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Texto de pré-visualização
PROFESSORA Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski Atenção Farmacêutica e Serviços Farmacêuticos ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4 Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 PRODUÇÃO DE MATERIAIS Coordenador de Conteúdo Sidney Edson Mella Junior Designer Educacional Patrícia Ramos Peteck Curadoria Fernanda Brito Revisão Textual Cindy Mayumi Okamoto Luca Editoração Caroline Casarotto Andujar Larissa Luiz de Souza e Matheus Silva de Souza Ilustração Andre Luis Azevedo da Silva Eduardo Aparecido Alves e Geison Ferreira da Silva Fotos Shutterstock Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Universidade Cesumar UniCesumar U58 FICHA CATALOGRÁFICA Impresso por Bibliotecária Leila Regina do Nascimento CRB 91722 Núcleo de Educação a Distância Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos peloa autora Atenção Farmacêutica e Serviços Farmacêuticos Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski Indaial SC Arqué 2023 280 p il ISBN papel 9788545925460 ISBN digital 9788545925422 Graduação EaD 1 Farmácia 2 Serviços 3 Farmacêuticos 4 Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski I Título CDD 615 AVALIE ESTE LIVRO ACESSE O QRCODE CRIAR MOMENTOS DE APRENDIZAGENS INESQUECÍVEIS É O NOSSO OBJETIVO E POR ISSO GOSTARÍAMOS DE SABER COMO FOI SUA EXPERIÊNCIA Conta para nós leva menos de 2 minutos Vamos lá DIGITE O CÓDIGO 02511438 RESPONDA A PESQUISA Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski Olá queridoa alunoa Eu quero te contar quem é professora Patrícia muito prazer Eu estou aqui para te conduzir na busca pelo conhecimento e também para compartilhar conhecimentos Sou uma farmacêutica apaixonada pela profissão Desde pequenina sonhava em ser farmacêutica Eu brincava de embrulhar as caixinhas de remédio e aplicava injeção nas bonecas Eu fiz magistério por falta de opção e dizia nunca serei professora serei farmacêutica Entrei na faculdade e logo descobri que tinha nascido para ensinar Co mecei a dar aulas particulares para os meus colegas de classe para poder pagar as mensalidades que pesavam no bolso dos meus pais que são professores Acredite eu tinha um caderninho de fiado para as aulas que dava Saí da universidade e passei em um processo seletivo para a mesma universidade em que me graduei no campus de Toledo Lá eu fiz a minha carreira e fui docente por 13 anos sendo que desses fui a coordenadora do curso de Farmácia por 9 anos Saí dessa universidade em 2012 e fui ajudar a construir uma universidade corporativa da indús tria farmacêutica em que atuei por 3 anos e meio Depois disso atuei como docente em uma instituição de ensino superior em Cascavel e atualmente sou coordenadora pedagógica de um polo EaD em Toledo Hoje também me dedico à produção de conteúdo no Instagram Tenho um canal no YouTube e tenho cursos online na área de serviços farma cêuticos um dos temas que vamos desenvolver aqui Eu vou dar o meu melhor aqui pois o meu propósito é impactar po sitivamente a vida de todas as pessoas que passam pela minha vida Preparese pois a nossa convivência neste material de aprendizagem será incrível Um beijo da professora Patrícia httpbuscatextualcnpqbrbuscatextualvisualizacvdo Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim além das informações do meu currículo Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor Sempre que encontrar esse ícone esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bemvinda Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados ampliando as discussões sobre os temas RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento você terá a oportunidade de explorar termos e palavraschave do assunto discutido de forma mais objetiva ATENÇÃO FARMACÊUTICA E SERVIÇOS FARMACÊUTICOS Começaremos este estudo lembrando que o farmacêutico é o profissional do medicamento e que as farmácias são estabelecimentos de saúde No entanto qual é o papel do farmacêutico na atenção farmacêutica e o que ela significa na vida de nossos pacientes Para entender tudo isso conheceremos alguns farmacêuticos muito especiais e que já fizeram história Eu também te convido a escrever uma história linda em sua profissão depois de fazer esta disciplina e ler este livro na íntegra Para que você comece a ter noção do que a atenção farmacêutica pode fazer na vida do paciente eu preciso compartilhar um fato real contigo Aconteceu com a minha família e com a farmacêutica aqui Há cerca de 6 anos fizemos uma viagem de férias para a Serra Gaúcha Fomos conhecer o Vale dos Vinhedos e Gramado Ah como é lindo Passamos pela cidadezinha de Carlos Barbosa onde estava acontecendo a festa do queijo e do vinho É uma festa típica da região Ela acontece todos os anos no mês de julho e digase de pas sagem é maravilhosa Na noite em que fomos a essa festa claro todos tomamos muito vinho Na manhã seguinte seguimos viagem em comboio para Gramado Estávamos em três carros e pelo caminho algo muito estranho aconteceu meu esposo por três vezes sofreu apagões ao volante do carro Na terceira vez ele bateu de leve na traseira do carro do meu primo Depois da batida eu assumi o volante e então chegamos em Gramado Eu não me conformava Meu esposo é um ótimo motorista cauteloso atencioso prudente por que teria feito aquilo Eu me perguntava e os demais que viajavam conosco também não entenderam nada A viagem seguiu e eu depois de dois dias ainda em Gra mado comecei a ligar os pontos e a fazer as perguntas que eu teria feito para um paciente se estivesse em um atendimento de atenção farmacêutica Detalhe casa de ferreiro espeto de pau Eu não fiz as perguntas Eu então lembreime de que na véspera da viagem ele foi ao gastroenterologista que fez o diagnóstico de uma gastrite severa Dentre os medicamentos prescritos estava o Lisador dipirona cloridrato de prometazina e cloridrato de adifenina Meu marido então estava tomando o medicamento de 8 em 8 horas desde a véspera da viagem Agora eu quero que você pare para pensar na relação presente entre a formulação do Lisador e o que aconteceu conosco logo no primeiro dia de viagem a festa do vinho e o quase acidente ocorrido O que poderia ter acontecido com o meu esposo Eu vou te dizer eu fiquei com tanta raiva de mim Como pode uma farmacêutica mestre em Farmacologia e docente de Farmacologia não ter percebido o que estava acontecendo O que tinha acontecido com o meu esposo Eu já te adianto que a atenção farmacêutica pode identificar que o que ocorreu é chamado de Problema Rela cionado a Medicamentos PRM E qual é o problema Como isso ocorreu Você descobrirá junto a mim durante as nossas aulas Espero que esteja preparadoa Durante o período que passaremos juntos nesta disciplina eu quero que você esteja abertoa ao novo ao conhecimento e ao entendimento da magnitude da atenção farmacêutica para a vida profissional do farma cêutico e para a vida do paciente Mais que isso mergulharemos na história da Farmácia Clínica em nosso país Conheceremos o panorama histórico e os conceitos básicos da Farmácia Clínica e do cuidado farmacêutico no Brasil Passearemos pela história linda que cerca o desenvolvimento da atenção farmacêutica no Brasil Em seguida falaremos um pouco da Saúde Baseada em Evidências e da Farmacoepidemiologia Depois estudaremos o método clínico farmacêutico Na sequência destacaremos a importância das habilidades de comunicação para a prática clínica Posteriormente conversaremos um pouco sobre a revisão da Farmacoterapia Logo depois exploraremos os métodos para seguimento farmacoterapêutico e de registro Além disso saberemos como são realizados o manejo dos problemas de saúde autolimitados e a prescrição farmacêutica Para concluir os nossos estudos estudaremos os principais serviços farmacêuticos a saber atenção farmacêutica domiciliar aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos temperatura corporal pressão arterial e glicemia capilar perfuração do lóbulo auricular para a colocação de brincos e por fim a parte que a professora aqui mais ama administração de medicamentos Sim estou falando inclusive dos injetáveis E aí você tem alguma dúvida de que esta disciplina será incrível Eu costumo dizer que a Atenção Farmacêutica é uma atividade essencial dentro do grande leque da assistência farmacêutica Ela é tão especial que permite que o profissional farmacêutico desenvolva um relacionamento muito íntimo e direto com o paciente Os principais objetivos são atingir resultados terapêuticos que contribuam para a qualidade de vida e sobretudo que a farmacoterapia seja racional Desse modo o meu objetivo com esta importante disciplina é levar a você futuroa farmacêuticoa a base a fundamentação teórica de metodologias e modelos de estudos em Atenção Farmacêutica além de desenvolver habilidades farmacêuticas para a promoção do uso seguro e racional de medicamentos Espero que ao final você esteja aptoa para resolver os problemas relacionados ao uso de medicamentos estabelecer objetivos terapêu ticos para o seu paciente e propor em comum acordo com ele ações e métodos para garantir o seguimento da farmacoterapia É um trabalho em conjunto e você é o sujeito essencial para que esse processo aconteça Diante desta importante missão que cabe a você futuroa farmacêuticoa eu preciso que você não tenha medo de ousar de arriscar de tentar e de aprender Seja curiosoa e não se satisfaça com pouco A sede em saber cada vez mais isto é a sede de estar cada vez mais perto do conhecimento para dessa maneira ajudar o seu paciente deve nortear oa profissional farmacêutico que desenvolverá a atenção farmacêutica O meu maior desejo em relação à nossa disciplina é que você consiga se preparar e se fundamentar com base em todos os conceitos e nos ensinamentos apresentados a fim de exercer a Atenção Farmacêutica em toda a sua magnitude Todos os recursos utilizados nesta unidade de conteúdo para te conduzir ao conhecimento foram pensados com muito carinho por mim e por toda a nossa equipe de designers da Unicesumar Esperamos que o seu aprendizado seja incrível 1 2 4 3 5 6 99 11 73 37 PANORAMA HISTÓ RICO E CONCEITOS BÁSICOS DA FAR MÁCIA CLÍNICA E DO CUIDADO FAR MACÊUTICO 143 MANEJO DE PRO BLEMAS DE SAÚDE AUTOLIMITADOS E PRESCRIÇÃO FAR MACÊUTICA I MÉTODO CLÍNICO FARMACÊUTICO SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS E FARMACOEPIDE MIOLOGIA HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO PARA A PRÁTICA CLÍNICA REVISÃO DA FAR MACOTERAPIA 119 7 8 9 167 217 197 MANEJO DE PRO BLEMAS DE SAÚDE AUTOLIMITADOS E PRESCRIÇÃO FAR MACÊUTICA II SERVIÇOS E PRO CEDIMENTOS FARMACÊUTICOS II SERVIÇOS E PRO CEDIMENTOS FARMACÊUTICOS I 1 Nesta unidade você terá a oportunidade de conhecer o panorama histórico e os conceitos básicos da farmácia clínica e do cuidado farmacêutico no Brasil Você entenderá como a farmácia clínica teve início em 1977 Iniciaremos a nossa disciplina com muitas his tórias de farmacêuticos que sempre estiveram à frente do próprio tempo Além disso você saberá o motivo pelo qual inicialmente atribuíase grande ênfase ao ensino da bioquímica em detrimento do aprofundamento de outros conteúdos que são indispensáveis ao exercício de atividades relacionadas ao medicamento Panorama Histórico e Conceitos Básicos da Farmácia Clínica e do Cuidado Farmacêutico Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 12 A preocupação com o usuário de medicamentos começou a ganhar força na década de 1960 diante do uso indiscriminado da Talidomida e das consequências nefastas que isso provocou Tornouse imprescindível a avaliação clínica de novas drogas e o acompanhamento do uso em larga escala dos medicamentos comercializados Você já deve ter ouvido alguém falar eou lido muitas histórias sobre medicamentos Com certeza você conhece o caso da Talidomida um medicamento a princípio inocente e usado para o tratamento de náusea na gestação mas que levou ao nascimento de cerca de 12 mil crianças com má formação O caso da Talidomida representa sem dúvida alguma um marco na regulação de medicamentos No entanto qual é a relação que o caso da Talidomida tem com o farmacêutico e o desenvolvimento da farmácia clínica Defronte ao maior envolvimento do farmacêutico nas questões relacionadas ao uso de medi camentos pelos pacientes passam a existir termos importantes como o Problema Relacionado ao Medicamento PRM que toma forma na significação dada pelo profissional farmacêutico Entretanto por que isso é tão importante para a farmácia clínica e o paciente Com o advento da farmácia clínica começam a surgir algumas ciências como a farmacoepi demiologia e a farmacovigilância que mediante o acompanhamento sistemático da utilização do medicamento melhoram a segurança do usuário de medicamentos Isso é possível graças ao papel crucial do farmacêutico O papel do farmacêutico é ressignificado com o advento da farmácia clí nica e a atenção farmacêutica Eventos como o da Talidomida passam a ser cuidados e monitorados pelo profissional do medicamento o farmacêuti co O surgimento da farmácia clínica resgata o papel do farmacêutico junto ao paciente na promoção do uso seguro e racional de medicamentos Imaginese daqui a alguns anos você estará recémfor madoa e trabalhará por exemplo em uma Unidade Básica de Saúde UBS Você colocará em prática tudo o que aprendeu nesta discipli na Como será participar de todo o processo envolvido na prescrição do médico na UBS Quais orientações você repassará para o paciente quando dispensar a medi cação dele Quais serão as análises que você fará por UNICESUMAR UNIDADE 1 13 exemplo quando ler a prescrição do médico e cruzála com as informações que já tem sobre o paciente na farmácia Imagine por exemplo que o seu paciente é cadastrado no programa de saúde mental e faz uso de importantes anticonvulsivantes Você aplicará os seus conhecimentos em farmácia clínica e farmacologia a fim de en contrar possíveis PRM que possam estar ocorrendo com o seu paciente É importante que você entenda o quanto a farmácia clínica e a atenção farmacêutica têm esse aspecto gritante o cuidado ao paciente e a busca pelo uso seguro e racional de medicamentos Preparese para mergulhar nesse universo e com preender o quanto você pode impactar a vida de um paciente com esses conhecimentos Preparese para descobrir como o profissional farmacêutico pode impactar de forma tão considerável as discussões clínicas a reso lução de problemas relacionados aos medicamentos e tornarse o protagonista das ações clínicas que visam ao uso seguro e racional de medicamentos Agora quero te convidar a redigir o seu Diário de Bordo da disciplina Tenha o hábito de anotar os temas mais importantes e aquilo que é novidade para você Você perceberá que quando chegar ao final da disciplina terá encontrado as respostas para todas as suas dúvidas e anotações Esse é o nosso principal objetivo 14 A farmácia enquanto profissão tem história desde o tempo do Império Para que você tenha uma noção a primeira legislação federal que se tem registro na história da farmácia é o Decreto nº 20377 do saudoso Presidente Getúlio Var gas quando em 1931 declarou a farmácia como estabelecimento profissional do farmacêutico A declaração do presidente parecia muito boa No entan to no mesmo ano a natureza profissional da farmácia foi desca racterizada pois foi es tabelecida a possibili dade de o farmacêutico participar de sociedade como leigo com um mínimo de 30 do ca pital da empresa Pre servavase a responsa bilidade técnica dele pelo estabelecimento uma discrepância sani tária acolhida por far macêuticos da época como uma conquista da categoria Reflita você não precisa permanecer de quatro a cinco anos em uma universidade para fazer isso Depois de décadas o Conselho Nacional de Educação CNE rendese à evidência do autêntico aban dono da farmácia pelo farmacêutico e edita a Resolução nº 469 a qual significa uma pro funda mudança no ensino da Farmácia Isso resulta na opção de parcela significativa do alunato pelas análises clínicas Naquela época era evidente que o modelo de ensino adotado no Brasil contemplava a formação a partir de habilitações nas seguintes áreas análises clíni cas industrial ou de alimentos As disciplinas de clínicas como farmacologia clínica farmacoterapia e semiologia simplesmen te inexistiam na prática Por outro lado outras disciplinas como quí mica orgânica química analítica e físicoquími ca dominavam o ciclo básico BISSON 2016 Em decorrência disso muita importância se deu ao ensino da Bio química em detrimento do aprofundamento de outros conteúdos que também são indispen sáveis ao exercício de atividades relacionadas ao medicamento pelo futuro farmacêutico Também é válido sa lientar que as atividades vinculadas ao paciente eram deixadas de lado Em 1973 foi editada a Lei nº 5991 que trata essencialmente do co mércio farmacêutico Naquela época o pro fissional farmacêutico era uma peça rara em farmácias Ele quase de sapareceu O que tínhamos eram profissionais farmacêuticos que simplesmente assinavam pela farmácia Você já deve ter ouvido histórias como essa Explicálaei melhor o farmacêutico era considerado o responsável técnico pela farmácia mas não prestava a assistência devida A popula UNICESUMAR UNIDADE 1 15 ção não recebia a atenção clínica do farmacêutico e infelizmente permanecia à mercê do mercan tilismo de alguns proprietários de farmácias Dois anos mais tarde eu estava nascendo Eu nem sonhava em ser farmacêutica e a Farmácia Hospitalar era incluída como disciplina curri cular no curso de graduação em Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Não é difícil depreender que os farmacêuticos que se enveredaram pela Farmácia Hospitalar no Brasil até o final da década de 1970 o fi zeram por absoluto autodidatismo haja vista a escassez de bibliografia especializada e a in cipiência de conteúdos pertinentes nos cursos de graduação em Farmácia o que amplia ainda mais a dimensão dos méritos deles Em 1979 o Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal implantou o primeiro Serviço de Farmácia Clínica e o primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM do Brasil Na década de 1980 começam a surgir nos cursos de Farmácia de algumas univer sidades brasileiras as disciplinas Farmácia Hospitalar Farmácia Clínica e Farmacotera pia iniciando as atividades clínicas também fora dos hospitais De lá para cá foram muitos os cursos de es pecialização em Farmácia Hospitalar implanta dos Vale ressaltar que esses cursos representam um divisor de águas na história da farmácia hos pitalar no Brasil principalmente porque os mais de 200 farmacêuticos que deles participaram habilitaramse a implantar ou a implementar serviços de farmácia hospitalar em hospitais de todos os estados da federação STORPIRTIS et al 2008 Em 1995 com a criação da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar SBRAFH e a realização de vários congressos de âmbito nacional foi possível evidenciar o desenvolvi mento da farmácia hospitalar no Brasil É somente na década de 1990 que o farma cêutico tem retorno às origens e reencontra a vocação assistencial e clínica nos hospitais farmácias e drogarias Além disso começa a encontrar espaço na indústria farmacêutica em departamentos de pesquisa clínica serviço de atendimento ao cliente SAC e farmacovi gilância Surge nessa época a atenção farma cêutica Hoje considerada a principal atividade do farmacêutico em farmácia clínica a atenção farmacêutica se baseia no processo anamnese análiseorientaçãoseguimento e utiliza conhe cimentos de farmacoterapia patologia semio logia interpretação de dados laboratoriais e relações humanas BISSON 2016 A atenção farmacêutica veio acompanhando uma tendência mundial iniciada nos anos de 1990 com a proposta concreta de reaproximar definitivamente o farmacêutico do paciente Dessas evidências temse agora um novo con tingente de farmacêuticos diferenciados pela verticalização de conhecimentos sobre a na tureza clínica do medicamento e não menos vigilante no que tange às reações adversas em uma incessante busca pela racionalidade do uso dos medicamentos STORPIRTIS et al 2008 Também houve um movimento chamado me dicina baseada em evidências Esse movimento tem sido cada vez mais presente nas nossas vidas e na sua vida acadêmica Com certeza você já teve outros professores que conversaram sobre isso e já demonstraram a importância da temáti ca Nesse movimento os protocolos clínicos são muito valorizados e a busca por melhores condu tas terapêuticas passa a ser um determinante no acompanhamento clínico de um paciente Adivi nha quem é o profissional que passou a ser uma das peçaschave nesse processo O farmacêutico em especial em detrimento dos vastos conheci mentos farmacoterapêuticos que detém 16 Com a introdução do perfil generalista nos cursos de Farmácia a partir de 2002 cresceuse a preo cupação com as atividades clínicas a serem desenvolvidas pelo farmacêutico Em decorrência disso algumas disciplinas como Farmácia Clínica Farmacoterapia e Atenção Farmacêutica passam a fazer parte do currículo de várias faculdades de Farmácia No Código de Ética da Profissão Farmacêutica regulamentado pela Resolução do Conselho Federal de Farmácia CFF nº 417 de 29 de setembro de 2004 encontramos uma grande preocupação com o lado assistencial do farmacêutico O documento estabelece como princípios e deveres do farmacêutico O exercício da assistência farmacêutica O fornecimento de informações ao usuário dos serviços A contribuição para a promoção da saúde individual e coletiva sobretudo no campo da prevenção Devido aos conceitos voltados à segurança dos pacientes e à qualidade do atendimento de saúde em particular a terapia medicamentosa os farmacêuticos vêm experimentando um aumento na oportuni dade de demonstrar o próprio valor e significado BISSON 2016 Se você deseja trabalhar em contato com os seus pacientes você precisa buscar conhecimentos e ha bilidades que nós aprofundaremos em nossa disciplina No entanto eu te adianto que uma das maiores dificuldades que você enfrentará será transportar os conceitos e as ferramentas teóricas para o seu dia a dia profissional passando pela mudança cultural dos próprios farmacêuticos pela valorização da pro fissão perante a sociedade pelos demais profissionais de saúde e principalmente pelos administradores de sistemas de saúde e órgãos governamentais Eu também não poderia deixar de lembrar que você terá que romper o paradigma de que o termo farmácia clínica está relacionado somente ao âmbito hospitalar pois sabemos que onde houver paciente haverá atividades focadas nele e por conseguinte farmácia clínica Nesse contexto encontramos o pró prio hospital os postos de saúde a farmácia pública os estabelecimentos de ensino e até o laboratório de análises clínicas BISSON 2016 Segundo Hepler e Strand 1990 a profissão farmacêutica experimentou um significativo crescimento e desenvolvimento nos últimos 30 anos No século XX a farmácia passou por três grandes períodos o tradicional o de transição e o de cuidado do paciente que está atualmente em desenvolvimento Nesses três estágios podemos identificar diferentes conceitos relativos à função e aos deveres do farmacêutico Faremos um breve esclarecimento acerca desses três estágios para que você possa posteriormente entender com muita clareza os conceitos serão expostos Tivemos uma etapa chamada de etapa tra dicional A farmácia no início do século XX estava associada à figura do boticário que preparava e comercializava os produtos medicinais De acordo com Hepler e Strand 1990 p 533 tradução nossa Durante esta fase tradicional as principais funções do farmacêutico eram a obtenção o preparo e a avaliação dos produtos medicamentosos Seu dever primário era garantir que os fármacos que ele comercializava fossem puros não adulterados e preparados segundo a arte embora ele apresentasse um dever secundário de prover recomendações aos indivíduos que o procuravam em busca de fármacos de não prescrição UNICESUMAR UNIDADE 1 17 Esse papel tradicional começou a ser alterado quando a preparação de me dicamentos passou a ser desempenhada gradualmente pela indústria farma cêutica Em consonância com Alvarez 1993 p 3 apud WITZEL 2008 p 337 Os grandes avanços científicos e tecnológicos que permitiram a elaboração industrial de medicamentos produziram uma dissociação entre a preparação uni versitária do farmacêutico e suas ações especialmente nas farmácias comunitárias Os farmacêuticos come çaram a sentirse frustrados porque uma grande parte dos conhecimentos adquiridos na graduação acabavam sendo perdidos pois já não eram aplicados de forma permanente A literatura norteamericana começou a mencionar que os farmacêuticos estavam se converten do em meros dispensadores de produtos préfabricados além de se distanciar da equipe de saúde e do paciente A partir das inquietudes expostas nasceu um movimento profissional que questionando a própria formação e as atitudes determinou como poderiam ser corrigidos os problemas que estavam sendo detectados Assim ao final da década de 1960 começa a se falar de uma nova disciplina a Farmácia Clínica que permitiria que os farmacêuticos participassem novamente da equipe de saúde contribuindo com os próprios conhecimentos para melhorar o cuidado dos pacientes ALVAREZ 1993 apud WITZEL 2008 Iniciavase nesse momento o período de transição profissional Nesse período tivemos farmacêuticos brasileiros que escreveram uma linda história Destacamos neste material a história de um farmacêutico muito especial o professor Tarcísio José Palhano da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Você sabia que essa universidade é con siderada o berço da farmácia clínica no Brasil Tudo começou quando em 1977 o professor José Aleixo Prates da UFRN convidou o professor Tarcísio José Palhano para fazer um mestrado em Far mácia Clínica no Chile Foi somente mais tarde que o professor Tarcísio José Palhano viria a fundar a farmácia clínica no Brasil Observe a seguir o relato do professor Palhano em relação ao recebimento do convite eles queriam que eu fizesse mestrado em Microbiologia Clínica e eu não gostava nada dessa ideia até que o professor Aleixo Prates que eu nem conhecia me convidou a fazer o mestrado em Farmácia Clínica no Chile E eu disse a ele qualquer coisa menos microbiologia clínica DOCUMENTÁRIO 2019 online 18 Tarcísio José Palhano redigiu uma história linda e desejo que você continue a refletir sobre a história você escreverá em sua profissão Realmente a história que envolve o desenvolvimento da farmácia clínica e da atenção farmacêutica no Brasil é muito especial e teve como protagonistas ilustres farmacêuticos que não tiveram medo de desbravar uma área tão nobre e importante de atuação do pro fissional farmacêutico Para ilustrar um pouco mais os fatos que ocorreram sugiro que você assista ao documentário A Origem da Farmácia Clínica no Brasil Tratase de uma produção conjunta da Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica SBFC da UFRN e do Conselho Federal de Farmácia CFF que resgata a história do primeiro serviço de farmácia clínica e do primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM do país Para acessar use seu leitor de QR Code Continuaremos estudando a etapa de transição Nela ocorreu uma rápida expansão das funções do farmacêutico e o aumento da diversidade profissional Os farmacêuticos passaram não somente a exercer novas funções mas também começaram a inovar funções trazendo contribuições inéditas à literatura Aparentemente a aproximação do farmacêutico do leito do paciente finalmente vinha restaurar a importância dele como profissional de saúde Nesse período foi possível observar que o farmacêutico clínico em qualquer ambiente em que estivesse inserido participava assessorando aconselhando e educando o uso correto dos medica mentos Desse modo ajudava os pacientes a usar os medicamentos mais adequados ao problema de saúde e de acordo com a necessidade considerando a dose a via e a frequência de administra ção nos períodos apropriados Tudo isso a um custo razoável e evitando o desenvolvimento de problemas associados como reações adversas e interações A farmácia clínica representou a introdução da orientação da prática farmacêutica ao paciente por intermédio dos serviços que passaram a ser prestados havendo uma grande evolução Con tudo apesar de orientada ao paciente a prática farmacêutica nesse período adquiriu significados diversos e de grande amplitude Assim no Quadro 1 são exibidos os conceitos de farmácia clínica que colocavam os medicamentos como elemento principal e somente mencionavam o paciente UNICESUMAR UNIDADE 1 19 Definições de farmácia clínica Associação Americana de Faculdades de Farmácia 1968 é a área dentro do curriculum de far mácia que trata da atenção ao paciente com ênfase no tratamento medicamentoso A farmácia clínica busca o desenvolvimento de uma atitude orientada ao paciente A aquisição de novos co nhecimentos é secundária aos conhecimentos de técnicas e comunicação interprofissional e com o paciente SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 tradução nossa Francke 1969 prática na qual o farmacêutico utiliza o seu juízo profissional na aplicação das ciências farmacêuticas para fomentar a utilização segura e adequada dos medicamentos nos ou pelos pacientes trabalhando conjuntamente com os membros da equipe de cuidado de saúde SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 tradução nossa American College of Clinical Pharmacy é uma especialidade das ciências da saúde que compreende a aplicação pelo farmacêutico dos princípios científicos da farmacologia toxicologia farmacocinética e terapêutica para o cuidado do paciente MANAGING MEDICINES 2001 s p Quadro 1 Conceitos de farmácia clínica desenvolvidos a partir da década de 1960 Fonte adaptado de Witzel 2008 Na etapa inicial desse processo foram propostas diferentes definições para a farmácia clínica Exemplo são farmácia orientada de forma equivalente ao medicamento e ao indivíduo que o recebe e farmácia realizada ao lado do paciente A Associação Americana de Faculdades de Farmácia publicou a seguinte definição para o componente clínico do curriculum de farmácia é a área dentro do curriculum de farmácia que trata da atenção ao paciente com ên fase no tratamento medicamentoso A farmácia clínica busca o desenvolvimento de uma atitude orientada ao paciente A aquisição de novos conhecimentos é secundária aos co nhecimentos de técnicas de comunicação interprofissional e com o paciente SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 apud WITZEL 2008 p 337 grifo dos autores O Comitê de Farmácia Clínica da Associação dos Farmacêuticos de Hospital dos Estados Unidos a definiu da seguinte forma É uma ciência da saúde cuja responsabilidade é assegurar mediante aplicação de conhe cimentos e funções relacionadas com o cuidado do paciente que o uso dos medicamentos seja seguro e apropriado e que necessita de uma educação especializada eou treinamento estruturado Requer que a coleta e interpretação de dados seja criteriosa que exista motiva ção pelo paciente e que existam interações multiprofissionais FARMÁCIA 2020 online 20 Embora tenham sido formulados vários conceitos sobre farmácia clínica em essência sempre houve mais similaridades que diferenças entre eles Portanto a Sociedade Americana de Farmacêuticos de Hospital discorre que O exercício da farmácia clínica implica a aplicação de conhecimentos em nome do pa ciente quando são considerados os processos de sua enfermidade e sua necessidade de compreender o tratamento medicamentoso A prática requer uma estreita relação entre a farmácia e o paciente o médico e profissionais de saúde A farmácia clínica está orientada ao paciente à enfermidade e ao medicamento e a prática tem uma orientação interdisciplinar SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 apud WITZEL 2008 p 337 Segundo Alvarez 1993 a farmácia clínica nasceu como uma disciplina aplicável às ações do farma cêutico na área assistencial Entretanto no decorrer do desenvolvimento dela foi reconhecido que os objetivos dela eram válidos em praticamente todos os âmbitos do exercício profissional Dessa forma é possível identificar ações que compartilham o propósito do uso adequado dos medicamentos em Farmácias hospitalares e ambulatórios de serviços públicos Farmácias comunitárias privadas Indústria farmacêutica Agências reguladoras de medicamentos Docência e investigação Os conceitos de farmácia clínica foram paulatinamente difundidos e incorporados pela profissão far macêutica no mundo todo Na América Latina mais especificamente no Chile desde 1972 a farmácia clínica foi incorporada no programa de graduação de farmacêuticos da Universidade do Chile e desde 1977 são realizados cursos de capacitação para farmacêuticos latinoamericanos UNICESUMAR UNIDADE 1 21 Todo esse movimento em torno da farmácia clínica levou à geração de novas inquietudes em alguns farmacêuticos que passaram a questionar como reorientar a prática farmacêutica deslocando as preo cupações profissionais do medicamento para o usuário Essas inquietudes surgiram precocemente na literatura norteamericana assim como relatam Hepler e Strand 1990 p 534 tradução nossa Brodie já alertava em 1967 para a necessidade de correção deste foco contudo suas ideias em termos de responsabilidade social com o cuidado do paciente parecem ter sido negligenciadas na época Muitos dos novos serviços farmacêuticos clínicos desenvolvidos e implementados nesse período de transição por exemplo farmacocinética clínica embora aproximassem o farmacêutico do paciente continuavam com o foco no medicamento e na sua dispensação estando estes processos muito mais direcionados ao sistema biológico envolvido que ao paciente individual Analisando ainda esse estágio de transição Hepler e Strand 1990 p 534 tradução nossa relatam que Este estágio de transição introspectivo no qual a farmácia buscou sua identidade profissio nal e a legitimação da mesma foi talvez tanto uma resposta inevitável ao desaparecimento do papel do boticário quanto uma antecipação necessária da maturidade profissional Infelizmente esta atualização das funções do farmacêutico penetrou de forma muito lenta na profissão Embora muitos farmacêuticos tenham se envolvido com entusiasmo nesta evolução outros preferiram manter o status quo Da mesma forma algumas organizações farmacêuticas apoiaram esta ampliação de funções enquanto outras se opuseram a ela A profissão farmacêutica ficou exposta a esta disputa entre facções e às fragmentações delas decorrentes e em função destes fatos continuava a ser uma profissão em busca de seu papel incapaz de escolher entre uma desorientadora variedade de funções e de transpor uma variedade de barreiras para exercer a prática clínica Esse era o cenário da profissão farmacêutica na década de 1980 As discussões críticas levantadas nesse período foram as responsáveis pela construção de um novo conceito de prática profissional que logo viria a surgir a atenção farmacêutica Segundo Iñesta 2000 p 12 apud WITZEL 2008 p 339 a evolução da farmácia clínica e da atenção farmacêutica pode ser identificada em alguns momentos nesse período de transição assim como é descrito a seguir 1 Em 1985 em uma conferência sobre As direções para a prática clínica em farmácia patrocinada pela ASHP American Society of Hospital Pharmacists hoje denominada American Society of HealthSystem Pharmacists Charles Hepler indicava que deveria ser estabelecido um compromisso para desenvolver a farmácia como uma verdadeira profissão clínica e que deveria ser estabelecido um pacto entre os farmacêuticos e pacientes e por extensão entre a profissão de Farmácia e a Sociedade 22 2 Sem saber que Brodie havia utilizado o termo 7 anos antes possivelmente Brodie foi o primeiro a publicar o termo atenção farmacêutica pharmaceutical care no contexto dos pensamentos acerca do controle do uso de medicamentos e serviços relacionados com os medicamentos Hepler descreveu sua ideia como atenção farmacêutica em outra reunião na Carolina do Sul em 1987 propondo que os farmacêuticos clínicos mudassem sua ênfase de realizar somente funções clínicas isoladas aos pacientes mas a aceitar uma parcela de responsabilidade na atenção aos pacientes 3 Em 1988 Hepler descreveu a atenção farmacêutica como uma relação pactuada entre o farmacêutico e um paciente na qual o farmacêutico leva a cabo as funções de controle do uso de medicamentos com conhecimentos e habilidades apropriados governado pela consciência e o compromisso de interesse pelo paciente 4 Em dezembro de 1988 se estabeleceu uma relação crítica que combinaria o pacto de atenção farmacêutica de Charles Hepler com a visão de Linda Strand de conceitos de prática farmacêutica Hepler que se encontrava na Universidade da Flórida convida Strand para trabalharem juntos o que deu lugar à conceitualização de Atenção Farmacêutica qual seja A provisão responsável da farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes O conceito de atenção farmacêutica proposto por Hepler e Strand 1990 é conhecido e citado em pratica mente todos os trabalhos realizados posteriormente sobre o tema Com esse marco iniciavase uma nova etapa da profissão farmacêutica orientada ao cuidado do paciente Hepler e Strand 1990 p 539 apud WITZEL 2008 p 339 no trabalho Opportunities and responsibili ties in pharmaceutical care realizaram uma abordagem abrangente ao discutirem a oportunidade que se apresentava aos farmacêuticos de reprofissionalização a partir da aceitação da responsabilidade de garantir a segurança e a efetividade da terapia medicamentosa do paciente individualmente Esse trabalho deu origem à conceituação de atenção farmacêutica entendida como a provisão responsá vel da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente WITZEL 2008 p 340 Esse novo conceito de prática profissional se reafirmou em 1993 com a Declaração de Tóquio ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD 1993 apud WITZEL 2008 p 340 Atenção farmacêutica é um conceito de prática profissional no qual o paciente é o princi pal beneficiário das ações do farmacêutico É o compêndio de atitudes comportamentos compromissos inquietudes valores éticos funções conhecimentos responsabilidades e destrezas do farmacêutico na prestação da farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e qualidade de vida do paciente Esse conceito estabelece uma relação recíproca de compromisso e responsabilidade tanto por parte do farmacêutico quanto por parte do paciente Posteriormente Iñesta 2000 p 12 apud WITZEL 2008 p 340 relata que Strand prefere definir a atenção farmacêutica como Atenção Farmacêutica é o componente da prática de farmácia que supõe a interação direta do farmacêutico com o paciente com a finalidade de atender as necessidades do mesmo relacionadas com medicamentos UNICESUMAR UNIDADE 1 23 Cipolle Strand e Morley 2000 p 13 apud WITZEL 2008 p 340 definem que a Atenção Far macêutica é um exercício no qual o profissional assume a responsabilidade das necessidades de um paciente em relação aos medicamentos e adquire um compromisso a este respeito Nesse modelo os farmacêuticos em cooperação com os pacientes melhoram os resultados da farmacoterapia ao pre venirem detectarem e resolverem os problemas de saúde relacionados aos medicamentos antes que eles deem lugar à morbidade e à mortalidade relacionadas aos medicamentos O conceito de atenção farmacêutica de Hepler e Strand formulado em 1990 se difundiu pelo mundo Diferentes países têm promovido discussões aprofundadas com o objetivo de adotar esse novo mode lo de prática farmacêutica adaptandoo às particularidades específicas Essas discussões têm sido as responsáveis pela construção de uma série de definições diferentes para a mesma prática profissional mas mantendo a ideia filosófica original de Hepler e Strand É possível verificar inclusive em um mesmo país definições diferentes de acordo com o entendi mento de grupos organizações profissionais ou até mesmo de autores específicos a respeito do tema Algumas dessas definições podem ser observadas no Quadro 2 a seguir que exibe em especial as definições elaboradas no primeiro consenso brasileiro de atenção farmacêutica Hepler e Strand 1990 A provisão responsável da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente OMS Declaração de Tóquio 1993 Um conceito de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêu tico É o compêndio das atitudes comportamentos compromissos inquietudes valores éticos funções conhecimentos responsabilidades e destrezas do farmacêutico na prestação da farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e qualidade de vida do paciente Cipolle Strand e Morley 1998 Um exercício no qual o profissional assume a responsabilidade das necessidades de um paciente em relação aos medicamentos e adquire um compromisso a este respeito Faus e Martinez 1999 A realização do seguimento farmacológico do paciente com dois objetivos 1 Responsabilizarse com o paciente de que o medicamento exercerá o efeito desejado pelo médico que o prescreveu ou pelo farmacêutico que o indicou 2 Estar atento para que ao longo do tratamento não apareçam ou apareçam os mínimos problemas não desejados e se aparecerem resolvêlos com o paciente ou com a ajuda do médico Proposta Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica 2002 É um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica Com preende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e coresponsabilida des na prevenção de doenças promoção e recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde É a interação direta do farmacêutico com o usuário visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis voltados para a melhoria da qualidade de vida Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos respeitadas as suas especificidades biopsicosociais sob a ótica da integralidade das ações de saúde Quadro 2 Definições de atenção farmacêutica a partir de 1990 Fonte adaptado de Witzel 2008 24 Agora conheceremos os movimentos ocorridos no Brasil no que diz respeito à atenção farmacêutica Em 2002 foi publicado um documento chamado Atenção farmacêutica no Brasil trilhando caminhos Tratase de um documento muito importante É possível afirmar que ele é uma leitura obrigatória para todos os farmacêuticos e futuros farmacêuticos Esse documento na época foi sugerido pelo grupo coordenado pela Organização Pan Americana da Saúde OPAS e pela Organização Mundial da Saúde OMS com a participação de profissionais de várias partes do país Ele retratou muito bem o caminho já percorrido pelo Brasil para a promoção e o desenvolvimento da atenção farmacêutica A principal finalidade era divulgar as ações já realizadas até aquele momento e ser um instrumento para a ampliação da participação de entidades e demais profissionais interessados na atenção farmacêutica O grupo de trabalho que elaborou o relatório teve o objetivo geral de promover a atenção farma cêutica no Brasil Enquanto objetivos específicos buscouse BISSON 2016 Elaborar uma proposta de préconsenso para a promoção da atenção farmacêutica no país Propor a harmonização de conceitos inerentes à prática farmacêutica relacionados à promoção da atenção farmacêutica Elaborar e implementar recomendações e estratégias de ação Incentivar a criação de mecanismos de cooperação e fórum permanente Nas discussões foram utilizados documentos produzidos pela OMS e pela OPAS Um dos conceitos usados na discussão trata da missão da prática farmacêutica que busca prover medicamentos e outros produtos e serviços para a saúde e ajudar as pessoas e a sociedade a utilizálos da melhor forma pos sível BISSON 2016 p 23 Existe uma série de recomendações internacionais que têm o propósito de promover a qualidade o acesso a efetividade e o uso racional de medicamentos BISSON 2016 UNICESUMAR UNIDADE 1 25 Do relatório Atenção farmacêutica no Brasil trilhando caminhos de 2002 gostaria de ressaltar alguns importantes conceitos que passarão a fazer parte do seu dia a dia caso você trabalhe com a atenção farmacêutica Atenção farmacêutica tratase de um modelo de prática farmacêutica desenvolvido no contexto da assistência farmacêutica Compreende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças e na promoção e na recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde Simboliza a interação direta do farmacêutico com o usuário visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definitivos e mensuráveis voltados para a melhoria da qualidade de vida Essa interação também deve envol ver as concepções dos sujeitos respeitadas as especificidades biopsicossociais deles sob a ótica da integralidade das ações de saúde BISSON 2016 Eu costumo dizer nem todo profissional que presta assistência farmacêutica está fazendo a atenção farmacêutica mas todos que fazem atenção farmacêutica estão prestando assistência farmacêutica Problema Relacionado ao Medicamento PRM tratase de um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia interferindo nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário O PRM é real quando manifestado ou potencial na possibi lidade de sua ocorrência Pode ser ocasionado por diferentes causas tais como as relacionadas ao sistema de saúde ao usuário e seus aspectos biopsicosociais aos profissionais de saúde e ao medicamento A identificação de PRMs segue os princípios de necessidade efetividade e segurança próprios da farmacoterapia IVAMA et al 2002 p 19 Acompanhamentoseguimento farmacoterapêutico tratase de um componente da atenção farmacêutica e configura um processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessi dades do usuário relacionadas ao medicamento por meio da detecção prevenção e resolução de problemas relacionados a medicamentos de forma sistemática contínua e documentada com o objetivo de alcançar resultados definitivos buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário A promoção da saúde também é componente da atenção farmacêutica Entendese por resultado definitivo a cura o controle ou o retardamento de uma enfermidade compreendendo os aspectos referentes à efetividade e à segurança BISSON 2016 p 9 Atendimento farmacêutico é o ato em que o farmacêutico fundamentado em sua práxis interage e responde às demandas dos usuários do sistema de saúde buscando a resolução de problemas de saúde que envolvam ou não o uso de medicamentos Este processo pode com preender escuta ativa identificação de necessidades análise da situação tomada de decisões definição de condutas documentação e avaliação entre outros IVAMA et al 2002 p 1920 Intervenção farmacêutica é um ato planejado documentado e realizado junto ao usuário e profissionais de saúde que visa a resolver ou prevenir problemas que interferem ou podem interferir na farmacoterapia sendo parte integrante do processo de acompanhamentosegui mento farmacoterapêutico Atenção farmacêutica pressupõe condutas do farmacêutico que correspondem às Intervenções em Saúde IS que incluem a intervenção farmacêutica IF como um aspecto do acompanhamento farmacoterapêutico IVAMA et al 2002 p 20 26 Quantos conceitos importantes Você consegue ter uma magnitude de tudo isso Você consegue perceber como a nossa profissão é linda e como a atenção farmacêutica pode contribuir para a vida dos nossos pacientes Estamos apenas co meçando e você precisa estar preparadoa para tudo o que ainda há por vir nesta disciplina Outro fato muito importante foi a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 44 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA de 17 de agosto de 2009 Ela nor teia muitas atividades que você desenvolverá na farmácia quando se formar Essa RDC trouxe a possibilidade de prestar serviços farmacêuticos em farmácias comunitárias e dentre eles o de atenção farmacêutica possibilitando inclusive a cobrança desses serviços A RDC nº 442009 possibilitou que o Con selho Federal de Farmácia CFF iniciasse os trabalhos para a elaboração de resoluções que normatizam a prática clínica dos farmacêuticos Isso aconteceu em 2013 sob a presidência do Dr Walter da Silva Jorge João com a ajuda dos conselheiros federais e da assessoria técnica Isso culminou na publicação das resoluções CFF nº 585 e 58613 que tratam respectiva mente das atividades clínicas do farmacêutico e da prescrição farmacêutica Além desses marcos históricos importantes já mencionados não podemos deixar de lem brar e referendar a Lei nº 13021 de 8 de agosto de 2014 Essa lei é um marco para a nossa pro fissão tendo em vista que ela eleva a farmácia ao grau de estabelecimento de saúde e confere autonomia técnica ao profissional farmacêutico Ela torna definitivamente as farmácias estabele cimentos de saúde e torna obrigatórias as práti cas clínicas de seguimento farmacoterapêutico e farmacovigilância além de conferir autonomia técnica a todos os farmacêuticos Com base no disposto na Lei nº 130212014 a farmácia passou a ser vista como um estabeleci mento de saúde e não um simples comércio Assim deverá prestar serviços de saúde Antes da Lei nº 130212014 a Lei nº 59911973 definia as far mácias e as drogarias como estabelecimentos que dispensavam e comercializavam medicamentos e drogas Com a nova lei a farmácia passa a ser uma unidade de prestação de serviços destinada a pres tar assistência farmacêutica assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva BRASIL 2014 online Em outras palavras é um local para a promoção do uso racional de medicamentos Perceba a importância disso e os serviços que podemos oferecer aos nossos pacientes na farmácia Perfuração de lóbulo auricular para a colo cação de brincos Atenção farmacêutica domiciliar Aferição de temperatura corporal Aferição da pressão arterial Aferição de parâmetros bioquímicos Administração de medicamentos injetáveis e por via inalatória Ainda detalharemos neste material esses serviços tão essenciais UNICESUMAR UNIDADE 1 27 Durante muito tempo o farmacêutico teve o papel de profissional de saúde negligenciado em relação ao cuidado com a saúde As mudanças históricas nos processos produtivos e a influência dessas mudanças nos currículos acadêmicos culminaram em um profissional tecnicista com conhecimentos multicompar timentados e descontextualizados da equipe multidisciplinar Mantinhase portanto uma relação mais íntima com o produto medicamento do que com o usuário do produto paciente Todas essas importantes mudanças e resoluções publicadas trouxeram à tona uma gama de possibi lidades de funções clínicas ao profissional farmacêutico as quais ele poderá desempenhar no próprio consultório farmacêutico Perceba a amplitude da atuação do profissional e das respectivas competências dele com a farmácia clínica e a atenção farmacêutica A atuação clínica promove o reencontro entre o farmacêutico e o paciente exigindo do profissional novas competências para que ele possa novamente se responsabilizar pelo bemestar do paciente e tornarse um dos provedores dos cuidados em saúde no contexto do cuidado multidisciplinar O cuidado farmacêutico constitui a ação integrada do farmacêutico com a equipe de saúde Ela é centrada no usuário e objetiva a promoção a proteção e a recuperação da saúde e a prevenção de agravos Não só mas também visa à educação em saúde e à promoção do uso racional de medicamentos prescritos e não pres critos de terapias alternativas e complementares por meio dos serviços da clínica farmacêutica e atividades técnicopedagógicas voltadas ao indivíduo à família à comunidade e à equipe de saúde COSTA et al 2015 O atendimento realizado pelo farmacêutico em um ambiente ambulatorial é um encontro terapêutico O farmacêutico deve estabelecer uma relação de confiança com o paciente responsabilizandose pelos pro blemas enfrentados por ele em relação às próprias condições de saúde e ao próprio tratamento O episódio de atendimento farmacêutico seguramente deve ser parte do cuidado multidisciplinar Vale lembrar que ainda que seja necessário o reconhecimento das fronteiras de atuação no consultório jamais a avaliação farmacêutica deve ser fragmentada e restritiva Pelo contrário uma avaliação integral do paciente pelo farmacêutico permite a identificação da necessidade de compartilhar o caso com outros profissionais de saúde gerando um cuidado interdisciplinar e até mesmo transdisciplinar ANGONESI SEVALHO 2010 Título Atenção farmacêutica no Brasil trilhando caminhos Autor Adriana Mitsue Ivama Ano 2002 Editora Organização PanAmericana da Saúde Sinopse com tantas possibilidades surgindo e novos horizontes a serem seguidos fica difícil saber que referencial seguir e em quais trabalhos confiar Diante disso um grupo de pesquisadores se reuniu para discutir o tema e desse encontro surgiu o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica Tratase de um documento que você futuroa farmacêuticoa precisa conhecer É possível afirmar que é um documento para se ter embaixo do braço para o exercício da atenção farmacêutica Venha conhecer esse marco histórico da atenção farmacêutica no Brasil 28 Diante do exposto elencaremos alguns objetivos do serviço de clínica farmacêutica COSTA et al 2015 A orientação dos pacientes é direcionada ao acesso aos medicamentos por meio da atenção básica e dos componentes estratégico e especializado da assistência farmacêutica A educação do paciente em relação aos próprios medicamentos e aos problemas de saúde de modo a aumentar a compreensão acerca do tratamento e promover o autocuidado A promoção da adesão do paciente ao tratamento mediante a orientação terapêutica a redução da complexidade do tratamento e a provisão de recursos que apoiem a tomada de medicamentos A otimização da farmacoterapia por intermédio da revisão da polimedicação e quando possível da redução da carga de comprimidos e do custo do tratamento A avaliação da efetividade e da segurança dos tratamentos e o ajuste da farmacoterapia quando necessário com o prescritor e a equipe de saúde A identificação a prevenção e o manejo de erros de medicação interações medicamentosas reações adversas intoxicações e riscos associados aos medicamentos A educação do paciente para a guarda e a destinação adequada dos medicamentos vencidos e demais resíduos de saúde ligados à terapêutica Essas metas só poderão ser alcançadas se houver um fluxo organizado de trabalho inserido no contexto do serviço unidade de saúde por exemplo no qual o farmacêutico é o principal res ponsável podendo eventualmente compartilhar algumas atividades com a equipe de saúde É necessário lembrar que a comunicação e a cooperação entre os profissionais farmacêuticos da Rede de Atenção à Saúde são determinantes para o sucesso da implantação deste tipo de serviço A elaboração de uma agenda de reuniões para compartilhamento de dúvidas dificuldades sugestões propostas de resolução de problemas experiências vivenciadas e discussão de casos clínicos é condicional para que o serviço possa ter sucesso no município onde será implantado perpe tuese e aperfeiçoese Os farmacêuticos precisam estar motivados com a ideia desta nova atividade a clínica entendendo sua importância e estimulando a interação entre a categoria de farmacêuticos clínicos para alavancar sua implantação Aquele que enfrente as barreiras do processo inicial de trabalho da clínica sem apoio pode acabar sendo varrido pela inércia de um modelo de atenção que não está acostumado com a atuação do farmacêutico no cuidado de pacientes Observamos que apenas com a união da categoria interessada e motivada em um esforço coletivo em prol do serviço é possível mostrar a importância do trabalho clínico e dinamizar o pro cesso de trabalho do farmacêutico no sentido de ocupar seu lugar no cuidado ao usuário BRASIL 2014 p 24 UNICESUMAR UNIDADE 1 29 Todo esse movimento leva a uma mudança de foco antes estritamente no medicamento agora no paciente Diferentemente dos outros serviços prestados pelo farmacêutico o serviço de cuidado coloca o paciente como foco principal da prática profissional e não o medicamento Embora a preocupação com os problemas relacionados à farmacoterapia seja um pontochave da atuação clínica os focos principais devem ser a saúde e o bemestar do paciente de maneira global Por isso é necessário compreender o outro para que se possa criar uma relação terapêutica durante a entrevista clínica O paciente da clínica farmacêutica é um indivíduo inserido em um contexto social definido e que apresenta especificidades e comportamentos singulares os quais advêm de uma carga de conceitos apreendidos durante a vivência de experiências Especificamente nesse contexto tratase de um sujeito que usa medicamentos para prevenir controlar ou curar doenças Essas doenças são percebidas como limitações para o pleno desenvolvimento das atividades cotidianas ou para a continuidade da vida Por isso a maioria dos pacientes atendidos pelo farmacêutico são indivíduos fragilizados em detrimento da própria condição clínica Normalmente eles respondem de maneiras diferentes a essas condições Além do mais a maioria deles se obriga a usar medicamentos para o controle das doenças Esses medicamen tos inseridos em um contexto de mercado no sistema capitalista muitas vezes são percebidos como um produto simbólico de saúde e por esse motivo geram expectativas no consumidor COSTA et al 2015 As percepções e os comportamentos associados ao uso de um medicamento podem variar de indivíduo para indivíduo dependendo da cultura das experiências do conhecimento em saúde e da percepção da doença e do tratamento É necessária ao farmacêutico clínico uma postura isenta de julgamentos de interesses pessoais ou de terceiros As atitudes desse profissional devem buscar aperfeiçoar e facilitar o processo de uso dos medicamentos melhorando o acesso e partilhando metas com foco em resultados clínicos definidos que beneficiem e que estejam de acordo com as vontades do paciente FREITAS OLIVEIRA PERINI 2006 Na atual realidade socioepidemiológica do Brasil notase uma transição demográfica e epide miológica em que o envelhecimento da população acompanhado de um aumento na prevalência de doenças crônicas estimula um fenômeno de polimedicação Nele pacientes fazem tratamentos que normalmente persistem por longo tempo ou pelo resto da vida Você sabe que quanto mais medica mentos o nosso paciente tomar mais ele fica exposto a reações adversas O medicamento é a tecnologia terapêutica mais usada no controle das doenças crônicas o que estimula a resposta da indústria farmacêutica a qual disponibiliza uma gama de produtos cada vez mais variada e nem sempre segura e efetiva assim como mostram os resultados dos ensaios clínicos controlados Vale lembrar que todo medicamento carrega uma característica bivalente podendo trazer um resultado benéfico ou prejudicial ao paciente dependendo da qualidade da utilização Os problemas relacionados à farmacoterapia se tornaram uma epidemia moderna que ironicamente parece estar produzindo mais danos do que as próprias doenças de base que geraram a necessidade da utilização desses medicamentos Os dados constatados em revisão sistemática são alarmantes Inclu sive no Brasil apesar de haver relativamente poucos estudos endereçados a esse tipo de problema os números atuais demonstram tendências preocupantes As principais intervenções farmacêuticas na clínica estão relacionadas à prevenção à identificação e à resolução de problemas da farmacoterapia pois se trata daquilo que o profissional deve estar mais bem preparado para resolver 30 Cabe lembrar que o problema relacionado à farmacoterapia é um conceito abrangente e pode estar relacionado à necessidade de medicamentos à adesão ao tratamento à efetividade ou à segurança da farmacoterapia A avaliação desses problemas é complexa e detalhada pois a gênese deles pode estar em uma falha do sistema em identificar o risco na condição social do paciente no comportamento dele frente à própria farmacoterapia na composi ção genética dentre outros SOUZA 2013 WENG et al 2013 apud COSTA et al 2015 Nesse novo contexto o paciente deixa de ser um autômato constituído por partes que funcionam independentemente a fim de se tornar um indivíduo inserido em uma dinâmica recíproca de interrelação entre os próprios componentes e o ambiente Dessa maneira o farmacêutico clínico deve compreender a gênese dos fenômenos patológicos como uma somatória de eventos que estão interrelacionados Durante a avaliação dos problemas de saúde dos indivíduos é fundamental conhecer o paciente como um todo levando em consideração as condições ambientais psicológicas e sociais Todos os problemas de saúde precisam ser investigados e correlacionados assim como todos os tratamentos Hoje já se sabe que a junção das partes não representa o funcio namento do todo Em outras palavras avaliar o paciente de maneira fragmentada é uma estratégia falha para identificar e solucionar os problemas dele Uma avaliação global é fundamental para que o farmacêutico clínico possa compreender o paciente os problemas dele e atuar de modo efetivo para solucionálos FREITAS OLIVEIRA PERINI 2006 Para finalizarmos é muito importante que o farmacêutico clínico tenha a percepção de que a atividade dele favorece a possibilidade de que ele se torne um agente de preven ção e promoção em saúde Para tanto é necessário que além de conhecimentos técnicos e científicos que suportem as próprias decisões clínicas esse profissional também seja capaz de compreender criticamente a dinâmica de funcionamento da sociedade estando atento aos determinantes patológicos que dela emanam para que finalmente possa agir de maneira a contribuir para uma sociedade mais saudável O trabalho de prevenção é fundamental para que tenhamos uma sociedade com hábitos de vida mais saudáveis e que retardem ou evitem o desenvolvimento dos problemas de saúde Isso é particularmente pertinente considerando o atual contexto sociodemográfico do Brasil em que a taxa de problemas crônicos em sua maioria evitáveis não para de crescer O estímulo de hábitos saudáveis como a recomendação de exercícios físicos a alimentação balanceada e os cuidados específicos em populações específicas pode reduzir consideravelmente os custos ao sistema e o sofrimento de muitas pessoas COSTA et al 2015 A promoção à saúde é um processo que leva em consideração os aspectos sociais po líticos econômicos biológicos e ambientais a serem trabalhados tornando mais favorável o desenvolvimento humano A promoção da saúde não pode ser uma responsabilidade atribuída apenas às instituições ligadas ao setor de saúde mas da sociedade como um todo instituições privadas e públicas mídia indústria organizações grupos família e indivíduos na tentativa de alcançar em um esforço compartilhado o bemestar coletivo UNICESUMAR UNIDADE 1 31 Um dos grandes objetivos da promoção à saúde é proporcionar a equidade em saúde ou seja reduzir as diferenças entre as condições de saúde Isso significa proporcionar a mesma oportunidade de recursos para o desenvolvimento individual e coletivo sadio o que inclui informação infraestrutura e ambiente que proporcionem a esses mesmos indivíduos atuar positivamente com a finalidade de também serem promotores de saúde O farmacêutico que pretende atuar clinicamente deve compreender que antes de qualquer etapa do serviço é necessária a internalização dos conceitos básicos que cons tituem a natureza dessa prática farmacêutica para que ela não venha a se reduzir a uma atividade tecnicista e superficial dentro do contexto da saúde pública do país Assim como já foi afirmado as definições apresentadas não são perenes O trabalho do farmacêutico e as bases conceituais desse profissional estão em constante transformação O profissional que delas se apropria deve avaliar criticamente os significados delas e contribuir para a evolução desses conceitos e o aperfeiçoamento da própria prática COSTA et al 2015 Panorama histórico e conceitos básicos da farmá cia clínica e do cuidado farmacêutico Eu preparei um podcast muito especial para você Nele quero salientar alguns pontos muito importantes que fizeram parte do desenvolvimento da farmácia clínica no Brasil e expor os conceitos que fazem toda a diferença na farmácia clínica e na atenção farmacêutica Eu tenho certeza de que você não quer ficar de fora de mais essa oportunidade de crescimento Vem conhecêla Estou te esperando Diante de todo o conteúdo apresentado nesta unidade eu espero ter conseguido mostrar a você o quanto o farmacêutico tem um papel importante no uso seguro e racional de medicamentos de modo bem amplo seja orientando o uso correto seja analisando as possíveis interações a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente e solucionar os possíveis PRMs que possam surgir com a farmacoterapia deles Suponha que você tenha um parente próximo fazendo uso de politerapia para diferentes problemas de saúde Assim como eu já citei isso é muito comum e ficará cada vez mais comum com o envelhecimento da nossa população Imagine agora tudo o que você farmacêuticoa pode fazer pelo seu paciente as orientações que pode fornecer a ele o acompanhamento que pode fazer da farmacotera pia e os benefícios que ele terá com todas as suas ações Se você tem um amigo eou um parente próximo que faça uso de medicamentos sugiro que você já comece a lição de casa e analise todos os aspectos envolvidos na farmacoterapia dele com o objetivo de identificar problemas e aplicar tudo o que aprendeu e aprenderá nesta disciplina 32 Agora proponho que você construa um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu aproveitamento nesta unidade O Mapa de Empatia é uma ferramenta simples e visual utilizada para descobrir o modo como você assimilou o conhecimento partindo dos seus sentidos ações e reflexões O mapa é eficiente para que possamos juntos entender simultaneamente a forma com a qual obtive organizei e disponibilizei o conteúdo e o impacto e os resultados do conteúdo no seu aprendizado Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orientações a seguir O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre o conteúdo Faça um resumo geral do que con seguiu capturar na sua leitura nas ilustrações e nos vídeos Para tanto empregue palavraschave e pe quenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo o que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu essa percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas crenças e de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu compor tamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a desejar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto em pregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expec tativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 33 1 Durante esta unidade de conteúdo foi possível perceber grandes mudanças na profissão far macêutica ao longo da história especialmente no que tange ao desenvolvimento da farmácia clínica e da atenção farmacêutica Analisando tudo o que estudamos nesta unidade aponte quais foram as principais mudanças ocorridas a partir da edição da Lei nº 59911973 e depois com o advento da farmácia clínica com a criação do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e o primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM do Brasil em 1979 no Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal 2 Considerando o movimento da farmácia clínica no Brasil analise as afirmativas a seguir I A farmácia clínica teve OS primeiros movimentos no Brasil quando professores da Universi dade Federal do Rio Grande do Norte UFRN foram até o Chile fazer uma pósgraduação em Farmácia Clínica II Um dos mais importantes marcos históricos da farmácia clínica no Brasil foi a implantação no início dos anos de 1990 do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e do primeiro Centro de Infor mação sobre Medicamentos CIM do Brasil no Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal III A partir da década de 1980 os cursos de especialização em Farmácia Hospitalar implantados no Brasil passaram a representar um divisor de águas na história da farmácia hospitalar no Brasil IV Depois da farmácia clínica surgiu a atenção farmacêutica que acompanhando uma tendên cia mundial iniciada nos anos de 1990 tinha como proposta reaproximar definitivamente o farmacêutico do paciente V Um dos países que mais contribuíram para a criação da farmácia clínica no Brasil foram os Estados Unidos que receberam os professores de diferentes universidades brasileiras para cursar programas de pósgraduação em Farmácia Clínica É correto o que se afirma em a Apenas II e III b Apenas I III e IV c I II III IV e V d Apenas IV e Apenas III e V 34 3 A atenção farmacêutica é uma prática clínica centrada no paciente visando à resolução de problemas relacionados à farmacoterapia e à promoção do uso racional de medicamentos com o objetivo de garantir a máxima efetividade e segurança Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a atenção farmacêutica a O compartilhamento de decisões e responsabilidades com o paciente para que o medicamento prescrito apresente o efeito terapêutico desejado b A avaliação periódica dos resultados das intervenções médicas realizadas construindo indi cadores de qualidade dos serviços clínicos prestados c A coleta e a organização dos dados do paciente além da identificação dos problemas rela cionados ao diagnóstico d O abastecimento o armazenamento e o controle da qualidade e da segurança dos medica mentos além da eficácia terapêutica e A elaboração de um plano de cuidado pelo médico e pelo farmacêutico e a realização do seguimento individual do paciente 4 A atenção farmacêutica constitui uma nova concepção do exercício profissional farmacêutico A esse respeito analise as afirmativas a seguir I A atenção farmacêutica satisfaz às necessidades sociais ajudando os indivíduos a obter os melhores resultados durante a farmacoterapia II As ações do farmacêutico no modelo de atenção farmacêutica são principalmente os atos clínicos voltados ao paciente individualmente III Os esforços para a readequação de atividades e práticas farmacêuticas visando à orientação do uso dos medicamentos são essenciais em uma sociedade em que os fármacos constituem o arsenal terapêutico menos utilizado IV Ao prestar atenção farmacêutica o profissional deve garantir que o paciente possa cumprir os esquemas farmacoterápicos prescritos e seguir o plano de assistência procurando alcançar resultados positivos ao final V Para satisfazer de maneira eficiente à necessidade social é essencial que o farmacêutico desenvolva ações centradas nas diferentes classes farmacológicas É correto o que se afirma em a Apenas II III e IV b Apenas III e IV c Apenas I II e IV d I II III IV e V e Apenas I II e V 35 5 Considerando os objetivos do serviço de clínica farmacêutica assinale a alternativa correta a Otimização da farmacoterapia por intermédio da revisão da polimedicação com o objetivo exclusivo de reduzir os custos do tratamento b Avaliação da efetividade dos tratamentos e ajuste da farmacoterapia quando necessário com o prescritor e a equipe de saúde c Orientação dos pacientes direcionada ao acesso aos medicamentos por intermédio da atenção básica e dos componentes estratégico e especializado da assistência farmacêutica d Educação do paciente sobre os próprios medicamentos de modo a aumentar a compreensão dele acerca do tratamento e promover o autocuidado e Promoção da adesão do paciente ao tratamento por meio exclusivamente da orientação terapêutica 6 Considerando o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica analise as afirmativas a seguir I A identificação de PRMs segue os princípios de necessidade e segurança que são próprios da farmacoterapia II A atenção farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica desenvolvido no contexto da assistência farmacêutica Compreende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças e promoção e recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde III O Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica estabeleceu alguns macrocomponentes a saber educação em saúde orientação farmacêutica dispensação atendimento farmacêutico acompanhamentoseguimento farmacoterapêutico registro sistemático das atividades e mensuração e avaliação dos resultados IV O PRM é um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacote rapia interferindo ou podendo interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário V O atendimento farmacêutico é o ato em que o farmacêutico fundamentado em sua práxis interage e responde às demandas dos usuários do sistema de saúde buscando a resolução de problemas de saúde que envolvam apenas o uso de medicamentos É correto o que se afirma em a I III e IV b III IV e V c I IV e V d II III e IV e I II III IV e V MEU ESPAÇO 36 2 Nesta unidade estudaremos a saúde baseada em evidências Você entenderá como ela é importante para o desenvolvimento da ciência e acima de tudo para que as melhores decisões sejam tomadas a fim de garantir a segurança e o bemestar de nossos pacientes A saúde baseada em evidências é uma abordagem que usa dife rentes ferramentas como a farmacoepidemiologia na busca pelas melhores decisões para o tratamento dos pacientes Saúde Baseada em Evidências e Farmacoepidemiologia Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 38 Você já ouviu alguém falar sobre a saúde baseada em evidências e a farmacoepidemiologia O conceito de saúde baseada em evidências parte da premissa de que a prática clínica não deve ser pautada somente na experiência pessoal O ideal é que haja embasamento científico e que diagnósticos e tratamentos sejam decididos de acordo com a literatura médica ou seja de acordo com o que a ciência determina Dessa forma os profissionais da saúde precisam trabalhar em consonância com a saúde baseada em evidências a fim de proporcionar tratamentos eficientes e prevenir intercorrências e mortes Agora eu quero te convidar a fazer uma reflexão muito séria acerca dos fatos que vivemos muito recentemente Eu me refiro à pandemia de Covid19 que enfrentamos entre 2020 e 2022 Durante a pandemia o Brasil testemunhou o incentivo ao uso de hidroxicloroquina para o tratamento contra a Covid19 Você se lembra disso Quero que você reflita mesmo sendo contraindicada pela Organi zação Mundial da Saúde OMS muitas pessoas acreditaram no tratamento precoce e mortes foram atestadas em decorrência do uso inadequado do medicamento Você acredita que isso foi certo Eu quero dividir um pequeno trecho de uma matéria publicada pelo portal G1 Em julho de 2021 a Associação Médica Brasileira AMB defendeu a autonomia do médico ao receitar os medicamentos que já tinham ineficácia comprovada contra a Covid19 Todavia em 23 de março de 2021 a mesma entidade se manifestou dizendo Reafirmamos que infelizmente medicações como hidroxicloroquinacloroquina iver mectina nitazoxanida azitromicina e colchicina entre outras drogas não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID19 quer seja na prevenção na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença sendo que portanto a utilização desses fármacos deve ser banida G1 2021 online Eu quero que você reflita e mergulhe nesta unidade com muita vontade de aprender Ao analisar tudo o que vivemos durante a pandemia e tudo o que a comunidade científica viveu responda o que mudou Como uma entidade como a AMB pode emitir pareceres tão distintos e em tão pouco tempo Até que ponto essas mudanças de posicionamento podem estar relacionadas ao tema da nossa unidade A chamada saúde baseada em evidências UNICESUMAR UNIDADE 2 39 Quero que durante o estudo desta unidade você reflita sobre o que vivemos durante a pande mia e tudo o que a saúde baseada em evidências representa para garantir a saúde da população e traçar estratégias eficazes no combate a qualquer enfermidade Para isso você precisa mergulhar neste material com a finalidade de entender como a saúde baseada em evidências deve ser conduzida Nós podemos tirar vários aprendizados de tudo o que foi vivido nesses momentos de pandemia Entretanto isso acontece todos os dias nas clínicas nos hospitais e nos serviços de saúde Profissionais precisam tomar decisões importantes acerca da vida e da saúde de um paciente Para tanto pre cisam contar com a ciência isto é com a saúde baseada em evidências associada é claro com o conhecimento científico Esta unidade mostrará a você como a saúde baseada em evidências e a far macoepidemiologia podem impactar o cuidado dos pacientes Continue a leitura para saber tudo 40 No dia a dia com os pacientes os profissionais da saúde o que inclui médicos farmacêuticos e en fermeiros por exemplo deparamse com as mais variadas dúvidas para as quais devem encontrar respostas No entanto essas respostas nem sempre são encontradas com muita facilidade Geralmente a solução é usar a experiência e o conhecimento técnico acumulado para encontrar essas respostas de forma pessoal ou consultando um colega mais experiente na equipe Quem é que nunca viveu isso Saiu perguntando a todos da equipe se alguém já teria vivenciado algo parecido em algum momento da vida Às vezes dá certo Quando essa estratégia não traz o re sultado esperado os profissionais então procuram a literatura médica e os estudos referentes Essa abordagem clássica ainda que muito praticada não é adequada Generalizar a partir da experiência não sistematizada própria ou alheia e obtida com um número limitado de casos pode ser perigoso e com frequência induz a erros importantes BISSON 2016 Um dado da literatura publicado há mais de cinco anos já pode ser considerado defasado O mes mo fato se aplica às revisões publicadas em revistas médicas Portanto ambos serão ineficazes para solucionar os problemas clínicos concretos A comprovação da existência de variações inaceitáveis na prática médica e de que somente uma minoria das intervenções médicas de uso diário estava apoiada em estudos científicos confiáveis levou um grupo de médicos radicados na Universidade de McMaster a iniciar um novo movimento no ensino e na prática da medicina Em inglês esse movimento foi chamado de evidencebased medicine que pode ser traduzido para o português como medicina baseada em evidências Embora o conceito eou a ideia não sejam novos esse acontecimento está ligado à introdução da estatística e do método epidemiológico na prática mé dica além do desenvolvimento de ferramentas que permitem a revisão sistemática da bibliografia e a adoção da avaliação crítica da literatura científica como uma forma de graduar a utilidade e a validade UNICESUMAR UNIDADE 2 41 No ano de 1991 em um editorial do periódico ACP Journal Club Gordon Guyatt utilizou pela primeira vez na literatura médica a expressão Medicina Baseada em Evidências MBE para des crever uma nova forma de se pensar e praticar a medicina Privilegiavase as habilidades de pesquisa na literatura a avaliação crítica de artigos científicos e síntese de informação para a tomada de decisões clínicas individualizadas em detrimento do apelo à autoridade dos profissionais mais experientes e dos livrostexto MAIA et al 2022 p 2 A denominada MBE originouse do movimento da epidemiologia clínica anglosaxônica iniciado na Universidade McMaster no Canadá no início dos anos de 1990 Ela é definida em termos gené ricos como o processo de sistematicamente descobrir avaliar e usar achados de investigações como base para decisões clínicas Evidence Based Medicine Working Group 1992 Atualmente a MBE está bastante em voga no âmbito biomédico aí assumindo um papel de destaque de tal modo que suas influências nas condutas médicas se manifestam significativamente CASTIEL PÓVOA 2002 p 117 A medicina baseada em evidências é uma maneira de abordar os problemas clínicos e é utilizada para solucionar os resultados da investigação científica Nas palavras dos próprios precursores representa a utilização consciente judiciosa e explícita das melhores evidências na tomada de decisões sobre o cuidado dos pacientes Na prática médica habitual são usadas medidas introduzidas de modo empírico e que são aceitas sem crítica aparente A medicina baseada em evidências pretende que essa prática se adeque à investigação clínica disponível de modo que localizada e avaliada pelo médico ela seja aplicada para a melhoria do cuidado dos pacientes e da própria prática BISSON 2016 David Sackett um dos pioneiros da epidemiologia clínica definiu a MBE como o uso consciente explícito e judicioso da melhor evidência para a tomada de decisões no cuidado a pacientes individuais A prática da MBE incorpora portanto a melhor evi dência científica a experiência e expertise do profissional e as particularidades incluindo valores e preferências do paciente para uma melhor escolha MAIA et al 2022 p 2 Com o surgimento desse conceito também foi possível extrapolar o conceito de saúde baseada em evidências A saúde baseada em evidências é uma abordagem que utiliza as ferramentas da epidemio logia clínica da estatística da metodologia científica e da informática a fim de trabalhar a pesquisa o conhecimento e a atuação em saúde O intuito é oferecer a melhor informação disponível para a tomada de decisão nesse campo BISSON 2016 A medicina baseada em evidências é definida como o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica Em outras palavras a MBE utiliza provas científicas existentes e disponíveis no momento com boa validade interna e externa para a aplicação de seus resultados na prática clínica El DIB 2007 p 1 É importante lembrar que quando falamos em tratamento e em evidências estamos nos referindo necessariamente à efetividade à eficiência à eficácia e à segurança A efetividade diz respeito ao tratamento que funciona nas condições do mundo real A eficiência se refere ao tratamento barato e acessível para que os pacientes possam usufruir dele Referimonos à eficácia quando o tratamento funciona em condições de mundo ideal Por último a segurança expressa que uma intervenção tem características confiáveis e que tornam improvável a ocorrência de algum efeito indesejável para o paciente El DIB 2007 p 1 Assim um estudo com boa validade interna deve apresentar todos esses componentes A opinião de diferentes autores sobre os passos a serem seguidos para a prática da medicina baseada em evidência são bem semelhantes Para Maia et al 2022 p2 a prática de MBE e portanto o seu ensino e a sua avaliação devem compreender cinco passos ou domínios como resumido pela Sicily Statement perguntar ask pesquisar search avaliar criticamente appraise integrar integrate e avaliar a prática evaluate Para Bisson 2016 a prática da MBE requer quatro passos Formular a pergunta Localizar evidências Fazer a avaliação crítica dessas evidências Realizar a aplicação das conclusões da avaliação na prática UNIDADE 2 43 Se você comparar os passos apresentados com as etapas elencadas por Maia et al 2022 no quadro anterior perceberá que eles são basicamente as mesmas etapas A primeira etapa consiste em formular de maneira precisa uma pergunta a partir do problema clínico do paciente Dessa maneira buscase converter as necessidades de informação que surgem durante o encontro clínico em uma pergunta simples e claramente definida que nos permita en contrar os trabalhos científicos que satisfaçam a nossa interrogação BISSON 2016 O processo da MBE tem início quando é formulada uma questão ou seja uma pergunta clínica de interesse O passo mais importante também entendido como o primeiro passo para iniciar uma pesquisa é sempre uma boa pergunta Uma boa pergunta diminui as possibilidades de ocorrerem erros sistemáticos o que chamamos de vieses durante a elaboração o planejamento a análise estatística e a conclusão de um projeto de pesquisa Na segunda etapa é preciso localizar as evidências disponíveis na literatura A busca na literatura re ferente à pergunta deve ser feita em bases de dados bibliográficos das quais a mais utilizada e conhecida é o Medline que é compilado e disponibilizado pela Biblioteca Nacional de Saúde dos Estados Unidos O Medline contém todos os artigos publicados em revistas da área de saúde desde 1966 Atual mente é mais fácil acessar essa base de dados em CDROM ou por meio da Internet Para utilizála podese fazer um breve treinamento ou recorrer aos serviços de um bibliotecário especializado Com a ajuda de estratégias de buscas desenhadas e validadas por especialistas a recuperação de artigos relevantes sobre os tratamentos o prognóstico a etiologia e o diagnóstico é relativamente rápida nessa base de dados Outras fontes como as revistas Bandolier e Poems do Journal of Family Practice ou as revistas de resumos como o ACP Journal Club o EvidenceBased Medicine e o EvidenceBased Practice selecionam e resumem com os critérios da medicina baseada em evidências as melhores publicações relacionadas à medicina clínica Com a denominação BestEvidence a coleção completa e conjunta das duas primeiras revistas está disponível em formato eletrônico Uma boa fonte de pesquisa que podemos utilizar no Brasil é a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde que também utiliza o Medline Para acessar use seu leitor de QR Code A Fundação Cochrane dos Estados Unidos publica uma base de dados de revisões sistemáticas sobre muitos aspectos da prática médica Além disso guias de prática clínica rigorosos e baseados em evidências estão sendo desenvolvidos em vários países Alguns deles podem ser acessados pela Internet BISSON 2016 44 A terceira etapa consiste em realizar uma ava liação crítica das evidências É necessário avaliar os documentos encontrados para determinar a validade aproximação da realidade e a utilidade aplicabilidade clínica deles Apesar da grande pro liferação da literatura médica são poucos os artigos relevantes ou que apresentam uma metodologia rigorosa Devese estimar criticamente a validade e a utilidade dos resultados descritos para aplicálos na prática Ainda que os conhecimentos necessá rios para essa valoração não sejam parte habitual da formação dos médicos eles podem ser adquiridos por meio de cursos e seminários sem um grande respaldo em epidemiologia ou estatística Além disso há excelentes guias de usuários para leitura crítica como os publicados pela revis ta JAMA A leitura desses livros e a prática contí nua dessa abordagem crítica permitem desenvol ver em pouco tempo a competência necessária para avaliar as diferentes classes de artigos Ainda que se tenda a classificar a investigação segun do a qualidade situando em primeiro lugar os ensaios clínicos randomizados e as metanálises análises de vários trabalhos científicos sobre o mesmo tema eles nem sempre estão disponíveis Por outro lado dependendo da demanda o dese nho do estudo requerido pode ser diferente Para o médico e o farmacêutico de atenção primária são especialmente úteis as revisões sistemáticas as metanálises e os guias de prática clínica de quali dade visto que evitam a tarefa de recolher toda a literatura relevante BISSON 2016 Por fim chegamos à quarta etapa Nela é preci so fazer a aplicação das conclusões dessa avaliação na prática Aplicar o conhecimento adquirido ao seguimento de um paciente em particular ou à modificação da maneira de atuar nas consultas é o último passo Esse exercício deve ser acom panhado da experiência clínica necessária para poder contrabalançar os riscos e os benefícios e contemplar as expectativas e as preferências do paciente BISSON 2016 UNICESUMAR UNIDADE 2 45 Apesar do indubitável êxito nos últimos anos o movimento baseado nas evidências não está isento de críticas daqueles que resistem em aban donar a abordagem tradicional da medicina Alguns médicos e instituições sentem que essa forma de trabalho é uma inovação perigosa e que limita a própria autonomia Enxergamna como uma ameaça ao exercício profissional e pensam que no fundo ela não é mais que uma iniciativa a serviço daqueles que pretendem reduzir o gasto sanitário ou rebaixar a autoridade daqueles que sempre detiveram a hierarquia científica A maior parte dessas críticas têm sido res pondida Todavia não se esconde que esse re curso continua apresentando algumas limita ções O profissional deve substituir em áreas de maior importância e validade fontes de infor mação fáceis de obter por outras que implicam buscas bibliográficas mais refinadas e elabora das Isso requer esforço e tempo os quais não são disponíveis habitualmente além de uma inversão na formação e melhorias na infraestru tura de tecnologia de informação Contudo o principal obstáculo é o fato de que nem sempre especialmente nos casos de atenção primária a literatura médica tem as respostas para as deci sões que devem ser tomadas na prática Sem dúvidas o desenvolvimento de melho res investigações clínicas realizadas ao nosso redor será a solução desse problema Não deve mos nos esquecer de que quando um paciente pede orientações em uma consulta ele busca algo a mais que uma resposta científica a uma questão clínica A caneta do médico é o ins trumento responsável em grande parte pelo alto custo do atendimento à saúde Os médicos orientam ou prescrevem mais de 70 dos gastos com cuidados de saúde Com base nesse dado o farmacêutico adquire uma importância muito grande na busca e na adaptação de protocolos clínicos Os conhecimentos farmacoeconômi cos são extremamente valiosos na busca pelas melhores alternativas terapêuticas É importante ressaltarmos o papel do farma cêutico no processo da medicina baseada em evidências No processo da medicina baseada em evidências o farmacêutico pode atuar na pesquisa bibliográfica de protocolos farmaco terapêuticos existentes e verificar quais deles se encaixam na realidade da instituição in dependentemente de ela ser um hospital um ambulatório uma farmácia um atendimento domiciliar ou um posto de saúde Com base nesses protocolos pesquisados é importante avaliar qual deles apresenta os melhores resul tados farmacoeconômicos BISSON 2016 Além disso a pesquisa pode colaborar na elaboração de um manual de informação com dados comparativos sobre medicamentos fee dback de padrões de conduta médica custos comparados com o estilo de prescrição visitas educativas distribuição de artigos com reco mendações organização de cursos curtos de atualização médica e elaboração de lembretes a serem colados nos prontuários no caso dos pacientes hospitalares Os resultados esperados são BISSON 2016 Reduzir a hospitalização Diminuir a permanência média e as con sultas na emergência Minimizar as faltas nas escalas de tra balho Melhorar a qualidade de vida percebida pelas crianças e pelos pais Reduzir as ausências dos pais no trabalho Um conceito importante no contexto da me dicina baseada em evidência é a farmacoepi demiologia Os estudos epidemiológicos são muito importantes para essa prática pois 46 1 Habilitam o profissional de saúde a aumentar a base de conhecimento tornandoo mais crítico 2 Aumenta a confiança do profissional na tomada de decisões 3 Aperfeiçoa a técnica de pesquisa computadorizada 4 Melhora a comunicação entre médicos e pacientes sobre o manejo das decisões A farmacoepidemiologia simboliza o estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos nas populações Esse campo está em ascensão pois cada vez mais tem sido reconhecida a importância dele para vários intervenientes entenderem mais o uso dos medica mentos na prática Para fornecer cuidados seguros e com uma me lhor relação custoeficácia o governo os pacientes os formuladores de políticas e outros profissionais precisam compreender o uso dos medicamentos em um grande número de pessoas As pesquisas farmacoepidemiológicas podem contribuir para os esforços de vigilância póscomercialização identifi cando novas indicações para os medicamentos ava liando as intervenções descrevendo as tendências de uso dos medicamentos e instruindo a política Em detrimento do potencial da farmacoepidemiologia os profissionais de saúde precisam com preendêla melhor e contribuir para o progresso dela A partir de agora mergulharemos um pouco nesse universo a fim de entendermos o que é e qual é a importância da farmacoepidemiologia William Osler observou que um desejo de utilizar medicamentos talvez seja a grande caracte rística que distingue o homem de outros animais BISSON 2016 p 89 A farmacoepidemiologia simboliza a aplicação do raciocínio epidemiológico dos métodos e do conhecimento no estudo dos usos e dos efeitos benéficos e adversos de drogas em populações humanas As pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população as doenças para as quais são usadas drogas e os problemas e os benefícios que esses medicamentos podem trazer BISSON 2016 Essas pesquisas são críticas para assegurar quais drogas vão ao encontro das necessidades de saúde e são ótimas eficazes e seguramente usadas O termo farmacoepidemiologia apareceu pela primeira vez na literatura médica em um editorial do British Journal of Medicine redigido por Lawson em 1984 No entanto o uso de drogas e vacinas na luta contra doenças humanas já despertava desde o início do século XX o interesse dos epidemiologistas Logo a prática da farmacoepidemiologia ou epidemiologia de drogas não é nova Esses estudos farmacoepide miológicos identificaram perigos que não foram previamente reconhecidos de medicamentos e refutaram outros cujas alegações sobre as doenças induzidas por medicamento foram compro vadas como falsas BISSON 2016 UNICESUMAR UNIDADE 2 47 De acordo com RomanoLieber 2008 p 37 grifo da autora A pesquisa e a introdução de novos medicamentos têm permitido importantes avanços na terapia de doenças que levavam à morte ou deixavam seqüelas permitindo sua cura o prolongamento da vida ou mesmo a melhora da qualidade de vida do seu usuário Entre tanto não é incomum que esses mesmos medicamentos produzam efeitos não desejados Segundo Edwards Aronson 2000 essa ambigüidade se justifica pois é de se esperar que uma substância com atividade farmacológica potencial possa atuar como um remédio e um veneno em um organismo vivo Essa perspectiva particular na qual o medicamento é estudado como determinante de saúde ou de doença em uma população ou grupo específico é o objeto de estudo da Farmacoepidemiologia De acordo com esses princípios são várias as propostas de definição para esse ramo da ciência Tognoni Laporte 1989 estabelecem que a epidemiologia dos medicamentos e dos tratamentos é o estudo do uso e dos efeitos desses insumos Strom 1994 define de forma mais específica propondo a Farmacoepidemiologia como o estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos em um grande número de pessoas Para esse autor tratase de um campo de conhecimento que faz uma ponte entre a Farmacologia Clínica e a Epidemiologia utilizando os métodos desta última na área da primeira Porta Hartzema Tilson 1998 por sua vez conceituam essa disciplina como a aplicação de raciocínio conhecimento e métodos epidemiológicos ao estudo do uso dos medicamentos e de seus efeitos quer sejam eles benéficos ou adversos em populações humanas Com os fundamentos teóricos da Epidemiologia afirmam que a Farmacoepidemiologia pode colaborar no processo de desenvolvimento prescrição e uso de novos medicamentos ROMANOLIEBER 2008 p 37 grifo da autora Desse modo fica claro deduzirmos que um dos grandes interesses dos estudos farmacoepidemio lógicos está ligado à responsabilidade dos governos em assegurar que apenas os medicamentos seguros e eficazes sejam comercializados para a população Todavia devemos nos lembrar de que a possibilidade de o uso de medicamentos resultar em reações adversas já é conhecida antes mesmo das preocupações com a eficácia terapêutica deles Em 1934 a comercialização de uma solução de sulfanilamida em dietilenoglicol causou mais de 100 óbitos resultando na modificação da legislação norteamericana para prover a garantia da segurança No Brasil tivemos um caso muito conhecido e que envolveu contaminação com o dietilenoglicol no final de 2019 Houve a contaminação das cervejas da empresa Backer fato que veio à tona apenas em janeiro de 2020 quando a polícia civil começou a investigar a internação de várias pessoas após o consumo da cerveja Belorizontina da Backer com sintomas de intoxicação Segundo as investigações da polícia civil a contaminação das cervejas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol aconteceu devido a um vazamento no tanque da fábrica 48 Contudo o grande marco da falta de segurança dos medicamentos foi uma epidemia de focomelia entre filhos de mães que haviam tomado o medicamento Talidomida durante a gravidez O número total de casos de focomelia foi de cerca de 4000 em todo o mundo dos quais 498 foram levados a óbito TOGNONI LAPORTE 1989 apud ROMANOLIEBER 2008 Assim podemos afirmar que a farmacoepidemiologia é o estudo do uso e dos efeitos dos fármacos em um grande número de pessoas É uma disciplina em desenvolvimento que aplica técnicas epidemiológicas para estudar o uso dos medicamentos em uma grande população Assim como a própria palavra sugere a farmacoepidemiologia combina a farmacologia clínica com a epidemiologia A farmacologia é o estudo dos efeitos dos medicamentos nos seres humanos Referese ao uso da farmacocinética e da farmacodinâmica para prever o efeito medicamentoso no paciente Epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a ocorrência e a distribuição das doenças nas populações Os epidemiologistas es tudam a grandeza da doença em determinada área quem contrai a doença e quais fatores específicos colocam os indivíduos em risco WESTSTRUM 2013 p 1 Em geral a epidemiologia é dividida em epidemiologia de doenças infecciosas e de doenças crônicas A epidemiologia de doenças crônicas depende de uma amostra complexa e de métodos estatísticos Ela é empregada com frequência nos estudos de farmacoepidemiologia a fim de ava liar a exposição ao medicamento ao longo do tempo Combinando os interesses da farmacologia e da epidemiologia a farmacoepidemiologia aplica os princípios epidemiológicos no estudo dos efeitos dos medicamentos nas populações humanas Os estudos nessa área quantificam os padrões de uso e os efeitos adversos dos fármacos Por exemplo os estudiosos se interessam em compreender os padrões de prescrição do me dicamento a conveniência do uso dele os padrões de adesão ao tratamento e de persistência ao tratamento e a identificação de fatores prognósticos para o uso do medicamento Os farmacoepi demiologistas também conduzem estudos confiáveis e relativos ao uso do fármaco em grandes populações São alvos de interesse as reações medicamentosas adversas comuns previsíveis assim como aquelas raras e imprevisíveis WESTSTRUM 2013 Você pode conhecer mais o caso de repercussão nacional das cervejas da Backer Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR Partindo do princípio de que a epidemiologia pode ser definida como o estudo da distribuição e de determinantes de doenças em populações Os estudos epidemiológicos podem ser divididos em dois tipos principais 1 A epidemiologia descritiva descreve a doença eou a exposição e pode consistir em calcular taxas de por exemplo incidência e prevalência Tais estudos não usam grupos de controle e podem gerar somente hipóteses Estudos de utilização de drogas geralmente pertencem aos estudos descritivos 2 A epidemiologia analítica inclui dois tipos de estudos observacionais como casocontrole e estudos de coorte e experimentais que incluirão testes clínicos como os testes clínicos randomizados Os estudos analíticos comparam um grupo exposto com um grupo de controle e normalmente são projetados como hipóteses que testam os estudos BISSON 2016 É importante que façamos uma reflexão a fim de entendermos o motivo pelo qual a farmacoepidemiologia é importante especialmente para a saúde pública Levando em consideração que temos uma crescente demanda por novos fármacos concebidos muitas vezes sob grande pressão comercial a farmacoepidemiologia com as próprias contribuições passa a ter uma importância estratégica na operação de sistemas de saúde em praticamente todos os países do mundo Assim como falamos os estudos farmacoepidemiológicos se prestam a garantir a segurança de um medicamento e a responsabilidade por essa tarefa cabe aos produtores e à agência reguladora Antes que a comercialização de um medicamento seja aprovada é realizada uma série de estudos chamados de précomercialização Os estudos farmacoepidemiológicos podem suplementar as informações obtidas nesses estudos preliminares Além disso podem ser detectados efeitos raros ou retardados de uso Os padrões de prescrição dos medicamentos a utilização por parte do paciente e as eventuais superdoses também podem ser avaliados por meio de estudos farmacoepidemiológicos póscomercialização quando o medicamento já está no mercado A farmacoepidemiologia se propõe portanto a ser uma forma de abordagem capaz de ultrapassar essas limitações geralmente observadas nos estudos das ações dos fármacos Para tanto essa ciência fazendo uso de duas grandes áreas de conhecimento farmacologia e epidemiologia organizase em dois grandes grupos de ações a farmacovigilância e os estudos de utilização de medicamentos Assim como é visível na Figura 2 essas duas atividades articulam as diferentes ações que compõem esse ramo da ciência nos próprios objetivos que são conhecer analisar e avaliar o impacto dos medicamentos sobre as populações humanas ROMANOLIEBER 2008 UNIDADE 2 51 prevenção de efeitos adversos ou qualquer outro possível problema relacionado a me dicamentos Ressalta ainda que a abrangência da Farmacovigilância deve ser ampliada para incluir a segurança de toda tecnologia relativa à saúde incluindo medicamentos vacinas produtos do sangue biotecnologia fitoterápicos e a medicina tradicional A Farmacovigilância também conhecida como ensaios pós comercialização ou Fase IV tem como um de seus principais objetivos a detecção precoce de reações adversas especialmente desconhecidas Como comentado anteriormente os ensaios clínicos précomercialização apresentam várias limitações dificultando a detecção de reações adversas especialmente aquelas consideradas raras ROMANOLIEBER 2008 p 38 Fica muito evidente a interrelação entre esses dois importantes termos farmacoepidemiologia e farmacovigilância A farmacoepidemiologia é utilizada para garantir a vigilância das drogas na fase de comercialização Respostas para perguntas de segurança e eficácia de drogas nem sempre podem ser providas mesmo pelos estudos clínicos mais válidos complexos e prolongados Essas respostas só podem ser obtidas por meio de estudos epidemiológicos na fase pósmarketing Um exemplo dessa vigilância foi a descoberta de uma possível associação entre a ocorrência de doença cardíaca valvular com o uso da fenfluramina Como resultado o fabricante em questão concordou em retirar o produto de todo o mercado mundial A farmacoepidemiologia também tem o potencial para examinar o impacto dos fatores prescritos paciente doença e legislação e de fatores econômicos no uso das drogas Por exemplo o uso de múltiplas drogas polifarmácia está intimamente ligado à idade Dentro do grupo de pacientes que recebem mais de cinco itens por prescrição mais de 50 estão com mais de 65 anos de idade Na ausência de um registro de doença podemos calcular a prevalência de uma certa condição por meio dos dados de prescrição BISSON 2016 p 91 Portanto após o registro dos produtos farmacêuticos toda e qualquer informação sobre sua segurança deve ser monitorada pelas autoridades sanitárias e pelas indústrias farma cêuticas Problemas comuns podem ser resolvidos pela adaptação de informações por exemplo incluindo na bula os novos efeitos adversos advertências ou alterações de indicação Também podem ser necessárias ações restritivas como limitação de uso e venda a retirada do produto do mercado ou a suspensão de sua comercialização ROMANOLIEBER 2008 p 39 A monitorização da segurança não deve ser destinada exclusivamente aos novos medicamentos ou às novidades terapêuticas Ela tem um papel importante na introdução dos medicamentos genéricos e na revisão do perfil de segurança de antigos medicamentos já disponíveis 52 Segundo a Organização PanAmericana da Saúde a farmacovigilância é também um instrumento importante para a Atenção Farmacêutica na medida em que provê informações sobre medicamentos per mitindo uma melhor avaliação da relação riscobenefício de um medicamento otimizando os resultados da terapêutica ROMANOLIEBER 2008 p 39 Agora faremos uma pausa para falarmos de um assunto muito importante a reação adversa aos medicamentos Podemos abreviála como RAM Você com certeza já ouviu alguém falar sobre esse termo e tem percebido como ele tem aparecido nas nossas últimas aulas As reações adversas aos medicamentos são eventos clínicos indesejáveis e atribuídos aos medica mentos utilizados em doses adequadas à enfermidade e à condição clínica do paciente Elas Podem provocar danos graves à saúde ocasionando muitas vezes admissões hospita lares e até mesmo óbito Estudos norteamericanos sustentam que as reações adversas aos medicamentos estão entre as dez principais causas de morte nos Estados Unidos e são responsáveis por uma elevada carga financeira para os sistemas de saúde MOTA VIGO KUCHENBECKER 2013 p 2 Existem vários métodos de farmacovigilância que podem ser utilizados para o monitoramento de reações adversas aos medicamentos em condições reais como forma de compensar a limitada repre sentatividade e o poder dos ensaios clínicos em evidenciar as reações adversas raras e tardias A notificação espontânea é o método mais amplamente utilizado por diversos sistemas de farma covigilância de base populacional MOTA VIGO KUCHENBECKER 2013 Podemos inclusive sustentar que se trata de Um dos principais métodos para obtenção de informações acerca de reações adversas a medicamentos RAM A notificação voluntária ou espontânea é aquela realizada por profissionais de saúde Os notificadores preenchem uma ficha com um mínimo de infor mações que podem sinalizar possíveis relações entre o uso do medicamento e o desen volvimento de reações adversas As hipóteses daí geradas podem sugerir um seguimento mais intensivo ou o início de estudos epidemiológicos que permitam estabelecer o risco de RAM associado àquele uso ROMANOLIEBE 2008 p 39 Figueras et al 2002 apud ROMANOLIEBE 2008 p 39 apresentam outras utilidades das notificações espontâneas de RAM como a identifi cação de reações previamente desconhecidas e inesperadas a caracterização de síndromes iatrogênicas decorrentes do uso de a partir de dados sobre o paciente idade sexo indica ção do tratamento sobre o fármaco dose tempo de uso e sobre a reação características clínicas duração evolução e identificação de subgrupos de pacientes mais suscetíveis a comparação de toxicidade entre fármacos de um mesmo grupo terapêutico e a monitori zação contínua das reações adversas de um medicamento quando é lançado no mercado UNICESUMAR UNIDADE 2 53 Apesar das reconhecidas limitações dele envolvendo sobretudo elevada subnotificação esse método é particularmente importante no monitoramento das reações adversas aos medicamentos raras tardias graves resultantes de interações farmacológicas decorrentes do uso contínuo de medica mento não descritas em bula e em grupos de pacientes mais vulneráveis como crianças e idosos O Sistema Nacional de Notificações em Vigilância Sanitária formulário de notificação de medicamento que ocasionou danos à saúde No tivisamedicamento disponibilizado em 2008 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa é o principal sistema de notificações espontâneas de suspeitas de reações adversas a medicamentos no Brasil Visa sobretudo a agregar as notifi cações e por conseguinte gerar sinais de alertas e hipóteses sobre a segurança de medicamentos MOTA VIGO KUCHENBECKER 2013 p 2 Quero dividir com você um vídeo você assistirá a uma apresentação do sistema NOTIVISA da Anvisa e entenderá de forma clara que tipo de evento adverso pode ser informado pelo NOTIVISA Acesse o QR Code e venha conferir Para acessar use seu leitor de QR Code No segundo vídeo é exibido um webnário realizado pela equipe do NO TIVISA da Anvisa que exibe o passo a passo a fim de que as instituições realizem o cadastro para ter acesso ao sistema NOTIVISA de notificação de eventos adversos e queixas técnicas relacionados aos produtos sob Vigilância Sanitária Esse webinar é um novo formato de comunicação utilizado pela Anvisa para aproximar cada vez mais os usuários do sistema da discussão de temas técnicos de importância Eu te convido a assistir e a navegar pela página do NOTIVISA pois você futuroa farmacêuticoa pode acessar esse sistema para notificar uma RAM Para acessar use seu leitor de QR Code 54 Não podemos deixar de lembrar que outra fonte de informação sobre RAM é a própria indústria farmacêutica que deve notificar às autoridades sanitárias os problemas relativos aos medicamentos que produz Ou ainda a informação pode ser gerada a partir da busca ativa de RAM Neste caso podese fazer um seguimento para identificar reações adversas causadas por determinados fármacos ou acompanhar categorias de usuários mais suscetíveis Tratase de um mecanismo útil por exemplo quando se deseja intensificar a detecção de um si nal ou gerar um alerta a partir de notificações espontâneas tanto em hospitais como na comunidade ROMANOLIEBE 2008 p 39 A busca ativa pode ser feita por médicos enfermeiros farmacêuticos ou alunos de cursos de pós graduação de áreas de saúde Os dados que se buscam podem ser obtidos diretamente com o paciente com o médico ou nos prontuários Uma das principais limitações da notificação espontânea é a subnotificação Algumas possíveis causas para a subnotificação seriam o medo do prescritor de ser processado pelo paciente a culpa por ter prescrito um medicamento que causou uma RAM além da apatia ou falta de interesse ou tempo para notificar FIGUERAS et al 2002 apud ROMANOLIEBE 2008 p 39 Em hospitais notase a subnotificação mesmo quando as RAM são reconhecidas dificultando sobre tudo o conhecimento precoce de um efeito raro ou mesmo a criação de uma cultura da notificação pelos profissionais de saúde Outra limitação importante do método é a impossibilidade de calcular a incidência das RAM e os respectivos riscos dado que geralmente faltam dados sobre o tamanho da população exposta ao medicamento Outro importante método utilizado na detecção de RAM é o relato de caso Geralmente o relato de caso é o resultado de uma observação clínica Em geral referese a eventos raros e extraordinários ou ainda àqueles que tenham início imediatamente depois do começo da terapia É útil para levantar hipóteses sobre o efeito de medicamentos especialmente se há numerosos relatos ligando exposições raras a eventos raros ou a episódios repetidos de um evento após a reexposição a um medicamento Entretanto na maioria das vezes os relatos de caso são insuficientes para documentar associações ou estabelecer causalidade porque não apresentam um grupo de controle que permita comparações Essa ausência impede que sejam feitas comparações e seja avaliado o risco da utilização do medicamento Apesar das limitações frequentemente o relato de caso tem servido como a única fonte de infor mação relativa às reações adversas sérias Dessa forma ele pode levar a restrições à comercialização ou à retirada do medicamento do mercado Ele tem desempenhado o importante papel de levantar uma suspeita que deve posteriormente ser confirmada usando outros métodos ROMANOLIEBE 2008 Outra diferente forma de fazer a notificação é a partir de uma série de casos UNICESUMAR UNIDADE 2 55 Uma série de casos é a descrição de um número de pacientes que apresentam a mesma expo sição doença ou efeitos inesperados relativos ao uso do medicamento O relato de um único caso de RAM pode indicar uma reação individual eou um fenômeno extremamente raro Entretanto uma série de casos evidencia que um resultado ainda que raro está se repetindo Como nos relatos de caso nesse tipo de estudo também não existe um grupo controle que permita comparações Em populações definidas ela pode ser útil para quantificar a incidên cia ou a prevalência de um efeito inesperado relativo ao uso de um medicamento bem como para caracterizar os pacientes que exibem o dito efeito ROMANOLIEBE 2008 p 39 Além disso é possível ter outro tipo de ensaio o chamado análise de série temporal ou estudos eco lógicos Nesse tipo de ensaio o efeito de um medicamento na ocorrência de um evento relativo ao uso é comparado pelo menos duas vezes antes e depois da introdução do medicamento no mercado ou antes e depois da retirada dele do mercado O objetivo é avaliar se a disponibilidade do fármaco afeta de alguma forma a ocorrência de algum tipo de efeito A unidade de investigação nesse tipo de estudo é um conjunto de indivíduos A associação observada entre o uso do medicamento e o grupo de indivíduos não representa necessariamente a associação que pode existir no nível individual Além disso a interpretação dos dados deve ser cuidadosa porque além da exposição ao medicamento outras exposições podem estar concorrendo para a ocorrência de um evento adverso Apesar dessas limitações esses estudos são úteis ao fornecimento de dados adicionais para a investigação de uma hipótese As fontes de dados estão previamente disponíveis na forma de estudos demográficos ou estatísticas vitais 56 Sem dúvidas um dos modelos mais conhecidos é o de estudos clínicos controlados Geralmente ele é planejado com o objetivo de determinar a eficácia de um novo medicamento mas também pode detectar reações adversas Nesse tipo de investigação os indivíduos são distribuídos ao acaso em um grupo tratado com o fármaco estudado e um grupo controle que pode ser tratado com placebo ou com medidas tradicionais A alocação aleatória tem o objetivo de formar grupos com características semelhantes Com isso pretendese distinguir o efeito do medicamento pesquisado de possíveis efeitos causados por outros fatores como a evolução natural da doença ou a influência psicológica da própria administração do tratamento São chamados de estudos experimentais porque é o pesquisador quem determina qual dos grupos receberá o fármaco pesquisado Estes estudos são realizados na fase pré comercialização ROMANOLIEBE 2008 p 40 Outro importante modelo são os estudos de coortes e casocontrole Devido às limitações dos ensaios de précomercialização e dos relatos de casos os estudos observacionais geralmente são a melhor fonte de informação quantitativa sobre as RAM São chamados de estudos observacionais porque as diferenças entre os grupos de estudo em relação ao agravo ou à exposição são observadas e analisadas e não criadas intencionalmente Os participantes da pesquisa já estão segregados em grupos com base em alguma experiência ou exposição Assim como nos ensaios clínicos controlados nesses estudos também se comparam dois ou mais grupos de pessoas O prin cípio fundamental é que os grupos comparados tenham a mesma probabilidade de desenvolver o agravo independente da exposição ao medicamento A probabilidade ou risco de desenvolver o agravo deve ser o mesmo para pessoas expostas ao medi camento estudado e para aquelas não expostas Nos estudos do tipo casocontrole partese do efeito para chegar às causas É uma investigação na qual pessoas com uma dada reação adversa são comparadas com outras sem esta condição de modo a identificar no passado se estiveram expostas a um determinado medicamento que poderia explicar a ocorrência do agravo estudado Nos estudos de coortes partese da causa para observar os efeitos Um grupo de pessoas que utiliza e outro que não utiliza determinado medicamento é seguido no tempo com o intuito de determinar quais de seus componentes desenvolvem reações adversas e se a exposição prévia ao medicamento está relacionada à ocor rência da doença UNICESUMAR UNIDADE 2 57 Os dois tipos de estudo permitem estimar o risco da ocorrência de uma reação adversa associada ao uso de um medicamento Em estudos de coortes calculase o risco relativo Nos estudos de casocontrole a medida da associação é dada pela odds ratio Este último parâmetro em geral aproximase do valor do risco rela tivo O risco relativo referese ao quociente da ocorrência de um agravo entre os indivíduos expostos ao medicamento pela ocorrência do agravo entre os indiví duos não expostos O risco relativo é provavelmente o parâmetro epidemiológico utilizado com mais frequência ele fornece uma medida do tamanho da associação ROMANOLIEBE 2008 p 40 Os estudos epidemiológicos que envolvem comparação entre grupos estão sujeitos a erros sistemáticos ou vieses que podem alterar os resultados e ocasionar associações de significado ou magni tude errôneas Os principais tipos de vieses estão ligados à seleção dos pacientes à obtenção de informação sobre a exposição ao medicamento e à presença de fatores que confundem os resultados obtidos Estudos de casocontrole são particularmente úteis para determinação de reações adversas raras são relativamente baratos e requerem um período de tempo curto para sua realização Entretanto estão sujeitos aos vieses já comentados e usualmente não permitem o cálculo da taxa de incidência pois não se conhece a população que esteve exposta àquele medicamento Também os estudos de coortes estão sujeitos a restrições Além dos vieses já citados requerem o acompanhamento de um número elevado de indivíduos costumam ser longos dispendiosos e requerem organização complexa Por outro lado permitem medir a incidência e portanto o risco das RAM além de serem convenientes para o estudo de ocorrência de RAM associadas às exposições raras ROMANOLIEBE 2008 p 40 No estudo da farmacovigilância há um termo muito comum reação de causalidade Quando é verificada uma associação entre uma reação adversa e o fato do paciente ter feito uso anterior o que também chamamos de uso prévio de um determinado medicamento seja em um estudo tipo casocontrole seja em um estudo de coorte isso não significa que há uma reação de causalidade Todavia você deve estar se perguntando o que é uma reação de causalidade Uma reação de causalidade ou de causaefeito entre dois eventos significa que a presença de um deles contribui para a presença do outro Meyboom et al 1997 apresentam sete critérios utilizados para atribuir causalidade em farmacovigilância Força da associação referese à significância estatística ou seja ao valor do risco relativo ou do odds ratio e também ao número de casos de RAM relatados em relação à exposição ao medicamento ou seja será mais consistente e provável causalidade quanto maior for esse número de casos UNIDADE 2 59 Tendo em vista a dificuldade de estabelecer uma relação de causalidade no final dos anos de 1970 foram criados os chamados algoritmos Algoritmos são procedimentos esquemáticos que servem para orientar conclusões ou inferências Para determinar a causalidade entre o uso de um medicamento e uma reação adversa os algoritmos são construídos como tabelas de decisão em forma de questionário tentando padronizar critérios de diferentes avaliadores As questões são formuladas de modo a determinar as relações temporais entre o efeito e a tomada do medicamento as características clínicas as explicações alternativas que possam ser consideradas para a etiologia daquele evento entre outras possibilidades Cada resposta recebe um valor numérico que dá a medida da probabilidade de o efeito ter sido causado pelo medicamento suspeito O valor final classifica a relação de causalidade Assim segundo Edwards Aronson 2000 a causalidade pode ser classificada como certa provável possível improvável condicional ou não classi ficada e finalmente inclassificável ROMANOLIEBE 2008 p 41 No algoritmo de Naranjo por sua vez a causalidade é determinada como definida provável possível e duvidosa FIGUERAS et al 2002 Nunes 2000 aponta como problemas do uso dos algoritmos a difícil reprodutibi lidade do método pois os critérios no preenchimento das questões podem variar para cada aplicador uma vez que não há garantia de verdade nas respostas dadas para o preenchimento do algoritmo ROMANOLIEBE 2008 p 41 Nesse contexto das reações adversas aos medicamentos surgem os estudos de utilização de medi camentos De acordo com a OMS os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comercialização distribuição prescrição e o uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial sobre as consequências médicas sociais e econômicas resultantes FIGUEIREDO 2008 p 29 Os EUM podem fornecer informações sobre o uso de medicamentos contribuindo as sim para a avaliação da utilização dos medicamentos em uma sociedade do papel deste nesta sociedade e também servir de informação para ações regulamentadoras como intervenções no uso racional de medicamentos ou no monitoramento eco nômico dos preços OsoriodeCastro 2000 Laporte et al 1993 apud Pepe 1994 FIGUEIREDO 2008 p 29 Esses estudos também podem contribuir aqueles cujo objetivo é quantificar o consumo de medicamentos de uma determinada região permitindo a comparação com outras localidades ou em diferentes períodos Os resultados desses estudos podem ser utilizados para estimar o uso de medicamentos por idade sexo classe social morbidade e outras características e para identificar áreas onde ocorrem abuso ou subutilização 60 para o fornecimento de informações sobre a oferta de medicamentos a qualidade e a seleção de medicamentos o planejamento de ações a qualidade e quantidade do consumo os hábitos de prescrição a adesão ao tratamento e o impacto de interven ções específicas Pelicioni 2005 apud Pontes Junior 2007 Para Pepe 1994 os EUM apresentam alguns objetivos tais como a descrição da utilização dos medicamentos a avaliação qualitativa dos medicamentos utilizados para identificar possíveis proble mas e a intervenção sobre os problemas identificados FIGUEIREDO 2008 p 29 Os EUM podem ser classificados segundo o elemento principal Podem desse modo ser classifi cados em FIGUEIREDO 2008 1 Estudos de consumo 2 Estudos de prescriçãoindicação 3 Estudos de indicaçãoprescrição 4 Estudos sobre o esquema terapêutico 5 Estudos que condicionam os hábitos de prescrição ou dispensação 6 Estudos das consequências práticas da utilização dos medicamentos 7 Estudos de intervenção Os estudos de consumo pretendem descrever os medicamentos utilizados e em que quantidades o são Para Castro 2000 apud ROMANOLIEBE 2008 p 41 os EUM representam apoios decisivos na elaboração de políticas governamentais na área de saúde e compreendem diferentes temas de investigação relativos ao uso de medicamentos São exemplos Como se desenvolve a terapêutica nas várias esferas da assistência como se efetiva a demanda quais são as possibilidades de ocorrência de abuso mau uso subutilização uso incorreto de medicamentos e cumprimento de regimes terapêuticos Como se faz a seleção a procura e a distribuição dos medicamentos e quais fatores influem na sua utilização Como se desenvolve o processo da prescrição Estimativas de efetividade segurança razão de riscobenefício de dado medicamento e a prevalência de efeitos adversos área temática limítrofe com a Farmacovigilância Análises de preços e custos Desenvolvimento e efetivação de programas educacionais e informativos para pro mover o uso racional dos medicamentos Levantamentos e avaliação das políticas governamentais e institucionais relativas aos medicamentos ROMANOLIEBE 2008 p 41 Os EUM utilizam o instrumental da epidemiologia descritiva e podem ser quantitativos ou quali tativos Os estudos quantitativos são UNICESUMAR 62 Castro 2000 apud ROMANOLIEBE 2008 p 42 ressalta a importância da confiabilidade das fontes de dados disponíveis para os estudos quan titativos e chama a atenção para a limitação dos registros de venda como fonte de infor mações caso se trabalhe com dados relativos a custos A autora lembra que a comparação de consumo baseada em custos no mesmo país em diferentes períodos pode acarretar problemas caso haja alta inflação ou grande flutuação de preços A comparação do nú mero de unidades vendidas também apresenta limitações porque as apresentações dos medicamentos podem variar de acordo com o país Ela destaca também o uso de pron tuários médicos Estes embora de fácil acesso devem ser evitados como fonte exclusiva de informação em estudos retrospectivos dada a precariedade normalmente observada no seu preenchimento Os estudos qualitativos também devem envolver o conceito da adequação do uso do medicamento Basicamente as fontes de dados utilizadas são as mesmas dos estudos quantitativos mas devem ser acrescidas informações seguras de eficácia e segurança Podemse citar como exemplo de estudos qualitativos ROMANOLIEBE 2008 p 42 grifo do autor Estudos de prescrição são aqueles em que se descrevem qualitativamente os hábitos de prescrição Centramse na adequação do uso buscando cruzar informações pertinen tes à indicação à dose ao curso e à extensão da terapêutica São geralmente aplicados a toda uma instituição ou a setores específicos na forma de intervenções contínuas que propiciem diminuição de custos e incrementos na qualidade Podem ser retrospectivos ou prospectivos Enquanto nos primeiros analisase a forma como o fármaco vem sendo utilizado nos últimos o objetivo é prevenir problemas relacionados à terapêutica que porventura venham a surgir Nos estudos de prescrição é possível por exemplo analisar padrões de uso de medicamentos por características dos pacientes tais como sexo idade ou diagnóstico e identificar e estudar os determinantes da prescrição bem como as in fluências das informações particulares ou das campanhas publicitárias Estudos de adesão ao tratamento conforme Capellá 1993 vários estudos mostram que apenas parte dos pacientes segue o tratamento medicamentoso que lhes foi pres crito mas poucos trabalhos apontam as causas que determinam esse comportamento Entretanto esse é um aspecto relevante dentro do estudo de uso de medicamentos porque o uso incorreto pode alterar os efeitos esperados de um fármaco aumentar a probabilidade da ocorrência de RAM e desperdiçar recursos Nesse sentido é importante que se conheçam esses determinantes para que possa haver algum tipo de intervenção Revisão recente de RomanoLieber et al 2002 mostrou que a intervenção do farma cêutico tem influência no uso de medicamentos pelo paciente idoso Foi observado também que de uma forma geral essas intervenções apresentaram resultado positivo inclusive com o aumento da adesão do paciente ao seu tratamento UNICESUMAR 64 Com a evolução dos EUM foi necessária a criação de medidas que permitissem a uniformidade de expressão e troca de informações Além disso foi preciso criar um sistema unificado de clas sificação dos medicamentos Um sistema internacional único de classificação dos medicamentos é essencial não só para comparações internacionais de consumo mas também no seguimento do padrão nacional de consumo na análise das mudanças deste ao longo do tempo em um país determinado na Farmacovigilância e quando se requer informação sistemática sobre os medicamentos e seu uso ROMANOLIEBE 2008 p 43 O primeiro instrumento desenvolvido foi a Anatomical Therapeutic Chemical Classification ATC baseado em um sistema já em uso pela European Pharmaceutical Market Research As sociation EPhMRA Ele foi adotado pelo Drug Utilization Research Group DURG da OMS para ser usado em estudos voltados à utilização de medicamentos É um sistema que se divide em cinco níveis classificatórios que descrevem desde o local de ação ao nome genérico do fármaco OSORIODE CASTRO 2000 apud FIGUEIREDO 2008 p 30 Outro instrumento é a Dose Diária Definida DDD que se volta à quantificação do consumo de medicamentos É uma unidade técnica internacional de medida do consumo de medicamentos recomendada pela OMS que foi criada na tentativa de superar as dificuldades derivadas dos estudos que utilizam a quantificação do consumo em valor econômico e em unidades vendidas A DDD representa a dose diária de manutenção de cada fármaco na sua indicação principal em adultos sendo a referência de peso de 70 kg Capellá 1993 apud Pontes Junior 2007 FIGUEIREDO 2008 p 30 UNICESUMAR Outra maneira de avaliar qualitativamente a utilização de medicamentos acontece por intermédio de indicadores Indicadores são medidas quantitativas eou qualitativas empregadas em quaisquer aspectos da cadeia de assistência para avaliar desempenhos detectar problemas e orientar a condução de atividades consideradas chaves A principal finalidade de sua aplicação é definir um número limitado de parâmetros que permitam descrever a situação de um país região ou centro de saúde no que se refere ao uso de medicamentos ROMANOLIEBE 2008 p 42 A DDD destaca algumas considerações importantes A mesma DDD é dada em casos de diferentes vias de administração a não ser que a biodisponibilidade seja comprometida substancialmente diferente A dose terapêutica é considerada salvo nos casos em que a principal indicação seja profilática quando será listada DDD diferentes serão assinadas a distintos estereoisômeros A DDD para determinada substância em preparação simples deverá ser a mesma para a substância em preparação associada Em preparações associadas a DDD dependerá do componente mais importante ou daqueles que determinam conjuntamente a ação terapêutica Preparações associadas em doses fixas são consideradas caso a caso de acordo com a classificação ATC Algumas preparações não pertencem à DDD listada como as de uso tópico soluções intravenosas soros vacinas e extratos de alérgenos antineoplásicos anestésicos gerais e locais e contrastes radiológicos Para preparações simples as DDD são expressas em quantidade de ingrediente ativo Mesmo preparações para uso pediátrico serão expressas como DDD de adulto O estabelecimento de uma DDD para determinado fármaco independe da duração do tratamento O DDD não é uma dose recomendada mas uma unidade de medida que permite comparação entre