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UMA LUTA DE VÁRIOS ROUNDS Em novembro de 1985, milhões de pessoas foram aos cinemas para prestigiar o lançamento do quarto e aguardado filme da franquia Rocky — o boxeador ítalo-estadunidense imortalizado pela atuação de Sylvester Stallone. O roteiro da trama se desenvolve baseado no confronto do protagonista com o russo Ivan Drago, numa clara analogia ao momento histórico que o mundo testemunhava: a Guerra Fria. Mas, se nas telonas o ringue foi palco para os dois países chegarem às vias de fato, belicamente falando, o embate ideológico entre o capitalismo dos EUA e o socialismo da União Soviética ficou no quase. Mesmo assim, foi o suficiente para conduzir a civilização humana ao que conhecemos hoje. Afinal, além de polarizar o planeta em esferas de influência, as duas potências travaram uma acirrada corrida cultural, espacial e armamentista. Diante do contexto, esta edição de HISTÓRIA EM FOCO chega às bancas para ajudar a entender a complexidade de um período no qual a guerra era improvável, mas a paz, impossível. Nas próximas páginas, você encontra tudo sobre as duas ideologias, o Muro de Berlim, a crise dos mísseis e outros aspectos que constituíram a Guerra Fria. E, mais do que escolher lados, nosso intuito é que o conteúdo a seguir seja um convite à reflexão. Boa leitura! A Redação ÍNDICE 4 Contexto Como os Estados Unidos e a União Soviética dividiram o mundo em blocos de influência 8 Crise dos mísseis EUA, URSS e Cuba: o triângulo que quase levou o mundo à destruição 10 Corrida Espacial e Armamentista Ciência e tecnologia foram exploradas em busca da hegemonia mundial 12 Muro de Berlim Durante 28 anos, a construção separou ideologias, culturas e famílias 15 Cultura Dicas de filmes e livros que têm a Guerra Fria como pano de fundo História em Foco Ano I - Edição nº 15 - 2019 EDITORAS-OSR Mano Campelo Tatá Calhau EDITOR Ricardo Petriello REVISÃO Jane Alves, Carolina Primo e Gama Alves DESIGN Ivonete Bastos das COORDENAÇÃO Guilherme Neves, Roberto Vezaro e Michelle Silva. Biagio IOCARO JÚNIOR Márcia S Schimitke IMAGEM Carlos Alberto Xavier GUERRA FRIA A corrida espacial, armamentista e cultural do conflito CRISE DOS MÍSSEIS Os dias em que o mundo esteve prestes a explodir MURO DE BERLIM Há 30 anos, sua queda simbolizou o fim da Guerra Fria e da Alemanha dividida CAPITALISMO x SOCIALISMO A guerra ideológica travada entre EUA e URSS dividiu a política internacional e tem consequências até os dias de hoje CONTEXTO se enfrentariam diretamente, mas por meio de seus satélites ou pela participação em conflitos localizados quando uma nação apoiava grupos rivais", ressalta o professor. Capitalismo x socialismo Muito por conta do cenário que se estabeleceu na Guerra Fria, até os dias de hoje, os temas capitalismo e socialismo ainda permeiam discussões políticas. Mas você sabe os pontos divergentes desses dois modelos? O sistema socioeconômico defendido pelos EUA é pautado na propriedade privada, em operações lucrativas e no acúmulo de bens, trabalho assalariado e na lógica de economia de mercado (na qual o Estado pouco intervém na economia, guiada pela livre-iniciativa). Já a URSS representava o projeto de expansão do socialismo, sendo igual a distribuição de renda maior; uma grande articulação do setor público na economia com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais. O Estado intervenha de forma decisiva na economia e os meios de produção (empresas, territórios, máquinas, por exemplo) pertencem na coletividade ou a representantes estatais. Diante dos posicionamentos opostos, a Guerra Fria se estabeleceu como a busca pela ampliação do poder das duas nações. Conforme explica Karl Schurster, as relações internacionais são pautadas por interesses das grandes potências e como elas conseguem arregimentar adeptos aos seus projetos, na maioria das vezes pela política e outras pelo uso da força. “Os interesses de EUA e URSS eram ampliar suas zonas de influência e, com isso, ganhar força no cenário Internacional consolidando suas posições estratégicas como grandes potências”, afirma. O especialista ainda ressalta que é necessário ter em mente o que a disputa foi muito além do poder: a disputa militar, para redesenhar o mapa do mundo, foi a forma que encontraram para fazer valer suas posições. Embates indiretos Embora soviéticos e americanos nunca tenham se enfrentado de fato, ambos participaram e interferiram em conflitos pelo mundo. A Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953, foi remene, movimento para proteger o território sob sua influência. Ficou estabelecido que o país seria dividido entre a Coreia do Sul, capitalista, que representava os EUA; e a Coreia do Norte, “comunista” a qual contava com o apoio da URSS. Um cenário parecido ocorreu na Guerra do Vietnã, uma vez que se tratava de uma região dominada pela França, mais invadida pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Com o fim do conflito, os franceses reconheceram a independência do país, que acabou dividio entre o norte socialista e o sul capitalista. As guerras entre as frança foram fortemente influenciadas pelas disputas das duas superpotências. No Vietnã, um dos pontos mais marcantes qse surgimento da química "se deu quando os americanos veos utilizaram armas químicas (como fogo a Napalm e) herbicidas (como o Agente Laranja) para