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TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS PROFESSORAS Dra Sabrina Weiss Sties Me Xana Raquel Ortolan Quando identif car o ícone QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Acesse o seu livro também disponível na versão digital Google Play App Store 2 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4 Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná Brasil wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância STIES Sabrina Weiss ORTOLAN Xana Raquel Técnicas e procedimentos de primeiros socorros Sabrina Weiss Sties Xana Raquel Ortolan Maringá PRUnicesumar 2019 Reimpresso em 2023 180 p Graduação em Educação Física EaD 1 Técnicas 2 Procedimentos 3 Primeiros socorros 4 EaD I Título ISBN 9788545917809 CDD 22ª Ed 610 CIP NBR 12899 AACR2 Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza CRB8 6828 Impresso por DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pósgraduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenadora de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes Projeto Gráfico José Jhonny Coelho Editoração Victor Augusto Thomazini Designer Educacional Lilian Vespa Revisão Textual Érica Fernanda Ortega Ilustração Bruno Pardinho Marta Sayuri Kakitani Marcelo Yukio Goto Fotos Shutterstock Em um mundo global e dinâmico nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo não somente para oferecer uma educação de qualidade mas acima de tudo para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento Baseamo nos em 4 pilares intelectual profissional emocional e espiritual Iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Curitiba Ponta Grossa e Londrina e em mais de 300 polos EAD no país com dezenas de cursos de graduação e pósgraduação Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência com IGC 4 em 7 anos consecutivos Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromisso com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ativas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária Vamos juntos Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boasvindas Prezadoa Acadêmicoa bemvindoa à Comunidade do Conhecimento Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos professores e pela nossa sociedade Porém é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático repetitivo local e elitizado mas de um conhecimento dinâmico renovável em minutos atemporal global democratizado transformado pelas tecnologias digitais e virtuais De fato as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas lugares informações da educação por meio da conectividade via internet do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares As redes sociais os sites blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos A apropriação dessa nova forma de conhecer transformouse hoje em um dos principais fatores de agregação de valor de superação das desigualdades propagação de trabalho qualificado e de bemestar Logo como agente social convido você a saber cada vez mais a conhecer entender selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer as tecnologias atuais e suas novas ferramentas equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós Então priorizar o conhecimento hoje por meio da Educação a Distância EAD significa possibilitar o contato com ambientes cativantes ricos em informações e interatividade É um processo desafiador que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades Como já disse Sócrates a vida sem desafios não vale a pena ser vivida É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer Willian V K de Matos Silva PróReitor da Unicesumar EaD Seja bemvindoa caroa acadêmicoa Você está iniciando um processo de transformação pois quando investimos em nossa formação seja ela pessoal ou profissional nos transformamos e consequentemente transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos De que forma o fazemos Criando oportunidades eou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância oa acompanhará durante todo este processo pois conforme Freire 1996 Os homens se educam juntos na transformação do mundo Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontramse integrados à proposta pedagógica contribuindo no processo educacional complementando sua formação profissional desenvolvendo competências e habilidades e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade de maneira a inserilo no mercado de trabalho Ou seja estes materiais têm como principal objetivo provocar uma aproximação entre você e o conteúdo desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional Portanto nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita Ou seja acesse regularmente o Studeo que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem interaja nos fóruns e enquetes assista às aulas ao vivo e participe das discussões Além disso lembrese que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliáloa em seu processo de aprendizagem possibilitandolhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica boasvindas Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional Janes Fidélis Tomelin PróReitor de Ensino de EAD Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pósgraduação Leonardo Spaine Diretoria de Permanência autores Dra Sabrina Weiss Sties Doutorado 2016 e Mestrado 2013 em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Estadual de Santa Catarina Especialização em Fisioterapia Cardior respiratória pela Universidade Tuiuti do Paraná 2008 Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis 2017 Possui Graduação em Fisioterapia pela Universidade do Vale do Itajaí 2007 Membro da Brigada de incêndio da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA e do Comitê de Biosse gurança da Faculdade Avantis Participa de treinamentos e eventos científi cos relacionados à atuação em situações de urgência e emergência Profere palestras para Capacitação em urgências e emergências com ênfase em ressuscitação cardiopulmonar Participa de ações de extensão e do grupo de pesquisa do Núcleo de Cardiologia e Medicina do Exercício Florianópolis Atua na área de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica RCPM Docente do Curso de Educação Física Bacharelado e Licenciatura do Curso de Fisioterapia do Curso de Odontologia e do curso de PósgraduaçãoEspecialização em Fisiologia do exercício e Coordenadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade Avantis Atua há cinco anos como docente das disciplinas de urgência e emergência para diversos cursos da área da saúde Currículo Lattes da professora disponível em httplattescnpq br1247690965577240 autores Me Xana Raquel Ortolan Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí 2013 Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis 2017 Possui Gra duação em Enfermagem pela Universidade do Vale do Itajaí 2010 atuou como enfermeira assistencial na atenção terciária participando de equipes multidis ciplinares da área da saúde Além disso participa de pesquisas nas áreas de Biologia e Comportamento e Histologia Atualmente preside o Comitê de Ética e o Comitê de Biossegurança da Faculdade Avantis além de ser membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA Docente dos cursos de graduação de Fisioterapia Enfermagem e Odontologia da Faculdade Avantis e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Avantis Atualmente leciona disciplinas relacionadas à Biossegurança Ergonomia Saúde do Traba lhador e aos Primeiros Socorros Currículo Lattes da professora disponível em httplattescnpq br0235772875783640 apresentação do material TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Sabrina Weiss Sties Xana Raquel Ortolan Caroa alunoa seja bemvindoa Este material que oa acompanhará na disciplina Técnicas e Procedimentos de Primeiros Socorros foi elaborado com muito cuidado para que possa servir de base para os seus conhecimentos na área Ao longo dos anos avanços relevantes na área dos primeiros socorros leva ram ao reconhecimento da importância do atendimento imediato às vítimas que apresentam condições de agravo à saúde que podem causar risco de morte Diante deste cenário diversos protocolos foram desenvolvidos como referência para a condução destes procedimentos iniciais os quais são apresentados ao longo desta obra Desta maneira este livro tem como principal escopo informar e orientar você acadêmicoa do curso de Educação Física sobre as condutas que devem ser seguidas diante de situações de urgência e emergência Para tanto serão apresentadas durante as unidades deste material situações que podem ocorrer no seu dia a dia e durante a sua atuação profissional assim como as condutas para o atendimento de primeiros socorros Você conhecerá um grupo de situações clínicas importantes abrangendo os tipos mais frequentes na prática do Profissional de Educação Física no ambiente escolar academias centros de treinamento entre outros apresentação do material A primeira unidade aborda temas que servem de base para o desenvolvimen to da disciplina como a relevância da sua relação com oa alunoa ou atleta Destacamos os aspectos legais relacionados aos atendimentos de primeiros socorros Faremos uma reflexão sobre o preparo do Profissional de Educação Física frente aos quadros de urgência eou emergência e sobre as formas de prevenir essas situações No último tópico trataremos dos procedimentos gerais para a avaliação da vítima Após você obter os conhecimentos sobre estes aspectos gerais do atendi mento na Unidade II estudaremos os eventos cardiovasculares e respiratórios que podem levar à síncope desmaio ao aumento ou à diminuição da pressão arterial e situações que podem causar uma parada cardíaca eou respiratória Em seguida na Unidade III serão abordados os eventos metabólicos como as alterações nos níveis de glicemia e situações que podem acometer o siste ma neurológico como convulsões acidente vascular encefálico traumatismo cranioencefálico e raquimedular Na Unidade IV verificaremos as características dos acidentes por envenena mento e intoxicação e enfatizar as lesões que causam hemorragia e queimaduras E para finalizar na Unidade V você conhecerá as lesões musculoesqueléticas que são peculiares à prática esportiva as quais serão divididas em lesões do tórax do abdômen da coluna dos membros superiores e inferiores Um forte abraço e bons estudos sumário UNIDADE I ASPECTOS GERAIS DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 16 Relação Profi ssional de Educação FísicaAluno 18 Incidência de Situações de Urgência e Emergência na Prática Esportiva 20 Aspectos Legais e Órgãos Competentes 22 Urgência e Emergência 24 Introdução aos Primeiros Socorros 26 Preparo do Profi ssional de Educação Física Frente aos Quadros de Urgência eou Emergências Médicas 28 Prevenção das Emergências Médicas 30 Avaliação da Vítima 42 Referências 45 Gabarito UNIDADE II URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS 50 Lipotimia e Síncope 52 Hipertensão Arterial Sistêmica Crise Hiper tensiva e Hipotensão 54 Aterosclerose Doença Arterial Coronariana DAC e Angina 55 Infarto Agudo do Miocárdio IAM 56 Parada Cardiorrespiratória PCR 62 Obstrução das Vias Aéreas OVA 65 Síndrome de Hiperventilação 66 Crise Asmática 68 Afogamentos 78 Referências 81 Gabarito sumário UNIDADE III URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS METABÓLICAS E NEUROLÓGICAS 86 Hiperglicemia e Hipoglicemia 90 Convulsão e Epilepsia 94 Ataque Isquêmico Transitório AIT 96 Acidente Vascular Encefálico AVE 100 Traumatismo Cranioencefálico TCE 102 Traumatismo Raquimedular TRM 110 Referências 113 Gabarito UNIDADE IV ACIDENTES E LESÕES EM GERAL 118 Hemorragia Interna e Externa 122 Queimaduras 126 Choque Elétrico 128 Insolação 130 Intoxicação e Envenenamento 134 Lesões nos Olhos Orelhas e Dentes 141 Referências 143 Gabarito UNIDADE V LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM ATIVIDADES FÍSICAS 148 Lesões Musculoesqueléticas em Atividades Físicas 152 Lesões na Coluna 154 Lesões no Tórax e Abdômen 156 Lesões Musculoesqueléticas em Membros Superiores 160 Lesões Musculoesqueléticas em Membros Inferiores 175 Referências 179 Gabarito 180 CONCLUSÃO GERAL Professora Dra Sabrina Weiss Sties Professora Me Xana Raquel Ortolan Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Relação profi ssional de Educação FísicaAluno Incidência de situações de urgência e emergência na prática esportiva Aspectos legais e órgãos competentes Urgência e emergência Introdução aos primeiros socorros Preparo do profi ssional de Educação Física frente aos quadros de urgência eou emergências médicas Prevenção das emergências médicas Avaliação da vítima Objetivos de Aprendizagem Compreender a importância do bom relacionamento entre o profi ssional de Educação Física e o aluno Conhecer as situações de urgência e emergência mais prevalentes durante a atividade física Analisar os aspectos legais em relação ao atendimento de primeiros socorros Entender a diferença entre as situações de urgência e emergência Compreender o signifi cado de primeiros socorros Refl etir sobre o preparo do profi ssional de Educação Física frente aos quadros de urgências e emergências mais frequentes Conhecer as condutas voltadas à prevenção de urgências e emergências Aprender sobre os procedimentos relacionados à avaliação da vítima e as técnicas corretas para avaliação dos sinais vitais ASPECTOS GERAIS DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA E EMERGÊNCIA unidade I INTRODUÇÃO Q ualquer indivíduo está sujeito a sofrer acidentes ou lesões e po dem ocorrer independentemente do ambiente em que se en contra seja na escola universidade na rua seja até mesmo em casa A falta de conhecimento em relação aos procedimentos de primeiros socorros pode provocar sequelas irreversíveis nas vítimas de situações de urgência ou emergência Em casos mais graves o óbito pode ocorrer especialmente quando há demora entre a ocorrência do evento e a chegada do serviço especializado Não é novidade que em locais onde há prática de atividade física a incidência de acidentes e lesões pode aumentar consideravelmente Nes te sentido oa profissional de Educação Física tem um papel fundamen tal na promoção da saúde dos seus alunos e atletas e na prevenção de urgências e emergências que possam ocorrer no ambiente de trabalho Baseandose nessa premissa é que se torna importante o conhecimento sobre primeiros socorros Considerando a responsabilidade dessa profissão a maioria dos cur sos de graduação em Educação Física nas modalidades de licenciatura e bacharelado tem implementado em sua grade curricular disciplinas que abordam os primeiros socorros Portanto a falta de conhecimento em relação a este tema não pode ser uma justificativa para a omissão do so corro ou para a adoção de técnicas inadequadas diante de situações de urgência ou emergência Enquanto profissionais temos responsabilidade sobre nossas intervenções e não podemos admitir que nossas atitudes sejam equivocadas devido à utilização de condutas impróprias ou da so licitação desnecessária da assistência especializada em emergência Por conseguinte caroa alunoa esperamos que você faça uma leitura atenta desta unidade e aproveite as sugestões de reflexão e aprofunda mento apresentadas ao longo deste caderno e no material complementar E aí vamos começar unidade II 16 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Relação Profi ssional de Educação FísicaAluno EDUCAÇÃO FÍSICA 17 Manter uma boa relação entre você e oa alunoa é imprescindível para que possa conhecêloa e obter informações sobre seu histórico de saúde e persona lidade Estes aspectos podem contribuir na preven ção de acidentes ou de eventos que coloquem a vida em risco A qualidade dos relacionamentos está direta mente relacionada à integridade e à capacidade de os indivíduos inspirarem confiança Em eventos de urgência ou emergência a vítima normalmente encontrase fragilizada portanto quando falar com a vítima procure resgatar a confiança adquirida ao longo do tempo demonstre convicção quanto ao co nhecimento dos primeiros socorros e explique com clareza que a ajudará Visto que o processo de interação humana en contrase presente em todos os ambientes e que o ser humano é um ser sociável e depende de boas re lações para a sua sobrevivência a maneira como se dão essas interações determina o nível de confian ça entre os indivíduos Neste contexto durante a prática de ativida des físicas a figura do profissional de Educa ção Física é fundamental pois envolve o elo afetivo e permite por meio das atividades corporais esportivas culturais e coope rativas experiências positivas que en sinam a conviver harmoniosamente uns com os outros CASTAGNOLI 2009 Entretanto o desafio de manter um bom relacionamento entre profes soraalunoa é grande pois dentro de um mesmo ambiente social estão inse ridas pessoas diferentes em vários aspectos As competências que são consideradas relevan tes para estabelecer essa relação são comunicação liderança equilíbrio emocional autoconhecimento empatia e afetividade Além disso deve haver coe rência entre o seu discurso e os seus atos Lembrese de transmitir tranquilidade e segu rança pois são condutas fundamentais para garantir um atendimento de qualidade em casos de urgência ou emergência e prevenir complicações futuras Contudo caroa alunoa você sabe quais são as lesões mais comuns relacionadas à prática espor tiva que poderá presenciar no seu dia a dia Vamos conhecêlas 18 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Incidência de Situações de Urgência e Emergência na Prática Esportiva EDUCAÇÃO FÍSICA 19 As lesões mais típicas relacionadas à prática esporti va podem ser diferenciadas em traumáticas e clíni cas As fraturas ferimentos hemorragias traumas de crânio tórax e coluna são consideradas as principais lesões traumáticas Já as lesões clínicas destacamse o mal súbito o desmaio a crise convulsiva o infarto e a parada cardiorrespiratória CREF4 2014 No que se refere às crianças devido às suas caracte rísticas anatômicas menor coordenação e habilidade motora maior impulsividade e baixo reconhecimen to dos riscos elas se tornam suscetíveis aos acidentes frequentemente graves no ambiente escolar Estudos desenvolvidos em nível mundial demons traram que as quedas são os acidentes mais frequentes com crianças e adolescentes em espaço escolar repre sentando em 2011 uma taxa de 55 do total de aci dentes escolares ocorridos CRISTO 2011 Esse tipo de acidente é a principal causa de lesões traumáticas cerebrais com risco significativo de sequelas crônicas demandando custos consideráveis WHO 2008 Os atletas e frequentadores de academia e centros de treinamento porém além de apresentarem lesões musculoesqueléticas variadas também estão vulne ráveis a complicações De fato temse o entendimen to de que situações de emergência durante ou após o exercício físico dependem de fatores como idade gênero comorbidades e tipo de esporte praticado Ademais naqueles indivíduos que já apresentam distúrbios cardiovasculares e quadro clínico instável o esforço físico acima de determinada intensidade é extremamente perigoso podendo levar às arritmias ventriculares isquemia miocárdica parada cardior respiratória e ao óbito ALBERT et al 2000 Como professora em algum momento você provavelmente estará envolvido em situações que requerem a prestação de primeiros socorros Por tanto lembrese de que o profissional de Educação Física deve assegurar a seus beneficiários um serviço profissional seguro competente e atualizado pres tado com o máximo de conhecimento habilidade e experiência Isso também se aplica às situações que necessitam de cuidados emergenciais as quais estão previstas em diversas normas e leis que regem os as pectos relacionados aos primeiros socorros 20 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS A prestação dos primeiros socorros ainda é motivo de dúvidas para o cidadão e os profi ssionais Qual é a nossa responsabilidade diante de uma vítima que necessita de auxílio durante as situações de urgência e emergência Você enquanto profi ssional de Edu cação Física deve conhecer as leis os códigos de ética e as normas relacionadas às intervenções em primeiros socorros O fato de ofender a integridade corporal ou saú de de outrem abandonar pessoa que está necessi tando de cuidados e omitir socorro em situações em que não haja risco pessoal são condutas que carac terizam crime perante a legislação brasileira O Código Civil Brasileiro BRASIL 2002 on line destaca no Artigo 186 que o indivíduo que por ação ou omissão voluntária negligência ou imprudência violar direito e causar dano a outrem ainda que exclusivamente moral comete ato ilícito Por sua vez de acordo com o Código Penal Bra sileiro Lei n 2848 de 7 de dezembro de 1940 qual Aspectos Legais e Órgãos Competentes EDUCAÇÃO FÍSICA 21 quer indivíduo mesmo o leigo tem o dever de ajudar a pessoa acidentada ou simplesmente chamar ajuda Do contrário sofrerá sanções penais BRASIL 1940 Neste sentido sabese que todo profissional que tenha obrigatoriedade de prestar socorro como oa educadora físicoa está sujeito aos estatutos legais que regem a prestação de socorro Nos casos omis sos o profissional sofrerá processos penais e respon derá pela consequência de sua omissão O Artigo 135 do Código Penal BRASIL 1940 fixa que deixar de prestar assistência quando possível fazêlo sem risco pessoal à pessoa inválida ou ferida deixandoo ao desamparo ou em grave e iminente pe rigo ou não pedir o socorro da autoridade pública é crime A penalidade pode ser pagamento de multa ou detenção que varia de um a seis meses podendo ser aumentada em metade caso haja omissão que resulte em lesão corporal grave e triplicada se houver morte Para o Conselho Federal de Educação Física as responsabilidades com os alunos que praticam al guma atividade física seguem alinhadas aos direitos constitucionais civis penais e sobretudo à ética profissional CONFEF 2008 Compete a esse pro fissional a avaliação do aluno além de coordenação organização planejamento e supervisão da aula treino e ocupando lugar de destaque deve entre to das as atividades ter um conhecimento prático dos procedimentos que devem ser adotados em situação de urgência e emergência BRASIL 2010 Sendo assim é de suma importância que oa profissional esteja preparado para as exigências de qualidade e de ética profissional nas intervenções que realizar Ele deverá estar treinado para agir em diversas situações de emergência para compreen der analisar e aplicar o seu conhecimento em luga res onde pode haver a intervenção desse profissional STEINHILBER 2002 Por outro lado destacase que a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros Em mui tos casos ela tem direito de recusar o atendimento seja por crença religiosa ou por falta de confiança no prestador do serviço Em adultos o direito existe quando estiverem conscientes ou caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente como um trau ma na boca mas demonstre através de sinais que não aceita o atendimento fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de socorro Nessas situações você deve certificar se que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima Por outro lado em crianças a recusa do atendimento pode ser fei ta pelo pai mãe ou responsável legal Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado o prestador deverá se pos sível arrolar testemunhas que comprovem o fato SILVEIRA MOULIN 2003 A principal causa de morte fora dos hospi tais é a falta de atendimento e a segunda é o socorro inadequado As pessoas morrem porque ninguém faz nada ou porque alguém não capacitado resolveu fazer algo Marta Peres Sobral Rocha REFLITA Nas situações em que a pessoa não possui um trei namento específico ou não se sente confiante para atuar o fato de chamar o socorro especializado já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro Ressaltase que cada pessoa deve agir conforme seus conhecimento e limites 22 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Urgência e Emergência EDUCAÇÃO FÍSICA 23 A área de urgência e emergência exige do profi ssio nal qualifi cação para oferecer os cuidados instantâ neos e seguros à vítima independentemente do seu estado Nesse sentido saber diferenciar os dois é o primeiro passo para compreender o planejamento do atendimento à vítima Devido aos conceitos de urgência e emergência não serem aplicados apenas à área da biomédica a leitura das defi nições por vezes não expressa com clareza a diferença destes termos É por isso que fre quentemente há uma dúvida sobre a determinação de situações que confi guram urgência ou emergência É verdade que os atendimentos urgentes ou emergentes são frequentemente interligados mas ainda assim não são sinônimos Inicialmente pode se dizer que a detecção do risco de morte iminente ou do perigo que ameaça a manutenção das funções vitais é um dos critérios básicos para distinguir as situações de emergência e urgência Baseado nestas informações agora você conse gue diferenciar situações de Urgência e Emergência Caroa alunoa vamos compreender os aspectos que defi nem e caracterizam cada situação As situações de urgência exigem assistência ime diata no menor tempo possível com o objetivo de evi tar complicações e sofrimento São caracterizadas por processo agudo clínico ou cirúrgico sem risco de mor te iminente GIGLIOJACQUEMONT 2005 Alguns exemplos são lipotimia síncope e hipoglicemia As situações de emergência porém compre endem uma ameaça iminente à vida sofrimento intenso ou risco de lesão permanente havendo necessidade de tratamento médico imediato Essas condições podem levar a danos irreversíveis e até a óbito GIGLIOJACQUEMONT 2005 Como exemplo temos o infarto agudo do miocárdio IAM parada cardiorrespiratória PCR e hemor ragias intensas A partir disso podemos considerar que para cada situação existe uma opção de protocolo di ferenciado Nos casos de menor gravidade como dores leves ferimentos superfi ciais síncopes etc a vítima pode ser encaminhada às Unidade Bási cas de Saúde Por outro lado em casos de emer gência como dores no tórax acidente vascular encefálico traumatismo raquimedular ou parada cardiorrespiratória a vítima deverá receber as sistência em Unidades Móveis de Urgência ou se possível deverá ser levada ao pronto socorro Vale ressaltar que situações de urgência podem tornar se casos de emergência se não conduzidas de ma neira adequada Portanto caroa alunoa saber classifi car essas ocorrências tornará possível determinar a aplicação de condutas apropriadas prevenindo possíveis com plicações além de garantir a celeridade na procura de serviços especializados o que possibilita a assis tência adequada e efi caz 24 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Introdução aos Primeiros Socorros EDUCAÇÃO FÍSICA 25 Os primeiros socorros são considerados como se gundos de ouro Compreendem os cuidados que devem ser prestados imediatamente à vítima cujo estado físico põe em perigo a sua vida com o obje tivo de garantir a manutenção das funções vitais e evitar o agravamento das condições aplicando me didas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada BRASIL 2003 A American Red Cross Scientific Advisory Council a Cruz Vermelha americana 2010 ca racteriza os Primeiros Socorros como a assistência prestada rapidamente a uma pessoa doente ou feri da até chegar o serviço de emergência São caracte rizados pelo atendimento não apenas de lesões físi cas ou doenças mas também por outros cuidados iniciais incluindo apoio psicossocial para pessoas que sofrem estresse emocional causado por experi mentar ou testemunhar um trauma ou evento Segundo a Associação Americana do Coração AHA 2010 as avaliações e intervenções em pri meiros socorros podem ser realizadas por uma pes soa presente com equipamento mínimo ou nenhum Vale ressaltar que há redução da morbidade e mortalidade em até 75 em situações de emergên cia préhospitalar mesmo quando a primeira ajuda for prestada por leigos com treinamento nesta área VALÉRIO 2010 No entanto no que concerne efetivamente aos procedimentos de primeiros so corros destacase que no âmbito dos locais onde a prática de exercício físico é frequente o alcance de seus objetivos depende do preparo dos profissionais de Educação Física Segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho