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Medicina Veterinária ·

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DESCRIÇÃO As aves e suas exigências ambientais fisiológicas e comportamentais inseridas em um contexto de criação comercial animal PROPÓSITO Compreender os aspectos da criação e do manejo de aves silvestres nativas e exóticas mantidas em cativeiro para distintas finalidades comerciais OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar as aves silvestres nativas e exóticas de importância comercial MÓDULO 2 Descrever a criação e o manejo de aves silvestres nativas e exóticas MÓDULO 3 Reconhecer a legislação aplicada e as questões de bemestar na criação de aves silvestres nativas e exóticas INTRODUÇÃO A criação comercial de aves em cativeiro é uma prática bastante antiga que ainda apresenta alto potencial de crescimento e desenvolvimento A procura de aves como animais de companhia é muito comum e se justifica pela exuberância desses animais e pela facilidade de interagir com eles A fim de garantir o sucesso nas criações é importante que o profissional conheça os meandros do universo aviário e tenha consciência de que o cumprimento das leis relacionadas ao negócio é crucial para o bemestar dos animais para a sociedade e o meio ambiente Neste contexto vamos aprender quem são as aves silvestres e quais são as suas características fisiológicas anatômicas comportamentais e evolutivas que influenciam a criação e o manejo desses animais em cativeiro MÓDULO 1 Identificar as aves silvestres nativas e exóticas de importância comercial O UNIVERSO DIFERENCIADO DAS AVES Ao longo de nossos estudos você verá como as aves são animais fascinantes Além de formarem um grupo bem grande a classe Aves é composta por animais variados Foto Shutterstockcom As aves são animais de muita beleza variadas cores e muita plasticidade Por conta dessa variação de espécies e do interesse que as pessoas têm pelas aves as oportunidades de criações comerciais são muito favoráveis ao sucesso e podem ser lucrativas No Brasil a criação de frangos começou em 1500 quando os portugueses trouxeram galináceos domésticos para serem criados aqui Do mesmo modo o deslumbramento pela nossa fauna se iniciou nesta mesma época Dean em um trecho de seu livro A Ferro e Fogo conta que OS EUROPEUS GOSTAVAM DE PAPAGAIOS POR SEREM UMA NOVIDADE E DEVIDO A SUA PLUMAGEM EXUBERANTE ALÉM DE SUA CAPACIDADE DE IMITAR A FALA HUMANA NA VERDADE DE ACORDO COM UM MITO ERAM TRANSFIGURAÇÕES DOS ANJOS DECAÍDOS QUE ACOMPANHARAM LÚCIFER EM SUA QUEDA DEAN 1996 p 67 Foto Shutterstockcom Conhecido como papagaioverdadeiro o Amazona aestiva é uma espécie ameaçada de extinção DIVERSIDADE DA CLASSE AVES Quando ouvimos falar de aves silvestres logo pensamos em papagaios araras e passarinhos Mas há muito mais a conhecer Entre os animais vertebrados terrestres as aves formam o maior grupo Atualmente constam descritas quase 10000 espécies distribuídas em cerca de 40 ordens Diante de tanta diversidade a questão da taxonomia e da nomenclatura continua um desafio Os comitês encarregados de avaliar tais aspectos esforçamse para corrigir classificações anteriormente aceitas mas que com o passar do tempo e dos novos conhecimentos advindos de pesquisas precisam ser revistas Foto Shutterstockcom Entretanto para nós esse é o menor dos problemas Aquele que pretende iniciar uma criação comercial ou prestar assistência profissional nessa área deve sempre buscar conhecer a biologia das espécies de interesse isso é imprescindível para que o trabalho seja exitoso Porém mais do que saber o nome ou a exata taxonomia do animal o que importa mesmo é conhecer as boas práticas aplicadas ao manejo da avicultura VOCÊ SABIA No Brasil constam descritas quase 2000 espécies de aves Estimase que aproximadamente 300 dessas sejam endêmicas 150 sejam espécies migratórias e pouco mais de 50 embora já avistadas aqui são tão infrequentes que não chegam a ser consideradas da fauna silvestre brasileira Já que tocamos no assunto da fauna silvestre brasileira antes de falarmos sobre a taxonomia das aves vamos explicar alguns conceitos indispensáveis para nosso estudo Foto Shutterstockcom Os animais podem ser classificados de maneiras distintas AVE SILVESTRE QUE BICHO É ESSE É importante conhecer como as aves silvestres são classificadas em nossa legislação No Brasil a criação comercial de aves silvestres é uma atividade regulada por uma farta legislação ambiental Além disso regras inerentes ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e até mesmo ao Ministério da Saúde também tratam do assunto MINISTÉRIO DA SAÚDE A participação do MS está relacionada principalmente às doenças que podem ser de risco específico para trabalhadores de aviários e às doenças mais comuns de aves que podem ser classificadas como zoonoses Quando essas normas são editadas elas não trazem os nomes científicos das aves que se propõem a regular falam em aves domésticas de produção de companhia silvestres nativas exóticas invasoras extintas ameaçadas de extinção endêmicas sinantrópicas etc Esses termos se referem a classificações genéricas que agrupam os animais conforme suas características comuns de conveniência Perceba que essas classificações não são científicas EXEMPLO O avestruz é tratado como uma ave doméstica embora ao pé da letra seja silvestre e exótica O pombo doméstico de doméstico mesmo não tem nada é uma ave exótica e sinantrópica MAS ENTÃO POR QUE AS LEIS E NORMAS USAM UMA CLASSIFICAÇÃO TÃO CONFUSA ASSIM RESPOSTA A explicação é bem simples leis não são feitas por cientistas e para serem devidamente aplicadas devem conter seus próprios conceitos Assim como a legislação brasileira é aplicada em todo o território nacional e se presta a regular atividades desenvolvidas por todos é uma importante fonte de classificação e o profissional que atua nessa área deve conhecêla CLASSIFICAÇÃO NORMATIVA DAS AVES Os animais silvestres são aqueles não domesticados e que vivem livres em seu habitat natural Esses animais não dependem do homem para sobreviver e inclusive repelem o contato humano Já os animais domésticos são aqueles que após terem passado por processos seculares de melhoramento e manejo não conseguem mais sobreviver longe do homem pois dependem de alimentos cuidados profiláticos e terapêuticos abrigo e até mesmo de carinho e atenção O jacu é um galináceo assim como a galinha doméstica porém o jacu é considerado uma ave silvestre enquanto a galinha é uma ave doméstica ANIMAIS DOMÉSTICOS São todos aqueles que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo eou melhoramento zootécnico tornaramse domésticos apresentando características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem podendo apresentar fenótipo variável diferente da espécie silvestre que os originou Inciso III do art 2º da Portaria nº 93 Ibama1998 Foto shutterstockcom JACU Os jacus são galináceos silvestres nativos cuja carne é considerada uma iguaria Foto shutterstockcom GALOS GALINHAS E FRANGOS Usados comumente na nossa alimentação são galináceos domésticos que foram introduzidos no Brasil No Brasil uma das primeiras normas que trouxe o conceito de fauna silvestre foi a Lei nº 5197 de 3 de janeiro de 1967 De acordo com essa lei a fauna silvestre reúne quaisquer espécies em qualquer fase do seu desenvolvimento que vivam naturalmente fora do cativeiro LEI Nº 5197 Essa lei foi parcialmente revogada pela Lei de Crimes Ambientais Lei nº 96051998 Podemos notar que a definição contida na lei é bastante ampla e não leva em conta a distribuição geográfica natural do animal Com a evolução das leis ambientais o conceito amplo de fauna silvestre foi desmembrado em duas vertentes FAUNA SILVESTRE NATIVA FAUNA SILVESTRE EXÓTICA FAUNA SILVESTRE NATIVA Os animais pertencentes às espécies nativas migratórias e quaisquer outras aquáticas ou terrestres que tenham seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras são nativos e pertencem à Fauna Silvestre Brasileira Inciso I FAUNA SILVESTRE EXÓTICA São todos os animais pertencentes às espécies ou subespécies cuja distribuição geográfica não inclui o território brasileiro e as espécies ou subespécies introduzidas pelo homem inclusive domésticas em estado asselvajado ou alçado Também são consideradas exóticas as espécies ou subespécies que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e de suas águas jurisdicionais e que tenham entrado em território brasileiro Inciso II do Art 2º da Portaria nº 93 Ibama1998 Essa classificação ocorreu porque nossos esforços protetivos passaram a ser mais concentrados na fauna nativa embora ainda seja certo que tenhamos regras aplicadas à fauna exótica EXEMPLO A Lei de Crimes Ambientais Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 em seu artigo 29 tipifica como crime matar perseguir caçar apanhar utilizar espécimes da fauna silvestre nativos ou em rota migratória sem a devida permissão licença ou autorização da autoridade competente ou em desacordo com a obtida Perceba que esse tipo legal não se aplica a animais exóticos Por outro lado no artigo 32 dessa mesma lei a conduta padronizada como crime é a de praticar ato de abuso maustratos ferir ou mutilar animais silvestres domésticos ou domesticados nativos ou exóticos Perceba a confusão que esses tipos penais trazem Um bando de pombos ocupando uma praça causa muita sujeira e é fonte de patógenos de risco para a saúde humana e de outros animais Se você atentar apenas para o tipo apresentado no artigo 29 vai imaginar que pode caçar e matar todos os pombos domésticos que sujam casas e praças Entretanto o artigo 32 deixa claro que infringir sofrimento a qualquer animal é um delito também Então nada de caçar e matar pombos ok Foto Shutterstockcom Matar esses pombos é um delito tipificado no artigo 32 da Lei de crimes ambientais Outro ponto da lei que demonstra preocupação com nossos animais nativos é a introdução de espécies exóticas no país Saiba que para importar uma ave exótica é necessário requerer uma autorização junto aos órgãos públicos competentes Caso contrário conforme fixado no artigo 31 é considerada uma conduta criminosa INTRODUZIR ESPÉCIME ANIMAL NO PAÍS SEM PARECER TÉCNICO OFICIAL FAVORÁVEL E LICENÇA EXPEDIDA POR AUTORIDADE COMPETENTE LEI 960598 DEVER DE PROTEÇÃO DA FAUNA SILVESTRE Neste vídeo o especialista trata