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337 Vacinação contra poliomielite no Brasil de 2011 a 2021 sucessos reveses e desafios futuros Vaccination against poliomyelitis in Brazil from 2011 to 2021 successes setbacks and challenges ahead Resumo A queda de coberturas vacinais CV na infância entre elas a da poliomielite vem se tornando uma preocupação sanitária O objetivo foi analisar a tendência temporal das coberturas das três doses da vacina contra a poliomielite nos primeiros 12 meses de vida entre 2011 e 2021 com destaque na pandemia de COVID19 além de mapear as CV no Brasil Foi realizado um es tudo ecológico com técnicas de série temporal in terrompida STI e análise espacial a partir dos dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização A tendência da CV foi ajustada pelo estimador de variância de Newey West segundo as unidades federadas e o Índice de Privação Brasileiro A distribuição da CV foi estimada por modelos bayesianos e os aglome rados espaciais pelos índices de Moran global e local identificando áreas de menor cobertura nas Regiões de Saúde Observase perda da CV ao longo do período em todas as regiões do país sendo maiores no Norte e no Nordeste e se acen tuando durante a pandemia As maiores quedas foram identificadas em estados e regiões de saúde com maior vulnerabilidade social A queda na CV mostra que o risco de reintrodução do vírus selvagem é iminente e os desafios precisam ser en frentados com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde Palavraschave Cobertura vacinal Imunização Análise espacial Estudos ecológicos Poliomielite COVID19 Abstract The drop in childhood vaccination cov erage VC including poliomyelitis has become a health concern The objective was to analyze the temporal trend of coverage of the three doses of the polio vaccine in the first 12 months of life between 2011 and 2021 in addition to mapping vaccina tion coverage in Brazil including the COVID19 pandemic period An ecological study was carried out using interrupted time series STI techniques and spatial analysis with data from the National Immunization Program Information System The VC trend was adjusted by the NeweyWest vari ance estimator according to the federated units and the Brazilian Deprivation Index The VC dis tribution was estimated by Bayesian models and the spatial clusters by the global and local Moran index identifying areas of lower coverage in the health regions There was a reduction in the VC over the period in all regions being more pro nounced in the North and Northeast regions and during the Covid19 pandemic The biggest drops were identified in states and health regions with greater social vulnerability after 2019 The drop in VC shows that the risk of reintroduction of the wild virus is imminent and the challenges need to be faced with the strengthening of the Brazilian Health System SUS Key words Vaccination coverage Immunization Spatial analysis Ecological studies Poliomyelitis COVID19 Maria Rita Donalisio httpsorcidorg0000000344579897 1 Alexandra Crispim Boing httpsorcidorg0000000177924824 2 Ana Paula Sayuri Sato httpsorcidorg0000000186015884 3 Edson Zangiacomi Martinez httpsorcidorg0000000209493222 4 Mariana Otero Xavier httpsorcidorg0000000187913520 5 Rosa Livia Freitas de Almeida httpsorcidorg000000016423543X 6 Rafael da Silveira Moreira httpsorcidorg0000000300792901 7 Rejane Christine de Sousa Queiroz httpsorcidorg0000000340192011 8 Alicia Matijasevich httpsorcidorg0000000300601589 5 DOI 10159014138123202328217842022 1 Departamento de Saúde Coletiva Faculdade de Ciências Médicas Universidade Estadual de Campinas R Tessália Vieira de Camargo 126 Cidade Universitária Zeferino Vaz 13083887 Campinas SP Brasil ritadonalisiogmailcom 2 Departamento de Saúde Pública Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis SC Brasil 3 Departamento de Epidemologia Universidade de São Paulo São Paulo SP Brasil 4 Programa de Pós Graduação em Saúde Pública Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo Ribeirão Preto SP Brasil 5 Departamento de Medicina Preventiva Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo São Paulo SP Brasil 6 Departamento de Saúde Coletiva Centro de Ciências Universidade Federal do Ceará Fortaleza CE Brasil 7 Departamento de Medicina Social Centro de Biociências Universidade Federal de Pernambuco Centro Recife PE Brasil 8 Programa de Pós Graduação em Saúde da Família Universidade Federal do Maranhão São Luiz MA Brasil destAque highlight 338 Donalisio MR et al introdução As vacinas são uma das maiores conquistas no campo da saúde pública impactando de forma substancial na sobrevivência infantil e no con trole e erradicação de doenças em todo mundo1 No Brasil o Programa Nacional de Imunização PNI passou a coordenar as atividades de imu nização em 1975 ampliando a