·
Biomedicina ·
Microbiologia
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Prefere sua atividade resolvida por um tutor especialista?
- Receba resolvida até o seu prazo
- Converse com o tutor pelo chat
- Garantia de 7 dias contra erros
Recomendado para você
52
Microbiologia e Micologia Básica: Fungos e Sua Importância
Microbiologia
UNIP
28
Características Gerais dos Fungos e sua Importância Ecológica e Industrial
Microbiologia
UNIP
108
Microbiologia e Micologia Básica
Microbiologia
UNIP
57
Unidade III: Microbiologia e Micologia Básica - Virologia
Microbiologia
UNIP
54
Introdução à Microbiologia: Estruturas e Características dos Microrganismos
Microbiologia
UNIP
1
Referências Bibliográficas sobre Fisiologia, Biologia e Imunologia
Microbiologia
UNIP
1
Recursos sobre Salmonela: Artigos, Vídeos e Testes
Microbiologia
UNA
6
Questões sobre Microbiologia de Alimentos
Microbiologia
UNA
17
Revisão sobre a Ocorrência de Staphylococcus aureus em Alimentos
Microbiologia
UNA
5
Relatório de Aulas Práticas em Microbiologia e Parasitologia
Microbiologia
UMG
Texto de pré-visualização
137 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Unidade III 7 VIROLOGIA 71 Características gerais dos vírus Existem muitas controvérsias na comunidade científica a respeito de o vírus ser ou não um ser vivo Muitos autores consideram que a vida se originou do RNA pois a partir dessa molécula são formadas novas quantidades dela mesma Em 1960 o físico alemão Manfred Eigen ganhador de um prêmio Nobel descobriu que era possível a replicação de RNA in vitro O RNA portanto tornouse um grande candidato à condição de supermolécula da vida primitiva capaz de se replicar e sofrer mutações albergando genes codificadores de enzimas e outras proteínas Desconhecese a origem dos vírus no entanto foram aventadas duas hipóteses ou teorias prováveis A primeira afirma que os vírus podem derivar de componentes de células hospedeiras que se tornaram autônomos para comprovar tal teoria alguns pesquisadores afirmam que algumas sequências virais estão relacionadas a porções de genes celulares que codificam domínios funcionais proteicos A segunda afirma que os vírus evoluíram a partir de bactérias ou de outras células de vida livre como exemplo podese citar os poxvírus que por serem grandes e complexos podem representar evolução de algum ancestral celular Apesar de terem a capacidade de se replicar os vírus não possuem um aparato enzimático suficiente para a replicação necessitando assim da maquinária celular para completar o seu ciclo replicativo o que o torna um parasita intracelular obrigatório Sua fragilidade aparente por ser estritamente dependente da célula é descartada pela capacidade de controle e redirecionamento do metabolismo celular para o seu próprio benefício Apesar da baixa complexidade estrutural pode causar grandes danos à célula hospedeira Algumas propriedades distinguem os vírus de outros microrganismos A primeira está relacionada ao seu tamanho o qual pode variar de 10 a 300 nm Dessa forma são considerados os menores microrganismos existentes podendo ser visualizados apenas através da microscopia eletrônica Para fins de comparação lembramos que as bactérias e células como as hemácias possuem em média de 10 a 15 vezes o tamanho dos vírus o que possibilita a identificação destes por meio da microscopia ótica Os vírus são os menores agentes infecciosos existentes sendo formados basicamente por proteínas e ácidos nucleicos DNA ou RNA São considerados inertes fora das células hospedeiras replicandose apenas em células vivas sendo parasitas no nível genético A gama de hospedeiros para determinado 138 Unidade III vírus pode ser grande ou extremamente limitada desde microrganismos unicelulares como bactérias e algas a plantas e animais superiores 72 Estrutura e taxonomia viral Estruturalmente os vírus são bastante simples quando comparados a microrganismos ditos superiores como bactérias fungos e parasitas Os vírus são constituídos basicamente por capsídio envoltório proteico ou camada que envolve o ácido nucleico Os capsômeros são as unidades estruturais do capsídio formadas por aglomerados de polipeptídio Alguns vírus podem ser formados por um invólucro também chamado de envoltório ou envelope formado por uma membrana contendo lipídios proteínas e glicoproteínas que circundam algumas partículas virais O conjunto do capsídeo com o ácido nucleico é denominado de nucleocapsídio Glicoproteínas Camada lipídica Invólucro proteico Transcriptase reversa RNA Figura 58 Ilustração da estrutura viral Ao final da replicação a progênie viral é constituída por partículas completas vírion que são infecciosas e por outras partículas incompletas e não infecciosas Em alguns gêneros como o Poliovírus e o Adenovírus os vírions consistem unicamente em nucleocapsídeo Já em outros gêneros como o Mixovírus o Herpesvírus e o Poxvírus os vírions são constituídos por uma membrana lipoproteica externa o envelope Muitos vírus adquirem o envelope durante sua saída da célula hospedeira para onde levam parte da membrana celular O material genético do vírus pode ser constituído de DNA ou RNA podendo ser formado por um único segmento fita simples ou dois segmentos fita dupla Além disso inúmeros vírus apresentam um arsenal próprio de enzimas responsáveis por facilitar os processos de infecção e replicação viral o exemplo mais conhecido é o da transcriptase reversa enzima esta presente no vírus da imunodeficiência humana HIV e responsável pela conversão do RNA viral em DNA o que facilita o processo de replicaçao em células pelas quais o vírus apresenta tropismo O International Committee on Taxonomy of Viruses ICTV vem aprimorando as normas de classificação viral estabelecendo assim uma taxonomia exclusiva para a organização dos vírus O mais importante de todo esse princípio é que os vírus podem ser agrupados de acordo com as suas 139 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA propriedades físicas químicas e biológicas assim como as das células que infectam Dessa forma os vírus podem ser classificados de acordo com o tipo de ácido nucleico simetria do capsídeo presença ou ausência do envelope tamanho e sensibilidade frente a determinadas substâncias químicas como descrito a seguir 1 Tipo de ácido nucleico os vírus podem ser constituído de RNA ou DNA filamento único ou duplo 2 Tamanho morfologia e simetria além do número de capsômeros presença ou ausência de invólucro Quanto à simetria vale ressaltar que os vírus podem apresentar duas formas ou simetrias bastante características tendo como base a forma do capsídeo viral Estas podem ser a helicoidal quando o capsídeo não apresenta uma forma geométrica definida lembrando uma mola ou uma grande espiral exemplo vírus do mosaico do tabaco b icosaédrico quando apresenta a forma geométrica de um icosaedro ou seja 20 lados iguais Nesse caso se contabilizarmos a quantidade de capsômeros existentes em uma das faces seria razoavelmente fácil aventar a quantidade de capsômeros multiplicandose o resultado por 20 exemplo Adenovírus 3 Susceptibilidade a agentes físicos e químicos quando nos referimos à susceptibilidade a agentes físicos e químicos nos referimos a fatores como pH do qual em geral os vírus são estáveis entre valores variando de 50 a 90 Radiação na qual se comprova que a luz ultravioleta os raios X e partículas irradiadas são capazes de impedir a replicação viral Susceptibilidade a substâncias como éter que permite distinguir os vírus que possuem invólucro dos que não possuem e susceptibilidade a detergentes não iônicos como Nonidet P40 e triton X100 os quais solubilizam o conteúdo lipídico dos invólucros além de DOC dodecil sulfato de sódio que apresenta a capacidade de romper os capsídeos virais Portanto podese classificar os vírus em razão da maior ou menor susceptibilidade dos vírus a esses agentes eou substâncias 4 Presença de enzimas específicas a DNA ou RNA polimerases responsáveis pela polimerização ou seja formação de novas fitas de DNA e RNA respectivamente b Transcriptases como a transcriptase reversa que consegue produzir uma fita de DNA a partir de uma matriz de RNA c Neuraminidades que conferem maior virulência para alguns vírus são normalmente essas enzimas o alvo no tratamento contra algumas infecções d Hemaglutininas glicoproteínas responsáveis pela ancoragem dos vírus na membrana das células hospedeiras 5 Propriedades imunológicas é avaliada a capacidade de gerar diferentes estímulos à resposta imune como resposta humoral celular ativação de citocinas e de sistema complemento 6 Métodos de transmissão os vírus podem ser transmitidos de diferentes formas através de secreções e materiais biológicos de uma maneira geral como provenientes de vias respiratórias secreções genitais como sêmen esperma além de amostras de sangue fezes urina LCR leite materno colostro Podem ser transmitidos de forma direta por contato íntimo ou não através de aleitamento materno atividade sexual uso de material perfurocortante beijo ou através de vetores como insetos e mosquitos entre outras formas 140 Unidade III 7 Tropismo pode ser entendido como a afinidade de um vírus a uma célula ou conjunto de células Esse tropismo não é definido ao acaso mas sim por uma afinidade íntima entre proteínas e glicoproteinas virais e receptores presentes na membrana de células Esse tropismo é capaz de determinar o quanto uma célula será ou não permissível à infecção viral Estudos de produção de vacinas por exemplo baseiamse no bloqueio de determinados receptores para impedir a ancoragem do vírus à célula impedindo por conseguinte sua replicação em outros casos reconhecese a capacidade de inúmeros vírus de modificarem suas proteínas e glicoproteínas a fim de conseguirem se ligar a diferentes receptores presentes nas membranas de nossas células 8 Patologia as infecções virais podem ocasionar inúmeros processos de doenças distintos desde assintomáticos e simples resfriados até situações mais graves que podem atingir o SNC tecido cardíaco rins e outros tecidos nobres determinando um prognóstico mais grave e às vezes fatal 9 Sintomatologia a grande maioria das infecções virais é subclínica e portanto assintomática no entanto a investigação de sintomas alguns deles considerados patognomônicos característicos de determinada infecção é fundamental na elucidação do processo infeccioso e de sua etiologia 73 Replicação viral Por que dizemos que vírus se replicam e não se multiplicam A resposta é simples diferentemente de outros microrganismos que apresentam formas variadas de reprodução como divisão binária esporogonia fusão de gametas etc os vírus fazem cópias de seu material genético utilizando para tanto a maquinaria por assim dizer da célula hospedeira O processo de replicação pode resumidamente ser dividido em cinco etapas distintas sendo elas 1 adsorçao viral 2 penetração 3 síntese dos componentes virais 4 maturação da partícula viral 5 liberação A adsorção referese à etapa em que ocorre o contato da partícula viral com a célula hospedeira De início entendese que esse contato possa ser revertido no entanto evolui rapidamente para um contato cada vez mais íntimo chegando ao ponto de se tornar irreversível A adsorção é a condição fundamental para que possa haver a penetração do material genético do vírus sem o qual a replicação viral não ocorre Para que a adsorção ocorra é muito importante o papel de receptores presentes nas membranas das células hospedeiras as quais poderão fornecer ou não uma situação ideal para a ancoragem do vírus com subsequente penetração do material genético Após a ligação se tornar irreversível é introduzida parte ou em sua totalidade do capsídeo viral contendo internamente o material genético viral Para que o material genético seja introduzido penetração no interior da células hospedeira são reconhecidos ao menos quatro mecanismos O primeiro ocorre pela injeção do ácido nucleico diretamente no citoplasma da célula hospedeira sem a penetração do capsídeo viral esse mecanismo é utilizado por vírus como os bacteriófagos capazes de infectar bactérias 141 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Outra forma de penetração do material genético é por endocitose mediada por receptores Nesse processo após a adsorção do vírus na membrana da célula este acaba sendo englobado pela membrana plasmática A fusão do envelope viral é o terceiro mecanismo e que ocorre unicamente para o vírus envelopado Por esse mecanismo proteínas de fusão presentes no envelope do vírus são ativadas quando da ligação com receptores celulares específicos A partir desse momento a penetração pode ocorrer então por mecanismo de endocitose O último mecanismo é o de translocação em que a partícula viral inteira é transportada para dentro da célula através da membrana citoplasmática mecanismo esse raro e ainda incerto sendo tema de inúmeras pesquisas Lembrete Alguns vírus podem ser formados por um invólucro também chamado de envoltório ou envelope formado por uma membrana contendo lipídios proteínas e glicoproteínas que circundam algumas partículas virais Após a penetração do material genético iniciase a síntese dos componentes virais que levará à produção de centenas de milhares de cópias da partícula viral original Esse processo é marcado basicamente por dois processos distintos mas ao mesmo tempo complementares a replicação do ácido nucleico viral e a produção do capsídeo necessário para abrigar e portanto envolver o material genético produzido A síntese viral a que nos referimos compreende a formação das proteínas estruturais e não estruturais a partir dos processos de transcrição e de tradução Os vírus foram agrupados em sete classes propostas por Baltimore em 1971 de acordo com as características do ácido nucleico e as estratégias de replicação Nas classes I III IV e V o processo de tradução do RNA mensageiro ocorre no citoplasma da célula hospedeira Já nos vírus da classe II esse processo ocorre no núcleo Em todas essas classes o RNA mensageiro sintetizado vai se ligar aos ribossomos codificando a síntese das proteínas virais As primeiras proteínas a serem sintetizadas são chamadas de estruturais pois formarão a partícula viral As tardias são as proteínas não estruturais que participam do processo de replicação viral Na classe VI os vírus de RNA realizam a transcrição reversa formando o DNA complementar devido à presença da enzima transcriptase reversa família Retroviridae Os vírus da classe VII apresentam um RNA intermediário de fita simples maior do que o DNA de cadeia dupla que o originou E por fim após terem sido sintetizados todos os novos componentes que constituem uma partícula viral proteínas e ácidos nucleicos devem ser reunidos a fim de estabelecerem de fato uma partícula viral madura também chamada de partícula viral completa processo esse denominado de maturação viral A última e derradeira etapa do processo de replicação viral é a liberação das partículas virais normalmente esse processo ocorre a partir do momento em que o número de partículas virais de certa forma excede o limite que pode ser acumulado por uma célula hospedeira A liberação dos vírus pode 142 Unidade III ocorrer basicamente por dois processos seja ele o de lise celular processo este característico de vírus de replicação rápida e não envelopados seja ele por brotamento através da membrana celular característico de vírus normalmente de replicação lenta e envelopados Na lise celular ciclo lítico a quantidade de vírus produzida no interior da célula é tão grande que a célula se rompe liberando novas partículas virais que entrarão em outras células Geralmente os vírus não envelopados realizam esse ciclo ao passo que os envelopados saem da célula por brotamento Nesse caso os nucleocapsídeos migram para a face interna da membrana celular e saem por brotamento levando parte da membrana No lisogênico o vírus insere seu ácido nucleico na célula hospedeira onde este se torna parte do DNA da célula infectada e a célula continua com suas funções normais Durante a mitose o material genético da célula com o do vírus incorporado sofre duplicação gerando célulasfilhas com o novo genoma Logo a célula infectada transmitirá as informações genéticas virais sempre que passar por mitose e todas as células estarão infectadas também A replicação viral é constituída portanto de mecanismos que possibilitem a formação de novas cópias virais as quais têm como objetivo se estabelecer e disseminar pelo organismo do hospedeiro Dentro desse contexto fazse importante entender as etapas do mecanismo de infecção viral que acabam por determinar o aparecimento ou não das doenças de etiologia viral Observação A maioria das alterações da fisiologia celular resultantes da replicação viral devese a efeitos secundários das interações entre os produtos virais e componentes celulares interações estas que são necessárias para a multiplicação dos vírus 74 Patogênese viral A patogênese viral referese à interação de fatores virais e do hospedeiro que levam à produção de doença No processo da patogênese viral podemos observar doenças mais severas ou mais brandas Isso ocorre devido à existência de cepas virais mais ou menos virulentas ou às diferentes respostas imunológicas do hospedeiro As respostas das células dos hospedeiros suscetíveis às infecções virais podem ocorrer através de três caminhos diferentes ausência de alterações aparentes efeito citopático CPE seguido de morte e transformação celular crescimento alterado Em relação aos padrões de doenças virais no hospedeiro as infecções podem se apresentar das seguintes formas localizada ou disseminada sintomática ou inaparente aguda ou crônica A persitência de um agente viral sem que o hospedeiro manifeste sintomas clínicos específicos caracteriza o período denominado de latência 143 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Podemos dividir o processo de infecção viral em cinco etapas sendo a primeiro delas a penetração e replicação primária na qual os vírus devem fixarse inicialmente às células de uma das superfícies corporais pele trato respiratório gastrintestinal urogenital ou conjuntiva e então iniciar o processo de penetração é nesse local de entrada que ocorre a replicação primária Na sequência ocorre a etapa de propagação viral e tropismos celulares nesse momento os vírus propagamse no hospedeiro através da corrente sanguínea viremia ou via linfática a órgãos e células específicas determinados pelo tropismo com os receptores celulares característicos A destruição das células infectadas por vírus nos tecidos alvos e as alterações produzidas pela destruição tecidual no hospedeiro são em parte as