atingir os vietcongues. As consequências desses ataques foram catastróficas, tanto para a vegetação quanto para a população. Estratégias Para marcar suas zonas de influência, tanto a URSS quantos os EUA estabelecaram alguns projetos. O Plano Marshall, dos americnos, foi uma medida para fomentar a reconstrução da Europa depois da Segunda Grande Guerra. "Não há dúvidas que esse programa, encaminhado pelo diplomata americano George Frost Kennan, foi fundamental para consolidar o american way of life (modo de vida americano, em tradução livre) no Velho Mundo”, avialiação Karl. Como reação, houve o Conselho para Assistência Econômico Mútua ( COMECON) por parte dos soviéticos, cujos objetivos com os mesmos, mas aplicados às nações do leste europeu. Nesse sentido, houve também o estabelecimento da Organização do O QUE É COMUNISMO? Na teoria marxista, desenvolvida pelo filósofo, sociólogo, historiador, economista e jornalista alemão Karl Marx, o socialismo se configura como uma etapa para o comunismo. Em um regime comunista, não existe Estado, as desigualdades sociais são extintas (e não diminuídas) e a propriedade privada deixa de existir (não só os meios de produção são do povo, como no socialismo). Para muitos estudiosos, a sociedade descrita por Karl Marx e Friedrich Engels na obra Manifesto Comunista, publicada em 1848, não tem precedentes na história, ou seja, nunca existiu. CONTEXTO GUERRA IMPROVÁVEL, PAZ IMPOSSÍVEL Como os Estados Unidos e a União Soviética dividiram o mundo em blocos de influência TEXTO E ENTREVISTAS Erika Alfaro DESIGN Joseneuza Nascimento O dia 2 de setembro de 1945 foi significativo para a trajetória da humanidade, tendo em vista que se trata da data que marca o fim da Segunda Guerra Mundial, um conflito que devastou o mundo e matou entre 40 e 72 milhões de pessoas – os dados são variáveis porque nem todas as vítimas foram registradas. No entanto, um capítulo histórico dessa proporção não terminaria com a... declaração do encerramento das batalhas; suas consequências estruturais, econômicas, políticas e ideológicas foram sentidos no cenário global durante um longo período – e, por que não, até os dias de hoje. Bipolarização no pós-guerra Com as vitórias em variadas frentes contra os países do Eixo (entre os quais estavam Alemanha, Itália e Japão), os Aliados se saíram vencedores da Segunda Grande Guerra e impuseram diversas sanções às nações derrotadas. Em reuniões como as conferências de Teerã, Potsdam e Yalta, os líderes de Estados Unidos (EUA), França, Inglaterra e União Soviética (URSS) discutiram questões relacionadas à nova ordem internacional que se formaria após o triunfo desse grupo. Em tais eventos, foram tomadas frentes como a revisão do domínio das áreas que foram conquistadas por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, julgado nos famoso tribunal de Nuremberg. Outro ponto essencial para a implementação do cenário estabelecido após a Segunda Grande Guerra foi a divisão dos territórios entre os Aliados. Entre outros acordos, ficou estabelecido que Berlim, capital alemã, seria ocupada por forças americanas, britânicas, franceses e soviéticas – um uma partilha que estabeleceu quatro zonas administrativas. Desse cisma, surgiu o emblemático muro de Berlim (saiba mais a partir da página 12). Tal contexto foi originado devido ao ambiente que se estabeleceu entre as nações que venceram juntas as batalhas contra o Eixo. No decorrer das conferências, ficou claro que, embora estivessem do mesmo lado no embate que se passou, os países mais fortalecidos – Estados Unidos e União Soviética – possuíam divergências determinantes sobre a forma como pretendiam estabelecer a nova ordem pós-guerra. "Ambos tinham como inimigo comum a Alemanha nazista. Logo, juntamente no combate a esse oponente. No entanto, após o final do conflito, as rugas que já existiam desde a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), aprofundadas durante a Revolução Russa de 1917, voltaram a tona, tornando-se ainda mais evidente o choque ideológico”, pontua o professor, mestre e doutor em Literatura alemã, Antonio Jackson de Souza Brandão. Com isso, formou-se o que ficou conhecido como Guerra Fria, um novo capítulo de enfrentamento global e de tensão que se estendeu aproximadamente de 1945 até 1991. “Não há nenhum consenso definitivo sobre um possível marco para o início da Guerra Fria. Dois anos após o término desse conflito bélico para organizar o fim da guerra já teriam marcado a divisão do mundo. O mais convencional, no entanto, é a interpretação de que o marco se dá no ano de 1946, quando ocorreu o bombardeio nuclear das cidades japonesas pelos EUA, utilizando como demonstração de fora no cenário mundial”, esclarece Karl Schurster, livre docente em História Contemporânea na Universidade de Pernambuco e pós-doutor em História pela Universidade Livre de Berlim. Ideologia e poder O diferencial desse episódio histórico se revela no conceito de “guerra improvável, paz impossível”. A primeira questão é relacionada ao desenvolvimento de bombas nucleares por parte das duas nações." Sendo assim, caso o combate chegasse a níveis militares, as armas – que foram admiradas como símbolos de poder e usadas como ameaça – teriam uma capacidade de destruição global. "A configuração da Guerra Fria desencadeou uma tensa relação na construção dos blocos socialista e