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Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 1 Siganos em facebookcompsicologiapt O PAPEL DO PSICÓLOGO NA DOENÇA ONCOLÓGICA E AS SUAS FASES 2016 Vera Alexandra Barbosa Ramos Psicóloga Clínica e da Saúde Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pelo ISMAI Membro Efetivo da OPP Email de contato verinhabramoshotmailcom RESUMO O cancro leva o doente a estados exaustivos de luta acompanhados de sentimentos ansiosos stressantes e depressivos A psicooncologia tem um papel fundamental na medida em que aborda os aspetos psicossociais que envolvem o doente com cancro O doente canceroso vê a doença como uma ameaça uma vez qua se associa o cancro ao término da vida Este artigo tem o intuito de mostrar a importância da intervenção psicológica em pacientes oncológicos bem como nos seus familiares e intensificar o conhecimento sobre a doença Palavraschave Psicooncologia intervenção psicológica cancro Copyright 2016 This work is licensed under the Creative Commons Attribution International License 40 httpscreativecommonsorglicensesbyncnd40 Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 2 Siganos em facebookcompsicologiapt INTRODUÇÃO De acordo com Werebe 2000 o cancro é uma doença cujo significado é ameaçador para a maioria das pessoas pois está associado ao risco de morte e possibilidade de interrupção da trajetória existencial que exige do indivíduo acometido força e criatividade para suportar as mudanças O cancro é a doença com maior número de morte no mundo A doença oncológica apresentase como a segunda causa mais frequente de morte em Portugal com tendência a tornarse a pincipal causa INE 2014 A intervenção emocional nestas populações em situação de doença avançada a sua eficácia os instrumentos de avaliação e investigação apresentamse pouco exploradas com apenas algumas décadas Pujol 2003 Designamos de cancro à proliferação anormal das células doença que tem início nas células onde um conjunto de células forma um tecido e que por sua vez os tecidos formam os órgãos do nosso corpo Normalmente as células crescem e dividemse para formar novas células No seu ciclo de vida as células envelhecem morrem e são substituídas por novas células Quando este processo corre menos bem formamse células novas sem que o organismo necessite e ao mesmo tempo as células velhas não vão morrer formando assim um conjunto de células a mais o que designamos de tumor Mas atenção pois nem todos os tumores significam cancro Os tumores podem ser benignos ou malignos Os tumores benignos não são cancro uma vez que raramente põem a vida em risco a maior parte das vezes podem ser removidos e até regridem As células deste tipo de tumores não se disseminam para os tecidos em volta ou para outras partes do organismo Relativamente aos tumores malignos estes já são cancro e em regra geral são mais graves do que os tumores benignos uma vez que podem colocar a vida em risco Apesar de muitas vezes poderem ser removidos há a probabilidade de voltarem a crescer As células dos tumores malignos podem invadir e danificar os tecidos e órgãos circundantes A psicooncologia atua no sentido de encontrar formas de tratamento que atenuem o sofrimento do doente oncológico e que o estimule à adesão aos tratamentos necessários tratando assim da compreensão e do auxílio tanto para o paciente como para a sua família durante e depois do tratamento uma vez que o doente oncológico experiencia momentos de perdadiminuição de capacidades físicas sentimento de frustração sequelas emocionais e sentimentos de impotência Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 3 Siganos em facebookcompsicologiapt A DOENÇA ONCOLÓGICA E A INTERVENÇÃO AO LONGO DAS SUAS FASES Perante a presença de uma situação que se percebe como ameaçadora o individuo tende a utilizar os seus próprios recursos para a enfrentar a doença e as respostas emocionais podem transparecer por meio de respostas físicas e alterações de comportamentais Mateo Comas Schroder 1995 cit in Pujol 2003 Todas as pessoas reagem de formas distintas ao diagnóstico do cancro sendo que Seligman 1996 cit in Matos Pereira 2005 identificou as qualidades pessoais associadas a um bom prognóstico como o espírito de luta o evitamento positivo as relações fortes e de suporte e as competências para lidar com o stress e com situações adversas De acordo com a mesma autora a psicoterapia pode ajudar a alcançar os seguintes objetivos Tomar consciência dos próprios sentimentos emoções medos sobre a doença e sobre os tratamentos e acerca do futuro Diminuir níveis