 2018 por sua vez mostrou que equinos infectados pelo EIAV têm desempenho físico alterado quando comparados aos animais não infectados com menor capacidade aeróbica e consequentemente o menor desempenho no trabalho de lida com o gado No Brasil é obrigatório testar para AIE equídeos submetidos ao comércio trânsito e aglomeração em eventos O diagnóstico é dependente de exames laboratoriais pois os sinais clínicos são inespecíficos alguns animais soropositivos podem ser assintomáticos não existem vacinas disponíveis e nem tratamentos para indivíduos diagnosticados com AIE Sendo assim medidas de controle e profilaxia devem ser tomadas de acordo com as condições epidemiológicas de cada Unidade da Federação UF avaliadas por serviço veterinário Gomes et al 2021 A OIE 2013 recomenda os testes ELISA e o IDGA para diagnósticos de AIE enfatizando que para o diagnóstico definitivo os resultados positivos no teste ELISA precisam ser confirmados por IDGA que possui mais especificidade Resende 2021 O equídeo soropositivo à prova de IDGA é considerado portador da enfermidade e o resultado deve ser imediatamente comunicado pelo laboratório oficial ao serviço de defesa sanitária animal local o qual adotará as medidas previstas em lei Resende 2021 Além disso os animais soropositivos devem ser separados e isolados dos testados negativos para prevenir a transmissão vetorial Bueno et al 2020 No período inicial a doença não é detectada pelo IDGA podendo haver reações cruzadas com outros vírus do gênero Lentivirus Bueno et al 2020 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 6 O médico veterinário responsável por realizar a colheita e os exames laboratoriais precisa ser credenciado no Ministério da Agricultura e do Abastecimento MAPA O antígeno usado na prova de imunodifusão é a proteína de envelope viral p26 altamente conservada em diferentes variantes isoladas Maia et al 2011 Em situações em que não é possível realizar os exames sorológicos recomendase o uso da reação em cadeia da polimerase PCR A técnica de PCR pode ser utilizada em outras situações como em infecções em estágio inicial resultados conflitantes em testes sorológicos infecção suspeita com sorologia negativa e como garantia que cavalos doadores de sangue ou usados para produção de antissoro estejam livres do vírus Resende 2021 4 Considerações Finais A AIE é uma das enfermidades mais importantes dos membros da família Equidae Por ser na maioria das vezes assintomática e cuja medida profilática é o abate dos animais soropositivos é evidente a necessidade da vigilância sanitária realizada por serviço oficial visando ao controle mais rigoroso e a conscientização nas regiões onde o número de casos é persistente Outra importante ação seria desenvolver atividades de extensão nas propriedades rurais junto aos produtores Essa atividade além de ampliar o conhecimento sobre a AIE fornece informações sobre estratégias para a sua prevenção e eliminação dos reservatórios do vírus Como a AIE gera embargos para movimentação de equídeos conhecer aspectos biológicos epidemiológicos e profiláticos da doença é fundamental para o sucesso da equinocultura de qualquer país ou região onde está presente Referências Andrade D R F 2018 Desempenho físico de equinos soropositivos para anemia infecciosa equina Dissertação de mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG httpsrepositorioufmgbrhandle1843BUOSBC6PMM Barzoni C S Nogueira D M P Marques G D Diehl G N Pellegrini D C P Brum M C S 2018 Equine infectious anemia in the western region of Rio Grande do Sul Brasil Ciência Rural 48 6 httpsdoiorg10159001038478cr20170809 Bicout D J Carvalho R ChalvetMonfray K Sabatier P 2006 Distribution of Equine Infectious Anemia in Horses in the North of Minas Gerais State Brazil Journal of Veterinary Diagnostic Investigation 18 5 479482 httpspubmedncbinlmnihgov17037619 Briceño A M Sánchez A M Briceño M M 2015 Anemia Infecciosa Equina Una Revisión Revista del Instituto Nacional de Higiene Rafael Rangel 46 p 6474 httpvescieloorgscielophpscriptsciabstractpidS079804772015000100008lngptnrmitlnges Bueno B L 2019 Caracterização imunohistoquímica e molecular de equídeos naturalmente infectados pelo vírus da anemia infecciosa equina Dissertação de mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Belo HorizonteMG httpsrepositorioufmgbrhandle1843SMOCBB3HAB Bueno B L Câmara R J F Moreira M V L Galinari G C F Souto F M Victor