capitalista, com forte instância militar e possibilitou uma corrida armamentista de três mísseis capacidade de destrutiva que nenhum dos lados atreveu a usar-lá”, pontua Karl. Já a paz improvável indica as bases de EUA e URSS como zonas de influência, a qual não cessariam por desavenças ideológicas, econômicos e politicos. De acordo com Brandão, deve-se lembrar do "fantasma" do comunismo assombrava a Europa desde o final do século XIX; sendo, inclusive, ameaçado para a própria ascensão do nazismo, mecanismo que hodou o vitória do Exército Vermelho. "A Rússia e a surgimento de União Soviética o campo subdesenvolvidos obres de transformação que aos soviéticos ocuparem os países que ajudaram a libertar na Europa Oriental; já os EUA, a Europa Ocidental.” As duas superpotências não... CORRIDAS SUPREMACIA ESPACIAL E MILITAR Ciência e tecnologia foram exploradas como recursos por Estados Unidos e União Soviética em busca de hegemonia tanto na Terra quanto no espaço TEXTO E ENTREVISTA Marina Bergs/Colaboradora DESIGN Joanemar Nascimento A s disputas de poder entre as duas superpotências mundiais durante a Guerra Fria resultaram em revoluções tecnológicas nunca vistas antes. Os aparatos bélicos desenvolvidos ameaçam a integridade do planeta e isso ficou explícito quando os norte-americanos lançaram os primeiros recursos nucleares, como as bombas em território japonês na Segunda Guerra Mundial. Ultrapassando os limites planetários, um passo considerado grandioso pela humanidade foi dado: a chegada do homem à lua. Dessa forma, um bloco impulsionava o outro a partir de uma acirrada corrida em busca de supremacia terrestre e espacial. Conquistando o espaço Em meados da década de 1950, a União Soviética e os Estados Unidos declararam intenção de investir em satélites artificiais, ou seja, equipamentos lançados ao espaço que se mantêm em órbita ao redor do planete. Nessa empreitada, foram os soviéticos que largaram na frente: em 1957, conquistavam lançar o primeiro desses corpos, batizado de Sputnik I. Já os EUA só colocaram seu pri meiro satélite em órbita terrestre, o Explorer I, no ano seguinte. Logo no início da década de 60, ambicionando realizar a primeira viagem ao espaço com tripulação humana, URSS e EUA criaram os programas Vostok e Mercury, respectivamente. Em 1961, o astronauta Yuri Gagarin tripulou a nave Vostok I, realizando um voo orbital de 108 minutos. Como resposta, os americanos lançaram Alan Shepard um mês depois e, logo no ano seguinte, John Glen se tornou o primeiro estadunidense a orbitar a Terra. Para fechar de feito dos EUA, os soviéticos foram pioneiros novamente ao colocarem a primeira mulher fora da órbita terrestre em 1963. A URSS predominava o cenário tecnológico e, em 1965, impressionou o mundo mais uma vez: o astronauta Alexey Leonov foi o primeiro homem a sair de uma nave para o espaço, permanecendo 10 minutos fora dela. Para ficar na história Voltando no tempo, em 1961, o recém-eleito presidente americano, John Kennedy, anunciou que os EUA levariam o homem à Lua antes do fim da década. Com esse objetivo, o projeto Apollo foi apresentado pela National Aeronautics and Space Administration (NASA). Ao longo da década, um conjunto de expedições é realizado e, em 1968, a nave norte-americana Apollo 8 realizou o primeiro voo tripulado em órbita lunar - primeira nave a sair da órbita terrestre e retornar. Ergam a partir dessas inovações tecnológicas que os americanos transformaram o cenário espacial e deram “um grande passo para humanidade”. No dia 20 de julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram na Lua. Com tamanho feito, a maior parte dos estudos realizados cravam que os estadunin EXTREMOS DOIS LADOS DA MESMA NAÇÃO Durante 28 anos, o Muro de Berlim separou famílias, culturas e ideologias TEXTO E ENTREVISTA Gabriel Jaquem/Colaborador DESIGN Joanemar Nascimento D e um lado, um dos mais bem sucedidos exemplos de socialismo real, pressionado firmemente pelo receio das grandes potências capitalistas do Oeste. Do outro, uma nação em meio a um milagre econômico impulsionado pelos Estados Unidos, cercada da hostilidade soviética. Os dois extremos de Berlim entre os anos 1961 e 1989 representam, em menor plano, toda a complexidade da disputa entre as duas potências que mudaram o mundo - e quase trouxeram o fim dele. Símbolo da Guerra Fria Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida e ocupada pelas potências vencedoras. Do lado oeste, França, Reino Unido e Estados Unidos ficaram encarregados de desnazificar, desmilitarizar, descentralizar a economia e reeducar os alemães à democracia, enquanto a União Soviética cumpria o mesmo papel no leste alemão. A única exceção foi Berlim, capital situada no lado oriental do país, que, no entanto, também foi dividida entre as quatro potências. Em 1961, a República Democrática Alemã (RDA), alinhada aos soviéticos, construiu uma saída para o êxodo de civis que partiam da capital socialista e se fixavam em Berlim Oriental por lá lado oeste da cidade, sob domínio da República Federal da Alemanha chamada aos blocos capitalistas de arames farpados e concreto armado facilmente passar acer na verdade, o caso permitiria visio impedir a passagem, ou fuga, da estagnada RDA para a bem sucedida Alemanha Ocidental – que de via ao progresso econômico no Plano Marshall dos Estados Unidos. Isso não quer dizer, porém, que