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Gestão Ambiental ·

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UNOPAR RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Recuperação de áreas degradadas Luciana Andréa Pires Recuperação de Áreas Degradadas Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Pires Luciana Andréa ISBN 9788584826131 1 Degradação ambiental I Título CDD 3637 Pires Londrina Editora e Distribuidora Educacional SA 2017 124 p P667r Recuperação de áreas degradadas Luciana Andréa 2017 por Editora e Distribuidora Educacional SA Todos os direitos reservados Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio eletrônico ou mecânico incluindo fotocópia gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação sem prévia autorização por escrito da Editora e Distribuidora Educacional SA 2017 Editora e Distribuidora Educacional SA Avenida Paris 675 Parque Residencial João Piza CEP 86041100 Londrina PR email editoraeducacionalkrotoncombr Homepage httpwwwkrotoncombr Tema 1 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas Tema 2 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Tema 3 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Tema 4 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Tema 5 Técnicas de Restauração Vegetal 7 31 53 75 101 Sumário Convite à leitura Com o aumento da população especialmente em áreas urbanas e o fortalecimento do capitalismo cujo modelo de produção maximiza a extração da maisvalia seja de recursos humanos ou da natureza criouse um ciclo ascendente entre produção e consumo sem a contrapartida do desenvolvimento de tecnologias que pudessem evitar os danos ambientais Desse modo passamos a conviver num mundo onde cada vez mais áreas encontramse de alguma maneira degradadas afetando diretamente a qualidade de vida desta e das futuras gerações Nesse contexto pode ser observado nas últimas décadas um aumento do interesse em pesquisas e atuações voltadas à restauração ambiental foco desta disciplina Neste primeiro tema vamos apresentar termos e conceitos bastante difundidos nesta área os quais você futuro gestor deve conhecer para que possa exercer a prática e a crítica em trabalhos neste âmbito de atuação Ao fim da leitura deste caderno você saberá reconhecer por exemplo quando uma área pode ser considerada como degradada quais os principais processos de degradação suas causas e consequências se reabilitar restaurar ou reflorestar uma área degradada significam a mesma coisa A correta compreensão dos termos também facilitará a leitura dos demais temas da disciplina Tema 1 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas As alterações ambientais provocadas pelo homem em busca de seu bemestar social têm ocasionado uma elevada degradação ambiental em diversas partes do mundo trazendo uma série de problemas e ameaças à qualidade de vida para as populações humanas e de outras espécies De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO 2011 um quarto da superfície da terra já teve seu recurso de solo degradado Segundo o Ministério do Meio Ambiente MMA no Brasil estimase que aproximadamente 200 milhões de hectares de terra estão sem utilização ou ocupados por pecuária extensiva e de baixa produtividade uma área que corresponde a três vezes o total da superfície atual ocupada por cultivos agrícolas BRASILSAE 2009 A improdutividade das terras já degradadas pressiona ainda mais o avanço da exploração sobre áreas preservadas o que nos coloca em atenção para o fato de que mais degradação pode ser esperada adiante Entre as principais causas de degradação ambiental podemos citar a expansão agropecuária especialmente quando realizada com práticas inadequadas como o cultivo intensivo do solo superpastoreio uso demasiado de fertilizantes agrotóxico e de irrigação e a manipulação dos genomas das plantas GLIESSMAN 2005 atividades silviculturais e exploração madeireira mineração a urbanização construções civis estradas principalmente por ser muitas vezes de forma desorganizada sem planejamento em relação à disposição e ao tratamento de resíduos drenagem e preservação de áreas verdes as construções de complexos industriais indústrias químicas e metalúrgicas SILVA 2007 É conveniente também POR DENTRO DO TEMA Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 8 citar as causas subjacentes da degradação tais como a pobreza o crescimento da população o mercado e comércio de recursos naturais os padrões de produção e consumo IPEF 2016 Afinal o que é degradação Não é muito fácil definir o que é degradação por ser geralmente um termo subjetivo O que pode ser degradação para uma pessoa aos olhos de outro observador pode não representar a mesma coisa Em geral os conceitos do termo degradação podem variar conforme a área de conhecimento em que está sendo identificada e a atividade em que esta é gerada BITAR 1997 p 24 É comum relacionarmos a degradação com a perda de qualidade ambiental de determinada área que leva em consideração as condições físicas químicas biológicas e socioculturais favoráveis para a sobrevivência dos indivíduos Essa visão é assumida na Lei n 6938 de 31 de agosto de 1981 que institui a Política Nacional de Meio Ambiente PNMA artigo 3 inciso II BRASIL 1981 que entende como degradação da qualidade ambiental a alteração adversa das características do meio ambiente De acordo com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA 1990 a degradação ambiental é aquela que ocorre quando há perda de adaptação às características físicas químicas e biológicas de uma área inviabilizando o desenvolvimento socioeconômico denotando a interrelação entre esses aspectos No glossário da publicação do Instituto Florestal de São Paulo Conceitos e definições correlatos à ciência e à prática da restauração ecológica Aronson Durigan e Brancalion 2011 definem degradação como a simplificação ou modificação do ecossistema causada por um distúrbio natural ou antrópico cuja severidade ou frequência ultrapassa o limiar a partir do qual a recuperação natural do ecossistema não é possível em um período de tempo razoável Dependendo do nível de degradação ações de restauração ecológica ou reabilitação são necessárias para reverter a situação Os autores alertam ainda que a degradação geralmente provoca alterações severas no ambiente reduzindo a biodiversidade e os fluxos de bens e serviços ecossistêmicos Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 9 De acordo com a FAO 2011 o conceito de degradação não se refere somente à degradação do solo e da água mas a outros aspectos como a perda de biodiversidade De fato o componente biótico como a fauna e a flora é o primeiro a ser atingido visto que o desmatamento precede quase todas as formas de uso e ocupação do solo e a partir dele a degradação dos demais componentes pode ser esperada Em suma o termo degradação ambiental engloba uma ou várias formas de destruição poluição ou contaminação do meio ambiente BRASIL 1997 p 28 e como dito anteriormente pode ser abordado e definido conforme o tipo de atividade antrópica que a causa como será descrito adiante Perturbação ou distúrbio ambiental São termos correlatos à degradação caracterizados por Cairns 1986 como alteração resultante de atividades antrópicas e que não pode ser rapidamente corrigida este autor distingue três situações de acordo com o caráter temporal Os distúrbios inesperados por exemplo aqueles que decorrem de acidentes ou falhas tecnológicas em indústrias Os distúrbios ocorridos ao longo de um tempo significativo tal como aqueles originados de descarga de efluentes industriais Os distúrbios planejados derivados por exemplo da mineração Para finalizar esse tópico veja o que pode ser considerado como degradação ambiental de acordo com Sanchez 2006 sendo que as características não são excludentes entre si Perda ou inutilização de capital natural como o provocado pelo desmatamento extinção de espécies poluição dos recursos hídricos entre outros Perda de funções ambientais em razão das alterações do ambiente por exemplo perda de produtividade agrícola em decorrência do mau uso do solo redução na disponibilidade de água superficial ou subterrânea perda da proteção das águas dos rios devido à retirada da mata ciliar Alterações na paisagem que podem ser desde modificações do relevo por exemplo áreas intensamente mineradas da fisionomia da vegetação nativa até a presença de lixo excesso de publicidade e prédios urbanos deteriorados Riscos à saúde e à segurança das pessoas provocados por exemplo pela presença de moradias em encostas íngremes e instáveis disposição irregular de resíduos e solos contaminados Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 10 Infelizmente verificamos um ou vários desses processos constantemente mas às vezes por já estarmos acostumados com tal situação não as reconhecemos nitidamente como uma degradação Verificase portanto uma noção bem abrangente do termo mas fica claro que se trata de uma adversidade de um impacto ambiental negativo Vale ressaltar que embora não mencione a origem da degradação usualmente referese àquelas decorrentes da intervenção humana sendo muito raro o emprego deste termo em situações provocadas por fenômenos ou processos naturais BITAR 1997 p 24 É importante ressaltar que os termos degradação e impacto ambiental não são sinônimos embora muitas vezes sejam assim utilizados Veja a definição de impacto ambiental dada pela Resolução CONAMA n 001 de 1986 BRASIL 1986 Qualquer alteração das propriedades físicas químicas ou biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetem I a saúde a segurança e o bemestar da população II as atividades sociais e econômicas III as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente IV a qualidade dos recursos ambientais Ao contrário da degradação que sempre traz uma conotação pejorativa o termo impacto ambiental pode se referir tanto aos aspectos negativos como é subentendido na maioria das vezes e nesse caso pode ser utilizado como sinônimo de degradação mas também positivos ou seja determinada alteração antrópica pode trazer benefícios como a melhoria das condições sanitárias econômicas dentre outros Vamos agora descrever os principais processos de degradação e as atividades antrópicas que a eles estão associadas É importante ressaltar que praticamente toda interferência causa impactos negativos mas quando realizada de forma irregular ou não planejada estes com certeza serão intensificados Erosão e assoreamento dos corpos dágua Você poderá notar que esses processos de degradação podem ser causados pelos diversos tipos de atividades antrópicas especialmente quando realizadas de forma irregular como o desmatamento cultivos e pastagens mineração construção de obras e urbanização Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 11 A perda da cobertura vegetal especialmente a florestal torna a precipitação irregular já que reduz a evapotranspiração componente de grande importância no ciclo hidrológico impossibilita o filtro de sedimentos exercido pela vegetação raízes e copas aumenta o escoamento superficial e por outro lado reduz a infiltração de água para as camadas mais profundas intensificando a erosão e o assoreamento dos corpos hídricos FROTA 2012 TOLEDO 2014 Quando realizado em encostas o desmatamento e a erosão são seguidos também de escorregamentos de terra Um dos efeitos mais notáveis do assoreamento dos rios especialmente em áreas urbanas onde estes já sofrem alterações no seu curso são as enchentes e inundações Agropecuária O relatório de 2011 da FAO intitulado O estado das terras e recursos hídricos do mundo para alimentação e agricultura descreve um aumento muito maior da produtividade agrícola nos últimos 50 anos do que a área total de terra cultivada Todavia ressalta que para atender às exigências mundiais de segurança alimentar é fundamental melhorar as práticas de gestão do solo e da água já que esta alta capacidade de produção das lavouras tem sido associada em algumas regiões à degradação dos recursos hídricos e do solo O mesmo órgão alerta que essa forma de degradação é um dos grandes problemas a serem enfrentados pela humanidade principalmente relativos à erosão compactação perda de matéria orgânica e de biodiversidade FAO 2011 Além destes também podemos citar como processos de degradação causados pelas atividades agropecuárias a desertificação e salinização do solo em regiões mais secas SAMPAIO ARAÚJO SAMPAIO 2005 relacionadas à irrigação e o acúmulo de metais pesados e outros produtos degradantes nas áreas onde se faz uso intensivo de fertilizantes corretivos e pesticidas CUNHA et al 2008 Outras práticas inadequadas que potencializam os processos de degradação são os plantios sem utilizar as curvas de nível superpastoreio e colheita excessiva uso de maquinário intenso e desmatamento irregular ex retirada da mata ciliar e de encosta Fonte Hirama 2008 Figura 11 Solo com erosão em Piracicaba SP processo que leva à improdutividade da terra Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 12 Mineração No Manual de Recuperação de Áreas Degradadas pela Mineração IBAMA 1990 a degradação de uma área é caracterizada quando a vegetação nativa e a fauna são destruídas removidas ou expulsas a camada fértil do solo é removida ou enterrada e a qualidade do regime de vazão do sistema hídrico alterada A mineração é uma atividade potencialmente de maior impacto negativo do que a agricultura embora atinja proporcionalmente menor extensão de áreas pois adicionalmente à erosão e suas consequências mencionadas anteriormente pode ocasionar a remoção do solo por meio da escavação a cobertura da camada fértil pela deposição de grandes quantidades de estéreis e rejeitos que podem inclusive conter substâncias radioativas metais pesados e outros poluentes derrames de óleos graxas ácidos e outros produtos utilizados ao longo da operação que levam à contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas Esses impactos negativos resultam do processo de exploração mineral e disposição de seus resíduos Além disso uma vez exaurido o minério muitas vezes as áreas não são recuperadas de forma adequada aumentando ainda mais os processos de degradação Por exemplo cavas remanescentes parcial ou totalmente inundadas servem como depósitos de resíduos e criadouros de vetores de doenças oferecendo riscos às populações vizinhas MECHI SANCHES 2010 SCHMIDT SILVA 2000 Figura 12 Desastre em Mariana MG após o rompimento da barragem de rejeitos de mineradora Fonte AlvesTV Senado 2015 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 13 Urbanização e fatores associados Disposição inadequada de resíduos industriais e urbanos podem acarretar em degradação visual e estética poluição do ar emissão de gases do efeito estufa das águas superficiais e subterrâneas e do solo devido ao acúmulo de produtos tóxicos de elevada persistência no ambiente como os poluentes inorgânicos ex metais pesados como o chumbo mercúrio e zinco e orgânicos tais como os derivados de petróleo Quando a disposição dos resíduos é feita em encostas acarreta ainda a erosão escorregamentos de terra assoreamento dos rios e consequentemente as enchentes Em áreas de lixões podem ser citados ainda os problemas sociais e de saúde humana sendo foco de contaminação e de vetores de doenças infectocontagiosas CUNHA CONSONI 1995 ALBERTE CARNEIRO KAN 2005 JACOBI BESEN 2011 As áreas que receberam grandes quantidades de resíduos mesmo após a retirada destes podem ainda oferecer riscos iminentes devido aos produtos resultantes da sua decomposição tais como o chorume e especialmente o metano que é explosivo ALBERTE CARNEIRO KAN 2005 Ocupações irregulares As edificações em encostas nas margens de corpos hídricos e mananciais intensificam os processos de degradação perda de biodiversidade contaminação erosão assoreamento colocando em risco a saúde e a segurança das pessoas por exemplo aumentando as chances de inundações que podem ser intensificadas ainda pela baixa preservação de áreas verdes e impermeabilização dos solos Embora muitas vezes associada aos assentamentos da população de baixa renda o uso inadequado de áreas de interesse ambiental pela elevada susceptibilidade à degradação também pode ser observado por exemplo por edificações nobres particulares ou mesmo públicas em áreas de nascentes margens de rios topo de morros e outras áreas de preservação FERREIRA SAMPAIO SILVA 2005 No Capítulo 3 do seu livrotexto ARAÚJO ALMEIDA GUERRA 2007 você encontra maiores informações sobre os impactos negativos relacionados à urbanização Obras relacionadas ao suporte de infraestrutura como a construção de estradas hidrovias hidroelétricas entre outras Áreas degradadas Assim como o termo