dos principais acordos internacionais firmados pelo Brasil em prol da biodiversidade nacional e os riscos iminentes às espécies Foto Shutterstockcom TAXONOMIA DAS AVES De modo geral as aves apresentam as seguintes características morfofuncionais SISTEMA PORTARENAL REDUZIDO A redução desse sistema não é total e está presente em muitas espécies de aves SIRINGE Existem também espécies de aves cuja siringe situase na traqueia em outras nos brônquios OVÁRIO E OVIDUTO Fêmeas de algumas espécies como por exemplo falconiformes possuem ovário e oviduto desenvolvidos CARACTERÍSTICAS MORFOFUNCIONAIS DAS AVES 1 Corpo usualmente fusiforme com quatro divisões cabeça pescoço tronco e cauda pescoço desproporcionalmente longo para equilíbrio e armazenamento de alimento 2 Membros pares com os membros torácicos normalmente modificados para o voo os pélvicos são adaptados de forma variável para empoleirar andar ou nadar os pés possuem quatro dedos dois ou três dedos em algumas espécies 3 Epiderme recoberta de penas e os pés com escamas tegumento delgado com epiderme e derme ausência de glândulas sudoríparas glândulas de óleo ou uropigiana na base da cauda pina do ouvido rudimentar 4 Esqueleto completamente ossificado com cavidades aéreas ossos do crânio fusionados com um côndilo occipital crânio diápsido com fenestra anteorbital cada maxila coberta por uma camada córnea formando a ranfoteca bico sem dentes costelas com processos mais fortes os processos uncinados que ligam uma costela a outra e facilitam a inserção de músculos cauda curta esterno bem desenvolvido com quilha ou reduzido sem quilha um único osso no ouvido médio 5 Sistema nervoso bem desenvolvido com encéfalo e 12 pares de nervos cranianos 6 Sistema circulatório com coração de quatro câmaras com a persistência do arco aórtico direito formando a aorta dorsal sistema portarenal reduzido hemácias nucleadas 7 Endodérmicas 8 Respiração ocorre nos parabrônquios estruturas dispostas entre os pulmões pouco expansíveis e os sacos aéreos localizados entre os órgãos viscerais e o esqueleto siringe caixa vocal próximo à junção da traqueia com os brônquios 9 Sistema excretor com rim metanéfrico ureteres abremse na cloaca não há vesícula urinária urina semissólida principal resíduo nitrogenado é o ácido úrico 10 Sexos separados testículos pares e intracavitários com um canal deferente abrindose na cloaca fêmeas possuem somente o ovário e oviduto esquerdos órgão copulador em patos gansos paleognatas e em algumas outras aves 11 Fertilização interna ovos amnióticos com muito vitelo e casca calcária dura membranas embrionárias no ovo durante o desenvolvimento incubação externa jovens ativos após a eclosão precoce ou desamparados e desprotegidos altricial determinação sexual pelas fêmeas fêmeas heterozigóticas Atenção Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal SAIBA MAIS Apesar de tantas características comuns que permitem reunir quase 10000 espécies em uma mesma classe há muitas particularidades evolutivas anatômicas fisiológicas comportamentais e ecológicas que permitem agrupar as aves em cerca de 40 ordens e aproximadamente 250 famílias CRIAÇÕES COMERCIAIS DE AVES PRINCIPAIS FINALIDADES E ESPÉCIES DE INTERESSE Diversas são as espécies de aves que despertam interesse comercial De modo geral essas criações se prestam à produção de carne e ovos Há ainda relevantes criações destinadas a produzir animais de companhia ou ornamentação A área da produção de imunobiológicos também se dedica à produção de aves pois ovos embrionados desses animais são usados como matériaprima de vacinas humanas e para outros animais Vejamos um pouco sobre esses e outros tipos de criações comerciais Vamos começar com uma criação muito interessante cujo produto é bastante valioso em um nicho específico de mercado o Café do Jacu O CAFÉ DO JACU Você já ouviu falar do Café do Jacu Tratase de um café exótico cujos grãos são retirados das fezes da ave O Café do Jacu ou Jacu Bird Coffee é um dos cafés mais caros do mundo Pasmem o quilo chega a ser vendido por R 25000 A criação extensiva de jacus consorciada com o cultivo de café é a forma indicada para a produção do produto As aves são seletivas e ingerem os grãos de café mais palatáveis Isso associado à passagem dos grãos pelo trato digestório dos jacus justifica o sabor diferenciado do café A consorciação de jacu com café resolve um problema de certos cafezais que são vítimas de ataques dessas aves e torna os jacus protagonistas na produção de um produto diferenciado e bastante lucrativo CAFEZAIS Os jacus chegam a comer até 10 da produção de grãos de café de um cultivo CRIAÇÃO EXTENSIVA Os investimentos para a criação extensiva de jacus são muito baixos Além disso o produtor pode explorar a atividade de produção de carne de jacu considerada uma iguaria no mercado gourmet Foto Shutterstockcom O Café do Jacu é um bom exemplo de criação aviária diferenciada e comercialmente vantajosa Foto Shutterstockcom Ovos embrionados são usados na produção de vacinas que salvam vidas GRANJAS ESPECIAIS QUE PRODUZEM OVOS EMBRIONADOS A produção de ovos embrionados usados para a fabricação de vacinas é um negócio muito lucrativo desenvolvido em granjas de galinhas altamente especializadas A criação dessas aves baseada no sistema intensivo é rigorosamente controlada As condições térmicas dos recintos são acompanhadas de perto e há uma preocupação constante com a qualidade da ração e da água administradas às galinhas As medidas de biossegurança são seguidas à risca nesse tipo de produção pois geralmente cada ovo corresponde a uma vacina que será inoculada em pessoas ou outros animais Depois de embrionados 10 ou 11 dias os ovos são enviados com todo o cuidado para os laboratórios de produção de vacinas PRODUÇÃO DE CARNE E OVOS DE AVES SILVESTRES Considerada uma atividade paralela à avicultura convencional a criação de aves silvestres representa uma ótima oportunidade comercial Carnes de aves como perdiz faisão patos marrecos peru codorna avestruz e galinha dAngola já são encontradas em lojas especializadas Espécies como ema jacu ganso e pombo também são em menor escala procuradas por consumidores mais refinados Foto Shutterstockcom O suculento filé de avestruz já é sucesso em muitas mesas Com relação aos ovos das aves com exceção das codornas não são muito procurados O uso de ovos de espécies de aves silvestres na alimentação humana representa uma rica fonte de nutrientes Assim a colocação desse produto no mercado merece atenção dos empreendedores Para atender ao mercado consumidor a criação de aves silvestres pode ser feita tanto pelo sistema intensivo quanto semiintensivo e extensivo a depender da espécie e da estratégia do produtor Foto Shutterstockcom Ovos de codorna são muito procurados Na linha dos produtos naturais e orgânicos muitos produtores criam aves mais soltas na natureza e agregam valor aos seus produtos através desse tipo de informação Foto Shutterstockcom Vários tipos de aves se prestam a abastecer o mercado de penas e plumas para adorno O GLAMOUR DAS PENAS E PLUMAS O uso de penas e plumas para adornar roupas acessórios e artesanatos não é novidade na vida em sociedade na verdade é tão antigo quanto a própria civilização humana Vários tipos de aves são criados para abastecer esse mercado que tem altas e baixas Existem fazendas especializadas na produção de penas como produto As penas de espécies como galo ganso faisão pavão e avestruz são as mais procuradas mas as de papagaios e araras também despertam interesse As penas usadas no mundo da moda e em outros produtos como edredons e travesseiros não podem ser arrancadas devem cair naturalmente ou serem cortadas Como o mercado exige que as penas sejam livres de microrganismos a criação dessas aves segue rígidos protocolos de biossegurança Mas nada tão rigoroso que não possa estar associado com outros tipos de criações comerciais de aves Foto Shutterstockcom AVES DE COMPANHIA OU ORNAMENTAÇÃO Essa modalidade de criação de aves silvestres talvez não seja a mais economicamente rentável mas sem dúvida é uma das mais conhecidas Há diversas criações pelo país destinadas à produção de várias espécies de aves silvestres nativas e exóticas As espécies mais criadas são as das ordens Passeriformes e Psitaciformes No geral as aves são criadas confinadas Foto Shutterstockcom As aves são animais de companhia cada vez mais comuns nos ambientes domésticos Foto Shutterstockcom O curió Sporophila angolensis é um passarinho muito valioso por seu canto e capacidade de repetição Imagem Shutterstockcom O papagaiodepeitoroxo Amazona vinacea é uma espécie muito procurada para animal de companhia A ARTE DA FALCOARIA Considerada um esporte a falcoaria consiste no uso de aves de rapina para caçar outras aves e pequenos animais os quais são perseguidos no ar ou no solo até serem apanhados e mortos A criação de falcões não exige espaços muitos grandes mas os viveiros devem conter abrigos escuros e silenciosos para que as aves possam descansar Além do treinamento para a prática da falcoaria que deve ser feito em áreas abertas por pessoas experientes outro ponto crítico da criação de aves de rapina é a alimentação Os rapinantes são animais exclusivamente carnívoros não havendo nenhum outro item alimentar que possa substituir a carne Foto Shutterstockcom Aves de rapina como falcões gaviões e águias são criadas e treinadas para a prática da falcoaria ou cetraria VOCÊ SABIA Atualmente os falcões e outras aves rapinantes são usados para evitar incidentes de aves com aeronaves em aeroportos Os falcões são treinados para capturar aves como corujas pombos queroqueros picapaus e outras que oferecem risco de colisão com as turbinas de aviões em operações de pouso ou decolagem No Brasil os aeroportos Salgado Filho em Porto Alegre RS e da Pampulha em Belo Horizonte MG já estão adotando aves de rapina para evitar incidentes aéreos provocados por outras aves Essas aves também são usadas como controladoras de fauna sinantrópica Roedores e pombos principalmente em depósitos de alimentos e áreas de entorno de supermercados CRIAÇÕES CONSERVACIONISTAS DE AVES O CAMINHO DA PRESERVAÇÃO O mais interessante da modalidade conservacionista de criação é que ela representa uma oportunidade de aprendizado em relação ao manejo e à manutenção de espécies aviárias que tradicionalmente