responsáveis pelo surgimento da doença e marcam a terceira fase do processo conhecido como de lesão celular e doença A partir desse momento esperase que o indivíduo evolua de forma satisfatória o que determinaria a sua capacidade de recuperação a qual depende de mecanismos de resposta imunidade humoral e celular interferons e linfocinas entre outros O último estágio consiste na disseminação do vírus infeccioso no ambiente Saiba mais Que tal saber mais sobre a patogênese viral Para isso leia o texto a seguir DANTAS K L S Patogenia das infecções víricas interações dos vírus com as células e com os hospedeiros In ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓSGRADUAÇÃO ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA 23 2018 Vale do Paraíba Anais Vale do Paraíba Univap 2018 Disponível em httpsbitly2QKmaLj Acesso em 4 maio 2021 8 PRINCIPAIS DOENÇAS VIRAIS Para se compreenderem melhor algumas doenças de etiologia viral é importante entender que muitas infecções virais são subclínicas ou seja não apresentam sintomas são o que chamamos de assintomáticas e portanto difíceis de serem percebidas eou diagnosticadas A mesma doença pode ser produzida por uma grande variedade de vírus O mesmo vírus pode provocar uma grande variedade de doenças o que significa que muitos vírus diferentes são capazes de causar o mesmo quadro clínico e o mesmo quadro clinico pode ser causado por vírus diferentes dificultando o diagnóstico clínico e influenciando a implementação de técnicas e procedimentos laboratoriais que visem uma melhor elucidação dos casos A doença produzida não tem relação com a morfologia viral e a evolução de qualquer caso é determinada pela constituição genética do vírus e do hospedeiro As doenças de etiologia viral para serem melhor compreendidas podem ser divididas em generalizadas nas quais os vírus se propagam pelo organismo através da corrente sanguínea com comprometimento sistêmico exemplo sarampo rubéola varicela febre amarela dengue e enterovírus doenças órgãos específicas como as que acometem o SNC por exemplo poliomielite meningite poliovírus coxsackie e echovirus raiva encefalite rabdovírus sarampo caxumba o trato respiratório 144 Unidade III como pneumonia bronquite bronquiolite gripe e resfriado influenza parainfluenza vírus sincicial respiratório VRS pele e mucosas como nas infecções por herpes simples tipo 1 oral herpes simples tipo 2 genital herpes zoster sarampo e varicela hepáticas por vírus da hepatite tipo A infecciosa hepatite B sérica tipo C e E febre amarela que acomete as glândulas salivares como na caxumba e ninfecção por citomegalovírus o trato gastrintestinal infecções causadas por rotavírus e adenovírus entérico as sexualmente transmissíveis como as causadas pelos vírus herpes simples hepatite B papilomavírus retrovírus A seguir apresentase uma breve explanação acerca de alguns vírus de importância epidemiológica no Brasil e o Mundo Poliomielite poliovírus Os poliovírus multiplicamse inicialmente nas mucosas especificamente nas placas de Peyer e nas tonsilas onde a replicação pode ser detectada em até três dias Os vírus multiplicamse nos linfonodos acarretando em uma pequena viremia invadindo o sistema retículoendotelial é nesse momento que o sistema nervoso central pode ser invadido A maioria dos indivíduos infectados com poliovírus controla a infecção antes da viremia secundária o que resulta em infecção assintomática Alguns estudos sugerem que a disseminação para o sistema nervoso central pode ocorrer pelos nervos periféricos ou craniais por fluxo axonal retrógrado A infecção pelo poliovírus no SNC pode acarretar em paralisia flácida permanente dos membros inferiores e portanto reiterase a necessidade de se manterem altos níveis de vacinação em razão de o vírus ainda não ter sido considerado erradicado em termos mundiais Gripes e resfriados Embora se faça confusão entre a gripe ou influenza e o resfriado comum essas doenças são causadas por tipos diferentes de vírus O vírus da gripe quase sempre provoca febre prostração cefaleia dores musculares tosse seca espirros e obstrução nasal O resfriado comum é uma doença mais branda causada por diversos vírus que atacam apenas as partes altas do aparelho respiratório nariz e faringe A mucosa nasal inflamada elimina grande quantidade de líquido claro e aquoso coriza Geralmente ocorrem também espirros cefaleia secura na garganta e mais raramente um ligeiro aumento da temperatura do corpo Ambas as doenças são transmitidas por gotículas de secreção das vias respiratórias lançadas no ambiente por meio da tosse ou do espirro A disseminação é facilitada pelas aglomerações humanas pela poeira e pelo frio que irritam a mucosa das vias aéreas pelas más condições de higiene e alimentação é autolimitante durando de três a sete dias A imunidade natural ou por vacinação não é duradoura pois novas formas de vírus mutantes contra os quais o organismo humano ainda não produziu anticorpos aparecem rapidamente Os antibióticos não exercem nenhum efeito e devem ser restringidos a não ser nos casos de infecções bacterianas secundárias Recomendase apenas repouso hidratação e tratamento sintomático com analgésicos antitérmicos e descongestionantes nasais 145 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Influenza pandêmica Avírus H1N1 Muitas epidemias foram originadas pelo vírus da influenza A A linhagem H1N1 circulou entre humanos em 1918 e foi o agente etiológico da pandemia conhecida como gripe espanhola Esse vírus resultou na morte de 20 a 50 milhões de indivíduos em todo o mundo O novo subtipo do vírus influenza AH1N1 é resultante de uma recombinação genética do vírus suíno humano e aviário Em 2009 foi detectado no México colocando em alerta a saúde pública mundial pois essa nova cepa rapidamente se disseminou causando uma pandemia No Brasil até o final do ano de 2009 foram detectados aproximadamente 40 mil casos graves e 1705 óbitos registrados Sua transmissão ocorre diretamente de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva que são expelidas pelo indivíduo infectado ao falar tossir e espirrar O contágio pode ocorrer ainda de maneira indireta por meio de contato com secreções do indivíduo doente Nesse caso as mãos são o principal veículo ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral nasal e ocular Clinicamente a doença iniciase com a instalação abrupta de febre alta perdura por três dias em geral acima de 38 C seguida de mialgia dor de garganta prostração cefaleia e tosse seca É comum a queixa de garganta seca rouquidão e queimação retroesternal ao tossir bem como pele quente e úmida olhos hiperemiados e lacrimejantes Há hiperemia das mucosas com aumento de secreção nasal hialina O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade Nas crianças a temperatura pode atingir níveis mais altos sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais Quadros de bronquite ou bronquiolite além de sintomas gastrointestinais também podem fazer parte da apresentação clínica em crianças Os idosos quase sempre se apresentam febris às vezes sem outros sintomas mas em geral a temperatura não atinge níveis tão altos Coronavírus O coronavírus pertence à subfamília Coronavirinae família Coronaviridae São grandes vírus com uma única fita de RNA e um nucleocapsídeo estrutura composta pelo ácido nucleico do vírus nesse caso RNA e seu invólucro proteico o capsídeo helicoidal Seu nome se deve a espículas estruturas proeminentes presentes na superfície do vírus o que lhe dá a aparência de uma coroa solar corona em latim O coronavírus é responsável por desencadear infecções respiratórias Entre os problemas mais conhecidos estão o resfriado comum a síndrome respiratória aguda grave também chamada Sars e a síndrome respiratória do Oriente Médio também chamada Mers Além disso no final do ano de 2019 um novo tipo de coronavírus foi descoberto na China sendo responsável por uma série de mortes 146 Unidade III A seguir descrevemos algumas das principais características das doenças causadas por esse vírus Resfriado comum afeta as vias aéreas superiores e pode ser causado por diferentes vírus incluindo o coronavírus Geralmente leva a sintomas como obstrução nasal coriza espirro e tosse Normalmente as pessoas com resfriado não apresentam febre ou apresentam apenas febre baixa Síndrome respiratória aguda grave Sars é muito grave e foi identificada pela primeira vez na China no ano de 2002 A infecção teve início após contato com gatos selvagens doentes Essa doença evoluía de maneira muito rápida para insuficiência respiratória e foi responsável pela morte de cerca de 800 pessoas A epidemia foi interrompida em 2003 e desde 2004 nenhum caso da doença foi registrado Síndrome respiratória do Oriente Médio Mers foi identificada pela primeira vez no ano de 2012 na Arábia Saudita A transmissão iniciouse após dromedários serem infectados os quais são importantes reservatórios dos vírus Até 22 de maio de 2014 204 mortes já haviam sido confirmadas em decorrência da doença Coronavírus 2019nCoV foi isolado no dia 7 de janeiro de 2020 e descoberto após uma série de infecções respiratórias sem explicação se iniciarem na China Até o dia 27 de janeiro de 2020 80 mortes já haviam sido confirmadas em decorrência da doença A principal suspeita é que a infecção pelo novo coronavírus tenha sido iniciada pelo consumo de carne de animais como cobras e morcegos Saiba mais Que tal saber mais sobre o novo coronavírus Para isso leia o artigo LIMA C M A de O SARSCoV2 uma revisão para o clínico Radiol Bras v 53 n 2 maioabr 2020 Disponível em httpsbitly3vH1ouy Acesso em 4 maio 2021 Varicela catapora Vírus da varicelazoster HHV3 O agente etiológico da varicela catapora e do herpeszoster é o vírus da espécie Human herpesvirus 3 Na catapora as células da pele tornamse os principais sítios para a replicação viral Surgem as lesões de característica maculopapular que evoluem para vesículas e depois para ulcerações e necrose da derme Os sintomas de febre malestar cefaleia e dor abdominal frequentemente ocorrem por 24 a 48 horas antes do aparecimento do exantema Sintomas como a febre irritabilidade letargia e perda de apetite são comuns e tendem a desaparecer nas primeiras 72 horas após aparecimento do exantema O exantema se inicia na face ou tronco Gera um prurido intenso Após 24 a 48 horas o fluido vesicular tornase turvo e as crostas aparecem Lesões da orofaringe conjuntiva e vagina são comuns Lesões novas aparecem por até seis dias A varicela subclínica é muito rara 147 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA A reativação apresentase tipicamente como herpeszoster um exantema vesicular em geral confinado à distribuição de um ou mais nervos sensoriais Em indivíduos imunocomprometidos o exantema é em geral mais extenso e a replicação cutânea é acompanhada por viremia Novas lesões aparecem por até sete dias Doença exantemática rubéola Vírus da rubéola O vírus é transmitido principalmente por partículas geradas por pessoas infectadas podendo ser detectado em secreções nasofaríngeas de sete a quatorze dias após o aparecimento do exantema O início da infecção dáse em células epiteliais do trato respiratório superior posteriormente alcançando o tecido linfoide da nasofaringe de onde há disseminação sistêmica envolvendo vários órgãos O período de incubação varia em média de oito a 14 dias o exantema surge em média de 16 a 18 dias depois do início da infecção é de característica bastante benigna aparecendo inicialmente na face e rapidamente se disseminando para o tronco e extremidades distais As complicações mais comuns incluem artrite artralgia encefalopatia e trobocitopenia Em gestantes é temido por sua capacidade de causar másformações sendo preconizado durante o período prénatal exames sorológicos para avaliação do status sorológico e monitoração das pacientes susceptíveis Em RN é reconhecidamente a maior causa de surdez não genética Hepatite infecciosa do tipo A Vírus da hepatite A HVA Sabese que o HVA se instala primariamente no fígado utilizando o aparelho digestivo como via de entrada sem causar lesão local A hepatite A é transmitida pela via fecaloral e os alimentos e a água contaminados são os principais veículos de transmissão durante os períodos de epidemias Nos ambientes familiar e institucional o contato pessoal íntimo pode facilitar o contágio sobretudo pelo compartilhamento de copos e talheres A transmissão por via parenteral sob a forma de transfusão ou uso de fármacos ainda que teoricamente possível não tem sido verificada Os pacientes infectados são transmissores da doença por um período que varia de duas a três semanas antes do aparecimento da icterícia amarelamento típico da pele e das mucosas caracteristico de infecções hepáticas até duas semanas após a regressão desse sintoma A fase ictérica é acompanhada pelo aparecimento de urina escura e fezes descoloradas manifestações claras de excesso de bilirrubina não conjugada na circulação sanguínea bilirrubinemia Essa fase iniciase após até dez dias depois do aparecimento dos sintomas iniciais A doença é mais leve em crianças do que em adultos e a recuperação em geral é completa não se observando casos de infecção crônica Hepatite infecciosa do tipo B Vírus da hepatite B HBV A infecção pelo vírus da hepatite B pode resultar em diversas patologias mais de 65 a 80 das infecções ocorrem de forma subclínica 20 a 35 ocorrem na forma de doença com icterícia Dos indivíduos infectados 90 a 98 têm recuperação completa e 2 a 10 evoluem para doença crônica Quanto menor for a idade do paciente infectado maior a probabilidade de desenvolvimento de infecção crônica 148 Unidade III O vírus da hepatite B pode ser transmitido de três formas a através de contato percutâneo com sangue ou produtos de sangue infectados b através de contato sexual c por transmissão perinatal da mãe infectada para a criança Os pacientes infectados de forma crônica apresentam maior chance de desenvolver situações mais graves como o carcinoma hepatocelular A taxa de sobrevivência varia em torno de 25 a 60 dependendo do tamanho do tumor e da possibilidade de sua remoção Hepatite infecciosa do tipo C Vírus da hepatite C HCV O vírus da hepatite C HCV é transmitido quase que exclusivamente pela exposição parenteral a sangue produtos de sangue e objetos contaminados com sangue A triagem de doadores de sangue quase eliminou a transmissão por essa via embora o risco mais importante atualmente seja a contaminação de seringas compartilhadas por usuários de fármacos injetáveis A transmissão sexual e a perinatal já foram encontradas mas não parecem ser vias de transmissão comuns no entanto é importante ressaltar que a prevenção com uso de preservativos e os exames prénatais podem constituir um grande obstáculo para a manutençao desse vírus por essas formas de transmissão por isso a prevenção precisa ser constantemente divulgada e reforçada O período ou fase de incubação da hepatite C ocorre em média em sete semanas As infecções podem variar desde subclínicas até fulminantes Os sintomas clínicos são semelhantes aos das demais hepatites virais mas raramente ocorrem em mais de um terço dos pacientes Observação Conhecer as características do vírus sobretudo das hepatites A B e C auxilia e muito no diagnóstico imunológico dessas infecções sobretudo no que envolve a caracterização da fase de doença Retrovírus Síndrome da imunodeficiência adquirida Aids HIV A Aids é causada pelo HIV vírus da imunodeficiência humana e é transmitida por meio de relações sexuais sangue contaminado pelo uso de agulhas e seringas contaminadas e transfusão sanguínea e transmissão vertical da mãe para o feto Há comprometimento da resposta imunológica do organismo infectado deixandoo desprotegido e suscetível ao desenvolvimento de múltiplas infecções Diversas características favorecem a propagação do vírus da Aids como o fato de o indivíduo infectado não ficar doente logo no início da contaminação ou seja há um período de latência muito grande variando em média de dois a sete anos A pessoa por algum tempo pode ter o vírus sem produzir anticorpos detectáveis pelo exame janela imunológica 149 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA É importante ressaltar que não há evidências de transmissão da Aids por meio de fluidos corporais como saliva lágrimas e suor objetos ou ambientes como piscina sanitários sabonetes pratos talheres e copos contato pessoal como aperto de mão abraços e beijos picadas de insetos como mosquitos e pernilongos A infecção aguda pode ser tão discreta a ponto de se confundir com um simples processo gripal ou adquirir dimensões mais graves como alterações neurológicas Após os sintomas iniciais o portador do HIV costuma permanecer assintomático durante vários anos Porém em cinco anos em média começam a surgir os primeiros sinais e sintomas Observase então o aumento generalizado dos linfonodos episódios de febre sudorese emagrecimento e diarreia que podem durar de semanas a meses O aparecimento das conhecidas infecções oportunistas ou de neoplasias costuma ocorrer em estágios mais avançados da doença No entanto as infecções oportunistas podem ser as primeiras manifestações clínicas da doença O diagnóstico baseiase na história clínica e na sorologia específica antiHIV ELISA e Western Blot Até o momento não foi descoberto nenhum medicamento que proporcione cura da doença o tratamento preconizado por meio do uso de vários fármacos apenas prolonga a vida do doente Parvovírus O Parvovírus é responsável por infecões de vários animais incluindo cães raposas suínos e outros O Erytrovírus antes descrito como Parvovírus B19 recebeu esse nome por seu tropismo pelas células eritropoieticas Este é o mais estudado por estar associado em humanos a doenças como o eritema infeccioso a artropatia e a crise aplástica A disseminaçãoo do vírus ocorre pelas fezes urina saliva secreções nasais e provavelmente por contato com fluidos genitais Figura 59 Microscopia eletrônica do Parvovirus 150 Unidade III Papilomavírus A família Papillomaviridae é constituída pelos 16 gêneros incluindo centenas de tipos virais O Papilomavírus humano HPV é o mais conhecido sendo o causador de tumores benignos e malignos de pele e das mucosas O desenvolvimento desses tumores depende de vários fatores como tabagismo alcoolismo múltiplos parceiros sexuais início precoce da vida sexual e gravidez principalmente antes dos 18 anos A transmissão do HPV ocorre na maioria dos casos pelo contato sexual não precisando necessariamente haver a penetração mas apenas um contato íntimo Outras formas de contágio menos frequentes podem ocorrer pelo uso de instrumentos ginecológicos