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Medicina Veterinária ·

Fisiologia Animal

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Nutrição animal Prof Thiago Braga Descrição A compreensão dos conceitos da nutrição de cães e gatos equinos e ruminantes Propósito A obtenção do conhecimento sobre a nutrição de cães e gatos equinos assim como o de ruminantes é relevante para sua formação pois auxiliará em sua atuação em sala de aula no campo e facilitará a sua compreensão de disciplinas correlatas Objetivos Módulo 1 Nutrição de cães e gatos Reconhecer os conceitos associados à nutrição de cães e gatos Módulo 2 Nutrição de equinos Reconhecer os conceitos associados à nutrição de equinos Módulo 3 Nutrição de ruminantes Reconhecer os conceitos associados à nutrição de ruminantes Introdução O conhecimento sobre a nutrição de cães e gatos assim como o conhecimento da nutrição aplicada aos equinos e aos ruminantes é um aspecto importante para diversas áreas de estudo Neste conteúdo entenderemos os nutrientes e aspectos associados à nutrição de algumas espécies animais como cães gatos equinos e ruminantes Veremos também quais são as particularidades nutricionais para os diferentes animais estudados A nutrição animal pode ser conceituada como o conjunto de processos que ocorre no organismo vivo onde ele digere e assimila os diferentes nutrientes contidos nos alimentos Os nutrientes assimilados são essenciais à vida sendo utilizados durante o crescimento a manutenção a reparação dos tecidos corporais e a produção animal 1 Nutrição de cães e gatos Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer os conceitos associados à nutrição de cães e gatos Comportamento alimentar Cães Quando voltamos um pouco no tempo e analisamos como era o cenário na década de 1980 em relação à alimentação dos animais de companhia observamos que a maior parte dos animais era alimentada com os restos de comida dos seus tutores e havia pouca ração industrial disponível no mercado Atualmente o cenário é totalmente diferente com rações de diferentes marcas e com alta qualidade para os diferentes animais Essa evolução significativa pode ser explicada ao considerarmos dois fatores O poder aquisitivo da população atual principalmente nos grandes centros aumentou Os padrões de consumo ficaram mais sofisticados É importante também citar as mudanças dos hábitos da população como um todo que contribuíram para a evolução ligada à nutrição de animais de companhia como cães e gatos Essas modificações envolveram uma alimentação mais sadia e equilibrada permitindo o surgimento de vários produtos que hoje estão disponíveis no mercado pet Atualmente o Brasil ocupa o primeiro lugar como produtor de alimentos balanceados para animais de companhia na América Latina e o terceiro no mundo estando atrás apenas dos Estados Unidos e da China São mais de 3 milhões de toneladas ao ano de alimentos destinados aos animais de companhia que são produzidos no Brasil mostrando a força do segmento no país O consumo alimentar está ligado à genética animal uma vez que os conceitos de ingestão alimentar possuem a base nos antepassados e na domesticação No passado os animais consumiam os alimentos de maneira incerta pois apresentavam quantidade irregular bem diferente dos tempos atuais com manejos e práticas alimentares ajustadas à espécie Os cães são anatomicamente carnívoros apresentando caninos bem desenvolvidos ausência de amilase salivar enzima responsável pelo início da digestão do amido estômago bem desenvolvido e ácido órgão responsável pela digestão de proteínas Pela história evolutiva dos cães sua alimentação tem mais característica onívora De maneira geral os cães são classificados como carnívoros não restritos e seus hábitos alimentares refletem os órgãos mais desenvolvidos de seu trato gastrointestinal Os cães apresentam o estômago bastante desenvolvido uma vez que suas dietas são ricas em alimentos de origem animal que tendem a ter quantidades significativas de proteína nutriente digerido no estômago desses animais Eles possuem também o intestino delgado bem desenvolvido e o intestino grosso pouco desenvolvido com trânsito rápido pelo trato com pequeno tempo de permanência do alimento Confira Sistema digestório do cão Os cães possuem três etapas relacionadas ao seu comportamento alimentar Confira a seguir quais são elas Tanto na etapa de busca quanto na etapa de identificação os animais utilizam seu sentido forte ligado ao olfato que possuem para capturar os odores relacionados ao alimento para então tocar nele e sentir sua temperatura Em seguida na etapa de seleção do alimento outro sentido é muito importante o paladar canino Os cães apresentam mais de 1690 papilas gustativas e possuem a capacidade de distinguir entre o amargo doce ácido salgado e reconhecimento do aminoácido glutamato Os cães possuem de maneira geral o comportamento alimentar com ingestão rápida e com o consumo de grandes porções alimentares por vez Um fator muito relacionado à seleção do alimento pelos animais de companhia é a palatabilidade De um modo geral para os cães alimentos ricos em proteína são mais atrativos e palatáveis Gatos Busca do alimento Identificação do alimento Seleção Os gatos assim como os cães são anatomicamente carnívoros apresentando caninos longos ausência de amilase salivar estômago bem desenvolvido e ácido De maneira geral os gatos são classificados como carnívoros restritos com dieta mais carnívora do que os cães Da mesma maneira que ocorre com os cães os hábitos alimentares desses animais refletem os órgãos mais desenvolvidos de seu trato gastrointestinal Os gatos apresentam o estômago bastante desenvolvido uma vez que suas dietas são ricas em proteína nutriente digerido no estômago desses animais Os gatos possuem o intestino delgado bem desenvolvido e o intestino grosso pouco desenvolvido com trânsito do alimento