IFRCRCS 2016 os objetivos dos primeiros socorros são Preservar a vida Aliviar o sofrimento Prevenir mais doenças ou lesões Promover a recuperação 26 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Preparo do Profi ssional de Educação Física Frente aos Quadros de Urgência eou Emergências Médicas EDUCAÇÃO FÍSICA 27 Há uma constante preocupação dos especialistas da área da saúde em relação aos acidentes ocorridos durante a prática do exercício físico já que a demo ra na busca de assistência especializada ou o aten dimento inadequado podem causar danos maiores e até irreversíveis interferindo na recuperação do aluno ou na qualidade de vida Como citado anteriormente o professor de Educação Física deve ter conhecimentos quanto às noções básicas de primeiros socorros para agir cor retamente sempre que for necessário Entretanto Si queira et al 2011 mostra que os professores pelo menos 30 deles não se sentem preparados para agir em situações de emergência Outro estudo des taca que a maioria dos profissionais não estão capa citados para atender a um mal súbito ou intervir em situações de parada cardiorrespiratória CASSOTE et al 2005 Nesta perspectiva podese observar que você precisa estar preparadoa para lidar com os pri meiros socorros pois o primeiro atendimento é fundamental para salvar vidas Assim você como futuroa profissional conhecendo as técnicas de primeiros socorros estará mais capacitadoa e pre paradoa para ministrar suas aulas em qualquer ambiente obterá uma visão clínicaperiférica com base no estado e integridade física de seus beneficiá rios e terá a capacidade de minimizar a probabilida de de acidentes 28 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Prevenção das Emergências Médicas EDUCAÇÃO FÍSICA 29 É de suma importância levar em conta a prevenção de acidentes e lesões no ambiente esportivo Os fato res de riscos podem ser extrínsecos ou intrínsecos Quando são relacionados ao ambiente ao tipo de modalidade às vestimentas à orientação inadequa da são considerados extrínsecos No entanto carac terísticas como idade sexo condicionamento físico e presença de doenças são fatores intrínsecos ou seja do próprio praticante Para prevenir os fatores de risco ambientais as instalações e os equipamentos envolvidos na prá tica de atividades físicas devem estar em bom es tado e garantir segurança Em academias ambien tes aquáticos e ginásios esportivos o piso deve ser revestido com material antiderrapante para evitar quedas É importante que os equipamentos e ma quinários estejam a uma distância apropriada de paredes e colunas Além disso todos os ambientes devem ser providos de uma boa ventilação para evitar distúrbios relacionados com o desequilíbrio térmico do praticante O tipo de atividade praticada pode impor maior risco sendo que a especificidade da moda lidade está diretamente associada a determinados riscos de acidentes ou lesões As roupas e calçados também são fatores relevantes recomendase que sejam adequados produzidos com tecidos que per mitam a evaporação e que liberem o calor produ zido pelo organismo considerando o conforto É indicado que os calçados tenham solado aderente e sistema de amortecimento para absorção de impac tos SILVA 1998 Flegel 2015 descreve alguns tópicos que o profissional deve seguir a fim de minimizar riscos de lesões planejar de forma correta as atividades fornecendo as devidas orientações sobre os riscos inerentes aos exercícios supervisionar o praticante durante as atividades utilizar os princípios do trei namento para a prescrição de exercícios respeitan do a individualidade de cada indivíduo Neste contexto uma boa anamnese fornece in formações sobre o estado de saúde do praticante torna a prática esportiva mais segura diminuindo assim a ocorrência de situações emergenciais É imprescindível dar atenção adequada ao exa me físico especialmente quando se trata da popula ção idosa que tem como característica a heteroge neidade com diferenças em diversos aspectos como condições gerais de saúde estado cognitivo dentre outras características intrínsecas ao processo de en velhecimento HUPP ELLIS TUCKER 2009 A classificação do estado físico do praticante de pende dos seus hábitos de vida das doenças e comor bidades Sendo assim é possível verificar que para prevenir as situações de urgência e emergência você precisa estar preparado para atuar diante de relatos como uso de álcool drogas diabetes mellitus hiper tensão arterial sistêmica entre outras Lembrando também que estes hábitos e estas doenças podem ser verificados tanto em adultos como em crianças Contudo conhecer oa seusua alunoa ou atle ta tomar os devidos cuidados e oferecer orientações sobre a prática esportiva pode minimizar os riscos de acidentes e lesões e salvar vidas 30 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Avaliação da Vítima EDUCAÇÃO FÍSICA 31 Inicialmente antes de abordar uma vítima será pre ciso verificar o local para garantir a sua segurança durante o atendimento Caso o ambiente não esteja adequado em algumas situações por exemplo você pode desligar a rede elétrica antes de prestar os pri meiros socorros É importante frisar que a sua segu rança deve estar em primeiro lugar Portanto ao realizar os procedimentos você deve utilizar materiais e equipamentos que sirvam como barreiras para evitar o contato direto com san gue e outros fluidos que possam transmitir doenças contagiosas como as luvas descartáveis máscaras faciais e óculos de proteção Em ambientes de prática de atividades físicas é extremamente importante ter à disposição um kit de primeiros socorros Além dos dispositivos de barrei ra citados anteriormente este kit deve conter Quadro 1 Kit de primeiros socorros Sabão ou lenços antibacterianos Tesoura Gazes esterilizadas Esparadrapo Ataduras Tipoia Termômetro oral Sacos plásticos para gelo ou bolsa de gel Estetoscópio Esfigmomanômetro Fonte a autora Agora que você já conheceu os cuidados que devem ser tomados antes do atendimento verificaremos como devemos proceder na avaliação e no atendi mento nos casos de urgência ou emergência A se guir nós descrevemos os procedimentos de modo geral mas a partir da Unidade 2 você verificará as definições e condutas nas situações específicas Os protocolos para atendimento necessitam de atitude rápida e seguem as diretrizes para procedi mentos baseados nas melhores evidências cientí ficas Estes permitem maior qualidade do trabalho desenvolvido aquisição de maior confiança no pro cesso de tomada de decisão e maior eficácia nos des fechos Neste contexto podemos citar o Suporte Básico de Vida SBV no qual a sequência de procedimen tos tem como objetivo promover oxigenação e per fusão aos órgãos vitais AHA 2010 em vítimas de parada cardiorrespiratória PCR É importante lembrar que a sequência de atendi mento à vítima sofreu alteração Anteriormente era considerada como o ABC da ressuscitação abertu ra de via aérea ventilação e compressões torácicas Atualmente a sequência recomendada é CAB com pressões torácicas abertura de via aérea e ventila ção Esta mudança é devido às evidências de que apesar de a ventilação ser importante as compres sões são imprescindíveis na RCP e não podem ser postergadas GONZÁLEZ et al 2013 Os procedimentos de SBV contemplam o reco nhecimento imediato de parada cardíaca o acio namento do serviço de atendimento móvel de ur gência a realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar RCP e uso do desfibrilador ex terno automático DEA As ações de SBV devem ser realizadas de maneira adequada para aumentar a possibilidade de sobrevivência de uma vítima em situação de emergência Diante disto é necessário utilizar a corrente da sobrevivência para realizar passo a passo as con dutas durante o atendimento Esta corrente para o adulto Figura 1 é composta por cinco elos que são relacionados ao suporte básico e avançado de emer gência e cuidados pósPCR AHA 2015 32 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Figura 1 Cadeia de sobrevivência parada cardiorrespiratória extrahospitalar PCREH Fonte adaptada de AHA 2015 A corrente de sobrevivência pediátrica Figura 2 no entanto apresenta sequência diferen te da corrente do adulto O primeiro elo referese à prevenção de acidentes seguido pela ressuscitação cardiopulmonar precoce e efetiva acionamento imediato ao serviço móvel de urgência medidas de suporte avançado de vida e cuidados pósressuscitação AHA 2010 O primeiro elo é o mais relevante visto que o desfecho de PCR em crianças geralmente é muito ruim QUILICI TIMERMAN 2011 Figura 2 Cadeia de sobrevivência pediátrica Fonte AHA 2010 online Na Unidade II nós estudaremos de maneira mais específica os conceitos de PCR e outros aspectos relevantes no atendimento desta situação como realizar as compressões e ventila ções e utilizar o DEA A avaliação primária da vítima deve ser completada em no máximo 30 segundos tendo por objetivo avaliar as condições de risco e a necessidade do início precoce do suporte básico de vida Você precisa determinar se oa aluno a encontrase estável ou seja se apresenta condições e sinais vitais equilibrados e constantes ou se está instável caso apresente alterações gradativas ou súbitas das condições e dos sinais vitais EDUCAÇÃO FÍSICA 33 Entendemos os sinais como sendo as alterações que podem ser verificadas por meio de avaliação por exemplo pulso coloração da pele e sudorese No entanto os sintomas são relatados pela própria vítima de acordo com sua percepção por exemplo tontura fraqueza e náusea Ao abordar a vítima você precisa checar a responsi vidade Para isso precisa aproximarse e ajoelhar próxi mo da cabeça colocando a mão sobre os ombros da vítima e chamar por ela Se ela responder apresentese e pergunte se precisa de ajuda Se ela não responder e não reagir significa que está irresponsiva SBC 2015 Figura 3 Avaliação da responsividade Ao checar o estado geral será possível determinar a orientação temporal e espacial da vítima o nível de consciência e os sinais vitais A checagem dos sinais vitais contempla a verificação da respiração pulso pressão arterial e temperatura Esta avaliação possi bilita a identificação de possíveis problemas fisioló gicos e facilita o monitoramento doa alunoa que apresenta uma situação de urgência ou emergência É importante lembrar que a verificação dos sinais vi tais difere de acordo com a classificação do risco ou do estado da vítima Portanto para a avaliação da respiração no caso de vítimas responsivas além da identificação de alterações no padrão respiratório como apneia ausência periódica da respiração bradipneia res piração lenta e taquipneia respirações rápidas e profundas podemos verificar a frequência respira tória FR ou seja contar o número de incursões por minuto Para isto você deverá observar a respiração doa alunoa verificando a elevação do tórax No caso de vítima não responsiva deve verificar se há elevação do tórax em menos de 10 segundos não perca tempo contando as respirações por minuto Se identificar que ela apresenta respiração fique ao seu lado monitorando a evolução e caso seja necessário chame o serviço móvel de urgência GONZÁLEZ et al 2013 Na tabela a seguir você pode observar os valores da frequência respiratória em repouso Tabela 1 Frequência respiratória em repouso até 1 ano de 1 a 5 anos de 6 a 8 anos acima de 8 anos adultos até 60 mpm até 40 mpm até 30 mpm até 20 mpm de 12 a 20 mpm Fonte Brasil 2012 FIZTGERALD 1995 Para a avaliação do pulso você deve pressionar le vemente a artéria com os dedos indicador e médio As artérias utilizadas para a avaliação são carótida braquial radial ou femoral Em crianças cheque o pulso carotídeo ou femoral AHA 2015 Esta con duta permitirá que você identifique se o pulso está forte ou fraco e se o ritmo está regular 34 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Em vítimas não responsivas verifi que o pulso central carotídeo em adultos Figura 4 em crian ças o pulso central ou femoral Figura 5 este pro cedimento deve ser rápido entre 5 e 10 segundos Caso não detecte pulso ou esteja com difi culdade para avaliar inicie as compressões e ventilações GONZÁLEZ et al 2013 Figura 4 Avaliação do pulso carotídeo Figura 5 Avaliação do pulso femoral Fonte as autoras Nas vítimas que não estão em situação de emergên cia você terá tempo para avaliar a frequência cardía ca a qual se refere ao número de batimentos por mi nuto bpm Os locais podem ser os mesmos citados anteriormente para avaliação do pulso Na tabela a seguir você pode observar os valores da frequência cardíaca em repouso Tabela 2 Frequência cardíaca em repouso até 1 ano de 1 a 5 anos de 5 a 12 anos de 12 a 16 anos adultos de 94 a 169 bpm de 89 a 137 bpm de 65 a 130 bpm de 60 a 120 bpm de 50 a 100 bpm Fonte adaptada de Pastore et al 2009 2016 Embora a medida da pressão arterial PA faça parte da avaliação dos sinais vitais não está incluída nos procedimentos de SBV Entretanto essa avaliação é importante para proceder em outros casos de urgên cia ou emergência Tanto os procedimentos para a medida da pressão arterial quanto os valores de re ferência descritos a seguir seguem a VII Diretriz de Hipertensão Arterial MALACHIAS et al 2016 Para realizar a avaliação você precisa instruir oa alunoa a nã o conversar durante a mediçã o O ideal é que não esteja com a bexiga cheia e que não tenha praticado exercí cios fí sicos na última hora Quanto ao posicionamento oa avaliadoa deve estar sen tadoa com as pernas descruzadas pé s apoiados no solo encostadoa na cadeira e relaxadoa O braço deve ser posicionado na altura do coraçã o e apoiado com a palma da mã o voltada para cima EDUCAÇÃO FÍSICA 35 Inicialmente é necessário verifi car a circunfe rê ncia do braço no ponto mé dio entre acrô mio e olé crano selecionar o manguito de tamanho ade quado colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da linha cubital estimar o ní vel da pressão arterial sistólica PAS pela palpaçã o do pulso radial colocar a campânula ou o diafragma do estetoscó pio sem compressã o excessiva sobre a arté ria braquial infl ar até ultrapassar 20 a 30 mmHg o ní vel estima do da PAS obtido pela palpaçã o iniciar a defl açã o lentamente determinar a PAS pela ausculta do pri meiro som fase I de Korotkoff e a pressão arterial diastólica PAD no desaparecimento dos sons fase V de Korotkoff MALACHIAS et al 2016 É fato que em determinadas situações isso não será possível pois a vítima pode não conseguir per manecer na posição sentada como nos casos de sín cope desmaio Então você poderá verifi car a pressão em decúbito dorsal mas utilizando o mesmo posicio namento do braço e seguir as demais recomendações Em crianças é recomendado que a mediçã o da PA seja realizada em toda avaliaçã o médica apó s os trê s anos de idade uma vez ao ano pois faz parte do atendimento pediá trico primá rio TRUELSEN et al 2007 No entanto os valores de PA para crianças e adolescentes levam em consideração a idade sexo e altura conforme disponíveis em tabelas especí fi cas ou aplicativos para smartphones 36 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS Caroa alunoa acesse o link da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial e veja as tabelas de referência para avaliação da pres são arterial nas páginas 55 a 58 Disponível no link httppublicacoescardiolbr2014dire trizes201605HIPERTENSAOARTERIALpdf Fonte as autoras SAIBA MAIS No que se refere à avaliação da PA em idosos há carac terísticas peculiares ao processo de envelhecimento o que pode causar maior frequência do hiato ausculta tório desaparecimento dos sons durante a deflação do manguito resultando em níveis falsamente baixos na PAS e falsamente altos na PAD Malachias et al 2016 Por outro lado o posicionamento recomendado para as gestantes deve ser sentada ou em posição de decúbito lateral esquerdo ambos os métodos trans mitirão os mesmos resultados OLIVEIRA 2000 Agora que você já tem conhecimento para medir a pressão arterial verifique na tabela a seguir a clas sificação da PA a partir de 18 anos de idade segun do a VII Diretriz de Hipertensão Arterial 2016 Tabela 3 Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório a partir de 18 anos de idade Classificação PAS mm Hg PAD mm Hg Normal 120 80 Préhipertensão 121139 8189 Hipertensão estágio 1 140159 9099 Hipertensão estágio 2 160179 100109 Hipertensão estágio 3 180 110 Quando a PAS e a PAD situamse em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificação da PA Fonte Malachias et al 2016 Quanto à classificação para as crianças e adolescen tes são considerados hipertensos quando apresen tam PAS eou PAD superiores ao percentil p 95 conforme idade sexo e percentil de altura em pelo menos três momentos distintos MALACHIAS et al 2016 Para finalizar as avaliações dos sinais vitais ve remos os métodos para verificar a temperatura Para isso você precisa de um termômetro e inicialmente será necessário higienizálo com algodão e álcool agitando até que acuse temperatura igual ou infe rior a 35º C 95º F Feito isso seque a axila doa avaliadoa posicione corretamente o termômetro na axila com o braço pressionado contra o corpo segurando a extremidade oposta ao reservatório GONÇALVES GONÇALVES 2009 Caso o ter mômetro não seja digital aguarde durante cinco mi nutos antes da leitura A temperatura axilar normal é de 365ºC Na tabela a seguir pode ser observada a classificação de estado febril Tabela 4 Classificação de estado febril Subfebril 37 a 375ºC Febre baixa 375 a 385ºC Febre moderada 385 a 395ºC Febre alta 395 a 40ºC Fonte adaptada de Gonçalves e Gonçalves 2009 Nesta unidade verificamos os procedimentos gerais para avaliação da vítima e estes conhecimentos se rão necessários para você compreender os conteú dos das demais unidades Vamos verificar os conceitos e outros detalhes relacionados às situações de urgência e emergência que você poderá presenciar 37 considerações finais C aroa alunoa ao longo desta unidade destacamos o papel importante que oa profissional de Educação Física possui frente às situações de ur gência e emergência Você deve ter se dado conta da sua responsabilidade acima de tudo como cidadão mas também como professora diante de lesões ou eventos que coloquem em risco a vida doa alunoa Neste sentido nesta unidade buscamos trazer informações relacionadas à im portância que você tem diante da construção de uma boa relação com oa alunoa pois ela se configura como o primeiro passo no atendimento de primeiros socorros O relacionamento interpessoal concreto e efetivo desenvolve o vínculo de confiança e segurança entre os sujeitos perante essas situações Em um segundo momento caroa alunoa existe a necessidade de avaliar cor retamente o local e as vítimas do acidente ou lesão garantindo que a sua segurança esteja preservada e isso permite o gerenciamento adequado dessas condições Des ta maneira buscamos trazer os fatores que interferem no atendimento inicial e os principais equipamentos que podem ser utilizados nessas situações Adicionalmente você pode adquirir conhecimentos em relação à identificação dos sinais e sintomas que auxiliam na classificação do evento possibilitando um atendimento mais rápido e eficaz e sobre as técnicas corretas em relação à verificação dos sinais vitais Por fim destacamos que o conhecimento sobre primeiros socorros não se resu me a essa unidade Ainda há muito para aprender Verifique também o material e leitura completar e aproveite nossas atividades de estudos Bons estudos 38 atividades de estudo 1 Os atendimentos de primeiros socorros na área de urgência e emergência são compe tências do Profissional de Educação Física As responsabilidades com os indivíduos que praticam alguma atividade física seguem alinhadas aos direitos constitucionais civis penais e sobretudo à ética profissional Segundo a Resolução nº 145195 do Conselho Federal de Medicina a constatação de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de morte ou sofrimento intenso indica uma situação de a Caráter menos imediatista b Urgência c Síndrome do jaleco branco d Emergência e Síncope 2 Enquanto profissionais temos responsabilidade sobre nossas intervenções e não pode mos admitir que nossas atitudes diante de situações de urgência ou emergência sejam equivocadas Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas I Aproximar o Profissional de Educação Física das técnicas de primeiros socorros é imprescindível para oferecer informação atualizada sobre os diversos episódios de urgência e emergência na prática profissional PORQUE II Conhecer os riscos e medidas preventivas bem como os protocolos de atendimento permitem agir com mais segurança qualidade e competência A respeito dessas asserções assinale a alternativa correta a As asserções I e II são verdadeiras e a II é justificativa da I b As asserções I e II são verdadeiras mas a II não é justificativa da I c As asserções I e II são proposições falsas d A asserção II é proposição falsa mas a I é proposição verdadeira e A asserção I é proposição falsa mas a II é proposição verdadeira 39 atividades de estudo 3 Você está em uma quadra esportiva preparando o ambiente para a prática de vôlei e se depara com uma vítima jovem do sexo masculino inconsciente seu primeiro procedi mento será a Realizar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar b Realizar a manobra de desobstrução das vias aéreas c Avaliar os sinais vitais d Avaliar a responsividade da vítima e Verificar a sua segurança antes de realizar o atendimento 4 A hipertensão arterial frequentemente chamada de pressão alta é uma doença multifa torial e sistêmica Segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial é considerada hipertensão arterial estágio I em indivíduos acima de 18 anos quando a pressão a Sistólica é que 120 mmHg e a diastólica que 80 mmHg b Sistólica é que 130 mmHg e a diastólica que 90 mmHg c Sistólica é a 140 mmHg e a diastólica que 90 mmHg d Sistólica está 140159 mmHg e a diastólica 9099 mmHg e Sistólica é igual a 139 mmHg e a diastólica igual a 85 mmHg 5 O Profissional de Educação Física deve estar apto a reconhecer as situações que põem a vida em risco assim como os procedimentos de primeiros socorros pois são importan tes para manter a vítima em melhor condição possível até que se obtenha atendimento médico Portanto este profissional tem como objetivos nos primeiros socorros I Diagnosticar as doenças II Solicitar assistência médica e serviço de emergência III Minimizar o risco de outras lesões e complicações IV Evitar infecções É correto o que se afirma em a I II III e IV apenas b I II e III apenas c II III e IV apenas d II e III apenas e I apenas 40 LEITURA COMPLEMENTAR Caroa alunoa o artigo apresentado A importância do treinamento em primeiros so corros no trabalho dos autores Alvaro Ragadali Filho Nerdilei Aparecida Pereira Ivonilde Leal Quesia da Silva dos Anjos e Janaina Teodosio Travassos Loose 2015 publicado na Re vista Saberes vem ao encontro de nossas discussões realizadas nesta unidade de estudo O documento tem como objetivo reforçar a importância do treinamento de primeiros so corros explicando o conceito e objetivo dos primeiros socorros demonstrando ações e procedimentos referentes às situações de urgênciaemergência e avaliando o processo de treinamento de primeiros socorros Embora o artigo tenha um enfoque relacionado ao trabalho você perceberá ao longo da leitura que as informações e condutas demonstradas no texto se aplicam também à nossa vida cotidiana Ademais os autores promovem uma refl exão muito pertinente sobre a im portância de se manter atualizado sobre as condutas de primeiros socorros sugerindo até que o estudo deste tema seja aplicado também às crianças já no ensino fundamental E aí você concorda A seguir confi ra o resumo do artigo Os acidentes de trabalho são acontecimentos que ocorrem independentemente da von tade do trabalhador e em sua maioria causam lesões físicas e psicológicas à vítima que dependendo da gravidade do fato passa a necessitar de socorro imediato por parte de ou tras pessoas para manter seus sinais vitais evitando sequelas e aumentando suas chances de sobrevivência até que receba atendimento especializado Os primeiros socorros são técnicas empregadas em prol da vida da vítima e podem ser realizados por qualquer pes soa desde que esta tenha conhecimentos e habilidades para agir adequadamente Desta forma este trabalho objetivou realizar um estudo literário acerca da importância do trei namento de primeiros socorros no trabalho pois é de suma importância que a sociedade se conscientize quanto ao valor de realizar um curso básico de primeiros socorros mesmo que não faça parte das exigências de sua profi ssão tendo em vista que em qualquer lugar que estiver alguém poderá precisar de ajuda O artigo está disponível na integra em httpsfacsaopauloedubrwpcontentuploads sites16201805ed310pdf Caroa alunoa não perca esta oportunidade Faça uma análise do artigo e refl ita sobre esta questão Boa leitura Fonte as autoras 41 material complementar Primeiros Socorros nos Esportes Melinda J Flegel Editora Manole Sinopse ser um treinador bemsucedido requer um conhecimento que vai alé m das habilidades e estraté gias do esporte Inclui també m ser capaz de ensinar té c nicas e tá ticas motivar os atletas e gerenciar uma sé rie de detalhes Alé m disso envolve desempenhar de forma competente a funç ã o de ser o primeiro profi ssio nal a prestar ajuda em caso de lesõ es e doenç as dos alunos ou atletas Ainda que esses problemas nã o sejam frequentes você deverá estar preparado para pres tar primeiros socorros de maneira rá pida e adequada quando ocorrerem pois isso pode salvar a vida de um indivíduo Para ajudar você a lidar com o desafi o de administrar os primeiros socorros às vítimas lesionadas esta obra abrange os seguintes aspectos a o trabalho de equipe e a preparaç ã o necessá ria para uma conduta efi ciente de primeiros socorros no esporte conduç ã o de etapas de aç ã o de emergê ncia b conduç ã o da avaliaç ã o da vítima e administraç ã o de primeiros socorros nas mais variadas situações de urgência e emergência Indicação para Ler O Dr Drauzio Varella fala sobre a importância do conhecimento em primeiros socorros Ao fi nal ele dá dica de um aplicativo gratuito disponível para Android e IOS Baixe em seu celular ele pode ajudar nos estudos Web httpswwwyoutubecomwatchvfsnv8b1vNUY Indicação para Acessar ser um treinador bemsucedido requer um conhecimento que vai alé m das habilidades e estraté gias do esporte Inclui també m ser capaz de ensinar té c nicas e tá ticas motivar os atletas e gerenciar uma sé rie de detalhes Alé m disso envolve desempenhar de forma competente a funç ã o de ser o primeiro profi ssio nal a prestar ajuda em caso de lesõ es e doenç as dos alunos ou atletas Ainda que 42 referências ALBERT C M et al Triggering of sudden death from cardiac causes by vigorous exertion N Engl J Med v 343 p 135561 2000 AHA American Heart Association Part 13 Pediatric Basic Life Support Circula tion AHA Journals v 122 n 18 suppl 3 nov 2010 Disponível em httpcirc ahajournalsorgcontent12218suppl3S862short Acesso em 15 jan 2019 AMERICAN RED CROSS SCIENTIFIC ADVISOTY COUNCIL Hand Hygie ne Scientific Review 2010 Disponível em httpwwwredcrossorgtakeaclass scientificadvisorycouncil Acesso em 15 jan 2019 Destaques da American Heart Association de 2015 atualização das diretri zes para RCP e ACE 2015 Disponível em 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de EF Rio de Janeiro CONFEF 2002 TRUELSEN T et al Standard method for developing stroke registers in lowinco me and middleincome countries experiences from a feasibility study of a stepwise approach to stroke surveillance STEPS Stroke Lancet Neurol v 6 n 2 p 134139 2007 VALÉRIO A Os cinco gestos de socorro educar para a saúde um relato de experiên cia uma reflexão Revista Portugal Clínica Geral n 26 p 304307 2010 WHO World Health OrganizationWorld report on child injury prevention 2008 Disponível em httpwhqlibdocwhointpublications20089789241563574eng pdf Acesso em 15 jan 2019 45 gabarito 1 D 2 A 3 E 4 D 5 C Professora Dra Sabrina Weiss Sties Professora Me Xana Raquel Ortolan Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Lipotimia e síncope Hipertensão arterial sistêmica crise hipertensiva e hipotensão Aterosclerose doença arterial coronariana DAC e angina Infarto Agudo do Miocárdio IAM Parada Cardiorrespiratória