não esterilizados compartilhamento de roupas íntimas contaminadas entre outros O diagnóstico pode ser feito através dos exames clínico e laboratorial como papanicolau colposcopia e biópsia das lesões suspeitas Métodos moleculares como a PCR são os mais adequados para a caracterização dos sorotipos virais Polyomavírus Os Polyomavírus humanos BKV e JCV são os membros do gênero Polyomavírus As infecções primárias por esses vírus ocorrem principalmente na infância e são geralmente assintomáticas Os vírus podem persistir após a infecção primária na forma latente em vários órgãos especialmente nos rins Em pacientes com deficiência imunológica associada principalmente à Aids esses vírus podem ser reativados e causar algumas doenças A reativação do BKV acarreta doenças do trato urinário como a cistite hemorrágica e outras nefrites enquanto a reativação do JCV leva a leucoencefalopatia multifocal progressiva Herpesvírus São vírus extremamente infecciosos porém de característica normalmente benigna Estimase que 97 da população mundial já tenha tido contato com esse vírus e uma grande parte não apresentou sintoma Alguns vírus dessa família podem apresentar neurotropismo levando ao desenvolvimento de encefalites outros são linfotrópicos ou seja possuem afinidade pelos linfócitos o que pode desencadear distúrbios do sistema imunológico causando graves infecções em pacientes imunodeprimidos ou suprimidos como pacientes com Aids e transplantados de órgãos e ou de tecidos São descritos oito tipos de vírus herpes subdivididos em famílias como descrito a seguir As subfamílias de herpesvírus são Alfaherpesvírus Vírus Herpes Simplex 1 e 2 HSV1 e HSV2 causadores da doença vulgarmente conhecida por Herpes 151 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Vírus da Varicelazoster HHV3 Human Herpesvirus3 também conhecido por catapora zoster no Brasil ver Herpeszóster Betaherpesvírus Citomegalovírus ou HCMV Human Cytomegalovirus ou HHV5 Human Herpesvirus5 causa um tipo de mononucleose infecciosa Herpesvírus 6 e 7 HHV6 e HHV7 Human Herpesvirus6 e 7 causa da doença infantil infecciosa roséola Gamaherpesvírus Vírus EpsteinBarr HHV4 causa a doença do beijo ou mononucleose infecciosa Envolvido na patogênese de alguns cancros como o linfoma de Burkitt e o carcinoma nasofaringeal Herpesvírus8 HHV8 Human Herpesvirus8 ou KSHV Kaposis Sarcomaassociated Herpesvirus vírus que pode causar sarcoma de Kaposi hemangiossarcoma ou seja tumor maligno de vasos sanguíneos Flavivírus A família Flaviviridae é composta por três gêneros Hepacivirus Pestivirus e Flavivirus O primeiro gênero tem como única espécie até hoje identificada o vírus da hepatite C O segundo agrupa os vírus que infectam mamíferos nos humanos com destaque para os 187 vírus da diarreia bovina e o vírus da peste suína O último de acordo com o VIII Relatório do Comitê Internacional em Taxonomia Viral ICTV agrupa aproximadamente 50 espécies de vírus de difícil identificação morfológica e taxonômica dividindo o gênero em 10 grupos antigenicamente relacionados Entre eles o vírus da febre amarela o grupo do dengue vírus DENV o grupo do Mammalian Tickborne vírus TBEV o grupo do Aroa vírus AROAV e o grupo do Japanese encephalitis vírus JEV Os vírus dessa família possuem como ácido nucleico o RNA de cadeia linear simples polaridade positiva e comprimento médio entre 95 a 123 kd Apresentam capsídeo icosaedro o que lhes confere um aspecto esférico recoberto pelo envelope E as partículas virais possuem um diâmetro com cerca de 40 a 60 nm Os representantes dessa família são considerados arbovirus pois possuem artrópodes como vetor A palavra arbovírus é de origem inglesa arthropodborne vírus que significa vírus carregado por um artrópode Os vírus ficam então armazenados no vetor e por vezes proliferam sem causar danos Duas espécies dessa família representam um grande problema de saúde pública no Brasil o vírus da dengue e o vírus da febre amarela 152 Unidade III Glicoproteína Glicoproteína Bicamada lipídica Bicamada lipídica Nucleocapsídeo Nucleocapsídeo Figura 60 Microscopia eletrônica do vírus do dengue do tipo 1 Observação As arboviroses têm representado um grande desafio à saúde pública devido às mudanças climáticas e ambientais e aos desmatamentos que favorecem a amplificação a transmissão viral além da transposição da barreira entre espécies Consequentemente causando o aparecimento das doenças por eles provocadas As mais conhecidas são as causadas por dengue DENV zika ZIKV chikungunya CHIKV e vírus da febre amarela em inglês conhecido como yellow fever virus YFV Paramixovírus Das doenças causadas pelos vírus dessa família o sarampo constitui uma das mais estudadas e importantes Essa doença pode causar três formas de encefalite 1 infecção direta dos neurônios 2 encefalite pósinfecção que se acredita ser mediada imunologicamente 3 panencefalite esclerosante subaguda SSPE causada por uma variante defectiva do vírus durante a fase aguda da doença O vírus SSPE age lentamente e causa sintomas e efeitos citopáticos em neurônios muitos anos após a fase aguda da doença 153 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA O vírus pode ser transmitido desde cinco dias antes até quatro ou cinco dias depois de as lesões de pele manchas vermelhas características da doença aparecerem O período de maior transmissibilidade ocorre 48 horas antes e até 48 horas depois do início dessa manifestação da pele Os sintomas geralmente se manifestam após cerca de 10 dias da infecção A essa altura a pessoa poderá apresentar coriza tosse febre ascendente a cada dia que passa as temperaturas são mais altas conjuntivite manchas vermelhas alguns dias depois aparecem os exantemas ou rash grosseirão com manchas vermelhas Os exantemas se espalham por todo o corpo começam a partir da parte de trás das orelhas e pescoço para depois avançarem para os membros superiores e inferiores braços e pernas e o abdome Essa fase pode durar três quatro cinco dias mesmo período em que a febre começa a abrandar 81 Diagnóstico laboratorial de infecções virais Para se realizar o diagnóstico de infecções virais devese atentar antes para algumas informações bastante relevantes Inicialmente é importante lembrar que podem ocorrer infecções duplas diferentes vírus podem ter a mesma ocorrência sazonal e geográfica pode ocorrer infecção inaparente por um vírus e clínica por outro muitos vírus são facilmente isolados durante os primeiros dias da doença e outros nem cultiváveis são Diante do exposto é importante destacar que para se identificar de maneira positiva a presença de uma partícula viral em um espécime devese lembrar que a partícula só pode ser obtida de tecidos ou células infectadas as partículas obtidas de várias fontes devem ser idênticas independentemente da espécie celular em que o vírus se encontra o grau de atividade infecciosa varia diretamente com o número de partículas presentes o grau de destruição da partícula física por métodos químicos ou físicos está associado a uma perda correspondente da atividade viral antisoros preparados contra o vírus devem reagir com a partícula De uma maneira geral amostras colhidas para diagnóstico virológico podem ser refrigeradas por até 24 horas não podendo ser congeladas amostras de sangue total e de tecido seja para cultura de células ou isolamento viral As amostras de diferentes espécies como sangue leite colostro saliva urina fezes lCR entre outras devem ser colhidas em tubo estéril contendo meio de transporte adequado sendo um dos mais usados o meio Hanks Classicamente podese utilizar de diferentes técnicas para o diagnóstico de infecções entre elas destacamse a cultura de células com fim ao isolamento viral para tal utilizase de linhagens celulares estabelecidas meios de manutenção apropriados nos quais tradicionalmente e preventivamente são adicionadas substâncias antibactericidas e antifúngicas Muitos vírus podem crescer em culturas de células ou em ovos férteis em condições controladas As linhagens celulares mais utilizadas são conhecidas como Hep derivadas de carcinoma de laringe Hela derivadas de células de carcinoma de colo uterino PF fibroblasto humano Rim Rhesus células renais derivadas de macaco Rhesus Vero células de renais de macaco verde africano 154 Unidade III As células de mamíferos foram cultivadas pela primeira vez em laboratório há pouco mais de 70 anos Em meados do século XX um grupo de pesquisadores isolou o Poliovirus em cultura de células A partir daí uma infinidade de famílias virais foi isolada e identificada sendo algumas dessas não associadas às doenças da época Por meio da microscopia ótica a presença do vírus é identificada de forma indireta através de alterações morfológicas na célula denominadas efeito citopático CPE O uso de animais de laboratório não é muito utilizado atualmente por dois motivos principais o primeiro pela dificuldade de aprovação do uso pelos Comitês de Ética de Animais de Laboratório e de Biossegurança que sugere quando é viável a utilização de outros métodos o segundo pelo tempo demandado para o desenvolvimento da doença no animal Na maioria das vezes não é possível reproduzir a doença humana em animais sendo difícil a correlaçõo com a encontrada em humanos O método utilizado de ovos embrionados para o cultivo de alguns vírus no caso utilizamse ovos de galinha do tipo SPF specific pathogen free se deve basicamente a cinco critérios Facilidade de crescimento e manipulação uma vez que não é necessário cuidado com manejo e alimentação Disponibilidade do material Meio constante com composição qualitativa possuindo grande concentração de nutrientes Ausência da produção de anticorpos pelo embrião livre de patógenos Meio estéril enquanto o ovo estiver fechado O isolamento do vírus se faz necessário sempre que ocorrerem novas epidemias como no caso das causadas pelo vírus influenza quando as provas sorológicas não são úteis ou quando a mesma doença pode ser provocada por muitos agentes diferentes meningites bacterianas e virais Em muitos casos existe uma dificuldade clara em se implementarem as técnicas clássicas de diagnóstico virológico nesse sentido cada vez mais novas metodologias vêm sendo implementadas a fim de otimizar esse processo de avaliação Assim destacamse atualmente as técnicas sorológicas e de biologia molecular Entre as técnicas sorológicas fundamentadas na pesquisa de antígenos eou de anticorpos mais utilizadas damos ênfase especial às técnicas de ELISA e WesternBlotting na pesquisa de anticorpos contra o vírus HIV ShellVial técnica utilizada de maneira especial na detecção de antígeno do citomegalovírus CMV Antigenemia fundamentada no principio de imunohistoquímica a qual utiliza anticorpos monoclonais específicos contra proteína precoce do CMV Imunofluorescência no diagnóstico e diferenciação das infecções respiratórias testes de Aglutinação na pesquisa de antígenos associados a vírus causadores de doenças gastrintestinais como o rotavírus O diagnóstico molecular apresenta vantagens inquestionáveis visto que permite o diagnóstico principalmente para vírus não isolados É relativamente rápido apresenta alta sensibilidade e especificidade permite o diagnóstico diferenciado de infecção por diferentes sorotipos ou até de vírus 155 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA diferentes suas desvantagens no entanto residem no custo elevado no risco de resultado errôneo principalmente para vírus latentes e ainda de difícil implantação na rotina dos laboratórios básicos de saúde A técnica mais utilizadas é a reação em cadeia pela polimerase também conhecida como PCR e todas as suas vertentes 82 Tratamento das infecções virais O controle de algumas doenças virais através da quimioterapia foi uma grande conquista das últimas décadas Devido à característica peculiar dos vírus que é a de agir como um parasita intracelular obrigatório durante muito tempo achouse que seria impossível o desenvolvimento de fármacos contra esses agentes A identificação de enzimas produzidas por esses agentes e que lhes possibilita replicar no interior das células impulsionou os estudos de fármacos capazes de inibir tais enzimas de modo a não danificar as células do hospedeiro Considerando que todas as fases do ciclo de replicação viral requerem a participação de uma enzima o bloqueio de qualquer uma das referidas fases acarretaria a não formação da partícula infecciosa Considerando que os vírus somente replicam no interior das células e utilizam as mesmas vias metabólicas que as células sadias os fármacos antivirais são frequentemente mais tóxicos para as células humanas que os antibióticos Um outro problema dos fármacos antivirais é que os vírus podem desenvolver rapidamente resistência Entre os mecanismos gerais de ação dos antivirais destacamse alguns que descrevemos a seguir A amantadina e rimantadina inibem a penetração da partÌcula viral no hospedeiro bloqueiam a liberação do genoma viral e a sua subsequente transferência para a célula hospedeira Fármacos como o Zanamivir e Oseltamivir se configuram inibidores da neuraminidase já Paramivir impede a liberação de novos vírus da célula infectada Conhecidos por sua ação antiherpética o Aciclovir Valaciclovir Penciclovir e Fanciclovir agem na inibição competitiva da DNA polimerase O trifosfato de Aciclovir é incorporado no DNA viral impedindo o alongamento da cadeia de DNA No caso do Valaciclovir este é convertido em Aciclovir quando ingerido e o Penciclovir apresenta potência 100 vezes menor que o Aciclovir O Foscarnet inibe a DNA polimerase a RNA polimerase e a transcriptase reversa já o Fomivirsem complementar à sequência de bases hibridizase e bloqueia a expressão do RNAm do CMV inibindo a síntese proteica e por conseguinte a replicação viral Os Interferons ligamse a receptores de superfície em células infectadas inibindo a transcrição e a tradução do RNAm viral 156 Unidade III Lembrete Os fármacos antivirais atuam interrompendo o processo infeccioso Dependendo do vírus e do medicamento o processo de bloqueio pode ocorrer em muitos locais diferentes Às vezes são usados vários medicamentos para tratar uma infecção específica para que mais de um processo viral seja interrompido e as chances de o paciente recuperarse da infecção aumentem Observação Muitos biomédicos dedicamse à pequisa em virologia sobretudo aliando os conhecimentos básicos da microbiologia à farmacologia imunologia e biologia molecular Resumo Nesta unidade conhecemos mais sobre a virologia ou seja o estudo dos vírus Pudemos compreender suas características estruturais como são classificados seus mecanismos de replicação e de patogênese Também pudemos reconhecer as principais formas de diagnóstico e prevenção assim como estudar as principais doenças virais Por fim e não menos importante aprendemos sobre o tratamento das infecções virais os principais fármacos e as suas recomendações 157 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Exercícios Questão 1 O Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus ICTV International Committee on Taxonomy of Viruses é a entidade responsável pela classificação desses organismos Duas das principais características consideradas são a estrutura do genoma e os métodos de replicação das partículas virais A respeito de tais características avalie as afirmativas I Nos retrovírus a enzima transcriptase reversa é responsável por criar uma cópia de DNA de fita dupla a partir do RNA viral Esse DNA é inserido no genoma da célula hospedeira e pode tanto permanecer em estado quiescente quanto ser transcrito II O genoma dos vírus ssDNA single strand DNA é constituído por DNA de fita simples Na célula hospedeira ocorre a síntese da fita de DNA complementar que compõe o material genético da progênie viral III Nos vírus de RNA de cadeia simples negativa o RNA mensageiro é sintetizado a partir da leitura do RNA viral Esse processo ocorre dentro da célula hospedeira graças à ação de uma enzima originalmente contida no interior do vírion IV A transcrição reversa não envolve os mesmos mecanismos de verificação de erros que a replicação do DNA e por esse motivo os vírus de RNA sobretudo os retrovírus são especialmente propensos a mutações Estão corretas apenas as afirmativas A I III e IV B I II e III C II III e IV D I e III E II e IV Resposta correta alternativa A 158 Unidade III Análise das afirmativas I Afirmativa correta Justificativa o que caracteriza um retrovírus é a presença de genoma de RNA e da enzima transcriptase reversa Essa enzima produz uma fita dupla de DNA que é complementar à fita simples de RNA que constitui o genoma do vírus O DNA complementar é incorporado ao genoma da célula hospedeira e passa a ser controlado pela maquinaria replicativa e transcricional de tal célula Na infecção ativa mas não na latente ocorre a transcrição do DNA viral O RNA resultante é usado como molde para a síntese das proteínas virais ou também é armazenado no interior dos vírions nascentes para compor seu genoma O retrovírus mais conhecido é o vírus da imunodeficiência humana HIV II Afirmativa incorreta Justificativa durante a cópia do material genético dos vírus ssDNA do inglês single strand DNA evento que ocorre no núcleo da célula hospedeira a fita simples de DNA é utilizada para a produção de uma fita de DNA complementar Esse DNA complementar serve de molde para a posterior síntese do material genético da progênie viral Assim garantese que os vírions nascentes tenham o genoma com sequência idêntica ou muito próxima ao vírus que inicialmente infectou a célula III Afirmativa correta Justificativa nos vírus de RNA de cadeia simples negativa o RNA do vírion tem sentido negativo ou seja é complementar ao RNA mensageiro Portanto o RNA viral precisa ser copiado no RNA mensageiro complementar de sentido positivo para que as proteínas possam ser feitas Assim além de codificar uma RNA polimerase dependente de RNA esses vírus também precisam empacotála no vírion para que ela possa sintetizar RNA mensageiro ao infectar a célula IV Afirmativa correta Justificativa durante o processo de replicação do DNA podem ocorrer erros ou mutações na sequência complementar que está sendo sintetizada Existem vários mecanismos de reparo que visam a corrigir essas mutações o reparo por mau pareamento a química reversa o reparo de excisão e o reparo de quebras de fita dupla Esses mecanismos não estão presentes nos processos de transcrição comum e de transcrição reversa e portanto os vírus de RNA são mais suscetíveis a mutações 159 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Questão 2 Por se tratar de uma doença pandêmica emergente o espectro clínico da Covid19 bem