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Engenharia Civil ·

Materiais de Construção Civil 1

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MATERIAS DE CONSTRUÇÃO I Lauri Anderson Lenz Introdução e Propriedades dos Materiais 2 1 INTRODUÇÃO Os materiais de construção são definidos como todo e qualquer material utilizado na construção de uma edificação desde a locação e infraestrutura da obra até a fase de acabamento passando desde um simples prego até os mais conhecidos materiais como o cimento A expressão materiais de construção portanto abrange uma gama extensa de materiais Na construção civil temos materiais que são utilizados há muitos anos da mesma forma como o concreto e outros que evoluem constantemente E a evolução dos materiais de construção não é um processo recente pois teve início desde os povos primitivos que utilizavam os materiais assim como os encontravam na natureza sem qualquer transformação Com a evolução do homem surgem necessidades que levam à transformação desses materiais de uma maneira simplificada a fim de facilitar seu uso ou de criar novos materiais a partir deles Assim o homem começa a moldar a argila a cortar a madeira e a lapidar a pedra Outro exemplo de evolução foi a descoberta do concreto que surgiu da necessidade do homem de um material resistente como a pedra mas de moldagem mais fácil Perceba que os materiais continuam evoluindo para satisfazer as necessidades do homem e de forma cada vez mais rápida com exigências cada vez maiores quanto a sua qualidade durabilidade e custo Além disso há um cenário sustentável no qual a produção e o emprego dos materiais de construção devem considerar a questão ambiental Nessa unidade você vai entender a importância do conhecimento acerca dos materiais de construção Para Silva 1985 na hora de escolher os materiais que irá utilizar o responsável técnico por uma edificação deve analisálos de acordo com seguintes aspectos Condições técnicas O material deve possuir propriedades que o tornem adequado ao uso que se pretende fazer dele Entre essas propriedades estão a resistência a trabalhabilidade a durabilidade a higiene e a segurança Condições econômicas O material deve satisfazer as necessidades de sua aplicação com um custo reduzido não só de aquisição mas de aplicação e de Introdução e Propriedades dos Materiais 3 manutenção visto que muitas obras precisam de serviços de manutenção depois de concluídas e que da manutenção depende a durabilidade da construção Condições estéticas O material utilizado deve proporcionar uma aparência agradável e conforto ao ambiente onde for aplicado 2 CLASSIFICAÇÃO Os materiais de construção podem ser classificados de acordo com diferentes critérios Entre os critérios apresentados por Silva 1985 podemos destacar como principais a classificação quanto à origem e à função Quanto à origem ou modo de obtenção os materiais de construção podem ser classificados em Naturais são aqueles encontrados na natureza prontos para serem utilizados Em alguns casos precisam de tratamentos simplificados como uma lavagem ou uma redução de tamanho para serem utilizados Como exemplo desse tipo de material temos a areia a pedra e a madeira Artificiais são os materiais obtidos por processos industriais Como exemplo podese citar os tijolos as telhas e o aço Combinados são os materiais obtidos pela combinação entre materiais naturais e artificiais Concretos e argamassas são exemplos desse tipo de material Quanto à função onde forem empregados os materiais de construção podem ser classificados em Materiais de vedação são aqueles que não têm função estrutural servindo para isolar e fechar os ambientes nos quais são empregados como os tijolos de vedação e os vidros Materiais de proteção são utilizados para proteger e aumentar a durabilidade e a vida útil da edificação Nessa categoria podemos citar as tintas e os produtos de impermeabilização Introdução e Propriedades dos Materiais 4 Materiais com função estrutural são aqueles que suportam as cargas e demais esforços atuantes na estrutura A madeira o aço e o concreto são exemplos de materiais utilizados para esse fim 3 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS O Engenheiro deve conhecer as propriedades físicas dos materiais a fim de saber a sua adequada utilização de acordo com as exigências de uma dada construção Por exemplo em uma câmara frigorífica uma exigência de desempenho básica é que o material a ser empregado tenha boas características de isolamento térmico Já para o caso da condução de corrente elétrica fazse