PCR Obstrução das Vias Aéreas OVA Síndrome de hiperventilação Crise asmática Afogamentos Objetivos de Aprendizagem Conceituar lipotimia e síncope e descrever os primeiros socorros Conceituar hipertensão arterial sistêmica crise hipertensiva e hipotensão e descrever os protocolos de atendimento Conceituar aterosclerose doença arterial coronariana e angina Descrever o infarto agudo do miocárdio Conceituar parada cardiorrespiratória e apresentar o protocolo para realização da ressuscitação cardiopulmonar Identifi car a obstrução das vias aéreas e descrever o protocolo para atendimento Conceituar a síndrome de hiperventilação e descrever as condutas de primeiros socorros Identifi car a crise asmática e saber realizar os procedimentos de primeiros socorros Descrever o afogamento e descrever as condutas de primeiros socorros URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS Unicesumar INTRODUÇÃO C aroa acadêmicoa bemvindoa à Unidade II do nosso ma terial Agora que você já conhece os procedimentos para ava liar os sinais vitais nesta unidade abordaremos situações que podem ser decorrentes ou que podem ocasionar eventos que promovam alterações nos sistemas cardiovascular e respiratório Após identificar cada situação apresentaremos os protocolos indicados para o atendimento das vítimas Inicialmente caroa acadêmicoa descreveremos as situações mais comuns como a lipotimia e a síncope as quais costumam ser de curta duração e podem ocorrer em indivíduos de qualquer faixa etária Você também aprenderá a reconhecer quando o indivíduo apresenta hipertensão arterial sistêmica crise hipertensiva ou hipotensão e quais são os posicionamentos indicados e demais condutas que devem ser rea lizadas nestes casos Para que você acadêmicoa do curso de Educação Física possa com preender melhor como e por que ocorre o infarto agudo do miocárdio e a parada cardíaca abordaremos os aspectos relacionados à aterosclerose e à doença arterial coronariana as quais entre outros fatores podem cau sar IAM e PCR Por fim serão relatados os conceitos e procedimentos relacionados aos casos que provocam alterações respiratórias como a obstrução das vias aéreas que ocorre frequentemente devido ao engasgo com alimen tos ou aspiração de líquido por submersão ou imersão a síndrome de hiperventilação e a crise asmática presenciada geralmente nos casos de ansiedade Caroa alunoa aproveite o conteúdo desta unidade e lembre de verificar os tópicos que trazem indicações para o aprofundamento do seu estudo Bons estudos E então vamos começar 50 Lipotimia e Síncope Figura 1 Lipotimia Figura 2 Síncope EDUCAÇÃO FÍSICA 51 Os conhecimentos sobre os procedimentos gerais para avaliação das vítimas em situações de urgên cia e emergência que abordamos na Unidade I se rão complementados pelos conteúdos desta e das próximas unidades Desta forma iniciaremos pe los conceitos e condutas relacionadas a lipotimia e síncope A lipotimia é caracterizada por alteração da consciência sem perda total dela em cuja situação a vítima relata a sensação de desmaio No entanto na síncope há perda súbita da consciência e conse quentemente o desmaio Ambas as situações são de curta duração e a recuperação da consciência geral mente é espontânea A lipotimia e a síncope podem ocorrer em de corrência de diversas situações As causas mais co muns estão relacionadas à desidratação à anemia à diminuição de fluxo sanguíneo e ao oxigênio no cé rebro aos traumas na cabeça aos problemas neuro lógicos ou devido à hipoglicemia que geralmente ocorre em indivíduos que não se alimentaram estão fazendo regimes sem orientação ou em diabéticos GONÇALVES GONÇALVES 2009 Entre estas a causa mais frequente é a diminui ção da atividade cerebral Para manter a oxigenação no cérebro o corpo desfalece e mantém um metabo lismo basal ou seja realiza a mínima atividade com o mínimo gasto de energia Estas situações podem ocorrer também devido à queda súbita da pressão ar terial hipotensão em consequência da dor emoção intensa esforço físico fobia de ambientes fechados calor excessivo e ao ver sangue MORAES 2010 Segundo Gonçalves e Gonçalves 2009 os si nais e sintomas destas situações são Sensação de fraqueza Escurecimento da visão Náuseas vômito Pele fria e pegajosa Pulso rápido e fraco Extremidades dos pés e mãos geladas Extremidades cianóticas coloração azular roxeada Os primeiros socorros dependerão se o indivíduo está ou não consciente Apresentaremos no quadro a seguir quais devem ser os procedimentos Quadro 1 Procedimentos nos casos de lipotimia e síncope Se oa alunoaatleta estiver consciente Se oa alunoaatleta estiver inconsciente Ajudeo a sentar em uma cadeira Oriente que coloque a cabeça entre os joelhos fa zendo uma pressão com as mãos na região cervical Se já estiver ao chão eleve os membros inferiores cerca de 20 cm Afrouxe as roupas Você deve monitorar os sinais vitais Caso verifique alteração dos sinais vitais e não ocor ra recuperação dentro de alguns minutos chame o serviço de urgência Inicialmente verifique o pulso e respiração Eleve os membros inferiores cerca de 20 cm Coloqueo em posição de recuperação se não esti ver lesionado com a cabeça lateralizada Afrouxe as roupas Você deve monitorar os sinais vitais Caso verifique alteração dos sinais vitais e não ocor ra recuperação dentro de alguns minutos chame o serviço de urgência Fonte adaptado de Flegel 2008 Moraes 2010 e Varella e Jardim 2011 52 Figura 3 Posicionamento da vítima consciente Fonte Flegel 2008 p 114 Figura 4 Posicionamento da vítima inconsciente Geralmente ao presenciar estas situações são to madas condutas equivocadas e erradas como jo gar água no rosto da vítima oferecer líquido ou comida utilizar produtos com odor forte como vi Hipertensão Arterial Sistêmica Crise Hipertensiva e Hipotensão Caroa alunoa na Unidade I verifi camos a classi fi cação da pressão arterial e os procedimentos para avaliar a PA Nesta unidade abordaremos os concei tos e as condutas nos casos de alteração da PA Neste contexto podemos citar a hipertensã o arterial HA é considerada uma doença multi fatorial em que há elevaçã o sustentada dos ní veis pressóricos Geralmente está associada a alte rações metabó licas funcionais eou estruturais de ó rgã osalvo A HA pode ser agravada devido aos fatores de risco como obesidade abdominal dislipidemia e diabetes mellitus Além disso está associada a eventos como acidente vascular ence fá lico AVE doença renal crô nica infarto agudo do miocá rdio IAM insufi ciê ncia cardí aca IC e morte súbita MALACHIAS et al 2016 Por sua vez nas crianças as taxas de hipertensão são maiores quando apresentam obesidade distúr bios respiratórios do sono ou doença renal crônica FLYNN et al 2017 nagre água sanitária hipoclorito de sódio entre outros para tentar acordar a vítima No entanto as condutas devem ser baseadas em protocolos e não em conhecimento popular EDUCAÇÃO FÍSICA 53 Durante os primeiros socorros Mantenha oa alunoaatleta em repouso absoluto de maneira confortável sentado ou semisentado Afrouxe as roupas Monitore os sinais vitais Se necessário acione o SAMU A elevação dos membros inferiores neste caso está contraindicada Dentre os casos de elevação da PA encontrase a crise hipertensiva a qual pode ser classificada como urgência hipertensiva ou emergência hipertensi va Estas são situações clínicas sintomáticas em que é observada elevação acentuada da pressão arterial diastólica 120 mmHg sendo que na urgência hi pertensiva há elevação da PA superior ao percentil 99 Nestes casos pode ocorrer acometimento neurológi co renal hepático insuficiência miocárdica convul sões e alterações visuais MALACHIAS et al 2016 As condutas têm ênfase em prestar os primeiros socorros realizando a rápida identificação da crise hipertensiva e remoção da vítima para isso acione o serviço de emergência BRASIL 2003 Outra alteração da pressão arterial bas tante comum é a hipotensão a qual apre senta níveis de pressão abaixo do normal com PAS 90 mmHg JENSEN 2013 Não é considerada uma doença porém pode estar relacionada com diabetes mellitus infarto do miocárdio entre outros As quedas da pressão podem ocorrer por diversos motivos que causam a perda do controle do fluxo de sangue e a hipovolemia di minuição de sangue no corpo Entre estes jejum prolongado desidratação uso de diuréticos e troca repentina de posição hipotensão postural ou ortos tática VARELLA 2018 online1 A vítima com hipotensão pode apresentar ton tura visão embaçada náuseas vômitos síncope pulso rápido ou irregular fadiga confusão e disp neia MION 2016 online2 Durante os primeiros socorros Mantenha oa alunoaatleta em repouso deitadoa de maneira confortável com os membros inferiores elevados Afrouxe as roupas Monitore os sinais vitais Se necessário acione o SAMU É recomendado para hipertensos que possuam mais de três fatores de risco diabetes ou cardiopatias re alizar o teste ergométrico antes de realizar atividades físicas Além disso antes de esses indivíduos começa rem a praticar esportes competitivos ou de alta perfor mance é recomendada uma avaliação cardiovascu lar completa MALACHIAS et al 2016 Nas crianças e adolescentes a medição da pressão arterial na escola pode ser uma ferramenta importante para identificar os que necessitam de avaliação formal bem como para mo nitorar a pressão arterial FLYNN et al 2017 Figura 5 Elevação dos membros inferiores 54 Os protocolos para o atendimento de eventos car diovasculares passam por revisões e atualizações frequentemente Portanto você encontrará con teúdo com os mais recentes consensos e diretrizes disponíveis para que possa dispor de uma fonte confi ável de consulta e estudo Além disso utiliza mos uma proposta prática e concisa dos principais assuntos que envolvem este tema Iniciaremos pela aterosclerose A aterosclerose ocorre devido à resposta da pa rede arterial a diversos agentes agressores na qual há deposiç ã o de lí pides infl amação e evoluç ã o da placa ateroscleró tica placa de gordura A aterosclerose tem início quase concomitante à formaç ã o do pró prio corpo humano As lesõ es iniciais podem ser identifi cadas em fetos de mã es com altos níveis de colesterol e em crianç as na primeira infâ ncia A evolução das lesõ es continua até desenvolver o ateroma em torno Aterosclerose Doença Arterial Coronariana DAC e Angina EDUCAÇÃO FÍSICA 55 Infarto Agudo do Miocárdio IAM com DAC podem experimentar episódios de angina dor ou desconforto na região torácica Nestes casos você deve ligar para o serviço de urgência e recomendar que a pessoa utilize os pró prios medicamentos enquanto aguarda o atendi mento Esta situação pode progredir para infarto agudo do miocárdio acidente vascular cerebral ou morte súbita por isso é extremamente relevante monitorar os sinais vitais e realizar os procedimen tos conforme indicados nos próximos tópicos da quinta década de vida MARTINS et al 2009 O ateroma pode causar obstrução do fluxo sanguíneo e consequentemente doença arterial coronariana A DAC é considerada a principal causa de óbi to no mundo A cada ano mais de sete milhões de indivíduos morrem em decorrência desta doença MORAES 2015 Há comprometimento do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias e consequente mente redução da chegada do oxigênio ao coração PINHO et al 2010 Por conta disto os indivíduos A maioria das mortes relacionadas ao IAM ocorre fora dos hospitais e geralmente não é assistida pe los profissionais da saúde Grande parte das vítimas morrem nas primeiras 24 horas após o evento sen do 50 na primeira hora por taquiarritmia ventri cular PIEGAS et al 2015 MORAES 2015 Logo essa situação deve ser reconhecida rapidamente Quando há ativação inflamatória agregação plaquetária vasoconstrição e trombose da co ronária a oclusão coronariana por algum tempo provocará o infarto Esta isquemia que ocorre no músculo cardíaco e promove injúria ou necrose é denominada infarto do miocárdio GONZALEZ et al 2013 Os sintomas são desconforto ou dor opressiva na região torácica anterior eou posterior com sensa ção de queimação e sufocamento dor na mandíbula na região cervical no ombro nos membros superio res geralmente o esquerdo e no epigástrio Pode ocorrer parestesia no membro superior geralmente esquerdo e a vítima geralmente apresenta sudore se dispnéia e náuseas SBC 2013a O IAM pode levar a uma parada cardíaca e é considerado uma das principais causas de PCR Na suspeita de infarto devese chamar o serviço de emergência e monitorar os sinais vitais Se o quadro evoluir para uma parada cardíaca realizamse os procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar 56 Parada Cardiorrespiratória PCR A situação de maior emergência é a parada cardior respiratória PCR MORAES 2015 devido à parada do funcionamento do coração e dos pulmões o que resultará em morte caso não sejam realizados os pro cedimentos de primeiros socorros As características da vítima em PCR são perda da consciência gasping respiração de forma anormal ausência da responsi vidade perda da respiração e do pulso SBC 2013a A taquicardia ventricular sem pulso e a fi brila ção ventricular são consideradas as principais causas deste evento em ambiente extrahospitalar GON ZALEZ et al 2013 As PCRs são mais frequentes em adultos mas também ocorrem em crianças A cada minuto após o evento sem ressuscitação car diopulmonar RCP e desfi brilação as chances de sobrevivência da vítima diminuem de 7 a 10 Por tanto é extremamente relevante a RCP pois quando realizada as chances de sobrevida diminui 3 a 4 a cada minuto de PCR MORAES 2015 Os protocolos descritos nas diretrizes de Ressus citação Cardiopulmonar são destinados tanto aos profi ssionais da saúde quanto para leigos No entan to é importante fi car atentoa pois livros artigos e diretrizes mais antigas trazem uma sequência dife rente de procedimentos para RCP A recomendação é utilizar sempre os materiais mais atuais EDUCAÇÃO FÍSICA 57 As novas diretrizes internacionais não adiciona ram muitas modificações no atendimento às vítimas de PCR mas enfatizam as compressões torácicas como a chave para o sucesso da ressuscitação e ten do como principal objetivo minimizar atrasos na in tervenção GONZALEZ et al 2013 Na Unidade I abordamos a sequência de pro cedimentos para realizar o suporte básico de vida e a corrente da sobrevivência agora você verificará como executar estes procedimentos conforme a I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuida dos Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia GONZALEZ et al 2013 e as Diretrizes da American Heart Association de 2015 para RCP e ACE AHA 2015 Após avaliar a responsividade e reconhecer a PCR presença de gasping ou ausência de pulso você deverá Ligar para o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência SAMU 192 e estar prepara doa para responder informações sobre local da ocorrência os sinais e sintomas da vítima Solicitar se disponível no local um desfibri lador externo automático Desfibrilador é um equipamento utilizado no tratamento da fibrilação ventricular e da taquicardia ventricular sem pulso O desfibri lador externo automático DEA reconhece o ritmo e avisa se o choque elétrico é reco mendado No entanto nesse equipamento a decisão de deflagrar o choque é dependente do operador Fonte as autoras SAIBA MAIS Para utilizar o DEA você precisa ligar o aparelho apertando o botão ON OFF alguns equipamen tos ligam automaticamente ao abrir a tampa As pás eletrodos devem ser colocadas no tórax da vítima nas próprias pás há o desenho instruindo o posicionamento Caso o choque seja indicado o aparelho avisará choque recomendado afastese Você precisará pressionar o botão indicado para aplicar o choque A RCP deverá ser iniciada imediatamente após o choque e caso o aparelho não indique o choque deve realizar a RCP imediatamente Se a vítima retomar a consciência o aparelho não deverá ser desligado ou retirado até a chegada do serviço de emergência Quanto ao posicionamento das pás quatro posi ções são aceitas anterolateral anteroposterior ante rioresquerda infraescapular anteriordireita infra escapular Figura 6 Utilização do desfibrilador externo automático Em crianças e bebês o DEA pode ser utilizado com pás eletrodos pediátricas eou atenuador de carga Caso o kit do DEA não possua esta opção podem ser utilizadas as mesmas pás do adulto com o po sicionamento anteroposterior Em seguida deve 58 iniciar imediatamente os ciclos de 30 compressões torácicas e 2 ventilações Para realizar as compressões em adultos e crian ças verifique a Figura 7 deixe a vítima deitada em decúbito dorsal sobre local rígido Você deve estar posicionado entre a cabeça e o corpo da vítima ve rifique as imagens expor o tórax retirando as rou pas e colocar a base de uma das mãos região hipo tenar sobre o tórax e a base da outra mão sobre a primeira mão Com os braços estendidos posicione suas mãos com os dedos abertos entrelaçados na me tade inferior do esterno fora do alcance das coste las Os ombros devem estar alinhados com as mãos Realize uma pressão para deprimir o esterno 5 cm comprimindo o coração em direção à coluna vertebral Figura 8 e descomprima sem perder o contato da mão com o esterno Os tempos de com pressão e descompressão devem ser similares Nas crianças a profundidade da compressão é de pelo menos um terço do diâmetro anteroposterior do tó rax portanto também será cerca de 5 cm Figura 7 Compressões torácicas Esterno Corpo vertebral Pericárdio Figura 8 Compressão do esterno Fonte Resgate Federal 2018 online3 EDUCAÇÃO FÍSICA 59 Nos lactentes a compressão torácica deve ser um terço do diâmetro anteroposterior do tórax o que representa cerca de 4 cm Você pode utilizar as mãos na lateral do tórax e comprimir com os pri meiros dedos Figura 9 ou utilizar apenas o segun do e terceiro dedo para realizar as compressões logo a seguir da linha mamilar Figura 10 A relação compressãoventilação em crianças e lactentes se tiver um socorrista é de 302 mas se houver dois ou mais socorristas deve ser 152 Figura 9 Compressões torácicas no bebê Figura 10 Compressões torácicas no bebê Após realizar as 30 compressões proceda com a abertura das vias aéreas utilizando a manobra de extensão da cabeça Existem diferentes formas para realizar as venti lações Podem ser aplicadas por meio de ventilação boca a boca Figura 11 com máscaralenço facial com válvula antirrefluxo máscara de bolso pocket mask Figura 12 ou bolsaválvulamáscara Figura 13 No entanto é indicado que você utilize mecanis mos de barreira para aplicar as ventilações devido ao risco de contaminação na ventilação boca a boca GONZALEZ et al 2013 Figura 11 Ventilação boca a boca O lenço facial é descartável Este material contém uma válvula unidirecional que impede o retorno do ar pela boca protegendo quem está realizan do o procedimento Para utilizálo após realizar a abertura da via aérea você precisa estabilizar a mandíbula vedando o lenço facial o máximo pos sível na boca da vítima pinçando o nariz e asso prando na válvula 60 Por outro lado com a máscara de bolso ou pocketmask que também contém uma válvula unidirecional você deve envolver a boca e nariz da vítima realizar uma letra C com os dedos in dicador e polegar de uma das mãos e posicionar na parte superior da máscara e com a outra mão posicionar o polegar na região inferior da máscara e os outros dedos na mandíbula Figura 12 Figura 12 Ventilação com a máscara de bolso ou pocketmask Outra maneira de realizar as ventilações é utilizando a bolsaválvulamáscara ou ventiladorressuscitador manual Para realizar o procedimento com uma das mãos faça uma letra C com os dedos polegar e in dicador e os posicione acima da máscara realizando pressão contra a face da vítima Posicione os outros três dedos na mandíbula para estabilizála e pressione a bolsa durante 1 segundo para cada ventilação com pressão sufi ciente para elevar o tórax Figura 13 Figura 13 Ventilação com bolsaválvulamáscara Para realizar a ressuscitação de forma correta ga ranta fl uxo sanguíneo e oxigenação alguns cuidados são relevantes para que as compressões e ventilações sejam efetivas e de alta qualidade Desta forma de vem ser realizadas no mínimo 100 compressões por minuto e no máximo 120 comprimindo rapi damente A profundidade das compressões não deve ser superior a 6 cm após cada compressão devese permitir o retorno total do tórax sendo que as in terrupções nas compressões devem ser minimizadas AHA 2015 No quadro a seguir apresentamos um resumo dos componentes da RCP EDUCAÇÃO FÍSICA 61 Quadro 2 Componentes da RCP de alta qualidade Componente Adultos e adolescentes Crianças 1 ano de idade à puberdade Bebês menos de 1 ano de idade excluindo recémnascidos Segurança do local Verifique se o local é seguro para os socorristas e a vítima Reconhecimento da PCR Verifique se a vítima responde Ausência de respiração ou apenas gasping Nenhum pulso sentido em 10 seg Acionamento do serviço médico de emergência Se estiver sozinho deixe a vítima e acione o 192 obtenha DEA antes de iniciar a RCP Do con trário peça que alguém chame o 192 e inicie a RCP imediatamente use o DEA assim que ele estiver disponível Colapso presenciado siga as etapas utilizadas em adultos e adolescentes Colapso não presenciado execute 2 minutos de RCP deixe a vítima para acionar o 192 e bus car o DEA retorne à criança e reinicie a RCP use o DEA assim que ele estiver disponível Relação compressãoventilação sem via aérea avançada 1 ou 2 socorristas 302 1 socorrista 302 2 ou mais socorristas 152 Relação compressãoventilação com via aérea avançada Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120min Administre 1 ventilação a cada 6 segundos 10 respiraçõesmin Frequência de compressão 100 a 120min Profundidade de compressão No mínimo 5 cm Pelo menos 13 do diâmetro antero posterior do tórax cerca de 5 cm Pelo menos 13 do diâ metro anteroposterior do tórax cerca de 4 cm Posicionamento das mãos 2 mãos sobre a metade inferior do esterno 2 mãos ou 1 mão 1 socorrista 2 dedos no centro do tórax logo abaixo da linha mamilar 2 ou mais socorristas técnica dos dois polegares no centro do tórax logo abaixo da linha mamilar Retorno do tórax Aguarde o retorno do tórax após cada compressão não se apoie sobre o tórax após cada compressão Minimizar interrupções Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos Fonte adaptado de AHA 2015 Caso a vítima apresente pulso e respiração normal é indicado colocála em posição de recuperação se não houver suspeita de trauma 62 Obstrução das Vias Aéreas OVA EDUCAÇÃO FÍSICA 63 sinais que a vítima está apresentando Para vítimas conscientes adultas ou crianças deve ser realizada em pé a manobra de Heimlich Figuras 14 e 15 ex ceto para gestantes e obesos pois nestes casos estão indicadas as compressões torácicas Figura 16 De acordo com SBC 2015 para realizar a ma nobra de Heimlich é necessário Posicionarse atrás da vítima Abraçála com suas mãos em frente ao corpo Fechar uma das mãos e colocar o lado do polegar da mão fechada contra o abdômen na linha média logo acima do umbigo e bem abaixo do osso esterno Deve envolver a mão fechada com a outra mão e pressionar contra o abdômen reali zando compressão rápida e forte para dentro e para cima em J Nas crianças você deve posicionarse atrás dela na mesma altura ou ficar ajoelhadoa Em seguida execute os mesmos procedimentos da manobra de Heimlich nos adultos As compressões devem ser repetidas até que o objeto seja expelido ou a crian ça pare de responder Caso a criança não responda devese acionar o SAMU e iniciar imediatamente o SBV GONZALEZ et al 2013 A obstrução de vias aéreas é considerada qualquer si tuação que impede totalmente ou de forma parcial o fluxo de ar até os alvéolos pulmonares A obstrução leve pode provocar dispneia e tosse A obstrução gra ve pode levar à cianose nos lábios e face alteração da consciência inspiração respiratória com ruído A ob servação da expressão de angústia com a boca aberta mãos sobre o pescoço são sinais característicos do engasgo MORAES 2010 A vítima de OVA pode apresentar obstrução devido a causas intrínsecas como por relaxamento da língua devido ao rebaixamento do nível de cons ciência oclui a hipofaringe ou extrínsecas devido a aspiração de algum corpo estranho como à aspira ção de alimentos deslocamento de próteses dentárias ou presença de fragmentos dentários QUILICI TIMERMAN 2011 Os traumas diretos sobre as vias aéreas também podem causar OVA devido a hemorragias edema ou fraturas da árvore laringotraqueobrônquica ou bronco aspiração de dentes Outras causas de OVA podem ser decorrentes de queimaduras as quais podem promover inflamação e edema de glote e de reações alérgicas cau sadas por alguns alimentos produtos ou picadas de in setos que desencadeiam reações alérgicas acometendo a glote e causando edema MORAES 2010 A manutenção ou restauração da permeabilidade das vias aéreas é essencial e deve ser realizada rapi damente para não resultar asfixia e morte Enquanto a vítima ainda está consciente e apresenta obstrução parcial o fluxo de ar está presente se esta for capaz de emitir sons você deve solicitar para a vítima realizar uma tosse forçada e a respiração espontânea Caso a obstrução permaneça acione o serviço de emergên cia SBC 2013a Os métodos para desobstrução de vias aéreas po dem ser realizados de diversas formas conforme os Figura 14 Manobra de Heimlich 64 Na manobra de Heimlich a compressão realizada ele va o diafragma aumentando a pressã o na via aé rea Por conta disto esta manobra pode ser efi caz para criar uma tosse artifi cial e auxiliar a vítima a expelir o corpo estranho QUILICI TIMERMAN 2011 Nas pessoas inconscientes realizamse compres sões abdominais em decúbito dorsal Figura 17 Realize as compressões abdominais acima da cica triz umbilical utilizando uma mão sobre a outra comprima o abdômen em direção anteroposterior e em direção ao tórax verifi que a respiração e o pulso na ausência destes ligue para o SAMU 192 e ini cie o protocolo para ressuscitação cardiopulmonar SBC 2015 Nos bebês a desobstrução deve ser realizada colocandoo em decúbito ventral Figura 18 Para realizar a manobra sentese e posicione o corpo do bebê em direção ao chão cabeça mais baixa do que o corpo Você deve sustentar a cabeça com uma mão e apoiar o tórax sobre o seu antebraço É reco mendado aplicar cinco golpes na região entre as es cápulas Se o lactente não apresentar melhora e você detectar ausência de pulso inicie RCP e monitore os sinais vitais GONZALEZ et al 2013 Figura 18 Manobra de desobstrução para lactentes Figura 15 Manobra de Heimlich em criança Fonte MEDLINEPLUS 2017 online4 Figura 16 Compressões torácicas para gestantes e obesos Fonte adaptada de SBC 2013a Figura 17 Compressões abdominais paciente inconscientenão res ponsivo Fonte adaptada de Heimlich 2019 online5 EDUCAÇÃO FÍSICA 65 Síndrome de Hiperventilação A hiperventilação é caracterizada pelo aumento da quantidade de ar inalada e exalada por minuto que excede a quantidade necessária para o metabolis mo celular normal PAPP et al 1997 A síndrome de hiperventilação causa alterações complexas com interação entre distúrbios orgânicos respiratórios psiquiátricos e fisiológicos GARDNER 1996 Os transtornos de ansiedade como o de pânico estão associados à hiperventilação leve e a outros padrões respiratórios anormais A hiperventilação pode por tanto ser considerada uma causa um correlato e uma consequência dos ataques de pânico SARDINHA et al 2009 No entanto a respiração rápida e profunda pode ser sinal de estresse dor intensa hemorragias problemas cardíacos ou pulmonares infecções entre outros BEST DOCTORS 2018 online6 Os sinais e sintomas característicos de hiperven tilação são confusão sudorese tontura fraqueza dormência ou sensação de formiga mento nos braços ou boca es pasmos musculares nas mãos e pés dor no peito e palpitação CFAC 2013 online7 Nestes casos você deve re comendar que a vítima respire em um saco ou sacola de papel limpo evite usar sacos de plástico para reutilizar o dióxido de carbono Figura 19 A boca e o nariz devem estar cobertos completamen te com o saco o indivíduo precisa apertar o saco ligeiramente você deve orientálo para que inicie inspiração e expiração fazendo 612 respirações lentas Solicite que permaneça calmo e respirando naturalmente Em seguida retire o saco de papel e peça para a vítima respirar lentamente Instrua para que realize algumas técnicas de respiração