de depressão ansiedade e stress Desenvolver competências para lidar com o stress Desenvolver o sentimento de otimismo e de que tem poder sobre a doença espírito de luta Adquirir alguma sensação de controlo e de autoeficácia Desenvolver competências de comunicação e assertividade para as poder usar com a família amigos e equipa de saúde Recorrer a sistemas de suporte incluindo o psicólogo Adquirir informação sobre a doença e esclarecer as dúvidas sem medos Tomar conscientemente decisões acerca do tratamento e de outras questões Reduzir efeitos secundários dos tratamentos Manter o autoconceito durante o processo Lidar com questões espirituais ou existenciais relacionadas com o cancro Criar um estilo de vida mais saudável e estabelecer hábitos de vida rotinas mais saudáveis Lidar com os medos de recidiva e morte Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 4 Siganos em facebookcompsicologiapt A doença oncológica passa por três estádios em que o primeiro é constituído por três fases Pereira Lopes 2005 O primeiro estádio é a fase que vai até ao diagnóstico A primeira fase deste estádio é o prédiagnóstico Aqui a intervenção deve ser feita através da integração das experiências passadas partilhando os sentimentos e emoções que estão presentes durante o pré diagnóstico explicando sempre que os seus sentimentos fazem parte da normalidade devido ao seu estado Aqui as pessoas podem começar a questionar a sua vida como será se algo lhes acontecer e na minha opinião é essencial explorar os sentimentos do doente as suas dúvidas as expectativas e incutirlhe de que todas essas sensações são normais No fundo é estar presente criando uma relação empática que permita haver relação de confiança pois isso irá transmitir uma maior segurança para o doente Numa segunda fase designada de diagnóstico inicial há o choque e a negação da doença e aqui o foco da intervenção passa pela modelagem do impacto psicológico do diagnóstico através do incentivo ao paciente para este falar sobre a sua situação de forma livre bem como a maneira como está a encarar os sentimentos respeitando sempre os silêncios com intuito da descarga da tensão e das emoções O facto de o doente oncológico falar de forma livre sobre as suas preocupações e crenças alivia a tensão o que automaticamente leva à melhoria do bemestar emocional e físico Assim o doente estará mais disponível para refletir sobre as decisões a tomar acerca dos tratamentos adotando assim maior autocontrolo sobre a sua situação Numa terceira fase deste primeiro estádio que se define pelo impacto do diagnóstico onde há bastante stress e depressão é crucial fornecer suporte através da escuta isto é ouvir o doente falar das suas angústias preocupações transmitindo empatia e mostrar que não está sozinho Relativamente à redução do stress da ansiedade e da tensão deve ser explicado ao doente que o distress inicial é natural e que há mais alternativas que pode utilizar além da medicação para se poder acalmar através por exemplo de técnicas de relaxamento como a respiração diafragmática o relaxamento muscular exercícios de visualização guiada e a prática de exercício físico com intuito de aliviar a tensão psíquica e emocional Devese promover o debate livre e aberto sobre os seus medos evitando os pensamentos negativos e as crenças irracionaisdisfuncionais diminuindo assim a probabilidade de um quadro depressivo e ao mesmo tempo fornecer incentivo de espírito de luta Num segundo estádio que passa pela aceitação do diagnóstico ao tratamento é importante explicar as características da doença e o processo do tratamento a duração do tratamento os efeitos secundários bem como a importância da adesão aos tratamentos Na minha perspetiva as pessoas sendo seres únicos são divergentes têm uma personalidade única reagem de formas diferentes perante as adversidades e devese ter esse fator em consideração A prioridade é o bemestar psicológico do doente oncológico e na minha opinião o mais importante neste estádio será auxiliar o doente a encontrar um equilíbrio entre a sua condição vulnerável e o seu controlo e bemestar emocional onde o apoio quer dos familiares quer dos amigos é indispensável Neste estádio ainda é importante incentivar para a pesquisa bibliográfica biblioterapia acerca da doença e dos tratamentos e o registo dessas informações com objetivo de preparar o doente para as possíveis complicações que podem advir Outro foco de intervenção é tentar manter o doente ocupado para se Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 5 Siganos em facebookcompsicologiapt abstrair e evitar o