resultados 66 Os cálculos de DDD foram posteriormente adaptados para uso hospitalar com a determinação de medidas denominada DDDleitodia Os resultados expressos dessa forma fornecem uma estima tiva do consumo de dado medicamento em um determinado período e sugerem a probabilidade de uso de determinado fármaco por um paciente Outra unidade de medida é a Prescribed Daily Dose PDD Dose Diária Prescrita a fim de contornar a distância entre a dose realmente prescrita na prática clínica diária e a DDD A PDD pode variar tanto de acordo com as indicaçõespatologias quanto em relação às tradições terapêu ticas Essa unidade é estabelecida por meio do levantamento de prescrições médicas entrevistas com pacientes ou registros de farmácias Particularidades como idade sexo e tipo de terapêutica devem ser investigadas paralelamente ROMANOLIEBE 2008 p 43 Para finalizar ainda temos uma classificação que pode ser feita de acordo com o valor terapêu tico dos medicamentos Essa classificação aconteceria em consonância com o valor terapêutico qualitativamente Para Arnau e Laporte 1989 apud ROMANOLIEBE 2008 p 44 um medicamento pode ter um valor elevado uma vez que sua eficácia tenha sido demonstrada em ensaios clínicos controlados ou cujo uso está justificado em indicações definidas devido ao fato de possuírem efeitos imediatos e óbvios O valor pode ser considerado relativo se as especialidades farmacêuticas forem irracionais do ponto de vista farmacológico e terapêutico por conterem além de um princípio ativo de valor elevado uma ou mais entidades químicas com eficácia terapêutica duvidosa Um medicamento também pode ter um valor duvidoso ou nulo se a eficácia não tiver sido demonstrada convincentemente em ensaios clíni cos controlados e para os quais não se tenham descrito efeitos indesejáveis graves ou frequentes Por fim são considerados de valor inaceitável os medicamentos que devido à sua composição apresentam uma relação riscobenefício claramente desfavorável em todas as circunstâncias Esse tipo de classificação pode auxiliar os estudos de uso de medicamentos na ava liação da conveniência da prescrição bem como nos estudos que se proponham a estabelecer determinantes de nãoadesão Vamos ouvir mais um podcast preparado com muito carinho Este é nosso segundo podcast e hoje falaremos um pouco mais a respeito da saúde baseada em evidências e de como esse movimento é importante para o exercício de nossa profissão em especial aos nossos pacientes que podem usufruir das intervenções doa farmacêuticoa UNICESUMAR UNIDADE 2 67 Nós fizemos reflexões importantes em nos sa unidade e você pode perceber que a saúde baseada em evidências é uma abordagem que usa ferramentas importantes como a farmacoepidemiologia a estatística a meto dologia científica e a informática aplicados à pesquisa Ela constitui o resultado da me lhor evidência científica aplicada na prática clínica considerando os valores do paciente As informações originadas das evidências científicas são utilizadas para apoiar a prá tica clínica a qualificação do cuidado e a tomada de decisão para a gestão em saúde considerando a segurança nas intervenções e a ética na totalidade das ações Portanto a saúde baseada em evidências pode ser considerada a arte de avaliar e reduzir a in certeza nas tomadas de decisão em saúde 68 Agora é chegada a hora de fixarmos ainda mais tudo o que discutimos nesta unidade Para isso eu te convido a construir um mapa mental Vou te sugerir algumas palavraschave para que você construa o seu mapa mental desta unidade Medicina baseada em evidências Tomada de decisões Cuidado com o paciente 69 1 Considerando a farmacoepidemiologia analise as afirmativas a seguir I A farmacoepidemiologia representa a aplicação do raciocínio epidemiológico de métodos e de conhecimentos no estudo relativo aos usos e aos efeitos benéficos e adversos de drogas em populações humanas II A farmacoepidemiologia simboliza a aplicação do raciocínio epidemiológico de métodos e de conhecimentos no estudo relativo aos usos e aos efeitos adversos de drogas em populações humanas III As pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população as doenças para as quais são usadas drogas os problemas e os benefícios que esses medicamentos podem trazer para o ser humano IV A farmacoepidemiologia também pode ser definida como o estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos em um restrito número de pessoas V Um dos objetivos do estudo da farmacoepidemiologia é a perspectiva particular na qual o medicamento é estudado como determinante de saúde ou de doença em uma população ou um grupo específico É correto o que se afirma em a I II e IV b I III e V c I III IV e V d III IV e V e I II III IV e V 2 Considerando a farmacovigilância assinale a alternativa correta a A farmacovigilância representa o processo de identificar e responder assuntos de segurança a respeito de drogas ainda não comercializadas É com base nela que a farmacoepidemiologia foi fundada b A farmacovigilância também conhecida como ensaios pós comercialização ou fase II tem como um de seus principais objetivos a detecção precoce de reações adversas especialmente já conhecidas c A Organização PanAmericana da Saúde defende que a farmacovigilância é um instrumento importante para a atenção farmacêutica tendo em vista que se pode prover informações sobre medicamentos Isso permite uma melhor avaliação da relação riscobenefício de um medicamento otimizando os resultados da terapêutica do paciente d A notificação do tipo relato de caso é o método mais amplamente usado por diversos sistemas de farmacovigilância de base populacional e A farmacovigilância simboliza o processo de identificar e responder assuntos de segurança a respeito de drogas comercializadas É com base nela que surgiu o movimento da atenção farmacêutica 70 3 Existem vários métodos de farmacovigilância que podem ser usados para o monitoramento de reações adversas aos medicamentos RAM Considerando esses métodos analise as afirmativas a seguir I Apesar das suas reconhecidas limitações envolvendo sobretudo elevada subnotificação o método de notificação espontâneo é particularmente importante no monitoramento das reações adversas aos medicamentos raras tardias graves resultantes de interações farma cológicas decorrentes do uso contínuo de medicamentos não descritas em bula e em grupos de pacientes mais vulneráveis tais como crianças e idosos II O sistema NOTIVISA disponibilizado desde 2008 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA é o principal sistema de notificações espontâneas de suspeitas de reações adversas aos medicamentos no Brasil na atualidade III O relato de caso é o resultado de uma observação clínica Em geral referese aos eventos muito comuns observados no dia a dia do cuidado ao paciente e àqueles que tenham início meses após o início da terapia IV Os estudos clínicos controlados são planejados com o objetivo de determinar exclusivamente a eficácia de um novo medicamento V Nos estudos do tipo casocontrole o princípio fundamental é o de que os grupos comparados tenham a mesma probabilidade de desenvolver o agravo independentemente da exposição ao medicamento É correto o que se afirma em a I II e IV b I II III e IV c II III e IV d II IV e V e I III e V 4 Considerando os estudos sobre a utilização de medicamentos assinale a alternativa correta a Os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comercialização à prescrição e ao uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial nas consequências médicas sociais e econômicas resultantes b Os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comercialização à distribuição à prescrição e ao uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial nas consequências médicas sociais e econômicas resultantes c Os Estudos de Utilização de Medicamentos podem contribuir para o fornecimento de infor mações sobre a oferta de medicamentos a qualidade e a seleção de medicamentos o plane jamento de ações e a qualidade e a quantidade de consumo exceto os hábitos de prescrição e de adesão ao tratamento 71 d Os estudos de prescrição são um tipo de Estudo de Utilização de Medicamentos Neles são descritos quantitativamente os hábitos de prescrição e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 5 A Dose Diária Definida DDD é um sistema de classificação de medicamentos que se volta à quantificação do consumo de medicamentos É uma unidade técnica internacional de medida do consumo de medicamentos recomendada pela OMS e que foi criada na tentativa de supe rar as dificuldades derivadas dos estudos que utilizam a quantificação do consumo em valor econômico e em unidades vendidas Considerando a DDD avalie as afirmativas a seguir I A dose terapêutica é considerada salvo nos casos em que a principal indicação seja profilática quando será listada II A mesma DDD é dada nos casos em que existem as mesmas vias de administração exceto se a biodisponibilidade seja comprovada e substancialmente diferente III A DDD para determinada substância em preparação simples deverá ser a mesma para a substância em preparação associada IV As DDD de preparações de liberação controlada e de administração intermitente são conside radas dividindose a dose total administrada no período pelo número de dias de tratamento V O estabelecimento de uma DDD para determinado fármaco depende da duração do trata mento É correto o que se afirma em a Apenas I II e V b Apenas I III e V c Apenas III IV e V d Apenas II IV e V e Apenas I III e IV 6 A prática da medicina baseada em evidências deve compreender cinco passos também cha mados de domínios Apresente esses passos e explique como eles se caracterizam MEU ESPAÇO 3 Vamos falar dos métodos clínicos farmacêuticos Quando fazemos a atenção farmacêutica isto inclui dizer que seguimos uma sequência de passos que costumamos chamar de método clínico O método clínico inclui coleta de dados identificação de problemas implan tação de um plano de cuidado e acompanhamento do paciente E por sabermos que nós farmacêuticos somos os especialistas em medicamentos precisamos estar aptos para resolver problemas relacionados à farmacoterapia com objetivo de promover seu uso racional e assim garantir sua máxima efetividade e segurança Método Clínico Farmacêutico Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 74 Eu imagino que você deva estar se perguntando será que estes métodos clínicos farmacêuticos são assim tão importantes Como estes métodos poderão ser utilizados na prática E mais como eles podem ajudar tanto no desenvolvimento da atenção farmacêutica Eu quero que você mergulhe de cabeça nesta unidade de conteúdo e nós vamos começar com uma situação bem real que lhe desafiamos a resolver Imagine que você está em sua farmácia uma farmácia de bairro e numa linda tarde de outono entra na farmácia o seu João João é casado aposentado tem 68 anos e é hipertenso Ele vem à farmácia pois não está se sentindo muito bem reclama de fortes dores na cabeça e quando você pede para ele mostrar onde dói ele mostra a nuca Você questiona acerca do uso do seu antihipertensivo que ele compra em sua farmácia e ele diz que está tomando o Captopril bem direitinho No Brasil a hipertensão arterial atinge cerca de 325 de indivíduos adultos contribuindo para o aumento dos índices de complicações cardiovasculares Em vista de a hipertensão ser umas das doenças mais prevalentes no mundo o governo desenvolve políticas públicas de saúde para estimular o diagnóstico precoce e o tratamento contínuo para controle da pressão arterial e dos fatores de riscos associados devido a mudanças do estilo de vida eou uso de medicamentos E quando falamos em uso de medicamentos temos aqui o papel crucial que o farmacêutico desempenha na orientação e acom panhamento do paciente imagine que aqui é você quem vai acompanhar e orientar o senhor João O que será que pode estar acontecendo com João Ele está tomando o medicamento certinho segundo ele todos os dias pela manhã Você não está satisfeito e continua fazendo uma anamnese cri teriosa na busca de possíveis respostas Será que o medicamento não faz mais efeito Será que a dose está errada Será que a hipertensão dele evoluiu De que forma você poderá descobrir o que está acontecendo com João Convidamos você a vir descobrir o que os métodos clínicos farmacêuticos para o exercício da atenção farmacêutica têm a contribuir com isso tudo Ao final desta unidade você vai descobrir por meio de um dos métodos clínicos aqui exemplificados o que pode estar acontecendo com o senhor João e mais você vai saber como ajudar o senhor João UNICESUMAR UNIDADE 3 75 Aproveitamos para convidálo a ir construindo seu diário de bordo desta unidade Comece fa zendo anotações das principais diferenças entre os métodos clínicos farmacêuticos pois ao final você poderá identificar o melhor deles ou o que melhor se adequa a sua realidade para conseguir ajudar o seu paciente o senhor João Sugerimos que construa tabelas informativas anotando os principais pontos de cada método assim o seu entendimento e visualização do problema ficará bem mais claro Vamos que temos muito o que aprender 76 Ao longo das últimas décadas o farmacêutico vem buscando firmarse como clínico integrante da equipe de atenção à saúde Desde o surgimento da farmácia clínica e posteriormente da atenção farmacêutica o que se busca é desenvolver uma prática focada no paciente e voltada à resolução e prevenção de problemas farmacoterapêuticos Fundamentalmente pela necessidade de redução da morbimortalidade relacionada aos medicamentos A profundidade dessa mudança entretanto faz necessário que o farmacêutico incorpore a sua práxis conhecimentos e habilidades que construam um novo referencial de atuação e padrão de qualidade A Farmácia Clínica que surgiu em meados de 1960 e ainda é considerada uma área de atuação nova para o profissional farmacêutico Conforme Araujo Tescarollo e Antônio 2019 p 2 No ambiente hospitalar o farmacêutico que por vezes era distante do paciente bem como de toda a equipe de saúde passou a demonstrar a necessidade de participar da equipe de saúde e de interagir no cuidado prestado ao paciente ANGONESI SEVALHO 2010 Sabendo que o farmacêutico clínico é um profissional capaz de identificar sinais e sintomas monitorar a terapia medicamentosa programar e orientar o paciente agin do em conjunto com os demais profissionais de saúde envolvidos percebese neste momento o intento comum de efetivar a farmacoterapia contudo há nesta conjuntura uma grande necessidade em conhecer de forma ampla práticas terapêuticas agrupando a disposição de julgamento e sua postura frente ao ato de tomar decisões CFF 2013 UNICESUMAR UNIDADE 3 77 O medicamento é um dos principais recursos terapêuticos utilizados pela população no entanto o seu uso não está isento de elevados riscos danosos à saúde humana Dessa forma o serviço de clínica farmacêutica tornase indispensável para avaliar a situação clínica do paciente diante da análise do riscobenefício que um produto farmacêutico pode propor cionar podendo contribuir para a recuperação da saúde e na conscientização da população em prol de tratamentos farmacológicos mais seguros e efetivos CORREIA et al 2017 p 2 A importância da farmácia clínica da atenção farmacêutica e do profissional farmacêutico já nos é bem clara mas temos que pensar que o importante trabalho realizado pelo farmacêutico precisa ser bemorganizado e normatizado e por isso a adoção de um método clínico universal de abordagem de pacientes a clara identificação da natureza dos problemas pertencentes ao seu escopo e um eficiente sistema de registro serão essenciais à construção de uma prática sustentável em longo prazo Nós podemos citar algumas metodologias de atenção farmacêutica disponíveis na literatura No Brasil na Espanha e outros países de origem latina o termo seguimento farmacoterapêutico se de senvolveu como sinônimo do que nos Estados Unidos e países anglosaxões em geral se entende como Pharmaceutical Care Mais recentemente nos EUA o termo Medication Therapy Management MTM foi criado como um serviço clínico voltado a pacientes polimedicados do sistema Medcare 78 Dentre as metodologias mais citadas no Brasil conforme Correr e Otuki 2011 p 1 grifos nossos estão o Método Dáder o Pharmacotherapy WorkUp e o Therapeutic Outcomes Mo nitoring TOM Todos visam fornecer ao farmacêutico algumas ferramentas e um pacote de abordagens e procedimentos para a realização do atendimento clínico De modo geral todos os métodos de atenção farmacêutica disponíveis advêm de adap tações do método clínico clássico de atenção à saúde e do sistema de registro SOAP Subjective Objective Assessment Plan traduzindo Subjetivo Objetivo Avaliação e Plano proposto por Weed na década de 1970 É importante fazermos uma pausa para lembrar de algo muito importante a atenção farmacêutica não precisa se focar apenas em pacientes com doenças e condições crônicas Temos no Brasil muitas experiências da implantação de seguimento farmacoterapêutico a pacientes hiper tensos e diabéticos em farmácias comunitárias em farmácias de bairro especialmente e com ótimos resultados entretanto a maioria desses serviços não se perpetua por muitos anos Por muitos motivos dentre os quais a baixa qualificação do farmacêutico a falta de planejamento de longo prazo a desarticulação do serviço farmacêutico com os serviços de saúde locais e principalmente a ausência de um plano de remuneração por serviços Além disso é comum ouvir de farmacêuticos que durante o acompanhamento de hiper tensos e diabéticos por exemplo todo o processo permanece demasiadamente atrelado ao médico e extremamente dependente das condições estruturais do sistema público de saúde Ainda que muitos desses argumentos sejam questionáveis todos esses fatores pres sionam o farmacêutico no médio prazo a desistir do seguimento farmacoterapêutico e a retornar exclusivamente à dispensação de medicamentos CORRER OTUKI 2011 p 1 UNICESUMAR UNIDADE 3 79 Por esse motivo a atenção farmacêutica deve estar adequada às demandas dos usuários da farmácia comunitária ou do serviço em que o farmacêutico esteja inserido O farmacêutico deve especializar sua consulta nos problemas comuns de sua região e nas queixas que normalmente são mal atendidas no balcão da far mácia Em outras palavras o perfil epidemiológico da região e as necessidades dos pacientes devem ser os fatoresguia da construção do serviço clínico farmacêutico Isso pode incluir o atendimento de transtornos menores métodos contraceptivos uso de medicamentos por gestantes problemas dermatológicos e cosméticos pa cientes polimedicados com dificuldades de adesão pacientes idosos fragilizados ou pacientes crônicos que necessitam de cuidado contínuo A consulta farmacêutica é única O método clínico de atenção farmacêutica é único Mudam os problemas do paciente os procedimentos e as prioridades do plano de cuidado conforme se pode observar no Quadro 1 CORRER OTUKI 2011 p 12 Quadro 1 Características da atenção farmacêutica segundo as condições do paciente Fonte Correr Otuki 2011 p 2 Quadro 2 Passos para realização da atenção farmacêutica com o paciente Fonte adaptado de Weed 1971 Condição Duração do problema Focoobjetivos terapêuticos Prioridade no plano de cuidado Duração do seguimento Aguda Limitada dias semanas Cura e alívio de sin tomas Alta Requer ação imediata Curto prazo Fo cado na resolu ção do problema e na alta Crônica Longo 3 meses anos e não autoli mitada Controle e preven ção de complicações Variável Depen de da presença de agravo e controle da condição Longo prazo Focado na es tabilização e no suporte ao auto cuidado O método clínico de atenção farmacêutica segue as etapas ou fases que podemos observar logo a seguir no Quadro 2 foi proposto por Weed 1971 apud CORRER 2006 e o qual podemos resumir em coleta de dados identificação de problemas planejamento e seguimento 1 Coletar e organizar os dados do paciente 2 Identificar problemas relacionados à farmacoterapia 3 Elaborar um plano de cuidado em conjunto com o paciente 4 Realizar o seguimento individual do paciente 80 Agora queremos que você faça uma pequena pausa de tudo para acessar e ler um documento muito importante para a prática farmacêutica tratase da Resolução RDC nº 44 de 17 de agosto de 2009 da ANVISA Esta RDC dispõe sobre boas práticas farmacêuticas para o controle sanitário do funciona mento da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências BRASIL 2009 Nela você vai encontrar todos os itens essenciais para uma DSF Declaração de Serviços Farmacêuticos Fique de olho pois esse documento será muito requisitado em todos os serviços farmacêuticos prestados inclusive a atenção farmacêutica Na prática do dia a dia o farmacêutico vai atender os seus pacientes um a um em consultas individualizadas Inicialmente o objetivo será coletar e organizar dados do paciente e para isso o far macêutico deverá utilizar as técnicas de semiologia farmacêutica e entrevista clínica É nesta etapa que se descobre o motivo da consulta dados específicos do paciente a história clínica dele e o histórico de medicação do paciente É aberta uma ficha para registro do atendimento que será arquivada no prontuário do paciente De posse de todas as informações necessárias o farmacêutico será capaz de fazer uma análise si tuacional e uma revisão da farmacoterapia do paciente para numa abordagem clínica poder identificar problemas relacionados à farmacoterapia presentes e potenciais do paciente CORRER OTUKI 2011 p 2 Depois disso então o farmacêutico deverá elaborar um plano de cuidado em conjunto com o paciente que pode incluir intervenções farmacêuticas eou encaminhamento a outros profissionais ou agendamento de retorno Dessa forma é realizado o seguimento individual do paciente com análise de resultados e progresso o alcance de metas terapêuticas e o surgimento de novos problemas CORRER OTUKI 2011 Ao final o farmacêutico deve agendar o retorno ou a frequência de seguimento a fim de avaliar os resultados de suas condutas Todo processo é reiniciado no surgimento de novos problemas queixas ou mudanças significativas no tratamento Deverá ser entregue ao paciente ao final da consulta a Declaração de Serviço Farmacêutico DSF que registra e materializa todo o atendi mento realizado CORRER OTUKI 2011 UNICESUMAR UNIDADE 3 81 Faremos aqui uma discussão dos principais pontos envolvidos num método clínico farmacêutico e logo depois falaremos das diferentes metodologias para realização do seguimento farmacoterapêutico Vocês poderão ver que tudo é muito semelhante e por isso é importante que o farmacêutico tenha um amplo conhecimento do processo para saber escolher o método que mais atende a sua demanda de trabalho Uma coisa muito importante é a coleta e organização dos dados do paciente A consulta farmacêutica tem início com a coleta de dados Esta é feita por meio de uma anamnese e exame clínico e o paciente é a principal fonte das informações Além do relato que o próprio paciente faz sobre sua saúde seus problemas médicos e tratamentos em curso outras informações podem ser obtidas de familiares e cuidadores ou de outros profissionais da saúde São indispensáveis ainda os dados advindos de exames clínicos laboratoriais prescrições médicas dentre outros documentos pertencentes ao histórico clínico do paciente Quando a consulta é agendada ajuda muito pedir ao paciente que leve seus medicamentos suas receitas médicas e últimos exames A entrevista clínica é focada no perfil do paciente história clínica e história de medicação A história clínica inclui a queixa principal história da doença atual história médica pregres sa história social familiar e revisão por sistemas O Quadro 3 demonstra o esquema geral das etapas da entrevista clí nica A história de medicação inclui os medicamentos em uso plantas medicinais medicação pregressa histórico de alergias reações adversas a medicamentos e a experiência de medicação do paciente CORRER OTUKI 2011 p 3 Quadro 3 Elementos da história clínica do paciente Fonte adaptado de Correr e Otuki 2011 QUEIXA PRINCIPAL como o paciente refere o problema HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL o que perguntar sobre o sintoma HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA focar em doenças ou medicamentos que podem causar o sintoma HISTÓRICO FAMILIAR destacar caso as situações clínicas tenham histórico na família HISTÓRIA SOCIAL hábitos que podem ser a causa do sintoma REVISÃO POR SISTEMAS outros órgãos que podem ser afetados e que sinalizem casos de maior gravidade e complexidade 82 O farmacêutico precisa inteirarse segundo Correr e Otuki 2011 p 45 de todos os medicamentos em uso pelo paciente incluindo suas indicações regime posológico dose via de administração frequência e duração e a resposta efetividade e segurança Tão importante quanto os medicamentos prescritos são aqueles usados por automedicação plantas medicinais suplementos vitamínicos e vacinas normalmente pouco valorizados pelos pacientes como medicamentos Esta abordagem deve ser feita valorizando o conhecimento do paciente sua percepção dos problemas sua cultura e condição social e como os medicamentos se encaixam em sua rotina de vida seus horá rios e seus hábitos Nesta fase inicial do seguimento farmacoterapêutico é essencial ao farmacêutico com preender a experiência de medicação relatada pelo paciente Esta inclui as atitudes de sejos expectativas receios entendimento e o comportamento do paciente com relação aos medicamentos e é fundamental na tomada de decisões clínicas A adesão terapêutica do paciente só pode ser entendida de forma segura com essa aproximação e só a partir dela será possível educar o paciente ou influenciar seu comportamento quanto ao uso correto dos medicamentos Durante a entrevista o farmacêutico deve anotar as infor mações relevantes de modo a construir o histórico do paciente no prontuário Devese buscar o equilíbrio entre escutar e interagir com o paciente e tomar notas enquanto o paciente fala Com tempo e experiência o farmacêutico será capaz de dar fluidez ao atendimento ao mesmo tempo em que registra as informações proporcionando ao paciente a sensação de acolhimento e profissionalismo Ainda de acordo com Correr e Otuki 2011 p 5 grifos do original As informações sobre o paciente organizadas pelo farmacêutico durante a entrevista devem compor uma foto do paciente conhecida como estado situacional O estado situacional em espanhol dizse estado de situación consiste na relação completa dos problemas de saúde e de toda farmacoterapia de modo que se conheçam detalhadamente os medicamentos em uso e as condições clínicas não tratadas do paciente Quando nós começarmos a discutir os diferentes métodos de seguimento farmacoterapêutico este estado de situação será mencionado Nesta foto inicial deve ser possível também avaliar os resultados terapêuticos obtidos até o momento O estado situacional é a base de infor mações sobre a qual o farmacêutico realizará a revisão da farmacoterapia e a identificação de problemas do paciente relacionados à farmacoterapia etapas estas que compõem a próxima etapa do método clínico UNICESUMAR UNIDADE 3 83 Segundo Correr e Otuki 2011 p 56 grifos nossos De posse de todas as informações necessárias sobre o paciente o farmacêutico deve aplicar um raciocínio clínico sistemático a fim de avaliar e identificar todos os problemas relacionados à farmacoterapia do paciente Estes correspondem ao coração e a alma da prática da atenção farmacêutica A identificação e resolução desses problemas são o território próprio do profissional farmacêutico aquilo que o diferencia de outras profissões da saúde e que justifica socialmente sua prática O propósito de identificar problemas relacionados à farmacoterapia é ajudar os pacientes a atingirem suas metas terapêuticas e a obterem o máximo benefício dos medicamentos Diferente do que se pode pensar trabalhar com problemas da far macoterapia não impõe ao farmacêutico uma visão estreita focada no medicamento Pelo contrário exige do profissional uma visão integral do paciente sua família e relações sociais e uma postura voltada para o cuidado e não para o produto Identificar problemas relacionados à farmacoterapia está para a atenção farmacêutica assim como o diagnóstico da doença está para a medicina Há na literatura autores que utilizam o termo diagnóstico farmacêutico pharmaceutical diagnose para se referir ao raciocínio clínico empregado na identificação desses problemas Os proble mas relacionados à farmacoterapia são problemas clínicos do paciente passíveis de serem detectados tratados e prevenidos É evidente portanto que a prevenção desses problemas consiste no papel mais importante do farmacêutico e no maior valor dos seus serviços para com os pacientes CORRER OTUKI 2011 O conceito do que vem a ser um problema relacionado à farmacoterapia é controverso na literatura internacional Vários termos são utilizados em português como sinônimos dentre eles problemas relacionados aos medicamentos PRM problemas farmaco terapêuticos ou resultados negativos da medicação Este último consiste numa nova abordagem da questão proposta no III Consenso de Granada que busca diferenciar os problemas ocorridos no processo de uso dos medicamentos das falhas nos resultados da farmacoterapia É proposta a substituição do termo problemas relacionados com medicamentos por resultados negativos da medicação sendo estes entendidos como resultados de saúde não adequados ao objetivo da farmacoterapia e associados ao uso ou à falha no uso de medicamentos A Rede Europeia de Seguimento Farmacoterapêutico Pharmaceutical Care Network Europe PCNE define problemas relacionados aos medicamentos como um evento ou circunstância envolvendo a farmacoterapia que interfere atualmente ou potencial mente com os resultados de saúde desejados 84 O Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica também traz uma definição para Pro blemas Relacionados aos Medicamentos PRM É um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia que interfere ou pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário IVAMA et al 2002 p 19 O PRM é real quando manifestado ou potencial quando há risco de sua ocorrência Pode ser ocasionado por diferentes causas tais como as relacionadas ao sistema de saúde ao usuário e seus aspectos biopsicosociais aos profissionais de saúde e ao me dicamento Segundo o consenso brasileiro a identificação de PRMs segue os princípios de necessidade efetividade e segurança próprios da farmacoterapia A revisão da medicação do paciente com foco nos resultados terapêuticos consiste numa avaliação sistemática da necessidade efetividade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente e de sua adesão ao tratamento Mas nós faremos uma discussão bem mais detalhada da revisão da farmacoterapia mais adiante Ago ra precisamos focar nos diferentes métodos clínicos ou métodos de seguimento farmacoterapêuticos Dentre as metodologias que otimizam a atenção farmacêutica podemos citar alguns métodos que podem ser utilizados para auxiliar o farmacêutico no exercício desta importante atividade Podemos chamar também de métodos de seguimento farmacoterapêutico Importante salientar que cabe a cada profissional identificar qual método melhor se encaixa à realidade do seu trabalho a fim de tornar a sua rotina mais produtiva Todos os métodos falam da necessidade de o farmacêutico possuir habilidades em comu nicação estabelecendo assim adequada relação terapêutica com o paciente Reconhecese que o farmacêutico pode ajudar na solução de problemas relacionados com medicamentos desde que se estabeleça uma parceria com o paciente para a solução desses CIPOLLE STRAND MORLEY 1998 Por meio dessa melhor relação podese obter a confiança do paciente de modo que este preste informações sobre sua situação e o uso de medicamentos permitindo uma análise mais fidedigna desses dados com a consequente identificação de problemas relacionados com medicamentos Estabelecida a relação e identificados os problemas firmase um acordo visando à resolução destes últimos fundamentado na auto nomia do paciente e na busca de maior qualidade de vida STORPIRTIS et al 2008 p 361 Segundo Ivama et al 2002 apud STORPIRTIS et al 2008 p 361 grifo nosso o seguimento farma coterapêutico é o processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao medicamento por meio da detecção prevenção e resolução de pro blemas relacionados aos medicamentos PRM de forma sistemática contínua e documentada com o objetivo de alcançar resultados definidos buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário UNICESUMAR UNIDADE 3 85 1 Método SOAP Subjetivo Objetivo Avaliação e Plano De acordo com as suas especificidades este método permite que o farmacêutico faça um aten dimento detalhado rápido prático e seguro Este método é amplamente empregado por profissionais da saúde tendo como ponto posi tivo seu entendimento por qualquer desses profissionais Cada termo referese a uma parte do processo de atendimento do paciente com atividades específicas a serem realizadas S coletar informações subjetivas nessa etapa do procedimento devem ser registradas as informações obtidas do paciente ou cuidador ou se for o caso de históricos de prontuário as quais não se constituem em conhecimento objetivo No caso da abordagem farmacêutica devese buscar a obtenção de informações pertinentes a problemas com o uso de medica mentos e sua relação com a enfermidade O Informações objetivas ou dados que podem ser mensurados referemse à obtenção de dados objetivos como sinais vitais resultados de exames de patologia clínica achados de testes laboratoriais e de exame físico realizado pelo profissional habilitado para tal A Avaliação dos dados com base nas informações subjetivas e objetivas o farmacêutico deve identificar as suspeitas de problemas relacionados com medicamentos Após deve verificar o que pode ser realizado para a resolução desses problemas e quais as intervenções farmacêuticas que podem ser adotadas P Plano montar um plano de ação focado no que for mais necessário de posse da análise das informações e do planejamento das condutas a serem realizadas em conformidade com o perfil do paciente o farmacêutico deve apresentálas a este último buscando o estabeleci mento de um acordo para a implementação do plano Caso os problemas relacionados com medicamentos necessitem da avaliação do prescritor o paciente deverá ser informado dessa necessidade Também se deve estabelecer em conjunto a forma de realizar a monitorização dos resultados do plano a ser implementado principalmente se houver novas modificações em prescrição de medicamento ou no quadro do paciente instaurandose desta forma o ciclo de atendimento STORPIRTIS et al 2008 p 361 grifos nossos No ramo de farmácia um dos objetivos dessa metodologia é otimizar a rotina por meio de práticas que oportunizam avaliar comparar e fazer diagnósticos de diferentes situações clínicas tanto no âmbito físico quanto emocional Nós podemos citar como principais objetivos do SOAP no contexto da atenção farmacêutica flexibilizar o acesso aos dados do paciente possibilitar um acompanhamento mais eficiente da rotina contabilizar e avaliar a frequência das consultas coletar dados para planejar ações preventivas e voltadas para o diagnóstico precoce estimular a educação continuada dos profissionais da farmácia 86 2 Método PWDT Pharmacists Workup of Drug Therapy o termo pode ser traduzido como Avaliação farma cêutica da terapia medicamentosa ou Estudo Farmacêutico da Terapia Farmacológica é um método que foi criado em 1988 por Strand Morley e Cipolle e objetiva avaliar as necessidades do paciente em relação aos resultados terapêuticos obtidos pelos medicamentos foi desenvolvido para utilização em farmácias comunitárias sendo aplicável a qualquer paciente O Pharmacotherapy Workup consiste no raciocínio clínico desenvolvido pelo profis sional na identificação das necessidades e problemas farmacoterapêuticos do paciente enquanto o processo de atenção consiste nas etapas percebidas pelo paciente enquanto ele recebe atenção farmacêutica Este processo tem por base o relacionamento entre farmacêutico e paciente e dividese em 1 avaliação 2 desenvolvimento de um plano de cuidado e 3 o acompanhamento da evolução do paciente Na primeira fase o farmacêutico por meio de entrevista clínica deve coletar informações e avaliar de modo global o paciente a fim de certificar que cada agente terapêutico em questão está apropriadamente indicado é o mais efetivo e seguro possível e se a adesão do paciente ao tratamento é adequada Durante a entrevista com o paciente são coletadas informações sobre todos os medicamentos em uso problemas de saúde histórico de vacinações hábitos de vida e dados clínicos e demográficos A abordagem dos medicamentos se dá de forma sistemática de acordo com as necessidades relacio nadas aos medicamentos percebidas pelos pacientes Estas necessidades nascem da experiência com a medicação vivida por cada paciente Realizase também uma revisão por sistemas e órgãos a fim de obter informações complementares Esta fase é registrada em um prontuário específico composto por cinco páginas A experiência com a medicação medication experience é um conceito apresen tado pelo grupo de Minnesota em publicações mais recentes e é fruto do conjunto de eventos na vida de uma pessoa envolvendo medicamentos e como esses são vivenciados A abordagem dessas experiências pelo farmacêutico se dá por meio de questões envolvendo a atitude expectativas crenças e medos em relação aos medicamentos interferentes éticos religiosos e culturais envolvidos e o compor tamento do paciente na utilização dos produtos O objetivo é ter em consideração estes aspectos na tomada de decisões durante as intervenções farmacêuticas Os autores defendem que os farmacêuticos precisam ter um profundo entendimento acerca da experiência com a medicação vivida por cada paciente a fim promover um impacto positivo nas decisões e experiências desses pacientes A identificação dos problemas farmacoterapêuticos e suas causas são feitas com base numa avaliação sistemática da indicação efetividade segurança e adesão do paciente UNICESUMAR UNIDADE 3 87 à terapêutica nessa ordem Para isso a estrutura do Pharmacotherapy Workup organi zase pela análise da indicação do produto farmacêutico da posologia e dos resultados de saúde do paciente obtidos O farmacêutico deve levar em consideração na análise desses quatro itens os sinais e sintomas do paciente os valores laboratoriais anormais e as metas da terapia para análise da efetividade e as reações adversas e toxicidade para a segurança Efetividade e segurança são entendidas como dimensões dos resultados obtidos pela farmacoterapia A adesão do paciente só deve ser considerada após essa análise CORRER 2006 p 34 grifos nossos O método considera uma classificação de PRM dividida em sete categorias como pode ser ob servado no Quadro 4 Os PRM são entendidos por Strand Morley e Cipolle como um evento indesejável experimentado pelo paciente que envolve ou suspeitase que envolva a farmacote rapia e que atual ou potencialmente interfere com um resultado de saúde desejado Quadro 4 Classificação de PRM Fonte adaptado de Cipolle Strand e Morley 2004 apud CORRER 2006 Classificação de Problemas Relacionados com Medicamentos PRM segundo Cipolle Strand e Morley Indicação PRM 1 Farmacoterapia desnecessária PRM 2 Necessidade de farmacoterapia adicional Efetividade PRM 3 Fármaco inefetivo PRM 4Dosagem muito baixa Segurança PRM 5 Reação adversa ao fármaco PRM 6 Dosagem muito alta Adesão PRM 7 Não adesão à terapia Concluída a fase de avaliação tida como a que consome mais tempo o farmacêutico elabora um plano de cuidado com finalidade de resolver cada um dos problemas encontrados pro mover o alcance das metas terapêuticas e prevenir novos problemas farmacoterapêuticos É formulado um plano de cuidado para cada tratamento em curso havendo ou não PRM e cada plano é registrado em um formulário próprio de uma página Em seguida é neces sário monitorar a evolução do paciente a fim de observar se as metas do plano de cuidado foram atingidas ou se novos problemas possam ter surgido O acompanhamento de cada problema de saúde é registrado separadamente em um formulário também de uma página 88 Assim do ponto de vista do registro o prontuário de um paciente atendido sob este método constará de um formulário de avaliação inicial e tantos formulários de plano de cuidado e monitorização quantos forem os problemas de saúde presentes ou tratamentos em curso Os autores do Pharmacotherapy Workup propõem um método universal de atenção farmacêutica que não é restrito para utilização por farmacêuticos Nos Estados Unidos o trabalho de atenção farmacêutica tem recebido status de nova prática profissional não necessariamente privativa do farmacêutico mas aberta a profissionais como médicos e enfermeiros Os autores têm despendido também grande esforço na criação de um sistema de pagamento por serviços com base na complexidade da ação e na criação de padrões de qualidade e serem seguidos pelos profissionais CORRER 2006 p 4 grifos nossos 3 Método Dáder Storpirtis et al 2008 p 362 grifos do original afirmam que O Método Dáder de Seguimiento Farmacoterapéutico foi desenvolvido pelo Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica da Universidad de Granada para ser utilizado em farmácias comunitárias sendo aplicável a qualquer paciente Também segue as diretrizes propostas no PWDT procurando tornar mais factível a coleta de dados do paciente bem como possibilitar mais tempo para análise dos dados e aprendizagem Segundo Correr 2006 p 5 O Método Dáder se baseia na obtenção da história Farmacoterapêutica do paciente isto é os problemas de saúde que ele apresenta e os medicamentos que utiliza e na ava liação de seu estado situacional em uma data determinada a fim de identificar resolver e prevenir os possíveis Problemas Relacionados com os Medicamentos PRM apre sentados pelo paciente Após esta identificação se realizam intervenções farmacêuticas necessárias para resolver os PRM e posteriormente se avaliam os resultados obtidos O método que também segue o modelo orientado por problemas de Weed POMR consiste em algumas fases claramente diferenciadas Oferta do serviço iniciase o processo selecionando um paciente e ofertandolhe o serviço No caso de aceite do paciente é marcado um dia e hora para realização da entrevista inicial CORRER 2006 p 6 um primeiro encontro no qual se esclarece quais atividades o farmacêu tico realiza Caso seja de interesse do paciente solicitase que no dia aprazado este traga todos UNICESUMAR UNIDADE 3 89 os medicamentos que possui em casa e documentos referentes à sua saúde como resultados de laboratórios diagnósticos médicos e outras informações STORPIRTIS et al 2008 p 361 Primeira entrevista a primeira entrevista é estruturada e tem por objetivo estabelecer o vínculo farmacêutico paciente e conhecer todos os problemas de saúde e medicamentos em uso Constituise de três partes distintas preocupações de saúde sacola com medicamentos e revisão Iniciase com uma pergunta aberta sobre os problemas de saúde que mais preocupam o paciente Na sequência acessamse os medicamentos trazidos pelo paciente fazendolhe uma série de perguntas com objetivo de conhecer em detalhes a forma como o paciente faz uso de cada um deles Na última fase da entrevista fazse uma revisão sistemática por órgãos e sistemas buscando descobrir novos medicamentos em uso ou problemas de saúde até então não relatados Finalmente se obtém outros dados pessoais do paciente hábitos de vida informações demográficas etc e se estabelece com o paciente como serão os próximos encontros Uma vez obtidas as informações relevantes esta é resumida em um formulário denominado Estado Situacional Este documento um dos principais do método se define como a relação entre os problemas de saúde e medicamentos em uma data determinada Representa uma foto do paciente em relação a estes aspectos Também é o documento que se deve utilizar para apresentar casos em sessões clínicas CORRER 2006 p 6 Estado de situação ou análise situacional buscase identificar a relação entre problemas de saúde e uso de medicamentos relatados pelo paciente Pode ser dividida nas fases de estudo e de avaliação STORPIRTIS et al 2008 p 362 Fase de estudo na fase de estudo o farmacêutico deve obter todas as informações necessárias para avaliação posterior da utilização de medicamentos e sua relação com os problemas de saúde além das características do paciente STORPIRTIS et al 2008 p 362 Requer habili dades de busca e análise de informações técnicas pois o farmacêutico realizará um estudo de revisão aprofundada dos problemas de saúde e medicamentos buscando obter informações que auxiliarão na avaliação global do paciente CORRER 2006 p 6 Fase de avaliação na fase de avaliação o que se procura é identificar todos os problemas relacionados a medicamentos que acometem o paciente e riscos de surgimento O farmacêutico deve se valer de uma sistemática de identificação que juntamente com o estado situacional compõem a base do raciocínio clínico proposto pelo método Dáder Esta consiste em avaliar cada tratamento em uso pelo paciente de acordo com sua necessidade ou não efetividade e segurança e ainda a existência de problemas de saúde não tratados Esta avaliação é registrada no estado situacional do paciente CORRER 2006 p 6 90 Os PRM são organizados em seis categorias distintas e excludentes de acordo com o proposto no II Consenso de Granada como pode ser visto no Quadro 5 Quadro 5 Classificação de PRM Fonte adaptado de Santos et al 2004 Classificação de Problemas Relacionados com Medicamentos PRM segundo o II Consenso de Granada Necessidade PRM 1 Problema de saúde não tratado PRM 2 Efeito de um medicamento desnecessário Efetividade PRM 3 Inefetividade não quantitativa PRM 4 Inefetividade quantitativa Segurança PRM 5 Insegurança não quantitativa PRM 6 Insegurança quantitativa O entendimento de PRM adotado pelo método Dáder os apresenta como problemas de saúde ou resultados clínicos negativos relacionados à farmacoterapia Identificados os riscos e PRM mani festados no paciente o farmacêutico deve acordar com este um plano de ação a fim de resolvêlos Fase de intervenção tem por objetivos elaborar plano de atuação em acordo com o paciente e implantar as intervenções necessárias para resolver ou prevenir problemas relacionados aos medicamentos Este plano é apresentado ao paciente em um segundo encontro STOR PIRTIS et al 2008 p 363 A Intervenção Farmacêutica é entendida como a proposta de atuação sobre o tratamen to eou a atuação sobre o paciente encaminhada a resolver ou prevenir um resultado clínico negativo da farmacoterapia Cada intervenção realizada resolutiva ou preven tiva é registrada em um formulário próprio que juntamente com o estado situacional e folha de entrevista inicial compõem a história farmacoterapêutica do paciente As intervenções encaminhadas aos médicos dos pacientes devem ser realizadas prefe rencialmente pela via escrita por meio do envio de informes terapêuticos No modelo de registro proposto devemse organizar os formulários de modo que a cada encontro com o paciente o farmacêutico possa ter acesso ao seu último estado situacional e às intervenções iniciadas CORRER 2006 p 7 Resultado da intervenção objetiva determinar se o resultado desejado foi atingido Fun ciona como a monitorização da intervenção proposta STORPIRTIS et al 2008 p 363 UNICESUMAR UNIDADE 3 91 Novo estado de situação é realizado quando se verificam mudanças de estado de saúde do paciente e utilização de medicamentos após a intervenção STORPIRTIS et al 2008 p 363 Entrevistas sucessivas uma vez iniciado o processo de seguimento farmacoterapêutico deverão ser realizadas quantas entrevistas forem necessárias a fim de fazer um acompanha mento criterioso com o paciente de modo a resolver e prevenir seus PRM e garantirlhe uso racional de medicamentos e qualidade de vida 4 Método TOM Therapeutic Outcomes Monitoring ou Monitorização de Resultados Terapêuticos De acordo com Storpirtis et al 2008 p 362363 grifos do original Este método foi desenvolvido por Charles Hepler na University of Florida para dar apoio às atividades do farmacêutico na prática em nível comunitário Derivase do PWDT levando em consideração os achados de Lawrence Weed e compreende os passos a seguir Coleta interpretação e registro das informações relevantes sobre o paciente identificando os problemas farmacêuticos potenciais As informações dizem respeito ao uso de medicamentos problemas de saúde dados socioeconômicos e aspectos subjetivos e objetivos da expectativa do paciente frente à sua doença Identificação dos objetivos explícitos de cada prescrição visando avaliar a evolução dos resultados terapêuticos frente ao uso dos medicamentos como também orientar o paciente Caso seja necessário devese contatar o prescritor para esclarecer os objetivos Avaliação da plausibilidade do plano terapêutico em relação aos objetivos da terapia conside rando as características do paciente suas expectativas e poder aquisitivo Ao se identificarem desvios importantes devem ser levados ao conhecimento do prescritor Desenvolvimento do plano de monitorização para o paciente adaptandoo a protocolos padrões de tratamento se possível para a doença específica e para os medicamentos utilizados Dispensação do medicamento verificando o entendimento do paciente sobre a forma correta de utilização e instruindoo para seu uso racional Implantação de plano de monitorização com agendamento de novo encontro Avaliação da evolução do uso do medicamento em relação aos objetivos terapêuticos propos tos considerando principalmente a possibilidade de efeitos adversos e falha de tratamento Resolução de problemas identificados ou se for o caso encaminhamento ou notificação do proble ma para o prescritor Revisão ou atualização do plano de monitorização é feita quando necessário 92 Quero que você pense em algum usuário de medicamentos que você conhece Pode ser seu pai sua mãe um parente próximo um amigo ou um paciente lá do seu local de trabalho Eu imagino que durante esta unidade quando falávamos dos PRMs você já ficou imaginando Nossa o seu fulano deve ter muitos PRMs então pense nessa pessoa e agora imagine aplicar um dos métodos clínicos para ajudála para identificar possíveis PRMs e garantir que ela tenha mais saúde qualidade de vida e acima de tudo possa fazer uso seguro e racional de seus medicamentos Finalizamos aqui a definição e esclarecimentos destes quatro importantes métodos de seguimento farmacoterapêutico ou métodos clínicos farmacêuticos Vale lembrar que o profissional farmacêutico tem o livre arbítrio para analisar cada um deles e usar aquele que melhor se adeque a sua realidade de trabalho O que realmente importa é a saúde e o bemestar do paciente e a busca pelo uso seguro e racional de medicamentos Nós sabemos que a Farmácia Clínica é uma área extremamente nova e veio a trazer muita preocupação dentre os profissionais farmacêuticos os quais acabaram sendo distanciados dessa prática pela carga de trabalho da indústria farmacêu tica e áreas de atuação do profissional farmacêutico dificultando sua proximidade com o paciente e outros profissionais da saúde contudo é correto afirmar que o farmacêutico clínico é capacitado para programar e orientar o paciente agindo em conjunto com os demais profissionais de saúde ARAUJO TESCAROLLO ANTÔNIO 2019 p 9 Ainda conforme Araújo Tescarollo e Antônio 2019 p 9 Um grande desafio para a classe farmacêutica é o ato de conseguir alterar as condutas agrupando em seu método de trabalho um modelo que possa proporcionar a ele o direito de assumir a responsabilidade com a farmacoterapia atuando de forma a ser um agente que obtenha êxito frente ao uso racional de medicamentos Entendese assim a necessidade de conscientização de instituições hospitalares e não hospitalares sobre os inúmeros benefícios que a intervenção farmacêutica pode proporcionar a fim de que esta seja conquistada no meio profissional e também dos pacientes colaborando assim para o resultado final da terapia medicamentosa que é a melhoria da qualidade de vida do paciente esteja ele em leito hospitalar ou seja ele um paciente atendido no balcão da farmácia UNICESUMAR UNIDADE 3 93 Métodos clínicos farmacêuticos Hoje queremos lhe convidar para mergulhar no PODCAST 3 Neste po dcast vamos fazer reflexões importantes sobre um documento muito importante que ajudou a escrever a história da atenção farmacêutica no Brasil o consenso brasileiro de atenção farmacêutica Venha consumir este conteúdo incrível que preparamos com muito carinho para você Estou lhe esperando Portanto a junção do profissional farmacêutico com o médico e demais profissionais da saúde tende a melhores resultados frente ao acompanhamento farmacoterapêutico fortalecendo o aconselhamento junto aos pacientes Nessa perspectiva percebese a importância que existe na intervenção clínica do farmacêutico Desse modo será possível que haja neste enlace maior aderência diante da terapêutica medicamentosa com redução no número de prescrições e seus relativos problemas e possivelmente diminuição da taxa de hospitalização Diante das colocações aqui expostas há um interesse de fazer com que os profissionais farmacêuticos passem a se conscientizar da importância e valor que seu ofício tem diante do universo terapêutico para não ser visto apenas como fabricante e distribuidor de medicamentos O farmacêutico é um profissional inserido na técnica clínica alta mente capacitado para desenvolver o seu trabalho visando proporcionar ao paciente farmacoterapia efetiva e segura Nós discutimos muitas coisas importantes neste estudo e compartilhamos com você diferentes métodos clínicos para o seguimento farmacoterapêutico do paciente Importante ressaltar que você poderá aplicar esses métodos clínicos em diferentes ambientes de trabalho farmácia comunitária unidade básica de saúde hospitais Onde quer que você tenha um paciente fazendo uso de medicamentos você poderá aplicar um método clínico para identificar prevenir e resolver problemas relacionados com a farmacoterapia dele 94 Agora é chegada a hora de fixarmos mais ainda tudo aquilo que discutimos nesta unidade de conteúdo Para isso convidamos você a construir um mapa mental Vamos lá sugerimos algumas palavraschave para que você construa o seu mapa mental desta unidade Classificação de PRM Consenso de Granada 95 1 O II Consenso de Granada define PRMs como PRMs são problemas de saúde entendidos como resultados clínicos negativos derivados da farmacoterapia que produzidos por diversas causas interferem no resultado terapêutico ou levam a efeitos indesejados SANTOS et al 2002 p 65 Fonte SANTOS H et al Segundo consenso de Granada sobre problemas relacionados com medicamentos Acta Médica Portuguesa Lisboa v 17 p 5966 2004 Segundo este mesmo consenso em quantas categorias e tipos são classificados os problemas relacionados a medicamentos respectivamente a 4 categorias e 8 PRMs b 6 categorias e 12 PRMs c 3 categorias e 6 PRMs d 3 categorias e 7 PRMs e 5 categorias e 10 PRMs 2 Não há dúvidas de que uma das prerrogativas do movimento da atenção farmacêutica foi o de aproximar os pacientes do profissional farmacêutico e demonstrar o seu importante papel na equipe multidisciplinar e no cuidado com a farmacoterapia do paciente Levandose em conta os aspectos envolvidos com a atenção farmacêutica avalie as alternativas a seguir e marque a correta a A Atenção Farmacêutica só é aceitável quando existe cooperação satisfatória com o médico b A Atenção Farmacêutica é mais efetiva e aceita quando o farmacêutico colabora com o médico c A Atenção Farmacêutica não tem nada a ver com o atendimento médico nem é necessária a cooperação mútua d A Atenção Farmacêutica pressupõe um entrosamento profissional com os médicos e A atenção Farmacêutica pressupõe um entrosamento entre médico paciente e farmacêutico 3 Os Problemas Relacionados a Medicamentos PRM são a principal causa de eventos adversos seja em ambiente hospitalar ou em outros ambientes e eles podem ser prevenidos Além de potencialmente danosos à saúde do paciente os PRMs podem representar um maior custo para os serviços de saúde ao aumentar o tempo de internação A detecção de PRM é um processo que exige a Que o farmacêutico realize dispensação ativa e dê informações acerca dos medicamentos aos pacientes b Que o farmacêutico solucione de forma satisfatória as consultas com os pacientes c Que o farmacêutico se comunique efetivamente com o médico d Que o farmacêutico analise a situação do paciente a medicação prescrita prepare um plano de seguimento e avalie os resultados encontrados durante este seguimento e Que o farmacêutico analise a situação do paciente prepare um plano de seguimento e avalie os resultados encontrados durante o tratamento do paciente 96 4 É muito evidente a importância de um bom método clínico farmacêutico para que o profissional farmacêutico consiga prestar a atenção farmacêutica de forma efetiva para o seu paciente Ava lie as afirmativas a seguir sobre os métodos clínicos farmacêuticos para o exercício da atenção farmacêutica I O Método PWDT Pharmacists Workup of Drug Therapy compreende as etapas de oferta do serviço primeira entrevista estado de situação fase de estudo fase de avaliação fase de intervenção fase de resultado novo estado de situação e entrevistas sucessivas II O Método clínico farmacêutico é uma importante ferramenta para padronizar processos estabelecer fluxos e atuar de forma mais assertiva na identificação de PRM com a farmaco terapia do paciente III Dentre os métodos clínicos farmacêuticos para seguimento farmacoterapêutico podemos citar PWDT Dáder SOAP e TOM IV No método Dáder podemos identificar três fases bem distintas fase de avaliação fase de de senvolvimento de um plano de cuidado e fase de acompanhamento da evolução do paciente V Os métodos PWDT e Dáder divergem especialmente no que diz respeito à classificação de PRMs O método PWDT divide os PRMs em sete tipos enquanto no método Dáder os PRMs são divididos em seis tipos Assinale a alternativa correta a Apenas I IV e V estão corretas b Apenas II III e V estão corretas c Apenas I II e IV estão corretas d Apenas III IV e V estão corretas e Todas estão corretas 5 Avalie o caso clínico a seguir Seu João é um senhor aposentado casado e tem 68 anos João é seu paciente na farmácia há algum tempo e ele é hipertenso Ele vem à farmácia pois não está se sentindo muito bem nos últimos dias Ele reclama de fortes dores na cabeça e quando você pede para ele mostrar onde dói ele mostra a região da nuca Você questiona acerca do uso do seu antihipertensivo que ele compra em sua farmácia e ele diz que está tomando o Captopril bem direitinho Você então continua sua anamnese convida João para se sentar e oferece uma água Depois de cerca de 15 minutos você verifica a pressão arterial e ela está 180 x 120 mm Hg Você pergunta 97 João o senhor disse que está tomando o Captopril certinho me conte que horas o senhor toma o remédio da pressão João prontamente responde Eu tomo cedo quando acordo Você continua Seu João preciso saber exatamente a hora e como toma me explique João então continua Eu costumo acordar perto das 0730 da manhã minha esposa sempre acorda junto então ela faz o nosso café e logo depois que tomamos o café eu já tomo o remédio com o estômago cheio para não fazer mal Você ainda pede para seu João O senhor tem tomado mais algum medicamento nos últimos dias Qualquer coisa É muito importante que o senhor me conte tudo E João diz que não apenas toma o seu remédio de pressão depois do café da manhã Avalie o caso clínico aplique um dos métodos clínicos que discutimos aqui em nossa unidade e responda a Você consegue identificar algum PRM com a farmacoterapia de João b O que pode ser feito para resolver o problema de saúde de João MEU ESPAÇO 4 Olá estudante seja bemvindoa a este estudo Vamos falar um pouco sobre essas habilidades de comunicação e você poderá compreender a magnitude disso em sua vida profissional no exer cício da farmácia clínica e no cuidado ao seu paciente Vamos lá Bons estudos Habilidades de Comunicação para a Prática Clínica Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 100 Além de conhecer os métodos de seguimento far macoterapêutico é preciso saber como usar esses métodos e como comunicar isso ao seu paciente Acima de tudo é preciso saber escutar o paciente Escutar um paciente vai muito além de ouvir esse paciente lá no balcão da farmácia por exemplo Você acha que está preparado para estabe lecer uma relação uma comunicação com um paciente real com o objetivo de oferecer a esse paciente um seguimento farmacoterapêutico Será que você está preparado para isso A habilidade de se comunicar bem com um paciente é essencial para o sucesso da farmaco terapia dele Eu vou te citar um exemplo de algo bem simples bem cotidiano no atendimento e cuidado do paciente Imagine a situação seu Zé é um idoso muito simpático nos seus 74 anos e que vem à farmácia todos os dias no mesmo horário para verificar sua pressão arterial Você começa a perceber que os valores pressóricos estão oscilando muito e a pressão não está con trolada Seu Zé trocou de medicamento há cerca de 10 dias Então você pergunta seu Zé que horas está tomando o Captopril Ele responde que toma todo dia cedo Muitas pessoas se contentariam com essa res posta mas você precisa perguntar a ele como ele toma e que horas ele toma em detalhes me diga seu Zé toma como antes do café depois do café me explica em detalhes Então o seu Zé conta para você que está tomando depois de tomar o farto café da ma nhã preparado por sua querida esposa Bingo Eis que aqui ocorre uma importante interação fármacoalimento O Captopril tem sua absor ção diminuída se tomado com alimentos Ele deve ser ingerido com estômago vazio Por isso a pressão está oscilando o medicamento está com sua biodisponibilidade alterada Consegue perceber como uma boa comunica ção vai fazer a diferença Não adianta você ter um vasto conhecimento se não souber conversar com seu paciente e extrair dele as informações necessá rias para ajudar ele a ter sucesso na farmacoterapia UNICESUMAR UNIDADE 4 101 Você já viu os métodos clínicos que podem ser utilizados para um seguimento farmacoterapêu tico e você viu nesse exemplo do seu Zé como uma boa comunicação vai fazer toda a diferença nos resultados do paciente Se você não souber se comunicar com seu paciente você não será compreendido por ele e não poderá ajudar ele não poderá contribuir com o sucesso da farmaco terapia dele Eu costumo dizer que o óbvio deve ser dito não menospreze isso Então agora vamos estudar um pouco sobre a comunicação para que você possa escolher um paciente de seu convívio familiar ou até mesmo do seu trabalho caso você já atue pro fissionalmente e então colocar a mão na massa Aplicar o método com o objetivo de identificar os PRMs Problemas Relacionados aos Medi camentos na farmacoterapia desse paciente e claro aplicando tudo que você vai aprender aqui sobre a comunicação Além de ter todo o conhecimento técnico necessário para fazer um seguimento farmacote rapêutico do paciente você precisa saber colocar isso em prática precisa saber como conversar com seu paciente e como entender seu pacien te De nada vai adiantar você dominar todos os métodos se não souber colocar isso para seu paciente e interagir de forma educada e objetiva com ele Aproveite e vá fazendo seu diário de bordo Vá anotando tudo que você considera que pode ser melhorado na sua comunicação Isso será muito importante 102 No Brasil observamos o crescimento da prática clínica do farmacêutico nas últimas décadas movi mento este impulsionado pelo marco da publicação da Proposta de Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica em 2002 passando pela mudança das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Far mácia no mesmo ano aprovação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica 2004 Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica 2005 e Resolução da Diretoria Colegiada nº 442009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária FREITAS et al 2016 Mais recentemente a regulamentação das atribuições clínicas do farmacêutico foi efetivada no país por meio da Resolução do Conselho Federal de Farmácia CFF nº 5852013 do CFF As atribuições dispostas nessa resolução correspondem aos direitos responsabilidades e competências do farmacêu tico no âmbito de suas atividades clínicas e estão organizadas em três eixos I Cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo II Comunicação e educação em saúde III Gestão da prática produção e aplicação do conhecimento CFF 2013 A atuação clínica do farmacêutico busca a prevenção identificação e resolução de problemas relacio nados à farmacoterapia considerando todos os aspectos relacionados ao uso de medicamentos como a seleção farmacoterapêutica e a administração e adesão aos medicamentos pelos usuários Tratase de um conjunto de atividades que se materializam por meio das atribuições clínicas relativas ao cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo conforme definidas no artigo 7 da Resolução nº 5852013 do CFF e elencadas na Tabela 1 I Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente II Desenvolver em colaboração com os demais membros da equipe de saúde ações para a promo çãoproteção e recuperação da saúde e a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde III Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia para que o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita nas doses frequência horários vias de administração e duração adequados contribuindo para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos IV Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos V Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde com o propósito de auxiliar na seleção adição substituição ajuste ou interrupção da far macoterapia do paciente VI Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com os demais membros da equipe de saúde VII Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado que garanta a privacidade do atendimento VIII Fazer a anamnese farmacêutica bem como verificar sinais e sintomas com o propósito de prover cuidado ao paciente IX Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente X Organizar interpretar e se necessário resumir os dados do paciente a fim de proceder à avaliação farmacêutica UNICESUMAR UNIDADE 4 103 XI Solicitar exames laboratoriais no âmbito de sua competência profissional com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia XII Avaliar resultados de exames clínicolaboratoriais do paciente como instrumento para individua lização da farmacoterapia XIII Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos por meio de dados de farmacocinética clínica XIV Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente para fins de acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde XV Prevenir identificar avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia XVI Identificar avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente signifi cantes XVII Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente XVIII Pactuar com o paciente e se necessário com outros profissionais da saúde as ações de seu plano de cuidado XIX Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente família cuidadores e so ciedade XX Avaliar periodicamente os resultados das intervenções farmacêuticas realizadas construindo indicadores de qualidade dos serviços clínicos prestados XXI Realizar no âmbito de sua competência profissional administração de medicamentos ao paciente XXII Orientar e auxiliar pacientes cuidadores e equipe de saúde quanto à administração de formas farmacêuticas fazendo o registro destas ações quando couber XXIII Fazer a evolução farmacêutica e registrar no prontuário do paciente XXIV Elaborar uma lista atualizada e conciliada de medicamentos em uso pelo paciente durante os processos de admissão transferência e alta entre os serviços e níveis de atenção à saúde XXV Dar suporte ao paciente aos cuidadores à família e à comunidade com vistas ao processo de autocuidado incluindo o manejo de problemas de saúde autolimitados XXVI Prescrever conforme legislação específica no âmbito de sua competência profissional XXVII Avaliar e acompanhar a adesão dos pacientes ao tratamento e realizar ações para a sua pro moção XXVIII Realizar ações de rastreamento em saúde baseadas em evidências técnicocientíficas e em consonância com as políticas de saúde vigentes Tabela 1 Atribuições clínicas do farmacêutico relativas ao cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo Fonte CFF 2013 Ao abrir seus horizontes e redirecionar seu processo de trabalho para as necessidades dos indivíduos relacionadas aos medicamentos de forma integrada contínua segura e efetiva o farmacêutico deve compreender os fatores que condicionam o comportamento do usuário no contexto singular e valo rizar saberes e práticas populares de saúde de forma a construir um vínculo terapêutico e garantir a continuidade e a autonomia dos usuários em relação ao seu cuidado BRASIL 2019 De forma complementar às ações clínicas as atividades técnicopedagógicas visam a troca de sabe res e conhecimentos ou seja a educação e o empoderamento da equipe e da comunidade com foco na promoção do uso racional de medicamentos envolvendo assim ações voltadas para a coletividade e que 104 têm como objetivo a formação em saúde Nesse sentido as atribuições do farmacêutico voltadas para a comunicação e educação em saúde envolvem processos de integração com outros profissionais além do compartilhamento de saberes e práticas que são fundamentais para a melhoria dos resultados dos processos em saúde e estão de acordo com as diretrizes da Atenção Básica Além disso envolvem atividades voltadas para os pacientes suas famílias e comunidades e o desenvolvimento da autonomia deles por meio dos programas educativos e de construção compartilhada do conhecimento BRASIL 2014 A Tabela 2 mostra as atribuições clínicas relacionadas à comunicação e educação em saúde con forme estabelecidas no artigo 8 da Resolução nº 5852013 do CFF I Estabelecer processo adequado de comunicação com pacientes cuidadores família equipe de saúde e sociedade incluindo a utilização dos meios de comunicação de massa II Fornecer informação sobre medicamentos à equipe de saúde III Informar orientar e educar os pacientes a família os cuidadores e a sociedade sobre temas re lacionados à saúde ao uso racional de medicamentos e a outras tecnologias em saúde IV Desenvolver e participar de programas educativos para grupos de pacientes V Elaborar materiais educativos destinados à promoção proteção e recuperação da saúde e pre venção de doenças e de outros problemas relacionados VI Atuar no processo de formação e desenvolvimento profissional de farmacêuticos VII Desenvolver e participar de programas de treinamento e educação continuada de recursos humanos na área da saúde Tabela 2 Atribuições clínicas do farmacêutico relacionadas à comunicação e educação em saúde Fonte CFF 2013 Estudos demonstram que as atividades clínicas do farmacêutico promovem resultados positivos no manejo da terapia medicamentosa incidindo na melhora da condição de saúde do paciente A farmácia devido ao fácil acesso à população é a porta de entrada para o sistema de saúde Por isso apresentarse como farmacêutico implica desenvolver a ação clínica em maior ou menor grau de complexidade mas sempre em direção à produção de cuidado Nesse contexto de necessidade social os farmacêuticos devem estar aptos a desenvolver suas competências conhecimentos habilidades e atitudes a fim de garantir um atendimento qualificado ao paciente em suas necessidades alcançando resultados con cretos de melhoria de qualidade de vida da população assistida BRASIL 2019 É muito fácil de percebermos que todas as definições enfatizam o caráter multiprofissional da Farmácia Clínica e colocam o paciente como objeto principal das atividades do farmacêutico clínico O medicamento passa a ser um instrumento utilizado em benefício do paciente A Farmácia Clínica pressupõe que o farmacêutico garanta resultados clinicamente apropriados para a farmacoterapia estabeleça relacionamento interprofissional ativo com médicos e enfermeiros e exerça atividades em ambiente clínico junto ao paciente STORPIRTIS 2008 Os serviços farmacêuticos tradicionais concentramse na dispensação e na aquisição armazena mento e controle de estoque de medicamentos As demandas referentes a esses serviços são relativas ao controle da aquisição e do estoque de medicamentos às políticas e aos procedimentos para os sis temas de distribuição de medicamentos ao controle dos medicamentos existentes fora da área física UNICESUMAR UNIDADE 4 105 da farmácia e ao trabalho conjunto com a equipe de enfermagem para solucionar os problemas ine rentes ao sistema entre outras Nessa situação os relacionamentos inter profissionais dos farmacêuticos são limitados pela localização física da prática profissional as áreas de atendimento ao paciente para médi cos e enfermeiros e a farmácia hospitalar para 01 Alta incidência de erros de medicação Iatrogenias Desperdício de medicamentos Alta incidência de interações medicamentosas medicamentomedicamento medicamentoalimento e medicamentoexame laboratorial Alta incidência de reações adversas a medicamentos Subutilização de recursos humanos Altos custos de medicamentos no hospital Incompatibilidades em misturas intravenosas 02 08 06 04 07 05 03 farmacêuticos A comunicação entre médicos e farmacêuticos ou entre enfermeiros e farma cêuticos se restringe a situações do processo de distribuição de medicamentos as oportunidades de cooperação interprofissional na atenção ao paciente são mínimas Como consequência des ses tipos de serviços farmacêuticos e de relações interprofissionais citamse 106 Assim sem a existência de serviços farmacêuticos clínicos no hospital as expectativas do paciente de receber farmacoterapia segura correta eficaz e eficiente ao menor custo possível dificilmente serão satisfeitas STORPIRTIS 2008 A implementação de serviços farmacêuticos clínicos no hospital possibilita aumento da segu rança e da qualidade da atenção ao paciente redução de custos e aumento da eficiência hospitalar e digase de passagem para o profissional farmacêutico fazer tudo isso ele precisa ter habilidades de comunicação isso será essencial Uma vez que o farmacêutico clínico trabalha lado a lado com médicos e enfermeiros é importante estabelecer com esses profissionais uma relação de colaboração e não induzilos a atitudes defensivas e antagonistas O surgimento da Farmácia Clínica ocasionou profundas mudanças no relacionamento interprofissional especialmente entre médico e farmacêutico STORPIRTIS 2008 A Tabela 3 mostra a evolução desse relacionamento até o ideal a ser atingido no futuro Tradicionalmente Atualmente Futuramente Relação médico farmacêutico Recebe as prescrições médicas não há questio namento Recebe as prescri ções médicas há envolvimento para garantir a farmaco terapia adequada Membro da equipe multi disciplinar de atenção ao paciente totalmente envol vido com o processo farma coterapêutico Função principal do farmacêutico Preparar a medicação prescrita Assegurar que a prescrição está ade quada ao paciente Garantir farmacoterapia adequada ao paciente Tabela 3 Evolução da relação médico farmacêutico Fonte adaptada de Knight e Johnston 1992 O estabelecimento de relações de colaboração depende de respeito entre os profissionais de habilidades de comunicação e de trabalho em equipe honestidade credibilidade e atenção às necessidades dos outros profissionais tanto entre farmacêuticos quanto entre médicos e enfermeiros Desenvolver uma equipe de farmacêuticos com essas características é um grande desafio gerencial STORPIRTIS 2008 Fica muito claro para nós a importância de uma boa comunicação para permitir que o farmacêutico e qualquer outro profissional de saúde consiga cumprir o seu papel com toda a eficiência necessária e que os profissionais precisam ter habilidades de comunicação para poder exercer a prática clínica Mas vamos nos aprofundar um pouco mais e vocês poderão perceber como isso é importante Desde 2001 as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina DCNGM definem que as habilidades de comunicação devem ser ensinadas aos médicos brasileiros Em 2014 as DCNGM foram revisadas e definiram que o médico precisa ser preparado para o cuidado centrado na pessoa desenvolvendo relação horizontal e compartilhada condição intrinsecamente ligada à habili dade para se comunicar Estabeleceram ainda que o estudante tem de ser capaz de se comunicar por meio de linguagem verbal e não verbal com empatia sensibilidade e interesse ROCHA et al 2019 Em 2017 o Conselho Nacional de Saúde CNS aprovou a Resolução nº 5692017 que expressa diretrizes comuns para os cursos de graduação em saúde considerando as competências necessárias para a formação profissional BRASIL 2017 Entre outros aspectos destacou a importância das com petências em comunicação e relações interpessoais para um cuidado em saúde seguro e de qualidade UNICESUMAR UNIDADE 4 107 Na comunidade acadêmica internacional a comunicação eficaz entre profissionais de saúde pa cientes e seus familiares é reconhecida como condição indispensável para a qualidade dos cuidados em saúde Estudos revelam que a melhora na qualidade da comunicação médicopaciente está direta mente relacionada a melhores desfechos em saúde maior adesão ao tratamento maior satisfação dos usuários redução de reclamações por má prática e maior segurança do paciente ROCHA et al 2019 São muitos os trabalhos já publicados sobre o assunto e mais especificamente que retratam a comu nicação médicopaciente No entanto podemos sim fazer uma analogia aqui visto que no exercício da farmácia clínica o profissional farmacêutico estará muito próximo do paciente e o seu relacionamento com o paciente deve ser muito próximo e verdadeiro de forma que importantes vínculos serão mantidos Apesar da crescente valorização ainda não há consenso sobre o que seria uma comunicação mé dicopaciente adequada O Consenso de Kalamazoo baseandose em cinco modelos teóricos de co municação médicopaciente determinou sete componenteschave que caracterizam a comunicação adequada no contexto clínico construção de relacionamento abertura da consulta coleta de informações inclusão da perspectiva do paciente compartilhamento de decisões formulação de um acordo entre médico e paciente encerramento da consulta ROCHA et al 2019 As habilidades interpessoais estão diretamente ligadas à qualidade da comunicação realizada durante a consulta e dependem do desenvolvimento de habilidades como empatia cordialidade linguagem não verbal e tonalidade da voz As habilidades interpessoais podem ser percebidas pelo efeito da co municação no interlocutor e juntamente às habilidades de comunicação criam e sustentam de forma combinada a relação médicopaciente ou farmacêutico paciente ROCHA et al 2019 Dessa maneira podemse definir as HC Habilidades de Comunicação como a capacidade de o profissional se relacionar com os pacientes suas famílias e outros profissionais o que resulta em uma comunicação médicopaciente ou farmacêuticopaciente efetiva e eficaz Esperase portanto que os profissionais de saúde que apresentem essas habilidades bem desenvolvidas sejam capazes de criar e manter uma relação terapêutica e ética com os pacientes utilizar a escuta ativa para obter informações necessárias incluindo habilidades verbais ex plicativas questionadoras orientadoras e não verbais além de registrar adequadamente as informações coletadas trabalhar harmoniosamente com outros profissionais seja como membro seja como líder de uma equipe de saúde O desafio no desenvolvimento de habilidades de comunicação se traduz na capacidade que temos de ser mais assertivos em nossas intenções terapêuticas O primeiro passo é substituir a tradicional relação distanciada aparentemente neutra e livre de afetos com o paciente por níveis mais profundos 108 O Modelo da Pragmática da Comunicação Humana foi descrito por Watzlawick et al 1967 no livro Pragmática da Comunicação Humana um estudo dos padrões patologias e paradoxos da interação Na obra o processo comunicacio nal é explorado a partir de cinco pressupostos chamados de axiomas da comunicação Os axiomas permitem deli near aspectos funcionais da comunicação e inferir sobre a qualidade das relações entre as pessoas a partir da forma como se comunicam LUNAI SCAPINII 2019 de acolhimento e vínculo com as famílias A relação se torna mais humanizada e horizontal por meio de falas perguntas posturas e gestos capazes de gerar empatia e acolhimento minimizando os lugares de poder historicamente instituídos no relacionamento entre profissionais de saúde e pacientes Assim os pacientes transformamse em sujeitos CERON 2012 Se você fizer uma pausa e analisar vai ver que todos nós empregamos grande parte do nosso tempo de trabalho nos comunicando claro refirome aqui a profissionais de saúde que trabalham com pacientes Sabemos também que a qualidade dessa comunicação poderá aumentar a adesão ao tratamento melhorar o prognóstico aumentar a satisfação e diminuir denúncias reclamações e processos contra profissionais de saúde Sabendo que as habilidades de comunicação são tão importantes e essenciais para o exercício do cuidado do paciente seja ele feito por farmacêuticos médicos enfermeiros podemos nos questionar o que de fato é uma boa comunicação Do que nós precisamos para nos comunicar melhor e outra importante pergunta que aspectos da minha forma de me comunicar podem ser transformados aperfeiçoados para melhorar minha clínica e o meu relacionamento com o meu paciente No final da década de 1950 um grupo de pesquisadores da Escola de Palo Alto se reuniram para estudar o fenômeno da comunicação humana e depois de várias reflexões em 1971 eles após realizarem impor tantes experimentos com pacientes esquizofrênicos estabeleceram cinco axiomas básicos da comunicação UNICESUMAR UNIDADE 4 109 Por essa razão é aceito como verdade e serve como ponto inicial para dedução de outras verdades São eles CERON 2012 1 Não é possível não se comunicar estamos sempre interagindo uns com os outros As diversas formas de agir olhar portarse falar gesticular etc sempre comunicam algo Ainda que não considere a existência de outra pessoa no ambiente comunicará algo indiferença ou indispo nibilidade por exemplo 2 Toda comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto relacional é comum a percepção de sutilezas na forma como o outro nos passa alguma mensagem Um exemplo cor riqueiro é quando alguém diz sim mas na verdade quer dizer não O indivíduo tem inúmeras formas de mostrar que a negativa é mais verdadeira do que a mera palavra sim Isso significa que a comunicação é muito mais do que seu mero conteúdo O entendimento do contexto relacional é fundamental para uma melhor compreensão da comunicação Sem a devida con sideração do contexto relacional dos interlocutores não é possível compreender a mensagem A interpretação de ironias e cinismo por exemplo depende disso São duas formas comuns e corriqueiras de comunicação que se manifestam justamente por meio de maneiras invertidas de explicitar conteúdos Nessas formas de comunicação o sim quer dizer não o bonito quer dizer feio e assim por diante E essas colocações podem denotar inimizade entre os interlo cutores ou apenas uma piada dependendo do contexto relacional Outra situação comum é quando ambos falam apenas aquilo que estão autorizados a falar um para o outro mesmo que não estejam de acordo com o que está sendo dito Um exemplo comum na clínica de Atenção Primária à Saúde é quando informamos e orientamos os pacientes para a mudança de hábitos O paciente comumente é orientado a adequar seus hábitos de vida aos chamados hábitos saudáveis de promoção e prevenção à saúde Praticar exercícios físicos e parar de fumar de beber e de comer doces frituras sal etc são algumas das orientações corriqueiras É comum que ele concorde superficialmente com o plano No entanto já sai da unidade de saúde da farmácia certo de que não realizará o que foi proposto O relacionamento entre paciente e profissional não foi suficiente para que ele colocasse verdadeiramente suas formas de entendimento seus sentimentos suas dúvidas etc nem que refletisse sobre como adequar seu cotidiano aos novos padrões A falha na comunicação faz com que se crie uma rotina na qual se ouve o que se tem de ouvir e se responde o que se tem de responder num círculo vicioso que esvazia o sentido das consultas baixa a resolutividade das ações de promoção e prevenção e por fim faz pacientes e profissionais se sentirem desmotivados É muito importante que vocês reflitam sobre isso pois este é o tipo de coisa que devem evitar em seus atendimentos de cuidado ao paciente estou apresentando aqui fatos reais e que vocês poderão vivenciar ou não Você poderá fazer a diferença quando for o seu momento de agir 3 A natureza da relação depende de sequências de comunicação prévias estabelecidas pelos comunicantes as diversas formas de comunicação são apreendidas ao longo das histórias de vida de cada sujeito influenciando em como cada um age em relação aos demais As bagagens apreendidas por cada comunicador influenciam na forma como vão se comunicar um com 110 o outro no momento presente pois os predispõe a um conjunto maior de sinais e mensagens que serão interpretados e compartilhados por ambos Os aspectos relacionais entre os interlo cutores bem como o entendimento sobre o que é dito são historicamente determinados por interações prévias entre ambos e por padrões culturais definidos Isto pode ser observado por exemplo quando observamos pessoas que já se conhecem muito bem e que possuem história prévia de entendimento e boa comunicação Um casal que vive junto há algum tempo por exemplo é capaz de reconhecer mesmo de longe quando o cônjuge está gostan do de uma festa ou quando está incomodado e querendo ir embora Prescindindo de linguagem oral são capazes de reconhecer os sinais no outro que expressam opiniões e posicionamentos 4 Os seres humanos se comunicam tanto digital como analogicamente o termo comuni cação digital é utilizado para designar a forma comunicativa dos conteúdos explícitos a partir da linguagem convencional pertencente à cultura vigente entre os comunicantes podendo ser verbal ou gestual Já a comunicação analógica representa a modalidade relacional da comunica ção utilizando mais recursos não verbais e tipicamente imprecisos tais como expressões faciais posturas sinais paralinguísticos como entonação de voz e assim por diante Ambas acontecem simultaneamente por meio dos múltiplos canais da expressividade humana expressões faciais postura olhar movimentos do corpo toque entonação de voz ritmo da fala etc É impossível por exemplo falar uma palavra sem qualquer entonação E a dimensão da entonação vincula o conteúdo com o contexto relacional determinando o sentido da mensagem 5 Todos os intercâmbios comunicativos são simétricos ou complementares respecti vamente e se baseiam na igualdade ou na diferença complementaridade e simetria são conceitos inspirados em formas geométricas e assinalam que a comunicação pode ser com preendida mediante conceitos vindos da geometria e suas formas Com o tempo optouse por nomear essas regras a partir de conceitos mais abrangentes e não tão relacionados às formas geométricas pois o caráter da comunicação é muitas vezes mais vago do que uma forma geométrica Assim esses conceitos geométricos foram substituídos pelos conceitos mais genéricos de igualdade e diferença de comportamento que também buscam mostrar que a di nâmica comportamental dos interlocutores obedece a regras básicas Os comportamentos dos interlocutores se desenvolvem a partir do primeiro comportamento do emissor em sequência temporal Segundo esse axioma estabelecese uma lógica na forma como se desenvolvem seja ela complementarigual ou simétricadiferente Por exemplo se um dos interlocutores começa com agressividade e o outro responde com passividade tratase de complementaridade ou diferença Se à mesma agressividade o outro responder também com agressividade será um comportamento simétrico ou baseado na igualdade Agora preciso chamar a sua atenção para dois elementos que influenciam a comunicação são os ruí dos e interferências Os ruídos são elementos físicos externos aos participantes da comunicação por exemplo sala de recepção inadequada de Unidade de Saúde área de atendimento da farmácia onde temos muitas pessoas arquitetura e decoração inapropriadas interrupções à consulta como chamadas UNICESUMAR UNIDADE 4 111 telefônicas Já as interferências são internas aos comunicadores dividindose em três classes as interferências cognitivas as interferências emo cionais e as interferências socioculturais As interferências cognitivas dizem respeito à incapacidade do paciente de se expressar de maneira compreensível devido por exemplo a fortes crenças mágicas sobre o papel do médico ou convicções sobre aspectos de cuidar ou curar Por parte dos profissionais de saúde também há crenças baseadas nos princípios tradicionais me canicistas e cartesianos da ciência além do aspec to supostamente neutro e distanciado da figura do médico Este também tende a ignorar aspectos psicossociais de seus pacientes o que também atrapalha a comunicação CERON 2012 As interferências emocionais se apresentam quando os pacientes possuem algum transtorno psiquiátrico depressão ansiedade etc ou emo ções extremas ressentimento agressividade Ou ainda nos casos em que o entrevistador é disfuncio nal e demonstra desresponsabilização desinteresse ou mesmo uma excessiva projeção sobre o paciente por exemplo pressupor que adolescentes grávidas são irresponsáveis e imorais generalizar e tratar todas com sermões moralistas sem nem sequer escutar as histórias de vida delas CERON 2012 As interferências socioculturais são exacer badas quando há notável diferença sociocultural entre o paciente e o profissional Isso incide nas crenças de custobenefício sobre a comunicação pretendida Para que me dar ao trabalho se ele não vai me entender pois vive em outro mundo Devido às diferenças o princípio da reciprocidade ou seja da capacidade que um tem de influen ciar o outro é colocado em xeque A partir do momento em que o processo de comunicação se inicia também começa o processo de formação da imagem do outro Desde o início criamos estereótipos antecipamos conhecimentos sobre o outro visando suprir nossa falta de co nhecimento prévio Isso faz parte do modo como o ser humano funciona em sua busca por conhe cer o mundo ao seu redor Porém essa primeira impressão não pode se perpetuar ao longo do desenvolvimento da relação com o outro Muitas pressuposições prejudicam a comunicação e fazem com que os estereótipos se perpetuem diminuindo a qualidade do vínculo CERON 2012 O profissional de saúde deve cuidar de suas próprias tendências em vez de estereotipar seus pacientes Assim terá menores chances de de senvolver problemas no vínculo com eles Sem a problematização de seus próprios pontos de vista o profissional acaba por potencializar o chamado efeito halo segundo o qual o estereótipo invade tudo o que o paciente faz Por exemplo as queixas que os profissionais fazem de seus pacientes são frequentemente generalizantes tais como são todos ignorantes não entendem nada não gostam de se cuidar não adianta falar pois não escutam Dessa maneira perdese o potencial do encontro e a capacidade de transcender barreiras em direção ao paciente Na construção de um processo comunicativo de qualidade também é fundamental a preocu pação com a construção da sua imagem profis sional Nesse sentido aspectos cenográficos são bastante importantes aqui vale lembrar da im portância de se ter um ambiente adequado para a realização do atendimento do paciente O ideal é termos uma sala para consulta farmacêutica onde se possa respeitar a privacidade do paciente Outros prontos são muito importantes como a organização da consulta o jaleco etc A preocu pação com a aparência é fundamental Cuidados com o aspecto externo o respeito as maneiras e as características do profissional a cordialidade 112 a receptividade e as suas demonstrações de interesse pelo paciente são muito bemvindos Um dos atributos importantes é o fortalecimento do sentimento de empatia entre profissional e usuário o que é diferente de simpatia CERON 2012 São ainda qualidades do profissional que se comunica bem A reatividade ou capacidade de responder ao outro a partir de um ritmo condizente ao ritmo do outro sem atropelálo nem abandonálo em um monólogo Diz respeito portanto ao tempo entre o momento em que o paciente parou de falar e o profissional começa A assertividade é a capacidade de o profissional atuar com decisão clareza e sabendo o que pretende a cada momento com atitude ativa mas sem ser rude São critérios para comunicação eficaz na entrevista clínica profissional e paciente concordam sobre o conteúdo da entrevista e seus objetivos e as maneiras de demonstração de interesse pelo paciente A maneira de escutar exige habilidades psicomotoras tais como sinais faciais de acordo com o relato olhar que mostra interesse mudanças dinâmicas e sintônicas com as reações do paciente de alegria solidariedade tristeza etc Durante a escuta o profissional deve procurar manter um estado mental de serenidade concentração e interesse genuíno pela outra pessoa A maneira de falar também é muito importante Sabese que é o indicador mais utilizado pelo paciente para saber se o profissional é ou não competente É o modo como o profissional aparenta seu grau de segurança em relação as suas técnicas e conhecimentos Os gestos mais associados à insegurança são pôr as mãos sobre a boca jogar o corpo bruscamente para trás pigarrear falar como se fizesse um ditado As habilidades de comunicação são tecnologias leves de cuidado fundamentais para o cumprimento dos objetivos da entrevista clínica em saúde construir um bom relacionamento com o paciente coletar os dados pertinentes estabelecer concordância mútua e adequação do plano de tratamento à realidade do paciente Assim determinadas ações transformamse em estratégias importantes tais como cumprimentar a pessoa pelo nome ouvir atentamente detectar e responder às situações emocionais coletar dados não interromper o paciente incentivar seu modelo explanatório considerar fatores psicossociais desenvolver uma compreensão compartilhada sobre a situação concordar no plano de tratamento fornecer informações utilizar corretamente o encorajamento e a motivação negociar um plano criar laços e negociar mudanças de comportamento possíveis Quando falamos da capacidade de comunicarse temos que lembrar também dos aspectos não verbais da comunicação Quando falamos com alguém nós gesticulamos temos expressões faciais e fazemos movimentos corporais e a depender de todos esses pontos ressaltados aqui um determi nado conteúdo pode ganhar sentido inteiramente diferente em relação ao seu sentido manifesto A comunicação não verbal compõe o que se chama de paralinguagem e ela é extremamente importante UNICESUMAR UNIDADE 4 113 Ouça nosso Podcast Eu preparei mais um PODCAST especial para vocês Precisamos falar um pouco mais sobre habilidades de comunicação e de como isto vai interferir no sucesso de nosso trabalho Quero que você mergulhe de cabeça e fique muito ligado a tudo que vou trazer aqui para vocês e já vai aproveitando para ir respondendo uma pergunta muito importante será que você é um bom comunicador E o que será que você precisa aperfeiçoar Vem que estou te esperando A paralinguagem juntamente com outros elementos da comunicação é o pano de fundo contextual que indica o que está sendo comunicado Ela permite identificar os aspectos relacionais da linguagem por exemplo o idioleto Por meio do idioleto podese descobrir o grupo social de pertencimento de quem se comunica Tratase de um conjunto de signos que possibilita reconhecer sexo idade nível sociocultural etc relacionandose diretamente com a forma pela qual as palavras são pronunciadas e com o vocabulário que é utilizado na comunicação CERON 2012 Outra dimensão da paralinguagem é a proxêmica Ela representa o modo como utilizamos o es paço e as questões relacionadas à territorialidade A maneira como nos sentamos à mesa o grau de aproximação do paciente o contato corporal o aperto de mãos a utilização do olhar e a angulação do corpo podem denotar sinais de aceitação rechaço ou mesmo relações hierárquicas CERON 2012 As distâncias relacionais íntimas pessoais e sociais são representadas por gestuais relacionados à proxêmica A outra dimensão é a cinésica que se refere ao conjunto de gestos corporais e expressões faciais bem como à quantidade e à qualidade desses movimentos A cinésica pode denotar diferenças entre adultos e idosos por exemplo O modo como o gestual cinésico se apresenta pode ser Sincrônico para as ações dos comunicantes Sintônico em relação às suas emoções A cinésica é composta por gestos que podem ou não seguir padrões culturais definidos As funções da cinésica na comunicação são A regulação da comunicação ou seja delimitar o fluxo comunicativo A ilustração da comunicação que descreve e apoia os conteúdos verbais A adaptação da comunicação que amortece a tensão interior dos comunicantes 114 Nós vimos diferentes aspectos da comunicação e a importância dela para que possamos fazer um bom trabalho com nosso paciente Afinal de nada adianta você ser um farmacêutico excepcional conhecer toda a teoria se não conseguir colocála em prática e se comunicar com o seu paciente se fazer en tender por seu paciente Então pense muito sobre isto não tenha medo de conversar de se expressar e de tentar de diferentes formas estabelecer uma comunicação efetiva com seu paciente Lembrese do importante papel que você tem a desempenhar no cuidado dele e na identificação dos PRMs e no quanto sua comunicação precisa ser efetiva Digo ainda efetiva e simples Você não vai inventar a roda não vai falar difícil deverá estabelecer uma comunicação clara assertiva e simples com seu paciente UNICESUMAR 115 Agora proponho que você construa um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu aproveitamento nesta unidade do ciclo de aprendizagem Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orien tações O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre o conteúdo Faça um resumo geral do que conseguiu capturar na sua leitura nas ilustrações e nos vídeos Para tanto empregue palavrascha ve e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu esta percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas crenças de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu comportamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que repre sentem estes sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a dese jar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar estes pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expectativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 116 Quais são as DORES Quais são as NECESSIDADES 117 1 A Resolução do Conselho Federal de Farmácia CFF nº 5852013 pode efetivar as atribuições clínicas do profissional farmacêutico Nessa resolução estão descritas as responsabilidades e competências do farmacêutico no âmbito de suas atividades clínicas e estão organizadas em três eixos Avalie as alternativas acerca destes eixos I Cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo II Cuidado à saúde no âmbito coletivo III Comunicação e educação em saúde IV Gestão da prática produção e aplicação do conhecimento V Gestão da prática e aplicação do conhecimento Qual das alternativas abaixo traz os três eixos corretos a Estão corretas apenas I II e III b Estão corretas I III e IV c Estão corretas II III e IV d Estão corretas I III IV e V e Todas estão corretas 2 Sobre as atribuições clínicas do farmacêutico relacionadas à comunicação e educação em saúde avalie as alternativas abaixo relacionadas I Estabelecer processo adequado de comunicação com pacientes cuidadores família equipe de saúde e sociedade incluindo a utilização dos meios de comunicação de massa II Elaborar materiais educativos destinados à promoção proteção e prevenção de doenças e de outros problemas relacionados III Fornecer informação sobre medicamentos à equipe de saúde IV Desenvolver e participar de programas educativos para outrosprofissionais de saúde V Informar orientar e educar os pacientes a família os cuidadores e a sociedade sobre temas relacionados à saúde ao uso racional de medicamentos e a outras tecnologias em saúde Marque a alternativa correta sobre essas atribuições clínicas a Estão corretas I II e IV b Estão corretas apenas as alternativas II III IV e V c Estão corretas as alternativas I III e V d Estão corretas apenas II IV e V e Todas estão corretas 118 3 Podemos definir as HC Habilidades de Comunicação como a capacidade de o profissional se relacionar com os pacientes suas famílias e outros profissionais o que resulta em uma comuni cação médicopaciente ou farmacêuticopaciente efetiva e eficaz Assim aqueles profissionais de saúde que apresentem essas habilidades bem desenvolvidas serão capazes de a Criar e manter uma relação terapêutica e ética com outros profissionais de saúde b Utilizar a escuta ativa para obter informações necessárias incluindo habilidades verbais ex plicativas questionadoras orientadoras além de registrar adequadamente as informações coletadas c Trabalhar harmoniosamente com outros profissionais seja como membro seja como líder de uma equipe de saúde d Trabalhar harmoniosamente com outros profissionais como membro de uma equipe de saúde e Utilizar a escuta passiva para obter informações necessárias incluindo habilidades verbais explicativas questionadoras orientadoras além de registrar adequadamente as informações coletadas 4 Sobre a cinésica é possível afirmar a Referese ao conjunto de gestos corporais e expressões faciais bem como à quantidade e à qualidade desses movimentos b A cinésica pode denotar diferenças entre crianças e idosos c Referese ao conjunto de gestos corporais bem como à quantidade e à qualidade desses movimentos d A cinésica é composta por gestos que sempre seguem padrões culturais definidos e As funções da cinésica na comunicação são regulação e ilustração 5 Neste estudo nós faremos algumas reflexões acerca da importância da revisão da farmacoterapia Ela é um dos serviços clínicos farma cêuticos no qual é realizada uma avaliação crítica e estruturada de todos os medicamentos de que o paciente faz uso para identificar solucionar e até prevenir os PRMs O farmacêutico vai utilizar in formações como dados pessoais histórico de doenças diagnósti cos e resultados dos exames duração da terapia medicamentosa perfil dos medicamentos prescritos limites funcionais e cognitivos do paciente e quadro clínico Este serviço melhora os resultados clínicos econômicos e humanísticos dos pacientes trazendo bene fícios como melhora do regime terapêutico redução dos custos com hospitalizações melhora da qualidade de vida dos pacientes e especialmente a resolução de PRMs Revisão da Farmacoterapia Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 120 Você está se preparando para ser um farmacêu tico e tenho certeza de que quer ser um bom profissional Quando eu estava na faculdade de farmácia ficava pensando e se meu paciente fizer uma pergunta e eu não souber responder O que eu vou fazer Eu vou contar todo mundo passa por isto e você não deve sofrer com aquilo você é uma pe dra preciosa bruta que está sendo lapidada e o conhecimento e a maturidade vêm aos poucos Nada como um dia após o outro e quando você menos perceber terá tanto conhecimento e tanta capacidade de fazer que nem você vai acreditar Olha o que aconteceu comigo certo dia Eu estava dando aulas numa turma de enfer magem A aula era de Patologia e eu falava de anemias De repente uma moça interrompe a aula e diz Profe Patricia eu tenho uma anemia mui to brava muito intensa e que não sara ela disse exatamente assim Eu parei me voltei para ela e continuei ouvindo Então perguntei Você já foi ao médico Já fez exames laboratoriais A moça me respondeu Sim profe e estou to mando sulfato ferroso há meses e eu não melhoro refiz os exames semana passada e não melhorou Minha mãe fica fazendo tudo que tem ferro para eu comer e nada eu não melhorei Eu perguntei para ela como está tomando o sulfato ferroso E ela me respondeu prontamen te tomo todos os dias na hora do almoço Quando percebi já estava entrevistando a me nina e montando um raciocínio clínico buscando achar alguma coisa errada na história que ela me contara Eu continuei lembra do que a profe já falou aqui que o óbvio precisa ser dito perguntei de novo quero saber exatamente como toma o sulfato ferroso A hora que toma e com que toma em detalhes UNICESUMAR UNIDADE 5 121 Depois disso ela começou a falar Profe eu tomo todos os dias logo que acabo de almoçar Eu acabo a minha refeição e então eu tomo o sulfato ferroso com um gole de água Logo depois que acabo de comer Quando ela me disse isso ah que alívio afinal o caso não seria tão difícil de resolver e tinha ali um PRM de efetividade O sulfato ferroso não estava sendo efetivo Mas você sabe o que tinha de errado na história Por que o medicamento não estava sendo efetivo Acreditem enquanto ela contava meu cérebro processava tudo e eu rapidamente fiz a revisão da farmacoterapia dela e já tinha a resposta E você já sabe o que pode ter acontecido Eu quero convidáloa a mergulhar nesta aula e enquanto eu for apresentando tudo e quando você for vendo o que é a revisão da farmacoterapia vai lembrar desta história e vai encontrar a resposta Acredite Aproveite e anote no seu diário de bordo o caso da minha aluna da enfermagem Lá no final da unidade eu tenho certeza de que você será capaz de saber o que estava acontecendo com ela 122 Vamos começar a nossa unidade lembrando o importante papel do profissional farmacêutico na Atenção Primária à Saúde APS que apresenta como características primordiais ser porta de entrada preferencial dos usuários no sistema de saúde prestar atenção de forma longitudinal e orientada para as pessoas e não focada nos agravos desenvolver cuidados abrangentes e resolutivos para a maior parte dos problemas de saúde e coordenar os cuidados quando os usuários necessitarem de atendimento em outros pontos na Rede de Atenção à Saúde RAS SILVA et al 2021 No contexto da atenção básica a Organização Mundial da Saúde OMS reconhece a importância do farmacêutico em uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar de saúde na prevenção de doenças e na promoção da saúde pois cabe a esse profissional auxiliar na adesão ao tratamento incluindo orientação de autovigilância e autocuidado como medidas preventivas de complicações seja devido a condição de saúde ou ao uso inadequado de medicamentos e nas atividades de educação em saúde SILVA et al 2021 Por conseguinte as atividades da Farmácia Clínica FC estão inseridas no contexto da Assistência Farmacêutica A prática da FC facilita a interação do farmacêutico com o usuário do sistema de saúde auxiliando no acompanhamento dos pacientes para um efetivo controle da farmacoterapia otimizando o tratamento farmacológico e prevenindo problemas relacionados com medicamentos PRM bem como solucionando problemas que possam surgir durante o processo de uso de medicamentos ARAÚJO et al 2017 Os serviços farmacêuticos envolvem atividades tanto técnicogerenciais no sistema de apoio à rede de atenção à saúde quanto atividades clínicoassistenciais sobretudo voltadas ao cuidado em saúde devendo comprometerse com o apoio direto ao usuário e com a obtenção de resultados em saúde Dessa forma no contexto das atividades clínicoassistenciais são desenvolvidos os serviços clínicos farmacêuticos SCF ALCÂNTARA TERRA JÚNIOR 2016 Os serviços farmacêuticos clínicos prestados na atenção primária por possibilitarem controles sistemáticos das enfermidades crônicas diminuem o fluxo de atendimentos de usuários portadores destes agravos em unidades de urgência e emergência e como resultado minimizam a quantidade de admissões hospitalares Não obstante esses mesmos serviços ao promoverem o uso racional de medicamentos possibilitam a redução de internações hospitalares associados a eventos adversos a medicamentos SILVA et al 2021 A revisão farmacoterapêutica é um dos serviços clínicos farmacêuticos regulamentados pelo Con selho Federal de Farmácia CFF e se caracteriza como o processo pelo qual as necessidades medica mentosas do usuário são mensuradas a partir da investigação de PRM de forma organizada contínua e documentada com o objetivo de completar os resultados determinados na busca da melhoria da quali dade de vida do usuário Esse método é geralmente usado para pacientes que utilizam simultaneamente vários medicamentos em função de disfunções metabólicas ou por ocorrências de diferentes doenças A revisão da farmacoterapia é um dos serviços clínicos farmacêuticos no qual é realizada uma avaliação crítica e estruturada de todos os medicamentos que o paciente faz uso para identificar so lucionar e até prevenir PRMs Esse profissional utiliza informações como dados pessoais histórico de doenças diagnósticos e resultados dos exames uso de sondas duração da terapia medicamentosa perfil dos medicamentos prescritos limites funcionais e cognitivos do paciente e quadro clínico Este serviço melhora os resultados clínicos econômicos e humanísticos dos pacientes em diversos países UNICESUMAR UNIDADE 5 123 trazendo benefícios como melhora do regime terapêutico redução dos custos com hospitalizações melhora da qualidade de vida dos pacientes e resolução de PRMs MELO et al 2021 A revisão da farmacoterapia é eficiente na resolução de PRMs que é feita por meio da intervenção farmacêutica junto ao prescritor cuidador ou paciente Além da resolução desses problemas esta prática clínica promove a descontinuação de medicamentos sem indicação ou com duplicação terapêutica Em um estudo observacional realizado com pacientes hospitalizados no domicílio em Portugal constatouse que as revisões de medicamentos feitas por farmacêuticos conduziram a suspensão da Betaistina e Cloreto de Potássio ambos sem necessidade de uso e Irbesartan porque o paciente já fa zia uso de medicamento com mesmo mecanismo de ação Este último foi substituído por Carvedilol Ainda nesta pesquisa foram descartados medicamentos vencidos que estavam guardados na casa e foi realizada orientação aos pacientes quanto ao tratamento e a importância da adesão à medicação destacando as possíveis consequências MELO et al 2021 São vários os trabalhos na literatura que demonstram a importância do farmacêutico na revisão da farmacoterapia de milhares de pacientes Na Noruega foi feito um estudo intervencionista com uma coorte de pacientes em atendimento domiciliar onde um farmacêutico clínico realizou a revisão da farmacoterapia de 96 prontuários dos quais foram feitas 175 intervenções As principais foram descontinuação de medicamentos adição e ajustes de dose Exemplo de medicamento com dose ajus tada foi o Eltrombopag para prevenção de potencial risco de tromboembolismo Houve suspensão de medicamento em paciente que fazia uso de vários depressores do sistema nervoso central e estava com alto risco de reações adversas MELO et al 2021 O profissional farmacêutico tem conquistado o seu espaço a cada dia e a revisão da farmacoterapia também tem demonstrado a importância do farmacêutico em equipes de home care Trabalhos publi cados já têm demonstrado a importância da revisão da farmacoterapia dos pacientes de home care onde o farmacêutico atua identificando e resolvendo PRMs Este serviço farmacêutico garante a eficácia e segurança do tratamento diminuindo resultados não desejados e negativos além de promover o uso racional de medicamentos Desta maneira reduz as readmissões hospitalares e visitas ao prontosocorro É fundamental portanto a presença deste profissional na equipe multidisciplinar atuando não apenas nas funções assistenciais e de gestão mas principalmente na área clínica incluindo nas visitas domi ciliares onde o farmacêutico pode prestar orientação facilitando a adesão do paciente ao tratamento No Brasil uma revisão sistemática de 45 estudos observacionais evidenciou prevalência entre 156 e 341 de eventos adversos a medicamentos em hospitais entre pacientes adultos e idosos Em outros ambientes como creches e serviços de emergência 199 das crianças e 25 dos adultos ou idosos apre sentam alguma reação adversa e dano relacionado à falha terapêutica respectivamente Estes resultados demonstram que no Brasil a prevalência decorrente da morbimortalidade relacionada à farmacoterapia é superior à de países como os Estados Unidos e Alemanha Consequentemente estimase que no Brasil os custos relativos aos danos causados por medicamentos sejam maiores do que nos países supracitados Neste cenário o farmacêutico em conjunto com a equipe multidisciplinar pode promover o uso racional de medicamentos com foco na garantia da indicação efetividade segurança e con veniência da farmacoterapia dos pacientes por meio dos serviços clínicos farmacêuticos PETER et al 2013 TOUCHETTE et al 2014 BAJOREK et al 2015 CAVANAUGH et al 2015 apud 124 SILVA 2017 Estudos sobre estes serviços mostram que o aumento nos atendimentos farma cêuticos como a dispensação conciliação de medicamentos e Revisão da Farmacoterapia RF representam a oportunidade de otimizar os resultados em saúde dos pacientes BLEE et al 2015 CHRISTENSEN LUNDH 2016 PHATAK et al 2016 apud SILVA 2017 Este serviço otimiza os resultados clínicos econômicos e humanísticos dos pacientes em diversos países Entre os benefícios relatados destacamse o controle de comorbidades como Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus redução dos custos com hospitalizações e melhora da qualidade de vida dos pacientes SILVA 2017 Em países como Austrália Canadá Estados Unidos Nova Zelândia e Reino Unido os farma cêuticos são remunerados por estes serviços Os resultados em saúde dos pacientes obtidos por atendimentos farmacêuticos são decorrentes da expansão gradual dos papéis tradicionais destes profissionais bem como do surgimento de programas de serviços clínicos farmacêuticos Chan et al 2008 apud SILVA 2017 em revisão sistemática identificaram 28 programas de remuneração por serviços clínicos farmacêuticos no mundo O governo era o principal financiador e a revisão da farmacoterapia com resolução de problemas farmacoterapêuticos PFTs foi o serviço remunerado mais frequente A remuneração para tal serviço variou de US 27 a 170 dólares dependendo do número de PFTs resolvidos e do tempo gasto entre outros fatores A implementação do programa MedsCheck no Canadá e Medicare Part D Medication Therapy Management Program nos Es tados Unidos são exemplos de programas governamentais em que farmacêuticos são remunerados por serviços clínicos Houle et al 2014 apud SILVA 2017 Como já ressaltei para você a importância do farmacêutico na revisão da farmacoterapia assim como os novos horizontes que podem surgir com este serviço inclusive a remuneração agora vamos conversar sobre como fazer isso Como operacionalizar a revisão da farmacoterapia A revisão abrangente da medicação consiste na avaliação sistemática da necessidade efetividade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente e de sua adesão ao tratamento Isto é todas as necessidades ligadas aos medicamentos apresentadas pelo paciente Esta revisão iniciase no levantamento das informações do paciente durante a entrevista clínica O farmacêutico deve conhecer a indicação dose via de administração frequência e duração do tratamento para cada medicamento em uso e deve reunir as informações clínicas necessárias para avaliar a resposta do paciente em termos de efetividade e segurança Ainda durante a entrevista o farmacêutico deverá abordar a experiência de medicação do paciente e conhecer como ele organiza seus medicamentos em sua rotina e qual o grau de cumprimento do regime posológico Cabe lembrar que às vezes será necessária mais de uma consulta a fim de se organizar toda informação necessária para a revisão da farmacoterapia Isso principalmente para pacientes polimedicados e que não dispõe de todas as informações necessárias na primeira consulta CORRER OTUKI SOLER 2011 A avaliação da necessidade do uso de medicamentos pode revelar dois problemas comuns o uso de medicamentos desnecessários ou sem indicação clara para os problemas de saúde do paciente ou a necessidade de utilizar medicamentos para um problema de saúde não tratado até aquele momento Indicação e necessidade são conceitos ligeiramente diferentes A indicação diz respeito ao uso aprova do do medicamento descrito na bula do produto A necessidade parte da situação clínica do paciente UNICESUMAR UNIDADE 5 125 Quando as indicações do medicamento e o problema clínico coincidem oportunamente há necessidade da farmacoterapia O uso de um medicamento portanto pode ser considerado necessário quando há um problema de saúde que o justifique eou quando há uma prescrição médica válida para tal Se não há uma condição clínica que requeira farmacoterapia então esta farmacoterapia é desnecessária Por outro lado se há uma indicação terapêutica que não está sendo tratada então há necessidade de iniciar a far macoterapia Nesta fase o farmacêutico continuamente se pergunta se o problema de saúde do paciente é causado pela farmacoterapia ou se o problema é algo que precisa ser tratado com farmacoterapia A efetividade da farmacoterapia é a expressão dos efeitos benéficos do tratamento sobre o paciente O termo eficácia clínica também é comumente usado ainda que tecnicamente incorreto A eficácia consiste na capacidade do medicamento em produzir um efeito farmacológico no paciente sob condi ções ideais de uso isto é comprovada por ensaios clínicos A efetividade consiste no resultado obtido do medicamento sob condições reais de uso isto é na prática clínica A farmacoterapia é considerada efetiva quando conduz ao alcance das metas terapêuticas previamente estabelecidas O Quadro 1 traz as metas terapêuticas normalmente esperadas para a farmacoterapia Assim para que se possa avaliar a efetividade é preciso estabelecer as metas do tratamento com base nos sinais e sintomas do paciente ou nos exames laboratoriais alterados associados à enfermidade A fim de determinar estas metas o farmacêutico deverá considerar a indicação do medicamento seu regime posológico e o tempo transcorrido do início do uso necessário para o alcance das metas CORRER OTUKI SOLER 2011 126 Objetivo terapêutico Exemplos Cura de uma doença Pneumonia bacteriana Amigdalite estreptocócica Redução e eliminação de sinais eou sintomas Depressão resfriado comum Redução ou interrupção da progressão da doença hipertensão diabetes Prevenção da doença Osteoporose infarto agudo do miocárdio Normalização de exames laboratoriais Anemia ferropriva hipocalemia Auxiliar no processo diagnóstico Exames oftalmológicos contrastes radiológicos Quadro 1 Exemplos de problemas de saúde ou exames clínicos e metas da farmacoterapia Fonte adaptado de Cipolle Strand Morley 2004 A segurança da farmacoterapia consiste na ex pressão dos efeitos prejudiciais do tratamento sobre o paciente Um medicamento pode ser considerado seguro quando não causa um novo problema de saúde no paciente nem agrava um problema de saúde já existente As Reações Ad versas aos Medicamentos RAM e a toxicidade são os problemas mais comuns relacionados à segurança da farmacoterapia RAM são efeitos nocivos e indesejáveis produzidos pelos medi camentos em doses normais de uso podendo estar ligados à farmacologia conhecida da droga ou a reações do paciente sobre o medicamento alergias intolerância efeitos idiopáticos RAM e toxicidade podem ser resultado do uso de doses muito altas pelo paciente Assim como na efeti vidade as condições clínicas do paciente a dose a via de administração a frequência e a duração do tratamento podem dar origem a problemas de segurança da farmacoterapia Esses eventos tam bém podem ser vivenciados pelo paciente como sinais sintomas ou exames laboratoriais alterados A avaliação da adesão terapêutica do paciente também pode revelar dois problemas comuns a não adesão involuntária não intencional do paciente que ocorre quando o paciente apre senta dificuldade em cumprir o tratamento ou o segue de forma inconsistente com as instruções do prescritor Outro problema consiste na não adesão voluntária do paciente situação na qual o paciente decide racionalmente não utilizar seus medicamentos ou fazêlo de forma diferente das instruções do prescritor Vários fatores podem influenciar a adesão do paciente ao tratamento entre eles o acesso aos medicamentos condições socioeconômicas e culturais conhecimento sobre os medicamentos capacidade cognitiva complexidade da farmaco terapia aspectos religiosos expectativas e medos ligados ao tratamento melhora ou agravamento da condição clínica entre outros Na prática da atenção farmacêutica a adesão terapêutica pode ser adequadamente avaliada a partir de uma re visão detalhada de como o paciente faz uso dos medicamentos e de sua experiência de medicação A responsabilidade do profissional neste caso será compreender a dimensão da adesão do paciente ao tratamento e trabalhar a fim de que ela não seja um problema Essas quatro dimensões necessidade efetivi dade segurança e adesão permitem ao farma cêutico avaliar os medicamentos em uso pelo paciente em toda sua complexidade e o condu zirão à detecção de riscos ou problemas relacio nados à farmacoterapia manifestados As quatro dimensões devem ser sistematicamente avaliadas exatamente na ordem em que se apresentam É comum aos farmacêuticos entender a necessi UNICESUMAR UNIDADE 5 127 dade da farmacoterapia e a adesão terapêutica como dimensões ligadas ao processo do uso dos medicamentos Por outro lado a efetividade e segurança são expressão dos efeitos da farma coterapia sobre o estado de saúde do paciente refletindose em desfechos de saúde A Figura 1 traz um esquema que facilita a visualização do processo de raciocínio clínico do farmacêutico em relação à farmacoterapia Para realizar uma adequada revisão da far macoterapia o farmacêutico deve possuir uma base sólida de conhecimento em farmacoterapia e sobre o manejo de condições agudas e crônicas O caráter generalista da prática farmacêutica faz com que a atualização e a educação permanen te sejam parte do seu cotidiano É fundamental possuir acesso a boas fontes de informação sobre medicamentos e às diretrizes clínicas Boas fontes de informação terciária sobre medicamentos são livros e compêndios que possuam informação atualizada completa confiável e aplicável No Brasil há consenso de que os bulários normal mente encontrados nas farmácias não atendem às condições necessárias e não têm qualidade sufi ciente para a prática da atenção farmacêutica Di retrizes Clínicas são documentos de orientação da conduta profissional baseados nas melhores evidências científicas normalmente elaborados por entidades médicas e científicas Uma boa prática clínica deve se basear nas necessidades específicas dos pacientes nas melhores evidên cias disponíveis e na experiência do profissional para a tomada de decisões que maximizem as chances de benefícios ao paciente CORRER OTUKI SOLER 2011 Mas agora vamos falar da cereja do bolo eu diria que o ponto mais importante da revisão da farmacoterapia que é identificar os PRM proble mas relacionados aos medicamentos que o pa ciente possa ter Para isto é preciso fazer algumas considerações importantes sobre isso Pouco tempo depois de iniciar as atividades práticas em Atenção Farmacêutica AF veri ficouse um problema com a classificação dos PRM e muitos artigos apresentavam classifica ções diferentes Para que os estudos realizados pudessem ser comparados era necessário unificar os critérios de classificação Para tanto um grupo de farmacêuticos oriundos de diferentes regiões da Espanha se reuniu na cidade de Granada para criar um consenso em termos da definição e da classificação dos PRM em seis categorias de acor do com as três condições ou necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico indicação segurança e efetividade Essas categorias são mos tradas no Quadro 2 STORPIRTIS 2008 Indicação PRM 1 O paciente não usa os medicamentos de que necessita PRM 2 O paciente usa medicamentos de que não necessita Efetividade PRM 3 O paciente usa um medicamento que foi mal escolhido PRM 4 O paciente usa o medicamento em uma posologia em horários eou duração inferior à necessária Segurança PRM 5 O paciente usa o medicamento em uma posologia em horários eou duração superior à necessária PRM 6 O paciente usa um medicamento que provoca uma reação adversa Quadro 2 Classificação dos PRM segundo o Primeiro Consenso de Granada de acordo com Panel 1999 Fonte Storpirtis 2008 128 Essa classificação foi utilizada durante muitos anos por muitos autores contudo após várias discussões o Grupo de Investigação em AF da Universidade de Granada elaborou uma modificação do consenso anterior o que levou à classificação apresentada no Quadro 3 Indicação PRM 1 O paciente tem um problema de saúde porque não recebe um medicamento de que necessita PRM 2 O paciente tem um problema de saúde porque recebe um medicamento de que não necessita Efetividade PRM 3 O paciente tem um problema de saúde porque apesar da dose correta o medicamento não é efetivo PRM 4 O paciente tem um problema de saúde porque o medicamento não é efetivo devido à dose prescrita Segurança PRM 5 O paciente tem um problema de saúde porque o medicamento não é seguro apesar de a dose prescrita ser correta PRM 6 O paciente tem um problema de saúde porque o medicamento não é seguro devido à dose prescrita Quadro 3 Classificação dos PRM segundo o Segundo Consenso de Granada SEGUNDO 2002 Fonte Storpirtis 2008 Como você pode observar as duas classificações são muito semelhantes e o interesse de utilizar uma ou outra é de natureza mais acadêmica que prática Não há uma proposta brasileira para o tema Em geral há consenso de que a decisão de qual problema relacionado à farmacoterapia o paciente vivencia faz parte da tomada de decisão clínica do farmacêutico podendo haver inclusive variação de interpretação entre diferentes profissionais utilizando o mesmo sistema de classificação O III Consenso de Granada 2017 ao modificar o termo PRM Problemas Relacionados aos Medicamentos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs fo cadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade efetividade e segurança da farmacoterapia A conhecida classificação de seis PRMs é agora uma classificação com seis RNMs A nova lista de PRMs inclui problemas como administra ção incorreta do medicamento características pessoais conservação inadequada contraindicação dose frequência ou duração inadequada duplicidade erro de dispensação erro de prescrição não adesão à terapia interações entre outros O Quadro 4 apresenta uma categorização de problemas relacionados à farmacoterapia e suas causas mais comuns Esta lista não tem por objetivo substituir classificações existentes mas apresentar uma visão sistêmica sobre as condições ideais da farmacoterapia necessidade efetividade e segurança abordando também a adesão terapêutica do paciente Veja Figura 1 a seguir A lista também não se preocupa em separar variáveis de processo e resultado mas organizar os problemas em uma ordem lógica de necessidade efetividade segurança e adesão terapêutica Essa ordem lógica serve como guia ao profissional na revisão da farmacoterapia As causas apresentadas são úteis ainda na definição de um plano de cuidado visando à prevenção e resolução de problemas existentes e o alcance das metas terapêuticas do paciente CORRER OTUKI SOLER 2011 UNICESUMAR UNIDADE 5 129 Problema Situações Clínicas Causas comuns Farmacoterapia necessária Há necessidade de ini ciar farmacoterapia no paciente Há um problema de saúde não tratado que re quer medicamento O paciente tem dificuldade de acesso ao medi camento não usa Há necessidade de farmacoterapia preventiva para redução de risco do paciente Farmacoterapia desnecessária O paciente utiliza far macoterapia que não é necessária Não há uma indicação clínica válida para o me dicamento em uso Múltiplos medicamentos estão sendo usado quando apenas um seria suficiente O paciente está tratando com medicamento uma RAM que poderia ser resolvida ou evitada O problema de saúde poderia ser tratado mais adequadamente com medidas não farmaco lógicas Inefetividade da Farmacoterapia A farmacoterapia não al cança a meta terapêutica proposta O paciente apresentase refratário ao tratamento A forma farmacêutica é inadequada para o pro blema O medicamento apresenta problemas de quali dade O paciente está recebendo uma dose muito baixa Paciente tem dificuldade de acesso ao medica mento usa menos Há uma interação medicamentosa reduzindo o efeito do medicamento A frequência de uso ou duração do tratamento é insuficiente para produzir resposta Insegurança da Farmacoterapia O medicamento causa um novo problema de saúde no paciente ou agrava um problema préexistente O paciente está sofrendo uma reação adversa ao medicamento RAM O medicamento é contraindicado devido a fa tores de risco do paciente Há uma interação medicamentosa aumentando o efeito do medicamento O paciente está recebendo uma dose muito alta A frequência de dosagem está muito curta A duração do tratamento está muito longa Baixa Adesão