como expirar com os lábios fortemente pressiona dos e inspirar com o nariz aberto e a boca fechada para controlar a falta de ar e diminuir o ritmo res piratório BFA 2016 online8 Figura 19 Respiração com sacola de papel Crise EDUCAÇÃO FÍSICA 67 A asma é uma doença crônica que promove estrei tamento das vias aéreas e inflamação Esta inflama ção está associada à hiperresponsividade das vias aéreas inferiores em decorrência do resultado de estimulação química emocional infecciosa imu nológica ou da associação desses fatores HUPP ELLIS TUCKER 2015 Os sinais e sintomas são respiração rápida e curta aumento da frequência respiratória tosse dificuldade para respirar e falar cianose desconfor to torácico e sibilos chiados no tórax Os sintomas são mais intensos ocorrem à noite e nas primeiras horas da manhã Podem ocorrer em resposta à ex posição a alérgenos à prática de exercícios físicos à poluição ambiental e mudanças climáticas Entre os aspectos ambientais estão também a exposição aos ácaros e fungos e infecções virais agentes cau sadores de pneumonia e resfriado Adicionalmen te os fatores genéticos contribuem quando há his tórico familiar de asma ou rinite BRASIL 2017 Nos casos de crise asmática é recomendado acalmar a vítima colocála em posição confortável sentada ou semissentada chamar o resgate ou en caminhar para o hospital QUILICI TIMERMAN 2011 Caso a vítima utilize e tenha disponível um broncodilatador aerossol auxilie a fazer a autoadmi nistração do medicamento 68 Afogamentos A aspiração de líquidos nãocorporais por sub mersão ou imersão caracteriza o afogamento Esta situação ocorre quando a via aérea da vítima está abaixo do nível da superfície líquida Caso não se jam tomadas as condutas de primeiros socorros o afogamento pode levar à morte Segundo crença popular a vítima acena com a mão e chama por ajuda No entanto é observado nestas situações que a vítima encontrase frequen temente em posição vertical com os membros supe riores estendidos lateralmente batendoos na água As pessoas próximas da vítima podem não perceber que estes indivíduos estão com problemas Devido à respiração ser instintivamente prioridade a víti ma de submersão na maioria das vezes é incapaz de gritar por socorro SZPILMAN 2005 EDUCAÇÃO FÍSICA 69 É importante ressaltar que você deve tomar cui dado para prestar os primeiros socorros sem se tor nar uma segunda vítima Para prevenir afogamentos não deixe crian ças sozinhas dentro ou próximas da água Diversos casos ocorrem com indivíduos que acreditam que sabem nadar Portanto não superestime a habilidade das crianças ou dos adultos REFLITA Recomendase que a remoção da vítima seja realiza da conforme o seu nível de consciência sendo que a posição vertical deve ser adotada com intuito de evitar vômitos e outras complicações das vias aéreas Para o transporte de vítimas inconscientes a posi ção deve ser mais próxima possível da horizontal tomando cuidado para manter a cabeça acima do nível do corpo Lembre de manter sempre as vias aé reas abertas e ao chegar em ambiente seco a vítima deve ser posicionada paralela ao espelho dágua em decúbito dorsal Figura 20 WATSON et al 2001 SZPILMAN IDRIS CRUZFILHO 2002 Figura 20 Posicionamento da vítima 70 Ví timas de submersã o precisam receber rapidamente SBV Figura 21 no local do acidente e é necessário verifi car a possibilidade de trauma Lembrese de que as lesões neuroló gicas permanentes ocorrem apó s 5 minutos de asfi xia por isso a rapidez no atendimento será extremamente relevante para o sucesso dos proce dimentos Portanto retirar a vítima da á gua é priorida de Se a vítima apresentar apneia a ventilação deve ser iniciada ainda na á gua Caso não seja detectado pulso as compressões torácicas devem ser iniciadas ime diatamente após a retirada da á gua As manobras de ressuscitaç ã o reduzirão a hipó xia e minimizarão seus efeitos deleté rios CAMPOS JÚNIOR BURNS 2014 Figura 21 Elos da corrente de sobrevida Fonte adaptada de Campos Júnior e Burns 2014 A limpeza das vias aéreas e a retirada de á gua dos pulmõ es são contraindicadas por não apresentarem efi cácia e atrasar os procedi mentos de SBV Além disso estas manobras podem provocar aspiraç ã o do conteú do gá s trico Mesmo após a vítima retornar a respi rar e apresentar pulso é necessário que seja submetida à avaliaç ã o médica Para evitar afogamentos de crianças é necessária a su pervisão permanente dos professores ATENÇÃO 71 considerações finais C aroa alunoa nesta unidade verificamos diversos aspectos relacionados às urgências e emergências cardiovasculares e respiratórias as quais po dem ser simples ou até mesmo ocasionar problemas graves e levar a óbito A lipotimia a síncope e a obstrução das vias aéreas são bastante comuns e parece que estão mais próximas entre os eventos que podem ocorrer no nosso dia a dia A parada cardiorrespiratória também apresenta grande incidência e é um pro blema mundial de saúde pública Apesar de avanços relacionados à prevenção e ao tratamento diversas vidas são perdidas anualmente no Brasil devido em parte à falta dos primeiros socorros Quanto à prevenção de afogamentos você tem um papel muito importante além de ensinar os alunos a nadar é necessário sempre estar supervisionando as ativida des Adicionalmente é necessário ensinar as crianças a não correr em volta da pisci na a não pular em cima de outras crianças ou empurrar os colegas Desta forma é importante que este material consultivo seja relembrado ao longo da disciplina pois outras situações podem acabar evoluindo para uma parada cardí aca ou respiratória No que diz respeito à sua aplicabilidade servirá para situações diversas tanto nos atendimentos voltados para lactentes como para crianças e adultos Lembrese de que há diferenças nos protocolos das diretrizes e dos livros mais antigos por isso é importante você procurar sempre por materiais atualizados e ela borados por especialistas Caroa alunoa o intuito desta unidade foi quebrar os obstáculos para o aten dimento das vítimas trazendo de forma simples mas detalhada os procedimentos de primeiros socorros nestas situações desde o reconhecimento das situações até o uso de desfibrilador externo automático que pode e deve ser manuseado inclusive por pessoas que não são da área da saúde 72 atividades de estudo 1 A obstrução das vias aéreas OVA é uma emergência absoluta que se não for re conhecida e resolvida pode levar a óbito em minutos Quando um bebê é vítima de OVA deve ser realizado o procedimento de a Manobra de Heimlich em posição ortostática b Manobra de Heimlich em decúbito dorsal c Compressões torácicas em posição ortostática d Manobra de desobstrução em decúbito ventral e Manobra de desobstrução em decúbito lateral 2 A síncope é caracterizada pela perda transitória da consciência como resultado da baixa perfusão cerebral geralmente por queda temporária súbita da pressão arterial associada à incapacidade de manterse na posição de pé com recupera ção espontânea e completa Sobre esta situação verifique as asserções seguin tes e assinale a alternativa correta a São sintomas de síncope bradicardia palidez sudorese e hipotensão b É indicado colocar a vítima em decúbito dorsal com MMII elevados e nunca virar a cabeça de lado c É indicado colocar a vítima em decúbito dorsal com MMII elevados e virar a cabeça de lado para evitar que aspire secreções d É indicado oferecer álcool ou amoníaco para a vítima aspirar e É indicado colocar a vítima imediatamente na posição sentada 73 atividades de estudo 3 Segundo as Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar da American Heart Association 2015 para realização das compressões torácicas em adultos na PCR é recomendado posicionarse ao lado da vítima que deve ter o tórax des nudo colocar a região hipotenar da mão sobre o esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira entrelaçandoa estendendo os braços e se posicionando cerca de 90 acima da vítima comprimindo com profundidade de no mínimo 5 cm e permitindo o retorno completo do tórax após cada compressão sem retirar o contato das mãos com ele SOBE DESCE OMBROS SOBRE AS MÃOS BRAÇOS ESTICADOS USAR A BASE DAS MÃOS Em relação à frequência das compressões estão indicadas a No mínimo 100 compressõesminuto e no máximo 120 b No mínimo 50 compressõesminuto c 5 compressõesminuto d No mínimo 80 compressõesminuto e No mínimo 200 compressõesminuto e no máximo 320 74 atividades de estudo 4 As vítimas de parada cardiorrespiratória PCR podem apresentar o gasp agônico que é uma atividade semelhante à a Hipotermia pois todos os sinais e sintomas são iguais b Hiperglicemia pois todos os sinais e sintomas são iguais c Anemia podendo confundir os possíveis socorristas d Hipertensão arterial sistêmica pois os sinais são iguais e Convulsão podendo confundir os possíveis socorristas 5 As manobras de ressuscitação para bebês podem ser necessárias sendo essen cial o conhecimento e a habilidade para todos os profi ssionais que trabalham com estes indivíduos visto que podem apresentar parada cardiorrespiratória Analise as asserções sobre a ressuscitação cardiopulmonar em bebês e assinale a que é indicada realizar a Compressão torácica com profundidade de 4 cm b Compressão torácica com profundidade mínima de 15 cm c Uma compressão para cada 20 ventilações d Uma compressão para cada 50 ventilações e 50 compressões para cada 2 ventilações 75 LEITURA COMPLEMENTAR Caroa alunoa verifi que a seguir o conteúdo e outras informações da I Diretriz de Ressusci tação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia Epidemiologia da Parada Cardiorrespiratória Esforços no sentido de reunir o conhecimento científi co a respeito da PCR parada cardiorrespira tória e de estabelecer um padrão e uniformidade para o seu tratamento vêm sendo realizados desde o início dos anos 1960 Com o estabelecimento do ILCOR Aliança Internacional dos Comi tês de Ressuscitação esses esforços foram sistematizados por meio de uma ampla revisão da literatura científi ca publicada atinente ao tema culminando com o primeiro consenso científi co internacional no ano de 2000 Duas revisões deste consenso em 2005 e em 2010 incorporaram o vasto conhecimento científi co que vem se avolumando no decorrer dos últimos anos a respei to do tema aliás uma das áreas de grande produção científi ca mundial dentro da cardiologia Este consenso científi co internacional de 2010 atualizado com algumas novas evidências científi cas recolhidas dos últimos dois anos refl etese nas diretrizes de Emergências Cardiovasculares e RCP da Sociedade Brasileira de Cardiologia 76 LEITURA COMPLEMENTAR A PCR permanece como um problema mundial de saúde pública Apesar de avanços nos últimos anos relacionados à prevenção e ao tratamento muitas são as vidas perdidas anu almente no Brasil relacionadas à PCR ainda que não tenhamos a exata dimensão do pro blema pela falta de estatísticas robustas a este respeito Os avanços também se estendem à legislação sobre acesso público à desfi brilação e obrigatoriedade de disponibilização de DEAs desfi briladores externos automáticos bem como no treinamento em RCP ressusci tação cardiopulmonar missão esta em que a Sociedade Brasileira de Cardiologia apresen ta há muitos anos uma posição de destaque Podemos estimar algo próximo de 200000 PCRs ao ano no Brasil sendo metade dos casos ocorrendo em ambiente hospitalar e a outra metade em ambientes como residências shopping centers aeroportos estádios etc Estimase que a maioria das PCRs em ambiente extra hospitalar sejam em decorrência de ritmos como fi brilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso enquanto que em ambiente hospitalar a atividade elétrica sem pulso e a assistolia respondam pela maioria dos casos A maior parte das PCRs ocorre em adultos mas crianças também são afetadas O perfi l etiológicoepidemiológico da criança é totalmente diferente do adulto o que se refl ete em diferenças importantes no tratamento Fonte adaptada de SBC 2013b 77 material complementar Treinamento de Emergências Cardiovasculares básico TECA B Sociedade Brasileira de Cardiologia Editora Manole Sinopse este livro foi desenvolvido com base na I Diretriz Brasileira de Parada Car diorrespirató ria e Emergê ncia Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia 2012 e na diretriz mais recente do International Liaison Committee on Resusci tation ILCOR O livro foi escrito por especialistas em emergê ncia cardiovascular seguindo crité rios modernos de didá tica e treinamento fazendo que ambos sejam ferramentas ú teis e indispensá veis nos atendimentos hospitalares e pré hospita lares Comentário neste livro você poderá obter mais informações sobre suporte bási co de vida conceitos e procedimentos nos casos de infarto agudo do miocárdio parada cardiorrespiratória acidente vascular encefálico e obstrução das vias aére as Além disso este material traz diversas ilustrações de primeiros socorros Indicação para Ler Esta publicação resume os principais pontos de discussão e alterações feitas na atualização das Diretrizes de 2015 da American Heart Association para ressuscitação cardiopulmonar Web httpseccguidelinesheartorgwpcontentuploads2015102015AHAGuidelinesHighlights Portuguesepdf Indicação para Acessar I Diretriz Brasileira de Parada Car diorrespirató ria e Emergê ncia Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia 2012 e na diretriz mais recente do International Liaison Committee on Resusci tation ILCOR O livro foi escrito por especialistas em emergê ncia cardiovascular seguindo crité rios modernos de didá tica e treinamento fazendo que ambos sejam 78 referências AHA American Heart Association Destaque das Diretrizes da American Heart As sociation de 2015 para RCP e ACE Dallas AHA 2015 Disponível em https eccguidelinesheartorgwpcontentuploads2015102015AHAGuidelinesHi ghlightsPortuguesepdf Acesso em 17 jan 2019 BRASIL Ministério da Saúde Manual de primeiros socorros Rio de Janeiro Funda ção Oswaldo Cruz 2003 Disponível em httpwwwfiocruzbrbiossegurancaBis manuaisbiossegurancamanualdeprimeirossocorrospdf Acesso em 19 set 2018 Asma 2017 Disponível em httpportalmssaudegovbrsaudedeaz asma Acesso em 17 jan 2019 CAMPOS J D BURNS D A R Tratado de pediatria Sociedade Brasileira de Pe diatria Barueri Manole 2014 FLEGEL M J Primeiros Socorros no Esporte 3 ed São Paulo Manole 2008 FLYNN J T et al Clinical Practice Guideline for Screening and Management of High Blood Pressure in Children and Adolescents Pediatrics v 140 n 3 e20171904 2017 GARDNER W N A fisiopatologia dos distúrbios de hiperventilação Chest v 109 n 2 p 516534 1996 GONÇALVES K M GONÇALVES K M Primeiros socorros em casa e na escola São Paulo Yendis 2009 GONZALEZ M M et al I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia Arquivos Brasileiros de Cardiologia São Paulo v 101 n 2 supl 3 p 1221 2013 HUPP J R ELLIS E TUCKER M R Cirurgia oral e maxilofacial contemporâ nea 6 ed Rio de Janeiro Elsevier 2015 JENSEN S Semiologia na Prática Clínica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2013 MALACHIAS M V B et al 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 107 n 3 supl 3 set 2016 Disponível em http publicacoescardiolbr2014diretrizes201605HIPERTENSAOARTERIALpdf Acesso em 17 jan 2019 MARTINS M A Clínica medica volume 2 doenças cardiovasculares doenças res piratórias emergências e terapia intensivaBarueri Manole 2009 referências 79 referências MORAES M V G Atendimento prehospitalar treinamento da brigada de emer gência do suporte básico ao avançado São Paulo Iátria 2010 MORAES P I M Manual de Cardiologia 2 ed Rio de Janeiro Roca 2015 PAPP LA et al Respiratory psychophysiology of panic disorder three respiratory challenges in 98 subjects American Journal of Psychiatry v 154 p 15571565 1997 PIEGAS L S et al V Diretriz da sociedade brasileira de cardiologia sobre trata mento do infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 105 n 2 p1105 2015 PINHO R A et al Doença arterial coronariana exercício físico e estresse oxidativo Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 94 n 4 p 549555 2010 QUILICI A P TIMERMAN S Suporte básico de vida primeiro atendimento na emergência para profissionais da saúde Barueri Manole 2011 SARDINHA A et al Manifestações respiratórias do transtorno de pânico causas con sequências e implicações terapêuticas J Bras Pneumol v 35 n 7 p 698708 2009 SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia Treinamento de Emergências Cardiovas culares básico TECA B São Paulo Manole 2013a I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia Arquivos Brasileiros de Car diologia v 101 n 2 supl 3 p 1221 ago 2013b Disponível em httppublica coescardiolbrconsenso2013DiretrizEmergenciapdf Acesso em 17 jan 2019 Treinamento de Emergências Cardiovasculares leigos TECA L São Pau lo Manole 2015 SZPILMAN D Afogamento na infância epidemiologia tratamento e prevenção Revista Paulista de Pediatria v 23 n 3 p 142153 2005 SZPILMAN D IDRIS A CRUZFILHO F E S Position of drowning resuscitation victim on sloping beaches In WORLDS CONGRESS ON DROWNING 2002 Ams terdam Book of Abstracts Amsterdam International Life Saving Federation 2002 VARELLA D JARDIM C Primeiros socorros São Paulo Claro Enigma 2011 WATSON R S et al Cervical spine injuries among submersion victims J Trauma 51 p 658662 2001 referências 80 referências REFERÊNCIAS ONLINE 1Em httpsdrauziovarellauolcombrdoencasesintomaspressaobaixahipotonia arterial Acesso em 17 jan 2019 2Em httpswwwhospitalsiriolibanesorgbrsuasaudePaginasmelhorcontrole presssoarterialpodereduzirproblemascardiacosaspx Acesso em 17 jan 2019 3Em httpresgatefederalwixsitecomprimeirossocorrosrcpaha Acesso em 17 jan 2019 4Em httpsmedlineplusgovencyimagepages18153htm Acesso em 17 jan 2019 5Em httphenryheimlichcomhowtoperformtheheimlichmaneuver Aces so em 19 set 2018 6Em httpsssladamcomcontentaspxproductId125pid69gid003071 sitebestdoctorsadamcomloginBEST4545 Acesso em 17 jan 2019 7Emhttpcanadianfirstaidcoursescahelpingsomeonewithhyperventilation Acesso em 17 jan 2019 8Em httpbasicfirstaidcamanagementofhyperventilation Acesso em 17 jan 2019 81 gabarito 1 D 2 C 3 A 4 E 5 A Professora Dra Sabrina Weiss Sties Professora Me Xana Raquel Ortolan Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Hiperglicemia e Hipoglicemia Convulsão e Epilepsia Ataque Isquêmico Transitório AIT Acidente Vascular Encefálico AVE Traumatismo Cranioencefálico TCE Traumatismo Raquimedular TRM Objetivos de Aprendizagem Reconhecer e atuar diante da vítima acometida por uma emergê ncia diabé tica Conhecer os sinais e sintomas de convulsõ es e epilepsia e as condutas de primeiros socorros Compreender a atuação diante de Ataque Isquêmico Transitório AIT Compreender a atuação diante do Acidente Vascular Encefálico AVE Identifi car os indícios de Traumatismo Cranioencefálico TCE e saber atuar diante destas situações Identifi car os indícios de Traumatismo Raquimedular TRM e saber atuar diante destas situações URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS METABÓLICAS E NEUROLÓGICAS unidade INTRODUÇÃO C aroa alunoa você como profissional de Educação Física deve estar preparadoa para atuar em todas as situações de emergência Para que sua conduta resulte na melhora dos sin tomas no restabelecimento dos sinais vitais e na prevenção de lesões secundárias você precisa saber reconhecer as diferentes situações que necessitam de atendimento em primeiros socorros Nesta unidade vamos nos dedicar aos estudos das principais urgências e emergências metabólicas e neurológicas Que a prática de atividade física é uma aliada à nossa saúde todos nós já sabemos entretanto durante o exercício físico frequentemente deparamonos com situações de fadiga extrema desmaios dores de ca beça etc isso porque o exercício exige muito esforço e uma demanda energética alta O diabetes mellitus por exemplo é um dos mais importantes pro blemas de saúde pelo alto número de pessoas afetadas podendo causar incapacitações físicas e motoras até a mortalidade prematura Os esta dos hiperglicêmicos e hipoglicêmicos no momento das práticas espor tivas são emergências médicas muito comuns no campo das alterações do metabolismo Por outro lado não podemos esquecer das emergências neurológicas Hoje sabese que mesmo impactos leves sobre a cabeça não somente prejudicam o cérebro mas também podem romper o fluxo sanguíneo causar desequilíbrios químicos e elétricos e possivelmente lesionar as células cerebrais Da mesma maneira um simples movimento para rebater uma bola um impacto direto ou um alongamento além do normal pode lesionar a coluna eou nervos Neste sentido tenha em mente que sua primeira abordagem de primei ros socorros em urgências e emergências metabólicas e neurológicas deverá ser determinada pelos sinais e sintomas que serão descritos nesta unidade Vamos aos estudos 86 Diabetes mellitus DM não é uma única doença mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabó licos que apresenta em comum a hiperglicemia ex cesso de glicose na corrente sanguínea resultante de alterações na secreção eou ação da insulina que envolve destruição das células beta pancreáticas comprometimento da secreção da insulina resis tência à ação da insulina entre outros SBD 2016 LYRA CAVALCANTI SANTOS 2014 A classifi cação atual do DM baseiase na etiolo gia e não no tipo de tratamento portanto a DM tipo 1A está relacionada a fatores genéticos e ambientais e na DM tipo 1B a etiologia não está elucidada O DM tipo 2 pode estar presente em indivíduos de Hiperglicemia e Hipoglicemia EDUCAÇÃO FÍSICA 87 qualquer idade e o diagnóstico ocorre após os 40 anos A maioria dos casos 90 a 95 de diabetes é ocasionada por DM2 a qual se caracteriza por defei tos na ação e secreção da insulina e na regulação da produção hepática de glicose Outros aspectos tam bém são correlacionados a este tipo de DM como sobrepeso obesidade sedentarismo e dietas ricas em gorduras SBD 2016 No Quadro 1 podem ser identificados os valores de glicose plasmática em mgdl para diagnóstico de diabetes mellitus Quadro 1 Valores de glicose plasmática em mgdl para diagnóstico de diabetes mellitus Fonte adaptado de SBD 2016 Categoria Jejum 2h após 75g de glicose Casual Glicemia normal 100 140 Tolerância à glicose diminuída 100 a 126 140 a 200 Diabetes Mellitus 126 200 200 com sintomas clássicos O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8h Glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do dia sem se observar o intervalo desde a última refeição Os sintomas clássicos do DM incluem poliúria polidipsia e perda não explicada de peso Nota o diagnóstico do DM deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em outro dia a menos que haja hiperglicemia inequívoca com descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM Os sintomas clássicos da hiperglicemia são polidip sia sede excessiva poliúria aumento da quantida de de excreção de urina polifagia fome em exces so e perda considerável de peso Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são fadiga fraqueza letargia e prurido cutâneo e vulvar Entretanto deve se destacar que o diabetes é assintomático em pro porção significativa dos casos BRASIL 2006 Em casos diagnosticados além da prática regu lar de exercício físico e da alimentação adequada o portador faz uso de medicamentos para o controle da glicemia e em indivíduos com problemas graves de diabetes pode ser necessária a administração de insulina por meio de injeções ou de uma bomba que fornece este hormônio em doses reduzidas por um pequeno tubo inserido sob a pele Sabese que o exercício físico pode influenciar na quantidade do hormônio que o corpo necessita é por isso que atletas diabéticos devem ser constan temente monitorados especialmente aqueles que apresentam problemas para controlar o diabetes Neste contexto é importante que você conheça os procedimentos para medição do nível de glicose capilar Existem diversos modelos de equipamentos para medição da glicose sanguínea portanto po dem diferir quanto a alguns procedimentos assim é importante que você consulte o manual de cada equipamento A seguir descrevemos uma técnica para medição da glicose 1 Quando possível a vítima deve lavar e secar corretamente as mãos você assim como nos demais procedimentos deve usar luvas 2 Você deve ligar o glicosímetro 3 Introduzir a ponta da lanceta descartável no dedo do indivíduo 4 Com a fita teste você absorverá a gota de san gue 5 A fita teste deve ser colocada no glicosímetro 6 Você deve aguardar alguns segundos até que o valor de glicemia apareça no monitor do glicosímetro 7 Ofereça um curativo ou algodão para o pa ciente cobrir o local perfurado 8 O material deve ser descartado de forma cor reta conforme as normas de biossegurança 88 Apesar dos tratamentos já bem estabelecidos para o controle da hiperglicemia não é incomum nos de pararmos com indivíduos que apresentam o nível de glicose acima do recomendado Embora saibamos que uma das maneiras de diminuir a glicemia sanguí nea é por meio da prática de exercícios a Sociedade Brasileira do Diabetes 2017 recomenda a suspensão do exercício físico em caso de glicemia acima de 250 mgdL na presença de cetose ou em caso de glicemia acima de 300 mgdL mesmo na ausência de cetose Assim se você verifi car que o atleta apresenta um quadro de hiperglicemia 1 Afasteo de todas as atividades e monitore os ní veis de glicose do sangue caso ele tenha um monitor 2 Acione a equipe de resgate se os sinais indi carem evoluç ã o para um quadro grave con fusão mental hálito cetônico náuseas sede excessiva respiração ofegante 3 Monitore os sinais vitais e realize a RCP se houver necessidade Também ressaltase que durante a prática de ativida de física pode ocorrer hipoglicemia diminuiç ã o dos ní veis glicê micos com valores abaixo de 60mgdL O exercício físico é um dos fatores precipitantes mais frequentes de hipoglicemia que ocorre por excesso de insulina circulante durante o exercício seja pelo aumento da absorção de insulina injetada no tecido subcutâneo induzido pela atividade física seja pela perda da capacidade endógena de diminuir os níveis circulantes de insulina no exercício prejudicando a liberação hepática de glicose o que predispõe o in divíduo a um quadro de hipoglicemia entre 20 e 60 minutos após o início do exercício SBD 2017 Desta maneira também é importante estar aten to aos sinais e sintomas de hipoglicemia O paciente apresenta palidez sudorese fria confusão mental delírio nervosismo ansiedade taquicardia tontura sonolência visão turva sensação de formigamento nos lábios e na língua fraqueza e défi cit de coorde nação motora SBD 2016 Quanto aos procedimentos para atendimento de pacientes com hipoglicemia conscientes 1 Interrompa as atividades físicas 2 Ofereça alimentos ou líquidos compostos por frutose sacarose e oligossacarídeos balas sucos AHA 2015 3 Monitore os sinais vitais Por outro lado os procedimentos para pacientes hi poglicêmicos que estão inconscientes são 1 Interrompa os exercícios físicos 2 Não administre nada por via oral 3 Solicite o serviço de emergência 4 Monitore os sinais vitais e se necessário ini cie protocolo de RCP A partir disso lembrese sempre de que para preve nir a hipoglicemia a hiperglicemia e as complica ções do DM é importante manter os níveis de glico se dentro dos valores estabelecidos EDUCAÇÃO FÍSICA 90 Caroa alunoa antes de iniciarmos este capítulo você precisa entender que convulsão e epilepsia não são sinônimos a epilepsia é uma doença específi ca que predispõe o indivíduo a convulsões mesmo na ausência de problemas como traumas na cabeça ou tumores cerebrais Então o que é convulsão A convulsão é um episódio de atividade elétrica anormal no cérebro que pode ocasionar mudan ças repentinas no estado de alerta comportamen to e controle muscular de um indivíduo FLEGEL 2010 Pode ser classifi cada em dois tipos parcial focal na qual apenas uma parte do hemisfério ce rebral é afetada ou generalizada na qual os dois he misférios cerebrais são atingidos De acordo com o comprometimento dos he misfé rios cerebrais o episó dio pode se resumir a apenas uma crise de ausê ncia pequeno mal pe rí odo de segundos a poucos minutos em que a ví tima permanece com os olhos abertos e apresenta movimentos de automatismo como estalar os lá bios ou deglutir esfregar as mã os e alisar ou pegar objetos sem propó sito defi nido piscar de olhos Entretanto as crises mais conhecidas sã