R M Bicalho J M Ecco R Reis J K P 2020 Molecular detection histopathological analysis and immunohistochemical characterization of equine infectious anemia virus in naturally infected equids Archives of Virology 110 httpslinkspringercomarticle101007s00705020046164 Costa A M P S 2018 Análise temporal da ocorrência da anemia infecciosa equina no Brasil no período de 2005 a 2016 Dissertação de mestrado Unesp SP httpsrepositoriounespbrbitstreamhandle11449180494costaampsmejabopdfsequence5isAllowedy Cursino A E 2019 Caracterização molecular e análise filogenética de regiões parciais do genoma do Equine infectious anemia virus circulante em equídeos brasileiros Tese de doutorado Universidade Federal de Minas Gerais Belo HorizonteMG httpsrepositorioufmgbrhandle184339073 Dupont O Dacorso P Muchaluat M A Langenegger J 1968 Diagnóstico da anemia infecciosa equina no Rio de Janeiro In Anais Congresso Fluminense de Medicina Veterinária pp 160161 Niterói RJ Franco M M J Paes A C 2011 Anemia infecciosa equina Veterinária e Zootecnia 18 2 197207 2011 httpsdoiorg 1035172rvz2011v18389 Gomes R L Silva G R Ferreira A L M 2021 Doenças de notificação obrigatória de relevância em equídeos no Brasil Enciplopédia Biosfera 1835 81 Guerreiro M G Bauer A G Gloss R M Vidor T Farias M T Trein E Mancuso PC 1968 Simpósio sobre anemia infecciosa equina Boletim do Instituto de Pesquisa Veterinária Desidério Finamor Porto Alegre 12 34 Guimarães L A Bezerra R A Mendonça C E D A DAfosenca W O Albuquerque G R 2011 Prevalência do vírus da anemia infecciosa equina na mesorregião do Sul Baiano Bahia Brasil Brazilian Journal of Veterinary Medicine 332 8588 httpsrbmvorgBJVMarticleview795651 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 7 Maia C A Garcia C A Rossi D A de Melo R T Mendonça E P Coelho L R Monteiro G P Nalevaiko P C 2011 Anemia Infecciosa Eqüina Revisão de literatura PUBVET 5 Art1065 httpswwwpubvetcombrartigo1550anemiainfecciosaequumlinandashrevisatildeodeliteratura Machado RC 2021 Características epidemiológicas da anemia infecciosa equina na fronteira oeste do Rio Grande do Sul Brasil Dissertação de mestrado Universidade Federal do Pampa Uruguaiana RS httpscursosunipampaedubrcursosppgcafiles202112ppgcadissertacaorafaelamachadopdfpdf Moraes D D Gonçalves V S Mota A L A D A Borges J R J 2017 Situação epidemiológica da anemia infecciosa equina em equídeos de tração do Distrito Federal Pesquisa Veterinária Brasileira 37 10741078 httpsdoiorg101590S0100736X2017001000006 Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2013 Paris OIE Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2019a Paris OIE Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2019b Paris OIE Pereira A S Shitsuka D M Parreira F J Shitsuka R 2018 Metodologia da pesquisa científica UFSM httpsrepositorioufsmbrbitstreamhandle115824LicComputacaoMetodologiaPesquisaCientificapdfsequence1 Ravazzolo AP Costa UM 2017 Retroviridae In Flores ED org Virologia Veterinária Ed UFSM Santa Maria p809838 Resende C 2021 Modelo para controle de anemia infecciosa equina na região Amazônica Tese de doutorado Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG httpsrepositorioufmgbrhandle184338366 Rodrigues D D S 2019 Anemia infecciosa equina revisão de literatura Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Federal Rural de Pernambuco RecifePE httpsrepositoryufrpebrhandle1234567891971 Senasa 2008 Situación de la anemia infecciosa equina en la República Argentina durante el año de 2008 httpswwwargentinagobarsitesdefaultfilesfile2946equinospdf Silva R A Silva N M Freitas W M 1968 Ocorrência da Anemia Infecciosa no Estado do Rio de Janeiro In Anais Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária pp 173182 Silva C F Pequeno N F Clementino I J Azevedo S S Silva A 2013 Frequência de anemia infecciosa equina em equinos nos estados da Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará durante o ano de 2010 Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science 50 1 1217 httpsdoiorg1011606issn23183659v50i1p1217 Tigre D M 2017 Diagnóstico e caracterização molecular do Vírus da Anemia Infecciosa Equina na Bahia Brasil Tese de Doutorado Universidade Federal da Bahia SalvadorBA httpsrepositorioufbabrhandleri24111 Vallé J Carré H 1904 Sur la nature infectieuse de lanemie du cheval Conseil Régional Académie des Sciences 139 33133