como seu padrão de letalidade de mortalidade de infectividade e de transmissibilidade não foram ainda completamente elucidados Todos esses parâmetros dependem dos aspectos estruturais e funcionais do vírus causador da doença conhecido como SARSCov2 Sabese que o SARSCov2 pertence à família dos coronavírus cujo genoma é constituído por RNA de cadeia simples positiva envolto por capsídeo helicoidal revestido por espículas proteicas A respeito das suas principais características assinale a alternativa INCORRETA A Detergentes são capazes de dissolver o envelope lipídico que reveste o nucleocapsídeo do SARSCov2 e assim desestabilizar a partícula viral É por esse motivo que a lavagem das mãos ou a higienização com etanol 70 são estratégias efetivas para diminuir a transmissão do vírus B A proteína S Spike constitui as espículas presentes na superfície do SARSCov2 Essa proteína interage com receptores específicos presentes na superfície das células do trato respiratório do hospedeiro o que dá início à infecção C Por ser vírus de RNA o SARSCov2 realiza ciclo lisogênico nas células infectadas Isso significa que o RNA viral sofre transcrição reversa o que origina uma molécula de DNA complementar que é integrada ao genoma da célula hospedeira e transmitida às célulasfilhas durante o processo de mitose D O envelope lipídico do SARSCov2 é originário da célula infectada E A frequência de mutações no material genético do SARSCov2 é alta o que pode resultar na existência de sorotipos com diferentes padrões de infectividade de transmissibilidade e de manifestações clínicas Resposta correta alternativa C Análise das alternativas A Alternativa correta Justificativa os coronavírus compreendem uma família de cerca de 40 vírus que infectam diversas espécies animais O nome deriva da observação de que as espículas presentes na superfície desses vírus dão a aparência de uma coroa solar Todos os coronavírus apresentam genoma constituído por RNA de cadeia simples positiva Esse RNA encontrase unido às proteínas N Nucleocapsídeo e o complexo resultante é envolto por um envelope derivado das membranas da célula hospedeira no qual são inseridas proteínas de origem viral como a proteína M Membrana e a proteína S Spike que constitui as espículas Por apresentar natureza lipídica o envelope é sensível a sabões e a outras substâncias como o etanol 70 Em contato com elas o envelope lipídico é dissolvido o que desestabiliza o vírus 160 Unidade III B Alternativa correta Justificativa a infecção pelo SARSCov2 é iniciada com a ligação da proteína viral a uma molécula receptora presente na membrana da célula hospedeira A interação mais estudada até o momento ocorre entre a proteína S e a enzima conversora da angiotensina 2 ECA2 expressa na superfície das células do trato respiratório Após a interação o vírus penetra na célula e libera seu genoma C Alternativa incorreta Justificativa como se trata de vírus de RNA de fita simples positiva o processo de replicação viral ocorre todo no citoplasma da célula hospedeira A transcrição reversa e a incorporação do material genético do vírus no genoma do hospedeiro características dos retrovírus não são observadas Para a montagem de novas partículas virais o RNA do vírus é lido pelos ribossomos e são produzidas cópias das proteínas que compõem sua estrutura Além disso novas cópias de RNA são produzidas pelo processo de transcrição Eventualmente genomas e proteínas são agrupados e constituem novas partículas virais ainda incompletas D Alternativa correta Justificativa o envelope lipídico é adquirido quando as partículas virais atravessam o retículo endoplasmático e são envolvidas por sua membrana Os vírions agora completos deixam a célula hospedeira pelo aparelho de Golgi E Alternativa correta Justificativa os mecanismos de reparo do material genético não estão presentes durante o processo de replicação do RNA e portanto vírus de RNA como os coronavírus são muito propensos a mutações e a recombinações gênicas As recombinações podem eventualmente gerar novos vírus capazes de infectar inclusive outras espécies Foi assim que o SARSCov2 surgiu 161 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 IMAGEM1092JPG Disponível em httpsbitly3cqMJNe Acesso em 23 abr 2021 Figura 2 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 76 Figura 3 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 95 Figura 4 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 74 Figura 5 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 74 Figura 6 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 74 Figura 7 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 16 Figura 8 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 77 Figura 9 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 80 Figura 10 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 82 162 Figura 11 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 82 Figura 12 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 93 Figura 13 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 120 Figura 14 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 155 Figura 15 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 138 Figura 16 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 228 Figura 17 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 230 Figura 18 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 229 Figura 19 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 231 Figura 20 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 164 Figura 21 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 166 163 Figura 22 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 65 Figura 23 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 67 Figura 24 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 67 Figura 25 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 162 Figura 26 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 167 Figura 27 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 168 Figura 28 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 163 Figura 29 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 170 Figura 30 STAPHYLOCOCCUSAUREUSVISA2JPG Disponível em httpsbitly3aHuy4M Acesso em 28 abr 2021 Figura 31 640PXSTAPHYLOCOCCUSAUREUSAGARSANGRE2CACERCAMIENTOJPG Disponível em httpsbitly2PtTbuj Acesso em 28 abr 2021 164 Figura 32 LOW D E Infectious Diseases Streptocococcus pyogenes Infectious Disease Advisor sd Disponível em httpsbitly3vBYw2b Acesso em 3 maio 2021 Figura 33 A 640PXHEMOLYSISALPHABETAGAMMA01PNG Disponível em httpsbitly3nrU5El Acesso em 28 abr 2021 B STAPHYLOCOCCUSAUREUSAPPEARANCEONAGARPLATESJPG Disponível em httpsbitly3numCt1 Acesso em 28 abr 2021 C 640PXHEMOLYSISALPHABETAGAMMA01PNG Disponível em httpsbitly3nrU5El Acesso em 28 abr 2021 Figura 34 MACROPHAGEINFECTEDWITHFRANCISELLATULARENSISBACTERIA28595031083529JPG Disponível em httpsbitly3eB9Ep3 Acesso em 28 abr 2021 Figura 35 LEGIONELLAPNEUMOPHILAGRAMJPG Disponível em httpsbitly2PxFrik Acesso em 28 abr 2021 Figura 36 NEISSERIAGONORRHOEAEINURETHRALDISCHARGEJPG Disponível em httpsbitly2R76jpT Acesso em 28 abr 2021 Figura 38 QUILLIN S J SEIFERT H S Neisseria gonorrhoeae host adaptation and pathogenesis Nat Rev Microbiol v 16 n 4 p 226240 abr 2018 adaptada Figura 39 PHIL2043LORESJPG Disponível em httpsbitly2S5E6A1 Acesso em 26 abr 2021 Figura 40 BADRI T JENNET S B Rash associated with secondary syphilis New England Journal of Medicine v 364 n 1 jan 2011 p 71 165 Figura 41 TATUM R PEARSONSHAVER A L Borrelia Burgdorferi In StatPearls Internet 2020 Disponível em httpsbitly2S0uA17 Acesso em 26 abr 2021 Figura 42 LEPTOSPIRASHAPEJPG Disponível em httpsbitly3nmzyRk Acesso em 26 abr 2021 Figura 43 ANDRADE A R C de Banco de imagens ultraestruturais de espécies fúngicas de importância médica 2016 Monografia Bacharelado em Ciências Biológicas Universidade Federal do Ceará Fortaleza 2016 p 11 Figura 51 MACROCONIDIAMICROSPORUMCANISJPG Disponível em httpsbitly3xw1tmJ Acesso em 28 abr 2021 Figura 55 BRITO A C de QUARESMA J A S Lacaziose doença de Jorge Lobo revisão e atualização An Bras Dermatol v 82 n 5 p 461474 2007 p 466 Figura 56 FORTES M R P et al Imunologia da paracoccidioidomicose An Bras Dermatol v 86 n 3 maiojun 2011 Figura 58 SOBIOLOGIA Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra atual sd Disponível em httpsbitly3u2eoKP Acesso em 28 abr 2021 Figura 59 CANINESPARVOVIRUSJPG Disponível em httpsbitly3n2zW7z Acesso em 20 abr 2021 Figura 60 CARVALHO S E de S Caracterização molecular de vírus do dengue sorotipo1 e desenvolvimento de cDNA infeccioso 2009 Tese Doutorado em Patologia Molecular Universidade de Brasília Brasília 2009 p 5 166 REFERÊNCIAS Audiovisuais A CRISE das superbactérias explicada CIÊNCIA TODO DIA sl sd 1 vídeo 8 min 21 s Disponível em httpsbitly3fiMp5k Acesso em 26 mar 2021 O QUE são superbactérias OLÁ CIÊNCIA sl 2016 1 vídeo 8 min 6 s Disponível em httpsbitly3suu49c Acesso em 26 mar 2021 Textuais ALMEIDA L M M de et al Resposta in vitro de fungos agentes de micoses cutâneas frente aos antifúngicos sistêmicos mais utilizados na dermatologia An Bras Dermat v 84 n 3 p 248255 2009 Disponível em httpsbitly3gm4bFe Acesso em 20 abr 2021 ANVISA Diretriz nacional para elaboração de programa de gerenciamento do uso de antimicrobianos em serviços de saúde Brasília GVIMSGGTESANVISA 2017 ANVISA Módulo 4 Grampositivos sd Disponível em httpsbitly3vvROe9 Acesso em 28 abr 2021 ANVISA Detecção e identificação de bactérias de importância médica sd Disponível em httpsbitly3aLTdFz Acesso em 28 abr 2021 ANVISA Investigação e controle de bactérias multirresistentes maio 2017 Disponível em httpsbitly3eFKBkD Acesso em 28 abr 2021 ARGUDÍN M A MENDOZA M C RODICIO M R Food poisoning and Staphylococcus aureus enterotoxins Toxins Basel v 2 n 7 p 17511773 jul 2010 Disponível em httpsbitly3goCADc Acesso em 20 abr 2021 ASHURST J V DAWSON A Klebsiella Pneumonia In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 BAKER S THE H C T Recent insights into Shigella a major contributor to the global diarrhoeal disease burden Current Opinion in Infectious Deseases v 31 n 5 p 449454 out 2018 Disponível em httpsbitly3tJ8fmT Acesso em 22 abr 2021 BASSETTI M et al Characteristics of Staphylococcus aureus bacteraemia and predictors of early and late mortality PLoS One v 12 n 2 p e0170236 fev 2017 Disponível em httpsbitly3asSHvN Acesso em 20 abr 2021 167 BRAVO F et al Vacinas meningocócicas conjugadas no Brasil em 2018 intercambialidade e diferentes esquemas de doses 10 jul 2018 Disponível em httpsbitly3gG3VRE Acesso em 28 abr 2021 BREVES et al Methicillin and vancomycinresistant Staphylococcus aureus in health care workers and medical devices Staphylococcus aureus resistentes a meticilina MRSA e vancomicina VRSA em profissionais da saúde e artigos médicos J Bras Patol Med Lab v 51 n 3 p 143152 jun 2015 BROOKS G et al Jawetz Melnick Adelbergs medical microbiology 26 ed Nova Iorque McGraw Hill 2012 CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION CDC Pertussis whooping cough sd Disponível em httpsbitly3aNrBzH Acesso em 28 abr 2021 COOKE F J SLACK M P E GramNegative coccobacilli In COHEN J POWERDLY W G OPAL S M orgs Infectous diseases 4 ed Amsterdã Elsevier 2016 v 2 s 8 p 16111627 COSTUMBRADO J NG D K GHASSEMZADEH S Gonococcal Conjunctivitis In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 DANTAS K L S Patogenia das infecções víricas interações dos vírus com as células e com os hospedeiros In ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓSGRADUAÇÃO ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA 23 2018 Vale do Paraíba Anais Vale do Paraíba Univap 2018 Disponível em httpsbitly2QKmaLj Acesso em 4 maio 2021 DOGANAY G DOGANAY M Brucella as a potential agent of bioterrorism Recent Pat Antiinfect Drug Discov v 8 n 1 p 2733 abr 2013 DRUMMOND M R Detecção microbiológica e molecular da bacteremia por Bartonella spp em gatos 2012 Dissertação Mestrado em Clínica Médica Unicamp Campinas 2012 Disponível em httpsbitly2S285c6 Acesso em 28 abr 2021 ENG SK et al Salmonella a review on pathogenesis epidemiology and antibiotic resistance Frontiers in Life Science v 8 n 3 p 284293 9 jun 2015 EVANGELISTA M P ROCHA M S Acinetobacter baumannii em unidades de terapias intesivas com ênfase no seu perfil de sensibilidade revisão bibliográfica Revista Acadêmica Oswaldo Cruz ano 3 n 9 janmar 2016 Disponível em httpsbitly3vueDyz Acesso em 28 abr FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA N Gonorrhoeae no Brasil e no mundo Femina v 46 n 2 2018 Disponível em httpsbitly2PzpMz4 Acesso em 28 abr 2021 168 GIANNELLA R A Salmonella In BARON S org Medical microbiology 4 ed Galveston TX University of Texas Medical Branch at Galveston 1996 HARTEN R M van et al Multidrugresistant enterococcal infections new compounds novel antimicrobial therapies Trends in Microbiology v 25 n 6 p 467479 2017 HILL S A MASTERS T WACHTER J Gonorrhea an evolving disease of the new millennium Microb Cell v 3 n 9 p 371389 set 2016 Disponível em httpsbitly3ekZsB3 Acesso em 22 abr 2021 HOEER V S et al S aureus endocarditis clinical aspects and experimental approaches International Journal of Medical Microbiology v 308 n 6 p 640652 ago 2018 JAMIL R T FORIS L A SNOWDEN J Proteus mirabilis infections In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 JENKINS D R Nosocomial infections and infection control Medicine v 45 n 10 p 629633 2017 Disponível em httpsbitly2QBg7Il Acesso em 20 abr 2021 JIMENEZTRUQUE N et al Relationship between maternal and neonatal Staphylococcus aureus colonization Pediatrics v 129 n 5 p e1252e1259 2012 Disponível em httpsbitly3sA2Qgo Acesso em 20 abr 2021 KARPAGAM K B GANESH B Leptospirosis a neglected tropical zoonotic infection of public health importance an updated review European Journal of Clinical Microbiology Infectious Diseases v 39 n 5 p 835846 maio 2020 LANGONI et al Brazilian journal of veterinary research and animal science J Vet Res Anim v 37 n6 dez 2000 LEE A S et al Methicillinresistant Staphylococcus aureus Nat Rev Dis Primers v 4 maio 2018 Disponível em httpsgonaturecom3tBQohD Acesso em 20 abr 2021 LEMOS E V et al Carbapenem resistance and mortality in patients with Acinetobacter baumannii infection systematic review and metaanalysis Clin Microbiol Infect v 20 n 5 p 416423 maio 2014 Disponível em httpsbitly3sBOjAM Acesso em 20 abr 2021 LIMA C M A de O SARSCoV2 uma revisão para o clínico Radiol Bras v 53 n 2 maioabr 2020 Disponível em httpsbitly3vH1ouy Acesso em 4 maio 2021 MATOS E C O de et al Clinical and microbiological features of infections caused by Pseudomonas aeruginosa in patients hospitalized in intensive care units Rev Soc Bras Med Trop v 49 n3 p 305311 maiojun 2016 169 MEZZARI A et al Prevalência de micoses superficiais e cutâneas em pacientes atendidos numa atividade de extensão universitária Revista Brasileira de Ciência da Saúde v 21 n 2 p 151156 2017 Disponível em httpsbitly3m9xY4L Acesso em 30 mar 2021 MICHIGAN STATE UNIVERSITY Catalase test sd Disponível em httpsbitly3cmQUtF Acesso em 26 mar 2021 MICROBIOLOGY INFOCOM Coagulase testprinciple procedure types interpretation and examples 12 jun 2018 Disponível em httpsbitly3ud8uXH Acesso em 28 abr 2021 MIMICA M J Microbioma humano conceito principais características e potenciais implicações patológicas e terapêuticas Arq Med Hosp Fac Cienc Med v 62 n 1 p 4245 2017 Disponível em httpsbitly3lRg5aX Acesso em 26 mar 2021 MURRAY P Microbiologia médica São Paulo Grupo GEN 2017 PATTERSON M J Streptococcus In BARON S org Medical microbiology 4 ed Galveston TX University of Texas Medical Branch at Galveston 1996 PEREIRA L B Impetigo review An Bras Dermatol v 89 n 2 p 293299 2014 OLIVEIRA J REYGAERT W C Gram Negative Bacteria In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 PROBAC DO BRASIL Bula do painel para enterobactérias sd Disponível em httpsbitly2Qn51Ha Acesso em 22 abr 2021 RADOLF J D et al Treponema pallidum the syphilis spirochete making a living as a stealth pathogen Nat Rev Microb v 14 n 12 p 144159 dez 2016 RAMIREZ D GIRON M Enterobacter infections In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 REFFUVEILLE F et al Staphylococcus aureus biofilms and their impact on the medical field In ENANY S ALEXANDER L E C orgs The rise of virulence and antibiotic resistance in Staphylococcus aureus sl IntechOpen 2017 p 187201 Disponível em httpsbitly3nbVFKj Acesso em 20 abr 2021 OLIVEIRA R B de et al Pertussis diagnosis frequency of Bordetella pertussis detection from clinical samples by the culture method performed at regional laboratories of the Instituto Adolfo Lutz São Paulo Brazil Rev Inst Adolfo Lutz Impr v 66 n 2 p 194200 2007 QUILLIN S J SEIFERT H S Neisseria gonorrhoeae host adaptation and pathogenesis Nat Rev Microbiol v 16 n 4 p 226240 abr 2018 170 ROSS A SHOFF H W Toxic shock syndrome In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 ROUPHAEL N G STEPHENS D S Neisseria meningitidis biology microbiology and epidemiology Methods Mol Biol v 799 p 120 2012 SIENIAWSKI K et al Acinetobacter baumannii nosocomial infections Pol Przegl Chir v 85 n 9 483490 2013 SOARES G G et al Biofilm production and resistance profile of Enterobacter sp strains isolated from pressure ulcers in Petrolina Pernambuco Brazil J Bras Patol Med Lab v 52 n 5 p 293298 setout 2016 Disponível em httpsbitly3axSxDr Acesso em 22 abr 2021 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL SBPCML Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia ClínicaMedicina Laboratorial SBPCML boas práticas em microbiologia clínica Barueri SP Manole 2015 Disponível em httpsbitly3xxpMRi Acesso em 28 abr 2021 STEERE A C et al Lyme borreliosis Nat Rev Dis Primes v 2 p 119 2016 Disponível em httpsgonaturecom3aubEya Acesso em 22 abr 2021 TORTORA G J et al Microbiology an introduction 11 ed Nova Iorque Pearson 2013 WINN W C Legionnaires disease historical perspective Clin Microbiol Rev v 1 n 1 p 6068 jan 1988 Disponível em httpsbitly2PcUgGV Acesso em 22 abr 2021 XIANG X et al Investigation of ospC expression variation among Borrelia burgdorferi strains Front Cell Infect Microbiol v 7 p 19 abr 2017 Disponível em httpsbitly32Enhyc Acesso em 22 abr 2021 YADAV P MISHRA A K MISHRA A A systemic review on staphylococcal scalded skin syndrome SSSS a rare and critical disease of neonates Open Microbiol J v 10 p 150159 ago 2016 Disponível em httpsbitly3eofqub Acesso em 22 abr 2021 Exercícios Unidade II Questão 2 INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA INEP Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes Enade 2010 Biomedicina Questão 24 Disponível em httpsbitly3vtn65s Acesso em 28 abr 2021 Informações wwwsepiunipbr ou 0800 010 9000