distribuição e nor matização do uso de imunobiológicos configu randose como um programa bemsucedido de reconhecimento internacional No decorrer dos anos foram consideráveis os avanços no controle e eliminação de graves doenças que circulavam no território nacional Entre as grandes conquis tas do PNI destacase a interrupção da transmis são do poliovírus selvagem no Brasil com o uso da vacina oral composta por poliovírus atenuado 1 2 e 3 a organização dos dias nacionais de vaci nação com a vacina oral para poliomielite VOP ou seja vacinação em massa de crianças menores de cinco anos de idade duas vezes ao ano resul tando na redução de 90 dos casos de 1980 a 1981 Na região das Américas o último caso con firmado de poliomielite pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1991 O Brasil recebeu a certificação de eliminação da poliomielite em 1994 Entre tanto o vírus selvagem ainda circula em países asiáticos persistindo entre Afeganistão e Paquis tão com risco de reintrodução no Brasil parti cularmente em contexto de queda de imunidade da população devido à redução das coberturas vacinais25 A cobertura vacinal CV é um indi cador estratégico do PNI pois revela a proteção da população no âmbito coletivo e possibilita a avaliação da imunidade de grupo A redução dos percentuais de população coberta pelos imuno biológicos evidencia a existência de grupos des protegidos nos quais a circulação viral pode se estender e afetar indivíduos imunocomprometi dos e menores de um ano com grande impacto na morbimortalidade Vários estudos têm mostrado queda de co berturas vacinais na infância entre elas a da poliomielite em particular na última década no Brasil Somase a isso os desafios que surgiram com a pandemia da COVID19 que afetaram de forma importante a imunização de rotina em todo mundo com registro de declínio atraso da vacinação68 e hesitação vacinal9 Assim é crucial a estimativa da CV ao lon go do tempo para avaliar as metas propostas e os desafios para o país Considerando esse contex to o objetivo deste estudo é analisar a tendência temporal e a distribuição espacial das coberturas das três doses da vacina contra a poliomielite nos primeiros 12 meses de vida no Brasil na última década com destaque para os anos de pandemia de COVID19 Métodos Realizouse estudo com delineamento ecológico sobre a cobertura vacinal para poliomielite com as técnicas de análise espacial e temporal A abor dagem temporal adotou a técnica de série tempo ral interrompida STI para analisar a tendência no período de 2011 a 2021 e o impacto da pan demia de COVID19 iniciada em 2020 segundo unidades da federação e segundo os quintis do Índice Brasileiro de Privação IBP A técnica de análise espacial foi realizada para identificação de diferenciais na distribuição da cobertura vacinal segundo as faixas de metas do PNI 95 85 a 94 70 a 84 e 70 nas 450 regiões de saúde bra sileiras para os anos de 2011 2015 2019 e 2021 Os dados de cobertura vacinal registrados pelo Sistema de Informação do Programa Na cional de Imunização SIPNI foram obtidos no sítio do Departamento de Informática do SUS DATASUS no dia 20 de outubro de 2022 No mesmo sítio por meio do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos SINASC foram obtidos os dados sobre a população alvo O IBP foi obti do do sítio do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde CIDACS A cobertura vacinal da poliomielite compre ende o esquema vacinal completo para o primei ro ano de vida ou seja as três doses aos 2 4 e 6 meses O cálculo da cobertura vacinal foi re alizado a partir da divisão do número de doses aplicadas pela populaçãoalvo nascidos vivos multiplicado por 100 para cada ano e área de análise10 O IBP é um indicador baseado no Censo De mográfico de 2010 que classifica os municípios em quintis de privação sendo o quintil 1 os de menor e os do quintil 5 os de maior privação A composição do IBP considera os seguintes indi cadores o percentual de domicílios com renda per capita inferior a ½ saláriomínimo o percen tual de pessoas analfabetas com idade igual ou superior a sete anos e o percentual de domicílios com acesso inadequado ao saneamento básico e sem água encanada coleta de lixo vaso sanitário e banheiro no domicílio11 O método de série temporal interrompida STI é uma abordagem quaseexperimental para 339 Ciência Saúde Coletiva 282337350 2023 avaliar os efeitos de intervenções em dados lon gitudinais12 Permite estimar alterações de nível e de tendência quando a variável desfecho é or denada em sequência como uma série temporal e quando múltiplas observações são capturadas nos períodos de préintervenção e pósinter venção13 Esse delineamento tem forte validade interna mesmo na ausência de um grupo de comparação principalmente por causa de seu controle sobre os efeitos da regressão à média12 Os modelos para