rápido pelo trato digestivo Confira a imagem a seguir Sistema digestório do gato Os gatos são animais que comem poucas porções várias vezes ao dia tanto no período diurno quanto no período noturno Vários pesquisadores citam que os gatos quando possuem acesso abundante e facilitado ao alimento podem apresentar comportamento relacionado ao tédio e à frustração Para que esse comportamento não ocorra existe a necessidade de tornar interessante e estimulante o ato da alimentação para esses animais Um hábito comum observado nos tutores de gatos é o fornecimento de alimento e água no mesmo ambiente Uma vez na natureza os gatos se alimentam e buscam água em momentos diferentes portanto a presença de água muito próxima ao alimento pode em algumas situações propiciar menor consumo hídrico pelos animais abaixo de sua necessidade Em relação à palatabilidade do alimento os gatos respondem melhor aos alimentos ricos em aminoácidos e peptídeos além de responderem à textura do alimento Nutrientes e suas exigências pelos animais Os animais diferentemente dos vegetais não possuem a capacidade de produzir sua própria energia portanto necessitam de uma dieta balanceada para que possam crescer e se desenvolver além de manter sua saúde reproduzir e exercer atividades diversas Os animais obtêm a energia necessária para seu desenvolvimento por meio dos nutrientes presentes na dieta Os nutrientes que compõem os alimentos de origem animal ou vegetal apresentam funções específicas no organismo Eles são divididos nas seguintes categorias A energia é um componente fundamental da dieta assim como a água uma vez que as necessidades por energia representam a primeira exigência que deve ser satisfeita no animal Após atendimento energético os nutrientes ficam disponíveis para outras funções metabólicas Aproximadamente entre 50 e 80 da matéria seca da dieta de cães e gatos é usada para obtenção de energia Água Água Carboidratos Proteínas Lipídios Vitaminas Minerais A água é um dos nutrientes mais importantes em termos de sobrevivência uma vez que os animais podem ficar semanas sem alimentação mas a perda de 10 da água corporal pode resultar em morte A água é o nutriente em maior proporção no corpo dos animais variando de 40 a 80 de acordo com a espécie idade e estado de saúde animal Quanto mais jovem e magro o animal mais água ele possuirá As funções da água são diversas desde solvente que facilita funções celulares meio de transporte para nutrientes regulação da pressão osmótica auxílio na lubrificação das articulações e olhos amortecimento até auxiliar na troca gasosa da respiração A água é perdida de várias formas através dos rins pela excreção através das fezes representando uma quantidade bem pequena de perda de água e pela evaporação durante a respiração Os animais obtêm água pelos alimentos além do consumo oral voluntário da água As exigências de água pelo animal estão diretamente relacionadas com a manutenção do equilíbrio hídrico De maneira geral as exigências de água pelos gatos são menores quando comparadas aos cães pois os cães quando tiverem uma redução de água corporal em 4 ou menos sentirão sede e beberão água voluntariamente Já os gatos apenas quando perderam aproximadamente 8 de sua água corporal sentirão sede e beberão água voluntariamente Devido à menor percepção de sede é importante salientar a necessidade de estimular os gatos a beberem água Tanto para gatos quanto para os cães a água deve estar disponível à vontade e deve ser fresca palatável e limpa Carboidratos Os carboidratos são os componentes principais dos vegetais que apresentam energia podendo totalizar de 60 a 90 do peso de sua matéria seca ou seja retirando água Os carboidratos podem ser classificados como monossacarídeos dissacarídeos ou polissacarídeos e apresentam como função principal atuar como fonte energética Confira a seguir um pouco mais sobre cada uma dessas classificações Representam as formas mais simples dos carboidratos compostos de 3 a 7 átomos de carbono Os principais monossacarídeos são a glicose a frutose e a galactose A glicose é o produto mais importante da digestão do amido e da hidrólise do glicogênio no organismo São compostos por duas unidades de monossacarídeos ligados sendo a lactose galactose glicose a sacarose frutose glicose e a maltose glicose glicose os exemplos mais comuns Monossacarídeos Dissacarídeos Polissacarídeos São compostos de milhares de unidades de monossacarídeos São encontrados em abundância nos vegetais como reserva energética no caso do amido e na estrutura da parede celular no caso da celulose Além do amido e da celulose o glicogênio é outro polissacarídeo de grande importância na nutrição animal possuindo função de reserva energética para os animais Os grãos de cereais como o milho trigo e o sorgo representam os principais alimentos como fonte de amido para os animais de companhia Tanto cães quanto gatos são considerados animais monogástricos pois possuem estômago simples Sua digestão é predominantemente enzimática com baixa capacidade de digestão microbiana e em apenas pequena proporção no intestino grosso Portanto animais de companhia não possuem capacidade de aproveitar alimentos ricos em fibra alimentos com alta concentração do carboidrato celulose por exemplo pois não possuem enzimas capazes de quebrar esse nutriente A presença das fibras nos alimentos de cães e gatos está relacionada à saúde intestinal Os carboidratos presentes nos alimentos de animais de companhia não proporcionam apenas energia ao organismo mas também apresentam efeito poupador de proteínas Quando fornecemos quantidade suficiente de carboidratos para satisfazer necessidades energéticas poupamos as proteínas de serem utilizadas como fonte de energia ficando disponíveis para reparação tecidual e para crescimento Proteínas As proteínas são moléculas grandes e complexas compostas por aminoácidos e apresentam