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Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 1 Aspectos gerais da Anemia Infecciosa Equina AIE General aspects of Equine Infectious Anemia EIA Aspectos generales de la Anemia Infecciosa Equina EIA Recebido 24032022 Revisado 03042022 Aceito 08042022 Publicado 18042022 Tiago Silva Lima ORCID httpsorcidorg0000000309835533 Universidade Federal da Bahia Brasil Email medvettiagogmailcom Leonardo Ribas Pacheco ORCID httpsorcidorg0000000273261514 Universidade Federal da Bahia Brasil Email leorp2206gmailcom Regiane Pereira Benevides Silva ORCID httpsorcidorg0000000202210437 Universidade Federal da Bahia Brasil Email regianebenevideshotmailcom Melyssa Silva Souza ORCID httpsorcidorg000000021504831X Universidade Federal da Bahia Brasil Email melyssafelixhotmailcom Raquel Moreira Oliveira ORCID httpsorcidorg000000030816036X Universidade Federal da Bahia Brasil Email raquel123123hotmailcom Cristiane de Jesus Barbosa ORCID httpsorcidorg0000000327456588 Embrapa Mandioca e Fruticultura Brasil Email cristianebarbosaembrapabr Jorge Raimundo Lins Ribas ORCID httpsorcidorg0000000161424059 Agência de Defesa Veterinária da Bahia Brasil Email jrlribasgmailcom Luciana Veiga Barbosa ORCID httpsorcidorg0000000264147322 Universidade Federal da Bahia Brasil Email veigaufbabr Resumo A Anemia Infecciosa Eqüina AIE causada pelo Equine infectious anemia virus EIAV é uma das principais doenças virais que acometem equinos asininos e muares É encontrada em todas as regiões do Brasil O vírus é propagado por insetos hematófagos do gênero Tabanus sp e por Stomoxys calcitrans A AIE é até o momento uma doença incurável não existindo vacina ou tratamento eficiente Em virtude dos sinais clínicos inespecíficos e da possibilidade da presença de animais infectados assintomáticos é fundamental a realização periódica dos testes sorológicos visando a detectar precocemente os animais portadores do vírus Considerando a severidade da AIE este artigo tem por objetivos discutir aspectos da doença como histórico e epidemiologia características do agente etiológico transmissão patogenia sinais clínicos diagnóstico e consequências uma vez que animais infectados podem se tornar potenciais transmissores do EIAV Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Google Acadêmico PubVet e Scielo nos idiomas português e inglês considerando os últimos 22 anos Os termos de pesquisa e descritores utilizados foram anemia infecciosa equina eou soroprevalência eou prevalência eou vírus eou EIAV eou diagnóstico Inicialmente foram préselecionadas 40 publicações e posteriormente 28 foram selecionadas para embasar este estudo Palavraschave Lentivirus ELISA Imunodifusão em Gel de Ágar IDGA Abstract Equine Infectious Anemia EIA caused by Equine infectious anemia virus EIAV is one of the main viral diseases that affect horses donkeys and mules It is found in all regions of Brazil The virus is spread by hematophagous insects of the genera Tabanus sp and Stomoxys calcitrans EIA is to date an incurable disease and there is no vaccine or treatment for it Due to its nonspecific clinical signs and the possibility of the presence of asymptomatic infected animals it is essential periodically to perform serological tests to early detect the animals carrying the virus Taking into account the severity of EIA this article aims to discuss some aspects of it considering the history and epidemiology Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 2 characteristics of the etiologic agent transmission pathogenesis clinical signs diagnosis and consequences since infected animals can become potential transmitters of EIAV A bibliographic search was carried out in the Google Scholar PubVet and Scielo databases in Portuguese and English considering the last 22 years The search terms and descriptors used were equine infectious anemia andor seroprevalence andor prevalence andor virus andor EIAV andor diagnosis Initially 40 publications were preselected and later 28 were selected to support this study Keywords Lentivirus ELISA Agar Gel Immunodiffusion AGID Resumen La Anemia Infecciosa Equina EIA causada por el Equine infectious anemia virus EIAV es una de las principales enfermidades virais que afectan a caballos burros y mulos Se encuentra en todas las regiones de Brasil siendo propagada por los insectos hematófagos de lo género Tabanus sp y Stomoxys calcitrans La EIA es hasta la fecha una enfermedad incurable sin vacuna ni tratamiento