do Paciente à Farma coterapia O paciente não adere apropriadamente à far macoterapia de forma voluntária ou involuntária O paciente não entendeu apropriadamente as orientações O paciente tem dificuldade para se lembrar de tomar os medicamentos O medicamento não pode ser adquirido pelo paciente O paciente administra incorretamente o medica mento ou não é capaz de fazêlo corretamente O paciente prefere não tomar os medicamentos Quadro 4 Categorização de problemas relacionados à farmacoterapia e suas causas mais comuns Fonte Correr Otuki e Soler 2011 UNIDADE 5 131 Problemas de altíssima prioridade podem incluir queixas principais ou motivos de consulta do paciente ou ainda aqueles que oferecem risco de hospitalização ou agravamento importante de sua saúde Problemas de alta prioridade podem incluir situações de não alcance das metas terapêuticas ou problemas de segurança e que podem representar alto risco ao paciente se não forem resolvidas imediatamente Problemas de média ou baixa prioridade consistem em problemas de menor urgência na qual ações não imediatas não oferecem risco iminente ao paciente ou aquelas em que medidas profiláticas precisam ser tomadas em pacientes de baixo risco Em geral problemas relacionados à farmacoterapia ma nifestados têm prioridade sobre problemas potenciais mas pode haver exceções Além disso problemas que podem ser resolvidos diretamente pelo farmacêutico e paciente podem ter prioridade diferente daqueles que dependem de mais alguém família médico enfermeira ou outro espe cialista principalmente no início da construção da relação terapêutica farmacêuticopaciente O padrão para documentação de problemas rela cionados à farmacoterapia exige que seja registrado o problema de saúde enfermidade ou queixa envolvida o medicamento ou terapias envolvidas e a causa provável do problema Os problemas devem ser registrados jun tamente com o plano de cuidado para cada problema de saúde envolvido assim como as condutas tomadas para sua solução Depois que o farmacêutico faz a avaliação de todas as informações coletadas estuda o caso em detalhes e revisa toda a farmacoterapia bus cando identificar os problemas relacionados à farmacoterapia ele tem em mãos uma lista de problemas que precisam ser resolvidos solucionados A partir daí tem início o que chamamos de Plano de Cuidado O objetivo do Plano de Cuidado ou plano de intervenções é determinar em conjunto com o paciente como manejar adequadamente seus problemas de saúde utilizando a farmacoterapia e tudo que deve ser feito para que o plano seja cumprido Este será composto de três partes metas terapêuticas intervenções voltadas aos problemas relacionados à farmacoterapia e o agen damento das avaliações de seguimento CORRER OTUKI SOLER 2011 Elaborar um plano de cuidado requer tomada de decisões clínicas É altamente recomendável a utilização de um modelo de decisões com partilhadas centrado no paciente Envolver o paciente aumenta a adesão terapêutica dá maior suporte ao autocuidado e aumenta as chances de manutenção de resultados terapêuticos positivos no longo prazo O mé todo Dáder 2007 propõe alguns elementos desta forma de trabalhar com o paciente na atenção farmacêutica Criar uma atmosfera de intimidade no momento de pactuar decisões proporcionar escuta ativa e comunicação não verbal que crie um ambiente de confidencialidade UNIDADE 5 133 No momento de definir as metas terapêuticas é importante atentarse ao fato de que este processo consiste num trabalho de negociação entre farma cêutico e paciente Para medicamentos prescritos ainda pode ser necessário conversar com o médi co caso haja dúvida sobre as metas terapêuticas a serem atingidas com algum tratamento De modo geral o que o farmacêutico deve ter em mente é que devem ser definidas metas claras para toda a farmacoterapia e não apenas para medicamentos prescritos pelo farmacêutico ou para problemas relacionados à farmacoterapia As metas terapêu ticas são definidas para cada indicação apresenta da pelo paciente Quadro 1 Na prática há dois componentes essenciais que precisam ser defini dos para cada meta terapêutica 1 Os parâmetros clínicos eou laboratoriais mensuráveis que serão utilizados para medir o resultado Estes podem ser sinais ou sintomas observáveis pelo profissional e pelo paciente eou exames laboratoriais com va lores de referência a serem alcançados 2 O prazo definido para alcance dos resultados Esse prazo deve levar em consideração o tempo esperado para que se produzam as primeiras evidências de efeitos e o tempo necessário para obtenção de uma resposta completa da farmacoterapia COR RER OTUKI SOLER 2011 Uma vez que todas as metas terapêuticas estão claras e definidas são delineadas as intervenções farmacêuticas necessárias Aqui vale ressaltarmos a definição de intervenção farmacêutica É um ato planejado documentado e realizado junto ao usuário e profissionais de saúde que visa resolver ou prevenir problemas que interferem ou podem interferir na farmacoterapia sendo parte inte grante do processo de acompanhamentosegui mento farmacoterapêutico IVAMA et al 2002 p 20 Cada intervenção deve ser individualizada de acordo com a condição clínica do paciente suas necessidades e problemas relacionados à farmacoterapia O delineamento de uma inter venção deve considerar as opções terapêuticas disponíveis e deve ser feito em colaboração com o paciente e quando apropriado com seu fami liar cuidador ou médico responsável Além disso todas as intervenções devem ser documentadas Dentro dos sistemas de saúde o profissional farmacêutico representa uma das últimas opor tunidades de identificar corrigir ou reduzir possí veis riscos associados à terapêutica PEPE OSÓ RIODECASTRO 2000 São vários os trabalhos na literatura que demonstram a importância do profissional farmacêutico e a redução dos erros de medicação em instituições onde os farmacêu ticos realizaram intervenções junto aos pacientes e ao corpo clínico Estes estudos reforçam a ideia de que a intervenção farmacêutica ao reduzir o número de eventos adversos aumenta a qualidade assistencial e diminui custos hospitalares Ape sar da relevância das intervenções farmacêuticas para o uso racional de medicamentos ser aceita atualmente há ainda carência de relatos sobre esta atividade sobretudo em grupos especiais de pacientes ROMANOLIEBER et al 2002 Como as intervenções são feitas segundos pro blemas específicos dos pacientes há bastante es paço para a criatividade e de modo geral podem existir várias maneiras diferentes de resolver cada problema Uma intervenção importante pode ser a indicação de medicamentos para indicações não tratadas e que requerem farmacoterapia Esta intervenção encontrase no topo das esta tísticas como uma das principais demandas dos pacientes A prescrição farmacêutica no Brasil é permitida para medicamentos não tarjados cuja dispensação não exige receita médica Essa classe de medicamentos encontrase definida na Resolução n 138 de 2003 da ANVISA em uma tabela denominada GITE Grupos de Indicações Terapêuticas Especificadas Documento Obrigatoriedade A quem é direcionado Qual é o objetivo 134 A abrangência desta lista é bastante satisfatória e tende a aumentar em todo mundo Há países que possuem também listas de medicamentos específicos de prescrição farmacêutica São os medicamentos chamados pharmacy only pharmacist only ou behindthecounter Ao indicar um medicamento ao paciente como parte de um plano de cuidado o farmacêutico deve definir com clareza do objetivo terapêutico das opções terapêuticas disponíveis deve negociar com o paciente a escolha do melhor medicamento e fornecer todas as orientações necessárias para o cumprimento do regime posológico incluindo o agendamento do retorno de seguimento A decisão terapêutica portanto é feita num modelo compartilhado com o paciente unindo a prescrição farmacêutica à automedicação orientada Além disso é desejável que a prescrição farmacêutica ocorra no contexto do processo de seguimento farmacoterapêutico e do plano de cuidado e não como um evento isolado vinculado apenas à dispen sação de medicamentos sem receita CORRER OTUKI SOLER 2011 Quando o objetivo da intervenção é educar o paciente ou trabalhar a adesão terapêutica há diver sos recursos e dispositivos disponíveis ao farmacêutico O processo de educação e aconselhamento ao paciente nestes casos deve ir além das informações providas na dispensação de medicamentos sendo mais elaboradas e focadas nas metas terapêuticas nas mudanças de comportamento necessárias e na frequência de seguimento Para casos de não adesão involuntária podem ser usados calendários portacomprimidos alarmes entre diversos outros recursos voltados a auxiliar o paciente na rotina de uso de medicamentos Quando a intervenção envolve modificação de medicamentos prescritos será necessário contatar o médico do paciente Em princípio a substituição adição ou modificação do regime posológico de medicamentos prescritos não deve ser feita sem anuência do prescritor Esse contato pode ser feito basicamente de três maneiras 1 contato pessoal ou telefônico 2 envio de carta escrita ao médico ou 3 orientação ao paciente para que converse com o médico sobre a necessidade de alteração Cada uma dessas três estratégias pode ser mais ou menos adequada dependendo de cada caso Para serviços generalistas voltados a pacientes de todas as idades o contato com o prescritor original do medicamento fazse necessário em 2025 dos casos apenas Em práticas mais especiali zadas voltadas a pacientes crônicos esse contato não passa de 50 De modo geral a maioria dos problemas relacionados à farmacoterapia pode ser negociada e resolvida diretamente entre farmacêutico e paciente Assim podemos dizer que a intervenção pode ser de duas formas 1 Farmacêutico paciente quando se apresenta um PRM devido a causas derivadas da própria iniciativa do paciente quanto à forma de utilizar os medicamentos 2 Farmacêutico paciente médio quando a estratégia estabelecida pelo médico não consegue os efeitos esperados ou quando o paciente apresenta um problema de saúde que necessita de diagnóstico UNICESUMAR Necessidade O paciente utiliza todos os medicamentos que necessita O paciente não utiliza nenhum medicamento desnecessário UNIDADE 5 135 A intervenção farmacêuticopaciente acontecerá de forma verbal ou escrita de acordo com a per cepção do farmacêutico buscando o maior êxito possível do tratamento MACHUCA MARTÍNEZ ROMERO FAUS 2000 A carta ao médico também chamada de informe terapêutico é uma ferramenta poderosa de co municação Muitas vezes é inadequado pedir ao paciente que relate ao médico suas sugestões pois a informação pode chegar distorcida e gerar desentendimento Quando o contato telefônico com o médico não está disponível ou é inoportuno elaborar um informe escrito é a melhor solução Este deve ser levado e entregue ao médico pelo paciente preservando a relação médicopaciente e posicionando o paciente como sujeito O farmacêutico deve ver o médico como parceiro por isso o conteúdo da carta deve ser ético cordial e tecnicamente consistente Isto é o objetivo da carta não é apontar erros de prescrição tampouco expor o comportamento do paciente O objetivo é apresentar um laudo farmacêutico com a identificação de problemas do paciente de interesse deste e do médico e propor alternativas de resolução deixando claro a responsabilidade e o comprometimento do farmacêutico com a continuidade do cuidado e o trabalho multidisciplinar CORRER OTUKI SOLER 2011 A Intervenção farmacêuticopacientemédico porém se realizará por meio de um informe escrito que deverá abordar os seguintes aspectos segundo MACHUCA MARTÍNEZ ROMERO FAUS 2000 a Apresentação do paciente dados do paciente tanto em relação aos problemas de saúde quanto ao tratamento farmacológico b Motivo de encaminhamento causa pela qual se encaminha o paciente ao médico onde se apre sentam dados quantitativos disponíveis dos problemas de saúde sinais ou sintomas apresentados pelo paciente é importante não utilizar palavras que possam sugerir que o farmacêutico esteja fazendo diagnóstico ou avaliação prognóstica de algum problema de saúde c Avaliação do farmacêutico após estudar os medicamentos estabelecer uma possível correlação entre estes e o problema de saúde d Despedida outorgar autoridade ao médico quanto à avaliação risco benefício da Intervenção e oferecendo colaboração para o êxito da mesma Uma vez estabelecida a Intervenção será elaborado um informe e este será explicado e entregue ao paciente com uma cópia para ele e outra para seu médico Este deverá ser entregue ao médico pelo paciente na próxima consulta Uma das coisas importantes na elaboração do plano de cuidado é definir o prazo necessário para que o paciente volte à consulta farmacêutica e qual será a frequência dessas consultas a fim de se avaliar os resultados da farmacoterapia e das intervenções ao longo do tempo Este passo corresponde ao agendamento para as avaliações de seguimento do paciente Agendar o seguimento do paciente tratase de um padrão de qualidade da atenção farmacêutica e deve ser feita ou revisada sempre como parte do plano de cuidado ao final da consulta farmacêutica O tempo que deve transcorrer entre as consultas depende de muitos fatores Entre eles o prazo necessário para que se observem os resultados da farmacoterapia em termos de efetividade e segurança Para pacientes com quadros mais graves ou 136 problemas relacionados à farmacoterapia de maior complexidade o seguimento deverá ser feito mais amiúde Para pacientes que não apresentam problemas relacionados à farmacoterapia o seguimento deve ter por objetivo manter as condições de alcance das metas terapêuticas e prover cuidado contínuo ao paciente CORRER OTUKI SOLER 2011 Com o objetivo de exemplificar as diferentes intervenções farmacêuticas que podem ser feitas veja o quadro 5 Tipos de intervenções farmacêuticas realizadas na atenção farmacêutica Modificação na quantidade de medicamento 11 Modificar a dose de medicamento 12Modificar a frequência de administração ou a duração do tratamento 13Modificar os horários de uso do medicamento Modificação da estratégia farmacológica 21 Iniciar um novo medicamento 22 Suspender um medicamento 23 Substituir um medicamento Educação do paciente 31 Reduzir a não aderência não intencional do paciente educar no uso do medicamento 32 Reduzir a não aderência voluntária do paciente trabalhar atitudes e comportamento do paciente 33 Educar sobre medidas nãofarmacológicas Quadro 5 Tipos de intervenções farmacêuticas realizadas na atenção farmacêutica Fonte Correr Otuki e Soler 2011 Em muitos casos quando o farmacêutico tem maior convicção de que o plano de cuidado conduzirá a resultados positivos o seguimento poderá ser feito de forma mais espaçada ou mesmo por contato remoto Isso ocorre por exemplo para transtornos menores e condições agudas de baixa gravidade com evolução de dias ou semanas e nas quais os indicadores de efetividade e segurança podem ser facilmente monitorados pelo próprio paciente Nestes casos o seguimento poderia ser feito por telefone com a possibilidade de uma nova consulta presencial caso algo ocorra diferente do planejado Ao final do processo ainda precisamos avaliar os resultados das intervenções realizadas junto ao paciente O objetivo desta fase é determinar que resultado se obteve com a intervenção farmacêutica para resolução do problema de saúde estabelecido Não se pode afirmar que existe um PRM até que o resultado da intervenção tenha sido o desaparecimento ou controle do problema de saúde O resultado da intervenção dará lugar a um novo Estado de Situação do paciente Os resultados das intervenções poderão ser segundo MACHUCA MARTÍNEZ ROMERO FAUS 2000 Intervenção aceita problema de saúde resolvido Intervenção aceita problema de saúde não resolvido Intervenção não aceita problema de saúde resolvido Intervenção não aceita problema de saúde não resolvido UNICESUMAR UNIDADE 5 137 A revisão da farmacoterapia foi muito intensa Eu sei são muitos detalhes e muitas coisas importantes para assimilar Então agora preparei para você um PODCAST especial para conversarmos um pouco sobre a DSF Declaração de Serviço Farmacêutico um documento essencial que deve ser preenchido quando o farmacêutico realiza um serviço farmacêutico como o seguimento farmacoterapêutico por exemplo Mergulhe de ca beça e fique atento a cada detalhe pois nas próximas unidades vamos falar muito de declaração de serviço farmacêutico Bora Lá Considerase intervenção aceita quando o paciente ou o médico aceita a sugestão do farmacêutico modificando o uso dos medicamentos para tratar o problema de saúde O problema de saúde será considerado como resolvido quando desaparece o motivo que gerou a intervenção do farmacêutico e então podese iniciar um novo estado de situação ou seja começar tudo novamente O objetivo desta fase é registrar as mudanças ocorridas nos problemas de saúde e no tratamento farmacológico após a intervenção Para esta fase é importante considerar o seguinte No caso de o médico continuar seguindo as mesmas estratégias e não haver mudança aparente alguma no Estado de Situação devese continuar acompanhando o tratamento para verificar se existe a necessidade de uma nova intervenção Se houver alguma modificação se iniciará uma nova fase de estudo na qual se levarão em conta novos aspectos surgidos Portanto devese revisar o estudo dos medicamentos anteriormente prescritos estudar os novos e continuar a aprofundar o estudo dos problemas de saúde segundo as novas circunstâncias Então se agenda as visitas sucessivas Os objetivos desta fase são Continuar resolvendo os PRM pendentes segundo o plano de atuação pactuado previamente Estabelecer um plano de seguimento para prevenir o aparecimento de novos PRM Obter mais informação para documentar os novos estados de situação e melhorar a fase de estudo Dentro de todo este contexto temos um documento muito importante e que precisa ser preenchido em duas vias sendo que uma fica na farmácia e a outra é entregue ao paciente Tratase da DSF De claração de Serviços Farmacêuticos Mas eu vou falar um pouco mais sobre isto com você no próximo PODCAST que preparei 138 Que conteúdo intenso Imagino que você deva se questionar Quanta coisa ou melhor como um farmacêutico é essencial à farmacoterapia de um paciente Imagina só esta parte em que se analisam os possíveis PRMs problemas relacionados à terapia do paciente E é por isto que estamos aqui que você está aqui para ser um profissional único que faça a diferença no mercado de trabalho e que não seja um mero entregador de caixinhas lá no mercado de trabalho Com o conhecimento adquirido nesta unidade de conteúdo você será capaz de oferecer um serviço de qualidade e será capaz de analisar a história farmacoterapêutica de seu paciente para prevenir e identificar os PRMs Mas antes lembrese do caso que contei no início da unidade Lem brese da minha aluna da enfermagem que estava com anemia e quando ela me contou a forma como estava fazendo o uso do sulfato ferroso eu disse que ali existia um PRM de efetividade Lembrase disso Então eu tenho certeza de que agora você já consegue olhar para esta situaçãoproblema com outros olhos A paciente em questão ao tomar o sulfato ferroso após as refeições impede a absorção que precisa de um Ph ácido para ser absorvido adequadamente Se o sulfato ferroso não é absorvido corretamente não temos a efetividade do medicamento Agora me diz se isso não é maravilhoso Conhecimento é tudo e quero ver você colocar em prática e estou curiosa para saber quem será seu primeiro paciente e ter os PRM detectados Vai lá e arrasa A RDC 44 da Anvisa de 17 de agosto de 2009 dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensa ção e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farma cêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Tratase de uma RDC que vai regulamentar muitas atividades do farmacêutico em farmácias e que você precisa saber Vem conferir UNICESUMAR 139 Agora para fixar ainda mais todos os conhecimentos adquiridos aqui quero que você construa um mapa mental E para deixar isto muito objetivo sugiro que construa com suas palavras um mapa mental dos possíveis PRM problemas relacionados aos medicamentos que seu paciente pode vir a apresentar Para ajudálo sugiro começar montando um mapa mental bem ilustrativo com 1 indicação 2 Efetividade 3 Segurança Agora é com você 140 1 Leia atentamente o caso a seguir Aplique os conhecimentos adquiridos nesta unidade e faça a revi são da farmacoterapia da paciente tentando identificar possíveis PRMs com a farmacoterapia dela Caso clínico Maria Luíza 19 anos solteira estudante moradora do Bairro Aclimação em Ma ringá A paciente procura você na farmácia para comprar sua pílula contraceptiva e durante a conversa ela comenta que está bastante preocupada pois tem uma anemia intensa que está sendo tratada há meses e ela não melhora Você pergunta se ela comprou o sulfato ferroso na sua farmácia e ela disse que não A mãe comprou em uma farmácia do bairro Então você continua sua anamnese e pergunta como ela tem feito este acompanhamento A paciente conta que fez exames laboratoriais semana passada e que o médico comentou que nada mudou desde o último mês ela também relata sentir tonturas e fraqueza constante En tão você questiona como ela tem tomado o sulfato ferroso e pede para explicar em detalhes A moça então comentou que toma um comprimido todos os dias logo depois do almoço com um gole de água Você pergunta e pede para ela confirmar ela toma logo depois que acaba de almoçar todos os dias Analisando o caso responda a Há algum PRM com a farmacoterapia desta paciente Qual Explique b Que orientações você daria para a paciente resolver o PRM dela caso ele exista 2 Avalie os problemas de saúde ou exames clínicos aqui elencados e a meta farmacoterapêutica atribuída respectivamente I Cura de uma doença Hipertensão diabetes II Redução e eliminação de sinais eou sintomas Depressão resfriado comum III Prevenção da doença Anemia ferropriva hipocalemia IV Auxiliar no processo diagnóstico Exames oftalmológicos contrastes radiológicos V Normalização de exames laboratoriais Anemia ferropriva hipocalemia Agora marque a alternativa correta a Apenas I III e IV estão corretas b Apenas II IV e V estão corretas c Apenas I II IV e V estão corretas d Apenas III IV e V estão corretas e Todas estão corretas 141 3 Analise as afirmativas sobre o segundo Consenso de Granada e marque a alternativa correta a O segundo Consenso de Granada divide os PRM em duas modalidades a saber indicação e efetividade b O segundo Consenso de Granada divide os PRM em quatro modalidades indicação efetivi dade segurança e nível de conhecimento c O segundo Consenso de Granada classifica os PRMs em seis categorias de acordo com as três condições ou necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico indicação segurança e efetividade d O segundo Consenso de Granada classifica os PRMs em quatro categorias de acordo com as duas condições ou necessidades essenciais de todo tratamento farmacológico indicação e segurança e O II Consenso de Granada modificou o termo PRM Problemas Relacionados aos Medicamen tos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs focadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade efetividade e segurança da farmacoterapia 4 Sobre os métodos utilizados para a revisão da farmacoterapia analise as afirmativas a seguir I Para que os estudos realizados pudessem ser comparados foi preciso unificar critérios de classificação E foi criado um consenso em termos da definição e da classificação dos PRM em seis categorias de acordo com as três condições ou necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico indicação segurança e efetividade II O III Consenso de Granada ao modificar o termo PRM Problemas Relacionados aos Medica mentos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs focadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade efetividade e segurança da farmacoterapia III O II Consenso de Granada ao modificar o termo PRM Problemas Relacionados aos Medica mentos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs focadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade e efetividade da farmacoterapia IV Quando temos um PRM do tipo inefetividade da farmacoterapia nós dizemos que a farmaco terapia não alcança a meta terapêutica proposta e isto pode ocorrer por exemplo pelo fato do paciente receber uma dose muito baixa V Dizemos que ocorre uma insegurança da farmacoterapia quando o medicamento causa um novo problema de saúde no paciente ou agrava um problema préexistente Marque a alternativa correta a As afirmativas I II e III estão corretas b As afirmativas II III e IV estão corretas c As afirmativas I II IV e V estão corretas d As afirmativas III IV e V estão corretas e Todas afirmativas estão corretas 142 5 Elaborar um plano de cuidado para o paciente requer tomada de decisões clínicas É altamente recomendável a utilização de um modelo de decisões compartilhadas centrado no paciente En volver o paciente aumenta a adesão terapêutica dá maior suporte ao autocuidado e aumenta as chances de manutenção de resultados terapêuticos positivos no longo prazo Analise os elementos propostos a seguir pelo método Dáder para trabalhar com o paciente na atenção farmacêutica I É importante criar uma atmosfera de intimidade no momento de pactuar decisões com o paciente proporcionar escuta ativa e comunicação não verbal que crie um ambiente de confidencialidade II Pesquise se o paciente deseja envolverse nas decisões clínicas e conhecer que tipo de infor mação o paciente deseja receber porém isto não será levado em consideração III É importante obter feedback do paciente a fim de reconhecer se a explicação foi satisfatória Podemse indicar outras fontes para o paciente pesquisar como páginas da web voltadas a pacientes IV Negociar a melhor decisão com o paciente e se não houver urgência permitir um tempo para que cada um reflita sobre suas opiniões até a próxima consulta V Expor as opções terapêuticas com seus prós e contras Estas informações devem ser transmitidas de forma compreensível com linguagem técnica e médica para deixar claro para o paciente que você tem o conhecimento necessário Agora depois de analisar todas as afirmativas marque a correta a Estão corretas todas as afirmativas b Estão corretas as afirmativas I II e IV c Estão corretas as afirmativas II III e IV d Estão corretas as afirmativas III IV e V e Estão corretas as afirmativas I III e IV 6 Nesta unidade nós vamos começar a falar da atuação do farma cêutico no tratamento das condições clínicas autolimitadas Elas também são conhecidas como transtornos menores Mas antes de falarmos de cada transtorno precisamos conversar sobre aspectos primordiais como autocuidado medicamentos isentos de prescri ção consulta e prescrição farmacêutica assim como os importantes documentos envolvidos no registro de todo processo Então quero que você se prepare para mais uma vez mergulhar de cabeça com a profe neste conteúdo único que preparei com muito carinho Manejo de Problemas de Saúde Autolimitados e Prescrição Farmacêutica I Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 144 Você está cada vez mais próximo de uma etapa importante no cuidado ao paciente Poderá realizar anam nese e consultar seu paciente estabelecendo tratamentos de algumas situações clínicas bem pontuais e de forma natural Digo isto pois temos os medicamentos isentos de prescrição quando os farmacêuticos podem prescrevêlos para o paciente No entanto isto não é assim tão simples pois para realizar esta ativi dade você precisa seguir protocolos aprovados um passo a passo que vai garantir que tenha êxito no seu atendimento na sua consulta Nós precisamos falar dos importantes documentos envolvidos no registro de todo processo de cuidado e atendimento ao paciente Você vai ver a importância destes documentos para que tenhamos a padronização de atendimentos e procedimentos Vamos lá então Você já deve ter vivido alguma situação na sua vida quando foi abordado por um amigo um pa rente ou seu pai sua mãe ou um parente próximo que o abordou com algum problema de saúde e já foi concluindo e deduzindo Já que você está fazendo o Curso de Farmácia podia me ajudar né Se você ainda não viveu isto preparese para vivêlo logo isso será inevitável antes mesmo de chegar aos pacientes reais nos estágios ou na vida profissional Mas parece tão simples Uma pessoa indaga você faz uma pergunta pede uma consulta e você já sai fazendo falando explicando colocando em prática tudo que sabe e sempre com o melhor dos objetivos ajudar Mas as coisas não são assim tão simples tudo tem um método um processo que deve ser seguido pois quando temos processos temos organização e as chances de errarmos são menores sabia Quero que você pare faça uma reflexão e tente se lembrar se já viveu alguma situação como esta que citei Faça um esforço e comece a fazer anotações sobre o que foi que pediram Qual era a situação Quais eram as queixas e problemas de saúde e ao longo da nossa aula quero que vá tentando encaixar esta situação vivenciada nos documentos importantes que vou apresentar nesta unidade de conteúdo Eu quero que você perceba como é importante documentar tudo anotar seguir padrões de forma organizada para que erros não sejam cometidos e acima de tudo para que seu paciente seja atendido da melhor forma possível pois errar não é uma opção e um dos objetivos de comentarmos tudo é não só organizar tudo mas evitar erros e garantir segurança para nosso paciente Espero que esteja preparado vamos lá UNICESUMAR UNIDADE 6 145 De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS e outros documentos internacionais é desejável que as pessoas pratiquem o autocuidado ou seja que tenham uma atitude ativa e responsável em relação à própria saúde visando à sua qualidade de vida 24 horas por dia sete dias por semana por meio de hábitos de higiene pessoal nutrição e prática de atividades físicas O reconhecimento de estado alterado de saúde é parte desse autocuidado e pode ser manejado com automedicação respon sável segundo a organização MASSI 2021 De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição Abimip 2022 muitas vezes no processo do autocuidado talvez haja a necessidade de se ter auxílio de algum medicamento para ajudar a combater sintomas simples e transitórios provocados pelos transtornos menores Na visão da entidade empoderar é essencial para que a pessoa possa discernir o que faz bem ou mal para a sua vida E um indivíduo esclarecido representa um país mais saudável e desenvolvido Além de estimular uma atitude responsável pela própria vida o autocuidado também é uma forma de desafogar o sistema de saúde No atendimento primário à saúde por exemplo muitos problemas são autolimitados A Classificação Internacional de Atenção Primária CIAP 2 utilizada no Sistema Único de Saúde SUS tem um capítulo para classificar sinais e sintomas A princípio esses sinais e sintomas são manifestações clínicas que o corpo resolve sozinho ou que em um primeiro momento o parecem ser as tão famosas viroses requerendo acompanhamento da evolução do quadro clínico MASSI 2021 146 O autocuidado é desejado pelos sistemas de saúde mundiais porque se todo paciente que tiver uma dor de cabeça procurar atendimento médico o sistema pode colapsar Um exemplo é o Pharmacy First do NHS no Reino Unido Sabemos que não há condições de atender a todas as pessoas que tenham uma queixa de saúde Por isso o paciente por si só e sobretudo com a ajuda de outro profissional da saúde como o farmacêutico pode e deve fazer o autocuidado de condições que não são graves Por outro lado ao adquirir o conforto para as suas con dições autolimitadas o paciente não deve colocar a vida dele em risco Por isso a OMS diz que a auto medicação tem que ser responsável ou seja aquela que acontece sob a orientação de um profissional da saúde de preferência o farmacêutico devido ao conhecimento terapêutico que ele detém Neste sentido a consulta farmacêutica e a prescrição de MIPs Medicamentos isentos de prescrição podem trazer vários benefícios para o sistema de saúde entre eles diminuição substancial de custos para atendimento secundário e terciário otimização de recursos governamentais conforto para os usuários que têm mais qualidade de vida e proximidade do paciente com um profissional de saúde de fácil acesso Aqui vale lembrar para que este autocuidado do paciente seja feito com segu rança e confiança o farmacêutico é uma figura que ocupa um papel primordial em todo o processo visto que os MIPs podem ser isentos de prescrição mas não são isentos de orientação para o seu uso Outros países estão mais evoluídos do que o Brasil nos quesitos autocuidado e tratamento de condições clínicas autolimitadas Um exemplo é o Reino Unido onde existe o Pharmacy First criado pelo NHS United Kingdom National Health Ser vice sistema de saúde local O programa dissemina a informação de que os farmacêuticos são especia listas altamente treinados em medicamentos e en coraja todos a buscar a farmácia comunitária como primeira escala para todas as doenças menores e condições clínicas comuns específicas O Pharmacy First Farmácia Primeiro na tradução para o português representa acesso rá pido a um local de aconselhamento e tratamento para condições clínicas autolimitadas Se tiver uma doença autolimitada a farmácia é o primeiro lugar onde deve ir para obter um conselho Normalmen te você não precisa de uma consulta e pode ir a qualquer farmácia O seu farmacêutico pode acon selhálo sobre uma doença leve e medicamentos se achar que você precisa afirmam os sites oficiais que divulgam o serviço Os farmacêuticos capacitados em farmácia clí nica têm plenas condições de identificar as condi ções clínicas autolimitadas propor o tratamento acompanhar os resultados e fazer o encaminha mento quando necessário Interessante observar que a anamnese farmacêutica para um transtorno menor não se difere da consulta médica tradicional em que na maioria das vezes o médico prescreve um tratamento com base em um diagnóstico feito a partir da avaliação dos sintomas MASSI 2021 A prescrição farmacêutica foi estabelecida pela Resolução nº 5852013 BRASIL 2013a e regu lamentada pela Resolução nº 5862013 BRASIL 2013b segundo a qual prescrever é uma ação de recomendar algo ao paciente que pode ser uma opção terapêutica serviços farmacêuticos ou en caminhamento a outros profissionais ou serviços de saúde Portanto a prescrição farmacêutica não está associada apenas a prescrever medicamentos A prescrição farmacêutica é um processo uma maneira de responsabilizar o farmacêutico por uma atividade que sempre existiu na farmácia Não basta prescrever dipirona 1 grama de 8 em 8 horas Se o farmacêutico estiver encaminhando o profissional a outro especialista por exemplo pre cisa escrever Encaminho João da Silva 48 anos que procurou a farmácia com dor de cabeça asso UNICESUMAR UNIDADE 6 147 ciada a tais e tais sintomas Solicito avaliação diag nóstica porque em tantos dias a dor não cessou ou seja detalhar o atendimento com o máximo de informações que tiver em mãos Deste modo precisamos que farmacêuticos preparados para avaliar quais casos são autolimi tados e quais precisam de encaminhamento ao médico E nós temos falado sobre a importância do farmacêutico e de como as suas intervenções fazem a diferença nos resultados de saúde dos pacientes e no uso racional de medicamentos Dentre as possibilidades de atuação do farma cêutico situase a responsabilidade deste profis sional pela orientação quanto ao autocuidado in cluindo quando necessário a automedicação de modo a atender às necessidades dos pacientes de forma segura e eficaz WORLD HEALTH ORGA NIZATION 1998 apud GALATO et al 2015 A Organização Mundial da Saúde define o autocui dado como tudo aquilo que as pessoas fazem por si mesmas para estabelecer e manter a saúde prevenir e lidar com suas enfermidades WORLD HEALTH ORGANIZATION 1998 apud GALATO et al 2015 Isto envolve atitudes e valores referentes aos estilos de vida hábitos de higiene e alimentação práticas de lazer mas também fatores como con dições de vida nível de renda crenças culturais e práticas de automedicação Entendese por auto medicação a seleção e uso de medicamentos pelas pessoas com o propósito de tratar problemas de saúde ou sintomas reconhecidos Outro conceito importante da OMS referese à automedicação responsável que corresponde à prá tica pela qual os indivíduos tratam seus problemas de saúde com medicamentos isentos de prescrição médica e que são seguros e eficazes quando utiliza dos de forma adequada As condições necessárias para uma automedicação responsável segundo a OMS requerem que os medicamentos possuam segurança qualidade e eficácia comprovadas e que sejam indicados para problemas de saúde auto limitados e para algumas condições crônicas ou recorrentes desde que precedidas pelo diagnóstico médico WORLD HEALTH ORGANIZATION 1998 apud GALATO et al 2015 Mas precisamos entender primeiro o que são os problemas de saúde autolimitados Segundo a ResoluçãoCFF nº 5852013 BRA SIL 2013a entendese problemas de saúde au tolimitados como enfermidades agudas de baixa gravidade de breve período de latência que de sencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente Além disso podem ser tratadas de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica cuja dispensação não exija prescrição médica incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais alopáticos ou dinamiza dos plantas medicinais drogas vegetais ou com medidas não farmacológicas As práticas de autocuidado motivadas pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde ou por avaliação do próprio paciente de que é capaz de cuidar de si sem o auxílio de um profissional da saúde podem envolver a tomada de decisões inadequadas acarretando complicações do seu estado de saúde ou o desenvolvimento de nova condição SANCHEZ CICONELLI 2012 Neste contexto a atuação clínica do farmacêuti co no manejo de problemas de saúde autolimitados surge como uma necessidade social para minimizar situações de uso inadequado de opções terapêuticas ou de demora no diagnóstico de condições clínicas que não são autolimitadas HEALTH ORGANIZA TION 1994 apud GALATO et al 2015 É também atribuição deste profissional ao realizar o manejo de problemas de saúde identificados pelos pacientes ou seus cuidadores como autolimitados identificar sinais de alerta e realizar os encaminhamentos a outros profissionais ou serviços de saúde 148 No âmbito da regulação a expansão das atividades do farmacêutico no Brasil refletiuse na apro vação e publicação pelo Conselho Federal de Farmácia de resoluções como as de números 5852013 e 5862013 que regulamentam as atribuições clínicas do farmacêutico e regulam a prescrição far macêutica Além disso a Lei nº 130212014 também respalda a provisão de serviços clínicos em estabelecimentos farmacêuticos BRASIL 2014 Apesar da evolução da profissão farmacêutica no âmbito do cuidado à saúde identificase defi ciência no registro da prática clínica sim pois o registro destas práticas são de extrema importância especialmente para o rastreio de todos os atendimentos feitos pelo farmacêutico GALATO et al 2015 Um jargão muito utilizado no campo da saúde que expressa de forma objetiva a importância do registro é se você não documentou você não fez AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 Ou seja a adequada documentação é uma condição fundamental para que haja a provisão do cuidado seja por farmacêuticos ou por outros membros da equipe de saúde ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD 2013 VASCO BARRETO PAIVA 2008 AMERICAN SOCIETY OF HEALTHSYSTEM PHARMACISTS 2003 apud GALATO et al 2015 O registro do processo de cuidado também imputa responsabilidade em saúde ao profissional Permite por exemplo a rastreabilidade das ações pelo órgão fiscalizador e a acreditação de qualidade dos serviços prestados possibilitando um maior controle sobre os riscos inerentes aos serviços disponibilizados pelo farmacêutico além de oportunizar ações que visam à segurança do paciente BRASIL 2013a A documentação do cuidado farmacêutico deve ser estruturada para assegurar a disponibilidade de informação a todos os envolvidos no processo de cuidado e para garantir a segurança de sigilo a agilidade e a confiabilidade da consulta O registro assim como o cuidado propriamente dito deve ser centrado no paciente e não na sua condição ou no diagnóstico do profissional Os profissionais e serviços de saúde têm um grande desafio que é organizar o processo de documentação para subsidiar a gestão do caso e a tomada de decisão em saúde a análise e a revisão da gestão da prática Serve ainda para dar subsídio ao processo de acreditação da qualidade a auditorias e para responder a quaisquer questionamentos advindos da fiscalização profissional ou sanitária GALATO et al 2015 O processo de cuidado ao paciente no manejo de problemas de saúde autolimitados envolve diferentes etapas desde o acolhimento e anamnese até a avaliação do resultado das intervenções Além do registro em prontuário esse processo pode envolver outros documentos como a receita o encaminhamento a outros profissionais ou serviços de saúde além de materiais educativos No Quadro 1 a seguir podemos verificar os documentos sua obrigatoriedade a quem estão direcionados e seus respectivos objetivos UNICESUMAR 150 É muito importante que fiquem claras as respostas a todas estas questões pois isto aumenta a adesão dos profissionais ao registro das suas atividades Precisamos refletir sobre um documento importante o prontuário O prontuário do paciente é o principal documento de comprovação das atividades clínicas de qualquer profissional da saúde sendo obrigatório para o cuidado dele BRASIL 1992 A documentação do atendimento do paciente é uma atribuição do farmacêutico BRASIL 2013a que deve incluir todo o processo de cuidado LEAL RI BEIRO 2013 VASCO BARRETO PAIVA 2008 AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 ZIERLERBROWN et al 2007 AMERICAN SOCIETY OF HEALTHSYSTEM PHARMACISTS 2003 BRASIL 1993 2013 apud GALATO et al 2015 Ressaltese que esse registro deve seguir as regulamentações sanitárias as normas institucionais e as demais legislações pertinentes BRASIL 2001 2008 2011 apud GALATO et al 2015 A ResoluçãoCFF nº 555 de 30 de novembro de 2011 regulamenta o registro a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços de saúde e estabelece que o prontuário do paciente é um documento único constituído de um conjunto de informações sinais e imagens registrados gerados a partir de fatos acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada de caráter legal sigiloso e científico que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e interdisciplinar e a con tinuidade da assistência prestada ao indivíduo BRASIL 2011 O prontuário pode conter apenas o registro do farmacêutico quando este estiver atuando em con sultório farmacêutico ou em farmácias não vinculados a outros profissionais ou serviços de saúde No caso de farmacêuticos que atuam em ambientes multiprofissionais como em unidades de saúde da família unidades básicas clínicas hospitais entre outros serviços o registro deverá ser feito no pron tuário único do paciente BRASIL 2011 A Portaria MSSAS nº 4071992 veda o registro em separado das atividades do farmacêutico no caso de atendimento do paciente em ambiente multidisciplinar Além do registro feito pelo profissional e da documentação originada no estabelecimento de saúde que o atendeu também podem ser anexados ao prontuário os documentos trazidos pelo paciente como resultados de exames receitas de outros profissionais o que requer a autorização do mesmo para a inclusão Atualmente está estabelecido que o prontuário é um documento que pertence ao profissional da saúde ao paciente e ao estabelecimento de saúde no qual ocorreu o atendimento BRASIL 1992 É importante assegurar que o prontuário seja devidamente arquivado facilmente locali zado BRASIL 2011 e que mantenha a confidencialidade das informações nele registradas A legislação brasileira prevê sanções àqueles profissionais da saúde que divulguem informações de seus pacientes sem a sua autorização BRASIL 2002 Contudo há outras situações relacionadas aos prontuários além da quebra de sigilo que podem estar relacionadas a problemas com a justiça É fato que os registros realizados nos prontuários dos pacientes podem efetivamente ser utilizados como instrumento de defesa ou de acusação dos farma cêuticos em casos de denúncias por mau atendimento com indícios de imperícia imprudência ou negligência ou seja na presunção da existência de erro UNICESUMAR UNIDADE 6 151 O arquivamento das informações do paciente a partir do último registro no prontuário deve ser mantido por no mínimo cinco anos Após este prazo uma comissão deve analisar o prontuário que será descartado a fim de assegurar que sejam preservados dados relevantes do ponto de vista cientí fico histórico e social BRASIL 2011 Contudo no contexto da atuação do farmacêutico em equipes multiprofissionais de saúde vale a determinação de 20 anos para o armazenamento das informações a partir da última anotação BRASIL 2002 Dentro de todo este contexto fica muito claro a importância do registro das informações e vocês vão concordar comigo É preciso ter organização destas informações Então com base na Resolução CFF nº 5552011 BRASIL 2011 e em algumas instruções da ResoluçãoCFM nº 16382002 BRASIL 2002 sugerese que a organização do prontuário do paciente elaborado pelo farmacêutico envolva no mínimo os seguintes componentes Identifcação do usuário nome completo sem abreviaturas data de nascimento sexo nome da mãe naturalidade cidadeestado endereço completo Anamnese farmacêutica registro dos dados subjetivos e objetivos do paciente Avaliação das suas necessidades de saúde identifcação dos problemas percebidos pelo farmacêutico podendo estes serem baseados na Classifcação Internacional para a Atenção Primária CIAP Plano de cuidado incluindo as intervenções realizadas Outros conteúdos a serem anotados são a motivação para o atendimento e a queixa ou preocupação do paciente além da data do registro 152 Nos prontuários em suporte de papel é obrigatória a legibilidade dos registros do profissional que atende ao paciente assim como a assinatura e o respectivo número de registro no conselho de classe A legibilidade citada anteriormente é necessária para evitar erros em especial quando as informações registradas são compartilhadas com outros profissionais Vamos falar um pouco sobre os componentes do registro do prontuário do paciente Identificação do paciente nome idade sexo e outras informações sociodemográficas Número do prontuário cadastro de pessoa física e outras informações pertinentes Motivação para o atendimento qual é a queixa ou preocupação do paciente Anamnese e verificação de parâmetros clínicos dados subjetivos e objetivos obtidos do paciente Avaliação do profissional hipótese diagnóstica das necessidades de saúde do paciente Plano de cuidado condutas ou intervenções e os objetivos terapêuticos Identificação profissional Nome completo número do registro profissional e assinatura Anexos exames e outros documentos relevantes à avaliação da condição de saúde do paciente Há dois modelos hegemônicos de registro no prontuário o orientado pela fonte tradicional e o orientado por problemas e evidências POPE originalmente ProblemOriented Medical Record No POPE as notas de evolução são orientadas pelos problemas ativos do paciente e seguem o sistema descrito como SOAP O problema ativo necessita de atenção contínua do pessoal de saúde envolvido com os cuidados ao paciente ou que cause algum tipo de desconforto ao doente LOPES 2005 apud GALATO et al 2015 p 17 O anagrama SOAP do inglês Subjective Objective Assessment and Plan referese aos aspectos fundamentais da abordagem do paciente orientada para a identificação e resolução de problemas por meio do registro dos dados subjetivos S e objetivos O do paciente da avaliação A e do plano P estabelecido pelo profissional ou equipe previamente acordado com o paciente Este método além de garantir a organização e legibilidade das informações dos pacientes permite acompanhar a evolução do estado de saúde do paciente a partir de novos registros VASCO BARRETO PAIVA 2008 ZIERLERBROWN et al 2007 apud GALATO et al 2015 Os dados subjetivos S referemse àqueles coletados no momento da entrevista com o paciente ou cuidador Incluise entre os dados subjetivos o motivo da procura pelo serviço problema de saúde ou necessidade do paciente como por exemplo as suas preocupações às experiências relatadas expressões da pessoa ou às impressões do profissional da saúde DEMARZO et al 2011 Os dados subjetivos geralmente são aqueles relatados pelo paciente ou cuidador sem que o profissional tenha observado o fenômeno Os dados objetivos O referemse àqueles positivos ou negativos pertinentes à investigação clínica Eles podem ser obtidos por meio da verificação de parâmetros fisiológicos e biológicos pressão arterial temperatura corporal glicemia capilar etc de exames complementares trazidos pelo paciente glicemia colesterol etc ou de observações do profissional da saúde tosse produtiva coriza etc DEMARZO et al 2011 Neste tópico também podem ser registrados os medicamentos em uso pelo paciente Assim os dados objetivos são aqueles em que há evidências observadas pelo profissional da saúde UNICESUMAR UNIDADE 6 153 Caso o farmacêutico tenha dúvidas em relação à separação das informa ções subjetivas S e objetivas O poderá registrar ambas em um mesmo campo Neste caso mais importante do que classificar corretamente é o registro das informações pertinentes e a utilização das mesmas para a seleção da conduta a ser indicada ao paciente A Avaliação A do farmacêutico é feita a partir dos dados coletados na entrevista clínica identificando claramente as necessidades de saúde do paciente DEMARZO et al 2011 Referese às conclusões sobre o esta do de saúde do paciente bem como à resposta ao tratamento o que deve ocorrer com base nos dados subjetivos e objetivos coletados LOPES 2005 Os eventos adversos e outros problemas relacionados aos medicamentos resultam das avaliações feitas pelo farmacêutico não se tratando pois de diagnóstico de doenças AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 No Plano P o farmacêutico deverá registrar as intervençãoões e condutas as serem adotadas em relação à necessidade identificada Essas podem constar por exemplo de terapias não farmacológicas farmacológicas eou outras intervenções relativas ao cuidado em saúde como o encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde e soli citação de exames laboratoriais A seguir vou apresentar um modelo de prontuário Tratase de um modelo simples que utiliza o SOAP como sistema de avaliação inicial e evolução do paciente Importante lembrar que este prontuário precisa contemplar as infor mações de identificação do paciente do paciente Quadro 2 assim como outras informações que podem ser importantes dependendo do caso como alergias e possíveis limitações observadas cognitivas locomotoras visuais auditivas entre outras Lembro ainda que o modelo é uma sugestão e pode e deve ser adaptado pelo farmacêutico da forma que ele julgar mais pertinente para o registro das informações e de forma a atender o seu diaadia de trabalho Neste documento eu sugiro inserir uma informação que julgo importante sobre a LGPD nº 13709 de 14 de agosto de 2018 A Lei Geral de Proteção de Dados Lei nº 137092018 tem como principal objetivo proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da per sonalidade da pessoa natural É importante avisar o paciente que você poderá usar os dados dele para entrar em contato com ele ou com um cuidador dele ou até mesmo com o médico dele Deixe isso bem claro para o paciente e registre no seu prontuário Importante frisar ao paciente que os dados dele não serão fornecidos a outras pessoas e que serão utilizados única e exclusivamente para o atendimento em questão e cuidados de saúde com ele 154 Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde Número do prontuário Data de abertura Nome paciente Gênero Masculino Feminino Idade anos Data de nascimento RG ou CPF Endereço Cidade Estado Telefone Email Escolaridade Ocupação Limitação cognitiva locomoção visão audição outras Nome do responsável legal em caso de menor Tel do Responsável legal em caso de menor Nome e telefone do responsávelcuidador se aplicável Médico do paciente nome e telefone se houver Histórico de possíveis alergias Data O paciente foi esclarecido e autoriza ser contatado pela farmácia em atendimento à nova LGPD de 13709 de 14 de agosto de 2018 SIM NÃO Registros S Registros dos dados subjetivos sintomas identificados pelo pacientecuidador crenças preocupações e outros dados clínicos história clínica tentativas de tratamento e expectativas O Registros dos dados Objetivos sinais ou dados mensurados eou observados incluindo resultados de exame A Avaliação análise dos dados subjetivos a fim de identificar as necessidades e os problemas de saúde do paciente considerando as intervenções possíveis os fatores que gravam os sinais sintomas e os sinais de alerta para encaminhamentos P Plano na elaboração do plano devem ser definidos os objetivos terapêuticos as intervenções e os critérios de acompanhamentos para avaliação dos resultados As opções de intervenção selecionadas podem incluir terapias farmacológicas e não farmacológicas e outras intervenções relacionadas ao cuidado como o encaminhamento Assinatura Nome e CRF carimbo ou de próprio punho Quadro 2 Sugestão de prontuário do paciente Fonte adaptado de Galato et al 2015 As etapas do raciocínio clínico têm relação direta com o registro no formato SOAP Aplicando os conhe cimentos de semiologia e o raciocínio clínico obtêmse os dados que devem ser registrados como subje tivos S e objetivos O Ainda na etapa de identificação das necessidades o farmacêutico deve registrar UNICESUMAR Legibilidade Esta característica é necessária para que o documento possa ser devidamente utilizado Além da qualidade da grafia necessária para os prontuários manuais devese atentar para o uso adequado do vernáculo e dos termos técnicos Rasuras e emendas O prontuário do paciente não deve conter rasuras No caso de registro equivocado o farmacêutico deve corrigilo utilizando expressões corretivas mas sem encobrir o anteriormente registrado Organização O ordenamento cronológico das informações o destaque de informações e o espaço para a registro e anexação de informações relevantes auxiliam no processo de cuidados Também podese organizar por categorias de informações como o registro de alergias resultados laboratoriais medicamentos em uso Complete O registro de todas as informações coletadas incluindo aquelas negativas por exemplo ausência de sinais e sintomas pertinentes ao estado de saúde é importante Além disso a anotação da avaliação e do plano de cuidado também é fundamental A identificação adequada do paciente e dos profissionais que participam do cuidado é imprescindível No prontuário eletrônico é possível realizar a correção no momento do preenchimento Depois da publicação dos registros no sistema a correção deverá ser feita na próxima evolução O Código Penal caracteriza como falsidade ideológica a anotação incorreta incompleta falsa ou inexistente no prontuário quanto aos fatos relacionados com o paciente 156 Vamos fazer uma pausa rápida para ver o que nos diz o artigo 299 do Código Penal Brasileiro no item Falsidade Ideológica Outra forma de garantir a legibilidade das informações é evitar o uso de abreviaturas em especial da quelas que não são comuns à equipe de saúde AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 pois podem gerar problemas de segurança ao paciente No caso de uso de abreviaturas estas devem ser padronizadas pelo sistema métrico ou pela instituição No prontuário manual devese evitar a existência de espaços em branco AMERICAN PHARMA CISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 tendo em vista o risco de serem preenchidos posteriormente alterando as informações ou condutas realizadas Além disso quando o prontuário contiver diversas páginas no início de cada uma delas deverão ser anotados a identificação do paciente a data e quando pertinente o horário do registro AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 para evitar possíveis trocas ou perdas de registros A ordem das informações registradas inclusive a cronológica é fundamental Isso facilita a con sulta futura pelo próprio farmacêutico ou por outros profissionais a respeito dos dados coletados e da avaliação e planos realizados AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 Recomen dase também a utilização de estratégias para destacar partes do texto como o uso do sublinhado de asteriscos novos parágrafos e setas entre outros para organizar as informações bem como para demonstrar maior relevância Nos prontuários eletrônicos podem ser criados pictogramas ou outras formas de alerta que representam informações importantes como a solicitação de exames a serem posteriormente avaliados e a existência de alergias Cabe destacar que a documentação deve ser tão completa quanto possível AMERICAN PHARMA CISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 o que inclui o registro de dados positivos sinais alterados e sintomas bem como de dados negativos sem febre sem congestão nasal nega problema de constipação sem dor visto que também podem ser úteis para a avaliação do paciente Cabe aqui uma dica muito importante devese ter cuidado quanto à forma de registrar as informa ções dos pacientes de maneira que não haja percepções que possam informar mais sobre o perfil do profissional do que sobre o paciente como são os casos daquelas consideradas discriminatórias São exemplos de expressões que devem ser evitadas paciente teimoso paciente preguiçoso medicação errada medicação sem sentido entre outras Recomendase ainda que o farmacêutico se abstenha de registrar a sua opinião sobre outros profissionais da saúde ou tratamentos realizados AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 UNICESUMAR UNIDADE 6 157 Tão importante quanto o prontuário e os registros nele realizados é a prescrição ou receita farma cêutica A receita é compreendida como um documento gerado com base no cuidado farmacêutico prestado que define um rol de elementos do tratamento do paciente em especial relacionados às terapias farmacológicas e não farmacológicas Também fazem parte da receita outras informações tais como instruções e precauções específicas ainda que de forma breve A Organização Mundial da Saúde estabelece cinco passos como elementos da boa prescrição DEVRIES et al 1994 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 1998 apud GALATO et al 2015 de forma a garantir o uso racional de me dicamentos WORLD HEALTH ORGANIZATION 1985 apud GALATO et al 2015 A Organização Mundial da Saúde estabelece algumas etapas essenciais para um processo de boa prescrição são eles Passo 1 definir o problema de saúde do paciente Passo 2 especificar o objetivo terapêutico Passo 3 verificar a adequação do problema de saúde ao tratamento proposto Passo 4 iniciar o tratamento Passo 5 prover informações tais como instruções e precauções específicas É importante que o farmacêutico tenha ciência de sua capacidade técnica e do respaldo legal Assim todas as opções de intervenção devem ser avaliadas e realizadas de acordo com o julgamento profissional tendo como fundamento sua experiência clínica e limites legais de atuação BRASIL 2011 2014 Segundo a ResoluçãoCFF n 5862013 BRASIL 2013b a receita elaborada pelo farmacêutico de verá ser redigida em português por extenso de modo legível observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais sem emendas ou rasuras devendo conter os seguintes componentes mínimos IV identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao qual o farmacêutico está vinculado incluindo endereço os números do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ e do telefone ou outra forma de contato V nome completo e formas de contato do paciente VI descrição da terapia farmacológica quando houver incluindo as seguintes informações e nome do medicamento ou formulação concentraçãodinamização forma farmacêutica e via de administração f dose frequência de administração do medicamento e duração do tratamento g instruções adicionais quando necessário VII descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado ao paciente inclusive o encaminhamento quando houver VIII nome completo do farmacêutico número de registro no Conselho Regional de Farmácia im presso carimbo ou de próprio punho e assinatura IX local e data da prescrição BRASIL 2013a 158 As informações relativas às terapias farmacológica e não farmacológica assim como as outras medi das relativas ao cuidado devem ser registradas na forma de lista numerada de maneira sequencial respeitandose sempre que possível a divisão dos elementos ou seja primeiro todas as medidas far macológicas e suas instruções seguidas da totalidade das não farmacológicas e assim sucessivamente No Quadro 3 você pode observar um modelo de receita farmacêutica Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde Paciente Nome do paciente Contato endereço telefone do paciente 1 terapia farmacológica nome do medicamento ou formulação concentraçãodinamização forma farmacêutica dose via de administração frequência e duração de tratamento 2 terapia não farmacológica 3 Outras intervenções relativas ao cuidado à saúde encaminhamento Local e data ASSINATURA Nome completo e número de inscrição do farmacêutico no CRFUF carimboimpressão ou de próprio punho Quadro 3 Modelo de Layout da receita Fonte adaptado de Galato et al 2015 Importante lembrar que junto com a receita podem ser entregues ao paciente outros recursos para sua orientação na forma de panfletosfolders Por exemplo você pode entregar tabelas de orientação para o uso dos medicamentos com os horários de administração um paciente com diarreia pode receber orientações sobre alimentos permitidos e que devem ser evitados Tais informações são importantes e podem ser anexadas à receita GALATO et al 2015 UNICESUMAR UNIDADE 6 159 Além da receita fornecida ao paciente é fundamental que a intervenção feita pelo farmacêutico esteja descrita no prontuário Isso poderá ser realizado registrando a intervenção no prontuário ou até mesmo anexando uma cópia desse documento Quando for definida no plano de cuidado a necessidade de encaminhamento do paciente o farmacêutico deve registrar esta decisão no prontuário do paciente e também redigir o documento de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde para possibilitar a continuidade do cuidado GALATO et al 2015 Sugerese adotar um modelo de layout para o documento de encaminhamento similar àquele da receita como você pode ver no Quadro 4 Alternativamente o próprio receituário pode ser utilizado para docu mentar as justificativas do encaminhamento O conteúdo do documento deve ser previamente acordado com o paciente ou seu cuidador e as informações nele contidas devem ser claras e concisas de forma a serem compreendidas pelo receptor ou seja profissional ou serviço de saúde ao qual está sendo endereçado Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde ENCAMINHAMENTO À Ao nome do profissional especialidade ou serviço Prezadoa Dra Encaminho oa paciente nome completo que informaapresenta os seguintes dados subjetivos e objetivos mais relevantes para justificar o encaminhamento em especial descreva os sinais de alerta e as condições especiais quando houver para avaliação À disposição para qualquer esclarecimento Atenciosamente Local e data ASSINATURA Nome completo e número de inscrição do farmacêutico no CRFUF carimboimpressão ou de próprio punho Quadro 4 Modelo de layout do documento de encaminhamento Fonte adaptado de Galato et al 2015 160 Nossa unidade foi intensa mas ainda tem alguns detalhes importantes que preciso trazer para você Eu preparei um PODCAST para falarmos um pouco sobre semiologia farmacêutica e raciocínio clínico Você vai gostar e vai conseguir ter uma visão global da importante atuação do profissio nal farmacêutico no tratamento de problemas de saúde autolimitados No caso de o encaminhamento conter alguma sugestão de intervenção por exemplo ações para resolver um problema relacionado à farmaco terapia é importante que sejam apresentadas referências bibliográficas Em tal circunstância a seleção da fonte de informação é um indicador importante da qualidade da intervenção sugerida sendo que fontes atuais e baseadas em evidência devem ser priorizadas Além disso sempre que possível fazer o encaminhamento de forma digi tada ou escrito à caneta neste último caso de for ma legível preferencialmente em papel timbrado A atuação do farmacêutico no processo de cuidado e na busca e análise de informação deve ser baseada na melhor evidência possível Atual mente há disponível no Brasil para os profissio nais e estudantes da área da saúde o Portal Saúde Baseada em Evidências criado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Coordenação de Aper feiçoamento de Pessoal de Nível Superior Capes MEC Após o cadastro é possível navegar em uma série de documentos e bases de dados En tre as bases de dados uma das mais úteis para a busca de informações sobre a farmacoterapia está o Micromedex GALATO et al 2015 A documentação do processo de cuidado pode ser formada por inúmeros registros en tre os quais o próprio prontuário a receita e o encaminhamento além de outros gerados para orientar o paciente sejam eles folders panfle tos folhetos tabelas de horários calendários de medicação ou aprazamento etc A documentação adequada do processo de cuidado é quase tão importante quanto o próprio cuidado Considerase adequada a documentação que permite a comunicação o levantamento de da dos epidemiológicos a realização de auditorias ou fiscalização a formação de profissionais e a gestão da clínica Contudo entre todas as vantagens de documentar o processo de cuidado a mais impor tante é a possibilidade de garantir a continuidade do cuidado seja pelo próprio farmacêutico ou por outro profissional ou serviço de saúde Entre as características que um prontuário deve ter para garantir o cumprimento das fi nalidades apresentadas anteriormente estão a completude das informações sua organização legibilidade e ausência de rasura e emendas Tam bém é a partir do registro das informações que é possível avaliar o impacto das intervenções e consequentemente a revisão de condutas Neste caso valorizar a documentação da prática clínica é criar registros que permitam o fortalecimento da Farmácia Clínica como ação fundamental no cuidado integral do paciente nos serviços de saú de GALATO et al 2015 UNICESUMAR UNIDADE 6 161 Como foi intensa esta unidade e espero que tenha ficado muito claro para você a importância de se documentar todo o processo de atendimento do paciente Por isso estabelecer protocolos fichas roteiros são essenciais para que se tenha um bom método e para que se aplique da mesma forma para cada paciente que for atendido Quando te mos tudo padronizado as possibilidades de ter mos sucesso é muito maior Preparese pois logo você passará a usar estes modelos e protocolos com os pacientes que atender nos seus estágios e tão logo na vida real no mercado de trabalho ou como eu costumo dizer no campo de batalha 162 Agora sugiro que você construa um mapa mental para ajudar a fazer uma prescrição farmacêutica perfeita Levandose em conta as importantes etapas que a OMS Organização Mundial da Saúde estabelece como essenciais para uma boa prescrição construa o seu mapa mental com cada um dos cinco passos ou etapas Para ajudálo vou elencar a seguir os cinco passos e você poderá completar com as informa ções necessárias para uma boa prescrição Passo 1 Passo 2 Passo 3 Passo 4 Passo 5 163 1 Tão importante quanto o prontuário e os registros nele realizados é a prescrição ou receita farma cêutica A receita é compreendida como um documento gerado com base no cuidado farmacêutico prestado que define um rol de elementos do tratamento do paciente em especial relacionados às terapias farmacológicas e não farmacológicas A OMS Organização Mundial da Saúde estabelece cinco passos como elementos da boa prescrição Cite e comente um pouco estes cinco passos 2 Depois de realizada a consulta farmacêutica o profissional vai definir o Plano de Cuidado e pode ser necessário o encaminhamento do paciente a outro serviço ou profissional de saúde O far macêutico deve registrar esta decisão no prontuário do paciente e também redigir o documento de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde para possibilitar a continuidade do cuidado Agora você deve imaginar uma situação onde vai precisar encaminhar este paciente a outro profissional Monte um esboço de como seria este encaminhamento e demonstre que informações são essenciais e não devem faltar neste documento 3 O processo de cuidado ao paciente no manejo de problemas de saúde autolimitados envolve diferentes etapas desde o acolhimento e anamnese até a avaliação do resultado das interven ções Além do registro em prontuário esse processo pode envolver outros documentos como a receita o encaminhamento a outros profissionais ou serviços de saúde além de materiais edu cativos Avalie com atenção as afirmativas a seguir acerca destes importantes documentos sua obrigatoriedade a quem estão direcionados e seus respectivos objetivos I O encaminhamento não é um documento obrigatório geralmente pode ser direcionado a outro serviço ou a outro profissional de saúde e tem por principal objetivo informar as con dições de saúde do paciente e a motivação deste encaminhamento II O encaminhamento é um documento obrigatório geralmente pode ser direcionado a outro profissional de saúde e tem por principal objetivo informar as condições de saúde do paciente e a motivação deste encaminhamento III O prontuário é um documento obrigatório que é direcionado a profissionais da saúde au torizados e o próprio serviço e tem por objetivo documentar todo o processo de cuidado IV A receita é um documento obrigatório direcionado ao paciente e tem por objetivo especificar as intervenções em saúde que serão feitas com o paciente V Os materiais educativos não são obrigatórios e podem ser direcionados ao paciente ou a seu cuidador no entanto tem um papel importante por auxiliar o paciente ou o cuidador no processo de educação em saúde 164 Sobre as afirmativas acima marque a alternativa correta a Apenas I II e IV estão corretas b Apenas I III e V estão corretas c Apenas III IV e V estão corretas d Apenas II e IV e V estão corretas e Todas estão certas 4 No processo de cuidado do paciente o registro das informações é um ponto muito relevante e um fator que precisa ser ponderado é a organização destas informações no prontuário dele Acerca deste item avalie as afirmativas a seguir com atenção I É obrigatória a legibilidade dos registros do profissional que atende ao paciente assim como a assinatura e o respectivo número de registro no conselho de classe A legibilidade é essencial para evitar erros em especial quando as informações registradas são compartilhadas com outros profissionais II A Identificação do paciente dados como nome idade sexo e outras informações sociodemo gráficas Número do prontuário cadastro de pessoa física e outras informações pertinentes III O registro do Plano de cuidado do paciente é importante e neste item não podem faltar os objetivos terapêuticos com o tratamento IV A identificação do profissional é importante bastando o seu nome completo e assinatura V A avaliação do profissional é um dos itens mais relevantes de todo o registro pois ela contém a hipótese diagnóstica das necessidades de saúde do paciente Agora marque a alternativa correta a Todas estão corretas b Apenas I II e III estão corretas c Apenas III e IV estão erradas d Apenas II III e IV estão corretas e Apenas I II IV e V estão corretas 165 5 Sobre o tratamento de problemas de saúde autolimitados e a atuação do profissional farmacêutico no tratamento de problemas de saúde autolimitados podemos afirmar a De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição no processo do autocuidado não se faz necessário o uso de medicamentos sendo os trans tornos menores tratados com terapias não farmacológicas b O autocuidado é desejado pelos sistemas de saúde mundiais pois além de estimular uma atitude responsável pela própria vida o autocuidado também é uma forma de desafogar o sistema de saúde c A OMS Organização Mundial da Saúde reconhece a automedicação ou autocuidado visto que deve acontecer em situações simples corriqueiras e onde não se exija a consulta com um médico d Os farmacêuticos capacitados em farmácia hospitalar têm plenas condições de identificar as condições clínicas autolimitadas propor o tratamento acompanhar os resultados e fazer o encaminhamento quando necessário e Segundo a ResoluçãoCFF nº 5852013 entendese problemas de saúde autolimitados como enfermidades crônicas de alta gravidade que desencadeiam reações orgânicas as quais ten dem a cursar com danos importantes ao paciente MEU ESPAÇO 7 Abordaremos a atuação do farmacêutico no tratamento de condições clínicas autolimitadas também conhecidas como transtornos menores Essas condições incluem sintomas como espirro e congestão nasal dor lombar dor de garganta dismenorreia febre dor de cabeça azia e má digestão constipação diarreia e tosse O farmacêutico clínico é capaz de detectar e tratar essas condições por meio de consultas e prescrições farmacêuticas Geralmente são recomendadas medidas não farmacológicas e medicamentos isentos de prescrição MIPs uma vez que não requerem a intervenção médica No entanto essa prática exige cuidados por parte do profissional uma vez que uma condição que inicialmente parece ser menor pode evoluir ou não ser resolvida com a abordagem inicial necessitando de encaminhamento ao médico Preparadoa para aprender bastante nesta unidade Bons estudos Manejo de Problemas de Saúde Autolimitados e Prescrição Farmacêutica II Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 168 Eu quero que você se imagine agora trabalhando na sua primeira farmácia Sim imagine que você é recémformado e conseguiu trabalho na farmácia do bairro onde nasceu e foi criado No seu primeiro dia de trabalho chega à farmácia uma senhora de 55 anos queixandose de tosse coriza e ela também tem febre baixa É a sua primeira paciente E agora O que você faria ou melhor por onde começaria este atendimento Em questão de minutos você vê um filme passar na sua cabeça todo o sacrifício para estudar cada aula cada trabalho cada prova e aquela aula quando o professor discutiu com você a importância de termos protocolos para problemas de saúde Imagine só como seria se não tivéssemos os parâmetros para poder tomar as decisões imagina se não tivéssemos protocolos formulados baseados em evidên cias científicas e que podem conduzir o profissional a tomar decisões assertivas para garantir acima de tudo segurança para o paciente Então você respira fundo e puxa na sua memória aquelas aulas aqueles protocolos próprios para as situações clínicas em questão e começa a sua anamnese calmamente com a sua paciente Eu quero que você reflita quanto estes protocolos são especiais importantes e precisam ser condu zidos com calma e atenção Eles vão ajudálo a resolver grande parte dos problemas de saúde de seus pacientes E como a professora sempre diz você sempre vai precisar estudar praticar e caprichar Estas situações vão se repetir e com o passar do tempo você vai ficar craque no assunto e quanto mais fizer e caprichar melhor vai ficar UNICESUMAR UNIDADE 7 169 Eu mostrei a você na Unidade 6 que a Organização Mundial de Saúde OMS e outros documentos internacionais defendem a ideia de que as pessoas pratiquem o autocuidado ou seja que tenham uma atitude ativa e responsável em relação à própria saúde visando à sua qualidade de vida Também vimos que o reconhecimento de estado alterado de saúde é parte desse autocuidado e pode ser manejado com automedicação responsável E é aí que entra em ação o profissional farmacêutico e a consulta farmacêutica Assim a consulta farmacêutica e a prescrição de MIPs Medicamentos Isentos de Prescrição podem trazer vários benefícios para o sistema de saúde entre eles diminuição substancial de custos para atendi mento secundário e terciário otimização de recursos governamentais conforto para os usuários que têm mais qualidade de vida e proximidade do paciente com um profissional de saúde de fácil acesso Aqui vale lembrar que para que este autocuidado do paciente seja feito com segurança e confiança o farmacêutico é uma figura que ocupa um papel primordial em todo o processo visto que os MIPs podem ser isentos de prescrição mas não são isentos de orientação para o seu uso GALATO et al 2015 Você acompanhou comigo inúmeras conquistas do profissional farmacêutico e entre as mais impor tantes tivemos as Resoluções 585 e 586 que regulamentaram as atribuições clínicas do farmacêutico e a prescrição farmacêutica respectivamente A Resolução nº 5852013 do CFF Conselho Federal de Farmácia nos traz a definição de problemas de saúde autolimitados Estes problemas são definidos como enfermidades agudas de baixa gravidade de breve período de latência que desencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente Além disso podem ser tratadas de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica cuja dispensação não exija prescrição médica incluindo medica mentos industrializados e preparações magistrais alopáticos ou dinamizados plantas medicinais drogas vegetais ou com medidas não farmacológicas BRASIL 2013a Então agora que já sabemos de tudo isto e que já estudamos os métodos clínicos que o farmacêutico pode utilizar os documentos que devem ser utilizados vamos estudar estes problemas de saúde autolimitados Considerando esse contexto e o arsenal de serviços clínicos providos por farmacêuticos o manejo de problemas de saúde autolimitados passa a ocupar um papel central na farmácia comunitária e o treinamento dos profissionais para realizar esse serviço com maestria é essencial Passaremos agora a falar de diferentes protocolos para diferentes problemas de saúde autolimi tados Estes protocolos foram estruturados para guiar a anamnese que o profissional farmacêuti co deve realizar mediante a queixa do paciente Eles foram desenhados partindo dos sinais eou sintomas referentes aos transtornos autolimitados e direcionam a avaliação da história da doença atual bem como da história clínica e farmacoterapêutica Todos os protocolos serão divididos em três blocos distintos o primeiro bloco se refere às perguntas a serem feitas pelo farmacêutico bloco azul Partindo desse quadro teremos o segundo bloco onde o farmacêutico avaliará quais situações podem ser manejadas bloco verde considerando o tratamento farmacológico e não farmacológico e então teremos o terceiro e último bloco onde se preciso for o paciente será encaminhado a outros serviços de saúde bloco vermelho Portanto se o paciente apre sentar algum sinalsintoma condição de saúde ou característica apresentada no bloco 3 vermelho ele deve ser encaminhado Dessa forma para cada pergunta da anamnese o farmacêutico deve avaliar a resposta do paciente e em qual critério a mesma se enquadra Quadro 1 BONETTI 2021 170 Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Início da anamnese do paciente com as perguntas sobre o proble ma de saúde que serão feitas ao paciente Ao analisar as respostas do pa ciente as situações que estive rem previstas no quadro verde podem ser manejadas pelo far macêutico Ao analisar as respostas do pa ciente as situações que estive rem previstas no quadro verme lho devem ser encaminhadas a outros profissionais médico por exemplo Quadro 1 Classificação das etapas de atendimento do paciente Fonte adaptado de Bonetti 2021 Passarei a apresentar aqui 10 protocolos em detalhes e quero que fique atento às seguintes orientações 1 Para cada situação clínica você deve fazer as perguntas da anamnese e se o seu paciente apre sentar sinais e sintomas dentro dos critérios da coluna verde segunda coluna você está lidando com um problema de saúde autolimitado 2 Se durante a anamnese farmacêutica você identificar qualquer um dos itens da terceira coluna em vermelho deverá encaminhar o seu paciente a outro profissional de saúde o médico na maioria dos casos Não esqueça que agora é chegada a hora de colocar em prática todas as suas habilidades de comuni cação com o paciente fazer perguntas assertivas objetivando descobrir o que está acontecendo com ele para desta forma ajudar o seu paciente Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual é a du ração Até 10 dias Frequência recorrente eou duração persistente 10 dias CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais são as características do sinalsintoma Paciente não tem a característi ca de alerta algumaver alertas ao lado Espirros em salvas acompanhados de rinorreia aquosa lacrimejamento e prurido nasal persistentes relacio nados ou não à história de alergia GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a intensidade do sinalsintoma Paciente NÃO está incapaci tado para realizar atividades diárias O sinalsintoma compromete a reali zação das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinal sintoma ocorre Nenhuma ambiente situação de alerta Poluição externa ou irritantes ina lação de serragem de madeira ou compostos químicos voláteis UNICESUMAR UNIDADE 7 171 FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinalsintoma Nenhuma fatorsituação de alerta ver alertas ao lado Tabagistas ativos ou passivos que estiverem com tosse por mais de 14 dias existência de corpo estranho em vias aéreas agentes relacionados ao trabalho e alérgenos SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados Tosse leve malestar dor de cabeça febre baixa Tosse com secreção excessiva as pecto purulento fétido eou existên cia de sangue eou persistente por mais de 14 dias ou tosse recorrente dispneia sensação de aperto no pei to sibilância dor de garganta mo derada a grave presença de placas de pus eou adenomegalia cervical febre acima de 38ºC por mais de 24 horas artralgia dor eou pressão no ouvido otorreia redução da audição eou tontura dor facial moderada a grave que piora com mudança na posição da cabeça halitose dor de cabeça persistente por mais de 15 dias sem causa secundária PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lac tantes com sinaissintomas persisten tes após irrigação nasal eou uso de loratadina se provável etiologia alér gica idosos frágeis dependência nas atividades de vida diária e nas ativida des instrumentais de vida diária vul nerabilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas eou estados patológicos agudos e crônicos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinal sintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsintoma ver alertas ao lado Pacientes com asma doença pulmo nar obstrutiva crônica insuficiência cardíaca ou doença arterial corona riana presença de dispneia taquip neia ou dor torácica HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou trata mento recente para esse sinal sintoma Sem histórico relevante Pacientes com histórico de uso contí nuo de descongestionantes nasais e quadro condizente com rinite causada por medicamentos com sinaissinto mas de complicações ex sangramen to nasal dor local e lesões intranasais ou insucesso de retirada escalonada de descongestionantes tratamentos prévios ou concomitantes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 2 Protocolo de espirro e congestão nasal Fonte adaptado de Bonetti 2021 172 Tratamento não farmacológico é muito importante que o farmacêu tico faça orientação não farmacológica a seu paciente Estas orientações contribuem muito para todo o processo de restabelecimento do paciente Ingerir líquidos água suco chás caldos e sopas em volume ade quado à faixa etária Umidificar a ambiência onde mora ou trabalha por meio de umi dificador ou vaporizador em situações de baixa umidade relativa do ar 30 Evitar ou diminuir a exposição ao fumo ativo e passivo Ingerir mel cautela em pacientes com diabetes Orientar os pacientes alérgicos a evitarem os fatores desencadean tes Evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e cafeinadas Tratamento farmacológico o tratamento farmacológico é muito impor tante e estamos aqui falando de medicamentos de prescrição farmacêutica Não entraremos em detalhes sobre cada um dos medicamentos visto que isto vocês verão em mais detalhes nas disciplinas de farmacologia e estágio Crianças primeira linha irrigação salina loratadina se alergia Adultos primeira linha irrigação salina descongestionantes na sais tópicos com duração de uso 72 horas ou antihistamíni cos se etiologia alérgica Segunda linha descongestionante nasal oral fenilefrina combinações de antihistamínicos descongestionantes nasais Terceira linha combinações de antihistamínicos des congestionantes nasais analgésicos apenas se o paciente apresentar dor eou febre Grávidas primeira linha irrigação salina loratadina se alergia Idosos primeira linha irrigação salina descongestionantes nasais tópicos com duração de uso 72 horas Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão ou diminuição do espirro e da congestão nasal se o espirro e congestão ainda persistem ou se estes sintomas pioraram encaminhar para um médico UNICESUMAR UNIDADE 7 173 Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 4 semanas Recorrente 1 vez ao mês eou duração persistente 4 semanas CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais são as características do sinalsintoma Dor lombar inferior ou sacral relacionada à atividade física ou à má postura sem caracte rística de alerta alguma ver alertas ao lado Dor lombar inferior ou sacral intensa porém não relacionada ao tempo ou à atividade GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a intensidade do sinalsintoma Leve a moderada Paciente NÃO está inca pacitado para realizar atividades diárias Intensa O sinalsintoma compromete a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambien tesituação o sinalsintoma ocorre Nenhuma ambiente situação de alerta ver alertas ao lado Dor lombar decorrente de trauma ou acidente FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinal sintoma Nenhuma fatorsitua ção de alerta ver aler tas ao lado Paciente com dificuldade de locomoção eou acamado SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados Paciente NÃO apre senta sinaissintomas associados Déficit motor ou sensitivo progressivo fra queza nas pernas dificuldade em urinar incontinência fecal dor que irradia para o membro inferior além do joelho sintomas neurológicos generalizados fraqueza ins tabilidade da marcha queda dormência ou outras alterações sensoriais perda de peso involuntária malestar febre ou calafrios PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lactan tes idosos frágeis dependência nas ativi dades de vida diária e nas atividades ins trumentais de vida diária vulnerabilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predis põem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsinto ma ver alertas ao lado Infecção do trato urinário ou bacteremia recente osteoporose neoplasia trau mas artrite reumatoide HIV imunos supressão procedimentos peridurais ou espinhais HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Histórico de uso prolongado de corticos teroides Tratamentos prévios ou con comitantes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 3 Protocolo de dor lombar Fonte adaptado de Bonetti 2021 174 Tratamento não farmacológico as medidas não farmacológicas para dor lombar apresentam limi tações quanto a sua robustez na literatura contudo incluem Utilizar compressa quente no local da dor Acupuntura Evitar ficar em repouso ou acamado manter uma vida ativa exercícios regulares alongamento exercícios laborais Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição para o tratamento da dor lombar são Antiinflamatórios Não Esteroidais AINEs ibuprofeno naproxeno e diclofenaco tópico analgésicos paracetamol associações de relaxantes musculares e analgésicos paracetamol carisoprodol cafeína dipirona monoidratada citrato de orfenadrina cafeína AINEs de uso oral apresentam um melhor perfil de efetividade O paracetamol deve ser indicado preferencialmente em casos de contraindicações aos AINEs Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dor lombar diminuição da dor lombar A dor lombar persiste ou piora encaminhar para um médico UNICESUMAR UNIDADE 7 175 Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração Até 7 dias Frequência recorrente eou duração per sistente 7 dias CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma Nenhuma caracte rística de alerta ver alertas ao lado Dor de garganta de início abrupto Pre sença de pus ou manchas brancas na boca ou garganta GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a in tensidade do sinalsintoma Leve a moderada Paciente NÃO está incapacitado para realizar atividades diárias Dor intensa sem melhora após 24 horas O sinalsintoma incapacita para a realiza ção das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinalsin toma ocorre Nenhuma ambien te situação de alerta ver alertas ao lado Suspeita de exposição a irritantes quí micos ou de infecção das vias aéreas superiores FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinal sintoma Nenhuma fator si tuação de alerta ver alertas ao lado Tabagismo ativo ou passivo com tosse por mais de 14 dias SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas asso ciados Espirros congestão nasal febre eou tosse de natureza autolimitada vide os respectivos protoco los Dispneia rigidez no pescoço e dor de cabeça febre maior que 38 C por um período superior a 24 horas dificuldade de engolir disfagia rouquidão com du ração superior a três semanas presença de erupção cutânea ou bolhas na pele inchaço nos linfonodos eou no pescoço salivação excessiva devido à disfagia PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lac tantes idosos frágeis dependência nas atividades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnerabili dade aos estresses ambientais às doen ças e às quedas eou estados patológicos agudos e crônicos HISTÓRIA CLÍNICA tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que pre dispõe ou agrava o sinalsintoma ver alertas ao lado Histórico de infecções recorrentes neo plasias de garganta HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico rele vante ver alertas ao lado Uso prolongado de medicamentos que podem causar agranulocitose carbima zol neurolépticos sulfas e citotóxicos Tratamentos prévios ou concomitantes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 4 Protocolo de dor de garganta Fonte adaptado de Bonetti 2021 176 Tratamento não farmacológico Ingerir líquidos água suco chás Fazer gargarejos com água e sal durante 1015 segundos até 4x ao dia misturar ¼ de uma colher das de chá com sal em uma xícara de água morna Usar umidificador de ambiente Evitar ou diminuir a exposição ao fumo ativo ou passivo Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição utilizados para o trata mento da dor de garganta são ibuprofeno ácido acetilsalicílico paracetamol dipirona e combinações para uso tópico spray colutório ou pastilhas Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dor de garganta diminuição da dor de garganta Se a dor de garganta persiste ou piora encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual é a duração Dois dias antes da menstruação com re dução progressiva em 72 horas Dor sem relação temporal com a menstruação CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinal sintoma Dor recorrente men sal tipo cólica no ab dome inferior região suprapúbica durante o período menstrual Dor suprapúbica fora do período menstrual alteração do local da dor menstrual eou dor unilateral GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a intensi dade do sinalsintoma Dor leve a moderada ou dor intensa que melhoram com an tiinflamatório Não se aplica AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambiente situação o sinalsintoma ocorre Dor associada ao pe ríodo menstrual Não se aplica FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinal sintoma Não se aplica Não se aplica UNICESUMAR UNIDADE 7 177 SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associa dos Malestar dor nas cos tas ou na coxa Dor abdominal associada à diarreia náuseas vômitos ou queimação dor periumbilical que irradia para o quadrante inferior direito pode in dicar apendicite dor suprapúbica associada à urgência urinária eou hematúria independentemente da menstruação cefaleia vascular frequente ou intensa alterações do sistema urinário como dor ao urinar urgência miccional eou presença de sangue na urina menorragia sangramento excessivo oligome norreia sangramentos com inter valos intermenstruais grandes ha bitualmente superiores a 35 dias sangramento no período intermens trual PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Início entre 12 a 13 anos tipicamente 6 a 12 meses depois da menarca Início dos sinaissintomas após 25 anos de idade 30 a 40 anos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saú de que predispõem ou agravam o sinal sintoma Nenhuma condição de saúde que predis põe ou agrava o sinal sintoma ver alertas ao lado Pacientes com hipertensão insufi ciência cardíaca insuficiência renal doença gastrointestinal asma ou bronquite apresentam limitações relativas ao uso de antiinflamatórios não esteroidais AINEs HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou es tão associados ao sinal sintoma Já ten tou tratamento recente para esse sinal sintoma Sem histórico relevan te ver alertas ao lado Tratamentos prévios ou concomitan tes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 5 Protocolo para dismenorreia Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico aplicação de calor local bolsa térmica de água quente gel ou ade sivo térmico Prática regular de exercícios físicos Eletroestimulação transcutânea Acuestimulação Cessação tabágica Mudanças dietéticas evitar consumo de alimentos gordurosos aumentar o consumo de frutas e vegetais 178 Tratamento farmacológico 1ª linha AINEs ibuprofeno naproxeno 2ª linha paracetamol 3ª linha antiespasmódico monoterapia ou em combinações fixas Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dismenorreia diminuição da dismenorreia Se a dismenorreia persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 3 dias Febre que persiste por mais de três dias com ou sem tratamento recorrência de pois de um intervalo de apirexia CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma T Retal 38 C T Oral 375 C T Axilar 374 C T Temporal 378 C T Timpânica 378 C Febre alta T entre 395 C e 405 C ou muito alta T 405 C GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Leve a moderada Paciente NÃO está in capacitado para reali zar atividades diárias Intensa O sinalsintoma compromete a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual am bientesituação o sinalsintoma ocor re Nenhuma ambiente situação de alerta ver alertas ao lado Associada a medicamentos surge entre 7 e 10 dias do início do tratamento ces sa de 24 a 72 horas com a retirada do medicamento FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma Nenhuma fator situa ção de alerta ver aler tas ao lado Suspeita de hipertermia elevação da temperatura que não responde a an tipiréticos SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Paciente NÃO apre senta sinais sintomas associados Crianças muito sonolentas irritadas ou sem agilidade de resposta para acordar com vômitos e que não conseguem ingerir líquidos choro fraco e contínuo impossi bilidade de beber ou mamar fontanelas abauladas pacientes independentemen te da idade com os seguintes sinaissinto mas exantema alterações na respiração dispneia ou taquipneia dor de cabeça ou dor intensa no pescoço convulsões ou confusão mental vômito diarreia dor in tensa na barriga nas costas dor no ouvi do ou qualquer outro sinalsintoma que não seja comum e gere preocupação UNICESUMAR UNIDADE 7 179 PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças menores de dois meses com febre devem sempre ser avaliadas em hospital crianças não imunizadas ou su bimunizadas entre 3 e 36 meses com temperatura 39C pacientes com 6 meses de idade com temperatura retal 38ºC ou equivalente pacientes com 6 meses de idade com temperatura retal 40ºC ou equivalente grávidas com febre persistente mulheres no puerpério HISTÓRIA CLÍNICA tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predis põe ou agrava o sinal sintoma ver alertas ao lado Utilização de oxigênio comprometida p ex doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC grave alterações na respiração insuficiência cardíaca descompensada e asma sistema imune comprometido pex infecção pelo vírus da imunodefi ciência humana HIV câncer sob trata mento imunossupressor hipertensão arterial distúrbios gastrointestinais ou insuficiência renal HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevan te ver alertas ao lado Crianças que se recusam a ingerir qual quer líquido e que por isso não conse guem fazer o tratamento antipirético por via oral sinais de sangue ou sangramento na vigência de terapia concomitante com anticoagulantes e trombolíticos fezes es curecidas hematúria vômito com aspecto de borra de café ou epistaxe alterações nos níveis de pressão arterial de pacientes em uso concomitante de anti hipertensi vos como inibidores da enzima conver sora de angiotensina betabloqueadores adrenérgicos e diuréticos T Temperatura Quadro 6 Protocolo para febre Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico resfriamento do corpo Realizar banhos de esponja ou panos embebidos com água morna Manterse em ambiente fresco Utilizar roupas leves e cobrir o corpo apenas com mantas finas Repor líquidos ATENÇÃO Não é recomendado Banhos de esponjauso de panos em soluções alcoólicas álcool isopropílico ou etílico uso de gelo em pontos específicos do corpo ou de água fria Tratamento farmacológico Crianças Primeira linha ibuprofeno e paracetamol Adultos Primeira linha ibuprofeno e paracetamol 180 Segunda linha ácido acetilsalicílico Terceira linha naproxeno sódico dipirona Grávidas primeira linha paracetamol Idosos primeira linha paracetamol Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da febre diminuição da febre Se a febre persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminha do ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a du ração 7 dias 7 dias Frequência recorrente 15 dias por mês por mais de três meses Duração de 4 a 72 horas associado a outra características de alerta CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinal sintoma Dor bilateral em aperto Aumento da sensibilida de pericraniana Padrão estável de dor por seis meses Dor unilateral ou bilate ral porém de característica pulsátil gradual no início com padrão crescente e diagnóstico prévio de enxaqueca Dor unilateral geralmente ao redor dos olhos e da têmpora profunda contínua e explosiva de início abrupto Dor unilateral ou bilateral porém de ca racterística pulsátil gradual no início com padrão crescente sem diagnóstico prévio de enxaqueca Dor que se inicia pela manhã piora na po sição deitada e melhora ao longo do dia Dor que mudou de padrão em relação aos últimos seis meses Dor de cabeça grave na região occipital GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a intensidade do sinalsintoma Leve a moderada Apesar de não incapacitar para a realização das atividades diárias o paciente prefere o repouso Moderada a grave O sinalsintoma incapa cita para a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinalsinto ma ocorre Estresse menstruação mu danças climáticas jejum privação do sono eou alte ração da rotina ex viagens O sinalsintoma pode ocorrer nas mesmas situações existentes na dor de caráter au tolimitado porém está associada a outras características de alerta FATORES QUE AGRAVAM OU ALI VIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinalsintoma Pode aliviar em ambiente es curo e silencioso O sinalsintoma pode aliviar na mesma situação existente na dor de caráter autolimitado porém está associada a outras características de alerta Agravase com álcool odores chocola te queijo cafeína aspartame glutama to castanhas e ruídos sonoros na au sência de diagnóstico de enxaqueca UNICESUMAR UNIDADE 7 181 SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados O paciente pode apresen tar fotofobia ou fonofobia porém nenhum outro sinal sintoma associado Febre calafrio sonolência náuseas vô mitos mialgias pressão arterial elevada perda de peso rigidez na nuca fotofobia fonofobia tontura confusão mental la crimejamento vermelhidão ao redor dos olhos rinorreia sudorese inquietação ou agitação sintomas neurológicos focais edema palpebral miose ptose visão turva eou dupla papiledema pupilas desiguais ou que não reagem à luz e presença de aura alterações sensitivas ou visuais como presença de imagens brilhantes ou riscos luminosos na visão distúrbios na fala for migamento no corpo eou perda de parte do campo visual na ausência de diagnós tico de enxaqueca PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 12 anos encaminhamento urgente se rigidez do pescoço febre ou erupção cutânea mulheres com mais de 20 semanas de gestação idosos frágeis de pendência nas atividades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnerabilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas primeiro episódio de dor de cabeça ou dor de cabeça grave em pacientes com mais de 50 anos imunossu primidos ou gestantes HISTÓRIA CLÍNICA Tem condi ções de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saú de que predispõe o sinal sintoma Dor de cabeça associada a condição clíni ca subjacente como hipertensão sinusi te traumas glaucoma câncer síndrome da apneia obstrutiva do sono bruxismo e doença pulmonar obstrutiva crônica Pacientes com hipertensão insuficiência cardíaca insuficiência renal doença gas trointestinal asma ou bronquite apresen tam limitações relativas ao uso de antiin flamatórios não esteroidais HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agra vam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento re cente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Suspeita de reação adversa a medicamen tos ex anticoncepcionais bloqueadores de canais de cálcio e nitratos Tratamen to com analgésicos ou AINEs com falha terapêutica ou aparecimento de reações adversas Uso de analgésicos ou antiin flamatórios por 15 diasmês ou uso de triptanos opioides alcaloides de ergot ou analgésicos combinados por 10 diasmês nos últimos três meses Quadro 7 Protocolo para dor de cabeça Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico descanso em quarto escuro e silencioso Aplicação de bolsas térmicas na cabeça quentes ou frias Manutenção de uma rotina de sono e alimentação Realização de técnicas de relaxamento 182 OBSERVAÇÃO se evidenciada alguma característica de alerta o farmacêutico poderá prescrever algum medicamento isento de prescrição médica para alívio sintomático Entretanto devese frisar ao paciente a importância de procurar o médico Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição utilizados para o tratamento da dor de cabeça são ibuprofeno naproxeno ácido acetilsalicílico paracetamol dipirona e vasoconstritores Paracetamol parece ser menos efetivo que os AINEs A combinação de cafeína com analgésicos ou AINEs é mais efetiva em relação à monoterapia portanto deve ser preferível para os pacientes com resposta inadequada a analgésicos ou AINEs isoladamente Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dor de cabeça diminuição da dor de cabeça Se a dor de cabeça persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 7 dias 2 vezes na semana 7 dias com ou sem tratamento 2 vezes na semana Azia noturna com duração superior a 3 meses CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma Sensação de queima ção na área subester nal abaixo do peito que irradia em direção à garganta causando gosto desagradável na boca Sensação de plenitude pósprandial e distensão abdominal Dor e sensação de queimação no peito que irradia para o pescoço os ombros ou os braços principalmen te se estiver associado à sudorese e dispneia Dor epigástrica intensa que afeta de modo significativo as atividades ha bituais do paciente Dor epigástrica intensa ou dor ab dominal no quadrante superior di reito com duração de pelo menos 30 minutos GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a intensidade do sinalsintoma O sinalsintoma não limita a realização das atividades diárias O sinalsintoma limita de modo intenso a realização das atividades diárias a pro dução no trabalho o sono e a qualidade de vida UNICESUMAR UNIDADE 7 183 AMBIENTESITUAÇÃO Em qual am bientesituação o sinalsintoma ocor re O início do sinal sinto ma acontece em torno de 2 horas após a in gestão de alimentos durante o exercício físico na posição de decúbito ou durante a noite O sinalsintoma pode ocorrer nas mes mas situações presentes na azia de cará ter autolimitado porém está associado a outras características de alerta FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma O sinalsintoma piora quando o paciente se deita ou se curva ou ingere alimentos espe cíficos vide verso ou ainda quando realiza refeições em grandes porções O sinalsintoma pode se agravar nas mes mas situações presentes na azia de cará ter autolimitado porém está associado a outras características de alerta SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Sem características de alerta ver alertas ao lado Dor epigástrica intensa disfagia odinofa gia sibilância sensação de afogamento sintomas brônquicos recorrentes ex dispneia e febre rouquidão tosse re corrente sinais de sangramento gastroin testinal presença de sangue vivo ou do tipo borra de café no vômito eou fezes ou fezes enegrecidas anemia emagre cimento progressivo não intencional lin fadenopatia náusea vômitos ou diarreia frequentes PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 4 anos grávidas que não têm melhora depois do tratamento não far macológico idosos frágeis dependência nas atividades de vida diária e nas ativi dades instrumentais de vida diária vul nerabilidade aos estresses ambientais às enfermidades e às quedas pirose de instalação recente depois de 5055 anos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado História familiar positiva para adenocar cinoma gástrico ou esofágico cirurgia gástrica ou história de pancreatite prévia pacientes com diagnóstico de insuficiência renal aguda eou doença renal crônica HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Suspeita de reação adversa a medica mentos ex AINEs ácido valproico alen dronato de sódio anticoagulantes orais corticosteroides quetiapina quinolonas olanzapina risperidona e sibutramina Tratamento com antiácidos com falha te rapêutica ou aparecimento de reações adversas Uso prolongado de inibidores da bomba de prótons superior a 12 se manas Quadro 8 Protocolo de azia e má digestão Fonte adaptado de Bonetti 2021 184 Tratamento não farmacológico Elevação da cabeceira da cama Diminuição do peso Modificações na dieta fazer refeições em porções menores e mais frequentes ao longo do dia diminuir a ingestão de alimentos com alto teor de gordura condimentados ou com componentes ácidos evitar alimentarse três horas antes de deitar Evitar o consumo de alimentos que podem precipitar ou agravar os sintomas de azia Cessação do tabagismo Evitar a automedicação com AINEs OBSERVAÇÃO se evidenciada alguma característica de alerta o farmacêutico poderá prescrever algum medicamento isento de prescrição médica para alívio sintomático Entretanto devese frisar ao paciente a importância de procurar o médico Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição utilizados para o tratamento da azia e má digestão são os antiácidos isolados e em combinações dentre eles carbonato de cálcio bicarbonato de sódio sais de magnésio e sais de alumínio Os antiácidos na forma líquida são mais eficazes do que os comprimidos A simeticona pode ser empregada como adjuvante quando há retenção de gases associada à azia Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da azia e má digestão diminuição da azia e má digestão Se a azia e má digestão persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração Até 2 semanas Constipação persistente mais de 2 semanas Constipação recorrente mais de 1 episódio no intervalo de 3 meses CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinal sintoma Mudança no padrão regular do hábito intes tinal com diminuição na frequência interva los prolongados entre uma defecação e outra em geral 3 dias Sen sação de defecação in completa Fezes duras pequenas ou secas Fezes finas como lápis muito ene grecidas aspecto de borra de café claras e esfareladas com muco em abundância eou com sangue UNICESUMAR UNIDADE 7 185 GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Sem dor abdominal ou dor leve Paciente NÃO está incapacitado para realizar ativida des diárias Dor abdominal intensa O sinalsin toma compromete a realização de atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambien tesituação o sinalsintoma ocorre Estresse eou altera ções de rotina ex viagens dieta O sinalsintoma pode ocorrer nas mes mas situações existentes na condição de caráter autolimitado porém está asso ciado a outras características de alerta FATORES QUE AGRAVAM OU ALI VIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinalsintoma Alimentação irregular e constipante redução da ingestão alimentar por opção e consumo de água insuficiente podem agravar o sinal sintoma Pacientes que apresentam constipa ção em resposta a alimentos espe cíficos encaminhar para investigar possíveis intolerâncias SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados Sensação de plenitude gástrica eou dor su portável na passagem das fezes Diarreia alternada com constipa ção perda de peso involuntária e ou febre PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 6 anos gestantes ou lac tantes com sinaissintomas persis tentes após uma semana de MEV idosos frágeis dependência nas ativi dades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnera bilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsinto ma ver alertas ao lado Doença inflamatória intestinal síndro me do intestino irritável não responsi vo ao tratamento hemorroidas com sangramento abundante anorexia hi potireoidismo descompensado ane mia diverticulite eou hérnia de disco Pacientes acamados ou com para plegia necessidade de tratamento prolongado HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Medicamentos com potencial de indução de constipação Uso crônico de laxantes por automedicação Sinaissintomas persistentes que não respondem ao tratamento com laxantes Legenda MEV mudanças de estilo de vida Quadro 9 Protocolo para constipação Fonte adaptado de Bonetti 2021 186 Tratamento não farmacológico Ingestão de líquidos recomendada adultos devem ser encorajados a ingerir pelo menos 15 a 2 L de água ou outros líquidos não lácteos por dia e crianças de 960 a 1920 mL Ingestão de fibras recomendada adultos devem ser encorajados a ingerir 2035 gramas de fibra por dia não excedendo 50 gramas e crianças com mais de 2 anos devem seguir a fórmula idade da criança 5 a 10 gramas Mudança de hábitos intestinais adotar horários fixos para evacuação preferencialmente pela manhã ou após as refeições permitir tempo suficiente para evacuação Prática de exercícios físicos Estimular a deambulação OBSERVAÇÃO se evidenciada alguma característica de alerta o farmacêutico poderá prescrever algum medicamento isento de prescrição médica para alívio sintomático Entretanto devese frisar ao paciente a importância de procurar o médico Tratamento farmacológico o tratamento deve ser realizado apenas para o alívio da condição aguda por até sete dias considerando a seguinte ordem de preferência de utilização Laxantes formadores de massa não considerados de primeira linha para pacientes com histórico de impactação Surfactantesemolientes Agentes osmóticos Laxantes estimulantesirritativos A ordem de preferência pode ser adaptada de acordo com as características individuais do paciente e dos medicamentos Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição MIPs Tão importante tratar a constipação não podemos deixar de considerar os medicamentos que podem induzir e predispor a uma constipação UNICESUMAR UNIDADE 7 187 Medicamentos que podem induzir a uma constipação Alcaloides da vinca ex vincristina Antiácidos ex compostos de cálcio e alumínio bismuto Anticolinérgicos ex benzetropina Anticonvulsivantes ex carbamazepina Antidepressivos tricíclicos ex amitriptilina Antihipertensivos ex inibidores da enzima conversora de angiotensina betabloqueadores diuréticos Antihistamínicos ex difenidramina Antiinflamatórios não esteroidais Antimotilidade ex difenoxilato loperamida Antiparkinsonianos ex bromocriptina Benzodiazepínicos especialmente alprazolam Bloqueadores dos canais de cálcio ex verapamil Hipolipemiantes ex colestiramina pravastatina sinvastatina Inibidores da monoamina oxidase ex fenelzina Memantina Opioides ex morfina codeína Parassimpaticolíticos ex atropina Psicotrópicos ex haloperidol clorpromazina levomepromazina Sucralfato Sulfato de bário Sulfato ferroso Sulfonato de poliestireno e sódio Suplementos de cálcio Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remis são da constipação diminuição da constipação Se a constipação persistir ou piorar encaminhar para um médico 188 Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 5 dias 5 dias no adulto 2 dias em crianças entre 212 anos e idosos CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do Sinal sintoma Fezes macias ou aquo sas com aumento na frequência de evacua ção comumente três vezes em um período de 24 horas Presença de sangue ou muco nas fezes GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Paciente NÃO está in capacitado para reali zar atividades diárias O sinalsintoma compromete a reali zação das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual am bientesituação o sinalsintoma ocor re Estresse eou altera ções de alimentação Diarreia que se desenvolve após via gem recente e evolui com outros si naissintomas de alerta Suspeita de ingestão de alimento contaminado FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma Pode agravar com dieta rica em alimentos gor durosos condimenta dos e hiperosmolares Diarreia em resposta a alimentos es pecíficos encaminhar para investigar possíveis intolerâncias SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Dor abdominal eou cólica leve a modera da distensão abdo minal flatulência eou fraqueza Diarreia alternada com constipação vômitos frequentes dor muscular e de cabeça intensas febre perda de peso importante 5 do peso cor poral eou sinaissintomas de desi dratação turgor cutâneo diminuído olhos fundos tontura boca seca sede e redução da diurese PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lac tantes com sinaissintomas persis tentes após uma semana de MEV idosos frágeis dependência nas ativi dades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnera bilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas HISTÓRIA CLÍNICA tem condições de saúde que predispõem ou agravam O sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsinto ma ver alertas ao lado Doença inflamatória intestinal eou síndrome do intestino irritável não responsivo ao tratamento HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Medicamentos com potencial de indução de diarreia Tratamento prévio com falha tera pêutica ou aparecimento de reações adversas Histórico de uso recorren te de antibiótico Legenda MEV mudanças de estilo de vida Quadro 10 Protocolo para diarreia Fonte adaptado de Bonetti 2021 UNICESUMAR UNIDADE 7 189 Tratamento não farmacológico Ingestão de líquidos recomendada adultos devem ser encorajados a ingerir pelo menos 15 a 2 L de água ou outros líquidos não lácteos por dia e crianças de 960 a 1920 mL Soro de reidratação oral 150 mL a 200 mL a cada evacuação diarreica ou aproximadamente 50200 mL por hora Evitar alimentos gordurosos eou condimentados Evitar bebidas alcóolicas eou líquidos hiperosmolares como sucos industrializados Evitar exercícios extenuantes Adotar refeições frequentes e leves distribuídas ao longo do dia seis refeiçõesdia Preferir dieta BRAT bananas rice apple and toast bananas arroz maçã e torradas alimentos com maior teor energético e micronutrientes Tratamento farmacológico o tratamento com probióticos deve ser realizado apenas para alívio da condição aguda por até sete dias A escolha deve ser adaptada de acordo com as características individuais do paciente e dos probióticos O salicilato de bismuto demonstrou ser eficaz na redução de evacuação de fezes não formadas e diminuição de sinaissintomas associados à diarreia porém deve ser utilizado por até dois dias Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da diarreia ou diminuição da diarreia Se a diarreia persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 3 semanas 3 semanas CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma Tosse produtiva ou seca Tosse com aspecto purulento de co loração amarelada esverdeada ou marrom com presença de sangue eou com odor fétido GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Paciente NÃO está in capacitado para reali zar atividades diárias O sinalsintoma incapacita para a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinal sintoma ocorre Tosse associada à am bientes ricos em alér genos ex pólen áca ros poluição Tosse noturna recorrente Tosse seca que piora ao deitar 190 FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma O sinalsintoma pode ser agravado por ali mentos condimenta dos pela poluição pelo frio ou calor excessivo e por outros compos tos químicos irritantes O sinalsintoma pode se agravar nas mesmas situações presentes na tos se de caráter autolimitado porém está associado a outras característi cas de alerta SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Espirros congestão nasal eou febre de natureza autolimitada vide os respectivos protocolos Dispneia sensação de aperto ou dor no peito sibilância fadiga febre hemoptise rouquidão anorexia dor de garganta com presença de placas eou disfagia dor intensa na inspiração manifestações gastroin testinais vômito dor abdominal e diarreia artralgia conjuntivite não purulenta malestar geral dor facial moderada a grave dor epigástrica regurgitação ácida linfodenopatia hepatoesplenomegalia ou edema em membros inferiores PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lactantes pacientes acamados ou imunocomprometidos idosos com 75 anos idosos frágeis depen dência nas atividades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnerabilidade aos es tresses ambientais às enfermidades e às quedas eou estados patológi cos agudos e crônicos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predis põem ou agravam o sinalsintoma Paciente com histórico de rinite alérgica na vi gência da crise Histórico de infecções pulmonares frequentes HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Uso de medicamentos que podem causar tosse como por exemplo ini bidores da ECA Ausência de melho ra depois de sete dias do tratamento farmacológico adequado Legenda ECA enzima conversora de angiotensina Quadro 11 Protocolo para tosse Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico Aumento da ingestão de líquidos água suco e chás Ingestão de mel cautela em pacientes com diabetes Uso de umidificadores e vaporizadores Cessação tabágica Evitar a exposição à poluição e a outros fatores desencadeadores da tosse UNICESUMAR UNIDADE 7 191 No Podcast deste estudo vamos conversar sobre educação e orientação ao paciente Esta é uma das importantes funções do profissional farma cêutico Educar orientar ensinar Eu costumo dizer o óbvio precisa ser dito muitas vezes os profissionais menosprezam algumas informações e orientações por julgálas muito óbvias mas acredite O óbvio precisa ser dito Vem conferir neste PODCAST especial que preparei para você Você pode aprofundarse mais nos tratamentos farmacológicos de todos estes protocolos consultando este material incrível desenvolvido pelo grupo de trabalho de educação permanente do Conselho Federal de Farmácia Para ter acesso basta clicar no QR code Tratamento farmacológico A escolha terapêutica deve ser direcionada conforme a anamnese especialmente de acordo com a característica da tosse antitussígenossedativos da tosse seca dextrometorfano clobutinol dropropizina cloperastina expectorantes para tosse produtiva guaifenesina ambroxol mucolíticos para tosse produtiva acetilcisteína carbocisteína bromexina antialérgicos para tosse de etiologia alérgica dexclorfeniramina loratadina desloratadina Não se recomenda a associação de classes diferentes de medicamentos para o alívio de tosse Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve re missão da tosse ou diminuição da tosse Se a tosse persistir ou piorar encaminhar para um médico MELO et al 2021 192 Veja apresentei para você aqui 10 protocolos selecionados a dedo Seriam os principais dos problemas de saúdequeixas mais comuns que um paciente procura na farmácia mas claro que não são apenas estes No seu dia a dia de trabalho você vai se deparar com muitas situações e é muito importante ter bom senso acima de tudo Fazer uma anamnese criteriosa e saber avaliar até onde pode ir e quando deve encaminhar seu paciente para uma consulta médica Isto é muito importante É responsabilidade do farmacêutico avaliar o alcance dos objetivos das intervenções selecionadas Além disso é a avaliação que possibilita a identificação precoce de problemas que interferem na obtenção dos resultados terapêuticos desejados como a inefetividade dos medicamentos ou o surgimento de reações adversas Este procedimento deve ser feito por meio da reavaliação dos sinais e sintomas apresentados inicialmente pelo paciente assim como pela análise da sua evolução Ele pode evidenciar quatro diferentes resultados resolução das necessidades e dos problemas de saúde do paciente melhora parcial ausência de melhora ou piora dos sinais e sintomas No processo de avaliação de resultados é fundamental que o farmacêutico mantenha o registro do atendimento e inclua uma forma de contato com o paciente CIPOLLE STRAND MORLEY 2012 apud GALATO et al 2015 UNICESUMAR 193 Que tal agora você construir um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu apro veitamento nesta unidade do ciclo de aprendizagem Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orientações O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre os importantes protocolos que trabalha mos nesta unidade de conteúdo Faça um resumo geral do que conseguiu capturar sobre estes protocolos Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu esta percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas cren ças de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu comportamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem estes sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a desejar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar estes pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expectativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 194 1 Quando pensamos em protocolos para fazer a entrevista de anamnese com o paciente a fim de tratar de problemas de saúde autolimitados temos um documento muito bem estruturado e que pode nos fornecer informações muito valiosas para guiar as nossas decisões quanto ao tratamento do paciente e até um possível encaminhamento para um médico Também sabemos que para facilitar este processo estes protocolos foram estruturados em blocos Explique qual é a lógica de formulação destes protocolos Como eles foram estruturados para permitir decisões tão importantes acerca do tratamento de saúde do paciente 2 Sobre a atuação do farmacêutico no tratamento das condições clínicas autolimitadas avalie as alternativas a seguir I Segundo a Resolução nº 5852013 do Conselho Federal de Farmácia CFF são enfermidades agudas de baixa gravidade e breve período de latência que desencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente II A Resolução nº 5862013 do Conselho Federal de Farmácia CFF Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências III Estas condições podem ser detectadas e tratadas pelo farmacêutico clínico por meio da consulta e da prescrição farmacêutica Em geral são prescritas medidas não farmacológicas e MIPs pois não exigem prescrição médica IV Estas condições podem ser detectadas e tratadas pelo farmacêutico clínico por meio da consulta e da prescrição farmacêutica Em geral são prescritas medidas não farmacológicas MIPs e alguns antibióticos específicos descritos em protocolos previamente padronizados V A consulta farmacêutica e a prescrição de MIPs Medicamentos Isentos de Prescrição podem trazer vários benefícios para o sistema de saúde entre eles diminuição substancial de custos para atendimento secundário e terciário otimização de recursos governamentais conforto para os usuários Marque a alternativa correta a Apenas as letras I II e III estão corretas b Apenas as letras I III e V estão corretas c Apenas III IV e V estão corretas d Apenas II IV e V estão corretas e Todas as alternativas estão corretas 195 3 Sobre os diferentes protocolos para tratamentos de saúde autolimitados avalie as alternativas a seguir I O farmacêutico deverá realizar a anamnese com seu paciente toda vez que for requisitado tendo como objetivo primeiro identificar se se trata de um problema de saúde autolimitado E uma vez identificado não ser autolimitado o paciente deverá ser encaminhado para con sulta médica II Depois de instituída a terapia farmacológica e não farmacológica o farmacêutico precisa acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão do problema tratado diminuição do problema tratado ou se ele persiste ou até piorou Quando o problema persiste ou piora o paciente precisa ser encaminhado a consulta médica III Depois de instituída a terapia farmacológica e não farmacológica o farmacêutico precisa acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão do problema tratado diminuição do problema tratado ou se ele persiste Quando o problema persiste ou piora o farmacêutico pode reavaliar a situação para por exemplo fazer um ajuste da dose do medicamento ou indicar outros medicamentos como um antibiótico por exemplo se for o caso de uma dor de garganta IV É responsabilidade do farmacêutico avaliar o alcance dos objetivos das intervenções sele cionadas no tratamento do paciente Além disso é a avaliação que possibilita a identificação precoce de problemas que interferem na obtenção dos resultados terapêuticos desejados como a inefetividade dos medicamentos ou o surgimento de reações adversas V É responsabilidade do paciente avaliar o alcance dos objetivos das intervenções seleciona das pelo seu farmacêutico Além disso é a avaliação que possibilita a identificação precoce de problemas que interferem na obtenção dos resultados terapêuticos desejados como a inefetividade dos medicamentos ou o surgimento de reações adversas e é por isto que o paciente precisa ficar atento a qualquer sinal estranho após o início do uso da medicação Marque a alternativa correta a Estão corretas as alternativas I II e IV b Estão corretas as alternativas I III e IV c Estão corretas as alternativas II III IV e V d Estão corretas as alternativas IV e V e Todas elas estão corretas 8 As atividades clínicas desenvolvidas pelo farmacêutico são indispen sáveis ao processo do cuidado ao paciente A implantação dessas atividades deve ser pautada em critérios técnicos e em normativas legais que subsidiem a execução de tais ações São várias as nor mativas resoluções e RDCs que regulamentam as atividades dos profissionais farmacêuticos mas uma RDC merece nossa atenção especial Esta RDC dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensação e da comer cialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências regulamenta os serviços farmacêuticos que vamos apresentar neste estudo Espero que você esteja preparado para muito aprendizado Serviços e procedimentos farmacêuticos I Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski MEU ESPAÇO 198 Sem dúvida o profissional farmacêutico é um profissional polivalente O profissional do medicamento precisa estar apto também a dar suporte ao seu paciente em diferentes áreas por exemplo ele não pode apenas orientar o uso racional do antihipertensivo ele também precisa saber fazer a verificação da pressão arterial do paciente tendo em vista que o farmacêutico é um profissional que estará lado a lado do paciente acompanhando sua rotina e ele deverá fazer o elo do paciente e seu médico se preciso for É o farmacêutico o profissional que poderá fazer o acompanhamento e monitorização da pressão arterial do paciente e ele verificará a eficácia terapêutica do medicamento prescrito pelo médico de forma semelhante é o farmacêutico que voltará sua atenção e sua dedicação ofertando ao paciente serviços de atenção farmacêutica de modo a promover não apenas o uso racional de medicamentos mas a saúde e bemestar dos seus pacientes Agora imagine você recémformado lá na farmácia