não são criadas em cativeiro Após a devida análise do órgão ambiental é possível que sejam autorizadas criações de aves de todas as espécies nativas Foto Shutterstockcom A conservação da biodiversidade é importante para a saúde ambiental e para a nossa própria saúde VERIFICANDO O APRENDIZADO 1 AS AVES ASSIM COMO TODOS OS DEMAIS ANIMAIS SÃO CLASSIFICADAS DE ACORDO COM SUAS FINALIDADES COM BASE NISSO LEIA AS ALTERNATIVAS A SEGUIR QUE LISTAM ALGUMAS ESPÉCIES DE AVES E INDIQUE O ANIMAL QUE APÓS TER PASSADO POR PROCESSOS SECULARES DE MELHORAMENTO E MANEJO NÃO CONSEGUE MAIS SOBREVIVER LONGE DO HOMEM E POR CONTA DISSO É CLASSIFICADO COMO DOMÉSTICO A Galinha B Papagaio C Tucano D Canáriodaterra E Pinguim 2 AS CARNES EXÓTICAS SÃO MUITO APRECIADAS POR CONSUMIDORES REFINADOS QUE BUSCAM ALIMENTOS COM SABORES E TEXTURAS DIFERENTES E ESTÃO DISPOSTOS A PAGAR CARO POR ESSE PRAZER PENSANDO NISSO UM CRIADOR DE GALINHAS RESOLVEU INVESTIR NA CRIAÇÃO DE AVES SILVESTRES PARA PRODUZIR CARNE EXÓTICA ENTRE AS ESPÉCIES ABAIXO IDENTIFIQUE A QUE IRÁ AO ENCONTRO DO DESEJO DO CRIADOR A Arara canindé B Tucanotoco C Avestruz D Periquitãomaracanã E Curió GABARITO 1 As aves assim como todos os demais animais são classificadas de acordo com suas finalidades Com base nisso leia as alternativas a seguir que listam algumas espécies de aves e indique o animal que após ter passado por processos seculares de melhoramento e manejo não consegue mais sobreviver longe do homem e por conta disso é classificado como doméstico A alternativa A está correta É importante saber distinguir uma ave doméstica de uma ave silvestre Uma ave doméstica como a galinha precisa do homem para sobreviver uma ave silvestre além de não precisar do homem muitas vezes o repele Um papagaio que é uma ave silvestre por mais que seja criado em um ambiente doméstico pode voltar a viver solto na natureza se passar por um processo de reabilitação Isso já não acontece com uma ave doméstica 2 As carnes exóticas são muito apreciadas por consumidores refinados que buscam alimentos com sabores e texturas diferentes e estão dispostos a pagar caro por esse prazer Pensando nisso um criador de galinhas resolveu investir na criação de aves silvestres para produzir carne exótica Entre as espécies abaixo identifique a que irá ao encontro do desejo do criador A alternativa C está correta O mercado de carne exótica está em ascensão e representa uma oportunidade de criação comercial de aves silvestres bastante lucrativa Atualmente já há várias lojas especializadas onde é possível encontrar carne de diversas espécies de aves tais como perdiz faisão pato marreco peru codorna avestruz galinha dAngola etc As técnicas de manejo aplicadas à criação desses animais não diferem muito daquelas usadas nas granjas tradicionais MÓDULO 2 Descrever a criação e o manejo de aves silvestres nativas e exóticas INTRODUÇÃO À CRIAÇÃO DE AVES EM CATIVEIRO Neste módulo vamos tratar da criação e do manejo de aves em cativeiro considerando as diversas finalidades desse tipo de produção animal Como você verá ao longo do curso grosso modo não há muita diferença entre criar galinhas domésticas e papagaios silvestres Ambas as espécies pertencem à mesma classe Aves e apesar das características inerentes a cada grupo de aves elas apresentam muitos aspectos de manejo semelhantes Imagem Shutterstockcom De modo geral há muitas similaridades na criação de aves domésticas e silvestres Por outro lado considerando a espécie animal criada e a finalidade da criação as diferenças de manejo poderão ser bastante significativas pois há particularidades de alimentação reprodução e comportamento próprias de cada grupo senão de cada espécie de ave Além disso quando falamos na criação de aves silvestres sejam elas nativas ou exóticas existe um aparato legislativo que regula a atividade É fundamental que o criador ou o profissional que se proponha a orientar tecnicamente uma criação aviária tenha conhecimento pleno da legislação em vigor Bem feitas essas considerações vamos dar início ao nosso estudo SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE AVES EM CATIVEIRO Há cerca de 10000 espécies de aves descritas até o momento Dessas espécies quase 2000 ocorrem naturalmente na fauna brasileira ou seja são aves nativas Além dessas aves nativas são criadas diversas espécies de aves exóticas no Brasil como cacatua calopsita periquitoaustraliano canário belga e diversas espécies de papagaio Apesar da tamanha variedade de espécies aviárias as criações comerciais se baseiam em três tipos genéricos de sistema o extensivo o semiintensivo e o intensivo Vejamos como funciona cada um deles Imagem Shutterstockcom As aves constituem um grupo bastante diverso SISTEMA EXTENSIVO DE CRIAÇÃO DE AVES SILVESTRES No sistema extensivo as aves são criadas soltas e alimentadas em regime de pastoreio Esse sistema pode ser aplicado à criação de Aves ratitas São aquelas que não voam As principais características morfofuncionais dessas aves são esterno achatado e em forma de quilha músculos peitorais pouco desenvolvidos asas pequenas e atrofiadas pernas longas e pés bem adaptados para caminhar São exemplos de aves ratitas Imagem Shutterstockcom KIWI Imagem Shutterstockcom CASUAR Imagem Shutterstockcom EMU Imagem Shutterstockcom EMA Imagem Shutterstockcom AVESTRUZ Galiformes É uma designação popular dada à ordem Galliformes Essa ordem abriga aves corpulentas que de modo geral deslocamse pelo solo São exemplos de galiformes Imagem Shutterstockcom GALINHA DANGOLA Imagem Shutterstockcom PAVÃO Imagem Shutterstockcom PERDIZ Imagem Shutterstockcom FAISÃO Imagem Shutterstockcom PERU Imagem Shutterstockcom MUTUM Imagem Shutterstockcom GALO Uma vantagem da criação extensiva é que as aves podem contribuir para a adubação do solo e a capina da área Além disso a criação pode ser integrada com culturas agrícolas eou ser realizada em piquetes rotacionados Nesse caso há que se tomar alguns cuidados como a concentração de animais por área e as espécies animais e vegetais consorciadas a fim de que a criação de aves não inviabilize o cultivo Isso acontece por exemplo quando as aves são colocadas em áreas onde são cultivadas plantas muito palatáveis levando à erradicação da cultura ou pouco palatáveis ocasionando a seleção de indivíduos florísticos indesejáveis Foto Shutterstockcom Criação extensiva de avestruzes Dois aspectos desvantajosos devem ser considerados antes da implantação da criação extensiva a baixa lucratividade desse modelo de criação e os impactos ambientais Com relação à baixa lucratividade é bom lembrar que ela está diretamente associada ao baixo investimento em insumos e práticas de manejo que esse tipo de criação requer Assim a criação extensiva de aves pode ser uma alternativa para propriedades que possuam grandes áreas improdutivas No que se refere aos impactos ambientais falaremos deles a seguir uma vez que também são observados na criação aviária semiintensiva Foto Shutterstockcom Na criação semiintensiva as aves são criadas soltas mas as práticas de manejo estão presentes para melhorar o desempenho dos animais SISTEMA SEMIINTENSIVO DE CRIAÇÃO DE AVES SILVESTRES Basicamente o que difere o sistema de criação semiintensivo do sistema extensivo é o manejo Isso porque na criação semiintensiva há uma preocupação com o fornecimento de alimentação balanceada e com os tratamentos preventivos e terapêuticos de doenças Além disso tanto as instalações de permanência quanto as de repouso são pensadas para garantir o bemestar dos animais Assim diferentemente do que ocorre no sistema extensivo embora as aves sejam criadas soltas aqui são dispostos poleiros abrigos e coberturas áreas favoráveis à nidificação bebedouros e comedouros nos piquetes Afora isso à noite ou mesmo durante o dia quando as condições climáticas não forem favoráveis os animais são abrigados em recintos apropriados Por fim esse sistema prevê a chocagem de ovos através de métodos artificiais com o emprego de incubadoras Repare que esse sistema de criação se aplica às mesmas espécies aviárias mencionadas no sistema de criação extensiva E do mesmo modo que lá é importante que as áreas de criação sejam cercadas e que a concentração de animais por piquete seja adequada CONCENTRAÇÃO DE ANIMAIS POR PIQUETE A concentração de animais por piquete varia de espécie para espécie Para os galináceos recomendase em média uma ave por 3m² CERCADAS No cercamento da área é importante considerar a robustez e a altura da cerca com relação às espécies aviárias mantidas no local A principal crítica a esse sistema diz respeito aos impactos ambientais A depender do tamanho do plantel pode ocorrer concentração de nitrogênio no solo presença de amônia no ar poluição de recursos hídricos concentração de patógenos proliferação de moscas e outros vetores A concentração de animais por piquete também é um ponto crítico desse tipo de criação porém muito mais fácil de resolver do que os impactos ambientais ATENÇÃO A manutenção de muitas aves por área pode acarretar comportamentos agressivos e estereotipados como bicadas arrancamento de penas e canibalismo Nessas condições de patente estresse a ocorrência de doenças aumenta assim como a mortalidade das aves SISTEMA INTENSIVO DE CRIAÇÃO DE AVES SILVESTRES No sistema intensivo as aves são criadas confinadas desde o nascimento até a destinação final Por isso é essencial que as condições das instalações físicas as operações e as técnicas utilizadas no trato dos animais sejam favoráveis ao bemestar Algumas medidas são básicas para a criação de qualquer espécie aviária tais como Água renovável Fornecimento de bebedouros e comedouros em número suficiente removíveis e laváveis Condições de temperatura ventilação umidade e iluminação adequadas Estações de permanência e repouso apropriadas à espécie Ninhos eou substratos para confecção de ninhos ESTAÇÕES DE PERMANÊNCIA E REPOUSO APROPRIADAS À ESPÉCIE Esse aspecto é bastante importante pois os membros pélvicos das aves são morfologicamente adaptados para empoleirar andar ou nadar Foto Shutterstockcom Criação de pássaros baseada no sistema intensivo Por outro lado há exigências que são particulares a cada família de aves como tipo de piso e de vegetação espelho dágua área para espojar etc A criação intensiva é a principal modalidade de manutenção de aves em cativeiro Ela se