Debido a su clínica inespecífica y a la posibilidad de la presencia de animales infectados asintomáticos es fundamental la realización periódica de pruebas serológicas para detectar precozmente a los animales portadores del virus Frente a la gravedad de la enfermedad este artículo tiene como objetivos discutir aspectos de la enfermidad considerando la historia y la epidemiología así como las características del agente etiológico la transmisión la patogenia los signos clínicos diagnóstico y las consecuencias ya que los animales pueden convertirse en potenciales transmisores del EIAV Se realizó una búsqueda bibliográfica en las bases de datos Google Scholar PubVet y Scielo en portugués e inglés considerando los últimos 22 años Los términos de búsqueda y descriptores utilizados fueron anemia infecciosa equina yo seroprevalencia yo prevalencia yo virus yo EIAV yo diagnóstico Inicialmente se preseleccionaron 40 publicaciones y posteriormente se seleccionaron 28 para apoyar este estudio Palabras clave Lentivirus ELISA Inmunodifusión en Gel de Agar IDGA 1 Introdução A Anemia Infecciosa Equina AIE conhecida também por febre dos pântanos malária equina mal do cochilo AIDS do cavalo é uma doença causada por vírus do gênero Lentivirus família Retroviridae o Equine infectious anemia virus EIAV A AIE possui ocorrência mundial sendo uma das 11 doenças de equídeos de notificação obrigatória pela Organização Mundial de Saúde Animal OIE Cursino 2019 Apresentase de maneira aguda crônica ou inaparente afetando equinos asininos e muares O EIAV possui distribuição mundial sendo encontrado especialmente em regiões úmidas e pantanosas com grande quantidade de insetos vetores Esse vírus ocasiona desordem no sistema hematopoiético dos animais causando diversos sinais clínicos que podem se manifestar em distintos estágios de infecção Durante a fase aguda que pode ocorrer de 7 a 30 dias pós infecção os animais apresentam febre trombocitopenia letargia inapetência porém estes sinais podem ser completamente ausentes ou limitados apenas a sintomas leves e febre quase inaparente Em casos graves apresentam petéquias anemia hemolítica e epistaxe Bueno 2019 Na fase crônica ocorrem episódios de febre que podem ser acompanhados de depressão emagrecimento progressivo edema de membros inferiores anorexia letargia diarreia edema hemorragias glomerulonefrites trombocitopenia e leucopenia Costa 2018 AIE é até o momento doença incurável Em virtude dos sinais clínicos inespecíficos e da possibilidade da presença de animais infectados assintomáticos é fundamental realizar testes sorológicos periódicos visando a detecção precoce dos animais infectados conforme descrito na Instrução Normativa Nº 52 DE 26 de novembro de 2018 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MAPA O diagnóstico pode ser realizado por duas técnicas Ensaio de Imunoabsorção Enzimática Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay ELISA e Imunodifusão em Gel de Ágar IDGA O teste de ELISA é considerado maior sensibilidade que o IDGA no entanto mesmo diante de um resultado positivo de ELISA deverá ser realizado um teste de IDGA como forma de comprovar o resultado prevalecendo o resultado do IDGA como comprobatório em caso de divergência entre os testes Rodrigues 2019 Bueno 2019 Caso os testes sorológicos sejam positivos o animal entra no processo de abate sanitário e a propriedade é interditada e proibido o trânsito de equídeos provenientes da propriedade e a movimentação de objetos veiculadores do vírus Maia et al 2011 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 3 Com o abate sanitário do equídeo portador todos os animais são testados para a doença assim como é feita a análise do histórico de trânsito de animais A desinterdição da propriedade é concedida a partir da realização de duas séries de exames com resultado não reagente com intervalo de 30 dias e 60 dias após o resultado do animal portador conforme estabelecido no Programa Nacional de Sanidade Animal dos Equídeos PNSE no MAPA Uma vez que a medida profilática é o abate sanitário dos animais sororreagentes o que gera prejuízo econômico significativo ao mercado de equídeo nacional seja na forma de auxílio nas atividades diárias de uma fazenda exposições de animais e lazer Moraes et al 2017 Neste sentido o estudo das taxas relacionadas à morbidade e à mortalidade além do estudo da tendência desses indicadores é ferramenta