o as cha madas convulsõ es tô nicoclô nicas grande mal Convulsão e Epilepsia EDUCAÇÃO FÍSICA 91 quando o paciente perde a consciência e apresenta movimentos involuntários Na fase tônica a mus culatura dos membros superiores e inferiores e tronco ficam contraídos e estendidos e a face fica com a cor cianótica Na fase clônica há contrações simultâneas e rítmicas repetitivas e incontrolá veis a saliva pode ser abundante e ficar espumosa BARBÉRIO SANTOS MACHADO 2013 Esses episódios frequentemente são desenca deadas por luzes piscantes certos tipos de ruídos leitura prolongada privação de sono e fadiga Em casos mais graves podem ser desencadeadas por fe bre alta hipoglicemia traumatismos cranianos aci dentais entre outras Primeiramente diante de uma convulsão você deve se manter calmoa Embora as convulsões pa reçam ser preocupantes pela dramaticidade da situa ção a maioria das crises cessam antes do atendimen to hospitalar não necessitando qualquer tratamento com anticonvulsivantes no serviço de emergência Moraes 2010 expõe que na presença dessas si tuações é preciso 1 Proteger a vítima removendo objetos que possam causar ferimento 2 Afrouxar as roupas que estejam no pescoço 3 Colocar o paciente em posição de recupera ção conforme figura a seguir 4 Lateralizar a cabeça da vítima para evitar a aspiração de saliva e vômito 5 Não se oponha aos movimentos da vítima 6 Não introduzir nenhum objeto na boca ou colocar algum objeto entre os dentes ou ten tar segurar a língua da vítima ao contrário do que se pensa a vítima não enrola a língua 7 Fique ao lado da vítima durante a crise convul siva verificando a respiração Registre a dura ção da crise Figura 1 Posição de recuperação 92 É sempre importante conhecer o atletacriança Se você tem certeza de que a pessoa sofre de epilepsia e que o ataque nã o durou mais do que 3 minutos é des necessá rio chamar ajuda externa mas é fundamental orientála sobre a importância do acompanhamento médico Caso o ataque se prolongue seja repetitivo ou caso a pessoa nã o recupere a consciê ncia solicite o serviç o de atendimento mó vel de urgê ncia Você recomendaria exercícios físicos para um indivíduo que sofre com epilepsia Faça uma leitura do artigo A prática de atividades físicas exercícios físicos e esportes por pacientes com epilepsia qual a melhor opção de Simone Tiemi Kishimoto Nathália Volpato Fernan do Cendes e Paula Teixeira Fernandes Neste documento os autores apresentam em uma revisão da literatura sobre a relação entre a prática esportiva e a epilepsia Para saber mais acesse o link a seguir httpfi lesbvsbruplo adS167626492013v19n2a4878pdf Fonte as autoras SAIBA MAIS 94 Ataque Isquêmico Transitório AIT EDUCAÇÃO FÍSICA 95 O ataque isquêmico transitório AIT representa um fenômeno isquêmico cerebral focal interrup ção do fluxo sanguíneo para determinada área do cérebro de baixa duração de 2 a 15 minutos e intensidade o que não ocasiona dano tissular irre versível e o déficit neurológico súbito é passageiro Os sintomas mais comuns do AIT são muito parecidos com o de um acidente vascular encefálico AVE mas costumam desaparecer em 24 horas São eles Alterações da fala fala enrolada dificuldade para completar as palavras ou frases Alteração da força em um membro braço ou perna Alteração da sensibilidade em um lado do corpo Desvio da boca para um dos lados Alteração súbita e intensa do equilíbrio Alterações visuais visão embaçada tremida visão dupla Sonolência de início súbito com parada da fala Convulsões e sonolência excessiva vindo juntas e de forma súbita Dor de cabeça de início súbito e muito muito forte Na presença de um atleta que esteja apresentando um AIT interrompa todas as atividades físicas e o coloque em uma posição confortável Mantenha as vias aéreas livres e avalie os sinais vitais frequência cardíaca frequência respiratória e pressão arterial A pressão arterial pode estar levemente aumentada durante o episódio A frequência cardíaca pode estar normal ou elevada Na ocorrência do AIT os sinais e sintomas clínicos como dormência ou fraqueza das extremidades descritas como formigamento desa parecem em poucos minutos ou horas Cessada a crise obrigatoriamente referencieo para avaliação médica na companhia de outro indivíduo 96 Acidente Vascular Encefálico AVE O Acidente Vascular Encefálico AVE ou Acidente Vascular Cerebral AVC é uma doença incapacitante que pode levar ao óbito sendo necessário interven ção imediata e rápido reconhecimento de seu acome timento O AVE compreende uma alteração súbita da função neurológica acometendo um número cada vez maior de pessoas ROGER et al 2012 98 O AVE por muito tempo foi considerado uma condição relacionada com o envelhecimento em que apenas pessoas com idade avançada apresenta riam essa doença Entretanto sabese que diversos casos têm ocorrido com pessoas com idade inferior a 40 anos tornandose uma grande preocupação para a população em geral especialmente para os professores de Educação Física uma vez que a prá tica de atividade física exige grande esforço do sis tema cardiovascular e consequentemente aumento da pressão arterial O AVE caracterizase em dois tipos a Acidente vascular encefálico isquêmico quando o fluxo sanguíneo é bloqueado por um acúmulo de gordura ateroma dentro da artéria cerebral ou por coágulo que obstrui o vaso sanguíneo embolia cerebral b Acidente vascular encefálico hemorrágico ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro im pedindo o fluxo de sangue normal e permitin do que ele extravase para áreas do cérebro Pode ser adjacente ao cérebro hemorragia suba rac nóidea ou dentro da massa encefálica Como já citado anteriormente os sinais e os sintomas do AVE são muito parecidos com o do AIT cefaleia alteração da consciência fraqueza em um dos lados do corpo assimetria facial vertigens alteração da fala perda da visão náuseas e vômitos SBC 2013 Para uma avaliação préhospitalar você pode utilizar a Escala PréHospitalar de Cincinnati que consiste em avaliar face braços e fala Se o pacien te apresentar um deles alterado tem 72 de proba bilidade de ser AVC se houver as três alterações a chance de ser AVC é de 85 Quadro 2 Escala PréHospitalar de Cincinnati Sinais e sintomas Como testar Normal Alterado Queda facial Pedir para o paciente mostrar os dentes e sorrir Ambos os lados da face movemse normalmente Um dos lados da face não se move tão bem quanto o outro lado desvio de rima Debilidade dos braços Pedir para o paciente fechar os olhos e manter os braços estendidos na frente do corpo Ambos os braços man têmse esticados ou com movimentos iguais Um braço não se move ou cai mais comparado ao outro paresia Fala normal Pedese para o paciente dizer o rato roeu a roupa do rei de Roma Usa as palavras corretas com pronúncias claras Usa palavras inelegíveis incorretas ou não consegue falar Fonte adaptado de Moraes 2010 EDUCAÇÃO FÍSICA 99 A principal diferença entre o AIT e o AVC é que o déficit neurológico no AIT é reversível em até 24 horas Contudo embora as víti mas de AIT não fiquem com sequelas este distúrbio pode representar um indicativo de um futuro AVC REFLITA Embora o AIT e o AVE sejam condições que nem sempre podem ser prevenidas pois dependem de muitos fatores é imprescindível que profissionais do esporte treinadores professores atletas etc reali zem periodicamente exames preventivos Uma dica interessante para lembrar e avaliar os si nais e sintomas do AVE é lembrar da palavra SAMU peça para a vítima Sorrir Abraçar e Cantar uma Música Se o indivíduo apresentar alguma dificul dade para realizar algumas dessas atividades ligue imediatamente para o serviço de Urgência No atendimento a vítima de AVE você deve 1 Avaliar responsividade da vítima 2 Avaliar o nível de consciência e escala de Cincinnati marcar o horário que iniciou os primeiros sinais e sintomas 3 Solicitar imediatamente o serviço móvel de urgência 4 Monitorar os sinais vitais até a chegada do atendimento especializado Figura 2 Identificação do AVC Fonte adaptada de Neuroliga 2016 online1 100 O trauma é a principal causa de morte em indivídu os entre 1 e 44 anos O traumatismo cranioencefáli co TCE é o principal determinante de morbidade incapacidade e mortalidade dentro deste grupo O TCE grave por exemplo está associado a uma taxa de mortalidade de 30 a 70 e a recuperação dos sobreviventes é marcada por sequelas neurológicas graves e por uma qualidade de vida muito prejudica da OLIVEIRA IKUTA REGNER 2008 O TCE é uma lesão do crânio eou do parên quima cerebral provocada por uma força física ex terna como um choque local ou movimentos repe tidos decorrentes de impactos únicos ou múltiplos resultando em compressão expansão aceleração desaceleração e rotação do cérebro dentro do crânio que pode ocasionar alteração do ní vel de consciê n cia e comprometimento das habilidades cognitivas ou do funcionamento fí sico SILVA et al 2017 De acordo com Moraes 2010 existem três ti pos de TCE Traumatismo craniano fechado quando nã o há ferimentos no crâ nio ou existe ape nas uma fratura linear Pode apresentar con cussã o breve perda de consciê ncia depois do traumatismo geralmente se recobra a consciê ncia antes de seis horas Fratura com afundamento do crâ nio o pe ricrâ nio está í ntegro poré m um fragmento do osso fraturado está afundado e compri me eou lesiona o cé rebro Fratura exposta do crâ nio indica que os tecidos pericranianos foram lacerados e que existe uma comunicaç ã o direta entre o couro cabeludo lesionado e o parê nquima cerebral por meio dos fragmentos ó sseos afundados ou estilhaç ados e da duramá ter lacerada Traumatismo Cranioencefálico TCE EDUCAÇÃO FÍSICA 101 Além disso o TCE pode ser classificado como leve moderado e grave GENTILE et al 2011 Normalmente o TCE leve é assintomático ou a vítima pode apresentar cefaleias tonturas pertur bações da visão e lesões cranianas evidentes ex lacerações e hematomas Em casos de TCE moderado pode ocorrer al teração do estado de consciência no momento do traumatismo ou depois que pode ir desde o estado de alerta até a ausência de resposta passando pela desorientação no tempo e no espaço cefaleia pro gressiva convulsão vômito amnésia politrauma tismo traumatismo facial grave No caso grave há alterações da simetria e da reatividade à luz das pupilas hemiplegia ou hemi paresia perda de líquido cefalorraquidiano ou de sangue pelos orifícios da cabeça nomeadamente nariz e ouvidos ventilação rápida e superficial ou lenta com períodos de apneia quando existe com promisso do centro respiratório hipertensão ar terial que surge como resposta fisiológica do or ganismo tentando de manter a irrigação cerebral na presença de aumento da pressão intracraniana e hipertermia por desregulação do centro termor regulador Ainda as fraturas sobretudo as que têm ori gem na região posterior e no fundo base do crânio podem desencadear os seguintes sinais pupilas desiguais anisocoria perda de líquor ou sangue pelas narinas ou orelhas rinorragia e otor ragia hematoma periorbitário sinal de Panda ou olhos de guaxinim e Sinal de Battle hematoma na região mastoide atrás da orelha Independentemente do grau da lesão se o atle ta exibir qualquer um dos sinais ou sintomas pre viamente listados afasteo imediatamente da ati vidade Em todos os casos de TCE a vítima deve ser encaminhada ao hospital mais próximo ou o serviço de emergência deve ser acionado Neste sentido Flegel 2015 orienta a seguir os passos a seguir 1 Solicite rapidamente o serviço de emergência médica 2 Mantenha a cabeça e o pescoço imóveis ex ceto em casos de suspeita de traumatismo ra quimedular até que o atendimento especia lizado chegue 3 Em casos de sangramento controle qualquer hemorragia profusa mas evite aplicar pres são excessiva sobre uma ferida na cabeça 4 Monitore a frequência respiratória cardíaca pulso pressão arterial e temperatura Se ne cessário realize a RCP Assistindo a uma partida de futebol você provavelmente já presenciou um traumatis mo craniano ocorrido por choque da cabeça com o chão ou por colisão entre dois atletas ao cabecear uma bola A decisão de voltar ao jogo após uma pancada na cabeça sempre causou discussões entre médicos e árbitros de futebol Recentemente a FIFA divulgou uma nota sobre o assunto haja vista a fre quência com que esses acidentes ocorrem e as divergências entre as condutas que devem ser tomadas nesses casos Caroa alunoa sugerimos que você faça uma leitura da reportagem postada no jornal Estadão pois trata exatamente do posicio namento da FIFA em relação a esses aciden tes Acesse o link httpesportesestadao combrnoticiasfuteboltraumatismocra nianofifadecidequemedicotemdecisao final1564826 Fonte as autoras SAIBA MAIS 102 Traumatismo Raquimedular TRM EDUCAÇÃO FÍSICA 103 O trauma raquimedular TRM é uma agressão à medula espinhal que pode ocasionar sérios pro blemas neurológicos como alterações da função motora sensitiva e autônoma As principais causas de lesão são os acidentes automobilísticos quedas esportes de contato físico acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo MAR TINS DAMASCENO AWADA 2012 As fraturas na região cervical são mais comuns entre as vértebras C5 e C6 Lesões na vértebra cer vical C1C2 ou C2C3 com acometimento medular geralmente são fatais pois levam à parada respira tória imediata As lesões cervicais C3C4 e C4C5 com acometimento da medula acarretam instabili dade respiratória As fraturas na região toracolom bar correspondem a 90 dos traumas raquimedula res sendo mais afetadas a vértebra torácica T12 e as vértebras lombares L1 e L2 MORAES 2010 As sequelas estão diretamente relacionadas com o nível do traumatismo O dano à medula espinhal varia de uma concussão transitória da qual o pa ciente recuperase completamente contusão lace ração e compressão da substância da medula até uma transecção completa com possível perda de movimentos paraplegia ou tetraplegia Os principais sinais e sintomas sugestivos de le são raquimedular são dormência ou perda de sen sibilidade dos membros superiores eou inferiores respiração diafragmática hipotensão associada à bradicardia priapismo Podem ser observados também edemas defor midades desvio de estru tura na região do pesco ço desvio de traqueia e presença de dor Quando você sus peitar de um trauma ra quimedular chame o ser viço médico de urgência imediatamente Estabilize a vítima para evitar qualquer mo vimento da cabeça pescoço ou do corpo Você precisa manter a vítima totalmente imóvel até que a ajuda profissional chegue Não mova a vítima a menos que ela esteja em perigo imediato de lesão adicional ou se você precisar desobstruir uma via respiratória para que ela pos sa respirar Se você perceber que a vítima não apresenta pulso e não está respirando inicie RCP Jamais toque na vítima se você não tem conhecimento de primeiros socorros para o atendimento em TRM Qualquer conduta inadequada pode piorar a situação do indivíduo 104 considerações finais C aroa alunoa nesta unidade discutimos um pouco sobre as principais urgências e emergências metabólicas e neurológicas Os distúrbios endócrinos especialmente os relacionados aos níveis de glicose sanguínea compreendem uma gama de manifestações clínicas Nos casos de urgência e emergência essas condições configuramse como potencialmen te fatais se não foram imediatamente reconhecidas e tratadas de maneira adequada Por outro lado sabese que esses distúrbios compreendem sintomas muito inespecí ficos o que dificulta o seu diagnóstico e torna os primeiros socorros algo complexo e extremamente desafiador Da mesma maneira caroa acadêmicoa você deve ter compreendido que em uma emergência neurológica existe a necessidade de uma avaliação criteriosa dos sinais e sintomas apresentados pela vítima uma vez que o sistema neurológico é ex tremamente complexo e desempenha um importante papel no controle das funções corporais Assim qualquer alteração sutil pode indicar um possível agravamento da condição da vítima Sabese que o reconhecimento e uma avaliação focada dessas condições devem ser a base das intervenções Portanto caroa estudante é imprescindível aprofundar seus conhecimentos a respeito dos aspectos essenciais das situações de urgências e emergências metabóli cas e neurológicas de maneira que você se torne capacitado para atuar em qualquer situação e em qualquer ambiente seja no meio escolar em academias centros de treinamento seja até mesmo em locais públicos De fato as orientações de primeiros socorros nessas situações não devem termi nar aqui É necessário ler e se atualizar constantemente acerca dessa temática Bons estudos considerações finais 105 atividades de estudo 1 Considerado uma das grandes epidemias mundiais do século XXI e problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento aco mete aproximadamente 382 milhões de pessoas no mundo devido ao estilo de vida atual caracterizado por inatividade física e hábitos alimentares Possui como principais sinais e sintomas fome excessiva aumento do volume urinário sede em demasia e fadiga Considerando as informações anteriores indique qual é a doençaevento res ponsável por esses sinais e sintomas a Hipoglicemia b Diabetes mellitus c Traumatismo raquimedular d Epilepsia e Doença arterial coronariana 2 Recentemente durante uma partida de futebol no campeonato amazonense o atacante Charles Chenko bateu a cabeça com o zagueiro Victor e desmaiou Em seguida sofreu uma forte convulsão e teve que ser levado às pressas para para o pronto atendimento mais próximo Considerando o caso apresentado avalie as alternativas seguintes sobre as reco mendações no caso de convulsão I Deitar a pessoa de lado para que não engasgue com a língua II Remover todos os objetos ao redor que ofereçam risco de machucála III Afrouxar as roupas elevar a mandíbula para facilitar a passagem do ar e cro nometrar o tempo da convulsão IV Tentar puxar a língua para fora É correto apenas o que se afirma em a I e II apenas b II III e IV apenas c I II e III apenas d II e III apenas e III apenas 106 atividades de estudo 3 A hipoglicemia é a diminuição dos níveis glicêmicos para valores abaixo de 60 mgdL que leva a manifestações de liberação do sistema simpático como sudorese taquicardia apreensão e tremor Sobre as condutas de primeiros socorros em casos de indivíduos hipoglicêmicos assinale a alternativa correta a Se a vítima estiver consciente peça para ela se exercitar Os exercícios físicos tendem a aumentar a glicemia sanguínea b Se a vítima estiver consciente solicite que ela não se alimente sob nenhuma hipótese pois a vítima pode desmaiar e se engasgar com a comida c Se a vítima estiver inconsciente deitea em posição confortável até a crise pas sar Não há necessidade de atendimento médico especializado pois os sinais e sintomas melhoram gradativamente d Se a vítima estiver consciente interrompa as atividades físicas e ofereça ali mentos ou líquidos compostos por frutose sacarose e oligossacarídeos ba las sucos Monitore os sinais vitais e Se a vítima estiver inconsciente inicie imediatamente as manobras de RCP 4 O Acidente Vascular Cerebral AVC popularmente conhecido como derrame é uma das principais causas de morte e de sequelas no Brasil e no mundo A doen ça cerebrovascular atinge 16 milhões de pessoas ao redor do globo a cada ano Dessas seis milhões morrem Por isso a Organização Mundial de Saúde OMS recomenda a adoção de medidas urgentes para prevenção e tratamento da do ença Neste sentido julgue as afirmativas a seguir assinalando V para verdadeiro e F para falso O aparecimento súbito de déficits neurológicos nos AVC isquêmico e he morrágico independe da região cerebral envolvida Quando há ruptura espontânea de um vaso com extravasamento de san gue para o interior do cérebro é denominado AVC hemorrágico Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo dificuldade para falar e confu são mental são alguns sinais do acidente vascular cerebral O AVC não se configura como uma situação de emergência e portanto não há necessidade de referência No atendimento de primeiros socorros ao AVC é melhor esperar os sinto mas passarem para então orientar a vítima a procurar um médico 107 atividades de estudo A sequência correta é a V V V F V b F F V F V c F F F F V d F V V V F e F V V F F 5 Durante a prática de uma atividade física um indivíduo 48 anos sexo masculino hipertenso sofreu uma queda da esteira Ao examinar a vítima você percebe que ela está sonolenta e apresenta hematomas difusos na face há alteração do diâ metro pupilar anisocoria e presença de hemorragia nasal Mostrase hidratada acianótica FC 120bpm O2sat 90 PA 150x90mmHg a Qual é o provável diagnóstico b Quais são os sinais e sintomas da patologia c Quais são as condutas recomendadas frente a esta situação 108 LEITURA COMPLEMENTAR Caroa alunoa o artigo apresentado Alterações neurológicas em concussões nos espor tes do autor Cassiano Simão Assunção e colaboradores publicado no periódico Science in Health em 2015 trata de um evento muito frequente durante as práticas esportivas A concussão cerebral compreende uma alteração provocada por um trauma que pode ou não estar relacionada com a perda de consciência Confi gurase como uma lesão cerebral leve com recuperação neurológica completa Normalmente a vítima apresentase confusa sente dor de cabeça uma sonolência anormal podendo ser acompanhada de tontura e difi culdade de concentração As concussões causam uma disfunção cerebral temporária sem apresentar fratura do crânio ou feridas na cabeça Embora considerado um traumatismo craniano leve recentemente discutemse os efeitos da concussão cerebral a médio e longo prazo especialmente em relação à casuística e ao número de concussões cerebrais sofridas o que pode desencadear eventos graves e po tencialmente fatais e patologias neurodegenerativas Em esportes de contato a concussão cerebral ocorre após uma pancada na cabeça Uma avaliação clínica correta dos sinais e sintomas associados a esse tipo de trauma e o acom panhamento assistencial posterior das lesões são de extrema importância para amenizar qualquer défi cit neurológico decorrente e para trazer o atleta novamente à competição ou à prática de esportes Desta maneira é importante que o professor de Educação Física saiba reconhecer tais lesões e promover junto a profi ssionais da saúde os cuidados do retorno do atleta para as competiçõesatividades físicas evitandose assim lesões futuras Para saber mais leia o artigo na íntegra que está disponível no link a seguir httpar quivoscruzeirodosuleducacionaledubrprincipalnewrevistascienceinhealth16jan abr2015Science06011521pdf Aproveite a oportunidade para aprender mais sobre esse tipo de traumatismo cranioence fálico muito comum na prática profi ssional do professor de Educação Física Fonte as autoras 109 material complementar Primeiros socorros Luiz Fernando dos Reis Falcão e Julio Cezar Mendes Brandão Editora Martinari Sinopse a forma como as pessoas reagem em uma situação de emergência antes da chegada do socorro médico costuma determinar como será a recuperação das vítimas e em casos extremos pode signifi car a diferença entre a vida e a morte A primeira pessoa a chegar ao local precisa ser capaz de reconhecer as emergências e lidar com elas de modo a proteger as vítimas Este livro permite o acesso à infor mação de Primeiros Socorros Indicação para Ler a forma como as pessoas reagem em uma situação de emergência antes da chegada do socorro médico costuma determinar como será a recuperação das vítimas e em casos extremos pode signifi car a diferença entre a vida e a morte A primeira pessoa a chegar ao local precisa ser capaz de reconhecer as emergências e lidar com elas de modo a proteger as vítimas Este livro permite o acesso à infor 110 referências AHA American Heart Association Destaque das Diretrizes da American Heart As sociation de 2015 para RCP e ACE Dallas AHA 2015 Disponível em https eccguidelinesheartorgwpcontentuploads2015102015AHAGuidelinesHi ghlightsPortuguesepdf Acesso em 17 jan 2019 BARBÉRIO G S SANTOS P S S MACHADO M A A M Epilepsia condutas na prática odontológica Rev Odontol Univ Cid São Paulo v 25 n 2 p 114 maioago 2013 BRASIL Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Diabetes Mellitus Cadernos de Atenção Básica n 16 Brasília Ministério da Saúde 2006 Série A Normas e Manuais Técnicos Disponível em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdiabetesmellitusPDF Acesso em 17 jan 2019 FLEGEL M J Primeiros Socorros no Esporte 3 ed Barueri Editora Manole 2010 Primeiros Socorros no Esporte 5 ed Barueri Manole 2015 GENTILE J K A et al Condutas no paciente com trauma cranioencefálico Ver Bras Clin Med v 9 n 1 p 7482 2011 Disponível em httpfilesbvsbrupload S167910102011v9n1a1730pdf Acesso em 18 jan 2019 referências 111 referências LYRA R CAVALCANTI N SANTOS R D Diabetes Mellitus e Doenças Cardio vasculares São Paulo AC Farmacêutica 2014 MARTINS H S DAMASCENO M C T AWADA S ProntoSocorro Medicina de Emergência 3 ed São Paulo Manole 2012 MORAES M V Atendimento PreHospitalar Treinamento da Brigada de Emer gência do Suporte Básico ao Avançado São Paulo IÁTRIA 2010 OLIVEIRA C O IKUTA N REGNER A Biomarcadores prognósticos no trau matismo crânioencefálico grave Revista Brasileira de Terapia Intensiva São Paulo v 20 n 4 outdez 2008 Disponível em httpwwwscielobrscielophpscripts ciarttextpidS0103507X2008000400015lngptnrmisotlngpt Acesso em 17 jan 2019 ROGER V L et al Heart disease and stroke statistics 2012 update a report from the American Heart Association Dallas AHA 2012 Disponível em httpscirc ahajournalsorgcontent1251e2fullpdfhtml Acesso em 17 jan 2019 SILVA J A et al Traumatismo cranioencefálico no município de Fortaleza Enfer magem em Foco v 8 n 1 p 2226 2017 Disponível em httprevistacofengov brindexphpenfermagemarticleview724368 Acesso em 17 jan 2019 referências 112 referências SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia Treinamento de Emergências Cardiovas culares básico TECA B São Paulo Manole 2013 SBD Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes 20152016 São Paulo A C Farmacêutica 2016 Disponível em httpwwwdiabetesorgbrsbdonlineimages docsDIRETRIZESSBD20152016pdf Acesso em 17 jan 2019 Diretrizes 20172018 São Paulo Editora Clannad 2017 Disponível em httpwwwdiabetesorgbrprofissionaisimages2017diretrizesdiretrizes sbd20172018pdf Acesso em 17 jan 2019 REFERÊNCIA ONLINE 1Em httpwwwneuroligaunivasfcombr20161029diadoavc2016 Acesso em 17 jan 2019 113 gabarito 1 B 2 D 3 D 4 E 5 a A vítima sofreu um traumatismo craniano b Além dos sinais e sintomas apresentados no caso a vítima pode apre sentar hemiplegia ou hemiparesia convulsões náuseas eou vômitos cefaleias e perturbações da visão hipertermia Em casos mais graves al teração do estado de consciência e PCR c Em casos de TCE devese solicitar rapidamente o serviço de emergência médica imobilizar a cabeça e o pescoço exceto em casos de suspeita de traumatismo raquimedular até que o atendimento especializado chegue Controlar qualquer hemorragia profusa monitorar a frequência respira tória cardíaca pulso pressão arterial e temperatura e se necessário re alizar a RCP Professora Dra Sabrina Weiss Sties Professora Me Xana Raquel Ortolan Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Hemorragia interna e externa Queimaduras Choque elétrico Insolação Intoxicação e Envenenamento Lesões nos olhos orelhas e dentes Objetivos de Aprendizagem Identifi car e prestar os primeiros socorros em casos de hemorragia interna e externa Compreender as condutas diante de queimaduras conforme classifi cação Compreender o atendimento de emergências em casos de choque elétrico Identifi car sinais e sintomas de insolação e técnicas de atendimento às vítimas Reconhecer as situações de intoxicação e envenenamento e os procedimentos de primeiros socorros Identifi car as lesões nos olhos orelhas e dentes e os procedimentos de primeiros socorros ACIDENTES E LESÕES EM GERAL unidade IV INTRODUÇÃO B emvindoa a mais um capítulo do nosso livro Nele vamos apre sentar os acidentes e lesões que de maneira geral ocorrem em nos so local de trabalho ou mesmo no ambiente domiciliar Inicialmente vamos nos dedicar aos estudos sobre os diferentes tipos de hemorragias características e intervenções próprias É provável que você já tenha sofrido uma hemorragia mas que não causou preocupação por ser pequena ou porque o trauma não atingiu um vaso importante Entretanto algumas hemorragias