do seu bairro recebendo diferentes pacientes no seu dia a dia com diferentes demandas orientação farmacêutica verificação de pressão arterial medição de temperatura corporal É preciso estar preparado e é preciso dominar as técnicas para cada um destes serviços pois errar não é uma opção e você precisa estar preparado Então bora lá conhecer e dominar este universo que em breve vai fazer parte da sua realidade profissional UNICESUMAR UNIDADE 8 199 As instituições de saúde têm se preocupado cada vez mais com a segurança e qualidade do trata mento oferecido aos pacientes Por isso é necessário organizar os processos envolvidos e a gestão do plano terapêutico SOARES et al 2020 Em meados do século XX os serviços clínicos farmacêuticos iniciaramse em hospitais e estavam voltados principalmente para a análise da farmacoterapia dos pacientes Com o passar do tempo esses serviços se expandiram visando nortear e estender a atuação do profissional farmacêutico Atualmente os serviços clínicos farmacêuticos são realizados em hospitais clí nicas e ambulatórios farmácias consultórios farmacêuticos assistência domiciliar programas de extensão e projetos de pesquisa O farmacêutico clínico atua em atividades voltadas para o cuidado ao paciente como revisão e análise da farmacoterapia conciliação de medicamentos acompanhamento farmacoterapêutico monitorização terapêutica dispensação de medicamentos gestão de condição de saúde e educação em saúde SOARES et al 2020 Serviços de saúde são serviços que lidam com o diagnóstico e o tratamento de doenças ou com a promoção manutenção e recuperação da saúde Incluem os consultórios clínicas hospi tais entre outros públicos e privados Assim parte dos serviços de saúde constitui os serviços farmacêuticos BRASIL 2013 200 Para que a implantação dos serviços farmacêuticos ocorra de forma sistematizada normati zada e respalda em dispositivos legais é necessário que o farmacêutico e as instituições de saúde conheçam todo o arcabouço legal existente que pode subsidiar a implantação deste serviço nos diferentes cenários de práticas profissionais Soares e colaboradores em 2020 fizeram uma revisão detalhada na literatura e encontraram 39 normas legais que de forma direta ou indireta regulamentam os serviços farmacêuticos relaciona dos à farmácia clínica sendo nove leis federais nove portarias do MS dez resoluções do CFF e oito Resoluções da Diretoria Colegiada RDC da ANVISA De todos estes documentos nós vamos dar uma especial atenção a um deles Refirome a RDC 44 da Anvisa de 17 de agosto de 2009 esta RDC dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Esta RDC regulamenta os seguintes serviços farmacêuticos atenção farmacêutica e a perfuração de lóbulo auricular para colo cação de brincos A atenção farmacêutica compreende a atenção farmacêutica domiciliar a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos e a administração de medicamentos É esta a RDC que direciona toda a oferta dos serviços em farmácias e drogarias e eu diria que o documento que todo profissional farmacêutico precisa conhecer em detalhes Lembrando que resoluções e RDC são revogadas e que isto tudo é muito dinâmico portanto fique atento a mudanças e novas regulamentações que podem surgir a qualquer momento Um dos pontos importantes a ser observado é o ambiente destinado aos serviços farmacêuticos em uma farmácia ou drogaria De acordo com a RDC 44 no seu artigo 15 o ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser diverso daquele destinado à dispensação e à circulação de pessoas em geral devendo o estabelecimento dispor de espaço específico para esse fim É muito importante que o ambiente para prestação dos serviços que demandam atendimento individualizado deve garantir a privacidade e o conforto dos usuários possuindo dimensões mobiliário e infraestrutura compatíveis com as atividades e serviços a serem oferecidos O ambiente deve ser provido de lavatório contendo água corrente e dispor de toalha de uso individual e descartável sabonete líquido gel bactericida e lixeira com pedal e tampa O acesso ao sanitário caso exista não deve se dar através do ambiente destinado aos serviços farmacêuticos O conjunto de materiais para primeirossocorros deve estar identificado e de fácil acesso nesse ambiente BRASIL 2009 Imaginem 39 normas nove leis federais e várias RDCs da Anvisa ficou curioso Você pode ler o artigo para entender melhor este levantamento realizado e ficar por dentro de tudo Basta acessar o QR Code Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 8 201 Além de todos os cuidados com a higiene do local há de serem tomados também cuidados com os procedimentos de limpeza do espaço para a prestação de serviços farmacêuticos Deve ser realizada a higienização diariamente no iní cio e ao término do horário de funcionamento além de se fazer o registro deste procedimento O ambiente deve estar limpo antes de todos os atendimentos nele realizados a fim de minimi zar riscos à saúde dos usuários e dos funcioná rios do estabelecimento e após a prestação de cada serviço deve ser verificada a necessidade de realizar novo procedimento de limpeza a fim de garantir o cumprimento ao parágrafo anterior BRASIL 2009 Um ponto importante a ser considerado é que sempre que o farmacêutico for assumir a respon sabilidade técnica por uma farmáciadrogaria ele deve seguir as orientações da sua VISA Vigilân cia Sanitária local pois tratase do órgão a quem compete não só a fiscalização mas a regulamen tação das atividades prestadas Como já citei anteriormente nós temos alguns importantes serviços farmacêuticos que podem ser oferecidos para a comunidade nas farmácias e drogarias e passaremos a falar de cada um deles com mais detalhes agora 1 Atenção farmacêutica Art 63 A aten ção farmacêutica deve ter como objeti vos a prevenção detecção e resolução de problemas relacionados a medicamentos promover o uso racional dos medicamen tos a fim de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários BRASIL 2009 A Atenção Farmacêutica referese às atividades es pecíficas do farmacêutico no âmbito da atenção à saúde é um modelo desenvolvido no contexto da Assistência Farmacêutica É a interação direta do farmacêutico com o usuário visando a uma far macoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis voltados para a melho ria da qualidade de vida Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos respeitadas as suas especificidades biopsicosso ciais sob a óptica da integralidade das ações de saúde BOVO WIANIEWSKI MORSKEI 2009 Não podemos esquecer que a prática da Atenção Farmacêutica envolve macrocomponentes como a educação em saúde orientação farmacêutica dispensação atendimento farmacêutico e segui mento farmacoterapêutico além do registro siste mático das atividades mensuração e avaliação dos resultados Para tanto o farmacêutico atende ao paciente diretamente avalia e orienta em relação à farmacoterapia prescrita pelo médico por meio da análise das suas necessidades relacionadas aos medicamentos e detectando PRM BOVO WIA NIEWSKI MORSKEI 2009 Nós vimos tudo isto em unidades anteriores onde vimos inclusive diferentes técnicasmetodologias que podem e devem ser utilizadas na atenção farmacêutica Um dos pontos importantes que a RDC 44 trata é que para subsidiar informações quanto ao estado de saúde do usuário e situações de risco assim como permitir o acompanhamento ou a avaliação da eficácia do tratamento prescrito por profissional habilitado fica permitida a aferição de determinados parâmetros fisiológicos e bio químico do usuário a administração de medi camentos Fique tranquilo que logo vamos falar disto e de como tudo deve ser feito O artigo 64 da RDC 44 BRASIL 2009 deixa muito claro que devem ser elaborados protocolos para as atividades relacionadas à atenção farma cêutica incluídas referências bibliográficas e indi cadores para avaliação dos resultados A farmácia deverá elaborar o seu POP Procedimento Opera cional Padrão para todas as atividades realizadas pois é preciso que se tenha um padrão técnicas 202 descritas em detalhes de todos os procedimentos executados assim como Procedimento Operacional Padrão deverá dispor sobre a metodologia de avaliação dos resultados A RDC também determina que todas as atividades devem ser documentadas de forma sistemá tica e contínua com o consentimento expresso do pacienteusuário Os registros devem conter no mínimo informações referentes ao usuário nome endereço e telefone às orientações e intervenções farmacêuticas realizadas e aos resultados delas decorrentes bem como informações do profissional responsável pela execução do serviço nome e número de inscrição no Conselho Regional de Farmá cia todas estas informações estarão contidas na DSF Declaração de Serviço Farmacêutico que já tratamos em outra unidade de conteúdo Não vamos detalhar aqui os procedimentos de atenção farmacêutica visto que já vimos isto em de talhes em outra unidade de conteúdo inclusive com diferentes metodologias para conduzir esta prática Mas vale lembrar ainda um importante papel do farmacêutico e que também é citado na mesma RDC de que ele deve orientar o usuário a buscar assistência de outros profissionais de saúde quando julgar necessário considerando as informações ou resultados decorrentes das ações de atenção farmacêutica e de que ele deve contribuir para a farmacovigilância notificando a ocorrência ou suspeita de evento adverso ou queixa técnica às autoridades sanitárias 2 Atenção Farmacêutica Domiciliar Art 68 A atenção farmacêutica domiciliar consiste no serviço de atenção farmacêutica disponibilizado pelo estabelecimento farmacêutico no domi cílio do usuário nos termos desta Resolução BRASIL 2009 Um ponto muito importante é que a prestação de atenção farmacêutica domiciliar por farmácias e drogarias somente é permitida a estabelecimentos devidamente licenciados e autorizados pelos órgãos sanitários competentes Deste modo o profissional farmacêutico responsável técnico precisa regula mentar este serviço junto a sua VISA Vigilância Sanitária local Antes mesmo da publicação da RDC 44 em 2009 importantes trabalhos já eram realizados de monstrando o papel do profissional farmacêutico na assistência farmacêutica domiciliar Em 2001 tive a honra e o prazer de fazer parte de uma publicação que trouxe a comunidade científica uma experiência única de assistência farmacêutica domiciliar que tive o prazer de participar da execução e implantação durante os estágios do curso de farmácia de uma Universidade no Oeste do Paraná Lá atrás nós já estávamos falando em fazer o AFD Assistência Farmacêutica Domiciliar Após estudar o perfil de usuários de medicamentos na Vila Boa Esperança do Município de Toledo durante a assistência farmacêutica domiciliar os autores verificaram que a comunidade guarda em casa medicamentos resultantes de prescrição médica e de todos as demais indicações de parentes e conhecidos A guarda e o armazenamento por ignorância estão em lugares considerados perigosos e de fácil acesso às crianças DOBLINSKI OLIVEIRA CATEN 2001 Os autores também concluíram que as pessoas necessitam de orientação sobre o acondicionamento e principalmente seguimento de tratamento sobre prescrição médica Fica evidente a importância do trabalho do farmacêutico junto à comunidade principalmente como participante dos programas relacionados à saúde da família propostos e executados pelo sistema de saúde brasileiro UNICESUMAR UNIDADE 8 203 Um fator que chamou a atenção foi a falta de esclarecimento da população entrevistada no que diz respeito aos medicamentos que utilizam noções sobre preparo guarda e armazenamento assim como informações quanto às interações farmacológicas importantes informações que devem ser repassadas à população usuária pelos profissionais do medicamento DOBLINSKI OLIVEIRA CATEN 2001 Eu quero ressaltar aqui para você que as possibilidades de atuação do farmacêutico são inúmeras inclusive no domicílio do paciente Uma destas possibilidades e que tem sido muito comum nos dias atuais é com a administração de medicamentos por via parenteral Vale lembrar sempre que aplicar um injetável é um serviço farmacêutico previsto na RDC 44 e que este serviço sempre precisa ser precedido de uma prescrição médica Mas veremos isto na nossa próxima unidade de conteúdo Eu quero que você pare e pense nisto tudo em como a profissão que escolheu é maravilhosa e vejam quantas possibilidades ela oferece em diferentes locais de atuação sempre com objetivos únicos pensar no bemestar do paciente promover o uso seguro e racional de medicamentos promover a saúde Ficou curioso para saber como foi este trabalho de implantação do AFD e que resultados tivemos lá em 2001 Convido você para conferir o ar tigo publicado na INFARMA a Revista do Conselho Federal de Farmácia Clique aí e venha conferir Para acessar use seu leitor de QR Code 3 Aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos Art 69 A aferição de parâmetros fi siológicos ou bioquímico oferecida na farmácia e drogaria deve ter como finalidade fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e o monitoramento da terapia medicamentosa visando à melhoria da sua qualidade de vida não possuindo em nenhuma hipótese o objetivo de diagnóstico BRASIL 2009 Esta é uma informação muito importante de que não há aqui objetivo diagnóstico pois uma vez verificada uma anormalidade o paciente deve ser orientado e encaminhado a uma consulta médica Os parâmetros fisiológicos cuja aferição é permitida pela RDCC 44 em farmácias são pressão arterial temperatura corporal e glicemia capilar Uma vez verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência constantes em literatura técnicocientífica idônea o usuário deverá ser orientado a procurar assistência médica Ainda que seja verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência não poderão ser indicados medicamentos ou alterados os medicamentos em uso pelo paciente quando estes possuam restrição de venda sob prescrição médica BRASIL 2009 Em seu artigo 70 a RDC 44 ANVISA diz que as medições do parâmetro bioquímico de glicemia capilar devem ser realizadas por meio de equipamentos de autoteste Parágrafo único A aferição de 204 glicemia capilar em farmácias e drogarias realizadas por meio de equipamentos de autoteste no con texto da atenção farmacêutica não é considerada um Teste Laboratorial Remoto TLR nos termos da legislação específica Para a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos permitidos deverão ser utilizados ma teriais aparelhos e acessórios que possuam registro notificação cadastro ou que sejam legalmente dispensados de tais requisitos junto à Anvisa Parágrafo único Devem ser mantidos registros das manutenções e calibrações periódicas dos aparelhos segundo regulamentação específica do órgão competente e instruções do fabricante do equipamento BRASIL 2009 Os Procedimentos Operacionais Padrão POPs relacionados à aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos devem indicar claramente os equipamentos e as técnicas ou metodologias utilizadas parâmetros de interpretação de resultados e as referências bibliográficas utilizadas Parágrafo único O Procedimento Operacional Padrão POP deve incluir os equipamentos de proteção individual EPIs a serem utilizados para a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos assim como trazer orien tações sobre seu uso e descarte Importante ainda ressaltar que os procedimentos que gerem resíduos de saúde como materiais perfurocortantes gaze ou algodão sujos com sangue deverão ser descartados conforme as exigências de legislação específica para Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde h Técnica de verificação de pressão arterial este é um serviço farmacêutico bastante requisi tado nas farmácias e drogarias mas tratase de um serviço de saúde que pode ser prestado em qualquer lugar desde que se tenha os equipamentos necessários Algumas recomendações são essenciais para o sucesso do procedimento Recomendações prévias A medida deve ocorrer após cinco minutos de repouso em ambiente calmo Instruir a não conversar durante a medição dúvidas devem ser tiradas antes ou depois do atendimento Devese evitar a medida da PA em situações de estresse físico dor e emocional Certifiquese de que o paciente não está com a bexiga cheia não praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos não ingeriu bebidas alcoólicas café ou alimentos não fumou nos 30 minutos anteriores Três medidas de PA devem ser realizadas com intervalo de 1 a 2 minutos e medidas adicionais somente se as duas primeiras leituras diferirem em 10 mmHg Registre na DSF a média das duas últimas leituras da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida Use o manguito adequado para a circunferência do braço O manguito deve ser posicionado ao nível do coração A palma da mão deve estar voltada para cima e as roupas não devem garrotear o braço As costas e o antebraço devem estar apoiados as pernas descruzadas e os pés apoiados no chão Meça a PA nos dois braços na primeira visita de preferência simultaneamente para detectar possíveis diferenças entre os braços Use o braço com o maior valor como referência Informe o valor de PA obtido para o paciente UNICESUMAR UNIDADE 8 205 Caso a paciente esteja deitada supina posicionar o braço ao lado do tórax com a região da fossa cubital voltada para cima A posição recomendada é a sentada porém poderá ser utiliza da a aferição em posição supina de acordo com a necessidade considerando que as medidas pressóricas na posição supina são maiores que na sentada Manguito o tamanho da braçadeira deve ser adequado à circunferência do braço A câmara inflável deve cobrir pelo menos dois terços da circunferência do braço e estes são detalhes importantes pois se o manguito disponível não for o mais adequado ao paciente a medida da pressão pode ser comprometida ver tabela a seguir Circunferência Denominação do manguito Largura do manguito Comprimento da bolsa 6 cm Recémnascido 3 cm 6 cm 615 cm Criança 5 cm 15 cm 1621 cn Infantil 8 cm 21 cm 2226 cm Adulto pequeno 10 cm 24 cm 2734 cm Adulto 13 cm 30 cm 3544 cm Adulto grande 16 cm 38 cm 4552 cm Coxa 20 cm 42 cm Tabela 1 Dimensões do manguito de acordo com a circunferência do membro Fonte adaptada de Barroso et al 2020 Depois de verificado todas as situações acima o paciente pode ser submetido a verificação da pressão arterial Técnica de verificação de pressão arterial Materiais necessários estetoscópio esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneroide man guito compatível com o tamanho do braço algodão álcool 70 cadeira ou leito caneta declaração de serviços farmacêuticos 1 Realizar a higienização das mãos 2 Reunir o material selecionando o manguito adequado para a circunferência do membro es colhido para a mensuração da pressão arterial 3 Explicar o procedimento ao paciente 4 A pessoa deve estar sentada com o braço apoiado ao nível do coração com as pernas descru zadas pés apoiados no chão dorso recostado na cadeira e relaxado 5 O braço deve estar na altura do coração apoiado com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro 6 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital 7 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial alguns aparelhos apresentam uma seta indicando o meio da bolsa 206 8 Estimar o nível da PAS através da palpação do pulso radial insuflar o manguito até o pulso radial não ser mais palpável 9 Colocar as olivas do estetoscópio nos ouvidos posicionando a curvatura biauricular do mesmo para frente 10 Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar o manguito até 30mmHg acima do valor en contrado no método palpatório através do pulso radial 11 Abrir lentamente a válvula 12 Registrar a localização do ponteiro do manômetro quando ouvir o primeiro som arterial fase I de Korotkoff é a pressão sistólica 13 Acompanhar o rebaixamento do ponteiro ou da coluna de mercúrio até o momento em que houver alteração súbita do som abafamento ausência e registrar o valor obtido fase V de Korotkoff é a pressão diastólica 14 Desinsuflar o manguito totalmente e aguardar um minuto para repetir o procedimento em caso de dúvida 15 Retirar o estetoscópio e o esfigmomanômetro 16 Realizar pelo menos 2 medidas com intervalo de 1 minuto Considerar a média das 2 aferições 17 Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta Nas consultas subsequentes utilizar como referência o braço onde foi obtida a maior pressão e a partir daí fazer as medidas sempre no mesmo braço 18 Registrar adequadamente no prontuário o valor obtido sem arredondamentos e o braço aferido 19 Informar os valores obtidos para o paciente 20 Proceder à higiene do estetoscópio com algodão e álcool a 70 21 Realizar a higienização das mãos BARROSO et al 2020 i Verificação de temperatura corporal Materiais necessários termômetro algodão seco álcool 70 declaração de serviço farma cêutico bandeja caneta Locais de verificação axilar oral e retal tem poral auricular No curso de um estado de febre a temperatura sempre deve ser medida com o mesmo aparelho e no mesmo lugar a fim de permitir a comparação de resultados no decorrer do tempo Aqui vou apresentar a verificação em região axilar que é a mais utilizada em ambientes de farmácia UNICESUMAR UNIDADE 8 207 Técnica de verificação de temperatura corporal em região axilar 1 Higienizar as mãos 2 Reunir o material necessário na bandeja 3 Orientar o usuário ou acompanhante quanto ao procedimento a ser realizado 4 Posicionar o cliente sentado ou deitado em repouso 5 Enxugar a axila do cliente com papel toalha caso seja necessário 6 Realize a desinfecção do termômetro utilizando algodão embebido em álcool a 70 7 Colocar o bulbo do termômetro no oco da axila distal posicionando o braço transversalmente sobre o tórax veja imagem ao lado 8 Manter o termômetro de acordo com a orientação do fabricante ou aguardar o tempo de espera que será indicado pelo alarme sonoro do próprio termômetro 9 Retirar o termômetro e fazer a leitura 10 Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool 70 11 Realizar higienização das mãos 12 Realizar registro na declaração de serviços farmacêuticos POP 32 2021 j Verificação de glicemia capilar adulto Material necessário Bandeja ou cuba rim luva de procedimentos lanceta específica ou agulha 13x 45 em caso de absoluta inexistência da lanceta dispositivo de leitura glicêmica glicosímetro fita biossensora des cartável contendo glicose desidrogenase ou glicose oxidase bola de algodão embebido em álcool a 70 bola de algodão seco Descrição da Imagem A imagem apresenta três fotografias que mostram diferentes modelos de termômetros Na primeira fotografia do lado esquerdo é possível visualizar um modelo com corpo retangular branco nessa parte há um visor onde está marcando 358 ao lado desse visor há um desenho ovalado verde depois desse desenho ovalado o corpo vai se afunilando essa parte afunilada é verde e a ponta do termômetro é prateada Na imagem central há um modelo retangular na cor prata na parte superior há um visor onde está marcando 645 acima da visor há um círculo onde está escrito F1 e abaixo do visor há um semi círculo onde está escrito F2 Na terceira imagem do lado direito há um modelo de corpo branco uma parte ovalada na cor laranja e nessa parte há um visor retangular onde esta marcando 366 na parte superior virado para trás há uma ponta Figura 1 Tipos de termômetros mais comuns para verificação externa da temperatura Fonte a autora 208 Técnica de verificação da glicemia capilar 1 Explicar o procedimento ao cliente eou acompanhante 2 Higienizar as mãos 3 Reunir o material dentro da cuba rim 4 Verificar se o aparelho de leitura está calibrado e pronto para o procedimento 5 É importante ler atentamente o manual de instruções do aparelho e respeitar as especificações da marca fabricante no que diz respeito a sua calibragem e funcionamento Cada tipo e marca de aparelho tem seu respectivo manual de instruções 6 Colocar luvas de procedimento 7 Limpar a polpa digital de eleição do paciente com algodão embebido no álcool a 70 aguar dar secar 8 Introduzir a tira teste no aparelho evitando tocar na parte reagente 9 Lancetar a polpa digital e coletar material na fita reagente para a leitura glicêmica 10 Aguardar o tempo necessário para que o aparelho realize a leitura 11 Pressionar o local da punção o suficiente para suspender o sangramento 12 Descartar imediatamente a lanceta 13 Realizar a leitura do índice glicêmico e limpar o dedo do paciente com algodão embebido em álcool a 70 e depois o seco 14 Certificarse de que não há prolongamento do período de sangramento 15 Desprezar o material utilizado na caixa para perfurocortante 16 Retirar luva de procedimentos e desprezála no lixo 17 Higienizar as mãos 18 Registrar a taxa de glicemia capilar do paciente na declaração de serviço farmacêutico e na carteirinha de controle de glicemia se o paciente tiver ou a farmácia oferecer 19 Adotar medidas terapêuticas mediante índice apresentado pelo paciente conforme prescrição médica ou até mesmo encaminhar o paciente ao médico em caso de necessidade POP 32 2016 k Perfuração de lóbulo auricular e colocação de brincos Material necessário álcool 70 álcool swabs caneta especial a base de violeta genciana aparelhos para perfuração e colocação de brincos brinco esterilizado caneta cotonetes luvas cirúrgicas e termo de autorização Perfuração de lóbulo auricular e colocação de Brincos 1 Verificar as condições do lóbulo do cliente como presença de inflamação queloides feridas ou espinhas Questionar sobre doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral de superfície lisa e consistência endurecida Caso o cliente insista deve apresentar autorização médica a ser retida na drogaria 2 Explicar o procedimento ao cliente fornecendolhe orientações sobre os cuidados a serem tomados e colher assinatura na Declaração de Serviços Farmacêuticos e sendo menor assi natura de seu responsável atentar no preenchimento da DSF em relacionar cuidadosamente UNICESUMAR UNIDADE 8 209 o número do lote do brinco sua data de vencimento e a data da perfuração dos lóbulo s além dos dados do cliente 3 Realizar assepsia das mãos calçar as luvas cirúrgicas e higienizar o aparelho de perfuração do lóbulo e o lóbulo auricular com álcool 70GL 4 Detalhar antes da perfuração o procedimento de aplicação e cuidados essenciais pós perfu ração a serem tomados pelo adulto ou menor autorizado pelo responsável legal e permitir ao cliente acompanhar visualmente a desinfecção do aparelho das mãos e das orelhas com ajuda de espelho 5 Com o auxílio da caneta marcar diretamente no lóbulo com simetria e verificar se o cliente está de acordo mostrando a marcação com um espelho 6 Retirar os brincos da embalagem esterilizada e segurando no suporte dos mesmos colocálo no aparelho de perfuração 7 Realizar a desinfecção dos dois lados dos lóbulos das orelhas do cliente com álcool swabs não mais tocandoos 8 Aguardar a secagem para marcar simetricamente com a caneta de tintura a base de violeta genciana o local no lóbulo a ser perfurado ou seja os dois lados a mesma altura e distância do rosto e peça ao cliente que com auxílio do espelho sem tocálo autorize o procedimento evitando assim que o mesmo fique contrariado após a perfuração Caso haja diferença limpe a marca e corrija a posição até a sua satisfação OBS Faça um ponto pequeno pois o grande sempre parece fora do centro 9 Os brincos serão aplicados pelo aparelho preto selecionandose o adaptador adequado re gular mini ou grande para os brincos que serão usados Abra a embalagem dos Brincos para Perfuração rompa a sua parte traseira e retire cuidadosamente o suporte plástico dos brincos sem tocálos A embalagem dos brincos só deverá ser rompida no momento da perfuração para preservar a esterilidade do produto 10 Segurar o suporte plástico pelas laterais num ângulo de 45º para baixo e retirar a tarraxa do mesmo encaixando a parte em cunha do alojamento de tarraxa do aparelho acomodandoa suavemente no fundo Continue segurando o suporte plástico e o aparelho 11 Logo a seguir virar o suporte plástico dos brincos no mesmo ângulo de 45 para baixo e com o aparelho tendo o portapino apontado para cima a 45 encaixar o pino e puxar o suporte plástico para o lado alavancando o cilindro de baixo como ponto de apoio sempre com suavi dade OBS Em caso de queda do brinco ou da tarraxa em qualquer momento da perfuração você deverá abrir outra embalagem pois a esterilização foi perdida Lembrese de ter cuidado para evitar tal ocorrência 12 Mantendo o aparelho num ângulo de 45 com a tarraxa e o pino colocados nos seus respecti vos lugares puxar o puxador localizado na parte anterior do aparelho até ouvir um clique de trava o que significa que o dispositivo está pronto para a aplicação 13 Ainda mantendo o aparelho em ângulo inclinado entre 30 e 45 posicionar o aparelho de forma que o lóbulo a ser perfurado fique na região de ajuste e perfuração existente entre a ponta do pino e a tarraxa 210 14 Alinhar a ponta do pino de acordo com a marcação feita no lóbulo acionando levemente o gatilho de ajuste até o primeiro estágio 15 Após os ajustes apertar o gatilho até o devido disparo O portapino solta o pino que se fixa automaticamente na tarraxa a ser solta perfurando o lóbulo da orelha OBS Neste momento o cliente pode manifestar desejo de apalpar o local do furo tocando o brinco orienteo a não o fazer 16 Para remover o aparelho da orelha soltar o dedo do gatilho e mover cuidadosamente o aparelho para baixo para desencaixar e soltar a tarraxa 17 Repetir a operação no outro lóbulo 18 Repetir e explicar as instruções já recebidas pelo cliente a respeito das quatro primeiras semanas após aplicação de seguir as instruções contidas no rótulo da embalagem dos brincos reforçando a sua importância e de que sua inobservância poderá acarretar infecção no local da aplicação ocasionando eventualmente inflamação e em consequência necessidade de consultar o médico 19 A rara porém possível ocorrência de alergia individual reação do organismo a um corpo es tranho mesmo que hipoalérgico implicará na necessidade de retirar os brincos 20 Descartar o algodão e as luvas no recipiente com símbolo e inscrição de resíduo biológico 21 Registrar o procedimento na DSF 22 Entregar ao cliente a declaração de serviço farmacêutico realizado 23 Para manter o Aparelho para Perfuração e Colocação de Brincos em boas condições de uso observe o seguinte X Limpar as partes do aparelho antes e depois de cada cliente atendido Esse procedimento limpa e ao mesmo tempo esteriliza O aparelho não necessita de lubrificação XI Nunca mergulhar o aparelho em álcool antissépticos eou outros pois seu funcionamento será comprometido XII Não utilizar autoclave para esterilização O aparelho é feito em poliestireno de alto impacto injetado e esse procedimento o deformará comprometendo seu funcionamento XIII Deixar o aparelho destravado para conservar a pressão do mesmo POP 11 2016 Muito importante destacar que somente serão considerados regulares os serviços farmacêuticos devidamente indicados no licenciamento de cada estabelecimento sendo vedado utilizar qualquer dependência da farmácia ou drogaria como consultório ou outro fim diverso do licenciamento nos termos da lei e como já disse anteriormente a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias deve ser permitida por autoridade sanitária mediante prévia inspeção para verificação do atendimento aos requisitos mínimos dispostos na RDC 44 Anvisa e que é vedado à farmácia e drogaria prestar serviços não abrangidos pela RDC 44 Eu espero que você esteja gostando e já se imaginando na farmácia executando diferentes serviços farmacêuticos com seus pacientes Ainda quero lembrar a importância de se estar preparado para realizar estes serviços e oferecer o melhor para os pacientes pois como já disse anteriormente errar não é uma opção UNICESUMAR UNIDADE 8 211 Nesta unidade nós trabalhamos pontos essenciais do processo de assistência e atenção farmacêutica Vejam conversamos sobre a atenção farmacêutica propriamente dita a assistência farmacêutica do miciliar e os importantes parâmetros bioquímicos que podem ser verificados na farmácia verificação de pressão arterial temperatura corporal glicemia capilar e a colocação de brincos Eu quero que mentalizem uma realidade muito próxima Você farmacêuticoa executando todas estas importantes atividades lá no mercado de trabalho você pode você consegue e você está aqui se preparando para isto tudo Também quero que compreenda a magnitude de todas estas importantes atividades que você poderá desempenhar lá fora Então bora colocar tudo isto em prática em breve Ouça o nosso Podcast Veja como o universo dos serviços farmacêuticos é significante e eu tenho certeza de que você logo vai se identificar com os diferentes serviços que poderá oferecer a seus pacientes na farmácia Agora fica ligado aqui no PODCAST especial que eu preparei para você Bora lá ouvir Você precisa conhecer em detalhes a RDC 44 Anvisa pois como disse esta resolução abrange os serviços farmacêuticos que você poderá oferecer na farmácia Para ler a resolução na íntegra acesse o QR Code Para acessar use seu leitor de QR Code 212 Agora é chegada a hora de fixarmos mais ainda tudo que discutimos nesta unidade de conteú do Para isto convido você a construir um mapa mental Vamos lá eu vou sugerir algumas pala vraschave para que você construa o seu mapa mental desta unidade Assistência Farmacêutica domiciliar Atenção farmacêutica Medição de parâmetros bioquímicos 213 1 Leia com atenção as afirmativas sobre a RDC 44 Anvisa I A resolução estabelece os critérios e condições mínimas para o cumprimento das Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensação e da comerciali zação de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias II O ambiente destinado aos serviços farmacêuticos pode ser compartilhado com o destinado à dispensação e à circulação de pessoas em geral III Como não se trata de um pronto atendimento não há obrigatoriedade da farmácia ter o conjunto de materiais para primeirossocorros no local IV São considerados serviços farmacêuticos passíveis de serem prestados em farmácias ou dro garias a atenção farmacêutica e a perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos V A prestação de serviço de atenção farmacêutica compreende a atenção farmacêutica domici liar a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímico e a administração de medicamentos Marque a alternativa correta a Estão corretas as afirmativas I III e IV b Estão corretas as afirmativas I II e III c Estão corretas as afirmativas I IV e V d Estão corretas as afirmativas II IV e V e Estão corretas todas as afirmativas 2 Sobre a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos marque a alternativa correta a A aferição de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos oferecida na farmácia e drogaria deve ter como finalidade fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e o monitoramento da terapia medicamentosa visando à melhoria da sua qualidade de vida não possuindo o ob jetivo de diagnóstico b A aferição de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos oferecida na farmácia e drogaria deve ter como finalidade fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e diagnóstico que pode e deve ser feito pelo farmacêutico c Uma vez verificada uma anormalidade o paciente deve ser orientado e aconselhado pelo farmacêutico que poderá fazer ajustes da farmacoterapia dele d Os parâmetros fisiológicos cuja aferição é permitida pela RDCC 44 em farmácias são apenas a pressão arterial e temperatura corporal e Uma vez verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência o farmacêutico poderá indicar medicamentos ou alterar os medicamentos em uso pelo paciente 214 3 Sobre o serviço farmacêutico de verificação de pressão arterial I É muito importante certificarse de que o paciente não está com a bexiga cheia praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcoólicas café ou alimentos fumou nos 30 minutos anteriores II Duas medidas de PA devem ser realizadas com intervalo de 1 a 2 minutos Registre na DSF a média das duas últimas leituras da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida III Três medidas de PA devem ser realizadas com intervalo de 1 a 2 minutos e medidas adicionais somente se as duas primeiras leituras diferirem em 10 mmHg IV Após a medida da pressão arterial deve ser feito o registro na DSF da última leitura da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida V Sobre a posição do manguito para a verificação da pressão O manguito deve ser posicionado ao nível do coração A palma da mão deve estar voltada para cima e as roupas não devem garrotear o braço Levandose em conta as afirmativas acima marque a resposta correta a Estão corretas I II e III b Estão corretas I III e IV c Estão corretas II III e IV d Estão corretas I III e V e Estão corretas III IV e V 4 Leia atentamente as afirmativas sobre os serviços de verificação de glicemia capilar e coloca ção de brincos I Após verificar a taxa de glicemia capilar do paciente o farmacêutico deve registrar o valor na declaração de serviço farmacêutico e na carteirinha de controle de glicemia se o paciente tiver ou a farmácia oferecer II Uma vez verificada alteração na taxa de glicemia capilar do paciente o farmacêutico deve instituir a terapia farmacológica para o tratamento III Antes de fazer a perfuração do lóbulo auricular é muito importante verificar as condições do lóbulo do paciente como presença de inflamação queloides feridas ou espinhas no local IV Caso o paciente que vier colocar o brinco apresentar doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral o farmacêutico deve anotar na DSF e fazer um acompanhamento depois da colocação do brinco V O paciente deve ser questionado sobre doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral de superfície lisa e consistência endurecida Caso o cliente insista deve apresentar autorização médica a ser retida na drogaria 215 Marque a alternativa correta a Apenas I II e V estão corretas b Apenas I III e IV estão corretas c Apenas II IV e V estão corretas d Apenas III IV e V estão corretas e Apenas I III e V estão corretas 5 Você está na farmácia de plantão num domingo É um dia calmo até que chega uma paciente bastante agitada e nervosa com a filha de seis anos que está ardendo em febre O seu primeiro impulso foi acalmar a mãe e acolher a criança e agora você precisa verificar a temperatura axilar da criança Conteme como faria isto Detalhe com suas palavras e de forma bem objetiva MEU ESPAÇO 9 Neste estudo nós vamos falar de um assunto bem importante sobre um serviço farmacêutico que é um serviço essencial para a população a aplicação de injetáveis Vamos nos aprofundar nos injetáveis E eu já quero deixar bem claro para você errar não é uma opção Este é o lema da profe Patricia Você precisa estar preparado para aplicar com segurança e confiança no seu paciente Então bora aprender Serviços e procedimentos farmacêuticos II Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 218 Eu vou contar um caso clínico real Fica atento a cada detalhe Mariana foi à farmácia do seu bairro para aplicar o seu contraceptivo mensal Chegando lá o farmacêutico aplicou uma ampola de Perlutan 150 mgmL de algestona acetofenida e 10 mgmL de enantato de estradiol Ao final do procedimento Mariana pegou sua bicicleta e voltou para casa pedalando Até aí tudo aparentemente normal Ao chegar em casa ela percebeu que sua calça Jeans estava toda molhada no local onde a injeção foi aplicada Aí eu pergunto será que isto que houve é normal Olha que loucura até um leigo que não é da área da saúde deduziria que algo está errado e que a injeção da moça vazou na roupa dela sim a roupa estava molhada Mas com este acontecido o caso não parou por aí A paciente após perceber ligou para a farmácia e contou o ocorrido E sabe o que o farmacêutico fez Ele pediu para voltar à farmácia e então ele fez uma nova aplicação Agora eu preciso que você pense Teria sido correta a postura dele Primeiro ponto antes mesmo de julgarmos o fato de que ele aplicou novamente o que aconteceu para que a injeção o medicamento vazasse na roupa da paciente Você consegue entender a gravidade da situação Se uma pessoa vai à farmácia para receber a aplicação de uma injeção logo se pretende um efeito com este medicamento Mas se este medicamento vaza será que ele vai fazer o efeito que deveria fazer Logo meu querido futuro farmacêutico pense no objetivo em se tomar um contraceptivo e o que pode acontecer se este fármaco não atingir concentrações plasmáticas efetivas para proporcionar o efeito desejado Então agora vamos arregaçar as mangas e ficar bem atento Nesta unidade você vai ver como não errar desta forma pois como a profe disse Errar não é uma opção E você não vai errar Então já repete isto aí para o seu subconsciente Eu não vou errar UNICESUMAR UNIDADE 9 219 Segundo a RDC 44 ANVISA em seu artigo 74 é permitida a administração de medicamentos nas farmácias e drogarias no contexto do acompanhamento farmacoterapêutico sendo vedada a adminis tração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar A mesma RDC deixa bem claro que os medica mentos para os quais é exigida a prescrição médica devem ser administrados mediante apresentação de receita e após sua avaliação pelo farmacêutico BRASIL 2009 E não esqueça se o medicamento é de uso exclusivo hospitalar você não deve aplicar na farmácia Aí vocês devem estar se perguntando Mas profe como eu vou saber disso A resposta é simples a bula tem esta informação e logo mais adiante eu vou ensinar uma dica muito prática para quando chegarem estas situações no seu dia a dia da farmácia portanto vamos começar nossa unidade frisando bem este princípio básico não se aplica nenhum injetável sem a devida pres crição do médico Não importa se o paciente é seu amigo ente querido conhecido Você só pode fazer com a prescrição E eu sei que na prática você está vendo o contrário acontecendo Mas não é ético não é moral e não é certo Quando você aplica um injetável sem prescrição você assume um risco sozinho Se houver uma intercorrência por exemplo como uma anafilaxia você será responsabilizado civil e eticamente O farmacêutico não só deve aplicar com a prescrição como ele deve entrar em contato com o pro fissional prescritor para esclarecer eventuais problemas ou dúvidas que tenha detectado no momento da avaliação da prescrição Mas eu sei que você vai fazer a coisa certa 220 Quando você estiver trabalhando terá que providenciar uma série de documentos junto à VISA Vigilância Sanitária Local para regularizar os serviços farmacêuticos oferecidos pela farmácia assim como a sua responsabilidade técnica Neste momento não vamos focar nisso Mas que fique claro resoluções RDCs e normas mudam a todo momento e é dever do farmacêutico estar atualizado e sempre buscar orientação na sua VISA local Os medicamentos podem apresentarse sob diversas formas farmacêuticas que entram em contacto com o organismo por diferentes vias de administração Nesta unidade vamos abordar exclusivamente os medicamentos injetáveis que são preparações administradas por via parentérica do grego para enteron que significa ao lado do intestino através da qual o medicamento é injetado perfundido ou implantado num tecido específico de acordo com as suas características e com o objetivo do tra tamento PLÁCIDO GUERREIRO 2015 A utilização desta via de administração envolve procedimentos invasivos que aumentam o risco de infecção e danos ao paciente portanto ela deve ser empregada somente nas seguintes circunstâncias Quando outras vias não forem viáveis devido a fatores relacionados ao paciente como falta de cooperação vômitos intensos ou estado de inconsciência Quando outras vias não forem adequadas devido a fatores relacionados ao medicamento como intolerância inativação ou falta de absorção adequada do medicamento Quando é necessária uma ação rápida do medicamento As formas parenterais diferem de outras formas farmacêuticas pelo fato de serem administradas di retamente num tecido do corpo A produção dessas preparações obedece a um rigoroso controle da pureza e da qualidade do princípio ativo e de excipientes Sua manipulação e administração exigem o cumprimento de normas de higiene e assepsia com o intuito de proteger o paciente de contaminantes físicos químicos e biológicos AKERS 2013 apud GOUVEIA et al 2022 Essas preparações têm características e exigências específicas que são resumidas em alguns pontos importantes a saber Esterilidade é a ausência de microorganismos é obtida por processos de filtração ra diação ou calor Apirogênia diz respeito à ausência de pirogênios substâncias produzidas por microorganis mos geralmente polissacarídeos que quando injetados em seres humanos ou animais provocam o aumento da temperatura do corpo Os pirogênios mais potentes são endotoxinas bacterianas PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 pH adequado e tonicidade compatível com o tecido no qual são administradas para oferecer maior tolerância nos tecidos em que são administrados é desejável que preparações aquosas tenham uma fase aquosa isotônica com o soro sanguíneo e apresentem um pH próximo de 7 PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 A isotonia é o estado de equilíbrio osmótico entre dois meios no qual uma solução tem uma tensão osmótica igual à de outra solução Quan do há desvios entre a tonicidade da solução e a do tecido no qual são administradas devese levar em consideração o volume a ser injetado e a via de administração Pequenos volumes de soluções anisotônicas provocam um risco menor para os tecidos pois elas se misturam UNICESUMAR UNIDADE 9 221 rapidamente com os líquidos intra e extra vasculares No caso de preparações admi nistradas por vias como a intramuscular e a subcutânea são aceitáveis pequenos desvios da pressão osmótica no sentido da hipotonia ou da hipertonia sem que se verifiquem reações nocivas para os tecidos Geralmente a hipertonicidade é menos nociva para eles uma vez que a plasmóli se contrariamente à hemólise é reversiva Em alguns casos são até recomendáveis soluções ligeiramente hipertônicas pois provocam derrame local dos fluidos o que pode levar a uma absorção mais rápida e uniforme PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 Quanto mais próximo do pH fisiológico o pH do sangue a 37 C é próximo de 735 estiver o pH da solução injetável menos dolorosa e nociva é a sua administração PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 A existência de sistemas de tamponamento no organismo permite aceitar pequenas oscilações do pH das soluções a administrar sem causar al terações graves Porém soluções muito ácidas ou muito alcalinas são mal toleradas pelos tecidos podendo provocar desde irritação inflamação e dor até a destruição de elementos celulares por ne crose PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 Para as vias intramuscular e subcutânea consi derase aceitável um intervalo de pH compreen dido entre 55 e 8 Sublinhase contudo que ques tões relacionadas com a solubilidade do princípio ativo com a sua estabilidade ou até com a sua ação farmacológica podem exigir formulações que apresentem valores de pH mais extremos Preparações que contenham algumas insulinas tetraciclina procaína morfina vitaminas B B2 B6 B12 e C são exemplos de substâncias que exigem pH ácido para serem solúveis por se hidrolisarem em pH neutro ou alcalino por se oxidarem ou por não serem ativas em meio neutro Pelo contrário preparações que contenham sulfamidas ou barbitúricos exigem meio acen tuadamente alcalino para serem solúveis em água sendo comum soluções em pH 9 ou 10 PRIS TA 2003 Assim como ocorre com a isotonici dade alterações do pH da preparação injetável em relação ao pH fisiológico devem considerar o volume a ser injetado Quando ele é pequeno o afastamento do pH não leva a reações graves pois sistemas de tamponamento dos tecidos e sangue compensam facilmente o desvio Já a adminis tração de grandes volumes pode alterar inten samente o equilíbrio fisiológico PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 A administração de preparações parente rais pode ser feita por diferentes vias como por exemplo SC subcutânea IM intramuscular ID intradérmica IV intravenosa intraarterial IA e intrarraquidiana IR PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 Você sempre vai ver as vias de administração abreviadas desta forma como citado aqui Nesta unidade de conteúdo nós vamos falar das principais vias usadas na far mácia a intramuscular e a subcutânea Em alguns casos um mesmo medicamento pode ser administrado por mais de uma via sendo a seleção desta condicionada por fatores como a forma farmacêutica Quero chamar a sua atenção para uma coisa muito importante o farmacêutico precisa verificar a bula do medicamento para ter certeza da via de administração de um fármaco Com o passar o tempo e a experiência você saberá que medicamento pode ser feito IM ou EV mas vão chegar momentos em que vai aparecer uma prescrição indicando aplicação por uma via que você não tem o hábito de aplicar Então você deve consultar a bula 222 Conforme o Quadro 1 a seguir veja alguns exemplos por via IV apenas podem ser administradas microemulsões soluções aquosas ou soluções miscíveis no sangue Não podem ser administradas na corrente sanguínea soluções oleosas por risco de embolia nem suspensões por risco de obstrução de capilares pelas partículas insolúveis Via de administração Forma farmacêutica permitida Forma farmacêutica não permitida IV Microemulsões soluções aquo sas ou miscíveis com sangue Soluções oleosas e suspensões oleosas IM e SC Soluções ou suspensões de solvente ou veículo aquoso ou não aquoso Emulsões de fase externa oleosa ou aquosa Quadro 1 Formas farmacêuticas e vias de administração Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 O ditado Não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão é corroborado por pesqui sas Por isso o acolhimento é provavelmente a etapa com mais repercussão na imagem do atendimento Por exemplo Willis e Todorov demonstraram que com base na aparência facial as impressões sobre aspectos como competência intenção agressiva e confiança eram dispostas de modo muito rápido 100 milissegundos Um tempo maior aumentava a confiança e a diferença do julgamento dos participantes mas estas permaneciam apoiadas na marca inicial GOUVEIA et al 2022 Deste modo é muito importante que durante o acolhimento do paciente sejam adotados compor tamentos como cumprimentar o paciente antecipadamente p ex Bom dia como está identificar o motivo da visita p ex Como posso ajudálo manter contato visual utilizar o nome do paciente eu diria que este é um dos pontos mais importantes chamar a pessoa pelo nome Quando seu paciente adentrar pela farmácia já o aborde Bom dia boa tarde qual o seu nome e como eu posso te ajudar É também importante relembrar que comportamentos que revelam indisponibilidade ou indiferença como dividir a atenção ao paciente com tarefas paralelas trabalhar no computador ou falar com colegas Toda vez que você tiver dúvidas sobre a via de administração ou tiver dúvidas se aquele medicamento pode ou não ser aplicado na farmácia você deve consultar a bula do medicamento e isto pode ser feito de for ma muito rápida se você acessar o bulário eletrônico da Anvisa É muito fácil e prático e quando digitar o nome do medicamento que precisa de mais informação você deve escolher a bula profissional Ela tem todas as informações que você precisa Acesse o QR Code e veja como funciona este bulário Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 9 223 funcionam como barreiras à comunicação Quem como cliente ou paciente já experimentou este tipo de atendimento sabe quanto a situação pode desencadear insegurança insatisfação ou irritação e levar a comportamentos agressivos desconfiados ou defensivos GOUVEIA et al 2022 Depois de identificada a necessidade do paciente em tomar uma injeção com a prescrição médica lembrese de algo que vimos na Unidade 8 Todos os serviços farmacêuticos devem ser devidamente registrados na DSF Declaração de Serviços Farmacêuticos É importante lembrar que a DSF que você utilizar na farmácia deve ser preenchida em duas vias uma via fica com o paciente e a outra fica arquivada na farmácia Você poderá customizar a DSF da farmácia como quiser desde que todas as informações básicas exigidas pela RDC 44 Anvisa sejam respeitadas Informações adicionais como via e local de aplicação tamanho de agulha utilizada assim como anotações quanto ao rodízio de aplicação são informações complementares e importantes que podem e devem ser adicionadas a DSF do seu paciente São materiais necessários ao processo de administração de produtos injetáveis seringas e agulhas algodão ou compressas álcool a 70 esparadrapos coletor de descarte de perfurocortantes Vale lem brar que todos os cuidados devem ser tomados com os resíduos produzidos com o serviço de aplicação de injetáveis e que a farmácia deve ter o seu plano de gerenciamento de resíduos Mais detalhes sobre isto você poderá obter junto a sua VISA local Os Cinco Certos Quadro 2 tradicionalmente utilizados em enfermagem são objetivos a atingir para a administração segura de medicamentos Na sequência de um pedido direto de prestação do serviço ou no caso de o farmacêutico que administra o medicamento injetável não ser o mesmo que procedeu à dispensa quem o administra deve confirmar os cinco certos em vez de presumir que esta verificação já foi realizada PLÁCIDO GUERREIRO 2015 224 O quê Como OndeQuando Cliente certo Confirmar se a prescrição se destina ao cliente Ao balcão durante a dispensa do medicamento prescrito ou antes de iniciar a preparação no caso de pedido direto Medicamento certo Verificar se o medicamento a dispensar e administrar é o que consta na prescrição médica ou guia de tratamento e se este é adequado ao cliente Na receita e na embalagem ao balcão durante a dispensa do medicamento Antes de iniciar a preparação Dose certa Verificar se a dose prescrita é adequada à idade peso e outras condições do doente por ex di minuição da função hepática ou renal Ao balcão durante a dispensa do medicamento prescrito eou após aplicação do questionário de avaliação Horário certo Verificar se o horário previsto para a administração é adequa do por ex injetáveis que envol vam múltiplas administrações e fármacos que interfiram com a capacidade de conduzir ou operar máquinas Ao balcão durante a dispensa do medicamento eou após aplicação do questionário de avaliação Via de administração certa Verificar se a via de administra ção prescrita é adequada Ao balcão durante a dispensa do medicamento eou após aplicação do questionário de avaliação Quadro 2 Aplicação dos cinco certos na administração de medicamentos injetáveis em farmácia comunitária Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 A administração por via parenteral requer dispositivos de injeção nomeadamente seringas e agulhas Existe uma enorme variedade de seringas e agulhas descartáveis A seringa é um dispositivo de corpo cilíndrico que possui numa das extremidades uma ponta desenhada para ajustar uma agulha hipo dérmica e na outra um êmbolo que permite retirar o medicamento do material de acondicionamento ajustar o seu volume e administrálo ao cliente Figura 1 Descrição da Imagem A imagem apresenta uma foto de uma seringa É possível visualizar um objeto cilíndrico transparente disposto na horizontal Do lado esquerdo está o êmbolo continuando ao centro esta o corpo nele há riscos de medições ao lado dos riscos há números do um ao cinco abaixo do número cinco está escrito ML finalizando a direita está a ponta da seringa Figura 1 Seringa Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 225 Descrição da Imagem A imagem apresenta uma fotografia com três seringas dispostas na horizontal de cima para baixo 100 U 50 U e 30 U Na parte de baixo da imagem temos a apresentação dos componentes da seringa do lado esquerdo esta o êmbolo seguindo ao centro esta o corpo da seringa nas três seringas no corpo há marcações de riscos e ao lado números e ao final a direita esta a ponta com uma agulha fixa Figura 2 Seringas de insulina Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 As seringas diferenciamse pela capacidade e pela graduação que apresentam Na maioria dos casos são graduadas em unidades de volume com uma escala em mililitros ou centésimos de mililitro podendo também ser graduadas em unidades Por exemplo a capacidade das seringas usadas na administração de medicamentos por via IM varia entre 1 ml e 5 ml É pouco frequente o uso de seringas com capa cidade superior a 5 ml pois os volumes a administrar em geral não excedem este valor PLÁCIDO GUERREIRO 2015 A seleção da seringa deve recair na que tem a capacidade mais próxima do volume total a admi nistrar desde que a graduação seja adequada A agulha cuja parte metálica é de aço inoxidável possui numa das extremidades o canhão que permite o seu encaixe na ponta da seringa e na outra o bisel Figura 3 O bisel Figura 4 permite criar uma incisão nítida e estreita aquando da inserção da agulha no tecido que encerra rapidamente quando a agulha é removida impedindo a saída do medicamento eou de sangue Quanto mais pronunciado é o bisel mais longo afiado e estreito menor é o desconforto associado à picada da agulha na admi nistração de injetáveis 226 O comprimento da agulha mede o tamanho da parte metálica O calibre da agulha expresso em Gauge mede o lúmen interno da parte metálica Quanto maior é o calibre da agulha maior Gau ge menor é o seu diâmetro interior o que signi fica que a agulha é mais fina Por exemplo uma agulha de 22 G é mais fina que uma agulha de 16 G A Figura 5 apresenta exemplos de agulhas de diferentes comprimentos e calibres Descrição da Imagem A imagem apresenta uma fotogra fia da ponta de uma agulha tem formato cilíndrico é oco e pontiagudo Figura 4 Bisel da agulha Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 Figura 5 Diferentes tamanhos de agulhas Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 Descrição da Imagem fotografia colorida com nove agulhas em diferentes tamanhos e espessuras Descrição da Imagem fotografia de uma agulha hipodérmica Na imagem temos a marcação de três partes sendo canhão parte metálica e bisel Figura 3 Estrutura de agulha hipodérmica Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 227 Podese encontrar uma grande variedade de agulhas com diferentes comprimentos e calibres Para facilitar a sua identificação e seleção existe um código de cores exemplificado no Quadro 3 Verde Preto Violeta Castanho Cinza Em milímetros 080x25 080x30 080x40 070x25 070x30 055x20 045x13 038x13 Em gauge e polegadas 21G 1 21G 1 ¼ 21G 1 ½ 22G 1 22G 1 ¼ 24G ¾ 26G ½ 275G ½ Quadro 3 Diferentes tamanhos das agulhas Fonte adaptado de Gouveia et al 2022 A seleção da agulha para a preparação e a administração de um medicamento deve considerar o seu comprimento e calibre A escolha do comprimento da agulha depende da via do lugar de adminis tração e ainda da condição física ou das características do paciente Por exemplo a administração IM exige uma agulha mais longa do que a administração SC Se de um lado a agulha deve atingir o tecido muscular de outro o seu comprimento deve prevenir a lesão de estruturas vasculares ósseas ou nervosas mais profundas Devese atentar à espessura do músculo em que vai ser feita a administração se é mais ou menos volumoso Por exemplo uma criança ou um adulto muito magro podem requerer agulhas mais curtas LIPPERT WALL 2008 apud GOUVEIA et al 2022 228 O tecido adiposo do lugar da injeção tam bém deve sempre ser avaliado Nas injeções intramusculares em lugares onde há grande espessura do tecido subcutâneo é recomendada a escolha de agulhas mais longas para evitar a aplicação inadvertida no tecido subcutâneo Essa falha tem mais risco de ocorrer na região glútea em mulheres e em obesos COCOMAN MURRAY 2008 ZAYBAK et al 2007 apud GOUVEIA et al 2022 A escolha do calibre da agulha depende das características do medicamento em particular da sua viscosidade Soluções oleosas e suspen sões aquosas ou oleosas exigem agulhas de maior calibre p ex 080 enquanto soluções aquosas requerem agulhas de menor calibre Para a aplicação na via subcutânea as agulhas mais curtas reduzem o risco de injeção IM e por isso são consideradas mais seguras para todos os pacientes especialmente crianças Nessa via de aplicação a pele é o primeiro e único obstáculo que a agulha deve ultrapassar na hora da injeção Estudos realizados em pessoas de diferentes et nias idades e índices de massa corpórea IMC independentemente do sexo comprovaram que a espessura da pele é de aproximadamente 125 a 325 mm em 90 dos indivíduos e tem em média cerca de 18 a 25 mm Existem agulhas com comprimentos que vão de 4 mm até 13 mm para injeção de insulina e outros medicamentos aplicados por via subcutâ nea sendo algumas disponíveis apenas para uso com canetas Quanto mais longa a agulha maior o risco de aplicação inadvertida no tecido mus cular Dessa forma a indicação de agulhas curtas 4 5 e 6 mm garante uma aplicação mais segura além de ser mais confortável para o paciente com consequências positivas na adesão ao tratamento FRID et al 2016 apud GOUVEIA et al 2022 Agora que já vimos as seringas e agulhas te mos que dar início ao processo de aspiração e reconstituição da medicação para aplicação mas antes disso temos que falar de algo essencial para que tenhamos segurança neste processo uma boa lavagem das mãos A lavagem das mãos é uma das medidas mais simples e mais efetivas para prevenir a trans missão de infecções relacionadas à assistência à saúde que representam um enorme fardo sob os aspectos clínico e econômico apesar de se rem evitáveis No contexto da administração de produtos injetáveis em farmácia a lavagem das mãos deve ser feita antes da preparação e da administração do produto injetável e depois da administração A Figura 6 detalha o procedi mento para a lavagem das mãos Agora vamos ao preparo da medicação para aplicação O passo inicial comum a todas as preparações consiste em verificar se as carac terísticas organolépticas do medicamento cor respondem às descritas nas referências técnicas de produtores p ex cor presença ou ausência de partículas em suspensão ou aderência do pó A presença de características diferentes das descritas como escurecimento presença de precipitado alteração de cor ou turvação pode significar que o medicamento está alterado Podese considerar que há suspeita de desvio de qualidade Assim devese abrir uma queixa técnica no NOTIVISA sistema de informação de dados em saúde nacional para o registro de problemas relacionados ao uso de tecnologias e de processos assistenciais Os medicamentos injetáveis podem apresentarse nos seguintes tipos de embalagem primária seringa preen chida também conhecida como précarregada ampola ou frascoampola conforme se resume na Figura 7 UNICESUMAR UNIDADE 9 229 Descrição da Imagem ilustração colorida apresentando um passo a passo de como lavar as mãos A figura apresenta 12 quadros com ilustrações de mãos executando os seguintes comandos 1 Molhe as mãos com água 2 Aplique na palma da mão a quantidade sufi ciente de sabonete líquido para cobrir toda a superfície das mãos 3 Ensaboe as palmas das mãos friccionandoas entre si 4 Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e viceversa 5 Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais 6 Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta segurando os dedos com movimentos de vai e vem e viceversa 7 Esfregue o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando movimento circular e viceversa 8 Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda fazendo movimento circular e viceversa 9 Enxague bem as mãos com água 10 Seque as mãos com papel toalha descartável 11 No caso de torneira manual para fechamento use sempre papel toalha e 12 Agora as suas mãos estão limpas e seguras Figura 6 Lavagem das mãos Fonte adaptada de Gouveia et al 2022 230 A seringa preenchida um tipo de embalagem primária em expansão no mercado oferece mais facilidade e segurança no preparo Diversas vacinas alguns anticoncepcionais e anticoagulantes são apresentados sob esta embalagem De maneira geral as seringas preenchidas apresentam os medicamentos em uma dose pronta para ser administrada Eventualmente pode ser necessário descartar volumes de medi camento p ex administração da vacina contra influenza a uma criança com menos de 36 meses Agora você verá várias tabelas que descrevem e fundamentam o procedimento de preparo de in jetáveis segundo o tipo de embalagem primária O Quadro 4 resume o preparo de um medicamento apresentado em seringa preenchida sem reconstituição PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações Seguir as indicações das refe rências técnicas dos fabricantes quanto à expulsão da bolha de ar excedente fazendo uma ligei ra pressão no êmbolo da serin ga quando necessário Seguir a orientação do fabri cante para garantir a aplica ção da dose correta Descrição da Imagem ilustração colorida com um fluxograma exemplificando o esquema de preparação do medicamento injetável Na primeira caixa de texto da esquerda para a direita temos Preparação do medicamento injetável em seguida temos a ligação com duas caixas a primeira Sem reconstituição que direciona para duas caixas Seringa preenchida e Ampola Já a caixa Com recons tituição direciona para Pó em frascoampola diluente ou veículo em ampola e Pó em ampola diluente ou veículo em ampola Figura 7 Preparação do medicamento injetável Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 231 Colocar a seringa preparada em uma superfície limpa uma op ção é dentro de sua embalagem original Minimizar o risco de conta minação microbiológica e a eventual perda de estabilida de do medicamento Quadro 4 Preparo de medicamento injetável sem reconstituição seringa preenchida Fonte adaptado de Gouveia et al 2022 O Quadro 5 apresenta a preparação de um medicamento injetável sem reconstituição e acondicionado em uma ampola PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações 1 Bater suave e rapidamen te com o dedo no topo da ampola até o líquido descer totalmente para o corpo da ampola Reunir o volume total do líqui do garantindo a administração precisa da dose pretendida 2 Identificar o lugar de pressão para quebrar a ampola e com uma compressa seca em tor no do gargalo fazer pressão rápida e firme no sentido a fa vor do corpo do profissional Para envolver o gargalo da ampola podese substituir a compressa seca pela face es téril da embalagem de papel da seringa Impedir que os estilhaços de vidro se direcionem para o sentido do rosto do profis sional e provoquem trauma tismo em seus dedos 3 Descartar o topo da ampola no coletor de materiais per furocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação de resíduos 232 4 Introduzir a agulha na ampola e aspirar cuidadosamente o conteúdo puxando suave mente o êmbolo da seringa O bisel da agulha deve man terse sempre abaixo do nível do líquido Manter ampola e seringa na posição horizontal e se necessário invertêlas com cuidado para facilitar a as piração de todo o conteúdo necessário Prevenir a aspiração de ar Evitar o desperdício do medi camento garantir a adminis tração da dose pretendida e evitar o desgaste do bisel 5 Remover a agulha do interior da ampola Descartar a am pola no coletor de materiais perfurocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos 6 Fazer o reencapamento pas sivo da agulha Evitar a contaminação da agu lha durante a retirada das bo lhas de ar 7 Posicionar a seringa com a agulha para cima Puxar o êmbolo e em seguida pres sionálo para expulsar o ar excedente UNICESUMAR UNIDADE 9 233 8 Para eliminar eventuais bo lhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo ex pulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o líquido Garantir a administração da dose pretendida 9 Desconectar a agulha que foi usada para a aspiração e descartála no coletor de ma teriais perfurocortantes Para isso a agulha deve estar coberta pelo protetor o que é feito por meio do reencapa mento passivo A desconexão deve ser feita com um movimento em ros ca no sentido antihorário em seringa com bico do tipo rosca ou puxar seringa com bico de encaixe por pressão Encaixar nova agulha no bico da seringa usando técnica assépti ca manter o protetor da agulha e não encostar as mãos no ca nhão da agulha ou no bico da seringa Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Garantir o uso de agulha nova o que evita dor desnecessária durante a aplicação Evitar o uso de agulha que teve o bisel danificado duran te a aspiração o contato do bisel com a parede de vidro da ampola pode desgastálo 10 Colocar a seringa prepara da em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua embalagem original Prevenir a contaminação do medicamento e a eventual perda de sua estabilidade Quadro 5 Preparo de medicamento injetável sem reconstituição ampola Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 O conteúdo do frascoampola pode se apresentar na forma líquida ou sólida pó estéril liofilizado ou não Esse tipo de embalagem primária é um sistema que se mantém fechado durante todas as etapas 234 da preparação Para facilitar a retirada do conteúdo recomendase a injeção de ar no frascoampola em volume igual ao que se pretende utilizar Essa medida elimina a pressão negativa interna causada pelo vácuo que existe originalmente em algumas apresentações ou é formado à medida que o conteúdo é aspirado em frascos multidose GOUVEIA et al 2022 O Quadro 6 apresenta o procedimento para a reconstituição de um medicamento injetável no qual o pó se apresenta em frascoampola e o diluente em ampola PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações 1 Bater suave e rapidamen te com o dedo no topo da ampola até o líquido descer totalmente para o corpo da ampola Reunir o volume total do líqui do garantindo a administra ção precisa da dose preten dida 2 Identificar o local indicado para quebrar a ampola e com uma compressa seca em tor no do gargalo fazer pressão rápida e firme no sentido a fa vor do corpo do profissional Para envolver o gargalo da ampola podese substituir a compressa seca pela face es téril da embalagem de papel da seringa Impedir que os estilhaços de vidro se direcionem para o sentido do rosto do profis sional e provoquem trauma tismo em seus dedos 3 Descartar o topo da ampola no coletor de materiais per furocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação de resí duos UNICESUMAR UNIDADE 9 235 4 Introduzir a agulha na ampola e aspirar cuidadosamente o conteúdo puxando suave mente o êmbolo da seringa O bisel da agulha deve man terse sempre abaixo do nível do líquido Manter ampola e seringa na posição horizontal e se necessário invertêlas com cuidado para facilitar a as piração de todo o conteúdo necessário Prevenir a aspiração de ar Evitar o desperdício do medi camento garantir a adminis tração da dose pretendida e evitar o desgaste do bisel 5 Remover a agulha do interior da ampola Descartar a am pola no coletor de materiais perfurocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos 6 Fazer o reencapamento pas sivo da agulha Evitar a contaminação da agu lha durante a eliminação das bolhas de ar 7 Posicionar a seringa com a agulha para cima Puxar o êmbolo e em seguida pres sionálo para expulsar o ar excedente 236 8 Para eliminar eventuais bo lhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo expulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o lí quido Garantir a administração da dose pretendida 9 Colocar a seringa preparada em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua emba lagem original Prevenir a contaminação do diluente Frascoampola 10 Remover a capa metálica ou plástica do frasco que contém o pó expondo a co bertura de borracha Expor a superfície que pode ser perfurada com a agulha 11 Fazer a desinfecção da tampa de borracha com algodão ou compressa em bebida em álcool a 70 Com o frascoampola em su perfície plana inserir a agu lha no centro da tampa de borracha e injetar lentamen te todo o diluente contra a parede interna do frasco Evitar a descarga direta no pó Remover a agulha e pro tegêla reencapandoa Promover a reconstituição do medicamento Evitar a formação de bolhas ou espuma na superfície do pó UNICESUMAR UNIDADE 9 237 12 Dissolver o pó no diluente fazendo movimentos circu lares com o frascoampola entre as mãos ou manten doo em apenas uma das mãos Evitar a formação de espuma resultante de agitação enér gica para facilitar a aspiração total posterior do medica mento 13 Medir na seringa o volume de ar igual ao que vai ser aspirado Com o frasco em superfície plana inserir a agulha no centro da tam pa de borracha Injetar o ar dentro do frascoampola direcionando a agulha para a parede de vidro e evitando a injeção de ar diretamente sobre o líquido Facilitar a aspiração do con teúdo evitando a formação de uma pressão negativa Evitar a formação de bolhas e espuma facilitando a aspi ração posterior do medica mento 14 Inverter o frascoampola mantendo o bisel abaixo do nível do liquido e retirar a quantidade pretendida Evitar a aspiração de ar 15 Com a agulha dentro do frascoampola puxar o êm bolo um pouco mais e em seguida pressionálo para expelir o ar excedente que está na seringa 238 16 Remover a agulha do in terior do frascoampola Fazer o reencapamento pas sivo da agulha Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Evitar a contaminação da agu lha durante a retirada das bo lhas de ar 17 Para eliminar eventuais bo lhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo expulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o lí quido Garantir a administração da dose pretendida 18 Desconectar a agulha que foi usada para aspiração e descartála no coletor de materiais perfurocortantes Para isso a agulha deve estar coberta pelo protetor o que é feito por meio do reencapa mento passivo A desconexão deve ser feita com um movimento em ros ca no sentido antihorário em seringa com bico do tipo rosca ou puxar seringa com bico de encaixe por pressão Encaixar nova agulha no bico da seringa usando técnica assépti ca manter o protetor da agulha e não encostar as mãos no ca nhão da agulha ou no bico da seringa Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Garantir o uso de agulha nova o que evita dor desnecessária durante a aplicação Evitar o uso de agulha que teve o bisel danificado duran te a aspiração o contato do bisel com a parede de vidro da ampola pode desgastálo UNICESUMAR UNIDADE 9 239 19 Colocar a seringa prepara da em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua embalagem original Prevenir a contaminação do medicamento e a eventual perda de sua estabilidade Quadro 6 Preparo de medicamento injetável com reconstituição pó em frascoampola e diluente em ampola Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações 1 Remover a capa metálica ou plástica do frasco que contém a solução ou suspensão expondo a cobertura de borracha Expor a superfície que pode ser perfurada com a agulha 2 Se suspensão movimentar o frascoampola para promover a ressuspensão Para a insulina NPH ou prémistura de insulina fazer pelo menos 20 movimen tos circulares Permitir a dose certa 240 3 Fazer a desinfecção da pelícu la de borracha com algodão ou compressa embebida em álcool a 70 Evitar a contaminação do me dicamento 4 Medir na seringa o volume de ar igual ao que vai ser aspirado Com o frasco em superfície pla na inserir a agulha no centro da tampa de borracha Injetar o ar dentro do frascoampola Facilitar a aspiração do con teúdo evitando a formação de uma pressão negativa 5 Inverter o frascoampola mantendo o bisel abaixo do nível do líquido e retirar a quantidade pretendida Evitar a aspiração de ar 6 Com a agulha dentro do fras coampola puxar o êmbolo um pouco mais e em seguida pres sionálo para expelir o ar exce dente que está na seringa UNICESUMAR UNIDADE 9 241 7 Remover a agulha do interior do frascoampola Fazer o reencapamento passivo da agulha Evitar a contaminação da agu lha durante a retirada das bo lhas de ar 8 Para eliminar eventuais bolhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo ex pulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o líquido Garantir a administração da dose pretendida 9 Desconectar a agulha que foi usada para aspiração e descar tála no coletor de materiais per furocortantes A desconexão deve ser feita com um movimento em ros ca no sentido antihorário em seringa com bico do tipo rosca ou puxar seringa com bico de encaixe por pressão Encaixar nova agulha no bico da seringa usando técnica asséptica manter o protetor da agulha e não encostar as mãos no canhão da agulha ou no bico da seringa Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Garantir o uso de agulha nova o que evita dor desnecessária durante a aplicação Evitar o uso de agulha que teve o bisel danificado duran te a aspiração o contato do bisel com a parede de vidro da ampola pode desgastálo 10 Colocar a seringa preparada em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua embala gem original Prevenir a contaminação do medicamento e a eventual perda de sua estabilidade Quadro 7 Preparação de medicamento injetável sem reconstituição solução ou suspensão em frascoampola Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 242 PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Utilizar uma compressa ou um algodão embebido em álcool a 70 Diminuir a carga biológica da pele Iniciar a limpeza do lugar onde vai ser inserida a agulha partindo do centro para fora num movi mento circular não passando uma segunda vez por cima da área já atingida Evitar a autocontaminação Descartar a compressa ou o algodão na lixeira adequada Promover a correta destinação de resíduos Deixar a pele secar completamente antes de in serir a agulha no tecido Prevenir a sensação de ardor pela entrada de álcool durante a aplicação da agulha no tecido subcutâneo Quadro 8 Procedimento de antissepsia da pele no local de administração de medicamentos Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 É chegada a hora pois você já estava ansioso Vamos fazer a aplicação do medicamento e iniciar com a via de aplicação subcutânea Esta via será muito utilizada em farmácias para aplicação de insulina sendo que o farmacêutico possui um papel muito importante no acompanhamento de pacientes com diabetes e por isto será comum receber pacientes para aplicar tal medicação Nesta via o produto é administrado no tecido subcutâneo tecido conjuntivo abaixo da derme Por ser pouco vascularizado a absorção do produto através dos capilares neste tecido é lenta e contínua produzindo um efeito duradouro desejado para diversos tipos de tratamento O tecido subcutâneo é sensível a preparações irritantes e a grandes volumes razão pela qual essa via é utilizada para a administração de soluções e suspensões que não apresentem estas características A maioria das apresentações farmacêuticas aplicadas por esta via tem veículo aquoso embora atualmente existam algumas delas com veículos não aquosos A literatura não tem consenso quanto ao volume máximo a administrar sendo frequentemente mencionado entre um e dois mililitros A administração de volumes maiores provoca a acumulação de líquido nos tecidos o que pode causar abcessos estéreis dolorosos e duros Teoricamente a admi nistração de produtos por esta via pode ser feita em toda a superfície subcutânea Porém a seleção do lugar de administração tem de considerar a espessura da camada de tecido subcutâneo que acomode o volume injetado a ausência de músculos muito espessos e a proximidade de proeminências ósseas ou nervos subjacentes ao lugar de aplicação As regiões indicadas para aplicação subcutânea Figura 8 oferecem fácil acesso menor inervação e mais facilidade de se conseguir fazer uma prega subcutânea para a correta administração UNICESUMAR UNIDADE 9 243 Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019 estas regiões são braços face posterior três a quatro dedos abai xo da axila e acima do cotovelo nádegas quadrante superior lateral externo coxas face ante rior e lateral externa superior quatro dedos abaixo da virilha e acima do joelho abdômen re giões laterais direita e esquerda com distância de três a quatro dedos da cicatriz umbilical PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as administrações proceder com a antissepsia da pele conforme Quadro 8 Descrição da Imagem a figura mostra os diferentes locais onde pode ser feita a aplicação subcutânea de insulina Temos vários locais pelo corpo e em todos eles temos uma boa espessura de tecido adiposo nas laterais do abdômen na região externa lateral das coxas na face posterior e superior dos glúteos e face posterior dos braços Figura 8 Regiões recomendadas para a administração de medicamentos por via subcutânea Fonte adaptada de Gouveia et al 2022 244 1 Segurar uma compressa seca ou um algodão entre dois dedos da mão não dominante para uso posterior Ter material acessível para fazer a pressão no lu gar depois da remoção da agulha 2 Retirar o protetor da agulha Segurar a serin ga na mão dominante como se fosse um dardo usando o polegar e os dedos indicador e médio Utilizar a agulha recomendada para a aplicação de insulinas Para outros medicamentos ou vacinas utilizar a agulha indicada nas referências técnicas dos fabricantes ou nos guias para vacinas Posicionar a seringa Garantir que o tecido subcutâneo seja atingido 3 Com os dedos polegar e indicador da mão não dominante podendo acrescentar o dedo médio fazer uma prega subcutânea para mostrar o tecido subcutâneo formando uma dobra que se desta que da camada muscular Há situações em que se dispensa a formação da prega cutânea Garantir que o medicamento seja aplicado no te cido subcutâneo 4 Num movimento único rápido e firme inserir a agulha na prega subcutânea em um ângulo de 90º ou 45º em relação à superfície epidérmica dependendo do comprimento da agulha e da es pessura do tecido subcutâneo Em indivíduos muito magros e crianças tecido subcutâneo com reduzida espessura o ângulo de inserção da agulha deve ser de 45º Garantir equilíbrio e firmeza das mãos para a in serção correta da agulha 5 Injetar o medicamento de modo lento e cons tante 1 mL a cada 10 segundos A injeção lenta e constante permite uma distensão gradual do tecido e a difusão do medi camento com o mínimo de pressão 6 Depois da administração aguardar cerca de 10 segundos Permitir que o medicamento se difunda no tecido subcutâneo e não reflua 7 Remover a seringa num movimento único e rápido na mesma angulação com que foi inseri da e soltar a prega cutânea Usando a mão que segura a seringa dominante acionar o dispositivo de segurança Descartar de pronto a seringa e a agulha no coletor de descarte de materiais perfu rocortantes Nunca reencapar nem desconectar agulhas depois do uso Promover o conforto e prevenir lesão do tecido Evitar acidentes e promover a correta destinação de resíduos 8 Comprimir de pronto o lugar de injeção com uma compressa seca ou algodão sem massagear Evitar a formação de hematoma sem alterar a absorção do produto injetado 9 Colocar um esparadrapo no lugar de aplicação 10 Higienizar as mãos Selar o lugar de aplicação Promover o controle de infecção Quadro 9 Técnica de aplicação por via subcutânea SC Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 245 Sem dúvida a via mais utilizada em farmácias é a via intramuscular Um dos passos do procedi mento inicial para a administração de medicamentos consiste na identificação do lugar mais adequado Na via IM depois da seleção do músculo deve se escolher com rigor o lugar para a in serção da agulha São encontradas na literatura científica atual publicações que apresentam di versos métodos para a identificação dos lugares corretos de administração intramuscular nos diferentes músculos Você verá nas tabelas abaixo os métodos de delimitação com base em refe rências técnicas que são comumente utilizados na prática clínica para aplicação intramuscular PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada sentada ou deitada com o ombro e o terço superior do braço expostos Fletir o cotovelo e pousar o bra ço do paciente sobre o colo en corajandoo a manter o músculo relaxado Este lugar corresponde a uma inter seção entre duas linhas Uma delas é vertical e deve ser delimitada a partir do centro do acrômio A outra linha horizontal deve seguir desde a extremidade anterior da axila até a sua extremidade posterior Palpar a integridade do lugar de aplicação e observar a pele Reduzir o descon forto pelo maior relaxamento do lugar de adminis tração Evitar a presença de anomalias in terferentes Quadro 10 Local de administração no músculo deltoide Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 e Australian Technical Advisory Group on Immunisation 2018 O músculo deltoide é um músculo pequeno com pequena capacidade de absorção De 2 a 3 ml no máximo e dada a possibilidade de lesão do nervo radial atualmente recomendase esta região apenas para aplica ção de vacinas não sendo mais utilizado com tanta frequência para aplicação de outros medicamentos 246 PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada decúbito ventral com rotação dos pés para dentro e com a região glútea ex posta Dividir a região glútea em quatro seções traçando duas linhas ima ginárias formando uma cruz a ho rizontal segue a partir da região do cóccix e a vertical percorre o centro do glúteo O lugar de administração cor responde ao quadrante superior externo Palpar a integridade do lugar de aplicação e observar a pele Reduzir o descon forto pelo maior re laxamento do lugar de administração Evitar a presença de anomalias in terferentes Quadro 11 Local de administração na região dorsoglútea Fonte adaptado de Placido e Guerreiro 2015 e Elgellaie Ashcroft e Larkin 2018 A região do dorsoglúteo é amplamente utilizada no entanto dada a possibilidade de lesão do nervo ciático durante sua aplicação é recomendado que ela seja descontinuada para aplicação preferindose a região do ventroglúteo Nesta região é possível aplicar até 5ml embora alguns autores recomendem no máximo 4 ml UNICESUMAR UNIDADE 9 247 PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada em decúbito dorsal ou lateral Se em decúbito lateral fletir o joelho da perna que se encon tra no plano superior sobre a perna que está em contato com a maca deixando a coxa ligei ramente pendida para a frente Se em decúbito ventral fazer a rotação dos pés para dentro Para os passos seguintes o profissional deve usar a mão oposta ao lado do paciente onde será feita a injeção Colocar a palma da mão sobre o grande trocanter cabeça do fêmur e o dedo indicador sobre a espinha ilíaca ânterosuperior Apontar o polegar para a re gião inguinal e os outros de dos para a cabeça Deslizar o dedo médio ao longo da crista ilíaca ântero superior em direção à região dorsal formando um V O lugar de administração é o centro do triângulo formado pelos dedos indicador e médio Palpar a integridade do lugar de aplicação e observar a pele Reduzir o desconforto pelo maior relaxamen to do lugar de adminis tração Evitar a aplicação em lugares onde houver anomalias interferentes Quadro 12 Aplicação em região ventroglútea Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 e Greenway 2004 Na busca de alternativas para eliminar as complicações relacionadas ao uso do músculo glúteo má ximo em 1954o anatomista suíço Von Hochstetter identificou e comprovou por meio de várias investigações que a região ventroglútea é o local que menor risco oferece ao cliente devido ao fato de ser livre de vasos ou nervos importantes e à menor espessura de seu tecido subcutâneo se comparado aos músculos das regiões dorsoglútea face ântero lateral da coxa e deltoidea também utilizados para a administração de medicamentos por via intramuscular GODOY NOGUEIRA MENDES 2004 Assim podemos afirmar que a primeira escolha para aplicação intramuscular é a região do ven troglúteo visto que ela representa a região mais segura e confortável para o paciente Eu mesma já tive inúmeras experiências com aplicação na região do ventroglúteo Já fiz esta aplicação em inúmeros pa cientes e posso lhes assegurar que é segura e confortável O fato dela ser confortável está relacionado ao fato de que nesta região temos poucos neurônios sensitivos o que faz com quem o paciente praticamente sente a agulha e medicação sendo introduzidos na sua pele Nesta região é possível aplicar até 5 ml e é 248 uma região onde não há nervos que possam ser lesionados além de ser menos vascularizada se compa rada com a região do glúteo Se dúvidas alguma é a primeira escolha para uma aplicação intramuscular PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada dei tada ou sentada com a coxa exposta Dividir a área que vai desde o joelho até o grande trocanter Devese localizar a parte mé dia central que corresponde ao terço médio do músculo vastolateral Palpar a integridade do lu gar de aplicação e observar a pele Se deitada fletir o joelho e tombar ligeiramente a perna para o lado contrário àquele em que vai ser administrada a injeção Se sentada ou deitada confirmar se a posição permite o relaxamento do músculo Reduzir o descon forto pelo maior re laxamento do lugar de administração Evitar a presença de anomalias in terferentes Quadro 13 Aplicação no músculo ântero lateral da coxa Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 Esta região é a primeira escolha para aplicação em crianças até os três anos de idade sendo muito comum na aplicação de vacinas Em adultos podem ser administrados até 4 ml mas ela tem o incon veniente de ser extremamente dolorida PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as administrações proceder com a antissepsia da pele 1 Segurar uma compressa seca ou um algodão entre dois dedos da mão não dominante para uso posterior Ter material acessível para fazer a pressão no lu gar após a remoção da agulha do tecido muscular 2 Retirar o protetor da agulha Segurar a serin ga na mão dominante como se fosse um dardo usando o polegar e os dedos indicador e médio Assegurar que a agulha usada tem o comprimento adequado ao músculo no qual vai ser administra do o medicamento Posicionar a seringa Garantir que se atinja o tecido muscular sem lesar as estruturas subjacentes UNICESUMAR UNIDADE 9 249 3 Esticar a pele com a mão não dominante e num movimento único rápido e firme inserir a agulha no tecido muscular num ângulo de 90º em relação à superfície epidérmica Garantir a inserção da agulha no músculo com o mínimo desconforto 4 Segurar a seringa e puxar ligeiramente o êmbolo para trás aspirando durante 5 a 10 segundos Se aparecer sangue na seringa retirar e descartar todo o material preparar outra seringa e repetir o procedimento Garantir que o bisel da agulha não se encontra em um vaso sanguíneo Nas aplicações IM na região dorso glútea deve se sempre fazer a aspiração 5 Injetar o medicamento de modo lento e cons tante 1 mL a cada 10 segundos A injeção lenta e constante permite a distensão do tecido muscular e a difusão do medicamento com mínima pressão local 6 Depois da administração do medicamento aguardar cerca de 10 segundos Permitir que o medicamento se difunda no tecido muscular e não reflua 7 Remover a seringa num movimento único e rápido na mesma angulação com que foi inserida Usando a mesma mão dominante acionar o dis positivo de segurança Descartar de pronto a seringa e a agulha no co letor de descarte de materiais perfurocortantes Nunca reencapar nem desconectar agulhas após o uso Promover o conforto e prevenir a lesão tecidular Evitar acidentes e promover a destinação correta dos resíduos 8 Comprimir de pronto o lugar de injeção com algodão ou compressa seca que está na mão não dominante sem massagear Evitar a formação de hematoma sem alterar a absorção esperada 9 Colocar um esparadrapo no lugar de aplicação Selar o lugar de aplicação 10 Higienizar as mãos Promover o controle de infecção Quadro 14 Técnica de administração de medicamentos por via intramuscular Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 Você se lembra do caso clínico que eu contei lá no início da nossa unidade Da paciente que foi à far mácia para aplicar o seu contraceptivo e ele vazou na roupa depois que foi aplicado Então agora vou revelar a técnica especial que chamamos de trilha em Z e que evita o refluxo da medicação A técnica que se o farmacêutico tivesse executado com precisão naquela paciente o seu contraceptivo não teria refluxo vazado na roupa A técnica em Z é recomendada quando se administram medicamentos muito irritantes de compo sição muito viscosa oleosos como os anticoncepcionais sais de ferro e neurolépticos antipsicóticos 250 Ela garante acima de tudo precisão de dose e reações adversas importantes por refluxo da medicação a tela subcutânea A mão não dominante deve puxar a pele por pelo menos 1 cm lateralmente ou para baixo e mantê la afastada até o término do procedimento soltando a simultaneamente à retirada da agulha Dessa forma a pele afastada tem uma função de válvula sobrepondo o percurso feito pela agulha o que im pede o refluxo do produto Atualmente trata se de técnica que pode ser utilizada em todas as regiões de aplicação intramuscular NICOLL HESBY 2002 apud GOUVEIA et al 2022 PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as administrações proceder com a antissepsia da pele 1 Segurar uma compressa seca ou um algodão entre dois dedos da mão não dominante para uso posterior Ter material acessível para fazer a pressão no lugar após a remoção da agulha do tecido muscular 2 Retirar o protetor da agulha Segurar a serin ga na mão dominante como se fosse um dardo usando o polegar e os dedos indicador e médio Assegurar que a agulha usada tem o comprimento adequado ao músculo no qual vai ser administra do o medicamento Posicionar a seringa Garantir que se atinja o tecido muscular sem lesar as estruturas subjacentes 3 Com a parte lateral da mão não dominante repuxar a pele do lugar de injeção e o tecido sub cutâneo subjacente por pelo menos 1 cm lateral mente ou para baixo Num movimento único rápido e firme inserir a agulha no tecido muscular com a mão dominante num ângulo de 90º em relação à superfície epidér mica Manter a pele firme nessa posição até o fim do procedimento Evitar o refluxo do medicamento através da per furação feita pela agulha Garantir a inserção da agulha no músculo com mínimo desconforto 4 Com a mão dominante puxar ligeiramente o êmbolo aspirando durante 5 a 10 segundos Se aparecer sangue na seringa retirar e descartar todo o material preparar outra seringa e repetir o procedimento Garantir que o bisel da agulha não atinja um vaso sanguíneo 5 Injetar o medicamento de modo lento e constante 1 mL a cada 10 segundos A injeção lenta e constante permite a distensão gradual do tecido e a difusão do produto com o mínimo de pressão local 6 Após a administração aguardar cerca de 10 segundos Após a administração aguardar cerca de 10 segundos UNICESUMAR UNIDADE 9 251 7 Remover a seringa num movimento único e rápido na mesma angulação com que foi inserida soltando simultaneamente a pele Promover conforto e prevenir a lesão tecidual Ao soltar a pele o trajeto da agulha vai sendo fechado impedindo o refluxo do produto 8 Comprimir de pronto o lugar de injeção com a compressa seca que está na mão não dominante sem massagear Evitar a formação de hematoma sem alterar a absorção 9 Colocar um esparadrapo no lugar de aplicação Selar o lugar de aplicação 10 Fazer a higiene das mãos Controle de infecção Quadro 15 Técnica de administração intramuscular com a trilha em z Fonte adaptado de Gouveia et al 2022 A técnica da trilha em Z é muito importante e quando você entende os benefícios dela fica fácil con cluir que é a técnica que deveria ser utilizada para aplicação de qualquer tipo de medicamentos por via intramuscular Inclusive vários autores já recomendam esta técnica inclusive para aplicação de vacinas Esta unidade foi muito intensa eu sei Mas fica tranquilo Logo você estará expert nisto tudo e para isto a profe Patricia vai dar um conselho coloque em prática a minha técnica do EPC Estudar praticar e caprichar Estude Você precisa ter um bom método de estudo você precisa estudar a teoria para saber o que fazer e como fazer entenda os porquês Depois de praticar não tenha medo de colocar em prática o que estudou e capriche capriche muito É um ciclo e você nunca vai parar de aprender de estudar e de melhorar E lembrese Errar não é uma opção Não perca o nosso podcast É nosso último PODCAST e eu já estou com saudades Trabalhar estes assuntos com você nestas unidades de conteúdo foi tão bom tão in tenso e eu espero que tenha gostado Eu dei o melhor de mim e neste último PODCAST eu quero falar de farma para farma Quero falar com você sobre responsabilidade sobre estar preparado sobre não errar Venha logo que estou esperando você Será nossa saideira 252 O serviço de aplicação de injetáveis é um serviço essencial para a população Imagina só sair do con sultório médico com uma prescrição ir até a farmácia comprar a injeção e não ter um profissional decididamente capacitado para fazer a aplicação Portanto nossa responsabilidade é muito grande Por isto eu já disse aqui que errar não é uma opção Nós não podemos errar pois não podemos submeter nossos pacientes a riscos e ao dolo Quando um paciente procura você na farmácia para aplicação de uma injeção ele confia que você esteja preparado Então estude treine e acima de tudo acredite em você UNICESUMAR 253 Agora proponho que você construa um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu aproveitamento nesta unidade do ciclo de aprendizagem O Mapa de Empatia é uma ferramenta simples e visual utilizada para descobrir como você assimilou o conhecimento partindo dos seus sentidos ações e reflexões O mapa é eficiente para que possamos juntos entender simultaneamente a forma com a qual obtive organizei e disponi bilizei o conteúdo bem como o impacto e os resultados do conteúdo no seu aprendizado Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orientações O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre o conteúdo Faça um resumo geral do que conseguiu capturar na sua leitura nas ilustrações e nos vídeos Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu esta percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas cren ças de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu comportamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem estes sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a desejar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar estes pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expectativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 254 1 Durante nossa unidade nós falamos de como o serviço de aplicação de injetáveis é um serviço essencial sério e que Errar não é uma opção isto quer dizer que além do profissional estar preparado para executar o procedimento ele precisa cercarse de cuidados para evitar erros e esquecimentos Pensando nisso comente sobre os CINCO certos da aplicação de injetáveis que podem contribuir para o sucesso deste procedimento Pense nos cinco certos e demons tre o quê como e quando 2 Sobre a oferta do serviço farmacêutico de aplicação de injetáveis em farmácias e drogarias marque a alternativa correta a Segundo a RDC 44 ANVISA é permitida a administração de medicamentos nas farmácias e drogarias no contexto do acompanhamento farmacoterapêutico sendo permitida a admi nistração de quaisquer medicamentos desde que o paciente apresente prescrição médica b Segundo a RDC 44 ANVISA em seu artigo 74 é permitida a administração de medicamentos nas farmácias e drogarias no contexto do acompanhamento farmacoterapêutico sendo ve dada a administração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar c A mesma RDC deixa bem claro que os medicamentos para os quais é exigida a prescrição médica devem ser administrados mediante apresentação de receita e após sua avaliação por um funcionário da farmácia d Em situações especiais por exemplo quando um paciente já tem o hábito de tomar deter minado medicamento ele pode dirigirse a sua farmácia de confiança e a aplicação pode ser feita pelo profissional que já conhece o paciente e Não há obrigatoriedade de apresentação de prescrição médica para que o paciente receba a medicação na farmácia 3 As formas parenterais diferem de outras formas farmacêuticas pelo fato de serem adminis tradas diretamente no tecido do corpo A produção dessas preparações obedece a um rigo roso controle da pureza e da qualidade do princípio ativo e de excipientes Essas preparações precisam ter características e exigências específicas sobre estas características e exigências avalie as afirmativas a seguir I Esterelidade que é a ausência de microorganismos é obtida por processos de filtração radiação ou calor II Apirogenia que diz respeito à ausência de pirogênios substâncias produzidas por microor ganismos geralmente polissacarídeos que quando injetados em seres humanos ou animais provocam a diminuição da temperatura do corpo III Dentre os pirogênios mais potentes que podem alterar a temperatura corporal e que não podem estar presentes nos injetáveis temos as endotoxinas bacterianas IV É muito importante que as preparações injetáveis tenham um pH superior ao tecido no qual serão administrados 255 V A isotonia é o estado de equilíbrio osmótico entre dois meios no qual uma solução tem uma tensão osmótica igual à de outra solução Marque a alternativa correta a Estão corretas I II e IV b Estão corretas II III e IV c Estão corretas I III e V d Estão corretas III IV e V e Todas estão corretas 4 Sobre a técnica de aplicação por trilha em Z analise as alternativas relacionadas a seguir I A trilha em Z pode ser usada para aplicação por todas as vias IM SC ID e EV II A trilha em Z é uma técnica que garante a precisão de dose por evitar o refluxo do medica mento III Tratase de uma técnica muito utilizada para aplicação de hormônios e substâncias irritantes IV Um dos pontos importantes para o sucesso da trilha em Z além de uma execução da técnica perfeita é a escolha da agulha adequada a anatomia do paciente V Independente da agulha usada na aplicação por trilha em Z ela sempre será efetiva em evitar o refluxo da medicação Marque a alternativa correta a As afirmativas I II e III estão corretas b As afirmativas II IV e V estão corretas c As afirmativas III IV e V estão corretas d As afirmativas I IV e V estão corretas e As afirmativas II III e IV estão corretas 256 UNIDADE 1 ALVAREZ I R Farmacia clínica sus objectivos y perspectivas de desarrollo In ARANCIBIA A et al Fun damentos de farmacia clínica Santiago de Chile PIAD 1993 p 313 ANGONESI D SEVALHO G Atenção farmacêutica fundamentação conceitual e crítica para um modelo brasileiro Ciência Saúde Coletiva Rio de 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trabalho de educação permanente 84 p Disponível em httpswwwcfforgbruserfilesalgorit mosdepraticaclinicapdf Acesso 14 dez 2022 BRASIL Conselho Federal de Farmácia Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013 Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências Conselho Federal de Farmácia Brasília 2013a Disponível em httpswwwcfforgbruserfilesfileresolucoes585pdf Acesso em 14 dez 2022 BRASIL Conselho Federal de Farmácia Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013 Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências Conselho Federal de Farmácia Brasília 2013b Disponível em ht tpswwwcfforgbruserfilesfilenoticiasResoluC3A7C3A3o58613pdf Acesso em 14 dez 2022 GALATO D et al 2015 Brasília Conselho Federal de Farmácia Curso online Prescrição farmacêutica no manejo de problemas de saúde autolimitados módulo 2 unidade 3 documentação do processo de atendimento e da prescrição farmacêutico na atenção à saúde Disponível em httpswwwcfforg bruserfilesApostila203pdf Acesso em 14 dez 2022 MELO A C et al 2021 Brasília Conselho Federal de Farmácia Guia de prática clínica sinais e sintomas res piratórios tosse 168 p Disponível em httpswwwcfforgbruserfilesGuiaTossepdf Acesso 17 dez 2022 263 UNIDADE 8 BARROSO W K S RODRIGUES C I S BORTOLOTTO L A MOTAGOMES M A BRANDAO A A FEI TOSA A D M Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial 2020 Arq Bras Cardiol 2021 1163516 658 Disponível em httpdepartamentoscardiolbrsbcdhaprofissionalpdfDiretrizHAS2020pdf Acesso em 4 jan 2023 BOVO F WIANIEWSKI P MORSKEI M M L Atenção farmacêutica papel do farmacêutico na promo ção da saúde Biosaúde Londrina v 11 n 1 p 4356 janjun 2009 Disponível em httpwwwuel brccbpatologiaportalpagesarquivosBiosaude20v2011202009BSv11n1DF43pdf Acesso em 4 jan 2023 BRASIL Conselho Federal de Farmácia Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013 que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências Diário Oficial da União Poder Executivo Brasília DF 25 set 2013 Seção 1 p 1868Disponível em httpswwwcfforgbruserfilesfileresolu coes585pdf Acesso em 4 jan 2023 BRASIL POP 11 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRAO AFERIÇAO DA GLICEMIA CAPILAR ADULTO GARCIA et al 2016 Hospitais Universitários Federais 2016 Disponível em httpswwwgovbrebserh ptbrhospitaisuniversitariosregiaosudestehuggunirioacessoainformacaodocumentosinstitucio naispopsenfermagemgeralpop11afericaodaglicemiacapilaradultopdf Acesso em 5 jan 2023 BRASIL POP 12 Portal boas práticas farmacêuticas Disponível em httpwwwboaspraticasfarma ceuticascombr201112pop012perfuracaodolobuloauricularhtml Acesso em 5 jan 2023 BRASIL POP 32 Procedimento operacional padrão aferição da temperatura corporal Prefeitura Municipal de Londrina PR 2021 Disponível em httpsaudelondrinaprgovbrimagesprotocoloscli nicossaude32AFERIC387C383ODATEMPERATURACORPORALpdf Acesso em 5 jan 2023 BRASIL Resolução RDCANVISA nº 44 de 17 de agosto de 2009 Dispõe sobre Boas Práticas Farma cêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Disponível em httpsbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2009rdc004417082009pdf Acesso em 21 jun 2023 DOBLINSKI P M F OLIVEIRA C L CATEN A T Assistência Farmacêutica Domiciliar na Vila Boa Espe rança do Município de Toledo Revista Infarma v 14 nº 78 Pharmacia Brasileira Brasília p 7275 2001 Disponível em httpsrevistascfforgbrjournalinfarmapagearticleopviewpath5B 5D926path5B5D702 Acesso em 4 jan 2023 SOARES L A DUARTE L C S MARTINS J F MORAIS J O CARDOSO E B PEREIRA M L SANCHES C BALDONI A O Arcabouço legal para implantação e execução dos serviços farmacêuticos relacionados à farmácia clínica Brazilian Journal of Health and Pharmacy v 2 n 4 p 2637 2020 Disponível em httpsbjhpcrfmgorgbrcrfmgarticleview11074 Acesso em 3 jan 2023 264 UNIDADE 9 BRASIL Resolução RDCANVISA nº 44 de 17 de agosto de 2009 Dispõe sobre boas práticas farma cêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Disponível em httpsbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2009rdc004417082009pdf Acesso em 21 jan 2023 GODOY S DE NOGUEIRA M S MENDES I A C Aplicação de medicamentos por via intramuscular análise do conhecimento entre profissionais de enfermagem Revista da Escola de Enfermagem da USP v 38 USP 2004 382 jun 2004Disponível em httpswwwscielobrjreeuspa9ML5tRHTDVpxb mXsPTpQ73Glangpt Acesso em 21 jan 2023 GOUVEIA C A C et al 2022 Brasília Conselho Federal de Farmácia Administração de vacinas e de outros medicamentos injetáveis por farmacêuticos uma abordagem prática Conselho Federal de Farmácia Brasília Conselho Federal de Farmácia PDF 284 p Disponível em httpscfforgbr userfilesADMINISTRACAOVACINAS20EBOOKpdf Acesso em 22 jan 2023 PLÁCIDO G M GUERREIRO M P coord Administração de vacinas e medicamentos injetá veis por farmacêuticos uma abordagem prática Lisboa Ordem dos Farmacêuticos 2015 260 p Disponível em httpswwwordemfarmaceuticosptfotosqualidadeadministracaodevacinaseme dicamentosinjetaveisporfarmaceuticosumaabordagempratica17036922485cacca3188654pdf Acesso em 22 jan 2023 SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 20192020 São Paulo Clannad Editora Científica 2019 Disponível em httpwwwsaudebagovbrwpcontent uploads202002DiretrizesSociedadeBrasileiradeDiabetes20192020pdf Acesso em 22 jan 2023 265 UNIDADE 1 1 O modelo de ensino adotado pelo Brasil contemplava a formação a partir de habilitações nas áreas de análises clínicas industrial ou de alimentos As disciplinas de clínicas como Farmacologia Clínica Farmacoterapia e Semiologia simplesmente inexistiam na prática enquanto disciplinas como Química Orgânica Química Analítica e FísicoQuímica dominavam o ciclo básico O profissional farmacêutico estava muito distante do paciente Com a Lei nº 5991 o famélico se distanciava mais ainda do pa ciente já que a legislação tratava essencialmente do comércio farmacêutico Nessa época o profis sional farmacêutico era uma peça rara em farmácias ele quase desapareceu O que tínhamos eram profissionais farmacêuticos que simplesmente assinavam pela farmácia ou seja o farmacêutico era considerado o responsável técnico pela farmácia mas não prestava a assistência devida A população ficava sem receber a atenção clínica do farmacêutico e permanecia à mercê do mercantilismo de alguns proprietários de farmácias infelizmente Todavia esse panorama mudou completamente com o advento da Farmácia Clínica e da Atenção Farmacêutica Após a implantação do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e do primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM no Brasil começaram os movimentos nas universidades brasileiras para inserir algumas disciplinas como Farmácia Hospita lar Farmácia Clínica e Farmacoterapia o que gerou o início das atividades clínicas fora dos hospitais Foram criados cursos de especialização em Farmácia Hospitalar que representaram um divisor de águas na história da Farmácia Hospitalar no Brasil sobretudo porque os mais de 200 farmacêuticos que deles participaram habilitaramse a implantar ou implementar serviços de Farmácia Hospitalar em hospitais de todos os estados da federação Diante disso na década de 1990 o farmacêutico começou a retornar às origens e reencontrou a própria vocação assistencial e clínica nos hospitais farmácias e drogarias Além disso começou a encontrar espaço na indústria farmacêutica em departamentos de pesquisa clínica Serviço de Atendimento ao Cliente SAC e farmacovigilância Surge nessa época a Atenção Farmacêutica que emergiu como uma proposta concreta de reaproximar definitivamente o farmacêutico do paciente Dessas evidências temse agora um novo contingente de farmacêuticos diferenciados pela verticalização de conhecimentos sobre a natureza clínica do medicamento e não menos vigilante no que tange às reações adversas em uma incessante busca pela racionalidade do uso 2 B A afirmativa I está correta porque a ida dos professores para fazer pósgraduação no Chile foi crucial para o desenvolvimento da farmácia clínica A afirmativa II está incorreta pois a criação do primeiro serviço de Farmácia Clínica aconteceu em 1979 e não no início dos anos de 1990 A afirmativa III tam bém está certa visto que os cursos de pósgraduação em Farmácia Hospitalar foram grandes divisores de águas no desenvolvimento da Farmácia Clínica A afirmativa IV também está correta já que um dos principais objetivos da Farmácia Clínica era reaproximar o farmacêutico do paciente A afirmativa V está errada pois o país que mais contribuiu para a vinda da Farmácia Clínica para o Brasil foi o Chile 3 A O compartilhamento de decisões e responsabilidades com o paciente é o grande objetivo da Farmácia Clínica A alternativa B está incorreta pois as intervenções são de farmacêuticos e não são intervenções médicas A alternativa C está incorreta dado que se trata da identificação de problemas relacionados à Farmacoterapia e não ao diagnóstico do paciente A alternativa D está incorreta porque a Atenção Farmacêutica não cuida do abastecimento do armazenamento e do controle de qualidade de me dicamentos A alternativa E está incorreta pois o plano de cuidado é elaborado pelo farmacêutico e pelo paciente e não pelo médico 266 4 C A afirmativa I está correta visto que a Atenção Farmacêutica satisfaz às necessidades sociais o que propicia melhores resultados com a Farmacoterapia A afirmativa II também está correta pois as ações do farmacêutico dizem respeito principalmente atos clínicos voltados ao paciente individualmente A afirmativa IV também está correta porque na Atenção Farmacêutica o profissional garante que o paciente cumpra os esquemas farmacoterápicos prescritos e siga o plano de assistência procurando alcançar resultados positivos ao final 5 C A alternativa A está errada pois a clínica farmacêutica não tem como objetivo exclusivo reduzir os custos com o tratamento A alternativa B está errada porque a clínica farmacêutica avalia a efetividade e a segurança dos tratamentos A alternativa D está errada dado que a clínica farmacêutica educa os pacientes sobre medicamentos e problemas de saúde A alternativa E está errada uma vez que a clínica farmacêutica promove a adesão do paciente ao tratamento por intermédio de ações diversas como orientação terapêutica redução de complexidade de tratamento e provisão de recursos que apoiem a tomada dos medicamentos 6 D A afirmativa I está errada pois os PRMs são identificados de acordo com a necessidade a efetividade e a segurança A afirmativa II está correta já que a atenção farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica Compreende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doen ças e na promoção e na recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde A afirmativa III também está certa pois o consenso brasileiro buscou estabelecer alguns macrocomponentes educa ção em saúde orientação farmacêutica dispensação atendimento farmacêutico acompanhamento seguimento farmacoterapêutico registro sistemático das atividades e mensuração e avaliação dos resultados A afirmativa IV também está correta já que o PRM é um problema de saúde que interfere ou pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário A afirmativa V está errada uma vez que o farmacêutico busca a resolução de problemas que envolvam ou não o uso de medicamentos e não apenas o uso de medicamentos UNIDADE 2 1 B A afirmativa I está correta já que a farmacoepidemiologia aplica o raciocínio epidemiológico para es tudar o estudo dos usos e dos efeitos benéficos e adversos das drogas em populações humanas A afirmativa II está errada pois a farmacoepidemiologia estuda os efeitos benéficos e adversos de drogas A afirmativa III está correta visto que as pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população as doenças para as quais são usadas drogas e os problemas e os benefícios que esses medicamentos podem trazer para o ser humano A afirmativa V também está correta já que a farmacoepidemiologia tem como um dos objetivos estudar o medicamento como determinante de saúde ou de doença em uma população ou grupo específico A afirmativa IV está errada pois a farmacoepidemiologia estuda os efeitos dos medicamentos em um grande número de pessoas 267 2 C A Organização PanAmericana de Saúde defende que a farmacovigilância é um instrumento importante para a Atenção Farmacêutica uma vez que com ela é possível prover informações sobre medicamen tos permitindo uma melhor avaliação da relação riscobenefício de um medicamento otimizando os resultados da terapêutica do paciente A farmacovigilância busca identificar e responder os assuntos de segurança a respeito de drogas já comercializadas e não as não comercializadas A farmacovigilância é conhecida como ensaios pós comercialização ou fase IV e tem como um dos principais objetivos a detecção precoce de reações adversas especialmente as desconhecidas O tipo de notificação mais utilizada é a notificação espontânea e não o relato de caso A farmacovigilância deu origem à farma coepidemiologia e não à atenção farmacêutica 3 A A afirmativa I está certa já que o método de notificação espontâneo é particularmente importante no monitoramento de reações adversas a medicamentos raras tardias graves e resultantes de interações farmacológicas decorrentes do uso contínuo de medicamento não descrito em bula e em grupos de pacientes mais vulneráveis como crianças e idosos A afirmativa II também está certa visto que o sis tema NOTIVISA disponibilizado desde 2008 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA é o principal sistema de notificações espontâneas de suspeitas de reações adversas a medicamentos no Brasil A afirmativa IV também está correta porque os Estudos Clínicos Controlados são planejados com o objetivo de determinar exclusivamente a eficácia de um novo medicamento 4 B Os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comerciali zação distribuição prescrição e o uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial sobre as consequências médicas sociais e econômicas resultantes Os estudos de utilização também incluem a prescrição de medicamentos Os estudos de utilização de medicamentos podem contribuir para o for necimento de informações sobre a oferta de medicamentos a qualidade e a seleção de medicamentos o planejamento de ações a qualidade e a quantidade do consumo inclusive os hábitos de prescrição e de adesão ao tratamento O estudo de prescrição é um EUM do tipo qualitativo e não quantitativo 5 E A afirmativa I está correta visto que a dose terapêutica é considerada salvo nos casos em que a prin cipal indicação seja profilática quando será listada A afirmativa III também está correta já que a DDD para determinada substância em preparação simples deverá ser a mesma para a substância em pre paração associada A afirmativa IV também está correta porque as DDD de preparações de liberação controlada e de administração intermitente são consideradas dividindose a dose total administrada no período pelo número de dias de tratamento 6 Passos para a prática baseada em evidências Perguntar ask Compreender o cenário clínico e desenvolver uma pergunta estruturada que possa ser res pondida 268 Pesquisar search Construir uma sintaxe de busca apropriada com descritores e operadores booleanos e identificar as bases de dados apropriadas Avaliar criticamente appraise Avaliar criticamente a metodologia e os resulta dos de um artigo em relação às suas validades interna e externa Integrar integrate Integrar os resultados da pesquisa avaliada criti camente ao cuidado de um paciente específico Avaliar a prática evaluate Avaliar mudanças em sua prática médica atual e identificar oportunidades para melhoria UNIDADE 3 1 C São três categorias necessidade efetividade e segurança com dois tipos de PRM dentro de cada uma destas categorias 2 B A Atenção Farmacêutica é mais efetiva e aceita quando o farmacêutico colabora com o médico pois a relação destes dois profissionais deve ser em prol do bemestar do paciente atendido 3 D Que o farmacêutico analise a situação do paciente a medicação prescrita prepare um plano de segui mento e avalie os resultados encontrados durante este segmento só mediante uma análise criteriosa o farmacêutico conseguirá identificar e resolver os PRM do paciente 4 B Apenas as alternativas II III e V estão corretas As alternativas I e IV estão erradas porque elas estão com as fases trocadas invertidas 5 a Sim no caso clínico em questão o senhor João está sofrendo com um PRM do tipo 3 inefetividade não quantitativa da medicação isso quer dizer que ele está tomando a dose certa mas ela está sendo inefetiva pois ele está tomando no horário errado O Captopril é um antihipertensivo que tem sua absorção diminuída de forma muito considerável se for administrado junto às refeições Deste modo precisa ser administrado antes do café da manhã b O paciente precisa ser orientado que a partir de agora deverá tomar o medicamento em jejum logo que acordar e cerca de 30 minutos depois ele poderá tomar o seu café da manhã Não há necessidade de enviar comunicado ao médico de João apenas fazer as orientações para o paciente e de preferência de forma verbal e também por escrito 269 UNIDADE 4 1 B Estão corretas I III e IV A alternativa II faltou o âmbito individual a alternativa V faltou a produção 2 C A alternativa II está errada pois faltou a recuperação da saúde a alternativa IV está errada pois os materiais educativos são para grupos de pacientes e não para outros profissionais de saúde 3 C Na letra A a relação é com o paciente e não com profissional de saúde Na letra B faltou as habilidades não verbais na letra D faltou a atuação como líder na letra E a escuta é ativa e não passiva 4 A Na letra B a diferença é entre adultos e idosos na letra C incluise também as expressões faciais na letra D podem ou não seguir padrões culturais na letra E incluise ainda a adaptação UNIDADE 5 1 a A paciente em questão está tendo um PRM do tipo 3 de efetividade O medicamento que ela toma o sulfato ferroso não está sendo efetivo pois está sofrendo uma interação com os alimentos e não está sendo absorvido corretamente Por isto ela não melhora da sua anemia b Para resolver o problema a paciente precisa ser orientada a tomar o sulfato ferroso meia hora antes das refeições e de preferência com um suco de fruta ácido limonada ou suco de abacaxi O PH ácido melhora substancialmente a absorção do sulfato ferroso por isto ele deve ser ingerido antes das refeições e com sucos ácidos 2 B Número I está errada porque cura de doença é pneumonia bacteriana amigdalite estreptocócica Número III está errada porque prevenção de doença é osteoporose infarto agudo do miocárdio 3 C Temos três categorias de PRM indicação segurança e efetividade e cada uma delas se subdivide em mais duas categorias 270 4 C A alternativa III está errada pois foi o III e não o II Consenso de Granada que modificou o termo PRM para RMN 5 E A alternativa II está errada pois é importante pesquisar se o paciente deseja envolverse nas decisões clínicas e conhecer que tipo de informação deseja receber pois ele precisa envolverse com o processo e tudo precisa ser acordado por isto ele precisa ser ouvido A alternativa V está errada pois o farmacêutico deve expor as opções terapêuticas com seus prós e contras Estas informações devem ser transmitidas de forma compreensível sem jargões médicos com auxílio de desenhos no papel se necessário UNIDADE 6 1 Passo 1 definir o problema de saúde do paciente Passo 2 especificar o objetivo terapêutico Passo 3 verificar a adequação do problema de saúde ao tratamento proposto Passo 4 iniciar o tratamento Passo 5 prover informações tais como instruções e precauções específicas 2 O aluno deverá mostrar um esboço do documento de encaminhamento com as seguintes informações Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde ENCAMINHAMENTO À Ao nome do profissional especialidade ou serviço Prezadoa Dra Encaminho o a paciente nome completo que informaapresenta os seguintes dados subjetivos e objetivos mais relevantes para justificar o encaminhamento em especial descreva os sinais de alerta e as condições especiais quando houver para avaliação À disposição para qualquer esclarecimento Atenciosamente Local e data 271 ASSINATURA Nome completo e número de inscrição do farmacêutico no CRFUF carimboimpressão ou de próprio punho 3 B I certa II errada pois não é um documento obrigatório e pode ser enviado a outros serviços ou outros profissionais III está correta IV errada pois a receita não é um documento obrigatório e V está correta 4 C I está correta II está correta III está errada pois faltou aqui um ponto importante as condutas e in tervenções que serão realizadas com o paciente IV está errada pois se faz necessário o número do conselho de classe ou registro profissional e V está correta 5 B Letra A errada pois no processo do autocuidado pode ser necessário o uso de algum medicamento para ajudar a combater sintomas simples e transitórios provocados pelos transtornos menores Letra C errada O processo de automedicação ou autocuidado pode acontecer e deve ser orientada por um profissional da saúde de preferência o farmacêutico devido ao conhecimento terapêutico que ele detém Letra D errada São os farmacêuticos capacitados em farmácia clínica que têm plenas condições de identificar as condições clínicas autolimitadas propor o tratamento acompanhar os resultados e fazer o encaminhamento quando necessário Letra E errada pois segundo a ResoluçãoCFF nº 5852013 entendese problemas de saúde autolimi tados como enfermidades agudas de baixa gravidade de breve período de latência que desencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente UNIDADE 7 1 Estes protocolos foram estruturados para guiar a anamnese que o profissional farmacêutico deve realizar mediante a queixa do paciente Eles foram desenhados partindo dos sinais eou sintomas referentes aos transtornos autolimitados e direcionam a avaliação da história da doença atual bem como da história clínica e farmacoterapêutica 272 Os protocolos são divididos em três blocos distintos o primeiro bloco se refere às perguntas a serem feitas pelo farmacêutico Partindo desse quadro teremos o segundo bloco onde o farmacêutico avaliará quais situações podem ser manejadas ou tratadas considerando o tratamento farmacológico e não farmacológico e então teremos o terceiro e último bloco onde se preciso for o paciente será encami nhado a outros serviços de saúde Portanto se o paciente apresentar algum sinalsintoma condição de saúde ou característica apresentada no bloco 3 ele deve ser encaminhado Dessa forma para cada pergunta da anamnese o farmacêutico deve avaliar a resposta do paciente e em qual critério a mesma se enquadra Isto pode ficar mais claro no quadro Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Início da anamnese do pacien te com as perguntas sobre o problema de saúde que serão feitas ao paciente Ao analisar as respostas do paciente as situações que es tiverem previstas no quadro verde podem ser manejadas pelo farmacêutico Ao analisar as respostas do paciente as situações que es tiverem previstas no quadro vermelho devem ser encami nhadas a outros profissionais Médico por exemplo Quadro Protocolo para entrevista de Anamnese Fonte a autora 2 B II errada pois é a Resolução nº 5852013 que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e a Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013 regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências IV errada pois o farmacêutico não pode prescrever antibióticos ele pode prescrever apenas medidas não farmacológicas e os medicamentos isentos de prescrição 3 A Alternativa III está errada O farmacêutico deve encaminhar o paciente ao médico quando não há melhora do problema de saúde e ele não pode prescrever antibióticos são medicamentos exclusivos de prescrição médica Alternativa V está errada A responsabilidade por supervisionar a farmacoterapia é do farmacêutico e não do paciente UNIDADE 8 1 C II Está errada pois o ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser separado do destinado a circulação de pessoas e dispensação de medicamentos 273 III Está errada pois o conjunto de materiais para primeirossocorros deve estar identificado e de fácil acesso nesse ambiente farmácia 2 A A letra B está errada o farmacêutico não pode fazer diagnóstico A letra C está errada pois o farma cêutico deve encaminhar o paciente para consulta médica quando um parâmetro bioquímico estiver alterado A letra D está errada pois os parâmetros que podem ser verificados em farmácia são pressão arterial temperatura corporal e glicemia capilar A letra E está errada pois o farmacêutico não pode alterar a medicação do paciente sem uma nova consulta médica 3 D Alternativa II está errada pois devem ser feitas três medidas da PA e não apenas duas Alternativa IV está errada pois após a medida da pressão arterial deve ser feito o registro na DSF da média das duas últimas leituras da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida 4 E A II está errada pois o farmacêutico não pode instituir terapia farmacológica para o paciente ele deve adotar medidas terapêuticas mediante índice apresentado pelo paciente conforme prescrição médica ou até mesmo encaminhar o paciente ao médico em caso de necessidade A IV está errada pois se o paciente apresentar doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral de superfície lisa e consistência endurecida Ele deverá apresentar autorização médica a ser retida na drogaria para realização do procedimento 5 O aluno deverá descrever os seguintes passos Técnica de verificação de temperatura axilar 1 Higienizar as mãos 2 Reunir o material necessário na bandeja 3 Orientar o usuário ou acompanhante quanto ao procedimento a ser realizado 4 Posicionar o cliente sentado ou deitado em repouso 5 Enxugar a axila do cliente com papel toalha caso seja necessário 6 Realize a desinfecção do termômetro utilizando algodão embebido em álcool a 70 7 Colocar o bulbo do termômetro no oco da axila distal posicionando o braço transversalmente sobre o tórax 274 8 Manter o termômetro de acordo com a orientação do fabricante ou Aguardar o tempo de espera que será indicado pelo alarme sonoro do próprio termômetro 9 Retirar o termômetro e fazer a leitura 10 Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool 70 11 Realizar higienização das mãos 12 Realizar registro na declaração de serviços farmacêuticos UNIDADE 9 1 O aluno deverá descrever ou até desenhar um esquema com os cinco certos a saber 2 B O farmacêutico pode administrar medicamentos em farmácias e ele não pode administrar medica mentos de uso exclusivo hospitalar na farmácia 3 C A alternativa I está correta visto que estes são os três processos obtidos para promover a esterilidade do medicamento A alternativa III também está correta já que os pirogênios alteram a temperatura corporal e não podem estar presentes na formulação A alternativa V também está correta visto que a isotonia diz respeito ao equilíbrio osmótico 4 E A alternativa II está correta já que a trilha em Z garante a precisão de doses nas aplicações a alternativa III também está correta pois é uma técnica muito eficaz para aplicação de hormônios e substâncias irritantes e a alternativa IV também está correta pois além de dominar a técnica o profissional precisa saber escolher a agulha adequada para a aplicação MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO
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PROFESSORA Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski Atenção Farmacêutica e Serviços Farmacêuticos ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4 Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 PRODUÇÃO DE MATERIAIS Coordenador de Conteúdo Sidney Edson Mella Junior Designer Educacional Patrícia Ramos Peteck Curadoria Fernanda Brito Revisão Textual Cindy Mayumi Okamoto Luca Editoração Caroline Casarotto Andujar Larissa Luiz de Souza e Matheus Silva de Souza Ilustração Andre Luis Azevedo da Silva Eduardo Aparecido Alves e Geison Ferreira da Silva Fotos Shutterstock Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Universidade Cesumar UniCesumar U58 FICHA CATALOGRÁFICA Impresso por Bibliotecária Leila Regina do Nascimento CRB 91722 Núcleo de Educação a Distância Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos peloa autora Atenção Farmacêutica e Serviços Farmacêuticos Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski Indaial SC Arqué 2023 280 p il ISBN papel 9788545925460 ISBN digital 9788545925422 Graduação EaD 1 Farmácia 2 Serviços 3 Farmacêuticos 4 Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski I Título CDD 615 AVALIE ESTE LIVRO ACESSE O QRCODE CRIAR MOMENTOS DE APRENDIZAGENS INESQUECÍVEIS É O NOSSO OBJETIVO E POR ISSO GOSTARÍAMOS DE SABER COMO FOI SUA EXPERIÊNCIA Conta para nós leva menos de 2 minutos Vamos lá DIGITE O CÓDIGO 02511438 RESPONDA A PESQUISA Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski Olá queridoa alunoa Eu quero te contar quem é professora Patrícia muito prazer Eu estou aqui para te conduzir na busca pelo conhecimento e também para compartilhar conhecimentos Sou uma farmacêutica apaixonada pela profissão Desde pequenina sonhava em ser farmacêutica Eu brincava de embrulhar as caixinhas de remédio e aplicava injeção nas bonecas Eu fiz magistério por falta de opção e dizia nunca serei professora serei farmacêutica Entrei na faculdade e logo descobri que tinha nascido para ensinar Co mecei a dar aulas particulares para os meus colegas de classe para poder pagar as mensalidades que pesavam no bolso dos meus pais que são professores Acredite eu tinha um caderninho de fiado para as aulas que dava Saí da universidade e passei em um processo seletivo para a mesma universidade em que me graduei no campus de Toledo Lá eu fiz a minha carreira e fui docente por 13 anos sendo que desses fui a coordenadora do curso de Farmácia por 9 anos Saí dessa universidade em 2012 e fui ajudar a construir uma universidade corporativa da indús tria farmacêutica em que atuei por 3 anos e meio Depois disso atuei como docente em uma instituição de ensino superior em Cascavel e atualmente sou coordenadora pedagógica de um polo EaD em Toledo Hoje também me dedico à produção de conteúdo no Instagram Tenho um canal no YouTube e tenho cursos online na área de serviços farma cêuticos um dos temas que vamos desenvolver aqui Eu vou dar o meu melhor aqui pois o meu propósito é impactar po sitivamente a vida de todas as pessoas que passam pela minha vida Preparese pois a nossa convivência neste material de aprendizagem será incrível Um beijo da professora Patrícia httpbuscatextualcnpqbrbuscatextualvisualizacvdo Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim além das informações do meu currículo Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor Sempre que encontrar esse ícone esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bemvinda Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados ampliando as discussões sobre os temas RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento você terá a oportunidade de explorar termos e palavraschave do assunto discutido de forma mais objetiva ATENÇÃO FARMACÊUTICA E SERVIÇOS FARMACÊUTICOS Começaremos este estudo lembrando que o farmacêutico é o profissional do medicamento e que as farmácias são estabelecimentos de saúde No entanto qual é o papel do farmacêutico na atenção farmacêutica e o que ela significa na vida de nossos pacientes Para entender tudo isso conheceremos alguns farmacêuticos muito especiais e que já fizeram história Eu também te convido a escrever uma história linda em sua profissão depois de fazer esta disciplina e ler este livro na íntegra Para que você comece a ter noção do que a atenção farmacêutica pode fazer na vida do paciente eu preciso compartilhar um fato real contigo Aconteceu com a minha família e com a farmacêutica aqui Há cerca de 6 anos fizemos uma viagem de férias para a Serra Gaúcha Fomos conhecer o Vale dos Vinhedos e Gramado Ah como é lindo Passamos pela cidadezinha de Carlos Barbosa onde estava acontecendo a festa do queijo e do vinho É uma festa típica da região Ela acontece todos os anos no mês de julho e digase de pas sagem é maravilhosa Na noite em que fomos a essa festa claro todos tomamos muito vinho Na manhã seguinte seguimos viagem em comboio para Gramado Estávamos em três carros e pelo caminho algo muito estranho aconteceu meu esposo por três vezes sofreu apagões ao volante do carro Na terceira vez ele bateu de leve na traseira do carro do meu primo Depois da batida eu assumi o volante e então chegamos em Gramado Eu não me conformava Meu esposo é um ótimo motorista cauteloso atencioso prudente por que teria feito aquilo Eu me perguntava e os demais que viajavam conosco também não entenderam nada A viagem seguiu e eu depois de dois dias ainda em Gra mado comecei a ligar os pontos e a fazer as perguntas que eu teria feito para um paciente se estivesse em um atendimento de atenção farmacêutica Detalhe casa de ferreiro espeto de pau Eu não fiz as perguntas Eu então lembreime de que na véspera da viagem ele foi ao gastroenterologista que fez o diagnóstico de uma gastrite severa Dentre os medicamentos prescritos estava o Lisador dipirona cloridrato de prometazina e cloridrato de adifenina Meu marido então estava tomando o medicamento de 8 em 8 horas desde a véspera da viagem Agora eu quero que você pare para pensar na relação presente entre a formulação do Lisador e o que aconteceu conosco logo no primeiro dia de viagem a festa do vinho e o quase acidente ocorrido O que poderia ter acontecido com o meu esposo Eu vou te dizer eu fiquei com tanta raiva de mim Como pode uma farmacêutica mestre em Farmacologia e docente de Farmacologia não ter percebido o que estava acontecendo O que tinha acontecido com o meu esposo Eu já te adianto que a atenção farmacêutica pode identificar que o que ocorreu é chamado de Problema Rela cionado a Medicamentos PRM E qual é o problema Como isso ocorreu Você descobrirá junto a mim durante as nossas aulas Espero que esteja preparadoa Durante o período que passaremos juntos nesta disciplina eu quero que você esteja abertoa ao novo ao conhecimento e ao entendimento da magnitude da atenção farmacêutica para a vida profissional do farma cêutico e para a vida do paciente Mais que isso mergulharemos na história da Farmácia Clínica em nosso país Conheceremos o panorama histórico e os conceitos básicos da Farmácia Clínica e do cuidado farmacêutico no Brasil Passearemos pela história linda que cerca o desenvolvimento da atenção farmacêutica no Brasil Em seguida falaremos um pouco da Saúde Baseada em Evidências e da Farmacoepidemiologia Depois estudaremos o método clínico farmacêutico Na sequência destacaremos a importância das habilidades de comunicação para a prática clínica Posteriormente conversaremos um pouco sobre a revisão da Farmacoterapia Logo depois exploraremos os métodos para seguimento farmacoterapêutico e de registro Além disso saberemos como são realizados o manejo dos problemas de saúde autolimitados e a prescrição farmacêutica Para concluir os nossos estudos estudaremos os principais serviços farmacêuticos a saber atenção farmacêutica domiciliar aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos temperatura corporal pressão arterial e glicemia capilar perfuração do lóbulo auricular para a colocação de brincos e por fim a parte que a professora aqui mais ama administração de medicamentos Sim estou falando inclusive dos injetáveis E aí você tem alguma dúvida de que esta disciplina será incrível Eu costumo dizer que a Atenção Farmacêutica é uma atividade essencial dentro do grande leque da assistência farmacêutica Ela é tão especial que permite que o profissional farmacêutico desenvolva um relacionamento muito íntimo e direto com o paciente Os principais objetivos são atingir resultados terapêuticos que contribuam para a qualidade de vida e sobretudo que a farmacoterapia seja racional Desse modo o meu objetivo com esta importante disciplina é levar a você futuroa farmacêuticoa a base a fundamentação teórica de metodologias e modelos de estudos em Atenção Farmacêutica além de desenvolver habilidades farmacêuticas para a promoção do uso seguro e racional de medicamentos Espero que ao final você esteja aptoa para resolver os problemas relacionados ao uso de medicamentos estabelecer objetivos terapêu ticos para o seu paciente e propor em comum acordo com ele ações e métodos para garantir o seguimento da farmacoterapia É um trabalho em conjunto e você é o sujeito essencial para que esse processo aconteça Diante desta importante missão que cabe a você futuroa farmacêuticoa eu preciso que você não tenha medo de ousar de arriscar de tentar e de aprender Seja curiosoa e não se satisfaça com pouco A sede em saber cada vez mais isto é a sede de estar cada vez mais perto do conhecimento para dessa maneira ajudar o seu paciente deve nortear oa profissional farmacêutico que desenvolverá a atenção farmacêutica O meu maior desejo em relação à nossa disciplina é que você consiga se preparar e se fundamentar com base em todos os conceitos e nos ensinamentos apresentados a fim de exercer a Atenção Farmacêutica em toda a sua magnitude Todos os recursos utilizados nesta unidade de conteúdo para te conduzir ao conhecimento foram pensados com muito carinho por mim e por toda a nossa equipe de designers da Unicesumar Esperamos que o seu aprendizado seja incrível 1 2 4 3 5 6 99 11 73 37 PANORAMA HISTÓ RICO E CONCEITOS BÁSICOS DA FAR MÁCIA CLÍNICA E DO CUIDADO FAR MACÊUTICO 143 MANEJO DE PRO BLEMAS DE SAÚDE AUTOLIMITADOS E PRESCRIÇÃO FAR MACÊUTICA I MÉTODO CLÍNICO FARMACÊUTICO SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS E FARMACOEPIDE MIOLOGIA HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO PARA A PRÁTICA CLÍNICA REVISÃO DA FAR MACOTERAPIA 119 7 8 9 167 217 197 MANEJO DE PRO BLEMAS DE SAÚDE AUTOLIMITADOS E PRESCRIÇÃO FAR MACÊUTICA II SERVIÇOS E PRO CEDIMENTOS FARMACÊUTICOS II SERVIÇOS E PRO CEDIMENTOS FARMACÊUTICOS I 1 Nesta unidade você terá a oportunidade de conhecer o panorama histórico e os conceitos básicos da farmácia clínica e do cuidado farmacêutico no Brasil Você entenderá como a farmácia clínica teve início em 1977 Iniciaremos a nossa disciplina com muitas his tórias de farmacêuticos que sempre estiveram à frente do próprio tempo Além disso você saberá o motivo pelo qual inicialmente atribuíase grande ênfase ao ensino da bioquímica em detrimento do aprofundamento de outros conteúdos que são indispensáveis ao exercício de atividades relacionadas ao medicamento Panorama Histórico e Conceitos Básicos da Farmácia Clínica e do Cuidado Farmacêutico Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 12 A preocupação com o usuário de medicamentos começou a ganhar força na década de 1960 diante do uso indiscriminado da Talidomida e das consequências nefastas que isso provocou Tornouse imprescindível a avaliação clínica de novas drogas e o acompanhamento do uso em larga escala dos medicamentos comercializados Você já deve ter ouvido alguém falar eou lido muitas histórias sobre medicamentos Com certeza você conhece o caso da Talidomida um medicamento a princípio inocente e usado para o tratamento de náusea na gestação mas que levou ao nascimento de cerca de 12 mil crianças com má formação O caso da Talidomida representa sem dúvida alguma um marco na regulação de medicamentos No entanto qual é a relação que o caso da Talidomida tem com o farmacêutico e o desenvolvimento da farmácia clínica Defronte ao maior envolvimento do farmacêutico nas questões relacionadas ao uso de medi camentos pelos pacientes passam a existir termos importantes como o Problema Relacionado ao Medicamento PRM que toma forma na significação dada pelo profissional farmacêutico Entretanto por que isso é tão importante para a farmácia clínica e o paciente Com o advento da farmácia clínica começam a surgir algumas ciências como a farmacoepi demiologia e a farmacovigilância que mediante o acompanhamento sistemático da utilização do medicamento melhoram a segurança do usuário de medicamentos Isso é possível graças ao papel crucial do farmacêutico O papel do farmacêutico é ressignificado com o advento da farmácia clí nica e a atenção farmacêutica Eventos como o da Talidomida passam a ser cuidados e monitorados pelo profissional do medicamento o farmacêuti co O surgimento da farmácia clínica resgata o papel do farmacêutico junto ao paciente na promoção do uso seguro e racional de medicamentos Imaginese daqui a alguns anos você estará recémfor madoa e trabalhará por exemplo em uma Unidade Básica de Saúde UBS Você colocará em prática tudo o que aprendeu nesta discipli na Como será participar de todo o processo envolvido na prescrição do médico na UBS Quais orientações você repassará para o paciente quando dispensar a medi cação dele Quais serão as análises que você fará por UNICESUMAR UNIDADE 1 13 exemplo quando ler a prescrição do médico e cruzála com as informações que já tem sobre o paciente na farmácia Imagine por exemplo que o seu paciente é cadastrado no programa de saúde mental e faz uso de importantes anticonvulsivantes Você aplicará os seus conhecimentos em farmácia clínica e farmacologia a fim de en contrar possíveis PRM que possam estar ocorrendo com o seu paciente É importante que você entenda o quanto a farmácia clínica e a atenção farmacêutica têm esse aspecto gritante o cuidado ao paciente e a busca pelo uso seguro e racional de medicamentos Preparese para mergulhar nesse universo e com preender o quanto você pode impactar a vida de um paciente com esses conhecimentos Preparese para descobrir como o profissional farmacêutico pode impactar de forma tão considerável as discussões clínicas a reso lução de problemas relacionados aos medicamentos e tornarse o protagonista das ações clínicas que visam ao uso seguro e racional de medicamentos Agora quero te convidar a redigir o seu Diário de Bordo da disciplina Tenha o hábito de anotar os temas mais importantes e aquilo que é novidade para você Você perceberá que quando chegar ao final da disciplina terá encontrado as respostas para todas as suas dúvidas e anotações Esse é o nosso principal objetivo 14 A farmácia enquanto profissão tem história desde o tempo do Império Para que você tenha uma noção a primeira legislação federal que se tem registro na história da farmácia é o Decreto nº 20377 do saudoso Presidente Getúlio Var gas quando em 1931 declarou a farmácia como estabelecimento profissional do farmacêutico A declaração do presidente parecia muito boa No entan to no mesmo ano a natureza profissional da farmácia foi desca racterizada pois foi es tabelecida a possibili dade de o farmacêutico participar de sociedade como leigo com um mínimo de 30 do ca pital da empresa Pre servavase a responsa bilidade técnica dele pelo estabelecimento uma discrepância sani tária acolhida por far macêuticos da época como uma conquista da categoria Reflita você não precisa permanecer de quatro a cinco anos em uma universidade para fazer isso Depois de décadas o Conselho Nacional de Educação CNE rendese à evidência do autêntico aban dono da farmácia pelo farmacêutico e edita a Resolução nº 469 a qual significa uma pro funda mudança no ensino da Farmácia Isso resulta na opção de parcela significativa do alunato pelas análises clínicas Naquela época era evidente que o modelo de ensino adotado no Brasil contemplava a formação a partir de habilitações nas seguintes áreas análises clíni cas industrial ou de alimentos As disciplinas de clínicas como farmacologia clínica farmacoterapia e semiologia simplesmen te inexistiam na prática Por outro lado outras disciplinas como quí mica orgânica química analítica e físicoquími ca dominavam o ciclo básico BISSON 2016 Em decorrência disso muita importância se deu ao ensino da Bio química em detrimento do aprofundamento de outros conteúdos que também são indispen sáveis ao exercício de atividades relacionadas ao medicamento pelo futuro farmacêutico Também é válido sa lientar que as atividades vinculadas ao paciente eram deixadas de lado Em 1973 foi editada a Lei nº 5991 que trata essencialmente do co mércio farmacêutico Naquela época o pro fissional farmacêutico era uma peça rara em farmácias Ele quase de sapareceu O que tínhamos eram profissionais farmacêuticos que simplesmente assinavam pela farmácia Você já deve ter ouvido histórias como essa Explicálaei melhor o farmacêutico era considerado o responsável técnico pela farmácia mas não prestava a assistência devida A popula UNICESUMAR UNIDADE 1 15 ção não recebia a atenção clínica do farmacêutico e infelizmente permanecia à mercê do mercan tilismo de alguns proprietários de farmácias Dois anos mais tarde eu estava nascendo Eu nem sonhava em ser farmacêutica e a Farmácia Hospitalar era incluída como disciplina curri cular no curso de graduação em Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Não é difícil depreender que os farmacêuticos que se enveredaram pela Farmácia Hospitalar no Brasil até o final da década de 1970 o fi zeram por absoluto autodidatismo haja vista a escassez de bibliografia especializada e a in cipiência de conteúdos pertinentes nos cursos de graduação em Farmácia o que amplia ainda mais a dimensão dos méritos deles Em 1979 o Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal implantou o primeiro Serviço de Farmácia Clínica e o primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM do Brasil Na década de 1980 começam a surgir nos cursos de Farmácia de algumas univer sidades brasileiras as disciplinas Farmácia Hospitalar Farmácia Clínica e Farmacotera pia iniciando as atividades clínicas também fora dos hospitais De lá para cá foram muitos os cursos de es pecialização em Farmácia Hospitalar implanta dos Vale ressaltar que esses cursos representam um divisor de águas na história da farmácia hos pitalar no Brasil principalmente porque os mais de 200 farmacêuticos que deles participaram habilitaramse a implantar ou a implementar serviços de farmácia hospitalar em hospitais de todos os estados da federação STORPIRTIS et al 2008 Em 1995 com a criação da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar SBRAFH e a realização de vários congressos de âmbito nacional foi possível evidenciar o desenvolvi mento da farmácia hospitalar no Brasil É somente na década de 1990 que o farma cêutico tem retorno às origens e reencontra a vocação assistencial e clínica nos hospitais farmácias e drogarias Além disso começa a encontrar espaço na indústria farmacêutica em departamentos de pesquisa clínica serviço de atendimento ao cliente SAC e farmacovi gilância Surge nessa época a atenção farma cêutica Hoje considerada a principal atividade do farmacêutico em farmácia clínica a atenção farmacêutica se baseia no processo anamnese análiseorientaçãoseguimento e utiliza conhe cimentos de farmacoterapia patologia semio logia interpretação de dados laboratoriais e relações humanas BISSON 2016 A atenção farmacêutica veio acompanhando uma tendência mundial iniciada nos anos de 1990 com a proposta concreta de reaproximar definitivamente o farmacêutico do paciente Dessas evidências temse agora um novo con tingente de farmacêuticos diferenciados pela verticalização de conhecimentos sobre a na tureza clínica do medicamento e não menos vigilante no que tange às reações adversas em uma incessante busca pela racionalidade do uso dos medicamentos STORPIRTIS et al 2008 Também houve um movimento chamado me dicina baseada em evidências Esse movimento tem sido cada vez mais presente nas nossas vidas e na sua vida acadêmica Com certeza você já teve outros professores que conversaram sobre isso e já demonstraram a importância da temáti ca Nesse movimento os protocolos clínicos são muito valorizados e a busca por melhores condu tas terapêuticas passa a ser um determinante no acompanhamento clínico de um paciente Adivi nha quem é o profissional que passou a ser uma das peçaschave nesse processo O farmacêutico em especial em detrimento dos vastos conheci mentos farmacoterapêuticos que detém 16 Com a introdução do perfil generalista nos cursos de Farmácia a partir de 2002 cresceuse a preo cupação com as atividades clínicas a serem desenvolvidas pelo farmacêutico Em decorrência disso algumas disciplinas como Farmácia Clínica Farmacoterapia e Atenção Farmacêutica passam a fazer parte do currículo de várias faculdades de Farmácia No Código de Ética da Profissão Farmacêutica regulamentado pela Resolução do Conselho Federal de Farmácia CFF nº 417 de 29 de setembro de 2004 encontramos uma grande preocupação com o lado assistencial do farmacêutico O documento estabelece como princípios e deveres do farmacêutico O exercício da assistência farmacêutica O fornecimento de informações ao usuário dos serviços A contribuição para a promoção da saúde individual e coletiva sobretudo no campo da prevenção Devido aos conceitos voltados à segurança dos pacientes e à qualidade do atendimento de saúde em particular a terapia medicamentosa os farmacêuticos vêm experimentando um aumento na oportuni dade de demonstrar o próprio valor e significado BISSON 2016 Se você deseja trabalhar em contato com os seus pacientes você precisa buscar conhecimentos e ha bilidades que nós aprofundaremos em nossa disciplina No entanto eu te adianto que uma das maiores dificuldades que você enfrentará será transportar os conceitos e as ferramentas teóricas para o seu dia a dia profissional passando pela mudança cultural dos próprios farmacêuticos pela valorização da pro fissão perante a sociedade pelos demais profissionais de saúde e principalmente pelos administradores de sistemas de saúde e órgãos governamentais Eu também não poderia deixar de lembrar que você terá que romper o paradigma de que o termo farmácia clínica está relacionado somente ao âmbito hospitalar pois sabemos que onde houver paciente haverá atividades focadas nele e por conseguinte farmácia clínica Nesse contexto encontramos o pró prio hospital os postos de saúde a farmácia pública os estabelecimentos de ensino e até o laboratório de análises clínicas BISSON 2016 Segundo Hepler e Strand 1990 a profissão farmacêutica experimentou um significativo crescimento e desenvolvimento nos últimos 30 anos No século XX a farmácia passou por três grandes períodos o tradicional o de transição e o de cuidado do paciente que está atualmente em desenvolvimento Nesses três estágios podemos identificar diferentes conceitos relativos à função e aos deveres do farmacêutico Faremos um breve esclarecimento acerca desses três estágios para que você possa posteriormente entender com muita clareza os conceitos serão expostos Tivemos uma etapa chamada de etapa tra dicional A farmácia no início do século XX estava associada à figura do boticário que preparava e comercializava os produtos medicinais De acordo com Hepler e Strand 1990 p 533 tradução nossa Durante esta fase tradicional as principais funções do farmacêutico eram a obtenção o preparo e a avaliação dos produtos medicamentosos Seu dever primário era garantir que os fármacos que ele comercializava fossem puros não adulterados e preparados segundo a arte embora ele apresentasse um dever secundário de prover recomendações aos indivíduos que o procuravam em busca de fármacos de não prescrição UNICESUMAR UNIDADE 1 17 Esse papel tradicional começou a ser alterado quando a preparação de me dicamentos passou a ser desempenhada gradualmente pela indústria farma cêutica Em consonância com Alvarez 1993 p 3 apud WITZEL 2008 p 337 Os grandes avanços científicos e tecnológicos que permitiram a elaboração industrial de medicamentos produziram uma dissociação entre a preparação uni versitária do farmacêutico e suas ações especialmente nas farmácias comunitárias Os farmacêuticos come çaram a sentirse frustrados porque uma grande parte dos conhecimentos adquiridos na graduação acabavam sendo perdidos pois já não eram aplicados de forma permanente A literatura norteamericana começou a mencionar que os farmacêuticos estavam se converten do em meros dispensadores de produtos préfabricados além de se distanciar da equipe de saúde e do paciente A partir das inquietudes expostas nasceu um movimento profissional que questionando a própria formação e as atitudes determinou como poderiam ser corrigidos os problemas que estavam sendo detectados Assim ao final da década de 1960 começa a se falar de uma nova disciplina a Farmácia Clínica que permitiria que os farmacêuticos participassem novamente da equipe de saúde contribuindo com os próprios conhecimentos para melhorar o cuidado dos pacientes ALVAREZ 1993 apud WITZEL 2008 Iniciavase nesse momento o período de transição profissional Nesse período tivemos farmacêuticos brasileiros que escreveram uma linda história Destacamos neste material a história de um farmacêutico muito especial o professor Tarcísio José Palhano da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Você sabia que essa universidade é con siderada o berço da farmácia clínica no Brasil Tudo começou quando em 1977 o professor José Aleixo Prates da UFRN convidou o professor Tarcísio José Palhano para fazer um mestrado em Far mácia Clínica no Chile Foi somente mais tarde que o professor Tarcísio José Palhano viria a fundar a farmácia clínica no Brasil Observe a seguir o relato do professor Palhano em relação ao recebimento do convite eles queriam que eu fizesse mestrado em Microbiologia Clínica e eu não gostava nada dessa ideia até que o professor Aleixo Prates que eu nem conhecia me convidou a fazer o mestrado em Farmácia Clínica no Chile E eu disse a ele qualquer coisa menos microbiologia clínica DOCUMENTÁRIO 2019 online 18 Tarcísio José Palhano redigiu uma história linda e desejo que você continue a refletir sobre a história você escreverá em sua profissão Realmente a história que envolve o desenvolvimento da farmácia clínica e da atenção farmacêutica no Brasil é muito especial e teve como protagonistas ilustres farmacêuticos que não tiveram medo de desbravar uma área tão nobre e importante de atuação do pro fissional farmacêutico Para ilustrar um pouco mais os fatos que ocorreram sugiro que você assista ao documentário A Origem da Farmácia Clínica no Brasil Tratase de uma produção conjunta da Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica SBFC da UFRN e do Conselho Federal de Farmácia CFF que resgata a história do primeiro serviço de farmácia clínica e do primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM do país Para acessar use seu leitor de QR Code Continuaremos estudando a etapa de transição Nela ocorreu uma rápida expansão das funções do farmacêutico e o aumento da diversidade profissional Os farmacêuticos passaram não somente a exercer novas funções mas também começaram a inovar funções trazendo contribuições inéditas à literatura Aparentemente a aproximação do farmacêutico do leito do paciente finalmente vinha restaurar a importância dele como profissional de saúde Nesse período foi possível observar que o farmacêutico clínico em qualquer ambiente em que estivesse inserido participava assessorando aconselhando e educando o uso correto dos medica mentos Desse modo ajudava os pacientes a usar os medicamentos mais adequados ao problema de saúde e de acordo com a necessidade considerando a dose a via e a frequência de administra ção nos períodos apropriados Tudo isso a um custo razoável e evitando o desenvolvimento de problemas associados como reações adversas e interações A farmácia clínica representou a introdução da orientação da prática farmacêutica ao paciente por intermédio dos serviços que passaram a ser prestados havendo uma grande evolução Con tudo apesar de orientada ao paciente a prática farmacêutica nesse período adquiriu significados diversos e de grande amplitude Assim no Quadro 1 são exibidos os conceitos de farmácia clínica que colocavam os medicamentos como elemento principal e somente mencionavam o paciente UNICESUMAR UNIDADE 1 19 Definições de farmácia clínica Associação Americana de Faculdades de Farmácia 1968 é a área dentro do curriculum de far mácia que trata da atenção ao paciente com ênfase no tratamento medicamentoso A farmácia clínica busca o desenvolvimento de uma atitude orientada ao paciente A aquisição de novos co nhecimentos é secundária aos conhecimentos de técnicas e comunicação interprofissional e com o paciente SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 tradução nossa Francke 1969 prática na qual o farmacêutico utiliza o seu juízo profissional na aplicação das ciências farmacêuticas para fomentar a utilização segura e adequada dos medicamentos nos ou pelos pacientes trabalhando conjuntamente com os membros da equipe de cuidado de saúde SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 tradução nossa American College of Clinical Pharmacy é uma especialidade das ciências da saúde que compreende a aplicação pelo farmacêutico dos princípios científicos da farmacologia toxicologia farmacocinética e terapêutica para o cuidado do paciente MANAGING MEDICINES 2001 s p Quadro 1 Conceitos de farmácia clínica desenvolvidos a partir da década de 1960 Fonte adaptado de Witzel 2008 Na etapa inicial desse processo foram propostas diferentes definições para a farmácia clínica Exemplo são farmácia orientada de forma equivalente ao medicamento e ao indivíduo que o recebe e farmácia realizada ao lado do paciente A Associação Americana de Faculdades de Farmácia publicou a seguinte definição para o componente clínico do curriculum de farmácia é a área dentro do curriculum de farmácia que trata da atenção ao paciente com ên fase no tratamento medicamentoso A farmácia clínica busca o desenvolvimento de uma atitude orientada ao paciente A aquisição de novos conhecimentos é secundária aos co nhecimentos de técnicas de comunicação interprofissional e com o paciente SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 apud WITZEL 2008 p 337 grifo dos autores O Comitê de Farmácia Clínica da Associação dos Farmacêuticos de Hospital dos Estados Unidos a definiu da seguinte forma É uma ciência da saúde cuja responsabilidade é assegurar mediante aplicação de conhe cimentos e funções relacionadas com o cuidado do paciente que o uso dos medicamentos seja seguro e apropriado e que necessita de uma educação especializada eou treinamento estruturado Requer que a coleta e interpretação de dados seja criteriosa que exista motiva ção pelo paciente e que existam interações multiprofissionais FARMÁCIA 2020 online 20 Embora tenham sido formulados vários conceitos sobre farmácia clínica em essência sempre houve mais similaridades que diferenças entre eles Portanto a Sociedade Americana de Farmacêuticos de Hospital discorre que O exercício da farmácia clínica implica a aplicação de conhecimentos em nome do pa ciente quando são considerados os processos de sua enfermidade e sua necessidade de compreender o tratamento medicamentoso A prática requer uma estreita relação entre a farmácia e o paciente o médico e profissionais de saúde A farmácia clínica está orientada ao paciente à enfermidade e ao medicamento e a prática tem uma orientação interdisciplinar SOCIEDAD AMERICANA DE FARMACÉUTICOS DE HOSPITAL 1991 p 6 apud WITZEL 2008 p 337 Segundo Alvarez 1993 a farmácia clínica nasceu como uma disciplina aplicável às ações do farma cêutico na área assistencial Entretanto no decorrer do desenvolvimento dela foi reconhecido que os objetivos dela eram válidos em praticamente todos os âmbitos do exercício profissional Dessa forma é possível identificar ações que compartilham o propósito do uso adequado dos medicamentos em Farmácias hospitalares e ambulatórios de serviços públicos Farmácias comunitárias privadas Indústria farmacêutica Agências reguladoras de medicamentos Docência e investigação Os conceitos de farmácia clínica foram paulatinamente difundidos e incorporados pela profissão far macêutica no mundo todo Na América Latina mais especificamente no Chile desde 1972 a farmácia clínica foi incorporada no programa de graduação de farmacêuticos da Universidade do Chile e desde 1977 são realizados cursos de capacitação para farmacêuticos latinoamericanos UNICESUMAR UNIDADE 1 21 Todo esse movimento em torno da farmácia clínica levou à geração de novas inquietudes em alguns farmacêuticos que passaram a questionar como reorientar a prática farmacêutica deslocando as preo cupações profissionais do medicamento para o usuário Essas inquietudes surgiram precocemente na literatura norteamericana assim como relatam Hepler e Strand 1990 p 534 tradução nossa Brodie já alertava em 1967 para a necessidade de correção deste foco contudo suas ideias em termos de responsabilidade social com o cuidado do paciente parecem ter sido negligenciadas na época Muitos dos novos serviços farmacêuticos clínicos desenvolvidos e implementados nesse período de transição por exemplo farmacocinética clínica embora aproximassem o farmacêutico do paciente continuavam com o foco no medicamento e na sua dispensação estando estes processos muito mais direcionados ao sistema biológico envolvido que ao paciente individual Analisando ainda esse estágio de transição Hepler e Strand 1990 p 534 tradução nossa relatam que Este estágio de transição introspectivo no qual a farmácia buscou sua identidade profissio nal e a legitimação da mesma foi talvez tanto uma resposta inevitável ao desaparecimento do papel do boticário quanto uma antecipação necessária da maturidade profissional Infelizmente esta atualização das funções do farmacêutico penetrou de forma muito lenta na profissão Embora muitos farmacêuticos tenham se envolvido com entusiasmo nesta evolução outros preferiram manter o status quo Da mesma forma algumas organizações farmacêuticas apoiaram esta ampliação de funções enquanto outras se opuseram a ela A profissão farmacêutica ficou exposta a esta disputa entre facções e às fragmentações delas decorrentes e em função destes fatos continuava a ser uma profissão em busca de seu papel incapaz de escolher entre uma desorientadora variedade de funções e de transpor uma variedade de barreiras para exercer a prática clínica Esse era o cenário da profissão farmacêutica na década de 1980 As discussões críticas levantadas nesse período foram as responsáveis pela construção de um novo conceito de prática profissional que logo viria a surgir a atenção farmacêutica Segundo Iñesta 2000 p 12 apud WITZEL 2008 p 339 a evolução da farmácia clínica e da atenção farmacêutica pode ser identificada em alguns momentos nesse período de transição assim como é descrito a seguir 1 Em 1985 em uma conferência sobre As direções para a prática clínica em farmácia patrocinada pela ASHP American Society of Hospital Pharmacists hoje denominada American Society of HealthSystem Pharmacists Charles Hepler indicava que deveria ser estabelecido um compromisso para desenvolver a farmácia como uma verdadeira profissão clínica e que deveria ser estabelecido um pacto entre os farmacêuticos e pacientes e por extensão entre a profissão de Farmácia e a Sociedade 22 2 Sem saber que Brodie havia utilizado o termo 7 anos antes possivelmente Brodie foi o primeiro a publicar o termo atenção farmacêutica pharmaceutical care no contexto dos pensamentos acerca do controle do uso de medicamentos e serviços relacionados com os medicamentos Hepler descreveu sua ideia como atenção farmacêutica em outra reunião na Carolina do Sul em 1987 propondo que os farmacêuticos clínicos mudassem sua ênfase de realizar somente funções clínicas isoladas aos pacientes mas a aceitar uma parcela de responsabilidade na atenção aos pacientes 3 Em 1988 Hepler descreveu a atenção farmacêutica como uma relação pactuada entre o farmacêutico e um paciente na qual o farmacêutico leva a cabo as funções de controle do uso de medicamentos com conhecimentos e habilidades apropriados governado pela consciência e o compromisso de interesse pelo paciente 4 Em dezembro de 1988 se estabeleceu uma relação crítica que combinaria o pacto de atenção farmacêutica de Charles Hepler com a visão de Linda Strand de conceitos de prática farmacêutica Hepler que se encontrava na Universidade da Flórida convida Strand para trabalharem juntos o que deu lugar à conceitualização de Atenção Farmacêutica qual seja A provisão responsável da farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes O conceito de atenção farmacêutica proposto por Hepler e Strand 1990 é conhecido e citado em pratica mente todos os trabalhos realizados posteriormente sobre o tema Com esse marco iniciavase uma nova etapa da profissão farmacêutica orientada ao cuidado do paciente Hepler e Strand 1990 p 539 apud WITZEL 2008 p 339 no trabalho Opportunities and responsibili ties in pharmaceutical care realizaram uma abordagem abrangente ao discutirem a oportunidade que se apresentava aos farmacêuticos de reprofissionalização a partir da aceitação da responsabilidade de garantir a segurança e a efetividade da terapia medicamentosa do paciente individualmente Esse trabalho deu origem à conceituação de atenção farmacêutica entendida como a provisão responsá vel da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente WITZEL 2008 p 340 Esse novo conceito de prática profissional se reafirmou em 1993 com a Declaração de Tóquio ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD 1993 apud WITZEL 2008 p 340 Atenção farmacêutica é um conceito de prática profissional no qual o paciente é o princi pal beneficiário das ações do farmacêutico É o compêndio de atitudes comportamentos compromissos inquietudes valores éticos funções conhecimentos responsabilidades e destrezas do farmacêutico na prestação da farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e qualidade de vida do paciente Esse conceito estabelece uma relação recíproca de compromisso e responsabilidade tanto por parte do farmacêutico quanto por parte do paciente Posteriormente Iñesta 2000 p 12 apud WITZEL 2008 p 340 relata que Strand prefere definir a atenção farmacêutica como Atenção Farmacêutica é o componente da prática de farmácia que supõe a interação direta do farmacêutico com o paciente com a finalidade de atender as necessidades do mesmo relacionadas com medicamentos UNICESUMAR UNIDADE 1 23 Cipolle Strand e Morley 2000 p 13 apud WITZEL 2008 p 340 definem que a Atenção Far macêutica é um exercício no qual o profissional assume a responsabilidade das necessidades de um paciente em relação aos medicamentos e adquire um compromisso a este respeito Nesse modelo os farmacêuticos em cooperação com os pacientes melhoram os resultados da farmacoterapia ao pre venirem detectarem e resolverem os problemas de saúde relacionados aos medicamentos antes que eles deem lugar à morbidade e à mortalidade relacionadas aos medicamentos O conceito de atenção farmacêutica de Hepler e Strand formulado em 1990 se difundiu pelo mundo Diferentes países têm promovido discussões aprofundadas com o objetivo de adotar esse novo mode lo de prática farmacêutica adaptandoo às particularidades específicas Essas discussões têm sido as responsáveis pela construção de uma série de definições diferentes para a mesma prática profissional mas mantendo a ideia filosófica original de Hepler e Strand É possível verificar inclusive em um mesmo país definições diferentes de acordo com o entendi mento de grupos organizações profissionais ou até mesmo de autores específicos a respeito do tema Algumas dessas definições podem ser observadas no Quadro 2 a seguir que exibe em especial as definições elaboradas no primeiro consenso brasileiro de atenção farmacêutica Hepler e Strand 1990 A provisão responsável da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente OMS Declaração de Tóquio 1993 Um conceito de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêu tico É o compêndio das atitudes comportamentos compromissos inquietudes valores éticos funções conhecimentos responsabilidades e destrezas do farmacêutico na prestação da farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e qualidade de vida do paciente Cipolle Strand e Morley 1998 Um exercício no qual o profissional assume a responsabilidade das necessidades de um paciente em relação aos medicamentos e adquire um compromisso a este respeito Faus e Martinez 1999 A realização do seguimento farmacológico do paciente com dois objetivos 1 Responsabilizarse com o paciente de que o medicamento exercerá o efeito desejado pelo médico que o prescreveu ou pelo farmacêutico que o indicou 2 Estar atento para que ao longo do tratamento não apareçam ou apareçam os mínimos problemas não desejados e se aparecerem resolvêlos com o paciente ou com a ajuda do médico Proposta Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica 2002 É um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica Com preende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e coresponsabilida des na prevenção de doenças promoção e recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde É a interação direta do farmacêutico com o usuário visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis voltados para a melhoria da qualidade de vida Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos respeitadas as suas especificidades biopsicosociais sob a ótica da integralidade das ações de saúde Quadro 2 Definições de atenção farmacêutica a partir de 1990 Fonte adaptado de Witzel 2008 24 Agora conheceremos os movimentos ocorridos no Brasil no que diz respeito à atenção farmacêutica Em 2002 foi publicado um documento chamado Atenção farmacêutica no Brasil trilhando caminhos Tratase de um documento muito importante É possível afirmar que ele é uma leitura obrigatória para todos os farmacêuticos e futuros farmacêuticos Esse documento na época foi sugerido pelo grupo coordenado pela Organização Pan Americana da Saúde OPAS e pela Organização Mundial da Saúde OMS com a participação de profissionais de várias partes do país Ele retratou muito bem o caminho já percorrido pelo Brasil para a promoção e o desenvolvimento da atenção farmacêutica A principal finalidade era divulgar as ações já realizadas até aquele momento e ser um instrumento para a ampliação da participação de entidades e demais profissionais interessados na atenção farmacêutica O grupo de trabalho que elaborou o relatório teve o objetivo geral de promover a atenção farma cêutica no Brasil Enquanto objetivos específicos buscouse BISSON 2016 Elaborar uma proposta de préconsenso para a promoção da atenção farmacêutica no país Propor a harmonização de conceitos inerentes à prática farmacêutica relacionados à promoção da atenção farmacêutica Elaborar e implementar recomendações e estratégias de ação Incentivar a criação de mecanismos de cooperação e fórum permanente Nas discussões foram utilizados documentos produzidos pela OMS e pela OPAS Um dos conceitos usados na discussão trata da missão da prática farmacêutica que busca prover medicamentos e outros produtos e serviços para a saúde e ajudar as pessoas e a sociedade a utilizálos da melhor forma pos sível BISSON 2016 p 23 Existe uma série de recomendações internacionais que têm o propósito de promover a qualidade o acesso a efetividade e o uso racional de medicamentos BISSON 2016 UNICESUMAR UNIDADE 1 25 Do relatório Atenção farmacêutica no Brasil trilhando caminhos de 2002 gostaria de ressaltar alguns importantes conceitos que passarão a fazer parte do seu dia a dia caso você trabalhe com a atenção farmacêutica Atenção farmacêutica tratase de um modelo de prática farmacêutica desenvolvido no contexto da assistência farmacêutica Compreende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças e na promoção e na recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde Simboliza a interação direta do farmacêutico com o usuário visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definitivos e mensuráveis voltados para a melhoria da qualidade de vida Essa interação também deve envol ver as concepções dos sujeitos respeitadas as especificidades biopsicossociais deles sob a ótica da integralidade das ações de saúde BISSON 2016 Eu costumo dizer nem todo profissional que presta assistência farmacêutica está fazendo a atenção farmacêutica mas todos que fazem atenção farmacêutica estão prestando assistência farmacêutica Problema Relacionado ao Medicamento PRM tratase de um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia interferindo nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário O PRM é real quando manifestado ou potencial na possibi lidade de sua ocorrência Pode ser ocasionado por diferentes causas tais como as relacionadas ao sistema de saúde ao usuário e seus aspectos biopsicosociais aos profissionais de saúde e ao medicamento A identificação de PRMs segue os princípios de necessidade efetividade e segurança próprios da farmacoterapia IVAMA et al 2002 p 19 Acompanhamentoseguimento farmacoterapêutico tratase de um componente da atenção farmacêutica e configura um processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessi dades do usuário relacionadas ao medicamento por meio da detecção prevenção e resolução de problemas relacionados a medicamentos de forma sistemática contínua e documentada com o objetivo de alcançar resultados definitivos buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário A promoção da saúde também é componente da atenção farmacêutica Entendese por resultado definitivo a cura o controle ou o retardamento de uma enfermidade compreendendo os aspectos referentes à efetividade e à segurança BISSON 2016 p 9 Atendimento farmacêutico é o ato em que o farmacêutico fundamentado em sua práxis interage e responde às demandas dos usuários do sistema de saúde buscando a resolução de problemas de saúde que envolvam ou não o uso de medicamentos Este processo pode com preender escuta ativa identificação de necessidades análise da situação tomada de decisões definição de condutas documentação e avaliação entre outros IVAMA et al 2002 p 1920 Intervenção farmacêutica é um ato planejado documentado e realizado junto ao usuário e profissionais de saúde que visa a resolver ou prevenir problemas que interferem ou podem interferir na farmacoterapia sendo parte integrante do processo de acompanhamentosegui mento farmacoterapêutico Atenção farmacêutica pressupõe condutas do farmacêutico que correspondem às Intervenções em Saúde IS que incluem a intervenção farmacêutica IF como um aspecto do acompanhamento farmacoterapêutico IVAMA et al 2002 p 20 26 Quantos conceitos importantes Você consegue ter uma magnitude de tudo isso Você consegue perceber como a nossa profissão é linda e como a atenção farmacêutica pode contribuir para a vida dos nossos pacientes Estamos apenas co meçando e você precisa estar preparadoa para tudo o que ainda há por vir nesta disciplina Outro fato muito importante foi a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 44 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA de 17 de agosto de 2009 Ela nor teia muitas atividades que você desenvolverá na farmácia quando se formar Essa RDC trouxe a possibilidade de prestar serviços farmacêuticos em farmácias comunitárias e dentre eles o de atenção farmacêutica possibilitando inclusive a cobrança desses serviços A RDC nº 442009 possibilitou que o Con selho Federal de Farmácia CFF iniciasse os trabalhos para a elaboração de resoluções que normatizam a prática clínica dos farmacêuticos Isso aconteceu em 2013 sob a presidência do Dr Walter da Silva Jorge João com a ajuda dos conselheiros federais e da assessoria técnica Isso culminou na publicação das resoluções CFF nº 585 e 58613 que tratam respectiva mente das atividades clínicas do farmacêutico e da prescrição farmacêutica Além desses marcos históricos importantes já mencionados não podemos deixar de lem brar e referendar a Lei nº 13021 de 8 de agosto de 2014 Essa lei é um marco para a nossa pro fissão tendo em vista que ela eleva a farmácia ao grau de estabelecimento de saúde e confere autonomia técnica ao profissional farmacêutico Ela torna definitivamente as farmácias estabele cimentos de saúde e torna obrigatórias as práti cas clínicas de seguimento farmacoterapêutico e farmacovigilância além de conferir autonomia técnica a todos os farmacêuticos Com base no disposto na Lei nº 130212014 a farmácia passou a ser vista como um estabeleci mento de saúde e não um simples comércio Assim deverá prestar serviços de saúde Antes da Lei nº 130212014 a Lei nº 59911973 definia as far mácias e as drogarias como estabelecimentos que dispensavam e comercializavam medicamentos e drogas Com a nova lei a farmácia passa a ser uma unidade de prestação de serviços destinada a pres tar assistência farmacêutica assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva BRASIL 2014 online Em outras palavras é um local para a promoção do uso racional de medicamentos Perceba a importância disso e os serviços que podemos oferecer aos nossos pacientes na farmácia Perfuração de lóbulo auricular para a colo cação de brincos Atenção farmacêutica domiciliar Aferição de temperatura corporal Aferição da pressão arterial Aferição de parâmetros bioquímicos Administração de medicamentos injetáveis e por via inalatória Ainda detalharemos neste material esses serviços tão essenciais UNICESUMAR UNIDADE 1 27 Durante muito tempo o farmacêutico teve o papel de profissional de saúde negligenciado em relação ao cuidado com a saúde As mudanças históricas nos processos produtivos e a influência dessas mudanças nos currículos acadêmicos culminaram em um profissional tecnicista com conhecimentos multicompar timentados e descontextualizados da equipe multidisciplinar Mantinhase portanto uma relação mais íntima com o produto medicamento do que com o usuário do produto paciente Todas essas importantes mudanças e resoluções publicadas trouxeram à tona uma gama de possibi lidades de funções clínicas ao profissional farmacêutico as quais ele poderá desempenhar no próprio consultório farmacêutico Perceba a amplitude da atuação do profissional e das respectivas competências dele com a farmácia clínica e a atenção farmacêutica A atuação clínica promove o reencontro entre o farmacêutico e o paciente exigindo do profissional novas competências para que ele possa novamente se responsabilizar pelo bemestar do paciente e tornarse um dos provedores dos cuidados em saúde no contexto do cuidado multidisciplinar O cuidado farmacêutico constitui a ação integrada do farmacêutico com a equipe de saúde Ela é centrada no usuário e objetiva a promoção a proteção e a recuperação da saúde e a prevenção de agravos Não só mas também visa à educação em saúde e à promoção do uso racional de medicamentos prescritos e não pres critos de terapias alternativas e complementares por meio dos serviços da clínica farmacêutica e atividades técnicopedagógicas voltadas ao indivíduo à família à comunidade e à equipe de saúde COSTA et al 2015 O atendimento realizado pelo farmacêutico em um ambiente ambulatorial é um encontro terapêutico O farmacêutico deve estabelecer uma relação de confiança com o paciente responsabilizandose pelos pro blemas enfrentados por ele em relação às próprias condições de saúde e ao próprio tratamento O episódio de atendimento farmacêutico seguramente deve ser parte do cuidado multidisciplinar Vale lembrar que ainda que seja necessário o reconhecimento das fronteiras de atuação no consultório jamais a avaliação farmacêutica deve ser fragmentada e restritiva Pelo contrário uma avaliação integral do paciente pelo farmacêutico permite a identificação da necessidade de compartilhar o caso com outros profissionais de saúde gerando um cuidado interdisciplinar e até mesmo transdisciplinar ANGONESI SEVALHO 2010 Título Atenção farmacêutica no Brasil trilhando caminhos Autor Adriana Mitsue Ivama Ano 2002 Editora Organização PanAmericana da Saúde Sinopse com tantas possibilidades surgindo e novos horizontes a serem seguidos fica difícil saber que referencial seguir e em quais trabalhos confiar Diante disso um grupo de pesquisadores se reuniu para discutir o tema e desse encontro surgiu o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica Tratase de um documento que você futuroa farmacêuticoa precisa conhecer É possível afirmar que é um documento para se ter embaixo do braço para o exercício da atenção farmacêutica Venha conhecer esse marco histórico da atenção farmacêutica no Brasil 28 Diante do exposto elencaremos alguns objetivos do serviço de clínica farmacêutica COSTA et al 2015 A orientação dos pacientes é direcionada ao acesso aos medicamentos por meio da atenção básica e dos componentes estratégico e especializado da assistência farmacêutica A educação do paciente em relação aos próprios medicamentos e aos problemas de saúde de modo a aumentar a compreensão acerca do tratamento e promover o autocuidado A promoção da adesão do paciente ao tratamento mediante a orientação terapêutica a redução da complexidade do tratamento e a provisão de recursos que apoiem a tomada de medicamentos A otimização da farmacoterapia por intermédio da revisão da polimedicação e quando possível da redução da carga de comprimidos e do custo do tratamento A avaliação da efetividade e da segurança dos tratamentos e o ajuste da farmacoterapia quando necessário com o prescritor e a equipe de saúde A identificação a prevenção e o manejo de erros de medicação interações medicamentosas reações adversas intoxicações e riscos associados aos medicamentos A educação do paciente para a guarda e a destinação adequada dos medicamentos vencidos e demais resíduos de saúde ligados à terapêutica Essas metas só poderão ser alcançadas se houver um fluxo organizado de trabalho inserido no contexto do serviço unidade de saúde por exemplo no qual o farmacêutico é o principal res ponsável podendo eventualmente compartilhar algumas atividades com a equipe de saúde É necessário lembrar que a comunicação e a cooperação entre os profissionais farmacêuticos da Rede de Atenção à Saúde são determinantes para o sucesso da implantação deste tipo de serviço A elaboração de uma agenda de reuniões para compartilhamento de dúvidas dificuldades sugestões propostas de resolução de problemas experiências vivenciadas e discussão de casos clínicos é condicional para que o serviço possa ter sucesso no município onde será implantado perpe tuese e aperfeiçoese Os farmacêuticos precisam estar motivados com a ideia desta nova atividade a clínica entendendo sua importância e estimulando a interação entre a categoria de farmacêuticos clínicos para alavancar sua implantação Aquele que enfrente as barreiras do processo inicial de trabalho da clínica sem apoio pode acabar sendo varrido pela inércia de um modelo de atenção que não está acostumado com a atuação do farmacêutico no cuidado de pacientes Observamos que apenas com a união da categoria interessada e motivada em um esforço coletivo em prol do serviço é possível mostrar a importância do trabalho clínico e dinamizar o pro cesso de trabalho do farmacêutico no sentido de ocupar seu lugar no cuidado ao usuário BRASIL 2014 p 24 UNICESUMAR UNIDADE 1 29 Todo esse movimento leva a uma mudança de foco antes estritamente no medicamento agora no paciente Diferentemente dos outros serviços prestados pelo farmacêutico o serviço de cuidado coloca o paciente como foco principal da prática profissional e não o medicamento Embora a preocupação com os problemas relacionados à farmacoterapia seja um pontochave da atuação clínica os focos principais devem ser a saúde e o bemestar do paciente de maneira global Por isso é necessário compreender o outro para que se possa criar uma relação terapêutica durante a entrevista clínica O paciente da clínica farmacêutica é um indivíduo inserido em um contexto social definido e que apresenta especificidades e comportamentos singulares os quais advêm de uma carga de conceitos apreendidos durante a vivência de experiências Especificamente nesse contexto tratase de um sujeito que usa medicamentos para prevenir controlar ou curar doenças Essas doenças são percebidas como limitações para o pleno desenvolvimento das atividades cotidianas ou para a continuidade da vida Por isso a maioria dos pacientes atendidos pelo farmacêutico são indivíduos fragilizados em detrimento da própria condição clínica Normalmente eles respondem de maneiras diferentes a essas condições Além do mais a maioria deles se obriga a usar medicamentos para o controle das doenças Esses medicamen tos inseridos em um contexto de mercado no sistema capitalista muitas vezes são percebidos como um produto simbólico de saúde e por esse motivo geram expectativas no consumidor COSTA et al 2015 As percepções e os comportamentos associados ao uso de um medicamento podem variar de indivíduo para indivíduo dependendo da cultura das experiências do conhecimento em saúde e da percepção da doença e do tratamento É necessária ao farmacêutico clínico uma postura isenta de julgamentos de interesses pessoais ou de terceiros As atitudes desse profissional devem buscar aperfeiçoar e facilitar o processo de uso dos medicamentos melhorando o acesso e partilhando metas com foco em resultados clínicos definidos que beneficiem e que estejam de acordo com as vontades do paciente FREITAS OLIVEIRA PERINI 2006 Na atual realidade socioepidemiológica do Brasil notase uma transição demográfica e epide miológica em que o envelhecimento da população acompanhado de um aumento na prevalência de doenças crônicas estimula um fenômeno de polimedicação Nele pacientes fazem tratamentos que normalmente persistem por longo tempo ou pelo resto da vida Você sabe que quanto mais medica mentos o nosso paciente tomar mais ele fica exposto a reações adversas O medicamento é a tecnologia terapêutica mais usada no controle das doenças crônicas o que estimula a resposta da indústria farmacêutica a qual disponibiliza uma gama de produtos cada vez mais variada e nem sempre segura e efetiva assim como mostram os resultados dos ensaios clínicos controlados Vale lembrar que todo medicamento carrega uma característica bivalente podendo trazer um resultado benéfico ou prejudicial ao paciente dependendo da qualidade da utilização Os problemas relacionados à farmacoterapia se tornaram uma epidemia moderna que ironicamente parece estar produzindo mais danos do que as próprias doenças de base que geraram a necessidade da utilização desses medicamentos Os dados constatados em revisão sistemática são alarmantes Inclu sive no Brasil apesar de haver relativamente poucos estudos endereçados a esse tipo de problema os números atuais demonstram tendências preocupantes As principais intervenções farmacêuticas na clínica estão relacionadas à prevenção à identificação e à resolução de problemas da farmacoterapia pois se trata daquilo que o profissional deve estar mais bem preparado para resolver 30 Cabe lembrar que o problema relacionado à farmacoterapia é um conceito abrangente e pode estar relacionado à necessidade de medicamentos à adesão ao tratamento à efetividade ou à segurança da farmacoterapia A avaliação desses problemas é complexa e detalhada pois a gênese deles pode estar em uma falha do sistema em identificar o risco na condição social do paciente no comportamento dele frente à própria farmacoterapia na composi ção genética dentre outros SOUZA 2013 WENG et al 2013 apud COSTA et al 2015 Nesse novo contexto o paciente deixa de ser um autômato constituído por partes que funcionam independentemente a fim de se tornar um indivíduo inserido em uma dinâmica recíproca de interrelação entre os próprios componentes e o ambiente Dessa maneira o farmacêutico clínico deve compreender a gênese dos fenômenos patológicos como uma somatória de eventos que estão interrelacionados Durante a avaliação dos problemas de saúde dos indivíduos é fundamental conhecer o paciente como um todo levando em consideração as condições ambientais psicológicas e sociais Todos os problemas de saúde precisam ser investigados e correlacionados assim como todos os tratamentos Hoje já se sabe que a junção das partes não representa o funcio namento do todo Em outras palavras avaliar o paciente de maneira fragmentada é uma estratégia falha para identificar e solucionar os problemas dele Uma avaliação global é fundamental para que o farmacêutico clínico possa compreender o paciente os problemas dele e atuar de modo efetivo para solucionálos FREITAS OLIVEIRA PERINI 2006 Para finalizarmos é muito importante que o farmacêutico clínico tenha a percepção de que a atividade dele favorece a possibilidade de que ele se torne um agente de preven ção e promoção em saúde Para tanto é necessário que além de conhecimentos técnicos e científicos que suportem as próprias decisões clínicas esse profissional também seja capaz de compreender criticamente a dinâmica de funcionamento da sociedade estando atento aos determinantes patológicos que dela emanam para que finalmente possa agir de maneira a contribuir para uma sociedade mais saudável O trabalho de prevenção é fundamental para que tenhamos uma sociedade com hábitos de vida mais saudáveis e que retardem ou evitem o desenvolvimento dos problemas de saúde Isso é particularmente pertinente considerando o atual contexto sociodemográfico do Brasil em que a taxa de problemas crônicos em sua maioria evitáveis não para de crescer O estímulo de hábitos saudáveis como a recomendação de exercícios físicos a alimentação balanceada e os cuidados específicos em populações específicas pode reduzir consideravelmente os custos ao sistema e o sofrimento de muitas pessoas COSTA et al 2015 A promoção à saúde é um processo que leva em consideração os aspectos sociais po líticos econômicos biológicos e ambientais a serem trabalhados tornando mais favorável o desenvolvimento humano A promoção da saúde não pode ser uma responsabilidade atribuída apenas às instituições ligadas ao setor de saúde mas da sociedade como um todo instituições privadas e públicas mídia indústria organizações grupos família e indivíduos na tentativa de alcançar em um esforço compartilhado o bemestar coletivo UNICESUMAR UNIDADE 1 31 Um dos grandes objetivos da promoção à saúde é proporcionar a equidade em saúde ou seja reduzir as diferenças entre as condições de saúde Isso significa proporcionar a mesma oportunidade de recursos para o desenvolvimento individual e coletivo sadio o que inclui informação infraestrutura e ambiente que proporcionem a esses mesmos indivíduos atuar positivamente com a finalidade de também serem promotores de saúde O farmacêutico que pretende atuar clinicamente deve compreender que antes de qualquer etapa do serviço é necessária a internalização dos conceitos básicos que cons tituem a natureza dessa prática farmacêutica para que ela não venha a se reduzir a uma atividade tecnicista e superficial dentro do contexto da saúde pública do país Assim como já foi afirmado as definições apresentadas não são perenes O trabalho do farmacêutico e as bases conceituais desse profissional estão em constante transformação O profissional que delas se apropria deve avaliar criticamente os significados delas e contribuir para a evolução desses conceitos e o aperfeiçoamento da própria prática COSTA et al 2015 Panorama histórico e conceitos básicos da farmá cia clínica e do cuidado farmacêutico Eu preparei um podcast muito especial para você Nele quero salientar alguns pontos muito importantes que fizeram parte do desenvolvimento da farmácia clínica no Brasil e expor os conceitos que fazem toda a diferença na farmácia clínica e na atenção farmacêutica Eu tenho certeza de que você não quer ficar de fora de mais essa oportunidade de crescimento Vem conhecêla Estou te esperando Diante de todo o conteúdo apresentado nesta unidade eu espero ter conseguido mostrar a você o quanto o farmacêutico tem um papel importante no uso seguro e racional de medicamentos de modo bem amplo seja orientando o uso correto seja analisando as possíveis interações a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente e solucionar os possíveis PRMs que possam surgir com a farmacoterapia deles Suponha que você tenha um parente próximo fazendo uso de politerapia para diferentes problemas de saúde Assim como eu já citei isso é muito comum e ficará cada vez mais comum com o envelhecimento da nossa população Imagine agora tudo o que você farmacêuticoa pode fazer pelo seu paciente as orientações que pode fornecer a ele o acompanhamento que pode fazer da farmacotera pia e os benefícios que ele terá com todas as suas ações Se você tem um amigo eou um parente próximo que faça uso de medicamentos sugiro que você já comece a lição de casa e analise todos os aspectos envolvidos na farmacoterapia dele com o objetivo de identificar problemas e aplicar tudo o que aprendeu e aprenderá nesta disciplina 32 Agora proponho que você construa um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu aproveitamento nesta unidade O Mapa de Empatia é uma ferramenta simples e visual utilizada para descobrir o modo como você assimilou o conhecimento partindo dos seus sentidos ações e reflexões O mapa é eficiente para que possamos juntos entender simultaneamente a forma com a qual obtive organizei e disponibilizei o conteúdo e o impacto e os resultados do conteúdo no seu aprendizado Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orientações a seguir O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre o conteúdo Faça um resumo geral do que con seguiu capturar na sua leitura nas ilustrações e nos vídeos Para tanto empregue palavraschave e pe quenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo o que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu essa percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas crenças e de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu compor tamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a desejar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto em pregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expec tativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 33 1 Durante esta unidade de conteúdo foi possível perceber grandes mudanças na profissão far macêutica ao longo da história especialmente no que tange ao desenvolvimento da farmácia clínica e da atenção farmacêutica Analisando tudo o que estudamos nesta unidade aponte quais foram as principais mudanças ocorridas a partir da edição da Lei nº 59911973 e depois com o advento da farmácia clínica com a criação do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e o primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM do Brasil em 1979 no Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal 2 Considerando o movimento da farmácia clínica no Brasil analise as afirmativas a seguir I A farmácia clínica teve OS primeiros movimentos no Brasil quando professores da Universi dade Federal do Rio Grande do Norte UFRN foram até o Chile fazer uma pósgraduação em Farmácia Clínica II Um dos mais importantes marcos históricos da farmácia clínica no Brasil foi a implantação no início dos anos de 1990 do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e do primeiro Centro de Infor mação sobre Medicamentos CIM do Brasil no Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal III A partir da década de 1980 os cursos de especialização em Farmácia Hospitalar implantados no Brasil passaram a representar um divisor de águas na história da farmácia hospitalar no Brasil IV Depois da farmácia clínica surgiu a atenção farmacêutica que acompanhando uma tendên cia mundial iniciada nos anos de 1990 tinha como proposta reaproximar definitivamente o farmacêutico do paciente V Um dos países que mais contribuíram para a criação da farmácia clínica no Brasil foram os Estados Unidos que receberam os professores de diferentes universidades brasileiras para cursar programas de pósgraduação em Farmácia Clínica É correto o que se afirma em a Apenas II e III b Apenas I III e IV c I II III IV e V d Apenas IV e Apenas III e V 34 3 A atenção farmacêutica é uma prática clínica centrada no paciente visando à resolução de problemas relacionados à farmacoterapia e à promoção do uso racional de medicamentos com o objetivo de garantir a máxima efetividade e segurança Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a atenção farmacêutica a O compartilhamento de decisões e responsabilidades com o paciente para que o medicamento prescrito apresente o efeito terapêutico desejado b A avaliação periódica dos resultados das intervenções médicas realizadas construindo indi cadores de qualidade dos serviços clínicos prestados c A coleta e a organização dos dados do paciente além da identificação dos problemas rela cionados ao diagnóstico d O abastecimento o armazenamento e o controle da qualidade e da segurança dos medica mentos além da eficácia terapêutica e A elaboração de um plano de cuidado pelo médico e pelo farmacêutico e a realização do seguimento individual do paciente 4 A atenção farmacêutica constitui uma nova concepção do exercício profissional farmacêutico A esse respeito analise as afirmativas a seguir I A atenção farmacêutica satisfaz às necessidades sociais ajudando os indivíduos a obter os melhores resultados durante a farmacoterapia II As ações do farmacêutico no modelo de atenção farmacêutica são principalmente os atos clínicos voltados ao paciente individualmente III Os esforços para a readequação de atividades e práticas farmacêuticas visando à orientação do uso dos medicamentos são essenciais em uma sociedade em que os fármacos constituem o arsenal terapêutico menos utilizado IV Ao prestar atenção farmacêutica o profissional deve garantir que o paciente possa cumprir os esquemas farmacoterápicos prescritos e seguir o plano de assistência procurando alcançar resultados positivos ao final V Para satisfazer de maneira eficiente à necessidade social é essencial que o farmacêutico desenvolva ações centradas nas diferentes classes farmacológicas É correto o que se afirma em a Apenas II III e IV b Apenas III e IV c Apenas I II e IV d I II III IV e V e Apenas I II e V 35 5 Considerando os objetivos do serviço de clínica farmacêutica assinale a alternativa correta a Otimização da farmacoterapia por intermédio da revisão da polimedicação com o objetivo exclusivo de reduzir os custos do tratamento b Avaliação da efetividade dos tratamentos e ajuste da farmacoterapia quando necessário com o prescritor e a equipe de saúde c Orientação dos pacientes direcionada ao acesso aos medicamentos por intermédio da atenção básica e dos componentes estratégico e especializado da assistência farmacêutica d Educação do paciente sobre os próprios medicamentos de modo a aumentar a compreensão dele acerca do tratamento e promover o autocuidado e Promoção da adesão do paciente ao tratamento por meio exclusivamente da orientação terapêutica 6 Considerando o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica analise as afirmativas a seguir I A identificação de PRMs segue os princípios de necessidade e segurança que são próprios da farmacoterapia II A atenção farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica desenvolvido no contexto da assistência farmacêutica Compreende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças e promoção e recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde III O Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica estabeleceu alguns macrocomponentes a saber educação em saúde orientação farmacêutica dispensação atendimento farmacêutico acompanhamentoseguimento farmacoterapêutico registro sistemático das atividades e mensuração e avaliação dos resultados IV O PRM é um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacote rapia interferindo ou podendo interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário V O atendimento farmacêutico é o ato em que o farmacêutico fundamentado em sua práxis interage e responde às demandas dos usuários do sistema de saúde buscando a resolução de problemas de saúde que envolvam apenas o uso de medicamentos É correto o que se afirma em a I III e IV b III IV e V c I IV e V d II III e IV e I II III IV e V MEU ESPAÇO 36 2 Nesta unidade estudaremos a saúde baseada em evidências Você entenderá como ela é importante para o desenvolvimento da ciência e acima de tudo para que as melhores decisões sejam tomadas a fim de garantir a segurança e o bemestar de nossos pacientes A saúde baseada em evidências é uma abordagem que usa dife rentes ferramentas como a farmacoepidemiologia na busca pelas melhores decisões para o tratamento dos pacientes Saúde Baseada em Evidências e Farmacoepidemiologia Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 38 Você já ouviu alguém falar sobre a saúde baseada em evidências e a farmacoepidemiologia O conceito de saúde baseada em evidências parte da premissa de que a prática clínica não deve ser pautada somente na experiência pessoal O ideal é que haja embasamento científico e que diagnósticos e tratamentos sejam decididos de acordo com a literatura médica ou seja de acordo com o que a ciência determina Dessa forma os profissionais da saúde precisam trabalhar em consonância com a saúde baseada em evidências a fim de proporcionar tratamentos eficientes e prevenir intercorrências e mortes Agora eu quero te convidar a fazer uma reflexão muito séria acerca dos fatos que vivemos muito recentemente Eu me refiro à pandemia de Covid19 que enfrentamos entre 2020 e 2022 Durante a pandemia o Brasil testemunhou o incentivo ao uso de hidroxicloroquina para o tratamento contra a Covid19 Você se lembra disso Quero que você reflita mesmo sendo contraindicada pela Organi zação Mundial da Saúde OMS muitas pessoas acreditaram no tratamento precoce e mortes foram atestadas em decorrência do uso inadequado do medicamento Você acredita que isso foi certo Eu quero dividir um pequeno trecho de uma matéria publicada pelo portal G1 Em julho de 2021 a Associação Médica Brasileira AMB defendeu a autonomia do médico ao receitar os medicamentos que já tinham ineficácia comprovada contra a Covid19 Todavia em 23 de março de 2021 a mesma entidade se manifestou dizendo Reafirmamos que infelizmente medicações como hidroxicloroquinacloroquina iver mectina nitazoxanida azitromicina e colchicina entre outras drogas não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID19 quer seja na prevenção na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença sendo que portanto a utilização desses fármacos deve ser banida G1 2021 online Eu quero que você reflita e mergulhe nesta unidade com muita vontade de aprender Ao analisar tudo o que vivemos durante a pandemia e tudo o que a comunidade científica viveu responda o que mudou Como uma entidade como a AMB pode emitir pareceres tão distintos e em tão pouco tempo Até que ponto essas mudanças de posicionamento podem estar relacionadas ao tema da nossa unidade A chamada saúde baseada em evidências UNICESUMAR UNIDADE 2 39 Quero que durante o estudo desta unidade você reflita sobre o que vivemos durante a pande mia e tudo o que a saúde baseada em evidências representa para garantir a saúde da população e traçar estratégias eficazes no combate a qualquer enfermidade Para isso você precisa mergulhar neste material com a finalidade de entender como a saúde baseada em evidências deve ser conduzida Nós podemos tirar vários aprendizados de tudo o que foi vivido nesses momentos de pandemia Entretanto isso acontece todos os dias nas clínicas nos hospitais e nos serviços de saúde Profissionais precisam tomar decisões importantes acerca da vida e da saúde de um paciente Para tanto pre cisam contar com a ciência isto é com a saúde baseada em evidências associada é claro com o conhecimento científico Esta unidade mostrará a você como a saúde baseada em evidências e a far macoepidemiologia podem impactar o cuidado dos pacientes Continue a leitura para saber tudo 40 No dia a dia com os pacientes os profissionais da saúde o que inclui médicos farmacêuticos e en fermeiros por exemplo deparamse com as mais variadas dúvidas para as quais devem encontrar respostas No entanto essas respostas nem sempre são encontradas com muita facilidade Geralmente a solução é usar a experiência e o conhecimento técnico acumulado para encontrar essas respostas de forma pessoal ou consultando um colega mais experiente na equipe Quem é que nunca viveu isso Saiu perguntando a todos da equipe se alguém já teria vivenciado algo parecido em algum momento da vida Às vezes dá certo Quando essa estratégia não traz o re sultado esperado os profissionais então procuram a literatura médica e os estudos referentes Essa abordagem clássica ainda que muito praticada não é adequada Generalizar a partir da experiência não sistematizada própria ou alheia e obtida com um número limitado de casos pode ser perigoso e com frequência induz a erros importantes BISSON 2016 Um dado da literatura publicado há mais de cinco anos já pode ser considerado defasado O mes mo fato se aplica às revisões publicadas em revistas médicas Portanto ambos serão ineficazes para solucionar os problemas clínicos concretos A comprovação da existência de variações inaceitáveis na prática médica e de que somente uma minoria das intervenções médicas de uso diário estava apoiada em estudos científicos confiáveis levou um grupo de médicos radicados na Universidade de McMaster a iniciar um novo movimento no ensino e na prática da medicina Em inglês esse movimento foi chamado de evidencebased medicine que pode ser traduzido para o português como medicina baseada em evidências Embora o conceito eou a ideia não sejam novos esse acontecimento está ligado à introdução da estatística e do método epidemiológico na prática mé dica além do desenvolvimento de ferramentas que permitem a revisão sistemática da bibliografia e a adoção da avaliação crítica da literatura científica como uma forma de graduar a utilidade e a validade UNICESUMAR UNIDADE 2 41 No ano de 1991 em um editorial do periódico ACP Journal Club Gordon Guyatt utilizou pela primeira vez na literatura médica a expressão Medicina Baseada em Evidências MBE para des crever uma nova forma de se pensar e praticar a medicina Privilegiavase as habilidades de pesquisa na literatura a avaliação crítica de artigos científicos e síntese de informação para a tomada de decisões clínicas individualizadas em detrimento do apelo à autoridade dos profissionais mais experientes e dos livrostexto MAIA et al 2022 p 2 A denominada MBE originouse do movimento da epidemiologia clínica anglosaxônica iniciado na Universidade McMaster no Canadá no início dos anos de 1990 Ela é definida em termos gené ricos como o processo de sistematicamente descobrir avaliar e usar achados de investigações como base para decisões clínicas Evidence Based Medicine Working Group 1992 Atualmente a MBE está bastante em voga no âmbito biomédico aí assumindo um papel de destaque de tal modo que suas influências nas condutas médicas se manifestam significativamente CASTIEL PÓVOA 2002 p 117 A medicina baseada em evidências é uma maneira de abordar os problemas clínicos e é utilizada para solucionar os resultados da investigação científica Nas palavras dos próprios precursores representa a utilização consciente judiciosa e explícita das melhores evidências na tomada de decisões sobre o cuidado dos pacientes Na prática médica habitual são usadas medidas introduzidas de modo empírico e que são aceitas sem crítica aparente A medicina baseada em evidências pretende que essa prática se adeque à investigação clínica disponível de modo que localizada e avaliada pelo médico ela seja aplicada para a melhoria do cuidado dos pacientes e da própria prática BISSON 2016 David Sackett um dos pioneiros da epidemiologia clínica definiu a MBE como o uso consciente explícito e judicioso da melhor evidência para a tomada de decisões no cuidado a pacientes individuais A prática da MBE incorpora portanto a melhor evi dência científica a experiência e expertise do profissional e as particularidades incluindo valores e preferências do paciente para uma melhor escolha MAIA et al 2022 p 2 Com o surgimento desse conceito também foi possível extrapolar o conceito de saúde baseada em evidências A saúde baseada em evidências é uma abordagem que utiliza as ferramentas da epidemio logia clínica da estatística da metodologia científica e da informática a fim de trabalhar a pesquisa o conhecimento e a atuação em saúde O intuito é oferecer a melhor informação disponível para a tomada de decisão nesse campo BISSON 2016 A medicina baseada em evidências é definida como o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica Em outras palavras a MBE utiliza provas científicas existentes e disponíveis no momento com boa validade interna e externa para a aplicação de seus resultados na prática clínica El DIB 2007 p 1 É importante lembrar que quando falamos em tratamento e em evidências estamos nos referindo necessariamente à efetividade à eficiência à eficácia e à segurança A efetividade diz respeito ao tratamento que funciona nas condições do mundo real A eficiência se refere ao tratamento barato e acessível para que os pacientes possam usufruir dele Referimonos à eficácia quando o tratamento funciona em condições de mundo ideal Por último a segurança expressa que uma intervenção tem características confiáveis e que tornam improvável a ocorrência de algum efeito indesejável para o paciente El DIB 2007 p 1 Assim um estudo com boa validade interna deve apresentar todos esses componentes A opinião de diferentes autores sobre os passos a serem seguidos para a prática da medicina baseada em evidência são bem semelhantes Para Maia et al 2022 p2 a prática de MBE e portanto o seu ensino e a sua avaliação devem compreender cinco passos ou domínios como resumido pela Sicily Statement perguntar ask pesquisar search avaliar criticamente appraise integrar integrate e avaliar a prática evaluate Para Bisson 2016 a prática da MBE requer quatro passos Formular a pergunta Localizar evidências Fazer a avaliação crítica dessas evidências Realizar a aplicação das conclusões da avaliação na prática UNIDADE 2 43 Se você comparar os passos apresentados com as etapas elencadas por Maia et al 2022 no quadro anterior perceberá que eles são basicamente as mesmas etapas A primeira etapa consiste em formular de maneira precisa uma pergunta a partir do problema clínico do paciente Dessa maneira buscase converter as necessidades de informação que surgem durante o encontro clínico em uma pergunta simples e claramente definida que nos permita en contrar os trabalhos científicos que satisfaçam a nossa interrogação BISSON 2016 O processo da MBE tem início quando é formulada uma questão ou seja uma pergunta clínica de interesse O passo mais importante também entendido como o primeiro passo para iniciar uma pesquisa é sempre uma boa pergunta Uma boa pergunta diminui as possibilidades de ocorrerem erros sistemáticos o que chamamos de vieses durante a elaboração o planejamento a análise estatística e a conclusão de um projeto de pesquisa Na segunda etapa é preciso localizar as evidências disponíveis na literatura A busca na literatura re ferente à pergunta deve ser feita em bases de dados bibliográficos das quais a mais utilizada e conhecida é o Medline que é compilado e disponibilizado pela Biblioteca Nacional de Saúde dos Estados Unidos O Medline contém todos os artigos publicados em revistas da área de saúde desde 1966 Atual mente é mais fácil acessar essa base de dados em CDROM ou por meio da Internet Para utilizála podese fazer um breve treinamento ou recorrer aos serviços de um bibliotecário especializado Com a ajuda de estratégias de buscas desenhadas e validadas por especialistas a recuperação de artigos relevantes sobre os tratamentos o prognóstico a etiologia e o diagnóstico é relativamente rápida nessa base de dados Outras fontes como as revistas Bandolier e Poems do Journal of Family Practice ou as revistas de resumos como o ACP Journal Club o EvidenceBased Medicine e o EvidenceBased Practice selecionam e resumem com os critérios da medicina baseada em evidências as melhores publicações relacionadas à medicina clínica Com a denominação BestEvidence a coleção completa e conjunta das duas primeiras revistas está disponível em formato eletrônico Uma boa fonte de pesquisa que podemos utilizar no Brasil é a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde que também utiliza o Medline Para acessar use seu leitor de QR Code A Fundação Cochrane dos Estados Unidos publica uma base de dados de revisões sistemáticas sobre muitos aspectos da prática médica Além disso guias de prática clínica rigorosos e baseados em evidências estão sendo desenvolvidos em vários países Alguns deles podem ser acessados pela Internet BISSON 2016 44 A terceira etapa consiste em realizar uma ava liação crítica das evidências É necessário avaliar os documentos encontrados para determinar a validade aproximação da realidade e a utilidade aplicabilidade clínica deles Apesar da grande pro liferação da literatura médica são poucos os artigos relevantes ou que apresentam uma metodologia rigorosa Devese estimar criticamente a validade e a utilidade dos resultados descritos para aplicálos na prática Ainda que os conhecimentos necessá rios para essa valoração não sejam parte habitual da formação dos médicos eles podem ser adquiridos por meio de cursos e seminários sem um grande respaldo em epidemiologia ou estatística Além disso há excelentes guias de usuários para leitura crítica como os publicados pela revis ta JAMA A leitura desses livros e a prática contí nua dessa abordagem crítica permitem desenvol ver em pouco tempo a competência necessária para avaliar as diferentes classes de artigos Ainda que se tenda a classificar a investigação segun do a qualidade situando em primeiro lugar os ensaios clínicos randomizados e as metanálises análises de vários trabalhos científicos sobre o mesmo tema eles nem sempre estão disponíveis Por outro lado dependendo da demanda o dese nho do estudo requerido pode ser diferente Para o médico e o farmacêutico de atenção primária são especialmente úteis as revisões sistemáticas as metanálises e os guias de prática clínica de quali dade visto que evitam a tarefa de recolher toda a literatura relevante BISSON 2016 Por fim chegamos à quarta etapa Nela é preci so fazer a aplicação das conclusões dessa avaliação na prática Aplicar o conhecimento adquirido ao seguimento de um paciente em particular ou à modificação da maneira de atuar nas consultas é o último passo Esse exercício deve ser acom panhado da experiência clínica necessária para poder contrabalançar os riscos e os benefícios e contemplar as expectativas e as preferências do paciente BISSON 2016 UNICESUMAR UNIDADE 2 45 Apesar do indubitável êxito nos últimos anos o movimento baseado nas evidências não está isento de críticas daqueles que resistem em aban donar a abordagem tradicional da medicina Alguns médicos e instituições sentem que essa forma de trabalho é uma inovação perigosa e que limita a própria autonomia Enxergamna como uma ameaça ao exercício profissional e pensam que no fundo ela não é mais que uma iniciativa a serviço daqueles que pretendem reduzir o gasto sanitário ou rebaixar a autoridade daqueles que sempre detiveram a hierarquia científica A maior parte dessas críticas têm sido res pondida Todavia não se esconde que esse re curso continua apresentando algumas limita ções O profissional deve substituir em áreas de maior importância e validade fontes de infor mação fáceis de obter por outras que implicam buscas bibliográficas mais refinadas e elabora das Isso requer esforço e tempo os quais não são disponíveis habitualmente além de uma inversão na formação e melhorias na infraestru tura de tecnologia de informação Contudo o principal obstáculo é o fato de que nem sempre especialmente nos casos de atenção primária a literatura médica tem as respostas para as deci sões que devem ser tomadas na prática Sem dúvidas o desenvolvimento de melho res investigações clínicas realizadas ao nosso redor será a solução desse problema Não deve mos nos esquecer de que quando um paciente pede orientações em uma consulta ele busca algo a mais que uma resposta científica a uma questão clínica A caneta do médico é o ins trumento responsável em grande parte pelo alto custo do atendimento à saúde Os médicos orientam ou prescrevem mais de 70 dos gastos com cuidados de saúde Com base nesse dado o farmacêutico adquire uma importância muito grande na busca e na adaptação de protocolos clínicos Os conhecimentos farmacoeconômi cos são extremamente valiosos na busca pelas melhores alternativas terapêuticas É importante ressaltarmos o papel do farma cêutico no processo da medicina baseada em evidências No processo da medicina baseada em evidências o farmacêutico pode atuar na pesquisa bibliográfica de protocolos farmaco terapêuticos existentes e verificar quais deles se encaixam na realidade da instituição in dependentemente de ela ser um hospital um ambulatório uma farmácia um atendimento domiciliar ou um posto de saúde Com base nesses protocolos pesquisados é importante avaliar qual deles apresenta os melhores resul tados farmacoeconômicos BISSON 2016 Além disso a pesquisa pode colaborar na elaboração de um manual de informação com dados comparativos sobre medicamentos fee dback de padrões de conduta médica custos comparados com o estilo de prescrição visitas educativas distribuição de artigos com reco mendações organização de cursos curtos de atualização médica e elaboração de lembretes a serem colados nos prontuários no caso dos pacientes hospitalares Os resultados esperados são BISSON 2016 Reduzir a hospitalização Diminuir a permanência média e as con sultas na emergência Minimizar as faltas nas escalas de tra balho Melhorar a qualidade de vida percebida pelas crianças e pelos pais Reduzir as ausências dos pais no trabalho Um conceito importante no contexto da me dicina baseada em evidência é a farmacoepi demiologia Os estudos epidemiológicos são muito importantes para essa prática pois 46 1 Habilitam o profissional de saúde a aumentar a base de conhecimento tornandoo mais crítico 2 Aumenta a confiança do profissional na tomada de decisões 3 Aperfeiçoa a técnica de pesquisa computadorizada 4 Melhora a comunicação entre médicos e pacientes sobre o manejo das decisões A farmacoepidemiologia simboliza o estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos nas populações Esse campo está em ascensão pois cada vez mais tem sido reconhecida a importância dele para vários intervenientes entenderem mais o uso dos medica mentos na prática Para fornecer cuidados seguros e com uma me lhor relação custoeficácia o governo os pacientes os formuladores de políticas e outros profissionais precisam compreender o uso dos medicamentos em um grande número de pessoas As pesquisas farmacoepidemiológicas podem contribuir para os esforços de vigilância póscomercialização identifi cando novas indicações para os medicamentos ava liando as intervenções descrevendo as tendências de uso dos medicamentos e instruindo a política Em detrimento do potencial da farmacoepidemiologia os profissionais de saúde precisam com preendêla melhor e contribuir para o progresso dela A partir de agora mergulharemos um pouco nesse universo a fim de entendermos o que é e qual é a importância da farmacoepidemiologia William Osler observou que um desejo de utilizar medicamentos talvez seja a grande caracte rística que distingue o homem de outros animais BISSON 2016 p 89 A farmacoepidemiologia simboliza a aplicação do raciocínio epidemiológico dos métodos e do conhecimento no estudo dos usos e dos efeitos benéficos e adversos de drogas em populações humanas As pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população as doenças para as quais são usadas drogas e os problemas e os benefícios que esses medicamentos podem trazer BISSON 2016 Essas pesquisas são críticas para assegurar quais drogas vão ao encontro das necessidades de saúde e são ótimas eficazes e seguramente usadas O termo farmacoepidemiologia apareceu pela primeira vez na literatura médica em um editorial do British Journal of Medicine redigido por Lawson em 1984 No entanto o uso de drogas e vacinas na luta contra doenças humanas já despertava desde o início do século XX o interesse dos epidemiologistas Logo a prática da farmacoepidemiologia ou epidemiologia de drogas não é nova Esses estudos farmacoepide miológicos identificaram perigos que não foram previamente reconhecidos de medicamentos e refutaram outros cujas alegações sobre as doenças induzidas por medicamento foram compro vadas como falsas BISSON 2016 UNICESUMAR UNIDADE 2 47 De acordo com RomanoLieber 2008 p 37 grifo da autora A pesquisa e a introdução de novos medicamentos têm permitido importantes avanços na terapia de doenças que levavam à morte ou deixavam seqüelas permitindo sua cura o prolongamento da vida ou mesmo a melhora da qualidade de vida do seu usuário Entre tanto não é incomum que esses mesmos medicamentos produzam efeitos não desejados Segundo Edwards Aronson 2000 essa ambigüidade se justifica pois é de se esperar que uma substância com atividade farmacológica potencial possa atuar como um remédio e um veneno em um organismo vivo Essa perspectiva particular na qual o medicamento é estudado como determinante de saúde ou de doença em uma população ou grupo específico é o objeto de estudo da Farmacoepidemiologia De acordo com esses princípios são várias as propostas de definição para esse ramo da ciência Tognoni Laporte 1989 estabelecem que a epidemiologia dos medicamentos e dos tratamentos é o estudo do uso e dos efeitos desses insumos Strom 1994 define de forma mais específica propondo a Farmacoepidemiologia como o estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos em um grande número de pessoas Para esse autor tratase de um campo de conhecimento que faz uma ponte entre a Farmacologia Clínica e a Epidemiologia utilizando os métodos desta última na área da primeira Porta Hartzema Tilson 1998 por sua vez conceituam essa disciplina como a aplicação de raciocínio conhecimento e métodos epidemiológicos ao estudo do uso dos medicamentos e de seus efeitos quer sejam eles benéficos ou adversos em populações humanas Com os fundamentos teóricos da Epidemiologia afirmam que a Farmacoepidemiologia pode colaborar no processo de desenvolvimento prescrição e uso de novos medicamentos ROMANOLIEBER 2008 p 37 grifo da autora Desse modo fica claro deduzirmos que um dos grandes interesses dos estudos farmacoepidemio lógicos está ligado à responsabilidade dos governos em assegurar que apenas os medicamentos seguros e eficazes sejam comercializados para a população Todavia devemos nos lembrar de que a possibilidade de o uso de medicamentos resultar em reações adversas já é conhecida antes mesmo das preocupações com a eficácia terapêutica deles Em 1934 a comercialização de uma solução de sulfanilamida em dietilenoglicol causou mais de 100 óbitos resultando na modificação da legislação norteamericana para prover a garantia da segurança No Brasil tivemos um caso muito conhecido e que envolveu contaminação com o dietilenoglicol no final de 2019 Houve a contaminação das cervejas da empresa Backer fato que veio à tona apenas em janeiro de 2020 quando a polícia civil começou a investigar a internação de várias pessoas após o consumo da cerveja Belorizontina da Backer com sintomas de intoxicação Segundo as investigações da polícia civil a contaminação das cervejas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol aconteceu devido a um vazamento no tanque da fábrica 48 Contudo o grande marco da falta de segurança dos medicamentos foi uma epidemia de focomelia entre filhos de mães que haviam tomado o medicamento Talidomida durante a gravidez O número total de casos de focomelia foi de cerca de 4000 em todo o mundo dos quais 498 foram levados a óbito TOGNONI LAPORTE 1989 apud ROMANOLIEBER 2008 Assim podemos afirmar que a farmacoepidemiologia é o estudo do uso e dos efeitos dos fármacos em um grande número de pessoas É uma disciplina em desenvolvimento que aplica técnicas epidemiológicas para estudar o uso dos medicamentos em uma grande população Assim como a própria palavra sugere a farmacoepidemiologia combina a farmacologia clínica com a epidemiologia A farmacologia é o estudo dos efeitos dos medicamentos nos seres humanos Referese ao uso da farmacocinética e da farmacodinâmica para prever o efeito medicamentoso no paciente Epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a ocorrência e a distribuição das doenças nas populações Os epidemiologistas es tudam a grandeza da doença em determinada área quem contrai a doença e quais fatores específicos colocam os indivíduos em risco WESTSTRUM 2013 p 1 Em geral a epidemiologia é dividida em epidemiologia de doenças infecciosas e de doenças crônicas A epidemiologia de doenças crônicas depende de uma amostra complexa e de métodos estatísticos Ela é empregada com frequência nos estudos de farmacoepidemiologia a fim de ava liar a exposição ao medicamento ao longo do tempo Combinando os interesses da farmacologia e da epidemiologia a farmacoepidemiologia aplica os princípios epidemiológicos no estudo dos efeitos dos medicamentos nas populações humanas Os estudos nessa área quantificam os padrões de uso e os efeitos adversos dos fármacos Por exemplo os estudiosos se interessam em compreender os padrões de prescrição do me dicamento a conveniência do uso dele os padrões de adesão ao tratamento e de persistência ao tratamento e a identificação de fatores prognósticos para o uso do medicamento Os farmacoepi demiologistas também conduzem estudos confiáveis e relativos ao uso do fármaco em grandes populações São alvos de interesse as reações medicamentosas adversas comuns previsíveis assim como aquelas raras e imprevisíveis WESTSTRUM 2013 Você pode conhecer mais o caso de repercussão nacional das cervejas da Backer Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR Partindo do princípio de que a epidemiologia pode ser definida como o estudo da distribuição e de determinantes de doenças em populações Os estudos epidemiológicos podem ser divididos em dois tipos principais 1 A epidemiologia descritiva descreve a doença eou a exposição e pode consistir em calcular taxas de por exemplo incidência e prevalência Tais estudos não usam grupos de controle e podem gerar somente hipóteses Estudos de utilização de drogas geralmente pertencem aos estudos descritivos 2 A epidemiologia analítica inclui dois tipos de estudos observacionais como casocontrole e estudos de coorte e experimentais que incluirão testes clínicos como os testes clínicos randomizados Os estudos analíticos comparam um grupo exposto com um grupo de controle e normalmente são projetados como hipóteses que testam os estudos BISSON 2016 É importante que façamos uma reflexão a fim de entendermos o motivo pelo qual a farmacoepidemiologia é importante especialmente para a saúde pública Levando em consideração que temos uma crescente demanda por novos fármacos concebidos muitas vezes sob grande pressão comercial a farmacoepidemiologia com as próprias contribuições passa a ter uma importância estratégica na operação de sistemas de saúde em praticamente todos os países do mundo Assim como falamos os estudos farmacoepidemiológicos se prestam a garantir a segurança de um medicamento e a responsabilidade por essa tarefa cabe aos produtores e à agência reguladora Antes que a comercialização de um medicamento seja aprovada é realizada uma série de estudos chamados de précomercialização Os estudos farmacoepidemiológicos podem suplementar as informações obtidas nesses estudos preliminares Além disso podem ser detectados efeitos raros ou retardados de uso Os padrões de prescrição dos medicamentos a utilização por parte do paciente e as eventuais superdoses também podem ser avaliados por meio de estudos farmacoepidemiológicos póscomercialização quando o medicamento já está no mercado A farmacoepidemiologia se propõe portanto a ser uma forma de abordagem capaz de ultrapassar essas limitações geralmente observadas nos estudos das ações dos fármacos Para tanto essa ciência fazendo uso de duas grandes áreas de conhecimento farmacologia e epidemiologia organizase em dois grandes grupos de ações a farmacovigilância e os estudos de utilização de medicamentos Assim como é visível na Figura 2 essas duas atividades articulam as diferentes ações que compõem esse ramo da ciência nos próprios objetivos que são conhecer analisar e avaliar o impacto dos medicamentos sobre as populações humanas ROMANOLIEBER 2008 UNIDADE 2 51 prevenção de efeitos adversos ou qualquer outro possível problema relacionado a me dicamentos Ressalta ainda que a abrangência da Farmacovigilância deve ser ampliada para incluir a segurança de toda tecnologia relativa à saúde incluindo medicamentos vacinas produtos do sangue biotecnologia fitoterápicos e a medicina tradicional A Farmacovigilância também conhecida como ensaios pós comercialização ou Fase IV tem como um de seus principais objetivos a detecção precoce de reações adversas especialmente desconhecidas Como comentado anteriormente os ensaios clínicos précomercialização apresentam várias limitações dificultando a detecção de reações adversas especialmente aquelas consideradas raras ROMANOLIEBER 2008 p 38 Fica muito evidente a interrelação entre esses dois importantes termos farmacoepidemiologia e farmacovigilância A farmacoepidemiologia é utilizada para garantir a vigilância das drogas na fase de comercialização Respostas para perguntas de segurança e eficácia de drogas nem sempre podem ser providas mesmo pelos estudos clínicos mais válidos complexos e prolongados Essas respostas só podem ser obtidas por meio de estudos epidemiológicos na fase pósmarketing Um exemplo dessa vigilância foi a descoberta de uma possível associação entre a ocorrência de doença cardíaca valvular com o uso da fenfluramina Como resultado o fabricante em questão concordou em retirar o produto de todo o mercado mundial A farmacoepidemiologia também tem o potencial para examinar o impacto dos fatores prescritos paciente doença e legislação e de fatores econômicos no uso das drogas Por exemplo o uso de múltiplas drogas polifarmácia está intimamente ligado à idade Dentro do grupo de pacientes que recebem mais de cinco itens por prescrição mais de 50 estão com mais de 65 anos de idade Na ausência de um registro de doença podemos calcular a prevalência de uma certa condição por meio dos dados de prescrição BISSON 2016 p 91 Portanto após o registro dos produtos farmacêuticos toda e qualquer informação sobre sua segurança deve ser monitorada pelas autoridades sanitárias e pelas indústrias farma cêuticas Problemas comuns podem ser resolvidos pela adaptação de informações por exemplo incluindo na bula os novos efeitos adversos advertências ou alterações de indicação Também podem ser necessárias ações restritivas como limitação de uso e venda a retirada do produto do mercado ou a suspensão de sua comercialização ROMANOLIEBER 2008 p 39 A monitorização da segurança não deve ser destinada exclusivamente aos novos medicamentos ou às novidades terapêuticas Ela tem um papel importante na introdução dos medicamentos genéricos e na revisão do perfil de segurança de antigos medicamentos já disponíveis 52 Segundo a Organização PanAmericana da Saúde a farmacovigilância é também um instrumento importante para a Atenção Farmacêutica na medida em que provê informações sobre medicamentos per mitindo uma melhor avaliação da relação riscobenefício de um medicamento otimizando os resultados da terapêutica ROMANOLIEBER 2008 p 39 Agora faremos uma pausa para falarmos de um assunto muito importante a reação adversa aos medicamentos Podemos abreviála como RAM Você com certeza já ouviu alguém falar sobre esse termo e tem percebido como ele tem aparecido nas nossas últimas aulas As reações adversas aos medicamentos são eventos clínicos indesejáveis e atribuídos aos medica mentos utilizados em doses adequadas à enfermidade e à condição clínica do paciente Elas Podem provocar danos graves à saúde ocasionando muitas vezes admissões hospita lares e até mesmo óbito Estudos norteamericanos sustentam que as reações adversas aos medicamentos estão entre as dez principais causas de morte nos Estados Unidos e são responsáveis por uma elevada carga financeira para os sistemas de saúde MOTA VIGO KUCHENBECKER 2013 p 2 Existem vários métodos de farmacovigilância que podem ser utilizados para o monitoramento de reações adversas aos medicamentos em condições reais como forma de compensar a limitada repre sentatividade e o poder dos ensaios clínicos em evidenciar as reações adversas raras e tardias A notificação espontânea é o método mais amplamente utilizado por diversos sistemas de farma covigilância de base populacional MOTA VIGO KUCHENBECKER 2013 Podemos inclusive sustentar que se trata de Um dos principais métodos para obtenção de informações acerca de reações adversas a medicamentos RAM A notificação voluntária ou espontânea é aquela realizada por profissionais de saúde Os notificadores preenchem uma ficha com um mínimo de infor mações que podem sinalizar possíveis relações entre o uso do medicamento e o desen volvimento de reações adversas As hipóteses daí geradas podem sugerir um seguimento mais intensivo ou o início de estudos epidemiológicos que permitam estabelecer o risco de RAM associado àquele uso ROMANOLIEBE 2008 p 39 Figueras et al 2002 apud ROMANOLIEBE 2008 p 39 apresentam outras utilidades das notificações espontâneas de RAM como a identifi cação de reações previamente desconhecidas e inesperadas a caracterização de síndromes iatrogênicas decorrentes do uso de a partir de dados sobre o paciente idade sexo indica ção do tratamento sobre o fármaco dose tempo de uso e sobre a reação características clínicas duração evolução e identificação de subgrupos de pacientes mais suscetíveis a comparação de toxicidade entre fármacos de um mesmo grupo terapêutico e a monitori zação contínua das reações adversas de um medicamento quando é lançado no mercado UNICESUMAR UNIDADE 2 53 Apesar das reconhecidas limitações dele envolvendo sobretudo elevada subnotificação esse método é particularmente importante no monitoramento das reações adversas aos medicamentos raras tardias graves resultantes de interações farmacológicas decorrentes do uso contínuo de medica mento não descritas em bula e em grupos de pacientes mais vulneráveis como crianças e idosos O Sistema Nacional de Notificações em Vigilância Sanitária formulário de notificação de medicamento que ocasionou danos à saúde No tivisamedicamento disponibilizado em 2008 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa é o principal sistema de notificações espontâneas de suspeitas de reações adversas a medicamentos no Brasil Visa sobretudo a agregar as notifi cações e por conseguinte gerar sinais de alertas e hipóteses sobre a segurança de medicamentos MOTA VIGO KUCHENBECKER 2013 p 2 Quero dividir com você um vídeo você assistirá a uma apresentação do sistema NOTIVISA da Anvisa e entenderá de forma clara que tipo de evento adverso pode ser informado pelo NOTIVISA Acesse o QR Code e venha conferir Para acessar use seu leitor de QR Code No segundo vídeo é exibido um webnário realizado pela equipe do NO TIVISA da Anvisa que exibe o passo a passo a fim de que as instituições realizem o cadastro para ter acesso ao sistema NOTIVISA de notificação de eventos adversos e queixas técnicas relacionados aos produtos sob Vigilância Sanitária Esse webinar é um novo formato de comunicação utilizado pela Anvisa para aproximar cada vez mais os usuários do sistema da discussão de temas técnicos de importância Eu te convido a assistir e a navegar pela página do NOTIVISA pois você futuroa farmacêuticoa pode acessar esse sistema para notificar uma RAM Para acessar use seu leitor de QR Code 54 Não podemos deixar de lembrar que outra fonte de informação sobre RAM é a própria indústria farmacêutica que deve notificar às autoridades sanitárias os problemas relativos aos medicamentos que produz Ou ainda a informação pode ser gerada a partir da busca ativa de RAM Neste caso podese fazer um seguimento para identificar reações adversas causadas por determinados fármacos ou acompanhar categorias de usuários mais suscetíveis Tratase de um mecanismo útil por exemplo quando se deseja intensificar a detecção de um si nal ou gerar um alerta a partir de notificações espontâneas tanto em hospitais como na comunidade ROMANOLIEBE 2008 p 39 A busca ativa pode ser feita por médicos enfermeiros farmacêuticos ou alunos de cursos de pós graduação de áreas de saúde Os dados que se buscam podem ser obtidos diretamente com o paciente com o médico ou nos prontuários Uma das principais limitações da notificação espontânea é a subnotificação Algumas possíveis causas para a subnotificação seriam o medo do prescritor de ser processado pelo paciente a culpa por ter prescrito um medicamento que causou uma RAM além da apatia ou falta de interesse ou tempo para notificar FIGUERAS et al 2002 apud ROMANOLIEBE 2008 p 39 Em hospitais notase a subnotificação mesmo quando as RAM são reconhecidas dificultando sobre tudo o conhecimento precoce de um efeito raro ou mesmo a criação de uma cultura da notificação pelos profissionais de saúde Outra limitação importante do método é a impossibilidade de calcular a incidência das RAM e os respectivos riscos dado que geralmente faltam dados sobre o tamanho da população exposta ao medicamento Outro importante método utilizado na detecção de RAM é o relato de caso Geralmente o relato de caso é o resultado de uma observação clínica Em geral referese a eventos raros e extraordinários ou ainda àqueles que tenham início imediatamente depois do começo da terapia É útil para levantar hipóteses sobre o efeito de medicamentos especialmente se há numerosos relatos ligando exposições raras a eventos raros ou a episódios repetidos de um evento após a reexposição a um medicamento Entretanto na maioria das vezes os relatos de caso são insuficientes para documentar associações ou estabelecer causalidade porque não apresentam um grupo de controle que permita comparações Essa ausência impede que sejam feitas comparações e seja avaliado o risco da utilização do medicamento Apesar das limitações frequentemente o relato de caso tem servido como a única fonte de infor mação relativa às reações adversas sérias Dessa forma ele pode levar a restrições à comercialização ou à retirada do medicamento do mercado Ele tem desempenhado o importante papel de levantar uma suspeita que deve posteriormente ser confirmada usando outros métodos ROMANOLIEBE 2008 Outra diferente forma de fazer a notificação é a partir de uma série de casos UNICESUMAR UNIDADE 2 55 Uma série de casos é a descrição de um número de pacientes que apresentam a mesma expo sição doença ou efeitos inesperados relativos ao uso do medicamento O relato de um único caso de RAM pode indicar uma reação individual eou um fenômeno extremamente raro Entretanto uma série de casos evidencia que um resultado ainda que raro está se repetindo Como nos relatos de caso nesse tipo de estudo também não existe um grupo controle que permita comparações Em populações definidas ela pode ser útil para quantificar a incidên cia ou a prevalência de um efeito inesperado relativo ao uso de um medicamento bem como para caracterizar os pacientes que exibem o dito efeito ROMANOLIEBE 2008 p 39 Além disso é possível ter outro tipo de ensaio o chamado análise de série temporal ou estudos eco lógicos Nesse tipo de ensaio o efeito de um medicamento na ocorrência de um evento relativo ao uso é comparado pelo menos duas vezes antes e depois da introdução do medicamento no mercado ou antes e depois da retirada dele do mercado O objetivo é avaliar se a disponibilidade do fármaco afeta de alguma forma a ocorrência de algum tipo de efeito A unidade de investigação nesse tipo de estudo é um conjunto de indivíduos A associação observada entre o uso do medicamento e o grupo de indivíduos não representa necessariamente a associação que pode existir no nível individual Além disso a interpretação dos dados deve ser cuidadosa porque além da exposição ao medicamento outras exposições podem estar concorrendo para a ocorrência de um evento adverso Apesar dessas limitações esses estudos são úteis ao fornecimento de dados adicionais para a investigação de uma hipótese As fontes de dados estão previamente disponíveis na forma de estudos demográficos ou estatísticas vitais 56 Sem dúvidas um dos modelos mais conhecidos é o de estudos clínicos controlados Geralmente ele é planejado com o objetivo de determinar a eficácia de um novo medicamento mas também pode detectar reações adversas Nesse tipo de investigação os indivíduos são distribuídos ao acaso em um grupo tratado com o fármaco estudado e um grupo controle que pode ser tratado com placebo ou com medidas tradicionais A alocação aleatória tem o objetivo de formar grupos com características semelhantes Com isso pretendese distinguir o efeito do medicamento pesquisado de possíveis efeitos causados por outros fatores como a evolução natural da doença ou a influência psicológica da própria administração do tratamento São chamados de estudos experimentais porque é o pesquisador quem determina qual dos grupos receberá o fármaco pesquisado Estes estudos são realizados na fase pré comercialização ROMANOLIEBE 2008 p 40 Outro importante modelo são os estudos de coortes e casocontrole Devido às limitações dos ensaios de précomercialização e dos relatos de casos os estudos observacionais geralmente são a melhor fonte de informação quantitativa sobre as RAM São chamados de estudos observacionais porque as diferenças entre os grupos de estudo em relação ao agravo ou à exposição são observadas e analisadas e não criadas intencionalmente Os participantes da pesquisa já estão segregados em grupos com base em alguma experiência ou exposição Assim como nos ensaios clínicos controlados nesses estudos também se comparam dois ou mais grupos de pessoas O prin cípio fundamental é que os grupos comparados tenham a mesma probabilidade de desenvolver o agravo independente da exposição ao medicamento A probabilidade ou risco de desenvolver o agravo deve ser o mesmo para pessoas expostas ao medi camento estudado e para aquelas não expostas Nos estudos do tipo casocontrole partese do efeito para chegar às causas É uma investigação na qual pessoas com uma dada reação adversa são comparadas com outras sem esta condição de modo a identificar no passado se estiveram expostas a um determinado medicamento que poderia explicar a ocorrência do agravo estudado Nos estudos de coortes partese da causa para observar os efeitos Um grupo de pessoas que utiliza e outro que não utiliza determinado medicamento é seguido no tempo com o intuito de determinar quais de seus componentes desenvolvem reações adversas e se a exposição prévia ao medicamento está relacionada à ocor rência da doença UNICESUMAR UNIDADE 2 57 Os dois tipos de estudo permitem estimar o risco da ocorrência de uma reação adversa associada ao uso de um medicamento Em estudos de coortes calculase o risco relativo Nos estudos de casocontrole a medida da associação é dada pela odds ratio Este último parâmetro em geral aproximase do valor do risco rela tivo O risco relativo referese ao quociente da ocorrência de um agravo entre os indivíduos expostos ao medicamento pela ocorrência do agravo entre os indiví duos não expostos O risco relativo é provavelmente o parâmetro epidemiológico utilizado com mais frequência ele fornece uma medida do tamanho da associação ROMANOLIEBE 2008 p 40 Os estudos epidemiológicos que envolvem comparação entre grupos estão sujeitos a erros sistemáticos ou vieses que podem alterar os resultados e ocasionar associações de significado ou magni tude errôneas Os principais tipos de vieses estão ligados à seleção dos pacientes à obtenção de informação sobre a exposição ao medicamento e à presença de fatores que confundem os resultados obtidos Estudos de casocontrole são particularmente úteis para determinação de reações adversas raras são relativamente baratos e requerem um período de tempo curto para sua realização Entretanto estão sujeitos aos vieses já comentados e usualmente não permitem o cálculo da taxa de incidência pois não se conhece a população que esteve exposta àquele medicamento Também os estudos de coortes estão sujeitos a restrições Além dos vieses já citados requerem o acompanhamento de um número elevado de indivíduos costumam ser longos dispendiosos e requerem organização complexa Por outro lado permitem medir a incidência e portanto o risco das RAM além de serem convenientes para o estudo de ocorrência de RAM associadas às exposições raras ROMANOLIEBE 2008 p 40 No estudo da farmacovigilância há um termo muito comum reação de causalidade Quando é verificada uma associação entre uma reação adversa e o fato do paciente ter feito uso anterior o que também chamamos de uso prévio de um determinado medicamento seja em um estudo tipo casocontrole seja em um estudo de coorte isso não significa que há uma reação de causalidade Todavia você deve estar se perguntando o que é uma reação de causalidade Uma reação de causalidade ou de causaefeito entre dois eventos significa que a presença de um deles contribui para a presença do outro Meyboom et al 1997 apresentam sete critérios utilizados para atribuir causalidade em farmacovigilância Força da associação referese à significância estatística ou seja ao valor do risco relativo ou do odds ratio e também ao número de casos de RAM relatados em relação à exposição ao medicamento ou seja será mais consistente e provável causalidade quanto maior for esse número de casos UNIDADE 2 59 Tendo em vista a dificuldade de estabelecer uma relação de causalidade no final dos anos de 1970 foram criados os chamados algoritmos Algoritmos são procedimentos esquemáticos que servem para orientar conclusões ou inferências Para determinar a causalidade entre o uso de um medicamento e uma reação adversa os algoritmos são construídos como tabelas de decisão em forma de questionário tentando padronizar critérios de diferentes avaliadores As questões são formuladas de modo a determinar as relações temporais entre o efeito e a tomada do medicamento as características clínicas as explicações alternativas que possam ser consideradas para a etiologia daquele evento entre outras possibilidades Cada resposta recebe um valor numérico que dá a medida da probabilidade de o efeito ter sido causado pelo medicamento suspeito O valor final classifica a relação de causalidade Assim segundo Edwards Aronson 2000 a causalidade pode ser classificada como certa provável possível improvável condicional ou não classi ficada e finalmente inclassificável ROMANOLIEBE 2008 p 41 No algoritmo de Naranjo por sua vez a causalidade é determinada como definida provável possível e duvidosa FIGUERAS et al 2002 Nunes 2000 aponta como problemas do uso dos algoritmos a difícil reprodutibi lidade do método pois os critérios no preenchimento das questões podem variar para cada aplicador uma vez que não há garantia de verdade nas respostas dadas para o preenchimento do algoritmo ROMANOLIEBE 2008 p 41 Nesse contexto das reações adversas aos medicamentos surgem os estudos de utilização de medi camentos De acordo com a OMS os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comercialização distribuição prescrição e o uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial sobre as consequências médicas sociais e econômicas resultantes FIGUEIREDO 2008 p 29 Os EUM podem fornecer informações sobre o uso de medicamentos contribuindo as sim para a avaliação da utilização dos medicamentos em uma sociedade do papel deste nesta sociedade e também servir de informação para ações regulamentadoras como intervenções no uso racional de medicamentos ou no monitoramento eco nômico dos preços OsoriodeCastro 2000 Laporte et al 1993 apud Pepe 1994 FIGUEIREDO 2008 p 29 Esses estudos também podem contribuir aqueles cujo objetivo é quantificar o consumo de medicamentos de uma determinada região permitindo a comparação com outras localidades ou em diferentes períodos Os resultados desses estudos podem ser utilizados para estimar o uso de medicamentos por idade sexo classe social morbidade e outras características e para identificar áreas onde ocorrem abuso ou subutilização 60 para o fornecimento de informações sobre a oferta de medicamentos a qualidade e a seleção de medicamentos o planejamento de ações a qualidade e quantidade do consumo os hábitos de prescrição a adesão ao tratamento e o impacto de interven ções específicas Pelicioni 2005 apud Pontes Junior 2007 Para Pepe 1994 os EUM apresentam alguns objetivos tais como a descrição da utilização dos medicamentos a avaliação qualitativa dos medicamentos utilizados para identificar possíveis proble mas e a intervenção sobre os problemas identificados FIGUEIREDO 2008 p 29 Os EUM podem ser classificados segundo o elemento principal Podem desse modo ser classifi cados em FIGUEIREDO 2008 1 Estudos de consumo 2 Estudos de prescriçãoindicação 3 Estudos de indicaçãoprescrição 4 Estudos sobre o esquema terapêutico 5 Estudos que condicionam os hábitos de prescrição ou dispensação 6 Estudos das consequências práticas da utilização dos medicamentos 7 Estudos de intervenção Os estudos de consumo pretendem descrever os medicamentos utilizados e em que quantidades o são Para Castro 2000 apud ROMANOLIEBE 2008 p 41 os EUM representam apoios decisivos na elaboração de políticas governamentais na área de saúde e compreendem diferentes temas de investigação relativos ao uso de medicamentos São exemplos Como se desenvolve a terapêutica nas várias esferas da assistência como se efetiva a demanda quais são as possibilidades de ocorrência de abuso mau uso subutilização uso incorreto de medicamentos e cumprimento de regimes terapêuticos Como se faz a seleção a procura e a distribuição dos medicamentos e quais fatores influem na sua utilização Como se desenvolve o processo da prescrição Estimativas de efetividade segurança razão de riscobenefício de dado medicamento e a prevalência de efeitos adversos área temática limítrofe com a Farmacovigilância Análises de preços e custos Desenvolvimento e efetivação de programas educacionais e informativos para pro mover o uso racional dos medicamentos Levantamentos e avaliação das políticas governamentais e institucionais relativas aos medicamentos ROMANOLIEBE 2008 p 41 Os EUM utilizam o instrumental da epidemiologia descritiva e podem ser quantitativos ou quali tativos Os estudos quantitativos são UNICESUMAR 62 Castro 2000 apud ROMANOLIEBE 2008 p 42 ressalta a importância da confiabilidade das fontes de dados disponíveis para os estudos quan titativos e chama a atenção para a limitação dos registros de venda como fonte de infor mações caso se trabalhe com dados relativos a custos A autora lembra que a comparação de consumo baseada em custos no mesmo país em diferentes períodos pode acarretar problemas caso haja alta inflação ou grande flutuação de preços A comparação do nú mero de unidades vendidas também apresenta limitações porque as apresentações dos medicamentos podem variar de acordo com o país Ela destaca também o uso de pron tuários médicos Estes embora de fácil acesso devem ser evitados como fonte exclusiva de informação em estudos retrospectivos dada a precariedade normalmente observada no seu preenchimento Os estudos qualitativos também devem envolver o conceito da adequação do uso do medicamento Basicamente as fontes de dados utilizadas são as mesmas dos estudos quantitativos mas devem ser acrescidas informações seguras de eficácia e segurança Podemse citar como exemplo de estudos qualitativos ROMANOLIEBE 2008 p 42 grifo do autor Estudos de prescrição são aqueles em que se descrevem qualitativamente os hábitos de prescrição Centramse na adequação do uso buscando cruzar informações pertinen tes à indicação à dose ao curso e à extensão da terapêutica São geralmente aplicados a toda uma instituição ou a setores específicos na forma de intervenções contínuas que propiciem diminuição de custos e incrementos na qualidade Podem ser retrospectivos ou prospectivos Enquanto nos primeiros analisase a forma como o fármaco vem sendo utilizado nos últimos o objetivo é prevenir problemas relacionados à terapêutica que porventura venham a surgir Nos estudos de prescrição é possível por exemplo analisar padrões de uso de medicamentos por características dos pacientes tais como sexo idade ou diagnóstico e identificar e estudar os determinantes da prescrição bem como as in fluências das informações particulares ou das campanhas publicitárias Estudos de adesão ao tratamento conforme Capellá 1993 vários estudos mostram que apenas parte dos pacientes segue o tratamento medicamentoso que lhes foi pres crito mas poucos trabalhos apontam as causas que determinam esse comportamento Entretanto esse é um aspecto relevante dentro do estudo de uso de medicamentos porque o uso incorreto pode alterar os efeitos esperados de um fármaco aumentar a probabilidade da ocorrência de RAM e desperdiçar recursos Nesse sentido é importante que se conheçam esses determinantes para que possa haver algum tipo de intervenção Revisão recente de RomanoLieber et al 2002 mostrou que a intervenção do farma cêutico tem influência no uso de medicamentos pelo paciente idoso Foi observado também que de uma forma geral essas intervenções apresentaram resultado positivo inclusive com o aumento da adesão do paciente ao seu tratamento UNICESUMAR 64 Com a evolução dos EUM foi necessária a criação de medidas que permitissem a uniformidade de expressão e troca de informações Além disso foi preciso criar um sistema unificado de clas sificação dos medicamentos Um sistema internacional único de classificação dos medicamentos é essencial não só para comparações internacionais de consumo mas também no seguimento do padrão nacional de consumo na análise das mudanças deste ao longo do tempo em um país determinado na Farmacovigilância e quando se requer informação sistemática sobre os medicamentos e seu uso ROMANOLIEBE 2008 p 43 O primeiro instrumento desenvolvido foi a Anatomical Therapeutic Chemical Classification ATC baseado em um sistema já em uso pela European Pharmaceutical Market Research As sociation EPhMRA Ele foi adotado pelo Drug Utilization Research Group DURG da OMS para ser usado em estudos voltados à utilização de medicamentos É um sistema que se divide em cinco níveis classificatórios que descrevem desde o local de ação ao nome genérico do fármaco OSORIODE CASTRO 2000 apud FIGUEIREDO 2008 p 30 Outro instrumento é a Dose Diária Definida DDD que se volta à quantificação do consumo de medicamentos É uma unidade técnica internacional de medida do consumo de medicamentos recomendada pela OMS que foi criada na tentativa de superar as dificuldades derivadas dos estudos que utilizam a quantificação do consumo em valor econômico e em unidades vendidas A DDD representa a dose diária de manutenção de cada fármaco na sua indicação principal em adultos sendo a referência de peso de 70 kg Capellá 1993 apud Pontes Junior 2007 FIGUEIREDO 2008 p 30 UNICESUMAR Outra maneira de avaliar qualitativamente a utilização de medicamentos acontece por intermédio de indicadores Indicadores são medidas quantitativas eou qualitativas empregadas em quaisquer aspectos da cadeia de assistência para avaliar desempenhos detectar problemas e orientar a condução de atividades consideradas chaves A principal finalidade de sua aplicação é definir um número limitado de parâmetros que permitam descrever a situação de um país região ou centro de saúde no que se refere ao uso de medicamentos ROMANOLIEBE 2008 p 42 A DDD destaca algumas considerações importantes A mesma DDD é dada em casos de diferentes vias de administração a não ser que a biodisponibilidade seja comprometida substancialmente diferente A dose terapêutica é considerada salvo nos casos em que a principal indicação seja profilática quando será listada DDD diferentes serão assinadas a distintos estereoisômeros A DDD para determinada substância em preparação simples deverá ser a mesma para a substância em preparação associada Em preparações associadas a DDD dependerá do