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NA CRISTANDADE MEDIEVAL as relações entre os homens sejam ou não parentes nas também as relações entre os homens e as figuras divinas ou entre as próprias figuras sobrenaturais são em grande parte definidas como laços de parentesco Além das regras que como em todas as sociedades definem a filiação espiritual e divina Mesmo se a rede dessas relações de parentesco não permite se dar conta da totalidade dos laços existentes no seio da sociedade medieval ela tem um papel considerável na definição das relações sociais assim como na representação das relações entre os homens e as forças que regem o universo O fundamento desse sistema de representações é a instituição evangélica existenciada em Pai nos ciós do qual Ele próprio é o Filho e que através dele se torna para aqueles que o seguem Tal é o sentido do Pater Noster Mat 6 913 que Jesus ensina a seus discípulos e que lembrou no coração de toda prece cristã isso se li bem não é propriamente Evangelho dos gloriosos esplendores Em primeiro lugar concernindo ao conhecimento de um tal estágio em estado desrolador ao ato de fé com a condição que não só sangue é que deve sobreporse a esses laços Aquele que me é irmão é o próprio Jesus e eu não deixarei de ser meu discípulo Luc 14 26 O próprio Jesus dá exemplo recusando reconhecer sua mãe e seus parentes quando alguém o escutou Quem é minha mãe e quem são meus irmãos diz qualquer um que faça a vontade de meu Pai que está nos céus este é meu irmão um imão uma irmã e uma mãe Mat 12 4650 O segundo corolário é expressado aqui como em tantas outras passagens sendo todos filhos de Deus os discípulos de Cristo são unidos entre eles por longas de fraternidade É isso O PARENTESCO CARNAL E SEU CONTROLE PELA IGREJA A imposição de um modelo clerical do casamento Desde muito cedo a Igreja se interessa pelas instituições familiares para introduzir nelas alterações consideradas postas em evidência por Jack Goody Duas fases testemunham tensões particularmente vivas Nos séculos IV e V enquanto a Igreja passa da perseguição a posição de instituição e o Império Romano se desgraga a maior parte dos elementoschave das estruturas antigas do parentesco está periclitante ou desaparece no Ocidente notadamente a adoção a concubina o divórcio e o levirato Ao contrário novas práticas desenvolvemse em particular o apadrinhamento a partir do século VI assim como o conjunto de relações associadas ao parentesco batismal A conversão do casamento também profundamente transformada É preciso lembrar que nos primeiros séculos do cristianismo a ruptura evangélica da moral da fecundidade e sobretudo com a exigência de natividade que impusera ao cidadão romano em dever de filhos e Cidade conduzia a desvalorizar radicalmente o casamento ligado ao contato sexual o pecado somente a continência e a virgindade pareciam ser então dignas de exaltação ao mesmo tempo que salvarse não fugia para fora do mundo de uma sociedade que diria para fora da família Depois assumindo as consequências da mudança de estatuto da Igreja Agostinho inaugurou um processo fundamental que pros seguiu na longa duração do milênio medieval Com efeito ele engajou o cristianismo em uma prudente reabilitação do casamento em particular afirmando que este foi instituído por Deus no paraíso terrestre entre Adão e Eva quero dizer antes do pecado original no estado de inocência e prefiguração da humanidade desejado pelo Criador Tal evolução se inicia de maneira bem compreensível a partir do momento em que se impõe a necessidade de compor a organização externa da sociedade e em primeiro lugar reproduzir lá mesma Resulta disso uma concepção ambígua na qual o casamento e a reprodução exatamente só ao mesmo tempo depreciados e recatada a vida espiritual isso sob condição de serem controlados e associados ao legado espiritual Nos séculos XI e XII a reestruturação da sociedade produziu outro momento de tensões máximas As regras da aliança do casamento são objeto de numerosos conflitos muitas vezes ocasionais para a Igreja manifestar seu papel diante dos limites importantes como por exemplo a eclesiástica e o rei da França Filipe I entre 1094 e 1095 acusado por Urbano II de burrice e etc Georges Duby Tal termos apenas nomeiam e condenam em duelo de várias estilos de práticas articulacionais de condenação do espólio de esposa ao casamento assim como a união entre parentes próximos embora a Igreja nem se opor ao pelo celebração do casamento diante da porta da Igreja mas em vez do poder em embaixo consolidando assim seu poder Mas o sucesso dessas intervenções é muito variável segundo os regiões e em todo caso elas não são absolutamente necessárias seguindo a norma canônica insistentemente lembrada desde o século IX é essencialmente ao mesmo tempo que o casamento não reproduz uma concorrência legítima dos esposos que devem ser validade A intervenção do sacerdote no ritual matrimonial só se tornará obrigatória após o Concílio de Trento Transmissão dos patrimônios e reprodução feudal Em numerosas sociedades o laço de filiação ou de descendência e transmitido por somente um dos dois sexos cada indivíduo pertence então seja ao grupo de