Berlim Oriental era uma cidade sem condições de manter sua população com qualidade de vida. Segundo artigo O A Queda do Muro de Ber uma estudo em por trizes brasileiros, do historiador Carlos Frederico Domin domínguez Ávila, no qual são analisada as cartas de embaixadores brasileiros na Alemanha da época, “para os diplomatas brasileiros lotados em Berlim Leste, a RDA era – ou parecia ser – um dos mais bem-sucedidos exemplos de socialismo realmente existente no Leste Europeu”. As disparidades começaram logo no pós-guerra, com o Plano Marshall dos Estados Unidos. “Os norte-americanos emprestaram dinheiro financiando a reconstrução de países europeus, que poderiam ser seduzidos pelas ideias comunistas, para causar uma proximidade entre esses com o bloco norte-americano”, acudiu o professor Felipe Soares. Esse apoio não se estendia aos países alinhados com a nação comunista. Dessa maneira, todo o território da Alemanha Ocidental era impulsionado pelo progresso do consumismo capitalista, enquanto o lado Oriental, ainda que sevível, permanecia estagnado sem previsão de avanços. agravada parte do próprio governo, assim como Gorbatchev e a população alemã-oriental. O êxodo de indivíduos em atração pela Alemanha de Berlim Oriental, especialmente noque abriram, no dia 2 de novembro de 1989, da fronteira austro-húngara, que possibilitava a ida legal dos alemães à Hungria para, então, fugir ilegalmente à Áustria, e de lá para a Alemanha Ocidental. Cai o muro... Todo esse cenário, no entanto, com ignorado por Honecker, que seguia aos relatos brasileiro, planejavam grandes festividades no ano-o anos da fundação da República Democrata Alemã, em outubro de 1989. O aniversário ser marcado, também, pela transpasso de governo para Egon Krenz. Esses fatores combinados coloque com a RDA em um momento delicado, que o autor do eventé reconciliado na sequência de diversas intenções de visitas diplomáticas do líder Erich Honecker na Alemanha Oriental. Assim, Krenz assume o governo e, ainda no discurso de posse, admite a necessidade de reformas econômicas, assim como o problema do êxodo – e a abertura das fronteiras para viagens ao exterior. Em nove de novembro de 1989, foi anunciado que, naquela mesma noite, os habitantes da RDA poderiam transitar livremente aos países exteriores, o que causou aglomeração de mais de 100 mil pessoas nas adjacências do Muro, ao lado oriental, segundo os relatos de dos diplomatas. O Muro de Berlim será aberto na mesmaânha Oriental. A partir de então, o governo da RDA perde a soberania absoluta – foram abertas eleições democráti as, com formação de partidos de oposição – e se aproxima da RFA. EXTREMOS que propõe uma sequência de acordos visando ajudar o desenvolvimento da Alemanha Oriental e, no prazo de três anos, a reunificação das nações alemãs. ...E a URSS “Quando cai o Muro, a alternativa socialista já não era mais uma possibilidade”, aponta Cleber Karás. Para o professor, a queda da União Soviética se deve, principalmente, incapacidade em lidar com as adversidades de seu sistema e manter os ideais propostos pelo comunismo. “O sonho de uma sociedade igualitária, democrática e fraternal deu lugar a um Estado burocratizado, violento, opressor e que não conseguia apresentar alternativas às crises como fez o adversário capitalista”. “O muro de Berlim caiu, as esraturas do partido comunista já não davam mais conta de governar todo o bloco soviético, então começa a derrocada do socialismo real no mundo, especialmente com a queda da União Soviética”, finaliza Felipe Soares. Cicatrizes Os professores Felipe e Cleber concordam que muitos dos conflitos que acontecem atualmente são seguidos do período da Guerra Fria. Além disso, várias consequências indiretas podem ser notadas em todo o mundo. “A América Latina, por exemplo, passou por ditaduras militares aparelhadas aos Estados Unidos, que usavam como motivação o medo do comunismo”, explica Cleber Eduardo, que afirma também que a estagnação econômica, que ocorreu, à época, pode ser sentida até hoje. Felipe Soares dá como exemplo os conflitos na Síria, que, segundo o professor, muitos continuam um resultado dos embates da Guerra Fria no território, disputado entre EUA e Rússia. “Na guerra da Síria, a Rússia apoia o presidente Bashar Al-Assed, e os americanos apoiam os rebeldes que querem tirar o presidente Assad”, aponta. As disputas entre Coréia do Norte e Sul ou entre, visto que o país foi dividido durante a Guerra Fria, não acordo com o professor. “Por mais que a Guerra Fria tenha acabado, os conflitos e as áreas de influência, bem como as relações diplomáticas, ainda se dem tornem dúvida que a sob e influência da ordem dos EUA ou à Rússia, que é a herdeira direta de toda a história da União Soviética”, completa Felipe. CONSULTORES Cleber Eduardo Karás, doutor e professor irá Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). professor e coordenador de curso de História EAD da Universidade Veiga de Almeida (UVA); Felipe Soares, professor de história no colégio Sepam- Universidade Federal de Paraná cursist" FONTE A Queda do Muro de Berlin: Um estudo com cartas brasileiras, dos Carlos Frederico Domenguez Ávila publicado na Revista de Sociologia e Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR). CULTURA SAIBA MAIS! Confira nossas dicas de livros e filmes para você complementar seus conhecimentos sobre a