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LIVRO DE GENÉTICA UNIDADE 3 DOCENTE RESPONSÁVEL DRA ELIANE PATRÍCIA CERVELATTI MENDONÇA UniSALESIANO ARAÇATUBA LINS Apresentação da Unidade Curricular 3 Olá pessoal Bemvindos à Unidade 3 da disciplina Genética Já estamos na metade da disciplina Já conhecemos muita coisa sobre o DNA e nosso foco nessa unidade é o cariótipo humano Vamos discutir como analisálo e as possíveis alterações mutações que podem ser observadas no conjunto de cromossomos da espécie humana Em seguida nosso objetivo será abordar as consequências observadas em indivíduos que apresentam em seu cariótipo uma alteração cromossômica numérica ou estrutural Então vamos lá há muito ainda a ser discutido como eu sempre digo vamos avançar em nossa jornada no maravilhoso mundo da Genética SUMÁRIO 1 Mutações cromossômicas 2 Consequências das mutações cromossômicas em humanos 1 MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS 11 OBJETIVOS I Compreender as alterações cromossômicas numéricas II Comparar as principais características dos diferentes tipos de alterações cromossômicas numéricas III Compreender as alterações cromossômicas estruturais 12 INTRODUÇÃO O DNA humano está organizado em 46 cromossomos que formam o nosso cariótipo conjunto de cromossomos Um aspecto importante a ser mencionado é que esse cariótipo deve ser igual em todos os indivíduos da espécie humana ou seja todos devemos apresentar 46 cromossomos e cada cromossomo deve manter sua característica como tamanho por exemplo Finalmente vale ressaltar que em humanos apenas o último par de cromossomos varia de acordo com o sexo XX em mulheres e XY em homens figura 11 Figura 11 Cariótipo humano A Masculino e B Feminino Fonte ROBERTIS DE De Robertis Biologia Celular e Molecular Disponível em Minha Biblioteca 16ª edição Grupo GEN 2014 Para análise de um cariótipo os cromossomos são organizados pelo tamanho começando pelo maior e finalizando com o menor Além disso considerase também a posição do centrômero local de união entre as duas cromátides Com relação a esse aspecto os cromossomos podem ser classificados como I metacêntrico quando o centrômero está exatamente no meio do cromossomo II submetacêntrico aqueles que apresentam centrômero um pouco acima do meio do cromossomo e III acrocêntricos quando o centrômero está mais próximo dos telômeros extremidades Para finalizar a questão da posição do centrômero vale chamar atenção para o fato que ele divide o cromossomo em duas partes dois braços cromossômicos Quando o centrômero não está no meio do cromossomo teremos um braço maior chamado q e outro menor chamado p figura 12 Figura 12 Classificação dos cromossomos de acordo com a posição dos centrômeros Fonte Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 Muitas vezes a análise de um cariótipo requer informações adicionais além do tamanho e posição do centrômero Nesses casos os cromossomos são corados por diferentes técnicas de bandeamento que ao final evidenciam a existência de um padrão de bandas regiões claras e escuras que são características para cada cromossomo figuras 12 acima e 13 Figura 13 Cariótipo com cromossomos bandeados de um homem normal Fonte Jorde Lynn B Genétca Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 Embora seja fundamental que as características dos cromossomos sejam iguais em todos os indivíduos de uma espécie existem casos em que o cariótipo apresenta anormalidades cromossômicas Há inclusive uma área específica da Genética a Citogenética que tem como objetivo analisar as alterações cromossômicas e suas consequências Uma informação importante com relação a essas alterações cromossômicas é que elas ocorrem em 1 a cada 150 nascidos vivos são a principal causa conhecida de deficiência intelectual e estão presentes em 50 dos abortos espontâneos de primeiro trimestre e em 20 dos de segundo trimestre Mas como são essas alterações cromossômicas Bem de uma maneira geral elas são alterações que resultam em números anormais de cromossomos individuais aneuploidias em números anormais de conjuntos cromossômicos