isolamento através do envolvimento interpessoal quer com outros doentes com outras pessoas família funcionários e outros profissionais bem como reformular os pensamentos cognitivos irracionais usando as técnicas da disputa racional reestruturação cognitiva e testes de evidência Outro objetivo é promover o aumento da qualidade de vida do doente através da aquisição de hábitos de vida saudáveis e construir uma lista com as prioridades e objetivos de vida a realizar a curto e médio prazo dando ênfase aos momentos de lazer e prazer Nesta fase a intervenção deve passar ainda pelos efeitos secundários do tratamento onde se deve ajudar a preparar o doente para o caso de ter queda de cabelo por exemplo questionarlhe como gostaria de contornar essa situação usar lenço colocar chapéus ou perucas etc e a dessensibilização sistemática A intervenção na dor deve ser realizada através da implementação de técnicas de modelagem treino de respiração e estratégias de relaxamento treino imagético hipnose e o placebo Deve ser explicado ao doente que a sua doença também tem impacto na sua família e que este é um fenómeno natural O incentivo de combate ao isolamento deve estar igualmente presente permitindo a descoberta das vantagens da comunicação livre e aberta promovendo dinâmica e envolvimento familiar No terceiro estádio que é o período do tratamento em diante é importante fomentar a manutenção de uma vida com qualidade incentivando uma vida saudável e respeitando as recomendações dos profissionais de saúde e a prevenção da recaída através do acompanhamento médico e followup onde se fomenta a importância de continuar a falar dos seus pensamentos e medos Se a morte é uma possibilidade devemos perceber o grau de compreensão e de necessidade em saber a verdade por parte do doente e devolver as questões ao mesmo para que seja ele próprio a responder a essas questões de forma cuidadosa Muitas vezes os familiares e amigos mais próximos têm tendência a pensar que quem está a passar pela fase mais pesada é o doente e que como familiar têm obrigação de suportar no entanto isso não é verdade Os familiares que não se apoiam e que tentam suportar toda esta fase sozinhos poderão com o tempo ter necessidade de se afastar por chegarem ao ponto de exaustão O ajustamento emocional e a capacidade para enfrentar a situação deve ser promovido através de incentivos para o doente expressar os seus sentimentos preocupações e medos encorajandoo para as suas capacidades e a viver um dia de cada vez podendo ser utilizadas técnicas como a cadeira vazia na qual o doente dialoga com o cancro com a morte ou com outro tema ou pessoas com a qual tenha ficado algo por solucionar e a redução da dor através da imaginação e distração através da visualização de imagens mentais agradáveis e concentração nas sensações físicas com o objetivo de as modificar imaginar a dor a sair pelas pernas o relaxamento e o redirecionar do pensamento negativo para o positivo É ainda fundamental dar tempo e espaço ao doente para este sentir que está a ser compreendido e ouvido sem que lhe façam juízos de valor adotando uma postura que transmita afeto e respeito aceitando o doente assim como ele é transmitindolhe segurança Sofrer de uma doença oncológica afeta os pacientes não só fisicamente como também psicologicamente mas também estamos a falar de uma doença que afeta a dimensão social e Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 6 Siganos em facebookcompsicologiapt comportamental Estas estratégias de coping utilizadas pelos doentes oncológicos acabam por ser mediadoras do processo de recuperação pois aprendem a lidar melhor com a doença e acabam por promover uma melhor qualidade de vida em termos psicológicos destes doentes Constatase que é crucial o papel do psicólogo no doente oncológico apesar de ser ainda uma área com alguma carência Neste sentido o psicólogo poderá intervir a vários níveis no contexto da doença oncológica seja prédiagnóstico diagnóstico pré e póstratamento e morte É ainda importante ter em consideração de que a intervenção não se limita ao doente devendo sempre que possível alargarse à família e a terceiros como amigos etc pois quando há um diagnóstico de cancro apesar de o paciente ser a pessoa mais afetada diretamente os familiares amigos e entes queridos são igualmente abalados e por vezes demonstram grandes dificuldades em lidar com o próprio doente IMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS E FÍSICAS PARA O DOENTE ONCOLÓGICO E SEUS FAMILIARES Os problemas emocionais e o sofrimento psicossocial são comuns quando os indivíduos