cada unidade da federação e por quintis do IPB foram ajustados com o uso do software StataMP 161 usando um delineamento de grupo único defasagem lag de um estimador de variância NeweyWest14 que produz estima tivas consistentes na presença de autocorrelação para além de uma possível heterocedasticidade15 Os coeficientes têm como base a regressão de mí nimos quadrados ordinários OLS e assume a seguinte forma y β0 β1tempo β2nível β3 tempoin tervenção onde β1 inclinação da curva de tendência de utilização antes da intervenção entre janeiro de 2011 a dezembro de 2019 β2 mudança no nível de cobertura vacinal quando a pandemia de COVID19 foi iniciada 2020 comparação com contrafactual β3 inclinação da curva de tendência da cobertura após o primeiro ano da pandemia de zembro de 2020 a dezembro de 2021 Tendência global diferença da tendência do período antes da intervenção versus a tendência após a intervenção A autocorrelação serial e a heterocedastici dade foram aferidas pelo teste de CumbyHui zinga16 O nível de significância foi fixado em 5 para todas as análises Foi realizada a análise espacial das CV da po liomielite nas 450 Regiões de Saúde brasileiras nos anos de 2011 2015 2019 e 2021 consideran dose faixas de 95 adequada 85 a 94 70 a 84 e 70 segundo metas do PNI A Região de Saúde conforme conceitua o Ministério da Saúde é um espaço geográfico contínuo resultante da união de municípios li mítrofes em identidades culturais econômicas e sociais considerandose as redes de comunica ção e infraestrutura de transportes compartilha dos criadas no intuito de integrar a organização o planejamento e a execução de ações de saúde17 Na análise espacial os estimadores suaviza dos para as taxas de cobertura vacinal nos anos de estudo foram obtidos por modelos bayesianos com distribuição de Poisson Os modelos inclu íram um efeito aleatório com estrutura normal condicional autorregressiva o que permitiu que as correlações entre as áreas próximas no espaço sejam maiores18 Para a estimação dos parâmetros do modelo utilizouse o método Monte Carlo em cadeia de Markov MCMC implementado no módulo GeoBUGS do programa computa cional OpenBUGS Medical Research Council Biostatistics Unit Cambridge Reino Unido A magnitude da autocorrelação espacial entre as regiões foi estimada pelo índice de Moran glo bal em que valores próximos a zero indicam que as taxas de CV observadas são aleatoriamente distribuídas no espaço geográfico sem a presen ça de aglomerados espaciais O Indicador Local de Associação Espacial LISA Local Indicator of Spatial Association possibilitou a identificação de padrões significativos de associação espacial representando uma decomposição do índice global O LISA classificou as Regiões de Saúde segundo os níveis de significância dos valores de seus índices locais em coberturas vacinais al taalta baixabaixa altabaixa e baixaalta Regiões classificadas como altaalta e baixa baixa são aquelas que possuem taxas de CV altas e baixas respectivamente e vizinhos com valores próximos Regiões classificadas como al tabaixa e baixaalta indicam associação nega tiva ou seja a localização possui vizinhos com valores distintos As demais regiões são classifi cadas como não significantes ou seja sem uma tendência espacial clara De acordo com o artigo 1º da resolução 5102016 da Comissão Nacional de Ética em Pes quisa o estudo não exigiu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa por utilizar exclusivamen te dados secundários anonimizados e de acesso público Resultados Em 2011 quase metade das unidades da federa ção tinha coberturas vacinais para a poliomielite estimadas em 100 ou mais porém esse fenô meno não foi observado em nenhum estado no ano de 2021 No período analisado observouse queda das CV e uma diferença global estatisti camente significativa para todas as unidades da federação figuras 1 a 5 Tabela Supl 1 dispo nível em httpsdoiorg1048331scielodata O4CS0B A unidade da federação que apresen tou maior queda foi Roraima 1484 intervalo de confiança 95 IC95 2045 923 e a menor Tocantins 434 IC95 438 430 340 Donalisio MR et al Figura 1 Tendências na cobertura vacinal de poliomielite das unidades da federação da região Sudeste e região Sul Brasil 20112021 Fonte Autores com base nos dados do SIPNI Ministério da Saúde Brasil Cobertura vacinal Minas Gerais 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano Observado Estimado Espírito Santo 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano Observado Estimado Rio de Janeiro 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano Observado Estimado São Paulo 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano Observado Estimado Paraná 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano Observado Estimado Santa Catarina 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano Observado Estimado