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PÁGINA ABERTA\nNÃO AO RETROCESSO\nA queda dos índices de vacinação no Brasil é um sério risco à saúde pública. A campanha agora iniciada deve ajudar, mas a solução depende de ação do governo, em conjunto com a sociedade\nISABELLA BALLIAL*\nA VACINAÇÃO é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o segundo maior avanço da história da humanidade no campo da saúde pública, atrás apenas da ampliação da oferta de água potável. As vacinas deste período livraram o mundo da poliomielite e erradicaram a epidemia de meningite A, que assolou a África por décadas. Anualmente, elas são capazes de evitar entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por diferentes doenças, tétano, coqueluche e sarampo.\nCriado no Brasil em 1973, foi reconhecido como referência internacional, o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde consolidou e ampliou uma série de políticas que se iniciaram no longo do século 1832, quando foi estabelecida a primeira legislação de vacinação obrigatória no país. De lá pra cá, o Brasil conseguiu erradicar varíola (1971), a poliomielite (1989) e, de prol, eliminações circunstanciais de rubéola e da rubéola congênita (2015, como sarampo (2016) e do tétano materno neonatal (2017). Trata-se de emoções vitoriosas, e são celebrados como um marco. Dentre essas doenças, a situação, porém, emite neste momento preocupantes sinais de retrocesso. As baixas coberturas vacinais em crianças menores de 1 ano, ao longo de 2017, os piores dos últimos desastres anos, e os mais de 10.000 casos de sarampo no Amazonas, em Roraima e em outros estados acenderam um alerta vermelho para a possibilidade de retorno dessas doenças ao nosso cotidiano (exceto da varíola, cujo vírus segue em circulação mais no planeta).\nVislumbrar o que poderá acontecer com os números de vacinação permanecem insatisfatórios não é difícil se fizermos uma rápida visão do passado. Em 1991, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foram registrados no Brasil 42.532 casos de sarampo e 690 mortes decorrentes da doença. Em 1992, foi dada a largada ao Plano Nacional de Eliminação do Sarampo e seus efeitos positivos já se fizeram sentir: os registros caíram de forma significativa — para 7.700 ocorrências em 29 estados, respectivamente. A caminhada que culminou com o certificado de área livre do sarampo, concedido às Américas pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em 2016, não foi livre de percalços. Devido à alta transmissibilidade da doença, a facilidade de deslocamento da população e a\ncirculação de vírus em regiões de forte apelo turístico — Europa, por exemplo, enfrenta uma epidemia há mais de um ano, com mais de 20.000 casos notificados, — lidamos com altos surtos de grandes proporções. Em 1997, a chegada de duas pessoas infectadas da Itália a um jogo, combinada ao resultado da decisão adotada do espectro, foi também uma vez em mais de 5.000 pessoas e matou somente em 1996. A última vez em que o sarampo havia retornado de forma em surtos no país entre 2013 e 2015, mas de maneira localmente, no Ceará.\nA volta ao passado traz consequências nefastas. É bom conhecer-las para dimensionarmos o plano de ação a ser premeditado (e não). Além dos óbitos que provocam, o sarampo, principalmente, a poliomielite podem encarecer a permanência dos mortos e dependência de ventilação mecânica para respirar. São incalculáveis os prejuízos sociais e econômicos.\nNo século XXI, com tanto conhecimento científico acumulado tamanhos acessos às vacinas, cabe melhorar nas ações que levam ao retrocesso com essas decisões. Como um dado questão dessa complexidade, a resposta não é fácil nem única. Certamente a sensação de segurança gerada pelo desaparecimento das doenças — que, aliás, baloufa com uma significativa parcela da população imune que a prevenção não é mais prioritária. Às vezes, o medo volta, é verdade, mas em casos\nAs baixas coberturas vacinais acendem um alerta vermelho para a volta de doenças ao nosso cotidiano PÓLIO Doença erradicada oficialmente do Brasil desde 1989: resultado de extraordinários programas de imunização isolados. Como esquecer as brigas travadas em unidades básicas de saúde pelo imunizante contra a febre amarela no auge dos últimos surtos? No geral, porém, as vacinas ficaram em segundo plano.\nA isso, soma-se a onda de notícias falsas, que ajudam a especular ganhos acumulados em décadas. Apesar da excelência do trabalho para garantir eficácia dos imunizantes — desde os testes laboratoriais até o monitoramento de eventos adversos após a vacina começar ser aplicada em massa —, as redes sociais se apoderam de mensagens que eram tomadas por todo tipo de absurdo. O mais claro, sem dúvida, é a existência de uma suposta relação entre triplo viral (vacina que ataca o sarampo, a caxumba e a rubéola) e o autismo, já desmentido por inúmeras pesquisas científicas. Combater desinformação do meio é prioridade. Em 2015, a Sociedade Brasileira de Imunizações lançou a iniciativa Vacina é Proteção para Todos, da qual originou o portal Família SBIm (familia.sbim.org.br). A página, uma espécie de enciclopédia on-line, foi a primeira em língua portuguesa a ser incluída pela OMS na Vaccine Safety Net, lista de sites com informações confiáveis sobre vacinação.\nOutro ponto que emperra o avanço da imunização é a falta de conhecimento de que a vacinação não termina na infância. Adolescentes, adultos e idosos têm clareado a cumprir a imunização das vacinas, como a dupla contra a bactéria e a gripe, precisam ser tomadas regularmente para que seja mantida a proteção. Apesar de sua importância, a campanha de vacinação contra a gripe precisou ser estendida seguidas vezes neste ano para que 90% do grupo prioritário fosse alcançado. Além disso, a maior incidência de febre amarela se observou justamente em pessoas acima dos 20 anos. Cerca de 75% dos infectados no surto de hepatite A que ocorre em São Paulo desde 2017 têm entre 18 e 39 anos.\nQue esses números sejam alertas a todos. Ajustes são absolutamente necessários para que o país não volte no tempo. Do ponto de vista de quem trabalha com políticas públicas, entre representantes de entidades médicas e da sociedade civil organizada, é preciso atentar cada vez mais empenho para elaborar estratégias de comunicação adequadas aos novos tempos. E precisa também que haja maior atenção a um manejo emergencial: êxito da vacinação não está apenas nas campanhas contra doenças específicas, como o pólio, que começou em 26 Gohina no ma-dírio popular. Seu sucesso, em última análise, será escrito por meio da vacinação de rotina das campanhas de imunização.\nNesse sentido, a campanha nacional que se inicia agora, para a aplicação de vacinas contra sarampo e poliomielite em todas as crianças de 1 a 5 anos, também não são imunizadas antes, pode ser um alívio.\nDada a grandeza do tema, vale o investimento em estabelecer turnos de atendimento alternativos para abranger demanda de quem não pode ir às unidades básicas de saúde de horário comercial, em um programa consistente de vacinação escolar argumentar a prescrição de vacinas por parte de médicos não políticas. A responsabilidade é de todos. O Brasil não pode olhar no retrovisor.