diferentes funções no organismo animal como energética estrutural de transporte do sistema imune entre outras Os aminoácidos ligados entre si são conhecidos como peptídeos dois aminoácidos ligados são chamados de dipeptídeos três aminoácidos ligados são conhecidos como tripeptídeos e mais do que três aminoácidos ligados polipeptídeos Estrutura de um polipeptídeo insulina As proteínas presentes na alimentação são importantes pois servem de fonte de aminoácidos para formar reparar e substituir proteínas corpóreas além de fornecer nitrogênio para a produção de aminoácidos não essenciais e outros compostos nitrogenados Os aminoácidos podem ser divididos em dois grandes grupos os essenciais e os não essenciais Confira mais detalhes Aminoácidos essenciais Aqueles que o animal não possui a capacidade de produzir ou não produz em quantidade suficiente para atender à exigência nutricional Aminoácidos não essenciais Aqueles que o animal possui a capacidade de produzir Os aminoácidos essenciais portanto devem estar presentes na dieta dos animais Observe quais são os aminoácidos essenciais e não essenciais para cães e gatos Aminoácidos essenciais Arginina Fenilalanina Histidina Isoleucina Leucina Lisina Metionina Taurina apenas essencial para gatos Treonina Triptofano Valina Aminoácidos não essenciais Alanina Asparagina Aspartato Cisteína Glicina Glutamato Prolina Serina Tirosina Hidroxiprolina Hidroxilisina e Glutamina Merece destaque o aminoácido taurina pois é considerado essencial apenas para os gatos uma vez que a maioria dos mamíferos possui a capacidade de síntese desse aminoácido a partir da metionina e da cisteína Os gatos apresentam uma capacidade muito limitada de produzir a taurina a partir de outros aminoácidos sendo necessário então sua presença na dieta desses animais Aminoácido taurina Rações enlatadas fornecidas para gatos apresentam de maneira geral menor qualidade proteica e do aminoácido taurina sendo menos digeríveis devido ao calor usado no seu processamento O organismo animal não se importa com a origem dos aminoácidos para seu uso se eles são fornecidos na dieta como aminoácidos isolados ou compondo proteína ou se são sintetizados no organismo Portanto o organismo animal não apresenta uma exigência por proteína em si e sim por aminoácidos A forma em que os animais de companhia usam a proteína da dieta como fonte de aminoácidos e nitrogênio é influenciada pela digestibilidade e qualidade das proteínas O alimento que apresenta teor proteico altamente digestível composto por todos os aminoácidos essenciais em quantidade adequada às necessidades animais é considerado de alta qualidade proteica Aqueles que apresentam baixa digestibilidade com escassez de um ou mais aminoácidos essenciais são considerados de qualidade inferior Quando as rações para cães e gatos são formuladas várias fontes proteicas são combinadas de modo a melhorar a qualidade e o perfil de aminoácidos presentes no alimento fornecido Lipídios Os lipídios são compostos insolúveis em água mas solúveis em solventes orgânicos Eles são Gorduras Sólidos à temperatura ambiente Óleos Líquidos à temperatura ambiente São várias as funções executadas pelos lipídios desde reserva e fonte energética função estrutural a isolamento térmico e contrachoques mecânicos entre outros Entre os lipídeos mais importantes presentes na alimentação animal encontram se os triglicerídeos presentes em abundância nos alimentos ofertados aos animais As deficiências de lipídios prejudicam a cicatrização de feridas dos animais produzem pelagem seca e com ausência de brilho descamação cutânea e podem modificar a camada lipídica da pele e prejudicam a absorção de vitaminas lipossolúveis Para os cães e gatos o mais importante relacionado aos lipídeos além de atender às exigências mínimas dos animais está relacionado à melhora da palatabilidade e da textura das dietas fornecidas Merece destaque a problemática associada ao alto teor de gordura na dieta conforme ocorre aumento desse teor também observamos aumento da densidade calórica e da palatabilidade podendo levar a um consumo excessivo de alimento gerando a obesidade Gato obeso Cão obeso Vitaminas e minerais As vitaminas e os minerais são exigidos em menor quantidade quando comparados aos carboidratos e às proteínas As vitaminas possuem ação como enzimas precursores de enzimas ou coenzimas essenciais em diversos processos metabólicos do organismo As vitaminas podem ser classificadas em dois grandes grupos Vitaminas hidrossolúveis Vitaminas do complexo B e vitamina C Vitaminas lipossolúveis Vitaminas A D E e K As vitaminas lipossolúveis dificilmente levam alguma deficiência ao animal mas podem propiciar efeitos tóxicos aos animais devido à capacidade que os animais possuem de armazenar essas vitaminas nos depósitos de gordura Os minerais representam a porção inorgânica da dieta dos animais onde alguns desses nutrientes são necessários em maior quantidade e outros em menor quantidade Essa diferença permite a classificação dos minerais em Microminerais São principalmente o cobalto cobre iodo ferro manganês selênio e zinco Macrominerais São o cálcio fósforo sódio potássio cloro magnésio e enxofre As exigências nutricionais incluindo vitaminas e minerais variam com a espécies e conforme o estágio de desenvolvimento do animal Os problemas relacionados às vitaminas e aos minerais na dieta estão mais relacionados ao excesso ou ao desbalanceamento as dietas quando formuladas de modo geral são acrescidas por vitaminas sintéticas e fontes externas de minerais De modo geral as rações comerciais para cães e gatos são suplementadas com vitaminas e minerais É muito difícil formular uma dieta de modo a atender todas as exigências por esses nutrientes apenas baseandose nos alimentos disponíveis e utilizados Devido ao uso de suplementos vitamínicos e minerais nas dietas geralmente não há necessidade de