necessário que o material apresente uma baixa resistividade como é o caso do cobre por exemplo As propriedades físicas dos materiais dependem basicamente da sua homogeneidade e das suas características isotrópicas Um corpo ou sistema é homogêneo se todas as partes dele têm as mesmas propriedades físicas independentemente da posição ou se elas variam continuamente Por exemplo um corpo esférico é homogêneo quando sua densidade não é uma função do raio mas é uma constante Em resumo um sistema é definido como puro se for feito de uma única substância Dizse que um corpo ou sistema é heterogêneo se não for homogêneo ou seja se for constituído por dois ou mais sistemas homogêneos claramente separados por uma superfície em correspondência com a qual há uma descontinuidade das propriedades do corpo Resumindo um sistema que consiste em duas ou mais substâncias é uma mistura Dependência da homogeneidade do material ele pode ser classificado em Material isotrópico que é aquele onde as propriedades dos materiais são as mesmas em todas as direções x y e z Material anisotrópico que é aquele onde as propriedades elásticas dependem da direção tal como ocorre em materiais com uma estrutura interna definida como no caso da madeira Assim por exemplo os valores do módulo de elasticidade nas direções x y z são distintos Introdução e Propriedades dos Materiais 5 31 MASSA ESPECÍFICA A massa específica μ é uma propriedade física que resulta da divisão da massa compacta de uma substância pelo volume que ela ocupa Na física definimos a massa específica de uma substância como sendo a massa por unidade de volume dessa substância Nesse caso nos interessa somente a massa desse objeto Por exemplo supondo que temos um tijolo furado para sabermos a massa específica dele temos que primeiramente determinar qual é sua massa e o volume da parte maciça isto é o volume do tijolo menos o volume da parte oca A massa específica é calculada através da seguinte fórmula onde μ massa específica m massa V volume Para uma determinada substância a massa específica é sempre a mesma então a massa dessa substância é diretamente proporcional ao volume ocupado por ela No sistema internacional de unidades SI a massa está em kg e o volume em m³ portanto a massa específica é dada em kgm³ De um modo geral o conceito de massa específica é empregado quando temos corpos homogêneos Quadro 1 Valores de massa específica para materiais selecionados Fonte Padilha 1997 Callister Jr 2002 Introdução e Propriedades dos Materiais 6 A densidade de um corpo é a razão entre a massa e o volume do corpo A unidade de densidade no sistema internacional de unidades é kgm³ De um modo geral o conceito de densidade é empregado quando temos corpos heterogêneos 32 PROPRIEDADES ELÉTRICAS O estudo das propriedades elétricas é fundamental para a classificação e a seleção dos materiais a serem empregados na Engenharia Neste item serão abordados os conceitos de resistividade e condutividade elétrica pois são as propriedades mais relevantes dentro dos materiais utilizados na Construção Civil 321 Resistividade elétrica A resistividade elétrica é uma propriedade que define o quanto um material opõese à passagem de corrente elétrica de forma que quanto maior for a resistividade elétrica de um material mais difícil será a passagem da corrente elétrica e quanto menor a resistividade mas ele permitirá a passagem da corrente elétrica A unidade SI da resistividade é o ohm metro Ωm A resistência elétrica R de um dispositivo está relacionada com a resistividade ρ de um material por em que ρ resistividade Ωm R resistência do material através do qual a corrente elétrica está passando Ω A área da seção reta perpendicular à direção da corrente m² l distância entre dois pontos onde e medida a voltagem m O Quadro 02 apresenta alguns valores de resistividade de alguns materiais Introdução e Propriedades dos Materiais 7 Quadro 02 Valores de resistividade elétrica para materiais selecionados Fonte Callister Jr 2002 322 Condutividade elétrica A condutividade elétrica é o inverso da resistividade isto é representa a facilidade que um determinado corpo apresenta em conduzir corrente elétrica Onde σ condutividade elétrica Ωm1 Na Figura 01 estão apresentados os valores de condutividade elétrica de alguns materiais empregados na Construção Civil Figura 1 Condutividade para alguns materiais à temperatura ambiente Fonte Adaptado de Padilha 1997 Introdução e Propriedades dos Materiais 8 A condutividade elétrica é um dos parâmetros empregados área se classificar os materiais sólidos Como pode