degradação os conceitos atribuídos às áreas degradadas também podem variar vamos descrever a seguir os mais difundidos De maneira Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 14 geral podemos identificar uma área degradada quando SANCHEZ 2006 Os processos naturais estão em condições de desequilíbrio impossibilitando seu uso sustentável Foram suprimidos elementos essenciais para a manutenção das funções ecológicas do ecossistema Sofreram qualquer perturbação percebida como danosa ou indesejável Ocorre a presença de substâncias perigosas para a saúde humana ou para o ecossistema e a comunidade associada Neste último caso a denominamos de áreas contaminadas também chamadas de sítios contaminados terrenos contaminados solos contaminados e solos poluídos Segundo o MMA 2016 Como discutido anteriormente uma área pode ser contaminada por exemplo pelo depósito de resíduos industriais e urbanos tais como áreas de lixões postos de combustíveis e uso intensivo de herbicidas PIRES et al 2003 Numa visão mais ecológica vale a pena conhecer as seguintes definições dadas por Kageyama 1994 que distinguiram área degradada como aquela que sofreu distúrbios intensos com eliminação de seus meios de regeneração natural e portanto incapaz de se reestabelecer sem a interferência humana de área perturbada considerada aquela que sofreu distúrbios mas permaneceu com meios de regeneração natural Essa distinção é importante de ser realizada pois interfere diretamente nos meios de recuperação a serem utilizados em cada caso como veremos oportunamente Recuperação de áreas degradadas e termos correlatos Na literatura voltada à recuperação de áreas degradadas podem ser encontrados diversos termos correlatos tais como recuperação ambiental reabilitação ambiental remediação e restauração de áreas degradadas Alguns são frequentemente utilizados como sinônimos mas nem sempre significam a mesma coisa guardando certas especificidades diferindo especialmente no que tange aos objetivos pretendidos com as ações de recuperação Portanto é necessário conhecêlos para que possa empregalos adequadamente Os termos mais genéricos e equivalentes entre si são Recuperação ambiental e Recuperação de áreas degradadas utilizados para designar a intenção de melhorar as condições ambientais de um ecossistema degradado podendo ser incluídas ações de reabilitação ecológica ou restauração ecológica que são distintas em Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 15 seus objetivos e técnicas Portanto por gerar ambiguidade com relação aos seus objetivos o emprego desses termos recuperação deve ser evitado em projetos técnicos e instrumentos legais quando a discriminação da técnica a ser utilizada se faz necessária ARONSON DURIGAN BRANCALION 2011 uma área contaminada pode ser definida como uma área local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados acumulados armazenados enterrados ou infiltrados de forma planejada acidental ou até mesmo natural Na Lei Federal n 99852000 BRASIL 2000 conhecida como Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC o termo Recuperação é definido como a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada que pode ser diferente de sua condição original De acordo com o Decreto Federal n 976321989 relacionado à regulamentação de empreendimentos que se destinam à exploração de recursos minerais a recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente BRASIL 1989 Note que a meta da recuperação é pouco especificada ou seja assume que uma área degradada pode ser recuperada mesmo que ao final ela se encontre com aspectos diferentes do ecossistema natural Da mesma forma genérica é definido o termo reabilitação de área degradada que prevê o restabelecimento das principais características da área conduzindoa a uma situação alternativa e estável atribuindo a ela uma função adequada ao uso humano IBAMA 1990 Esse termo é abundantemente utilizado quando se trata de recuperação de áreas mineradas eou em situações em que não é possível o retorno das condições originais do ecossistema quando se torna a melhor ou única opção por exemplo em locais com nível de degradação elevado como no caso de extração de grandes quantidades de minerais os quais nunca mais retornarão ao local original Pode referirse também à recuperação da produtividade de áreas de pastagens ou agrícolas por intermédio por exemplo de práticas agrícolas ou implantação de sistemas agrossilvopastoris O enfoque das ações é no sentido de recuperar os processos e funções do ecossistema para aumentar o fluxo de serviços ambientais e benefícios às pessoas SER 2004 Diversos parques tais como o Parque do Ibirapuera em São Paulo e a Pedreira Leminski em Curitiba PR são resultados de projetos de reabilitação de áreas degradadas por atividades de mineração Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 16 Figura 12 Sistema Silvopastoril na Austrália A implantação desses tipos de sistemas agrossilvopastoris pode constituir a reabilitação de uma área degradada Fonte Lamiot 2009 O objetivo mais específico está definido no conceito de Restauração que prevê a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original BRASIL 2000 Portanto as ações devem considerar além da estabilidade ambiental aspectos relacionados à biodiversidade tendo em vista atingir uma comunidade equivalente a que existia anteriormente à degradação por exemplo a recomposição de uma mata ciliar Assim diferentemente da reabilitação o uso de espécies exóticas deve ser evitado durante as intervenções para recompor a vegetação Note que a restauração possui então uma meta mais difícil de ser atingida especialmente em ambientes originalmente com alta diversidade visto que nem sempre será possível conseguir que os diversos atributos tais como topografia solo vegetação fauna hidrologia entre outros voltem a apresentar as características existentes anteriores à degradação TAVARES 2008 Segundo Engel e Parrotta 2003 o termo restauração ecológica passou a ser mais claramente definido a partir da década de 1980 quando a ecologia da restauração se estabelece como ciência e passou a ser o mais empregado mundialmente Quando se trata de recuperação de áreas contaminadas entre outros por deposição de lixo derramamento de óleo acidental ou por meios inadequados de contenção em postos de combustível devese adotar o termo Remediação que se refere a ações e tecnologias que visam eliminar neutralizar ou transformar contaminantes presentes em subsuperfícies solo e águas subterrâneas empregandose métodos de tratamentos predominantemente químicos e biológicos ABNT 1999 Os tratamentos podem ser empregados in situ e ex situ sendo que segundo o MMA 2016 para garantir a compatibilização do uso Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 17 futuro da área com a contaminação existente destacamse o tratamento térmico solidificação estabilização biorremediação fitorremediação transformação química e atenuação natural Para saber mais sobre remediação e suas técnicas acesse o artigo de Anjos Sánchez e Bertolino 2012 disponível nas referências ao final do tema Apesar das tecnologias já disponíveis para remediação poucas áreas são de fato reabilitadas tal como registrado por Vasconcelos et al 2014 em um levantamento sobre áreas contaminadas por postos de combustível no município de São BernardoSP A escolha para recuperar uma área entre as ações de restauração reabilitação ou remediação depende especialmente das condições locais recursos econômicos e da legislação ambiental aplicável ao local assunto que trataremos no nosso próximo tema Reflorestamento Comumente observamos o emprego deste termo Reflorestamento como sinônimo de recuperação haja vista a importância da vegetação nesse processo todavia reflorestar tem um sentido genérico da atividade de plantar árvores em locais desmatados que pode ser realizado tanto para fins de restauração ecológica por exemplo plantio de árvores nativas quanto silviculturais por exemplo plantios homogêneos de espécies exóticas como o pinus e o eucalipto para posterior utilização de madeira quando este termo é mais adequado Depois de muito tempo hoje é reconhecida a relação direta entre ambiente saudável e qualidade de vida e que o único modelo possível de garantir condições adequadas para a nossa e as futuras gerações é através do desenvolvimento sustentável Não podemos esperar a exaustão dos recursos naturais para começar a agir além de reduzir o consumo considerando os níveis elevados de degradação atual tornase evidente a necessidade de recuperar as áreas que já foram danificadas degradadas ou destruídas seja para aumentar sua produtividade por meio de mecanismos de conservação do solo por exemplo ou para retornar à paisagem os ecossistemas e sua biodiversidade e funções associada No Brasil apesar do enorme montante de terras abandonadas em processo de erosão ou subutilizadas ainda é notável a expansão das fronteiras agropecuárias Segundo estimativas se tais áreas fossem recuperadas no sentido de reabilitação o país não necessitaria de novas áreas para agropecuária IPEVS 2012 Vamos terminar este tópico com o seguinte questionamento apontado por Cortez 2011 p 5 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 18 Bacia do Rio Doce é monitorada após rompimento das barragens em Mariana Youtube A reportagem trata do desastre que ocorreu em novembro de 2015 no município de MarianaMG o rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco lançando um mar de lama contendo inclusive substâncias tóxicas em toda a bacia do Rio Doce que ocupa parte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo Os estragos ainda estão sendo analisados e há um alerta sobre a possibilidade de enchentes na região Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvqWVXgPNaSU Acesso em 25 abr 2016 Piscicultura em áreas degradadas no município de PoxoréuMT TV RECORD MT A reportagem expõe a experiência de reabilitação de áreas degradadas por mineração de diamantes realizada pelos proprietários rurais Para isso formaram uma associação e buscaram apoio dos programas de governo especialmente aqueles voltados à agricultura familiar Reabilitaram a área ou seja não tiveram a pretensão de restaurar o ecossistema tal como era antes da degradação por intermédio de ações com a finalidade de estabilização do terreno e instalação de pesqueiros já que na área fluía muita água Dessa forma conseguiram mudar a realidade local onde a população antes só tinha como alternativa o garimpo atividade altamente impactante e com pouco lucro para os garimpeiros agora com uma boa produtividade da atividade pesqueira os moradores vislumbram uma melhor qualidade de vida Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvA1LvwAvpoXc ACOMPANHE NA WEB quanto maior o conhecimento humano e o nível tecnológico de suas sociedades maior seria a degradação dos ambientes ocupados por essas sociedades A tecnologia mais causa impacto negativo ao meio ambiente ou pode ser uma ferramenta de recuperação para áreas e ecossistemas degradados Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 19 Acesso em 25 abr 2016 Biorremediação O vídeo descreve resumidamente as técnicas de biorremediação que consiste na utilização de seres vivos para despoluir água e solo contaminados por compostos tóxicos e persistentes como petróleo metais pesados e poluentes orgânicos Essas substâncias estão presentes em diversos produtos que utilizamos como agrotóxicos derivados de petróleo sacos plásticos por exemplo pilhas detergentes e podem chegar ao meio ambiente afetando a saúde das pessoas e das outras espécies via usodescarte inadequados ou desastres ambientais como derramamentos Também são apresentados os distintos organismos que podem ser utilizados in situ ou ex situ para decompor ou tornar o poluente em uma forma não tóxica bactérias fungos e plantas isso é chamado de fitorremediação O Brasil devido a suas condições climáticas favorece o uso dessa tecnologia Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvTd6hTIKsq2U Acesso em 25 abr 2016 Degradação ambiental ameaça progresso em países emergentes diz ONU FELLET 2011 A reportagem traz um alerta descrito no Relatório de Desenvolvimento de 2011 do PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento sobre o fato de que se as atuais tendências de degradação ambiental no planeta persistirem pode ser esperado antes mesmo de 2050 uma redução no Índice de Desenvolvimento Humano IDH especialmente nos países em desenvolvimento A deterioração do ambiente dificulta o acesso a bens e serviços essenciais e afeta diretamente o aumento e a volatilidade dos preços dos alimentos atingindo as pessoas mais pobres as quais contribuem menos efetivamente para o problema pois utilizam menos recursos para sobreviver Entre os indicadores ambientais são citados o aumento das emissões de dióxido de carbono que ocasiona modificações climáticas intensificando o efeito estufa e a perda de qualidade do solo da água e da cobertura florestal Disponível em httpwwwbbccomportuguesenoticias201111111102 pnudambientejfshtml Acesso em 25 abr 2016 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 20 Fitorremediação de solos contaminados com herbicidas PIRES et al 2003 O artigo apresenta um levantamento sobre as técnicas de fitorremediação que consiste na descontaminação de solo e água de poluentes tóxicos orgânicos e inorgânicos por meio de plantas O enfoque é dado para a remediação de solos contaminados pelo uso de herbicidas As plantas são selecionadas de acordo com diversos atributos relacionados à capacidade natural ou desenvolvida de degradar tornar menos tóxicos ou inócuos os poluentes É chamado de fitodegradação o mecanismo em que a planta metaboliza a substância em um composto menos tóxico ou inócuo por exemplo incorporando os compostos orgânicos tóxicos em seus tecidos ou liberando ao ar por meio da volatização enquanto a fitoestimulação é o mecanismo em que a planta libera exsudatos pelas raízes que estimulam a atividade microbiana ao redor para que essas possam agir sobre os poluentes O uso das plantas para fitorremediação pode ser in situ e ex situ quando o tratamento é realizado fora da área contaminada sendo já conhecidas algumas plantas daninhas e espécies agrícolas que possuem características fitorremediadoras Disponível em httpwwwscielobrpdf0Dpdv21n2a20v21n2pdf Acesso em 25 abr 2016 Manual de Impactos Ambientais orientações básicas sobre aspectos ambientais de atividades produtivas BANCO DO NORDESTE 1999 Neste manual estão descritos os principais impactos negativos oriundos das atividades produtivas no Brasil Para cada uma delas são apresentados os aspectos mais relevantes a serem considerados numa análise ambiental bem como são sugeridas medidas que possam minimizar mitigar ou compensar os danos causados É importante ressaltar o cuidado em relação às leis expostas no Manual visto que podem ter sido alteradas como é o caso do Código Florestal na época da publicação vigorava o criado em 1965 Lei n 47711965 e agora temos o novo Código Lei n 126512012 Constitui como um bom material de apoio para estudos e práticas voltadas à análise de impactos ambientais por atividades antrópicas Disponível em httpwwwmmagovbrestruturassqapnlaarquivos manualbnbpdf Acesso em 25 abr 2016 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 21 Instruções Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado A seguir você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas Leia cuidadosamente os enunciados e atentese para o que está sendo pedido Questão 1 Disponível em httpwwweumednetcurseconecolatbr13economiaambientalhmtl Acesso em 08 abr 2016 Explique como a degradação ambiental pode afetar negativamente a qualidade de vida das populações humanas e como podemos pessoalmente contribuir para minimizála Questão 2 Muitas vezes os termos utilizados no âmbito da gestão ambiental fazem parte de um vocabulário comum No entanto é relevante que os profissionais da área conheçam com clareza os conceitos de determinadas expressões como degradação contaminação ambiental entre outras Analise as sentenças a seguir e assinale a que expressa adequadamente o termo e o conceito associado a O conceito de degradação ambiental referese à perda dos recursos naturais AGORA É A SUA VEZ As mudanças ocorridas no meio ambiente acompanham a evolução do ser humano enquanto ser social Essas mudanças ocorrem no uso de novos meios novas tecnologias e novas técnicas tanto referentes à produção econômica quanto a mecanismos para a melhoria do bemestar social Entretanto algumas dessas mudanças vêm provocando problemas para a sociedade e dentre essas um grande destaque dentro do debate sociopolítico atual é a questão da