complementar as rações comerciais com suplemento extra Essa suplementação além de ser desnecessária pode levar a alguns distúrbios metabólicos A suplementação pode ser necessária apenas em situações ligadas a algumas doenças mas sempre deve ser fornecida quando indicada por profissional especialista Nutrição para cães diabéticos Confira agora a importância da nutrição diferenciada para cães diabéticos Falta pouco para atingir seus objetivos Vamos praticar alguns conceitos Questão 1 O conhecimento sobre nutrição de cães e gatos permite melhorar a qualidade de vida além de ser essencial para a saúde animal Baseado nos seus conhecimentos julgue os itens a seguir e marque a alternativa correta I O aminoácido taurina é considerado não essencial para os gatos e essencial para os cães uma vez que os últimos não possuem a capacidade de sintetizar esse aminoácido II Tanto cães quanto gatos apresentam baixa exigência por água conseguindo permanecer bem mesmo após perder mais de 10 da água corporal III Os grãos de cereais como o milho e o trigo representam os principais alimentos como fonte de amido para os cães e gatos Parabéns A alternativa E está correta O item I está errado pois o aminoácido taurina é essencial para os gatos uma vez que eles possuem baixa capacidade de síntese desse aminoácido e é considerado não essencial para os cães o item II está errado pois os cães quando tiverem uma redução de água corporal em 4 ou menos sentirão sede e beberão água voluntariamente Já os gatos apenas quando perderam em torno de 8 de sua água corporal sentirão sede e beberão água voluntariamente Questão 2 Podemos afirmar que os cães são classificados como carnívoros não restritos e os gatos como animais carnívoros restritos com dieta mais carnívora do que os cães Os hábitos alimentares tanto dos cães quanto dos gatos refletem diretamente sobre o desenvolvimento dos órgãos de seu trato gastrointestinal Baseado no exposto marque a alternativa que cita corretamente qual órgão do trato gastrointestinal dos animais de companhia possui maior desenvolvimento A Apenas os itens II e III estão corretos B Apenas o item I está correto C Apenas o item II está correto D Os itens I II e III estão corretos E Apenas o item III está correto Parabéns A alternativa C está correta Animais carnívoros apresentam uma dieta rica em proteínas de origem animal nutriente que é quebrado no estômago portanto o órgão de grande desenvolvimento do trato gastrointestinal de cães e gatos é o estômago A Intestino grosso B Esôfago C Estômago D Pâncreas E Fígado 2 Nutrição de equinos Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer os conceitos associados à nutrição de equinos Sistema digestivo dos equinos Importância Atualmente o Brasil apresenta um plantel com mais de 56 milhões de equinos movimentando uma cadeia produtiva significativa com grande importância social e econômica O agronegócio do cavalo como é chamado no Brasil movimenta anualmente mais de 16 bilhões de reais representando portanto um setor extremamente relevante no país Para que esse segmento do agronegócio brasileiro conseguisse chegar até onde chegou vários fatores foram fundamentais principalmente os ligados diretamente com a criação dos animais Além de genética manejo e sanidade o fator considerado ferramentachave na criação dos equinos é a nutrição A nutrição dos equinos pode representar entre 60 e 80 dos custos de produção desses animais Portanto os conhecimentos relacionados a essa área são fundamentais pois é um investimento considerável Além de que animais que não apresentam nutrição em dia independentemente da finalidade cavalo atleta reprodução trabalho entre outros não apresentarão desempenho satisfatório Animais que não possuem suas exigências nutricionais supridas apresentam sua atividade comprometida Diante disso a nutrição de equinos deve se basear nos nutrientes água energia carboidratos e lipídios proteína minerais e vitaminas da mesma forma que vimos para os animais de companhia Todos esses nutrientes estão presentes nos alimentos volumosos extensamente consumidos pelos equinos como pastagens e fenos além de estarem presentes nos concentrados Anatomia do sistema digestivo Os equinos são considerados animais monogástricos pois apresentam um estômago simples mas são também classificados como animais pósgástricos pois a digestão de vários nutrientes ocorre principalmente no intestino grosso Devido ao hábito alimentar dos equinos são animais herbívoros O intestino grosso apresenta uma importância significativa com sua microbiota existente capaz de quebrar nutrientes presentes na dieta geralmente rica em fibra celulose e hemicelulose Imagem do intestino grosso dos equinos Uma parte da digestão e absorção dos nutrientes ocorre no intestino delgado com o processo iniciando na boca passando pelo esôfago até o estômago chegando no intestino delgado com a liberação de enzimas específicas responsáveis pela digestão dos diferentes nutrientes Como já vimos o intestino grosso possui papel importante no aproveitamento dos carboidratos como a celulose presentes na dieta destes animais Uma vez que os equinos não apresentam a capacidade de produzir enzimas capazes de quebrar a celulose para que ela possa ser absorvida a microbiota presente no intestino grosso mais especificamente ceco exerce esse papel Um aspecto importante que merece destaque é relacionado ao tamanho do estômago dos equinos pequeno em relação ao corpo do animal Esse fato limita a quantidade de forragens que esses animais conseguem consumir fazendo com que em algumas situações a quantidade consumida não seja suficiente para suprir suas exigências nutricionais Portanto em animais que apresentam grande exigência nutricional como é o caso de equinos atletas há necessidade de fornecimento de alimentos concentrados para que o animal seja suprido e tenha um bom desempenho Imagem de um equino com ênfase