ser observado na Figura 01 os materiais isolantes possuem condutividades baixas σ 1010 Ωm1 os materiais condutores apresentam valores de condutividade maiores que 104 Ωm1 sendo uma característica típica dos metais Em uma posição intermediária encontramse os semicondutores que apresentam valores de entre 106 e 104 Ωm1 313 Propriedades Térmicas A transferência de calor entre dois materiais pode ocorrer de três formas por condução convecção e radiação A condução pode ser definida como sendo a passagem de calor de uma zona para outra de um mesmo corpo ou de corpos diversos em íntimo contato devido ao seu movimento molecular sem que se verifiquem deslocamentos materiais no corpo ou sistema considerado COSTA 2003 A convecção ocorre basicamente em fluidos devido ao movimento das suas partículas provocado por uma diferença de temperatura podendo ser natural ou forçada quando o fluido é deslocado através de uma ação mecânica Já a radiação diz respeito à transferência de energia pelo especo através de ondas eletromagnéticas MITCHELL 2004 diferindo da condução e da convecção pela ausência de meio físico para a sua propagação As características térmicas de um material influenciam na forma escolhida para o seu processamento posto que quando se aumenta a temperatura de um material ocorre a diminuição do módulo de elasticidade facilitando a sua moldagem Esse é o princípio empregado na fabricação da maioria dos materiais metálicos e poliméricos 3131 Capacidade calorífica ou capacidade térmica A capacidade calorífica ou térmica é a propriedade que indica a propensão que um material apresenta em absorver calor da sua vizinhança externa representando a quantidade de energia necessária para produzir um aumento unitário da temperatura Introdução e Propriedades dos Materiais 9 Na equação dQ representa a energia exigida para produzir uma variação de temperatura dT Já o calor específico C representa a capacidade calorífica por unidade de massa sendo constante para cada substância em cada estado físico As unidades mais usuais são o JkgK ou o calgC O calor específico de um concreto convencional não é significativamente influenciado por parâmetros como temperatura e o tipo de agregado situandose entre 840 e 1170 JkgC 3132 Condutividade térmica A condutividade térmica diz respeito à capacidade que um dado material possui em transferir calor estando relacionada ao fluxo de calor por condução Essa propriedade é expressa pela equação abaixo em que o sinal de maior significa que o fluxo ocorre da região mais quente para a região mais fria Onde q fluxo de calor por unidade de tempo por unidade de área perpendicular à direção de escoamento kcalm²h k condutividade térmica kcalm²hºC A seção transversal do corpo perpendicular ao fluxo de calor m² dtdx gradiente de temperatura através do corpo A condutividade térmica é um parâmetro físico importante na Engenharia Civil pois a partir dele podese estimar por exemplo o fluxo de calor através de uma parede Considerando que dois ambientes com temperaturas diferentes estão separadas por um elemento o calor é transmitido do ambiente mais quente por condução externa e radiação para a superfície da parede atravessandoa por condutividade interna e transmitindose por condutividade externa e radiação para o ambiente mais frio COSTA 2003 Introdução e Propriedades dos Materiais 10 No Quadro 03 estão apresentados os valores de k para alguns materiais de construção empregados em obras Quadro 3 Valores de condutividade térmica para materiais de construção Fonte Adaptado de Padilha 1997 3133 Expansão térmica A expansão térmica está relacionada com a expansão e a contração sofrida pelos sólidos quando submetidos a um aquecimento e um resfriamento respectivamente A deformação devido a variação da temperatura de um dado material vai depender do seu coeficiente de dilatação térmica e da magnitude do aumento ou da diminuição da temperatura O fenômeno de expansão pode ser tanto linear quanto volumétrico O coeficiente de dilatação térmica linear é expresso através da equação abaixo onde li comprimento inicial lf comprimento final Ti temperatura inicial Tf temperatura final Introdução e Propriedades dos Materiais 11 O coeficiente de dilatação térmica volumétrica é determinado através da equação abaixo onde Vi comprimento inicial Vf comprimento final Ti temperatura inicial Tf temperatura final De forma uma forma geral os materiais que apresentam ligações químicas fortes têm coeficientes de dilatação térmica baixos como é o caso dos materiais cerâmicos e dos materiais metálicos com alto