essencial para melhor compreender a epidemiologia da doença e auxiliar no seu controle Costa 2018 Frente a gravidade doença é evidente a importância do diagnóstico laboratorial para identificação dos animais com AIE Por se tratar de uma doença incurável e altamente transmissível ela se torna obstáculo para o desenvolvimento da equideocultura nas regiões onde se faz presente Neste sentido este artigo discute aspectos da AIE a partir de informações obtidas em pesquisas bibliográficas em diferentes bases de dados considerando o histórico epidemiologia características do agente etiológico transmissão patogenia sinais clínicos e diagnóstico pontos relevantes para a compreensão da doença e para a adoção de medidas eficazes no seu controle 2 Metodologia Foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados Google Acadêmico PubVet e Scielo nos idiomas português e inglês considerando o período de 2000 até 2021 Pereira et al 2018 Os termos de pesquisa e descritores utilizados foram anemia infecciosa equina eou soroprevalência eou prevalência eou vírus eou EIAV eou diagnóstico Este levantamento priorizou trabalhos de até 21 anos porém algumas publicações antigas também foram incluídas assim como teses de mestrado e doutorado Inicialmente foram préselecionadas 40 publicações e posteriormente 12 foram excluídas por não se encaixarem no objetivo deste trabalho ou por apresentarem conteúdos repetidos resultando em 28 publicações selecionadas para embasar este estudo 3 Resultados e Discussão A AIE foi identificada como doença em 1843 por Lignée na França como a Febre dos Pântanos sendo a primeira doença animal associada à etiologia viral Vallé e Carré 1904 No Brasil em 1968 ocorreu o primeiro diagnóstico no extinto estado da Guanabara Dupont et al 1968 No mesmo período a doença foi descrita por Silva et al 1968 em animais do Clube Hípico Fluminense e em um animal da cavalaria da Polícia Militar na cidade de Niterói no estado do Rio de Janeiro Ainda em 1968 também foi observado o primeiro caso no Estado do Rio Grande do Sul Guerreiro et al 1968 A AIE possui distribuição mundial na forma enzoótica em 23 dos países Bicout et al 2006 Na Europa surtos ocorreram nos anos de 2007 e 2014 na Alemanha Bélgica França Romênia Itália Inglaterra e Irlanda após a aquisição de produtos biológicos equinos plasma sanguíneo eou sêmen contaminados importados da Itália e Romênia Machado 2021 Na América do Norte foi descrita no Canadá em 1882 Briceño et al 2015 mas somente em 1971 a doença passou a ser considerada de notificação obrigatória Já nos Estados Unidos os estados da Costa do Golfo do México são os que possuem as maiores prevalências pois as características ambientais dessas localidades favorecem a transmissão via insetos hematófagos Machado 2021 Na América do Sul entre 1930 e 1940 a infecção foi diagnosticada na Colômbia e Venezuela e no Chile reportada em 1980 Em 1988 o Chile foi considerado país livre Briceño et al 2015 mas em 2019 a infecção reemergiu na província de Santiago OIE 2019a O mesmo ocorreu no Uruguai que foi considerado livre em 2007 mas em 2019 foi observada a Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 4 reintrodução do vírus em Montevideo OIE 2019b Na Argentina a AIE foi notificada nas províncias de Chaco 29 Corrientes e Missiones 43 Santa Fé 35 e Entre Rios 29 porcentagens de infecção consideradas elevadas Senasa 2008 A infecção dos equídeos pelo vírus da AIE está presente em grande parte do país mas o estudo da prevalência é variável e discrepante Barzoni et al 2018 Em áreas endêmicas a prevalência pode atingir 70 dos animais adultos com porcentagens variando de moderada a alta em regiões com populações numerosas e permanentes dos insetos vetores Ravazzolo e Costa 2017 A inexistência de levantamentos epidemiológicos nos animais de trabalho que são a maior parcela dos acometidos é um entrave para os estudos sobre a prevalência da AIE no Brasil pois na maioria das vezes esses animais nunca saíram da propriedade de origem e provavelmente nunca foram testados Barzoni et al 2018 A legislação brasileira exige o diagnóstico para AIE basicamente de equídeos que serão submetidos ao comércio trânsito ou participação em eventos Animais de serviço que representam a maior parcela do rebanho nacional normalmente não são testados e quando são o método diagnóstico utilizado é o IDGA Desse modo os dados oficiais não representam a real prevalência da