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
52
Microbiologia e Micologia Básica: Fungos e Sua Importância
Microbiologia
UNIP
28
Características Gerais dos Fungos e sua Importância Ecológica e Industrial
Microbiologia
UNIP
108
Microbiologia e Micologia Básica
Microbiologia
UNIP
57
Unidade III: Microbiologia e Micologia Básica - Virologia
Microbiologia
UNIP
54
Introdução à Microbiologia: Estruturas e Características dos Microrganismos
Microbiologia
UNIP
1
Referências Bibliográficas sobre Fisiologia, Biologia e Imunologia
Microbiologia
UNIP
1
Recursos sobre Salmonela: Artigos, Vídeos e Testes
Microbiologia
UNA
6
Questões sobre Microbiologia de Alimentos
Microbiologia
UNA
17
Revisão sobre a Ocorrência de Staphylococcus aureus em Alimentos
Microbiologia
UNA
5
Relatório de Aulas Práticas em Microbiologia e Parasitologia
Microbiologia
UMG
Texto de pré-visualização
137 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Unidade III 7 VIROLOGIA 71 Características gerais dos vírus Existem muitas controvérsias na comunidade científica a respeito de o vírus ser ou não um ser vivo Muitos autores consideram que a vida se originou do RNA pois a partir dessa molécula são formadas novas quantidades dela mesma Em 1960 o físico alemão Manfred Eigen ganhador de um prêmio Nobel descobriu que era possível a replicação de RNA in vitro O RNA portanto tornouse um grande candidato à condição de supermolécula da vida primitiva capaz de se replicar e sofrer mutações albergando genes codificadores de enzimas e outras proteínas Desconhecese a origem dos vírus no entanto foram aventadas duas hipóteses ou teorias prováveis A primeira afirma que os vírus podem derivar de componentes de células hospedeiras que se tornaram autônomos para comprovar tal teoria alguns pesquisadores afirmam que algumas sequências virais estão relacionadas a porções de genes celulares que codificam domínios funcionais proteicos A segunda afirma que os vírus evoluíram a partir de bactérias ou de outras células de vida livre como exemplo podese citar os poxvírus que por serem grandes e complexos podem representar evolução de algum ancestral celular Apesar de terem a capacidade de se replicar os vírus não possuem um aparato enzimático suficiente para a replicação necessitando assim da maquinária celular para completar o seu ciclo replicativo o que o torna um parasita intracelular obrigatório Sua fragilidade aparente por ser estritamente dependente da célula é descartada pela capacidade de controle e redirecionamento do metabolismo celular para o seu próprio benefício Apesar da baixa complexidade estrutural pode causar grandes danos à célula hospedeira Algumas propriedades distinguem os vírus de outros microrganismos A primeira está relacionada ao seu tamanho o qual pode variar de 10 a 300 nm Dessa forma são considerados os menores microrganismos existentes podendo ser visualizados apenas através da microscopia eletrônica Para fins de comparação lembramos que as bactérias e células como as hemácias possuem em média de 10 a 15 vezes o tamanho dos vírus o que possibilita a identificação destes por meio da microscopia ótica Os vírus são os menores agentes infecciosos existentes sendo formados basicamente por proteínas e ácidos nucleicos DNA ou RNA São considerados inertes fora das células hospedeiras replicandose apenas em células vivas sendo parasitas no nível genético A gama de hospedeiros para determinado 138 Unidade III vírus pode ser grande ou extremamente limitada desde microrganismos unicelulares como bactérias e algas a plantas e animais superiores 72 Estrutura e taxonomia viral Estruturalmente os vírus são bastante simples quando comparados a microrganismos ditos superiores como bactérias fungos e parasitas Os vírus são constituídos basicamente por capsídio envoltório proteico ou camada que envolve o ácido nucleico Os capsômeros são as unidades estruturais do capsídio formadas por aglomerados de polipeptídio Alguns vírus podem ser formados por um invólucro também chamado de envoltório ou envelope formado por uma membrana contendo lipídios proteínas e glicoproteínas que circundam algumas partículas virais O conjunto do capsídeo com o ácido nucleico é denominado de nucleocapsídio Glicoproteínas Camada lipídica Invólucro proteico Transcriptase reversa RNA Figura 58 Ilustração da estrutura viral Ao final da replicação a progênie viral é constituída por partículas completas vírion que são infecciosas e por outras partículas incompletas e não infecciosas Em alguns gêneros como o Poliovírus e o Adenovírus os vírions consistem unicamente em nucleocapsídeo Já em outros gêneros como o Mixovírus o Herpesvírus e o Poxvírus os vírions são constituídos por uma membrana lipoproteica externa o envelope Muitos vírus adquirem o envelope durante sua saída da célula hospedeira para onde levam parte da membrana celular O material genético do vírus pode ser constituído de DNA ou RNA podendo ser formado por um único segmento fita simples ou dois segmentos fita dupla Além disso inúmeros vírus apresentam um arsenal próprio de enzimas responsáveis por facilitar os processos de infecção e replicação viral o exemplo mais conhecido é o da transcriptase reversa enzima esta presente no vírus da imunodeficiência humana HIV e responsável pela conversão do RNA viral em DNA o que facilita o processo de replicaçao em células pelas quais o vírus apresenta tropismo O International Committee on Taxonomy of Viruses ICTV vem aprimorando as normas de classificação viral estabelecendo assim uma taxonomia exclusiva para a organização dos vírus O mais importante de todo esse princípio é que os vírus podem ser agrupados de acordo com as suas 139 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA propriedades físicas químicas e biológicas assim como as das células que infectam Dessa forma os vírus podem ser classificados de acordo com o tipo de ácido nucleico simetria do capsídeo presença ou ausência do envelope tamanho e sensibilidade frente a determinadas substâncias químicas como descrito a seguir 1 Tipo de ácido nucleico os vírus podem ser constituído de RNA ou DNA filamento único ou duplo 2 Tamanho morfologia e simetria além do número de capsômeros presença ou ausência de invólucro Quanto à simetria vale ressaltar que os vírus podem apresentar duas formas ou simetrias bastante características tendo como base a forma do capsídeo viral Estas podem ser a helicoidal quando o capsídeo não apresenta uma forma geométrica definida lembrando uma mola ou uma grande espiral exemplo vírus do mosaico do tabaco b icosaédrico quando apresenta a forma geométrica de um icosaedro ou seja 20 lados iguais Nesse caso se contabilizarmos a quantidade de capsômeros existentes em uma das faces seria razoavelmente fácil aventar a quantidade de capsômeros multiplicandose o resultado por 20 exemplo Adenovírus 3 Susceptibilidade a agentes físicos e químicos quando nos referimos à susceptibilidade a agentes físicos e químicos nos referimos a fatores como pH do qual em geral os vírus são estáveis entre valores variando de 50 a 90 Radiação na qual se comprova que a luz ultravioleta os raios X e partículas irradiadas são capazes de impedir a replicação viral Susceptibilidade a substâncias como éter que permite distinguir os vírus que possuem invólucro dos que não possuem e susceptibilidade a detergentes não iônicos como Nonidet P40 e triton X100 os quais solubilizam o conteúdo lipídico dos invólucros além de DOC dodecil sulfato de sódio que apresenta a capacidade de romper os capsídeos virais Portanto podese classificar os vírus em razão da maior ou menor susceptibilidade dos vírus a esses agentes eou substâncias 4 Presença de enzimas específicas a DNA ou RNA polimerases responsáveis pela polimerização ou seja formação de novas fitas de DNA e RNA respectivamente b Transcriptases como a transcriptase reversa que consegue produzir uma fita de DNA a partir de uma matriz de RNA c Neuraminidades que conferem maior virulência para alguns vírus são normalmente essas enzimas o alvo no tratamento contra algumas infecções d Hemaglutininas glicoproteínas responsáveis pela ancoragem dos vírus na membrana das células hospedeiras 5 Propriedades imunológicas é avaliada a capacidade de gerar diferentes estímulos à resposta imune como resposta humoral celular ativação de citocinas e de sistema complemento 6 Métodos de transmissão os vírus podem ser transmitidos de diferentes formas através de secreções e materiais biológicos de uma maneira geral como provenientes de vias respiratórias secreções genitais como sêmen esperma além de amostras de sangue fezes urina LCR leite materno colostro Podem ser transmitidos de forma direta por contato íntimo ou não através de aleitamento materno atividade sexual uso de material perfurocortante beijo ou através de vetores como insetos e mosquitos entre outras formas 140 Unidade III 7 Tropismo pode ser entendido como a afinidade de um vírus a uma célula ou conjunto de células Esse tropismo não é definido ao acaso mas sim por uma afinidade íntima entre proteínas e glicoproteinas virais e receptores presentes na membrana de células Esse tropismo é capaz de determinar o quanto uma célula será ou não permissível à infecção viral Estudos de produção de vacinas por exemplo baseiamse no bloqueio de determinados receptores para impedir a ancoragem do vírus à célula impedindo por conseguinte sua replicação em outros casos reconhecese a capacidade de inúmeros vírus de modificarem suas proteínas e glicoproteínas a fim de conseguirem se ligar a diferentes receptores presentes nas membranas de nossas células 8 Patologia as infecções virais podem ocasionar inúmeros processos de doenças distintos desde assintomáticos e simples resfriados até situações mais graves que podem atingir o SNC tecido cardíaco rins e outros tecidos nobres determinando um prognóstico mais grave e às vezes fatal 9 Sintomatologia a grande maioria das infecções virais é subclínica e portanto assintomática no entanto a investigação de sintomas alguns deles considerados patognomônicos característicos de determinada infecção é fundamental na elucidação do processo infeccioso e de sua etiologia 73 Replicação viral Por que dizemos que vírus se replicam e não se multiplicam A resposta é simples diferentemente de outros microrganismos que apresentam formas variadas de reprodução como divisão binária esporogonia fusão de gametas etc os vírus fazem cópias de seu material genético utilizando para tanto a maquinaria por assim dizer da célula hospedeira O processo de replicação pode resumidamente ser dividido em cinco etapas distintas sendo elas 1 adsorçao viral 2 penetração 3 síntese dos componentes virais 4 maturação da partícula viral 5 liberação A adsorção referese à etapa em que ocorre o contato da partícula viral com a célula hospedeira De início entendese que esse contato possa ser revertido no entanto evolui rapidamente para um contato cada vez mais íntimo chegando ao ponto de se tornar irreversível A adsorção é a condição fundamental para que possa haver a penetração do material genético do vírus sem o qual a replicação viral não ocorre Para que a adsorção ocorra é muito importante o papel de receptores presentes nas membranas das células hospedeiras as quais poderão fornecer ou não uma situação ideal para a ancoragem do vírus com subsequente penetração do material genético Após a ligação se tornar irreversível é introduzida parte ou em sua totalidade do capsídeo viral contendo internamente o material genético viral Para que o material genético seja introduzido penetração no interior da células hospedeira são reconhecidos ao menos quatro mecanismos O primeiro ocorre pela injeção do ácido nucleico diretamente no citoplasma da célula hospedeira sem a penetração do capsídeo viral esse mecanismo é utilizado por vírus como os bacteriófagos capazes de infectar bactérias 141 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Outra forma de penetração do material genético é por endocitose mediada por receptores Nesse processo após a adsorção do vírus na membrana da célula este acaba sendo englobado pela membrana plasmática A fusão do envelope viral é o terceiro mecanismo e que ocorre unicamente para o vírus envelopado Por esse mecanismo proteínas de fusão presentes no envelope do vírus são ativadas quando da ligação com receptores celulares específicos A partir desse momento a penetração pode ocorrer então por mecanismo de endocitose O último mecanismo é o de translocação em que a partícula viral inteira é transportada para dentro da célula através da membrana citoplasmática mecanismo esse raro e ainda incerto sendo tema de inúmeras pesquisas Lembrete Alguns vírus podem ser formados por um invólucro também chamado de envoltório ou envelope formado por uma membrana contendo lipídios proteínas e glicoproteínas que circundam algumas partículas virais Após a penetração do material genético iniciase a síntese dos componentes virais que levará à produção de centenas de milhares de cópias da partícula viral original Esse processo é marcado basicamente por dois processos distintos mas ao mesmo tempo complementares a replicação do ácido nucleico viral e a produção do capsídeo necessário para abrigar e portanto envolver o material genético produzido A síntese viral a que nos referimos compreende a formação das proteínas estruturais e não estruturais a partir dos processos de transcrição e de tradução Os vírus foram agrupados em sete classes propostas por Baltimore em 1971 de acordo com as características do ácido nucleico e as estratégias de replicação Nas classes I III IV e V o processo de tradução do RNA mensageiro ocorre no citoplasma da célula hospedeira Já nos vírus da classe II esse processo ocorre no núcleo Em todas essas classes o RNA mensageiro sintetizado vai se ligar aos ribossomos codificando a síntese das proteínas virais As primeiras proteínas a serem sintetizadas são chamadas de estruturais pois formarão a partícula viral As tardias são as proteínas não estruturais que participam do processo de replicação viral Na classe VI os vírus de RNA realizam a transcrição reversa formando o DNA complementar devido à presença da enzima transcriptase reversa família Retroviridae Os vírus da classe VII apresentam um RNA intermediário de fita simples maior do que o DNA de cadeia dupla que o originou E por fim após terem sido sintetizados todos os novos componentes que constituem uma partícula viral proteínas e ácidos nucleicos devem ser reunidos a fim de estabelecerem de fato uma partícula viral madura também chamada de partícula viral completa processo esse denominado de maturação viral A última e derradeira etapa do processo de replicação viral é a liberação das partículas virais normalmente esse processo ocorre a partir do momento em que o número de partículas virais de certa forma excede o limite que pode ser acumulado por uma célula hospedeira A liberação dos vírus pode 142 Unidade III ocorrer basicamente por dois processos seja ele o de lise celular processo este característico de vírus de replicação rápida e não envelopados seja ele por brotamento através da membrana celular característico de vírus normalmente de replicação lenta e envelopados Na lise celular ciclo lítico a quantidade de vírus produzida no interior da célula é tão grande que a célula se rompe liberando novas partículas virais que entrarão em outras células Geralmente os vírus não envelopados realizam esse ciclo ao passo que os envelopados saem da célula por brotamento Nesse caso os nucleocapsídeos migram para a face interna da membrana celular e saem por brotamento levando parte da membrana No lisogênico o vírus insere seu ácido nucleico na célula hospedeira onde este se torna parte do DNA da célula infectada e a célula continua com suas funções normais Durante a mitose o material genético da célula com o do vírus incorporado sofre duplicação gerando célulasfilhas com o novo genoma Logo a célula infectada transmitirá as informações genéticas virais sempre que passar por mitose e todas as células estarão infectadas também A replicação viral é constituída portanto de mecanismos que possibilitem a formação de novas cópias virais as quais têm como objetivo se estabelecer e disseminar pelo organismo do hospedeiro Dentro desse contexto fazse importante entender as etapas do mecanismo de infecção viral que acabam por determinar o aparecimento ou não das doenças de etiologia viral Observação A maioria das alterações da fisiologia celular resultantes da replicação viral devese a efeitos secundários das interações entre os produtos virais e componentes celulares interações estas que são necessárias para a multiplicação dos vírus 74 Patogênese viral A patogênese viral referese à interação de fatores virais e do hospedeiro que levam à produção de doença No processo da patogênese viral podemos observar doenças mais severas ou mais brandas Isso ocorre devido à existência de cepas virais mais ou menos virulentas ou às diferentes respostas imunológicas do hospedeiro As respostas das células dos hospedeiros suscetíveis às infecções virais podem ocorrer através de três caminhos diferentes ausência de alterações aparentes efeito citopático CPE seguido de morte e transformação celular crescimento alterado Em relação aos padrões de doenças virais no hospedeiro as infecções podem se apresentar das seguintes formas localizada ou disseminada sintomática ou inaparente aguda ou crônica A persitência de um agente viral sem que o hospedeiro manifeste sintomas clínicos específicos caracteriza o período denominado de latência 143 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Podemos dividir o processo de infecção viral em cinco etapas sendo a primeiro delas a penetração e replicação primária na qual os vírus devem fixarse inicialmente às células de uma das superfícies corporais pele trato respiratório gastrintestinal urogenital ou conjuntiva e então iniciar o processo de penetração é nesse local de entrada que ocorre a replicação primária Na sequência ocorre a etapa de propagação viral e tropismos celulares nesse momento os vírus propagamse no hospedeiro através da corrente sanguínea viremia ou via linfática a órgãos e células específicas determinados pelo tropismo com os receptores celulares característicos A destruição das células infectadas por vírus nos tecidos alvos e as alterações produzidas pela destruição tecidual no hospedeiro são em parte as responsáveis pelo surgimento da doença e marcam a terceira fase do processo conhecido como de lesão celular e doença A partir desse