ponto de fusão Já os materiais poliméricos e os metais de baixo ponto de fusão têm coeficientes de dilatação térmica mais altos PADILHA 1997 4 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS 41 ESTRUTURA DOS SÓLIDOS Os sólidos cristalinos são compostos por átomos moléculas ou íons organizados segundo um padrão de forma repetitiva e tridimensional simetria translacional cuja ordem é de longo alcance Este tipo de organização é encontrado em vários sólidos Exemplo Todos os metais muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação Já os sólidos amorfos são compostos por átomos moléculas ou íons que não apresentam uma ordenação de longo alcance não possuem simetria translacional Podem apresentar ordenação de curto alcance Exemplo São exemplos os líquidos e os sólidos vítreos Introdução e Propriedades dos Materiais 12 Figura 2 Exemplos das estruturas dos sólidos cristalinos e amorfos Fonte Higgins 1982 42 TENSÃO X DEFORMAÇÃO Quando se pensa em uma propriedade mecânica de um material particularmente quanto este será aplicado em grandes estruturas como pontes ou edifícios a primeira que vem à mente é a resistência mecânica De acordo com Higgins 1982 a resistência é uma medida de forças externas aplicadas ao material as quais são necessárias para vencer as forças internas de atração entre as partículas elementares dos mesmos Uma propriedade mecânica de importância nos materiais é a chamada tensão d engenharia que é definida Onde F é a carga instantânea aplicada em uma direção perpendicular à seção reta da amostra e A representa a área da seção reta original antes da aplicação da carga Já a deformação específica é definida como sendo a relação entre a variação de alongamento em um dado instante e o comprimento inicial do corpo de prova conforme representado abaixo Introdução e Propriedades dos Materiais 13 Onde Lf e Li correspondem respectivamente ao comprimento final e ao comprimento inicial do corpo de prova Para se verificarem as propriedades mecânicas dos materiais existe um grande conjunto de ensaios que podem ser empregados entre os quais os mais usuais são os ensaios de tração e compressão 43 TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS Uma força pode ser aplicada num corpo de diferentes maneiras originando portanto diversos tipos de solicitações tais como tração compressão cisalhamento flexão e torção Quando cada tipo se apresenta isoladamente dizse que a solicitação é simples No caso de dois ou maus tipos agirem conjuntamente a solicitação é composta Tração forças atuantes que tendem a alongar a peça no sentido da reta da força aplicada Compressão forças atuantes que tendem a encurtar a peça no sentido da reta da força aplicada Cisalhamento forças atuantes tendem a produzir um efeito de corte um deslocamento linear entre seções transversais Flexão A força atuante provoca uma deformação do eixo perpendicular à mesma Torção Forças atuam em um plano perpendicular ao eixo e cada seção transversal tende a girar em relação às outras A Figura 03 ilustra os diversos tipos de esforços externos que um material pode sofrer Introdução e Propriedades dos Materiais 14 Figura 3 Tipos de esforços externos Fonte Higgins 1982 44 MÓDULO DE ELASTICIDADE Para pequenos níveis de carregamento verificase que há um comportamento aproximadamente linear entre a tensão aplicada em um corpo e a sua deformação Com a retirada da tensão a deformação cessa Esse fenômeno é denominado de comportamento elástico do material O exemplo da mola perfeita serve bem para ilustrar esse caso A elasticidade linear no entanto é uma aproximação da realidade pois a grande maioria dos materiais exibe algum grau de comportamento não linear 441 Lei de Hooke Admitese que um material comportase de maneira elástica quando ele volta à sua posição original a partir do momento que é descarregado Podese dizer que o comportamento elástico de um material de Engenharia considerandose baixas tensões pode ser explicitado pela lei de Hooke Introdução e Propriedades dos Materiais 15 Onde E é uma constante para cada material chamada de Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young O valor do módulo de elasticidade dá a medida da rigidez do material Então temse que quanto maior o valor do módulo menos deformável é o material O Quando 04 apresenta alguns valores típicos para módulo de elasticidade de materiais empregados na Engenharia Quadro 4 Módulo de elasticidade para alguns materiais de Engenharia Fonte CALLISTER JUNIOR 2002 45 PROPRIEDADES MECÂNICAS 451 Elasticidade A elasticidade está relacionada a