euploidias aberrantes ou alteram a estrutura dos cromossomos Vamos conhecer cada uma delas com mais detalhes a partir de agora 13 EUPLOIDIAS ABERRANTES Um cariótipo humano normal é diplóide 2n 46 possui dois conjuntos cromossômicos um de origem materna n 23 e um de origem paterna n 23 Na euploidia aberrante vamos observar uma alteração que envolve o conjunto cromossômico inteiro conforme os exemplos abaixo demonstrados TETRAPLOIDIA Cariótipo humano anormal com 4 conjuntos cromossômicos tetraplóide 4n 92 cromossomos TRIPLOIDIA Cariótipo humano anormal com 3 conjuntos cromossômicos triplóide 3n 69 cromossomos figura 14 Figura 14 Cariótipo com contagem triploide 69 XYY provavelmente devido à dispermia Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 Vamos considerar alguns aspectos importantes com relação a cariótipos triploides em humanos I sua incidência é de 1 a cada 10000 nascidos vivo II a maioria das concepções triploides é abortada espontaneamente e III fetos triploides que sobrevivem a termo caracteristicamente vão a óbito logo após o nascimento A triploidia pode ser causada por uma falha na separação dos cromossomos na meiose ou mais comumente pela fertilização de um ovócito por dois espermatozóides dispermia figura 15 Figura 15 Ilustração esquemática da dispermia resultado num zigoto triplóide 3n 14 ANEUPLOIDIAS Apenas para reforçar um cariótipo humano é diplóide 2n 46 cromossomos A aneuploidia é uma alteração cromossômica numérica em que um ou alguns cromossomos individuais estão envolvidos mas não o conjunto cromossômico inteiro Vamos analisar os exemplos abaixo TRISSOMIA presença de um cromossomo extra Nesse caso o cariótipo será 2n 1 47 cromossomos TETRASSOMIA presença de dois cromossomos extra Nesse caso o cariótipo será 2n 2 48 cromossomos MONOSSOMIA ausência de um cromossomo Nesse caso o cariótipo será 2n 1 45 cromossomos Considerando os exemplos acima notamos que pode haver ganho ou perda de cromossomos a perda terá consequências mais graves que o ganho A questão agora é o que causou essa alteração na quantidade de cromossomos Temos duas possibilidades falha na separação dos cromossomos na meiose ou na mitose vamos falar um pouco mais sobre isso Quando ocorre um erro na separação dos cromossomos durante a meiose teremos a formação de um gameta cromossomicamente anormal Se esse gameta participar da fecundação teremos a formação de um zigoto primeira célula do corpo humano anormal conforme observado na figura 16 Figura 16 Na não disjunção meiótica dois cromossomos homólogos migram para a mesma célula filha em vez de se afastar e migrar normalmente para células filhas diferentes Isto resulta em prole monossômica e trissômica Fonte Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 SAIBA MAIS O aumento da idade da mulher eleva os riscos de uma não disjunção meiótica portanto da formação de gametas cromossomicamente anormais Isso ocorre porque a gametogênese feminina começa ainda na vida fetal é interrompida e só continua a partir da puberdade Desse momento em diante a cada mês um gameta concluirá a meiose Diante disso quanto maior a duração da meiose o que acontece com o avançar da idade da mulher maior o risco da existência de falhas nesse processo Considerando agora falha na separação dos cromossomos durante a mitose resultará na formação de um mosaico Ou seja o indivíduo apresentará em seu organismo células normais e células anormais figura 17 Figura 17 Mitose normal e esquema de uma não disjunção mitótica Para finalizarmos nossa análise sobre as aneuploidias abaixo temos um cariótipo apresentando um trissomia 2n 1 47 e outro apresentando uma monossomia 2n 1 45 figuras 18 e 19 respectivamente Figura 18 Cariótipo apresentando uma trissomia Fonte McInnes Roderick R Thompson Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 8ª edição Grupo GEN 2016 Figura 19 Cariótipo apresentando uma monossomia Fonte Griffiths Anthony J F et al Introdução à Genética Disponível em Minha Biblioteca 12ª edição Grupo GEN 2022 15 ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS As alterações cromossômicas