degradação ambiental PINTO M N CORONEL D A A degradação ambiental no Brasil uma análise das evidências empíricas Observatorio de la Economía Latinoamericana n 188 2013 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 22 sem implicações com os aspectos socioeconômicos b Os termos Degradação Poluição e Impacto ambiental são sinônimos podendo ser utilizados indistintamente c Pode ser considerada como degradação da qualidade ambiental a alteração adversa das características do meio ambiente d São consideradas como áreas degradadas apenas aquelas com presença de poluentes no solo e na água Questão 3 A literatura técnica e os textos da legislação ambiental brasileira em vários níveis deixam dúvidas e contradições sobre as definições exatas dos termos recuperação reabilitação e restauração que em muitos casos são apontados como diferentes e em outros como sinônimos Observase que os termos recuperação reabilitação e restauração têm sido usados não apenas nos aspectos que caracterizam suas execuções mas principalmente em função dos seus objetivos e metas De modo geral os termos se referem ao caminho inverso à degradação e é importante para facilitar a comunicação entre os interessados na escolha do processo a ser adotado na área degradada Adaptado de httpfileswoodtechnologywebnodecombr200000217c42dcc5283 RecuperaC3A7C3A3o20RestauraC3A7C3A3o20e20ReabililtaC3A7C3A3opdf Acesso em 15 jul 2015 De acordo com o vocabulário técnico e as definições dadas na Lei do SNUC 2000 analise as afirmativas a seguir colocando Verdadeiro V ou Falso F quanto ao uso correto dos termos recuperação reabilitação e restauração A recuperação de uma área é definida como a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original A restauração ambiental é definida como a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada que pode ser diferente de sua condição original A reabilitação de uma área pode consistir na recuperação da produtividade de pastagens degradadas mediante o uso de técnicas relacionadas à conservação do solo A transformação de antigas pedreiras em parques recreativos como o Ibirapuera em São Paulo é um exemplo clássico dos resultados da prática das ações de restauração ambiental Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 23 Agora assinale a sequência correta a V V F V b V V F F c F V V V d F F V F Questão 4 Dentro da biorremediação inserese a fitorremediação que é uma alternativa aos métodos convencionais de bombeamento e tratamento da água ou remoção física da camada contaminada de solo sendo vantajosa principalmente por apresentar potencial para tratamento in situ e ser economicamente viável PIRES Fábio Ribeiro et al Fitorremediação de solos contaminados com herbicidas Planta daninha v 21 n 2 p 335341 2003 Disponível em httpwwwscielobrpdfpdv21n2a20v21n2pdf Acesso em 08 abr 2016 Descreva a biorremediação b tratamento in situ c dois mecanismos possíveis de ação da fitorremediação fitodegradação e fitoestimulação Questão 5 Verificase que o aumento da produção agrícola tem ocorrido às expensas de aumentos da produtividade utilizando além de outras técnicas o uso intensivo do solo uma vez que na agricultura moderna existe a preocupação da escala de produção o que leva ao emprego da mecanização intensiva mesmo adotandose tecnologia compatível com a monocultura resultando em produtos padronizados e lucro certo tornase todavia frágil em relação às pragas e doenças promovendo maior risco ambiental O uso intensivo da mecanização mais fertilizantes e agrotóxicos compromete a cobertura do solo as bacias hidrográficas e demais ecossistemas afetando a sustentabilidade ecológica com significativa tendência à degradação ambiental Fonte CUNHA Nina Rosa da Silveira et al A intensidade da exploração agropecuária como indicador da degradação ambiental na região Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 24 dos Cerrados Brasil Revista de Economia e Sociologia Rural Brasília v 46 n 2 p 291323 2008 Disponível emhttpwwwscielobrpdfresrv46n2v46n2a02pdf Acesso em 08 abr 2016 Descreva os principais processos de degradação ocasionados pelas atividades agropecuárias destacando as práticas inadequadas que os potencializam Neste tema discutimos como a degradação ambiental altera o meio físico e biológico reduzindo ou inviabilizando o desenvolvimento socioeconômico podendo ser causada pelas diferentes atividades antrópicas em especial aquelas relacionadas a agropecuária mineração disposição de resíduos uso e ocupação humana irregulares A perda da biodiversidade erosão assoreamento de corpos hídricos contaminação da água e do solo estão entre os principais processos de degradação colocando em riscos às populações humanas e das demais espécies Você também conheceu os distintos termos associados à recuperação de áreas degradadas reabilitação restauração e remedição diferenciados e utilizados conforme as condições da área degradada e das metas pretendidas para uso futuro do local Entre estes o mais ambicioso é a restauração ambiental que visa o retorno de um ecossistema o mais próximo ao original enquanto a reabilitação prevê uma maior estabilidade ambiental sem a preocupação em torno de biodiversidade Já em situações de contaminação há necessidade de se fazer a remediação ambiental por meio de técnicas biológicas ou físicoquímicas para retirar imobilizar ou tornar menos tóxico ou inócuo os poluentes A respeito disso as metas que caracterizam cada uma dessas concepções também devem ser observadas em relação às exigências impostas pela legislação ambiental da qual trataremos no nosso próximo tema Até lá FINALIZANDO Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 25 REFERÊNCIAS ALBERTE Elaine Pinto Varela CARNEIRO Alex Pires KAN Lin Recuperação de áreas degradadas por disposição de resíduos sólidos urbanos Diálogos Ciência Revista Eletrônica da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Feira de Santana ano 3 n 5 jun 2005 Disponível em httpwwwftcbrrevistafsauplo ad1512200509245220062005115014linkanpdf Acesso em 11 jun 2016 ALVES Rogério TV Senado Bento Rodrigues Mariana Minas Gerais 2015 Licenciado sob CC BYSA 20 via Wikimedia Commons Disponível em httpsupload wikimediaorgwikipediacommons22cBentoRodrigues2CMariana2C MinasGerais282282895668029jpg Acesso em 03 abr 2016 ANJOS Jose Ângelo Sebastião Araújo SÁNCHEZ Luis Enrique BERTOLINO Luiz Carlos Remediação de áreas contaminadas proposições para o sítio da Plumbum em Santo Amaro da Purificação BA In FERNANDES Francisco Rego Chaves BERTOLINO Luiz Carlos EGLER Silvia Orgs Projeto Santo Amaro BA aglutinando ideias construindo soluções diagnósticos CETEMMCTI Rio de Janeiro 2012 p 103130 Disponível em httpwwwcetemgovbrsantoamaropdfcap10pdf Acesso em 04 abr 2016 ARAUJO G H S ALMEIDA J R GUERRA A J T Gestão Ambiental de Áreas Degradadas 3 ed São Paulo Bertrand Brasil 2007 ARONSON James DURIGAN Giselda BRANCALION Pedro Henrique S Conceitos e Definições Correlatos à Ciência e à Prática da Restauração Ecológica Instituto Florestal São Paulo n 44 p 138 2011 Série Registros Disponível em http wwwiflorestalspgovbrpublicacoesserieregistrosIFSR44IFSR44pdf Acesso em 28 mar 2016 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT Elaboração e apresentação de projeto de reabilitação de áreas degradadas pela mineração NBR 13030 ABNT Rio de Janeiro 1999 5p BANCO DO NORDESTE Manual de Impactos Ambientais orientações básicas sobre aspectos ambientais de atividades produtivas Fortaleza Banco do Nordeste 1999 Disponível em httpwwwmmagovbrestruturassqapnlaarquivosmanual bnbpdf Acesso em 02 abr 2016 BITAR Omar Yazbek Avaliação da recuperação de áreas degradadas por mineração na região metropolitana de São Paulo 1997 184 p Tese Doutorado em Engenharia Mineral Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo 1997 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas T1 26 BRASIL Lei n 6938 de 31 de agosto de 1981 Dispõe sobre a política nacional do meio ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 02 de setembro de 1981 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisL6938 htm Acesso em 22 abr 2016 Resolução CONAMA nº 001 de 23 de janeiro de 1986 Estabelece diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 17 de fevereiro de 1986 Disponível em http wwwmmagovbrportconamaresres86res0186html Acesso em 28 mar 2016 Decreto n 97632 de 31 de abril de 1989 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Cerrados Brasil Revista de Economia e Sociologia Rural v 46 n 2 p 291323 2008 Disponível em http wwwscielobrscielophpscriptsciarttextpidS010320032008000200002ln gennrmiso Acesso em 01 abr 2016 ENGEL Vera Lex PARROTA John A Definindo a restauração ecológica tendências e perspectivas mundiais In KAGEYAMA Paulo Y OLIVEIRA Renata Evangelista MORAES Luiz Fernando Duarte ENGEL Vera Lex GANDARA Flávio Bertin Eds Restauração ecológica de ecossistemas naturais Botucatu FEPAF 2003 Cap 1 p 326 FELLET João Degradação ambiental ameaça progresso em países emergentes diz ONU BBC Brasil 2011 Disponível em httpwwwbbccomportuguese noticias201111111102pnudambientejfshtml Acesso em 07 abr 2016 FERREIRA Daniela Figueiredo SAMPAIO Francisco Edison SILVA Reinaldo Vieira da Costa Impactos sócioambientais provocados pelas ocupações irregulares em áreas de interesse ambiental Goiânia Go 2005 Disponível emhttpwww2 ucgbrnupengepdf0004pdf Acesso em 04 abr 2016 FROTA Patrícia Vasconcelos Processo erosivo e a 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indexphpsmaarticleview539431 Acesso em 08 abr 2016 Contaminação Introdução no meio de elementos em concentrações nocivas à saúde humana tais como organismos patogênicos substâncias tóxicas ou radioativas MMA 2016 Este termo ao menos na área da saúde é muitas vezes utilizado como sinônimo de poluição Espécie exótica ou não nativa Para uma determinada região biogeográfica uma espécie oriunda de alguma outra região e que ali não ocorre naturalmente Compreende espécies cultivadas ornamentais ou comerciais e espécies invasoras ARONSON DURIGAN BRANCALION 2011 Estéreis Substâncias minerais que não têm aproveitamento econômico geradas durante a extração do minério lavra GLOSSÁRIO T1 30 Degradação e Recuperação terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas Mata ciliar Vegetação situada às margens dos rios e mananciais também chamada de vegetação ribeirinha mata de várzea mata de galeria Meio ambiente Segundo a PNMA Lei Federal n 69311981 designa o conjunto de condições leis influências e interações de ordem física química e biológica que permite abriga e rege a vida em todas as suas formas Rejeitos Minerais descartados durante o beneficiamento do minério por terem alta incidência de defeitos ou impurezas Serviços ecossistêmicos Produtos e processos naturais promovidos pelos ecossistemas que contribuem direta e indiretamente para a vida humana tais como purificação do ar e da água alimentos etc Sistemas agrossilvopastoris Sistema que integra numa mesma unidade de área árvores por meio do plantio regeneração ou manutenção de indivíduos já existentes no local com lavouras e pastagens Tema 2 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Não é de hoje que a humanidade se preocupa em recuperar áreas degradadas especialmente quando seus efeitos atingem diretamente a população Na antiguidade os povos romanos gregos e persas já sofriam com problemas relacionados à escassez de água e perda de terras produtivas devido à erosão do solo sendo esses problemas apontados como causas que colaboraram para a queda e supressão de grandes civilizações Até mesmo os problemas ambientais urbanos tais como os relacionados aos resíduos gerados pelas grandes populações e a higiene também não são recentes sendo registrados desde a Idade Média LIEBMANN 1979 Entretanto é evidente que a frequência extensão e grau de degradação ambiental do planeta vêm aumentando a níveis alarmantes em função não apenas do elevado número de pessoas a consumir os recursos naturais mas também do elevado poder de destruição dos mecanismos e tecnologias utilizados nas atividades antrópicas Por isso o desenvolvimento sustentável torna se fundamental lembrando que este conceito além dos pilares econômico social e ambiental inclui os direitos humanos tal como o direito a um meio ambiente limpo e seguro que deve ser assegurado para as gerações futuras ELKINGTON 2001 p 99 Nesse contexto é evidente a importância da recuperação de áreas degradadas legitimada pela ética que devemos ter em relação à nossa e às demais espécies pelos benefícios diretos e indiretos gerados pelos ecossistemas em equilíbrio e para o cumprimento das exigências legais que passaremos a discutir a seguir POR DENTRO DO TEMA T2 32 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Retorno dos Serviços Ambientais ou serviços ecossistêmicos benefícios econômicos diretos e indiretos O estímulo à recuperação de áreas degradadas pode ser dado primeiramente pela admissão de que a destruição dos ecossistemas está interferindo diretamente em nossa própria possibilidade de existência pois estamos perdendo qualidade de vida por não poder mais contar plenamente com os elementos da biodiversidade e com os serviços ambientais proporcionados pela natureza Podem ser reconhecidas quatro categorias de bens e serviços dos ecossistemas serviços de provisão regulação suporte e cultural tais como abastecimento de água para consumo direto e indireto por exemplo funcionamento de hidroelétricas controle de enchentes manutenção do clima sequestro de carbono manutenção do ciclo hidrológico e de nutrientes proteção do solo e controle de erosão inclusive eólica polinização de cultivos fornecimento de espaços para atividades recreativas intelectuais e espirituais ARONSON et al 2011 MMA 2011 Dentre os ecossistemas com funções ecológicas mais reconhecidas visto o efeito da degradação atingir diretamente o ser humano podem ser citadas as matas ciliares que recebem este nome devido à equivalência da função de proteção exercida pelos cílios aos olhos As matas ciliares são encontradas em todos os biomas brasileiros embora com composição e estrutura distintas em cada um deles Elas agem diretamente na regulação da quantidade e qualidade da água já que contribuem para conter enxurradas devido à barreira física protegem as redes de drenagem e aumentam a infiltração de água no solo devido à camada de raízes além de ajudar a reter os sedimentos agrotóxicos e excesso de nutrientes oriundos do uso de fertilizantes Quando preservadas ou recuperadas as matas ciliares formam naturalmente corredores de biodiversidade ampliando as chances de conservação das populações de espécies da fauna e da flora A recuperação de áreas degradadas também pode trazer benefícios econômicos diretos tais como os listados a seguir Aumento da produtividade da colheita considerando tanto o retorno obtido através da recuperação de solos aráveis degradados como a manutenção de polinizadores próximos a área de cultivo através da recuperação de vegetação nativa Redução de gastos com fertilizantes no caso de reabilitação de áreas de cultivo ou pastagens degradadas Fornecimento de produtos florestais comercializáveis tais como frutos resinas mel T2 33 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Fornecimento de madeira exceto no caso de Áreas de Preservação Permanente APP restauradas onde em geral não pode ser extraída Lucros obtidos com a utilização de área recuperada para fins recreativos Obtenção de incentivos e pagamentos ao reflorestamento como forma de promover o sequestro de carbono e dessa forma contribuir para a redução do efeito estufa e consequentemente do aquecimento global Isso porque as árvores durante o processo de fotossíntese retiram carbono da atmosfera em forma de CO2 e o incorporam à sua biomassa troncos galhos e raízes Várias empresas e eventos que emitem grandes quantidades de gás carbônico CO2 têm realizado compensações ou neutralizações ambientais por meio do financiamento de projetos de recuperação de áreas degradadas O plantio de árvores para o sequestro de carbono também está incluso como um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL que é um dos mecanismos de flexibilização criado no Protocolo de Quioto como forma de contribuir para reduzir as emissões atmosféricas de gases do efeito estufa O MDL permite a certificação de projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento e a posterior venda das reduções certificadas de emissões RCEs também chamadas de créditos de carbono para os países desenvolvidos como modo suplementar para cumprirem suas metas de redução preconizadas nos acordos climáticos No Brasil os créditos de carbono são negociados em leilões promovidos pela BMFBOVESPA a pedido de entidades