aplica muito bem às criações de Passeriformes e de Psitaciformes duas das principais ordens de aves silvestres de interesse comercial no Brasil e no mundo Solário Abrigo Área de fuga Recursos de enriquecimento ambiental etc CRIAÇÃO E MANEJO DE AVES EM CATIVEIRO Você já sabe que o principal sistema de criação de aves é o intensivo Assim como esse sistema prevê que as aves fiquem em confinamento total é importante que as instalações sejam favoráveis ao bem estar animal Vejamos agora vários aspectos da manutenção de aves em cativeiro que devem ser observados REQUISITOS LEGAIS X BEMESTAR ANIMAL O QUE É PRECISO FAZER Quando falamos sobre os requisitos legais relacionados à criação e ao manejo de aves silvestres em cativeiro existem pelo menos três pontos a serem discutidos CONDIÇÕES MÍNIMAS DAS INSTALAÇÕES FÍSICAS De modo geral os requisitos previstos na Instrução Normativa nº 07 de 30 de abril de 2015 servem como orientação neste sentido já que nessa norma são considerados aspectos como densidade de ocupação dimensões e exigências ambientais os quais minimamente atendem às particularidades comportamentais alimentares e reprodutivas gerais e específicas das aves Só que esses requisitos são determinações aplicáveis a animais mantidos em jardins zoológicos Por analogia tais critérios podem ser usados nas criações comerciais de aves silvestres No tocante à criação de passarinhos por exemplo há uma norma que prevê as condições mínimas que viveiros e gaiolas devem apresentar obrigatoriamente Água disponível e limpa para dessedentação Poleiros em diferentes diâmetros de madeira ou material similar que permita o pouso equilibrado do espécime Alimentos adequados e disponíveis Banheira removível para banho no caso de espécies que apresentem este comportamento Higiene não é permitido o acúmulo de fezes Local arejado e com temperatura amena protegido de sol vento e chuvas NORMA A norma em questão é a Instrução Normativa nº 10 de 19 de setembro de 2011 ESPECÍFICAS DAS AVES São previstas particularidades conforme as famílias das aves VACINAÇÃO E VERMIFUGAÇÃO Nas criações comerciais de aves as medidas profiláticas fazem parte do programa de biosseguridade De modo geral essas medidas se baseiam na administração de vacinas e de medicamentos antiparasitários conforme periodicidade recomendada As aves silvestres utilizam o mesmo protocolo de vacinação recomendado para as galinhas domésticas com duas ressalvas I O protocolo estar de acordo com as condições epidemiológicas do local em que se encontra a criação II Os novos animais ingressantes na criação devem ser provenientes de locais que atestem sua sanidade através de certificados de vacinação ou exames laboratoriais mesmo que sejam submetidos à quarentena Dimensão capaz de permitir que as aves cativas possam executar ao menos pequenos voos O programa de vacinação preconizado para as aves silvestres deve respeitar o seguinte período de vida 1 dia Marek Bouba suave 7 dias Newcastle B1 Bronquite Infecciosa H120 35 dias Bouba forte Newcastle LS Bronquite Infecciosa H52 50 dias Coriza Infecciosa aquosa 70 dias Newcastle LS Bronquite Infecciosa H52 120 dias Coriza Infecciosa oleosa 135 dias Newcastle Bronquite Infecciosa tríplice oleosa Com relação ao controle parasitário ele deve contemplar medidas para ectoparasitoses e endoparasitoses No rol dos ectoparasitas estão malófagos pulgas ácaros carrapatos e moscas No tocante aos endoparasitas os hemoparasitas são considerados agentes de ampla ocorrência em aves porém de baixa associação à doença clínica Os gêneros mais prevalentes são Plasmodium Haemoproteus e Leucocytozoon Além disso as infecções por helmintos nematoides e cestoides e protozoários são comuns em aves e ocorrem principalmente em condições de cativeiro com alta densidade populacional condições higiênicosanitárias precárias e nutrição inadequada das aves As helmintoses e protozooses podem levar a quadros variados de infecções subclínicas e até a morte PROIBIÇÃO DA PRÁTICA DE ATOS DE CRUELDADE ABUSO E MAUSTRATOS O terceiro ponto a destacar relacionase à proibição da prática de atos de crueldade abuso e maus tratos contra os animais de modo geral independentemente de serem espécies silvestres domésticas ou domesticadas nativas ou exóticas Quando contrapomos os requisitos mínimos estabelecidos nas normas com a vedação de praticar qualquer ato que possa causar abusos maustratos ferimentos ou mutilações às aves criadas em cativeiros temos ciência de que nem sempre isso é possível Assim resta claro que a lei não garante por ela mesma o bemestar dos animais em cativeiro Foto Shutterstockcom A criação de aves em cativeiro deve seguir os requisitos legais e proporcionar bemestar aos animais Portanto é importante ter em mente que há algumas questões básicas do design ambiental que são indispensáveis para garantir o bemestar de aves criadas em cativeiro e que vão além dos requisitos mínimos estabelecidos em normas legais tais como Espaço suficiente para encorajar uma variedade de comportamentos de locomoção naturais considerando inclusive distâncias críticas e medidas de privacidade Espaço suficiente com relação à verticalidade e à complexidade dos recintos para que os animais possam viver em um habitat arbóreo como na natureza conforme as propensões naturais de cada espécie Manutenção de números suficientes de animais por recinto para obter uma massa crítica apropriada de indivíduos da espécie para formar um grupo ou bando semelhante ao tamanho do grupo da espécie na natureza Variação suficiente na rotina para que os animais recebam opções de iluminação alimento sombra manejo material manipulável acesso interno e externo às instalações e um substrato confortável Utilização de recursos que incitem estímulos sociais ocupacionais físicos sensoriais e nutricionais para cada espécie e para cada indivíduo em particular Foto Shutterstockcom As criações de aves devem se esforçar para oferecer espaços confortáveis e favoráveis ao bem estar dos animais Se a aplicação de recursos de enriquecimento ambiental aumenta os custos da manutenção de animais em cativeiro por outro lado melhorias no design ambiental trazem diversos benefícios para a saúde física e mental de animais cativos uma vez que favorecem a diversidade comportamental e com isso reduzem a frequência de comportamentos anormais DICA Considere investir no aperfeiçoamento das instalações de uma criação comercial de aves silvestres pois a melhora da qualidade ambiental se refletirá no aumento dos lucros da criação Isso porque se o bemestar estiver garantido os animais responderão com menor incidência de doenças melhor rendimento de carcaça maior produção de ovos melhor desempenho e qualidade de ovos melhor desempenho de canto e diminuição de problemas relacionados a empenamento BEMESTAR E SAÚDE DOS ANIMAIS DOIS ASPECTOS INEVITAVELMENTE ASSOCIADOS Assista a este vídeo onde explicamos a relação entre o bemestar dos animais o aumento da produção e os produtos de melhor qualidade REQUISITOS AMBIENTAIS DOS RECINTOS DE CRIAÇÃO Como falamos há pouco em uma criação de aves as condições dos recintos são muito importantes para a promoção de saúde e bemestar do plantel Vejamos agora mais atentamente alguns pontos das instalações físicas de um criatório intensivo de aves que merecem especial atenção TAMANHO DO RECINTO Deve ser suficientemente amplo para que a ave possa abrir suas asas em todas as direções voar e ter espaço para expressar seu comportamento natural sem que suas penas sejam danificadas enquanto o animal se movimenta no interior do viveiro Literalmente quanto maior for o recinto melhor para o animal MATERIAL DE CONFECÇÃO DO RECINTO Idealmente por ser inerte os recintos devem ser de aço inoxidável A segunda melhor opção em termos de material é o ferro mas como enferruja deve ser pintado para evitar corrosão A tinta não pode ser tóxica GRADIL DO VIVEIRO As barras devem ser espessas e firmes o suficiente para suportar as investidas das aves A largura entre as barras não deve permitir que o animal fuja ou ponha a cabeça entre elas Devese colocar um gradil no fundo do recinto para que o animal não pise sobre suas próprias fezes e excretas nitrogenadas assim como restos de alimentos É recomendável que o fundo do recinto seja removível para facilitar a higienização INVESTIDAS DAS AVES As aves podem se chocar contra o gradil ou bicar as barras Foto Shutterstockcom Os recintos devem ser pensados de acordo com as necessidades ambientais de cada espécie POLEIROS Preconizase que os poleiros sejam de madeiras duras preferencialmente galhos de árvores sem folhas e de diâmetros variáveis Os poleiros devem ser posicionados de modo que bebedouros comedouros e a banheira de recreação não se contaminem com as fezes e excretas do animal empoleirado DIÂMETROS VARIÁVEIS Isso ajuda a prevenir artrites e promove exercícios para os dedos das aves MADEIRAS Madeiras moles devem ser evitadas pois são ricas em resinas e seivas Devese evitar também galhos de árvores que foram pulverizados com inseticidas herbicidas fungicidas etc Galhos com pontas e farpas também não devem ser usados SUBSTRATO O fundo do viveiro deve ser preenchido por substrato com alto poder de absorção para garantir que a gaiola esteja sempre limpa Há diversos tipos de substratos comerciais no mercado mas também as toalhas de papel são bem indicadas Devem ser evitados materiais que facilitem o crescimento de fungos e bactérias que apresentem algum grau de toxicidade para as aves ou sejam irritantes ao contato TOALHAS DE PAPEL Os jornais não são indicados pois a tinta usada para a impressão pode ser tóxica para as aves SUBSTRATOS COMERCIAIS Uma boa opção de substrato são as areias anisadas feitas da mistura de areia e conchas esmagadas com uma fragrância de anis Elas ajudam na digestão do alimento a partir da trituração de sementes no papo BRINQUEDOS Devem ser confeccionados em madeira dura penas naturais couro natural cordas ferro não revestido aço inoxidável ou plástico duro Devese ter atenção para que a ave não enrosque o pescoço as pernas ou os pés nos brinquedos BANHO Muitas aves apreciam o banho que serve para manter as penas limpas Após o banho as aves devem se secar naturalmente SECAR NATURALMENTE É proibido o uso de secador elétrico para a secagem das penas de aves Como o tegumento desses animais é muito