se confrontam com uma doença oncológica tendo em consideração também que associam imediatamente a doença à morte que muitas vezes essa crença é irracional e distorcida o que leva automaticamente à diminuição da autoestima à perda de motivação para continuar a lutar e aos pensamentos negativos A vulnerabilidade psicossocial à doença oncológica é específica para cada indivíduo e depende além das circunstâncias em que ela ocorre do significado pessoal atribuído à doença Este é afetado pela perceção individual do impacto da doença no próprio doente e no seu plano de vida Relativamente às crianças submetidas a longos períodos de internamento isolamento eou tratamento estas podem apresentar ruturas ou perda das habilidades da vida diária perda de interesse e vontade entregandose a um viver passivo e dependente Valle 1997 O desenvolvimento básico nas crianças com cancro continua a efetuarse mesmo quando elas têm de enfrentar estas situações de grande stress relacionadas com a sua doença Araújo 2011 Face a uma ameaça biológica com uma determinada potência a imunocompetência ou seja a capacidade do sistema imunológico proteger o corpo num determinado momento estará relacionada com os fatores psicossociais que afetam o sistema imunológico Entre estes fatores contamse os estados emocionais o tipo e a intensidade de stress que a pessoa está a enfrentar as características de personalidade e a qualidade das relações sociais Maia 2002 A relação entre stress e doença começa por ser estabelecida por Selye 1976 sugerindo que os stressores crónicos contribuíam para um estado de exaustão do organismo colocando em causa o Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 7 Siganos em facebookcompsicologiapt seu equilíbrio Assim as respostas que envolvem as ligações entre cérebro hormonas e sistema imunológico passariam ao fim de um determinado tempo a ter dificuldades em lidar com o stress e as manifestações de doença ocorreriam num grau que poderia conduzir até à morte Após o diagnóstico são comuns alguns comportamentos por parte do doente como por exemplo o choque e a negação Progressivamente vai reconhecendo a realidade patológica em que se encontra e aceitar a doença mas atenção de forma gradual É importante salientar que a depressão no doente se desenvolve mais quando este conclui o tratamento e volta a integrar nas atividades quotidianas Os doentes oncológicos sofrem naturalmente um grande impacto psicoemocional como elevados estados de tensão emocional alterações neurocognitivas incluindo o delírio sentimentos de vulnerabilidade tristeza pânico isolamento social rejeitam estar com pessoas e sair de casa medo e incerteza do futuro ansiedade alterações no apetite e no sono A nível físico é comum apresentarem náuseas fadiga preocupações com a lida da casa e com a família sentindose inúteis por não poder ajudar estando também presente a desvalorização pessoal Todas estas dificuldades psicológicas e físicas condicionam a sua qualidade de vida Aquilo que mais preocupa estes doentes diz respeito ao sentimento de falta de controlo sobre a própria vida medo da solidão e medo da morte sentimento de impotência e fracasso receio até do próprio tratamento Na fase terminal da doença os Cuidados Paliativos surgem então com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos doentes e famílias que enfrentam uma doença associada com o risco de vida através da prevenção e alívio do sofrimento por meio da identificação avaliação e tratamento da dor e outros problemas físicos psicossociais e espirituais OMS 2002 Durante este percurso o doente pode passar por momentos de negação com sentimentos de raiva a culpa a sensação de perda de controlo sente que mais ninguém o poderá ajudar que tem o futuro condicionado a sensação de objetivos que ficaram por realizar e alcançar diminuição da esperança e da autoestima que fica comprometida principalmente à medida que o individuo vai perdendo a sua autonomia Selfridge 1990 cit in Matos Pereira 2005 O psicólogo pode contribuir para a reconstrução da autoimagem e autoestima do paciente oncológico Também a família é alvo de intervenção pois também se vê afetada emocionalmente devido ao diagnóstico Para reduzir os estados ansiosos nos doentes oncológicos adultos são importantes as intervenções comportamentais e a hipnose que não só reduzem os níveis de ansiedade mas também a depressão a raiva e o stress trazendolhes alívio no estado emocional desagradável permitindo uma manutenção de relações interpessoais ocupacionais sociais e sexuais saudáveis contribuindo assim através da psicoterapia