estruturais são divididas em dois tipos as balanceadas e as não balanceadas Vamos abordar as principais características e exemplos de cada uma delas ok I Alterações cromossômicas estruturais não balanceadas são aquelas em que há ganho ou perda de material genético Como exemplos temos as deleções perda de parte de um cromossomo duplicações ganho de parte de um cromossomo e os isocromossomos cromossomo no qual um braço foi duplicado e o outro está ausente figura 110 Figura 110 Ilustração apresentando os diferentes tipos de alterações cromossômicas estruturais não balanceadas II Alterações cromossômicas estruturais balanceadas são aquelas em que não há ganho nem perda de material genético No entanto o DNA estará embalado organizado de uma nova maneira Como exemplos temos as inversões e as translocações IIa Inversões nesse caso um cromossomo sofre 2 quebras e é reconstituído com o segmento entre as quebras invertido figura 111 Figura 111 Ilustração de uma inversão IIb Translocações troca de material genético entre cromossomos não homólogos Existem 3 tipos recíprocas não recíprocas e Robertsonianas Translocações recíprocas Ocorre a quebra de cromossomos não homólogos seguida da troca recíproca dos segmentos quebrados figura 112 Figura 112 Ilustração de uma translocação recíproca Translocações não recíprocas Ocorre a quebra de cromossomos não homólogos seguida da troca não recíproca dos segmentos quebrados figura 113 Figura 113 Ilustração de uma translocação não recíproca Translocações Robertsonianas só ocorre entre cromossomos acrocêntricos aqueles com centrômero próximo aos telômeros No cariótipo humano os cromossomos 13 14 15 21 e 22 são acrocêntricos Nesse tipo de translocação ocorre a fusão perto da região do centrômero e a perda dos braços curtos figura 114 Figura 114 Translocação Robertsoniana Fonte Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 BIBLIOGRAFIA Griffiths Anthony J F et aL Introdução à Genética Disponível em Minha Biblioteca 12ª edição Grupo GEN 2022 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788527738682epubcfi 6585B3Bvndvstidref3Dhtml295D4384405243 Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788595151659epubcfi 6365B3Bvndvstidref3Dcap 6xhtml5D429033185Brma2Cl5D Menck Carlos FM Genética Molecular Básica Disponível em Minha Biblioteca Grupo GEN 2017 SAIBA MAIS Portadores das translocações robertsonianas não perdem material genético essencial são fenotipicamente normais mas apresentam apenas 45 cromossomos em cada célula Caso essa translocação envolva o cromossomo 21 os riscos de um descendente portador da síndrome de Down serão maiores httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788527732208epubcfi 6325B3Bvndvstidref3Dchapter045D462111015Btai2Cs5D McInnes Roderick R Thompson Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 8ª edição Grupo GEN 2016 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788595151819epubcfi 6305B3Bvndvstidref3DaB97885352840030000405D426162168 305465Brda2C20de5D Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788580554762pageid 129 2 CONSEQUÊNCIAS DAS MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM HUMANOS 21 OBJETIVOS I Compreender os principais distúrbios autossômicos II Compreender as principais características dos distúrbios envolvendo cromossomos sexuais III Compreender alguns exemplos de distúrbios causados por alterações cromossômicas estruturais 22 INTRODUÇÃO Discutimos no capítulo anterior as alterações que podem ser observadas em um cariótipo mudanças no número e na estrutura dos cromossomos A questão agora é o indivíduo que apresentar uma alteração cromossômica terá alguma consequência associada a esse fato Veremos a partir de agora que sim mas que tudo depende do tipo de alteração e do cromossomo que está envolvido nessa mutação 23 DISTÚRBIOS ENVOLVENDO CROMOSSOMOS AUTOSSÔMICOS São os distúrbios que envolvem qualquer cromossomo autossômico do 1 ao 22 Embora as alterações possam ocorrer em qualquer cromossomo existem 3 distúrbios autossômicos humanos bem caracterizados que se tratam de trissomias envolvendo os