momento esperase que o indivíduo evolua de forma satisfatória o que determinaria a sua capacidade de recuperação a qual depende de mecanismos de resposta imunidade humoral e celular interferons e linfocinas entre outros O último estágio consiste na disseminação do vírus infeccioso no ambiente Saiba mais Que tal saber mais sobre a patogênese viral Para isso leia o texto a seguir DANTAS K L S Patogenia das infecções víricas interações dos vírus com as células e com os hospedeiros In ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓSGRADUAÇÃO ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA 23 2018 Vale do Paraíba Anais Vale do Paraíba Univap 2018 Disponível em httpsbitly2QKmaLj Acesso em 4 maio 2021 8 PRINCIPAIS DOENÇAS VIRAIS Para se compreenderem melhor algumas doenças de etiologia viral é importante entender que muitas infecções virais são subclínicas ou seja não apresentam sintomas são o que chamamos de assintomáticas e portanto difíceis de serem percebidas eou diagnosticadas A mesma doença pode ser produzida por uma grande variedade de vírus O mesmo vírus pode provocar uma grande variedade de doenças o que significa que muitos vírus diferentes são capazes de causar o mesmo quadro clínico e o mesmo quadro clinico pode ser causado por vírus diferentes dificultando o diagnóstico clínico e influenciando a implementação de técnicas e procedimentos laboratoriais que visem uma melhor elucidação dos casos A doença produzida não tem relação com a morfologia viral e a evolução de qualquer caso é determinada pela constituição genética do vírus e do hospedeiro As doenças de etiologia viral para serem melhor compreendidas podem ser divididas em generalizadas nas quais os vírus se propagam pelo organismo através da corrente sanguínea com comprometimento sistêmico exemplo sarampo rubéola varicela febre amarela dengue e enterovírus doenças órgãos específicas como as que acometem o SNC por exemplo poliomielite meningite poliovírus coxsackie e echovirus raiva encefalite rabdovírus sarampo caxumba o trato respiratório 144 Unidade III como pneumonia bronquite bronquiolite gripe e resfriado influenza parainfluenza vírus sincicial respiratório VRS pele e mucosas como nas infecções por herpes simples tipo 1 oral herpes simples tipo 2 genital herpes zoster sarampo e varicela hepáticas por vírus da hepatite tipo A infecciosa hepatite B sérica tipo C e E febre amarela que acomete as glândulas salivares como na caxumba e ninfecção por citomegalovírus o trato gastrintestinal infecções causadas por rotavírus e adenovírus entérico as sexualmente transmissíveis como as causadas pelos vírus herpes simples hepatite B papilomavírus retrovírus A seguir apresentase uma breve explanação acerca de alguns vírus de importância epidemiológica no Brasil e o Mundo Poliomielite poliovírus Os poliovírus multiplicamse inicialmente nas mucosas especificamente nas placas de Peyer e nas tonsilas onde a replicação pode ser detectada em até três dias Os vírus multiplicamse nos linfonodos acarretando em uma pequena viremia invadindo o sistema retículoendotelial é nesse momento que o sistema nervoso central pode ser invadido A maioria dos indivíduos infectados com poliovírus controla a infecção antes da viremia secundária o que resulta em infecção assintomática Alguns estudos sugerem que a disseminação para o sistema nervoso central pode ocorrer pelos nervos periféricos ou craniais por fluxo axonal retrógrado A infecção pelo poliovírus no SNC pode acarretar em paralisia flácida permanente dos membros inferiores e portanto reiterase a necessidade de se manterem altos níveis de vacinação em razão de o vírus ainda não ter sido considerado erradicado em termos mundiais Gripes e resfriados Embora se faça confusão entre a gripe ou influenza e o resfriado comum essas doenças são causadas por tipos diferentes de vírus O vírus da gripe quase sempre provoca febre prostração cefaleia dores musculares tosse seca espirros e obstrução nasal O resfriado comum é uma doença mais branda causada por diversos vírus que atacam apenas as partes altas do aparelho respiratório nariz e faringe A mucosa nasal inflamada elimina grande quantidade de líquido claro e aquoso coriza Geralmente ocorrem também espirros cefaleia secura na garganta e mais raramente um ligeiro aumento da temperatura do corpo Ambas as doenças são transmitidas por gotículas de secreção das vias respiratórias lançadas no ambiente por meio da tosse ou do espirro A disseminação é facilitada pelas aglomerações humanas pela poeira e pelo frio que irritam a mucosa das vias aéreas pelas más condições de higiene e alimentação é autolimitante durando de três a sete dias A imunidade natural ou por vacinação não é duradoura pois novas formas de vírus mutantes contra os quais o organismo humano ainda não produziu anticorpos aparecem rapidamente Os antibióticos não exercem nenhum efeito e devem ser restringidos a não ser nos casos de infecções bacterianas secundárias Recomendase apenas repouso hidratação e tratamento sintomático com analgésicos antitérmicos e descongestionantes nasais 145 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Influenza pandêmica Avírus H1N1 Muitas epidemias foram originadas pelo vírus da influenza A A linhagem H1N1 circulou entre humanos em 1918 e foi o agente etiológico da pandemia conhecida como gripe espanhola Esse vírus resultou na morte de 20 a 50 milhões de indivíduos em todo o mundo O novo subtipo do vírus influenza AH1N1 é resultante de uma recombinação genética do vírus suíno humano e aviário Em 2009 foi detectado no México colocando em alerta a saúde pública mundial pois essa nova cepa rapidamente se disseminou causando uma pandemia No Brasil até o final do ano de 2009 foram detectados aproximadamente 40 mil casos graves e 1705 óbitos registrados Sua transmissão ocorre diretamente de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva que são expelidas pelo indivíduo infectado ao falar tossir e espirrar O contágio pode ocorrer ainda de maneira indireta por meio de contato com secreções do indivíduo doente Nesse caso as mãos são o principal veículo ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral nasal e ocular Clinicamente a doença iniciase com a instalação abrupta de febre alta perdura por três dias em geral acima de 38 C seguida de mialgia dor de garganta prostração cefaleia e tosse seca É comum a queixa de garganta seca rouquidão e queimação retroesternal ao tossir bem como pele quente e úmida olhos hiperemiados e lacrimejantes Há hiperemia das mucosas com aumento de secreção nasal hialina O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade Nas crianças a temperatura pode atingir níveis mais altos sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais Quadros de bronquite ou bronquiolite além de sintomas gastrointestinais também podem fazer parte da apresentação clínica em crianças Os idosos quase sempre se apresentam febris às vezes sem outros sintomas mas em geral a temperatura não atinge níveis tão altos Coronavírus O coronavírus pertence à subfamília Coronavirinae família Coronaviridae São grandes vírus com uma única fita de RNA e um nucleocapsídeo estrutura composta pelo ácido nucleico do vírus nesse caso RNA e seu invólucro proteico o capsídeo helicoidal Seu nome se deve a espículas estruturas proeminentes presentes na superfície do vírus o que lhe dá a aparência de uma coroa solar corona em latim O coronavírus é responsável por desencadear infecções respiratórias Entre os problemas mais conhecidos estão o resfriado comum a síndrome respiratória aguda grave também chamada Sars e a síndrome respiratória do Oriente Médio também chamada Mers Além disso no final do ano de 2019 um novo tipo de coronavírus foi descoberto na China sendo responsável por uma série de mortes 146 Unidade III A seguir descrevemos algumas das principais características das doenças causadas por esse vírus Resfriado comum afeta as vias aéreas superiores e pode ser causado por diferentes vírus incluindo o coronavírus Geralmente leva a sintomas como obstrução nasal coriza espirro e tosse Normalmente as pessoas com resfriado não apresentam febre ou apresentam apenas febre baixa Síndrome respiratória aguda grave Sars é muito grave e foi identificada pela primeira vez na China no ano de 2002 A infecção teve início após contato com gatos selvagens doentes Essa doença evoluía de maneira muito rápida para insuficiência respiratória e foi responsável pela morte de cerca de 800 pessoas A epidemia foi interrompida em 2003 e desde 2004 nenhum caso da doença foi registrado Síndrome respiratória do Oriente Médio Mers foi identificada pela primeira vez no ano de 2012 na Arábia Saudita A transmissão iniciouse após dromedários serem infectados os quais são importantes reservatórios dos vírus Até 22 de maio de 2014 204 mortes já haviam sido confirmadas em decorrência da doença Coronavírus 2019nCoV foi isolado no dia 7 de janeiro de 2020 e descoberto após uma série de infecções respiratórias sem explicação se iniciarem na China Até o dia 27 de janeiro de 2020 80 mortes já haviam sido confirmadas em decorrência da doença A principal suspeita é que a infecção pelo novo coronavírus tenha sido iniciada pelo consumo de carne de animais como cobras e morcegos Saiba mais Que tal saber mais sobre o novo coronavírus Para isso leia o artigo LIMA C M A de O SARSCoV2 uma revisão para o clínico Radiol Bras v 53 n 2 maioabr 2020 Disponível em httpsbitly3vH1ouy Acesso em 4 maio 2021 Varicela catapora Vírus da varicelazoster HHV3 O agente etiológico da varicela catapora e do herpeszoster é o vírus da espécie Human herpesvirus 3 Na catapora as células da pele tornamse os principais sítios para a replicação viral Surgem as lesões de característica maculopapular que evoluem para vesículas e depois para ulcerações e necrose da derme Os sintomas de febre malestar cefaleia e dor abdominal frequentemente ocorrem por 24 a 48 horas antes do aparecimento do exantema Sintomas como a febre irritabilidade letargia e perda de apetite são comuns e tendem a desaparecer nas primeiras 72 horas após aparecimento do exantema O exantema se inicia na face ou tronco Gera um prurido intenso Após 24 a 48 horas o fluido vesicular tornase turvo e as crostas aparecem Lesões da orofaringe conjuntiva e vagina são comuns Lesões novas aparecem por até seis dias A varicela subclínica é muito rara 147 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA A reativação apresentase tipicamente como herpeszoster um exantema vesicular em geral confinado à distribuição de um ou mais nervos sensoriais Em indivíduos imunocomprometidos o exantema é em geral mais extenso e a replicação cutânea é acompanhada por viremia Novas lesões aparecem por até sete dias Doença exantemática rubéola Vírus da rubéola O vírus é transmitido principalmente por partículas geradas por pessoas infectadas podendo ser detectado em secreções nasofaríngeas de sete a quatorze dias após o aparecimento do exantema O início da infecção dáse em células epiteliais do trato respiratório superior posteriormente alcançando o tecido linfoide da nasofaringe de onde há disseminação sistêmica envolvendo vários órgãos O período de incubação varia em média de oito a 14 dias o exantema surge em média de 16 a 18 dias depois do início da infecção é de característica bastante benigna aparecendo inicialmente na face e rapidamente se disseminando para o tronco e extremidades distais As complicações mais comuns incluem artrite artralgia encefalopatia e trobocitopenia Em gestantes é temido por sua capacidade de causar másformações sendo preconizado durante o período prénatal exames sorológicos para avaliação do status sorológico e monitoração das pacientes susceptíveis Em RN é reconhecidamente a maior causa de surdez não genética Hepatite infecciosa do tipo A Vírus da hepatite A HVA Sabese que o HVA se instala primariamente no fígado utilizando o aparelho digestivo como via de entrada sem causar lesão local A hepatite A é transmitida pela via fecaloral e os alimentos e a água contaminados são os principais veículos de transmissão durante os períodos de epidemias Nos ambientes familiar e institucional o contato pessoal íntimo pode facilitar o contágio sobretudo pelo compartilhamento de copos e talheres A transmissão por via parenteral sob a forma de transfusão ou uso de fármacos ainda que teoricamente possível não tem sido verificada Os pacientes infectados são transmissores da doença por um período que varia de duas a três semanas antes do aparecimento da icterícia amarelamento típico da pele e das mucosas caracteristico de infecções hepáticas até duas semanas após a regressão desse sintoma A fase ictérica é acompanhada pelo aparecimento de urina escura e fezes descoloradas manifestações claras de excesso de bilirrubina não conjugada na circulação sanguínea bilirrubinemia Essa fase iniciase após até dez dias depois do aparecimento dos sintomas iniciais A doença é mais leve em crianças do que em adultos e a recuperação em geral é completa não se observando casos de infecção crônica Hepatite infecciosa do tipo B Vírus da hepatite B HBV A infecção pelo vírus da hepatite B pode resultar em diversas patologias mais de 65 a 80 das infecções ocorrem de forma subclínica 20 a 35 ocorrem na forma de doença com icterícia Dos indivíduos infectados 90 a 98 têm recuperação completa e 2 a 10 evoluem para doença crônica Quanto menor for a idade do paciente infectado maior a probabilidade de desenvolvimento de infecção crônica 148 Unidade III O vírus da hepatite B pode ser transmitido de três formas a através de contato percutâneo com sangue ou produtos de sangue infectados b através de contato sexual c por transmissão perinatal da mãe infectada para a criança Os pacientes infectados de forma crônica apresentam maior chance de desenvolver situações mais graves como o carcinoma hepatocelular A taxa de sobrevivência varia em torno de 25 a 60 dependendo do tamanho do tumor e da possibilidade de sua remoção Hepatite infecciosa do tipo C Vírus da hepatite C HCV O vírus da hepatite C HCV é transmitido quase que exclusivamente pela exposição parenteral a sangue produtos de sangue e objetos contaminados com sangue A triagem de doadores de sangue quase eliminou a transmissão por essa via embora o risco mais importante atualmente seja a contaminação de seringas compartilhadas por usuários de fármacos injetáveis A transmissão sexual e a perinatal já foram encontradas mas não parecem ser vias de transmissão comuns no entanto é importante ressaltar que a prevenção com uso de preservativos e os exames prénatais podem constituir um grande obstáculo para a manutençao desse vírus por essas formas de transmissão por isso a prevenção precisa ser constantemente divulgada e reforçada O período ou fase de incubação da hepatite C ocorre em média em sete semanas As infecções podem variar desde subclínicas até fulminantes Os sintomas clínicos são semelhantes aos das demais hepatites virais mas raramente ocorrem em mais de um terço dos pacientes Observação Conhecer as características do vírus sobretudo das hepatites A B e C auxilia e muito no diagnóstico imunológico dessas infecções sobretudo no que envolve a caracterização da fase de doença Retrovírus Síndrome da imunodeficiência adquirida Aids HIV A Aids é causada pelo HIV vírus da imunodeficiência humana e é transmitida por meio de relações sexuais sangue contaminado pelo uso de agulhas e seringas contaminadas e transfusão sanguínea e transmissão vertical da mãe para o feto Há comprometimento da resposta imunológica do organismo infectado deixandoo desprotegido e suscetível ao desenvolvimento de múltiplas infecções Diversas características favorecem a propagação do vírus da Aids como o fato de o indivíduo infectado não ficar doente logo no início da contaminação ou seja há um período de latência muito grande variando em média de dois a sete anos A pessoa por algum tempo pode ter o vírus sem produzir anticorpos detectáveis pelo exame janela imunológica 149 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA É importante ressaltar que não há evidências de transmissão da Aids por meio de fluidos corporais como saliva lágrimas e suor objetos ou ambientes como piscina sanitários sabonetes pratos talheres e copos contato pessoal como aperto de mão abraços e beijos picadas de insetos como mosquitos e pernilongos A infecção aguda pode ser tão discreta a ponto de se confundir com um simples processo gripal ou adquirir dimensões mais graves como alterações neurológicas Após os sintomas iniciais o portador do HIV costuma permanecer assintomático durante vários anos Porém em cinco anos em média começam a surgir os primeiros sinais e sintomas Observase então o aumento generalizado dos linfonodos episódios de febre sudorese emagrecimento e diarreia que podem durar de semanas a meses O aparecimento das conhecidas infecções oportunistas ou de neoplasias costuma ocorrer em estágios mais avançados da doença No entanto as infecções oportunistas podem ser as primeiras manifestações clínicas da doença O diagnóstico baseiase na história clínica e na sorologia específica antiHIV ELISA e Western Blot Até o momento não foi descoberto nenhum medicamento que proporcione cura da doença o tratamento preconizado por meio do uso de vários fármacos apenas prolonga a vida do doente Parvovírus O Parvovírus é responsável por infecões de vários animais incluindo cães raposas suínos e outros O Erytrovírus antes descrito como Parvovírus B19 recebeu esse nome por seu tropismo pelas células eritropoieticas Este é o mais estudado por estar associado em humanos a doenças como o eritema infeccioso a artropatia e a crise aplástica A disseminaçãoo do vírus ocorre pelas fezes urina saliva secreções nasais e provavelmente por contato com fluidos genitais Figura 59 Microscopia eletrônica do Parvovirus 150 Unidade III Papilomavírus A família Papillomaviridae é constituída pelos 16 gêneros incluindo centenas de tipos virais O Papilomavírus humano HPV é o mais conhecido sendo o causador de tumores benignos e malignos de pele e das mucosas O desenvolvimento desses tumores depende de vários fatores como tabagismo alcoolismo múltiplos parceiros sexuais início precoce da vida sexual e gravidez principalmente antes dos 18 anos A transmissão do HPV ocorre na maioria dos casos pelo contato sexual não precisando necessariamente haver a penetração mas apenas um contato íntimo Outras formas de contágio menos frequentes podem ocorrer pelo uso de instrumentos ginecológicos não esterilizados compartilhamento de roupas íntimas contaminadas entre outros O diagnóstico pode ser feito através dos