públicas ou privadas sendo um dos países expoentes na participação desse mercado MMA 2012 O Brasil já aprovou projetos de reflorestamento para gerar créditos de carbono no mercado regulamentado pelo Protocolo de Quito todavia não é muito simples nem muito promissor sendo exigidos altos custos de investimentos diversos procedimentos e grandes áreas para que possam valer a pena economicamente Já no mercado informal de créditos de carbono os projetos de recuperação de áreas são mais promissores MMA 2011 Níveis críticos de degradação perda de biodiversidade e ética O interesse em recuperar áreas degradadas poderia ser apenas pela ética que devemos ter de que todas as espécies têm o direito de existir Hoje a perda e a fragmentação de habitats naturais são consideradas as principais causas de extinção de espécies no planeta No Brasil podemos citar a Mata Atlântica que foi altamente desmatada e fragmentada contando atualmente com apenas 7 de sua vegetação original distribuída em grande parte em pequenos remanescentes isolados entre si VARJABEDIAN 2010 No artigo de Seoane et al 2010 você encontra a descrição dos efeitos provocados pela fragmentação T2 34 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais A rápida e contínua degradação ambiental que estamos vivenciando está levando ao esgotamento ou perda de função dos recursos naturais e ao desequilíbrio socioambiental sendo cada vez mais necessário e com maior intensidade interferências antrópicas no sentido de recuperar o meio ambiente degradado Isso porque estamos afetando diretamente o poder de assimilação dos impactos e a autorrecuperação da natureza ou seja os ecossistemas estão perdendo sua capacidade de resistência e de resiliência definidas respectivamente como a capacidade de sobreviver ao distúrbio sem perder suas propriedades e processos e a capacidade de recuperar ao longo do tempo suas condições anteriores ao distúrbio sem intervenção humana Antigamente devido à menor utilização do solo incluindo menor intensidade de uso sobre determinada área bem como mais áreas naturais disponíveis a recuperação de uma área poderia ocorrer mais facilmente do que hoje Por exemplo uma grande clareira aberta numa floresta para atividade agrícola por certo período e depois abandonada num tempo relativamente curto se restabeleceria denotando sua resiliência Agora imagine a seguinte situação grandes áreas degradadas pelo uso intenso do solo sem a presença de remanescentes florestais próximos Como tal área poderia se recuperar sem a interferência humana De onde poderiam vir as sementes das espécies florestais A restauração ambiental permite ampliar os habitats restaurar a biodiversidade em remanescentes degradados bem como interligálos por meio da implantação de corredores ecológicos faixas de vegetação contribuindo para aumentar o trânsito das espécies e o fluxo gênico entre as populações e consequentemente a conservação da biodiversidade Figura 21 Corredor Florestal Pontal do Paranapanema Fonte IPÊLaury Cullen Jr 2015 T2 35 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Cumprimento da legislação ambiental A despeito da importância dos motivos anteriormente discutidos a maioria dos projetos de recuperação é executado atualmente a fim de atender às exigências legais e dessa forma reduzir custos com multas ou outras penalizações como acesso a créditos financiamentos etc O Brasil possui uma legislação ambiental avançada contando com diversos instrumentos que visam à proteção do meio e à regulação das atividades antrópicas potenciais fontes de degradação do meio ambiente A União tem a responsabilidade de fixar as leis de caráter geral complementadas por leis mais específicas dos Estados e Municípios Por isso as legislações estaduais e municipais podem ser mais restritivas do que as federais mas nunca ao contrário Você futuro gestor deve ficar atento à legislação das três esferas quando for realizar algum trabalho sobre a recuperação para que possa atendêlas a contento Vamos aqui apresentar os principais instrumentos legais no âmbito nacional A Constituição Federal de 1988 prevê no artigo 225 que Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondose ao Poder Público e à coletividade o dever de defendêlo e preserválo para as presentes e futuras gerações 1º Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder Público I preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente na forma da lei 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores pessoas físicas ou jurídicas a sanções penais e administrativas independentemente da obrigação de reparar os danos causados BRASIL 1988 p 1 Política Nacional do Meio Ambiente PNMA Lei n 69381981 Diante da necessidade crescente de compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a qualidade ambiental em 1981 foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente Entre os instrumentos mais eficientes por ela assegurados cabe T2 36 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais mencionar a exigência do licenciamento ambiental bem como da avaliação de impacto ambiental para atividades que efetiva ou potencialmente possam causar sob qualquer forma degradação ambiental Além dos estudos de impacto ambiental EIA dependendo do caso o órgão ambiental pode exigir como subsídios ao processo de decisão outros documentos tais como o relatório ambiental RIMA plano e projeto de controle ambiental plano de manejo e o plano de recuperação de área degradada BRASIL 1981 O dever de recuperar áreas degradadas está mencionado diretamente nos artigos 2 e 4 como segue A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida visando assegurar no País condições ao desenvolvimento socioeconômico aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana atendidos alguns princípios BRASIL 1981 Art 2º Entre os meios para atingir esse objetivo está a recuperação de áreas degradadas Art 2º inciso VIII Também são citados como objetivos a preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida Art 4 Inciso VI O Decreto n 976321989 que regulamenta a recuperação de áreas citada no Artigo 2 da PNMA descreve que os empreendimentos que se destinam a exploração de recursos minerais deverão quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental EIA e do Relatório do Impacto Ambiental RIMA submeter à aprovação do órgão ambiental competente plano de recuperação de área degradada BRASIL 1989 Cita ainda que Lei de Crimes Ambientais Lei n 96051998 Esta lei foi criada como forma de consolidar a legislação ambiental e penalizar os infratores que danificam o meio ambiente BRASIL 1998 As penas podem ser bastante rígidas quando os atos lesivos ao ambiente acarretam perigo à vida humana animal ou vegetal podendo consistir de multa ou pena de um a três T2 37 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais anos de reclusão tempo que pode ser estendido dependendo das condições de agravo É possível que a pena privativa de liberdade dependendo das condições legais seja substituída pelo custeio de projetos e programas ambientais tais como de recuperação de áreas degradadas Após essa lei pôde ser observada uma maior fiscalização no campo e aumento das denúncias evocadas pelo Ministério Público lembrando que o poder público também pode ser passível de penas O Decreto n 34202000 dispõe sobre a criação do Programa Nacional de Florestas PNF que visa entre outros objetivos fomentar as atividades de reflorestamento notadamente em pequenas propriedades rurais e recuperar florestas de preservação permanente de reserva legal e áreas alteradas BRASIL 2000 Código Florestal Uma das leis mais atuantes no âmbito da restauração de áreas degradadas no Brasil é o Código Florestal Brasileiro que foi a primeira lei voltada à regulamentação do uso do solo e conservação dos ecossistemas naturais Ela foi criada pelo Decreto n 237931934 época de plena expansão da agricultura especialmente do café nos estados do sul e sudeste A preocupação era o elevado desmatamento que ocorria nas propriedades rurais o que levava a uma escassez de lenha fonte de energia bastante utilizada na época e a problemas relacionados à falta de água sendo exigido portanto que cada propriedade mantivesse um percentual de vegetação nativa Este Código foi editado em 1965 através da Lei n 47711965 que passou a considerar todas as vegetações existentes no território nacional como bens de interesse comum a toda a população brasileira BRASIL 1965 Nessa Lei também são definidas em substituição as então denominadas florestas protetoras as APP e Reserva Legal RL que podem ser consideradas como uma das principais formas de proteção ambiental atualmente Após inúmeras polêmicas o Código de 1965 foi substituído pela Lei n 12651 de 25 de maio de 2012 BRASIL 2012 conhecida como novo Código Florestal e alterado pela Lei n 12727 de 17 de outubro de 2012 mantendo as principais diretrizes tais como a obrigatoriedade de conservação ou recomposição das áreas de preservação permanente e reservas legais Artigos 7º e 17º no entanto foi flexibilizado em algumas situações especialmente relativas às áreas consolidadas a recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente BRASIL 1989 T2 38 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais e pequenas propriedades ou posses rurais agricultura familiar Vejamos alguns aspectos do novo Código Florestal Disponível em httpwwwplanaltogov brccivil03ato201120142012leiL12651compiladohtm acesso em 11 jun 2016 que são importantes para nossa disciplina sendo indispensável a leitura deste No Artigo 3º são definidas as APP e RL Veja Área de Preservação Permanente área protegida coberta ou não por vegetação nativa com a função ambiental de preservar os recursos hídricos a paisagem a estabilidade geológica e a biodiversidade facilitar o fluxo gênico de fauna e flora proteger o solo e assegurar o bemestar das populações humanas BRASIL 2012 art 3º inciso II No artigo 4o estão descritas as áreas que são consideradas como Área de Preservação Permanente em zonas rurais ou urbanas tais como as margens dos rios numa faixa de no mínimo 30 a 600 metros dependendo da largura destes nascentes no raio mínimo de 50 metros Cabe ressaltar que no Código de 1965 os rios eram medidos a partir do nível mais alto em faixa marginal passando agora a serem calculados a partir da borda da calha do leito regular o que na prática diminui o tamanho dos rios e portanto a largura de vegetação à margem requerida Também foram excluídas como APPs as faixas marginais de reservatórios naturais ou artificiais menores que um hectare Além das matas ciliares são inclusas como APPs outros diversos ambientes tais como encostas íngremes restingas e mangues Figura 22 Vista da Serra do Mar em UbatubaSP A vegetação situada na planície arenosa de deposição marinha é chamada de restinga considerada como APP devido à sua fragilidade e importância para estabilização das dunas Fonte Fonseca 2009 T2 39 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Segue agora a definição de Reserva Legal área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural delimitada nos termos do artigo 12 com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa BRASIL 2012 art 3º inciso III Sendo dada a seguinte descrição no Artigo 12 todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa a título de Reserva Legal sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente observadas com algumas exceções os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel I Localizado na Amazônia Legal a 80 oitenta por cento no imóvel situado em área de florestas b 35 trinta e cinco por cento no imóvel situado em área de cerrado c 20 vinte por cento no imóvel situado em área de campos gerais II localizado nas demais regiões do País 20 vinte por cento BRASIL 2012 Diferentemente do Código de 1965 agora é permitido computar as APPs para compor o percentual exigido de RL Art 15 Entre os critérios descritos para a localização da Reserva Legal estão A formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal com Área de Preservação Permanente com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade e as áreas de maior fragilidade ambiental BRASIL 2012 art 14º Note que as finalidades das APPs diferem das RLs sendo que as últimas podem ter exploração mediante manejo florestal sustentável previamente aprovado pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente CBS1 Sisnama O T2 40 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais manejo com propósito comercial deve seguir alguns critérios tais como não descaracterizar a cobertura vegetal assegurar a manutenção e conservação da vegetação nativa e conduzir o manejo de espécies exóticas por meio de medidas que promovam a regeneração das espécies nativas ver Artigo 22 Um dos pontos debatidos do novo Código Florestal de 2012 foi a instituição das áreas rurais consolidadas Nessas áreas aplicamse normas diferenciadas em relação ao uso e recomposição das APPs e RLs por exemplo a admissão em pequenas propriedades do uso por atividades antrópicas em APPs Artigos 61A e 63 e a redução das faixas marginais de rios a serem recompostas que pode ter um mínimo de apenas 5 metros até no máximo 100 metros dependendo do tamanho da propriedade bem como das nascentes permitindo a recomposição do raio mínimo de 15 metros A redução das faixas marginais a serem recompostas foi uma das críticas dos conservacionistas visto que áreas muito estreitas são ineficientes para suportar populações viáveis das espécies da fauna e da flora e podem ser completamente afetadas pelos efeitos de borda TABARELLI MANTOVANI 1999 No artigo 61A parágrafo 13 é previsto que em APPs consolidadas em pequenas propriedades ou posses rurais familiares a recomposição pode ser feita pelo plantio intercalado de espécies lenhosas perenes ou de ciclo longo exóticas com nativas de ocorrência regional em até 50 da área total a ser recomposta além dos métodos previstos em áreas não consolidadas condução de regeneração natural e plantio de espécies nativas os quais descreveremos em caderno específico sobre o tema Também em áreas consolidadas a RL pode ser regularizada mediante a recomposição inclusive com o plantio de até 50 de espécies exóticas como nos Sistemas Agroflorestais regeneração natural da vegetação ou compensação fora da propriedade a partir da aquisição de Cotas de Reservas Ambientais vendidas por proprietários que tenham excedente dessas áreas preservadas recuperadas ou em recuperação ver artigos 44 e 66 Apesar de adeptos uma corrente conservacionista foi contrária a essa flexibilização alegando que isso pode acarretar ausência de cobertura florestal em regiões mais densamente ocupadas e economicamente mais valorizadas já que o proprietário pode optar por recomporpreservar áreas fora do seu imóvel Além das APPs e RLs no Código é prevista a obrigatoriedade das pessoas físicas ou jurídicas que utilizam matériaprima florestal oriunda de supressão de vegetação nativa ou que detenham autorização para supressão de vegetação nativa da reposição florestal efetivada no Estado de origem da matériaprima utilizada mediante o plantio de espécies preferencialmente nativas conforme determinações do órgão competente do Sisnama Veja Art 33 É conveniente ressaltar que neste Novo Código Florestal existem diversos T2 41 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais mecanismos inclusive econômicos que apoiam a preservação e a recomposição da vegetação nativa tais como créditos e financiamentos pagamento por serviços ambientais e o citado mercado de cotas de reservas ambientais sendo que estes são vinculados à regularização da propriedade por meio do Cadastro Ambiental Rural CAR veja Capítulo VI Artigo 29 O CAR pode ser visto como um dos principais avanços nas ferramentas previstas nessa lei para a conservação do meio ambiente pois facilita a fiscalização contando com um cadastro georreferenciado das áreas de interesse ambiental de cada propriedade e consequentemente o cumprimento de metas legais Diante do exposto podemos observar que a legislação ambiental brasileira oferece diversos instrumentos legais para a proteção e recuperação dos ecossistemas naturais que vão além dos descritos aqui pois existem ainda as legislações estadual e municipal sendo o desafio atual de potencializar os esforços de fiscalização e exigência de seu cumprimento O país avança também nesse sentido por meio da aplicação de tecnologias informatizadas tais como o uso do sistema de informação geográfica para o monitoramento das áreas pelos órgãos ambientais Caro aluno conforme você pôde observar são vários os motivos que podem ser concebidos para que as áreas degradadas sejam recuperadas desde princípios éticos