para o esôfago e estômago Particularidades da nutrição dos equinos Comportamento alimentar Devido ao fato dos equinos serem herbívoros sua alimentação é baseada em volumosos e grãos de cereais principalmente como fonte de energia Confira mais detalhes Volumosos Como as gramíneas são ricos em fibras digeridos pela microbiota presente no intestino grosso Grãos de cereais Os grãos de cereais são digeridos pelas enzimas produzidas pelo próprio animal dependendo do nutriente presente nos grãos a digestão ocorrerá no estômago ou no intestino delgado do animal Importante citar que os produtos finais dos dois tipos de processos digestivos são diferentes enquanto a digestão enzimática dos carboidratos que ocorre no intestino delgado resulta na produção de glicose a digestão que ocorre no intestino grosso realizada pela microbiota presente resulta na produção de ácidos graxos voláteis sendo que ambos os produtos finais são absorvidos pelas paredes do trato digestivo A passagem do alimento pelo estômago e intestino delgado é considerada rápida em média cinco horas enquanto a retenção do alimento no intestino grosso dura em média 35 horas Essa diferença está muito relacionada ao tipo de alimento que o equino consome em que grande parte das fibras presentes como fontes energéticas ao animal são quebradas com auxílio da microbiota no intestino grosso Os equinos fazem a preensão do alimento com os incisivos e com o auxílio da língua e são considerados altamente seletivos quanto à palatabilidade do alimento Eles demoram em média 10 minutos para mastigar um 1kg de ração e cerca de 40 minutos para mastigar 1kg de feno produzindo uma quantidade significativa de saliva diariamente em média 10 a 50 litros Cavalo se alimentando Ênfase para os dentes dos cavalos importantes na preensão dos alimentos Problemas nutricionais Atenção deve ser dada aos alimentos concentrados ricos em amido pois quando o amido principal fonte energética dos grãos não é completamente degradado no intestino delgado ele chega ao intestino grosso para ser fermentado pela microbiota presente de forma bem rápida Isso faz com que haja uma mudança no perfil da flora microbiana existente Com a queda de bactérias menos favorecidas pela mudança de ambiente ocorre um acúmulo de ácido lático e algumas endotoxinas bacterianas promovendo uma diminuição do pH podendo levar à acidose e à laminite Portanto muita atenção deve ser dada às concentrações altas de grãos na dieta e mudanças dessa dieta que deve ser lenta e gradativa entre uma e duas semanas O ideal para os equinos é que recebam a primeira e a última refeição do dia composta por volumosos e os concentrados quando presentes nas refeições intermediárias Os volumosos oferecidos aos equinos quando de boa qualidade nutricional permitem a manutenção do bom funcionamento do trato digestivo Os equinos apresentam alguns problemas no estômago quando sua nutrição é inadequada Vários problemas são gerados quando os equinos ingerem excesso de grãos em curto espaço de tempo situação que pode ser contornada ao evitar que o animal fique muito tempo sem se alimentar devemos também evitar que eles consumam rações excessivamente pulverizadas Nessas situações o animal pode desenvolver gastrite além das cólicas que podem ser evitadas também ao inibirmos situações estressantes ao animal que induzem comportamentos diferenciados como aerofagia e roer madeiras O fornecimento do volumoso antes do concentrado propicia que o trânsito intestinal fique mais lento e diminui essas problemáticas Vermelho na imagem ressaltando local de dor no animal com cólica Cavalo rolando de dor Cólica em equinos Confira agora os fatores que levam o equino a ter cólica e a importância da nutrição adequada A impactação cecal também pode afetar os equinos devido à nutrição inadequada que ocorre quando o animal ingere volumosos sem mastigar direito e quando estão muito secos Aqui devemos priorizar os cuidados com os dentes dos equinos além de escolher volumoso com qualidade e ingestão de água pelo animal Outra problemática resolvida com auxílio da nutrição é a torção do intestino devido ao comprimento desse órgão quando os animais deitam e rolam pode ocorrer Portanto ao ofertar alimentos mais grosseiros os animais ficam mais tempo digerindo e por isso devemos evitar que os animais se deitem para diminuir essa problemática Em um ambiente natural os equinos podem passar até 60 do tempo comendo gastando em média de 12 a 14 horas por dia pastejando Quando estabulados esse tempo cai para 2 a 4 horas portanto a alimentação deve ser espaçada para evitar distúrbios digestivos nos animais Os nutrientes devem ser supridos de modo a atender todas as exigências dos animais Essas exigências são tabeladas e variam com a fase fisiológica do animal Se ele se encontra em mantença ou em lactação por exemplo e a finalidade do animal Mantença Quantidade mínima de cada nutriente para promover as funções orgânicas básicas do animal A proteína por exemplo é um nutriente essencial para constituição de tecido muscular além de ser o segundo maior componente dos tecidos corporais dos animais Quando os equinos na fase adulta alimentamse com excesso de proteína podem ter problemas significativos principalmente os equinos atletas que treinam em um ritmo intenso O excesso de proteína nessa situação pode fazer com que o organismo animal tenha menor eficiência em gerar energia a partir de glicose e gordura Além disso pode sobrecarregar o sistema renal poluir o ambiente com alto teor de nitrogênio sendo excretada e estressar o animal devido ao odor na urina concentrada em amônia Em suma alimentar adequadamente os animais focando em nutrientes exigidos e em quantidade correta é fundamental para o bom desenvolvimento e a saúde dos equinos Falta pouco para atingir seus objetivos Vamos praticar alguns conceitos Questão 1 A nutrição dos equinos aliada a um manejo