para uma melhor qualidade de vida do doente Com isto ajudase o doente a identificar as suas próprias emoções os seus medos desenvolver otimismo incentivando a luta no combate à doença recuperar relações positivas a autoestima e autoconceito estabelecendo assim rotinas mais saudáveis A psicoterapia tem assim um elevado impacto na mudança de atitudes do doente conduzindo para uma maior adesão às recomendações médicas e à promoção de comportamentos saudáveis Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 8 Siganos em facebookcompsicologiapt CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente artigo procurouse reconhecer a importância da intervenção psicológica em pacientes oncológicos que tem como objetivo minimizar o sofrimento e procurar respostas adaptativas para as mudanças no paciente Sofrer de uma doença oncológica afeta psicologicamente os pacientes mas também os afeta no contexto físico social e comportamental Quando chega o diagnóstico de cancro não é apenas o paciente que fica afetado mas também os seus familiares e amigos que por vezes revelam elevado sofrimento pelas dificuldades em lidar com o próprio doente Há mudança nas rotinas nas atividades do quotidiano nos papéis nas relações com os outros onde há pensamentos de que o significado da vida mudou Cada doente tem a sua história individual no processo da doença o antes o durante e o depois e se estas caraterísticas forem desvalorizadas e se todos os doentes forem tratados como se de uma teoria se tratassem com etapas e estádios rígidos a intervenção psicológica pode estar comprometida É crucial reduzir os estados ansiosos e depressivos nos doentes oncológicos bem como a raiva e o stress para aliviar o seu estado emocional desagradável permitindo assim uma manutenção de relações interpessoais ocupacionais sociais e sexuais saudáveis contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida do doente É bom lembrar que cada doente apresentase como um caso individual como um pessoa singular que tem as suas próprias características especificidades competências e dificuldades particulares Seligman 1996 cit in Matos Pereira 2005 deve ser compreendido na sua totalidade incluindo fatores religiososespirituais para que o doente seja respeitado em toda a sua singularidade incluindo as suas crenças e valores Fornazari Ferreira 2010 Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 9 Siganos em facebookcompsicologiapt REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alves C J G Morais A H 2001 A arte como atividade lúdica e criadora no ambiente hospitalar In Jornada Goiana de Arteterapia 1 pp 2729 Araújo M 2011 A doença oncológica na criança Porto Coisas de ler Bennett P 2002 Introdução Clínica à Psicologia da Saúde Manuais Universitários Lisboa Climepsi Fornazari R Ferreira S 2010 ReligiosidadeEspiritualidade em Pacientes Oncológicos Qualidade de Vida e Saúde Psicologia Teoria e Pesquisa Vol 26 2 pp 265272 Friedberg R D McClure J M 2004 A prática clínica de terapia cognitiva com crianças e adolescentes Porto Alegre Artmed INE Instituto Nacional de Estatística 2014 Estatísticas da Saúde Pereira M Lopes C 2005 O doente oncológico e a sua família 2ª ed Lisboa Climpesi Editores Pereira M Lopes C 2005 O doente oncológico na Fase Terminal In Pereira Lopes Eds O doente oncológico e a sua família 2ª ed pp 5870 Lisboa Climepsi Editores Tavares J 2006 A dor e o efeito placebo Revista SPA 15 4 pp 1317 Werebe D M 2000 Depressão no câncer Em R Fráguas Jr J A B Figueiró Orgs Depressão em medicina interna e em outras condições médicas depressões secundárias pp 159164 São Paulo Atheneu Psicologiapt ISSN 16466977 Documento publicado em 06112016 Vera Alexandra Barbosa Ramos 10 Siganos em facebookcompsicologiapt Maia A 2002 Emoções e sistema imunológico um olhar sobre a psiconeuroimunologia Revista Psicologia Teoria investigação e prática 7 2 Matos P Pereira G 2005 Áreas de intervenção na doença oncológica In Pereira Lopes Eds O doente oncológico e a sua família 2ª ed pp 1525 Lisboa Climepsi Editores Matos P PereiraG 2005 Psicoterapia com doentes oncológicos e seus familiares In Pereira Lopes Eds O doente oncológico e a sua família 2ª ed pp 2748 Lisboa Climepsi Editores Organização Mundial de Saúde OMS 2002 National cancer control programmes policies and managerial guidelines Geneva 2ª ed Pujol M 2003 Impacto emocional y tratamento psicológico durante la fase terminal In M Trill Eds Psicooncologia pp 628646 Madrid ADES ediciones Selye H 1976 The stress of life New York MacgrawHill Valle E R M 1997 Câncer Infantil compreender e agir Campinas Psy