os de busca pela qualidade ambiental até aqueles coercitivos movidos pela obrigatoriedade legal Agora que você já conhece melhor esse assunto sabe como a legislação pode possibilitar que as áreas degradadas sejam recuperadas sendo esse um importante ponto que fará parte do seu maior conhecimento sobre outros temas que serão estudados Sequestro de Carbono Uma série de três partes que aborda o sequestro de carbono um tema complexo que envolve as atividades antrópicas que emitem gases intensificadores do efeito estufa como a queima de combustíveis fósseis e queimadas e o plantio de árvores O pesquisador explica o processo de fotossíntese que permite o sequestro de carbono citando o fato de que as árvores mais jovens conseguem sequestrar mais carbono do que emitem pela respiração Na parte 2 são apresentados alguns resultados de estudos com sequestro de carbono que indicam capacidades distintas entre diferentes tipos florestais e na parte 3 o enfoque é dado para as pesquisas realizadas na Ilha do Bananal a maior ilha fluvial do mundo onde está ACOMPANHE NA WEB T2 42 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais inserida parte do Projeto Experimento de Grande Escala da Biosfera Atmosfera na Amazônia LBA Parte I Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvgedhrUUwgcw Acesso em 05 abr 2016 Parte 2 Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvxHLEh5nWdqQ Acesso em 05 abr 2016 Parte 3 Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvCVqHiaHjYyc Acesso em 05 abr 2016 Créditos de Carbono reportagem especial do Painel Florestal 2009 A reportagem aborda resumidamente o que são créditos de carbono e como eles podem estimular os emissores de gases de efeito estufa a compensar suas emissões por meio de projetos que possam promover o sequestro de carbono Entre eles é citado o reflorestamento seja por espécies exóticas como eucaliptos ou nativas O consultor diz que para o comércio de créditos de carbono no âmbito do MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo mecanismo criado junto ao Protocolo de Quioto os projetos devem seguir diversas regras Entretanto os créditos de carbono também podem ser comercializados mais simplificadamente no mercado voluntário quando por exemplo uma empresa quer se tornar carbono neutro comprando esses créditos para neutralizar suas emissões Ele indica o acesso ao site httpwwwmctgovbr para obtenção de maiores detalhes para elaboração desses projetos Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvjy7GNT7eXDY Acesso em 05 abr 2016 Jornalismo Áreas degradadas 2011 O vídeo apresenta uma audiência pública conjunta das Comissões de Meio Ambiente Agricultura e Ciência e Tecnologia para discutir a reforma do Código Florestal alguns meses antes da sua aprovação em 2012 A reportagem começa alertando para o fato de que a posição de destaque do Brasil no fornecimento internacional de alimentos tem gerado vários processos de degradação do meio ambiente como a erosão contaminação do solo e da água e a perda de biodiversidade O pesquisador Ricardo R Rodrigues relata que a maioria dos remanescentes da biodiversidade está em propriedades privadas portanto designa a importância de que o código seja um instrumento que ajude os proprietários a preserválas Uma das ideias defendidas pelo pesquisador é que haja um estímulo T2 43 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais econômico para a recuperação de áreas degradadas e a exploração sustentável da floresta em áreas de baixa produtividade agrícola por meio por exemplo de pagamentos por serviços ambientais Essa premissa foi incluída no novo Código além de outras formas de incentivos tais como a possibilidade de compensação de Reserva Legal em outras áreas por meio da aquisição de Cotas de Reservas Ambientais CRA Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvqKhXDGaB3XE Acesso em 05 abr 2016 Artigos Pagamentos por Serviços Ambientais na Mata Atlântica lições aprendidas e desafios MMA 2011 A publicação tem como foco analisar os projetos de pagamentos por serviços ambientais realizados na Mata Atlântica em especial aqueles envolvendo o sequestro de carbono e a conservação da água e da biodiversidade Nas páginas 17 a 23 você encontra uma descrição detalhadas dos serviços ambientais Disponível em httpwwwmmagovbrestruturas202arquivospsana mataatlanticalicoesaprendidasedesafios202pdf Acesso em 05 abr 2016 Portal do Ministério do Meio Ambiente Entenda como funciona o mercado de crédito de carbono Apresenta um resumo do histórico do mercado de crédito de carbono descrevendo as causas que o impulsionaram como se faz os cálculos para quantificar a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa GEE e os passos para seu comércio Disponível em httpwwwbrasilgovbrmeioambiente201204entenda comofuncionaomercadodecreditodecarbono Acesso em 05 abr 2016 A Abordagem dos Corredores de Biodiversidade para a Conservação dos Recursos Naturais Este artigo traz considerações acerca da implantação de Corredores de Conservação da biodiversidade como uma estratégia de conservação adicional à criação de Unidade de Conservação Enquanto o termo corredor ecológico define porções de ecossistemas naturais ou seminaturais ligando unidades de T2 44 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais conservação que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota um Corredor da Conservação da Biodiversidade pode ser considerado como uma unidade de planejamento regional que visa à consolidação de uma rede de áreas protegidas e o manejo regional de um mosaico de usos múltiplos da terra A recuperação de áreas degradadas surge como uma importante prática a ser adotada não somente no sentido de restaurar ecossistemas naturais mas também de reabilitar áreas por meio da implantação de sistemas agroflorestais e outros modos de uso da terra que permitam restabelecer as conexões entre os remanescentes e contribuir dessa forma para manter os processos ecológicos naturais Disponível em httpsafcnpgcembrapabrpublicacoes06pdf Acesso em 22 abr 2016 Instruções Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado A seguir você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas Leia cuidadosamente os enunciados e atentese para o que está sendo pedido Questão 1 Apesar de senso comum a recuperação de áreas degradadas ainda não é uma prática espontânea entre os degradadores Quais argumentos você utilizaria para convencer um leigo sobre a importância de recuperar áreas degradadas Questão 2 Na discussão sobre o novo Código Florestal no Senado produtores agropecuários ambientalistas e cientistas tiveram suas preocupações voltadas para as definições sobre reserva legal RL áreas de preservação permanente APPs manutenção de atividades produtivas já consolidadas aplicação de sanções aos que não seguirem a legislação vigente e fórmulas para promover o financiamento da recuperação do passivo ambiental Disponível em httpswwwsenadogovbrnoticiasJornal emdiscussaocodigoflorestaltemaspolemicosacordosfechadosaprovacao codigoflorestalaspx Acesso em 26 abr 2016 Sobre as normas vigentes no Novo Código Florestal Lei n 126512012 assinale a alternativa correta AGORA É A SUA VEZ T2 45 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais a A faixa no entorno das nascentes de áreas consolidadas pode ser recomposta com apenas 15 metros b A faixa a ser reflorestada nas margens dos rios é em qualquer situação de no mínimo 30 metros c Nas áreas rurais consolidadas a recomposição da reserva legal pode ser feita mediante o plantio total com espécies exóticas d Não é mais obrigatória a recomposição das florestas marginas a rios e nascentes localizados na zona urbana Questão 3 Embora a recuperação de áreas degradadas contribua fortemente para melhorar as condições ambientais e consequentemente a qualidade de vida da população humana a grande maioria dos projetos atualmente é realizada devido às exigências legais Analise as afirmativas a seguir sobre a legislação pertinente à recuperação de áreas degradadas I A exigência de recuperar o meio ambiente por aqueles que exploram os recursos minerais é prevista na nossa Constituição Federal 1988 além de outros instrumentos como o Decreto Federal n 976321989 que torna obrigatória a aprovação de um Plano de Recuperação de áreas degradadas pelo órgão ambiental competente II A Lei de Crimes Ambientais n 96051998 estabelece as metodologias que podem ser utilizadas para a recomposição de área degradada como forma de compensação para pagamento de passivos ambientais III A Lei Federal n 126512012 conhecida como novo Código Florestal prevê que as pessoas que utilizam matériaprima florestal oriunda de supressão de vegetação nativa devem fazer a reposição florestal mediante o plantio de espécies predominantemente nativas IV O novo Código Florestal permite que a recomposição da mata ciliar em áreas consolidadas de pequenas propriedades possa ser feita pelo plantio intercalado de espécies lenhosas exóticas com nativas em até 50 da área total Estão corretas apenas as afirmativas a I e II b I III e IV T2 46 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais c II e III d II III e IV Questão 4 Espécie da fauna brasileira ameaçada de extinção e está enquadrado na categorial Vulnerável Segundo artigo publicado na revista BioBrasil do ICMBio o gato mourisco tem ampla distribuição no Brasil porém ocorre em baixas densidades populacionais A projeção mais conservadora indica que existam apenas 5200 indivíduos no território brasileiro Ainda segundo o artigo estimase que nos próximos 15 anos três gerações poderá ocorrer um declínio de pelo menos 10 desta população em razão principalmente da perda e fragmentação de habitat pela expansão agrícola Disponível em httpwwwicmbiogovbrportal comunicacaonoticias4destaques7170gatomouriscoefotografadoemuc gauchahtml Acesso em 22 abr 2016 Explique como a recuperação de áreas degradadas pode atuar para minimizar os efeitos deletérios da fragmentação aliando desenvolvimento sustentável e conservação Questão 5 A Convenção Global de Mudança Climática CGMC assinada durante a Cúpula da Terra Rio92 estimulou esforços para combater o aquecimento global através da recuperação de paisagens degradadas nas regiões tropicais como um meio de custo reduzido para captar carbono e contrabalançar as emissões de dióxido de carbono CO2 oriundas principalmente do hemisfério norte Disponível emhttpwwwsoberorgbrpalestra2169pdf Acesso em 22 abr 2016 Após esse evento em 1997 foi assinado o Protocolo de Quioto um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa quando no âmbito do desenvolvimento sustentável foram bastante difundidos os termos sequestro de carbono e créditos de carbono Explique como a recuperação de áreas por meio do plantio de árvores pode contribuir para o sequestro de carbono e gerar créditos de carbono descrevendo o significado desse termo e como eles podem ser comercializados T2 47 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Neste tema discutimos os argumentos relevantes para recuperação de áreas degradadas que dados os níveis críticos de degradação muitas vezes só é possível por meio de intervenções humanas Em suma recuperamos áreas degradadas devido aos princípios éticos que devemos ter em relação à nossa e às demais espécies pelos serviços ambientais prestados por ecossistemas naturais os quais quando perdidos provocam situações adversas como enchentes degradação do solo e da água e aumento do efeito estufa e ao contrário quando retornam pela recuperação podem gerar benefícios econômicos diretos e indiretos Apesar da relevância desses argumentos a prática de recuperar vem sendo realizada especialmente para o cumprimento da legislação ambiental vigente que conta com diversos instrumentos de apoio bem como no caso de transgressões de multas e outras penalidades inclusive criminais Entre as diversas leis federais apresentadas enfatizamos o novo Código Florestal que regulariza o uso e a recuperação das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal uma das principais formas de proteção da biodiversidade e por isso de grande interesse para os agentes atuantes em projetos de recuperação de áreas degradadas FINALIZANDO T2 48 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais T2 49 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais REFERÊNCIAS BRASIL Lei n 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Código Florestal Brasileiro Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 16 de setembro de 1965 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03LEIS L4771htm Acesso em 25 abr 2016 Lei n 6938 de 31 de agosto de 1981 Dispõe sobre a política nacional do meio ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 02 de setembro de 1981 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leis L6938htm Acesso em 25 abr 2016 Constituição da República Federativa do Brasil 1988 Brasília DF Senado Federal Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03constituicao constituicaohtm Acesso em 25 abr 2016 Decreto n 97632 de 31 de abril de 1989 Dispõe sobre a regulamentação do artigo 2º inciso VIII da Lei n 6938 de 31 de agosto de 1981 e dá outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 12 de abril de 1989 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03decreto19801989D97632 htm Acesso em 25 abr 2016 Lei n 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 13 de fevereiro de 1998 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03LEIS L9605htm Acesso em 22 abr 2016 Decreto n 3420 de 20 de abril de 2000 Dispõe sobre a criação do Programa Nacional de Florestas PNF e dá outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 22 de abril de 2000 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03decretoD3420htm Acesso em 25 abr 2016 Lei n 9985 de 18 de julho de 2000 Regulamenta o art 225 1 incisos I II III e VII da Constituição Federal institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 19 de julho de 2000 Disponível em httpwww planaltogovbrccivil03leisL9985htm Acesso em 22 abr 2016 Lei n 12651 de 25 de maio de 2012 Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa altera as Leis nos 6938 de 31 de agosto de 1981 9393 de 19 de dezembro T2 50 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais de 1996 e 11428 de 22 de dezembro de 2006 revoga as Leis n 4771 de 15 de setembro de 1965 e 7754 de 14 de abril de 1989 e a Medida Provisória n 2166 67 de 24 de agosto de 2001 e dá outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 28 de maio de 2012 Disponível em httpwww planaltogovbrccivil03Ato201120142012LeiL12651htm Acesso em 22 abr 2016 ELKINGTON J A teoria dos três pilares Tradução de Patrícia Martins Ramalho São Paulo Makron Books 2001 FONSECA Felipe Serra do mar Ubatumirim 2009 Licenciado sob CC BYSA 30 via Wikimedia Commons Disponível em httpsptwikipediaorgwikiParque EstadualdaSerradoMarmediaFileSerradomarubatumirim2jpg Acesso em 25 abr 2016 INSTITUTO DE PESQUISAS ECOLÓGICAS IPÊ CULLEN Jr Laury Corredor Florestal Pontal do Paranapanema 2015 Licenciado sob CC BYSA 40 via Wikimedia Commons Disponível em httpscommonswikimediaorgwiki FileCorredorFlorestalPontaldoParanapanemajpg Acesso em 25 abr 2016 LIEBMANN H Terra um planeta inabitável Tradução de Flávio Meurer Rio de Janeiro Biblioteca do Exército 1979 180p MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE MMA Entenda como funciona o mercado de crédito de carbono Portal do MMA 2012 Disponível emhttpwwwbrasilgov brmeioambiente201204entendacomofuncionaomercadodecreditode carbono Acesso em 22 abr 2016 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE MMA Pagamentos por Serviços Ambientais na Mata Atlântica lições aprendidas e desafios GUEDES Fátima Becker SEEHUSEN Susan Edda Editores Brasília MMA 2011 Disponível emhttpwwwmma govbrestruturas202arquivospsanamataatlanticalicoesaprendidase desafios202pdf Acesso em 22 abr 2016 SEOANE Carlos Eduardo S et al Corredores ecológicos como ferramenta para a desfragmentação de florestas tropicais Pesquisa Florestal Brasileira v 30 n 63 p 2072016 2010 Disponível em httppfbcnpfembrapabrpfbindexphppfb articleviewFile158114 Acesso em 25 abr 2016 TABARELLI M W MANTOVANI C A P Effects of habitat fragmentation on plant guild structure in the montane Atlantic forest of southeastern Brazil Biological Conservation n 91 p 119127 1999 VARJABEDIAN Roberto Lei da Mata Atlântica Retrocesso ambiental Estudos avançados v 24 n 68 p 147160 2010 Disponível em httpwwwscielobr pdfeav24n6813pdf Acesso em 25 abr 2016 T2 51 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais Área rural consolidada Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008 com edificações benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris admitida neste último caso a adoção do regime de pousio Cadastro Ambiental Rural Registro público eletrônico de âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis rurais com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais compondo base de dados para controle monitoramento planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento Corredores Ecológicos Porções de ecossistemas naturais ou seminaturais ligando unidades de conservação que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza Lei n 9985 de 18 de julho de 2000 Efeito de borda Alteração na estrutura na composição eou na abundância relativa de espécies na parte marginal de um fragmento em decorrência de fatores abióticos por exemplo aumento da temperatura radiação solar ventos e diminuição da umidade bióticos diretos por exemplo mudanças na composição de espécies ou invasão de espécies exóticas ou adaptadas à perturbação eou bióticos indiretos por exemplo mudanças nas interações entre espécies próximo à borda como aumento da taxa de predação doenças e pragas O efeito de borda é mais intenso em fragmentos pequenos e com formas muito irregulares ie onde a relação superfícieárea é alta Fragmentação de habitats naturais Ampla porção contínua de habitat reduzida em área e dividida em pedaços fragmentos ao longo do tempo Em geral os fragmentos remanescentes estão inseridos numa matriz antrópica definida como o tipo de cobertura de fundo numa paisagem caracterizada pela cobertura extensiva e pela alta conectividade por exemplo áreas agrícolas de pastagens urbanas e complexos industriais Protocolo de Quioto Tratado complementar à ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima Criado em 1997 definiu metas de redução de emissões para os países desenvolvidos responsáveis históricos pela mudança atual do clima Remanescentes O que sobrou de uma área que não sofreu corte raso mantendo GLOSSÁRIO T2 52 Por que Recuperar Áreas Degradadas Aspectos Legais e Socioambientais se com características próxima das condições naturais da vegetação original Às vezes é utilizado como sinônimo de fragmento Sequestro de carbono Referese à remoção do CO2 atmosférico que pode ser efetuada pelas plantas quando realizam o processo da fotossíntese A maior eficiência em realizar esse processo e incorporar o carbono em sua biomassa ocorre durante o crescimento inicial das plantas ou seja nas florestas em plena regeneração Tema 3 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Assim como a água o solo é um recurso essencial para a humanidade podendo ser citadas como as suas principais funções ecológicas o suporte ao desenvolvimento das plantas função primária e da fauna associada regulação do fluxo de águas e ação de filtro ambiental LARSON PIERCE 1991 Ele pode ser definido como um material poroso composto pelas fases sólida matéria orgânica e minerais líquida água e gasosa ar Junto ao solo e participando ativamente em seus processos vivem inúmeros seres vivos especialmente os microrganismos ex bactéria e fungos e mesofauna os quais atuam na decomposição da matéria orgânica Agora veja uma definição mais ampla segundo Pedron et al 2005 POR DENTRO DO TEMA Os solos são corpos naturais que se desenvolvem em escalas de tempo da ordem de centenas a milhares de anos e compõem a cobertura pedológica que reveste as áreas emersas da Terra Esta cobertura é constituída por uma camada de material alterado que se localiza entre a atmosfera e a litosfera fortemente influenciada pela biosfera e pela hidrosfera Esta camada é o resultado das inúmeras combinações de fatores clima organismos tempo relevo e de processos remoção adição transporte e transformação que atuam sobre os materiais de origem rochas sedimentos depósitos orgânicos e condicionam a variedade de solos encontrados Inferências sobre as propriedades destes corpos são feitas entre outras características a partir de sua morfologia por exemplo através da presença e espessura de horizontes ou camadas representando o perfil do solo T3 54 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Fonte Pena 2016 A interação entre os componentes físicos químicos e biológicos do solo forma um sistema dinâmico complexo altamente influenciado pelas ações antrópicas De fato muitas vezes quando falamos de degradação ambiental nos referimos às alterações das propriedades do solo considerando o enorme prejuízo acarretado à sociedade humana visto ser a base da capacidade produtiva de um ecossistema além de dar a sustentação física para alocação das populações na ISO 11074 11996 a degradação do solo é definida como alteração das propriedades do solo que acarrete efeitos negativos sobre uma ou várias funções do solo a saúde humana ou o meio ambiente A erosão que é a perda da camada superficial do solo onde concentrase a matéria orgânica e grande parte dos nutrientes disponíveis às plantas é a forma mais comum de degradação no mundo todo seguida pela perda de nutrientes GUERRA 2007 A erosão é um processo natural no entanto é intensificado pelas atividades antrópicas Formas acentuadas de erosão podem levar à deformação do Figura 31 Esquema de um perfil e dos horizontes do solo T3 55 Solo Caracterização Degradação e Recuperação terreno tais como a formação de ravinas e voçorocas destruição das margens de rios e deslizamentos de terra movimento de massa Estas últimas atingem especialmente as áreas montanhosas e elevadas como as encostas naturais ou de represas aterros sanitários e resíduos industriais e taludes de corte e aterro GUERRA 2007 Leia o Capítulo 4 do seu LPT pág 75110 para conhecer com maiores detalhes estes processos de degradação erosão e movimento de massas Baseado em estudos voltados às atividades de mineração Reinert 1998 classificou as áreas degradadas de acordo com a degradação do solo dividindoas em três categorias que não são excludentes entre si físicas biológicas e químicas Degradação física quando as características ligadas ao arranjamento das partículas do solo são alteradas observandose principalmente os parâmetros relacionados a permeabilidade densidade estrutura aeração e a coesão Por exemplo quando o solo apresenta elevado grau de compactação que provoca uma baixa aeração e retenção de água e alta susceptibilidade à erosão quando ocorre elevação do nível do lençol freático e ainda alteração topográfica do terreno subsidência rebaixamento do terreno Degradação biológica que relacionase à perda de matéria orgânica e consequente redução da atividade e diversidade da micro meso e macrofauna e flora no solo Degradação química resultante da perda de nutrientes essenciais para o equilíbrio do solo ou acúmulo de elementos tóxicos ou indesejáveis no solo Aqui podemos incluir a lixiviação de nutrientes ou cultivo excessivo esgotamento do solo a salinização acidificação excesso de fertilizantes ou drenagem de cátions como potássio cálcio magnésio e poluição de diversas origens acúmulo de resíduos pesticidas ou fertilizantes derramento de óleos etc Um aspecto extremo da degradação é o surgimento de condições desérticas do solo especialmente em áreas mais secas que foram sujeitas aos impactos humanos Saiba mais sobre os tipos de degradação físicas e químicas do solo e as definições do termo desertificação no capítulo 1 do seu PLT GUERRA 2007 p 2426 Fatores da Degradação do Solo Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUD por intermédio de estimativas realizadas pelo Projeto de Avaliação Mundial da Degradação do Solo OLDEMAN 1994 apud GUERRA 2007 os fatores de degradação de solo que mais atingem as áreas degradadas no continente Sul Americano são o desmatamento correspondendo a 41 do total de solo degradado T3 56 Solo Caracterização Degradação e Recuperação seguido pelo superpastoreio 28 atividades agrícolas 26 e superexploração da vegetação 5 GUERRA 2007 p 34 O desmatamento especialmente com finalidade de expandir a fronteira agropecuária no país embora tenha diminuído na última década ainda é preocupante Além disso áreas são desmatadas para a implantação de florestas comerciais de grande escala silvicultura com espécies exóticas como pinus e eucalipto por exemplo construção de estradas e desenvolvimento urbano Como já comentamos no tema 1 a retirada da cobertura vegetal causa diversos processos de degradação os quais são depois agravados com o uso inadequado da terra O superpastoreio pode destruir a camada superficial do solo provocar a compactação e a invasão por espécies de plantas arbustivas indesejáveis GUERRA 2007 Tavares 2008 alerta para os impactos negativos sobre o solo resultantes da pecuária no Brasil que é o maior exportador de carne e o segundo maior produtor de bovinos do mundo sendo uma atividade de extrema importância para a economia do país Segundo este autor a área brasileira ocupada por pastagens corresponde a 20 do território nacional e 70 das áreas destinadas à produção agropecuária estão ocupadas com pastagens Estimase que 75 das áreas de pastos no Brasil estão degradadas e o restante em vias de degradação Estes números por si só já interpretam a importância desta atividade econômica para o país e a dura realidade dos estágios de degradação dos solos sob esta carga animal TAVARES 2008 Técnicas de Recuperação do Componente Abiótico das Áreas Degradadas Muitas técnicas que serão abordadas abaixo já são amplamente disseminadas como práticas de conservação e recuperação de solo com a finalidade de retornar à produtividade de cultivos e pastagens mas também podem ser indicadas em projetos de restauração ambiental Readequação topográfica Em locais onde ocorreu a degradação de aspectos geomorfológicos por exemplo áreas mineradas locais de declives acentuados voçorocas e margens instáveis de rios além da adequação do solo também pode ser necessário fazer a readequação topográfica que se refere à reconstituição da topografia natural ou dar a ela uma nova conformação estável geotecnicamente As intervenções podem ser para a suavização de encostas implantação de redes de drenagem ou mesmo para projetos paisagísticos tendo como principais objetivos reduzir a erosão provocada pelo escoamento superficial das águas da chuva e desta forma oferecer maior estabilidade ao terreno além de facilitar o plantio e estabelecimento das plantas T3 57 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Segundo as Normas Reguladoras de Mineração NRM 21 dadas pela Portaria nº 237 2001 BRASIL 2001 entendese como adequação paisagística a harmonização da paisagem das áreas mineradas com o objetivo de minimizar o impacto visual e por adequação topográfica a conformação da topografia com vistas ao uso futuro da área ou seja a utilização prevista da área impactada levandose em consideração suas aptidões e intenção de uso pósoperacional As técnicas envolvidas dependem da finalidade e podem envolver a execução de obras de engenharia ex estruturas de contenção e retenção incluindo as hidráulicas visando a estabilidade física do ambiente Abaixo estão citados baseado em Ribeiro 2005 p 28 alguns exemplos de operações para adequação topográfica de áreas degradadas Construção das vias de acesso Reforços contra deslizamento de terra Construção de canais abertura de valetas calhas escadas tubulações ou bueiros com tratores de esteira e restroescavadeiras Nivelamento da superfície feito por tratores de esteira com lâminas ou motoniveladoras Taludeamento consiste em aplainarsuavizar as encostas íngremes e minimizar a macrorrugosidades das superfícies com a ajuda de tratores de esteira ou retroescavadeiras Por exemplo em áreas lavradas podem ser minimizados os impactos potenciais causados pela irregularidade da superfície e amontoados de estéril murundus que impedem o plantio e aumentam a erosão no local Terraceamento operação de construção de terraços com a finalidade de minimizar o escoamento superficial portanto com cunho conservacionista realizada com tratores de esteira com lâminas ou motoniveladoras Também pode se tratar da implantação de curvas de nível para plantios agrícolas Em adição às técnicas de engenharia tradicional empregadas nas operações de readequação também podem ser utilizadas com menores custos técnicas de Bioengenharia que consistem no uso de plantas inteiras ou suas partes como materiais que sirvam para reduzir a erosão reforçar ou formar barreiras contra movimentos de massa tais como estacas e caniçadas vivas e para drenos hidráulicos Leia os capítulos de 6 a 9 de seu PLT os quais são dedicados à descrição dos princípios histórico e técnicas de bioengenharia que podem ser utilizadas para recuperação de áreas degradadas GUERRA 2007 T3 58 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Figura 32 Terraços agrícolas feitos com troncos no Peru criados pelo Império Inca Fonte Wikimedia Commons Disponível em httpsptwikipediaorgwikiTerraceamento Acesso em 04 jun 2016 As operações de adequação topográfica devido ao fato de requerer muitas vezes uso de maquinário pesado geralmente elevam bastante os custos da recuperação da área No entanto não devem ser negligenciadas quando são necessárias pois podem levar uma área recuperada a uma degradação e erosão ainda mais intensa do que na condição original encontrada SCHMEIER 2013 Adequação do Solo Segundo a Sociedade Americana de Ciência do Solo apud MELO FILHO et al 2007 a qualidade do solo pode ser definida como a capacidade de um tipo específico de solo funcionar dentro dos limites de ecossistemas naturais ou manejados para sustentar a produtividade de plantas e animais manter ou aumentar a qualidade do ar e da água promovendo a saúde humana e a habitação Portanto a qualidade de um solo é uma característica inerente no entanto pode ser alterada pelo uso humano KARLEN et al 1997 Como citado anteriormente o solo das áreas degradadas em geral encontra se em condições bastante desfavoráveis à sustentação de seres vivos animais e vegetais incluindo o próprio homem MELO FILHO et al 2007 É frequente por exemplo a presença de erosões pouca matéria orgânica e baixa fertilidade retenção inadequada de água devido à compactação entre outras condições adversas tais como a retirada completa da camada superficial T3 59 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Observações em campo podem ajudar a tecer suposições sobre a qualidade do solo no entanto é por meio de análises físicoquímicas que se pode realmente avaliar suas condições Dentre as propriedades físicas avaliadas podem ser citadas a textura densidade porosidade permeabilidade fluxo de água ar e calor e dentre as químicas o pH teor de nutrientes e matéria orgânica capacidade de troca iônica e condutividade elétrica Estas propriedades juntamente com os aspectos biológicos microorganismos do solo variam naturalmente conforme o tipo de solo e antropicamente devido ao seu uso e manejo Em suma se a intenção é que o solo seja recuperado para exercer sua função primária além de nutrientes deve conter as condições necessárias para que as plantas possam absorvêlos e metabolizálos tais como a água para agir como solvente e facilitar o fluxo de absorção de água e nutrientes bem como para ativar a germinação e crescimento das plantas oxigênio para as raízes sobreviverem e conseguirem absorver ativamente os minerais processo que requer gasto de energia e consequentemente demanda de oxigênio e espaço para as raízes crescerem PRIMAVESI 1981 Abaixo estão descritas algumas intervenções no solo podendo ser necessária a associação de duas ou mais técnicas de recuperação para conseguir um bom resultado Reposição do solo orgânico Esta intervenção física de custo elevado é requerida em situações em que as camadas mais superficiais do solo foram retiradas ou sobrepostas por solo infértil tais como as observadas em locais de mineração de superfície e de depósito de rejeitos desta A espessura da camada de solo a ser reposto depende do uso pretendido para a área levando em consideração o comprimento das raízes das plantas que se espera que se desenvolvam no local Por exemplo de 20 a 40 cm quando se pretende o desenvolvimento de árvores Descompactação do solo Uma das características adversas encontradas em áreas degradadas é a compactação do solo que pode ocorrer por exemplo onde houve um intenso uso de maquinário agrícolas ou pisoteio de gado De acordo com Daniel Maretti 1990 uma camada pode ser considerada como compactada quando a porção do perfil de solo que em sua extensão superficial ou subsuperficial apresenta valores de densidade eou resistência à penetração de raízes superiores aos valores obtidos a 050 metro de profundidade A compactação do solo acarreta prejuízos para as plantas pois além de aumentar a resistência mecânica à penetração radicular reduz a aeração