parentesco de seu pai e de seus ascendentes em linha masculina sistema patrimonial seja ao de sua mãe e de seus ascendentes em linha feminina matrilinear Assim o mundo romano antigo apresenta traços notáveis de patriarcalidade Estes desaparecem desde a Alta Idade Média em benefício de um sistema indiferenciado no qual o laço de descendência é transmitido igualmente pelos dois sexos Cada indivíduo possui então sua própria parental que abrange todos os consanguíneos de seu pai e de sua mãe sem contar os afins parentes de conjugue Este sistema é indiferenciado ou cognático porque até nossos dias é característica do conjunto da Idade Média mesmo se ele conhece algumas adaptações A princípio está ligada a reorganização da aristocracia e da sociedade feudal ao longo dos séculos XI e XII A historiografia com frequência caracterizou esse movimento como um nascimento da linhagem aristocrática mas o termo é pouco adaptado pois ele designa no vocabulário dos antropólogos o grupo de descendentes do ancestral comum o que supõe um sistema patrlinear ou matrilinear evocase também a passagem de uma organização horizontal tal como a Sippe germânica da Alta Idade Média grupo familiar alargado que mobiliza principalmente as solidariedades entre irmãos e primos para uma organização vertical que restringe o grupo familiar e põe a ação sobre uma linha de transmissão genealógica em gênero de graduação A determinação do caráter jurídico e social do casamento a partir dos princípios de herança e de inalienabilidade dos bens não se configura como uma das consequências da apadronização nas sociedades da Alta Idade Média Contudo é raro que deem a essa individualidade do indivíduo um enfraquecimento da sua capacidade de herança que é primitivamente subtraída de tal maneira a abandonar a partilha dos bens com base no título da propriedade Isso dá uma base de exclusão nobre que tem suas transformações por base É dessa tradição que deriva a hiera noite de laços que consagra e amplifica a primeira significação ao passe do tempo que se encontra por seu caráter de homogeneidade O status das filhas tem também uma relação muito clara que subtraí os bens dos casamentos assim bem como o que lhes é concedido por meio da herança está relacionado ao seu deslocamento nas lutas Já a questão de hereditariedade claramente se configura como uma das características primordiais das cortes e da aristocracia da Alta Idade Média mesmo se as figuras contemporâneas que recuperam um estado aristocrático vão abordar os seus laços tal como um ponto de dor A paternidade dos clérigos um princípio hierárquico Definir a posição do clero nessa rede não é fácil em virtude da diversidade dos estatutos em seu seio posições hierárquicas ordens menoresmaiores secularesregulares tradicionaisnovos e das situações que se inscrevem na fronteira que separa clérigos e leigos clérigos consagrados mas não ordenados conversos ofertados a membros dos ordens terceiras Mas como se viu a divisão entre clérigos e leigos aparentemente defendida permanece socialmente determinada Portanto as análises seguintes serão concentradas nos indivíduos cujo fato de pertencer ao clero é manifestado pela realização de um ritual ordenação aquisição do hábito ou votos e por um modo de vida discriminante essencialmente o celibato e do resto a aparição no século III de um rito de ordenação conferindo um papel exclusivo na celebração da eucaristia que constitui a origem da separação entre clérigos e leigos Como os demais cristãos os clérigos são filhos de Deus e da Igreja Sua função comum entretanto uma posição específica na rede de parentesco eles também são pais É verdade do sacramento batismal que o estatuto paterno se pode manifestar mais claramente Ele exerce então o papel de representante de Deus em sua função permite a realização do ato de partir por Deus e pela Igreja em virtude de seu estatuto de lugartenente de Deus e de membro da Igrejainstituição Imunidade de todos os cristãos e desenvolvimento das confrarias Uma outra relação de parentesco espiritual concerne a todos os batizados sendo filhos de Deus e da Igreja os cristãos são irmãos entre si Essa irmandade é generalizada também ela instituída pelo batismo de modo que caracteriza os membros da cristandade e traz uma linha de separação que exclui os outros homens Poderoso vetor de unidade da cristandade e de concordância social essa relação é muitas vezes evocada pelos clérigos em particular quando é necessário apaziguar os conflitos e promover a reconciliação É verdade que na terra esse laço permanece limitado e virtual ineficaz Ele se apaga impotencializando na maior parte do tempo diante das domínios sociais e das regras familiares A irmandade generalizada dos cristãos é um horizonte particularmente assinalado em seu embaço cuja plena realização é alçada para o além Certos laços sociais são entretanto suscetíveis de essa irmandade O fato de os clérigos pertencerem à Igreja a despeito das hierarquias e da estrutura torna mais ativo esse laço muito particularmente no seio da comunidade monástica Ele pode ser estendido aos leigos ou através de suas ações notadamente a Cluny isso estendidos à família monástica ao menos os