Guerra Fria TEXTO Bruno Ribeiro DESIGN Jeisemar Nascimento IMAGENS Reprodução LEGADO DE CINZAS: UMA HISTÓRIA DA CIA AUTOR TIM WEINER | EDITORA DOUBLEDAY | 2007 Ganhador do prêmio Pulitzer (espécie de Oscar do jornalismo), Tim Weiner baseou-se em mais de 50 mil reportagens e documentos originários para produzir uma narrativa sobre a história da CIA, criada em 1947 para satisfazer uma necessidade estratégica devido ao início da Guerra Fria e ao avanço do comunismo. Entre as fontes utilizadas estão arquivos da Casa Branca e do Departamento de Estado, além de mais de dois mil depoimentos de soldados, representantes, oficiais e veteranos da agência – incluindo de diretores da importante central de inteligência. O autor preserva ter cautela por não ultrapassar a linha tênue que separa o que é teoria da conspiração, o que é verídico público e o que pode de fato ser comprovado. TREZES DIAS QUE ABALARAM O MUNDO DIRETOR: ROGER DONALDSON | 2000 O filme retrata a Crise dos Mísseis, em outubro de 1962 – certamente, o episódio mais delicado de toda a Guerra Fria. A história é narrada por Kenny O’Donnel (interpretado por Kevin Costner, que também produ no filme), a época assessor especial da Casa Branca amigo pessoal dos irmãos Bobby e John Kennedy. Baseada em documentos, a obra retrata como a decisão de militares norte-americanos para enviar o presidente de seu país um problema tão grande quanto a própria Rússia. ADEUS, LENIN! DIRETOR: WOLFGANG BECKER | 2003 Em 1989, pouco tempo antes da queda do muro de Berlim, um enfarto fez com que a Sra. Kerner, professora e comunista ferrenha, ficasse em coma durante um dos processos mais importantes de sua época. Quando ela acorda, já no ano de 1990, sua lado a Berlim Oriental, está totalmente modificada pelos acontecimentos políticos. Sem poder passar emoções diferentes, seu filho trama diversas mudanças para evitar que a mãe se choque com a nova realidade. O filme costuma ser muito utilizado como recurso didático por professores, porque mostra de uma das mais atrativas formas e ajuda e facilitando a compreensão do contexto da Guerra Fria. Retornar ao Índice VOCÊ VAI SE EMOCIONAR COM ESTA HISTÓRIA REAL. TAMI OLDHAM ASHCRAFT COM SUSEA MCGEARHART VIDAS À DERIVA A HISTÓRIA REAL QUE DEU ORIGEM AO FILME JÁ NAS LIVRARIAS astral CULTURAL
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O sistema socioeconômico defendido pelos EUA é pautado na propriedade privada, em operações lucrativas e no acúmulo de bens, trabalho assalariado e na lógica de economia de mercado (na qual o Estado pouco intervém na economia, guiada pela livre-iniciativa). Já a URSS representava o projeto de expansão do socialismo, sendo igual a distribuição de renda maior; uma grande articulação do setor público na economia com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais. O Estado intervenha de forma decisiva na economia e os meios de produção (empresas, territórios, máquinas, por exemplo) pertencem na coletividade ou a representantes estatais. Diante dos posicionamentos opostos, a Guerra Fria se estabeleceu como a busca pela ampliação do poder das duas nações. Conforme explica Karl Schurster, as relações internacionais são pautadas por interesses das grandes potências e como elas conseguem arregimentar adeptos aos seus projetos, na maioria das vezes pela política e outras pelo uso da força. “Os interesses de EUA e URSS eram ampliar suas zonas de influência e, com isso, ganhar força no cenário Internacional consolidando suas posições estratégicas como grandes potências”, afirma. O especialista ainda ressalta que é necessário ter em mente o que a disputa foi muito além do poder: a disputa militar, para redesenhar o mapa do mundo, foi a forma que encontraram para fazer valer suas posições. Embates indiretos Embora soviéticos e americanos nunca tenham se enfrentado de fato, ambos participaram e interferiram em conflitos pelo mundo. A Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953, foi remene, movimento para proteger o território sob sua influência. 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Em um regime comunista, não existe Estado, as desigualdades sociais são extintas (e não diminuídas) e a propriedade privada deixa de existir (não só os meios de produção são do povo, como no socialismo). Para muitos estudiosos, a sociedade descrita por Karl Marx e Friedrich Engels na obra Manifesto Comunista, publicada em 1848, não tem precedentes na história, ou seja, nunca existiu. CONTEXTO GUERRA IMPROVÁVEL, PAZ IMPOSSÍVEL Como os Estados Unidos e a União Soviética dividiram o mundo em blocos de influência TEXTO E ENTREVISTAS Erika Alfaro DESIGN Joseneuza Nascimento O dia 2 de setembro de 1945 foi significativo para a trajetória da humanidade, tendo em vista que se trata da data que marca o fim da Segunda Guerra Mundial, um conflito que devastou o mundo e matou entre 40 e 72 milhões de pessoas – os dados são variáveis porque nem todas as vítimas foram registradas. No entanto, um capítulo histórico dessa proporção não terminaria com a... declaração do encerramento das batalhas; suas consequências estruturais, econômicas, políticas e ideológicas foram sentidos no cenário global durante um longo período – e, por que não, até os dias de hoje. Bipolarização no pós-guerra Com as vitórias em variadas frentes contra os países do Eixo (entre os quais estavam Alemanha, Itália