altera T3 60 Solo Caracterização Degradação e Recuperação os fluxos de calor e de água pouca infiltração e elevado escoamento superficial ou retenção de água na superfície e consequentemente da disponibilidade de água e nutrientes às plantas A restrição ao desenvolvimento adequado das plantas pode ser imposto por um ou mais destes fatores dependendo do tipo de solo por exemplo solos argilosos tendem a ser mais susceptíveis à compactação condições climáticas espécie e estádio de desenvolvimento da planta CAMARGO ALLEONI 2006 Em geral utilizase a camada até 50 cm de profundidade do solo como referência para a avaliação deste parâmetro A descompactação do solo ou subsolagem pode ser feita por implementos agrícolas como arados escarificadores ou quando se quer atingir profundidades maiores o subsolador ripper que promovem a ruptura de camadas compactadas do substrato a uma profundidade de 35 a 40 cm Em situações em que os níveis de compactação são baixos a descompactação pode também ser realizada através do plantio de espécies com raízes profundas Correção da acidez e da fertilidade do solo A acidez do solo medida por meio do pH potencial hidrogeniônico que é quantificado pela concentração de íons hidrogênio presente é uma das propriedades químicas mais importantes do solo determinando juntamente aos nutrientes sua capacidade produtiva A acidez do solo é originada pelo contato dos ácidos do solo com a solução aquosa dissociando em ânion e hidrogênio sendo dependente do material de origem e dos processos de formação OLIVEIRA et al 2004 Os solos neutros com pH entre 6 a 7 são considerados os ideais para o crescimento das plantas sendo que solos ácidos pH 6 ou alcalinos pH 7 reduzem a absorção de nutrientes especialmente o fósforo No Brasil predominam os solos ácidos naturalmente encontrados em ambientes tropicais devido ao elevado intemperismo provocado por altas precipitações e temperatura Esses fatores intensificam a perda de cátions por exemplo cálcio e potássio que são facilmente lixiviados e o acréscimo progressivo de alumínio em função da degradação das partículas de argila Os solos alcalinos são bem menos frequentes podendo ser encontrados em regiões áridas ou semiáridas onde a escassez de chuva promove um acúmulo de cátions Um dos problemas principais dos solos com valores de pH inferiores a 55 é que geralmente ocorre um aumento na concentração de alumínio o que torna alguns nutrientes essenciais pouco disponíveis para serem absorvidos pelas plantas especialmente o fósforo e o molibdênio Pode ocorrer inclusive de um solo contar com teores de elementos minerais elevados mas ter limitado o desenvolvimento das plantas por estarem indisponíveis em função da baixa T3 61 Solo Caracterização Degradação e Recuperação acidez Além disso o alumínio em excesso produz um efeito tóxico sobre o sistema radicular resultando em um menor volume de solo explorado pelas raízes desta forma pode potencializar o estresse hídrico que ocorre durante as estiagens pois mesmo que o solo contenha um pouco de água as plantas não conseguem ter acesso SEAPARS 2012 É interessante notar que em vegetação nativa desenvolvida sobre solos ácidos dificilmente você irá ver uma planta com sintomas aparentes em função do déficit de nutrientes que a acidez pode causar Isso porque as espécies nativas evoluem junto ao seu habitat desenvolvendo estratégias que as permitem se estabelecer sob as condições reinantes Calagem Uma forma de minimizar os efeitos tóxicos do alumínio bem como das altas concentrações de ferro eou manganês que podem também ser encontradas nos solos ácidos é por meio do aumento do pH ou seja diminuindo a acidez do solo Para isso a técnica mais empregada é a adição de calcário denominada calagem que contribui também para elevar os teores de cálcio e magnésio e aumentar a disponibilidade de nutrientes como o nitrogênio fósforo e o molibdênio Consequentemente torna mais eficiente a adubação e possibilita maior atividade microbiana favorecendo a decomposição da matéria orgânica e portanto liberação de nutrientes Além dos aspectos químicos a calagem beneficia também as propriedades físicas do solo como a circulação de ar e água OLIVEIRA et al 2004 A dosagem a ser aplicada e incorporada ao solo deve ser referente à necessidade corretiva para aumentar o pH a valores próximos a 6 Embora a técnica da calagem já seja antiga e consagrada muitos produtores rurais especialmente os pequenos deixam de utilizála ou por desconhecimento ou como contenção de gastos resultando em uma menor capacidade produtiva da área Adubação Embora problemas relacionados à infertilidade do solo possam ser resolvidos apenas através da calagem muitas vezes é ainda necessário realizar a adubação para suprir a carência de nutrientes que pode ser basicamente química orgânica e adubação verde O adubo químico em geral é o mais utilizado por exemplo fertilizantes minerais nitrogenados como o NPK aplicandose a dosagem específica à lacuna entre as concentrações requeridas pelas plantas e o que o solo apresenta Todavia em alguns casos há a necessidade de incremento também de matéria orgânica quando a adubação orgânica e especialmente a adubação verde é a melhor alternativa podendo ser realizada em conjunto com o adubo químico que nestes T3 62 Solo Caracterização Degradação e Recuperação casos pode ser aplicado em menor dosagem A qualidade e a quantidade da matéria orgânica são fundamentais para a recuperação e conservação da estrutura do solo pois além dos nutrientes que por ela podem ser liberados oferecendo suporte aos microorganismos também contribuem para a aeração redução da erosão retenção da umidade e amenização de temperaturas extremas Os adubos orgânicos podem ser originados pelo processo de compostagem utilizandose de resíduos de origem vegetal e animal os quais podem ser abundantes e reaproveitados em propriedades agropecuárias Uma maneira de se acrescentar matéria orgânica de alta qualidade é por meio da adubação verde uma técnica que consiste no plantio de espécies com alta capacidade de aumentar os teores de alguns nutrientes no solo As plantas da família leguminosas como a mucunapreta Stizolobium aterrimum guandu Cajanus cajan feijãodeporco Canavalia ensiformis e canafístula Peltophorum dubium são as mais utilizadas para esta finalidade pois possuem associações em suas raízes com bactérias nitrificadoras denominadas de rizóbio que são capazes de fixar e consequentemente aumentar o nitrogênio no solo Figura 33 Nódulos de rizóbios em feijãodecorda Vigna unguiculata Fonte Wikimedia Commons Disponível em httpsglwikipediaorgwikiRizobio Acesso em 03 jun 2016 Também podem ser utilizadas como adubo verde plantas com micorrizas associação das raízes com fungos que lhes permitem explorar maior volume do solo aumentando portanto a absorção de água e sais minerais especialmente o fósforo T3 63 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Figura 34 Pontas de raiz micorrízicos as porções esbranquiçadas são as hifas do fungo Fonte Wikimedia Commons Disponível em httpptencydiacomesRaizBotC3A1nica Acesso em 03 jun 2016 A adubação verde é uma prática agrícola antiga que está sendo progressivamente utilizada na recuperação de áreas degradadas embora alguns estudos têm indicado que seu efeito se dê ao longo prazo ALVES SOUZA 2008 É importante ressaltar que o adubo verde e o orgânico são alternativas mais ecológicas e econômicas do que o uso de fertilizantes químicos que são caros e podem ser rapidamente lixiviados para os rios ou perdidos do sistema de raízes através de sua infiltração no solo podendo atingir até o lençol freático O uso intenso de fertilizantes químicos como já comentado no Tema 1 é uma das fontes de eutrofização de cursos dágua que configurase como um grave problema ambiental O conteúdo abordado neste tema visou propiciar um embasamento para compreensão dos aspectos mais importantes do solo que devem ser considerados em um diagnóstico das condições do substrato em áreas degradadas apresentando também as principais técnicas que podem ser propostas para recuperação Estas competências são de suma importância para os profissionais que atuam com recuperação de áreas degradadas T3 64 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Conservação do Solo O vídeo discute a importância da análise físicoquímica do solo para tornálo apropriado ao cultivo bem como alerta sobre os problemas causados pela condução inadequada da lavoura e apresenta recomendações conservacionistas para o solo Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvw8S3bMW9gaQ Acesso em 03 jun 2016 Tempo 825 Recuperação de Pastagens Degradadas O vídeo faz um alerta sobre a importância da recuperação de pastagens degradadas um problema que atinge cerca de 200 milhões de hectares de terras brasileiras Divulga também que o Brasil tem uma meta de recuperar 15 milhões de hectares até 2020 uma mudança fundamental para a sustentabilidade do sistema produtivo São apresentadas algumas estratégias de recuperação como por exemplo manejo e lotação animal adequados correção do solo e controle de pragas e doenças e implantação de sistemas integrados como lavourapecuária e lavourapecuáriafloresta A recuperação das pastagens aliada a outras ações como melhoramento genético de animais traz diversos benefícios como o aumento na produção animal agrícola e de biocombustíveis e redução das emissões de gases de efeito estufa GEE Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvKAPfsbPmNU Acesso em 23 mai 2016 Tempo 319 Recuperação de Áreas Degradadas na Caatinga Dia de Campo na TV A partir dos 6 minutos apresenta as tecnologias utilizadas envolvendo o uso de adubo verde para recuperar o solo de uma área degradada por extração de piçarra na Caatinga O desenvolvimento da técnica foi feito por meio da seleção de espécies principalmente nativas da família leguminosa cujas mudas são inoculadas com bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos e depois colocadas em ACOMPANHE NA WEB T3 65 Solo Caracterização Degradação e Recuperação campo Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvyNbhllwLpQ8 Acesso em 23 maio 2016 Tempo 1131 Tampando Buraco Recuperando Voçorocas A voçoroca é um tipo profundo de erosão hídrica provocada pelo uso inadequado da terra provocando além da inutilidade da área o assoreamento dos corpos hídricos e consequentemente reduzindo o potencial de abastecimento de água às populações humanas O vídeo mostra como pode ser feita a recuperação destas áreas as quais não devem ser destinadas para fins agrícolas tradicionais o papel do envolvimento da comunidade e os benefícios trazidos Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvmnzjcB1A7Q Acesso em 19 maio 2016 Tempo 417 Classificação dos Solos Neste artigo você encontra alguns tipos básicos de classificação dos solos que podem variar por exemplo conforme a sua origem rochamãe influência da vegetação clima e relevo Quanto à origem os solos são classificados em eluviais e aluviais Quanto à influência externa existe outra forma de classificação dos solos também chamada de classificação zonal que divide os solos em zonais intrazonais e azonais sendo cada um deles subdivididos e classificados conforme a textura cor espessura composição mineral entre outros atributos Disponível em httpmundoeducacaoboluolcombrgeografiaclassificacao dossoloshtm Acesso em 18 maio 2016 Dicas para Começar e Melhorar sua Produção Quais os Tipos de Solo Existentes e Qual é o Melhor para Plantio O Brasil dada a sua extensão diversidade climática e de relevo possui uma grande variedade de solos O artigo apresenta um panorama dos tipos de solo encontrados a sua localização mapa e descreve resumidamente as suas principais características Ressalta que o latossolo seguido pelo argissolo são os T3 66 Solo Caracterização Degradação e Recuperação tipos predominantes correspondendo juntos cerca de 70 do território nacional Também trata sobre as principais propriedades do solo que devem ser observadas para o cultivo agrícola como a fertilidade e a textura mencionando por exemplo que os solos arenosos são em geral menos apropriados do que aqueles com texturas mais argilosas Dispõe um mapa com a distribuição do solo no Brasil aproveite e veja como se classifica o encontrado na sua região Disponível em httprevistagloboruralglobocomGloboRural06993E EC1684539148900html Acesso em 03 jun 2016 Perspectivas de Recuperação de Solo Para Áreas em Processo de Desertificação no Semiárido da Paraíba Brasil A desertificação é caracterizada como o processo de degradação extremo da terra nas zonas áridas semiáridas e subúmidas no mundo inteiro reduzindo drasticamente sua capacidade produtiva O artigo salienta que este processo no Brasil atinge especialmente a região Nordeste onde além das condições climáticas é propulsionado pelo uso predatório da terra No local estudado Juazeirinho PB a principal fonte de degradação é a exploração mineral e o desmatamento A autora propõe como forma de minimizar os riscos de desertificação e os graves problemas sociais por ele acarretados obrigando por exemplo o deslocamento das populações humanas o cultivo da palma Opuntia fincus indica Mill uma cactácea muito versátil que pode tanto ser utilizada para recuperação das áreas degradadas como para o consumo humano e animal Disponível em httpwwwubedugeocritsnsn453htm Acesso em 03 jun 2016 A Compactação do Solo Consequências para o Crescimento Vegetal Esta publicação trata da compactação do solo causada pelas atividades antrópicas como pelo uso de máquinas e implementos de forma inadequada Neste processo as partículas do solo e agregados são rearranjados resultando na redução dos espaços porosos e aumento da densidade São descritos os fatores indiretos e diretos que afetam o crescimento das plantas a saber conteúdo de água taxa de difusão de oxigênio temperatura e resistência mecânica do solo à emergência de plântulas e ao crescimento radicular sendo a última diretamente relacionada ao grau de compactação do solo Também aborda como fazer a identificação de camadas compactadas Disponível em httpwwwcpacembrapabrpublicacoessearch pbl1qcompactaC3A7C3A3o20do20solo Acesso em 03 jun 2016 T3 67 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Acessar o artigo intitulado A compactação do solo consequências para o crescimento vegetal dos autores SÁ Marco Aurélio C SANTOS JÚNIOR João de Deus G Instruções Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado A seguir você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas Leia cuidadosamente os enunciados e atentese para o que está sendo pedido Questão 1 No Brasil segundo levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO em 2008 cerca de 16 dos solos exibem algum grau de degradação quase metade em condições severas Fonte SILVA Alcione Hermínia da Medidas físicas e biológicas com potencial para uso em recuperação de voçoroca no município de UberlândiaMG Dissertação Universidade Federal de Uberlândia Uberlândia 2010 p 18 Muitas vezes estes solos degradados estão relacionados ao uso inadequado das atividades agropecuárias Descreva as práticas de conservação do solo mais conhecidas e adotadas no Brasil Questão 2 Para o restabelecimento das funções primárias do solo é necessário obter condições necessárias para a fixação e desenvolvimento da vegetação tais como níveis adequados de água oxigênio e nutrientes e espaço para o crescimento do sistema radicular Em relação às atividades de intervenções físicoquímicas que podem ser indicadas para a recuperação de solos degradados analise as afirmativas abaixo e assinale a correta a Em terrenos estáveis é sempre recomendável implantação de rede de drenagem e taludeamento por meio do uso de técnicas de bioengenharia que consistem no uso de plantas vivas como materiais de construção AGORA É A SUA VEZ T3 68 Solo Caracterização Degradação e Recuperação b Em áreas com solo arenoso caracterizado por uma alta porosidade e consequentemente uma elevada infiltração das águas pluviais deve ser proposta a sua descompactação com escarificadores c Quando o solo se encontra com pH muito alto é recomendável adicionar calcário para reduzir a acidez e consequentemente proporcionar condições físicoquímicas e biológicas mais adequadas ao desenvolvimento das plantas d Em casos extremos onde a camada superficial foi degradada as alternativas usadas têm sido a adição de grandes quantidades de compostos orgânicos ou a transferência de terra fértil para as áreas degradadas e Os solos argilosos ou pouco arenosos são impróprios ao cultivo podendo ser readequados para esta finalidade por meio da adição de fertilizantes químicos como aqueles com dosagem adequadas de nitrogênio fósforo e potássio