doença no país Existem poucos trabalhos que relatam o status da AIE no Brasil no entanto estimase que seja alta em algumas regiões Resende 2021 Na região Nordeste estudo desenvolvido em 2010 sobre a frequência de equinos reagentes para AIE considerou 5615 animais de 209 municípios da Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará Dos examinados 151 27 foram soropositivos para a AIE As proporções de positivos por estado foram Paraíba com 29 Rio Grande do Norte 13 e no Ceará 31 Silva et al 2013 No estado da Bahia foi realizado estudo soroepidemiológico em 68 municípios localizados na mesorregião Sul Foram analisadas por meio da técnica de IDGA 2457 amostras de sangue de equídeos entre janeiro a dezembro de 2009 Foram observados 59 dos municípios testados 1452457 com animais positivos para a doença Guimarães et al 2011 Esses dados mostraram que a AIE se encontra disseminada na região Nordeste Os resultados reforçaram a necessidade de realização de diagnósticos laboratoriais para a detecção da resposta ao agente etiológico O agente etiológico da AIE é o Equine infectious anemia virus EIAV pertence à família Retroviridae gênero Lentivirus Relacionase com outros Lentivírus incluindo Caprine arthritis encephalitis virus e MaediVisna virus dos ovinos os quais formam o complexo Lentivírus de pequenos ruminantes além de Feline immunodeficiency virus Bovine immunodeficiency virus e Human Immunodeficiency Virus Maia et al 2011 Tigre 2017 O nome da família é associado à presença da enzima transcriptase reversa no vírion sendo codificada no genoma viral São vírus envelopados de 80100 nm de diâmetro com estrutura única de tripla camada a mais interna forma o complexo de nucleoproteínas genômicas que inclui por volta de 30 moléculas de transcriptase reversa com simetria helicoidal envolvida por capsídeo icosaédrico de aproximadamente 60 nm de diâmetro recoberto por envelope derivado da membrana celular hospedeira no qual se projetam peplômeros glicoproteicos O genoma viral é diplóide composto por um dímero invertido de moléculas de RNA fita simples em sentido positivo e cada monômero tem 711pb Os detalhes na organização deste genoma podem variar amplamente entre os retrovírus porém todos possuem os genes gag pal e env Os Lentivirus apresentam adicionalmente complexo arranjo de seis ou mais genes acessórios Franco e Paes 2011 O genoma do EIAV possui aproximadamente 82kb o menor genoma entre os lentivírus descritos até o momento Tigre 2017 O EIAV possui distribuição mundial sobretudo em regiões de clima tropical com condições propícias para a multiplicação de vetores mecânicos como as moscas Tabanus spp e Stomoxys calcitrans Além desses vetores a transmissão pode ocorrer por uso de agulhas e instrumentos contaminados e por formas de disseminação viral de menor importância epidemiológica como via transfusão sanguínea transplacentária ingestão de leite e por meio do sêmen Franco e Paes 2011 De acordo com Franco e Paes 2011 a transmissão do EIAV é geralmente relacionada com a transferência de sangue de Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 5 equídeo infectado ao receptor sadio o qual pode desenvolver sinais clínicos da doença em torno de 15 a 60 dias após a exposição antes mesmo do primeiro animal vir a ser diagnosticado como positivo Após a infecção EIAV replicase em macrófagos maduros de tecidos com abundância de macrófagos como hepático esplênico pumonar renal de nódulos linfáticos e glândulas adrenais Maia et al 2011 O vírus adentra na circulação sanguínea por brotamento podendo ser adsorvido por eritrócitos do hospedeiro Nesse processo há a ação das proteínas env sendo gp90 responsável por conectar o vírus com a célula por meio do equine lentivirus receptor1 ELR1 um membro da família de receptores do fator de necrose tumoral TNF Resende 2021 A partir da adsorção imunoglobulinas IgG e IgM reagem com o complexo viral ativando o Sistema Complemento e induzindo hemólise intra e extravascular causadora de anemia Além desta os equídeos infectados podem desenvolver glomerulonefrite hepatite e linfadenopatia Os animais são incapazes de remover completamente o vírus do organismo portanto a infecção é considerada vitalícia O sistema imune do hospedeiro de forma humoral e celular responde ao EIAV e por consequência diversos sinais clínicos podem ser relacionados a esta forte reação e não diretamente à multiplicação viral Franco Paes 2011 Embora