componente mais importante ou daqueles que determinam conjuntamente a ação terapêutica Preparações associadas em doses fixas são consideradas caso a caso de acordo com a classificação ATC Algumas preparações não pertencem à DDD listada como as de uso tópico soluções intravenosas soros vacinas e extratos de alérgenos antineoplásicos anestésicos gerais e locais e contrastes radiológicos Para preparações simples as DDD são expressas em quantidade de ingrediente ativo Mesmo preparações para uso pediátrico serão expressas como DDD de adulto O estabelecimento de uma DDD para determinado fármaco independe da duração do tratamento O DDD não é uma dose recomendada mas uma unidade de medida que permite comparação entre resultados 66 Os cálculos de DDD foram posteriormente adaptados para uso hospitalar com a determinação de medidas denominada DDDleitodia Os resultados expressos dessa forma fornecem uma estima tiva do consumo de dado medicamento em um determinado período e sugerem a probabilidade de uso de determinado fármaco por um paciente Outra unidade de medida é a Prescribed Daily Dose PDD Dose Diária Prescrita a fim de contornar a distância entre a dose realmente prescrita na prática clínica diária e a DDD A PDD pode variar tanto de acordo com as indicaçõespatologias quanto em relação às tradições terapêu ticas Essa unidade é estabelecida por meio do levantamento de prescrições médicas entrevistas com pacientes ou registros de farmácias Particularidades como idade sexo e tipo de terapêutica devem ser investigadas paralelamente ROMANOLIEBE 2008 p 43 Para finalizar ainda temos uma classificação que pode ser feita de acordo com o valor terapêu tico dos medicamentos Essa classificação aconteceria em consonância com o valor terapêutico qualitativamente Para Arnau e Laporte 1989 apud ROMANOLIEBE 2008 p 44 um medicamento pode ter um valor elevado uma vez que sua eficácia tenha sido demonstrada em ensaios clínicos controlados ou cujo uso está justificado em indicações definidas devido ao fato de possuírem efeitos imediatos e óbvios O valor pode ser considerado relativo se as especialidades farmacêuticas forem irracionais do ponto de vista farmacológico e terapêutico por conterem além de um princípio ativo de valor elevado uma ou mais entidades químicas com eficácia terapêutica duvidosa Um medicamento também pode ter um valor duvidoso ou nulo se a eficácia não tiver sido demonstrada convincentemente em ensaios clíni cos controlados e para os quais não se tenham descrito efeitos indesejáveis graves ou frequentes Por fim são considerados de valor inaceitável os medicamentos que devido à sua composição apresentam uma relação riscobenefício claramente desfavorável em todas as circunstâncias Esse tipo de classificação pode auxiliar os estudos de uso de medicamentos na ava liação da conveniência da prescrição bem como nos estudos que se proponham a estabelecer determinantes de nãoadesão Vamos ouvir mais um podcast preparado com muito carinho Este é nosso segundo podcast e hoje falaremos um pouco mais a respeito da saúde baseada em evidências e de como esse movimento é importante para o exercício de nossa profissão em especial aos nossos pacientes que podem usufruir das intervenções doa farmacêuticoa UNICESUMAR UNIDADE 2 67 Nós fizemos reflexões importantes em nos sa unidade e você pode perceber que a saúde baseada em evidências é uma abordagem que usa ferramentas importantes como a farmacoepidemiologia a estatística a meto dologia científica e a informática aplicados à pesquisa Ela constitui o resultado da me lhor evidência científica aplicada na prática clínica considerando os valores do paciente As informações originadas das evidências científicas são utilizadas para apoiar a prá tica clínica a qualificação do cuidado e a tomada de decisão para a gestão em saúde considerando a segurança nas intervenções e a ética na totalidade das ações Portanto a saúde baseada em evidências pode ser considerada a arte de avaliar e reduzir a in certeza nas tomadas de decisão em saúde 68 Agora é chegada a hora de fixarmos ainda mais tudo o que discutimos nesta unidade Para isso eu te convido a construir um mapa mental Vou te sugerir algumas palavraschave para que você construa o seu mapa mental desta unidade Medicina baseada em evidências Tomada de decisões Cuidado com o paciente 69 1 Considerando a farmacoepidemiologia analise as afirmativas a seguir I A farmacoepidemiologia representa a aplicação do raciocínio epidemiológico de métodos e de conhecimentos no estudo relativo aos usos e aos efeitos benéficos e adversos de drogas em populações humanas II A farmacoepidemiologia simboliza a aplicação do raciocínio epidemiológico de métodos e de conhecimentos no estudo relativo aos usos e aos efeitos adversos de drogas em populações humanas III As pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população as doenças para as quais são usadas drogas os problemas e os benefícios que esses medicamentos podem trazer para o ser humano IV A farmacoepidemiologia também pode ser definida como o estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos em um restrito número de pessoas V Um dos objetivos do estudo da farmacoepidemiologia é a perspectiva particular na qual o medicamento é estudado como determinante de saúde ou de doença em uma população ou um grupo específico É correto o que se afirma em a I II e IV b I III e V c I III IV e V d III IV e V e I II III IV e V 2 Considerando a farmacovigilância assinale a alternativa correta a A farmacovigilância representa o processo de identificar e responder assuntos de segurança a respeito de drogas ainda não comercializadas É com base nela que a farmacoepidemiologia foi fundada b A farmacovigilância também conhecida como ensaios pós comercialização ou fase II tem como um de seus principais objetivos a detecção precoce de reações adversas especialmente já conhecidas c A Organização PanAmericana da Saúde defende que a farmacovigilância é um instrumento importante para a atenção farmacêutica tendo em vista que se pode prover informações sobre medicamentos Isso permite uma melhor avaliação da relação riscobenefício de um medicamento otimizando os resultados da terapêutica do paciente d A notificação do tipo relato de caso é o método mais amplamente usado por diversos sistemas de farmacovigilância de base populacional e A farmacovigilância simboliza o processo de identificar e responder assuntos de segurança a respeito de drogas comercializadas É com base nela que surgiu o movimento da atenção farmacêutica 70 3 Existem vários métodos de farmacovigilância que podem ser usados para o monitoramento de reações adversas aos medicamentos RAM Considerando esses métodos analise as afirmativas a seguir I Apesar das suas reconhecidas limitações envolvendo sobretudo elevada subnotificação o método de notificação espontâneo é particularmente importante no monitoramento das reações adversas aos medicamentos raras tardias graves resultantes de interações farma cológicas decorrentes do uso contínuo de medicamentos não descritas em bula e em grupos de pacientes mais vulneráveis tais como crianças e idosos II O sistema NOTIVISA disponibilizado desde 2008 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA é o principal sistema de notificações espontâneas de suspeitas de reações adversas aos medicamentos no Brasil na atualidade III O relato de caso é o resultado de uma observação clínica Em geral referese aos eventos muito comuns observados no dia a dia do cuidado ao paciente e àqueles que tenham início meses após o início da terapia IV Os estudos clínicos controlados são planejados com o objetivo de determinar exclusivamente a eficácia de um novo medicamento V Nos estudos do tipo casocontrole o princípio fundamental é o de que os grupos comparados tenham a mesma probabilidade de desenvolver o agravo independentemente da exposição ao medicamento É correto o que se afirma em a I II e IV b I II III e IV c II III e IV d II IV e V e I III e V 4 Considerando os estudos sobre a utilização de medicamentos assinale a alternativa correta a Os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comercialização à prescrição e ao uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial nas consequências médicas sociais e econômicas resultantes b Os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comercialização à distribuição à prescrição e ao uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial nas consequências médicas sociais e econômicas resultantes c Os Estudos de Utilização de Medicamentos podem contribuir para o fornecimento de infor mações sobre a oferta de medicamentos a qualidade e a seleção de medicamentos o plane jamento de ações e a qualidade e a quantidade de consumo exceto os hábitos de prescrição e de adesão ao tratamento 71 d Os estudos de prescrição são um tipo de Estudo de Utilização de Medicamentos Neles são descritos quantitativamente os hábitos de prescrição e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 5 A Dose Diária Definida DDD é um sistema de classificação de medicamentos que se volta à quantificação do consumo de medicamentos É uma unidade técnica internacional de medida do consumo de medicamentos recomendada pela OMS e que foi criada na tentativa de supe rar as dificuldades derivadas dos estudos que utilizam a quantificação do consumo em valor econômico e em unidades vendidas Considerando a DDD avalie as afirmativas a seguir I A dose terapêutica é considerada salvo nos casos em que a principal indicação seja profilática quando será listada II A mesma DDD é dada nos casos em que existem as mesmas vias de administração exceto se a biodisponibilidade seja comprovada e substancialmente diferente III A DDD para determinada substância em preparação simples deverá ser a mesma para a substância em preparação associada IV As DDD de preparações de liberação controlada e de administração intermitente são conside radas dividindose a dose total administrada no período pelo número de dias de tratamento V O estabelecimento de uma DDD para determinado fármaco depende da duração do trata mento É correto o que se afirma em a Apenas I II e V b Apenas I III e V c Apenas III IV e V d Apenas II IV e V e Apenas I III e IV 6 A prática da medicina baseada em evidências deve compreender cinco passos também cha mados de domínios Apresente esses passos e explique como eles se caracterizam MEU ESPAÇO 3 Vamos falar dos métodos clínicos farmacêuticos Quando fazemos a atenção farmacêutica isto inclui dizer que seguimos uma sequência de passos que costumamos chamar de método clínico O método clínico inclui coleta de dados identificação de problemas implan tação de um plano de cuidado e acompanhamento do paciente E por sabermos que nós farmacêuticos somos os especialistas em medicamentos precisamos estar aptos para resolver problemas relacionados à farmacoterapia com objetivo de promover seu uso racional e assim garantir sua máxima efetividade e segurança Método Clínico Farmacêutico Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 74 Eu imagino que você deva estar se perguntando será que estes métodos clínicos farmacêuticos são assim tão importantes Como estes métodos poderão ser utilizados na prática E mais como eles podem ajudar tanto no desenvolvimento da atenção farmacêutica Eu quero que você mergulhe de cabeça nesta unidade de conteúdo e nós vamos começar com uma situação bem real que lhe desafiamos a resolver Imagine que você está em sua farmácia uma farmácia de bairro e numa linda tarde de outono entra na farmácia o seu João João é casado aposentado tem 68 anos e é hipertenso Ele vem à farmácia pois não está se sentindo muito bem reclama de fortes dores na cabeça e quando você pede para ele mostrar onde dói ele mostra a nuca Você questiona acerca do uso do seu antihipertensivo que ele compra em sua farmácia e ele diz que está tomando o Captopril bem direitinho No Brasil a hipertensão arterial atinge cerca de 325 de indivíduos adultos contribuindo para o aumento dos índices de complicações cardiovasculares Em vista de a hipertensão ser umas das doenças mais prevalentes no mundo o governo desenvolve políticas públicas de saúde para estimular o diagnóstico precoce e o tratamento contínuo para controle da pressão arterial e dos fatores de riscos associados devido a mudanças do estilo de vida eou uso de medicamentos E quando falamos em uso de medicamentos temos aqui o papel crucial que o farmacêutico desempenha na orientação e acom panhamento do paciente imagine que aqui é você quem vai acompanhar e orientar o senhor João O que será que pode estar acontecendo com João Ele está tomando o medicamento certinho segundo ele todos os dias pela manhã Você não está satisfeito e continua fazendo uma anamnese cri teriosa na busca de possíveis respostas Será que o medicamento não faz mais efeito Será que a dose está errada Será que a hipertensão dele evoluiu De que forma você poderá descobrir o que está acontecendo com João Convidamos você a vir descobrir o que os métodos clínicos farmacêuticos para o exercício da atenção farmacêutica têm a contribuir com isso tudo Ao final desta unidade você vai descobrir por meio de um dos métodos clínicos aqui exemplificados o que pode estar acontecendo com o senhor João e mais você vai saber como ajudar o senhor João UNICESUMAR UNIDADE 3 75 Aproveitamos para convidálo a ir construindo seu diário de bordo desta unidade Comece fa zendo anotações das principais diferenças entre os métodos clínicos farmacêuticos pois ao final você poderá identificar o melhor deles ou o que melhor se adequa a sua realidade para conseguir ajudar o seu paciente o senhor João Sugerimos que construa tabelas informativas anotando os principais pontos de cada método assim o seu entendimento e visualização do problema ficará bem mais claro Vamos que temos muito o que aprender 76 Ao longo das últimas décadas o farmacêutico vem buscando firmarse como clínico integrante da equipe de atenção à saúde Desde o surgimento da farmácia clínica e posteriormente da atenção farmacêutica o que se busca é desenvolver uma prática focada no paciente e voltada à resolução e prevenção de problemas farmacoterapêuticos Fundamentalmente pela necessidade de redução da morbimortalidade relacionada aos medicamentos A profundidade dessa mudança entretanto faz necessário que o farmacêutico incorpore a sua práxis conhecimentos e habilidades que construam um novo referencial de atuação e padrão de qualidade A Farmácia Clínica que surgiu em meados de 1960 e ainda é considerada uma área de atuação nova para o profissional farmacêutico Conforme Araujo Tescarollo e Antônio 2019 p 2 No ambiente hospitalar o farmacêutico que por vezes era distante do paciente bem como de toda a equipe de saúde passou a demonstrar a necessidade de participar da equipe de saúde e de interagir no cuidado prestado ao paciente ANGONESI SEVALHO 2010 Sabendo que o farmacêutico clínico é um profissional capaz de identificar sinais e sintomas monitorar a terapia medicamentosa programar e orientar o paciente agin do em conjunto com os demais profissionais de saúde envolvidos percebese neste momento o intento comum de efetivar a farmacoterapia contudo há nesta conjuntura uma grande necessidade em conhecer de forma ampla práticas terapêuticas agrupando a disposição de julgamento e sua postura frente ao ato de tomar decisões CFF 2013 UNICESUMAR UNIDADE 3 77 O medicamento é um dos principais recursos terapêuticos utilizados pela população no entanto o seu uso não está isento de elevados riscos danosos à saúde humana Dessa forma o serviço de clínica farmacêutica tornase indispensável para avaliar a situação clínica do paciente diante da análise do riscobenefício que um produto farmacêutico pode propor cionar podendo contribuir para a recuperação da saúde e na conscientização da população em prol de tratamentos farmacológicos mais seguros e efetivos CORREIA et al 2017 p 2 A importância da farmácia clínica da atenção farmacêutica e do profissional farmacêutico já nos é bem clara mas temos que pensar que o importante trabalho realizado pelo farmacêutico precisa ser bemorganizado e normatizado e por isso a adoção de um método clínico universal de abordagem de pacientes a clara identificação da natureza dos problemas pertencentes ao seu escopo e um eficiente sistema de registro serão essenciais à construção de uma prática sustentável em longo prazo Nós podemos citar algumas metodologias de atenção farmacêutica disponíveis na literatura No Brasil na Espanha e outros países de origem latina o termo seguimento farmacoterapêutico se de senvolveu como sinônimo do que nos Estados Unidos e países anglosaxões em geral se entende como Pharmaceutical Care Mais recentemente nos EUA o termo Medication Therapy Management MTM foi criado como um serviço clínico voltado a pacientes polimedicados do sistema Medcare 78 Dentre as metodologias mais citadas no Brasil conforme Correr e Otuki 2011 p 1 grifos nossos estão o Método Dáder o Pharmacotherapy WorkUp e o Therapeutic Outcomes Mo nitoring TOM Todos visam fornecer ao farmacêutico algumas ferramentas e um pacote de abordagens e procedimentos para a realização do atendimento clínico De modo geral todos os métodos de atenção farmacêutica disponíveis advêm de adap tações do método clínico clássico de atenção à saúde e do sistema de registro SOAP Subjective Objective Assessment Plan traduzindo Subjetivo Objetivo Avaliação e Plano proposto por Weed na década de 1970 É importante fazermos uma pausa para lembrar de algo muito importante a atenção farmacêutica não precisa se focar apenas em pacientes com doenças e condições crônicas Temos no Brasil muitas experiências da implantação de seguimento farmacoterapêutico a pacientes hiper tensos e diabéticos em farmácias comunitárias em farmácias de bairro especialmente e com ótimos resultados entretanto a maioria desses serviços não se perpetua por muitos anos Por muitos motivos dentre os quais a baixa qualificação do farmacêutico a falta de planejamento de longo prazo a desarticulação do serviço farmacêutico com os serviços de saúde locais e principalmente a ausência de um plano de remuneração por serviços Além disso é comum ouvir de farmacêuticos que durante o acompanhamento de hiper tensos e diabéticos por exemplo todo o processo permanece demasiadamente atrelado ao médico e extremamente dependente das condições estruturais do sistema público de saúde Ainda que muitos desses argumentos sejam questionáveis todos esses fatores pres sionam o farmacêutico no médio prazo a desistir do seguimento farmacoterapêutico e a retornar exclusivamente à dispensação de medicamentos CORRER OTUKI 2011 p 1 UNICESUMAR UNIDADE 3 79 Por esse motivo a atenção farmacêutica deve estar adequada às demandas dos usuários da farmácia comunitária ou do serviço em que o farmacêutico esteja inserido O farmacêutico deve especializar sua consulta nos problemas comuns de sua região e nas queixas que normalmente são mal atendidas no balcão da far mácia Em outras palavras o perfil epidemiológico da região e as necessidades dos pacientes devem ser os fatoresguia da construção do serviço clínico farmacêutico Isso pode incluir o atendimento de transtornos menores métodos contraceptivos uso de medicamentos por gestantes problemas dermatológicos e cosméticos pa cientes polimedicados com dificuldades de adesão pacientes idosos fragilizados ou pacientes crônicos que necessitam de cuidado contínuo A consulta farmacêutica é única O método clínico de atenção farmacêutica é único Mudam os problemas do paciente os procedimentos e as prioridades do plano de cuidado conforme se pode observar no Quadro 1 CORRER OTUKI 2011 p 12 Quadro 1 Características da atenção farmacêutica segundo as condições do paciente Fonte Correr Otuki 2011 p 2 Quadro 2 Passos para realização da atenção farmacêutica com o paciente Fonte adaptado de Weed 1971 Condição Duração do problema Focoobjetivos terapêuticos Prioridade no plano de cuidado Duração do seguimento Aguda Limitada dias semanas Cura e alívio de sin tomas Alta Requer ação imediata Curto prazo Fo cado na resolu ção do problema e na alta Crônica Longo 3 meses anos e não autoli mitada Controle e preven ção de complicações Variável Depen de da presença de agravo e controle da condição Longo prazo Focado na es tabilização e no suporte ao auto cuidado O método clínico de atenção farmacêutica segue as etapas ou fases que podemos observar logo a seguir no Quadro 2 foi proposto por Weed 1971 apud CORRER 2006 e o qual podemos resumir em coleta de dados identificação de problemas planejamento e seguimento 1 Coletar e organizar os dados do paciente 2 Identificar problemas relacionados à farmacoterapia 3 Elaborar um plano de cuidado em conjunto com o paciente 4 Realizar o seguimento individual do paciente 80 Agora queremos que você faça uma pequena pausa de tudo para acessar e ler um documento muito importante para a prática farmacêutica tratase da Resolução RDC nº 44 de 17 de agosto de 2009 da ANVISA Esta RDC dispõe sobre boas práticas farmacêuticas para o controle sanitário do funciona mento da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências BRASIL 2009 Nela você vai encontrar todos os itens essenciais para uma DSF Declaração de Serviços Farmacêuticos Fique de olho pois esse documento será muito requisitado em todos os serviços farmacêuticos prestados inclusive a atenção farmacêutica Na prática do dia a dia o farmacêutico vai atender os seus pacientes um a um em consultas individualizadas Inicialmente o objetivo será coletar e organizar dados do paciente e para isso o far macêutico deverá utilizar as técnicas de semiologia farmacêutica e entrevista clínica É nesta etapa que se descobre o motivo da consulta dados específicos do paciente a história clínica dele e o histórico de medicação do paciente É aberta uma ficha para registro do atendimento que será arquivada no prontuário do paciente De posse de todas as informações necessárias o farmacêutico será capaz de fazer uma análise si tuacional e uma revisão da farmacoterapia do paciente para numa abordagem clínica poder identificar problemas relacionados à farmacoterapia presentes e potenciais do paciente CORRER OTUKI 2011 p 2 Depois disso então o farmacêutico deverá elaborar um plano de cuidado em conjunto com o paciente que pode incluir intervenções farmacêuticas eou encaminhamento a outros profissionais ou agendamento de retorno Dessa forma é realizado o seguimento individual do paciente com análise de resultados e progresso o alcance de metas terapêuticas e o surgimento de novos problemas CORRER OTUKI 2011 Ao final o farmacêutico deve agendar o retorno ou a frequência de seguimento a fim de avaliar os resultados de suas condutas Todo processo é reiniciado no surgimento de novos problemas queixas ou mudanças significativas no tratamento Deverá ser entregue ao paciente ao final da consulta a Declaração de Serviço Farmacêutico DSF que registra e materializa todo o atendi mento realizado CORRER OTUKI 2011 UNICESUMAR UNIDADE 3 81 Faremos aqui uma discussão dos principais pontos envolvidos num método clínico farmacêutico e logo depois falaremos das diferentes metodologias para realização do seguimento farmacoterapêutico Vocês poderão ver que tudo é muito semelhante e por isso é importante que o farmacêutico tenha um amplo conhecimento do processo para saber escolher o método que mais atende a sua demanda de trabalho Uma coisa muito importante é a coleta e organização dos dados do paciente A consulta farmacêutica tem início com a coleta de dados Esta é feita por meio de uma anamnese e exame clínico e o paciente é a principal fonte das informações Além do relato que o próprio paciente faz sobre sua saúde seus problemas médicos e tratamentos em curso outras informações podem ser obtidas de familiares e cuidadores ou de outros profissionais da saúde São indispensáveis ainda os dados advindos de exames clínicos laboratoriais prescrições médicas dentre outros documentos pertencentes ao histórico clínico do paciente Quando a consulta é agendada ajuda muito pedir ao paciente que leve seus medicamentos suas receitas médicas e últimos exames A entrevista clínica é focada no perfil do paciente história clínica e história de medicação A história clínica inclui a queixa principal história da doença atual história médica pregres sa história social familiar e revisão por sistemas O Quadro 3 demonstra o esquema geral das etapas da entrevista clí nica A história de medicação inclui os medicamentos em uso plantas medicinais medicação pregressa histórico de alergias reações adversas a medicamentos e a experiência de medicação do paciente CORRER OTUKI 2011 p 3 Quadro 3 Elementos da história clínica do paciente Fonte adaptado de Correr e Otuki 2011 QUEIXA PRINCIPAL como o paciente refere o problema HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL o que perguntar sobre o sintoma HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA focar em doenças ou medicamentos que podem causar o sintoma HISTÓRICO FAMILIAR destacar caso as situações clínicas tenham histórico na família HISTÓRIA SOCIAL hábitos que podem ser a causa do sintoma REVISÃO POR SISTEMAS outros órgãos que podem ser afetados e que sinalizem casos de maior gravidade e complexidade 82 O farmacêutico precisa inteirarse segundo Correr e Otuki 2011 p 45 de todos os medicamentos em uso pelo paciente incluindo suas indicações regime posológico dose via de administração frequência e duração e a resposta efetividade e segurança Tão importante quanto os medicamentos prescritos são aqueles usados por automedicação plantas medicinais suplementos vitamínicos e vacinas normalmente pouco valorizados pelos pacientes como medicamentos Esta abordagem deve ser feita valorizando o conhecimento do paciente sua percepção dos problemas sua cultura e condição social e como os medicamentos se encaixam em sua rotina de vida seus horá rios e seus hábitos Nesta fase inicial do seguimento farmacoterapêutico é essencial ao farmacêutico com preender a experiência de medicação relatada pelo paciente Esta inclui as atitudes de sejos expectativas receios entendimento e o comportamento do paciente com relação aos medicamentos e é fundamental na tomada de decisões clínicas A adesão terapêutica do paciente só pode ser entendida de forma segura com essa aproximação e só a partir dela será possível educar o paciente ou influenciar seu comportamento quanto ao uso correto dos medicamentos Durante a entrevista o farmacêutico deve anotar as infor mações relevantes de modo a construir o histórico do paciente no prontuário Devese buscar o equilíbrio entre escutar e interagir com o paciente e tomar notas enquanto o paciente fala Com tempo e experiência o farmacêutico será capaz de dar fluidez ao atendimento ao mesmo tempo em que registra as informações proporcionando ao paciente a sensação de acolhimento e profissionalismo Ainda de acordo com Correr e Otuki 2011 p 5 grifos do original As informações sobre o paciente organizadas pelo farmacêutico durante a entrevista devem compor uma foto do paciente conhecida como estado situacional O estado situacional em espanhol dizse estado de situación consiste na relação completa dos problemas de saúde e de toda farmacoterapia de modo que se conheçam detalhadamente os medicamentos em uso e as condições clínicas não tratadas do paciente Quando nós começarmos a discutir os diferentes métodos de seguimento farmacoterapêutico este estado de situação será mencionado Nesta foto inicial deve ser possível também avaliar os resultados terapêuticos obtidos até o momento O estado situacional é a base de infor mações sobre a qual o farmacêutico realizará a revisão da farmacoterapia e a identificação de problemas do paciente relacionados à farmacoterapia etapas estas que compõem a próxima etapa do método clínico UNICESUMAR UNIDADE 3 83 Segundo Correr e Otuki 2011 p 56 grifos nossos De posse de todas as informações necessárias sobre o paciente o farmacêutico deve aplicar um raciocínio clínico sistemático a fim de avaliar e identificar todos os problemas relacionados à farmacoterapia do paciente Estes correspondem ao coração e a alma da prática da atenção farmacêutica A identificação e resolução desses problemas são o território próprio do profissional farmacêutico aquilo que o diferencia de outras profissões da saúde e que justifica socialmente sua prática O propósito de identificar problemas relacionados à farmacoterapia é ajudar os pacientes a atingirem suas metas terapêuticas e a obterem o máximo benefício dos medicamentos Diferente do que se pode pensar trabalhar com problemas da far macoterapia não impõe ao farmacêutico uma visão estreita focada no medicamento Pelo contrário exige do profissional uma visão integral do paciente sua família e relações sociais e uma postura voltada para o cuidado e não para o produto Identificar problemas relacionados à farmacoterapia está para a atenção farmacêutica assim como o diagnóstico da doença está para a medicina Há na literatura autores que utilizam o termo diagnóstico farmacêutico pharmaceutical diagnose para se referir ao raciocínio clínico empregado na identificação desses problemas Os proble mas relacionados à farmacoterapia são problemas clínicos do paciente passíveis de serem detectados tratados e prevenidos É evidente portanto que a prevenção desses problemas consiste no papel mais importante do farmacêutico e no maior valor dos seus serviços para com os pacientes CORRER OTUKI 2011 O conceito do que vem a ser um problema relacionado à farmacoterapia é controverso na literatura internacional Vários termos são utilizados em português como sinônimos dentre eles problemas relacionados aos medicamentos PRM problemas farmaco terapêuticos ou resultados negativos da medicação Este último consiste numa nova abordagem da questão proposta no III Consenso de Granada que busca diferenciar os problemas ocorridos no processo de uso dos medicamentos das falhas nos resultados da farmacoterapia É proposta a substituição do termo problemas relacionados com medicamentos por resultados negativos da medicação sendo estes entendidos como resultados de saúde não adequados ao objetivo da farmacoterapia e associados ao uso ou à falha no uso de medicamentos A Rede Europeia de Seguimento Farmacoterapêutico Pharmaceutical Care Network Europe PCNE define problemas relacionados aos medicamentos como um evento ou circunstância envolvendo a farmacoterapia que interfere atualmente ou potencial mente com os resultados de saúde desejados 84 O Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica também traz uma definição para Pro blemas Relacionados aos Medicamentos PRM É um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia que interfere ou pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário IVAMA et al 2002 p 19 O PRM é real quando manifestado ou potencial quando há risco de sua ocorrência Pode ser ocasionado por diferentes causas tais como as relacionadas ao sistema de saúde ao usuário e seus aspectos biopsicosociais aos profissionais de saúde e ao me dicamento Segundo o consenso brasileiro a identificação de PRMs segue os princípios de necessidade efetividade e segurança próprios da farmacoterapia A revisão da medicação do paciente com foco nos resultados terapêuticos consiste numa avaliação sistemática da necessidade efetividade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente e de sua adesão ao tratamento Mas nós faremos uma discussão bem mais detalhada da revisão da farmacoterapia mais adiante Ago ra precisamos focar nos diferentes métodos clínicos ou métodos de seguimento farmacoterapêuticos Dentre as metodologias que otimizam a atenção farmacêutica podemos citar alguns métodos que podem ser utilizados para auxiliar o farmacêutico no exercício desta importante atividade Podemos chamar também de métodos de seguimento farmacoterapêutico Importante salientar que cabe a cada profissional identificar qual método melhor se encaixa à realidade do seu trabalho a fim de tornar a sua rotina mais produtiva Todos os métodos falam da necessidade de o farmacêutico possuir habilidades em comu nicação estabelecendo assim adequada relação terapêutica com o paciente Reconhecese que o farmacêutico pode ajudar na solução de problemas relacionados com medicamentos desde que se estabeleça uma parceria com o paciente para a solução desses CIPOLLE STRAND MORLEY 1998 Por meio dessa melhor relação podese obter a confiança do paciente de modo que este preste informações sobre sua situação e o uso de medicamentos permitindo uma análise mais fidedigna desses dados com a consequente identificação de problemas relacionados com medicamentos Estabelecida a relação e identificados os problemas firmase um acordo visando à resolução destes últimos fundamentado na auto nomia do paciente e na busca de maior qualidade de vida STORPIRTIS et al 2008 p 361 Segundo Ivama et al 2002 apud STORPIRTIS et al 2008 p 361 grifo nosso o seguimento farma coterapêutico é o processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao medicamento por meio da detecção prevenção e resolução de pro blemas relacionados aos medicamentos PRM de forma sistemática contínua e documentada com o objetivo de alcançar resultados definidos buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário UNICESUMAR UNIDADE 3 85 1 Método SOAP Subjetivo Objetivo Avaliação e Plano De acordo com as suas especificidades este método permite que o farmacêutico faça um aten dimento detalhado rápido prático e seguro Este método é amplamente empregado por profissionais da saúde tendo como ponto posi tivo seu entendimento por qualquer desses profissionais Cada termo referese a uma parte do processo de atendimento do paciente com atividades específicas a serem realizadas S coletar informações subjetivas nessa etapa do procedimento devem ser registradas as informações obtidas do paciente ou cuidador ou se for o caso de históricos de prontuário as quais não se constituem em conhecimento objetivo No caso da abordagem farmacêutica devese buscar a obtenção de informações pertinentes a problemas com o uso de medica mentos e sua relação com a enfermidade O Informações objetivas ou dados que podem ser mensurados referemse à obtenção de dados objetivos como sinais vitais resultados de exames de patologia clínica achados de testes laboratoriais e de exame físico realizado pelo profissional habilitado para tal A Avaliação dos dados com base nas informações subjetivas e objetivas o farmacêutico deve identificar as suspeitas de problemas relacionados com medicamentos Após deve verificar o que pode ser realizado para a resolução desses problemas e quais as intervenções farmacêuticas que podem ser adotadas P Plano montar um plano de ação focado no que for mais necessário de posse da análise das informações e do planejamento das condutas a serem realizadas em conformidade com o perfil do paciente o farmacêutico deve apresentálas a este último buscando o estabeleci mento de um acordo para a implementação do plano Caso os problemas relacionados com medicamentos necessitem da avaliação do prescritor o paciente deverá ser informado dessa necessidade Também se deve estabelecer em conjunto a forma de realizar a monitorização dos resultados do plano a ser implementado principalmente se houver novas modificações em prescrição de medicamento ou no quadro do paciente instaurandose desta forma o ciclo de atendimento STORPIRTIS et al 2008 p 361 grifos nossos No ramo de farmácia um dos objetivos dessa metodologia é otimizar a rotina por meio de práticas que oportunizam avaliar comparar e fazer diagnósticos de diferentes situações clínicas tanto no âmbito físico quanto emocional Nós podemos citar como principais objetivos do SOAP no contexto da atenção farmacêutica flexibilizar o acesso aos dados do paciente possibilitar um acompanhamento mais eficiente da rotina contabilizar e avaliar a frequência das consultas coletar dados para planejar ações preventivas e voltadas para o diagnóstico precoce estimular a educação continuada dos profissionais da farmácia 86 2 Método PWDT Pharmacists Workup of Drug Therapy o termo pode ser traduzido como Avaliação farma cêutica da terapia medicamentosa ou Estudo Farmacêutico da Terapia Farmacológica é um método que foi criado em 1988 por Strand Morley e Cipolle e objetiva avaliar as necessidades do paciente em relação aos resultados terapêuticos obtidos pelos medicamentos foi desenvolvido para utilização em farmácias comunitárias sendo aplicável a qualquer paciente O Pharmacotherapy Workup consiste no raciocínio clínico desenvolvido pelo profis sional na identificação das necessidades e problemas farmacoterapêuticos do paciente enquanto o processo de atenção consiste nas etapas percebidas pelo paciente enquanto ele recebe atenção farmacêutica Este processo tem por base o relacionamento entre farmacêutico e paciente e dividese em 1 avaliação 2 desenvolvimento de um plano de cuidado e 3 o acompanhamento da evolução do paciente Na primeira fase o farmacêutico por meio de entrevista clínica deve coletar informações e avaliar de modo global o paciente a fim de certificar que cada agente terapêutico em questão está apropriadamente indicado é o mais efetivo e seguro possível e se a adesão do paciente ao tratamento é adequada Durante a entrevista com o paciente são coletadas informações sobre todos os medicamentos em uso problemas de saúde histórico de vacinações hábitos de vida e dados clínicos e demográficos A abordagem dos medicamentos se dá de forma sistemática de acordo com as necessidades relacio nadas aos medicamentos percebidas pelos pacientes Estas necessidades nascem da experiência com a medicação vivida por cada paciente Realizase também uma revisão por sistemas e órgãos a fim de obter informações complementares Esta fase é registrada em um prontuário específico composto por cinco páginas A experiência com a medicação medication experience é um conceito apresen tado pelo grupo de Minnesota em publicações mais recentes e é fruto do conjunto de eventos na vida de uma pessoa envolvendo medicamentos e como esses são vivenciados A abordagem dessas experiências pelo farmacêutico se dá por meio de questões envolvendo a atitude expectativas crenças e medos em relação aos medicamentos interferentes éticos religiosos e culturais envolvidos e o compor tamento do paciente na utilização dos produtos O objetivo é ter em consideração estes aspectos na tomada de decisões durante as intervenções farmacêuticas Os autores defendem que os farmacêuticos precisam ter um profundo entendimento acerca da experiência com a medicação vivida por cada paciente a fim promover um impacto positivo nas decisões e experiências desses pacientes A identificação dos problemas farmacoterapêuticos e suas causas são feitas com base numa avaliação sistemática da indicação efetividade segurança e adesão do paciente UNICESUMAR UNIDADE 3 87 à terapêutica nessa ordem Para isso a estrutura do Pharmacotherapy Workup organi zase pela análise da indicação do produto farmacêutico da posologia e dos resultados de saúde do paciente obtidos O farmacêutico deve levar em consideração na análise desses quatro itens os sinais e sintomas do paciente os valores laboratoriais anormais e as metas da terapia para análise da efetividade e as reações adversas e toxicidade para a segurança Efetividade e segurança são entendidas como dimensões dos resultados obtidos pela farmacoterapia A adesão do paciente só deve ser considerada após essa análise CORRER 2006 p 34 grifos nossos O método considera uma classificação de PRM dividida em sete categorias como pode ser ob servado no Quadro 4 Os PRM são entendidos por Strand Morley e Cipolle como um evento indesejável experimentado pelo paciente que envolve ou suspeitase que envolva a farmacote rapia e que atual ou potencialmente interfere com um resultado de saúde desejado Quadro 4 Classificação de PRM Fonte adaptado de Cipolle Strand e Morley 2004 apud CORRER 2006 Classificação de Problemas Relacionados com Medicamentos PRM segundo Cipolle Strand e Morley Indicação PRM 1 Farmacoterapia desnecessária PRM 2 Necessidade de farmacoterapia adicional Efetividade PRM 3 Fármaco inefetivo PRM 4Dosagem muito baixa Segurança PRM 5 Reação adversa ao fármaco PRM 6 Dosagem muito alta Adesão PRM 7 Não adesão à terapia Concluída a fase de avaliação tida como a que consome mais tempo o farmacêutico elabora um plano de cuidado com finalidade de resolver cada um dos problemas encontrados pro mover o alcance das metas terapêuticas e prevenir novos problemas farmacoterapêuticos É formulado um plano de cuidado para cada tratamento em curso havendo ou não PRM e cada plano é registrado em um formulário próprio de uma página Em seguida é neces sário monitorar a evolução do paciente a fim de observar se as metas do plano de cuidado foram atingidas ou se novos problemas possam ter surgido O acompanhamento de cada problema de saúde é registrado separadamente em um formulário também de uma página 88 Assim do ponto de vista do registro o prontuário de um paciente atendido sob este método constará de um formulário de avaliação inicial e tantos formulários de plano de cuidado e monitorização quantos forem os problemas de saúde presentes ou tratamentos em curso Os autores do Pharmacotherapy Workup propõem um método universal de atenção farmacêutica que não é restrito para utilização por farmacêuticos Nos Estados Unidos o trabalho de atenção farmacêutica tem recebido status de nova prática profissional não necessariamente privativa do farmacêutico mas aberta a profissionais como médicos e enfermeiros Os autores têm despendido também grande esforço na criação de um sistema de pagamento por serviços com base na complexidade da ação e na criação de padrões de qualidade e serem seguidos pelos profissionais CORRER 2006 p 4 grifos nossos 3 Método Dáder Storpirtis et al 2008 p 362 grifos do original afirmam que O Método Dáder de Seguimiento Farmacoterapéutico foi desenvolvido pelo Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica da Universidad de Granada para ser utilizado em farmácias comunitárias sendo aplicável a qualquer paciente Também segue as diretrizes propostas no PWDT procurando tornar mais factível a coleta de dados do paciente bem como possibilitar mais tempo para análise dos dados e aprendizagem Segundo Correr 2006 p 5 O Método Dáder se baseia na obtenção da história Farmacoterapêutica do paciente isto é os problemas de saúde que ele apresenta e os medicamentos que utiliza e na ava liação de seu estado situacional em uma data determinada a fim de identificar resolver e prevenir os possíveis Problemas Relacionados com os Medicamentos PRM apre sentados pelo paciente Após esta identificação se realizam intervenções farmacêuticas necessárias para resolver os PRM e posteriormente se avaliam os resultados obtidos O método que também segue o modelo orientado por problemas de Weed POMR consiste em algumas fases claramente diferenciadas Oferta do serviço iniciase o processo selecionando um paciente e ofertandolhe o serviço No caso de aceite do paciente é marcado um dia e hora para realização da entrevista inicial CORRER 2006 p 6 um primeiro encontro no qual se esclarece quais atividades o farmacêu tico realiza Caso seja de interesse do paciente solicitase que no dia aprazado este traga todos UNICESUMAR UNIDADE 3 89 os medicamentos que possui em casa e documentos referentes à sua saúde como resultados de laboratórios diagnósticos médicos e outras informações STORPIRTIS et al 2008 p 361 Primeira entrevista a primeira entrevista é estruturada e tem por objetivo estabelecer o vínculo farmacêutico paciente e conhecer todos os problemas de saúde e medicamentos em uso Constituise de três partes distintas preocupações de saúde sacola com medicamentos e revisão Iniciase com uma pergunta aberta sobre os problemas de saúde que mais preocupam o paciente Na sequência acessamse os medicamentos trazidos pelo paciente fazendolhe uma série de perguntas com objetivo de conhecer em detalhes a forma como o paciente faz uso de cada um deles Na última fase da entrevista fazse uma revisão sistemática por órgãos e sistemas buscando descobrir novos medicamentos em uso ou problemas de saúde até então não relatados Finalmente se obtém outros dados pessoais do paciente hábitos de vida informações demográficas etc e se estabelece com o paciente como serão os próximos encontros Uma vez obtidas as informações relevantes esta é resumida em um formulário denominado Estado Situacional Este documento um dos principais do método se define como a relação entre os problemas de saúde e medicamentos em uma data determinada Representa uma foto do paciente em relação a estes aspectos Também é o documento que se deve utilizar para apresentar casos em sessões clínicas CORRER 2006 p 6 Estado de situação ou análise situacional buscase identificar a relação entre problemas de saúde e uso de medicamentos relatados pelo paciente Pode ser dividida nas fases de estudo e de avaliação STORPIRTIS et al 2008 p 362 Fase de estudo na fase de estudo o farmacêutico deve obter todas as informações necessárias para avaliação posterior da utilização de medicamentos e sua relação com os problemas de saúde além das características do paciente STORPIRTIS et al 2008 p 362 Requer habili dades de busca e análise de informações técnicas pois o farmacêutico realizará um estudo de revisão aprofundada dos problemas de saúde e medicamentos buscando obter informações que auxiliarão na avaliação global do paciente CORRER 2006 p 6 Fase de avaliação na fase de avaliação o que se procura é identificar todos os problemas relacionados a medicamentos que acometem o paciente e riscos de surgimento O farmacêutico deve se valer de uma sistemática de identificação que juntamente com o estado situacional compõem a base do raciocínio clínico proposto pelo método Dáder Esta consiste em avaliar cada tratamento em uso pelo paciente de acordo com sua necessidade ou não efetividade e segurança e ainda a existência de problemas de saúde não tratados Esta avaliação é registrada no estado situacional do paciente CORRER 2006 p 6 90 Os PRM são organizados em seis categorias distintas e excludentes de acordo com o proposto no II Consenso de Granada como pode ser visto no Quadro 5 Quadro 5 Classificação de PRM Fonte adaptado de Santos et al 2004 Classificação de Problemas Relacionados com Medicamentos PRM segundo o II Consenso de Granada Necessidade PRM 1 Problema de saúde não tratado PRM 2 Efeito de um medicamento desnecessário Efetividade PRM 3 Inefetividade não quantitativa PRM 4 Inefetividade quantitativa Segurança PRM 5 Insegurança não quantitativa PRM 6 Insegurança quantitativa O entendimento de PRM adotado pelo método Dáder os apresenta como problemas de saúde ou resultados clínicos negativos relacionados à farmacoterapia Identificados os riscos e PRM mani festados no paciente o farmacêutico deve acordar com este um plano de ação a fim de resolvêlos Fase de intervenção tem por objetivos elaborar plano de atuação em acordo com o paciente e implantar as intervenções necessárias para resolver ou prevenir problemas relacionados aos medicamentos Este plano é apresentado ao paciente em um segundo encontro STOR PIRTIS et al 2008 p 363 A Intervenção Farmacêutica é entendida como a proposta de atuação sobre o tratamen to eou a atuação sobre o paciente encaminhada a resolver ou prevenir um resultado clínico negativo da farmacoterapia Cada intervenção realizada resolutiva ou preven tiva é registrada em um formulário próprio que juntamente com o estado situacional e folha de entrevista inicial compõem a história farmacoterapêutica do paciente As intervenções encaminhadas aos médicos dos pacientes devem ser realizadas prefe rencialmente pela via escrita por meio do envio de informes terapêuticos No modelo de registro proposto devemse organizar os formulários de modo que a cada encontro com o paciente o farmacêutico possa ter acesso ao seu último estado situacional e às intervenções iniciadas CORRER 2006 p 7 Resultado da intervenção objetiva determinar se o resultado desejado foi atingido Fun ciona como a monitorização da intervenção proposta STORPIRTIS et al 2008 p 363 UNICESUMAR UNIDADE 3 91 Novo estado de situação é realizado quando se verificam mudanças de estado de saúde do paciente e utilização de medicamentos após a intervenção STORPIRTIS et al 2008 p 363 Entrevistas sucessivas uma vez iniciado o processo de seguimento farmacoterapêutico deverão ser realizadas quantas entrevistas forem necessárias a fim de fazer um acompanha mento criterioso com o paciente de modo a resolver e prevenir seus PRM e garantirlhe uso racional de medicamentos e qualidade de vida 4 Método TOM Therapeutic Outcomes Monitoring ou Monitorização de Resultados Terapêuticos De acordo com Storpirtis et al 2008 p 362363 grifos do original Este método foi desenvolvido por Charles Hepler na University of Florida para dar apoio às atividades do farmacêutico na prática em nível comunitário Derivase do PWDT levando em consideração os achados de Lawrence Weed e compreende os passos a seguir Coleta interpretação e registro das informações relevantes sobre o paciente identificando os problemas farmacêuticos potenciais As informações dizem respeito ao uso de medicamentos problemas de saúde dados socioeconômicos e aspectos subjetivos e objetivos da expectativa do paciente frente à sua doença Identificação dos objetivos explícitos de cada prescrição visando avaliar a evolução dos resultados terapêuticos frente ao uso dos medicamentos como também orientar o paciente Caso seja necessário devese contatar o prescritor para esclarecer os objetivos Avaliação da plausibilidade do plano terapêutico em relação aos objetivos da terapia conside rando as características do paciente suas expectativas e poder aquisitivo Ao se identificarem desvios importantes devem ser levados ao conhecimento do prescritor Desenvolvimento do plano de monitorização para o paciente adaptandoo a protocolos padrões de tratamento se possível para a doença específica e para os medicamentos utilizados Dispensação do medicamento verificando o entendimento do paciente sobre a forma correta de utilização e instruindoo para seu uso racional Implantação de plano de monitorização com agendamento de novo encontro Avaliação da evolução do uso do medicamento em relação aos objetivos terapêuticos propos tos considerando principalmente a possibilidade de efeitos adversos e falha de tratamento Resolução de problemas identificados ou se for o caso encaminhamento ou notificação do proble ma para o prescritor Revisão ou atualização do plano de monitorização é feita quando necessário 92 Quero que você pense em algum usuário de medicamentos que você conhece Pode ser seu pai sua mãe um parente próximo um amigo ou um paciente lá do seu local de trabalho Eu imagino que durante esta unidade quando falávamos dos PRMs você já ficou imaginando Nossa o seu fulano deve ter muitos PRMs então pense nessa pessoa e agora imagine aplicar um dos métodos clínicos para ajudála para identificar possíveis PRMs e garantir que ela tenha mais saúde qualidade de vida e acima de tudo possa fazer uso seguro e racional de seus medicamentos Finalizamos aqui a definição e esclarecimentos destes quatro importantes métodos de seguimento farmacoterapêutico ou métodos clínicos farmacêuticos Vale lembrar que o profissional farmacêutico tem o livre arbítrio para analisar cada um deles e usar aquele que melhor se adeque a sua realidade de trabalho O que realmente importa é a saúde e o bemestar do paciente e a busca pelo uso seguro e racional de medicamentos Nós sabemos que a Farmácia Clínica é uma área extremamente nova e veio a trazer muita preocupação dentre os profissionais farmacêuticos os quais acabaram sendo distanciados dessa prática pela carga de trabalho da indústria farmacêu tica e áreas de atuação do profissional farmacêutico dificultando sua proximidade com o paciente e outros profissionais da saúde contudo é correto afirmar que o farmacêutico clínico é capacitado para programar e orientar o paciente agindo em conjunto com os demais profissionais de saúde ARAUJO TESCAROLLO ANTÔNIO 2019 p 9 Ainda conforme Araújo Tescarollo e Antônio 2019 p 9 Um grande desafio para a classe farmacêutica é o ato de conseguir alterar as condutas agrupando em seu método de trabalho um modelo que possa proporcionar a ele o direito de assumir a responsabilidade com a farmacoterapia atuando de forma a ser um agente que obtenha êxito frente ao uso racional de medicamentos Entendese assim a necessidade de conscientização de instituições hospitalares e não hospitalares sobre os inúmeros benefícios que a intervenção farmacêutica pode proporcionar a fim de que esta seja conquistada no meio profissional e também dos pacientes colaborando assim para o resultado final da terapia medicamentosa que é a melhoria da qualidade de vida do paciente esteja ele em leito hospitalar ou seja ele um paciente atendido no balcão da farmácia UNICESUMAR UNIDADE 3 93 Métodos clínicos farmacêuticos Hoje queremos lhe convidar para mergulhar no PODCAST 3 Neste po dcast vamos fazer reflexões importantes sobre um documento muito importante que ajudou a escrever a história da atenção farmacêutica no Brasil o consenso brasileiro de atenção farmacêutica Venha consumir este conteúdo incrível que preparamos com muito carinho para você Estou lhe esperando Portanto a junção do profissional farmacêutico com o médico e demais profissionais da saúde tende a melhores resultados frente ao acompanhamento farmacoterapêutico fortalecendo o aconselhamento junto aos pacientes Nessa perspectiva percebese a importância que existe na intervenção clínica do farmacêutico Desse modo será possível que haja neste enlace maior aderência diante da terapêutica medicamentosa com redução no número de prescrições e seus relativos problemas e possivelmente diminuição da taxa de hospitalização Diante das colocações aqui expostas há um interesse de fazer com que os profissionais farmacêuticos passem a se conscientizar da importância e valor que seu ofício tem diante do universo terapêutico para não ser visto apenas como fabricante e distribuidor de medicamentos O farmacêutico é um profissional inserido na técnica clínica alta mente capacitado para desenvolver o seu trabalho visando proporcionar ao paciente farmacoterapia efetiva e segura Nós discutimos muitas coisas importantes neste estudo e compartilhamos com você diferentes métodos clínicos para o seguimento farmacoterapêutico do paciente Importante ressaltar que você poderá aplicar esses métodos clínicos em diferentes ambientes de trabalho farmácia comunitária unidade básica de saúde hospitais Onde quer que você tenha um paciente fazendo uso de medicamentos você poderá aplicar um método clínico para identificar prevenir e resolver problemas relacionados com a farmacoterapia dele 94 Agora é chegada a hora de fixarmos mais ainda tudo aquilo que discutimos nesta unidade de conteúdo Para isso convidamos você a construir um mapa mental Vamos lá sugerimos algumas palavraschave para que você construa o seu mapa mental desta unidade Classificação de PRM Consenso de Granada 95 1 O II Consenso de Granada define PRMs como PRMs são problemas de saúde entendidos como resultados clínicos negativos derivados da farmacoterapia que produzidos por diversas causas interferem no resultado terapêutico ou levam a efeitos indesejados SANTOS et al 2002 p 65 Fonte SANTOS H et al Segundo consenso de Granada sobre problemas relacionados com medicamentos Acta Médica Portuguesa Lisboa v 17 p 5966 2004 Segundo este mesmo consenso em quantas categorias e tipos são classificados os problemas relacionados a medicamentos respectivamente a 4 categorias e 8 PRMs b 6 categorias e 12 PRMs c 3 categorias e 6 PRMs d 3 categorias e 7 PRMs e 5 categorias e 10 PRMs 2 Não há dúvidas de que uma das prerrogativas do movimento da atenção farmacêutica foi o de aproximar os pacientes do profissional farmacêutico e demonstrar o seu importante papel na equipe multidisciplinar e no cuidado com a farmacoterapia do paciente Levandose em conta os aspectos envolvidos com a atenção farmacêutica avalie as alternativas a seguir e marque a correta a A Atenção Farmacêutica só é aceitável quando existe cooperação satisfatória com o médico b A Atenção Farmacêutica é mais efetiva e aceita quando o farmacêutico colabora com o médico c A Atenção Farmacêutica não tem nada a ver com o atendimento médico nem é necessária a cooperação mútua d A Atenção Farmacêutica pressupõe um entrosamento profissional com os médicos e A atenção Farmacêutica pressupõe um entrosamento entre médico paciente e farmacêutico 3 Os Problemas Relacionados a Medicamentos PRM são a principal causa de eventos adversos seja em ambiente hospitalar ou em outros ambientes e eles podem ser prevenidos Além de potencialmente danosos à saúde do paciente os PRMs podem representar um maior custo para os serviços de saúde ao aumentar o tempo de internação A detecção de PRM é um processo que exige a Que o farmacêutico realize dispensação ativa e dê informações acerca dos medicamentos aos pacientes b Que o farmacêutico solucione de forma satisfatória as consultas com os pacientes c Que o farmacêutico se comunique efetivamente com o médico d Que o farmacêutico analise a situação do paciente a medicação prescrita prepare um plano de seguimento e avalie os resultados encontrados durante este seguimento e Que o farmacêutico analise a situação do paciente prepare um plano de seguimento e avalie os resultados encontrados durante o tratamento do paciente 96 4 É muito evidente a importância de um bom método clínico farmacêutico para que o profissional farmacêutico consiga prestar a atenção farmacêutica de forma efetiva para o seu paciente Ava lie as afirmativas a seguir sobre os métodos clínicos farmacêuticos para o exercício da atenção farmacêutica I O Método PWDT Pharmacists Workup of Drug Therapy compreende as etapas de oferta do serviço primeira entrevista estado de situação fase de estudo fase de avaliação fase de intervenção fase de resultado novo estado de situação e entrevistas sucessivas II O Método clínico farmacêutico é uma importante ferramenta para padronizar processos estabelecer fluxos e atuar de forma mais assertiva na identificação de PRM com a farmaco terapia do paciente III Dentre os métodos clínicos farmacêuticos para seguimento farmacoterapêutico podemos citar PWDT Dáder SOAP e TOM IV No método Dáder podemos identificar três fases bem distintas fase de avaliação fase de de senvolvimento de um plano de cuidado e fase de acompanhamento da evolução do paciente V Os métodos PWDT e Dáder divergem especialmente no que diz respeito à classificação de PRMs O método PWDT divide os PRMs em sete tipos enquanto no método Dáder os PRMs são divididos em seis tipos Assinale a alternativa correta a Apenas I IV e V estão corretas b Apenas II III e V estão corretas c Apenas I II e IV estão corretas d Apenas III IV e V estão corretas e Todas estão corretas 5 Avalie o caso clínico a seguir Seu João é um senhor aposentado casado e tem 68 anos João é seu paciente na farmácia há algum tempo e ele é hipertenso Ele vem à farmácia pois não está se sentindo muito bem nos últimos dias Ele reclama de fortes dores na cabeça e quando você pede para ele mostrar onde dói ele mostra a região da nuca Você questiona acerca do uso do seu antihipertensivo que ele compra em sua farmácia e ele diz que está tomando o Captopril bem direitinho Você então continua sua anamnese convida João para se sentar e oferece uma água Depois de cerca de 15 minutos você verifica a pressão arterial e ela está 180 x 120 mm Hg Você pergunta 97 João o senhor disse que está tomando o Captopril certinho me conte que horas o senhor toma o remédio da pressão João prontamente responde Eu tomo cedo quando acordo Você continua Seu João preciso saber exatamente a hora e como toma me explique João então continua Eu costumo acordar perto das 0730 da manhã minha esposa sempre acorda junto então ela faz o nosso café e logo depois que tomamos o café eu já tomo o remédio com o estômago cheio para não fazer mal Você ainda pede para seu João O senhor tem tomado mais algum medicamento nos últimos dias Qualquer coisa É muito importante que o senhor me conte tudo E João diz que não apenas toma o seu remédio de pressão depois do café da manhã Avalie o caso clínico aplique um dos métodos clínicos que discutimos aqui em nossa unidade e responda a Você consegue identificar algum PRM com a farmacoterapia de João b O que pode ser feito para resolver o problema de saúde de João MEU ESPAÇO 4 Olá estudante seja bemvindoa a este estudo Vamos falar um pouco sobre essas habilidades de comunicação e você poderá compreender a magnitude disso em sua vida profissional no exer cício da farmácia clínica e no cuidado ao seu paciente Vamos lá Bons estudos Habilidades de Comunicação para a Prática Clínica Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 100 Além de conhecer os métodos de seguimento far macoterapêutico é preciso saber como usar esses métodos e como comunicar isso ao seu paciente Acima de tudo é preciso saber escutar o paciente Escutar um paciente vai muito além de ouvir esse paciente lá no balcão da farmácia por exemplo Você acha que está preparado para estabe lecer uma relação uma comunicação com um paciente real com o objetivo de oferecer a esse paciente um seguimento farmacoterapêutico Será que você está preparado para isso A habilidade de se comunicar bem com um paciente é essencial para o sucesso da farmaco terapia dele Eu vou te citar um exemplo de algo bem simples bem cotidiano no atendimento e cuidado do paciente Imagine a situação seu Zé é um idoso muito simpático nos seus 74 anos e que vem à farmácia todos os dias no mesmo horário para verificar sua pressão arterial Você começa a perceber que os valores pressóricos estão oscilando muito e a pressão não está con trolada Seu Zé trocou de medicamento há cerca de 10 dias Então você pergunta seu Zé que horas está tomando o Captopril Ele responde que toma todo dia cedo Muitas pessoas se contentariam com essa res posta mas você precisa perguntar a ele como ele toma e que horas ele toma em detalhes me diga seu Zé toma como antes do café depois do café me explica em detalhes Então o seu Zé conta para você que está tomando depois de tomar o farto café da ma nhã preparado por sua querida esposa Bingo Eis que aqui ocorre uma importante interação fármacoalimento O Captopril tem sua absor ção diminuída se tomado com alimentos Ele deve ser ingerido com estômago vazio Por isso a pressão está oscilando o medicamento está com sua biodisponibilidade alterada Consegue perceber como uma boa comunica ção vai fazer a diferença Não adianta você ter um vasto conhecimento se não souber conversar com seu paciente e extrair dele as informações necessá rias para ajudar ele a ter sucesso na farmacoterapia UNICESUMAR UNIDADE 4 101 Você já viu os métodos clínicos que podem ser utilizados para um seguimento farmacoterapêu tico e você viu nesse exemplo do seu Zé como uma boa comunicação vai fazer toda a diferença nos resultados do paciente Se você não souber se comunicar com seu paciente você não será compreendido por ele e não poderá ajudar ele não poderá contribuir com o sucesso da farmaco terapia dele Eu costumo dizer que o óbvio deve ser dito não menospreze isso Então agora vamos estudar um pouco sobre a comunicação para que você possa escolher um paciente de seu convívio familiar ou até mesmo do seu trabalho caso você já atue pro fissionalmente e então colocar a mão na massa Aplicar o método com o objetivo de identificar os PRMs Problemas Relacionados aos Medi camentos na farmacoterapia desse paciente e claro aplicando tudo que você vai aprender aqui sobre a comunicação Além de ter todo o conhecimento técnico necessário para fazer um seguimento farmacote rapêutico do paciente você precisa saber colocar isso em prática precisa saber como conversar com seu paciente e como entender seu pacien te De nada vai adiantar você dominar todos os métodos se não souber colocar isso para seu paciente e interagir de forma educada e objetiva com ele Aproveite e vá fazendo seu diário de bordo Vá anotando tudo que você considera que pode ser melhorado na sua comunicação Isso será muito importante 102 No Brasil observamos o crescimento da prática clínica do farmacêutico nas últimas décadas movi mento este impulsionado pelo marco da publicação da Proposta de Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica em 2002 passando pela mudança das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Far mácia no mesmo ano aprovação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica 2004 Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica 2005 e Resolução da Diretoria Colegiada nº 442009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária FREITAS et al 2016 Mais recentemente a regulamentação das atribuições clínicas do farmacêutico foi efetivada no país por meio da Resolução do Conselho Federal de Farmácia CFF nº 5852013 do CFF As atribuições dispostas nessa resolução correspondem aos direitos responsabilidades e competências do farmacêu tico no âmbito de suas atividades clínicas e estão organizadas em três eixos I Cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo II Comunicação e educação em saúde III Gestão da prática produção e aplicação do conhecimento CFF 2013 A atuação clínica do farmacêutico busca a prevenção identificação e resolução de problemas relacio nados à farmacoterapia considerando todos os aspectos relacionados ao uso de medicamentos como a seleção farmacoterapêutica e a administração e adesão aos medicamentos pelos usuários Tratase de um conjunto de atividades que se materializam por meio das atribuições clínicas relativas ao cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo conforme definidas no artigo 7 da Resolução nº 5852013 do CFF e elencadas na Tabela 1 I Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente II Desenvolver em colaboração com os demais membros da equipe de saúde ações para a promo çãoproteção e recuperação da saúde e a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde III Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia para que o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita nas doses frequência horários vias de administração e duração adequados contribuindo para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos IV Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos V Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde com o propósito de auxiliar na seleção adição substituição ajuste ou interrupção da far macoterapia do paciente VI Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com os demais membros da equipe de saúde VII Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado que garanta a privacidade do atendimento VIII Fazer a anamnese farmacêutica bem como verificar sinais e sintomas com o propósito de prover cuidado ao paciente IX Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente X Organizar interpretar e se necessário resumir os dados do paciente a fim de proceder à avaliação farmacêutica UNICESUMAR UNIDADE 4 103 XI Solicitar exames laboratoriais no âmbito de sua competência profissional com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia XII Avaliar resultados de exames clínicolaboratoriais do paciente como instrumento para individua lização da farmacoterapia XIII Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos por meio de dados de farmacocinética clínica XIV Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente para fins de acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde XV Prevenir identificar avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia XVI Identificar avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente signifi cantes XVII Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente XVIII Pactuar com o paciente e se necessário com outros profissionais da saúde as ações de seu plano de cuidado XIX Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente família cuidadores e so ciedade XX Avaliar periodicamente os resultados das intervenções farmacêuticas realizadas construindo indicadores de qualidade dos serviços clínicos prestados XXI Realizar no âmbito de sua competência profissional administração de medicamentos ao paciente XXII Orientar e auxiliar pacientes cuidadores e equipe de saúde quanto à administração de formas farmacêuticas fazendo o registro destas ações quando couber XXIII Fazer a evolução farmacêutica e registrar no prontuário do paciente XXIV Elaborar uma lista atualizada e conciliada de medicamentos em uso pelo paciente durante os processos de admissão transferência e alta entre os serviços e níveis de atenção à saúde XXV Dar suporte ao paciente aos cuidadores à família e à comunidade com vistas ao processo de autocuidado incluindo o manejo de problemas de saúde autolimitados XXVI Prescrever conforme legislação específica no âmbito de sua competência profissional XXVII Avaliar e acompanhar a adesão dos pacientes ao tratamento e realizar ações para a sua pro moção XXVIII Realizar ações de rastreamento em saúde baseadas em evidências técnicocientíficas e em consonância com as políticas de saúde vigentes Tabela 1 Atribuições clínicas do farmacêutico relativas ao cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo Fonte CFF 2013 Ao abrir seus horizontes e redirecionar seu processo de trabalho para as necessidades dos indivíduos relacionadas aos medicamentos de forma integrada contínua segura e efetiva o farmacêutico deve compreender os fatores que condicionam o comportamento do usuário no contexto singular e valo rizar saberes e práticas populares de saúde de forma a construir um vínculo terapêutico e garantir a continuidade e a autonomia dos usuários em relação ao seu cuidado BRASIL 2019 De forma complementar às ações clínicas as atividades técnicopedagógicas visam a troca de sabe res e conhecimentos ou seja a educação e o empoderamento da equipe e da comunidade com foco na promoção do uso racional de medicamentos envolvendo assim ações voltadas para a coletividade e que 104 têm como objetivo a formação em saúde Nesse sentido as atribuições do farmacêutico voltadas para a comunicação e educação em saúde envolvem processos de integração com outros profissionais além do compartilhamento de saberes e práticas que são fundamentais para a melhoria dos resultados dos processos em saúde e estão de acordo com as diretrizes da Atenção Básica Além disso envolvem atividades voltadas para os pacientes suas famílias e comunidades e o desenvolvimento da autonomia deles por meio dos programas educativos e de construção compartilhada do conhecimento BRASIL 2014 A Tabela 2 mostra as atribuições clínicas relacionadas à comunicação e educação em saúde con forme estabelecidas no artigo 8 da Resolução nº 5852013 do CFF I Estabelecer processo adequado de comunicação com pacientes cuidadores família equipe de saúde e sociedade incluindo a utilização dos meios de comunicação de massa II Fornecer informação sobre medicamentos à equipe de saúde III Informar orientar e educar os pacientes a família os cuidadores e a sociedade sobre temas re lacionados à saúde ao uso racional de medicamentos e a outras tecnologias em saúde IV Desenvolver e participar de programas educativos para grupos de pacientes V Elaborar materiais educativos destinados à promoção proteção e recuperação da saúde e pre venção de doenças e de outros problemas relacionados VI Atuar no processo de formação e desenvolvimento profissional de farmacêuticos VII Desenvolver e participar de programas de treinamento e educação continuada de recursos humanos na área da saúde Tabela 2 Atribuições clínicas do farmacêutico relacionadas à comunicação e educação em saúde Fonte CFF 2013 Estudos demonstram que as atividades clínicas do farmacêutico promovem resultados positivos no manejo da terapia medicamentosa incidindo na melhora da condição de saúde do paciente A farmácia devido ao fácil acesso à população é a porta de entrada para o sistema de saúde Por isso apresentarse como farmacêutico implica desenvolver a ação clínica em maior ou menor grau de complexidade mas sempre em direção à produção de cuidado Nesse contexto de necessidade social os farmacêuticos devem estar aptos a desenvolver suas competências conhecimentos habilidades e atitudes a fim de garantir um atendimento qualificado ao paciente em suas necessidades alcançando resultados con cretos de melhoria de qualidade de vida da população assistida BRASIL 2019 É muito fácil de percebermos que todas as definições enfatizam o caráter multiprofissional da Farmácia Clínica e colocam o paciente como objeto principal das atividades do farmacêutico clínico O medicamento passa a ser um instrumento utilizado em benefício do paciente A Farmácia Clínica pressupõe que o farmacêutico garanta resultados clinicamente apropriados para a farmacoterapia estabeleça relacionamento interprofissional ativo com médicos e enfermeiros e exerça atividades em ambiente clínico junto ao paciente STORPIRTIS 2008 Os serviços farmacêuticos tradicionais concentramse na dispensação e na aquisição armazena mento e controle de estoque de medicamentos As demandas referentes a esses serviços são relativas ao controle da aquisição e do estoque de medicamentos às políticas e aos procedimentos para os sis temas de distribuição de medicamentos ao controle dos medicamentos existentes fora da área física UNICESUMAR UNIDADE 4 105 da farmácia e ao trabalho conjunto com a equipe de enfermagem para solucionar os problemas ine rentes ao sistema entre outras Nessa situação os relacionamentos inter profissionais dos farmacêuticos são limitados pela localização física da prática profissional as áreas de atendimento ao paciente para médi cos e enfermeiros e a farmácia hospitalar para 01 Alta incidência de erros de medicação Iatrogenias Desperdício de medicamentos Alta incidência de interações medicamentosas medicamentomedicamento medicamentoalimento e medicamentoexame laboratorial Alta incidência de reações adversas a medicamentos Subutilização de recursos humanos Altos custos de medicamentos no hospital Incompatibilidades em misturas intravenosas 02 08 06 04 07 05 03 farmacêuticos A comunicação entre médicos e farmacêuticos ou entre enfermeiros e farma cêuticos se restringe a situações do processo de distribuição de medicamentos as oportunidades de cooperação interprofissional na atenção ao paciente são mínimas Como consequência des ses tipos de serviços farmacêuticos e de relações interprofissionais citamse 106 Assim sem a existência de serviços farmacêuticos clínicos no hospital as expectativas do paciente de receber farmacoterapia segura correta eficaz e eficiente ao menor custo possível dificilmente serão satisfeitas STORPIRTIS 2008 A implementação de serviços farmacêuticos clínicos no hospital possibilita aumento da segu rança e da qualidade da atenção ao paciente redução de custos e aumento da eficiência hospitalar e digase de passagem para o profissional farmacêutico fazer tudo isso ele precisa ter habilidades de comunicação isso será essencial Uma vez que o farmacêutico clínico trabalha lado a lado com médicos e enfermeiros é importante estabelecer com esses profissionais uma relação de colaboração e não induzilos a atitudes defensivas e antagonistas O surgimento da Farmácia Clínica ocasionou profundas mudanças no relacionamento interprofissional especialmente entre médico e farmacêutico STORPIRTIS 2008 A Tabela 3 mostra a evolução desse relacionamento até o ideal a ser atingido no futuro Tradicionalmente Atualmente Futuramente Relação médico farmacêutico Recebe as prescrições médicas não há questio namento Recebe as prescri ções médicas há envolvimento para garantir a farmaco terapia adequada Membro da equipe multi disciplinar de atenção ao paciente totalmente envol vido com o processo farma coterapêutico Função principal do farmacêutico Preparar a medicação prescrita Assegurar que a prescrição está ade quada ao paciente Garantir farmacoterapia adequada ao paciente Tabela 3 Evolução da relação médico farmacêutico Fonte adaptada de Knight e Johnston 1992 O estabelecimento de relações de colaboração depende de respeito entre os profissionais de habilidades de comunicação e de trabalho em equipe honestidade credibilidade e atenção às necessidades dos outros profissionais tanto entre farmacêuticos quanto entre médicos e enfermeiros Desenvolver uma equipe de farmacêuticos com essas características é um grande desafio gerencial STORPIRTIS 2008 Fica muito claro para nós a importância de uma boa comunicação para permitir que o farmacêutico e qualquer outro profissional de saúde consiga cumprir o seu papel com toda a eficiência necessária e que os profissionais precisam ter habilidades de comunicação para poder exercer a prática clínica Mas vamos nos aprofundar um pouco mais e vocês poderão perceber como isso é importante Desde 2001 as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina DCNGM definem que as habilidades de comunicação devem ser ensinadas aos médicos brasileiros Em 2014 as DCNGM foram revisadas e definiram que o médico precisa ser preparado para o cuidado centrado na pessoa desenvolvendo relação horizontal e compartilhada condição intrinsecamente ligada à habili dade para se comunicar Estabeleceram ainda que o estudante tem de ser capaz de se comunicar por meio de linguagem verbal e não verbal com empatia sensibilidade e interesse ROCHA et al 2019 Em 2017 o Conselho Nacional de Saúde CNS aprovou a Resolução nº 5692017 que expressa diretrizes comuns para os cursos de graduação em saúde considerando as competências necessárias para a formação profissional BRASIL 2017 Entre outros aspectos destacou a importância das com petências em comunicação e relações interpessoais para um cuidado em saúde seguro e de qualidade UNICESUMAR UNIDADE 4 107 Na comunidade acadêmica internacional a comunicação eficaz entre profissionais de saúde pa cientes e seus familiares é reconhecida como condição indispensável para a qualidade dos cuidados em saúde Estudos revelam que a melhora na qualidade da comunicação médicopaciente está direta mente relacionada a melhores desfechos em saúde maior adesão ao tratamento maior satisfação dos usuários redução de reclamações por má prática e maior segurança do paciente ROCHA et al 2019 São muitos os trabalhos já publicados sobre o assunto e mais especificamente que retratam a comu nicação médicopaciente No entanto podemos sim fazer uma analogia aqui visto que no exercício da farmácia clínica o profissional farmacêutico estará muito próximo do paciente e o seu relacionamento com o paciente deve ser muito próximo e verdadeiro de forma que importantes vínculos serão mantidos Apesar da crescente valorização ainda não há consenso sobre o que seria uma comunicação mé dicopaciente adequada O Consenso de Kalamazoo baseandose em cinco modelos teóricos de co municação médicopaciente determinou sete componenteschave que caracterizam a comunicação adequada no contexto clínico construção de relacionamento abertura da consulta coleta de informações inclusão da perspectiva do paciente compartilhamento de decisões formulação de um acordo entre médico e paciente encerramento da consulta ROCHA et al 2019 As habilidades interpessoais estão diretamente ligadas à qualidade da comunicação realizada durante a consulta e dependem do desenvolvimento de habilidades como empatia cordialidade linguagem não verbal e tonalidade da voz As habilidades interpessoais podem ser percebidas pelo efeito da co municação no interlocutor e juntamente às habilidades de comunicação criam e sustentam de forma combinada a relação médicopaciente ou farmacêutico paciente ROCHA et al 2019 Dessa maneira podemse definir as HC Habilidades de Comunicação como a capacidade de o profissional se relacionar com os pacientes suas famílias e outros profissionais o que resulta em uma comunicação médicopaciente ou farmacêuticopaciente efetiva e eficaz Esperase portanto que os profissionais de saúde que apresentem essas habilidades bem desenvolvidas sejam capazes de criar e manter uma relação terapêutica e ética com os pacientes utilizar a escuta ativa para obter informações necessárias incluindo habilidades verbais ex plicativas questionadoras orientadoras e não verbais além de registrar adequadamente as informações coletadas trabalhar harmoniosamente com outros profissionais seja como membro seja como líder de uma equipe de saúde O desafio no desenvolvimento de habilidades de comunicação se traduz na capacidade que temos de ser mais assertivos em nossas intenções terapêuticas O primeiro passo é substituir a tradicional relação distanciada aparentemente neutra e livre de afetos com o paciente por níveis mais profundos 108 O Modelo da Pragmática da Comunicação Humana foi descrito por Watzlawick et al 1967 no livro Pragmática da Comunicação Humana um estudo dos padrões patologias e paradoxos da interação Na obra o processo comunicacio nal é explorado a partir de cinco pressupostos chamados de axiomas da comunicação Os axiomas permitem deli near aspectos funcionais da comunicação e inferir sobre a qualidade das relações entre as pessoas a partir da forma como se comunicam LUNAI SCAPINII 2019 de acolhimento e vínculo com as famílias A relação se torna mais humanizada e horizontal por meio de falas perguntas posturas e gestos capazes de gerar empatia e acolhimento minimizando os lugares de poder historicamente instituídos no relacionamento entre profissionais de saúde e pacientes Assim os pacientes transformamse em sujeitos CERON 2012 Se você fizer uma pausa e analisar vai ver que todos nós empregamos grande parte do nosso tempo de trabalho nos comunicando claro refirome aqui a profissionais de saúde que trabalham com pacientes Sabemos também que a qualidade dessa comunicação poderá aumentar a adesão ao tratamento melhorar o prognóstico aumentar a satisfação e diminuir denúncias reclamações e processos contra profissionais de saúde Sabendo que as habilidades de comunicação são tão importantes e essenciais para o exercício do cuidado do paciente seja ele feito por farmacêuticos médicos enfermeiros podemos nos questionar o que de fato é uma boa comunicação Do que nós precisamos para nos comunicar melhor e outra importante pergunta que aspectos da minha forma de me comunicar podem ser transformados aperfeiçoados para melhorar minha clínica e o meu relacionamento com o meu paciente No final da década de 1950 um grupo de pesquisadores da Escola de Palo Alto se reuniram para estudar o fenômeno da comunicação humana e depois de várias reflexões em 1971 eles após realizarem impor tantes experimentos com pacientes esquizofrênicos estabeleceram cinco axiomas básicos da comunicação UNICESUMAR UNIDADE 4 109 Por essa razão é aceito como verdade e serve como ponto inicial para dedução de outras verdades São eles CERON 2012 1 Não é possível não se comunicar estamos sempre interagindo uns com os outros As diversas formas de agir olhar portarse falar gesticular etc sempre comunicam algo Ainda que não considere a existência de outra pessoa no ambiente comunicará algo indiferença ou indispo nibilidade por exemplo 2 Toda comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto relacional é comum a percepção de sutilezas na forma como o outro nos passa alguma mensagem Um exemplo cor riqueiro é quando alguém diz sim mas na verdade quer dizer não O indivíduo tem inúmeras formas de mostrar que a negativa é mais verdadeira do que a mera palavra sim Isso significa que a comunicação é muito mais do que seu mero conteúdo O entendimento do contexto relacional é fundamental para uma melhor compreensão da comunicação Sem a devida con sideração do contexto relacional dos interlocutores não é possível compreender a mensagem A interpretação de ironias e cinismo por exemplo depende disso São duas formas comuns e corriqueiras de comunicação que se manifestam justamente por meio de maneiras invertidas de explicitar conteúdos Nessas formas de comunicação o sim quer dizer não o bonito quer dizer feio e assim por diante E essas colocações podem denotar inimizade entre os interlo cutores ou apenas uma piada dependendo do contexto relacional Outra situação comum é quando ambos falam apenas aquilo que estão autorizados a falar um para o outro mesmo que não estejam de acordo com o que está sendo dito Um exemplo comum na clínica de Atenção Primária à Saúde é quando informamos e orientamos os pacientes para a mudança de hábitos O paciente comumente é orientado a adequar seus hábitos de vida aos chamados hábitos saudáveis de promoção e prevenção à saúde Praticar exercícios físicos e parar de fumar de beber e de comer doces frituras sal etc são algumas das orientações corriqueiras É comum que ele concorde superficialmente com o plano No entanto já sai da unidade de saúde da farmácia certo de que não realizará o que foi proposto O relacionamento entre paciente e profissional não foi suficiente para que ele colocasse verdadeiramente suas formas de entendimento seus sentimentos suas dúvidas etc nem que refletisse sobre como adequar seu cotidiano aos novos padrões A falha na comunicação faz com que se crie uma rotina na qual se ouve o que se tem de ouvir e se responde o que se tem de responder num círculo vicioso que esvazia o sentido das consultas baixa a resolutividade das ações de promoção e prevenção e por fim faz pacientes e profissionais se sentirem desmotivados É muito importante que vocês reflitam sobre isso pois este é o tipo de coisa que devem evitar em seus atendimentos de cuidado ao paciente estou apresentando aqui fatos reais e que vocês poderão vivenciar ou não Você poderá fazer a diferença quando for o seu momento de agir 3 A natureza da relação depende de sequências de comunicação prévias estabelecidas pelos comunicantes as diversas formas de comunicação são apreendidas ao longo das histórias de vida de cada sujeito influenciando em como cada um age em relação aos demais As bagagens apreendidas por cada comunicador influenciam na forma como vão se comunicar um com 110 o outro no momento presente pois os predispõe a um conjunto maior de sinais e mensagens que serão interpretados e compartilhados por ambos Os aspectos relacionais entre os interlo cutores bem como o entendimento sobre o que é dito são historicamente determinados por interações prévias entre ambos e por padrões culturais definidos Isto pode ser observado por exemplo quando observamos pessoas que já se conhecem muito bem e que possuem história prévia de entendimento e boa comunicação Um casal que vive junto há algum tempo por exemplo é capaz de reconhecer mesmo de longe quando o cônjuge está gostan do de uma festa ou quando está incomodado e querendo ir embora Prescindindo de linguagem oral são capazes de reconhecer os sinais no outro que expressam opiniões e posicionamentos 4 Os seres humanos se comunicam tanto digital como analogicamente o termo comuni cação digital é utilizado para designar a forma comunicativa dos conteúdos explícitos a partir da linguagem convencional pertencente à cultura vigente entre os comunicantes podendo ser verbal ou gestual Já a comunicação analógica representa a modalidade relacional da comunica ção utilizando mais recursos não verbais e tipicamente imprecisos tais como expressões faciais posturas sinais paralinguísticos como entonação de voz e assim por diante Ambas acontecem simultaneamente por meio dos múltiplos canais da expressividade humana expressões faciais postura olhar movimentos do corpo toque entonação de voz ritmo da fala etc É impossível por exemplo falar uma palavra sem qualquer entonação E a dimensão da entonação vincula o conteúdo com o contexto relacional determinando o sentido da mensagem 5 Todos os intercâmbios comunicativos são simétricos ou complementares respecti vamente e se baseiam na igualdade ou na diferença complementaridade e simetria são conceitos inspirados em formas geométricas e assinalam que a comunicação pode ser com preendida mediante conceitos vindos da geometria e suas formas Com o tempo optouse por nomear essas regras a partir de conceitos mais abrangentes e não tão relacionados às formas geométricas pois o caráter da comunicação é muitas vezes mais vago do que uma forma geométrica Assim esses conceitos geométricos foram substituídos pelos conceitos mais genéricos de igualdade e diferença de comportamento que também buscam mostrar que a di nâmica comportamental dos interlocutores obedece a regras básicas Os comportamentos dos interlocutores se desenvolvem a partir do primeiro comportamento do emissor em sequência temporal Segundo esse axioma estabelecese uma lógica na forma como se desenvolvem seja ela complementarigual ou simétricadiferente Por exemplo se um dos interlocutores começa com agressividade e o outro responde com passividade tratase de complementaridade ou diferença Se à mesma agressividade o outro responder também com agressividade será um comportamento simétrico ou baseado na igualdade Agora preciso chamar a sua atenção para dois elementos que influenciam a comunicação são os ruí dos e interferências Os ruídos são elementos físicos externos aos participantes da comunicação por exemplo sala de recepção inadequada de Unidade de Saúde área de atendimento da farmácia onde temos muitas pessoas arquitetura e decoração inapropriadas interrupções à consulta como chamadas UNICESUMAR UNIDADE 4 111 telefônicas Já as interferências são internas aos comunicadores dividindose em três classes as interferências cognitivas as interferências emo cionais e as interferências socioculturais As interferências cognitivas dizem respeito à incapacidade do paciente de se expressar de maneira compreensível devido por exemplo a fortes crenças mágicas sobre o papel do médico ou convicções sobre aspectos de cuidar ou curar Por parte dos profissionais de saúde também há crenças baseadas nos princípios tradicionais me canicistas e cartesianos da ciência além do aspec to supostamente neutro e distanciado da figura do médico Este também tende a ignorar aspectos psicossociais de seus pacientes o que também atrapalha a comunicação CERON 2012 As interferências emocionais se apresentam quando os pacientes possuem algum transtorno psiquiátrico depressão ansiedade etc ou emo ções extremas ressentimento agressividade Ou ainda nos casos em que o entrevistador é disfuncio nal e demonstra desresponsabilização desinteresse ou mesmo uma excessiva projeção sobre o paciente por exemplo pressupor que adolescentes grávidas são irresponsáveis e imorais generalizar e tratar todas com sermões moralistas sem nem sequer escutar as histórias de vida delas CERON 2012 As interferências socioculturais são exacer badas quando há notável diferença sociocultural entre o paciente e o profissional Isso incide nas crenças de custobenefício sobre a comunicação pretendida Para que me dar ao trabalho se ele não vai me entender pois vive em outro mundo Devido às diferenças o princípio da reciprocidade ou seja da capacidade que um tem de influen ciar o outro é colocado em xeque A partir do momento em que o processo de comunicação se inicia também começa o processo de formação da imagem do outro Desde o início criamos estereótipos antecipamos conhecimentos sobre o outro visando suprir nossa falta de co nhecimento prévio Isso faz parte do modo como o ser humano funciona em sua busca por conhe cer o mundo ao seu redor Porém essa primeira impressão não pode se perpetuar ao longo do desenvolvimento da relação com o outro Muitas pressuposições prejudicam a comunicação e fazem com que os estereótipos se perpetuem diminuindo a qualidade do vínculo CERON 2012 O profissional de saúde deve cuidar de suas próprias tendências em vez de estereotipar seus pacientes Assim terá menores chances de de senvolver problemas no vínculo com eles Sem a problematização de seus próprios pontos de vista o profissional acaba por potencializar o chamado efeito halo segundo o qual o estereótipo invade tudo o que o paciente faz Por exemplo as queixas que os profissionais fazem de seus pacientes são frequentemente generalizantes tais como são todos ignorantes não entendem nada não gostam de se cuidar não adianta falar pois não escutam Dessa maneira perdese o potencial do encontro e a capacidade de transcender barreiras em direção ao paciente Na construção de um processo comunicativo de qualidade também é fundamental a preocu pação com a construção da sua imagem profis sional Nesse sentido aspectos cenográficos são bastante importantes aqui vale lembrar da im portância de se ter um ambiente adequado para a realização do atendimento do paciente O ideal é termos uma sala para consulta farmacêutica onde se possa respeitar a privacidade do paciente Outros prontos são muito importantes como a organização da consulta o jaleco etc A preocu pação com a aparência é fundamental Cuidados com o aspecto externo o respeito as maneiras e as características do profissional a cordialidade 112 a receptividade e as suas demonstrações de interesse pelo paciente são muito bemvindos Um dos atributos importantes é o fortalecimento do sentimento de empatia entre profissional e usuário o que é diferente de simpatia CERON 2012 São ainda qualidades do profissional que se comunica bem A reatividade ou capacidade de responder ao outro a partir de um ritmo condizente ao ritmo do outro sem atropelálo nem abandonálo em um monólogo Diz respeito portanto ao tempo entre o momento em que o paciente parou de falar e o profissional começa A assertividade é a capacidade de o profissional atuar com decisão clareza e sabendo o que pretende a cada momento com atitude ativa mas sem ser rude São critérios para comunicação eficaz na entrevista clínica profissional e paciente concordam sobre o conteúdo da entrevista e seus objetivos e as maneiras de demonstração de interesse pelo paciente A maneira de escutar exige habilidades psicomotoras tais como sinais faciais de acordo com o relato olhar que mostra interesse mudanças dinâmicas e sintônicas com as reações do paciente de alegria solidariedade tristeza etc Durante a escuta o profissional deve procurar manter um estado mental de serenidade concentração e interesse genuíno pela outra pessoa A maneira de falar também é muito importante Sabese que é o indicador mais utilizado pelo paciente para saber se o profissional é ou não competente É o modo como o profissional aparenta seu grau de segurança em relação as suas técnicas e conhecimentos Os gestos mais associados à insegurança são pôr as mãos sobre a boca jogar o corpo bruscamente para trás pigarrear falar como se fizesse um ditado As habilidades de comunicação são tecnologias leves de cuidado fundamentais para o cumprimento dos objetivos da entrevista clínica em saúde construir um bom relacionamento com o paciente coletar os dados pertinentes estabelecer concordância mútua e adequação do plano de tratamento à realidade do paciente Assim determinadas ações transformamse em estratégias importantes tais como cumprimentar a pessoa pelo nome ouvir atentamente detectar e responder às situações emocionais coletar dados não interromper o paciente incentivar seu modelo explanatório considerar fatores psicossociais desenvolver uma compreensão compartilhada sobre a situação concordar no plano de tratamento fornecer informações utilizar corretamente o encorajamento e a motivação negociar um plano criar laços e negociar mudanças de comportamento possíveis Quando falamos da capacidade de comunicarse temos que lembrar também dos aspectos não verbais da comunicação Quando falamos com alguém nós gesticulamos temos expressões faciais e fazemos movimentos corporais e a depender de todos esses pontos ressaltados aqui um determi nado conteúdo pode ganhar sentido inteiramente diferente em relação ao seu sentido manifesto A comunicação não verbal compõe o que se chama de paralinguagem e ela é extremamente importante UNICESUMAR UNIDADE 4 113 Ouça nosso Podcast Eu preparei mais um PODCAST especial para vocês Precisamos falar um pouco mais sobre habilidades de comunicação e de como isto vai interferir no sucesso de nosso trabalho Quero que você mergulhe de cabeça e fique muito ligado a tudo que vou trazer aqui para vocês e já vai aproveitando para ir respondendo uma pergunta muito importante será que você é um bom comunicador E o que será que você precisa aperfeiçoar Vem que estou te esperando A paralinguagem juntamente com outros elementos da comunicação é o pano de fundo contextual que indica o que está sendo comunicado Ela permite identificar os aspectos relacionais da linguagem por exemplo o idioleto Por meio do idioleto podese descobrir o grupo social de pertencimento de quem se comunica Tratase de um conjunto de signos que possibilita reconhecer sexo idade nível sociocultural etc relacionandose diretamente com a forma pela qual as palavras são pronunciadas e com o vocabulário que é utilizado na comunicação CERON 2012 Outra dimensão da paralinguagem é a proxêmica Ela representa o modo como utilizamos o es paço e as questões relacionadas à territorialidade A maneira como nos sentamos à mesa o grau de aproximação do paciente o contato corporal o aperto de mãos a utilização do olhar e a angulação do corpo podem denotar sinais de aceitação rechaço ou mesmo relações hierárquicas CERON 2012 As distâncias relacionais íntimas pessoais e sociais são representadas por gestuais relacionados à proxêmica A outra dimensão é a cinésica que se refere ao conjunto de gestos corporais e expressões faciais bem como à quantidade e à qualidade desses movimentos A cinésica pode denotar diferenças entre adultos e idosos por exemplo O modo como o gestual cinésico se apresenta pode ser Sincrônico para as ações dos comunicantes Sintônico em relação às suas emoções A cinésica é composta por gestos que podem ou não seguir padrões culturais definidos As funções da cinésica na comunicação são A regulação da comunicação ou seja delimitar o fluxo comunicativo A ilustração da comunicação que descreve e apoia os conteúdos verbais A adaptação da comunicação que amortece a tensão interior dos comunicantes 114 Nós vimos diferentes aspectos da comunicação e a importância dela para que possamos fazer um bom trabalho com nosso paciente Afinal de nada adianta você ser um farmacêutico excepcional conhecer toda a teoria se não conseguir colocála em prática e se comunicar com o seu paciente se fazer en tender por seu paciente Então pense muito sobre isto não tenha medo de conversar de se expressar e de tentar de diferentes formas estabelecer uma comunicação efetiva com seu paciente Lembrese do importante papel que você tem a desempenhar no cuidado dele e na identificação dos PRMs e no quanto sua comunicação precisa ser efetiva Digo ainda efetiva e simples Você não vai inventar a roda não vai falar difícil deverá estabelecer uma comunicação clara assertiva e simples com seu paciente UNICESUMAR 115 Agora proponho que você construa um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu aproveitamento nesta unidade do ciclo de aprendizagem Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orien tações O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre o conteúdo Faça um resumo geral do que conseguiu capturar na sua leitura nas ilustrações e nos vídeos Para tanto empregue palavrascha ve e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu esta percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas crenças de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu comportamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que repre sentem estes sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a dese jar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar estes pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expectativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 116 Quais são as DORES Quais são as NECESSIDADES 117 1 A Resolução do Conselho Federal de Farmácia CFF nº 5852013 pode efetivar as atribuições clínicas do profissional farmacêutico Nessa resolução estão descritas as responsabilidades e competências do farmacêutico no âmbito de suas atividades clínicas e estão organizadas em três eixos Avalie as alternativas acerca destes eixos I Cuidado à saúde no âmbito individual e coletivo II Cuidado à saúde no âmbito coletivo III Comunicação e educação em saúde IV Gestão da prática produção e aplicação do conhecimento V Gestão da prática e aplicação do conhecimento Qual das alternativas abaixo traz os três eixos corretos a Estão corretas apenas I II e III b Estão corretas I III e IV c Estão corretas II III e IV d Estão corretas I III IV e V e Todas estão corretas 2 Sobre as atribuições clínicas do farmacêutico relacionadas à comunicação e educação em saúde avalie as alternativas abaixo relacionadas I Estabelecer processo adequado de comunicação com pacientes cuidadores família equipe de saúde e sociedade incluindo a utilização dos meios de comunicação de massa II Elaborar materiais educativos destinados à promoção proteção e prevenção de doenças e de outros problemas relacionados III Fornecer informação sobre medicamentos à equipe de saúde IV Desenvolver e participar de programas educativos para outrosprofissionais de saúde V Informar orientar e educar os pacientes a família os cuidadores e a sociedade sobre temas relacionados à saúde ao uso racional de medicamentos e a outras tecnologias em saúde Marque a alternativa correta sobre essas atribuições clínicas a Estão corretas I II e IV b Estão corretas apenas as alternativas II III IV e V c Estão corretas as alternativas I III e V d Estão corretas apenas II IV e V e Todas estão corretas 118 3 Podemos definir as HC Habilidades de Comunicação como a capacidade de o profissional se relacionar com os pacientes suas famílias e outros profissionais o que resulta em uma comuni cação médicopaciente ou farmacêuticopaciente efetiva e eficaz Assim aqueles profissionais de saúde que apresentem essas habilidades bem desenvolvidas serão capazes de a Criar e manter uma relação terapêutica e ética com outros profissionais de saúde b Utilizar a escuta ativa para obter informações necessárias incluindo habilidades verbais ex plicativas questionadoras orientadoras além de registrar adequadamente as informações coletadas c Trabalhar harmoniosamente com outros profissionais seja como membro seja como líder de uma equipe de saúde d Trabalhar harmoniosamente com outros profissionais como membro de uma equipe de saúde e Utilizar a escuta passiva para obter informações necessárias incluindo habilidades verbais explicativas questionadoras orientadoras além de registrar adequadamente as informações coletadas 4 Sobre a cinésica é possível afirmar a Referese ao conjunto de gestos corporais e expressões faciais bem como à quantidade e à qualidade desses movimentos b A cinésica pode denotar diferenças entre crianças e idosos c Referese ao conjunto de gestos corporais bem como à quantidade e à qualidade desses movimentos d A cinésica é composta por gestos que sempre seguem padrões culturais definidos e As funções da cinésica na comunicação são regulação e ilustração 5 Neste estudo nós faremos algumas reflexões acerca da importância da revisão da farmacoterapia Ela é um dos serviços clínicos farma cêuticos no qual é realizada uma avaliação crítica e estruturada de todos os medicamentos de que o paciente faz uso para identificar solucionar e até prevenir os PRMs O farmacêutico vai utilizar in formações como dados pessoais histórico de doenças diagnósti cos e resultados dos exames duração da terapia medicamentosa perfil dos medicamentos prescritos limites funcionais e cognitivos do paciente e quadro clínico Este serviço melhora os resultados clínicos econômicos e humanísticos dos pacientes trazendo bene fícios como melhora do regime terapêutico redução dos custos com hospitalizações melhora da qualidade de vida dos pacientes e especialmente a resolução de PRMs Revisão da Farmacoterapia Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 120 Você está se preparando para ser um farmacêu tico e tenho certeza de que quer ser um bom profissional Quando eu estava na faculdade de farmácia ficava pensando e se meu paciente fizer uma pergunta e eu não souber responder O que eu vou fazer Eu vou contar todo mundo passa por isto e você não deve sofrer com aquilo você é uma pe dra preciosa bruta que está sendo lapidada e o conhecimento e a maturidade vêm aos poucos Nada como um dia após o outro e quando você menos perceber terá tanto conhecimento e tanta capacidade de fazer que nem você vai acreditar Olha o que aconteceu comigo certo dia Eu estava dando aulas numa turma de enfer magem A aula era de Patologia e eu falava de anemias De repente uma moça interrompe a aula e diz Profe Patricia eu tenho uma anemia mui to brava muito intensa e que não sara ela disse exatamente assim Eu parei me voltei para ela e continuei ouvindo Então perguntei Você já foi ao médico Já fez exames laboratoriais A moça me respondeu Sim profe e estou to mando sulfato ferroso há meses e eu não melhoro refiz os exames semana passada e não melhorou Minha mãe fica fazendo tudo que tem ferro para eu comer e nada eu não melhorei Eu perguntei para ela como está tomando o sulfato ferroso E ela me respondeu prontamen te tomo todos os dias na hora do almoço Quando percebi já estava entrevistando a me nina e montando um raciocínio clínico buscando achar alguma coisa errada na história que ela me contara Eu continuei lembra do que a profe já falou aqui que o óbvio precisa ser dito perguntei de novo quero saber exatamente como toma o sulfato ferroso A hora que toma e com que toma em detalhes UNICESUMAR UNIDADE 5 121 Depois disso ela começou a falar Profe eu tomo todos os dias logo que acabo de almoçar Eu acabo a minha refeição e então eu tomo o sulfato ferroso com um gole de água Logo depois que acabo de comer Quando ela me disse isso ah que alívio afinal o caso não seria tão difícil de resolver e tinha ali um PRM de efetividade O sulfato ferroso não estava sendo efetivo Mas você sabe o que tinha de errado na história Por que o medicamento não estava sendo efetivo Acreditem enquanto ela contava meu cérebro processava tudo e eu rapidamente fiz a revisão da farmacoterapia dela e já tinha a resposta E você já sabe o que pode ter acontecido Eu quero convidáloa a mergulhar nesta aula e enquanto eu for apresentando tudo e quando você for vendo o que é a revisão da farmacoterapia vai lembrar desta história e vai encontrar a resposta Acredite Aproveite e anote no seu diário de bordo o caso da minha aluna da enfermagem Lá no final da unidade eu tenho certeza de que você será capaz de saber o que estava acontecendo com ela 122 Vamos começar a nossa unidade lembrando o importante papel do profissional farmacêutico na Atenção Primária à Saúde APS que apresenta como características primordiais ser porta de entrada preferencial dos usuários no sistema de saúde prestar atenção de forma longitudinal e orientada para as pessoas e não focada nos agravos desenvolver cuidados abrangentes e resolutivos para a maior parte dos problemas de saúde e coordenar os cuidados quando os usuários necessitarem de atendimento em outros pontos na Rede de Atenção à Saúde RAS SILVA et al 2021 No contexto da atenção básica a Organização Mundial da Saúde OMS reconhece a importância do farmacêutico em uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar de saúde na prevenção de doenças e na promoção da saúde pois cabe a esse profissional auxiliar na adesão ao tratamento incluindo orientação de autovigilância e autocuidado como medidas preventivas de complicações seja devido a condição de saúde ou ao uso inadequado de medicamentos e nas atividades de educação em saúde SILVA et al 2021 Por conseguinte as atividades da Farmácia Clínica FC estão inseridas no contexto da Assistência Farmacêutica A prática da FC facilita a interação do farmacêutico com o usuário do sistema de saúde auxiliando no acompanhamento dos pacientes para um efetivo controle da farmacoterapia otimizando o tratamento farmacológico e prevenindo problemas relacionados com medicamentos PRM bem como solucionando problemas que possam surgir durante o processo de uso de medicamentos ARAÚJO et al 2017 Os serviços farmacêuticos envolvem atividades tanto técnicogerenciais no sistema de apoio à rede de atenção à saúde quanto atividades clínicoassistenciais sobretudo voltadas ao cuidado em saúde devendo comprometerse com o apoio direto ao usuário e com a obtenção de resultados em saúde Dessa forma no contexto das atividades clínicoassistenciais são desenvolvidos os serviços clínicos farmacêuticos SCF ALCÂNTARA TERRA JÚNIOR 2016 Os serviços farmacêuticos clínicos prestados na atenção primária por possibilitarem controles sistemáticos das enfermidades crônicas diminuem o fluxo de atendimentos de usuários portadores destes agravos em unidades de urgência e emergência e como resultado minimizam a quantidade de admissões hospitalares Não obstante esses mesmos serviços ao promoverem o uso racional de medicamentos possibilitam a redução de internações hospitalares associados a eventos adversos a medicamentos SILVA et al 2021 A revisão farmacoterapêutica é um dos serviços clínicos farmacêuticos regulamentados pelo Con selho Federal de Farmácia CFF e se caracteriza como o processo pelo qual as necessidades medica mentosas do usuário são mensuradas a partir da investigação de PRM de forma organizada contínua e documentada com o objetivo de completar os resultados determinados na busca da melhoria da quali dade de vida do usuário Esse método é geralmente usado para pacientes que utilizam simultaneamente vários medicamentos em função de disfunções metabólicas ou por ocorrências de diferentes doenças A revisão da farmacoterapia é um dos serviços clínicos farmacêuticos no qual é realizada uma avaliação crítica e estruturada de todos os medicamentos que o paciente faz uso para identificar so lucionar e até prevenir PRMs Esse profissional utiliza informações como dados pessoais histórico de doenças diagnósticos e resultados dos exames uso de sondas duração da terapia medicamentosa perfil dos medicamentos prescritos limites funcionais e cognitivos do paciente e quadro clínico Este serviço melhora os resultados clínicos econômicos e humanísticos dos pacientes em diversos países UNICESUMAR UNIDADE 5 123 trazendo benefícios como melhora do regime terapêutico redução dos custos com hospitalizações melhora da qualidade de vida dos pacientes e resolução de PRMs MELO et al 2021 A revisão da farmacoterapia é eficiente na resolução de PRMs que é feita por meio da intervenção farmacêutica junto ao prescritor cuidador ou paciente Além da resolução desses problemas esta prática clínica promove a descontinuação de medicamentos sem indicação ou com duplicação terapêutica Em um estudo observacional realizado com pacientes hospitalizados no domicílio em Portugal constatouse que as revisões de medicamentos feitas por farmacêuticos conduziram a suspensão da Betaistina e Cloreto de Potássio ambos sem necessidade de uso e Irbesartan porque o paciente já fa zia uso de medicamento com mesmo mecanismo de ação Este último foi substituído por Carvedilol Ainda nesta pesquisa foram descartados medicamentos vencidos que estavam guardados na casa e foi realizada orientação aos pacientes quanto ao tratamento e a importância da adesão à medicação destacando as possíveis consequências MELO et al 2021 São vários os trabalhos na literatura que demonstram a importância do farmacêutico na revisão da farmacoterapia de milhares de pacientes Na Noruega foi feito um estudo intervencionista com uma coorte de pacientes em atendimento domiciliar onde um farmacêutico clínico realizou a revisão da farmacoterapia de 96 prontuários dos quais foram feitas 175 intervenções As principais foram descontinuação de medicamentos adição e ajustes de dose Exemplo de medicamento com dose ajus tada foi o Eltrombopag para prevenção de potencial risco de tromboembolismo Houve suspensão de medicamento em paciente que fazia uso de vários depressores do sistema nervoso central e estava com alto risco de reações adversas MELO et al 2021 O profissional farmacêutico tem conquistado o seu espaço a cada dia e a revisão da farmacoterapia também tem demonstrado a importância do farmacêutico em equipes de home care Trabalhos publi cados já têm demonstrado a importância da revisão da farmacoterapia dos pacientes de home care onde o farmacêutico atua identificando e resolvendo PRMs Este serviço farmacêutico garante a eficácia e segurança do tratamento diminuindo resultados não desejados e negativos além de promover o uso racional de medicamentos Desta maneira reduz as readmissões hospitalares e visitas ao prontosocorro É fundamental portanto a presença deste profissional na equipe multidisciplinar atuando não apenas nas funções assistenciais e de gestão mas principalmente na área clínica incluindo nas visitas domi ciliares onde o farmacêutico pode prestar orientação facilitando a adesão do paciente ao tratamento No Brasil uma revisão sistemática de 45 estudos observacionais evidenciou prevalência entre 156 e 341 de eventos adversos a medicamentos em hospitais entre pacientes adultos e idosos Em outros ambientes como creches e serviços de emergência 199 das crianças e 25 dos adultos ou idosos apre sentam alguma reação adversa e dano relacionado à falha terapêutica respectivamente Estes resultados demonstram que no Brasil a prevalência decorrente da morbimortalidade relacionada à farmacoterapia é superior à de países como os Estados Unidos e Alemanha Consequentemente estimase que no Brasil os custos relativos aos danos causados por medicamentos sejam maiores do que nos países supracitados Neste cenário o farmacêutico em conjunto com a equipe multidisciplinar pode promover o uso racional de medicamentos com foco na garantia da indicação efetividade segurança e con veniência da farmacoterapia dos pacientes por meio dos serviços clínicos farmacêuticos PETER et al 2013 TOUCHETTE et al 2014 BAJOREK et al 2015 CAVANAUGH et al 2015 apud 124 SILVA 2017 Estudos sobre estes serviços mostram que o aumento nos atendimentos farma cêuticos como a dispensação conciliação de medicamentos e Revisão da Farmacoterapia RF representam a oportunidade de otimizar os resultados em saúde dos pacientes BLEE et al 2015 CHRISTENSEN LUNDH 2016 PHATAK et al 2016 apud SILVA 2017 Este serviço otimiza os resultados clínicos econômicos e humanísticos dos pacientes em diversos países Entre os benefícios relatados destacamse o controle de comorbidades como Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus redução dos custos com hospitalizações e melhora da qualidade de vida dos pacientes SILVA 2017 Em países como Austrália Canadá Estados Unidos Nova Zelândia e Reino Unido os farma cêuticos são remunerados por estes serviços Os resultados em saúde dos pacientes obtidos por atendimentos farmacêuticos são decorrentes da expansão gradual dos papéis tradicionais destes profissionais bem como do surgimento de programas de serviços clínicos farmacêuticos Chan et al 2008 apud SILVA 2017 em revisão sistemática identificaram 28 programas de remuneração por serviços clínicos farmacêuticos no mundo O governo era o principal financiador e a revisão da farmacoterapia com resolução de problemas farmacoterapêuticos PFTs foi o serviço remunerado mais frequente A remuneração para tal serviço variou de US 27 a 170 dólares dependendo do número de PFTs resolvidos e do tempo gasto entre outros fatores A implementação do programa MedsCheck no Canadá e Medicare Part D Medication Therapy Management Program nos Es tados Unidos são exemplos de programas governamentais em que farmacêuticos são remunerados por serviços clínicos Houle et al 2014 apud SILVA 2017 Como já ressaltei para você a importância do farmacêutico na revisão da farmacoterapia assim como os novos horizontes que podem surgir com este serviço inclusive a remuneração agora vamos conversar sobre como fazer isso Como operacionalizar a revisão da farmacoterapia A revisão abrangente da medicação consiste na avaliação sistemática da necessidade efetividade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente e de sua adesão ao tratamento Isto é todas as necessidades ligadas aos medicamentos apresentadas pelo paciente Esta revisão iniciase no levantamento das informações do paciente durante a entrevista clínica O farmacêutico deve conhecer a indicação dose via de administração frequência e duração do tratamento para cada medicamento em uso e deve reunir as informações clínicas necessárias para avaliar a resposta do paciente em termos de efetividade e segurança Ainda durante a entrevista o farmacêutico deverá abordar a experiência de medicação do paciente e conhecer como ele organiza seus medicamentos em sua rotina e qual o grau de cumprimento do regime posológico Cabe lembrar que às vezes será necessária mais de uma consulta a fim de se organizar toda informação necessária para a revisão da farmacoterapia Isso principalmente para pacientes polimedicados e que não dispõe de todas as informações necessárias na primeira consulta CORRER OTUKI SOLER 2011 A avaliação da necessidade do uso de medicamentos pode revelar dois problemas comuns o uso de medicamentos desnecessários ou sem indicação clara para os problemas de saúde do paciente ou a necessidade de utilizar medicamentos para um problema de saúde não tratado até aquele momento Indicação e necessidade são conceitos ligeiramente diferentes A indicação diz respeito ao uso aprova do do medicamento descrito na bula do produto A necessidade parte da situação clínica do paciente UNICESUMAR UNIDADE 5 125 Quando as indicações do medicamento e o problema clínico coincidem oportunamente há necessidade da farmacoterapia O uso de um medicamento portanto pode ser considerado necessário quando há um problema de saúde que o justifique eou quando há uma prescrição médica válida para tal Se não há uma condição clínica que requeira farmacoterapia então esta farmacoterapia é desnecessária Por outro lado se há uma indicação terapêutica que não está sendo tratada então há necessidade de iniciar a far macoterapia Nesta fase o farmacêutico continuamente se pergunta se o problema de saúde do paciente é causado pela farmacoterapia ou se o problema é algo que precisa ser tratado com farmacoterapia A efetividade da farmacoterapia é a expressão dos efeitos benéficos do tratamento sobre o paciente O termo eficácia clínica também é comumente usado ainda que tecnicamente incorreto A eficácia consiste na capacidade do medicamento em produzir um efeito farmacológico no paciente sob condi ções ideais de uso isto é comprovada por ensaios clínicos A efetividade consiste no resultado obtido do medicamento sob condições reais de uso isto é na prática clínica A farmacoterapia é considerada efetiva quando conduz ao alcance das metas terapêuticas previamente estabelecidas O Quadro 1 traz as metas terapêuticas normalmente esperadas para a farmacoterapia Assim para que se possa avaliar a efetividade é preciso estabelecer as metas do tratamento com base nos sinais e sintomas do paciente ou nos exames laboratoriais alterados associados à enfermidade A fim de determinar estas metas o farmacêutico deverá considerar a indicação do medicamento seu regime posológico e o tempo transcorrido do início do uso necessário para o alcance das metas CORRER OTUKI SOLER 2011 126 Objetivo terapêutico Exemplos Cura de uma doença Pneumonia bacteriana Amigdalite estreptocócica Redução e eliminação de sinais eou sintomas Depressão resfriado comum Redução ou interrupção da progressão da doença hipertensão diabetes Prevenção da doença Osteoporose infarto agudo do miocárdio Normalização de exames laboratoriais Anemia ferropriva hipocalemia Auxiliar no processo diagnóstico Exames oftalmológicos contrastes radiológicos Quadro 1 Exemplos de problemas de saúde ou exames clínicos e metas da farmacoterapia Fonte adaptado de Cipolle Strand Morley 2004 A segurança da farmacoterapia consiste na ex pressão dos efeitos prejudiciais do tratamento sobre o paciente Um medicamento pode ser considerado seguro quando não causa um novo problema de saúde no paciente nem agrava um problema de saúde já existente As Reações Ad versas aos Medicamentos RAM e a toxicidade são os problemas mais comuns relacionados à segurança da farmacoterapia RAM são efeitos nocivos e indesejáveis produzidos pelos medi camentos em doses normais de uso podendo estar ligados à farmacologia conhecida da droga ou a reações do paciente sobre o medicamento alergias intolerância efeitos idiopáticos RAM e toxicidade podem ser resultado do uso de doses muito altas pelo paciente Assim como na efeti vidade as condições clínicas do paciente a dose a via de administração a frequência e a duração do tratamento podem dar origem a problemas de segurança da farmacoterapia Esses eventos tam bém podem ser vivenciados pelo paciente como sinais sintomas ou exames laboratoriais alterados A avaliação da adesão terapêutica do paciente também pode revelar dois problemas comuns a não adesão involuntária não intencional do paciente que ocorre quando o paciente apre senta dificuldade em cumprir o tratamento ou o segue de forma inconsistente com as instruções do prescritor Outro problema consiste na não adesão voluntária do paciente situação na qual o paciente decide racionalmente não utilizar seus medicamentos ou fazêlo de forma diferente das instruções do prescritor Vários fatores podem influenciar a adesão do paciente ao tratamento entre eles o acesso aos medicamentos condições socioeconômicas e culturais conhecimento sobre os medicamentos capacidade cognitiva complexidade da farmaco terapia aspectos religiosos expectativas e medos ligados ao tratamento melhora ou agravamento da condição clínica entre outros Na prática da atenção farmacêutica a adesão terapêutica pode ser adequadamente avaliada a partir de uma re visão detalhada de como o paciente faz uso dos medicamentos e de sua experiência de medicação A responsabilidade do profissional neste caso será compreender a dimensão da adesão do paciente ao tratamento e trabalhar a fim de que ela não seja um problema Essas quatro dimensões necessidade efetivi dade segurança e adesão permitem ao farma cêutico avaliar os medicamentos em uso pelo paciente em toda sua complexidade e o condu zirão à detecção de riscos ou problemas relacio nados à farmacoterapia manifestados As quatro dimensões devem ser sistematicamente avaliadas exatamente na ordem em que se apresentam É comum aos farmacêuticos entender a necessi UNICESUMAR UNIDADE 5 127 dade da farmacoterapia e a adesão terapêutica como dimensões ligadas ao processo do uso dos medicamentos Por outro lado a efetividade e segurança são expressão dos efeitos da farma coterapia sobre o estado de saúde do paciente refletindose em desfechos de saúde A Figura 1 traz um esquema que facilita a visualização do processo de raciocínio clínico do farmacêutico em relação à farmacoterapia Para realizar uma adequada revisão da far macoterapia o farmacêutico deve possuir uma base sólida de conhecimento em farmacoterapia e sobre o manejo de condições agudas e crônicas O caráter generalista da prática farmacêutica faz com que a atualização e a educação permanen te sejam parte do seu cotidiano É fundamental possuir acesso a boas fontes de informação sobre medicamentos e às diretrizes clínicas Boas fontes de informação terciária sobre medicamentos são livros e compêndios que possuam informação atualizada completa confiável e aplicável No Brasil há consenso de que os bulários normal mente encontrados nas farmácias não atendem às condições necessárias e não têm qualidade sufi ciente para a prática da atenção farmacêutica Di retrizes Clínicas são documentos de orientação da conduta profissional baseados nas melhores evidências científicas normalmente elaborados por entidades médicas e científicas Uma boa prática clínica deve se basear nas necessidades específicas dos pacientes nas melhores evidên cias disponíveis e na experiência do profissional para a tomada de decisões que maximizem as chances de benefícios ao paciente CORRER OTUKI SOLER 2011 Mas agora vamos falar da cereja do bolo eu diria que o ponto mais importante da revisão da farmacoterapia que é identificar os PRM proble mas relacionados aos medicamentos que o pa ciente possa ter Para isto é preciso fazer algumas considerações importantes sobre isso Pouco tempo depois de iniciar as atividades práticas em Atenção Farmacêutica AF veri ficouse um problema com a classificação dos PRM e muitos artigos apresentavam classifica ções diferentes Para que os estudos realizados pudessem ser comparados era necessário unificar os critérios de classificação Para tanto um grupo de farmacêuticos oriundos de diferentes regiões da Espanha se reuniu na cidade de Granada para criar um consenso em termos da definição e da classificação dos PRM em seis categorias de acor do com as três condições ou necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico indicação segurança e efetividade Essas categorias são mos tradas no Quadro 2 STORPIRTIS 2008 Indicação PRM 1 O paciente não usa os medicamentos de que necessita PRM 2 O paciente usa medicamentos de que não necessita Efetividade PRM 3 O paciente usa um medicamento que foi mal escolhido PRM 4 O paciente usa o medicamento em uma posologia em horários eou duração inferior à necessária Segurança PRM 5 O paciente usa o medicamento em uma posologia em horários eou duração superior à necessária PRM 6 O paciente usa um medicamento que provoca uma reação adversa Quadro 2 Classificação dos PRM segundo o Primeiro Consenso de Granada de acordo com Panel 1999 Fonte Storpirtis 2008 128 Essa classificação foi utilizada durante muitos anos por muitos autores contudo após várias discussões o Grupo de Investigação em AF da Universidade de Granada elaborou uma modificação do consenso anterior o que levou à classificação apresentada no Quadro 3 Indicação PRM 1 O paciente tem um problema de saúde porque não recebe um medicamento de que necessita PRM 2 O paciente tem um problema de saúde porque recebe um medicamento de que não necessita Efetividade PRM 3 O paciente tem um problema de saúde porque apesar da dose correta o medicamento não é efetivo PRM 4 O paciente tem um problema de saúde porque o medicamento não é efetivo devido à dose prescrita Segurança PRM 5 O paciente tem um problema de saúde porque o medicamento não é seguro apesar de a dose prescrita ser correta PRM 6 O paciente tem um problema de saúde porque o medicamento não é seguro devido à dose prescrita Quadro 3 Classificação dos PRM segundo o Segundo Consenso de Granada SEGUNDO 2002 Fonte Storpirtis 2008 Como você pode observar as duas classificações são muito semelhantes e o interesse de utilizar uma ou outra é de natureza mais acadêmica que prática Não há uma proposta brasileira para o tema Em geral há consenso de que a decisão de qual problema relacionado à farmacoterapia o paciente vivencia faz parte da tomada de decisão clínica do farmacêutico podendo haver inclusive variação de interpretação entre diferentes profissionais utilizando o mesmo sistema de classificação O III Consenso de Granada 2017 ao modificar o termo PRM Problemas Relacionados aos Medicamentos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs fo cadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade efetividade e segurança da farmacoterapia A conhecida classificação de seis PRMs é agora uma classificação com seis RNMs A nova lista de PRMs inclui problemas como administra ção incorreta do medicamento características pessoais conservação inadequada contraindicação dose frequência ou duração inadequada duplicidade erro de dispensação erro de prescrição não adesão à terapia interações entre outros O Quadro 4 apresenta uma categorização de problemas relacionados à farmacoterapia e suas causas mais comuns Esta lista não tem por objetivo substituir classificações existentes mas apresentar uma visão sistêmica sobre as condições ideais da farmacoterapia necessidade efetividade e segurança abordando também a adesão terapêutica do paciente Veja Figura 1 a seguir A lista também não se preocupa em separar variáveis de processo e resultado mas organizar os problemas em uma ordem lógica de necessidade efetividade segurança e adesão terapêutica Essa ordem lógica serve como guia ao profissional na revisão da farmacoterapia As causas apresentadas são úteis ainda na definição de um plano de cuidado visando à prevenção e resolução de problemas existentes e o alcance das metas terapêuticas do paciente CORRER OTUKI SOLER 2011 UNICESUMAR UNIDADE 5 129 Problema Situações Clínicas Causas comuns Farmacoterapia necessária Há necessidade de ini ciar farmacoterapia no paciente Há um problema de saúde não tratado que re quer medicamento O paciente tem dificuldade de acesso ao medi camento não usa Há necessidade de farmacoterapia preventiva para redução de risco do paciente Farmacoterapia desnecessária O paciente utiliza far macoterapia que não é necessária Não há uma indicação clínica válida para o me dicamento em uso Múltiplos medicamentos estão sendo usado quando apenas um seria suficiente O paciente está tratando com medicamento uma RAM que poderia ser resolvida ou evitada O problema de saúde poderia ser tratado mais adequadamente com medidas não farmaco lógicas Inefetividade da Farmacoterapia A farmacoterapia não al cança a meta terapêutica proposta O paciente apresentase refratário ao tratamento A forma farmacêutica é inadequada para o pro blema O medicamento apresenta problemas de quali dade O paciente