e Japão), os Aliados se saíram vencedores da Segunda Grande Guerra e impuseram diversas sanções às nações derrotadas. Em reuniões como as conferências de Teerã, Potsdam e Yalta, os líderes de Estados Unidos (EUA), França, Inglaterra e União Soviética (URSS) discutiram questões relacionadas à nova ordem internacional que se formaria após o triunfo desse grupo. Em tais eventos, foram tomadas frentes como a revisão do domínio das áreas que foram conquistadas por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, julgado nos famoso tribunal de Nuremberg. Outro ponto essencial para a implementação do cenário estabelecido após a Segunda Grande Guerra foi a divisão dos territórios entre os Aliados. Entre outros acordos, ficou estabelecido que Berlim, capital alemã, seria ocupada por forças americanas, britânicas, franceses e soviéticas – um uma partilha que estabeleceu quatro zonas administrativas. Desse cisma, surgiu o emblemático muro de Berlim (saiba mais a partir da página 12). Tal contexto foi originado devido ao ambiente que se estabeleceu entre as nações que venceram juntas as batalhas contra o Eixo. No decorrer das conferências, ficou claro que, embora estivessem do mesmo lado no embate que se passou, os países mais fortalecidos – Estados Unidos e União Soviética – possuíam divergências determinantes sobre a forma como pretendiam estabelecer a nova ordem pós-guerra. "Ambos tinham como inimigo comum a Alemanha nazista. Logo, juntamente no combate a esse oponente. No entanto, após o final do conflito, as rugas que já existiam desde a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), aprofundadas durante a Revolução Russa de 1917, voltaram a tona, tornando-se ainda mais evidente o choque ideológico”, pontua o professor, mestre e doutor em Literatura alemã, Antonio Jackson de Souza Brandão. Com isso, formou-se o que ficou conhecido como Guerra Fria, um novo capítulo de enfrentamento global e de tensão que se estendeu aproximadamente de 1945 até 1991. “Não há nenhum consenso definitivo sobre um possível marco para o início da Guerra Fria. Dois anos após o término desse conflito bélico para organizar o fim da guerra já teriam marcado a divisão do mundo. O mais convencional, no entanto, é a interpretação de que o marco se dá no ano de 1946, quando ocorreu o bombardeio nuclear das cidades japonesas pelos EUA, utilizando como demonstração de fora no cenário mundial”, esclarece Karl Schurster, livre docente em História Contemporânea na Universidade de Pernambuco e pós-doutor em História pela Universidade Livre de Berlim. Ideologia e poder O diferencial desse episódio histórico se revela no conceito de “guerra improvável, paz impossível”. A primeira questão é relacionada ao desenvolvimento de bombas nucleares por parte das duas nações." Sendo assim, caso o combate chegasse a níveis militares, as armas – que foram admiradas como símbolos de poder e usadas como ameaça – teriam uma capacidade de destruição global. "A configuração da Guerra Fria desencadeou uma tensa relação na construção dos blocos socialista e capitalista, com forte instância militar e possibilitou uma corrida armamentista de três mísseis capacidade de destrutiva que nenhum dos lados atreveu a usar-lá”, pontua Karl. Já a paz improvável indica as bases de EUA e URSS como zonas de influência, a qual não cessariam por desavenças ideológicas, econômicos e politicos. De acordo com Brandão, deve-se lembrar do "fantasma" do comunismo assombrava a Europa desde o final do século XIX; sendo, inclusive, ameaçado para a própria ascensão do nazismo, mecanismo que hodou o vitória do Exército Vermelho. "A Rússia e a surgimento de União Soviética o campo subdesenvolvidos obres de transformação que aos soviéticos ocuparem os países que ajudaram a libertar na Europa Oriental; já os EUA, a Europa Ocidental.” As duas superpotências não... CORRIDAS SUPREMACIA ESPACIAL E MILITAR Ciência e tecnologia foram exploradas como recursos por Estados Unidos e União Soviética em busca de hegemonia tanto na Terra quanto no espaço TEXTO E ENTREVISTA Marina Bergs/Colaboradora DESIGN Joanemar Nascimento A s disputas de poder entre as duas superpotências mundiais durante a Guerra Fria resultaram em revoluções tecnológicas nunca vistas antes. Os aparatos bélicos desenvolvidos ameaçam a integridade do planeta e isso ficou explícito quando os norte-americanos lançaram os primeiros recursos nucleares, como as bombas em território japonês na Segunda Guerra Mundial. Ultrapassando os limites planetários, um passo considerado grandioso pela humanidade foi dado: a chegada do homem à lua. Dessa forma, um bloco impulsionava o outro a partir de uma acirrada corrida em busca de supremacia terrestre e espacial. Conquistando o espaço Em meados da década de 1950, a União Soviética e os Estados Unidos declararam intenção de investir em satélites artificiais, ou seja, equipamentos lançados ao espaço que se mantêm em órbita ao redor do planete. Nessa empreitada, foram os soviéticos que largaram na frente: em 1957, conquistavam lançar o primeiro desses corpos, batizado de Sputnik I. Já os EUA só colocaram seu pri meiro satélite em órbita terrestre, o Explorer I, no ano seguinte. Logo no início da década de 60, ambicionando realizar a primeira viagem ao espaço com tripulação humana, URSS e EUA criaram os programas Vostok e Mercury, respectivamente. Em 