cromossomos 13 18 e 21 É importante ressaltar que as anomalias observadas em cada são determinadas pela dosagem extra de determinados genes no cromossomo adicional I Trissomia do cromossomo 21 síndrome de Down Esse é o distúrbio cromossômico mais comum e mais conhecido cuja incidência é de 1 a cada 850 crianças Os fatores de risco para o nascimento de uma criança portadora dessa síndrome são a idade materna e a presença de uma translocação envolvendo o cromossomo 21 no cariótipo dos genitores As principais características dos portadores dessa síndrome são apresentadas nas figuras 21 a 23 envolvem Características faciais dismórficas Baixa estatura Pescoço curto pele frouxa na nuca Língua grande e cheia de sulcos Pregas das fendas palpebrais elevadas Mãos curtas e largas uma única prega palmar Deficiência intelectual moderada a branda Defeitos cardíacos são frequentes Expectativa de vida 55 anos Figura 21 Criança portadora da síndrome de Down Fonte McInnes Roderick R Thompson Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 8ª edição Grupo GEN 2016 Figura 22 A Um bebê com síndrome de Down apresentando as características típicas dessa síndrome fissuras palpebrais voltadas para cima excesso de pele n região palpebral interna prega epicântica língua protusa e ponte nasal baixa B Mesma menina observada em A sete anos mais tarde Observe que as características típicas estão presentes mas são menos óbvias Fonte Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 Figura 23 Sulco palmar único única prega palmar Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 Na maioria dos casos o cariótipo dos portadores dessa síndrome apresenta um cromossomo 21 inteiro em dose extra figura 24 Em aproximadamente 5 dos casos notase a presença de uma translocação robertsoniana envolvendo o cromossomo 21 Figura 24 Cariótipo 47 XY 21 Fonte McInnes Roderick R Thompson Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 8ª edição Grupo GEN 2016 Por fim aproximadamente 2 dos casos são mosaicos ou seja o portador apresenta células normais com 46 cromossomos e células com 47 cromossomos com o 21 extra Nesses casos o fenótipo nesses casos é variável pois dependem da proporção de células normais e anormais presentes no organismo A figura 25 abaixo apresenta uma criança mosaico para essa síndrome Figura 25 Menina com mosaicismo para trissomia do cromossomo 21 que apresenta atrasos leves de desenvolvimento A única característica física da síndrome é um amplo espaço entre o primeiro e segundo dedo do pé Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 II Trissomia do cromossomo 18 síndrome de Edwards Essa síndrome tem uma incidência de 1 a cada 6000 a 8000 crianças Na realidade a incidência é maior mas infelizmente 95 dos casos são abortados espontaneamente Os fatores de risco para o nascimento de uma criança portadora são a idade materna e a presença de translocações envolvendo o cromossomo 18 As alterações observadas nessa síndrome estão listadas abaixo e apresentada na figura 26 Deficiência de crescimento prénatal Punho fechado típico Mandíbula recuada Orelhas com implantação baixa Deficiência intelectual severa Malformações cardíacas graves SAIBA MAIS O Ministério da Saúde elaborou uma cartilha com as diretrizes para pessoas portadoras da síndrome de Down onde descreve vários aspectos fundamentais com relação a essa síndrome e pode ser acessado em httpsbvsmssaudegovbrbvspublicacoesdiretrizesatencaopessoa sindromedownpdf Dificuldades de alimentação Expectativa de vida tipicamente menos que alguns meses Figura 26 Paciente com trissomia do cromossomo 18 Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 Embora na maioria dos casos a expectativa de vida dos portadores dessa síndrome seja restrita a alguns meses em alguns casos pontuais eles podem viver por mais tempo figura 27 Figura 27 Uma menina com trissomia 18 completa A aos três anos de idade e B aos 13 anos de idade Fonte Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 O cariótipo típico dessa síndrome é apresentado na figura 28 abaixo Figura 28 Cariótipo 47 XY 18 Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 III Trissomia do cromossomo 13 síndrome de Patau Essa síndrome tem uma incidência de 1 a cada 12000 a 20000 crianças Assim na síndrome de Edwards a incidência é maior visto que a maioria dos casos em que se observa essa trissomia resulta em um aborto espontâneo Os fatores de risco para o nascimento de uma criança portadora dessa síndrome envolvem a idade materna e a presença de translocações envolvendo o cromossomo 13 As alterações observadas nos portadores da síndrome de Patau estão listadas abaixo e apresentada na figura 29 Retardo no crescimento Deficiência intelectual severa Microcefalia testa inclinada Punhos fechados típicos Defeitos cardíacos congênitos Fissuras labial e palatina frequentemente Anormalidades oculares Polidactilia Expectativa de vida 50 morrem dentro de primeiro mês 90 dentro do primeiro ano Figura 29 Recémnascido portador da síndrome de Patau Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 Assim como observado na síndrome de Edwards embora na maioria dos casos a expectativa de vida dos portadores dessa síndrome seja restrita a alguns meses em alguns casos pontuais eles podem viver por mais tempo figura 210 Figura 210 Uma menina de oito anos de idade com trissomia completa do 13 mostrando pequenos olhos e nariz largo e proeminente Fonte Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 O cariótipo típico dessa síndrome é apresentado na figura 211 abaixo Figura 211 Cariótipo 47 XY 13 Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 24 DISTÚRBIOS ENVOLVENDO CROMOSSOMOS SEXUAIS I Aneuploidias envolvendo o cromossomo X São uma das anomalias citogenéticas mais comuns Além disso notase uma tolerância relativa a essas anomalias devido a inativação do cromossomo X Apenas reforçando vale lembrar que a inativação do cromossomo X é um evento normal que ocorre em cariótipos femininos normais 46 XX onde todo cromossomo X além de um será inativado figura 212 Dessa maneira em homens normais 46 XY nenhum cromossomo é inativado Figura 212 Ilustração representando a inativação do cromossomo X No entanto cariótipos masculinos e femininos anormais que apresentam cromossomos X extras também apresentarão a inativação desse cromossomo conforme apresentado na tabela 1 abaixo Tabela 1 Inativação do cromossomo X Fenótipo sexual Cariótipo Corpúsculo de Barr nome dado ao cromossomo X inativado Homem 46 XY 47 XYY 47 XXY 48 XXXY 49 XXXXY 0 1 2 3 Mulher 45 X 46 XX 47 XXX 48 XXXX 49 XXXXX 0 1 2 3 4 Tendo essas informações fundamentais em mente vamos começar a discutir as diferentes síndromes que envolvem o cromossomo X SÍNDROME DE KLINEFELTER 47 XXY A incidência estimada para essa síndrome é de 1 em até 600 nascimentos do sexo masculino No entanto como as alterações apresentadas pelos portadores são brandas supõese que muitos casos não sejam detectados Nesses indivíduos 47 XXY um dos cromossomos X é inativado As principais características apresentadas nessa síndrome estão apresentadas na figura 213 e listadas abaixo Pacientes altos Braços e pernas desproporcionalmente longos Fisicamente normais até a puberdade Características sexuais secundárias permanecem subdesenvolvidas Ginecomastia pode estar presente Testículos pequenos Maioria é estéril Figura 213 Fenótipo de homens com síndrome de Klinefelter 47XXY FonteMcInnes Roderick R Thompson Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 8ª edição Grupo GEN 2016 Um cariótipo típico dessa síndrome é apresentado na figura 214 abaixo Figura 214 Cariótipo 47XXY Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 MULHERES 47 XXX SÍNDROME XXX Essa síndrome tem uma incidência estimada de 1 em 1000 nascimentos do sexo feminino Novamente as alterações apresentadas são muito brandas Isso é explicado pelo fato do cromossomo X extra ser inativado Nesse caso como a mulher é 47 XXX ela terá dois cromossomos X inativados O cariótipo característico dessa síndrome é apresentado na figura 215 abaixo Figura 215 Cariótipo 47 XXX Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 As principais características dessa síndrome estão listadas