está recebendo uma dose muito baixa Paciente tem dificuldade de acesso ao medica mento usa menos Há uma interação medicamentosa reduzindo o efeito do medicamento A frequência de uso ou duração do tratamento é insuficiente para produzir resposta Insegurança da Farmacoterapia O medicamento causa um novo problema de saúde no paciente ou agrava um problema préexistente O paciente está sofrendo uma reação adversa ao medicamento RAM O medicamento é contraindicado devido a fa tores de risco do paciente Há uma interação medicamentosa aumentando o efeito do medicamento O paciente está recebendo uma dose muito alta A frequência de dosagem está muito curta A duração do tratamento está muito longa Baixa Adesão do Paciente à Farma coterapia O paciente não adere apropriadamente à far macoterapia de forma voluntária ou involuntária O paciente não entendeu apropriadamente as orientações O paciente tem dificuldade para se lembrar de tomar os medicamentos O medicamento não pode ser adquirido pelo paciente O paciente administra incorretamente o medica mento ou não é capaz de fazêlo corretamente O paciente prefere não tomar os medicamentos Quadro 4 Categorização de problemas relacionados à farmacoterapia e suas causas mais comuns Fonte Correr Otuki e Soler 2011 UNIDADE 5 131 Problemas de altíssima prioridade podem incluir queixas principais ou motivos de consulta do paciente ou ainda aqueles que oferecem risco de hospitalização ou agravamento importante de sua saúde Problemas de alta prioridade podem incluir situações de não alcance das metas terapêuticas ou problemas de segurança e que podem representar alto risco ao paciente se não forem resolvidas imediatamente Problemas de média ou baixa prioridade consistem em problemas de menor urgência na qual ações não imediatas não oferecem risco iminente ao paciente ou aquelas em que medidas profiláticas precisam ser tomadas em pacientes de baixo risco Em geral problemas relacionados à farmacoterapia ma nifestados têm prioridade sobre problemas potenciais mas pode haver exceções Além disso problemas que podem ser resolvidos diretamente pelo farmacêutico e paciente podem ter prioridade diferente daqueles que dependem de mais alguém família médico enfermeira ou outro espe cialista principalmente no início da construção da relação terapêutica farmacêuticopaciente O padrão para documentação de problemas rela cionados à farmacoterapia exige que seja registrado o problema de saúde enfermidade ou queixa envolvida o medicamento ou terapias envolvidas e a causa provável do problema Os problemas devem ser registrados jun tamente com o plano de cuidado para cada problema de saúde envolvido assim como as condutas tomadas para sua solução Depois que o farmacêutico faz a avaliação de todas as informações coletadas estuda o caso em detalhes e revisa toda a farmacoterapia bus cando identificar os problemas relacionados à farmacoterapia ele tem em mãos uma lista de problemas que precisam ser resolvidos solucionados A partir daí tem início o que chamamos de Plano de Cuidado O objetivo do Plano de Cuidado ou plano de intervenções é determinar em conjunto com o paciente como manejar adequadamente seus problemas de saúde utilizando a farmacoterapia e tudo que deve ser feito para que o plano seja cumprido Este será composto de três partes metas terapêuticas intervenções voltadas aos problemas relacionados à farmacoterapia e o agen damento das avaliações de seguimento CORRER OTUKI SOLER 2011 Elaborar um plano de cuidado requer tomada de decisões clínicas É altamente recomendável a utilização de um modelo de decisões com partilhadas centrado no paciente Envolver o paciente aumenta a adesão terapêutica dá maior suporte ao autocuidado e aumenta as chances de manutenção de resultados terapêuticos positivos no longo prazo O mé todo Dáder 2007 propõe alguns elementos desta forma de trabalhar com o paciente na atenção farmacêutica Criar uma atmosfera de intimidade no momento de pactuar decisões proporcionar escuta ativa e comunicação não verbal que crie um ambiente de confidencialidade UNIDADE 5 133 No momento de definir as metas terapêuticas é importante atentarse ao fato de que este processo consiste num trabalho de negociação entre farma cêutico e paciente Para medicamentos prescritos ainda pode ser necessário conversar com o médi co caso haja dúvida sobre as metas terapêuticas a serem atingidas com algum tratamento De modo geral o que o farmacêutico deve ter em mente é que devem ser definidas metas claras para toda a farmacoterapia e não apenas para medicamentos prescritos pelo farmacêutico ou para problemas relacionados à farmacoterapia As metas terapêu ticas são definidas para cada indicação apresenta da pelo paciente Quadro 1 Na prática há dois componentes essenciais que precisam ser defini dos para cada meta terapêutica 1 Os parâmetros clínicos eou laboratoriais mensuráveis que serão utilizados para medir o resultado Estes podem ser sinais ou sintomas observáveis pelo profissional e pelo paciente eou exames laboratoriais com va lores de referência a serem alcançados 2 O prazo definido para alcance dos resultados Esse prazo deve levar em consideração o tempo esperado para que se produzam as primeiras evidências de efeitos e o tempo necessário para obtenção de uma resposta completa da farmacoterapia COR RER OTUKI SOLER 2011 Uma vez que todas as metas terapêuticas estão claras e definidas são delineadas as intervenções farmacêuticas necessárias Aqui vale ressaltarmos a definição de intervenção farmacêutica É um ato planejado documentado e realizado junto ao usuário e profissionais de saúde que visa resolver ou prevenir problemas que interferem ou podem interferir na farmacoterapia sendo parte inte grante do processo de acompanhamentosegui mento farmacoterapêutico IVAMA et al 2002 p 20 Cada intervenção deve ser individualizada de acordo com a condição clínica do paciente suas necessidades e problemas relacionados à farmacoterapia O delineamento de uma inter venção deve considerar as opções terapêuticas disponíveis e deve ser feito em colaboração com o paciente e quando apropriado com seu fami liar cuidador ou médico responsável Além disso todas as intervenções devem ser documentadas Dentro dos sistemas de saúde o profissional farmacêutico representa uma das últimas opor tunidades de identificar corrigir ou reduzir possí veis riscos associados à terapêutica PEPE OSÓ RIODECASTRO 2000 São vários os trabalhos na literatura que demonstram a importância do profissional farmacêutico e a redução dos erros de medicação em instituições onde os farmacêu ticos realizaram intervenções junto aos pacientes e ao corpo clínico Estes estudos reforçam a ideia de que a intervenção farmacêutica ao reduzir o número de eventos adversos aumenta a qualidade assistencial e diminui custos hospitalares Ape sar da relevância das intervenções farmacêuticas para o uso racional de medicamentos ser aceita atualmente há ainda carência de relatos sobre esta atividade sobretudo em grupos especiais de pacientes ROMANOLIEBER et al 2002 Como as intervenções são feitas segundos pro blemas específicos dos pacientes há bastante es paço para a criatividade e de modo geral podem existir várias maneiras diferentes de resolver cada problema Uma intervenção importante pode ser a indicação de medicamentos para indicações não tratadas e que requerem farmacoterapia Esta intervenção encontrase no topo das esta tísticas como uma das principais demandas dos pacientes A prescrição farmacêutica no Brasil é permitida para medicamentos não tarjados cuja dispensação não exige receita médica Essa classe de medicamentos encontrase definida na Resolução n 138 de 2003 da ANVISA em uma tabela denominada GITE Grupos de Indicações Terapêuticas Especificadas Documento Obrigatoriedade A quem é direcionado Qual é o objetivo 134 A abrangência desta lista é bastante satisfatória e tende a aumentar em todo mundo Há países que possuem também listas de medicamentos específicos de prescrição farmacêutica São os medicamentos chamados pharmacy only pharmacist only ou behindthecounter Ao indicar um medicamento ao paciente como parte de um plano de cuidado o farmacêutico deve definir com clareza do objetivo terapêutico das opções terapêuticas disponíveis deve negociar com o paciente a escolha do melhor medicamento e fornecer todas as orientações necessárias para o cumprimento do regime posológico incluindo o agendamento do retorno de seguimento A decisão terapêutica portanto é feita num modelo compartilhado com o paciente unindo a prescrição farmacêutica à automedicação orientada Além disso é desejável que a prescrição farmacêutica ocorra no contexto do processo de seguimento farmacoterapêutico e do plano de cuidado e não como um evento isolado vinculado apenas à dispen sação de medicamentos sem receita CORRER OTUKI SOLER 2011 Quando o objetivo da intervenção é educar o paciente ou trabalhar a adesão terapêutica há diver sos recursos e dispositivos disponíveis ao farmacêutico O processo de educação e aconselhamento ao paciente nestes casos deve ir além das informações providas na dispensação de medicamentos sendo mais elaboradas e focadas nas metas terapêuticas nas mudanças de comportamento necessárias e na frequência de seguimento Para casos de não adesão involuntária podem ser usados calendários portacomprimidos alarmes entre diversos outros recursos voltados a auxiliar o paciente na rotina de uso de medicamentos Quando a intervenção envolve modificação de medicamentos prescritos será necessário contatar o médico do paciente Em princípio a substituição adição ou modificação do regime posológico de medicamentos prescritos não deve ser feita sem anuência do prescritor Esse contato pode ser feito basicamente de três maneiras 1 contato pessoal ou telefônico 2 envio de carta escrita ao médico ou 3 orientação ao paciente para que converse com o médico sobre a necessidade de alteração Cada uma dessas três estratégias pode ser mais ou menos adequada dependendo de cada caso Para serviços generalistas voltados a pacientes de todas as idades o contato com o prescritor original do medicamento fazse necessário em 2025 dos casos apenas Em práticas mais especiali zadas voltadas a pacientes crônicos esse contato não passa de 50 De modo geral a maioria dos problemas relacionados à farmacoterapia pode ser negociada e resolvida diretamente entre farmacêutico e paciente Assim podemos dizer que a intervenção pode ser de duas formas 1 Farmacêutico paciente quando se apresenta um PRM devido a causas derivadas da própria iniciativa do paciente quanto à forma de utilizar os medicamentos 2 Farmacêutico paciente médio quando a estratégia estabelecida pelo médico não consegue os efeitos esperados ou quando o paciente apresenta um problema de saúde que necessita de diagnóstico UNICESUMAR Necessidade O paciente utiliza todos os medicamentos que necessita O paciente não utiliza nenhum medicamento desnecessário UNIDADE 5 135 A intervenção farmacêuticopaciente acontecerá de forma verbal ou escrita de acordo com a per cepção do farmacêutico buscando o maior êxito possível do tratamento MACHUCA MARTÍNEZ ROMERO FAUS 2000 A carta ao médico também chamada de informe terapêutico é uma ferramenta poderosa de co municação Muitas vezes é inadequado pedir ao paciente que relate ao médico suas sugestões pois a informação pode chegar distorcida e gerar desentendimento Quando o contato telefônico com o médico não está disponível ou é inoportuno elaborar um informe escrito é a melhor solução Este deve ser levado e entregue ao médico pelo paciente preservando a relação médicopaciente e posicionando o paciente como sujeito O farmacêutico deve ver o médico como parceiro por isso o conteúdo da carta deve ser ético cordial e tecnicamente consistente Isto é o objetivo da carta não é apontar erros de prescrição tampouco expor o comportamento do paciente O objetivo é apresentar um laudo farmacêutico com a identificação de problemas do paciente de interesse deste e do médico e propor alternativas de resolução deixando claro a responsabilidade e o comprometimento do farmacêutico com a continuidade do cuidado e o trabalho multidisciplinar CORRER OTUKI SOLER 2011 A Intervenção farmacêuticopacientemédico porém se realizará por meio de um informe escrito que deverá abordar os seguintes aspectos segundo MACHUCA MARTÍNEZ ROMERO FAUS 2000 a Apresentação do paciente dados do paciente tanto em relação aos problemas de saúde quanto ao tratamento farmacológico b Motivo de encaminhamento causa pela qual se encaminha o paciente ao médico onde se apre sentam dados quantitativos disponíveis dos problemas de saúde sinais ou sintomas apresentados pelo paciente é importante não utilizar palavras que possam sugerir que o farmacêutico esteja fazendo diagnóstico ou avaliação prognóstica de algum problema de saúde c Avaliação do farmacêutico após estudar os medicamentos estabelecer uma possível correlação entre estes e o problema de saúde d Despedida outorgar autoridade ao médico quanto à avaliação risco benefício da Intervenção e oferecendo colaboração para o êxito da mesma Uma vez estabelecida a Intervenção será elaborado um informe e este será explicado e entregue ao paciente com uma cópia para ele e outra para seu médico Este deverá ser entregue ao médico pelo paciente na próxima consulta Uma das coisas importantes na elaboração do plano de cuidado é definir o prazo necessário para que o paciente volte à consulta farmacêutica e qual será a frequência dessas consultas a fim de se avaliar os resultados da farmacoterapia e das intervenções ao longo do tempo Este passo corresponde ao agendamento para as avaliações de seguimento do paciente Agendar o seguimento do paciente tratase de um padrão de qualidade da atenção farmacêutica e deve ser feita ou revisada sempre como parte do plano de cuidado ao final da consulta farmacêutica O tempo que deve transcorrer entre as consultas depende de muitos fatores Entre eles o prazo necessário para que se observem os resultados da farmacoterapia em termos de efetividade e segurança Para pacientes com quadros mais graves ou 136 problemas relacionados à farmacoterapia de maior complexidade o seguimento deverá ser feito mais amiúde Para pacientes que não apresentam problemas relacionados à farmacoterapia o seguimento deve ter por objetivo manter as condições de alcance das metas terapêuticas e prover cuidado contínuo ao paciente CORRER OTUKI SOLER 2011 Com o objetivo de exemplificar as diferentes intervenções farmacêuticas que podem ser feitas veja o quadro 5 Tipos de intervenções farmacêuticas realizadas na atenção farmacêutica Modificação na quantidade de medicamento 11 Modificar a dose de medicamento 12Modificar a frequência de administração ou a duração do tratamento 13Modificar os horários de uso do medicamento Modificação da estratégia farmacológica 21 Iniciar um novo medicamento 22 Suspender um medicamento 23 Substituir um medicamento Educação do paciente 31 Reduzir a não aderência não intencional do paciente educar no uso do medicamento 32 Reduzir a não aderência voluntária do paciente trabalhar atitudes e comportamento do paciente 33 Educar sobre medidas nãofarmacológicas Quadro 5 Tipos de intervenções farmacêuticas realizadas na atenção farmacêutica Fonte Correr Otuki e Soler 2011 Em muitos casos quando o farmacêutico tem maior convicção de que o plano de cuidado conduzirá a resultados positivos o seguimento poderá ser feito de forma mais espaçada ou mesmo por contato remoto Isso ocorre por exemplo para transtornos menores e condições agudas de baixa gravidade com evolução de dias ou semanas e nas quais os indicadores de efetividade e segurança podem ser facilmente monitorados pelo próprio paciente Nestes casos o seguimento poderia ser feito por telefone com a possibilidade de uma nova consulta presencial caso algo ocorra diferente do planejado Ao final do processo ainda precisamos avaliar os resultados das intervenções realizadas junto ao paciente O objetivo desta fase é determinar que resultado se obteve com a intervenção farmacêutica para resolução do problema de saúde estabelecido Não se pode afirmar que existe um PRM até que o resultado da intervenção tenha sido o desaparecimento ou controle do problema de saúde O resultado da intervenção dará lugar a um novo Estado de Situação do paciente Os resultados das intervenções poderão ser segundo MACHUCA MARTÍNEZ ROMERO FAUS 2000 Intervenção aceita problema de saúde resolvido Intervenção aceita problema de saúde não resolvido Intervenção não aceita problema de saúde resolvido Intervenção não aceita problema de saúde não resolvido UNICESUMAR UNIDADE 5 137 A revisão da farmacoterapia foi muito intensa Eu sei são muitos detalhes e muitas coisas importantes para assimilar Então agora preparei para você um PODCAST especial para conversarmos um pouco sobre a DSF Declaração de Serviço Farmacêutico um documento essencial que deve ser preenchido quando o farmacêutico realiza um serviço farmacêutico como o seguimento farmacoterapêutico por exemplo Mergulhe de ca beça e fique atento a cada detalhe pois nas próximas unidades vamos falar muito de declaração de serviço farmacêutico Bora Lá Considerase intervenção aceita quando o paciente ou o médico aceita a sugestão do farmacêutico modificando o uso dos medicamentos para tratar o problema de saúde O problema de saúde será considerado como resolvido quando desaparece o motivo que gerou a intervenção do farmacêutico e então podese iniciar um novo estado de situação ou seja começar tudo novamente O objetivo desta fase é registrar as mudanças ocorridas nos problemas de saúde e no tratamento farmacológico após a intervenção Para esta fase é importante considerar o seguinte No caso de o médico continuar seguindo as mesmas estratégias e não haver mudança aparente alguma no Estado de Situação devese continuar acompanhando o tratamento para verificar se existe a necessidade de uma nova intervenção Se houver alguma modificação se iniciará uma nova fase de estudo na qual se levarão em conta novos aspectos surgidos Portanto devese revisar o estudo dos medicamentos anteriormente prescritos estudar os novos e continuar a aprofundar o estudo dos problemas de saúde segundo as novas circunstâncias Então se agenda as visitas sucessivas Os objetivos desta fase são Continuar resolvendo os PRM pendentes segundo o plano de atuação pactuado previamente Estabelecer um plano de seguimento para prevenir o aparecimento de novos PRM Obter mais informação para documentar os novos estados de situação e melhorar a fase de estudo Dentro de todo este contexto temos um documento muito importante e que precisa ser preenchido em duas vias sendo que uma fica na farmácia e a outra é entregue ao paciente Tratase da DSF De claração de Serviços Farmacêuticos Mas eu vou falar um pouco mais sobre isto com você no próximo PODCAST que preparei 138 Que conteúdo intenso Imagino que você deva se questionar Quanta coisa ou melhor como um farmacêutico é essencial à farmacoterapia de um paciente Imagina só esta parte em que se analisam os possíveis PRMs problemas relacionados à terapia do paciente E é por isto que estamos aqui que você está aqui para ser um profissional único que faça a diferença no mercado de trabalho e que não seja um mero entregador de caixinhas lá no mercado de trabalho Com o conhecimento adquirido nesta unidade de conteúdo você será capaz de oferecer um serviço de qualidade e será capaz de analisar a história farmacoterapêutica de seu paciente para prevenir e identificar os PRMs Mas antes lembrese do caso que contei no início da unidade Lem brese da minha aluna da enfermagem que estava com anemia e quando ela me contou a forma como estava fazendo o uso do sulfato ferroso eu disse que ali existia um PRM de efetividade Lembrase disso Então eu tenho certeza de que agora você já consegue olhar para esta situaçãoproblema com outros olhos A paciente em questão ao tomar o sulfato ferroso após as refeições impede a absorção que precisa de um Ph ácido para ser absorvido adequadamente Se o sulfato ferroso não é absorvido corretamente não temos a efetividade do medicamento Agora me diz se isso não é maravilhoso Conhecimento é tudo e quero ver você colocar em prática e estou curiosa para saber quem será seu primeiro paciente e ter os PRM detectados Vai lá e arrasa A RDC 44 da Anvisa de 17 de agosto de 2009 dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensa ção e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farma cêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Tratase de uma RDC que vai regulamentar muitas atividades do farmacêutico em farmácias e que você precisa saber Vem conferir UNICESUMAR 139 Agora para fixar ainda mais todos os conhecimentos adquiridos aqui quero que você construa um mapa mental E para deixar isto muito objetivo sugiro que construa com suas palavras um mapa mental dos possíveis PRM problemas relacionados aos medicamentos que seu paciente pode vir a apresentar Para ajudálo sugiro começar montando um mapa mental bem ilustrativo com 1 indicação 2 Efetividade 3 Segurança Agora é com você 140 1 Leia atentamente o caso a seguir Aplique os conhecimentos adquiridos nesta unidade e faça a revi são da farmacoterapia da paciente tentando identificar possíveis PRMs com a farmacoterapia dela Caso clínico Maria Luíza 19 anos solteira estudante moradora do Bairro Aclimação em Ma ringá A paciente procura você na farmácia para comprar sua pílula contraceptiva e durante a conversa ela comenta que está bastante preocupada pois tem uma anemia intensa que está sendo tratada há meses e ela não melhora Você pergunta se ela comprou o sulfato ferroso na sua farmácia e ela disse que não A mãe comprou em uma farmácia do bairro Então você continua sua anamnese e pergunta como ela tem feito este acompanhamento A paciente conta que fez exames laboratoriais semana passada e que o médico comentou que nada mudou desde o último mês ela também relata sentir tonturas e fraqueza constante En tão você questiona como ela tem tomado o sulfato ferroso e pede para explicar em detalhes A moça então comentou que toma um comprimido todos os dias logo depois do almoço com um gole de água Você pergunta e pede para ela confirmar ela toma logo depois que acaba de almoçar todos os dias Analisando o caso responda a Há algum PRM com a farmacoterapia desta paciente Qual Explique b Que orientações você daria para a paciente resolver o PRM dela caso ele exista 2 Avalie os problemas de saúde ou exames clínicos aqui elencados e a meta farmacoterapêutica atribuída respectivamente I Cura de uma doença Hipertensão diabetes II Redução e eliminação de sinais eou sintomas Depressão resfriado comum III Prevenção da doença Anemia ferropriva hipocalemia IV Auxiliar no processo diagnóstico Exames oftalmológicos contrastes radiológicos V Normalização de exames laboratoriais Anemia ferropriva hipocalemia Agora marque a alternativa correta a Apenas I III e IV estão corretas b Apenas II IV e V estão corretas c Apenas I II IV e V estão corretas d Apenas III IV e V estão corretas e Todas estão corretas 141 3 Analise as afirmativas sobre o segundo Consenso de Granada e marque a alternativa correta a O segundo Consenso de Granada divide os PRM em duas modalidades a saber indicação e efetividade b O segundo Consenso de Granada divide os PRM em quatro modalidades indicação efetivi dade segurança e nível de conhecimento c O segundo Consenso de Granada classifica os PRMs em seis categorias de acordo com as três condições ou necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico indicação segurança e efetividade d O segundo Consenso de Granada classifica os PRMs em quatro categorias de acordo com as duas condições ou necessidades essenciais de todo tratamento farmacológico indicação e segurança e O II Consenso de Granada modificou o termo PRM Problemas Relacionados aos Medicamen tos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs focadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade efetividade e segurança da farmacoterapia 4 Sobre os métodos utilizados para a revisão da farmacoterapia analise as afirmativas a seguir I Para que os estudos realizados pudessem ser comparados foi preciso unificar critérios de classificação E foi criado um consenso em termos da definição e da classificação dos PRM em seis categorias de acordo com as três condições ou necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico indicação segurança e efetividade II O III Consenso de Granada ao modificar o termo PRM Problemas Relacionados aos Medica mentos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs focadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade efetividade e segurança da farmacoterapia III O II Consenso de Granada ao modificar o termo PRM Problemas Relacionados aos Medica mentos para RNM Resultados Negativos da Medicação sugeriu uma lista de PRMs focadas em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade e efetividade da farmacoterapia IV Quando temos um PRM do tipo inefetividade da farmacoterapia nós dizemos que a farmaco terapia não alcança a meta terapêutica proposta e isto pode ocorrer por exemplo pelo fato do paciente receber uma dose muito baixa V Dizemos que ocorre uma insegurança da farmacoterapia quando o medicamento causa um novo problema de saúde no paciente ou agrava um problema préexistente Marque a alternativa correta a As afirmativas I II e III estão corretas b As afirmativas II III e IV estão corretas c As afirmativas I II IV e V estão corretas d As afirmativas III IV e V estão corretas e Todas afirmativas estão corretas 142 5 Elaborar um plano de cuidado para o paciente requer tomada de decisões clínicas É altamente recomendável a utilização de um modelo de decisões compartilhadas centrado no paciente En volver o paciente aumenta a adesão terapêutica dá maior suporte ao autocuidado e aumenta as chances de manutenção de resultados terapêuticos positivos no longo prazo Analise os elementos propostos a seguir pelo método Dáder para trabalhar com o paciente na atenção farmacêutica I É importante criar uma atmosfera de intimidade no momento de pactuar decisões com o paciente proporcionar escuta ativa e comunicação não verbal que crie um ambiente de confidencialidade II Pesquise se o paciente deseja envolverse nas decisões clínicas e conhecer que tipo de infor mação o paciente deseja receber porém isto não será levado em consideração III É importante obter feedback do paciente a fim de reconhecer se a explicação foi satisfatória Podemse indicar outras fontes para o paciente pesquisar como páginas da web voltadas a pacientes IV Negociar a melhor decisão com o paciente e se não houver urgência permitir um tempo para que cada um reflita sobre suas opiniões até a próxima consulta V Expor as opções terapêuticas com seus prós e contras Estas informações devem ser transmitidas de forma compreensível com linguagem técnica e médica para deixar claro para o paciente que você tem o conhecimento necessário Agora depois de analisar todas as afirmativas marque a correta a Estão corretas todas as afirmativas b Estão corretas as afirmativas I II e IV c Estão corretas as afirmativas II III e IV d Estão corretas as afirmativas III IV e V e Estão corretas as afirmativas I III e IV 6 Nesta unidade nós vamos começar a falar da atuação do farma cêutico no tratamento das condições clínicas autolimitadas Elas também são conhecidas como transtornos menores Mas antes de falarmos de cada transtorno precisamos conversar sobre aspectos primordiais como autocuidado medicamentos isentos de prescri ção consulta e prescrição farmacêutica assim como os importantes documentos envolvidos no registro de todo processo Então quero que você se prepare para mais uma vez mergulhar de cabeça com a profe neste conteúdo único que preparei com muito carinho Manejo de Problemas de Saúde Autolimitados e Prescrição Farmacêutica I Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 144 Você está cada vez mais próximo de uma etapa importante no cuidado ao paciente Poderá realizar anam nese e consultar seu paciente estabelecendo tratamentos de algumas situações clínicas bem pontuais e de forma natural Digo isto pois temos os medicamentos isentos de prescrição quando os farmacêuticos podem prescrevêlos para o paciente No entanto isto não é assim tão simples pois para realizar esta ativi dade você precisa seguir protocolos aprovados um passo a passo que vai garantir que tenha êxito no seu atendimento na sua consulta Nós precisamos falar dos importantes documentos envolvidos no registro de todo processo de cuidado e atendimento ao paciente Você vai ver a importância destes documentos para que tenhamos a padronização de atendimentos e procedimentos Vamos lá então Você já deve ter vivido alguma situação na sua vida quando foi abordado por um amigo um pa rente ou seu pai sua mãe ou um parente próximo que o abordou com algum problema de saúde e já foi concluindo e deduzindo Já que você está fazendo o Curso de Farmácia podia me ajudar né Se você ainda não viveu isto preparese para vivêlo logo isso será inevitável antes mesmo de chegar aos pacientes reais nos estágios ou na vida profissional Mas parece tão simples Uma pessoa indaga você faz uma pergunta pede uma consulta e você já sai fazendo falando explicando colocando em prática tudo que sabe e sempre com o melhor dos objetivos ajudar Mas as coisas não são assim tão simples tudo tem um método um processo que deve ser seguido pois quando temos processos temos organização e as chances de errarmos são menores sabia Quero que você pare faça uma reflexão e tente se lembrar se já viveu alguma situação como esta que citei Faça um esforço e comece a fazer anotações sobre o que foi que pediram Qual era a situação Quais eram as queixas e problemas de saúde e ao longo da nossa aula quero que vá tentando encaixar esta situação vivenciada nos documentos importantes que vou apresentar nesta unidade de conteúdo Eu quero que você perceba como é importante documentar tudo anotar seguir padrões de forma organizada para que erros não sejam cometidos e acima de tudo para que seu paciente seja atendido da melhor forma possível pois errar não é uma opção e um dos objetivos de comentarmos tudo é não só organizar tudo mas evitar erros e garantir segurança para nosso paciente Espero que esteja preparado vamos lá UNICESUMAR UNIDADE 6 145 De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS e outros documentos internacionais é desejável que as pessoas pratiquem o autocuidado ou seja que tenham uma atitude ativa e responsável em relação à própria saúde visando à sua qualidade de vida 24 horas por dia sete dias por semana por meio de hábitos de higiene pessoal nutrição e prática de atividades físicas O reconhecimento de estado alterado de saúde é parte desse autocuidado e pode ser manejado com automedicação respon sável segundo a organização MASSI 2021 De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição Abimip 2022 muitas vezes no processo do autocuidado talvez haja a necessidade de se ter auxílio de algum medicamento para ajudar a combater sintomas simples e transitórios provocados pelos transtornos menores Na visão da entidade empoderar é essencial para que a pessoa possa discernir o que faz bem ou mal para a sua vida E um indivíduo esclarecido representa um país mais saudável e desenvolvido Além de estimular uma atitude responsável pela própria vida o autocuidado também é uma forma de desafogar o sistema de saúde No atendimento primário à saúde por exemplo muitos problemas são autolimitados A Classificação Internacional de Atenção Primária CIAP 2 utilizada no Sistema Único de Saúde SUS tem um capítulo para classificar sinais e sintomas A princípio esses sinais e sintomas são manifestações clínicas que o corpo resolve sozinho ou que em um primeiro momento o parecem ser as tão famosas viroses requerendo acompanhamento da evolução do quadro clínico MASSI 2021 146 O autocuidado é desejado pelos sistemas de saúde mundiais porque se todo paciente que tiver uma dor de cabeça procurar atendimento médico o sistema pode colapsar Um exemplo é o Pharmacy First do NHS no Reino Unido Sabemos que não há condições de atender a todas as pessoas que tenham uma queixa de saúde Por isso o paciente por si só e sobretudo com a ajuda de outro profissional da saúde como o farmacêutico pode e deve fazer o autocuidado de condições que não são graves Por outro lado ao adquirir o conforto para as suas con dições autolimitadas o paciente não deve colocar a vida dele em risco Por isso a OMS diz que a auto medicação tem que ser responsável ou seja aquela que acontece sob a orientação de um profissional da saúde de preferência o farmacêutico devido ao conhecimento terapêutico que ele detém Neste sentido a consulta farmacêutica e a prescrição de MIPs Medicamentos isentos de prescrição podem trazer vários benefícios para o sistema de saúde entre eles diminuição substancial de custos para atendimento secundário e terciário otimização de recursos governamentais conforto para os usuários que têm mais qualidade de vida e proximidade do paciente com um profissional de saúde de fácil acesso Aqui vale lembrar para que este autocuidado do paciente seja feito com segu rança e confiança o farmacêutico é uma figura que ocupa um papel primordial em todo o processo visto que os MIPs podem ser isentos de prescrição mas não são isentos de orientação para o seu uso Outros países estão mais evoluídos do que o Brasil nos quesitos autocuidado e tratamento de condições clínicas autolimitadas Um exemplo é o Reino Unido onde existe o Pharmacy First criado pelo NHS United Kingdom National Health Ser vice sistema de saúde local O programa dissemina a informação de que os farmacêuticos são especia listas altamente treinados em medicamentos e en coraja todos a buscar a farmácia comunitária como primeira escala para todas as doenças menores e condições clínicas comuns específicas O Pharmacy First Farmácia Primeiro na tradução para o português representa acesso rá pido a um local de aconselhamento e tratamento para condições clínicas autolimitadas Se tiver uma doença autolimitada a farmácia é o primeiro lugar onde deve ir para obter um conselho Normalmen te você não precisa de uma consulta e pode ir a qualquer farmácia O seu farmacêutico pode acon selhálo sobre uma doença leve e medicamentos se achar que você precisa afirmam os sites oficiais que divulgam o serviço Os farmacêuticos capacitados em farmácia clí nica têm plenas condições de identificar as condi ções clínicas autolimitadas propor o tratamento acompanhar os resultados e fazer o encaminha mento quando necessário Interessante observar que a anamnese farmacêutica para um transtorno menor não se difere da consulta médica tradicional em que na maioria das vezes o médico prescreve um tratamento com base em um diagnóstico feito a partir da avaliação dos sintomas MASSI 2021 A prescrição farmacêutica foi estabelecida pela Resolução nº 5852013 BRASIL 2013a e regu lamentada pela Resolução nº 5862013 BRASIL 2013b segundo a qual prescrever é uma ação de recomendar algo ao paciente que pode ser uma opção terapêutica serviços farmacêuticos ou en caminhamento a outros profissionais ou serviços de saúde Portanto a prescrição farmacêutica não está associada apenas a prescrever medicamentos A prescrição farmacêutica é um processo uma maneira de responsabilizar o farmacêutico por uma atividade que sempre existiu na farmácia Não basta prescrever dipirona 1 grama de 8 em 8 horas Se o farmacêutico estiver encaminhando o profissional a outro especialista por exemplo pre cisa escrever Encaminho João da Silva 48 anos que procurou a farmácia com dor de cabeça asso UNICESUMAR UNIDADE 6 147 ciada a tais e tais sintomas Solicito avaliação diag nóstica porque em tantos dias a dor não cessou ou seja detalhar o atendimento com o máximo de informações que tiver em mãos Deste modo precisamos que farmacêuticos preparados para avaliar quais casos são autolimi tados e quais precisam de encaminhamento ao médico E nós temos falado sobre a importância do farmacêutico e de como as suas intervenções fazem a diferença nos resultados de saúde dos pacientes e no uso racional de medicamentos Dentre as possibilidades de atuação do farma cêutico situase a responsabilidade deste profis sional pela orientação quanto ao autocuidado in cluindo quando necessário a automedicação de modo a atender às necessidades dos pacientes de forma segura e eficaz WORLD HEALTH ORGA NIZATION 1998 apud GALATO et al 2015 A Organização Mundial da Saúde define o autocui dado como tudo aquilo que as pessoas fazem por si mesmas para estabelecer e manter a saúde prevenir e lidar com suas enfermidades WORLD HEALTH ORGANIZATION 1998 apud GALATO et al 2015 Isto envolve atitudes e valores referentes aos estilos de vida hábitos de higiene e alimentação práticas de lazer mas também fatores como con dições de vida nível de renda crenças culturais e práticas de automedicação Entendese por auto medicação a seleção e uso de medicamentos pelas pessoas com o propósito de tratar problemas de saúde ou sintomas reconhecidos Outro conceito importante da OMS referese à automedicação responsável que corresponde à prá tica pela qual os indivíduos tratam seus problemas de saúde com medicamentos isentos de prescrição médica e que são seguros e eficazes quando utiliza dos de forma adequada As condições necessárias para uma automedicação responsável segundo a OMS requerem que os medicamentos possuam segurança qualidade e eficácia comprovadas e que sejam indicados para problemas de saúde auto limitados e para algumas condições crônicas ou recorrentes desde que precedidas pelo diagnóstico médico WORLD HEALTH ORGANIZATION 1998 apud GALATO et al 2015 Mas precisamos entender primeiro o que são os problemas de saúde autolimitados Segundo a ResoluçãoCFF nº 5852013 BRA SIL 2013a entendese problemas de saúde au tolimitados como enfermidades agudas de baixa gravidade de breve período de latência que de sencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente Além disso podem ser tratadas de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica cuja dispensação não exija prescrição médica incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais alopáticos ou dinamiza dos plantas medicinais drogas vegetais ou com medidas não farmacológicas As práticas de autocuidado motivadas pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde ou por avaliação do próprio paciente de que é capaz de cuidar de si sem o auxílio de um profissional da saúde podem envolver a tomada de decisões inadequadas acarretando complicações do seu estado de saúde ou o desenvolvimento de nova condição SANCHEZ CICONELLI 2012 Neste contexto a atuação clínica do farmacêuti co no manejo de problemas de saúde autolimitados surge como uma necessidade social para minimizar situações de uso inadequado de opções terapêuticas ou de demora no diagnóstico de condições clínicas que não são autolimitadas HEALTH ORGANIZA TION 1994 apud GALATO et al 2015 É também atribuição deste profissional ao realizar o manejo de problemas de saúde identificados pelos pacientes ou seus cuidadores como autolimitados identificar sinais de alerta e realizar os encaminhamentos a outros profissionais ou serviços de saúde 148 No âmbito da regulação a expansão das atividades do farmacêutico no Brasil refletiuse na apro vação e publicação pelo Conselho Federal de Farmácia de resoluções como as de números 5852013 e 5862013 que regulamentam as atribuições clínicas do farmacêutico e regulam a prescrição far macêutica Além disso a Lei nº 130212014 também respalda a provisão de serviços clínicos em estabelecimentos farmacêuticos BRASIL 2014 Apesar da evolução da profissão farmacêutica no âmbito do cuidado à saúde identificase defi ciência no registro da prática clínica sim pois o registro destas práticas são de extrema importância especialmente para o rastreio de todos os atendimentos feitos pelo farmacêutico GALATO et al 2015 Um jargão muito utilizado no campo da saúde que expressa de forma objetiva a importância do registro é se você não documentou você não fez AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 Ou seja a adequada documentação é uma condição fundamental para que haja a provisão do cuidado seja por farmacêuticos ou por outros membros da equipe de saúde ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD 2013 VASCO BARRETO PAIVA 2008 AMERICAN SOCIETY OF HEALTHSYSTEM PHARMACISTS 2003 apud GALATO et al 2015 O registro do processo de cuidado também imputa responsabilidade em saúde ao profissional Permite por exemplo a rastreabilidade das ações pelo órgão fiscalizador e a acreditação de qualidade dos serviços prestados possibilitando um maior controle sobre os riscos inerentes aos serviços disponibilizados pelo farmacêutico além de oportunizar ações que visam à segurança do paciente BRASIL 2013a A documentação do cuidado farmacêutico deve ser estruturada para assegurar a disponibilidade de informação a todos os envolvidos no processo de cuidado e para garantir a segurança de sigilo a agilidade e a confiabilidade da consulta O registro assim como o cuidado propriamente dito deve ser centrado no paciente e não na sua condição ou no diagnóstico do profissional Os profissionais e serviços de saúde têm um grande desafio que é organizar o processo de documentação para subsidiar a gestão do caso e a tomada de decisão em saúde a análise e a revisão da gestão da prática Serve ainda para dar subsídio ao processo de acreditação da qualidade a auditorias e para responder a quaisquer questionamentos advindos da fiscalização profissional ou sanitária GALATO et al 2015 O processo de cuidado ao paciente no manejo de problemas de saúde autolimitados envolve diferentes etapas desde o acolhimento e anamnese até a avaliação do resultado das intervenções Além do registro em prontuário esse processo pode envolver outros documentos como a receita o encaminhamento a outros profissionais ou serviços de saúde além de materiais educativos No Quadro 1 a seguir podemos verificar os documentos sua obrigatoriedade a quem estão direcionados e seus respectivos objetivos UNICESUMAR 150 É muito importante que fiquem claras as respostas a todas estas questões pois isto aumenta a adesão dos profissionais ao registro das suas atividades Precisamos refletir sobre um documento importante o prontuário O prontuário do paciente é o principal documento de comprovação das atividades clínicas de qualquer profissional da saúde sendo obrigatório para o cuidado dele BRASIL 1992 A documentação do atendimento do paciente é uma atribuição do farmacêutico BRASIL 2013a que deve incluir todo o processo de cuidado LEAL RI BEIRO 2013 VASCO BARRETO PAIVA 2008 AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 ZIERLERBROWN et al 2007 AMERICAN SOCIETY OF HEALTHSYSTEM PHARMACISTS 2003 BRASIL 1993 2013 apud GALATO et al 2015 Ressaltese que esse registro deve seguir as regulamentações sanitárias as normas institucionais e as demais legislações pertinentes BRASIL 2001 2008 2011 apud GALATO et al 2015 A ResoluçãoCFF nº 555 de 30 de novembro de 2011 regulamenta o registro a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços de saúde e estabelece que o prontuário do paciente é um documento único constituído de um conjunto de informações sinais e imagens registrados gerados a partir de fatos acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada de caráter legal sigiloso e científico que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e interdisciplinar e a con tinuidade da assistência prestada ao indivíduo BRASIL 2011 O prontuário pode conter apenas o registro do farmacêutico quando este estiver atuando em con sultório farmacêutico ou em farmácias não vinculados a outros profissionais ou serviços de saúde No caso de farmacêuticos que atuam em ambientes multiprofissionais como em unidades de saúde da família unidades básicas clínicas hospitais entre outros serviços o registro deverá ser feito no pron tuário único do paciente BRASIL 2011 A Portaria MSSAS nº 4071992 veda o registro em separado das atividades do farmacêutico no caso de atendimento do paciente em ambiente multidisciplinar Além do registro feito pelo profissional e da documentação originada no estabelecimento de saúde que o atendeu também podem ser anexados ao prontuário os documentos trazidos pelo paciente como resultados de exames receitas de outros profissionais o que requer a autorização do mesmo para a inclusão Atualmente está estabelecido que o prontuário é um documento que pertence ao profissional da saúde ao paciente e ao estabelecimento de saúde no qual ocorreu o atendimento BRASIL 1992 É importante assegurar que o prontuário seja devidamente arquivado facilmente locali zado BRASIL 2011 e que mantenha a confidencialidade das informações nele registradas A legislação brasileira prevê sanções àqueles profissionais da saúde que divulguem informações de seus pacientes sem a sua autorização BRASIL 2002 Contudo há outras situações relacionadas aos prontuários além da quebra de sigilo que podem estar relacionadas a problemas com a justiça É fato que os registros realizados nos prontuários dos pacientes podem efetivamente ser utilizados como instrumento de defesa ou de acusação dos farma cêuticos em casos de denúncias por mau atendimento com indícios de imperícia imprudência ou negligência ou seja na presunção da existência de erro UNICESUMAR UNIDADE 6 151 O arquivamento das informações do paciente a partir do último registro no prontuário deve ser mantido por no mínimo cinco anos Após este prazo uma comissão deve analisar o prontuário que será descartado a fim de assegurar que sejam preservados dados relevantes do ponto de vista cientí fico histórico e social BRASIL 2011 Contudo no contexto da atuação do farmacêutico em equipes multiprofissionais de saúde vale a determinação de 20 anos para o armazenamento das informações a partir da última anotação BRASIL 2002 Dentro de todo este contexto fica muito claro a importância do registro das informações e vocês vão concordar comigo É preciso ter organização destas informações Então com base na Resolução CFF nº 5552011 BRASIL 2011 e em algumas instruções da ResoluçãoCFM nº 16382002 BRASIL 2002 sugerese que a organização do prontuário do paciente elaborado pelo farmacêutico envolva no mínimo os seguintes componentes Identifcação do usuário nome completo sem abreviaturas data de nascimento sexo nome da mãe naturalidade cidadeestado endereço completo Anamnese farmacêutica registro dos dados subjetivos e objetivos do paciente Avaliação das suas necessidades de saúde identifcação dos problemas percebidos pelo farmacêutico podendo estes serem baseados na Classifcação Internacional para a Atenção Primária CIAP Plano de cuidado incluindo as intervenções realizadas Outros conteúdos a serem anotados são a motivação para o atendimento e a queixa ou preocupação do paciente além da data do registro 152 Nos prontuários em suporte de papel é obrigatória a legibilidade dos registros do profissional que atende ao paciente assim como a assinatura e o respectivo número de registro no conselho de classe A legibilidade citada anteriormente é necessária para evitar erros em especial quando as informações registradas são compartilhadas com outros profissionais Vamos falar um pouco sobre os componentes do registro do prontuário do paciente Identificação do paciente nome idade sexo e outras informações sociodemográficas Número do prontuário cadastro de pessoa física e outras informações pertinentes Motivação para o atendimento qual é a queixa ou preocupação do paciente Anamnese e verificação de parâmetros clínicos dados subjetivos e objetivos obtidos do paciente Avaliação do profissional hipótese diagnóstica das necessidades de saúde do paciente Plano de cuidado condutas ou intervenções e os objetivos terapêuticos Identificação profissional Nome completo número do registro profissional e assinatura Anexos exames e outros documentos relevantes à avaliação da condição de saúde do paciente Há dois modelos hegemônicos de registro no prontuário o orientado pela fonte tradicional e o orientado por problemas e evidências POPE originalmente ProblemOriented Medical Record No POPE as notas de evolução são orientadas pelos problemas ativos do paciente e seguem o sistema descrito como SOAP O problema ativo necessita de atenção contínua do pessoal de saúde envolvido com os cuidados ao paciente ou que cause algum tipo de desconforto ao doente LOPES 2005 apud GALATO et al 2015 p 17 O anagrama SOAP do inglês Subjective Objective Assessment and Plan referese aos aspectos fundamentais da abordagem do paciente orientada para a identificação e resolução de problemas por meio do registro dos dados subjetivos S e objetivos O do paciente da avaliação A e do plano P estabelecido pelo profissional ou equipe previamente acordado com o paciente Este método além de garantir a organização e legibilidade das informações dos pacientes permite acompanhar a evolução do estado de saúde do paciente a partir de novos registros VASCO BARRETO PAIVA 2008 ZIERLERBROWN et al 2007 apud GALATO et al 2015 Os dados subjetivos S referemse àqueles coletados no momento da entrevista com o paciente ou cuidador Incluise entre os dados subjetivos o motivo da procura pelo serviço problema de saúde ou necessidade do paciente como por exemplo as suas preocupações às experiências relatadas expressões da pessoa ou às impressões do profissional da saúde DEMARZO et al 2011 Os dados subjetivos geralmente são aqueles relatados pelo paciente ou cuidador sem que o profissional tenha observado o fenômeno Os dados objetivos O referemse àqueles positivos ou negativos pertinentes à investigação clínica Eles podem ser obtidos por meio da verificação de parâmetros fisiológicos e biológicos pressão arterial temperatura corporal glicemia capilar etc de exames complementares trazidos pelo paciente glicemia colesterol etc ou de observações do profissional da saúde tosse produtiva coriza etc DEMARZO et al 2011 Neste tópico também podem ser registrados os medicamentos em uso pelo paciente Assim os dados objetivos são aqueles em que há evidências observadas pelo profissional da saúde UNICESUMAR UNIDADE 6 153 Caso o farmacêutico tenha dúvidas em relação à separação das informa ções subjetivas S e objetivas O poderá registrar ambas em um mesmo campo Neste caso mais importante do que classificar corretamente é o registro das informações pertinentes e a utilização das mesmas para a seleção da conduta a ser indicada ao paciente A Avaliação A do farmacêutico é feita a partir dos dados coletados na entrevista clínica identificando claramente as necessidades de saúde do paciente DEMARZO et al 2011 Referese às conclusões sobre o esta do de saúde do paciente bem como à resposta ao tratamento o que deve ocorrer com base nos dados subjetivos e objetivos coletados LOPES 2005 Os eventos adversos e outros problemas relacionados aos medicamentos resultam das avaliações feitas pelo farmacêutico não se tratando pois de diagnóstico de doenças AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 No Plano P o farmacêutico deverá registrar as intervençãoões e condutas as serem adotadas em relação à necessidade identificada Essas podem constar por exemplo de terapias não farmacológicas farmacológicas eou outras intervenções relativas ao cuidado em saúde como o encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde e soli citação de exames laboratoriais A seguir vou apresentar um modelo de prontuário Tratase de um modelo simples que utiliza o SOAP como sistema de avaliação inicial e evolução do paciente Importante lembrar que este prontuário precisa contemplar as infor mações de identificação do paciente do paciente Quadro 2 assim como outras informações que podem ser importantes dependendo do caso como alergias e possíveis limitações observadas cognitivas locomotoras visuais auditivas entre outras Lembro ainda que o modelo é uma sugestão e pode e deve ser adaptado pelo farmacêutico da forma que ele julgar mais pertinente para o registro das informações e de forma a atender o seu diaadia de trabalho Neste documento eu sugiro inserir uma informação que julgo importante sobre a LGPD nº 13709 de 14 de agosto de 2018 A Lei Geral de Proteção de Dados Lei nº 137092018 tem como principal objetivo proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da per sonalidade da pessoa natural É importante avisar o paciente que você poderá usar os dados dele para entrar em contato com ele ou com um cuidador dele ou até mesmo com o médico dele Deixe isso bem claro para o paciente e registre no seu prontuário Importante frisar ao paciente que os dados dele não serão fornecidos a outras pessoas e que serão utilizados única e exclusivamente para o atendimento em questão e cuidados de saúde com ele 154 Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde Número do prontuário Data de abertura Nome paciente Gênero Masculino Feminino Idade anos Data de nascimento RG ou CPF Endereço Cidade Estado Telefone Email Escolaridade Ocupação Limitação cognitiva locomoção visão audição outras Nome do responsável legal em caso de menor Tel do Responsável legal em caso de menor Nome e telefone do responsávelcuidador se aplicável Médico do paciente nome e telefone se houver Histórico de possíveis alergias Data O paciente foi esclarecido e autoriza ser contatado pela farmácia em atendimento à nova LGPD de 13709 de 14 de agosto de 2018 SIM NÃO Registros S Registros dos dados subjetivos sintomas identificados pelo pacientecuidador crenças preocupações e outros dados clínicos história clínica tentativas de tratamento e expectativas O Registros dos dados Objetivos sinais ou dados mensurados eou observados incluindo resultados de exame A Avaliação análise dos dados subjetivos a fim de identificar as necessidades e os problemas de saúde do paciente considerando as intervenções possíveis os fatores que gravam os sinais sintomas e os sinais de alerta para encaminhamentos P Plano na elaboração do plano devem ser definidos os objetivos terapêuticos as intervenções e os critérios de acompanhamentos para avaliação dos resultados As opções de intervenção selecionadas podem incluir terapias farmacológicas e não farmacológicas e outras intervenções relacionadas ao cuidado como o encaminhamento Assinatura Nome e CRF carimbo ou de próprio punho Quadro 2 Sugestão de prontuário do paciente Fonte adaptado de Galato et al 2015 As etapas do raciocínio clínico têm relação direta com o registro no formato SOAP Aplicando os conhe cimentos de semiologia e o raciocínio clínico obtêmse os dados que devem ser registrados como subje tivos S e objetivos O Ainda na etapa de identificação das necessidades o farmacêutico deve registrar UNICESUMAR Legibilidade Esta característica é necessária para que o documento possa ser devidamente utilizado Além da qualidade da grafia necessária para os prontuários manuais devese atentar para o uso adequado do vernáculo e dos termos técnicos Rasuras e emendas O prontuário do paciente não deve conter rasuras No caso de registro equivocado o farmacêutico deve corrigilo utilizando expressões corretivas mas sem encobrir o anteriormente registrado Organização O ordenamento cronológico das informações o destaque de informações e o espaço para a registro e anexação de informações relevantes auxiliam no processo de cuidados Também podese organizar por categorias de informações como o registro de alergias resultados laboratoriais medicamentos em uso Complete O registro de todas as informações coletadas incluindo aquelas negativas por exemplo ausência de sinais e sintomas pertinentes ao estado de saúde é importante Além disso a anotação da avaliação e do plano de cuidado também é fundamental A identificação adequada do paciente e dos profissionais que participam do cuidado é imprescindível No prontuário eletrônico é possível realizar a correção no momento do preenchimento Depois da publicação dos registros no sistema a correção deverá ser feita na próxima evolução O Código Penal caracteriza como falsidade ideológica a anotação incorreta incompleta falsa ou inexistente no prontuário quanto aos fatos relacionados com o paciente 156 Vamos fazer uma pausa rápida para ver o que nos diz o artigo 299 do Código Penal Brasileiro no item Falsidade Ideológica Outra forma de garantir a legibilidade das informações é evitar o uso de abreviaturas em especial da quelas que não são comuns à equipe de saúde AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 pois podem gerar problemas de segurança ao paciente No caso de uso de abreviaturas estas devem ser padronizadas pelo sistema métrico ou pela instituição No prontuário manual devese evitar a existência de espaços em branco AMERICAN PHARMA CISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 tendo em vista o risco de serem preenchidos posteriormente alterando as informações ou condutas realizadas Além disso quando o prontuário contiver diversas páginas no início de cada uma delas deverão ser anotados a identificação do paciente a data e quando pertinente o horário do registro AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 para evitar possíveis trocas ou perdas de registros A ordem das informações registradas inclusive a cronológica é fundamental Isso facilita a con sulta futura pelo próprio farmacêutico ou por outros profissionais a respeito dos dados coletados e da avaliação e planos realizados AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 Recomen dase também a utilização de estratégias para destacar partes do texto como o uso do sublinhado de asteriscos novos parágrafos e setas entre outros para organizar as informações bem como para demonstrar maior relevância Nos prontuários eletrônicos podem ser criados pictogramas ou outras formas de alerta que representam informações importantes como a solicitação de exames a serem posteriormente avaliados e a existência de alergias Cabe destacar que a documentação deve ser tão completa quanto possível AMERICAN PHARMA CISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 o que inclui o registro de dados positivos sinais alterados e sintomas bem como de dados negativos sem febre sem congestão nasal nega problema de constipação sem dor visto que também podem ser úteis para a avaliação do paciente Cabe aqui uma dica muito importante devese ter cuidado quanto à forma de registrar as informa ções dos pacientes de maneira que não haja percepções que possam informar mais sobre o perfil do profissional do que sobre o paciente como são os casos daquelas consideradas discriminatórias São exemplos de expressões que devem ser evitadas paciente teimoso paciente preguiçoso medicação errada medicação sem sentido entre outras Recomendase ainda que o farmacêutico se abstenha de registrar a sua opinião sobre outros profissionais da saúde ou tratamentos realizados AMERICAN PHARMACISTS ASSOCIATION 2007 apud GALATO et al 2015 UNICESUMAR UNIDADE 6 157 Tão importante quanto o prontuário e os registros nele realizados é a prescrição ou receita farma cêutica A receita é compreendida como um documento gerado com base no cuidado farmacêutico prestado que define um rol de elementos do tratamento do paciente em especial relacionados às terapias farmacológicas e não farmacológicas Também fazem parte da receita outras informações tais como instruções e precauções específicas ainda que de forma breve A Organização Mundial da Saúde estabelece cinco passos como elementos da boa prescrição DEVRIES et al 1994 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 1998 apud GALATO et al 2015 de forma a garantir o uso racional de me dicamentos WORLD HEALTH ORGANIZATION 1985 apud GALATO et al 2015 A Organização Mundial da Saúde estabelece algumas etapas essenciais para um processo de boa prescrição são eles Passo 1 definir o problema de saúde do paciente Passo 2 especificar o objetivo terapêutico Passo 3 verificar a adequação do problema de saúde ao tratamento proposto Passo 4 iniciar o tratamento Passo 5 prover informações tais como instruções e precauções específicas É importante que o farmacêutico tenha ciência de sua capacidade técnica e do respaldo legal Assim todas as opções de intervenção devem ser avaliadas e realizadas de acordo com o julgamento profissional tendo como fundamento sua experiência clínica e limites legais de atuação BRASIL 2011 2014 Segundo a ResoluçãoCFF n 5862013 BRASIL 2013b a receita elaborada pelo farmacêutico de verá ser redigida em português por extenso de modo legível observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais sem emendas ou rasuras devendo conter os seguintes componentes mínimos IV identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao qual o farmacêutico está vinculado incluindo endereço os números do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ e do telefone ou outra forma de contato V nome completo e formas de contato do paciente VI descrição da terapia farmacológica quando houver incluindo as seguintes informações e nome do medicamento ou formulação concentraçãodinamização forma farmacêutica e via de administração f dose frequência de administração do medicamento e duração do tratamento g instruções adicionais quando necessário VII descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado ao paciente inclusive o encaminhamento quando houver VIII nome completo do farmacêutico número de registro no Conselho Regional de Farmácia im presso carimbo ou de próprio punho e assinatura IX local e data da prescrição BRASIL 2013a 158 As informações relativas às terapias farmacológica e não farmacológica assim como as outras medi das relativas ao cuidado devem ser registradas na forma de lista numerada de maneira sequencial respeitandose sempre que possível a divisão dos elementos ou seja primeiro todas as medidas far macológicas e suas instruções seguidas da totalidade das não farmacológicas e assim sucessivamente No Quadro 3 você pode observar um modelo de receita farmacêutica Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde Paciente Nome do paciente Contato endereço telefone do paciente 1 terapia farmacológica nome do medicamento ou formulação concentraçãodinamização forma farmacêutica dose via de administração frequência e duração de tratamento 2 terapia não farmacológica 3 Outras intervenções relativas ao cuidado à saúde encaminhamento Local e data ASSINATURA Nome completo e número de inscrição do farmacêutico no CRFUF carimboimpressão ou de próprio punho Quadro 3 Modelo de Layout da receita Fonte adaptado de Galato et al 2015 Importante lembrar que junto com a receita podem ser entregues ao paciente outros recursos para sua orientação na forma de panfletosfolders Por exemplo você pode entregar tabelas de orientação para o uso dos medicamentos com os horários de administração um paciente com diarreia pode receber orientações sobre alimentos permitidos e que devem ser evitados Tais informações são importantes e podem ser anexadas à receita GALATO et al 2015 UNICESUMAR UNIDADE 6 159 Além da receita fornecida ao paciente é fundamental que a intervenção feita pelo farmacêutico esteja descrita no prontuário Isso poderá ser realizado registrando a intervenção no prontuário ou até mesmo anexando uma cópia desse documento Quando for definida no plano de cuidado a necessidade de encaminhamento do paciente o farmacêutico deve registrar esta decisão no prontuário do paciente e também redigir o documento de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde para possibilitar a continuidade do cuidado GALATO et al 2015 Sugerese adotar um modelo de layout para o documento de encaminhamento similar àquele da receita como você pode ver no Quadro 4 Alternativamente o próprio receituário pode ser utilizado para docu mentar as justificativas do encaminhamento O conteúdo do documento deve ser previamente acordado com o paciente ou seu cuidador e as informações nele contidas devem ser claras e concisas de forma a serem compreendidas pelo receptor ou seja profissional ou serviço de saúde ao qual está sendo endereçado Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde ENCAMINHAMENTO À Ao nome do profissional especialidade ou serviço Prezadoa Dra Encaminho oa paciente nome completo que informaapresenta os seguintes dados subjetivos e objetivos mais relevantes para justificar o encaminhamento em especial descreva os sinais de alerta e as condições especiais quando houver para avaliação À disposição para qualquer esclarecimento Atenciosamente Local e data ASSINATURA Nome completo e número de inscrição do farmacêutico no CRFUF carimboimpressão ou de próprio punho Quadro 4 Modelo de layout do documento de encaminhamento Fonte adaptado de Galato et al 2015 160 Nossa unidade foi intensa mas ainda tem alguns detalhes importantes que preciso trazer para você Eu preparei um PODCAST para falarmos um pouco sobre semiologia farmacêutica e raciocínio clínico Você vai gostar e vai conseguir ter uma visão global da importante atuação do profissio nal farmacêutico no tratamento de problemas de saúde autolimitados No caso de o encaminhamento conter alguma sugestão de intervenção por exemplo ações para resolver um problema relacionado à farmaco terapia é importante que sejam apresentadas referências bibliográficas Em tal circunstância a seleção da fonte de informação é um indicador importante da qualidade da intervenção sugerida sendo que fontes atuais e baseadas em evidência devem ser priorizadas Além disso sempre que possível fazer o encaminhamento de forma digi tada ou escrito à caneta neste último caso de for ma legível preferencialmente em papel timbrado A atuação do farmacêutico no processo de cuidado e na busca e análise de informação deve ser baseada na melhor evidência possível Atual mente há disponível no Brasil para os profissio nais e estudantes da área da saúde o Portal Saúde Baseada em Evidências criado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Coordenação de Aper feiçoamento de Pessoal de Nível Superior Capes MEC Após o cadastro é possível navegar em uma série de documentos e bases de dados En tre as bases de dados uma das mais úteis para a busca de informações sobre a farmacoterapia está o Micromedex GALATO et al 2015 A documentação do processo de cuidado pode ser formada por inúmeros registros en tre os quais o próprio prontuário a receita e o encaminhamento além de outros gerados para orientar o paciente sejam eles folders panfle tos folhetos tabelas de horários calendários de medicação ou aprazamento etc A documentação adequada do processo de cuidado é quase tão importante quanto o próprio cuidado Considerase adequada a documentação que permite a comunicação o levantamento de da dos epidemiológicos a realização de auditorias ou fiscalização a formação de profissionais e a gestão da clínica Contudo entre todas as vantagens de documentar o processo de cuidado a mais impor tante é a possibilidade de garantir a continuidade do cuidado seja pelo próprio farmacêutico ou por outro profissional ou serviço de saúde Entre as características que um prontuário deve ter para garantir o cumprimento das fi nalidades apresentadas anteriormente estão a completude das informações sua organização legibilidade e ausência de rasura e emendas Tam bém é a partir do registro das informações que é possível avaliar o impacto das intervenções e consequentemente a revisão de condutas Neste caso valorizar a documentação da prática clínica é criar registros que permitam o fortalecimento da Farmácia Clínica como ação fundamental no cuidado integral do paciente nos serviços de saú de GALATO et al 2015 UNICESUMAR UNIDADE 6 161 Como foi intensa esta unidade e espero que tenha ficado muito claro para você a importância de se documentar todo o processo de atendimento do paciente Por isso estabelecer protocolos fichas roteiros são essenciais para que se tenha um bom método e para que se aplique da mesma forma para cada paciente que for atendido Quando te mos tudo padronizado as possibilidades de ter mos sucesso é muito maior Preparese pois logo você passará a usar estes modelos e protocolos com os pacientes que atender nos seus estágios e tão logo na vida real no mercado de trabalho ou como eu costumo dizer no campo de batalha 162 Agora sugiro que você construa um mapa mental para ajudar a fazer uma prescrição farmacêutica perfeita Levandose em conta as importantes etapas que a OMS Organização Mundial da Saúde estabelece como essenciais para uma boa prescrição construa o seu mapa mental com cada um dos cinco passos ou etapas Para ajudálo vou elencar a seguir os cinco passos e você poderá completar com as informa ções necessárias para uma boa prescrição Passo 1 Passo 2 Passo 3 Passo 4 Passo 5 163 1 Tão importante quanto o prontuário e os registros nele realizados é a prescrição ou receita farma cêutica A receita é compreendida como um documento gerado com base no cuidado farmacêutico prestado que define um rol de elementos do tratamento do paciente em especial relacionados às terapias farmacológicas e não farmacológicas A OMS Organização Mundial da Saúde estabelece cinco passos como elementos da boa prescrição Cite e comente um pouco estes cinco passos 2 Depois de realizada a consulta farmacêutica o profissional vai definir o Plano de Cuidado e pode ser necessário o encaminhamento do paciente a outro serviço ou profissional de saúde O far macêutico deve registrar esta decisão no prontuário do paciente e também redigir o documento de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde para possibilitar a continuidade do cuidado Agora você deve imaginar uma situação onde vai precisar encaminhar este paciente a outro profissional Monte um esboço de como seria este encaminhamento e demonstre que informações são essenciais e não devem faltar neste documento 3 O processo de cuidado ao paciente no manejo de problemas de saúde autolimitados envolve diferentes etapas desde o acolhimento e anamnese até a avaliação do resultado das interven ções Além do registro em prontuário esse processo pode envolver outros documentos como a receita o encaminhamento a outros profissionais ou serviços de saúde além de materiais edu cativos Avalie com atenção as afirmativas a seguir acerca destes importantes documentos sua obrigatoriedade a quem estão direcionados e seus respectivos objetivos I O encaminhamento não é um documento obrigatório geralmente pode ser direcionado a outro serviço ou a outro profissional de saúde e tem por principal objetivo informar as con dições de saúde do paciente e a motivação deste encaminhamento II O encaminhamento é um documento obrigatório geralmente pode ser direcionado a outro profissional de saúde e tem por principal objetivo informar as condições de saúde do paciente e a motivação deste encaminhamento III O prontuário é um documento obrigatório que é direcionado a profissionais da saúde au torizados e o próprio serviço e tem por objetivo documentar todo o processo de cuidado IV A receita é um documento obrigatório direcionado ao paciente e tem por objetivo especificar as intervenções em saúde que serão feitas com o paciente V Os materiais educativos não são obrigatórios e podem ser direcionados ao paciente ou a seu cuidador no entanto tem um papel importante por auxiliar o paciente ou o cuidador no processo de educação em saúde 164 Sobre as afirmativas acima marque a alternativa correta a Apenas I II e IV estão corretas b Apenas I III e V estão corretas c Apenas III IV e V estão corretas d Apenas II e IV e V estão corretas e Todas estão certas 4 No processo de cuidado do paciente o registro das informações é um ponto muito relevante e um fator que precisa ser ponderado é a organização destas informações no prontuário dele Acerca deste item avalie as afirmativas a seguir com atenção I É obrigatória a legibilidade dos registros do profissional que atende ao paciente assim como a assinatura e o respectivo número de registro no conselho de classe A legibilidade é essencial para evitar erros em especial quando as informações registradas são compartilhadas com outros profissionais II A Identificação do paciente dados como nome idade sexo e outras informações sociodemo gráficas Número do prontuário cadastro de pessoa física e outras informações pertinentes III O registro do Plano de cuidado do paciente é importante e neste item não podem faltar os objetivos terapêuticos com o tratamento IV A identificação do profissional é importante bastando o seu nome completo e assinatura V A avaliação do profissional é um dos itens mais relevantes de todo o registro pois ela contém a hipótese diagnóstica das necessidades de saúde do paciente Agora marque a alternativa correta a Todas estão corretas b Apenas I II e III estão corretas c Apenas III e IV estão erradas d Apenas II III e IV estão corretas e Apenas I II IV e V estão corretas 165 5 Sobre o tratamento de problemas de saúde autolimitados e a atuação do profissional farmacêutico no tratamento de problemas de saúde autolimitados podemos afirmar a De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição no processo do autocuidado não se faz necessário o uso de medicamentos sendo os trans tornos menores tratados com terapias não farmacológicas b O autocuidado é desejado pelos sistemas de saúde mundiais pois além de estimular uma atitude responsável pela própria vida o autocuidado também é uma forma de desafogar o sistema de saúde c A OMS Organização Mundial da Saúde reconhece a automedicação ou autocuidado visto que deve acontecer em situações simples corriqueiras e onde não se exija a consulta com um médico d Os farmacêuticos capacitados em farmácia hospitalar têm plenas condições de identificar as condições clínicas autolimitadas propor o tratamento acompanhar os resultados e fazer o encaminhamento quando necessário e Segundo a ResoluçãoCFF nº 5852013 entendese problemas de saúde autolimitados como enfermidades crônicas de alta gravidade que desencadeiam reações orgânicas as quais ten dem a cursar com danos importantes ao paciente MEU ESPAÇO 7 Abordaremos a atuação do farmacêutico no tratamento de condições clínicas autolimitadas também conhecidas como transtornos menores Essas condições incluem sintomas como espirro e congestão nasal dor lombar dor de garganta dismenorreia febre dor de cabeça azia e má digestão constipação diarreia e tosse O farmacêutico clínico é capaz de detectar e tratar essas condições por meio de consultas e prescrições farmacêuticas Geralmente são recomendadas medidas não farmacológicas e medicamentos isentos de prescrição MIPs uma vez que não requerem a intervenção médica No entanto essa prática exige cuidados por parte do profissional uma vez que uma condição que inicialmente parece ser menor pode evoluir ou não ser resolvida com a abordagem inicial necessitando de encaminhamento ao médico Preparadoa para aprender bastante nesta unidade Bons estudos Manejo de Problemas de Saúde Autolimitados e Prescrição Farmacêutica II Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski 168 Eu quero que você se imagine agora trabalhando na sua primeira farmácia Sim imagine que você é recémformado e conseguiu trabalho na farmácia do bairro onde nasceu e foi criado No seu primeiro dia de trabalho chega à farmácia uma senhora de 55 anos queixandose de tosse coriza e ela também tem febre baixa É a sua primeira paciente E agora O que você faria ou melhor por onde começaria este atendimento Em questão de minutos você vê um filme passar na sua cabeça todo o sacrifício para estudar cada aula cada trabalho cada prova e aquela aula quando o professor discutiu com você a importância de termos protocolos para problemas de saúde Imagine só como seria se não tivéssemos os parâmetros para poder tomar as decisões imagina se não tivéssemos protocolos formulados baseados em evidên cias científicas e que podem conduzir o profissional a tomar decisões assertivas para garantir acima de tudo segurança para o paciente Então você respira fundo e puxa na sua memória aquelas aulas aqueles protocolos próprios para as situações clínicas em questão e começa a sua anamnese calmamente com a sua paciente Eu quero que você reflita quanto estes protocolos são especiais importantes e precisam ser condu zidos com calma e atenção Eles vão ajudálo a resolver grande parte dos problemas de saúde de seus pacientes E como a professora sempre diz você sempre vai precisar estudar praticar e caprichar Estas situações vão se repetir e com o passar do tempo você vai ficar craque no assunto e quanto mais fizer e caprichar melhor vai ficar UNICESUMAR UNIDADE 7 169 Eu mostrei a você na Unidade 6 que a Organização Mundial de Saúde OMS e outros documentos internacionais defendem a ideia de que as pessoas pratiquem o autocuidado ou seja que tenham uma atitude ativa e responsável em relação à própria saúde visando à sua qualidade de vida Também vimos que o reconhecimento de estado alterado de saúde é parte desse autocuidado e pode ser manejado com automedicação responsável E é aí que entra em ação o profissional farmacêutico e a consulta farmacêutica Assim a consulta farmacêutica e a prescrição de MIPs Medicamentos Isentos de Prescrição podem trazer vários benefícios para o sistema de saúde entre eles diminuição substancial de custos para atendi mento secundário e terciário otimização de recursos governamentais conforto para os usuários que têm mais qualidade de vida e proximidade do paciente com um profissional de saúde de fácil acesso Aqui vale lembrar que para que este autocuidado do paciente seja feito com segurança e confiança o farmacêutico é uma figura que ocupa um papel primordial em todo o processo visto que os MIPs podem ser isentos de prescrição mas não são isentos de orientação para o seu uso GALATO et al 2015 Você acompanhou comigo inúmeras conquistas do profissional farmacêutico e entre as mais impor tantes tivemos as Resoluções 585 e 586 que regulamentaram as atribuições clínicas do farmacêutico e a prescrição farmacêutica respectivamente A Resolução nº 5852013 do CFF Conselho Federal de Farmácia nos traz a definição de problemas de saúde autolimitados Estes problemas são definidos como enfermidades agudas de baixa gravidade de breve período de latência que desencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente Além disso podem ser tratadas de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica cuja dispensação não exija prescrição médica incluindo medica mentos industrializados e preparações magistrais alopáticos ou dinamizados plantas medicinais drogas vegetais ou com medidas não farmacológicas BRASIL 2013a Então agora que já sabemos de tudo isto e que já estudamos os métodos clínicos que o farmacêutico pode utilizar os documentos que devem ser utilizados vamos estudar estes problemas de saúde autolimitados Considerando esse contexto e o arsenal de serviços clínicos providos por farmacêuticos o manejo de problemas de saúde autolimitados passa a ocupar um papel central na farmácia comunitária e o treinamento dos profissionais para realizar esse serviço com maestria é essencial Passaremos agora a falar de diferentes protocolos para diferentes problemas de saúde autolimi tados Estes protocolos foram estruturados para guiar a anamnese que o profissional farmacêuti co deve realizar mediante a queixa do paciente Eles foram desenhados partindo dos sinais eou sintomas referentes aos transtornos autolimitados e direcionam a avaliação da história da doença atual bem como da história clínica e farmacoterapêutica Todos os protocolos serão divididos em três blocos distintos o primeiro bloco se refere às perguntas a serem feitas pelo farmacêutico bloco azul Partindo desse quadro teremos o segundo bloco onde o farmacêutico avaliará quais situações podem ser manejadas bloco verde considerando o tratamento farmacológico e não farmacológico e então teremos o terceiro e último bloco onde se preciso for o paciente será encaminhado a outros serviços de saúde bloco vermelho Portanto se o paciente apre sentar algum sinalsintoma condição de saúde ou característica apresentada no bloco 3 vermelho ele deve ser encaminhado Dessa forma para cada pergunta da anamnese o farmacêutico deve avaliar a resposta do paciente e em qual critério a mesma se enquadra Quadro 1 BONETTI 2021 170 Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Início da anamnese do paciente com as perguntas sobre o proble ma de saúde que serão feitas ao paciente Ao analisar as respostas do pa ciente as situações que estive rem previstas no quadro verde podem ser manejadas pelo far macêutico Ao analisar as respostas do pa ciente as situações que estive rem previstas no quadro verme lho devem ser encaminhadas a outros profissionais médico por exemplo Quadro 1 Classificação das etapas de atendimento do paciente Fonte adaptado de Bonetti 2021 Passarei a apresentar aqui 10 protocolos em detalhes e quero que fique atento às seguintes orientações 1 Para cada situação clínica você deve fazer as perguntas da anamnese e se o seu paciente apre sentar sinais e sintomas dentro dos critérios da coluna verde segunda coluna você está lidando com um problema de saúde autolimitado 2 Se durante a anamnese farmacêutica você identificar qualquer um dos itens da terceira coluna em vermelho deverá encaminhar o seu paciente a outro profissional de saúde o médico na maioria dos casos Não esqueça que agora é chegada a hora de colocar em prática todas as suas habilidades de comuni cação com o paciente fazer perguntas assertivas objetivando descobrir o que está acontecendo com ele para desta forma ajudar o seu paciente Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual é a du ração Até 10 dias Frequência recorrente eou duração persistente 10 dias CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais são as características do sinalsintoma Paciente não tem a característi ca de alerta algumaver alertas ao lado Espirros em salvas acompanhados de rinorreia aquosa lacrimejamento e prurido nasal persistentes relacio nados ou não à história de alergia GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a intensidade do sinalsintoma Paciente NÃO está incapaci tado para realizar atividades diárias O sinalsintoma compromete a reali zação das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinal sintoma ocorre Nenhuma ambiente situação de alerta Poluição externa ou irritantes ina lação de serragem de madeira ou compostos químicos voláteis UNICESUMAR UNIDADE 7 171 FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinalsintoma Nenhuma fatorsituação de alerta ver alertas ao lado Tabagistas ativos ou passivos que estiverem com tosse por mais de 14 dias existência de corpo estranho em vias aéreas agentes relacionados ao trabalho e alérgenos SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados Tosse leve malestar dor de cabeça febre baixa Tosse com secreção excessiva as pecto purulento fétido eou existên cia de sangue eou persistente por mais de 14 dias ou tosse recorrente dispneia sensação de aperto no pei to sibilância dor de garganta mo derada a grave presença de placas de pus eou adenomegalia cervical febre acima de 38ºC por mais de 24 horas artralgia dor eou pressão no ouvido otorreia redução da audição eou tontura dor facial moderada a grave que piora com mudança na posição da cabeça halitose dor de cabeça persistente por mais de 15 dias sem causa secundária PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lac tantes com sinaissintomas persisten tes após irrigação nasal eou uso de loratadina se provável etiologia alér gica idosos frágeis dependência nas atividades de vida diária e nas ativida des instrumentais de vida diária vul nerabilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas eou estados patológicos agudos e crônicos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinal sintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsintoma ver alertas ao lado Pacientes com asma doença pulmo nar obstrutiva crônica insuficiência cardíaca ou doença arterial corona riana presença de dispneia taquip neia ou dor torácica HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou trata mento recente para esse sinal sintoma Sem histórico relevante Pacientes com histórico de uso contí nuo de descongestionantes nasais e quadro condizente com rinite causada por medicamentos com sinaissinto mas de complicações ex sangramen to nasal dor local e lesões intranasais ou insucesso de retirada escalonada de descongestionantes tratamentos prévios ou concomitantes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 2 Protocolo de espirro e congestão nasal Fonte adaptado de Bonetti 2021 172 Tratamento não farmacológico é muito importante que o farmacêu tico faça orientação não farmacológica a seu paciente Estas orientações contribuem muito para todo o processo de restabelecimento do paciente Ingerir líquidos água suco chás caldos e sopas em volume ade quado à faixa etária Umidificar a ambiência onde mora ou trabalha por meio de umi dificador ou vaporizador em situações de baixa umidade relativa do ar 30 Evitar ou diminuir a exposição ao fumo ativo e passivo Ingerir mel cautela em pacientes com diabetes Orientar os pacientes alérgicos a evitarem os fatores desencadean tes Evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e cafeinadas Tratamento farmacológico o tratamento farmacológico é muito impor tante e estamos aqui falando de medicamentos de prescrição farmacêutica Não entraremos em detalhes sobre cada um dos medicamentos visto que isto vocês verão em mais detalhes nas disciplinas de farmacologia e estágio Crianças primeira linha irrigação salina loratadina se alergia Adultos primeira linha irrigação salina descongestionantes na sais tópicos com duração de uso 72 horas ou antihistamíni cos se etiologia alérgica Segunda linha descongestionante nasal oral fenilefrina combinações de antihistamínicos descongestionantes nasais Terceira linha combinações de antihistamínicos des congestionantes nasais analgésicos apenas se o paciente apresentar dor eou febre Grávidas primeira linha irrigação salina loratadina se alergia Idosos primeira linha irrigação salina descongestionantes nasais tópicos com duração de uso 72 horas Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão ou diminuição do espirro e da congestão nasal se o espirro e congestão ainda persistem ou se estes sintomas pioraram encaminhar para um médico UNICESUMAR UNIDADE 7 173 Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 4 semanas Recorrente 1 vez ao mês eou duração persistente 4 semanas CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais são as características do sinalsintoma Dor lombar inferior ou sacral relacionada à atividade física ou à má postura sem caracte rística de alerta alguma ver alertas ao lado Dor lombar inferior ou sacral intensa porém não relacionada ao tempo ou à atividade GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a intensidade do sinalsintoma Leve a moderada Paciente NÃO está inca pacitado para realizar atividades diárias Intensa O sinalsintoma compromete a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambien tesituação o sinalsintoma ocorre Nenhuma ambiente situação de alerta ver alertas ao lado Dor lombar decorrente de trauma ou acidente FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinal sintoma Nenhuma fatorsitua ção de alerta ver aler tas ao lado Paciente com dificuldade de locomoção eou acamado SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados Paciente NÃO apre senta sinaissintomas associados Déficit motor ou sensitivo progressivo fra queza nas pernas dificuldade em urinar incontinência fecal dor que irradia para o membro inferior além do joelho sintomas neurológicos generalizados fraqueza ins tabilidade da marcha queda dormência ou outras alterações sensoriais perda de peso involuntária malestar febre ou calafrios PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lactan tes idosos frágeis dependência nas ativi dades de vida diária e nas atividades ins trumentais de vida diária vulnerabilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predis põem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsinto ma ver alertas ao lado Infecção do trato urinário ou bacteremia recente osteoporose neoplasia trau mas artrite reumatoide HIV imunos supressão procedimentos peridurais ou espinhais HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Histórico de uso prolongado de corticos teroides Tratamentos prévios ou con comitantes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 3 Protocolo de dor lombar Fonte adaptado de Bonetti 2021 174 Tratamento não farmacológico as medidas não farmacológicas para dor lombar apresentam limi tações quanto a sua robustez na literatura contudo incluem Utilizar compressa quente no local da dor Acupuntura Evitar ficar em repouso ou acamado manter uma vida ativa exercícios regulares alongamento exercícios laborais Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição para o tratamento da dor lombar são Antiinflamatórios Não Esteroidais AINEs ibuprofeno naproxeno e diclofenaco tópico analgésicos paracetamol associações de relaxantes musculares e analgésicos paracetamol carisoprodol cafeína dipirona monoidratada citrato de orfenadrina cafeína AINEs de uso oral apresentam um melhor perfil de efetividade O paracetamol deve ser indicado preferencialmente em casos de contraindicações aos AINEs Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dor lombar diminuição da dor lombar A dor lombar persiste ou piora encaminhar para um médico UNICESUMAR UNIDADE 7 175 Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração Até 7 dias Frequência recorrente eou duração per sistente 7 dias CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma Nenhuma caracte rística de alerta ver alertas ao lado Dor de garganta de início abrupto Pre sença de pus ou manchas brancas na boca ou garganta GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a in tensidade do sinalsintoma Leve a moderada Paciente NÃO está incapacitado para realizar atividades diárias Dor intensa sem melhora após 24 horas O sinalsintoma incapacita para a realiza ção das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinalsin toma ocorre Nenhuma ambien te situação de alerta ver alertas ao lado Suspeita de exposição a irritantes quí micos ou de infecção das vias aéreas superiores FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinal sintoma Nenhuma fator si tuação de alerta ver alertas ao lado Tabagismo ativo ou passivo com tosse por mais de 14 dias SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas asso ciados Espirros congestão nasal febre eou tosse de natureza autolimitada vide os respectivos protoco los Dispneia rigidez no pescoço e dor de cabeça febre maior que 38 C por um período superior a 24 horas dificuldade de engolir disfagia rouquidão com du ração superior a três semanas presença de erupção cutânea ou bolhas na pele inchaço nos linfonodos eou no pescoço salivação excessiva devido à disfagia PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lac tantes idosos frágeis dependência nas atividades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnerabili dade aos estresses ambientais às doen ças e às quedas eou estados patológicos agudos e crônicos HISTÓRIA CLÍNICA tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que pre dispõe ou agrava o sinalsintoma ver alertas ao lado Histórico de infecções recorrentes neo plasias de garganta HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico rele vante ver alertas ao lado Uso prolongado de medicamentos que podem causar agranulocitose carbima zol neurolépticos sulfas e citotóxicos Tratamentos prévios ou concomitantes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 4 Protocolo de dor de garganta Fonte adaptado de Bonetti 2021 176 Tratamento não farmacológico Ingerir líquidos água suco chás Fazer gargarejos com água e sal durante 1015 segundos até 4x ao dia misturar ¼ de uma colher das de chá com sal em uma xícara de água morna Usar umidificador de ambiente Evitar ou diminuir a exposição ao fumo ativo ou passivo Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição utilizados para o trata mento da dor de garganta são ibuprofeno ácido acetilsalicílico paracetamol dipirona e combinações para uso tópico spray colutório ou pastilhas Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dor de garganta diminuição da dor de garganta Se a dor de garganta persiste ou piora encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual é a duração Dois dias antes da menstruação com re dução progressiva em 72 horas Dor sem relação temporal com a menstruação CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinal sintoma Dor recorrente men sal tipo cólica no ab dome inferior região suprapúbica durante o período menstrual Dor suprapúbica fora do período menstrual alteração do local da dor menstrual eou dor unilateral GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a intensi dade do sinalsintoma Dor leve a moderada ou dor intensa que melhoram com an tiinflamatório Não se aplica AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambiente situação o sinalsintoma ocorre Dor associada ao pe ríodo menstrual Não se aplica FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinal sintoma Não se aplica Não se aplica UNICESUMAR UNIDADE 7 177 SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associa dos Malestar dor nas cos tas ou na coxa Dor abdominal associada à diarreia náuseas vômitos ou queimação dor periumbilical que irradia para o quadrante inferior direito pode in dicar apendicite dor suprapúbica associada à urgência urinária eou hematúria independentemente da menstruação cefaleia vascular frequente ou intensa alterações do sistema urinário como dor ao urinar urgência miccional eou presença de sangue na urina menorragia sangramento excessivo oligome norreia sangramentos com inter valos intermenstruais grandes ha bitualmente superiores a 35 dias sangramento no período intermens trual PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Início entre 12 a 13 anos tipicamente 6 a 12 meses depois da menarca Início dos sinaissintomas após 25 anos de idade 30 a 40 anos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saú de que predispõem ou agravam o sinal sintoma Nenhuma condição de saúde que predis põe ou agrava o sinal sintoma ver alertas ao lado Pacientes com hipertensão insufi ciência cardíaca insuficiência renal doença gastrointestinal asma ou bronquite apresentam limitações relativas ao uso de antiinflamatórios não esteroidais AINEs HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou es tão associados ao sinal sintoma Já ten tou tratamento recente para esse sinal sintoma Sem histórico relevan te ver alertas ao lado Tratamentos prévios ou concomitan tes com falha terapêutica ou reações adversas Quadro 5 Protocolo para dismenorreia Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico aplicação de calor local bolsa térmica de água quente gel ou ade sivo térmico Prática regular de exercícios físicos Eletroestimulação transcutânea Acuestimulação Cessação tabágica Mudanças dietéticas evitar consumo de alimentos gordurosos aumentar o consumo de frutas e vegetais 178 Tratamento farmacológico 1ª linha AINEs ibuprofeno naproxeno 2ª linha paracetamol 3ª linha antiespasmódico monoterapia ou em combinações fixas Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dismenorreia diminuição da dismenorreia Se a dismenorreia persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 3 dias Febre que persiste por mais de três dias com ou sem tratamento recorrência de pois de um intervalo de apirexia CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma T Retal 38 C T Oral 375 C T Axilar 374 C T Temporal 378 C T Timpânica 378 C Febre alta T entre 395 C e 405 C ou muito alta T 405 C GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Leve a moderada Paciente NÃO está in capacitado para reali zar atividades diárias Intensa O sinalsintoma compromete a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual am bientesituação o sinalsintoma ocor re Nenhuma ambiente situação de alerta ver alertas ao lado Associada a medicamentos surge entre 7 e 10 dias do início do tratamento ces sa de 24 a 72 horas com a retirada do medicamento FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma Nenhuma fator situa ção de alerta ver aler tas ao lado Suspeita de hipertermia elevação da temperatura que não responde a an tipiréticos SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Paciente NÃO apre senta sinais sintomas associados Crianças muito sonolentas irritadas ou sem agilidade de resposta para acordar com vômitos e que não conseguem ingerir líquidos choro fraco e contínuo impossi bilidade de beber ou mamar fontanelas abauladas pacientes independentemen te da idade com os seguintes sinaissinto mas exantema alterações na respiração dispneia ou taquipneia dor de cabeça ou dor intensa no pescoço convulsões ou confusão mental vômito diarreia dor in tensa na barriga nas costas dor no ouvi do ou qualquer outro sinalsintoma que não seja comum e gere preocupação UNICESUMAR UNIDADE 7 179 PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças menores de dois meses com febre devem sempre ser avaliadas em hospital crianças não imunizadas ou su bimunizadas entre 3 e 36 meses com temperatura 39C pacientes com 6 meses de idade com temperatura retal 38ºC ou equivalente pacientes com 6 meses de idade com temperatura retal 40ºC ou equivalente grávidas com febre persistente mulheres no puerpério HISTÓRIA CLÍNICA tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predis põe ou agrava o sinal sintoma ver alertas ao lado Utilização de oxigênio comprometida p ex doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC grave alterações na respiração insuficiência cardíaca descompensada e asma sistema imune comprometido pex infecção pelo vírus da imunodefi ciência humana HIV câncer sob trata mento imunossupressor hipertensão arterial distúrbios gastrointestinais ou insuficiência renal HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevan te ver alertas ao lado Crianças que se recusam a ingerir qual quer líquido e que por isso não conse guem fazer o tratamento antipirético por via oral sinais de sangue ou sangramento na vigência de terapia concomitante com anticoagulantes e trombolíticos fezes es curecidas hematúria vômito com aspecto de borra de café ou epistaxe alterações nos níveis de pressão arterial de pacientes em uso concomitante de anti hipertensi vos como inibidores da enzima conver sora de angiotensina betabloqueadores adrenérgicos e diuréticos T Temperatura Quadro 6 Protocolo para febre Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico resfriamento do corpo Realizar banhos de esponja ou panos embebidos com água morna Manterse em ambiente fresco Utilizar roupas leves e cobrir o corpo apenas com mantas finas Repor líquidos ATENÇÃO Não é recomendado Banhos de esponjauso de panos em soluções alcoólicas álcool isopropílico ou etílico uso de gelo em pontos específicos do corpo ou de água fria Tratamento farmacológico Crianças Primeira linha ibuprofeno e paracetamol Adultos Primeira linha ibuprofeno e paracetamol 180 Segunda linha ácido acetilsalicílico Terceira linha naproxeno sódico dipirona Grávidas primeira linha paracetamol Idosos primeira linha paracetamol Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da febre diminuição da febre Se a febre persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser encaminha do ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a du ração 7 dias 7 dias Frequência recorrente 15 dias por mês por mais de três meses Duração de 4 a 72 horas associado a outra características de alerta CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinal sintoma Dor bilateral em aperto Aumento da sensibilida de pericraniana Padrão estável de dor por seis meses Dor unilateral ou bilate ral porém de característica pulsátil gradual no início com padrão crescente e diagnóstico prévio de enxaqueca Dor unilateral geralmente ao redor dos olhos e da têmpora profunda contínua e explosiva de início abrupto Dor unilateral ou bilateral porém de ca racterística pulsátil gradual no início com padrão crescente sem diagnóstico prévio de enxaqueca Dor que se inicia pela manhã piora na po sição deitada e melhora ao longo do dia Dor que mudou de padrão em relação aos últimos seis meses Dor de cabeça grave na região occipital GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a intensidade do sinalsintoma Leve a moderada Apesar de não incapacitar para a realização das atividades diárias o paciente prefere o repouso Moderada a grave O sinalsintoma incapa cita para a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinalsinto ma ocorre Estresse menstruação mu danças climáticas jejum privação do sono eou alte ração da rotina ex viagens O sinalsintoma pode ocorrer nas mesmas situações existentes na dor de caráter au tolimitado porém está associada a outras características de alerta FATORES QUE AGRAVAM OU ALI VIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinalsintoma Pode aliviar em ambiente es curo e silencioso O sinalsintoma pode aliviar na mesma situação existente na dor de caráter autolimitado porém está associada a outras características de alerta Agravase com álcool odores chocola te queijo cafeína aspartame glutama to castanhas e ruídos sonoros na au sência de diagnóstico de enxaqueca UNICESUMAR UNIDADE 7 181 SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados O paciente pode apresen tar fotofobia ou fonofobia porém nenhum outro sinal sintoma associado Febre calafrio sonolência náuseas vô mitos mialgias pressão arterial elevada perda de peso rigidez na nuca fotofobia fonofobia tontura confusão mental la crimejamento vermelhidão ao redor dos olhos rinorreia sudorese inquietação ou agitação sintomas neurológicos focais edema palpebral miose ptose visão turva eou dupla papiledema pupilas desiguais ou que não reagem à luz e presença de aura alterações sensitivas ou visuais como presença de imagens brilhantes ou riscos luminosos na visão distúrbios na fala for migamento no corpo eou perda de parte do campo visual na ausência de diagnós tico de enxaqueca PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 12 anos encaminhamento urgente se rigidez do pescoço febre ou erupção cutânea mulheres com mais de 20 semanas de gestação idosos frágeis de pendência nas atividades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnerabilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas primeiro episódio de dor de cabeça ou dor de cabeça grave em pacientes com mais de 50 anos imunossu primidos ou gestantes HISTÓRIA CLÍNICA Tem condi ções de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saú de que predispõe o sinal sintoma Dor de cabeça associada a condição clíni ca subjacente como hipertensão sinusi te traumas glaucoma câncer síndrome da apneia obstrutiva do sono bruxismo e doença pulmonar obstrutiva crônica Pacientes com hipertensão insuficiência cardíaca insuficiência renal doença gas trointestinal asma ou bronquite apresen tam limitações relativas ao uso de antiin flamatórios não esteroidais HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agra vam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento re cente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Suspeita de reação adversa a medicamen tos ex anticoncepcionais bloqueadores de canais de cálcio e nitratos Tratamen to com analgésicos ou AINEs com falha terapêutica ou aparecimento de reações adversas Uso de analgésicos ou antiin flamatórios por 15 diasmês ou uso de triptanos opioides alcaloides de ergot ou analgésicos combinados por 10 diasmês nos últimos três meses Quadro 7 Protocolo para dor de cabeça Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico descanso em quarto escuro e silencioso Aplicação de bolsas térmicas na cabeça quentes ou frias Manutenção de uma rotina de sono e alimentação Realização de técnicas de relaxamento 182 OBSERVAÇÃO se evidenciada alguma característica de alerta o farmacêutico poderá prescrever algum medicamento isento de prescrição médica para alívio sintomático Entretanto devese frisar ao paciente a importância de procurar o médico Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição utilizados para o tratamento da dor de cabeça são ibuprofeno naproxeno ácido acetilsalicílico paracetamol dipirona e vasoconstritores Paracetamol parece ser menos efetivo que os AINEs A combinação de cafeína com analgésicos ou AINEs é mais efetiva em relação à monoterapia portanto deve ser preferível para os pacientes com resposta inadequada a analgésicos ou AINEs isoladamente Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da dor de cabeça diminuição da dor de cabeça Se a dor de cabeça persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 7 dias 2 vezes na semana 7 dias com ou sem tratamento 2 vezes na semana Azia noturna com duração superior a 3 meses CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma Sensação de queima ção na área subester nal abaixo do peito que irradia em direção à garganta causando gosto desagradável na boca Sensação de plenitude pósprandial e distensão abdominal Dor e sensação de queimação no peito que irradia para o pescoço os ombros ou os braços principalmen te se estiver associado à sudorese e dispneia Dor epigástrica intensa que afeta de modo significativo as atividades ha bituais do paciente Dor epigástrica intensa ou dor ab dominal no quadrante superior di reito com duração de pelo menos 30 minutos GRAVIDADEINTENSIDADE Qual é a intensidade do sinalsintoma O sinalsintoma não limita a realização das atividades diárias O sinalsintoma limita de modo intenso a realização das atividades diárias a pro dução no trabalho o sono e a qualidade de vida UNICESUMAR UNIDADE 7 183 AMBIENTESITUAÇÃO Em qual am bientesituação o sinalsintoma ocor re O início do sinal sinto ma acontece em torno de 2 horas após a in gestão de alimentos durante o exercício físico na posição de decúbito ou durante a noite O sinalsintoma pode ocorrer nas mes mas situações presentes na azia de cará ter autolimitado porém está associado a outras características de alerta FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma O sinalsintoma piora quando o paciente se deita ou se curva ou ingere alimentos espe cíficos vide verso ou ainda quando realiza refeições em grandes porções O sinalsintoma pode se agravar nas mes mas situações presentes na azia de cará ter autolimitado porém está associado a outras características de alerta SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Sem características de alerta ver alertas ao lado Dor epigástrica intensa disfagia odinofa gia sibilância sensação de afogamento sintomas brônquicos recorrentes ex dispneia e febre rouquidão tosse re corrente sinais de sangramento gastroin testinal presença de sangue vivo ou do tipo borra de café no vômito eou fezes ou fezes enegrecidas anemia emagre cimento progressivo não intencional lin fadenopatia náusea vômitos ou diarreia frequentes PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 4 anos grávidas que não têm melhora depois do tratamento não far macológico idosos frágeis dependência nas atividades de vida diária e nas ativi dades instrumentais de vida diária vul nerabilidade aos estresses ambientais às enfermidades e às quedas pirose de instalação recente depois de 5055 anos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado História familiar positiva para adenocar cinoma gástrico ou esofágico cirurgia gástrica ou história de pancreatite prévia pacientes com diagnóstico de insuficiência renal aguda eou doença renal crônica HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinal sintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Suspeita de reação adversa a medica mentos ex AINEs ácido valproico alen dronato de sódio anticoagulantes orais corticosteroides quetiapina quinolonas olanzapina risperidona e sibutramina Tratamento com antiácidos com falha te rapêutica ou aparecimento de reações adversas Uso prolongado de inibidores da bomba de prótons superior a 12 se manas Quadro 8 Protocolo de azia e má digestão Fonte adaptado de Bonetti 2021 184 Tratamento não farmacológico Elevação da cabeceira da cama Diminuição do peso Modificações na dieta fazer refeições em porções menores e mais frequentes ao longo do dia diminuir a ingestão de alimentos com alto teor de gordura condimentados ou com componentes ácidos evitar alimentarse três horas antes de deitar Evitar o consumo de alimentos que podem precipitar ou agravar os sintomas de azia Cessação do tabagismo Evitar a automedicação com AINEs OBSERVAÇÃO se evidenciada alguma característica de alerta o farmacêutico poderá prescrever algum medicamento isento de prescrição médica para alívio sintomático Entretanto devese frisar ao paciente a importância de procurar o médico Tratamento farmacológico os principais medicamentos isentos de prescrição utilizados para o tratamento da azia e má digestão são os antiácidos isolados e em combinações dentre eles carbonato de cálcio bicarbonato de sódio sais de magnésio e sais de alumínio Os antiácidos na forma líquida são mais eficazes do que os comprimidos A simeticona pode ser empregada como adjuvante quando há retenção de gases associada à azia Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da azia e má digestão diminuição da azia e má digestão Se a azia e má digestão persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração Até 2 semanas Constipação persistente mais de 2 semanas Constipação recorrente mais de 1 episódio no intervalo de 3 meses CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinal sintoma Mudança no padrão regular do hábito intes tinal com diminuição na frequência interva los prolongados entre uma defecação e outra em geral 3 dias Sen sação de defecação in completa Fezes duras pequenas ou secas Fezes finas como lápis muito ene grecidas aspecto de borra de café claras e esfareladas com muco em abundância eou com sangue UNICESUMAR UNIDADE 7 185 GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Sem dor abdominal ou dor leve Paciente NÃO está incapacitado para realizar ativida des diárias Dor abdominal intensa O sinalsin toma compromete a realização de atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambien tesituação o sinalsintoma ocorre Estresse eou altera ções de rotina ex viagens dieta O sinalsintoma pode ocorrer nas mes mas situações existentes na condição de caráter autolimitado porém está asso ciado a outras características de alerta FATORES QUE AGRAVAM OU ALI VIAM Quais fatores pioram ou aliviam o sinalsintoma Alimentação irregular e constipante redução da ingestão alimentar por opção e consumo de água insuficiente podem agravar o sinal sintoma Pacientes que apresentam constipa ção em resposta a alimentos espe cíficos encaminhar para investigar possíveis intolerâncias SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas associados Sensação de plenitude gástrica eou dor su portável na passagem das fezes Diarreia alternada com constipa ção perda de peso involuntária e ou febre PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 6 anos gestantes ou lac tantes com sinaissintomas persis tentes após uma semana de MEV idosos frágeis dependência nas ativi dades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnera bilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predispõem ou agravam o sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsinto ma ver alertas ao lado Doença inflamatória intestinal síndro me do intestino irritável não responsi vo ao tratamento hemorroidas com sangramento abundante anorexia hi potireoidismo descompensado ane mia diverticulite eou hérnia de disco Pacientes acamados ou com para plegia necessidade de tratamento prolongado HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Medicamentos com potencial de indução de constipação Uso crônico de laxantes por automedicação Sinaissintomas persistentes que não respondem ao tratamento com laxantes Legenda MEV mudanças de estilo de vida Quadro 9 Protocolo para constipação Fonte adaptado de Bonetti 2021 186 Tratamento não farmacológico Ingestão de líquidos recomendada adultos devem ser encorajados a ingerir pelo menos 15 a 2 L de água ou outros líquidos não lácteos por dia e crianças de 960 a 1920 mL Ingestão de fibras recomendada adultos devem ser encorajados a ingerir 2035 gramas de fibra por dia não excedendo 50 gramas e crianças com mais de 2 anos devem seguir a fórmula idade da criança 5 a 10 gramas Mudança de hábitos intestinais adotar horários fixos para evacuação preferencialmente pela manhã ou após as refeições permitir tempo suficiente para evacuação Prática de exercícios físicos Estimular a deambulação OBSERVAÇÃO se evidenciada alguma característica de alerta o farmacêutico poderá prescrever algum medicamento isento de prescrição médica para alívio sintomático Entretanto devese frisar ao paciente a importância de procurar o médico Tratamento farmacológico o tratamento deve ser realizado apenas para o alívio da condição aguda por até sete dias considerando a seguinte ordem de preferência de utilização Laxantes formadores de massa não considerados de primeira linha para pacientes com histórico de impactação Surfactantesemolientes Agentes osmóticos Laxantes estimulantesirritativos A ordem de preferência pode ser adaptada de acordo com as características individuais do paciente e dos medicamentos Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição MIPs Tão importante tratar a constipação não podemos deixar de considerar os medicamentos que podem induzir e predispor a uma constipação UNICESUMAR UNIDADE 7 187 Medicamentos que podem induzir a uma constipação Alcaloides da vinca ex vincristina Antiácidos ex compostos de cálcio e alumínio bismuto Anticolinérgicos ex benzetropina Anticonvulsivantes ex carbamazepina Antidepressivos tricíclicos ex amitriptilina Antihipertensivos ex inibidores da enzima conversora de angiotensina betabloqueadores diuréticos Antihistamínicos ex difenidramina Antiinflamatórios não esteroidais Antimotilidade ex difenoxilato loperamida Antiparkinsonianos ex bromocriptina Benzodiazepínicos especialmente alprazolam Bloqueadores dos canais de cálcio ex verapamil Hipolipemiantes ex colestiramina pravastatina sinvastatina Inibidores da monoamina oxidase ex fenelzina Memantina Opioides ex morfina codeína Parassimpaticolíticos ex atropina Psicotrópicos ex haloperidol clorpromazina levomepromazina Sucralfato Sulfato de bário Sulfato ferroso Sulfonato de poliestireno e sódio Suplementos de cálcio Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remis são da constipação diminuição da constipação Se a constipação persistir ou piorar encaminhar para um médico 188 Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 5 dias 5 dias no adulto 2 dias em crianças entre 212 anos e idosos CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do Sinal sintoma Fezes macias ou aquo sas com aumento na frequência de evacua ção comumente três vezes em um período de 24 horas Presença de sangue ou muco nas fezes GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Paciente NÃO está in capacitado para reali zar atividades diárias O sinalsintoma compromete a reali zação das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual am bientesituação o sinalsintoma ocor re Estresse eou altera ções de alimentação Diarreia que se desenvolve após via gem recente e evolui com outros si naissintomas de alerta Suspeita de ingestão de alimento contaminado FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma Pode agravar com dieta rica em alimentos gor durosos condimenta dos e hiperosmolares Diarreia em resposta a alimentos es pecíficos encaminhar para investigar possíveis intolerâncias SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Dor abdominal eou cólica leve a modera da distensão abdo minal flatulência eou fraqueza Diarreia alternada com constipação vômitos frequentes dor muscular e de cabeça intensas febre perda de peso importante 5 do peso cor poral eou sinaissintomas de desi dratação turgor cutâneo diminuído olhos fundos tontura boca seca sede e redução da diurese PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lac tantes com sinaissintomas persis tentes após uma semana de MEV idosos frágeis dependência nas ativi dades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnera bilidade aos estresses ambientais às doenças e às quedas HISTÓRIA CLÍNICA tem condições de saúde que predispõem ou agravam O sinalsintoma Nenhuma condição de saúde que predispõe ou agrava o sinalsinto ma ver alertas ao lado Doença inflamatória intestinal eou síndrome do intestino irritável não responsivo ao tratamento HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Medicamentos com potencial de indução de diarreia Tratamento prévio com falha tera pêutica ou aparecimento de reações adversas Histórico de uso recorren te de antibiótico Legenda MEV mudanças de estilo de vida Quadro 10 Protocolo para diarreia Fonte adaptado de Bonetti 2021 UNICESUMAR UNIDADE 7 189 Tratamento não farmacológico Ingestão de líquidos recomendada adultos devem ser encorajados a ingerir pelo menos 15 a 2 L de água ou outros líquidos não lácteos por dia e crianças de 960 a 1920 mL Soro de reidratação oral 150 mL a 200 mL a cada evacuação diarreica ou aproximadamente 50200 mL por hora Evitar alimentos gordurosos eou condimentados Evitar bebidas alcóolicas eou líquidos hiperosmolares como sucos industrializados Evitar exercícios extenuantes Adotar refeições frequentes e leves distribuídas ao longo do dia seis refeiçõesdia Preferir dieta BRAT bananas rice apple and toast bananas arroz maçã e torradas alimentos com maior teor energético e micronutrientes Tratamento farmacológico o tratamento com probióticos deve ser realizado apenas para alívio da condição aguda por até sete dias A escolha deve ser adaptada de acordo com as características individuais do paciente e dos probióticos O salicilato de bismuto demonstrou ser eficaz na redução de evacuação de fezes não formadas e diminuição de sinaissintomas associados à diarreia porém deve ser utilizado por até dois dias Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão da diarreia ou diminuição da diarreia Se a diarreia persistir ou piorar encaminhar para um médico Anamnese do paciente Seguir problema de saúde autolimitado ALERTA se o paciente apresentar um destes sintomas deve ser enca minhado ao médico TEMPO Há quanto tempo Com que frequência Qual a duração 3 semanas 3 semanas CARACTERÍSTICASQUALIDADE Quais as características do sinalsintoma Tosse produtiva ou seca Tosse com aspecto purulento de co loração amarelada esverdeada ou marrom com presença de sangue eou com odor fétido GRAVIDADEINTENSIDADE Qual a in tensidade do sinalsintoma Paciente NÃO está in capacitado para reali zar atividades diárias O sinalsintoma incapacita para a realização das atividades diárias AMBIENTESITUAÇÃO Em qual ambientesituação o sinal sintoma ocorre Tosse associada à am bientes ricos em alér genos ex pólen áca ros poluição Tosse noturna recorrente Tosse seca que piora ao deitar 190 FATORES QUE AGRAVAM OU ALIVIAM Quais fatores pioram ou aliviam o si nalsintoma O sinalsintoma pode ser agravado por ali mentos condimenta dos pela poluição pelo frio ou calor excessivo e por outros compos tos químicos irritantes O sinalsintoma pode se agravar nas mesmas situações presentes na tos se de caráter autolimitado porém está associado a outras característi cas de alerta SINAISSINTOMAS ASSOCIADOS Apresenta outros sinaissintomas as sociados Espirros congestão nasal eou febre de natureza autolimitada vide os respectivos protocolos Dispneia sensação de aperto ou dor no peito sibilância fadiga febre hemoptise rouquidão anorexia dor de garganta com presença de placas eou disfagia dor intensa na inspiração manifestações gastroin testinais vômito dor abdominal e diarreia artralgia conjuntivite não purulenta malestar geral dor facial moderada a grave dor epigástrica regurgitação ácida linfodenopatia hepatoesplenomegalia ou edema em membros inferiores PERFIL DO PACIENTE Ciclo de vida idade gestação ou lactação situações especiais Sem características de alerta ver alertas ao lado Crianças 2 anos gestantes ou lactantes pacientes acamados ou imunocomprometidos idosos com 75 anos idosos frágeis depen dência nas atividades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária vulnerabilidade aos es tresses ambientais às enfermidades e às quedas eou estados patológi cos agudos e crônicos HISTÓRIA CLÍNICA Tem condições de saúde que predis põem ou agravam o sinalsintoma Paciente com histórico de rinite alérgica na vi gência da crise Histórico de infecções pulmonares frequentes HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA Utiliza medicamentos que agravam ou estão associados ao sinalsintoma Já tentou tratamento recente para esse sinalsintoma Sem histórico relevante ver alertas ao lado Uso de medicamentos que podem causar tosse como por exemplo ini bidores da ECA Ausência de melho ra depois de sete dias do tratamento farmacológico adequado Legenda ECA enzima conversora de angiotensina Quadro 11 Protocolo para tosse Fonte adaptado de Bonetti 2021 Tratamento não farmacológico Aumento da ingestão de líquidos água suco e chás Ingestão de mel cautela em pacientes com diabetes Uso de umidificadores e vaporizadores Cessação tabágica Evitar a exposição à poluição e a outros fatores desencadeadores da tosse UNICESUMAR UNIDADE 7 191 No Podcast deste estudo vamos conversar sobre educação e orientação ao paciente Esta é uma das importantes funções do profissional farma cêutico Educar orientar ensinar Eu costumo dizer o óbvio precisa ser dito muitas vezes os profissionais menosprezam algumas informações e orientações por julgálas muito óbvias mas acredite O óbvio precisa ser dito Vem conferir neste PODCAST especial que preparei para você Você pode aprofundarse mais nos tratamentos farmacológicos de todos estes protocolos consultando este material incrível desenvolvido pelo grupo de trabalho de educação permanente do Conselho Federal de Farmácia Para ter acesso basta clicar no QR code Tratamento farmacológico A escolha terapêutica deve ser direcionada conforme a anamnese especialmente de acordo com a característica da tosse antitussígenossedativos da tosse seca dextrometorfano clobutinol dropropizina cloperastina expectorantes para tosse produtiva guaifenesina ambroxol mucolíticos para tosse produtiva acetilcisteína carbocisteína bromexina antialérgicos para tosse de etiologia alérgica dexclorfeniramina loratadina desloratadina Não se recomenda a associação de classes diferentes de medicamentos para o alívio de tosse Atenção este protocolo trata apenas de medicamentos isentos de prescrição médica Avaliação dos resultados é importante acompanhar o paciente a fim de verificar se houve re missão da tosse ou diminuição da tosse Se a tosse persistir ou piorar encaminhar para um médico MELO et al 2021 192 Veja apresentei para você aqui 10 protocolos selecionados a dedo Seriam os principais dos problemas de saúdequeixas mais comuns que um paciente procura na farmácia mas claro que não são apenas estes No seu dia a dia de trabalho você vai se deparar com muitas situações e é muito importante ter bom senso acima de tudo Fazer uma anamnese criteriosa e saber avaliar até onde pode ir e quando deve encaminhar seu paciente para uma consulta médica Isto é muito importante É responsabilidade do farmacêutico avaliar o alcance dos objetivos das intervenções selecionadas Além disso é a avaliação que possibilita a identificação precoce de problemas que interferem na obtenção dos resultados terapêuticos desejados como a inefetividade dos medicamentos ou o surgimento de reações adversas Este procedimento deve ser feito por meio da reavaliação dos sinais e sintomas apresentados inicialmente pelo paciente assim como pela análise da sua evolução Ele pode evidenciar quatro diferentes resultados resolução das necessidades e dos problemas de saúde do paciente melhora parcial ausência de melhora ou piora dos sinais e sintomas No processo de avaliação de resultados é fundamental que o farmacêutico mantenha o registro do atendimento e inclua uma forma de contato com o paciente CIPOLLE STRAND MORLEY 2012 apud GALATO et al 2015 UNICESUMAR 193 Que tal agora você construir um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu apro veitamento nesta unidade do ciclo de aprendizagem Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orientações O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre os importantes protocolos que trabalha mos nesta unidade de conteúdo Faça um resumo geral do que conseguiu capturar sobre estes protocolos Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu esta percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas cren ças de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu comportamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem estes sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a desejar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar estes pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expectativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 194 1 Quando pensamos em protocolos para fazer a entrevista de anamnese com o paciente a fim de tratar de problemas de saúde autolimitados temos um documento muito bem estruturado e que pode nos fornecer informações muito valiosas para guiar as nossas decisões quanto ao tratamento do paciente e até um possível encaminhamento para um médico Também sabemos que para facilitar este processo estes protocolos foram estruturados em blocos Explique qual é a lógica de formulação destes protocolos Como eles foram estruturados para permitir decisões tão importantes acerca do tratamento de saúde do paciente 2 Sobre a atuação do farmacêutico no tratamento das condições clínicas autolimitadas avalie as alternativas a seguir I Segundo a Resolução nº 5852013 do Conselho Federal de Farmácia CFF são enfermidades agudas de baixa gravidade e breve período de latência que desencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente II A Resolução nº 5862013 do Conselho Federal de Farmácia CFF Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências III Estas condições podem ser detectadas e tratadas pelo farmacêutico clínico por meio da consulta e da prescrição farmacêutica Em geral são prescritas medidas não farmacológicas e MIPs pois não exigem prescrição médica IV Estas condições podem ser detectadas e tratadas pelo farmacêutico clínico por meio da consulta e da prescrição farmacêutica Em geral são prescritas medidas não farmacológicas MIPs e alguns antibióticos específicos descritos em protocolos previamente padronizados V A consulta farmacêutica e a prescrição de MIPs Medicamentos Isentos de Prescrição podem trazer vários benefícios para o sistema de saúde entre eles diminuição substancial de custos para atendimento secundário e terciário otimização de recursos governamentais conforto para os usuários Marque a alternativa correta a Apenas as letras I II e III estão corretas b Apenas as letras I III e V estão corretas c Apenas III IV e V estão corretas d Apenas II IV e V estão corretas e Todas as alternativas estão corretas 195 3 Sobre os diferentes protocolos para tratamentos de saúde autolimitados avalie as alternativas a seguir I O farmacêutico deverá realizar a anamnese com seu paciente toda vez que for requisitado tendo como objetivo primeiro identificar se se trata de um problema de saúde autolimitado E uma vez identificado não ser autolimitado o paciente deverá ser encaminhado para con sulta médica II Depois de instituída a terapia farmacológica e não farmacológica o farmacêutico precisa acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão do problema tratado diminuição do problema tratado ou se ele persiste ou até piorou Quando o problema persiste ou piora o paciente precisa ser encaminhado a consulta médica III Depois de instituída a terapia farmacológica e não farmacológica o farmacêutico precisa acompanhar o paciente a fim de verificar se houve remissão do problema tratado diminuição do problema tratado ou se ele persiste Quando o problema persiste ou piora o farmacêutico pode reavaliar a situação para por exemplo fazer um ajuste da dose do medicamento ou indicar outros medicamentos como um antibiótico por exemplo se for o caso de uma dor de garganta IV É responsabilidade do farmacêutico avaliar o alcance dos objetivos das intervenções sele cionadas no tratamento do paciente Além disso é a avaliação que possibilita a identificação precoce de problemas que interferem na obtenção dos resultados terapêuticos desejados como a inefetividade dos medicamentos ou o surgimento de reações adversas V É responsabilidade do paciente avaliar o alcance dos objetivos das intervenções seleciona das pelo seu farmacêutico Além disso é a avaliação que possibilita a identificação precoce de problemas que interferem na obtenção dos resultados terapêuticos desejados como a inefetividade dos medicamentos ou o surgimento de reações adversas e é por isto que o paciente precisa ficar atento a qualquer sinal estranho após o início do uso da medicação Marque a alternativa correta a Estão corretas as alternativas I II e IV b Estão corretas as alternativas I III e IV c Estão corretas as alternativas II III IV e V d Estão corretas as alternativas IV e V e Todas elas estão corretas 8 As atividades clínicas desenvolvidas pelo farmacêutico são indispen sáveis ao processo do cuidado ao paciente A implantação dessas atividades deve ser pautada em critérios técnicos e em normativas legais que