1961, o astronauta Yuri Gagarin tripulou a nave Vostok I, realizando um voo orbital de 108 minutos. Como resposta, os americanos lançaram Alan Shepard um mês depois e, logo no ano seguinte, John Glen se tornou o primeiro estadunidense a orbitar a Terra. Para fechar de feito dos EUA, os soviéticos foram pioneiros novamente ao colocarem a primeira mulher fora da órbita terrestre em 1963. A URSS predominava o cenário tecnológico e, em 1965, impressionou o mundo mais uma vez: o astronauta Alexey Leonov foi o primeiro homem a sair de uma nave para o espaço, permanecendo 10 minutos fora dela. Para ficar na história Voltando no tempo, em 1961, o recém-eleito presidente americano, John Kennedy, anunciou que os EUA levariam o homem à Lua antes do fim da década. Com esse objetivo, o projeto Apollo foi apresentado pela National Aeronautics and Space Administration (NASA). Ao longo da década, um conjunto de expedições é realizado e, em 1968, a nave norte-americana Apollo 8 realizou o primeiro voo tripulado em órbita lunar - primeira nave a sair da órbita terrestre e retornar. Ergam a partir dessas inovações tecnológicas que os americanos transformaram o cenário espacial e deram “um grande passo para humanidade”. No dia 20 de julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram na Lua. Com tamanho feito, a maior parte dos estudos realizados cravam que os estadunin EXTREMOS DOIS LADOS DA MESMA NAÇÃO Durante 28 anos, o Muro de Berlim separou famílias, culturas e ideologias TEXTO E ENTREVISTA Gabriel Jaquem/Colaborador DESIGN Joanemar Nascimento D e um lado, um dos mais bem sucedidos exemplos de socialismo real, pressionado firmemente pelo receio das grandes potências capitalistas do Oeste. Do outro, uma nação em meio a um milagre econômico impulsionado pelos Estados Unidos, cercada da hostilidade soviética. Os dois extremos de Berlim entre os anos 1961 e 1989 representam, em menor plano, toda a complexidade da disputa entre as duas potências que mudaram o mundo - e quase trouxeram o fim dele. Símbolo da Guerra Fria Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida e ocupada pelas potências vencedoras. Do lado oeste, França, Reino Unido e Estados Unidos ficaram encarregados de desnazificar, desmilitarizar, descentralizar a economia e reeducar os alemães à democracia, enquanto a União Soviética cumpria o mesmo papel no leste alemão. A única exceção foi Berlim, capital situada no lado oriental do país, que, no entanto, também foi dividida entre as quatro potências. Em 1961, a República Democrática Alemã (RDA), alinhada aos soviéticos, construiu uma saída para o êxodo de civis que partiam da capital socialista e se fixavam em Berlim Oriental por lá lado oeste da cidade, sob domínio da República Federal da Alemanha chamada aos blocos capitalistas de arames farpados e concreto armado facilmente passar acer na verdade, o caso permitiria visio impedir a passagem, ou fuga, da estagnada RDA para a bem sucedida Alemanha Ocidental – que de via ao progresso econômico no Plano Marshall dos Estados Unidos. Isso não quer dizer, porém, que Berlim Oriental era uma cidade sem condições de manter sua população com qualidade de vida. Segundo artigo O A Queda do Muro de Ber uma estudo em por trizes brasileiros, do historiador Carlos Frederico Domin domínguez Ávila, no qual são analisada as cartas de embaixadores brasileiros na Alemanha da época, “para os diplomatas brasileiros lotados em Berlim Leste, a RDA era – ou parecia ser – um dos mais bem-sucedidos exemplos de socialismo realmente existente no Leste Europeu”. As disparidades começaram logo no pós-guerra, com o Plano Marshall dos Estados Unidos. “Os norte-americanos emprestaram dinheiro financiando a reconstrução de países europeus, que poderiam ser seduzidos pelas ideias comunistas, para causar uma proximidade entre esses com o bloco norte-americano”, acudiu o professor Felipe Soares. Esse apoio não se estendia aos países alinhados com a nação comunista. Dessa maneira, todo o território da Alemanha Ocidental era impulsionado pelo progresso do consumismo capitalista, enquanto o lado Oriental, ainda que sevível, permanecia estagnado sem previsão de avanços. agravada parte do próprio governo, assim como Gorbatchev e a população alemã-oriental. O êxodo de indivíduos em atração pela Alemanha de Berlim Oriental, especialmente noque abriram, no dia 2 de novembro de 1989, da fronteira austro-húngara, que possibilitava a ida legal dos alemães à Hungria para, então, fugir ilegalmente à Áustria, e de lá para a Alemanha Ocidental. Cai o muro... Todo esse cenário, no entanto, com ignorado por Honecker, que seguia aos relatos brasileiro, planejavam grandes festividades no ano-o anos da fundação da República Democrata Alemã, em outubro de 1989. O aniversário ser marcado, também, pela transpasso de governo para Egon Krenz. Esses fatores combinados coloque com a RDA em um momento delicado, que o autor do eventé reconciliado na sequência de diversas intenções de visitas diplomáticas do líder Erich Honecker na Alemanha Oriental. Assim, Krenz assume o governo e, ainda no discurso de posse, admite a necessidade de reformas econômicas, assim como o problema do êxodo – e a abertura das fronteiras para viagens ao exterior. Em nove de novembro de 1989, foi anunciado que, naquela mesma noite, os habitantes da RDA poderiam transitar livremente aos países exteriores, o