podem ser sérias e demandam atendimento imediato Depois estudaremos os aspectos relacionados às queimaduras a classifi cação e os métodos aceitos para calcular a superfície corporal queimada Em bora os procedimentos de primeiros socorros sejam simples as queimaduras podem atingir estruturas além da pele como músculos ossos nervos e vasos sanguíneos o que pode desencadear um comprometimento das vias aéreas No tópico seguinte abordaremos as características do choque elétrico que também pode provocar queimaduras graves devendo ser tratado com os mesmos critérios A insolação é outra situação de emergência que surge devi do ao superaquecimento do organismo decorrente da exposição prolongada ao calor configurandose como uma queimadura grave Descreveremos os principais casos de intoxicação e envenenamento Sa bese que reconhecer uma vítima nesta situação não é simples pois os sinais e sintomas variam de acordo com o tipo de substância com a qual a vítima teve contato entretanto é importante que você reconheça os sinais de gravidade e que necessitam de atendimento médico imediato Por fim destacamos algumas lesões gerais que ocorrem nos olhos nas orelhas e nos dentes Cada uma com sua particularidade nem sempre são uma condição de emergência mas devem ser tratadas com atenção e respon sabilidade Todas as situações abordadas aqui são comuns tanto no ambiente escolar como em outros locais de prática de atividade física por isso você deve saber como agir diante dessas situações Vamos começar Bons estudos a você 118 A hemorragia compreende a perda de volume sanguí neo devido ao rompimento de veias eou artérias por causas diversas como amputações fraturas esmaga mentos cortes úlceras entre outros As hemorragias podem ser classifi cadas como internas ou externas A hemorragia interna ocorre sem que a pele seja rompida Pode ser provocada pela lesão de algum órgão interno Normalmente esse tipo de hemorra gia acontece imediatamente após acidentes violen tos nos quais o corpo deve suportar pressões mui to grandes como colisões soterramentos quedas acidentes automobilísticos etc Nesses casos não é possível visualizar o sangue e o socorrista deduz o quadro devido aos seguintes sintomas Pulso com batimento anormal fraco ou ace lerado Pele fria Sudorese abundante Palidez intensa e mucosas descoradas Tonturas Eliminação de sangue pela boca junto com vômito ou saliva nas fezes e na urina Sede Inconsciência Hemorragia Interna e Externa EDUCAÇÃO FÍSICA 119 Nos casos de hemorragia interna você deve mo nitorar os sinais vitais e chamar imediatamente o serviço de emergência uma vez que uma situação de hemorragia interna pode levar a vítima rapida mente ao estado de choque Caso a vítima passe a não responder mais iniciar RCP de imediato Você sabe o que é choque Também conhecido como choque circulatório compreende a falên cia circulatória aguda que prejudica a oferta de oxigênio para os tecidos Se não tratado preco cemente apresenta altas taxas de mortalidade John E Hall e Arthur Guyton REFLITA Por outro lado os casos de hemorragia externa são facilmente diagnosticados pois o derramamento de sangue ocorre para fora do corpo Nessas situações há possibilidade de reconhecimento de uma hemor ragia capilar arterial ou venosa A capilar correspon de a um sangramento lento com pouco volume de sangue observada em arranhões e pequenos cortes superficiais A arterial caracterizase pelo fluxo em forma de esguicho intermitente na mesma pulsação das palpitações cardíacas e a venosa apresenta flu xo contínuo e não muito intenso Figura 1 Diante de traumatismos que apresentam hemor ragia externa Quilici e Timerman 2011 apontam como agir diante desta situação 1 Verifique se o local do atendimento está se guro para você 2 Solicite que alguém traga o material próprio para atendimento de primeiros socorros 3 Coloque todos os equipamentos de proteção individual EPI incluindo óculos 4 Se a vítima estiver consciente peça para ela comprimir o local do sangramento com gaze ou compressa limpa enquanto você se para menta 5 Mantenha o membro afetado elevado 6 Comprima firmemente o local do sangra mento por 5 a 10 minutos até que a hemor ragia pare 7 Se não parar comprimir com mais força fa zendo uso de uma segunda gaze colocada sobre a primeira que não deve ser retirada para que não ocorra remoção de coágulos já presentes 8 Verifique possíveis sinais de choque palidez cutaneomucosa sudorese taquicardia pulso fino 9 Se houver sinais de choque e sangramento persistente acione imediatamente o serviço de atendimento especializado Artérias Veias Capilares Figura 1 Tipos de hemorragia externa 120 Ressaltase que a grande maioria dos sangramentos externos pode ser tratada com simples tampona mento direto sobre o local da hemorragia mas aten ção o ferimento deve estar sempre limpo diminuin do assim a possibilidade de infecções Se não existir gaze ou compressa esteril no local utilize algum te cido limpo ou faça a compressão com a própria mão vestindo luva devidamente ajustada Além disso instrumentos que estejam fincados em um ferimento não devem ser retirados devido a possibilidade de sangramento de um grande vaso que esteja por ele tamponado Nestes casos mante nha a vítima o mais imóvel possível até a chegada de atendimento especializado Em casos de amputação de membro devese promover a compressão firme da área ferida Não aplique torniquetes pois a compressão que exercem é suficiente apenas para diminuir o retorno veno so e na manutenção do fluxo arterial promovem aumento da hemorragia local Os torniquetes de vem ser utilizados somente como último recurso quando outros métodos de hemostasia já tenham falhado Assim devese sempre ter em mente que a compressão sobre o local da hemorragia é o mais recomendado Sob nenhuma hipótese despreze o membro am putado A melhor forma de preserválo é colocálo em um saco plástico e resfriálo em gelo Não co loque o membro amputado diretamente sobre gelo ou mergulhado em água ou outro líquido pois isso provoca degeneração celular do órgão Outra situação relativamente comum durante o exercício físico é o sangramento nasal epistaxe As causas mais comuns para a ocorrência desse tipo de hemorragia são traumatismos locais mais fre quentes em crianças o uso tópico de descongestio nantes antialérgicos e corticosteróides Além disso o ressecamento da mucosa causado pelo clima seco ou pelo inverno rigoroso exposição prolongada ao ar condicionado ou por infecções virais e bacteria nas também podem ocasionar o sangramento nasal Nesses casos Mantenha a vítima sentada imóvel inclinada para frente Realize o tamponamento de ambas as narinas com uma gazepano limpo usando o polegar e indicador em forma de pinça durante 15 minutos Figura 2 Coloque compressa com gelo sobre o nariz fazendo vasoconstricção diminuindo o san gramento nasal Figura 2 Condutas no atendimento a vítima com epistaxe Fonte FCFRP USP 2016 EDUCAÇÃO FÍSICA 121 Atenção caso não haja êxito em 15 minutos se houver sangramento arterial com ou sem comprometimento respiratório ou sinais de choque telefonar imediatamente para o serviço médico de urgência ATENÇÃO Jamais peça para a vítima deitar ou manter a cabeça inclinada para trás hiperextensão cervical pois isso facilita que o sangue seja aspirado OA atletaalu noa deve ser mantidoa com a cabeça pendida para a frente o que facilita a manutenção da permeabilida de das vias aéreas Sangramentos nasais hemorragias de ferimentos bucais podem levar a comprometimen to das vias aéreas Fique atento a sinais de dispneia como batimento da asa do nariz tiragem intercostal e respiração ruidosa Vítimas conscientes queixam se da dificuldade respiratória Sangramentos pro duzidos por avulsão dentária devem ser tratados por compressão OA atletaalunoa consciente deve ser orientadoa a manter a gaze colocada sobre o local do sangramento QUILICI TIMERMAN 2011 Queimaduras EDUCAÇÃO FÍSICA 123 As queimaduras são lesões decorrentes de agentes capa zes de produzir calor excessivo que danifica os tecidos corporais e acarreta a morte celular BRASIL 2012 No cenário atual as queimaduras são considera das um importante problema de saúde pública visto que acarretam graves problemas psicopatológicos devido às sequelas estéticas funcionais e emocio nais decorrentes de limitações físicas e amputação de membros ANTONIOLLI et al 2014 Ademais o trauma por queimaduras representa a quarta causa de óbito no mundo acometendo predo minantemente jovens na faixa etária de 1 a 40 anos e repercutindo com danos muitas vezes irreversíveis No Brasil cerca de 30 do total de vítimas queima das necessitam de hospitalização sendo que o restan te corresponde a queimaduras mais leves tratadas ambulatorialmente QUILICI TIMERMAN 2011 Nesse contexto entendese que as queimaduras podem variar desde lesões pequenas até catastróficas e que as condutas de primeiros socorros frente a essas si tuações dependem de uma análise criteriosa em relação ao agente causador à profundidade ou ao grau à exten são ou severidade à localização coporal da queimadura De acordo com Moraes 2010 as queimaduras podem ser classificadas quanto ao agente causador Agentes físicos líquidos superaquecidos va por fogo e o gelo Agentes eletricos a energia elétrica como as correntes de baixa voltagem eletrodomésti cos alta tensão e raio radiantes resultam da exposição à luz solar como os raios ultravio leta ou fontes nucleares Agentes químicos substâncias químicas in dustriais produtos de uso doméstico como solventes soda cáustica alvejantes ou qual quer ácido ou álcalis Agentes biologicos seres vivos como tatura nas águaviva urtiga Em relação à profundidade a queimadura depende de dois fatores a temperatura a qual a pele foi expos ta e o tempo de exposição Nesse sentido as lesões podem ser classificadas conforme a tabela a seguir Quadro 1 Classificação das queimadura quanto à profundidade 1º Grau A lesão atinge a epiderme apresenta ver melhidãoi e é acompanhada de dor 2º Grau A lesão atinge a epiderme e a derme apre senta vermelhidão e é acompanhada de dor e do aparecimento de bolhas 3º Grau A lesão atinge todas as camadas da pele chegando ao tecido subcutâneo É a forma mais grave As lesões apresentam se esbranquiçadas secas e com aspecto carbonizado acompanhadas de dor intensa Fonte adaptado de Santos 2014 p 114 Nas queimaduras de primeiro grau a cicatrização ocorre de 2 a 7 dias com a descamação da epiderme nas de segundo grau a cicatrização ocorre entre 10 a 14 dias em condições normais sem infecção Por outro lado nas de terceiro grau a cicatrização ocor re pelo crescimento epitelial a partir das bordas da ferida ou por meio do autoenxerto As queimaduras também podem ser classifica das quanto à extensão o que se refere à porcentagem da área da superfície corporal queimada O cálculo da extensão do agravo é classificado de acordo com a idade Nestes casos normalmente utilizase a regra dos nove criada por Wallace e Pulaski que leva em conta a extensão atingida a chamada superfície cor poral queimada SCQ BRASIL 2012 Veja na Figura 3 a extensão da área queimada Essa regra divide o corpo humano em áreas cada uma delas equivalente a 9 Com essa regra pode mos ter noção da extensão e da gravidade da área lesada Embora a regra dos noves apresente um re sultado aproximado é de grande importância para a continuidade do atendimento 124 Para superfícies corporais de pouca extensão ou que atinjam apenas partes dos segmentos corporais uti lizase para o cálculo da área queimada o tamanho da palma da mão incluindo os dedos da vítima conforme Figura 4 o que é tido como o equivalen te a 1 da SCQ Ainda as queimaduras podem ser classificadas quanto à localização Areas críticas face mãos e as que envolvam vias aéreas e genitais Areas semicríticas todas as demais áreas corpóreas Baseandose nessa classificação determinar a gravi dade da lesão depende de fatores como profundi dade extensão envolvimento das áreas críticas ida de da vítima presença de lesão pulmonar presença de outras lesões associadas como fraturas ou outros traumas e doenças de base existentes Figura 4 Regra da palma da mão Fonte Tobase e Tomazini 2017 Figura 3 Regra dos 9 Fonte Moraes 2010 EDUCAÇÃO FÍSICA 125 Neste sentido é fato que as condutas de primei ros socorros dependem de uma avaliação criteriosa de todos os fatores mas de maneira geral em quei maduras os princípios básicos no cuidado consis tem em SANTOS 2014 Afastar a vítima do agente causador No caso de a vítima estar em chamas envol vêla em um cobertor deixando a região da cabeça livre evitando que se sufoque com a fumaça Retirar acessórios como anéis pulseiras re lógios e outros Retirar as vestimentas que não aderiram à área queimada Resfriar a área com água em abundância Não aplique gelo Quando possível aplique compressas molhadas sobre a área lesionada Se houver bolhas flictemas não perfurálas pois o risco de infecção pode aumentar Não aplicar nenhum tipo de loção creme in fusão caseira pasta de dente pó de café ou produto gorduroso graxa e óleo pois isso complica e interfere no tratamento Se estiver consciente dar bastante água para beber evitando desidratação rápida No caso de queimadura química ou ácida la var a área com água em abundância por mais ou menos 10 minutos No caso de queimadura por pó químico re tirar primeiro o excesso e depois lavar com água em abundância pois o excesso de pó em contato com a água pode aderir ao tecido subcutâneo Nas queimaduras por soda cáustica tirar a substância com um tecido limpo e em se guida laválo pois o contato da soda com água provoca reação química com aumento de calor Providenciar transferência da vítima para um posto médico ou hospital mais próximo Dependendo da gravidade da lesão é importante que você fique atentoa as queimaduras que envolvam vias aéreas queimaduras faciais de sobrancelhas e narinas fuligem na orofaringe faringe avermelha da e com edema pois causam comprometimento da respiração Avalie também possíveis sinais de cho que pele fria e pegajosa respiração rápida fraca e irregular pulso rápido e fraco cianose hipotensão arterial etc e alterações no nível de consciência Nesses casos mais graves chame imediatamente o serviço de emergência 126 O choque elétrico compreende uma alteração de natureza e efeitos diversos que se manifesta no organismo humano quando este é percorrido por uma corrente elétrica De acordo com Moraes 2010 no choque elé trico a corrente fi sioló gica do corpo somase à corrente externa desconheci da com intensidade muito maior levando o corpo humano aos efeitos danosos da exposiç ã o a essa corrente Os principais efeitos fi sioló gicos que a corrente elé trica externa produz no corpo humano sã o MORAES 2010 a Tetanizaç ã o contraç ã o muscular involun tária causada pela circulaç ã o de corrente externa por meio dos nervos que controlam Choque Elétrico EDUCAÇÃO FÍSICA 127 os músculos A corrente supera os impulsos elétricos que são enviados pelo sistema ner voso e os anula levando à tetanização a qual será interrompida somente com o desliga mento da fonte geradora b Fibrilação ventricular sequência de impul sos cardíacos desordenados iniciandose pelo músculo ventricular que se repete con tinuamente no mesmo músculo o impulso elétrico não inicia no nó sinoatrial que é o comando dos impulsos elétricos c Parada cardiorrespiratoria a corrente elétri ca que passa pelo corpo da vítima com eleva da intensidade em curto período pode levar à parada cardíaca A parada cardíaca difere da fibrilação ventricular pela ausência total dos impulsos elétricos ou seja o coração está em assistolia d Queimadura a circulação da corrente elé trica no corpo da vítima é acompanhada do efeito Joule fenômeno de produção de calor levando a queimaduras graves geralmente de 3º grau No atendimento a vítimas de choque elétrico é ne cessário ter cautela e atenção às condições de segu rança para não se tornar uma segunda vítima e evi tar outros acidentes Imediatamente localize a fonte que está provo cando o choque e desligue o aparelho da tomada ou a chave geral de energia É muito comum que a vítima fique presa à corrente elétrica portanto não toque na vítima antes desligar a corrente Caso con trário você também poderá ser atingido pela des carga elétrica Se não houver possibilidade de des ligar a fonte de energia afaste a vítima da fonte de eletricidade com um objeto seco nãocondutor de corrente como cabo de vassoura bastão de borra cha e tábua objetos de madeira em geral Atentese também para os seus pés verifique se eles não estão molhados e se o chão está seco já que a água di ferentemente da madeira é excelente condutora de corrente elétrica Depois de ter certeza que a corrente foi desliga da inicie os primeiros socorros à vítima 1 Cheque o nível de consciência e seus sinais vitais respiração e pulso 2 Realize massagem cardíaca externa se a víti ma estiver em parada cardiorrespiratória 3 Verifique também se há queimaduras e reali ze os procedimentos nas áreas lesionadas 4 Acione o serviço de emergência De fato algumas vezes o choque elétrico pode cau sar apenas um susto mas dependendo da corrente elétrica a vítima pode ir a óbito Neste contexto adote algumas condutas para evitar a ocorrência dessa situação Não mexa e não permita que alguém espe cialmente crianças toque na parte interna das tomadas seja com os dedos seja com ob jetos Proteja as tomadas com protetores es peciais ou esparadrapo Quando estiver com as mãos molhadas não toque em aparelhos elétricos Mantenha os aparelhos elétricos em bom estado de conservação realizando manuten ções preventivas Não deixe fios elétricos à vista tampouco de sencapado Não sobrecarregue as instalações elétricas com vários utensílios ao mesmo tempo uti lizando por exemplo um T ou um benja mim pois os fios podem esquentar e provo car incêndio Estas simples condutas podem prevenir grandes aci dentes 128 A insolação é um mal estar causado pela ação do calor ou dos raios de sol que elevam a temperatu ra do indivíduo Este tipo de incidente pode afetar atletas e crianças que se expõem excessivamente a ambientes muito quentes ou que sofrem exposição demorada e direta aos raios solares Assim quando for realizar atividades ao ar livre procure evitar horários de maior calor entre 10h e 16h Além disso oriente seu atletas crianças eou pais quanto à importância da aplicação do protetor solar adequado para o tipo de pele com reaplicação a cada 2 ou 3 horas Se possível peça que usem rou pas largas e frescas além de protetores faciais como bonés e chapéus Oriente que façam a ingestão de bastante líquido ao longo do dia Se você identificar entretanto a ocorrência de sintomas como cefaleia sensação de muito calor náuseas irritabilidade fadiga e o aparecimento dos sinais de desidratação pele vermelha ou aver melhada e quente grande elevação da temperatura do corpo pulsação rápida respiração rápida pupi las contraídas vômito diarreia confusão possíveis convulsões possível inconsciência e parada cardior respiratória é possível que o individuo esteja sofren do uma insolação FLEGEL 2010 Nesse sentido o objetivo principal dos primei ros socorros diante da vítima que apresenta insola ção é baixar a temperatura corporal lenta e gradati vamente Para tanto siga as condutas seguintes Remova a vítima para um local fresco à som bra e ventilado Remover o máximo de peças de roupa do in divíduo Se possível mergulhe o atleta em água fria piscina ou banheira ou borrife água fria em todo o corpo do acidentado delicadamente e aplique compressas de água fria na testa pescoço axilas e virilhas Se estiver consciente mantenha a vítima em repouso e recostado cabeça elevada Ofereça bastante água fria gelada ou qual quer líquido não alcoólico para ser bebido Observe os sinais vitais Se estiver inconsciente eleve a cabe ça da vítima ou a coloque em posi ção lateral de segurança Se ocorrer parada respirató ria devese proceder à respiração artificial associada à mas sagem cardíaca externa caso ne cessário É importante ressaltar que após um atleta ou criança ter sofrido uma insolação não permita que elea retorne às ativi dades físicas a menos que seja liberadoa por um médico Insolação 130 Intoxicação e Envenenamento EDUCAÇÃO FÍSICA 131 A intoxicação e o envenenamento são manifestações por meio de sinais e sintomas dos efeitos nocivos produzidos em um organismo vivo como resultado da sua interação com alguma substância química que pode ser encontrada no ambiente água alimen tos plantas e animais peçonhentos ou isoladas pes ticidas medicamentos produtos de uso industrial e produtos de uso domiciliar JESUS et al 2012 Nos países desenvolvidos o envenenamento atinge cerca de 2 da população e nos países em desenvolvimento atinge aproximadamente 3 No Brasil estimase que três milhões de pessoas são in toxicadas por ano RODRIGUES et al 2009 As intoxicações e os envenenamentos podem ocorrer por ingestão inalação normalmente de ga ses e por contato com a pele ou olhos As principais causas de envenenamento são contato com subs tâncias corrosivas ingestão de alimentos estragados produtos de limpeza soda cáustica creolina plan tas remédios bebida alcoólica em excesso e inala ção de gases tóxicos Por ingestão os principais sinais e sintomas do envenenamento são lesão da pele ao redor da boca náusea e vômito diarreia hálito com odor estranho queixa de dor abdominal queixa de dor ao engolir Em situações mais graves podem ocorrer convul sões e perda da consciência Nos casos de intoxicação e envenenamento por ingestão é importante saber qual substância provo cou o envenenamento Além disso Não provoque o vômito pois se a substância ingerida for corrosiva ou derivada de petró leo como removedor de esmalte de unha gasolina querosene amônia soda cáustica e água sanitária pode causar queimadura no aparelho digestivo durante o vômito Não ofereça água leite ou qualquer outro lí quido à vítima Ligue para a assistência médica tendo todos os dados da ocorrência hora da ingestão ida de da vítima a maneira como ela se encontra no momento e se possível o nome do produ to ingerido SILVA 2018 online1 Se a intoxicação ou envenenamento ocorrerem por contato observe a presença de manchas na pele irritação nos olhos coceira Na ocorrência desses sinais e sintomas lave o local com água corrente e abundante Se os olhos foram afetados laveos com água corrente durante 15 minutos e os cubra com gaze sem fazer pressão Os agentes nocivos além de serem absorvidos rapidamente pela mucosa podem produzir irritação intensa e causar a perda da visão portanto encaminhe a vítima imediatamente ao serviço médico Se a exposição à substância tóxica ocorrer por inalação a vítima poderá apresentar respiração rá pida tosse pulso normalmente muito rápido ou muito lento Nesses casos 1 Remova a vítima para um local seguro e are jado 2 Se necessário remova suas vestimentas 3 Acione o serviço de atendimento especializa do 4 Mantenha as vias aéreas permeáveis 5 Avalie sinais vitais e se necessário realize manobras de ressuscitação cardiopulmonar É importante ressaltar que a presença de fumaça gases ou vapores ainda que pouco tóxicos em am bientes fechados pode ter consequências fatais por que estes agentes se expandem muito rapidamen te toma o espaço do oxigênio provocando asfixia BRASIL 2003 132 Outro tipo de evenenamento é pelo acidente com animais peçonhentos e venenosos que são cor riqueiros na prática do professor de Educação Física pois as atividades ao ar livre estão cada vez mais sen do utilizadas pelos profissionais Esses acidentes têm se configurado como um grande problema de saúde não só pela incidência mas principalmente pela gra vidade e sequelas que podem deixar Inicialmente é necessário esclarecer a dife rença entre animais venenosos e peçonhentos Os animais venenosos produzem veneno mas não apresentam aparato ferrões presas etc para ino culação O envenenamento acontece por contato ou ingestão da substância tóxica Os peçonhen tos porém são aqueles que apresentam estrutu ras produtoras armazenadoras de veneno e um aparato especializado para inoculálo O envene namento é ativo esses animais injetam o veneno dentro do organismos de outro ser vivo QUILICI TIMERMAN 2011 Entre os peçonhentos com maior incidência de acidentes em seres humanos podese destacar as cobras as aranhas os escor piões e as abelhas Os principais sintomas ocasionados por picadas de cobras dependem muito da espécie envolvida Em geral podem aparecer marcas das presas e alte rações locais evidentes dor calor edema e eritema no local da picada flictenas necrose na área náuse as vômitos e muita fraqueza Em casos mais graves podem ocorrer manifestações clínicas decorrentes da ação neurotóxica miotóxica e coagulante do ve neno dificuldade de deglutição e insuficiência renal e respiratória aguda até o choque Após um acidente com picadas de cobras não há muito para ser feito apenas 1 Tranquilize a vítima até a chegada no hospital 2 Evite que ela caminhe ou corra deixandoo deitada 3 Lave o local com água e sabão e mantenha o membro elevado Não faça uso de torniquetes nem passe substân cias folhas pó de café couro da cobra outras no local da picada O único tratamento eficaz para o envenenamento por serpente é o soro antiofídico específico para cada tipo gênero de serpente Por isso se possível leve a serpente para identificação INSTITUTO BUTANTAN 2018 Em acidentes com aranhas e escorpiões os sin tomas são muito parecidos aos da picada de cobra como dor local de intensidade variável queimação agulhadas ou latejante a dor aumenta de intensida de com a palpação e pode irradiarse para o membro acometido Frequentemente há parestesias O ponto de inoculação do veneno pode não ser visível en EDUCAÇÃO FÍSICA 133 tretanto podem ser encontrados halo eritematoso e edema discretos sudorese e piloereção Nesses casos proceda da mesma maneira como em picadas de cobras Ao encaminhar a vítima para o centro de saúde mais próximo quando possível leve o inseto ou pelo menos uma foto para auxi liar no tratamento Em casos mais graves também podem ocorrer manifestações sistêmicas por isso fique atento pois pode haver midríase arritmias respiratórias e cardíacas taquicardia hipertensão arterial podendo evoluir para falência cardiocir culatória Essa situação exige atendimento médico especializado CUPO AZEVEDOMARQUES HERING 2003 e aplicação de tratamento específi co soro antiaracnídeo ou antiescorpiônico Destacase também um evento muito comum que é a picada de abelha Nesses casos a vítima apre senta uma reação localizada à picada com sintomas de uma reação de hipersensibilidade ou seja edema dor prurido e hiperemia no local o tamanho da lesão cos tuma ter entre 10 e 50 cm conforme figura a seguir Normalmente esses sinais e sintomas desaparecem aos poucos sem nenhum tipo de tratamento específico Nos casos mais brandos retire o ferrão e utilize uma compressa fria com gelo para reduzir o efei to do veneno no local da picada mas fique atento para algumas das consequências resultantes de pi cadas por insetos Em algumas pessoas a reação ao veneno de um inseto pode assumir caráter sistêmi co tais como insuficiência respiratória edema de glote broncoespasmo edema generalizado das vias hemólise intensa acompanhada de insuficiência re nal hipertensão arterial Muito rapidamente estes sintomas podem causar o óbito BRASIL 2003 Ao perceber sintomas graves chame o socorro Sabese que o perigo da picada da abelha além de estar relacionada à quantidade de picadas e ao ve neno também está relacionado com a sensibilização da vítima Se ela já foi sensibilizada aos antígenos de abelha ocorrerá um quadro alérgico típico Do con trário a simples picada poderá provocar o choque anafilático mesmo que seja em pequena quantidade Para saber mais sobre os fatores relacionados aos acidentes com animais peçonhentos o Mi nistério da Saúde disponibilizou em seu site oficial algumas informações para a população a respeito desses eventos As informações a seguir podem ajudar ainda mais nas condutas de primeiros socorros Para saber mais acesse o link httppor talmssaudegovbrsaudedeazacidentes poranimaispeconhentos Fonte as autoras SAIBA MAIS 134 Os ferimentos oculares são muito comuns durante as atividades físicas e se não tratados de maneira rá pida e apropriada podem levar a complicações que ameaçam a visão LECUONA 2009 Entre as lesões oculares mais comuns ocorridas principalmente nos esportes de contato