Rio Grande do Sul 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano Observado Estimado Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal 341 Ciência Saúde Coletiva 282337350 2023 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Amapá Ano Observado Estimado Figura 2 Tendências na cobertura vacinal de poliomielite das unidades da federação da região Norte e CentroOeste Brasil 2011 2021 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Tocantins Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal continua Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado 40 60 80 100 120 140 Cobertura vacinal 342 Donalisio MR et al Em geral os estados da região Norte Amapá Roraima Acre e Rondônia e Nordeste Ceará Paraíba e Pernambuco foram os que apresenta ram as maiores quedas e diferenças globais nas CV no período de estudo Tabela Supl1 dis ponível em httpsdoiorg1048331scielodata O4CS0B As tendências nas médias anuais das CV an tes e depois do início da pandemia são hetero gêneas para municípios pertencentes ao quintil 1 menor privação em relação àqueles do quintil 5 maior privação do IBP Figura 4 Tabela Supl 2 disponível em httpsdoiorg1048331 scielodataO4CS0B No quintil 1 a CV da po liomielite foi estimada em 10714 na linha de base com tendência de queda no valor de 196 IC95 310 082 a cada ano Não houve mu dança no nível impacto da pandemia no pri meiro ano mas a inclinação tendência após o início da pandemia evidenciou queda de 254 IC95 497 011 a cada ano após o início da pandemia A diferença global do impacto da CO VID19 na CV da poliomielite no primeiro quin til do IBP foi de 450 IC95 674 226 No quintil 5 a CV da poliomielite foi estimada em 10527 no início do período com tendência de queda no valor de 202 IC95400 004 a cada ano Não houve mudança no nível impac to imediato da pandemia no primeiro ano mas a inclinação mudou produzindo queda na ten dência de 552 IC95 837 266 a cada ano após o início da pandemia A diferença global do impacto da COVID19 na CV da poliomielite no quinto quintil do IBP foi estimada em 754 Figura 2 Tendências na cobertura vacinal de poliomielite das unidades da federação da região Norte e CentroOeste Brasil 2011 2021 Fonte Autores com base nos dados do SIPNI Ministério da Saúde Brasil 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado 343 Ciência Saúde Coletiva 282337350 2023 IC95 909 598 evidenciando maior queda na CV que a observada nesses municípios com menor privação Os mapas com as faixas de cobertura vacinal descrevem um declínio consistente dos percentu ais das três doses da vacina contra a poliomielite Figura 3 Tendências na cobertura vacinal de poliomielite das unidades da federação da região Nordeste Brasil 20112021 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal continua Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado 344 Donalisio MR et al no primeiro ano de vida nas Regiões de Saúde do país Figura 5 Regiões de Saúde que atingiram as metas de cobertura vacinal 95 foram progressivamente desaparecendo dos mapas nos anos de estudo enquanto as regiões com co berturas menores de 70 foram predominantes nas regiões Norte e Nordeste nos anos de 2019 e 2021 Também foi observado que os aglomerados de regiões com baixas coberturas concentramse na região Norte Figura 5 discussão Observase queda consistente das CV de polio mielite no primeiro ano de vida três doses em todas as regiões do país embora heterogêneas no período de estudo sendo maior em municípios com maior privação As regiões Norte e Nordeste destacamse pelas quedas mais acentuadas com redução mais evidente da tendência a partir de 2020 ano pandêmico de COVID19 No mesmo sentido os mapas revelam perda progressiva dos percentuais adequados de 95 de cobertura da vacina de poliomielite no país A meta de 95 observada em 2011 na maioria das regiões de saúde está praticamente ausente em 2021 Cha mam a atenção nos resultados os aglomerados de baixas coberturas nas regiões Norte e Nordes te as com maior concentração de populações so cialmente vulneráveis Estimativas indicam que os países latinoa mericanos incluindo o Brasil apresentam cober turas vacinais muito baixas e heterogêneas contra Figura 3 Tendências na cobertura vacinal de poliomielite das unidades da federação da região Nordeste Brasil 20112021 Fonte Autores com base nos dados do SIPNI Ministério da Saúde Brasil 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 40 60 80 100 120 140 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Sergipe Bahia Cobertura vacinal Cobertura vacinal Cobertura vacinal Alagoas Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado Ano Observado Estimado 345 Ciência Saúde Coletiva 282337350 2023 a poliomielite e outras vacinas deixando grandes populações em risco de surtos1922 Estudo con duzido com dados de 2006 a 2016 