adequado possibilita que o animal expresse o máximo de sua capacidade produtiva Baseado nos seus conhecimentos julgue os itens a seguir e marque a alternativa correta I Os equinos devem receber a primeira e a última refeição do dia composta por concentrado para obter o máximo de teor proteico e energético II Os alimentos excessivamente picados e alta concentração de concentrado fornecidos para os equinos é uma das principais causas de distúrbios digestivos como as cólicas III O equino adulto deve receber alta concentração proteica a fim de ter maior eficiência em gerar energia a partir da glicose e da gordura Parabéns A alternativa C está correta O item I está errado pois os equinos devem receber a primeira e a última refeição composta por volumosos o item II está correto o item III está errado pois o alto teor proteico na dieta de equinos pode diminuir a eficiência de gerar energia a partir da glicose e gordura Questão 2 Os equinos são animais sensíveis e muito exigentes em termos de palatabilidade além de possuírem um trato digestivo diferenciado São animais monogástricos herbívoros pósgástricos que apresentam digestão enzimática e microbiana dos nutrientes presentes em sua alimentação Baseado nos seus conhecimentos marque a alternativa que cita corretamente qual órgão do equino possui grande desenvolvimento e A Apenas os itens II e III estão corretos B Apenas o item I está correto C Apenas o item II está correto D Os itens I II e III estão corretos E Apenas o item III está correto ativamente ligado à digestão microbiana Parabéns A alternativa A está correta Os equinos possuem o intestino grosso bem desenvolvido devido ao seu papel na digestão dos principais alimentos que estes animais consomem A Intestino grosso B Estômago C Esôfago D Intestino delgado E Fígado 3 Nutrição de ruminantes Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer os conceitos associados à nutrição de ruminantes Sistema digestivo dos ruminantes Importância Os ruminantes podem ser definidos como animais herbívoros que mastigam seu alimento novamente após regurgitação e apresentam um estômago com multicompartimentos de modo a aproveitar melhor os nutrientes presentes nos alimentos Os ruminantes apresentam maior capacidade de aproveitar a energia presente nos alimentos fibrosos do que os outros herbívoros Podemos citar como exemplos de animais ruminantes os bovinos os ovinos e os caprinos sendo os dois últimos conhecidos como pequenos ruminantes Veja a seguir três exemplos Ruminantes Bovinos Pequeno ruminante Caprino Pequeno ruminante Ovino Atualmente o Brasil possui um rebanho de mais de 13 milhões de ovinos 8 milhões de caprinos e mais de 218 milhões de bovinos distribuídos em diferentes regiões do país São animais que apresentam significativa importância nacional e internacional relacionada à produção de alimentos principalmente leite e carne movimentando a economia nacional e gerando milhares de empregos para os brasileiros Anatomia do sistema digestivo dos ruminantes Os ruminantes apresentam adaptações anatômicas no sistema digestivo que permitem melhor uso da fibra presente nos alimentos Os animais possuem o trato digestivo composto por Boca Esôfago Préestômago Rúmen Retículo Omaso Estômago verdadeiro abomaso que possui função enzimática semelhante aos monogástricos e Intestino delgado e intestino grosso O trato digestivo dos ruminantes representa 34 da capacidade abdominal ocupando praticamente todo o lado esquerdo e se estendendo para o lado direito como podemos observar a seguir Sistema digestivo dos ruminantes O estômago dos ruminantes dividido em diferentes compartimentos é de suma importância para o aproveitamento dos nutrientes Ele é dividido em rúmen retículo omaso e abomaso Ilustração do estômago dos ruminantes Os ruminantes possuem o que chamamos de câmara de fermentação representada pelo rúmen e retículo que possuem uma microbiota típica e específica capaz de digerir materiais fibrosos como a celulose além de outros nutrientes como a proteína O conteúdo alimentar no retículo se mistura com o conteúdo do rúmen quase continuamente em torno de uma vez a cada minuto O rúmen é considerado uma câmara de fermentação estável pois apresenta temperatura de 39C pH entre 55 e 7 ambiente anaeróbico motilidade e presença de microrganismos Essas características presentes no rúmen são as ideais para o desenvolvimento microbiano Os microrganismos possuem a capacidade de produzir enzimas altamente especializadas para digestão de fibras celulose liberando para o animal como produtos os ácidos graxos voláteis que serão usados como fonte energética Rúmen câmara de fermentação dos ruminantes Vamos compreender as características necessárias para que o rúmen seja considerado uma câmara de fermentação O rúmen e o retículo apresentam papilas que são fundamentais na absorção dos ácidos graxos voláteis gerados e são sensíveis a alterações de pH Papilas ruminais Os ruminantes jovens nascem com rúmen pouco desenvolvido e sem microrganismos presentes conforme o animal consome alimentos sólidos vai ocorrendo a promoção do desenvolvimento muscular das papilas do rúmen e do retículo e a colonização pelos microrganismos O formato específico do retículo é adaptado para que haja separação das partículas por tamanho e para ruminação Esse compartimento dos ruminantes é considerado uma área de passagem onde as partículas alimentares que entram e saem do rúmen são selecionadas Apenas as partículas com tamanho reduzido menores que 2mm e de alta densidade maiores de 12gml irão para o omaso Importante ressaltar que as paredes do rúmen retículo e omaso são musculares e possuem ações sobre o alimento ingerido pelo animal como a capacidade de empurrar o alimento de uma localização para outra Apresentam a capacidade de retenção do alimento em determinada localização para que possa ocorrer a digestão e a absorção além de possuírem