podese citar a contusão perfuração abrasão e fratura da órbita A lesões contusas representam uma compres são no sentido anteroposterior a qual empurra o globo ocular contra as estruturas orbitárias como acontece em um soco ou bolada CBO 2018 Nestes casos podese observar acú mulo de sangue na esclera parte branca do olho ou na í ris Além disso há restriç ã o dos movimentos oculares a íris ou a pupila podem apresentar formas irregulares Pode ocorrer ainda corte na có rnea incapacida de para abrir os olhos perda da visã o perifé rica deformidade palpá vel dos ossos ao redor do olho e sensibilidade à luz Na ocorrência destes sinais e sintomas devese Afastar oa atletaalunoa das atividades e se necessário acionar a equipe de resgate Colocar oa atletaalunoa sentadoa em posiç ã o ereta ou semirreclinada 45 Lesões nos Olhos Orelhas e Dentes EDUCAÇÃO FÍSICA 135 Se a equipe de resgate demorar mais que 15 minutos você pode aplicar delicadamente um tampão sobre ambos os olhos para limi tar o movimento FLEGEL 2015 As perfurações oculares compreendem as lesões do globo ocular ou anexos causados geralmente por objetos pontiagudos como facas madeira prego vidro entre outros Nestes casos há presença de dor queimação acúmulo de sangue na esclera eou na íris corte na córnea É necessário acionar o serviço de resgate imediatamente e a vítima deve permane cer em posição confortável Em nenhuma hipótese remova o objeto incrustado Os acidentes oculares abrasivos compreendem arranhões na córnea que podem ser causados por sujeira areia ou outro corpo estranho no olho Ge ralmente a vítima apresenta dor queimação e sensa ção de estar com algo dentro de olho vermelhidão lacrimejamento visão embaçada e sensibilidade à luz Nestes casos FLEGEL 2015 Tente remover qualquer pequena partícula que cause irritação com exceção de vidro Coloque oa atleta ou alunoa sentadoa em uma posição semirreclinada Aplique delicadamente um tampão com rolo de gaze esterilizada sobre ambos os olhos porque do contrário os movimentos do olho não lesionado farão que o lesionado também se mova Encaminhe oa atleta a um médico As fraturas da órbita são causadas por um forte im pacto que aumenta muito a pressão intraorbitária geralmente ocorre no assoalho da órbita ou da pa rede lateral interna onde a estrutura óssea é mais frágil A vítima apresenta diplopia visão dupla edema equimose periocular íris ou pupila de forma irregular e enoftalmo aprofundamento do globo ocular para dentro da órbita CBO 2018 Nestes casos afaste o atleta das atividades acione a equipe de resgate imediatamente e o coloque sentado em uma posição ereta ou semirreclinada As lesões nas orelhas podem decorrer de golpe direto ou por fricção repetida da orelha em uma su perfície O indivíduo pode apresentar dor sensação de queimação edema na parte externa da orelha verme lhidão ou deformação Nesses casos aplique gelo de licadamente durante 5 a 10 minutos e encaminhe oa atleta a um pronto atendimento Eleela não poderá retornar às atividades até que seja examinadoa e libe radoa por um médico FLEGEL 2015 Por último as lesões dentárias ocorrem fre quentemente em crianças mas podem envolver in divíduos praticantes de atividades físicas que estão em contato com outros jogadores e suscetíveis a re ceber um projétil como uma bola Podem ocorrer fraturas luxação ou avulsão den tária eliminação a vítima apresentar à dor frouxi dão dos dentes e hemorragia bucal Essas situações geralmente estão associadas a outras lesões de cabeça e pescoço incluindo acometimento dos ossos faciais concussões abrasões hemorragia e problemas na arti culação temporomandibular WALKER 2010 Em caso de avulsão o reimplante imediato é o melhor tratamento no local do traumatismo Assim devese começar por manter oa alunoa calmoa e evitar tocar na raiz do dente Depois passar o den te em água fria corrente no máximo 10 segundos e reimplantar o dente no alvéolo Além disso podese instruir a vítima a morder um lenço para manter o dente na posição desejada Se isso não for possível armazene o dente em leite dentro da cavidade bucal na saliva ou em um recipiente com soro fisiológico CARDOSO 2014 Encaminhe a vítima para atendi mento odontológico imediatamente 136 considerações finais C aroa alunoa encerramos mais uma unidade de aprendizagem Em um primeiro momento conhecemos os eventos que causam hemorragias in ternas e externas Ambas se não tratadas precocemente podem levar o indivíduo à parada cardiorrespiratória e a sequelas irreversíveis causadas pela hipóxia nos tecidos especialmente se a hemorragia for arterial Consequências sérias são decorrentes de queimaduras graves com grandes su perfícies corporais lesionadas grande profundidade e áreas críticas atingidas O atendimento deve ser muito criterioso e sempre requer assistência médica especiali zada Em queimaduras mais brandas muitas vezes os primeiros socorros prestados no local do acidente já são suficientes para controlar a situação e prevenir compli cações O mesmo ocorre em casos de vítimas que sofreram um choque elétrico Nosso sistema nervoso é pouco afetado em casos de uma corrente muito fraca Quando a corrente elétrica é mais forte o indivíduo pode apresentar dor queimaduras e até uma parada cardiorrespiratória Neste contexto o que podemos fazer é saber reco nhecer e prestar o atendimento adequado A insolação uma condição provocada pela exposição prolongada a ambientes quentes e raios solares causa um distúrbio no mecanismo de controle da temperatu ra corporal causando hipertermia pele seca e avermelhada pulsação acelerada falta de ar enjoo vômitos tonturas e até desmaios Embora seja totalmente prevenível ela ainda é muito comum no nosso cotidiano e depende da nossa atuação para diminui ção dos sinais e sintomas Por fim ao final da unidade conhecemos as principais lesões nos olhos orelhas e dentes as quais são muito comuns durante a prática esportiva Além disso compre endemos os fatores que causam uma intoxicação e um envenenamento consideran do que os sinais e sintomas estão diretamente relacionados com o tipo de exposição e a substância tóxica envolvida De fato as situações descritas nesta unidade dependendo das circunstâncias nem sempre se caracterizam como eventos de urgência e emergência Entretanto se não tratadas de maneira adequada podem causar danos irreversíveis na vítima sejam eles físicos ou psicológicos considerações finais 137 atividades de estudo 1 As queimaduras são lesões causadas por agentes capazes de produzir calor ex cessivo que danifica os tecidos corporais e acarreta a morte celular Neste con texto assinale a alternativa correta sobre as queimaduras a Podem ser classificadas em primeiro segundo e terceiro grau de acordo com a extensão da área do corpo queimada b As queimaduras de primeiro grau são as mais graves pela presença de dor forte destruição da epiderme e da derme e pelo aparecimento de bolhas c Embora sejam mais extensas que as de primeiro e segundo grau as queima duras de terceiro grau não formam bolhas d A aplicação de água corrente limpa sobre a queimadura deve ser a principal medida de primeiros socorros adotada para todas as queimaduras pois a água resfria a pele e alivia a dor e Para diminuir o efeitos das queimaduras de primeiro grau podese aplicar creme dental para aliviar a dor local 2 Hemorragia é a perda de sangue causada pelo rompimento de um vaso sanguí neo veia ou artéria Na hemorragia externa o sangue extravasa a pele e assim pode ser visto Nesses casos devem ser adotados os os seguintes procedi mento s I Lavar as mãos e utilizar luvas II Comprimir o local com gaze por 5 a 10 minutos ou até cessar a hemorragia III Manter o membro acometido no nível mais baixo em relação ao restante do corpo IV Realizar torniquetes Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas está correta 138 atividades de estudo 3 O choque elétrico é a reação do organismo à passagem da corrente elétrica que pode gerar um pequeno susto ou até mesmo uma fibrilação cardíaca e morte Sobre os primeiros socorros na ocorrência de um choque elétrico julgue as al ternativas abaixo Interrompa a corrente elétrica por meio de um material que não seja con dutor antes de socorrer a vítima Jogue água no local de contato entre a vítima e a corrente elétrica Puxe o fio condutor da corrente elétrica rapidamente com as mãos para afastálo da vítima Se for seguro para você desaperte as roupas da vítima e fique atento aos sinais vitais Em caso de parada cardiorrespiratória inicie RCP se for seguro para você e acione o serviço de emergência Assinale a alternativa correta a V F F F V b F F F V V c V V V V F d V F V V F e V F F V V 4 O sangramento nasal ou epistaxe é uma situação frequente principalmente em crianças causado pelo modo de assoar o nariz de coçar ou mesmo de colocar o dedo no nariz choque acidental queda bolada etc Considerando o texto acima e os procedimentos de primeiros socorros responda as questões abaixo a Recomende o posicionamento correto da criança e descreva os procedimen tos de primeiros socorros na ocorrência de sangramento nasal b Descreva qual o posicionamento que é contraindicado nesse caso e porquê 139 LEITURA COMPLEMENTAR Caroa alunoa ao encerrarmos essa unidade indicamos para você a leitura de um artigo que descreve o trauma dental durante a prática de atividades físicas É frequente nas atividades esportivas a ocorrência das lesões traumáticas dentárias es pecialmente em crianças e adultos jovens que praticam esportes de contato nos quais os atletas interagem fi sicamente Desta maneira a intensidade e a frequência do contato durante a prática desportiva podem ser os principais determinantes da lesão dentária As injúrias podem representarse apenas por uma simples fratura de esmalte até danos mais sérios como nos casos de intrusões e avulsões dentárias até a perda do elemento dental Essas condições refl etem negativamente na qualidade de vida do atletaaluno pois interferem no seu bemestar físico e psicológico Prestar os primeiros socorros adequados em casos de traumas dentários é fundamental para minimizar as consequências da lesão Nesse contexto caroa estudante tornase relevante o estudo aprofundado sobre o co nhecimento dos professores de educação física em relação a esse tipo de assistência A partir da leitura desta unidade acreditamos que você já tenha adquirido conhecimentos sufi cientes sobre as condutas no atendimento de primeiros socorros em casos de avulsão dentária mas o que você pensa sobre os seus colegas de profi ssão Você acredita que eles sabem o que fazer diante dessa situação Leia atentamente o artigo Conhecimento de acadêmicos de Educação Física sobre a avul são e o reimplante dentário de José Elvys de Souza Monteiro e colaboradores publicado em 2012 na RFO O documento está disponível para ser acessado na íntegra no link a seguir httpwww seerupfbrindexphprfoarticleview18841929 Ao fi nal da leitura caroa alunoa você perceberá que os acadêmicos pesquisados de monstraram conhecimentos insufi cientes sobre os procedimentos de urgência a serem realizados em casos de avulsão dentária O que você pode sugerir que se faça para aumentar o conhecimento dos professores de educação física em relação aos traumas dentários Fonte as autoras 140 material complementar Manual de Primeiros Socorros da Educação Física aos Esportes O Papel do Educador Físico no Atendimento de Socorro Ednei Fernando dos Santos Editora Galenus Sinopse os acidentes não escolhem hora e lugar para acontecerem e por isso devese ter o mínimo necessário de conhecimento em primeiros socorros Nem todos os professores de educação física possuem a técnica apropriada sobre aten dimento de socorro e geralmente quando se deparam com uma situação emer gencial em sua aula não sabem como proceder optando por não fazer nada e aguardar o socorro especializado chegar ou ainda por agir sem conhecimento o que pode trazer sérios comprometimentos ao estado da vítima Durante as aulas de Educação Física na escola clube academias entre outros o professor é a pri meira pessoa a presenciar o acidente e deve prestar o socorro imediato Portanto esta obra tem como principal escopo informar os profi ssionais de educação física sobre as técnicas atuais e modernas tanto teóricas quanto práticas no atendi mento de primeiros socorros nas mais variadas situações Indicação para Ler Manual de Primeiros Socorros da Educação Física aos Esportes O os acidentes não escolhem hora e lugar para acontecerem e por isso devese ter o mínimo necessário de conhecimento em primeiros socorros Nem todos os professores de educação física possuem a técnica apropriada sobre aten dimento de socorro e geralmente quando se deparam com uma situação emer 141 referências ANTONIOLLI L et al Conhecimento da população sobre os primeiros socorros frente à ocorrência de queimaduras Revista Brasileira de Queimaduras v 13 n 4 p 251259 2014 BRASIL Ministério da Saúde Vice Presidência de Serviços de Referência e Ambien te Núcleo de Biossegurança NUBio Manual de Primeiros Socorros Rio de Janeiro Fundação Oswaldo Cruz 2003 Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Aten ção Especializada Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras Brasí lia Editora do Ministério da Saúde 2012 CARDOSO F F R Traumatismo dentário em dentição permanente jovem 2014 99 f Dissertação de Mestrado Medicina Veterinária Universidade Fernando Pessoa Faculdade Ciências da Saúde Porto 2014 Disponível emhttpsbdigitalufppt bitstream1028447581PPGRaquelCardosopdf Acesso 21 jan 2019 CBO Conselho Brasileiro de Oftalmologia Manual de prevenção para acidentes oculares 2018 Disponível em httpwwwcbocombrnovomedicopdflivre tomanualdeprevencaoacidentesocularespdf Acesso 21 jan 2019 CUPO P AZEVEDOMARQUES M M HERING S E Acidentes por ani mais peçonhentos escorpiões e aranhas Medicina Ribeirão Preto v 36 p 490 497 abrdez 2003 Disponível em httpwwwsaudediretacombrdocsuploa d134049908841acidentesanimaispeconhentosescorpioesaranhaspdf Acesso em 21 jan 2019 FCFRP Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto Primeiros Socorros de Emergência Brigada de incêndio e emergências médicas Ribeirão Preto FCFRP 2016 Disponível em httpfcfrp uspbrcipabrigadacursoprimeirossocorros deemergenciafcfrppdf Acesso em 21 jan 2019 FLEGEL M J Primeiros Socorros no Esporte 3 ed Barueri Editora Manole 2010 Primeiros Socorros no Esporte 5 ed Barueri Manole 2015 142 referências INSTITUTO BUTANTAN Acidentes com animais peçonhentos 2018 Disponí vel em httpwwwsaudespgovbrresourcessesperfilcidadaotemasdesaude animaispeconhentospdf Acesso em 21 jan 2019 JESUS H S et al Avaliação do sistema de vigilância das intoxicações exógenas no âmbito da saúde do trabalhador no Brasil entre 2007 e 2009 Cadernos Saúde Cole tiva v 20 n 4 p 51524 2012 LECUONA K Avaliação e tratamento dos ferimentos oculares Jornal de Saúde ocular comunitária África do Sul v 1 n 1 p 1114 2009 Disponível em https wwwcehjournalorgportuguesepdfjsoc11011pdf Acesso em 21 jan 2019 MORAES M V Atendimento PreHospitalar Treinamento da Brigada de Emer gência do Suporte Básico ao Avançado São Paulo IÁTRIA 2010 QUILICI A P TIMERMAN S Suporte Básico de Vida Primeiro Atendimento na Emergência para Profissionais da Saúde Barueri Manole 2011 RODRIGUES D S et al Apostila de Toxologia Básica Centro de Informações An tiveneno da Bahia Salvador Secretaria da Saúde do Estado da Bahia 2009 SANTOS N M Enfermagem em Pronto Atendimento Urgência e Emergência São Paulo Érica 2014 TOBASE L TOMAZINI E S Urgências e Emergências em Enfermagem Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2017 WALKER B Lesões no esporte uma abordagem anatômica Barueri Manole 2010 REFERÊNCIA ONLINE 1Em httpswwwportaleducacaocombrconteudoartigosenfermagemenvene namento57534 Acesso em 21 jan 2019 143 gabarito 1 D 2 A 3 E 4 a No caso de sangramento nasal devese manter a vítima sentada imóvel inclinada para frente Além disso devese realizar o tamponamento de am bas as narinas com uma gaze ou um pano limpo usando o polegar e indi cador em forma de pinça durante 15 minutos Se possível podese colocar compressa com gelo sobre o nariz fazendo vasoconstricção diminuindo o sangramento nasal b A vítima jamais deve deitar ou manter a cabeça inclinada para trás pois isso facilita que o sangue seja aspirado gabarito Professora Dra Sabrina Weiss Sties Professora Me Xana Raquel Ortolan Plano de Estudo A seguir apresentamse os tópicos que você estudará nesta unidade Lesões musculoesqueléticas em atividades físicas Lesões na coluna Lesões no tórax e abdômen Lesões musculoesqueléticas em membros superiores Lesões musculoesqueléticas em membros inferiores Objetivos de Aprendizagem Conceituar o que são as lesões musculoesqueléticas em atividades físicas Descrever as lesões na coluna e os procedimentos iniciais do atendimento Identifi car as lesões no tórax e abdômen e apresentar os primeiros socorros Descrever as lesões musculoesqueléticas em membros superiores e os procedimentos de primeiros socorros Identifi car as lesões musculoesqueléticas em membros inferiores e as condutas de primeiros socorros LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM ATIVIDADES FÍSICAS unidade V INTRODUÇÃO C aroa acadêmicoa bemvindoa à última unidade da nossa disciplina Aqui abordaremos as lesões musculoesqueléticas em atividades físicas e os procedimentos nas principais situações As lesões podem ocorrer nas atividades físicas recreacio nais durante o treinamento ou a competição Estão principalmente rela cionadas ao excesso de treinamento acima do limite do corpo e tempo de repouso inadequado entre as sessões de treino Os indivíduos que re alizam exercícios sem preparação correta específica eou sem orientação de um profissional são os que podem apresentar maior incidência de le sões Estes casos estão associados à dor ao desconforto no membro ou local acometido à disfunção de movimento e incapacidade de realizar os exercícios Podem ocorrer em todos os praticantes de atividades físicas atletas profissionais ou amadores e em qualquer faixa etária Neste contexto os primeiros socorros nas lesões são imprescindíveis para que o indivíduo ou atleta retorne à atividade ou ao esporte o mais breve possível e para que não perca a força muscular e a capacidade fí sica em decorrência do tempo prolongado de afastamento Desta forma os atendimentos iniciais podem minimizar as consequências das lesões mas o tempo de reabilitação até o retorno do esporte deve sempre ser respeitado Os tipos de lesões descritas nesta unidade envolvem as contusões es tiramentos musculares entorses fraturas entre outras Estas lesões aco metem músculos tendões ligamentos ossos e articulações Os tópicos estão divididos em acometimentos que envolvem a coluna tórax e abdô men Além destes serão descritos os casos que comprometem o quadril os membros superiores e inferiores Esperamos que você tenha bons estudos Vamos começar 148 Lesões Musculoesqueléticas em Atividades Físicas EDUCAÇÃO FÍSICA 149 As modalidades esportivas têm suas próprias ca racterísticas quanto à duração gestos esportivos e exigências físicas Os praticantes destas atividades podem apresentar modificações negativas como as lesões As lesões são caracterizadas por um dano de vido a traumatismo físico que acomete os tecidos do corpo DARIO BARQUILHA MARQUES 2010 Podemos destacar como as principais lesões es portivas Distensão rompimento de fibras musculares devido a um movimento além da capacidade elástica do músculo Contusão trauma direto aos tecidos moles sem ruptura da pele com infiltração de san gue nos tecidos circundantes levando à equi mose sangramento no tecido subcutâneo Tendinite inflamação ou degeneração dos tendões em decorrência do uso excessivo Entorse a principal característica é a lesão dos ligamentos sem deslocamento das su perfícies articulares Luxação caracterizada pela separação das extremidades ósseas da articulação ARBEX MASSOLA 2007 Fratura definida pela perda da continuidade de um osso e pode gerar fragmentos ósseos Na distensão podemos classificar as lesões confor me o grau de ruptura Figura 1 A distensão de pri meiro grau causa lesão de algumas fibras muscula res a vítima apresenta sensibilidade e dor durante movimentos ativos Na distensão de segundo grau é detectado rompimento de várias fibras muscula res a contração ativa do músculo é extremamente dolorosa pode ser observada depressão ou volume de dilatação no local da lesão edema e diminuição da amplitude de movimento A distensão de terceiro grau causa ruptura completa perda total de movi mento e a dor é intensa PRENTICE 2011 Distenção de grau I Músculo ou tendão levemente estirado Distenção de grau II Músculo ou tendão estirado e parcialmente rompido Distenção de grau III Músculo ou tendão totalmente estirado Figura 1 Classificação das distensões Fonte Flegel 2015 p 38 As contusões causam comprometimento dos tecidos e dos capilares provocando dor e edema As con tusões profundas podem atingir músculos e ossos promovendo perda de função A equimose é obser vada por uma coloração púrpuroazulada da pele Figura 2 e persiste por vários dias Geralmente a dor diminui em alguns dias e a coloração incomum desaparece em algumas semanas FLEGEL 2015 150 Dentre as lesões em atividades físicas causadas por movimentos repetitivos a tendinite Figura 3 é uma das mais comuns Esta situação ocorre devido à irritação e inflamação do tendão durante a ativi dade muscular contração muscular A tendinite causa dor durante a movimentação edema elevação de temperatura local e crepitação estalido É ob servada aderência principalmente devido à presen ça de substâncias químicas da inflamação no tendão irritado PRENTICE 2011 Uma das lesões mais comuns dos ligamentos é a entorse Figura 4 na qual o trauma brusco ge ralmente promove o estiramento dos ligamentos da articulação ou dos ligamentos próximos da ar ticulação O estiramento dos músculos e tendões podem estar associados a esta lesão A vítima pode apresentar dor intensa edema e hematoma no local Ressaltase que é difícil diferenciar a entorse de uma fratura diante disto você deve evitar a movimenta ção da região lesionada MORAES 2010 Figura 3 Tendinite no bíceps braquial Figura 2 Exemplo de contusão EDUCAÇÃO FÍSICA 151 Ligamento Talofbular Anterior Lesionado Ligamento Fibulocalcâneo Lesionado Ligamento Tíbiofbular Anterior Fíbula Tíbia Complexo Ligamentar Medial Figura 4 Entorse de tornozelo Fonte IOT Blumenau 2018 online1 Quando as articulações são atingidas ou torcidas os ossos saem da posição normal causando a luxação Figura 5 Este deslocamento entre os ossos per manece até que eles sejam reposicionados por um médico A luxação também causa lesão nos tecidos moles adjacentes da articulação Nos esportes as lu xações têm maior incidência no ombro no cotovelo nos dedos da mão e patela FLEGEL 2015 DESLOCAMENTO PATELAR Tendão do quadríceps Patela Tíbia Ligamento colateral medial Ligamento colateral lateral Ligamento patelar Posição normal da patela Patela deslocada Figura 5 Luxação da patela De maneira geral para todos estes casos é indica do repouso aplicar bolsa de gelo ou compressa fria pois isso reduz o edema e a dor A imobilização tam bém auxiliará na diminuição da dor e pode ajudar a prevenir futura lesão dos músculos nervos vasos sanguíneos e da pele As fraturas nem sempre são causadas por trau ma violento um simples escorregão ou tropeço pode ser suficiente Grande parte das fraturas afeta os membros superiores clavícula punho antebra ço e cotovelo O sintoma mais típico é a dor imi nente causada pelo trauma a qual piora com o mo vimento ou compressão da região lesionada SBOP 2018 online2 A vítima também pode apresentar hematoma edema crepitação deformidade no lo cal e disfunção As fraturas podem ser classificadas em fechada quando não há comprometimento da pele aberta ou exposta na qual a pele sofre rompimento patológi ca quando há problemas prévios como doenças e por estresse na qual os ossos submetidos a impactos repetitivos causando a lesão Segundo Moraes 2010 os procedimentos nos casos de fraturas são Tranquilizar oa alunoaatleta Verificar os sinais vitais e perfusão periférica Realizar imobilização acima e abaixo do local da fratura duas articulações Realizar o enfaixamento iniciando sempre de distal para o proximal Se houver hemorragias deve estancar Você não deve comprimir os ossos expostos ou tentar recolocálos no lugar É necessário encaminhar a vítima para aten dimento hospitalar 152 Os traumas diretos na coluna e os movimentos repe titivos em decorrência de fl exão extensão cisalha mento torç ã o compressã o ou alongamento forç ado podem causar diversas lesõ es Entre estas as disten sõ es contusõ es e entorses são as mais comuns já as fraturas e discopatias que são mais severas ocorrem com menor frequência FLEGEL 2015 As lesõ es na região do pescoç o podem ser graves particularmente nos casos de fraturas das vé rtebras No entanto as lesões mais comuns neste local são menos graves como as distensões mus culares que comprometem os mú sculos ou ten dõ es Os indivíduos podem apresentar cefaleia dor na cabeça cervicalgia dor pescoç o dor no ombro estalo no pescoç o diminuição de forç a e mobilidade O procedimento indicado é orientar oa atletaalunoa para evitar a movimentação e procurar atendimento médico nos casos graves deve chamar o atendimento móvel de emergência WALKER 2010 Lesões na Coluna EDUCAÇÃO FÍSICA 153 Os exercícios de alongamento muscular estão entre os mais comumente utilizados na rea bilitação e na prática esportiva e são muito estudados porém seu efeito no desempenho esportivo e na prevenção de lesões ainda é polêmico Verifique no link a seguir um es tudo de Paulo Henrique Foppa de Almeida e colaboradores sobre as implicações do alon gamento na performance e na prevenção de lesões httpsperiodicospucprbrindex phpfisioarticleview1945318793 Fonte as autoras SAIBA MAIS Entre os acometimentos da coluna podemos citar também a hérnia de disco que é considerada uma protrusão deslocamento do núcleo discal para além dos seus limites normais Pode comprimir as raízes nervosas causando sintomas sensitivomoto res devido à associação de alterações degenerativas e fatores biomecânicos Essas lesões podem causar dor e dificuldade de movimentação parestesia fraqueza disfunção mo tora e sensorial Nestes casos devese interromper a atividade que está causando estresse à coluna reco mendar repouso e encaminhar para o atendimento de profissionais especialistas WALKER 2010 Os distúrbios da região lombar são os mais co muns entre as alterações que afetam a coluna De pendendo do tipo da modalidade a prevalência de dor lombar pode chegar a 86 LIMA et al 2014 Além das lesões citadas anteriormente oa atleta pode apresentar espondilólise eou espondi lolistese Figura 6 Geralmente ocorrem em atletas praticantes de esportes que impõem grande carga axial como o golfe halterofilismo box e ginástica Na espondilólise há uma fratura com descon tinuidade óssea do segmento intervertebral na região da lâmina entre os processos articulares superiores e inferiores A progressão desta situa ção pode ocasionar espondilolistese que é carac terizada pelo deslizamento de uma vértebra sobre outra subjacente na qual há subluxação Ocorre principalmente na coluna lombar entre os ní veis L5S1 sobretudo em crianças e adolescentes JASSI et al 2010 Nestes casos podem ser observadas compli cações neurológicas importantes e dores na região lombar que pioram durante a corrida ou quedas e melhoram com o repouso e a flexão do tronco Desta forma é importante evitar as atividades que causam impacto na coluna e desencadeiam a dor e desconforto Fratura interarticular Espondilólise Espondilotitese Disco normal Hérnia de disco Estenose espinhal Fratura interarticular Espondilólise Espondilotitese Disco normal Hérnia de disco Estenose espinhal Figura 6 Espondilólise e espondilolistese Lesões no Tórax e Abdômen EDUCAÇÃO FÍSICA 155 Os traumatismos torácicos podem ser graves e levar a vítima a óbito portanto fazse necessário que se jam realizadas as condutas no atendimento préhos pitalar Os traumas podem ser fechados ou abertos Nos esportes os traumas geralmente são fechados e a integridade da caixa torácica está preservada MO RAES 2010 Estes traumas podem ocorrer em esportes de contato e as principais causas são a colisão entre jo gadores golpes e quedas A vítima pode apresentar dor e sensibilidade