indicou uma tendência de diminuição da cobertura vacinal da pólio com redução de 13 a cada ano no perí odo analisado e também de forma heterogênea no país20 A queda das coberturas vacinais tem sido atribuída a diversos fatores entre eles o subfinan ciamento do Sistema Único de Saúde23 proble mas de gestão dos serviços organização das salas de vacinação e da comunicação em saúde além do aumento de vacinas do calendário resultando em maior complexidade do programa desde a gestão até a administração21 Além disso contri buem para o contexto de queda da CV a mudan ça do sistema de informação de dados de doses aplicadas para dados individuais o desconheci mento da importância da vacinação o fortaleci mento dos movimentos antivacinas a dissemina ção de fake news que reforçam a hesitação em vacinar9 Entre as principais questões envolvidas na hesitação vacinal estão a insegurança quanto à sua eficáciaqualidade e as dissonâncias políti cas e organizacionais entre setores governamen tais entidades de saúde e órgãos supranacionais Outro fator que pode operar na redução de coberturas vacinais são as desigualdades socio econômicas2425 Corroboram nesse sentido os achados deste estudo com uma maior queda no CV nos estados das regiões Norte e Nordeste e nos municípios de maior privação Arroyo et al 202020 registraram reduções mais aceleradas de coberturas nessas regiões principalmente nos estados do Pará do Maranhão e da Bahia Em bora diversos estudos apontem para menor co bertura vacinal entre segmentos da população socialmente mais vulneráveis2425 essa associação pode ser inversa a depender de características do sistema de saúde2627 Em países com sistemas de saúde com disponibilidade universal e gratuita à vacina como o Brasil a cobertura vacinal pode ser considerada um indicador de acesso ao PNI26 Domingues et al 20209 consideram que o bom desempenho observado entre 2000 e 2015 ex pressava a equidade de acesso promovida pelo SUS23 No entanto determinantes socioeconômi cos também afetam a vacinação devido à com plexa relação com a confiança no programa de imunizações nos serviços e profissionais da saú de com a complacência relacionada à baixa per cepção do risco das doenças imunopreveníveis28 Somase a essa tendência de diminuição da cobertura vacinal a pandemia de COVID19 que trouxe desafios adicionais tanto em relação à redução das coberturas quanto ao aumento das desigualdades sociais afetando de forma mais in tensa a população mais vulnerável2930 Em 2021 já se observou o agravamento causado pela pande mia de COVID19 estimandose que apenas 80 das crianças receberam as três doses da vacina de poliomielite e 25 milhões de crianças menores de 1 ano não tinham recebido o esquema básico de vacinação número mais elevado desde 200931 Figura 4 Tendências na cobertura vacinal de poliomielite dos municípios colocados no primeiro e quinto quintil do Índice Brasileiro de Privação Brasil 20112021 Fonte Autores com base nos dados do SIPNI Ministério da Saúde Brasil 80 90 100 110 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Quintil 5 mais privado Cobertura vacinal Cobertura vacinal Quintil 1 menos privado Observado Estimado Ano Ano Observado Estimado 80 90 100 110 346 Donalisio MR et al Figura 5 ad Mapas com faixas de coberturas vacinais da poliomielite em regiões de saúde segundo modelos bayesianos ef Padrões de associação espacial em aglomerados de coberturas vacinais baixabaixa altaalta baixaalta e altabaixa utilizandose o Índice de Moran global e local de Associação Espacial Brasil 2011 a 2021 Fonte Autores com base nos dados do SIPNI DATASUS Ministério da Saúde e IBGE Brasil 0 70 70 85 85 95 95 2015 b 0 70 70 85 85 95 95 2019 c 0 70 70 85 85 95 95 2021 d AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif Índice de Moran 0167 2011 e AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif Índice de Moran 0273 2015 f AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif Índice de Moran 0273 2019 g AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif Índice de Moran 0374 2021 h 0 70 70 85 85 95 95 0 70 70 85 85 95 95 0 70 70 85 85 95 95 0 70 70 85 85 95 95 AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif Índice de Moran 0167 Índice de Moran 0273 Índice de Moran 0273 Índice de Moran 0374 a b c d e f g h 2011 2015 2019 2021 2011 2016 2019 2021 AltaAlta AltaBaixa BaixaAlta BaixaBaixa Não Signif 347 Ciência Saúde Coletiva 282337350 2023 Estudos internacionais também notificaram que a pandemia afetou o acesso aos serviços de vacinação de rotina3233 Em virtude da grande de manda de profissionais na linha de frente houve restrições no atendimento eletivo as rotinas das salas de vacinação foram interrompidas e muitas crianças deixaram de ser vacinadas834 No Brasil estudos descreveram essa queda mais acentuada em crianças de famílias mais