a capacidade de quebrar fisicamente as partículas alimentares de forma a misturálas com os microrganismos Particularidades da nutrição de ruminantes Comportamento alimentar dos ruminantes Os ruminantes apresentam duas mastigações Uma rápida que possui a função de reduzir as partículas alimentares o suficiente para que consigam deglutir Uma mais lenta durante a ruminação definida como um movimento específico do rúmen que envolve o ato de regurgitar o bolo alimentar à boca para remastigálo de modo mais demorado no intuito de promover maior fragmentação das partículas favorecendo a ação microbiana para melhor aproveitamento no rúmen e para que as partículas não digeridas no rúmen possam seguir adiante no trato digestivo Após a primeira mastigação o alimento é engolido entrando então no rúmen e retículo onde os microrganismos estão presentes e se misturam ao alimento Em seguida ocorre a regurgitação do alimento parcialmente digerido para ser mastigado mais lentamente durante a ruminação mastigação que ocorre entre 05 e 15 horas após a ingestão do alimento Depois da mastigação mais lenta o alimento é engolido novamente indo para o rúmen e o retículo onde ocorre a digestão e liberação de produtos principalmente de carboidratos e proteínas Do retículo o bolo alimentar passa para o omaso onde a água é absorvida reduzindo o volume do alimento que chega ao abomaso que produz enzimas digestivas semelhantes aos animais monogástricos Do abomaso o bolo alimentar segue o fluxo para o intestino delgado onde ocorre digestão final de vários nutrientes e absorção depois intestino grosso para então ocorrer a excreção Confira o exemplo na imagem a seguir Esquematização do processo de alimentação e ruminação A ruminação estimula a produção de saliva que possui potencial tampão e pode ocorrer a qualquer hora do dia entretanto geralmente os animais tendem a seguir um padrão com a ruminação ocorrendo na maior parte do tempo no período noturno e após períodos de alimentação É mais provável acontecer a ruminação quando os animais estão deitados Ovelhas ruminando deitadas Exigências Para os ruminantes os nutrientes essenciais normalmente incluem água carboidrato como fonte energética minerais vitaminas e proteína Como as bactérias presentes no rúmen e retículo possuem a capacidade de sintetizar os aminoácidos exigidos pelo animal eles são requeridos dentro do requisito de proteína bruta Observamos isso também para as vitaminas hidrossolúveis complexo B e vitamina C e vitamina K Todas são sintetizadas pelos microrganismos presentes no rúmen Os animais ruminantes adultos possuem exigência externa por vitamina A D e E ácidos graxos essenciais e minerais que devem estar presentes na alimentação Os microrganismos aproveitam os carboidratos presentes no alimento ingerido pelo animal e o animal em si aproveita os produtos da digestão dos microrganismos no caso os ácidos graxos voláteis como fonte energética Os microrganismos também aproveitam as fontes nitrogenadas presentes no alimento As bactérias possuem de 50 a 60 de proteína bruta e transformam fontes de nitrogênio não proteico como a ureia presente na dieta em proteína microbiana com altíssima qualidade que será utilizada pelo animal Enquanto os produtos da quebra dos carboidratos são absorvidos pelas papilas ruminais a proteína microbiana gerada seguirá o fluxo pelo sistema digestivo e uma vez no abomaso estômago verdadeiro por meio das enzimas liberadas ocorre o início da digestão das proteínas que termina no intestino delgado onde ocorre também a absorção Para que os microrganismos consigam ter maior aproveitamento dos compostos nitrogenados presentes no alimento o ideal é que haja sincronização da degradação de carboidratos como fonte de energia e proteína uma vez que irá maximizar o uso de proteína pela microbiota evitando perdas de amônia através da parede ruminal A maior parte da energia consumida pelos ruminantes é derivada de polissacarídeos como a celulose e o amido Nutricionalmente os carboidratos podem ser classificados como Carboidratos fibrosos como a celulose e Carboidratos não fibrosos como o amido A celulose é insolúvel em água e somente é hidrolisada por algumas bactérias e fungos que sintetizam a enzima celulase presente no rúmen dos animais ruminantes Aproximadamente entre 70 e 85 da matéria seca digestível da alimentação dos ruminantes é fermentada no rúmen fermentação ruminal com produção de ácidos graxos voláteis dióxido de carbono metano amônia e proteínas microbianas A base da alimentação dos ruminantes animais herbívoros é composta por gramíneas e leguminosas ricas em conteúdo fibroso Portanto microrganismos que quebram celulose possuem uma importância significativa para esses animais Além da celulose para os animais que recebem dietas com grãos o amido também pode estar presente na dieta dos ruminantes e há microrganismos específicos para quebrar esse nutriente bactérias que produzem enzima amilase Uma problemática associada às dietas com alta concentração de amido excesso de grãos na alimentação em comparação com celulose é que o amido é degradado mais rapidamente que a celulose e como produto da digestão do amido os microrganismos liberam ácido lático podendo levar à uma acidose lática ou ruminal A acidose ruminal ocorre devido à ingestão de alimentos ricos em carboidratos não fibrosos como o amido sem adaptação prévia do animal provocando um desequilíbrio fermentativo com redução do pH ruminal gerando uma sobrecarga ruminal e destruição de bactérias celulolíticas que digerem celulose e protozoários da microbiota do rúmen Nesse sentido é importante evitar altas concentrações de amido na alimentação dos ruminantes priorizando alimentos fibrosos com qualidade e dispensar mudanças bruscas na alimentação sem adaptações prévias Os principais ácidos graxos voláteis gerados pela microbiota ruminal após quebra dos carboidratos