a rápida variação antigênica seja determinante para a persistência viral outros fatores estão envolvidos A formação do próvírus o DNA cromossomal do hospedeiro com uma cópia do DNA viral inserida pode não se manifestar por período de tempo longo ocasionando pouca ou nenhuma transcrição e tradução dos genes do agente Quando a célula não expressa o antígeno viral esta não será detectada como infectada por meio da vigilância do sistema imunológico do hospedeiro Maia 2011 Na fase aguda da doença ocorre febre letargia e perda de apetite Grande parte dos animais acometidos apresenta no mínimo trombocitopenia transitória Alguns após se recuperarem da fase aguda tornamse assintomáticos e outros podem permanecer com febre por alguns dias ou semanas As manifestações febris estão relacionadas com as frequentes mutações de glicoproteínas de superfície do vírus resultando em novas linhagens antigênicas de EIAV e resposta imune adaptativa do hospedeiro No quadro de infecção crônica além dos sintomas da fase aguda o animal apresenta edemas gravitacionais depressão trombocitopenia hipoalbuminemia e hiperglobulinemia podendo ocorrer hemorragias petequiais e epixtase Franco Paes 2011 Além disso os níveis de IgG apresentamse incomumente baixos Franco Paes 2011 Em alguns casos equídeos soropositivos podem se apresentar assintomáticos pelo resto da vida Isso ocorre porque esses portadores possuem resposta imunológica específica efetiva contra os antígenos do vírus mantendo condição corporal aparentemente normal podendo até ter algum desempenho atlético Franco Paes 2011 Um estudo desenvolvido por Andrade 2018 por sua vez mostrou que equinos infectados pelo EIAV têm desempenho físico alterado quando comparados aos animais não infectados com menor capacidade aeróbica e consequentemente o menor desempenho no trabalho de lida com o gado No Brasil é obrigatório testar para AIE equídeos submetidos ao comércio trânsito e aglomeração em eventos O diagnóstico é dependente de exames laboratoriais pois os sinais clínicos são inespecíficos alguns animais soropositivos podem ser assintomáticos não existem vacinas disponíveis e nem tratamentos para indivíduos diagnosticados com AIE Sendo assim medidas de controle e profilaxia devem ser tomadas de acordo com as condições epidemiológicas de cada Unidade da Federação UF avaliadas por serviço veterinário Gomes et al 2021 A OIE 2013 recomenda os testes ELISA e o IDGA para diagnósticos de AIE enfatizando que para o diagnóstico definitivo os resultados positivos no teste ELISA precisam ser confirmados por IDGA que possui mais especificidade Resende 2021 O equídeo soropositivo à prova de IDGA é considerado portador da enfermidade e o resultado deve ser imediatamente comunicado pelo laboratório oficial ao serviço de defesa sanitária animal local o qual adotará as medidas previstas em lei Resende 2021 Além disso os animais soropositivos devem ser separados e isolados dos testados negativos para prevenir a transmissão vetorial Bueno et al 2020 No período inicial a doença não é detectada pelo IDGA podendo haver reações cruzadas com outros vírus do gênero Lentivirus Bueno et al 2020 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 6 O médico veterinário responsável por realizar a colheita e os exames laboratoriais precisa ser credenciado no Ministério da Agricultura e do Abastecimento MAPA O antígeno usado na prova de imunodifusão é a proteína de envelope viral p26 altamente conservada em diferentes variantes isoladas Maia et al 2011 Em situações em que não é possível realizar os exames sorológicos recomendase o uso da reação em cadeia da polimerase PCR A técnica de PCR pode ser utilizada em outras situações como em infecções em estágio inicial resultados conflitantes em testes sorológicos infecção suspeita com sorologia negativa e como garantia que cavalos doadores de sangue ou usados para produção de antissoro estejam livres do vírus Resende 2021 4 Considerações Finais A AIE é uma das enfermidades mais importantes dos membros da família Equidae Por ser na maioria das vezes assintomática e cuja medida profilática é o abate dos animais soropositivos é evidente a necessidade da vigilância sanitária realizada por serviço oficial visando ao controle mais rigoroso e a conscientização nas regiões onde o número de casos é persistente Outra importante ação seria desenvolver atividades de extensão nas propriedades rurais junto aos