exames clínico e laboratorial como papanicolau colposcopia e biópsia das lesões suspeitas Métodos moleculares como a PCR são os mais adequados para a caracterização dos sorotipos virais Polyomavírus Os Polyomavírus humanos BKV e JCV são os membros do gênero Polyomavírus As infecções primárias por esses vírus ocorrem principalmente na infância e são geralmente assintomáticas Os vírus podem persistir após a infecção primária na forma latente em vários órgãos especialmente nos rins Em pacientes com deficiência imunológica associada principalmente à Aids esses vírus podem ser reativados e causar algumas doenças A reativação do BKV acarreta doenças do trato urinário como a cistite hemorrágica e outras nefrites enquanto a reativação do JCV leva a leucoencefalopatia multifocal progressiva Herpesvírus São vírus extremamente infecciosos porém de característica normalmente benigna Estimase que 97 da população mundial já tenha tido contato com esse vírus e uma grande parte não apresentou sintoma Alguns vírus dessa família podem apresentar neurotropismo levando ao desenvolvimento de encefalites outros são linfotrópicos ou seja possuem afinidade pelos linfócitos o que pode desencadear distúrbios do sistema imunológico causando graves infecções em pacientes imunodeprimidos ou suprimidos como pacientes com Aids e transplantados de órgãos e ou de tecidos São descritos oito tipos de vírus herpes subdivididos em famílias como descrito a seguir As subfamílias de herpesvírus são Alfaherpesvírus Vírus Herpes Simplex 1 e 2 HSV1 e HSV2 causadores da doença vulgarmente conhecida por Herpes 151 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Vírus da Varicelazoster HHV3 Human Herpesvirus3 também conhecido por catapora zoster no Brasil ver Herpeszóster Betaherpesvírus Citomegalovírus ou HCMV Human Cytomegalovirus ou HHV5 Human Herpesvirus5 causa um tipo de mononucleose infecciosa Herpesvírus 6 e 7 HHV6 e HHV7 Human Herpesvirus6 e 7 causa da doença infantil infecciosa roséola Gamaherpesvírus Vírus EpsteinBarr HHV4 causa a doença do beijo ou mononucleose infecciosa Envolvido na patogênese de alguns cancros como o linfoma de Burkitt e o carcinoma nasofaringeal Herpesvírus8 HHV8 Human Herpesvirus8 ou KSHV Kaposis Sarcomaassociated Herpesvirus vírus que pode causar sarcoma de Kaposi hemangiossarcoma ou seja tumor maligno de vasos sanguíneos Flavivírus A família Flaviviridae é composta por três gêneros Hepacivirus Pestivirus e Flavivirus O primeiro gênero tem como única espécie até hoje identificada o vírus da hepatite C O segundo agrupa os vírus que infectam mamíferos nos humanos com destaque para os 187 vírus da diarreia bovina e o vírus da peste suína O último de acordo com o VIII Relatório do Comitê Internacional em Taxonomia Viral ICTV agrupa aproximadamente 50 espécies de vírus de difícil identificação morfológica e taxonômica dividindo o gênero em 10 grupos antigenicamente relacionados Entre eles o vírus da febre amarela o grupo do dengue vírus DENV o grupo do Mammalian Tickborne vírus TBEV o grupo do Aroa vírus AROAV e o grupo do Japanese encephalitis vírus JEV Os vírus dessa família possuem como ácido nucleico o RNA de cadeia linear simples polaridade positiva e comprimento médio entre 95 a 123 kd Apresentam capsídeo icosaedro o que lhes confere um aspecto esférico recoberto pelo envelope E as partículas virais possuem um diâmetro com cerca de 40 a 60 nm Os representantes dessa família são considerados arbovirus pois possuem artrópodes como vetor A palavra arbovírus é de origem inglesa arthropodborne vírus que significa vírus carregado por um artrópode Os vírus ficam então armazenados no vetor e por vezes proliferam sem causar danos Duas espécies dessa família representam um grande problema de saúde pública no Brasil o vírus da dengue e o vírus da febre amarela 152 Unidade III Glicoproteína Glicoproteína Bicamada lipídica Bicamada lipídica Nucleocapsídeo Nucleocapsídeo Figura 60 Microscopia eletrônica do vírus do dengue do tipo 1 Observação As arboviroses têm representado um grande desafio à saúde pública devido às mudanças climáticas e ambientais e aos desmatamentos que favorecem a amplificação a transmissão viral além da transposição da barreira entre espécies Consequentemente causando o aparecimento das doenças por eles provocadas As mais conhecidas são as causadas por dengue DENV zika ZIKV chikungunya CHIKV e vírus da febre amarela em inglês conhecido como yellow fever virus YFV Paramixovírus Das doenças causadas pelos vírus dessa família o sarampo constitui uma das mais estudadas e importantes Essa doença pode causar três formas de encefalite 1 infecção direta dos neurônios 2 encefalite pósinfecção que se acredita ser mediada imunologicamente 3 panencefalite esclerosante subaguda SSPE causada por uma variante defectiva do vírus durante a fase aguda da doença O vírus SSPE age lentamente e causa sintomas e efeitos citopáticos em neurônios muitos anos após a fase aguda da doença 153 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA O vírus pode ser transmitido desde cinco dias antes até quatro ou cinco dias depois de as lesões de pele manchas vermelhas características da doença aparecerem O período de maior transmissibilidade ocorre 48 horas antes e até 48 horas depois do início dessa manifestação da pele Os sintomas geralmente se manifestam após cerca de 10 dias da infecção A essa altura a pessoa poderá apresentar coriza tosse febre ascendente a cada dia que passa as temperaturas são mais altas conjuntivite manchas vermelhas alguns dias depois aparecem os exantemas ou rash grosseirão com manchas vermelhas Os exantemas se espalham por todo o corpo começam a partir da parte de trás das orelhas e pescoço para depois avançarem para os membros superiores e inferiores braços e pernas e o abdome Essa fase pode durar três quatro cinco dias mesmo período em que a febre começa a abrandar 81 Diagnóstico laboratorial de infecções virais Para se realizar o diagnóstico de infecções virais devese atentar antes para algumas informações bastante relevantes Inicialmente é importante lembrar que podem ocorrer infecções duplas diferentes vírus podem ter a mesma ocorrência sazonal e geográfica pode ocorrer infecção inaparente por um vírus e clínica por outro muitos vírus são facilmente isolados durante os primeiros dias da doença e outros nem cultiváveis são Diante do exposto é importante destacar que para se identificar de maneira positiva a presença de uma partícula viral em um espécime devese lembrar que a partícula só pode ser obtida de tecidos ou células infectadas as partículas obtidas de várias fontes devem ser idênticas independentemente da espécie celular em que o vírus se encontra o grau de atividade infecciosa varia diretamente com o número de partículas presentes o grau de destruição da partícula física por métodos químicos ou físicos está associado a uma perda correspondente da atividade viral antisoros preparados contra o vírus devem reagir com a partícula De uma maneira geral amostras colhidas para diagnóstico virológico podem ser refrigeradas por até 24 horas não podendo ser congeladas amostras de sangue total e de tecido seja para cultura de células ou isolamento viral As amostras de diferentes espécies como sangue leite colostro saliva urina fezes lCR entre outras devem ser colhidas em tubo estéril contendo meio de transporte adequado sendo um dos mais usados o meio Hanks Classicamente podese utilizar de diferentes técnicas para o diagnóstico de infecções entre elas destacamse a cultura de células com fim ao isolamento viral para tal utilizase de linhagens celulares estabelecidas meios de manutenção apropriados nos quais tradicionalmente e preventivamente são adicionadas substâncias antibactericidas e antifúngicas Muitos vírus podem crescer em culturas de células ou em ovos férteis em condições controladas As linhagens celulares mais utilizadas são conhecidas como Hep derivadas de carcinoma de laringe Hela derivadas de células de carcinoma de colo uterino PF fibroblasto humano Rim Rhesus células renais derivadas de macaco Rhesus Vero células de renais de macaco verde africano 154 Unidade III As células de mamíferos foram cultivadas pela primeira vez em laboratório há pouco mais de 70 anos Em meados do século XX um grupo de pesquisadores isolou o Poliovirus em cultura de células A partir daí uma infinidade de famílias virais foi isolada e identificada sendo algumas dessas não associadas às doenças da época Por meio da microscopia ótica a presença do vírus é identificada de forma indireta através de alterações morfológicas na célula denominadas efeito citopático CPE O uso de animais de laboratório não é muito utilizado atualmente por dois motivos principais o primeiro pela dificuldade de aprovação do uso pelos Comitês de Ética de Animais de Laboratório e de Biossegurança que sugere quando é viável a utilização de outros métodos o segundo pelo tempo demandado para o desenvolvimento da doença no animal Na maioria das vezes não é possível reproduzir a doença humana em animais sendo difícil a correlaçõo com a encontrada em humanos O método utilizado de ovos embrionados para o cultivo de alguns vírus no caso utilizamse ovos de galinha do tipo SPF specific pathogen free se deve basicamente a cinco critérios Facilidade de crescimento e manipulação uma vez que não é necessário cuidado com manejo e alimentação Disponibilidade do material Meio constante com composição qualitativa possuindo grande concentração de nutrientes Ausência da produção de anticorpos pelo embrião livre de patógenos Meio estéril enquanto o ovo estiver fechado O isolamento do vírus se faz necessário sempre que ocorrerem novas epidemias como no caso das causadas pelo vírus influenza quando as provas sorológicas não são úteis ou quando a mesma doença pode ser provocada por muitos agentes diferentes meningites bacterianas e virais Em muitos casos existe uma dificuldade clara em se implementarem as técnicas clássicas de diagnóstico virológico nesse sentido cada vez mais novas metodologias vêm sendo implementadas a fim de otimizar esse processo de avaliação Assim destacamse atualmente as técnicas sorológicas e de biologia molecular Entre as técnicas sorológicas fundamentadas na pesquisa de antígenos eou de anticorpos mais utilizadas damos ênfase especial às técnicas de ELISA e WesternBlotting na pesquisa de anticorpos contra o vírus HIV ShellVial técnica utilizada de maneira especial na detecção de antígeno do citomegalovírus CMV Antigenemia fundamentada no principio de imunohistoquímica a qual utiliza anticorpos monoclonais específicos contra proteína precoce do CMV Imunofluorescência no diagnóstico e diferenciação das infecções respiratórias testes de Aglutinação na pesquisa de antígenos associados a vírus causadores de doenças gastrintestinais como o rotavírus O diagnóstico molecular apresenta vantagens inquestionáveis visto que permite o diagnóstico principalmente para vírus não isolados É relativamente rápido apresenta alta sensibilidade e especificidade permite o diagnóstico diferenciado de infecção por diferentes sorotipos ou até de vírus 155 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA diferentes suas desvantagens no entanto residem no custo elevado no risco de resultado errôneo principalmente para vírus latentes e ainda de difícil implantação na rotina dos laboratórios básicos de saúde A técnica mais utilizadas é a reação em cadeia pela polimerase também conhecida como PCR e todas as suas vertentes 82 Tratamento das infecções virais O controle de algumas doenças virais através da quimioterapia foi uma grande conquista das últimas décadas Devido à característica peculiar dos vírus que é a de agir como um parasita intracelular obrigatório durante muito tempo achouse que seria impossível o desenvolvimento de fármacos contra esses agentes A identificação de enzimas produzidas por esses agentes e que lhes possibilita replicar no interior das células impulsionou os estudos de fármacos capazes de inibir tais enzimas de modo a não danificar as células do hospedeiro Considerando que todas as fases do ciclo de replicação viral requerem a participação de uma enzima o bloqueio de qualquer uma das referidas fases acarretaria a não formação da partícula infecciosa Considerando que os vírus somente replicam no interior das células e utilizam as mesmas vias metabólicas que as células sadias os fármacos antivirais são frequentemente mais tóxicos para as células humanas que os antibióticos Um outro problema dos fármacos antivirais é que os vírus podem desenvolver rapidamente resistência Entre os mecanismos gerais de ação dos antivirais destacamse alguns que descrevemos a seguir A amantadina e rimantadina inibem a penetração da partÌcula viral no hospedeiro bloqueiam a liberação do genoma viral e a sua subsequente transferência para a célula hospedeira Fármacos como o Zanamivir e Oseltamivir se configuram inibidores da neuraminidase já Paramivir impede a liberação de novos vírus da célula infectada Conhecidos por sua ação antiherpética o Aciclovir Valaciclovir Penciclovir e Fanciclovir agem na inibição competitiva da DNA polimerase O trifosfato de Aciclovir é incorporado no DNA viral impedindo o alongamento da cadeia de DNA No caso do Valaciclovir este é convertido em Aciclovir quando ingerido e o Penciclovir apresenta potência 100 vezes menor que o Aciclovir O Foscarnet inibe a DNA polimerase a RNA polimerase e a transcriptase reversa já o Fomivirsem complementar à sequência de bases hibridizase e bloqueia a expressão do RNAm do CMV inibindo a síntese proteica e por conseguinte a replicação viral Os Interferons ligamse a receptores de superfície em células infectadas inibindo a transcrição e a tradução do RNAm viral 156 Unidade III Lembrete Os fármacos antivirais atuam interrompendo o processo infeccioso Dependendo do vírus e do medicamento o processo de bloqueio pode ocorrer em muitos locais diferentes Às vezes são usados vários medicamentos para tratar uma infecção específica para que mais de um processo viral seja interrompido e as chances de o paciente recuperarse da infecção aumentem Observação Muitos biomédicos dedicamse à pequisa em virologia sobretudo aliando os conhecimentos básicos da microbiologia à farmacologia imunologia e biologia molecular Resumo Nesta unidade conhecemos mais sobre a virologia ou seja o estudo dos vírus Pudemos compreender suas características estruturais como são classificados seus mecanismos de replicação e de patogênese Também pudemos reconhecer as principais formas de diagnóstico e prevenção assim como estudar as principais doenças virais Por fim e não menos importante aprendemos sobre o tratamento das infecções virais os principais fármacos e as suas recomendações 157 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Exercícios Questão 1 O Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus ICTV International Committee on Taxonomy of Viruses é a entidade responsável pela classificação desses organismos Duas das principais características consideradas são a estrutura do genoma e os métodos de replicação das partículas virais A respeito de tais características avalie as afirmativas I Nos retrovírus a enzima transcriptase reversa é responsável por criar uma cópia de DNA de fita dupla a partir do RNA viral Esse DNA é inserido no genoma da célula hospedeira e pode tanto permanecer em estado quiescente quanto ser transcrito II O genoma dos vírus ssDNA single strand DNA é constituído por DNA de fita simples Na célula hospedeira ocorre a síntese da fita de DNA complementar que compõe o material genético da progênie viral III Nos vírus de RNA de cadeia simples negativa o RNA mensageiro é sintetizado a partir da leitura do RNA viral Esse processo ocorre dentro da célula hospedeira graças à ação de uma enzima originalmente contida no interior do vírion IV A transcrição reversa não envolve os mesmos mecanismos de verificação de erros que a replicação do DNA e por esse motivo os vírus de RNA sobretudo os retrovírus são especialmente propensos a mutações Estão corretas apenas as afirmativas A I III e IV B I II e III C II III e IV D I e III E II e IV Resposta correta alternativa A 158 Unidade III Análise das afirmativas I Afirmativa correta Justificativa o que caracteriza um retrovírus é a presença de genoma de RNA e da enzima transcriptase reversa Essa enzima produz uma fita dupla de DNA que é complementar à fita simples de RNA que constitui o genoma do vírus O DNA complementar é incorporado ao genoma da célula hospedeira e passa a ser controlado pela maquinaria replicativa e transcricional de tal célula Na infecção ativa mas não na latente ocorre a transcrição do DNA viral O RNA resultante é usado como molde para a síntese das proteínas virais ou também é armazenado no interior dos vírions nascentes para compor seu genoma O retrovírus mais conhecido é o vírus da imunodeficiência humana HIV II Afirmativa incorreta Justificativa durante a cópia do material genético dos vírus ssDNA do inglês single strand DNA evento que ocorre no núcleo da célula hospedeira a fita simples de DNA é utilizada para a produção de uma fita de DNA complementar Esse DNA complementar serve de molde para a posterior síntese do material genético da progênie viral Assim garantese que os vírions nascentes tenham o genoma com sequência idêntica ou muito próxima ao vírus que inicialmente infectou a célula III Afirmativa correta Justificativa nos vírus de RNA de cadeia simples negativa o RNA do vírion tem sentido negativo ou seja é complementar ao RNA mensageiro Portanto o RNA viral precisa ser copiado no RNA mensageiro complementar de sentido positivo para que as proteínas possam ser feitas Assim além de codificar uma RNA polimerase dependente de RNA esses vírus também precisam empacotála no vírion para que ela possa sintetizar RNA mensageiro ao infectar a célula IV Afirmativa correta Justificativa durante o processo de replicação do DNA podem ocorrer erros ou mutações na sequência complementar que está sendo sintetizada Existem vários mecanismos de reparo que visam a corrigir essas mutações o reparo por mau pareamento a química reversa o reparo de excisão e o reparo de quebras de fita dupla Esses mecanismos não estão presentes nos processos de transcrição comum e de transcrição reversa e portanto os vírus de RNA são mais suscetíveis a mutações 159 MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BÁSICA Questão 2 Por se tratar de uma doença pandêmica emergente o espectro clínico da Covid19 bem como seu padrão de letalidade de mortalidade de infectividade e de transmissibilidade não foram ainda completamente