associados ao mesmo processo O acompanhamento e igualmente uma maneira de tornar atividade a irmandade de todos os batizados A prática das ações das pobres direta por intermédio da Igreja é uma outra manifestação sua emitindo necessidade característica da sociedade medieval Enfim o desenvolvimento das confrarias a partir do século XII o sobretudo do século XIII permite alargar a consciência prática dessa fraternidade Tratase de um fenômeno de grande amplitude na escala da cristandade tanto nos campos como nas cidades e que está destinado a prolongarse no Novo Mundo sob formas particularmente originais Segundo os lugares e as épocas as confrarias poderão tomar formas diferentes privilegiando tanto o aspecto devocional como a organização corporativa de um ofício ou de um grupo profissional Todas têm entretanto importantes pontos em comum São associações de ajuda mútua e de devoção livremente estabelecidas que se permitem amar para ajudam uns aos outros fraternal entre seus membros seu próprio nome confraternitas em latim hermandad em castelhano como de compadres adoa seus participantes indica que elas se baseiam na noção de irmandade espiritual alargada característica das concepções cristãs do parentesco A unidade das confrarias manifestase pela devoção comum ao protetor do grupo um santo padroeiro ou a Virgem 25 p 249 formas do poder sagrado concreta notadamente a responsabilidade dos funerais e a prece coletiva para os membros devotos ou ainda através de um vínculo obrigacional que anula em que em torno do alimento partilhado se realiza igualmente a unidade da corporativa A instituição das confrarias permite assim uma organização para a reprodução autônoma dos laicoss embora sempre sob o olhar vigilante dos clérigos Ele é sobretudo um indício da mitificação da Igreja processo pelo qual as estruturas sociais e ideológicas desdendais pela Igreja Poderosos meios de integração os confrarias comportam por assim dizer seus laços interamente fundados no direito de parentesco espiritual cuja elaboraçã aparece como elemento da Igreja No geral a irmandade espiritual das confrarias aparece como uma forma ideal e não realizada do parentesco espiritual A comunidade não permite mandar sobre uma existência que requer a participação no sacramento eucarístico mas o laço de amor espiritual que deveria caracterizálo é também um círculo penitencial espiritual através de efeito para os próprios como formas do mitíc da Comunhão para retornar uma noção de Pierre Bourdieu a parte prática mantendo um funcionamento a irmandade espiritual no fôlego Se se considera agora o conjunto das religações espirituais mencionadas aqui vêse que a condição do parentesco aparece de qualquer maneira alguns paradoxos constantes Agostinho nota que o filho que deseja epíscopa se tornase pai dos pais cada anterioridade padronizada pode levar a de um laço espiritual inverte o laço carnal Ilustrando um outro caso Agostinho sublinha que epístolas podem os pais carnais se tornaram irmãos espirituais Eles que forem mais e que
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lugar concernindo ao conhecimento de um tal estágio em estado desrolador ao ato de fé com a condição que não só sangue é que deve sobreporse a esses laços Aquele que me é irmão é o próprio Jesus e eu não deixarei de ser meu discípulo Luc 14 26 O próprio Jesus dá exemplo recusando reconhecer sua mãe e seus parentes quando alguém o escutou Quem é minha mãe e quem são meus irmãos diz qualquer um que faça a vontade de meu Pai que está nos céus este é meu irmão um imão uma irmã e uma mãe Mat 12 4650 O segundo corolário é expressado aqui como em tantas outras passagens sendo todos filhos de Deus os discípulos de Cristo são unidos entre eles por longas de fraternidade É isso O PARENTESCO CARNAL E SEU CONTROLE PELA IGREJA A imposição de um modelo clerical do casamento Desde muito cedo a Igreja se interessa pelas instituições familiares para introduzir nelas alterações consideradas postas em evidência por Jack Goody Duas fases testemunham tensões particularmente vivas Nos séculos IV e V 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clérigos consagrados mas não ordenados conversos ofertados a membros dos ordens terceiras Mas como se viu a divisão entre clérigos e leigos aparentemente defendida permanece socialmente determinada Portanto as análises seguintes serão concentradas nos indivíduos cujo fato de pertencer ao clero é manifestado pela realização de um ritual ordenação aquisição do hábito ou votos e por um modo de vida discriminante essencialmente o celibato e do resto a aparição no século III de um rito de ordenação conferindo um papel exclusivo na celebração da eucaristia que constitui a origem da separação entre clérigos e leigos Como os demais cristãos os clérigos são filhos de Deus e da Igreja Sua função comum entretanto uma posição específica na rede de parentesco eles também são pais É verdade do sacramento batismal que o estatuto paterno se pode manifestar mais claramente Ele exerce então o papel de representante de Deus em sua função permite a realização do ato de partir por Deus e pela Igreja em 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