delicado eles podem sofrer queimaduras graves TEMPERATURA A temperatura ideal para cada espécie depende de seu habitat natural De modo geral se uma pessoa se sente termicamente confortável com uma camiseta de malha a temperatura provavelmente estará boa para o animal adulto TEMPERATURA A temperatura corporal das aves varia entre 40C e 44C UMIDADE A umidade ideal para cada espécie depende de seu habitat natural De modo geral recomendase que a umidade relativa do ar esteja em torno de 50 a 60 LUZ Aves devem ser expostas a 10 horas de luz e 14 horas de escuridão por dia TINTA Devese dar preferência a tintas livres de zinco chumbo e outros metais pesados PINTADO A galvanização é um tipo de recobrimento à base de zinco usado para evitar a corrosão do ferro No entanto pela presença do zinco a galvanização não é recomendada para recintos de aves tendo em vista que esses animais têm por hábito bicar tudo ao redor AÇO INOXIDÁVEL Gaiolas e viveiros de aço inoxidável além de serem difíceis de encontrar no mercado são muito caros Vejamos agora em detalhe outro requisito ambiental de recinto importante os ninhos NINHOS As aves apresentam diferentes estratégias reprodutivas podendo ser sazonais ou não Essa variação é determinada pela sensibilidade da espécie aos estímulos ambientais para reprodução A presença de ninhos ou de substratos que favoreçam a confecção ou o aperfeiçoamento de ninhos nos criadouros é fator modificante que influencia o processo reprodutivo das aves Para cada espécie considerando suas exigências reprodutivas particulares são recomendados tipos de ninhos eou de substratos apropriados Assim a fim de garantir o sucesso reprodutivo de aves em cativeiro é indispensável que o criador conheça a biologia da espécie e garanta condições adequadas para a expressão de fatores endógenos e exógenos relacionados à sua reprodução Foto Shutterstockcom A presença de ninhos ou de materiais apropriados para que as aves construam ou customizem seus ninhos em criadouros é fundamental Foto Shutterstockcom A alimentação de aves em cativeiro merece total atenção ALIMENTAÇÃO No ambiente natural as aves passam boa parte do tempo forrageando e se alimentam de uma diversidade de alimentos que varia até de uma estação para outra Além disso como no habitat os alimentos têm cores texturas e sabores distintos a alimentação também é uma fonte de estímulo para os animais de vida livre Em contrapartida em cativeiro as aves se alimentam exclusivamente do que lhes é fornecido pelo criador não há possibilidade de nenhuma outra fonte alternativa de alimentação Assim considerando ainda que muitas das aves criadas em cativeiro são originárias de diferentes partes do Brasil e do mundo e que o conhecimento acerca da alimentação adequada para cada espécie ainda é restrito a alimentação de aves em cativeiro é uma questão que merece total atenção CONHECIMENTO O conhecimento aplicado à alimentação de aves silvestres é ainda baseado nas pesquisas relacionadas à alimentação de galinhas domésticas Muitas pessoas ainda acham que a alimentação de aves de modo geral deve ser baseada em sementes Isso não é verdade Sementes são alimentos pobres em proteínas e cálcio e ricos em gordura ATENÇÃO Aves cuja alimentação é baseada exclusiva ou majoritariamente em sementes podem apresentar hipovitaminose A e hipocalemia Outra afecção comum a esse tipo de alimentação muito observada em psitacídeos é a hepatite gordurosa Hoje há diversas rações comerciais disponíveis no mercado para distintos tipos de aves Foto Shutterstockcom Para os psitacídeos em geral recomendase que 80 da dieta seja baseada em rações Os outros 20 podem ser vegetais frescos Frutas e sementes podem ser dadas eventualmente como petiscos Oleaginosas como amêndoas castanhas e nozes também podem ser oferecidas de vez em quando sobretudo com casca para entreter e estimular o comportamento das aves OLEAGINOSAS Não se deve dar amendoins às aves porque eles podem conter aflatoxina uma micotoxina produzida por espécies de fungos do gênero Aspergillus sp que representa risco para a saúde dos animais VEGETAIS Devese dar preferência a vegetais verdeescuros e amarelos Foto Shutterstockcom Já para passeriformes as sementes compõem 50 da dieta No mercado também são encontradas misturas de sementes apropriadas para diversos tipos de pássaros A outra metade da alimentação deve ser baseada em rações vegetais frescos frutas eou insetos a depender da espécie O uso de uma dieta adequada melhora a qualidade e a longevidade das aves ÁGUA PARA DESSEDENTAÇÃO Água fresca e limpa deve estar sempre à disposição de aves em cativeiro Notem que a restrição de água é considerada uma condição patente de maustratos Algumas aves não toleram água clorada por isso é recomendado buscar fontes de água mineral para oferecer aos animais A restrição de água por si só é uma condição de maustratos contra os animais Foto Shutterstockcom Nunca deve faltar água limpa e fresca em cativeiro Outro cuidado que se deve ter com a água de beber diz respeito à contaminação Além da possibilidade de contaminação da própria fonte de abastecimento é importante avaliar se fezes excretas restos de alimento e substratos podem ser focos de contaminação da água disponível no recinto LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE INSTALAÇÕES VIVEIROS E UTENSÍLIOS A limpeza e a desinfecção das instalações físicas de um criatório são pontos críticos quando se fala na biossegurança da criação Por isso é recomendado que o criatório tenha uma rotina de higienização das instalações que deve começar pela retirada mecânica dos detritos orgânicos e ser seguida pela desinfecção do local Quanto mais fácil limpar um recinto ou um objeto mas fácil será desinfetálo Por isso a escolha dos materiais e as estratégias construtivas das instalações são pontos essenciais para garantir a devida assepsia do local Foto Shutterstockcom A limpeza e desinfecção dos recintos é uma questão sine qua non de saúde e bemestar ATENÇÃO Os poleiros mais indicados para as aves são os de madeira No entanto a madeira é uma superfície de difícil limpeza e desinfecção Recomendase que os poleiros sejam substituídos periodicamente ou imediatamente caso se suspeite da presença de agentes infecciosos na granja Os efluentes gerados em uma criação de animais merecem bastante atenção pois são fontes de contaminação Os efluentes da avicultura devem prever processos adequados de uso e de tratamento na propriedade a fim de prevenir a contaminação da área interna e das áreas externas vizinhas Tudo deve estar em conformidade com as exigências ambientais legais que orientam a atividade Cabe alertar que nas criações de aves os roedores são considerados um problema grave As condições das instalações devem ser verificadas constantemente para identificar pontos vulneráveis de acesso Além disso os locais de guarda e preparo dos alimentos também devem ser observados pois são bastante atrativos para os roedores EFLUENTES Efluentes são os despejos líquidos provenientes de atividades humanas Por serem fonte de contaminação ambiental não podem ser despejados diretamente na natureza devendo ser tratados previamente e de acordo com as exigências relacionadas ao tipo de atividade desenvolvida no local Foto Shutterstockcom A infestação de ratos é muito comum em criações de aves Foto Shutterstockcom Sempre que uma ave nova chega à criação ela deve ser mantida isolada mesmo aparentando estar em boas condições de saúde QUARENTENA E QUARENTENÁRIO A quarentena é uma importante medida de biossegurança para prevenir a introdução de agentes patogênicos em uma população aviária já estabelecida Consiste em manter isolados e sob observação médicoveterinária por um período determinado animais recémadquiridos aparentemente sadios mas que podem ser portadores e difusores de diferentes patógenos PERÍODO DETERMINADO Em se tratando de aves o tempo de quarentena de modo geral é de 45 dias O quarentenário é a instalação física que aloja os animais recémchegados à criação Esse espaço deve ser isolado do restante da granja e dispor de recursos materiais próprios A limpeza e a desinfecção do quarentenário também devem receber atenção especial haja vista que os dejetos e as águas residuais podem ser fontes de contaminantes para o meio ambiente para as pessoas e para os animais RECURSOS Devese tomar muito cuidado com o trânsito de pessoas entre o quarentenário e o restante da área da criação BIOCLIMATOLOGIA Bioclimatologia é a ciência que estuda as relações entre os animais e os efeitos térmicos do ambiente De modo geral os índices bioclimáticos influenciam a reprodução a sobrevivência a longevidade e o bemestar de aves criadas em cativeiro EFEITOS TÉRMICOS DO AMBIENTE A condição térmica de um ambiente seja ele natural seja de cativeiro é influenciada por elementos climáticos como radiação solar temperatura ambiente pressão atmosférica velocidade e umidade relativa do ar Além disso fatores como altitude e latitude local proximidade do mar pluviometria da região e características da vegetação também influenciam no clima natural de uma área Os fatores térmicos são os que mais afetam os animais Mas diferentemente dos animais ectotérmicos as aves não necessitam de gradientes amplos de temperatura e umidade nos recintos SAIBA MAIS No ambiente de criação de aves de modo geral o conforto térmico é assegurado com temperatura por volta dos 21 C umidade relativa do ar média de 50 e velocidade do vento entre 229 e 241 ms Para garantir que as condições climáticas sejam favoráveis aos animais é importante conhecer a biologia da espécie e investir em tipologias construtivas apropriadas e em mecanismos de resfriamento adiabático RESFRIAMENTO ADIABÁTICO O resfriamento evaporativo é um processo adiabático VERIFICANDO O APRENDIZADO 1 NAS CRIAÇÕES INTENSIVAS AS AVES VÃO PASSAR A VIDA CONFINADAS POR ISSO A ESCOLHA DOS MATERIAIS PARA A CONFECÇÃO DOS RECINTOS DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A BIOLOGIA E O COMPORTAMENTO DAS ESPÉCIES IDEALMENTE OS RECINTOS DEVERIAM SER DE AÇO INOXIDÁVEL MAS ISSO QUASE SEMPRE NÃO É POSSÍVEL INDIQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UM MATERIAL QUE PODE SER USADO SEGURAMENTE PARA A FABRICAÇÃO DE UM RECINTO DE AVES SILVESTRES A Plástico duro B Ferro galvanizado C Ferro pintado com tinta atóxica D Madeira E