abaixo Estatura um pouco acima da média Características normais Desenvolve as mudanças da puberdade na idade apropriada Em geral são férteis Podem apresentar deficiência no aprendizado deficiência de desenvolvimento problemas de comportamento descoordenação e esterilidade As variações dessa síndrome são mulheres 48 XXXX que apresentam 3 cromossomos X inativos e mulheres 49 XXXXX que apresentam 4 cromossomos X inativos Nos dois casos cada X adicional vem acompanhado de maior gravidade da deficiência intelectual e de anormalidades físicas Isso pode ser explicado pela presença em doses adicionais da região que escapa da inativação do X que foi inativado SÍNDROME DE TURNER 45 X Essa é a única síndrome em que se observa a perda de um cromossomo Sua incidência é de 1 em 25004000 nascimentos do sexo feminino No entanto ela ocorre com uma frequência muito maior mas infelizmente a maioria acima de 99 das concepções 45 X é perdida no período prénatal Entre as concepções que evoluem a termo muitas são mosaicos 30 a 40 Acreditase que as alterações dessa síndrome são devidas a ausência dos genes que escapam da inativação As principais características dessa síndrome estão listadas abaixo e a presentada na figura 216 Baixa estatura Pescoço largo e alado Linfedema Risco de anomalias cardíacas Cognição inteligência tipicamente normais Fenótipo comportamental normal mas ajuste social comprometido Infertilidade Figura 216 Menina com síndrome de Turner Fonte Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 O cariótipo de uma portadora dessa síndrome é apresentado na figura 217 Figura 217 Cariótipo 45 X Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 ANEUPLOIDIAS ENVOLVENDO O CROMOSSOMO Y HOMENS 47 XYY Essa síndrome apresenta uma incidência de 1 em cada 700 a 1000 nascimentos do sexo masculino e não está associada a nenhum fenótipo anormal Não é possível fazer uma clara distinção entre homens 46 XY e 47 XYY A fertilidade normal mas pode haver dificuldade de linguagem e leitura 50 Esses homens não apresentarão NENHUM cromossomo inativado A explicação para ausência de alterações é que o cromossomo Y é pequeno e possui poucos genes a maioria envolvida em características masculinas 25 DISTÚRBIOS CAUSADOS POR ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS EXEMPLO SÍNDROME DO CRI DU CHAT SÍNDROME DO MIADO DE GATO Essa síndrome é causada pela perda de uma parte do braço curto do cromossomo 5 5p conforme pode ser observado no cariótipo apresentado na figura 218 Figura 218 Cariótipo 46 XX del 5p Fonte Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 Entre as alterações típicas para essa síndrome apresentadas na figura 219 podemos citar Choro semelhante ao miado de um gato Baixo peso ao nascer Deficiência cognitiva grave Microcefalia Defeitos cardíacos Figura 219 Três crianças diferentes com síndrome de cri du chat que resulta de deleção de parte do cromossomo 5p FonteMcInnes Roderick R Thompson Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 8ª edição Grupo GEN 2016 BIBLIOGRAFIA Griffiths Anthony J F et aL Introdução à Genética Disponível em Minha Biblioteca 12ª edição Grupo GEN 2022 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788527738682epubcfi 6585B3Bvndvstidref3Dhtml295D4384405243 Jorde Lynn B Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 5ª edição Grupo GEN 2017 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788595151659epubcfi 6365B3Bvndvstidref3Dcap 6xhtml5D429033185Brma2Cl5D Menck Carlos FM Genética Molecular Básica Disponível em Minha Biblioteca Grupo GEN 2017 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788527732208epubcfi 6325B3Bvndvstidref3Dchapter045D462111015Btai2Cs5D McInnes Roderick R Thompson Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca 8ª edição Grupo GEN 2016 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788595151819epubcfi 6305B3Bvndvstidref3DaB97885352840030000405D426162168 305465Brda2C20de5D Schaefer G B e James Thompson Genética Médica Disponível em Minha Biblioteca Grupo A 2015 httpsintegradaminhabibliotecacombrreaderbooks9788580554762pageid 129