produtores Essa atividade além de ampliar o conhecimento sobre a AIE fornece informações sobre estratégias para a sua prevenção e eliminação dos reservatórios do vírus Como a AIE gera embargos para movimentação de equídeos conhecer aspectos biológicos epidemiológicos e profiláticos da doença é fundamental para o sucesso da equinocultura de qualquer país ou região onde está presente Referências Andrade D R F 2018 Desempenho físico de equinos soropositivos para anemia infecciosa equina Dissertação de mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG httpsrepositorioufmgbrhandle1843BUOSBC6PMM Barzoni C S Nogueira D M P Marques G D Diehl G N Pellegrini D C P Brum M C S 2018 Equine infectious anemia in the western region of Rio Grande do Sul Brasil Ciência Rural 48 6 httpsdoiorg10159001038478cr20170809 Bicout D J Carvalho R ChalvetMonfray K Sabatier P 2006 Distribution of Equine Infectious Anemia in Horses in the North of Minas Gerais State Brazil Journal of Veterinary Diagnostic Investigation 18 5 479482 httpspubmedncbinlmnihgov17037619 Briceño A M Sánchez A M Briceño M M 2015 Anemia Infecciosa Equina Una Revisión Revista del Instituto Nacional de Higiene Rafael Rangel 46 p 6474 httpvescieloorgscielophpscriptsciabstractpidS079804772015000100008lngptnrmitlnges Bueno B L 2019 Caracterização imunohistoquímica e molecular de equídeos naturalmente infectados pelo vírus da anemia infecciosa equina Dissertação de mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Belo HorizonteMG httpsrepositorioufmgbrhandle1843SMOCBB3HAB Bueno B L Câmara R J F Moreira M V L Galinari G C F Souto F M Victor R M Bicalho J M Ecco R Reis J K P 2020 Molecular detection histopathological analysis and immunohistochemical characterization of equine infectious anemia virus in naturally infected equids Archives of Virology 110 httpslinkspringercomarticle101007s00705020046164 Costa A M P S 2018 Análise temporal da ocorrência da anemia infecciosa equina no Brasil no período de 2005 a 2016 Dissertação de mestrado Unesp SP httpsrepositoriounespbrbitstreamhandle11449180494costaampsmejabopdfsequence5isAllowedy Cursino A E 2019 Caracterização molecular e análise filogenética de regiões parciais do genoma do Equine infectious anemia virus circulante em equídeos brasileiros Tese de doutorado Universidade Federal de Minas Gerais Belo HorizonteMG httpsrepositorioufmgbrhandle184339073 Dupont O Dacorso P Muchaluat M A Langenegger J 1968 Diagnóstico da anemia infecciosa equina no Rio de Janeiro In Anais Congresso Fluminense de Medicina Veterinária pp 160161 Niterói RJ Franco M M J Paes A C 2011 Anemia infecciosa equina Veterinária e Zootecnia 18 2 197207 2011 httpsdoiorg 1035172rvz2011v18389 Gomes R L Silva G R Ferreira A L M 2021 Doenças de notificação obrigatória de relevância em equídeos no Brasil Enciplopédia Biosfera 1835 81 Guerreiro M G Bauer A G Gloss R M Vidor T Farias M T Trein E Mancuso PC 1968 Simpósio sobre anemia infecciosa equina Boletim do Instituto de Pesquisa Veterinária Desidério Finamor Porto Alegre 12 34 Guimarães L A Bezerra R A Mendonça C E D A DAfosenca W O Albuquerque G R 2011 Prevalência do vírus da anemia infecciosa equina na mesorregião do Sul Baiano Bahia Brasil Brazilian Journal of Veterinary Medicine 332 8588 httpsrbmvorgBJVMarticleview795651 Research Society and Development v 11 n 5 e51011528508 2022 CC BY 40 ISSN 25253409 DOI httpdxdoiorg1033448rsdv11i528508 7 Maia C A Garcia C A Rossi D A de Melo R T Mendonça E P Coelho L R Monteiro G P Nalevaiko P C 2011 Anemia Infecciosa Eqüina Revisão de literatura PUBVET 5 Art1065 httpswwwpubvetcombrartigo1550anemiainfecciosaequumlinandashrevisatildeodeliteratura Machado RC 2021 Características epidemiológicas da anemia infecciosa equina na fronteira oeste do Rio Grande do Sul Brasil Dissertação de mestrado Universidade Federal do Pampa Uruguaiana RS httpscursosunipampaedubrcursosppgcafiles202112ppgcadissertacaorafaelamachadopdfpdf Moraes D D Gonçalves V S Mota A L A D A Borges J R J 2017 Situação epidemiológica da anemia infecciosa equina em equídeos de tração do Distrito Federal Pesquisa Veterinária Brasileira 37 10741078 httpsdoiorg101590S0100736X2017001000006 Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial animals 2013 Paris OIE Organização Mundial da Saúde Animal Equine Infectious Anaemia In Manual of diagnostic tests and vaccines for terrestrial 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