Nylon 2 UMA DAS QUESTÕES MAIS PREOCUPANTES QUANDO SE CONSTRÓI UM RECINTO PARA AVES É O SEU TAMANHO IDEAL ISSO PORQUE SERÁ NESSE ESPAÇO QUE O ANIMAL PASSARÁ O RESTO DA VIDA IDENTIFIQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UMA PREOCUPAÇÃO COM RELAÇÃO AO TAMANHO DO RECINTO E A QUALIDADE DE VIDA DO ANIMAL A A altura do recinto não é motivo de preocupação apenas o comprimento B Recintos grandes não são indicados para aves velhas já que voos longos passam a ser cansativos para esses animais C Passarinhos são aves bem adaptadas a gaiolas pequenas pois se satisfazem saltitando entre os poleiros não necessitando voar D O recinto deve ter espaço suficiente para encorajar comportamentos de locomoção naturais E Com o tempo as aves criadas em cativeiro desaprendem a voar portanto não é mais necessário mantêlas em espaços tão amplos GABARITO 1 Nas criações intensivas as aves vão passar a vida confinadas Por isso a escolha dos materiais para a confecção dos recintos deve levar em consideração a biologia e o comportamento das espécies Idealmente os recintos deveriam ser de aço inoxidável mas isso quase sempre não é possível Indique a alternativa que apresenta um material que pode ser usado seguramente para a fabricação de um recinto de aves silvestres A alternativa C está correta No momento da construção de um criadouro é importante escolher materiais seguros Assim caso não seja possível fabricar recintos de aço inoxidável o que é muito provável a segunda melhor alternativa é fazêlos de ferro e em seguida pintálos com uma tinta livre de metais pesados sobretudo zinco e chumbo 2 Uma das questões mais preocupantes quando se constrói um recinto para aves é o seu tamanho ideal Isso porque será nesse espaço que o animal passará o resto da vida Identifique a alternativa que apresenta uma preocupação com relação ao tamanho do recinto e a qualidade de vida do animal A alternativa D está correta Um dos aspectos mais importantes da criação de aves silvestres mantidas em sistemas intensivos é a qualidade do ambiente de cativeiro Como esses animais vão viver em confinamento sem que muitas vezes possam fazer um único voo livre a questão do espaço é fundamental para que possam expressar seu comportamento inato Além disso a falta de espaço pode ocasionar atrofia da musculatura peitoral e danificar as penas das aves MÓDULO 3 Reconhecer a legislação aplicada e as questões de bemestar na criação de aves silvestres nativas e exóticas ANIMAL SILVESTRE DE ORIGEM LEGAL Chegamos ao último módulo do nosso estudo sobre as aves Nessa parte final veremos mais alguns detalhes sobre a criação de aves silvestres nativas e exóticas Já aprendemos muito sobre a criação em cativeiro até aqui entretanto para que um profissional se sinta seguro na lida com as aves o que vimos é só um caminho um direcionamento pois ainda há muito o que aprender Mas não se intimide com isso Temos certeza de que você tem capacidade para se tornar uma exímioa especialista em aves silvestres se esse for seu desejo é claro A legislação brasileira é altamente protetiva quando se fala em animais silvestres nativos É considerado crime capturar um animal da natureza Desse modo por regra um mero passarinho que nasce livre no jardim da sua casa jamais pode ser colocado em uma gaiola No entanto há pessoas que querem criar aves ou têlas como animais de companhia No próximo tópico vamos falar um pouco mais sobre bemestar animal e abordaremos a manutenção de aves em cativeiro dos pontos de vista ecológico ético e cultural Agora vamos discutir sobre como ter uma criação ou mesmo um único exemplar de ave em cativeiro de forma regular o chamado animal legal Foto Shutterstockcom As aves que nascem na natureza devem ficar na natureza pois não são animais legais Primeiramente sobre a criação de aves em cativeiro perceba que antes mesmo de ela começar é preciso entrar em contato com o órgão ambiental da Unidade Federativa onde se pretende instalar sua criação e verificar quais são as exigências cabíveis Há um caminho burocrático a seguir para demonstrar capacidade e lisura e só assim a atividade poderá ser devidamente autorizada Um dos aspectos relacionados a essa autorização diz respeito à origem do plantel inicial Como dissemos não se pode apanhar o passarinho do jardim para dar início a uma criação ENTÃO DE ONDE VIRÃO OS PRIMEIROS ANIMAIS DA CRIAÇÃO RESPOSTA Para a formação do planteI inicial o criadouro poderá utilizar matrizes e reprodutores de animais da fauna silvestre brasileira provenientes de criadouros regulares ou de ações de fiscalização Outra opção seria solicitar a captura de aves na natureza no entanto nesse caso há um longo caminho burocrático a ser percorrido junto aos órgãos ambientais competentes É bom lembrar que se for uma espécie ameaçada de extinção a autorização de captura na natureza não será concedida Foto Shutterstockcom Os primeiros animais de criação devem ser provenientes de criadouros regulares ou de ações de fiscalização SAIBA MAIS A origem das matrizes e dos reprodutores precisa ser comprovada Os documentos hábeis que atendem aos critérios legais são aqueles estabelecidos no Artigo 20 da Instrução Normativa nº 07 Ibama2015 quais sejam Autorizações e licenças para captura Autorização de transporte emitida por órgão ambiental competente Termo de depósito ou destinação emitido por órgão integrante do Sisnama ou de segurança pública ou judicial Documentos fiscais emitidos por criadouros ou comerciantes autorizados e licenças de importação Termos de transferência de animais adquiridos com nota fiscal emitidos à época da transação Registros em processos administrativos declarações e expedientes emitidos por órgãos do Sisnama ou de segurança pública que indiquem que a origem do plantel se deu conforme previsto na norma A prole gerada a partir de matrizes e reprodutores que deram início ao plantel poderá ser vendida Mas com relação às matrizes e aos reprodutores originais só podem ser vendidos aqueles que foram comercialmente adquiridos Os demais devem permanecer no criadouro até que venham a óbito ou na desistência de manter a criação em operação deverão ser entregues voluntariamente ao órgão ambiental competente Para que um criadouro possa vender os animais nascidos em cativeiro é preciso individualizálos por meio de algum sistema de marcação definitivo e apropriado Em se tratando de aves a marcação individual deve ser realizada prioritariamente por anilhas No entanto aves cujas espécies apresentem desenvolvimento tibiotársico acentuado como os ciconiformes os rheiformes e os ephoenicopteriformes filhotes de aves aquáticas ou filhotes de aves entregues ao órgão ambiental competente e destinados a cativeiro que estejam impossibilitados de usar anilhas fechadas devem ser marcadas através de transponders Pequeno dispositivo eletrônico de radiofrequência ANILHAS A condição para o uso das anilhas na identificação de aves nascidas em cativeiro é que elas sejam fechadas No entanto para a marcação de aves adultas apreendidas entregues espontaneamente ou resgatadas o órgão ambiental pode usar anilhas especiais com trava Foto Shutterstockcom A primeira característica de um animal legal é a presença da anilha na perna SAIBA MAIS As aves se destacam entre os animais silvestres de maior interesse para criação comercial e manutenção em cativeiro Papagaios araras periquitos passarinhos corujas e tucanos são retirados da natureza para abastecer um enorme comércio ilegal A superexploração desses animais é tão fática que muitas espécies já se encontram em risco de extinção Assim garantir a rastreabilidade da origem das aves é fundamental para a preservação desta classe animal As anilhas são portanto um importante recurso de controle da fauna aviária silvestre brasileira POR QUE A LEGISLAÇÃO SE PREOCUPA TANTO COM A INDIVIDUALIZAÇÃO DAS AVES Neste vídeo a especialista apresenta os sistemas utilizados para marcação de aves e sua importância como medida de controle da fauna silvestre Já vimos que para vender um animal silvestre ele deve ter nascido em cativeiro e portar um sistema de marcação individual Precisa ainda de um documento que ateste isso tudo Esse documento é a nota fiscal que além de servir para controlar a tributação da venda do animal traz outras informações importantes sobre a origem do espécime tais como número de registro do criadouro comercial no órgão ambiental identificação da espécie do animal transacionado nome vulgar e comum e dados do sistema de marcação utilizado tipo de marcação e número do registro ATENÇÃO Após comprar um animal silvestre se a pessoa quiser desistir de manter o espécime em cativeiro ela tem duas alternativas entregálo voluntariamente ao órgão ambiental competente ou repassálo a outra pessoa Nesse caso para garantir a rastreabilidade do animal o atual e o pretenso tutor da ave devem firmar um termo de transferência reconhecendo suas assinaturas por autenticidade em cartório Esse termo então passa a andar junto com a nota fiscal relativa à compra do animal em questão Agora que você já entendeu como nasce um animal legal não há muito o que falar sobre como adquirir uma ave devidamente legalizada nem sobre o que fazer para comprovar a origem regular do animal certo Qualquer pessoa que queira ter uma ave em casa como animal de companhia deve comprála em um criadouro comercial guardar a nota fiscal e manter a ave com o seu devido sistema de marcação original Portanto como profissional seja consciente e ético ao orientar as pessoas sobre a necessidade da aquisição de animais legais e sobre as questões relacionadas à compra de animais não legais QUESTÕES RELACIONADAS À COMPRA DE ANIMAIS NÃO LEGAIS Os animais ilegais podem ser portadores de patógenos ter preço mais baixo do que os animais legais e ainda alimentar uma rentável atividade econômica criminosa conhecida como tráfico de animais A captura de animais de vida livre é uma prática cruel para os animais e suas populações Estimase que 90 dos animais apanhados na natureza morrem antes de chegar ao seu destino Essa questão é ainda mais preocupante porque a caça por ser motivada pelo mercado segue a lei de oferta e demanda É seletiva A quantidade e a seletividade são dois fatores que afetam as populações das espécies de interesse O efeito dominó disso é percebido nas comunidades biológicas que têm seu equilíbrio