presentes na alimentação são os ácidos acético propiônico e butírico Sua concentração varia de acordo com a fonte alimentar carboidrato fornecida ao animal Enquanto dietas compostas apenas por volumosos geram aproximadamente 70 de ácido acético 15 de ácido propiônico e 15 de ácido butírico na alimentação composta por 50 de volumoso e 50 de concentrado a quantidade de ácido acético produzida cai para 60 o ácido propiônico sobe para 25 e o ácido butírico se mantém em 15 Os ruminantes devem receber uma alimentação de qualidade que tenha um bom quantitativo de fibra pois dietas com baixo teor de fibra reduzem o pH ruminal levam a uma diminuição do consumo de matéria seca prejudicam a qualidade de produtos gerados como o leite que fica com menor teor de gordura além dos riscos de ocorrer distúrbios gastrointestinais Em relação aos lipídios que basicamente não foram mencionados na nutrição de ruminantes estão presentes nos alimentos vegetais principalmente nas folhas e nas sementes As dietas de ruminantes compostas por forragens são pobres em lipídios geralmente representam 3 da matéria seca De um modo geral os ruminantes recebem uma alimentação composta de 2 a 5 de lipídios com o objetivo de aumentar a concentração energética para animais de alta produção também podem diminuir a possibilidade de ocorrência de acidose ruminal além de baratear o custo da alimentação Atenção Um aspecto importante relacionado ao metabolismo de lipídios no rúmen é que eles não são utilizados pela microbiota Os microrganismos não usam lipídios como fonte energética para síntese de proteína microbiana Existe um efeito negativo da gordura na degradabilidade da fibra que pode estar relacionado ao fato das bactérias celulolíticas não tolerarem ácidos graxos insaturados que são tóxicos para elas diminuindo então a degradabilidade da fibra Como os ácidos graxos insaturados são tóxicos para as bactérias elas realizam o que chamamos de biohidrogenação transformam o ácido graxo insaturado em saturado Portanto mesmo que ácidos linoleico e linolênico estejam presentes na dieta de ruminantes a biohidrogenação realizada pelas bactérias transforma esses ácidos em ácido esteárico Essa modificação no ácido graxo é uma das explicações pelo qual a carne produzida pelos ruminantes é mais saturada quando comparada com a carne de monogástricos Falta pouco para atingir seus objetivos Vamos praticar alguns conceitos Questão 1 Os conhecimentos sobre a nutrição dos ruminantes possibilitam uma criação mais eficiente focando na saúde e produtividade animal Baseado nos seus conhecimentos analise as proposições apresentadas com relação à digestão nos ruminantes e marque a alternativa correta I Na primeira câmara estomacal rúmen que funciona como armazenadora ocorre uma intensa fermentação proporcionada por uma abundante flora bacteriana II Saindo do rúmen pouco a pouco o alimento passa para a segunda câmara retículo onde é compactado e volta à boca para ser demoradamente mastigado III Saindo do estômago os produtos da digestão ruminal passam para o intestino delgado onde serão absorvidos não há absorção de nutrientes no estômago nenhum dos quatro compartimentos apenas no intestino delgado Parabéns A alternativa C está correta O item III está errado pois há absorção diretamente pelas paredes do rúmen de diversos produtos da digestão microbiana Questão 2 Os ruminantes são animais que possuem o estômago composto por quatro compartimentos rúmen retículo omaso e abomaso O rúmen e o retículo funcionam como uma câmara de fermentação de forma a aproveitar melhor os nutrientes presentes nos alimentos Baseado nos seus conhecimentos marque a alternativa que cita corretamente alguns dos produtos da fermentação ruminal A Apenas os itens I e III estão corretos B Apenas o item I está correto C Apenas o item I e II está correto D Os itens I II e III estão corretos E Apenas o item III está correto Parabéns A alternativa B está correta Como resultado da fermentação ruminal os microrganismos liberam ácidos graxos voláteis proteína microbiana CO2 entre outros produtos A Ácidos graxos insaturados e maltose B Ácidos graxos voláteis proteína microbiana e CO2 C Celulose vitamina A e glicose D Amônia metano e proteína bruta E Hemicelulose amido e glicogênio Considerações finais Entendemos os conceitos nutricionais dentro da área animal com ênfase para os diferentes nutrientes requeridos pelos animais e suas funções assim como os diferentes sistemas digestivos dos animais considerando cães gatos equinos e ruminantes Também identificamos as principais particularidades relacionadas à nutrição desses animais Como pudemos constatar os conhecimentos sobre a nutrição para as diferentes espécies animais como os de companhia e de produção permitem que tenhamos uma visão maior sobre a importância desses conceitos na área animal influenciando diretamente sua saúde e produção Podcast Ouça agora a importância dos conhecimentos sobre a nutrição para os animais de companhia equinos e ruminantes criados no Brasil Explore Confira as indicações que separamos especialmente para você Pesquise o artigo Manejo nutricional de equinos e veja como Ana Vitória de Oliveira Vieira e colaboradores abordam a temática sobre a nutrição para os Oliveira Vieira e colaboradores abordam a temática sobre a nutrição para os equinos Pesquise também o artigo O estado da arte da nutrição de ruminantes e veja como Graciele Araújo de Oliveira Caetano e Messias Batista Caetano Júnior abordam essa temática Referências FABINO NETO R et al Nutrição de cães e gatos em suas diferentes fases de vida Colloquium Agrariae v 13 n especial p 348363 janjun 2017 SERVIÇO DE APRENDIZAGEM RURAL Equideocultura manejo e alimentação Brasília DF Senar 2018 VAN SOEST P J Nutritional Ecology of the ruminant 2nd ed Sacramento CA Comstock Publishing 1994 476p Material para 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