elucidados Todos esses parâmetros dependem dos aspectos estruturais e funcionais do vírus causador da doença conhecido como SARSCov2 Sabese que o SARSCov2 pertence à família dos coronavírus cujo genoma é constituído por RNA de cadeia simples positiva envolto por capsídeo helicoidal revestido por espículas proteicas A respeito das suas principais características assinale a alternativa INCORRETA A Detergentes são capazes de dissolver o envelope lipídico que reveste o nucleocapsídeo do SARSCov2 e assim desestabilizar a partícula viral É por esse motivo que a lavagem das mãos ou a higienização com etanol 70 são estratégias efetivas para diminuir a transmissão do vírus B A proteína S Spike constitui as espículas presentes na superfície do SARSCov2 Essa proteína interage com receptores específicos presentes na superfície das células do trato respiratório do hospedeiro o que dá início à infecção C Por ser vírus de RNA o SARSCov2 realiza ciclo lisogênico nas células infectadas Isso significa que o RNA viral sofre transcrição reversa o que origina uma molécula de DNA complementar que é integrada ao genoma da célula hospedeira e transmitida às célulasfilhas durante o processo de mitose D O envelope lipídico do SARSCov2 é originário da célula infectada E A frequência de mutações no material genético do SARSCov2 é alta o que pode resultar na existência de sorotipos com diferentes padrões de infectividade de transmissibilidade e de manifestações clínicas Resposta correta alternativa C Análise das alternativas A Alternativa correta Justificativa os coronavírus compreendem uma família de cerca de 40 vírus que infectam diversas espécies animais O nome deriva da observação de que as espículas presentes na superfície desses vírus dão a aparência de uma coroa solar Todos os coronavírus apresentam genoma constituído por RNA de cadeia simples positiva Esse RNA encontrase unido às proteínas N Nucleocapsídeo e o complexo resultante é envolto por um envelope derivado das membranas da célula hospedeira no qual são inseridas proteínas de origem viral como a proteína M Membrana e a proteína S Spike que constitui as espículas Por apresentar natureza lipídica o envelope é sensível a sabões e a outras substâncias como o etanol 70 Em contato com elas o envelope lipídico é dissolvido o que desestabiliza o vírus 160 Unidade III B Alternativa correta Justificativa a infecção pelo SARSCov2 é iniciada com a ligação da proteína viral a uma molécula receptora presente na membrana da célula hospedeira A interação mais estudada até o momento ocorre entre a proteína S e a enzima conversora da angiotensina 2 ECA2 expressa na superfície das células do trato respiratório Após a interação o vírus penetra na célula e libera seu genoma C Alternativa incorreta Justificativa como se trata de vírus de RNA de fita simples positiva o processo de replicação viral ocorre todo no citoplasma da célula hospedeira A transcrição reversa e a incorporação do material genético do vírus no genoma do hospedeiro características dos retrovírus não são observadas Para a montagem de novas partículas virais o RNA do vírus é lido pelos ribossomos e são produzidas cópias das proteínas que compõem sua estrutura Além disso novas cópias de RNA são produzidas pelo processo de transcrição Eventualmente genomas e proteínas são agrupados e constituem novas partículas virais ainda incompletas D Alternativa correta Justificativa o envelope lipídico é adquirido quando as partículas virais atravessam o retículo endoplasmático e são envolvidas por sua membrana Os vírions agora completos deixam a célula hospedeira pelo aparelho de Golgi E Alternativa correta Justificativa os mecanismos de reparo do material genético não estão presentes durante o processo de replicação do RNA e portanto vírus de RNA como os coronavírus são muito propensos a mutações e a recombinações gênicas As recombinações podem eventualmente gerar novos vírus capazes de infectar inclusive outras espécies Foi assim que o SARSCov2 surgiu 161 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 IMAGEM1092JPG Disponível em httpsbitly3cqMJNe Acesso em 23 abr 2021 Figura 2 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 76 Figura 3 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 95 Figura 4 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 74 Figura 5 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 74 Figura 6 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 74 Figura 7 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 16 Figura 8 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 77 Figura 9 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 80 Figura 10 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 82 162 Figura 11 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 82 Figura 12 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 93 Figura 13 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 120 Figura 14 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 155 Figura 15 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 138 Figura 16 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 228 Figura 17 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 230 Figura 18 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 229 Figura 19 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 231 Figura 20 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 164 Figura 21 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 166 163 Figura 22 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 65 Figura 23 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 67 Figura 24 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 67 Figura 25 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 162 Figura 26 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 167 Figura 27 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 168 Figura 28 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 163 Figura 29 TORTORA G J FUNKE B R CASE C L Microbiologia 12 ed Porto Alegre Artmed 2017 p 170 Figura 30 STAPHYLOCOCCUSAUREUSVISA2JPG Disponível em httpsbitly3aHuy4M Acesso em 28 abr 2021 Figura 31 640PXSTAPHYLOCOCCUSAUREUSAGARSANGRE2CACERCAMIENTOJPG Disponível em httpsbitly2PtTbuj Acesso em 28 abr 2021 164 Figura 32 LOW D E Infectious Diseases Streptocococcus pyogenes Infectious Disease Advisor sd Disponível em httpsbitly3vBYw2b Acesso em 3 maio 2021 Figura 33 A 640PXHEMOLYSISALPHABETAGAMMA01PNG Disponível em httpsbitly3nrU5El Acesso em 28 abr 2021 B STAPHYLOCOCCUSAUREUSAPPEARANCEONAGARPLATESJPG Disponível em httpsbitly3numCt1 Acesso em 28 abr 2021 C 640PXHEMOLYSISALPHABETAGAMMA01PNG Disponível em httpsbitly3nrU5El Acesso em 28 abr 2021 Figura 34 MACROPHAGEINFECTEDWITHFRANCISELLATULARENSISBACTERIA28595031083529JPG Disponível em httpsbitly3eB9Ep3 Acesso em 28 abr 2021 Figura 35 LEGIONELLAPNEUMOPHILAGRAMJPG Disponível em httpsbitly2PxFrik Acesso em 28 abr 2021 Figura 36 NEISSERIAGONORRHOEAEINURETHRALDISCHARGEJPG Disponível em httpsbitly2R76jpT Acesso em 28 abr 2021 Figura 38 QUILLIN S J SEIFERT H S Neisseria gonorrhoeae host adaptation and pathogenesis Nat Rev Microbiol v 16 n 4 p 226240 abr 2018 adaptada Figura 39 PHIL2043LORESJPG Disponível em httpsbitly2S5E6A1 Acesso em 26 abr 2021 Figura 40 BADRI T JENNET S B Rash associated with secondary syphilis New England Journal of Medicine v 364 n 1 jan 2011 p 71 165 Figura 41 TATUM R PEARSONSHAVER A L Borrelia Burgdorferi In StatPearls Internet 2020 Disponível em httpsbitly2S0uA17 Acesso em 26 abr 2021 Figura 42 LEPTOSPIRASHAPEJPG Disponível em httpsbitly3nmzyRk Acesso em 26 abr 2021 Figura 43 ANDRADE A R C de Banco de imagens ultraestruturais de espécies fúngicas de importância médica 2016 Monografia Bacharelado em Ciências Biológicas Universidade Federal do Ceará Fortaleza 2016 p 11 Figura 51 MACROCONIDIAMICROSPORUMCANISJPG Disponível em httpsbitly3xw1tmJ Acesso em 28 abr 2021 Figura 55 BRITO A C de QUARESMA J A S Lacaziose doença de Jorge Lobo revisão e atualização An Bras Dermatol v 82 n 5 p 461474 2007 p 466 Figura 56 FORTES M R P et al Imunologia da paracoccidioidomicose An Bras Dermatol v 86 n 3 maiojun 2011 Figura 58 SOBIOLOGIA Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra atual sd Disponível em httpsbitly3u2eoKP Acesso em 28 abr 2021 Figura 59 CANINESPARVOVIRUSJPG Disponível em httpsbitly3n2zW7z Acesso em 20 abr 2021 Figura 60 CARVALHO S E de S Caracterização molecular de vírus do dengue sorotipo1 e desenvolvimento de cDNA infeccioso 2009 Tese Doutorado em Patologia Molecular Universidade de Brasília Brasília 2009 p 5 166 REFERÊNCIAS Audiovisuais A CRISE das superbactérias explicada CIÊNCIA TODO DIA sl sd 1 vídeo 8 min 21 s Disponível em httpsbitly3fiMp5k Acesso em 26 mar 2021 O QUE são superbactérias OLÁ CIÊNCIA sl 2016 1 vídeo 8 min 6 s Disponível em httpsbitly3suu49c Acesso em 26 mar 2021 Textuais ALMEIDA L M M de et al Resposta in vitro de fungos agentes de micoses cutâneas frente aos antifúngicos sistêmicos mais utilizados na dermatologia An Bras Dermat v 84 n 3 p 248255 2009 Disponível em httpsbitly3gm4bFe Acesso em 20 abr 2021 ANVISA Diretriz nacional para elaboração de programa de gerenciamento do uso de antimicrobianos em serviços de saúde Brasília GVIMSGGTESANVISA 2017 ANVISA Módulo 4 Grampositivos sd Disponível em httpsbitly3vvROe9 Acesso em 28 abr 2021 ANVISA Detecção e identificação de bactérias de importância médica sd Disponível em httpsbitly3aLTdFz Acesso em 28 abr 2021 ANVISA Investigação e controle de bactérias multirresistentes maio 2017 Disponível em httpsbitly3eFKBkD Acesso em 28 abr 2021 ARGUDÍN M A MENDOZA M C RODICIO M R Food poisoning and Staphylococcus aureus enterotoxins Toxins Basel v 2 n 7 p 17511773 jul 2010 Disponível em httpsbitly3goCADc Acesso em 20 abr 2021 ASHURST J V DAWSON A Klebsiella Pneumonia In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 BAKER S THE H C T Recent insights into Shigella a major contributor to the global diarrhoeal disease burden Current Opinion in Infectious Deseases v 31 n 5 p 449454 out 2018 Disponível em httpsbitly3tJ8fmT Acesso em 22 abr 2021 BASSETTI M et al Characteristics of Staphylococcus aureus bacteraemia and predictors of early and late mortality PLoS One v 12 n 2 p e0170236 fev 2017 Disponível em httpsbitly3asSHvN Acesso em 20 abr 2021 167 BRAVO F et al Vacinas meningocócicas conjugadas no Brasil em 2018 intercambialidade e diferentes esquemas de doses 10 jul 2018 Disponível em httpsbitly3gG3VRE Acesso em 28 abr 2021 BREVES et al Methicillin and vancomycinresistant Staphylococcus aureus in health care workers and medical devices Staphylococcus aureus resistentes a meticilina MRSA e vancomicina VRSA em profissionais da saúde e artigos médicos J Bras Patol Med Lab v 51 n 3 p 143152 jun 2015 BROOKS G et al Jawetz Melnick Adelbergs medical microbiology 26 ed Nova Iorque McGraw Hill 2012 CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION CDC Pertussis whooping cough sd Disponível em httpsbitly3aNrBzH Acesso em 28 abr 2021 COOKE F J SLACK M P E GramNegative coccobacilli In COHEN J POWERDLY W G OPAL S M orgs Infectous diseases 4 ed Amsterdã Elsevier 2016 v 2 s 8 p 16111627 COSTUMBRADO J NG D K GHASSEMZADEH S Gonococcal Conjunctivitis In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 DANTAS K L S Patogenia das infecções víricas interações dos vírus com as células e com os hospedeiros In ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓSGRADUAÇÃO ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA 23 2018 Vale do Paraíba Anais Vale do Paraíba Univap 2018 Disponível em httpsbitly2QKmaLj Acesso em 4 maio 2021 DOGANAY G DOGANAY M Brucella as a potential agent of bioterrorism Recent Pat Antiinfect Drug Discov v 8 n 1 p 2733 abr 2013 DRUMMOND M R Detecção microbiológica e molecular da bacteremia por Bartonella spp em gatos 2012 Dissertação Mestrado em Clínica Médica Unicamp Campinas 2012 Disponível em httpsbitly2S285c6 Acesso em 28 abr 2021 ENG SK et al Salmonella a review on pathogenesis epidemiology and antibiotic resistance Frontiers in Life Science v 8 n 3 p 284293 9 jun 2015 EVANGELISTA M P ROCHA M S Acinetobacter baumannii em unidades de terapias intesivas com ênfase no seu perfil de sensibilidade revisão bibliográfica Revista Acadêmica Oswaldo Cruz ano 3 n 9 janmar 2016 Disponível em httpsbitly3vueDyz Acesso em 28 abr FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA N Gonorrhoeae no Brasil e no mundo Femina v 46 n 2 2018 Disponível em httpsbitly2PzpMz4 Acesso em 28 abr 2021 168 GIANNELLA R A Salmonella In BARON S org Medical microbiology 4 ed Galveston TX University of Texas Medical Branch at Galveston 1996 HARTEN R M van et al Multidrugresistant enterococcal infections new compounds novel antimicrobial therapies Trends in Microbiology v 25 n 6 p 467479 2017 HILL S A MASTERS T WACHTER J Gonorrhea an evolving disease of the new millennium Microb Cell v 3 n 9 p 371389 set 2016 Disponível em httpsbitly3ekZsB3 Acesso em 22 abr 2021 HOEER V S et al S aureus endocarditis clinical aspects and experimental approaches International Journal of Medical Microbiology v 308 n 6 p 640652 ago 2018 JAMIL R T FORIS L A SNOWDEN J Proteus mirabilis infections In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 JENKINS D R Nosocomial infections and infection control Medicine v 45 n 10 p 629633 2017 Disponível em httpsbitly2QBg7Il Acesso em 20 abr 2021 JIMENEZTRUQUE N et al Relationship between maternal and neonatal Staphylococcus aureus colonization Pediatrics v 129 n 5 p e1252e1259 2012 Disponível em httpsbitly3sA2Qgo Acesso em 20 abr 2021 KARPAGAM K B GANESH B Leptospirosis a neglected tropical zoonotic infection of public health importance an updated review European Journal of Clinical Microbiology Infectious Diseases v 39 n 5 p 835846 maio 2020 LANGONI et al Brazilian journal of veterinary research and animal science J Vet Res Anim v 37 n6 dez 2000 LEE A S et al Methicillinresistant Staphylococcus aureus Nat Rev Dis Primers v 4 maio 2018 Disponível em httpsgonaturecom3tBQohD Acesso em 20 abr 2021 LEMOS E V et al Carbapenem resistance and mortality in patients with Acinetobacter baumannii infection systematic review and metaanalysis Clin Microbiol Infect v 20 n 5 p 416423 maio 2014 Disponível em httpsbitly3sBOjAM Acesso em 20 abr 2021 LIMA C M A de O SARSCoV2 uma revisão para o clínico Radiol Bras v 53 n 2 maioabr 2020 Disponível em httpsbitly3vH1ouy Acesso em 4 maio 2021 MATOS E C O de et al Clinical and microbiological features of infections caused by Pseudomonas aeruginosa in patients hospitalized in intensive care units Rev Soc Bras Med Trop v 49 n3 p 305311 maiojun 2016 169 MEZZARI A et al Prevalência de micoses superficiais e cutâneas em pacientes atendidos numa atividade de extensão universitária Revista Brasileira de Ciência da Saúde v 21 n 2 p 151156 2017 Disponível em httpsbitly3m9xY4L Acesso em 30 mar 2021 MICHIGAN STATE UNIVERSITY Catalase test sd Disponível em httpsbitly3cmQUtF Acesso em 26 mar 2021 MICROBIOLOGY INFOCOM Coagulase testprinciple procedure types interpretation and examples 12 jun 2018 Disponível em httpsbitly3ud8uXH Acesso em 28 abr 2021 MIMICA M J Microbioma humano conceito principais características e potenciais implicações patológicas e terapêuticas Arq Med Hosp Fac Cienc Med v 62 n 1 p 4245 2017 Disponível em httpsbitly3lRg5aX Acesso em 26 mar 2021 MURRAY P Microbiologia médica São Paulo Grupo GEN 2017 PATTERSON M J Streptococcus In BARON S org Medical microbiology 4 ed Galveston TX University of Texas Medical Branch at Galveston 1996 PEREIRA L B Impetigo review An Bras Dermatol v 89 n 2 p 293299 2014 OLIVEIRA J REYGAERT W C Gram Negative Bacteria In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 PROBAC DO BRASIL Bula do painel para enterobactérias sd Disponível em httpsbitly2Qn51Ha Acesso em 22 abr 2021 RADOLF J D et al Treponema pallidum the syphilis spirochete making a living as a stealth pathogen Nat Rev Microb v 14 n 12 p 144159 dez 2016 RAMIREZ D GIRON M Enterobacter infections In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 REFFUVEILLE F et al Staphylococcus aureus biofilms and their impact on the medical field In ENANY S ALEXANDER L E C orgs The rise of virulence and antibiotic resistance in Staphylococcus aureus sl IntechOpen 2017 p 187201 Disponível em httpsbitly3nbVFKj Acesso em 20 abr 2021 OLIVEIRA R B de et al Pertussis diagnosis frequency of Bordetella pertussis detection from clinical samples by the culture method performed at regional laboratories of the Instituto Adolfo Lutz São Paulo Brazil Rev Inst Adolfo Lutz Impr v 66 n 2 p 194200 2007 QUILLIN S J SEIFERT H S Neisseria gonorrhoeae host adaptation and pathogenesis Nat Rev Microbiol v 16 n 4 p 226240 abr 2018 170 ROSS A SHOFF H W Toxic shock syndrome In StatPearls Internet Treasure Island FL StatPearls Publishing 2020 ROUPHAEL N G STEPHENS D S Neisseria meningitidis biology microbiology and epidemiology Methods Mol Biol v 799 p 120 2012 SIENIAWSKI K et al Acinetobacter baumannii nosocomial infections Pol Przegl Chir v 85 n 9 483490 2013 SOARES G G et al Biofilm production and resistance profile of Enterobacter sp strains isolated from pressure ulcers in Petrolina Pernambuco Brazil J Bras Patol Med Lab v 52 n 5 p 293298 setout 2016 Disponível em httpsbitly3axSxDr Acesso em 22 abr 2021 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL SBPCML Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia ClínicaMedicina Laboratorial SBPCML boas práticas em microbiologia clínica Barueri SP Manole 2015 Disponível em httpsbitly3xxpMRi Acesso em 28 abr 2021 STEERE A C et al Lyme borreliosis Nat Rev Dis Primes v 2 p 119 2016 Disponível em httpsgonaturecom3aubEya Acesso em 22 abr 2021 TORTORA G J et al Microbiology an introduction 11 ed Nova Iorque Pearson 2013 WINN W C Legionnaires disease historical perspective Clin Microbiol Rev v 1 n 1 p 6068 jan 1988 Disponível em httpsbitly2PcUgGV Acesso em 22 abr 2021 XIANG X et al Investigation of ospC expression variation among Borrelia burgdorferi strains Front Cell Infect Microbiol v 7 p 19 abr 2017 Disponível em httpsbitly32Enhyc Acesso em 22 abr 2021 YADAV P MISHRA A K MISHRA A A systemic review on staphylococcal scalded skin syndrome SSSS a rare and critical disease of neonates Open Microbiol J v 10 p 150159 ago 2016 Disponível em httpsbitly3eofqub Acesso em 22 abr 2021 Exercícios Unidade II Questão 2 INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA INEP Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes Enade 2010 Biomedicina Questão 24 Disponível em httpsbitly3vtn65s Acesso em 28 abr 2021 Informações wwwsepiunipbr ou 0800 010 9000