rompido pela diminuição de determinadas populações BEMESTAR ANIMAL O bemestar de animais silvestres sobretudo em se tratando de animais mantidos em cativeiros é um tema que vem ganhando relevância Como vimos as condições das instalações físicas devem satisfazer critérios de habitabilidade sanidade e segurança que variam de espécie para espécie e de indivíduo para indivíduo Foto Shutterstockcom O bemestar também é um aspecto importante na vida dos animais A questão do bemestar animal é tão premente que muitos estudiosos acreditam não ser suficiente apenas fornecer um ambiente aceitável para a vida selvagem em cativeiro os criadores devem fazer mais e melhor do que isso Daí apoiados em avanços no conhecimento sobre cognição e senciência animal especialistas criaram o conceito de ótimo bemestar ÓTIMO BEMESTAR Para nós humanos seria algo como a busca constante e consciente de levar a vida ao máximo do seu potencial Em relação aos outros animais significa que além de darmos opções para controlarem seu ambiente e exercerem suas habilidades naturais devemos pensar em tudo o que pode influenciar negativamente suas vidas Assim a questão do bemestar animal em uma criação comercial deve ir além das práticas de manejo guiar as ações desde a concepção e a construção dos recintos até os cuidados diários incluindo sessões de treinamento e procedimentos médicoveterinários adequados e pertinentes a cada espécie e a cada indivíduo Por isso quando falamos em bemestar animal cada vez mais o conceito de enriquecimento ambiental ganha visibilidade Enriquecimento ambiental diz respeito a modificações no ambiente capazes de contribuir para o bem estar de animais mantidos em cativeiro As alterações ambientais propostas pelo enriquecimento ambiental podem ser de diferentes tipos e estão relacionadas à introdução de brinquedos objetos barreiras obstáculos e alimentos nos recintos de criação O uso de recursos de enriquecimento ambiental traz benefícios à saúde física e mental de animais cativos pois incita estímulos sociais ocupacionais físicos sensoriais e nutricionais para cada tipo específico e para cada indivíduo em particular Foto Shutterstockcom O ambiente de criação deve ser rico em estímulos para que as aves cativas possam viver bem Acreditase que um animal em estado de bemestar esteja saudável confortável bem nutrido e seguro e seja capaz de expressar padrões de comportamento inatos sem sofrer de estados desagradáveis como dor medo e angústia Você como profissional deve incentivar ações que promovam o bemestar de aves em cativeiro estejam elas em criatórios fazendo parte de uma coleção de animais ou em ambientes domésticos como aves de companhia Para isso é preciso ter os seguintes requisitos em mente I A ave deve receber uma dieta balanceada e específica conforme a espécie II Os substratos à disposição da ave devem ser capazes de permitir a automanutenção do animal III Devem ser oferecidos ambientes de apoio capazes de aumentar a probabilidade de saúde ideal IV Os espaços devem ter qualidade e permitir agrupamentos sociais adequados que incentivem a expressão do comportamento específico da ave V As condições de vida da ave em cativeiro devem lhe permitir exercer escolhas e controle Foto Shutterstockcom O uso de recursos de enriquecimento ambiental traz benefícios à saúde física e mental de animais cativos Considerando tudo o que falamos até aqui e tomando como gancho duas palavras que mencionamos ao longo desse tópico angústia e escolhas vamos conversar a seguir sobre a manutenção de aves em cativeiro dos pontos de vista ecológico ético e cultural AVES EM CATIVEIRO ISSO É MESMO NECESSÁRIO O famoso ornitólogo Helmut Sick em sua clássica obra Ornitologia brasileira afirma que papagaios ao voarem SÃO CAPAZES DE DESCREVER CURVAS FECHADAS E DEIXARSE CAIR PERPENDICULARMENTE VOLTANDOSE DE LADO PARA ALCANÇAR UM POLEIRO EM UMA COPA DE ÁRVORE SICK 1997 p 357 O autor conta ainda que macho e fêmea voam tão juntos um do outro que o casal parece ser uma grande e fabulosa ave de quatro asas o que se observa inclusive quando estão em bando Vamos propor um exercício feche os olhos e imagine a trajetória de voo de um papagaio voando em bando e junto com o seu par AGORA ABRA OS OLHOS E VEJA A IMAGEM Foto Shutterstockcom Papagaio preso pensando na liberdade Quando você imaginou o voo do papagaio e depois olhou para a imagem indicada deve ter sentido angústia ao pensar como deve ser a vida de um animal preso em um viveiro uma vez que ele é capaz de alçar voos extraordinários Quando mantida em cativeiro a ave não tem muitas escolhas Você pode agora se perguntar sobre a necessidade de manter aves em cativeiro Você pode não ter uma resposta conclusiva sobre a necessidade ou não de animais silvestres presos em recintos mas a discussão ora proposta serve para mostrar a importância de se oferecer melhores condições de vida para aves mantidas em cativeiro PONTO DE VISTA ECOLÓGICO Os animais silvestres desempenham diversos papéis nas comunidades de modo a garantir o equilibro ecossistêmico As aves por exemplo fazem parte de teias alimentares são dispersoras de semente e polinizadoras influenciam na dinâmica da vegetação e no padrão de regeneração vegetal etc Portanto fica fácil perceber que a extinção de uma espécie de ave ou a diminuição de uma população aviária em um ecossistema causa efeitos em cascata PONTO DE VISTA ÉTICO A manutenção de aves em cativeiro pode ter várias justificativas como fonte de alimentação manutenção da reserva de genes pesquisa educação ambiental entretenimento etc PONTO DE VISTA CULTURAL Cada vez mais a sociedade discute a forma como nossa espécie dispõe de outras espécies sobretudo as de outros animais Atente que já não permitimos mais animais não humanos como atrações circenses oito estados brasileiros possuem leis que proíbem o uso de animais em determinadas indústrias por exemplo indústria cosmética o vegetarianismo e mais radicalmente o veganismo são práticas que vêm ganhando muitos adeptos OITO ESTADOS BRASILEIROS Amazonas Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Paraná Pernambuco Rio de Janeiro e São Paulo Não resta dúvida de que em algum momento seremos provocados a rever o uso de animais silvestres para nosso entretenimento quer estejam eles em jardins zoológicos ou em ambientes domésticos Por mais que nos esforcemos em oferecer as melhores condições aos animais nunca seremos capazes de reproduzir no cativeiro fielmente o ambiente natural Foto Shutterstockcom Animais são postos em cativeiros e usados para o entretenimento Os argumentos culturais relacionados à manutenção de animais em cativeiro assim como aqueles pertinentes a outras práticas culturais ainda em vigor a despeito dos animais não humanos sentirem dor angústia ou qualquer outro sentimento negativo estão diretamente relacionados com a questão ética Cedo ou tarde todos esses usos e a própria criação de animais em cativeiro deverão ser revistos assim como já revimos e continuamos revendo a escravidão humana e estamos questionando a subjugação das minorias Quem sabe um dia não concordaremos mais com passarinhos vivendo presos em gaiolas Pense sobre isso E até chegar às suas próprias conclusões pregoe o ótimo bemestar como forma de dar saúde às aves mantidas em criações comerciais Imagem Shutterstockcom As gaiolas não deixam de ser uma prisão usadas para tirar a liberdade de seres inocentes LEGISLAÇÃO ANIMAL Ao longo do nosso estudo vimos diversas situações em que a legislação regula e afeta a criação de aves em cativeiro Infelizmente no Brasil não existe uma Lei dos Animais na qual todas as regras relacionadas à proteção e ao uso dos animais estejam reunidas Ao contrário à medida que você se aprofundar no universo da criação de animais vai perceber que as leis relativas ao assunto estão esparsas no nosso ordenamento jurídico As normas e legislações que devem ser seguidas para a criação de animais são as seguintes Portaria Ibama 931998 In Ibama 102011 In Ibama 72015 Res Conama 4892018 In Ibama 32011 Lei nº 96051998 Imagem Shutterstockcom As leis são um importante recurso à disposição da proteção das aves SAIBA MAIS Existem leis estaduais que devem ser conhecidas por quem produz ou dá assistência ao produtor Como exemplos no Paraná Portaria IAP nº 1742015 Portaria IAP nº 2462015 Lei nº 197452018 em Santa Catarina Lei nº 174912018 no Rio Grande do Sul IN SEMA nº 12017 no Rio de Janeiro Res INEA nº 1572018 Lei nº 69082014 Lei nº 78452018 em Alagoas Lei nº 78412016 e no Maranhão Lei nº 105352016 A nossa Constituição Federal de 1988 prevê a proteção da fauna e veda práticas que coloquem em risco sua função ecológica provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade A partir daí foram editadas diversas leis e normas que buscam assegurar a proteção desses animais E não tenha dúvidas de que com o passar dos anos novas leis surgirão para regular novos usos da fauna silvestre e de que algumas práticas hoje liberadas deixarão de ser consideradas regulares ANILHAS Não é por acaso que deixamos para tratar a questão das anilhas como subitem da legislação animal Como já mencionamos as anilhas são um recurso de marcação utilizado para a identificação de aves São anéis metálicos numerados individualmente associados ou não a marcadores auxiliares MARCADORES AUXILIARES São artefatos associados às anilhas que permitem a identificação do indivíduo a distância como anilhas coloridas bandeirolas etiquetas de asa colares transmissores de sinais de rádio ou de satélite microchips e geolocalizadores Em se tratando de aves nascidas em cativeiro em geral anilhas fechadas e não violadas devem ser colocadas no tarso do animal entre dois a oito dias após o nascimento conforme a espécie Após ser colocada a anilha deve ser movimentada para cima e para baixo e girada ao redor do tarso livremente sem causar atrito abrasivo seja o tarso de forma circular ou elíptica TARSO A maioria das espécies de aves é anilhada no tarso mas algumas como as aves limícolas e algumas aves aquáticas notadamente pernaltas urubus e martinspescadores devem ser anilhadas na tíbia Foto Rosemary Correa de Oliveira Almeida Anilha afixada à perna de uma ave para identificação Se a anilha ficar muito larga em relação ao tarso pode moverse até os dígitos fazendo com que a ave não consiga mais empoleirar ou agarrar com