pobres83536 além da heterogeneidade espacial desses indicadores en tre os municípios e regiões brasileiras2021 As baixas coberturas vacinais e a desigual dade existente são preocupantes pelo risco de reemergência e do descontrole de doenças imu nopreveníveis Inclusive na 14a reunião da Co missão Regional de Certificação de Erradicação da Poliomielite para a região das Américas rea lizada em 2022 considerouse a região como de muito alto risco para a reintrodução da poliomie lite Essa análise de risco leva em consideração a cobertura vacinal a vigilância epidemiológica de paralisia flácida aguda a situação de conten ção laboratorial do poliovírus determinantes de saúde e a capacidade de preparação para surtos37 Internacionalmente têm sido promovidas es tratégias para reverter a situação A Agenda de Imunização de 2030 objetiva um mundo onde todos em todos os lugares em todas as idades se beneficiem das vacinas mantendose os ga nhos conquistados em décadas pelos programas de imunizações e recuperandose das interrup ções causadas pela pandemia31 Tornase crucial revisitar estratégias de vacinação com enfoque na equidade e em populações mais vulneráveis38 Nesse sentido no Brasil em novembro de 2022 o Ministério da Saúde lançou o Plano Na cional de Resposta a Evento de Detecção de Po liovírus e Surto de Poliomielite com o objetivo de estabelecer diretrizes para respostas oportunas à detecção ou a surto causado por poliovírus selva gem ou poliovírus derivado da vacina por meio do fortalecimento da capacidade nacional e ope racional dos estados e dos municípios39 Entretanto há diversos desafios que vêm sen do pontuados para a manutenção da erradicação do poliovírus no Brasil Entre eles destacamse a redução das taxas de abandono o aumento da homogeneidade da CV e a consolidação da vigilância a paralisias flácidas e da vigilância la boratorial e genômica dos casos de poliomielite causada por vírus derivados da vacina40 Somase a isso a importância dos investimentos na rede básica de saúde no treinamento das equipes e numa melhor estrutura de salas de vacina que têm potencial para retomar a meta de cobertu ra vacinal adequada para a poliomielite e outras vacinas no país como em tempos passados e em parcerias fronteiriças Ressaltase também a im portância dos agentes comunitários de saúde no resgate dos casos de abandono vacinal nos ter ritórios e a relevância do aprimoramento e da atualização das estratégias de comunicação em saúde para aumentar a confiança nas vacinas e se contrapor aos movimentos antivacina Entre as limitações do estudo destacamse a utilização de dados secundários com informações nem sempre completas e precisas A unidade de análise foi a CV já calculada pelo PNI em anos o que gera uma série temporal com poucos pon tos no tempo podendo resultar em baixo poder e consequentemente menor precisão das estimati vas e intervalos de confiança mais amplos Con tudo não foram feitas predições apenas descrição das mudanças das CV no período De qualquer maneira os resultados devem ser interpretados com cautela Somase a isso a mudança na cole ta de dados que a partir de 2013 passou a ter o registro em tempo real A imprecisão e falta de disponibilidade dos dados da rede privada e dos registros em dias de campanhas de vacinação tam bém são dignos de nota Entretanto são dados de um sistema de informação oficial de base popula cional sobre vacinação que cobre todo o território nacional As estimativas populacionais foram ob tidas da base de dados do Censo de 2010 do Insti tuto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE e podem não refletir a real composição da faixa etá ria estudada Coberturas vacinais que ultrapassam 100 podem indicar imprecisões nas estimativas tanto relacionadas à populaçãoalvo quanto à in formação acerca do número de doses aplicadas29 Conclusão Ao longo dos anos particularmente após o início da pandemia de COVID19 unidades de federa ção e Regiões de Saúde do Brasil apresentaram diferenças entre as quedas de cobertura da im portante vacina contra a poliomielite nos pri meiros 12 meses de vida da criança As maiores quedas foram identificadas em unidades da fede ração e Regiões de Saúde com maior vulnerabili dade social após 2019 No contexto globalizado a queda na cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil na última década mostra que o risco de reintrodução e circulação do vírus selvagem é iminente o retrocesso é real e os desafios pre cisam ser enfrentados com o fortalecimento do SUS e a excelência conhecida do PNI 348 Donalisio MR et al Colaboradores MR Donalisio AC Boing e APS Sato participa ram da concepção e delineamento do estudo dis cussão dos resultados e redação do texto A Mati jasevich EZ Martinez MO Xavier RLF Almeida e RS Moreira participaram do delineamento do estudo coleta curadoria análise e revisão