sobre o local dificuldade para respirar movimento irregular do tórax e edema Caso haja suspeita de fratura nas costelas a vítima deve receber atendimento médico Podese utilizar gelo sobre o local para aliviar a dor e realizar enfai xamento compressivo WALKER 2010 Quanto às lesões abdominais podem compro meter o peritônio e os órgãos internos causando sangramentos também podem levar à morte de vido às hemorragias e ao choque hipovolêmico Nestes casos é importante verificar a presença de hematomas se há distensão abdominal se a víti ma apresenta pulso sudorese fria palidez cianose de extremidades e hipotensão MORAES 2010 É preciso monitorar os sinais vitais e se necessário acionar o serviço médico e iniciar o SBV Se a vítima apresentar sinais vitais normais e sintomas leves en caminhe para atendimento hospitalar 156 Lesões Musculoesqueléticas em Membros Superiores EDUCAÇÃO FÍSICA 157 As luxações podem acometer diversas articulações e conforme citado anteriormente são caracteriza das pela separação das extremidades ósseas que for mam uma articulação Na luxação de ombro há in capacidade de manter a cabeça umeral no centro da glenoide Figura 7 CARTUCHO 2015 Entre os diferentes tipos de instabilidade dessa articulação a anterior de causa traumática é o tipo mais comum Anatomia normal Deslocamento anterior Deslocamento posterior Figura 7 Luxação no ombro A luxação do ombro muitas vezes resulta em lesão dos nervos vasos sanguíneos e músculos do manguito rotador Entre os mecanismos mais comuns podemos citar as quedas com as mãos espalmadas os golpes con tra a parte anterior do braço com o membro estendi do e rotação externa Estas lesões causam dor intensa principalmente quando a musculatura de suporte apre senta espasmo DUTTON 2010 Pode haver impos sibilidade de realizar o movimento na articulação e ser observada deformidade acentuada no local da lesão De acordo com Moraes 2010 os seguintes pro cedimentos são indicados Deixar a vítima tranquila Verificar os sinais vitais e a perfusão periférica Imobilizar a articulação acima e abaixo da fratura duas articulações Iniciar o enfaixamento sempre de distal para proximal sem comprimir ossos expostos ou tentar recolocálos no lugar Aquecer a vítima com manta ou outros teci dos disponíveis Se houver fraturas externas estancar as he morragias Encaminhar a vítima para o hospital As luxações e fraturas nos ombros clavícula e es cápula devem ser imobilizadas com bandagem triangular Figura 8 ou tipoia Figura 9 Figura 8 Bandagem triangular Fonte Escoteiros do Brasil 2018 online3 158 Figura 9 Tipoia tipo ombreira SÍNDROME DO IMPACTO Qualquer alteração que acomete a estrutura e fun ção do ombro torna esta articulação alvo de diversas afecções entre estas a síndrome do impacto SI é considerada uma das mais comuns Esta lesão pro move uma síndrome dolorosa do ombro geralmen te associada a microtraumatismos degeneração di minuição de força muscular e tendinite do manguito rotador METZKER 2010 A SI é de caráter crônico e o sintoma de dor é desencadeado pela compressão do manguito rota dor no arco coracoacromial Há bursite crônica e lesão parcial ou completa do tendão supraespinhal SBOT 2011 As recomendações para atletasalunos que apre sentam SI são repouso para alívio dos sintomas modificação das atividades físicas e procurar atendi mento médico especializado EPICONDILITE LATERAL A epicondilite lateral também denominada cotove lo do tenista é uma lesão degenerativa que ocorre nos tendões extensores na região do epicôndilo la teral Figura 10 Na epicondilite é observada ten dinose resposta fibroblástica e vascular as quais ca racterizam a degeneração Além da associação com a prática do tênis pode ocorrer em outros esportes Esta lesão inicia com microlesões na origem do mús culo extensor do antebraço sendo que o comprome timento do tendão extensor radial curto do carpo é mais comum COHEN MOTTA FILHO 2012 Apesar de ser chamada de epicondilite esta de nominação não reflete a realidade fisiopatológica desta lesão pois não foram encontradas evidências de processo inflamatório As atividades que podem causar a epicondilite lateral são as práticas esporti vas nas quais são utilizados raquetes e bastões que exigem impulso e intensas extensões do cotovelo ou supinação do antebraço Como sintomas podemos citar dor insidiosa ou repentina eou sensibilidade no epicôndilo lateral que se irradia para os múscu los extensores e fica mais acentuada durante os mo vimentos do cotovelo SBR 2011 online4 Figura 10 Epicondilite lateral EDUCAÇÃO FÍSICA 159 Os atletasalunos devem receber orientações para fa zer repouso evitar os movimentos repetitivos tanto nas práticas esportivas como nas atividades laborais e podem fazer uso de bolsas e compressas de gelo EPICONDILITE MEDIAL Entre as lesões na região do cotovelo a epicondili te medial ou cotovelo de golfista é uma das mais comuns A epicondilite medial acomete os tendões flexores do antebraço Figura 11 SBED 2018 on line5 Os golfistas podem ser vítimas desta lesão porém diversas atividades que exigem o uso excessi vo dos músculos e tendões do antebraço podem cau sar este tipo de epicondilite como os movimentos de arremesso Os sintomas desta lesão são associados à degene ração do tendão devido aos microtraumas repetiti vos apoptose celular e morte celular Também é ca racterizada pela proliferação de fibroblastos presença de colágeno desorganizado e vascularização pouco funcional TOSTI JENNINGS SEWARDS 2013 GOSENS 2011 A dor e sensibilidade na região in terna do cotovelo podem aparecer de forma súbita ou gradualmente O atletaaluno pode apresentar fra queza nas mãos e pulsos rigidez articular e parestesia até a região dos dedos SBED 2018 online5 As recomendações para os casos de epicondi lite medial são as mesmas que para a lesão medial ou seja evitar as atividades que causam estresse re petitivo ao cotovelo e utilizar compressas de gelo WALKER 2010 Figura 11 Epicondilite medial 160 Lesões Musculoesqueléticas em Membros Inferiores EDUCAÇÃO FÍSICA 161 SÍNDROME DO TRATO ILIOTIBIAL As lesões devido à sobrecarga na articula ção do quadril costumam ocorrer em pra ticantes de esporte Dentre essas lesões po dese destacar a Síndrome do trato iliotibial STI A característica mais frequente é a fric ção da banda iliotibial na sua inserção dis tal que desencadeia um quadro de dor na região lateral do joelho Figura 12 relacio nada ao atrito desta banda no côndilo late ral do fêmur Este tipo de lesão é prevalente em ciclistas corredores de longa distância e jogadores de futebol FALOTICO 2013 Os atletas relatam dor a 2 ou 3 cm acima da linha articular os sintomas se manifes tam durante a corrida pioram progressiva mente e limitam a distância ou a velocidade As subidas ou descidas também provocam dor no entanto depois de alguns minutos em repouso desaparece espontaneamente Se o atleta insistir em realizar as atividades de corrida a dor pode agravar o processo infl amatório e desencadear irradiação para região acima ou abaixo do joelho edema e crepitação SBRATE 2018 online6 Nestes casos são indicados repouso re lativo ou até os sintomas diminuírem con trole da dor utilizando gelo exercícios de alongamento e correção dos movimentos Caso os sintomas não desapareçam devese procurar atendimento especializado Figura 12 Síndrome do trato iliotibial Fonte Helen e Monique 2016 online7 Banda Iliotibial Patela Área de distribuição da dor 162 162 PUBALGIA A pubalgia acomete a região da sí nfi se pú bica e os mú sculos adjacentes Figura 13 É caracterizada por uma lesão traumática ou crô nica devido ao desequilí brio muscular estresse repetitivo ou lesã o nã o tratada dos ossos ou da musculatura dessa á rea As ví timas apresentam infl amação local e dor na inserç ã o dos adutores ou abdome inferior que aumenta durante as corridas ao reali zar chutes ou mudanç as rá pidas de direç ã o WALKER 2010 Tenistas jogadores de futebol corredores e praticantes de outras modalidades que envolvem chutes corridas ou rápidos movimentos laterais estão mais propensos a esse tipo acometimento A pubalgia pode estar associada a outras alterações como herniação entesopatias le sões musculares abdominal ou adutor e do enças da articulação do quadril Pode com prometer o desempenho do atleta causando diminuição da amplitude de movimento for ça muscular e agilidade JUNQUEIRA CAS TRO MARTINELLI 2017 É recomendado que haja afastamento temporário das ativida des esportivas e que o atleta seja encaminha do para reabilitação Figura 13 Pubalgia local da dor Fonte Fisioterapiacom 2018 online8 EDUCAÇÃO FÍSICA 163 Figura 14 Patela normal com infl amação e degeneração SÍNDROME FEMOROPATELAR A síndrome femoropatelar é caracterizada por dor difusa retro ou peripatelar tipicamen te agravada pelas subidas e descidas de esca das ao realizar agachamentos ou permane cer durante muito tempo na posição sentada Alguns fatores podem predispor esta lesão como as alteraçõesanomalias ósseas desali nhamento do membro inferior e os desequi líbrios dos músculos tendões e dos tecidos moles periarticulares ROQUE et al 2012 Segundo Walker 2010 indivíduos que apresentam aumento do â ngulo Q fraqueza ou encurtamento do quadrí ceps e luxaç õ es crô nicas da patela que realizam movimen tos incorretos na corrida utilizam calç ados inadequados e praticam esportes que exigem saltos podem apresentar este tipo de lesão Para estes casos é indicada a utilização de gelo sobre o local repouso ou diminuição da intensidade e duraç ã o dos movimentos esportivos 164 164 LESÃO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR O ligamento cruzado anterior LCA é o es tabilizador está tico da articulação do joelho contra a translaç ã o anterior da tí bia com relaç ã o ao fê mur Ocorrem lesões no LCA geralmente em esportes que exigem diver sas mudanç as de direç ã o e impacto As mo vimentaç ões rá pidas e mudanç as abruptas frequentemente causam ruptura do LCA Figura 15 sendo que o mecanismo mais comum é a rotaç ã o do joelho com o pé fi xo em contato com o solo Os sintomas são ca racterizados por dor aguda imediatamente ao trauma associada ao edema e instabilida de no joelho Com frequência nestes casos o menisco e outros ligamentos também so frem lesão WALKER 2010 Nestes casos devese realizar imobiliza ção elevação do membro e compressas com gelo para diminuir a dor e o edema além dis so devese encaminhar oa atletaalunoa imediatamente para atendimento médico LESÃO DE LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR O ligamento cruzado posterior LCP resiste à rotaç ã o interna da tí bia limita a hiperex tensã o do joelho o deslocamento anterior do fê mur e a translaç ã o posterior da tí bia na ausê ncia dessa sustentaç ã o As causas de le são do LCP Figura 16 são os traumatismos decorrentes de alta energia Figura 16 Lesão de ligamento cruzado posterior Fonte MeuJoelho 2018 online10 Lesão do ligamento cruzado posterior LCP Figura 15 Lesão de ligamento cruzado anterior Fonte OrthoInfo 2015 online9 EDUCAÇÃO FÍSICA 165 FASCITE PLANTAR A fascite plantar é caracterizada pela irritação e infl amação da fáscia plantar em decorrên cia de estresse excessivo nesta região A fáscia estendese da base do calcâneo até a planta do pé A infl amação dáse principalmente por conta do estiramento excessivo da fáscia plantar Figura 17 SBED 2018 online11 Como causas deste tipo de lesão pode mos citar o encurtamento dos mú sculos do tríceps sural o impacto sobre a região a utilização de calç ados impróprios para a prática esportiva as alterações no arco plan tar o treinamento incorreto o uso excessivo e a hiperpronaç ã o Os alunosatletas apre sentam dor na região do calcâneo que fi ca acentuada apó s o exercí cio ou ao levantarse apó s repouso prolongado WALKER 2010 Os procedimentos indicados são Fazer repouso e evitar atividades que desencadeiam a dor Utilizar calçados adequados com amortecimento Evitar andar sem calçados em super fícies rígidas Utilizar compressas de gelo Se persistirem os sintomas encami nhar para atendimento especializado Plantar fáscia Plantar fasciitis Figura 17 Lesão de ligamento cruzado posterior Fonte ORTOPediaBR 2017 online12 166 166 TRANSPORTE DAS VÍTIMAS As vítimas em situação de emergência ge ralmente são transportadas pela equipe dos serviços médicos de urgência No entanto se houver necessidade de você responsabilizar pelo transporte verifi que cada situação A movimentação da vítima está indicada ape nas se houver perigo imediato como nos casos de incêndio choque elétrico acidentes no trânsito e situações nas quais não podem ser realizados os primeiros socorros devido à localização ou posição da vítima Contudo nos casos em que o indivíduo não apresenta risco de morte o transporte pode ser realiza do tomando cuidado para não movimentar o local da lesão para evitar maior compro metimento e dor Nas fi guras a seguir pode ser observado o arrastamento pelo lençol ou cobertor transporte na maca rolamento em bloco e transporte por 3 pessoas auxílio com 1 pessoa carregamento no colo carre gamento em cadeira carregamento tipo mo chila e carregamento tipo cadeira Figura 18 Arrastamento pelo lençol ou cobertor Fonte UFRRJ 2018 online13 Figura 19 Transporte na maca Fonte UFRRJ 2018 online13 Um transporte das vítimas mal reali zado sem a técnica correta pode pro vocar mais danos à integridade física do indivíduo Por isso é fundamental que você verifi que as condições espe cífi cas para cada situação REFLITA EDUCAÇÃO FÍSICA 167 Figura 20 Transporte por 1 2 ou 3 pessoas Fonte UFRRJ 2018 online13 168 considerações finais C aroa alunoa as lesões são acometimentos indesejáveis e desagradáveis na vida dos praticantes de atividades físicas Conforme verificamos ao lon go deste material estas situações podem ser evitadas e prevenidas As lesões na coluna podem ser evitadas se conseguirmos prevenir os traumas e os movimentos repetitivos como a flexão extensão torção ou as disten sões Nos esportes de contato lembrese de que a colisão entre jogadores os golpes e as quedas podem causar lesões no tórax e abdômen Além disso qualquer alteração que acomete a estrutura e função das articulações torna o local alvo de novas lesões musculoesqueléticas seja nos membros superiores seja inferiores Casos mal trata dos ou negligenciados promovem microtraumatismos degeneração e diminuição de força muscular Por isso você tem papel importante na saúde dos praticantes de atividades físicas Desta forma sempre fique atentoa quando seus alunosatletas relatarem dor dificuldade de movimentação fraqueza ou parestesia Nestes casos interromper diminuir ou adaptar a atividade física é importante Infelizmente os que treinam arduamente acima do limite do corpo e não se pre ocupam com a preparação correta e específica fatalmente serão vítimas de lesões Evitar que os alunos e atletas sofram de dores e desconforto deve ser sua preocupa ção Traçar objetivos e planos de treinamento é importante para manter os indivídu os treinando É comum atletas e não atletas vivenciarem as lesões portanto é neces sário levar em consideração diversos critérios como a capacidade física habilidade e idade para prevenir as lesões No entanto diante de lesões é extremamente relevante utilizar procedimentos e procurar auxílio de outros profissionais da saúde com o objetivo de diminuir ou eliminar a dor restabelecer a mobilidade e a estabilidade aumentar a capacidade cardiorrespiratória a flexibilidade e a força muscular por fim planejar o retorno das atividades físicasesportivas com segurança Caroa alunoa lembre de manterse sempre atualizado sobre estes temas Aproveite as atividades a seguir para testar seus conhecimentos Até breve considerações finais 169 atividades de estudo 1 Algumas lesões são comuns e características das atividades e fundamentos do vôlei Entre elas destacase a Síndrome do Impacto Verifique as asserções seguintes I Esta lesão pode promover várias alterações no ombro que se manifestam por inflamação crepitação limitação funcional dor e sensibilidade nos movi mentos de elevação e rotação II A etiologia da síndrome do impacto é em geral multifocal e o tendão do radial anterior é a estrutura com maior chance de ser acometida III Esta afecção compromete os músculos do manguito rotador IV Esta afecção possui como causa a excessiva frequência de elevações dos membros superiores somada ao componente de força como nos saques e cortadas É correto o que se afirma em a I III e IV apenas b I II e IV apenas c II III e IV apenas d I e IV apenas e II apenas 170 atividades de estudo 2 Os atletas vêm gradativamente superando seus limites e nos últimos anos as competições exigem cada vez mais dos jogadores e das equipes A busca por me lhor desempenho requer preparação física adequada e os atletas devem receber orientações corretas sobre a execução dos exercícios alimentação hidratação e prevenção de lesões Caso algum desses aspectos seja negligenciado pode predispor o praticante às lesões Sobre as estratégias para prevenção de lesões verifique as seguintes afirmações I Agrupar os praticantes de atividades físicas de forma correta II Verificar a presença de lesão ou incapacidade física existente para evitar re cidivas ou novas lesões III Planejar a atividade utilizando a progressão dos exercícios independente mente da condição física atual realizar registros dos treinos e testes de ava liação IV Supervisionar atentamente as atividades é importante apenas nas fases da infância e adolescência devido à maior incidência de lesões nessas fases É correto o que se afirma em a I apenas b II III e IV apenas c I e II apenas d II e III apenas e I II e IV apenas 3 Na avaliação da lesão podese constatar a natureza do evento e a classificar em traumática ou clínica Avalie as afirmações seguintes I As fraturas e luxações são exemplos de eventos clínicos II É considerada traumática se a lesão for devido a uma colisão III É considerada clínica se a lesão for em decorrência de doença crônica IV A osteoporose é uma exemplo de evento traumático É correto o que se afirma em a III apenas b I e IV apenas c II e III apenas d I apenas e IV apenas 171 atividades de estudo 4 Entre atletas olímpicos encontraramse a maioria de ginastas com alterações cons tatáveis ao exame de ressonância magnética comprovandose que quanto mais longo e exaustivo o treinamento maior será a sobrecarga na coluna vertebral que resultará em lesão neste segmento A hiperextensão o uso excessivo o impacto contra o solo na saída dos aparelhos ou o mecanismo de torções durante os exercí cios tais como os movimentos em parafuso podem causar espondilólise e espondi lolistese Os sinais e sintomas são dor espasmos encurtamento muscular e altera ções posturais Conforme a figura a seguir avalie as asserções e assinale a correta a Na primeira imagem está destacada a espondilólise e na segunda a espon dilolistese b Na primeira imagem está destacada a espondilólise e na segunda a hérnia de disco c Na primeira imagem está destacada a hérnia de disco e na segunda a es pondilolistese d Na primeira imagem está destacada a espondilólise e na segunda o osteófito e Na primeira imagem está destacada a espondilolistese e na segunda a es pondilólise 5 A pubalgia caracterizase pela presença de dor na região baixa do abdômen e na virilha A região do púbis é considerada o centro de gravidade do corpo Nesta região ocorre a inserção e consequente tração de diversas forças musculares Sobre esta lesão podemos dizer que a pubalgia ocorre devido ao desequilíbrio muscular Quando um dos grupos musculares se sobrepõe de forma exagerada sobre o outro em geral os músculos a Abdominais levam vantagem sobre os adutores b Adutores levam vantagem sobre os abdominais c Extensores do quadril levam vantagem sobre os abdominais d Extensores do quadril levam vantagem sobre adutores e Flexores do quadril levam vantagem sobre os abdutores 172 LEITURA COMPLEMENTAR Caroa alunoa o artigo Fraturas por estresse defi nição diagnóstico e tratamento pu blicado por Diego Costa Astur e colaboradores na Revista Brasileira de Ortopedia 2015 complementa o assunto abordado ao longo desta unidade Este trabalho aborda as fra turas por estresse que ocorrem devido a um número elevado de sobrecargas cíclicas de intensidade inferior ao strength ósseo máximo sobre o tecido ósseo não patológico O obje tivo do estudo foi apresentar um artigo de atualização sobre o tema e condensar as princi pais informações obtidas nos principais estudos publicados nos últimos anos A seguir confi ra um trecho do material Atletas corredores militares e dançarinos são as principais vítimas da fratura por estresse Todos os ossos do corpo humano estão sujeitos a fratura por estresse Ela está intima mente relacionada com a prática diária do atleta A predominância de fraturas por estres se nos membros inferiores sobre os membros superiores refl ete as sobrecargas cíclicas tipicamente exercidas sobre ossos de sustentação do peso corporal comparadas com as dos ossos que não têm essa função São mais comumente diagnosticadas fraturas por es tresse na tíbia seguida pelos metatarsos segundo e terceiro principalmente e pela fíbula Fraturas por estresse no esqueleto axial são infrequentes localizamse principalmente nas costelas pars interarticularis vértebras lombares e na pelve Atletas de corrida têm maior incidência de fratura por estresse nos ossos longos como a tíbia o fêmur e a fíbula além dos ossos do pé e do sacro Modalidades esportivas que usam os membros superiores como ginástica olímpica tênis beisebol e basquetebol po dem resultar em fraturas por estresse O osso mais acometido é a ulna principalmente em sua porção proximal e também o úmero em sua extremidade distal Essa lesão ocorre principalmente nas costelas em jogadores de golfe e remadores Saltadores jogadores de boliche e bailarinos apresentam maior risco de lesão na coluna lombar e pelve 173 LEITURA COMPLEMENTAR Quanto a diferença na incidência de fraturas por estresse entre homens e mulheres atle tas é mínima Acreditase que a intensidade e o tipo de treinamento controlado para cada atleta e o preparo físico já existente diminuam o impacto do programa de treinos Na po pulação militar a incidência de fraturas por estresse no sexo feminino é maior do que no masculino Em relação a fi siopatologia após seis a oito semanas do aumento súbito e não gradual da intensidade da atividade física do atleta ou do novo praticante essa sobrecarga fi siológica cíclica e repetitiva pode levar ao surgimento de microfraturas e não permitir que o tecido ósseo tenha tempo sufi ciente para que sofra remodelação e se adapte à nova condição e repare a microlesão A carga aplicada é considerada insufi ciente para causar uma fratura aguda mas a combinação de sobrecarga movimentos repetitivos e um tempo de recupera ção inadequado faz dessa uma lesão crônica Inicialmente ocorre uma deformação elástica que progride para deformidade plástica até que fi nalmente resulte em microfraturas que quando não tratadas evoluem para a fratura completa do osso acometido O processo de reparo ósseo na fratura por estresse é diferente do processo das fraturas agudas comuns e ocorre unicamente por meio da remodelação óssea ou seja ocorre a reabsorção das células lesadas e a substituição com novo tecido ósseo Markey ainda propôs que a massa muscular atua na dispersão e no compartilhamento das cargas de impacto no tecido ósseo Portanto quando há fadiga fraqueza ou despreparo muscular essa ação protetora é perdida e aumenta o risco de lesões do tecido ósseo O artigo está disponível na integra no link a seguir httpswwwsciencedirectcomscien cearticlepiiS010236161500106X Caroa alunoa não perca esta oportunidade Faça uma análise do artigo e refl ita sobre esta questão Boa leitura Fonte as autoras 174 material complementar Lesões no Esporte Uma Abordagem Anatômica Brad Walker Editora Manole Sinopse o livro apresenta de maneira pontual exercícios de prevenção indica ções de tratamento para uma recuperação total e dicas de como evitar futuras lesões no esporte Ilustrações coloridas apresentam de forma detalhada as lesões no esporte e exemplifi cam exercícios de alongamento de reforço muscular e de recuperação É uma obra de referência indispensável não apenas para profi ssio nais da área de saúde e do esporte mas também para atletas em diversos níveis de atuação Indicação para Ler Nesta revisão sistemática sobre a prevalência de lesões em corredores de rua e fatores associa dos são descritos os tipos de lesões e as regiões mais acometidas Leia este artigo na íntegra Web httpsonlineuniscbrseerindexphpcinergisarticleview77985116 Indicação para Acessar o livro apresenta de maneira pontual exercícios de prevenção indica ções de tratamento para uma recuperação total e dicas de como evitar futuras lesões no esporte Ilustrações coloridas apresentam de forma detalhada as lesões no esporte e exemplifi cam exercícios de alongamento de reforço muscular e de recuperação É uma obra de referência indispensável não apenas para profi ssio nais da área de saúde e do esporte mas também para atletas em diversos níveis 175 referências ARBEX F S MASSOLA R M Lesões desportivas ld conceitos básicos e aspectos epidemiológicos In VILARTA R Org Saúde Coletiva e Atividade Física Con ceitos e Aplicações Dirigidos à Graduação em Educação Física Campinas Ipes Edi torial 2007 p 5157 Disponível em httpswwwfefunicampbrfefsitesuploads deafaqvafsaudecoletivacap7pdf Acesso em 21 jan 2019 CARTUCHO A Instabilidade e luxação de ombro Rev Medicina Desportiva In forma v 6 n 2 p 1619 2015 Disponível em httpwwwrevdesportivaptfiles PDFssite20152marRev1619T1ombrolockedpdf Acesso em 21 set 2018 COHEN M MOTTA FILHO G R Epicondilite lateral do cotovelo Revista Brasileira de Ortopedia São Paulo v 47 n 4 p 414420 2012 Disponível em httpwwwscielobrscie lophpscriptsciarttextpidS010236162012000400002lngennrmisotlng pt Acesso em 21 jan 2019 DARIO B E S BARQUILHA G MARQUES R M Lesões esportivas um estudo com atletas do basquetebol Bauruense Revista Brasileira de Ciências do Esporte Campi nas v 31 n 3 p 205215 2010 Disponível em httpwwwscielobrscielophps criptsciarttextpidS010132892010000300014lngennrmisotlngpt Acesso em 21 jan 2019 DUTTON M Fisioterapia ortopedica exame avaliação e intervenção 2 ed Porto Alegre Artmed 2010 176 referências FALOTICO G G et al Síndrome da banda iliotibial proximal relato de caso Rev bras Ortop São Paulo v 48 n 4 p 374376 ago 2013 Disponível em httpwwwscielo brpdfrbortv48n4pt01023616rbort48040374pdf Acesso em 21 jan 2019 FLEGEL M J Primeiros socorros no esporte 5 ed São Paulo Manole 2015 GOSENS T et al Ongoing positive effect of plateletrich plasma versus corticos teroid injection in lateral epicondylitis a doubleblind randomized controlled trial with 2year followup Am J Sports Med 39 p 12001208 2011 JASSI F J et al Terapia manual no tratamento da espondilólise e espondilolistese revisão de literatura Fisioterapia e Pesquisa São Paulo v 17 n 4 p 366371 out dez 2010 Disponível em 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Fique atento ao seu ambiente de trabalho procure por fatores que podem favorecer uma situação de urgência e emergência e os corrija Lembrese de que oferecer ambiente adequado para a prática esportiva também é sua responsabilidade Além disso é importante conhecer seus atletas alunos pois as condições de saúdedoença do indiví duo refletem diretamente na possibilidade da ocor rência de eventos adversos Muitas situações podem ser evitadas pelo simples fato de tomarmos consciên cia da história clínica do indivíduo portanto verifi que se as condições de saúde da pessoa são compatí veis com os exercícios físicos que você está propondo De fato muitas situações citadas ao longo deste estudo são evitáveis por outro lado algumas surgem inesperadamente e você precisa estar preparado Saiba reconhecer os sinais e sintomas de cada situa ção de urgência e emergência e sobretudo saiba atu ar diante desses acontecimentos Lembrese de que o Código Penal Brasileiro trata como crime os casos de omissão de socorro Não se esqueça de que você é oa profissional que tem contato mais próximo com os atletas ou com alunos Desta maneira a assistência imediata pres tada por você às vítimas de acidentes pode evitar e ou minimizar futuras complicações favorecendo o prognóstico do indivíduo seja na sobrevida seja na redução de sequelas e complicações