que causou aglomeração de mais de 100 mil pessoas nas adjacências do Muro, ao lado oriental, segundo os relatos de dos diplomatas. O Muro de Berlim será aberto na mesmaânha Oriental. A partir de então, o governo da RDA perde a soberania absoluta – foram abertas eleições democráti as, com formação de partidos de oposição – e se aproxima da RFA. EXTREMOS que propõe uma sequência de acordos visando ajudar o desenvolvimento da Alemanha Oriental e, no prazo de três anos, a reunificação das nações alemãs. ...E a URSS “Quando cai o Muro, a alternativa socialista já não era mais uma possibilidade”, aponta Cleber Karás. Para o professor, a queda da União Soviética se deve, principalmente, incapacidade em lidar com as adversidades de seu sistema e manter os ideais propostos pelo comunismo. “O sonho de uma sociedade igualitária, democrática e fraternal deu lugar a um Estado burocratizado, violento, opressor e que não conseguia apresentar alternativas às crises como fez o adversário capitalista”. “O muro de Berlim caiu, as esraturas do partido comunista já não davam mais conta de governar todo o bloco soviético, então começa a derrocada do socialismo real no mundo, especialmente com a queda da União Soviética”, finaliza Felipe Soares. Cicatrizes Os professores Felipe e Cleber concordam que muitos dos conflitos que acontecem atualmente são seguidos do período da Guerra Fria. Além disso, várias consequências indiretas podem ser notadas em todo o mundo. “A América Latina, por exemplo, passou por ditaduras militares aparelhadas aos Estados Unidos, que usavam como motivação o medo do comunismo”, explica Cleber Eduardo, que afirma também que a estagnação econômica, que ocorreu, à época, pode ser sentida até hoje. Felipe Soares dá como exemplo os conflitos na Síria, que, segundo o professor, muitos continuam um resultado dos embates da Guerra Fria no território, disputado entre EUA e Rússia. “Na guerra da Síria, a Rússia apoia o presidente Bashar Al-Assed, e os americanos apoiam os rebeldes que querem tirar o presidente Assad”, aponta. As disputas entre Coréia do Norte e Sul ou entre, visto que o país foi dividido durante a Guerra Fria, não acordo com o professor. “Por mais que a Guerra Fria tenha acabado, os conflitos e as áreas de influência, bem como as relações diplomáticas, ainda se dem tornem dúvida que a sob e influência da ordem dos EUA ou à Rússia, que é a herdeira direta de toda a história da União Soviética”, completa Felipe. CONSULTORES Cleber Eduardo Karás, doutor e professor irá Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). professor e coordenador de curso de História EAD da Universidade Veiga de Almeida (UVA); Felipe Soares, professor de história no colégio Sepam- Universidade Federal de Paraná cursist" FONTE A Queda do Muro de Berlin: Um estudo com cartas brasileiras, dos Carlos Frederico Domenguez Ávila publicado na Revista de Sociologia e Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR). CULTURA SAIBA MAIS! Confira nossas dicas de livros e filmes para você complementar seus conhecimentos sobre a Guerra Fria TEXTO Bruno Ribeiro DESIGN Jeisemar Nascimento IMAGENS Reprodução LEGADO DE CINZAS: UMA HISTÓRIA DA CIA AUTOR TIM WEINER | EDITORA DOUBLEDAY | 2007 Ganhador do prêmio Pulitzer (espécie de Oscar do jornalismo), Tim Weiner baseou-se em mais de 50 mil reportagens e documentos originários para produzir uma narrativa sobre a história da CIA, criada em 1947 para satisfazer uma necessidade estratégica devido ao início da Guerra Fria e ao avanço do comunismo. Entre as fontes utilizadas estão arquivos da Casa Branca e do Departamento de Estado, além de mais de dois mil depoimentos de soldados, representantes, oficiais e veteranos da agência – incluindo de diretores da importante central de inteligência. O autor preserva ter cautela por não ultrapassar a linha tênue que separa o que é teoria da conspiração, o que é verídico público e o que pode de fato ser comprovado. TREZES DIAS QUE ABALARAM O MUNDO DIRETOR: ROGER DONALDSON | 2000 O filme retrata a Crise dos Mísseis, em outubro de 1962 – certamente, o episódio mais delicado de toda a Guerra Fria. A história é narrada por Kenny O’Donnel (interpretado por Kevin Costner, que também produ no filme), a época assessor especial da Casa Branca amigo pessoal dos irmãos Bobby e John Kennedy. Baseada em documentos, a obra retrata como a decisão de militares norte-americanos para enviar o presidente de seu país um problema tão grande quanto a própria Rússia. ADEUS, LENIN! DIRETOR: WOLFGANG BECKER | 2003 Em 1989, pouco tempo antes da queda do muro de Berlim, um enfarto fez com que a Sra. Kerner, professora e comunista ferrenha, ficasse em coma durante um dos processos mais importantes de sua época. Quando ela acorda, já no ano de 1990, sua lado a Berlim Oriental, está totalmente modificada pelos acontecimentos políticos. Sem poder passar emoções diferentes, seu filho trama diversas mudanças para evitar que a mãe se choque com a nova realidade. O filme costuma ser muito utilizado como recurso didático por professores, porque mostra de uma das mais atrativas formas e ajuda e facilitando a compreensão do contexto da Guerra Fria. Retornar ao Índice VOCÊ VAI SE EMOCIONAR COM ESTA HISTÓRIA REAL. TAMI OLDHAM ASHCRAFT COM SUSEA MCGEARHART VIDAS À DERIVA A HISTÓRIA REAL QUE DEU ORIGEM AO FILME JÁ NAS LIVRARIAS astral CULTURAL