do manuscrito RCS Queiroz contribuiu com o deli neamento do estudo e a discussão dos resultados Todos contribuíram com a discussão dos resulta dos revisão crítica do texto e aprovação da ver são a ser publicada Financiamento Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí fico e Tecnológico Bolsa Produtividade de vá rios pesquisadores Referências 1 Li X Mukandavire C Cucunubá ZM Echeverria Londono S Abbas K Clapham HE Jit M Johnson HL Papadopoulos T Vynnycky E Brisson M Carter ED Clark A de Villiers MJ Eilertson K Ferrari MJ Gamkrelidze I Gaythorpe KAM Grassly NC Hal lett TB Hinsley W Jackson ML Jean K Karachaliou A Klepac P Lessler J Li X Moore SM Nayagam S Nguyen DM Razavi H RazaviShearer D Resch S Sanderson C Sweet S Sy S Tam Y Tanvir H Tran QM Trotter CL Truelove S van Zandvoort K Ver guet S Walker N Winter A Woodruff K Ferguson NM Garske T Vaccine Impact Modelling Consor tium Estimating the health impact of vaccination against ten pathogens in 98 lowincome and middle income countries from 2000 to 2030 a modelling study Lancet 2021 39710272398408 2 Silva TMR Prates EJS Freitas Saldanha R Silva TPR Teixeira AM Beinner MA Vieira EWR Temporal and spatial distribution trends of polio vaccine cove rage in children in Brazil 20112021 Preprint 2022 DOI 1021203rs3rs1961945v1 3 Franco MAE Alves ACR Gouvêa JCZ Carvalho CCF Filho FM Lima AMS Causas da queda progres siva das taxas de vacinação da poliomielite no Brasil Braz J Hea Rev 2020 361847618486 4 Elidio GA França GVA Pacheco FC Ferreira MM Santos JP Campos EN Guilhem DB Measles ou tbreak preliminary report on a case series of the first 8070 suspected cases Manaus Amazonas state Brazil February to November 2018 Eurosurveillance 2019 2421800663 5 Toscano CM Waldman EA Pedreira MC Desafios e perspectivas In Risi Junior JB organizador Polio mielite no Brasil do reconhecimento da doença ao fim da transmissão Rio de Janeiro Fiocruz 2019 6 Chiappini E Parigi S Galli L Licari A Brambilla I Angela Tosca M Marseglia G Impact that the CO VID19 pandemic on routine childhood vaccinations and challenges ahead a narrative review Acta Paedia trica 2021 110925292535 7 Causey K Fullman N Sorensen RJ Galles NC Zheng P Aravkin A Mosser JF Estimating global and regio nal disruptions to routine childhood vaccine coverage during the COVID19 pandemic in 2020 a modelling study Lancet 2021 39810299522534 8 Silva TMR Sá ACMGN Vieira EWR Prates EJS Beinner MA Matozinhos FP Number of doses of Me aslesMumpsRubella vaccine applied in Brazil before and during the COVID19 pandemic BMC Infect Dis 2021 2111237 9 Domingues CMAS Maranhão AGK Teixeira AM Fantinato FFS Domingues RAS 46 anos do Progra ma Nacional de Imunizações uma história repleta de conquistas e desafios a serem superados Cad Saude Publica 2020 36Supl 2e00222919 10 Ministério da Saúde MS Imunizações Cobertura desde 1994 Notas Técnicas Internet acessado 2022 out 20 Disponível em httptabnetdatasusgovbr cgipniImuncoberturadesde1994pdf 11 Portella S Mendes JM Santos P Grave M Ichihara MYT Metodologias para Índices de Vulnerabilida des Socioambientais Dinâmicas de contágio da CO VID19 e Índice Brasileiro de Privação em Saúde Cien Tropico 2021 4525578 349 Ciência Saúde Coletiva 282337350 2023 12 Wagner AK Soumerai SB Zhang F RossDegnan D Segmented regression analysis of interrupted time se ries studies in medication use research J Clin Pharm Ther 2002 274299309 13 Linden A Conducting interrupted timeseries analy sis for single and multiple group comparisons Stata J 2015 152480500 14 Newey WK West KD A simple positive semidefi nite heteroskedasticity and autocorrelation consistent covariance matrix Econometrica 1987 553703708 15 Wang Q Wu N Longrun covariance and its appli cations in cointegration regression Stata J 2012 123515542 16 Cumby RE Huizinga J Testing the autocorrelation structure of disturbances in ordinary least squares and instrumental variables regression Econometrica 1992 601185195 17 Ministério da Saúde MS Gabinete do Ministro Co missão Intergestores Tripartite Resolução nº 1 de 29 de setembro de 2011 estabelece diretrizes gerais para a instituição de Regiões de Saúde no âmbito do Sis tema Único de Saúde SUS nos termos do Decreto nº 7508 de 28 de junho de 2011 Internet acessa do 2022 out 20 Disponível em httpsbvsmssaude govbrbvssaudelegiscit2011res000129092011 htmltextEstabelece20diretrizes20gerais20 para20aque20lhe20conferem20o20art 18 Lawson AB Bayesian disease mapping hierarchical modeling in spatial epidemiology London Chapman and HallCRC 2018 19 FalleirosArlant LH Ayala SEG Domingues C Brea J ColsaRanero A Current status of poliomyelitis in La tin America Rev Chilena infectol 2020 376701709 20 Arroyo LH Ramos ACV Yamamura M Weiller TH Crispim JA CartagenaRamos D FuentealbaTorres M Santos DTD Palha PF Arcêncio RA Áreas com queda da cobertura