subsidiem a execução de tais ações São várias as nor mativas resoluções e RDCs que regulamentam as atividades dos profissionais farmacêuticos mas uma RDC merece nossa atenção especial Esta RDC dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensação e da comer cialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências regulamenta os serviços farmacêuticos que vamos apresentar neste estudo Espero que você esteja preparado para muito aprendizado Serviços e procedimentos farmacêuticos I Me Patrícia Minatovicz Ferreira Doblinski MEU ESPAÇO 198 Sem dúvida o profissional farmacêutico é um profissional polivalente O profissional do medicamento precisa estar apto também a dar suporte ao seu paciente em diferentes áreas por exemplo ele não pode apenas orientar o uso racional do antihipertensivo ele também precisa saber fazer a verificação da pressão arterial do paciente tendo em vista que o farmacêutico é um profissional que estará lado a lado do paciente acompanhando sua rotina e ele deverá fazer o elo do paciente e seu médico se preciso for É o farmacêutico o profissional que poderá fazer o acompanhamento e monitorização da pressão arterial do paciente e ele verificará a eficácia terapêutica do medicamento prescrito pelo médico de forma semelhante é o farmacêutico que voltará sua atenção e sua dedicação ofertando ao paciente serviços de atenção farmacêutica de modo a promover não apenas o uso racional de medicamentos mas a saúde e bemestar dos seus pacientes Agora imagine você recémformado lá na farmácia do seu bairro recebendo diferentes pacientes no seu dia a dia com diferentes demandas orientação farmacêutica verificação de pressão arterial medição de temperatura corporal É preciso estar preparado e é preciso dominar as técnicas para cada um destes serviços pois errar não é uma opção e você precisa estar preparado Então bora lá conhecer e dominar este universo que em breve vai fazer parte da sua realidade profissional UNICESUMAR UNIDADE 8 199 As instituições de saúde têm se preocupado cada vez mais com a segurança e qualidade do trata mento oferecido aos pacientes Por isso é necessário organizar os processos envolvidos e a gestão do plano terapêutico SOARES et al 2020 Em meados do século XX os serviços clínicos farmacêuticos iniciaramse em hospitais e estavam voltados principalmente para a análise da farmacoterapia dos pacientes Com o passar do tempo esses serviços se expandiram visando nortear e estender a atuação do profissional farmacêutico Atualmente os serviços clínicos farmacêuticos são realizados em hospitais clí nicas e ambulatórios farmácias consultórios farmacêuticos assistência domiciliar programas de extensão e projetos de pesquisa O farmacêutico clínico atua em atividades voltadas para o cuidado ao paciente como revisão e análise da farmacoterapia conciliação de medicamentos acompanhamento farmacoterapêutico monitorização terapêutica dispensação de medicamentos gestão de condição de saúde e educação em saúde SOARES et al 2020 Serviços de saúde são serviços que lidam com o diagnóstico e o tratamento de doenças ou com a promoção manutenção e recuperação da saúde Incluem os consultórios clínicas hospi tais entre outros públicos e privados Assim parte dos serviços de saúde constitui os serviços farmacêuticos BRASIL 2013 200 Para que a implantação dos serviços farmacêuticos ocorra de forma sistematizada normati zada e respalda em dispositivos legais é necessário que o farmacêutico e as instituições de saúde conheçam todo o arcabouço legal existente que pode subsidiar a implantação deste serviço nos diferentes cenários de práticas profissionais Soares e colaboradores em 2020 fizeram uma revisão detalhada na literatura e encontraram 39 normas legais que de forma direta ou indireta regulamentam os serviços farmacêuticos relaciona dos à farmácia clínica sendo nove leis federais nove portarias do MS dez resoluções do CFF e oito Resoluções da Diretoria Colegiada RDC da ANVISA De todos estes documentos nós vamos dar uma especial atenção a um deles Refirome a RDC 44 da Anvisa de 17 de agosto de 2009 esta RDC dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Esta RDC regulamenta os seguintes serviços farmacêuticos atenção farmacêutica e a perfuração de lóbulo auricular para colo cação de brincos A atenção farmacêutica compreende a atenção farmacêutica domiciliar a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos e a administração de medicamentos É esta a RDC que direciona toda a oferta dos serviços em farmácias e drogarias e eu diria que o documento que todo profissional farmacêutico precisa conhecer em detalhes Lembrando que resoluções e RDC são revogadas e que isto tudo é muito dinâmico portanto fique atento a mudanças e novas regulamentações que podem surgir a qualquer momento Um dos pontos importantes a ser observado é o ambiente destinado aos serviços farmacêuticos em uma farmácia ou drogaria De acordo com a RDC 44 no seu artigo 15 o ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser diverso daquele destinado à dispensação e à circulação de pessoas em geral devendo o estabelecimento dispor de espaço específico para esse fim É muito importante que o ambiente para prestação dos serviços que demandam atendimento individualizado deve garantir a privacidade e o conforto dos usuários possuindo dimensões mobiliário e infraestrutura compatíveis com as atividades e serviços a serem oferecidos O ambiente deve ser provido de lavatório contendo água corrente e dispor de toalha de uso individual e descartável sabonete líquido gel bactericida e lixeira com pedal e tampa O acesso ao sanitário caso exista não deve se dar através do ambiente destinado aos serviços farmacêuticos O conjunto de materiais para primeirossocorros deve estar identificado e de fácil acesso nesse ambiente BRASIL 2009 Imaginem 39 normas nove leis federais e várias RDCs da Anvisa ficou curioso Você pode ler o artigo para entender melhor este levantamento realizado e ficar por dentro de tudo Basta acessar o QR Code Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 8 201 Além de todos os cuidados com a higiene do local há de serem tomados também cuidados com os procedimentos de limpeza do espaço para a prestação de serviços farmacêuticos Deve ser realizada a higienização diariamente no iní cio e ao término do horário de funcionamento além de se fazer o registro deste procedimento O ambiente deve estar limpo antes de todos os atendimentos nele realizados a fim de minimi zar riscos à saúde dos usuários e dos funcioná rios do estabelecimento e após a prestação de cada serviço deve ser verificada a necessidade de realizar novo procedimento de limpeza a fim de garantir o cumprimento ao parágrafo anterior BRASIL 2009 Um ponto importante a ser considerado é que sempre que o farmacêutico for assumir a respon sabilidade técnica por uma farmáciadrogaria ele deve seguir as orientações da sua VISA Vigilân cia Sanitária local pois tratase do órgão a quem compete não só a fiscalização mas a regulamen tação das atividades prestadas Como já citei anteriormente nós temos alguns importantes serviços farmacêuticos que podem ser oferecidos para a comunidade nas farmácias e drogarias e passaremos a falar de cada um deles com mais detalhes agora 1 Atenção farmacêutica Art 63 A aten ção farmacêutica deve ter como objeti vos a prevenção detecção e resolução de problemas relacionados a medicamentos promover o uso racional dos medicamen tos a fim de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários BRASIL 2009 A Atenção Farmacêutica referese às atividades es pecíficas do farmacêutico no âmbito da atenção à saúde é um modelo desenvolvido no contexto da Assistência Farmacêutica É a interação direta do farmacêutico com o usuário visando a uma far macoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis voltados para a melho ria da qualidade de vida Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos respeitadas as suas especificidades biopsicosso ciais sob a óptica da integralidade das ações de saúde BOVO WIANIEWSKI MORSKEI 2009 Não podemos esquecer que a prática da Atenção Farmacêutica envolve macrocomponentes como a educação em saúde orientação farmacêutica dispensação atendimento farmacêutico e segui mento farmacoterapêutico além do registro siste mático das atividades mensuração e avaliação dos resultados Para tanto o farmacêutico atende ao paciente diretamente avalia e orienta em relação à farmacoterapia prescrita pelo médico por meio da análise das suas necessidades relacionadas aos medicamentos e detectando PRM BOVO WIA NIEWSKI MORSKEI 2009 Nós vimos tudo isto em unidades anteriores onde vimos inclusive diferentes técnicasmetodologias que podem e devem ser utilizadas na atenção farmacêutica Um dos pontos importantes que a RDC 44 trata é que para subsidiar informações quanto ao estado de saúde do usuário e situações de risco assim como permitir o acompanhamento ou a avaliação da eficácia do tratamento prescrito por profissional habilitado fica permitida a aferição de determinados parâmetros fisiológicos e bio químico do usuário a administração de medi camentos Fique tranquilo que logo vamos falar disto e de como tudo deve ser feito O artigo 64 da RDC 44 BRASIL 2009 deixa muito claro que devem ser elaborados protocolos para as atividades relacionadas à atenção farma cêutica incluídas referências bibliográficas e indi cadores para avaliação dos resultados A farmácia deverá elaborar o seu POP Procedimento Opera cional Padrão para todas as atividades realizadas pois é preciso que se tenha um padrão técnicas 202 descritas em detalhes de todos os procedimentos executados assim como Procedimento Operacional Padrão deverá dispor sobre a metodologia de avaliação dos resultados A RDC também determina que todas as atividades devem ser documentadas de forma sistemá tica e contínua com o consentimento expresso do pacienteusuário Os registros devem conter no mínimo informações referentes ao usuário nome endereço e telefone às orientações e intervenções farmacêuticas realizadas e aos resultados delas decorrentes bem como informações do profissional responsável pela execução do serviço nome e número de inscrição no Conselho Regional de Farmá cia todas estas informações estarão contidas na DSF Declaração de Serviço Farmacêutico que já tratamos em outra unidade de conteúdo Não vamos detalhar aqui os procedimentos de atenção farmacêutica visto que já vimos isto em de talhes em outra unidade de conteúdo inclusive com diferentes metodologias para conduzir esta prática Mas vale lembrar ainda um importante papel do farmacêutico e que também é citado na mesma RDC de que ele deve orientar o usuário a buscar assistência de outros profissionais de saúde quando julgar necessário considerando as informações ou resultados decorrentes das ações de atenção farmacêutica e de que ele deve contribuir para a farmacovigilância notificando a ocorrência ou suspeita de evento adverso ou queixa técnica às autoridades sanitárias 2 Atenção Farmacêutica Domiciliar Art 68 A atenção farmacêutica domiciliar consiste no serviço de atenção farmacêutica disponibilizado pelo estabelecimento farmacêutico no domi cílio do usuário nos termos desta Resolução BRASIL 2009 Um ponto muito importante é que a prestação de atenção farmacêutica domiciliar por farmácias e drogarias somente é permitida a estabelecimentos devidamente licenciados e autorizados pelos órgãos sanitários competentes Deste modo o profissional farmacêutico responsável técnico precisa regula mentar este serviço junto a sua VISA Vigilância Sanitária local Antes mesmo da publicação da RDC 44 em 2009 importantes trabalhos já eram realizados de monstrando o papel do profissional farmacêutico na assistência farmacêutica domiciliar Em 2001 tive a honra e o prazer de fazer parte de uma publicação que trouxe a comunidade científica uma experiência única de assistência farmacêutica domiciliar que tive o prazer de participar da execução e implantação durante os estágios do curso de farmácia de uma Universidade no Oeste do Paraná Lá atrás nós já estávamos falando em fazer o AFD Assistência Farmacêutica Domiciliar Após estudar o perfil de usuários de medicamentos na Vila Boa Esperança do Município de Toledo durante a assistência farmacêutica domiciliar os autores verificaram que a comunidade guarda em casa medicamentos resultantes de prescrição médica e de todos as demais indicações de parentes e conhecidos A guarda e o armazenamento por ignorância estão em lugares considerados perigosos e de fácil acesso às crianças DOBLINSKI OLIVEIRA CATEN 2001 Os autores também concluíram que as pessoas necessitam de orientação sobre o acondicionamento e principalmente seguimento de tratamento sobre prescrição médica Fica evidente a importância do trabalho do farmacêutico junto à comunidade principalmente como participante dos programas relacionados à saúde da família propostos e executados pelo sistema de saúde brasileiro UNICESUMAR UNIDADE 8 203 Um fator que chamou a atenção foi a falta de esclarecimento da população entrevistada no que diz respeito aos medicamentos que utilizam noções sobre preparo guarda e armazenamento assim como informações quanto às interações farmacológicas importantes informações que devem ser repassadas à população usuária pelos profissionais do medicamento DOBLINSKI OLIVEIRA CATEN 2001 Eu quero ressaltar aqui para você que as possibilidades de atuação do farmacêutico são inúmeras inclusive no domicílio do paciente Uma destas possibilidades e que tem sido muito comum nos dias atuais é com a administração de medicamentos por via parenteral Vale lembrar sempre que aplicar um injetável é um serviço farmacêutico previsto na RDC 44 e que este serviço sempre precisa ser precedido de uma prescrição médica Mas veremos isto na nossa próxima unidade de conteúdo Eu quero que você pare e pense nisto tudo em como a profissão que escolheu é maravilhosa e vejam quantas possibilidades ela oferece em diferentes locais de atuação sempre com objetivos únicos pensar no bemestar do paciente promover o uso seguro e racional de medicamentos promover a saúde Ficou curioso para saber como foi este trabalho de implantação do AFD e que resultados tivemos lá em 2001 Convido você para conferir o ar tigo publicado na INFARMA a Revista do Conselho Federal de Farmácia Clique aí e venha conferir Para acessar use seu leitor de QR Code 3 Aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos Art 69 A aferição de parâmetros fi siológicos ou bioquímico oferecida na farmácia e drogaria deve ter como finalidade fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e o monitoramento da terapia medicamentosa visando à melhoria da sua qualidade de vida não possuindo em nenhuma hipótese o objetivo de diagnóstico BRASIL 2009 Esta é uma informação muito importante de que não há aqui objetivo diagnóstico pois uma vez verificada uma anormalidade o paciente deve ser orientado e encaminhado a uma consulta médica Os parâmetros fisiológicos cuja aferição é permitida pela RDCC 44 em farmácias são pressão arterial temperatura corporal e glicemia capilar Uma vez verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência constantes em literatura técnicocientífica idônea o usuário deverá ser orientado a procurar assistência médica Ainda que seja verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência não poderão ser indicados medicamentos ou alterados os medicamentos em uso pelo paciente quando estes possuam restrição de venda sob prescrição médica BRASIL 2009 Em seu artigo 70 a RDC 44 ANVISA diz que as medições do parâmetro bioquímico de glicemia capilar devem ser realizadas por meio de equipamentos de autoteste Parágrafo único A aferição de 204 glicemia capilar em farmácias e drogarias realizadas por meio de equipamentos de autoteste no con texto da atenção farmacêutica não é considerada um Teste Laboratorial Remoto TLR nos termos da legislação específica Para a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos permitidos deverão ser utilizados ma teriais aparelhos e acessórios que possuam registro notificação cadastro ou que sejam legalmente dispensados de tais requisitos junto à Anvisa Parágrafo único Devem ser mantidos registros das manutenções e calibrações periódicas dos aparelhos segundo regulamentação específica do órgão competente e instruções do fabricante do equipamento BRASIL 2009 Os Procedimentos Operacionais Padrão POPs relacionados à aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos devem indicar claramente os equipamentos e as técnicas ou metodologias utilizadas parâmetros de interpretação de resultados e as referências bibliográficas utilizadas Parágrafo único O Procedimento Operacional Padrão POP deve incluir os equipamentos de proteção individual EPIs a serem utilizados para a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos assim como trazer orien tações sobre seu uso e descarte Importante ainda ressaltar que os procedimentos que gerem resíduos de saúde como materiais perfurocortantes gaze ou algodão sujos com sangue deverão ser descartados conforme as exigências de legislação específica para Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde h Técnica de verificação de pressão arterial este é um serviço farmacêutico bastante requisi tado nas farmácias e drogarias mas tratase de um serviço de saúde que pode ser prestado em qualquer lugar desde que se tenha os equipamentos necessários Algumas recomendações são essenciais para o sucesso do procedimento Recomendações prévias A medida deve ocorrer após cinco minutos de repouso em ambiente calmo Instruir a não conversar durante a medição dúvidas devem ser tiradas antes ou depois do atendimento Devese evitar a medida da PA em situações de estresse físico dor e emocional Certifiquese de que o paciente não está com a bexiga cheia não praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos não ingeriu bebidas alcoólicas café ou alimentos não fumou nos 30 minutos anteriores Três medidas de PA devem ser realizadas com intervalo de 1 a 2 minutos e medidas adicionais somente se as duas primeiras leituras diferirem em 10 mmHg Registre na DSF a média das duas últimas leituras da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida Use o manguito adequado para a circunferência do braço O manguito deve ser posicionado ao nível do coração A palma da mão deve estar voltada para cima e as roupas não devem garrotear o braço As costas e o antebraço devem estar apoiados as pernas descruzadas e os pés apoiados no chão Meça a PA nos dois braços na primeira visita de preferência simultaneamente para detectar possíveis diferenças entre os braços Use o braço com o maior valor como referência Informe o valor de PA obtido para o paciente UNICESUMAR UNIDADE 8 205 Caso a paciente esteja deitada supina posicionar o braço ao lado do tórax com a região da fossa cubital voltada para cima A posição recomendada é a sentada porém poderá ser utiliza da a aferição em posição supina de acordo com a necessidade considerando que as medidas pressóricas na posição supina são maiores que na sentada Manguito o tamanho da braçadeira deve ser adequado à circunferência do braço A câmara inflável deve cobrir pelo menos dois terços da circunferência do braço e estes são detalhes importantes pois se o manguito disponível não for o mais adequado ao paciente a medida da pressão pode ser comprometida ver tabela a seguir Circunferência Denominação do manguito Largura do manguito Comprimento da bolsa 6 cm Recémnascido 3 cm 6 cm 615 cm Criança 5 cm 15 cm 1621 cn Infantil 8 cm 21 cm 2226 cm Adulto pequeno 10 cm 24 cm 2734 cm Adulto 13 cm 30 cm 3544 cm Adulto grande 16 cm 38 cm 4552 cm Coxa 20 cm 42 cm Tabela 1 Dimensões do manguito de acordo com a circunferência do membro Fonte adaptada de Barroso et al 2020 Depois de verificado todas as situações acima o paciente pode ser submetido a verificação da pressão arterial Técnica de verificação de pressão arterial Materiais necessários estetoscópio esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneroide man guito compatível com o tamanho do braço algodão álcool 70 cadeira ou leito caneta declaração de serviços farmacêuticos 1 Realizar a higienização das mãos 2 Reunir o material selecionando o manguito adequado para a circunferência do membro es colhido para a mensuração da pressão arterial 3 Explicar o procedimento ao paciente 4 A pessoa deve estar sentada com o braço apoiado ao nível do coração com as pernas descru zadas pés apoiados no chão dorso recostado na cadeira e relaxado 5 O braço deve estar na altura do coração apoiado com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro 6 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital 7 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial alguns aparelhos apresentam uma seta indicando o meio da bolsa 206 8 Estimar o nível da PAS através da palpação do pulso radial insuflar o manguito até o pulso radial não ser mais palpável 9 Colocar as olivas do estetoscópio nos ouvidos posicionando a curvatura biauricular do mesmo para frente 10 Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar o manguito até 30mmHg acima do valor en contrado no método palpatório através do pulso radial 11 Abrir lentamente a válvula 12 Registrar a localização do ponteiro do manômetro quando ouvir o primeiro som arterial fase I de Korotkoff é a pressão sistólica 13 Acompanhar o rebaixamento do ponteiro ou da coluna de mercúrio até o momento em que houver alteração súbita do som abafamento ausência e registrar o valor obtido fase V de Korotkoff é a pressão diastólica 14 Desinsuflar o manguito totalmente e aguardar um minuto para repetir o procedimento em caso de dúvida 15 Retirar o estetoscópio e o esfigmomanômetro 16 Realizar pelo menos 2 medidas com intervalo de 1 minuto Considerar a média das 2 aferições 17 Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta Nas consultas subsequentes utilizar como referência o braço onde foi obtida a maior pressão e a partir daí fazer as medidas sempre no mesmo braço 18 Registrar adequadamente no prontuário o valor obtido sem arredondamentos e o braço aferido 19 Informar os valores obtidos para o paciente 20 Proceder à higiene do estetoscópio com algodão e álcool a 70 21 Realizar a higienização das mãos BARROSO et al 2020 i Verificação de temperatura corporal Materiais necessários termômetro algodão seco álcool 70 declaração de serviço farma cêutico bandeja caneta Locais de verificação axilar oral e retal tem poral auricular No curso de um estado de febre a temperatura sempre deve ser medida com o mesmo aparelho e no mesmo lugar a fim de permitir a comparação de resultados no decorrer do tempo Aqui vou apresentar a verificação em região axilar que é a mais utilizada em ambientes de farmácia UNICESUMAR UNIDADE 8 207 Técnica de verificação de temperatura corporal em região axilar 1 Higienizar as mãos 2 Reunir o material necessário na bandeja 3 Orientar o usuário ou acompanhante quanto ao procedimento a ser realizado 4 Posicionar o cliente sentado ou deitado em repouso 5 Enxugar a axila do cliente com papel toalha caso seja necessário 6 Realize a desinfecção do termômetro utilizando algodão embebido em álcool a 70 7 Colocar o bulbo do termômetro no oco da axila distal posicionando o braço transversalmente sobre o tórax veja imagem ao lado 8 Manter o termômetro de acordo com a orientação do fabricante ou aguardar o tempo de espera que será indicado pelo alarme sonoro do próprio termômetro 9 Retirar o termômetro e fazer a leitura 10 Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool 70 11 Realizar higienização das mãos 12 Realizar registro na declaração de serviços farmacêuticos POP 32 2021 j Verificação de glicemia capilar adulto Material necessário Bandeja ou cuba rim luva de procedimentos lanceta específica ou agulha 13x 45 em caso de absoluta inexistência da lanceta dispositivo de leitura glicêmica glicosímetro fita biossensora des cartável contendo glicose desidrogenase ou glicose oxidase bola de algodão embebido em álcool a 70 bola de algodão seco Descrição da Imagem A imagem apresenta três fotografias que mostram diferentes modelos de termômetros Na primeira fotografia do lado esquerdo é possível visualizar um modelo com corpo retangular branco nessa parte há um visor onde está marcando 358 ao lado desse visor há um desenho ovalado verde depois desse desenho ovalado o corpo vai se afunilando essa parte afunilada é verde e a ponta do termômetro é prateada Na imagem central há um modelo retangular na cor prata na parte superior há um visor onde está marcando 645 acima da visor há um círculo onde está escrito F1 e abaixo do visor há um semi círculo onde está escrito F2 Na terceira imagem do lado direito há um modelo de corpo branco uma parte ovalada na cor laranja e nessa parte há um visor retangular onde esta marcando 366 na parte superior virado para trás há uma ponta Figura 1 Tipos de termômetros mais comuns para verificação externa da temperatura Fonte a autora 208 Técnica de verificação da glicemia capilar 1 Explicar o procedimento ao cliente eou acompanhante 2 Higienizar as mãos 3 Reunir o material dentro da cuba rim 4 Verificar se o aparelho de leitura está calibrado e pronto para o procedimento 5 É importante ler atentamente o manual de instruções do aparelho e respeitar as especificações da marca fabricante no que diz respeito a sua calibragem e funcionamento Cada tipo e marca de aparelho tem seu respectivo manual de instruções 6 Colocar luvas de procedimento 7 Limpar a polpa digital de eleição do paciente com algodão embebido no álcool a 70 aguar dar secar 8 Introduzir a tira teste no aparelho evitando tocar na parte reagente 9 Lancetar a polpa digital e coletar material na fita reagente para a leitura glicêmica 10 Aguardar o tempo necessário para que o aparelho realize a leitura 11 Pressionar o local da punção o suficiente para suspender o sangramento 12 Descartar imediatamente a lanceta 13 Realizar a leitura do índice glicêmico e limpar o dedo do paciente com algodão embebido em álcool a 70 e depois o seco 14 Certificarse de que não há prolongamento do período de sangramento 15 Desprezar o material utilizado na caixa para perfurocortante 16 Retirar luva de procedimentos e desprezála no lixo 17 Higienizar as mãos 18 Registrar a taxa de glicemia capilar do paciente na declaração de serviço farmacêutico e na carteirinha de controle de glicemia se o paciente tiver ou a farmácia oferecer 19 Adotar medidas terapêuticas mediante índice apresentado pelo paciente conforme prescrição médica ou até mesmo encaminhar o paciente ao médico em caso de necessidade POP 32 2016 k Perfuração de lóbulo auricular e colocação de brincos Material necessário álcool 70 álcool swabs caneta especial a base de violeta genciana aparelhos para perfuração e colocação de brincos brinco esterilizado caneta cotonetes luvas cirúrgicas e termo de autorização Perfuração de lóbulo auricular e colocação de Brincos 1 Verificar as condições do lóbulo do cliente como presença de inflamação queloides feridas ou espinhas Questionar sobre doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral de superfície lisa e consistência endurecida Caso o cliente insista deve apresentar autorização médica a ser retida na drogaria 2 Explicar o procedimento ao cliente fornecendolhe orientações sobre os cuidados a serem tomados e colher assinatura na Declaração de Serviços Farmacêuticos e sendo menor assi natura de seu responsável atentar no preenchimento da DSF em relacionar cuidadosamente UNICESUMAR UNIDADE 8 209 o número do lote do brinco sua data de vencimento e a data da perfuração dos lóbulo s além dos dados do cliente 3 Realizar assepsia das mãos calçar as luvas cirúrgicas e higienizar o aparelho de perfuração do lóbulo e o lóbulo auricular com álcool 70GL 4 Detalhar antes da perfuração o procedimento de aplicação e cuidados essenciais pós perfu ração a serem tomados pelo adulto ou menor autorizado pelo responsável legal e permitir ao cliente acompanhar visualmente a desinfecção do aparelho das mãos e das orelhas com ajuda de espelho 5 Com o auxílio da caneta marcar diretamente no lóbulo com simetria e verificar se o cliente está de acordo mostrando a marcação com um espelho 6 Retirar os brincos da embalagem esterilizada e segurando no suporte dos mesmos colocálo no aparelho de perfuração 7 Realizar a desinfecção dos dois lados dos lóbulos das orelhas do cliente com álcool swabs não mais tocandoos 8 Aguardar a secagem para marcar simetricamente com a caneta de tintura a base de violeta genciana o local no lóbulo a ser perfurado ou seja os dois lados a mesma altura e distância do rosto e peça ao cliente que com auxílio do espelho sem tocálo autorize o procedimento evitando assim que o mesmo fique contrariado após a perfuração Caso haja diferença limpe a marca e corrija a posição até a sua satisfação OBS Faça um ponto pequeno pois o grande sempre parece fora do centro 9 Os brincos serão aplicados pelo aparelho preto selecionandose o adaptador adequado re gular mini ou grande para os brincos que serão usados Abra a embalagem dos Brincos para Perfuração rompa a sua parte traseira e retire cuidadosamente o suporte plástico dos brincos sem tocálos A embalagem dos brincos só deverá ser rompida no momento da perfuração para preservar a esterilidade do produto 10 Segurar o suporte plástico pelas laterais num ângulo de 45º para baixo e retirar a tarraxa do mesmo encaixando a parte em cunha do alojamento de tarraxa do aparelho acomodandoa suavemente no fundo Continue segurando o suporte plástico e o aparelho 11 Logo a seguir virar o suporte plástico dos brincos no mesmo ângulo de 45 para baixo e com o aparelho tendo o portapino apontado para cima a 45 encaixar o pino e puxar o suporte plástico para o lado alavancando o cilindro de baixo como ponto de apoio sempre com suavi dade OBS Em caso de queda do brinco ou da tarraxa em qualquer momento da perfuração você deverá abrir outra embalagem pois a esterilização foi perdida Lembrese de ter cuidado para evitar tal ocorrência 12 Mantendo o aparelho num ângulo de 45 com a tarraxa e o pino colocados nos seus respecti vos lugares puxar o puxador localizado na parte anterior do aparelho até ouvir um clique de trava o que significa que o dispositivo está pronto para a aplicação 13 Ainda mantendo o aparelho em ângulo inclinado entre 30 e 45 posicionar o aparelho de forma que o lóbulo a ser perfurado fique na região de ajuste e perfuração existente entre a ponta do pino e a tarraxa 210 14 Alinhar a ponta do pino de acordo com a marcação feita no lóbulo acionando levemente o gatilho de ajuste até o primeiro estágio 15 Após os ajustes apertar o gatilho até o devido disparo O portapino solta o pino que se fixa automaticamente na tarraxa a ser solta perfurando o lóbulo da orelha OBS Neste momento o cliente pode manifestar desejo de apalpar o local do furo tocando o brinco orienteo a não o fazer 16 Para remover o aparelho da orelha soltar o dedo do gatilho e mover cuidadosamente o aparelho para baixo para desencaixar e soltar a tarraxa 17 Repetir a operação no outro lóbulo 18 Repetir e explicar as instruções já recebidas pelo cliente a respeito das quatro primeiras semanas após aplicação de seguir as instruções contidas no rótulo da embalagem dos brincos reforçando a sua importância e de que sua inobservância poderá acarretar infecção no local da aplicação ocasionando eventualmente inflamação e em consequência necessidade de consultar o médico 19 A rara porém possível ocorrência de alergia individual reação do organismo a um corpo es tranho mesmo que hipoalérgico implicará na necessidade de retirar os brincos 20 Descartar o algodão e as luvas no recipiente com símbolo e inscrição de resíduo biológico 21 Registrar o procedimento na DSF 22 Entregar ao cliente a declaração de serviço farmacêutico realizado 23 Para manter o Aparelho para Perfuração e Colocação de Brincos em boas condições de uso observe o seguinte X Limpar as partes do aparelho antes e depois de cada cliente atendido Esse procedimento limpa e ao mesmo tempo esteriliza O aparelho não necessita de lubrificação XI Nunca mergulhar o aparelho em álcool antissépticos eou outros pois seu funcionamento será comprometido XII Não utilizar autoclave para esterilização O aparelho é feito em poliestireno de alto impacto injetado e esse procedimento o deformará comprometendo seu funcionamento XIII Deixar o aparelho destravado para conservar a pressão do mesmo POP 11 2016 Muito importante destacar que somente serão considerados regulares os serviços farmacêuticos devidamente indicados no licenciamento de cada estabelecimento sendo vedado utilizar qualquer dependência da farmácia ou drogaria como consultório ou outro fim diverso do licenciamento nos termos da lei e como já disse anteriormente a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias deve ser permitida por autoridade sanitária mediante prévia inspeção para verificação do atendimento aos requisitos mínimos dispostos na RDC 44 Anvisa e que é vedado à farmácia e drogaria prestar serviços não abrangidos pela RDC 44 Eu espero que você esteja gostando e já se imaginando na farmácia executando diferentes serviços farmacêuticos com seus pacientes Ainda quero lembrar a importância de se estar preparado para realizar estes serviços e oferecer o melhor para os pacientes pois como já disse anteriormente errar não é uma opção UNICESUMAR UNIDADE 8 211 Nesta unidade nós trabalhamos pontos essenciais do processo de assistência e atenção farmacêutica Vejam conversamos sobre a atenção farmacêutica propriamente dita a assistência farmacêutica do miciliar e os importantes parâmetros bioquímicos que podem ser verificados na farmácia verificação de pressão arterial temperatura corporal glicemia capilar e a colocação de brincos Eu quero que mentalizem uma realidade muito próxima Você farmacêuticoa executando todas estas importantes atividades lá no mercado de trabalho você pode você consegue e você está aqui se preparando para isto tudo Também quero que compreenda a magnitude de todas estas importantes atividades que você poderá desempenhar lá fora Então bora colocar tudo isto em prática em breve Ouça o nosso Podcast Veja como o universo dos serviços farmacêuticos é significante e eu tenho certeza de que você logo vai se identificar com os diferentes serviços que poderá oferecer a seus pacientes na farmácia Agora fica ligado aqui no PODCAST especial que eu preparei para você Bora lá ouvir Você precisa conhecer em detalhes a RDC 44 Anvisa pois como disse esta resolução abrange os serviços farmacêuticos que você poderá oferecer na farmácia Para ler a resolução na íntegra acesse o QR Code Para acessar use seu leitor de QR Code 212 Agora é chegada a hora de fixarmos mais ainda tudo que discutimos nesta unidade de conteú do Para isto convido você a construir um mapa mental Vamos lá eu vou sugerir algumas pala vraschave para que você construa o seu mapa mental desta unidade Assistência Farmacêutica domiciliar Atenção farmacêutica Medição de parâmetros bioquímicos 213 1 Leia com atenção as afirmativas sobre a RDC 44 Anvisa I A resolução estabelece os critérios e condições mínimas para o cumprimento das Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento da dispensação e da comerciali zação de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias II O ambiente destinado aos serviços farmacêuticos pode ser compartilhado com o destinado à dispensação e à circulação de pessoas em geral III Como não se trata de um pronto atendimento não há obrigatoriedade da farmácia ter o conjunto de materiais para primeirossocorros no local IV São considerados serviços farmacêuticos passíveis de serem prestados em farmácias ou dro garias a atenção farmacêutica e a perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos V A prestação de serviço de atenção farmacêutica compreende a atenção farmacêutica domici liar a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímico e a administração de medicamentos Marque a alternativa correta a Estão corretas as afirmativas I III e IV b Estão corretas as afirmativas I II e III c Estão corretas as afirmativas I IV e V d Estão corretas as afirmativas II IV e V e Estão corretas todas as afirmativas 2 Sobre a aferição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos marque a alternativa correta a A aferição de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos oferecida na farmácia e drogaria deve ter como finalidade fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e o monitoramento da terapia medicamentosa visando à melhoria da sua qualidade de vida não possuindo o ob jetivo de diagnóstico b A aferição de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos oferecida na farmácia e drogaria deve ter como finalidade fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e diagnóstico que pode e deve ser feito pelo farmacêutico c Uma vez verificada uma anormalidade o paciente deve ser orientado e aconselhado pelo farmacêutico que poderá fazer ajustes da farmacoterapia dele d Os parâmetros fisiológicos cuja aferição é permitida pela RDCC 44 em farmácias são apenas a pressão arterial e temperatura corporal e Uma vez verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência o farmacêutico poderá indicar medicamentos ou alterar os medicamentos em uso pelo paciente 214 3 Sobre o serviço farmacêutico de verificação de pressão arterial I É muito importante certificarse de que o paciente não está com a bexiga cheia praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcoólicas café ou alimentos fumou nos 30 minutos anteriores II Duas medidas de PA devem ser realizadas com intervalo de 1 a 2 minutos Registre na DSF a média das duas últimas leituras da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida III Três medidas de PA devem ser realizadas com intervalo de 1 a 2 minutos e medidas adicionais somente se as duas primeiras leituras diferirem em 10 mmHg IV Após a medida da pressão arterial deve ser feito o registro na DSF da última leitura da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida V Sobre a posição do manguito para a verificação da pressão O manguito deve ser posicionado ao nível do coração A palma da mão deve estar voltada para cima e as roupas não devem garrotear o braço Levandose em conta as afirmativas acima marque a resposta correta a Estão corretas I II e III b Estão corretas I III e IV c Estão corretas II III e IV d Estão corretas I III e V e Estão corretas III IV e V 4 Leia atentamente as afirmativas sobre os serviços de verificação de glicemia capilar e coloca ção de brincos I Após verificar a taxa de glicemia capilar do paciente o farmacêutico deve registrar o valor na declaração de serviço farmacêutico e na carteirinha de controle de glicemia se o paciente tiver ou a farmácia oferecer II Uma vez verificada alteração na taxa de glicemia capilar do paciente o farmacêutico deve instituir a terapia farmacológica para o tratamento III Antes de fazer a perfuração do lóbulo auricular é muito importante verificar as condições do lóbulo do paciente como presença de inflamação queloides feridas ou espinhas no local IV Caso o paciente que vier colocar o brinco apresentar doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral o farmacêutico deve anotar na DSF e fazer um acompanhamento depois da colocação do brinco V O paciente deve ser questionado sobre doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral de superfície lisa e consistência endurecida Caso o cliente insista deve apresentar autorização médica a ser retida na drogaria 215 Marque a alternativa correta a Apenas I II e V estão corretas b Apenas I III e IV estão corretas c Apenas II IV e V estão corretas d Apenas III IV e V estão corretas e Apenas I III e V estão corretas 5 Você está na farmácia de plantão num domingo É um dia calmo até que chega uma paciente bastante agitada e nervosa com a filha de seis anos que está ardendo em febre O seu primeiro impulso foi acalmar a mãe e acolher a criança e agora você precisa verificar a temperatura axilar da criança Conteme como faria isto Detalhe com suas palavras e de forma bem objetiva MEU ESPAÇO 9 Neste estudo nós vamos falar de um assunto bem importante sobre um serviço farmacêutico que é um serviço essencial para a população a aplicação de injetáveis Vamos nos aprofundar nos injetáveis E eu já quero deixar bem claro para você errar não é uma opção Este é o lema da profe Patricia Você precisa estar preparado para aplicar com segurança e confiança no seu paciente Então bora aprender Serviços e procedimentos farmacêuticos II Me Patricia Minatovicz Ferreira Doblinski 218 Eu vou contar um caso clínico real Fica atento a cada detalhe Mariana foi à farmácia do seu bairro para aplicar o seu contraceptivo mensal Chegando lá o farmacêutico aplicou uma ampola de Perlutan 150 mgmL de algestona acetofenida e 10 mgmL de enantato de estradiol Ao final do procedimento Mariana pegou sua bicicleta e voltou para casa pedalando Até aí tudo aparentemente normal Ao chegar em casa ela percebeu que sua calça Jeans estava toda molhada no local onde a injeção foi aplicada Aí eu pergunto será que isto que houve é normal Olha que loucura até um leigo que não é da área da saúde deduziria que algo está errado e que a injeção da moça vazou na roupa dela sim a roupa estava molhada Mas com este acontecido o caso não parou por aí A paciente após perceber ligou para a farmácia e contou o ocorrido E sabe o que o farmacêutico fez Ele pediu para voltar à farmácia e então ele fez uma nova aplicação Agora eu preciso que você pense Teria sido correta a postura dele Primeiro ponto antes mesmo de julgarmos o fato de que ele aplicou novamente o que aconteceu para que a injeção o medicamento vazasse na roupa da paciente Você consegue entender a gravidade da situação Se uma pessoa vai à farmácia para receber a aplicação de uma injeção logo se pretende um efeito com este medicamento Mas se este medicamento vaza será que ele vai fazer o efeito que deveria fazer Logo meu querido futuro farmacêutico pense no objetivo em se tomar um contraceptivo e o que pode acontecer se este fármaco não atingir concentrações plasmáticas efetivas para proporcionar o efeito desejado Então agora vamos arregaçar as mangas e ficar bem atento Nesta unidade você vai ver como não errar desta forma pois como a profe disse Errar não é uma opção E você não vai errar Então já repete isto aí para o seu subconsciente Eu não vou errar UNICESUMAR UNIDADE 9 219 Segundo a RDC 44 ANVISA em seu artigo 74 é permitida a administração de medicamentos nas farmácias e drogarias no contexto do acompanhamento farmacoterapêutico sendo vedada a adminis tração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar A mesma RDC deixa bem claro que os medica mentos para os quais é exigida a prescrição médica devem ser administrados mediante apresentação de receita e após sua avaliação pelo farmacêutico BRASIL 2009 E não esqueça se o medicamento é de uso exclusivo hospitalar você não deve aplicar na farmácia Aí vocês devem estar se perguntando Mas profe como eu vou saber disso A resposta é simples a bula tem esta informação e logo mais adiante eu vou ensinar uma dica muito prática para quando chegarem estas situações no seu dia a dia da farmácia portanto vamos começar nossa unidade frisando bem este princípio básico não se aplica nenhum injetável sem a devida pres crição do médico Não importa se o paciente é seu amigo ente querido conhecido Você só pode fazer com a prescrição E eu sei que na prática você está vendo o contrário acontecendo Mas não é ético não é moral e não é certo Quando você aplica um injetável sem prescrição você assume um risco sozinho Se houver uma intercorrência por exemplo como uma anafilaxia você será responsabilizado civil e eticamente O farmacêutico não só deve aplicar com a prescrição como ele deve entrar em contato com o pro fissional prescritor para esclarecer eventuais problemas ou dúvidas que tenha detectado no momento da avaliação da prescrição Mas eu sei que você vai fazer a coisa certa 220 Quando você estiver trabalhando terá que providenciar uma série de documentos junto à VISA Vigilância Sanitária Local para regularizar os serviços farmacêuticos oferecidos pela farmácia assim como a sua responsabilidade técnica Neste momento não vamos focar nisso Mas que fique claro resoluções RDCs e normas mudam a todo momento e é dever do farmacêutico estar atualizado e sempre buscar orientação na sua VISA local Os medicamentos podem apresentarse sob diversas formas farmacêuticas que entram em contacto com o organismo por diferentes vias de administração Nesta unidade vamos abordar exclusivamente os medicamentos injetáveis que são preparações administradas por via parentérica do grego para enteron que significa ao lado do intestino através da qual o medicamento é injetado perfundido ou implantado num tecido específico de acordo com as suas características e com o objetivo do tra tamento PLÁCIDO GUERREIRO 2015 A utilização desta via de administração envolve procedimentos invasivos que aumentam o risco de infecção e danos ao paciente portanto ela deve ser empregada somente nas seguintes circunstâncias Quando outras vias não forem viáveis devido a fatores relacionados ao paciente como falta de cooperação vômitos intensos ou estado de inconsciência Quando outras vias não forem adequadas devido a fatores relacionados ao medicamento como intolerância inativação ou falta de absorção adequada do medicamento Quando é necessária uma ação rápida do medicamento As formas parenterais diferem de outras formas farmacêuticas pelo fato de serem administradas di retamente num tecido do corpo A produção dessas preparações obedece a um rigoroso controle da pureza e da qualidade do princípio ativo e de excipientes Sua manipulação e administração exigem o cumprimento de normas de higiene e assepsia com o intuito de proteger o paciente de contaminantes físicos químicos e biológicos AKERS 2013 apud GOUVEIA et al 2022 Essas preparações têm características e exigências específicas que são resumidas em alguns pontos importantes a saber Esterilidade é a ausência de microorganismos é obtida por processos de filtração ra diação ou calor Apirogênia diz respeito à ausência de pirogênios substâncias produzidas por microorganis mos geralmente polissacarídeos que quando injetados em seres humanos ou animais provocam o aumento da temperatura do corpo Os pirogênios mais potentes são endotoxinas bacterianas PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 pH adequado e tonicidade compatível com o tecido no qual são administradas para oferecer maior tolerância nos tecidos em que são administrados é desejável que preparações aquosas tenham uma fase aquosa isotônica com o soro sanguíneo e apresentem um pH próximo de 7 PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 A isotonia é o estado de equilíbrio osmótico entre dois meios no qual uma solução tem uma tensão osmótica igual à de outra solução Quan do há desvios entre a tonicidade da solução e a do tecido no qual são administradas devese levar em consideração o volume a ser injetado e a via de administração Pequenos volumes de soluções anisotônicas provocam um risco menor para os tecidos pois elas se misturam UNICESUMAR UNIDADE 9 221 rapidamente com os líquidos intra e extra vasculares No caso de preparações admi nistradas por vias como a intramuscular e a subcutânea são aceitáveis pequenos desvios da pressão osmótica no sentido da hipotonia ou da hipertonia sem que se verifiquem reações nocivas para os tecidos Geralmente a hipertonicidade é menos nociva para eles uma vez que a plasmóli se contrariamente à hemólise é reversiva Em alguns casos são até recomendáveis soluções ligeiramente hipertônicas pois provocam derrame local dos fluidos o que pode levar a uma absorção mais rápida e uniforme PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 Quanto mais próximo do pH fisiológico o pH do sangue a 37 C é próximo de 735 estiver o pH da solução injetável menos dolorosa e nociva é a sua administração PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 A existência de sistemas de tamponamento no organismo permite aceitar pequenas oscilações do pH das soluções a administrar sem causar al terações graves Porém soluções muito ácidas ou muito alcalinas são mal toleradas pelos tecidos podendo provocar desde irritação inflamação e dor até a destruição de elementos celulares por ne crose PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 Para as vias intramuscular e subcutânea consi derase aceitável um intervalo de pH compreen dido entre 55 e 8 Sublinhase contudo que ques tões relacionadas com a solubilidade do princípio ativo com a sua estabilidade ou até com a sua ação farmacológica podem exigir formulações que apresentem valores de pH mais extremos Preparações que contenham algumas insulinas tetraciclina procaína morfina vitaminas B B2 B6 B12 e C são exemplos de substâncias que exigem pH ácido para serem solúveis por se hidrolisarem em pH neutro ou alcalino por se oxidarem ou por não serem ativas em meio neutro Pelo contrário preparações que contenham sulfamidas ou barbitúricos exigem meio acen tuadamente alcalino para serem solúveis em água sendo comum soluções em pH 9 ou 10 PRIS TA 2003 Assim como ocorre com a isotonici dade alterações do pH da preparação injetável em relação ao pH fisiológico devem considerar o volume a ser injetado Quando ele é pequeno o afastamento do pH não leva a reações graves pois sistemas de tamponamento dos tecidos e sangue compensam facilmente o desvio Já a adminis tração de grandes volumes pode alterar inten samente o equilíbrio fisiológico PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 A administração de preparações parente rais pode ser feita por diferentes vias como por exemplo SC subcutânea IM intramuscular ID intradérmica IV intravenosa intraarterial IA e intrarraquidiana IR PRISTA 2003 apud GOUVEIA et al 2022 Você sempre vai ver as vias de administração abreviadas desta forma como citado aqui Nesta unidade de conteúdo nós vamos falar das principais vias usadas na far mácia a intramuscular e a subcutânea Em alguns casos um mesmo medicamento pode ser administrado por mais de uma via sendo a seleção desta condicionada por fatores como a forma farmacêutica Quero chamar a sua atenção para uma coisa muito importante o farmacêutico precisa verificar a bula do medicamento para ter certeza da via de administração de um fármaco Com o passar o tempo e a experiência você saberá que medicamento pode ser feito IM ou EV mas vão chegar momentos em que vai aparecer uma prescrição indicando aplicação por uma via que você não tem o hábito de aplicar Então você deve consultar a bula 222 Conforme o Quadro 1 a seguir veja alguns exemplos por via IV apenas podem ser administradas microemulsões soluções aquosas ou soluções miscíveis no sangue Não podem ser administradas na corrente sanguínea soluções oleosas por risco de embolia nem suspensões por risco de obstrução de capilares pelas partículas insolúveis Via de administração Forma farmacêutica permitida Forma farmacêutica não permitida IV Microemulsões soluções aquo sas ou miscíveis com sangue Soluções oleosas e suspensões oleosas IM e SC Soluções ou suspensões de solvente ou veículo aquoso ou não aquoso Emulsões de fase externa oleosa ou aquosa Quadro 1 Formas farmacêuticas e vias de administração Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 O ditado Não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão é corroborado por pesqui sas Por isso o acolhimento é provavelmente a etapa com mais repercussão na imagem do atendimento Por exemplo Willis e Todorov demonstraram que com base na aparência facial as impressões sobre aspectos como competência intenção agressiva e confiança eram dispostas de modo muito rápido 100 milissegundos Um tempo maior aumentava a confiança e a diferença do julgamento dos participantes mas estas permaneciam apoiadas na marca inicial GOUVEIA et al 2022 Deste modo é muito importante que durante o acolhimento do paciente sejam adotados compor tamentos como cumprimentar o paciente antecipadamente p ex Bom dia como está identificar o motivo da visita p ex Como posso ajudálo manter contato visual utilizar o nome do paciente eu diria que este é um dos pontos mais importantes chamar a pessoa pelo nome Quando seu paciente adentrar pela farmácia já o aborde Bom dia boa tarde qual o seu nome e como eu posso te ajudar É também importante relembrar que comportamentos que revelam indisponibilidade ou indiferença como dividir a atenção ao paciente com tarefas paralelas trabalhar no computador ou falar com colegas Toda vez que você tiver dúvidas sobre a via de administração ou tiver dúvidas se aquele medicamento pode ou não ser aplicado na farmácia você deve consultar a bula do medicamento e isto pode ser feito de for ma muito rápida se você acessar o bulário eletrônico da Anvisa É muito fácil e prático e quando digitar o nome do medicamento que precisa de mais informação você deve escolher a bula profissional Ela tem todas as informações que você precisa Acesse o QR Code e veja como funciona este bulário Para acessar use seu leitor de QR Code UNICESUMAR UNIDADE 9 223 funcionam como barreiras à comunicação Quem como cliente ou paciente já experimentou este tipo de atendimento sabe quanto a situação pode desencadear insegurança insatisfação ou irritação e levar a comportamentos agressivos desconfiados ou defensivos GOUVEIA et al 2022 Depois de identificada a necessidade do paciente em tomar uma injeção com a prescrição médica lembrese de algo que vimos na Unidade 8 Todos os serviços farmacêuticos devem ser devidamente registrados na DSF Declaração de Serviços Farmacêuticos É importante lembrar que a DSF que você utilizar na farmácia deve ser preenchida em duas vias uma via fica com o paciente e a outra fica arquivada na farmácia Você poderá customizar a DSF da farmácia como quiser desde que todas as informações básicas exigidas pela RDC 44 Anvisa sejam respeitadas Informações adicionais como via e local de aplicação tamanho de agulha utilizada assim como anotações quanto ao rodízio de aplicação são informações complementares e importantes que podem e devem ser adicionadas a DSF do seu paciente São materiais necessários ao processo de administração de produtos injetáveis seringas e agulhas algodão ou compressas álcool a 70 esparadrapos coletor de descarte de perfurocortantes Vale lem brar que todos os cuidados devem ser tomados com os resíduos produzidos com o serviço de aplicação de injetáveis e que a farmácia deve ter o seu plano de gerenciamento de resíduos Mais detalhes sobre isto você poderá obter junto a sua VISA local Os Cinco Certos Quadro 2 tradicionalmente utilizados em enfermagem são objetivos a atingir para a administração segura de medicamentos Na sequência de um pedido direto de prestação do serviço ou no caso de o farmacêutico que administra o medicamento injetável não ser o mesmo que procedeu à dispensa quem o administra deve confirmar os cinco certos em vez de presumir que esta verificação já foi realizada PLÁCIDO GUERREIRO 2015 224 O quê Como OndeQuando Cliente certo Confirmar se a prescrição se destina ao cliente Ao balcão durante a dispensa do medicamento prescrito ou antes de iniciar a preparação no caso de pedido direto Medicamento certo Verificar se o medicamento a dispensar e administrar é o que consta na prescrição médica ou guia de tratamento e se este é adequado ao cliente Na receita e na embalagem ao balcão durante a dispensa do medicamento Antes de iniciar a preparação Dose certa Verificar se a dose prescrita é adequada à idade peso e outras condições do doente por ex di minuição da função hepática ou renal Ao balcão durante a dispensa do medicamento prescrito eou após aplicação do questionário de avaliação Horário certo Verificar se o horário previsto para a administração é adequa do por ex injetáveis que envol vam múltiplas administrações e fármacos que interfiram com a capacidade de conduzir ou operar máquinas Ao balcão durante a dispensa do medicamento eou após aplicação do questionário de avaliação Via de administração certa Verificar se a via de administra ção prescrita é adequada Ao balcão durante a dispensa do medicamento eou após aplicação do questionário de avaliação Quadro 2 Aplicação dos cinco certos na administração de medicamentos injetáveis em farmácia comunitária Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 A administração por via parenteral requer dispositivos de injeção nomeadamente seringas e agulhas Existe uma enorme variedade de seringas e agulhas descartáveis A seringa é um dispositivo de corpo cilíndrico que possui numa das extremidades uma ponta desenhada para ajustar uma agulha hipo dérmica e na outra um êmbolo que permite retirar o medicamento do material de acondicionamento ajustar o seu volume e administrálo ao cliente Figura 1 Descrição da Imagem A imagem apresenta uma foto de uma seringa É possível visualizar um objeto cilíndrico transparente disposto na horizontal Do lado esquerdo está o êmbolo continuando ao centro esta o corpo nele há riscos de medições ao lado dos riscos há números do um ao cinco abaixo do número cinco está escrito ML finalizando a direita está a ponta da seringa Figura 1 Seringa Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 225 Descrição da Imagem A imagem apresenta uma fotografia com três seringas dispostas na horizontal de cima para baixo 100 U 50 U e 30 U Na parte de baixo da imagem temos a apresentação dos componentes da seringa do lado esquerdo esta o êmbolo seguindo ao centro esta o corpo da seringa nas três seringas no corpo há marcações de riscos e ao lado números e ao final a direita esta a ponta com uma agulha fixa Figura 2 Seringas de insulina Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 As seringas diferenciamse pela capacidade e pela graduação que apresentam Na maioria dos casos são graduadas em unidades de volume com uma escala em mililitros ou centésimos de mililitro podendo também ser graduadas em unidades Por exemplo a capacidade das seringas usadas na administração de medicamentos por via IM varia entre 1 ml e 5 ml É pouco frequente o uso de seringas com capa cidade superior a 5 ml pois os volumes a administrar em geral não excedem este valor PLÁCIDO GUERREIRO 2015 A seleção da seringa deve recair na que tem a capacidade mais próxima do volume total a admi nistrar desde que a graduação seja adequada A agulha cuja parte metálica é de aço inoxidável possui numa das extremidades o canhão que permite o seu encaixe na ponta da seringa e na outra o bisel Figura 3 O bisel Figura 4 permite criar uma incisão nítida e estreita aquando da inserção da agulha no tecido que encerra rapidamente quando a agulha é removida impedindo a saída do medicamento eou de sangue Quanto mais pronunciado é o bisel mais longo afiado e estreito menor é o desconforto associado à picada da agulha na admi nistração de injetáveis 226 O comprimento da agulha mede o tamanho da parte metálica O calibre da agulha expresso em Gauge mede o lúmen interno da parte metálica Quanto maior é o calibre da agulha maior Gau ge menor é o seu diâmetro interior o que signi fica que a agulha é mais fina Por exemplo uma agulha de 22 G é mais fina que uma agulha de 16 G A Figura 5 apresenta exemplos de agulhas de diferentes comprimentos e calibres Descrição da Imagem A imagem apresenta uma fotogra fia da ponta de uma agulha tem formato cilíndrico é oco e pontiagudo Figura 4 Bisel da agulha Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 Figura 5 Diferentes tamanhos de agulhas Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 Descrição da Imagem fotografia colorida com nove agulhas em diferentes tamanhos e espessuras Descrição da Imagem fotografia de uma agulha hipodérmica Na imagem temos a marcação de três partes sendo canhão parte metálica e bisel Figura 3 Estrutura de agulha hipodérmica Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 227 Podese encontrar uma grande variedade de agulhas com diferentes comprimentos e calibres Para facilitar a sua identificação e seleção existe um código de cores exemplificado no Quadro 3 Verde Preto Violeta Castanho Cinza Em milímetros 080x25 080x30 080x40 070x25 070x30 055x20 045x13 038x13 Em gauge e polegadas 21G 1 21G 1 ¼ 21G 1 ½ 22G 1 22G 1 ¼ 24G ¾ 26G ½ 275G ½ Quadro 3 Diferentes tamanhos das agulhas Fonte adaptado de Gouveia et al 2022 A seleção da agulha para a preparação e a administração de um medicamento deve considerar o seu comprimento e calibre A escolha do comprimento da agulha depende da via do lugar de adminis tração e ainda da condição física ou das características do paciente Por exemplo a administração IM exige uma agulha mais longa do que a administração SC Se de um lado a agulha deve atingir o tecido muscular de outro o seu comprimento deve prevenir a lesão de estruturas vasculares ósseas ou nervosas mais profundas Devese atentar à espessura do músculo em que vai ser feita a administração se é mais ou menos volumoso Por exemplo uma criança ou um adulto muito magro podem requerer agulhas mais curtas LIPPERT WALL 2008 apud GOUVEIA et al 2022 228 O tecido adiposo do lugar da injeção tam bém deve sempre ser avaliado Nas injeções intramusculares em lugares onde há grande espessura do tecido subcutâneo é recomendada a escolha de agulhas mais longas para evitar a aplicação inadvertida no tecido subcutâneo Essa falha tem mais risco de ocorrer na região glútea em mulheres e em obesos COCOMAN MURRAY 2008 ZAYBAK et al 2007 apud GOUVEIA et al 2022 A escolha do calibre da agulha depende das características do medicamento em particular da sua viscosidade Soluções oleosas e suspen sões aquosas ou oleosas exigem agulhas de maior calibre p ex 080 enquanto soluções aquosas requerem agulhas de menor calibre Para a aplicação na via subcutânea as agulhas mais curtas reduzem o risco de injeção IM e por isso são consideradas mais seguras para todos os pacientes especialmente crianças Nessa via de aplicação a pele é o primeiro e único obstáculo que a agulha deve ultrapassar na hora da injeção Estudos realizados em pessoas de diferentes et nias idades e índices de massa corpórea IMC independentemente do sexo comprovaram que a espessura da pele é de aproximadamente 125 a 325 mm em 90 dos indivíduos e tem em média cerca de 18 a 25 mm Existem agulhas com comprimentos que vão de 4 mm até 13 mm para injeção de insulina e outros medicamentos aplicados por via subcutâ nea sendo algumas disponíveis apenas para uso com canetas Quanto mais longa a agulha maior o risco de aplicação inadvertida no tecido mus cular Dessa forma a indicação de agulhas curtas 4 5 e 6 mm garante uma aplicação mais segura além de ser mais confortável para o paciente com consequências positivas na adesão ao tratamento FRID et al 2016 apud GOUVEIA et al 2022 Agora que já vimos as seringas e agulhas te mos que dar início ao processo de aspiração e reconstituição da medicação para aplicação mas antes disso temos que falar de algo essencial para que tenhamos segurança neste processo uma boa lavagem das mãos A lavagem das mãos é uma das medidas mais simples e mais efetivas para prevenir a trans missão de infecções relacionadas à assistência à saúde que representam um enorme fardo sob os aspectos clínico e econômico apesar de se rem evitáveis No contexto da administração de produtos injetáveis em farmácia a lavagem das mãos deve ser feita antes da preparação e da administração do produto injetável e depois da administração A Figura 6 detalha o procedi mento para a lavagem das mãos Agora vamos ao preparo da medicação para aplicação O passo inicial comum a todas as preparações consiste em verificar se as carac terísticas organolépticas do medicamento cor respondem às descritas nas referências técnicas de produtores p ex cor presença ou ausência de partículas em suspensão ou aderência do pó A presença de características diferentes das descritas como escurecimento presença de precipitado alteração de cor ou turvação pode significar que o medicamento está alterado Podese considerar que há suspeita de desvio de qualidade Assim devese abrir uma queixa técnica no NOTIVISA sistema de informação de dados em saúde nacional para o registro de problemas relacionados ao uso de tecnologias e de processos assistenciais Os medicamentos injetáveis podem apresentarse nos seguintes tipos de embalagem primária seringa preen chida também conhecida como précarregada ampola ou frascoampola conforme se resume na Figura 7 UNICESUMAR UNIDADE 9 229 Descrição da Imagem ilustração colorida apresentando um passo a passo de como lavar as mãos A figura apresenta 12 quadros com ilustrações de mãos executando os seguintes comandos 1 Molhe as mãos com água 2 Aplique na palma da mão a quantidade sufi ciente de sabonete líquido para cobrir toda a superfície das mãos 3 Ensaboe as palmas das mãos friccionandoas entre si 4 Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e viceversa 5 Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais 6 Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta segurando os dedos com movimentos de vai e vem e viceversa 7 Esfregue o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando movimento circular e viceversa 8 Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda fazendo movimento circular e viceversa 9 Enxague bem as mãos com água 10 Seque as mãos com papel toalha descartável 11 No caso de torneira manual para fechamento use sempre papel toalha e 12 Agora as suas mãos estão limpas e seguras Figura 6 Lavagem das mãos Fonte adaptada de Gouveia et al 2022 230 A seringa preenchida um tipo de embalagem primária em expansão no mercado oferece mais facilidade e segurança no preparo Diversas vacinas alguns anticoncepcionais e anticoagulantes são apresentados sob esta embalagem De maneira geral as seringas preenchidas apresentam os medicamentos em uma dose pronta para ser administrada Eventualmente pode ser necessário descartar volumes de medi camento p ex administração da vacina contra influenza a uma criança com menos de 36 meses Agora você verá várias tabelas que descrevem e fundamentam o procedimento de preparo de in jetáveis segundo o tipo de embalagem primária O Quadro 4 resume o preparo de um medicamento apresentado em seringa preenchida sem reconstituição PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações Seguir as indicações das refe rências técnicas dos fabricantes quanto à expulsão da bolha de ar excedente fazendo uma ligei ra pressão no êmbolo da serin ga quando necessário Seguir a orientação do fabri cante para garantir a aplica ção da dose correta Descrição da Imagem ilustração colorida com um fluxograma exemplificando o esquema de preparação do medicamento injetável Na primeira caixa de texto da esquerda para a direita temos Preparação do medicamento injetável em seguida temos a ligação com duas caixas a primeira Sem reconstituição que direciona para duas caixas Seringa preenchida e Ampola Já a caixa Com recons tituição direciona para Pó em frascoampola diluente ou veículo em ampola e Pó em ampola diluente ou veículo em ampola Figura 7 Preparação do medicamento injetável Fonte adaptada de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 231 Colocar a seringa preparada em uma superfície limpa uma op ção é dentro de sua embalagem original Minimizar o risco de conta minação microbiológica e a eventual perda de estabilida de do medicamento Quadro 4 Preparo de medicamento injetável sem reconstituição seringa preenchida Fonte adaptado de Gouveia et al 2022 O Quadro 5 apresenta a preparação de um medicamento injetável sem reconstituição e acondicionado em uma ampola PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações 1 Bater suave e rapidamen te com o dedo no topo da ampola até o líquido descer totalmente para o corpo da ampola Reunir o volume total do líqui do garantindo a administração precisa da dose pretendida 2 Identificar o lugar de pressão para quebrar a ampola e com uma compressa seca em tor no do gargalo fazer pressão rápida e firme no sentido a fa vor do corpo do profissional Para envolver o gargalo da ampola podese substituir a compressa seca pela face es téril da embalagem de papel da seringa Impedir que os estilhaços de vidro se direcionem para o sentido do rosto do profis sional e provoquem trauma tismo em seus dedos 3 Descartar o topo da ampola no coletor de materiais per furocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação de resíduos 232 4 Introduzir a agulha na ampola e aspirar cuidadosamente o conteúdo puxando suave mente o êmbolo da seringa O bisel da agulha deve man terse sempre abaixo do nível do líquido Manter ampola e seringa na posição horizontal e se necessário invertêlas com cuidado para facilitar a as piração de todo o conteúdo necessário Prevenir a aspiração de ar Evitar o desperdício do medi camento garantir a adminis tração da dose pretendida e evitar o desgaste do bisel 5 Remover a agulha do interior da ampola Descartar a am pola no coletor de materiais perfurocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos 6 Fazer o reencapamento pas sivo da agulha Evitar a contaminação da agu lha durante a retirada das bo lhas de ar 7 Posicionar a seringa com a agulha para cima Puxar o êmbolo e em seguida pres sionálo para expulsar o ar excedente UNICESUMAR UNIDADE 9 233 8 Para eliminar eventuais bo lhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo ex pulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o líquido Garantir a administração da dose pretendida 9 Desconectar a agulha que foi usada para a aspiração e descartála no coletor de ma teriais perfurocortantes Para isso a agulha deve estar coberta pelo protetor o que é feito por meio do reencapa mento passivo A desconexão deve ser feita com um movimento em ros ca no sentido antihorário em seringa com bico do tipo rosca ou puxar seringa com bico de encaixe por pressão Encaixar nova agulha no bico da seringa usando técnica assépti ca manter o protetor da agulha e não encostar as mãos no ca nhão da agulha ou no bico da seringa Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Garantir o uso de agulha nova o que evita dor desnecessária durante a aplicação Evitar o uso de agulha que teve o bisel danificado duran te a aspiração o contato do bisel com a parede de vidro da ampola pode desgastálo 10 Colocar a seringa prepara da em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua embalagem original Prevenir a contaminação do medicamento e a eventual perda de sua estabilidade Quadro 5 Preparo de medicamento injetável sem reconstituição ampola Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 O conteúdo do frascoampola pode se apresentar na forma líquida ou sólida pó estéril liofilizado ou não Esse tipo de embalagem primária é um sistema que se mantém fechado durante todas as etapas 234 da preparação Para facilitar a retirada do conteúdo recomendase a injeção de ar no frascoampola em volume igual ao que se pretende utilizar Essa medida elimina a pressão negativa interna causada pelo vácuo que existe originalmente em algumas apresentações ou é formado à medida que o conteúdo é aspirado em frascos multidose GOUVEIA et al 2022 O Quadro 6 apresenta o procedimento para a reconstituição de um medicamento injetável no qual o pó se apresenta em frascoampola e o diluente em ampola PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações 1 Bater suave e rapidamen te com o dedo no topo da ampola até o líquido descer totalmente para o corpo da ampola Reunir o volume total do líqui do garantindo a administra ção precisa da dose preten dida 2 Identificar o local indicado para quebrar a ampola e com uma compressa seca em tor no do gargalo fazer pressão rápida e firme no sentido a fa vor do corpo do profissional Para envolver o gargalo da ampola podese substituir a compressa seca pela face es téril da embalagem de papel da seringa Impedir que os estilhaços de vidro se direcionem para o sentido do rosto do profis sional e provoquem trauma tismo em seus dedos 3 Descartar o topo da ampola no coletor de materiais per furocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação de resí duos UNICESUMAR UNIDADE 9 235 4 Introduzir a agulha na ampola e aspirar cuidadosamente o conteúdo puxando suave mente o êmbolo da seringa O bisel da agulha deve man terse sempre abaixo do nível do líquido Manter ampola e seringa na posição horizontal e se necessário invertêlas com cuidado para facilitar a as piração de todo o conteúdo necessário Prevenir a aspiração de ar Evitar o desperdício do medi camento garantir a adminis tração da dose pretendida e evitar o desgaste do bisel 5 Remover a agulha do interior da ampola Descartar a am pola no coletor de materiais perfurocortantes Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos 6 Fazer o reencapamento pas sivo da agulha Evitar a contaminação da agu lha durante a eliminação das bolhas de ar 7 Posicionar a seringa com a agulha para cima Puxar o êmbolo e em seguida pres sionálo para expulsar o ar excedente 236 8 Para eliminar eventuais bo lhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo expulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o lí quido Garantir a administração da dose pretendida 9 Colocar a seringa preparada em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua emba lagem original Prevenir a contaminação do diluente Frascoampola 10 Remover a capa metálica ou plástica do frasco que contém o pó expondo a co bertura de borracha Expor a superfície que pode ser perfurada com a agulha 11 Fazer a desinfecção da tampa de borracha com algodão ou compressa em bebida em álcool a 70 Com o frascoampola em su perfície plana inserir a agu lha no centro da tampa de borracha e injetar lentamen te todo o diluente contra a parede interna do frasco Evitar a descarga direta no pó Remover a agulha e pro tegêla reencapandoa Promover a reconstituição do medicamento Evitar a formação de bolhas ou espuma na superfície do pó UNICESUMAR UNIDADE 9 237 12 Dissolver o pó no diluente fazendo movimentos circu lares com o frascoampola entre as mãos ou manten doo em apenas uma das mãos Evitar a formação de espuma resultante de agitação enér gica para facilitar a aspiração total posterior do medica mento 13 Medir na seringa o volume de ar igual ao que vai ser aspirado Com o frasco em superfície plana inserir a agulha no centro da tam pa de borracha Injetar o ar dentro do frascoampola direcionando a agulha para a parede de vidro e evitando a injeção de ar diretamente sobre o líquido Facilitar a aspiração do con teúdo evitando a formação de uma pressão negativa Evitar a formação de bolhas e espuma facilitando a aspi ração posterior do medica mento 14 Inverter o frascoampola mantendo o bisel abaixo do nível do liquido e retirar a quantidade pretendida Evitar a aspiração de ar 15 Com a agulha dentro do frascoampola puxar o êm bolo um pouco mais e em seguida pressionálo para expelir o ar excedente que está na seringa 238 16 Remover a agulha do in terior do frascoampola Fazer o reencapamento pas sivo da agulha Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Evitar a contaminação da agu lha durante a retirada das bo lhas de ar 17 Para eliminar eventuais bo lhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo expulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o lí quido Garantir a administração da dose pretendida 18 Desconectar a agulha que foi usada para aspiração e descartála no coletor de materiais perfurocortantes Para isso a agulha deve estar coberta pelo protetor o que é feito por meio do reencapa mento passivo A desconexão deve ser feita com um movimento em ros ca no sentido antihorário em seringa com bico do tipo rosca ou puxar seringa com bico de encaixe por pressão Encaixar nova agulha no bico da seringa usando técnica assépti ca manter o protetor da agulha e não encostar as mãos no ca nhão da agulha ou no bico da seringa Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Garantir o uso de agulha nova o que evita dor desnecessária durante a aplicação Evitar o uso de agulha que teve o bisel danificado duran te a aspiração o contato do bisel com a parede de vidro da ampola pode desgastálo UNICESUMAR UNIDADE 9 239 19 Colocar a seringa prepara da em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua embalagem original Prevenir a contaminação do medicamento e a eventual perda de sua estabilidade Quadro 6 Preparo de medicamento injetável com reconstituição pó em frascoampola e diluente em ampola Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as preparações 1 Remover a capa metálica ou plástica do frasco que contém a solução ou suspensão expondo a cobertura de borracha Expor a superfície que pode ser perfurada com a agulha 2 Se suspensão movimentar o frascoampola para promover a ressuspensão Para a insulina NPH ou prémistura de insulina fazer pelo menos 20 movimen tos circulares Permitir a dose certa 240 3 Fazer a desinfecção da pelícu la de borracha com algodão ou compressa embebida em álcool a 70 Evitar a contaminação do me dicamento 4 Medir na seringa o volume de ar igual ao que vai ser aspirado Com o frasco em superfície pla na inserir a agulha no centro da tampa de borracha Injetar o ar dentro do frascoampola Facilitar a aspiração do con teúdo evitando a formação de uma pressão negativa 5 Inverter o frascoampola mantendo o bisel abaixo do nível do líquido e retirar a quantidade pretendida Evitar a aspiração de ar 6 Com a agulha dentro do fras coampola puxar o êmbolo um pouco mais e em seguida pres sionálo para expelir o ar exce dente que está na seringa UNICESUMAR UNIDADE 9 241 7 Remover a agulha do interior do frascoampola Fazer o reencapamento passivo da agulha Evitar a contaminação da agu lha durante a retirada das bo lhas de ar 8 Para eliminar eventuais bolhas de ar dentro da seringa segurar a seringa na vertical com a agulha para cima bater no corpo da seringa movimentandoa para que as bolhas subam puxar ligeiramente o êmbolo e em seguida empurrálo ex pulsando o ar para o topo da seringa sem eliminar o líquido Garantir a administração da dose pretendida 9 Desconectar a agulha que foi usada para aspiração e descar tála no coletor de materiais per furocortantes A desconexão deve ser feita com um movimento em ros ca no sentido antihorário em seringa com bico do tipo rosca ou puxar seringa com bico de encaixe por pressão Encaixar nova agulha no bico da seringa usando técnica asséptica manter o protetor da agulha e não encostar as mãos no canhão da agulha ou no bico da seringa Evitar acidentes e promover a correta destinação dos re síduos Garantir o uso de agulha nova o que evita dor desnecessária durante a aplicação Evitar o uso de agulha que teve o bisel danificado duran te a aspiração o contato do bisel com a parede de vidro da ampola pode desgastálo 10 Colocar a seringa preparada em uma superfície limpa uma opção é dentro de sua embala gem original Prevenir a contaminação do medicamento e a eventual perda de sua estabilidade Quadro 7 Preparação de medicamento injetável sem reconstituição solução ou suspensão em frascoampola Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 242 PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Utilizar uma compressa ou um algodão embebido em álcool a 70 Diminuir a carga biológica da pele Iniciar a limpeza do lugar onde vai ser inserida a agulha partindo do centro para fora num movi mento circular não passando uma segunda vez por cima da área já atingida Evitar a autocontaminação Descartar a compressa ou o algodão na lixeira adequada Promover a correta destinação de resíduos Deixar a pele secar completamente antes de in serir a agulha no tecido Prevenir a sensação de ardor pela entrada de álcool durante a aplicação da agulha no tecido subcutâneo Quadro 8 Procedimento de antissepsia da pele no local de administração de medicamentos Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 É chegada a hora pois você já estava ansioso Vamos fazer a aplicação do medicamento e iniciar com a via de aplicação subcutânea Esta via será muito utilizada em farmácias para aplicação de insulina sendo que o farmacêutico possui um papel muito importante no acompanhamento de pacientes com diabetes e por isto será comum receber pacientes para aplicar tal medicação Nesta via o produto é administrado no tecido subcutâneo tecido conjuntivo abaixo da derme Por ser pouco vascularizado a absorção do produto através dos capilares neste tecido é lenta e contínua produzindo um efeito duradouro desejado para diversos tipos de tratamento O tecido subcutâneo é sensível a preparações irritantes e a grandes volumes razão pela qual essa via é utilizada para a administração de soluções e suspensões que não apresentem estas características A maioria das apresentações farmacêuticas aplicadas por esta via tem veículo aquoso embora atualmente existam algumas delas com veículos não aquosos A literatura não tem consenso quanto ao volume máximo a administrar sendo frequentemente mencionado entre um e dois mililitros A administração de volumes maiores provoca a acumulação de líquido nos tecidos o que pode causar abcessos estéreis dolorosos e duros Teoricamente a admi nistração de produtos por esta via pode ser feita em toda a superfície subcutânea Porém a seleção do lugar de administração tem de considerar a espessura da camada de tecido subcutâneo que acomode o volume injetado a ausência de músculos muito espessos e a proximidade de proeminências ósseas ou nervos subjacentes ao lugar de aplicação As regiões indicadas para aplicação subcutânea Figura 8 oferecem fácil acesso menor inervação e mais facilidade de se conseguir fazer uma prega subcutânea para a correta administração UNICESUMAR UNIDADE 9 243 Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019 estas regiões são braços face posterior três a quatro dedos abai xo da axila e acima do cotovelo nádegas quadrante superior lateral externo coxas face ante rior e lateral externa superior quatro dedos abaixo da virilha e acima do joelho abdômen re giões laterais direita e esquerda com distância de três a quatro dedos da cicatriz umbilical PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as administrações proceder com a antissepsia da pele conforme Quadro 8 Descrição da Imagem a figura mostra os diferentes locais onde pode ser feita a aplicação subcutânea de insulina Temos vários locais pelo corpo e em todos eles temos uma boa espessura de tecido adiposo nas laterais do abdômen na região externa lateral das coxas na face posterior e superior dos glúteos e face posterior dos braços Figura 8 Regiões recomendadas para a administração de medicamentos por via subcutânea Fonte adaptada de Gouveia et al 2022 244 1 Segurar uma compressa seca ou um algodão entre dois dedos da mão não dominante para uso posterior Ter material acessível para fazer a pressão no lu gar depois da remoção da agulha 2 Retirar o protetor da agulha Segurar a serin ga na mão dominante como se fosse um dardo usando o polegar e os dedos indicador e médio Utilizar a agulha recomendada para a aplicação de insulinas Para outros medicamentos ou vacinas utilizar a agulha indicada nas referências técnicas dos fabricantes ou nos guias para vacinas Posicionar a seringa Garantir que o tecido subcutâneo seja atingido 3 Com os dedos polegar e indicador da mão não dominante podendo acrescentar o dedo médio fazer uma prega subcutânea para mostrar o tecido subcutâneo formando uma dobra que se desta que da camada muscular Há situações em que se dispensa a formação da prega cutânea Garantir que o medicamento seja aplicado no te cido subcutâneo 4 Num movimento único rápido e firme inserir a agulha na prega subcutânea em um ângulo de 90º ou 45º em relação à superfície epidérmica dependendo do comprimento da agulha e da es pessura do tecido subcutâneo Em indivíduos muito magros e crianças tecido subcutâneo com reduzida espessura o ângulo de inserção da agulha deve ser de 45º Garantir equilíbrio e firmeza das mãos para a in serção correta da agulha 5 Injetar o medicamento de modo lento e cons tante 1 mL a cada 10 segundos A injeção lenta e constante permite uma distensão gradual do tecido e a difusão do medi camento com o mínimo de pressão 6 Depois da administração aguardar cerca de 10 segundos Permitir que o medicamento se difunda no tecido subcutâneo e não reflua 7 Remover a seringa num movimento único e rápido na mesma angulação com que foi inseri da e soltar a prega cutânea Usando a mão que segura a seringa dominante acionar o dispositivo de segurança Descartar de pronto a seringa e a agulha no coletor de descarte de materiais perfu rocortantes Nunca reencapar nem desconectar agulhas depois do uso Promover o conforto e prevenir lesão do tecido Evitar acidentes e promover a correta destinação de resíduos 8 Comprimir de pronto o lugar de injeção com uma compressa seca ou algodão sem massagear Evitar a formação de hematoma sem alterar a absorção do produto injetado 9 Colocar um esparadrapo no lugar de aplicação 10 Higienizar as mãos Selar o lugar de aplicação Promover o controle de infecção Quadro 9 Técnica de aplicação por via subcutânea SC Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 UNICESUMAR UNIDADE 9 245 Sem dúvida a via mais utilizada em farmácias é a via intramuscular Um dos passos do procedi mento inicial para a administração de medicamentos consiste na identificação do lugar mais adequado Na via IM depois da seleção do músculo deve se escolher com rigor o lugar para a in serção da agulha São encontradas na literatura científica atual publicações que apresentam di versos métodos para a identificação dos lugares corretos de administração intramuscular nos diferentes músculos Você verá nas tabelas abaixo os métodos de delimitação com base em refe rências técnicas que são comumente utilizados na prática clínica para aplicação intramuscular PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada sentada ou deitada com o ombro e o terço superior do braço expostos Fletir o cotovelo e pousar o bra ço do paciente sobre o colo en corajandoo a manter o músculo relaxado Este lugar corresponde a uma inter seção entre duas linhas Uma delas é vertical e deve ser delimitada a partir do centro do acrômio A outra linha horizontal deve seguir desde a extremidade anterior da axila até a sua extremidade posterior Palpar a integridade do lugar de aplicação e observar a pele Reduzir o descon forto pelo maior relaxamento do lugar de adminis tração Evitar a presença de anomalias in terferentes Quadro 10 Local de administração no músculo deltoide Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 e Australian Technical Advisory Group on Immunisation 2018 O músculo deltoide é um músculo pequeno com pequena capacidade de absorção De 2 a 3 ml no máximo e dada a possibilidade de lesão do nervo radial atualmente recomendase esta região apenas para aplica ção de vacinas não sendo mais utilizado com tanta frequência para aplicação de outros medicamentos 246 PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada decúbito ventral com rotação dos pés para dentro e com a região glútea ex posta Dividir a região glútea em quatro seções traçando duas linhas ima ginárias formando uma cruz a ho rizontal segue a partir da região do cóccix e a vertical percorre o centro do glúteo O lugar de administração cor responde ao quadrante superior externo Palpar a integridade do lugar de aplicação e observar a pele Reduzir o descon forto pelo maior re laxamento do lugar de administração Evitar a presença de anomalias in terferentes Quadro 11 Local de administração na região dorsoglútea Fonte adaptado de Placido e Guerreiro 2015 e Elgellaie Ashcroft e Larkin 2018 A região do dorsoglúteo é amplamente utilizada no entanto dada a possibilidade de lesão do nervo ciático durante sua aplicação é recomendado que ela seja descontinuada para aplicação preferindose a região do ventroglúteo Nesta região é possível aplicar até 5ml embora alguns autores recomendem no máximo 4 ml UNICESUMAR UNIDADE 9 247 PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada em decúbito dorsal ou lateral Se em decúbito lateral fletir o joelho da perna que se encon tra no plano superior sobre a perna que está em contato com a maca deixando a coxa ligei ramente pendida para a frente Se em decúbito ventral fazer a rotação dos pés para dentro Para os passos seguintes o profissional deve usar a mão oposta ao lado do paciente onde será feita a injeção Colocar a palma da mão sobre o grande trocanter cabeça do fêmur e o dedo indicador sobre a espinha ilíaca ânterosuperior Apontar o polegar para a re gião inguinal e os outros de dos para a cabeça Deslizar o dedo médio ao longo da crista ilíaca ântero superior em direção à região dorsal formando um V O lugar de administração é o centro do triângulo formado pelos dedos indicador e médio Palpar a integridade do lugar de aplicação e observar a pele Reduzir o desconforto pelo maior relaxamen to do lugar de adminis tração Evitar a aplicação em lugares onde houver anomalias interferentes Quadro 12 Aplicação em região ventroglútea Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 e Greenway 2004 Na busca de alternativas para eliminar as complicações relacionadas ao uso do músculo glúteo má ximo em 1954o anatomista suíço Von Hochstetter identificou e comprovou por meio de várias investigações que a região ventroglútea é o local que menor risco oferece ao cliente devido ao fato de ser livre de vasos ou nervos importantes e à menor espessura de seu tecido subcutâneo se comparado aos músculos das regiões dorsoglútea face ântero lateral da coxa e deltoidea também utilizados para a administração de medicamentos por via intramuscular GODOY NOGUEIRA MENDES 2004 Assim podemos afirmar que a primeira escolha para aplicação intramuscular é a região do ven troglúteo visto que ela representa a região mais segura e confortável para o paciente Eu mesma já tive inúmeras experiências com aplicação na região do ventroglúteo Já fiz esta aplicação em inúmeros pa cientes e posso lhes assegurar que é segura e confortável O fato dela ser confortável está relacionado ao fato de que nesta região temos poucos neurônios sensitivos o que faz com quem o paciente praticamente sente a agulha e medicação sendo introduzidos na sua pele Nesta região é possível aplicar até 5 ml e é 248 uma região onde não há nervos que possam ser lesionados além de ser menos vascularizada se compa rada com a região do glúteo Se dúvidas alguma é a primeira escolha para uma aplicação intramuscular PROCEDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO DO LUGAR DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAMENTO Posição recomendada dei tada ou sentada com a coxa exposta Dividir a área que vai desde o joelho até o grande trocanter Devese localizar a parte mé dia central que corresponde ao terço médio do músculo vastolateral Palpar a integridade do lu gar de aplicação e observar a pele Se deitada fletir o joelho e tombar ligeiramente a perna para o lado contrário àquele em que vai ser administrada a injeção Se sentada ou deitada confirmar se a posição permite o relaxamento do músculo Reduzir o descon forto pelo maior re laxamento do lugar de administração Evitar a presença de anomalias in terferentes Quadro 13 Aplicação no músculo ântero lateral da coxa Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 Esta região é a primeira escolha para aplicação em crianças até os três anos de idade sendo muito comum na aplicação de vacinas Em adultos podem ser administrados até 4 ml mas ela tem o incon veniente de ser extremamente dolorida PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as administrações proceder com a antissepsia da pele 1 Segurar uma compressa seca ou um algodão entre dois dedos da mão não dominante para uso posterior Ter material acessível para fazer a pressão no lu gar após a remoção da agulha do tecido muscular 2 Retirar o protetor da agulha Segurar a serin ga na mão dominante como se fosse um dardo usando o polegar e os dedos indicador e médio Assegurar que a agulha usada tem o comprimento adequado ao músculo no qual vai ser administra do o medicamento Posicionar a seringa Garantir que se atinja o tecido muscular sem lesar as estruturas subjacentes UNICESUMAR UNIDADE 9 249 3 Esticar a pele com a mão não dominante e num movimento único rápido e firme inserir a agulha no tecido muscular num ângulo de 90º em relação à superfície epidérmica Garantir a inserção da agulha no músculo com o mínimo desconforto 4 Segurar a seringa e puxar ligeiramente o êmbolo para trás aspirando durante 5 a 10 segundos Se aparecer sangue na seringa retirar e descartar todo o material preparar outra seringa e repetir o procedimento Garantir que o bisel da agulha não se encontra em um vaso sanguíneo Nas aplicações IM na região dorso glútea deve se sempre fazer a aspiração 5 Injetar o medicamento de modo lento e cons tante 1 mL a cada 10 segundos A injeção lenta e constante permite a distensão do tecido muscular e a difusão do medicamento com mínima pressão local 6 Depois da administração do medicamento aguardar cerca de 10 segundos Permitir que o medicamento se difunda no tecido muscular e não reflua 7 Remover a seringa num movimento único e rápido na mesma angulação com que foi inserida Usando a mesma mão dominante acionar o dis positivo de segurança Descartar de pronto a seringa e a agulha no co letor de descarte de materiais perfurocortantes Nunca reencapar nem desconectar agulhas após o uso Promover o conforto e prevenir a lesão tecidular Evitar acidentes e promover a destinação correta dos resíduos 8 Comprimir de pronto o lugar de injeção com algodão ou compressa seca que está na mão não dominante sem massagear Evitar a formação de hematoma sem alterar a absorção esperada 9 Colocar um esparadrapo no lugar de aplicação Selar o lugar de aplicação 10 Higienizar as mãos Promover o controle de infecção Quadro 14 Técnica de administração de medicamentos por via intramuscular Fonte adaptado de Plácido e Guerreiro 2015 Você se lembra do caso clínico que eu contei lá no início da nossa unidade Da paciente que foi à far mácia para aplicar o seu contraceptivo e ele vazou na roupa depois que foi aplicado Então agora vou revelar a técnica especial que chamamos de trilha em Z e que evita o refluxo da medicação A técnica que se o farmacêutico tivesse executado com precisão naquela paciente o seu contraceptivo não teria refluxo vazado na roupa A técnica em Z é recomendada quando se administram medicamentos muito irritantes de compo sição muito viscosa oleosos como os anticoncepcionais sais de ferro e neurolépticos antipsicóticos 250 Ela garante acima de tudo precisão de dose e reações adversas importantes por refluxo da medicação a tela subcutânea A mão não dominante deve puxar a pele por pelo menos 1 cm lateralmente ou para baixo e mantê la afastada até o término do procedimento soltando a simultaneamente à retirada da agulha Dessa forma a pele afastada tem uma função de válvula sobrepondo o percurso feito pela agulha o que im pede o refluxo do produto Atualmente trata se de técnica que pode ser utilizada em todas as regiões de aplicação intramuscular NICOLL HESBY 2002 apud GOUVEIA et al 2022 PROCEDIMENTO FUNDAMENTO Na sequência do procedimento inicial comum a todas as administrações proceder com a antissepsia da pele 1 Segurar uma compressa seca ou um algodão entre dois dedos da mão não dominante para uso posterior Ter material acessível para fazer a pressão no lugar após a remoção da agulha do tecido muscular 2 Retirar o protetor da agulha Segurar a serin ga na mão dominante como se fosse um dardo usando o polegar e os dedos indicador e médio Assegurar que a agulha usada tem o comprimento adequado ao músculo no qual vai ser administra do o medicamento Posicionar a seringa Garantir que se atinja o tecido muscular sem lesar as estruturas subjacentes 3 Com a parte lateral da mão não dominante repuxar a pele do lugar de injeção e o tecido sub cutâneo subjacente por pelo menos 1 cm lateral mente ou para baixo Num movimento único rápido e firme inserir a agulha no tecido muscular com a mão dominante num ângulo de 90º em relação à superfície epidér mica Manter a pele firme nessa posição até o fim do procedimento Evitar o refluxo do medicamento através da per furação feita pela agulha Garantir a inserção da agulha no músculo com mínimo desconforto 4 Com a mão dominante puxar ligeiramente o êmbolo aspirando durante 5 a 10 segundos Se aparecer sangue na seringa retirar e descartar todo o material preparar outra seringa e repetir o procedimento Garantir que o bisel da agulha não atinja um vaso sanguíneo 5 Injetar o medicamento de modo lento e constante 1 mL a cada 10 segundos A injeção lenta e constante permite a distensão gradual do tecido e a difusão do produto com o mínimo de pressão local 6 Após a administração aguardar cerca de 10 segundos Após a administração aguardar cerca de 10 segundos UNICESUMAR UNIDADE 9 251 7 Remover a seringa num movimento único e rápido na mesma angulação com que foi inserida soltando simultaneamente a pele Promover conforto e prevenir a lesão tecidual Ao soltar a pele o trajeto da agulha vai sendo fechado impedindo o refluxo do produto 8 Comprimir de pronto o lugar de injeção com a compressa seca que está na mão não dominante sem massagear Evitar a formação de hematoma sem alterar a absorção 9 Colocar um esparadrapo no lugar de aplicação Selar o lugar de aplicação 10 Fazer a higiene das mãos Controle de infecção Quadro 15 Técnica de administração intramuscular com a trilha em z Fonte adaptado de Gouveia et al 2022 A técnica da trilha em Z é muito importante e quando você entende os benefícios dela fica fácil con cluir que é a técnica que deveria ser utilizada para aplicação de qualquer tipo de medicamentos por via intramuscular Inclusive vários autores já recomendam esta técnica inclusive para aplicação de vacinas Esta unidade foi muito intensa eu sei Mas fica tranquilo Logo você estará expert nisto tudo e para isto a profe Patricia vai dar um conselho coloque em prática a minha técnica do EPC Estudar praticar e caprichar Estude Você precisa ter um bom método de estudo você precisa estudar a teoria para saber o que fazer e como fazer entenda os porquês Depois de praticar não tenha medo de colocar em prática o que estudou e capriche capriche muito É um ciclo e você nunca vai parar de aprender de estudar e de melhorar E lembrese Errar não é uma opção Não perca o nosso podcast É nosso último PODCAST e eu já estou com saudades Trabalhar estes assuntos com você nestas unidades de conteúdo foi tão bom tão in tenso e eu espero que tenha gostado Eu dei o melhor de mim e neste último PODCAST eu quero falar de farma para farma Quero falar com você sobre responsabilidade sobre estar preparado sobre não errar Venha logo que estou esperando você Será nossa saideira 252 O serviço de aplicação de injetáveis é um serviço essencial para a população Imagina só sair do con sultório médico com uma prescrição ir até a farmácia comprar a injeção e não ter um profissional decididamente capacitado para fazer a aplicação Portanto nossa responsabilidade é muito grande Por isto eu já disse aqui que errar não é uma opção Nós não podemos errar pois não podemos submeter nossos pacientes a riscos e ao dolo Quando um paciente procura você na farmácia para aplicação de uma injeção ele confia que você esteja preparado Então estude treine e acima de tudo acredite em você UNICESUMAR 253 Agora proponho que você construa um Mapa de Empatia para que possamos avaliar o meu e o seu aproveitamento nesta unidade do ciclo de aprendizagem O Mapa de Empatia é uma ferramenta simples e visual utilizada para descobrir como você assimilou o conhecimento partindo dos seus sentidos ações e reflexões O mapa é eficiente para que possamos juntos entender simultaneamente a forma com a qual obtive organizei e disponi bilizei o conteúdo bem como o impacto e os resultados do conteúdo no seu aprendizado Como utilizar o Mapa da Empatia Basta preencher os referidos quadrantes respondendo às seguintes perguntas conforme as orientações O que vê Aqui você descreverá toda a impressão visual sobre o conteúdo Faça um resumo geral do que conseguiu capturar na sua leitura nas ilustrações e nos vídeos Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que ouve Aqui você descreverá toda a impressão auditiva dos recursos utilizados Faça um resumo geral de tudo que conseguiu capturar na audição dos vídeos e do podcast Para tanto empregue pala vraschave e pequenas frases que representem as suas ideias e a qualidade do material O que fala e faz Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de fatos do seu cotidiano e da relação das pessoas de sua convivência Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem esses fatos e como o conteúdo permitiu esta percepção O que pensa e sente Aqui você descreverá todas as ações percebidas no conteúdo que se aproximam de suas cren ças de seus pensamentos possíveis preocupações alegrias e tristezas e que possam influenciar o seu comportamento perante a vida Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases que representem estes sentimentos e como o conteúdo permitiu essa percepção Quais as dores Aqui você descreverá os principais pontos de frustração e dor No que o conteúdo deixou a desejar por não permitir alcançar as suas metas e os seus objetivos com relação ao aprendizado Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar estes pontos Quais as necessidades Aqui você descreverá os principais pontos fortes do conteúdo que foram ao encontro de suas expectativas e necessidades de aprendizado Por que você recomendaria esse conteúdo a uma colega Para tanto empregue palavraschave e pequenas frases para expressar esses pontos 254 1 Durante nossa unidade nós falamos de como o serviço de aplicação de injetáveis é um serviço essencial sério e que Errar não é uma opção isto quer dizer que além do profissional estar preparado para executar o procedimento ele precisa cercarse de cuidados para evitar erros e esquecimentos Pensando nisso comente sobre os CINCO certos da aplicação de injetáveis que podem contribuir para o sucesso deste procedimento Pense nos cinco certos e demons tre o quê como e quando 2 Sobre a oferta do serviço farmacêutico de aplicação de injetáveis em farmácias e drogarias marque a alternativa correta a Segundo a RDC 44 ANVISA é permitida a administração de medicamentos nas farmácias e drogarias no contexto do acompanhamento farmacoterapêutico sendo permitida a admi nistração de quaisquer medicamentos desde que o paciente apresente prescrição médica b Segundo a RDC 44 ANVISA em seu artigo 74 é permitida a administração de medicamentos nas farmácias e drogarias no contexto do acompanhamento farmacoterapêutico sendo ve dada a administração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar c A mesma RDC deixa bem claro que os medicamentos para os quais é exigida a prescrição médica devem ser administrados mediante apresentação de receita e após sua avaliação por um funcionário da farmácia d Em situações especiais por exemplo quando um paciente já tem o hábito de tomar deter minado medicamento ele pode dirigirse a sua farmácia de confiança e a aplicação pode ser feita pelo profissional que já conhece o paciente e Não há obrigatoriedade de apresentação de prescrição médica para que o paciente receba a medicação na farmácia 3 As formas parenterais diferem de outras formas farmacêuticas pelo fato de serem adminis tradas diretamente no tecido do corpo A produção dessas preparações obedece a um rigo roso controle da pureza e da qualidade do princípio ativo e de excipientes Essas preparações precisam ter características e exigências específicas sobre estas características e exigências avalie as afirmativas a seguir I Esterelidade que é a ausência de microorganismos é obtida por processos de filtração radiação ou calor II Apirogenia que diz respeito à ausência de pirogênios substâncias produzidas por microor ganismos geralmente polissacarídeos que quando injetados em seres humanos ou animais provocam a diminuição da temperatura do corpo III Dentre os pirogênios mais potentes que podem alterar a temperatura corporal e que não podem estar presentes nos injetáveis temos as endotoxinas bacterianas IV É muito importante que as preparações injetáveis tenham um pH superior ao tecido no qual serão administrados 255 V A isotonia é o estado de equilíbrio osmótico entre dois meios no qual uma solução tem uma tensão osmótica igual à de outra solução Marque a alternativa correta a Estão corretas I II e IV b Estão corretas II III e IV c Estão corretas I III e V d Estão corretas III IV e V e Todas estão corretas 4 Sobre a técnica de aplicação por trilha em Z analise as alternativas relacionadas a seguir I A trilha em Z pode ser usada para aplicação por todas as vias IM SC ID e EV II A trilha em Z é uma técnica que garante a precisão de dose por evitar o refluxo do medica mento III Tratase de uma técnica muito utilizada para aplicação de hormônios e substâncias irritantes IV Um dos pontos importantes para o sucesso da trilha em Z além de uma execução da técnica perfeita é a escolha da agulha adequada a anatomia do paciente V Independente da agulha usada na aplicação por trilha em Z ela sempre será efetiva em evitar o refluxo da medicação Marque a alternativa correta a As afirmativas I II e III estão corretas b As afirmativas II IV e V estão corretas c As afirmativas III IV e V estão corretas d As afirmativas I IV e V estão corretas e As afirmativas II III e IV estão corretas 256 UNIDADE 1 ALVAREZ I R Farmacia clínica sus objectivos y perspectivas de desarrollo In ARANCIBIA A et al Fun damentos de farmacia clínica Santiago de Chile PIAD 1993 p 313 ANGONESI D SEVALHO G Atenção farmacêutica fundamentação conceitual e crítica para um modelo brasileiro Ciência Saúde Coletiva Rio de 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funcionamento da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Disponível em httpsbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2009rdc004417082009pdf Acesso em 21 jan 2023 GODOY S DE NOGUEIRA M S MENDES I A C Aplicação de medicamentos por via intramuscular análise do conhecimento entre profissionais de enfermagem Revista da Escola de Enfermagem da USP v 38 USP 2004 382 jun 2004Disponível em httpswwwscielobrjreeuspa9ML5tRHTDVpxb mXsPTpQ73Glangpt Acesso em 21 jan 2023 GOUVEIA C A C et al 2022 Brasília Conselho Federal de Farmácia Administração de vacinas e de outros medicamentos injetáveis por farmacêuticos uma abordagem prática Conselho Federal de Farmácia Brasília Conselho Federal de Farmácia PDF 284 p Disponível em httpscfforgbr userfilesADMINISTRACAOVACINAS20EBOOKpdf Acesso em 22 jan 2023 PLÁCIDO G M GUERREIRO M P coord Administração de vacinas e medicamentos injetá veis por farmacêuticos uma abordagem prática Lisboa Ordem dos Farmacêuticos 2015 260 p Disponível em httpswwwordemfarmaceuticosptfotosqualidadeadministracaodevacinaseme dicamentosinjetaveisporfarmaceuticosumaabordagempratica17036922485cacca3188654pdf Acesso em 22 jan 2023 SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 20192020 São Paulo Clannad Editora Científica 2019 Disponível em httpwwwsaudebagovbrwpcontent uploads202002DiretrizesSociedadeBrasileiradeDiabetes20192020pdf Acesso em 22 jan 2023 265 UNIDADE 1 1 O modelo de ensino adotado pelo Brasil contemplava a formação a partir de habilitações nas áreas de análises clínicas industrial ou de alimentos As disciplinas de clínicas como Farmacologia Clínica Farmacoterapia e Semiologia simplesmente inexistiam na prática enquanto disciplinas como Química Orgânica Química Analítica e FísicoQuímica dominavam o ciclo básico O profissional farmacêutico estava muito distante do paciente Com a Lei nº 5991 o famélico se distanciava mais ainda do pa ciente já que a legislação tratava essencialmente do comércio farmacêutico Nessa época o profis sional farmacêutico era uma peça rara em farmácias ele quase desapareceu O que tínhamos eram profissionais farmacêuticos que simplesmente assinavam pela farmácia ou seja o farmacêutico era considerado o responsável técnico pela farmácia mas não prestava a assistência devida A população ficava sem receber a atenção clínica do farmacêutico e permanecia à mercê do mercantilismo de alguns proprietários de farmácias infelizmente Todavia esse panorama mudou completamente com o advento da Farmácia Clínica e da Atenção Farmacêutica Após a implantação do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e do primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos CIM no Brasil começaram os movimentos nas universidades brasileiras para inserir algumas disciplinas como Farmácia Hospita lar Farmácia Clínica e Farmacoterapia o que gerou o início das atividades clínicas fora dos hospitais Foram criados cursos de especialização em Farmácia Hospitalar que representaram um divisor de águas na história da Farmácia Hospitalar no Brasil sobretudo porque os mais de 200 farmacêuticos que deles participaram habilitaramse a implantar ou implementar serviços de Farmácia Hospitalar em hospitais de todos os estados da federação Diante disso na década de 1990 o farmacêutico começou a retornar às origens e reencontrou a própria vocação assistencial e clínica nos hospitais farmácias e drogarias Além disso começou a encontrar espaço na indústria farmacêutica em departamentos de pesquisa clínica Serviço de Atendimento ao Cliente SAC e farmacovigilância Surge nessa época a Atenção Farmacêutica que emergiu como uma proposta concreta de reaproximar definitivamente o farmacêutico do paciente Dessas evidências temse agora um novo contingente de farmacêuticos diferenciados pela verticalização de conhecimentos sobre a natureza clínica do medicamento e não menos vigilante no que tange às reações adversas em uma incessante busca pela racionalidade do uso 2 B A afirmativa I está correta porque a ida dos professores para fazer pósgraduação no Chile foi crucial para o desenvolvimento da farmácia clínica A afirmativa II está incorreta pois a criação do primeiro serviço de Farmácia Clínica aconteceu em 1979 e não no início dos anos de 1990 A afirmativa III tam bém está certa visto que os cursos de pósgraduação em Farmácia Hospitalar foram grandes divisores de águas no desenvolvimento da Farmácia Clínica A afirmativa IV também está correta já que um dos principais objetivos da Farmácia Clínica era reaproximar o farmacêutico do paciente A afirmativa V está errada pois o país que mais contribuiu para a vinda da Farmácia Clínica para o Brasil foi o Chile 3 A O compartilhamento de decisões e responsabilidades com o paciente é o grande objetivo da Farmácia Clínica A alternativa B está incorreta pois as intervenções são de farmacêuticos e não são intervenções médicas A alternativa C está incorreta dado que se trata da identificação de problemas relacionados à Farmacoterapia e não ao diagnóstico do paciente A alternativa D está incorreta porque a Atenção Farmacêutica não cuida do abastecimento do armazenamento e do controle de qualidade de me dicamentos A alternativa E está incorreta pois o plano de cuidado é elaborado pelo farmacêutico e pelo paciente e não pelo médico 266 4 C A afirmativa I está correta visto que a Atenção Farmacêutica satisfaz às necessidades sociais o que propicia melhores resultados com a Farmacoterapia A afirmativa II também está correta pois as ações do farmacêutico dizem respeito principalmente atos clínicos voltados ao paciente individualmente A afirmativa IV também está correta porque na Atenção Farmacêutica o profissional garante que o paciente cumpra os esquemas farmacoterápicos prescritos e siga o plano de assistência procurando alcançar resultados positivos ao final 5 C A alternativa A está errada pois a clínica farmacêutica não tem como objetivo exclusivo reduzir os custos com o tratamento A alternativa B está errada porque a clínica farmacêutica avalia a efetividade e a segurança dos tratamentos A alternativa D está errada dado que a clínica farmacêutica educa os pacientes sobre medicamentos e problemas de saúde A alternativa E está errada uma vez que a clínica farmacêutica promove a adesão do paciente ao tratamento por intermédio de ações diversas como orientação terapêutica redução de complexidade de tratamento e provisão de recursos que apoiem a tomada dos medicamentos 6 D A afirmativa I está errada pois os PRMs são identificados de acordo com a necessidade a efetividade e a segurança A afirmativa II está correta já que a atenção farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica Compreende atitudes valores éticos comportamentos habilidades compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doen ças e na promoção e na recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde A afirmativa III também está certa pois o consenso brasileiro buscou estabelecer alguns macrocomponentes educa ção em saúde orientação farmacêutica dispensação atendimento farmacêutico acompanhamento seguimento farmacoterapêutico registro sistemático das atividades e mensuração e avaliação dos resultados A afirmativa IV também está correta já que o PRM é um problema de saúde que interfere ou pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário A afirmativa V está errada uma vez que o farmacêutico busca a resolução de problemas que envolvam ou não o uso de medicamentos e não apenas o uso de medicamentos UNIDADE 2 1 B A afirmativa I está correta já que a farmacoepidemiologia aplica o raciocínio epidemiológico para es tudar o estudo dos usos e dos efeitos benéficos e adversos das drogas em populações humanas A afirmativa II está errada pois a farmacoepidemiologia estuda os efeitos benéficos e adversos de drogas A afirmativa III está correta visto que as pesquisas farmacoepidemiológicas examinam a população as doenças para as quais são usadas drogas e os problemas e os benefícios que esses medicamentos podem trazer para o ser humano A afirmativa V também está correta já que a farmacoepidemiologia tem como um dos objetivos estudar o medicamento como determinante de saúde ou de doença em uma população ou grupo específico A afirmativa IV está errada pois a farmacoepidemiologia estuda os efeitos dos medicamentos em um grande número de pessoas 267 2 C A Organização PanAmericana de Saúde defende que a farmacovigilância é um instrumento importante para a Atenção Farmacêutica uma vez que com ela é possível prover informações sobre medicamen tos permitindo uma melhor avaliação da relação riscobenefício de um medicamento otimizando os resultados da terapêutica do paciente A farmacovigilância busca identificar e responder os assuntos de segurança a respeito de drogas já comercializadas e não as não comercializadas A farmacovigilância é conhecida como ensaios pós comercialização ou fase IV e tem como um dos principais objetivos a detecção precoce de reações adversas especialmente as desconhecidas O tipo de notificação mais utilizada é a notificação espontânea e não o relato de caso A farmacovigilância deu origem à farma coepidemiologia e não à atenção farmacêutica 3 A A afirmativa I está certa já que o método de notificação espontâneo é particularmente importante no monitoramento de reações adversas a medicamentos raras tardias graves e resultantes de interações farmacológicas decorrentes do uso contínuo de medicamento não descrito em bula e em grupos de pacientes mais vulneráveis como crianças e idosos A afirmativa II também está certa visto que o sis tema NOTIVISA disponibilizado desde 2008 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA é o principal sistema de notificações espontâneas de suspeitas de reações adversas a medicamentos no Brasil A afirmativa IV também está correta porque os Estudos Clínicos Controlados são planejados com o objetivo de determinar exclusivamente a eficácia de um novo medicamento 4 B Os Estudos de Utilização de Medicamentos EUM são definidos como aqueles voltados à comerciali zação distribuição prescrição e o uso dos medicamentos na sociedade com ênfase especial sobre as consequências médicas sociais e econômicas resultantes Os estudos de utilização também incluem a prescrição de medicamentos Os estudos de utilização de medicamentos podem contribuir para o for necimento de informações sobre a oferta de medicamentos a qualidade e a seleção de medicamentos o planejamento de ações a qualidade e a quantidade do consumo inclusive os hábitos de prescrição e de adesão ao tratamento O estudo de prescrição é um EUM do tipo qualitativo e não quantitativo 5 E A afirmativa I está correta visto que a dose terapêutica é considerada salvo nos casos em que a prin cipal indicação seja profilática quando será listada A afirmativa III também está correta já que a DDD para determinada substância em preparação simples deverá ser a mesma para a substância em pre paração associada A afirmativa IV também está correta porque as DDD de preparações de liberação controlada e de administração intermitente são consideradas dividindose a dose total administrada no período pelo número de dias de tratamento 6 Passos para a prática baseada em evidências Perguntar ask Compreender o cenário clínico e desenvolver uma pergunta estruturada que possa ser res pondida 268 Pesquisar search Construir uma sintaxe de busca apropriada com descritores e operadores booleanos e identificar as bases de dados apropriadas Avaliar criticamente appraise Avaliar criticamente a metodologia e os resulta dos de um artigo em relação às suas validades interna e externa Integrar integrate Integrar os resultados da pesquisa avaliada criti camente ao cuidado de um paciente específico Avaliar a prática evaluate Avaliar mudanças em sua prática médica atual e identificar oportunidades para melhoria UNIDADE 3 1 C São três categorias necessidade efetividade e segurança com dois tipos de PRM dentro de cada uma destas categorias 2 B A Atenção Farmacêutica é mais efetiva e aceita quando o farmacêutico colabora com o médico pois a relação destes dois profissionais deve ser em prol do bemestar do paciente atendido 3 D Que o farmacêutico analise a situação do paciente a medicação prescrita prepare um plano de segui mento e avalie os resultados encontrados durante este segmento só mediante uma análise criteriosa o farmacêutico conseguirá identificar e resolver os PRM do paciente 4 B Apenas as alternativas II III e V estão corretas As alternativas I e IV estão erradas porque elas estão com as fases trocadas invertidas 5 a Sim no caso clínico em questão o senhor João está sofrendo com um PRM do tipo 3 inefetividade não quantitativa da medicação isso quer dizer que ele está tomando a dose certa mas ela está sendo inefetiva pois ele está tomando no horário errado O Captopril é um antihipertensivo que tem sua absorção diminuída de forma muito considerável se for administrado junto às refeições Deste modo precisa ser administrado antes do café da manhã b O paciente precisa ser orientado que a partir de agora deverá tomar o medicamento em jejum logo que acordar e cerca de 30 minutos depois ele poderá tomar o seu café da manhã Não há necessidade de enviar comunicado ao médico de João apenas fazer as orientações para o paciente e de preferência de forma verbal e também por escrito 269 UNIDADE 4 1 B Estão corretas I III e IV A alternativa II faltou o âmbito individual a alternativa V faltou a produção 2 C A alternativa II está errada pois faltou a recuperação da saúde a alternativa IV está errada pois os materiais educativos são para grupos de pacientes e não para outros profissionais de saúde 3 C Na letra A a relação é com o paciente e não com profissional de saúde Na letra B faltou as habilidades não verbais na letra D faltou a atuação como líder na letra E a escuta é ativa e não passiva 4 A Na letra B a diferença é entre adultos e idosos na letra C incluise também as expressões faciais na letra D podem ou não seguir padrões culturais na letra E incluise ainda a adaptação UNIDADE 5 1 a A paciente em questão está tendo um PRM do tipo 3 de efetividade O medicamento que ela toma o sulfato ferroso não está sendo efetivo pois está sofrendo uma interação com os alimentos e não está sendo absorvido corretamente Por isto ela não melhora da sua anemia b Para resolver o problema a paciente precisa ser orientada a tomar o sulfato ferroso meia hora antes das refeições e de preferência com um suco de fruta ácido limonada ou suco de abacaxi O PH ácido melhora substancialmente a absorção do sulfato ferroso por isto ele deve ser ingerido antes das refeições e com sucos ácidos 2 B Número I está errada porque cura de doença é pneumonia bacteriana amigdalite estreptocócica Número III está errada porque prevenção de doença é osteoporose infarto agudo do miocárdio 3 C Temos três categorias de PRM indicação segurança e efetividade e cada uma delas se subdivide em mais duas categorias 270 4 C A alternativa III está errada pois foi o III e não o II Consenso de Granada que modificou o termo PRM para RMN 5 E A alternativa II está errada pois é importante pesquisar se o paciente deseja envolverse nas decisões clínicas e conhecer que tipo de informação deseja receber pois ele precisa envolverse com o processo e tudo precisa ser acordado por isto ele precisa ser ouvido A alternativa V está errada pois o farmacêutico deve expor as opções terapêuticas com seus prós e contras Estas informações devem ser transmitidas de forma compreensível sem jargões médicos com auxílio de desenhos no papel se necessário UNIDADE 6 1 Passo 1 definir o problema de saúde do paciente Passo 2 especificar o objetivo terapêutico Passo 3 verificar a adequação do problema de saúde ao tratamento proposto Passo 4 iniciar o tratamento Passo 5 prover informações tais como instruções e precauções específicas 2 O aluno deverá mostrar um esboço do documento de encaminhamento com as seguintes informações Nome do estabelecimento ou serviço de saúde nome do logradouro bairro cidade estado CEP telefone CNPJ inserir a logomarca do estabelecimento de saúde ENCAMINHAMENTO À Ao nome do profissional especialidade ou serviço Prezadoa Dra Encaminho o a paciente nome completo que informaapresenta os seguintes dados subjetivos e objetivos mais relevantes para justificar o encaminhamento em especial descreva os sinais de alerta e as condições especiais quando houver para avaliação À disposição para qualquer esclarecimento Atenciosamente Local e data 271 ASSINATURA Nome completo e número de inscrição do farmacêutico no CRFUF carimboimpressão ou de próprio punho 3 B I certa II errada pois não é um documento obrigatório e pode ser enviado a outros serviços ou outros profissionais III está correta IV errada pois a receita não é um documento obrigatório e V está correta 4 C I está correta II está correta III está errada pois faltou aqui um ponto importante as condutas e in tervenções que serão realizadas com o paciente IV está errada pois se faz necessário o número do conselho de classe ou registro profissional e V está correta 5 B Letra A errada pois no processo do autocuidado pode ser necessário o uso de algum medicamento para ajudar a combater sintomas simples e transitórios provocados pelos transtornos menores Letra C errada O processo de automedicação ou autocuidado pode acontecer e deve ser orientada por um profissional da saúde de preferência o farmacêutico devido ao conhecimento terapêutico que ele detém Letra D errada São os farmacêuticos capacitados em farmácia clínica que têm plenas condições de identificar as condições clínicas autolimitadas propor o tratamento acompanhar os resultados e fazer o encaminhamento quando necessário Letra E errada pois segundo a ResoluçãoCFF nº 5852013 entendese problemas de saúde autolimi tados como enfermidades agudas de baixa gravidade de breve período de latência que desencadeiam reações orgânicas as quais tendem a cursar sem danos para o paciente UNIDADE 7 1 Estes protocolos foram estruturados para guiar a anamnese que o profissional farmacêutico deve realizar mediante a queixa do paciente Eles foram desenhados partindo dos sinais eou sintomas referentes aos transtornos autolimitados e direcionam a avaliação da história da doença atual bem como da história clínica e farmacoterapêutica 272 Os protocolos são divididos em três blocos distintos o primeiro bloco se refere às perguntas a serem feitas pelo farmacêutico Partindo desse quadro teremos o segundo bloco onde o farmacêutico avaliará quais situações podem ser manejadas ou tratadas considerando o tratamento farmacológico e não farmacológico e então teremos o terceiro e último bloco onde se preciso for o paciente será encami nhado a outros serviços de saúde Portanto se o paciente apresentar algum sinalsintoma condição de saúde ou característica apresentada no bloco 3 ele deve ser encaminhado Dessa forma para cada pergunta da anamnese o farmacêutico deve avaliar a resposta do paciente e em qual critério a mesma se enquadra Isto pode ficar mais claro no quadro Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Início da anamnese do pacien te com as perguntas sobre o problema de saúde que serão feitas ao paciente Ao analisar as respostas do paciente as situações que es tiverem previstas no quadro verde podem ser manejadas pelo farmacêutico Ao analisar as respostas do paciente as situações que es tiverem previstas no quadro vermelho devem ser encami nhadas a outros profissionais Médico por exemplo Quadro Protocolo para entrevista de Anamnese Fonte a autora 2 B II errada pois é a Resolução nº 5852013 que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e a Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013 regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências IV errada pois o farmacêutico não pode prescrever antibióticos ele pode prescrever apenas medidas não farmacológicas e os medicamentos isentos de prescrição 3 A Alternativa III está errada O farmacêutico deve encaminhar o paciente ao médico quando não há melhora do problema de saúde e ele não pode prescrever antibióticos são medicamentos exclusivos de prescrição médica Alternativa V está errada A responsabilidade por supervisionar a farmacoterapia é do farmacêutico e não do paciente UNIDADE 8 1 C II Está errada pois o ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser separado do destinado a circulação de pessoas e dispensação de medicamentos 273 III Está errada pois o conjunto de materiais para primeirossocorros deve estar identificado e de fácil acesso nesse ambiente farmácia 2 A A letra B está errada o farmacêutico não pode fazer diagnóstico A letra C está errada pois o farma cêutico deve encaminhar o paciente para consulta médica quando um parâmetro bioquímico estiver alterado A letra D está errada pois os parâmetros que podem ser verificados em farmácia são pressão arterial temperatura corporal e glicemia capilar A letra E está errada pois o farmacêutico não pode alterar a medicação do paciente sem uma nova consulta médica 3 D Alternativa II está errada pois devem ser feitas três medidas da PA e não apenas duas Alternativa IV está errada pois após a medida da pressão arterial deve ser feito o registro na DSF da média das duas últimas leituras da PA sem arredondamentos e o braço em que a PA foi medida 4 E A II está errada pois o farmacêutico não pode instituir terapia farmacológica para o paciente ele deve adotar medidas terapêuticas mediante índice apresentado pelo paciente conforme prescrição médica ou até mesmo encaminhar o paciente ao médico em caso de necessidade A IV está errada pois se o paciente apresentar doenças como diabetes hemofilia problemas com coagulação sanguínea eou lesão tumoral de superfície lisa e consistência endurecida Ele deverá apresentar autorização médica a ser retida na drogaria para realização do procedimento 5 O aluno deverá descrever os seguintes passos Técnica de verificação de temperatura axilar 1 Higienizar as mãos 2 Reunir o material necessário na bandeja 3 Orientar o usuário ou acompanhante quanto ao procedimento a ser realizado 4 Posicionar o cliente sentado ou deitado em repouso 5 Enxugar a axila do cliente com papel toalha caso seja necessário 6 Realize a desinfecção do termômetro utilizando algodão embebido em álcool a 70 7 Colocar o bulbo do termômetro no oco da axila distal posicionando o braço transversalmente sobre o tórax 274 8 Manter o termômetro de acordo com a orientação do fabricante ou Aguardar o tempo de espera que será indicado pelo alarme sonoro do próprio termômetro 9 Retirar o termômetro e fazer a leitura 10 Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool 70 11 Realizar higienização das mãos 12 Realizar registro na declaração de serviços farmacêuticos UNIDADE 9 1 O aluno deverá descrever ou até desenhar um esquema com os cinco certos a saber 2 B O farmacêutico pode administrar medicamentos em farmácias e ele não pode administrar medica mentos de uso exclusivo hospitalar na farmácia 3 C A alternativa I está correta visto que estes são os três processos obtidos para promover a esterilidade do medicamento A alternativa III também está correta já que os pirogênios alteram a temperatura corporal e não podem estar presentes na formulação A alternativa V também está correta visto que a isotonia diz respeito ao equilíbrio osmótico 4 E A alternativa II está correta já que a trilha em Z garante a precisão de doses nas aplicações a alternativa III também está correta pois é uma técnica muito eficaz para aplicação de hormônios e substâncias irritantes e a alternativa IV também está correta pois além de dominar a técnica o profissional precisa saber escolher a agulha adequada para a aplicação MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO MEU ESPAÇO