seus pés Além disso também pode prender o primeiro dedo ou o dedo posterior entre a anilha e a perna ou mesmo escorregar até a articulação tibiotársica fazendo com que a ave não consiga dobrar a perna De modo inverso uma anilha muito apertada pode ferir a perna da ave causar a interrupção do suprimento sanguíneo para os tecidos adjacentes e ocasionar necrose no local afetado Foto Shutterstockcom Cuidados importantes são necessários ao usar anilhas As anilhas usadas para a identificação de passeriformes possuem um regramento particular Ao longo dos anos várias normas foram editadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Ibama a fim de aperfeiçoar o controle de passarinhos Assim desde a solicitação das anilhas para o Ibama até a morte do animal existem regras que devem ser observadas VÁRIAS NORMAS A mais recente é a Instrução Normativa nº 10 de 19 de setembro de 2011 Muitas pessoas burlam as regras fabricando anilhas falsas ou adulterando as verdadeiras para reaproveitálas em outros animais Esses crimes estão previstos no Código Penal Brasileiro CÓDIGO PENAL BRASILEIRO Art 296 do DecretoLei nº 2848 de 7 de dezembro de 1940 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1 UM DOS REQUISITOS PARA COMPROVAR A REGULAR ORIGEM DE UMA AVE NASCIDA EM CATIVEIRO É DOCUMENTAL LEIA ATENTAMENTE AS OPÇÕES A SEGUIR E MARQUE AQUELA QUE CONTEMPLA UM TIPO DE DOCUMENTO CAPAZ DE COMPROVAR A ORIGEM LEGAL DE UMA AVE A Autorizações e licenças para captura de espécies ameaçadas de extinção B Autorização de transporte emitida pelo Conselho Nacional de Trânsito C Mandado de Busca e Apreensão emitido pelo órgão ambiental competente D Documentos fiscais emitidos por criadouros autorizados E Termos de transferência de animais capturados na natureza 2 A CRIAÇÃO COMERCIAL DE PAPAGAIOS É REGULADA POR DIVERSAS LEIS E NORMAS NO ENTANTO NÃO HÁ NENHUMA LEI GERAL DE ANIMAIS QUE REÚNA TODA A LEGISLAÇÃO EM UM MESMO LOCAL PENSANDO NISSO LEIA AS OPÇÕES A SEGUIR E ESCOLHA AQUELA QUE DEMONSTRA COMO UM CRIADOR DE PAPAGAIOS DEVE SE COMPORTAR EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO QUE SE APLICA À SUA CRIAÇÃO A Deve ignorar a legislação tendo em vista que ela está sempre sendo alterada B Deve prestar juramento que não é conhecedor da legislação C Deve conhecer a legislação e vender apenas animais devidamente legalizados D Deve conhecer a legislação mas sempre que necessário pode vender animais de origem escusa E Deve pensar em fazer um curso de Direito para que um dia se torne um especialista no assunto e aí sim começar a cumprir a legislação GABARITO 1 Um dos requisitos para comprovar a regular origem de uma ave nascida em cativeiro é documental Leia atentamente as opções a seguir e marque aquela que contempla um tipo de documento capaz de comprovar a origem legal de uma ave A alternativa D está correta A rastreabilidade da origem de animais silvestres é uma medida de controle da fauna Para garantir que uma ave não foi simplesmente retirada da natureza mas sim que nasceu em cativeiro o animal deve possuir uma anilha ou um chip de identificação a depender do caso e deve também ter um documento por meio do qual seja possível comprovar o criadouro em que ele nasceu e os dados do sistema de marcação utilizado para a sua individualização 2 A criação comercial de papagaios é regulada por diversas leis e normas No entanto não há nenhuma Lei Geral de Animais que reúna toda a legislação em um mesmo local Pensando nisso leia as opções a seguir e escolha aquela que demonstra como um criador de papagaios deve se comportar em relação à legislação que se aplica à sua criação A alternativa C está correta Independentemente de qual atividade uma pessoa se propõe a desenvolver ela deve buscar conhecer a legislação que se aplica à sua área No Brasil não há como se desculpar do cumprimento das leis sob a justificativa de não conhecer a legislação Assim para aqueles que quiserem trabalhar com animais é imprescindível ter intimidade com as normas e as leis relacionadas à criação e ao manejo das espécies de interesse Caso contrário a criação não terá vida longa e os problemas com os órgãos ambientais a polícia e a Justiça serão frequentes CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Estudamos um grupo animal muito diverso e presente no nosso cotidiano as aves Vimos que a criação das aves apresenta muitas particularidades e que a questão do bemestar vem moldando a qualidade das instalações e das práticas de manejo Sem dúvida os conhecimentos advindos das criações de frangos e galinhas poedeiras são aplicados às criações de aves silvestres No entanto as espécies selvagens têm necessidades especiais que precisam ser satisfeitas em ambiente de cativeiro para que as criações sejam exitosas A legislação aplicada às aves foi um assunto constante em nosso estudo pois há leis e normas que regulam vários aspectos de uma criação aviária e precisam ser conhecidas Como vimos esse conteúdo trouxe uma perspectiva nova à medida que apresentou um campo de trabalho em crescimento e repleto de oportunidades Imagem Shutterstockcom AVALIAÇÃO DO TEMA REFERÊNCIAS AGUIRRE A A OSTFELD R S TABOR G M HOUSE C PEARL M A Conservation medicine ecological health in practice New York Oxford University Press 2002 BALLARD B CHEEK R Exotic animal medicine for the veterinary technician 2 ed Iowa Blackwemm 2010 BECHARA E A proteção da fauna sob a ética constitucional São Paulo Juarez de Oliveira 2003 BRASIL Lei nº 5197 de 3 de janeiro de 1967 Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências Publicada no Diário Oficial da União 05 jan 1967 p 177 BRASIL Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências Publicada no Diário Oficial da União 12 fev 1998 Seção 1 p 1 BROOM D M FRASER A F Comportamento e bemestar de animais domésticos 4 ed Barueri Manole 2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente Conama Resolução nº 487 de 15 de maio de 2018 Definir os padrões de marcação de animais da fauna silvestre suas partes ou produtos em razão de uso e manejo em cativeiro de qualquer tipo Publicada no Diário Oficial da União 16 mai 1998 Seção 1 Pág 117 CUBAS Z S SILVA J C R CATÃODIAS J L Tratado de animais selvagens medicina veterinária 2 ed São Paulo Roca 2014 CUNHA S B GUERRA A J T Avaliação e perícia ambiental 6 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2005 DEAN W A ferro e fogo a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira São Paulo Companhia das Letras 1996 Decreto nº 9013 de 29 de março de 2017 Regulamenta a Lei nº 1283 de 18 de dezembro de 1950 e a Lei nº 7889 de 23 de novembro de 1989 que dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal Publicada no Diário Oficial da União 30 mar 2017 Seção 1 p 3 HICKMAN J R C P ROBERTS L S LARSON A Princípios integrados de zoologia 11 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2009 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Ibama Portaria nº 93 de 07 de julho de 1998 Dispõe sobre a importação e a exportação de fauna silvestre nativa ou exótica e lista de fauna doméstica para fins de operacionalização do Ibama Publicada no Diário Oficial da União 08 jul 1998 Seção 1 p 7477 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Ibama Instrução Normativa nº 07 de 30 de abril de 2015 Institui e normatiza as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro e define no âmbito do Ibama os procedimentos autorizativos para as categorias estabelecidas Publicada no Diário Oficial da União 6 maio 2015 Seção 1 p 5559 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Ibama Instrução Normativa nº 2 de 02 de março de 2001 Determinar a identificação individual de espécimes da fauna silvestre e de espécimes da fauna exótica mantidos em cativeiro nas seguintes categorias de registro junto ao Ibama jardim zoológico criadouro comercial de fauna silvestre e exótica criadouro conservacionista criadouro científico e mantenedouro de fauna exótica Publicada no Diário Oficial da União 5 mar2001 Seção 1 p 35 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Ibama Instrução Normativa nº 10 de 19 de setembro de 2011 Publicada no Diário Oficial da União 20 set 2011 Seção 1 p 102107 JEPSON L Clínica de animais exóticos referência rápida Rio de Janeiro Elsevier 2010 Lei nº 10468 de 18 de agosto de 2020 Altera o Decreto nº 9013 de 29 de março de 2017 que regulamenta a Lei nº 1283 de 18 de dezembro de 1950 e a Lei nº 7889 de 23 de novembro de 1989 que dispõem sobre o regulamento da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal Publicada no Diário Oficial da União 19 ago 2020 Seção 1 p 5 MAPLE T L Além do bemestar animal a arte e a ciência da vida próspera no zoológico Charleston Palmetto Publishing Group 2020 MILLER G T SPOOLMAN S E Ecologia e sustentabilidade 6 ed São Paulo Cencage Learning 2013 MITCHELL M A TULLY J R T N Manual of exotic pet practice St Louis Elsevier 2009 MONTEIROFILHO E L A CONTE A E Revisões em zoologia Mata Atlântica Curitiba Editora UFPR 2017 ODUM E P BARRETT G W Fundamentos em ecologia São Paulo Cengage Learning 2015 PRIMACK R B RODRIGUES E Biologia da conservação Londrina E Rodrigues 2011 ROBIS M NASSARO F Maustratos aos animais e violência contra as pessoas São Paulo Edição do autor 2013 TEIXEIRA P VALLE S Biossegurança uma abordagem multidisciplinar Rio de Janeiro Editora Fiocruz 2010 VON MATTER S STRAUBE F C ACCORDI I PIACENTINI V CÂNDICOJR J F Ornitologia e conservação ciência aplicada técnicas de pesquisa e levantamento Rio de Janeiro Technical Books 2010 EXPLORE Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo Consulte o site da Sociedade Brasileira de Ornitologia uma entidade civil e sem fins lucrativos responsável pelo estudo científico e conservação das aves brasileiras Visite o site da IOC World Bird List uma comunidade de ornitologistas internacional que mantém um banco de dados atualizado sobre as espécies aviárias no mundo Pesquise no site da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil o que o Comitê de Bem Estar Animal pensa a respeito do tema Essa leitura ajudará a aprofundar seus conhecimentos sobre o bemestar animal Leia a Instrução Normativa Ibama nº 072015 de 30 de abril 2015 p 150 para conhecer os requisitos mínimos que os recintos destinados às aves devem atender Disponível na internet CONTEUDISTA Rosemery Corrêa de Oliveira Almeida