vacinal para BCG poliomieli te e tríplice viral no Brasil 20062016 mapas da heterogeneidade regional Cad Saude Publica 2020 364e00015619 21 Césare N Mota TF Lopes FFL Lima ACM Luzar do R Quintanilha LF Andrade BB Queiroz ATL Kiyoshi FF Longitudinal profiling of the vaccination coverage in Brazil reveals a recent change in the pat terns hallmarked by differential reduction across re gions Int J Infect Dis 2020 9827580 22 Silveira MF Buffarini R Bertoldi AD Santos IS Bar ros AJD Matijasevich A Menezes AMB Gonçalves H Horta BL Barros FC Barata RB Victora CG The emergence of vaccine hesitancy among upperclass Brazilians results from four birth cohorts 19822015 Vaccine 2020 383482488 23 Paim J Travassos C Almeida C Bahia L Macinko J The Brazilian health system history advances and challenges Lancet 2011 377977917781797 24 Arsenault C Harper S Nandi A Mendoza Rodríguez JM Hansen PM Johri M Monitoring equity in vacci nation coverage a systematic analysis of demographic and health surveys from 45 Gavisupported countries Vaccine 2017 356951959 25 Ali HA Hartner AM EcheverriaLondono S Roth J Li X Abbas K Portnoy A Vynnycky E Woodruff K Ferguson NM Toor J Gaythorpe KA Vaccine equi ty in low and middle income countries a systematic review and metaanalysis Int J Equity Health 2022 21192 26 Moraes JC Ribeiro MCSA Desigualdades sociais e cobertura vacinal uso de inquéritos domiciliares Rev Bras Epidemiol 2008 11Supl 1113124 27 Tauil MC Sato AP Waldman EA Factors associated with incomplete or delayed vaccination across coun tries a systematic review Vaccine 2016 34242635 2643 28 Bertoncello C Ferro A Fonzo M Zanovello S Napo letano G Russo F Baldo V Cocchio S Socioeconomic determinants in vaccine hesitancy and vaccine refusal in Italy Vaccines Basel 2020 82276 29 Spencer N Markham W Johnson S Arpin E Na thawad R Gunnlaugsson G Homaira N Rubio MLM Trujillo CJ The Impact of COVID19 pandemic on inequity in routine childhood vaccination coverage a systematic review Vaccines Basel 2022 1071013 30 Shet A Carr K DanovaroHolliday MC Sodha SV Prosperi C Wunderlich J Wonodi C Reynolds HW Mirza I GacicDobo M OBrien KL Lindstrand A Impact of the SARSCoV2 pandemic on routine immunisation services evidence of disruption and recovery from 170 countries and territories Lancet Glob Health 2022 102e186e194 31 World Health Organization WHO Immunization coverage internet 2022 cited 2022 nov 1 Availab le from httpswwwwhointnewsroomfactsheets detailimmunizationcoverage 32 Kiely M Mansour T Brousseau N Rafferty E Pau del YR Sadarangani M Svenson LW Robinson JL Gagneur A Driedger SM MacDonald SE COVID19 pandemic impact on childhood vaccination coverage in Quebec Canada Hum Vaccin Immunother 2022 1812007707 33 McDonald HI Tessier E White JM Woodruff M Knowles C Bates C Parry J Walker JL Scott JA Smeeth L Yarwood J Ramsay M Edelstein M Early impact of the coronavirus disease COVID19 pan demic and physical distancing measures on routine childhood vaccinations in England January to April 2020 Euro Surveill 2020 25192000848 34 SeyedAlinaghi S Karimi A Mojdeganlou H Alilou S Mirghaderi SP Noori T Shamsabadi A Dadras O Vahedi F Mohammadi P Shojaei A Mahdiabadi S Janfaza N Keshavarzpoor Lonbar A Mehraeen E Sabatier JM Impact of COVID19 pandemic on rou tine vaccination coverage of children and adolescents a systematic review Health Sci Rep 2022 52e00516 35 Souza JFA Silva TPRD Silva TMRD Amaral CD Ribeiro EEN Vimieiro AM Oliveira MMM Matozi nhos FP Cobertura vacinal em crianças menores de um ano no estado de Minas Gerais Brasil Cien Saude Colet 2022 27936593667 350 Donalisio MR et al 36 Silveira MF Tonial CT Goretti K Maranhão A Tei xeira AMS Hallal PC Maria B Menezes A Horta BL Hartwig FP Barros AJD Victora CG Missed childhood immunizations during the COVID19 pandemic in Brazil Analyses of routine statistics and of a national household survey Vaccine 2021 392534043409 37 Organização PanAmericana da Saúde OPAS Aler ta epidemiológico detecção de poliovírus tipo 2 deriva do de vacina VDPV2 nos Estados Unidos implica ções para a Região das Américas Washington OPAS OMS 2022 38 GBD 2020 Release 1 Vaccine Coverage Collabora tors Measuring routine childhood vaccination co verage in 204 countries and territories 19802019 a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2020 Release 1 Lancet 2021 39810299503 521 39 Ministério da Saúde MS Plano nacional de resposta a um evento de detecção de poliovírus e um de surto de poliomielite estratégia do Brasil Brasília MS 2022 40 Verani JFDS Laender F A erradicação da poliomielite em quatro tempos Cad Saude Publica 2020 36Supl 2e00145720 Artigo apresentado em 17112022 Aprovado em 17112022 Versão final apresentada em 19112022 Editoreschefes Romeu Gomes Antônio Augusto Moura da Silva Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons BY CC