propriedade dos materiais de se deformarem quando submetidos a ações externas retornando à sua forma original quando a ação externa é removida A Figura 04 a representa graficamente o comportamento tensão deformação para um material com deformação elástica 452 Plasticidade A plasticidade está relacionada com a deformação permanente que ocorre nos materiais devido à ruptura das ligações intermoleculares cujas deformações subsequentes são permanentes isto é não desaparecem quando a carga é retirada A Introdução e Propriedades dos Materiais 16 partir desse ponto não há mais a existência da proporcionalidade entre a tensão e a deformação ou seja a Lei de Hooke não é mais válida A Figura 04 b representa graficamente o comportamento tensãodeformação para um material com deformação plástica Figura 4 Diagrama tensãodeformação representando a uma deformação elástica e b uma deformação plástica Fonte Van Vlack 1970 Na Figura 05 o comportamento plástico do material inicia no ponto A cujo trecho AB representa o chamado patamar de escoamento do material levando a um aumento das deformações para um mesmo nível de tensão Figura 5 Diagrama tensãodeformação típico de um aço laminado a quente Fonte Helene 2008 29092016 2 TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Deformação ε É o efeito da tensão Expressa em cmcm ou em do comprimento inicial A deformação pode ser elástica ou plástica Plástica é irreversível elástica é reversível desaparece quando a tensão é removida ε σ tg α εσE PHelene Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Módulo de Elasticidade de Young ou de Deformação Longitudinal E É o quociente entre a tensão aplicada e a deformação elástica resultante Expresso em MPa E tg α E σ ε PHelene Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Ductilidade É a deformação plástica total até o ponto de ruptura Pode ser medida por Estricção redução da área da seção transversal em Área inicial Área final Estricção x 100 Área inicial Alongamento na ruptura também medido em Comprimento final Comprimento inicial Alongamento x 100 Comprimento inicial Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Estricção e Alongamento Ensaio de tração adaptação de PHelene Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Material Frágil Pouco se deforma antes da ruptura Obedece a Lei de Hooke até a ruptura Ex ferro fundido concreto e vidro plano PHelene Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Material dúctil com patamar de escoamento Apresenta patamar de escoamento definido que caracteriza a tensão fy denominada resistência de escoamento do aço à tração Ex aços doces com baixo teor de carbono classe A como os aços para concreto armado CA25 e CA50 PHelene a b A B C D Introdução e Propriedades dos Materiais 17 Em alguns materiais que não apresentam um patamar de escoamento definido admitese que a tensão de escoamento correspondente àquela que provoca uma deformação permanente igual a 02 conforme observado na Figura 06 Como exemplo desse tipo de comportamento podese citar o alumínio que também apresenta um com comportamento dúctil mas no seu diagrama tensãodeformação não há o patamar de escoamento Figura 6 Determinação do limite de escoamento convencional Fonte Helene 2008 4521 Ductilidade A ductilidade é uma propriedade importante para os materiais de Engenharia pois representa o nível de deformação plástica antes da ruptura de um dado material Quando um dado material apresenta deformação plástica muito pequena dizse que a sua ruptura é do tipo frágil Ao contrário quando um material apresenta uma elevada deformação plástica ele é chamado de dúctil Já um material quasefrágil é aquele que apresenta um comportamento intermediário devido às particularidades existentes em sua microestrutura 29092016 3 Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Material dúctil sem patamar de escoamento Não apresenta patamar de escoamento definido A deformação plástica que segue à elástica não é reversível A tensão fy convencional de resistência de escoamento do aço à tração corresponde a uma deformação plástica irreversível de 02 ExAços para concreto armado CA60 PHelene Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO METAIS FRÁGEIS E DÚCTEIS Frágil Muito Dúctil Dúctil ExFerro ExOuro Exaço CA25 fundido Ruptura Ruptura frágil dúctil JSCoutinho PHelene Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Dureza Definida pela resistência da superfície do material à penetração Escala Brinell de dureza BHN Brinell Hardness Number dd1d22 Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO TERMOS E MEDIDAS USADOS EM ENGENHARIA Tenacidade Medida da energia necessária para romper o material Expressa em kgfcm2 Um material dúctil com a mesma tensão de ruptura que um frágil é mais tenaz porque irá requerer uma maior energia para romperse 2 1 PHelene PHelene A2 A1 portanto o material 2 é mais tenaz Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO COMPORTAMENTO QUÍMICO Corrosão O pH do concreto protege o aço Ausência de cloro pH 105 Presença de cloro corrói sob qualquer pH Aço aumenta de volume em até 530 Estádio do Morumbi SP Granato BASF Prof Lauri Lenz Faculdade Educacional Araucária Materiais de Construção I AÇOS PARA CONCRETO COMPORTAMENTO FÍSICO Densidade 785 kgfdm³ Dilatação térmica αs 12105 m mºC é αconcreto 12x105 mmºC válido para temperaturas de 0 a 100ºC acima o coeficiente do aço fica significativamente maior Condutibilidade térmica 30 X maior que o do concreto Introdução e Propriedades dos Materiais 18 Figura 7 Representação esquemática do comportamento tensãodeformação para um material frágil e dúctil Fonte Callister 2002 Fonte Helene 2008 4522 Tenacidade A tenacidade é a capacidade que um material tem de absorver energia até a sua fratura correspondendo graficamente à área sob a curva tensãodeformação apresentada na Figura 08 para cada um dos materiais que compreende as etapas de prépico e pós pico de resistência Figura 8 Gráfico representativo da área da curva tensãodeformação Fonte Helene 2008 Introdução e Propriedades dos Materiais 19 4523 Fadiga Caso a tensão atuante em um dado material não ultrapasse a tensão de escoamento o material teoricamente estaria na fase elástica trecho AO da Figura 05 com a retirada da carga a deformação no corpo de prova seria reversível Sendo assim poderseia supor que um dado material pode ser carregado repetidas vezes desde que as tensões fiquem dentro do regime elástico Essa hipótese é válida para um baixo número de repetições do carregamento por outro lado para valores de repetição da ordem de milhares ou milhões ela deixa de ser válida Nesses casos pode ocorrer a ruptura por fadiga do material em que a tensão ocorre abaixo do valor da tensão de escoamento Invariavelmente a ruptura por fadiga é brusca apresentando um comportamento tipicamente frágil mesmo para materiais dúcteis 4524 Resiliência A resiliência consiste na habilidade de um material de absorver energia no regime elástico Dessa forma quando o material for descarregado isto é quando parar de sofrer a deformação elástica a resiliência garante a liberação da energia absorvida durante o carregamento fazendo com que o material retorne ao seu estado de origem Isso caracteriza o comportamento elástico dos materiais Graficamente a resiliência corresponde à área sob a curva tensãodeformação no regime elástico e é caracterizada pelo Módulo de Resiliência associado que por sua vez corresponde à energia por unidade de volume necessária para tensionar o material de zero até sua tensão de escoamento 453 Viscoelasticidade 4531 Fluência Denominase fluência a deformação lenta que acontece nos materiais devido à ação de cargas permanentes de longa duração sendo normalmente um fenômeno indesejável e que diminui a vida útil de um determinado material Introdução e Propriedades dos Materiais 20 O ensaio de fluência consiste basicamente em submeter um corpo de prova a uma carga ou tensão constante medindose a deformação que ocorre no material ao longo do tempo Como resultado do ensaio temse uma típica curva de fluência conforme ilustrado na Figura 08 Figura 8 Curva típica de fluência para uma tensão constante Fonte Callister 2002 Introdução e Propriedades dos Materiais 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHILDE Gordon A evolução cultural do homem Rio de Janeiro Jorge Zahar 1975 CHILDE Gordon Los origenes de la civilizacion Fondo de Cultura Económica Mexico 1996 BEER Ferdinand P JOHNSTON JR Resistência dos materiais Editora Makron Books do Brasil Ltda 3a ed 1995 HIBBERLER RC Resistência dos materiais 3a ed Livros Técnicos e Científicos 2000 ISAIA G Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais Ibracon MEHTA P K MONTEIRO PJM Concrete microstructure properties and materials 3 ed McGrawHill 2006 NASH WA Resistência dos materiais São Paulo Mc Graw Hill 1982 POPOV W Introdução à resistência dos materiais 1990 ROCHA MA Resistência dos materiais V I e II Rio de Janeiro Científica 1975 SCHIEL Frederico Resistência dos materiais Ed Harper e McGrawHill do Brasil 1992 TIMOSHENKO Gere Resistência dos materiais V 1 e 2 Livros Técnicos e Científicos 1983