Questão 3 O processo de degradação do solo pode ocorrer de várias maneiras diferentes geralmente resultantes de seu mau uso e conservação por parte das atividades humanas Sobre os processos de degradação do solo analise as assertivas abaixo e depois responda I A lixiviação é a principal forma da perda de fertilidade do solo sendo mais intensa em áreas desflorestadas em regiões de clima semiárido II O excesso de fertilizantes ou intensa drenagem de cátions devido à redução da cobertura vegetal pode causar a acidificação do solo III A salinização do solo é mais comum em áreas de clima seco e pode ser originada pelo uso inadequado da irrigação para cultivos agrícolas IV A desertificação consiste no processo de concentração de sais minerais na superfície do solo em áreas desmatadas e sujeitas a invasão de água do mar Estão corretas apenas a I e II b I e IV c II e III d III e IV e II III e IV T3 69 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Questão 4 Uma das maneiras de aumentar a fertilidade do solo é realizando o plantio de espécies da família botânica leguminosa em períodos alternados com outros tipos de culturas ou em conjunto com outras plantas que não são leguminosas Esta técnica é conhecida como Adubação verde a Explique o fundamento teórico desta técnica e por que as leguminosas são as mais indicadas citando três espécies de plantas utilizadas como adubo verde b Diferencie Adubo verde de Adubo orgânico e descreva quais as vantagens desta técnica em relação ao uso de adubação química Questão 5 As atividades antrópicas ao longo dos anos podem resultar em modificações na paisagem e eventualmente ter como consequência a degradação do solo Com a finalidade de minimizar este fato estabilizar os processos erosivos e amenizar o aspecto visual negativo causado por tais atividades são realizadas obras de drenagem geotécnicas de terraplenagem e de implantação de revestimento vegetal Fonte COUTO Laércio et al Técnicas de bioengenharia para revegetação de taludes Viçosa CBCN 2010 118p Disponível em httpwwwcbcnorgbr arquivosptecnicasbrasil853272915pdf Acesso em 11 mai 2016 Para obter a estabilização de uma área como alternativa às técnicas de engenharia tradicionais podem ser utilizadas as técnicas de bioengenharia Caracterize o que é a Bioengenharia de solo descrevendo ao menos duas técnicas e em quais situações é indicado seu uso na recuperação de áreas degradadas Neste tema foi discutido sobre como a degradação do solo constituise como um dos principais problemas enfrentados pela humanidade visto que influencia diretamente não somente a qualidade ambiental como a produtividade nos setores agropecuários Foi ressaltado que os principais processos de degradação do solo físicos como a erosão e compactação e químicos como o esgotamento de nutrientes e acidificação atingem extensas áreas de solo no planeta em decorrência das atividades antrópicas sendo na América do Sul o desmatamento seguido do superpastoreio apontados como os principais fatores Além das FINALIZANDO T3 70 Solo Caracterização Degradação e Recuperação técnicas de adequações do solo como a descompactação calagem e adubação você também conheceu aquelas envolvidas na readequação topográfica que podem ser indicadas para recuperação de locais íngremes ou instáveis sujeitas a forte erosão hídrica ou de superfície muito irregular elas podem envolver obras de engenharia ou bioengenharia como o taludeamento redes de drenagem reforço de encostas entre outras A negligência na adequação do substrato pode resultar na perda de todo o trabalho de revegetação de uma área degradada Reconhecer como a ação humana afeta as características do relevo e do solo gerando os diferentes tipos de degradação e quais os meios para recuperálos são essenciais para o sucesso tanto de projetos de reabilitação como de restauração ambiental T3 71 Solo Caracterização Degradação e Recuperação ALMEIDA Raquel Olímpia Peláez Ocampo SÁNCHEZ Luis Enrique Revegetação de áreas de mineração critérios de monitoramento e avaliação do desempenho Revista Árvore v 29 n 1 p 4754 2005 Disponível em httpwwwscielobr pdfrarvv29n124234pdf Acesso em 09 mai 2016 ALVES Marlene Cristina SOUZA Zigomar Menezes de Recuperação de área degradada por construção de hidroelétrica com adubação verde e corretivo Revista Brasileira Ciência do Solo v 32 n 6 p 25052516 2008 Disponível em httpwwwscielobrpdfrbcsv32n6v32n6a27pdf Acesso em 09 mai 2016 BRASIL Portaria nº 237 de 18 de outubro de 2001 Institui Normas Reguladoras da Mineração DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral Brasília DF Disponível em httpwwwdnpmpegovbrLegislanrm00php Acesso em 23 de maio de 2013 CAMARGO Otávio A ALLEONI Luís R F Efeitos da compactação em atributos do solo 2006 Artigo em Hypertexto Disponível em httpwwwinfobiboscom ArtigoscompSoloC4C4htm Acesso em 25 abr 2016 DANIEL L A MARETTI H J Avaliação de camada de solo compactado e análise de crescimento de plantas In SILVEIRA G M Coord Ciclo de estudos sobre mecanização agrícola n 4 Jundiaí 1990 Anais Campinas Fundação Cargill 1990 p 2233 GUERRA Antônio José Teixeira Gestão Ambiental de Áreas Degradadas 3 ed São Paulo Bertrand Brasil 2007 International Organization for Standardization ISO 1107411996 Soil quality Vocabulary Part 1 Terms and definitions relating to the protection and pollution of the soil KARLEN D L MAUSBACH M J DORAN W CLINE R G HARRIS R F SCHUMAN G E Soil quality A concept definition and framework for evaluation A guest editorial Soil Science Society of America Journal n 61 p 410 1997 Disponível em httpnaldcnalusdagovnaldcdownloadxhtmlid16713 Acesso em 09 abr 2016 LARSON Willian E PIERCE Francis J Conservation and enhancement of soil quality In DUMANSKI J et al Eds Evaluation for Sustainable Land Management in the Developing World Vol 2 Technical papers Bangkok IBSRAM Proceedings International Board for Soil Research and Management 1991 p 175 203 REFERÊNCIAS T3 72 Solo Caracterização Degradação e Recuperação MELO FILHO José F SOUZA André L V SOUZA Luciano S Determinação do índice de qualidade subsuperficial em um Latossolo Amarelo Coeso dos Tabuleiros Costeiros sob floresta natural Revista Brasileira Ciência do Solo v 31 n 6 p 15991608 2005 Disponível em httpwwwscielobrpdfrbcsv31n636pdf Acesso em 13 abr 2016 OLIVEIRA Itamar P SANTOS Alberto B COSTA Kátia AP Produção de Sementes Sadias de Feijão Comum em Várzeas Tropicais Embrapa Sistemas de produção n 4 2004 Disponível em httpsistemasdeproducaocnptiaembrapabr FontesHTMLFeijaoFeijaoVarzeaTropicalcorrecaoacidezsolohtm Acesso em 02 mai 2016 PEDRON Fabrício de Araújo DALMOLIN Ricardo Simão Diniz AZEVEDO Antônio Carlos de KAMINSKI João Solos urbanos Ciência Rural v 34 n 5 p 16471653 2004 Disponível em httpwwwscielobrpdfcrv34n5a53v34n5pdf Acesso em 11 mai 2016 PENA Rodolfo F Alves Solo Brasil Escola Disponível em httpbrasilescolauol combrgeografiaosolohtm Acesso em 12 mai 2016 PRIMAVESI Ana O manejo ecológico do solo agricultura em regiões tropicais 3 ed São Paulo Livraria Nobel 1981 REINERT Dalvan J Recuperação de solos em sistemas agropastoris In DIAS L E VARGAS J W M Eds Recuperação de áreas degradadas Viçosa Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas 1998 p 163176 RIBEIRO Admilson Íris Mecanização no preparo de solo em áreas degradadas por mineração na Floresta Nacional do Jamari RondôniaBR Tese Engenharia Agrícola Universidade Estadual de Campinas 2005 157p Disponível em http wwwbibliotecadigitalunicampbrdocumentviewvtls000409731 Acesso em 03 jun 2016 SCHMEIER Nara Paula Bioengenharia de solos uma alternativa à recuperação de áreas degradadas Revista Destaques Acadêmicos v 5 n 4 2013 Disponível em httpwwwunivatesbrrevistasindexphpdestaquesarticleviewFile831530 Acesso em 09 abr 2016 SECRETARIA DA AGRICULTURA PECUÁRIA E AGRONEGÓCIO SEAPA Estado do Rio Grande do Sul Correção do Solo Programa Estadual de Correção do Solo 2012 Disponível em httpwwwagriculturarsgovbrconteudo1034CorreC 3A7C3A3odoSolo Acesso em 09 mai 2016 TAVARES Sílvio Roberto L Curso de recuperação de áreas degradadas a visão da Ciência do Solo no contexto do diagnóstico manejo indicadores de monitoramento e estratégias de recuperação Rio de Janeiro Embrapa Solos T3 73 Solo Caracterização Degradação e Recuperação 2008 228 p Disponível em httpswwwufjfbranaliseambientalfiles201202 cursorad2008pdf Acesso em 22 abr 2016 Wikimedia Commons Terraços agrícolas feitos com troncos no Peru criados pelo Império Inca Disponível em httpsptwikipediaorgwikiTerraceamento Acesso em 04 jun 2016 Wikimedia Commons Nódulos de rizóbios em feijãodecorda Vigna unguiculata Disponível em httpsglwikipediaorgwikiRizobio Acesso em 03 jun 2016 Wikimedia Commons Pontas de raiz micorrízicos as porções esbranquiçadas são as hifas do fungo Disponível em httpptencydiacomesRaizBotC3A1nica Acesso em 03 jun 2016 Calcário é um produto em pó resultante de rocha calcária moída contendo carbonato de cálcio e carbonato de magnésio Intemperismo processo de alteração e desgaste das rochas e dos solos por meio de processos químicos físicos e biológicos tais como a ação da água da chuva temperatura e de seres vivos Lixiviação processo de lavagem dos minerais do solo das camadas mais superficiais pelas chuvas e infiltração de água no solo diminuindo a fertilidade do solo É mais intenso nos solos tropicais e equatoriais Perfil do solo a seção vertical que partindo da superfície aprofundase até onde chega a ação do intemperismo na rochamãe mostrando na maioria das vezes uma série de camadas dispostas horizontalmente Salinização concentração de sais na camada superior do solo Pode ser decorrente além de causas naturais como invasão da água do mar ou por águas subterrâneas salinas pelo manejo inadequado da irrigação especialmente em regiões áridas com altas taxas de evaporação GLOSSÁRIO T3 74 Solo Caracterização Degradação e Recuperação Tema 4 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Um dos principais focos da restauraração ambiental é conseguir o retorno da vegetação que foi destruída ou alterada sendo para isso necessário reconhecer as variáveis relacionadas ao desenvolvimento das plantas tais como aspectos da biologia reprodutiva a polinização e dispersão de sementes e as relações plantasanimais neles envolvidas e a sucessão ecológica que envolve os demais processos supracitados sendo a mola mestra da restauração Este conhecimento é importante já que as práticas para a revegetação de uma área degradada podem ser no sentido de manejar esses processos naturais a fim de otimizar as interferências humanas bem como minimizar ou reverter os impactos negativos que as atingiram Biologia reprodutiva As plantas podem se reproduzir sexuadamente ou seja quando ocorre a combinação de material genético de dois seres distintos os progenitores ou assexuadamente também chamada de propagação vegetativa A reprodução assexuada pode ocorrer naturalmente exemplo rebroto de raízes eou caules mas diversos métodos artificiais já foram desenvolvidos como a estaquia enxertia e a micropropagação muito utilizada no melhoramento genético de plantas a fim de obter plantas uniformes com características adequadas ao comércio alto potencial nutritivo e de produtividade resistentes a patógenos POR DENTRO DO TEMA T4 76 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas qualidade de madeira e derivados etc Este tipo de reprodução é aplicado na agricultura horticultura fruticultura jardinagem e silvicultura por exemplo produção de mudas para reflorestamento de eucalipto WENDLING 2003 Em geral as técnicas de revegetação de áreas degradadas empregam sementes ou mudas delas formadas mas também podem utilizar métodos de reproduçao assexuada como a estaquia GUERRA 2007 Este tipo de reprodução tem a desvantagem de originar indivíduos idênticos à plantamãe portanto a população originada tem pouca diversidade genética o que deve ser evitado quando pensamos em recompor ecossistemas naturais considerando que populações com baixa diversidade genética têm menores chances de evolução e podem ser mais susceptíveis a fatores adversos exemplo ataque de pragas e condições climáticas Todavia do ponto de vista prático pode ser adequada em alguns casos de reabilitação visto que o crescimento das mudas e a sobrevivência são maiores quando comparados às plantas originadas das sementes podendo recobrir mais rapidamente a área eou reduzir o tempo para o uso comercial das plantas ou derivados WENDLING 2003 Polinização e dispersão de sementes As sementes ou as mudas delas originadas constituem a forma mais eficiente de obtenção de plantas com alta diversidade genética numa população Isto porque a semente em geral é o produto final da reprodução sexuada das plantas espermatófitas assim denominadas as plantas com sementes que reúnem o grupo das Gimnospermas que significa semente nua representado por exemplo pelos pinheiros como a araucária e das Angiospermas que são as plantas que formam além das sementes os frutos ou seja são as plantas que dão flores e frutos Figura 41 Estróbilo feminino não é fruto com as sementes de Araucaria angustifolia conhecida como pinheirodoparaná Fonte Wikimedia Commons 2009 Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFileEstrC3B3bilo femininodopinheirodoparanC3A1JPG Acesso em 22 jun 2016 T4 77 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas As sementes são formadas geralmente a partir da união do gameta masculino encontrado nos grãos de pólen com o óvulo gameta feminino contido no ovário da flor o processo de transferência do pólen até o aparelho reprodutor feminino é chamado de polinização São os principais órgãos disseminadores das espermatófitas juntamente com os frutos nas angiospermas formados pelo desenvolvimento dos tecidos do ovário após a fecundação A dispersão de sementes referese ao processo de remoção dos propágulos da plantamãe para um outro local conforme suas características pode ser efetuada assim como na polinização por diversos agentes tais como pelos animais zoocoria que pode ser dividida em endozoocoria e epizoocoria vento anemocoria água hidrocoria ou ainda sem a intervenção de agentes externos como ocorre na dispersão pela gravidade ou por mecanismos de expulsão das sementes frutos barocóricos e explosivos respectivamente A ação dos agentes externos possibilita que os propágulos percorram distâncias maiores das plantas de origem possibilitando a ocupação das espécies em novas áreas em ambientes onde a cobertura vegetal é predominantemente campestre formada por plantas herbáceas e arbustivas o vento se apresenta como principal dispersor enquanto em ambientes florestais a fauna pode ser mais relevante Figura 42 Adaptações de órgãos de dispersão a seus agentes de dispersão 1 Anemocoria 2 Hidrocoria 3 Zoocoria Fonte Wikimedia Commons 2010 Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFileMecanismosde dispersiC3B3ndefrutosjpg Acesso em 22 jun 2016 T4 78 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Relação plantaanimal As interações biológicas existentes entre a fauna e a flora de polinização e dispersão de sementes são reconhecidas como mecanismos que geram e mantêm a diversidade JORDANO et al 2006 Cabe salientar a estimativa de que cerca de 95 da polinização e de 75 a 95 da dispersão das espécies de árvores nativas tropicais sejam efetuadas por animais FERRETTI 2006 ou seja a maioria das plantas são zoofilas eou zoocóricas Assim como a polinização o processo da dispersão é muito importante para o sucesso reprodutivo da população pois permite que ela amplie sua área de ocupação e tenha maior chance de sobrevivência do que se os indivíduos fossem Figura 43 Os insetos como as abelhas são os principais agentes de polinização das espécies arbóreas tropicais Fontehttpspixabaycomptbumblebeeabelhainsetonatureza1406467 Acesso em 22 jun 2016 Figura 44 Os morcegos e as aves são importantes dispersores de sementes nos ecossistemas tropicais Na foto se alimentando de um fruto de caqui de cerrado em São CarlosSP Fonte Wikimedia Commons 2010 Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFilePlatyrrhinusjpg Acesso em 22 jun 2016 T4 79 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas mantidos todos próximos à plantamãe Se você reparar quando uma árvore produz sementes em abundância passado algum tempo pode ser verificada uma alta densidade de plântulas que germinam embaixo dela no entanto após este período observase um decréscimo das mesmas geralmente em função da alta competição interespecífica que se estabelece entre os indivíduos ou devido ao sombreamento proporcionado pelo dossel da árvoremãe no caso de plantas que requerem grandes quantidades de luz para crescer Além disso a alta densidade de indivíduos pode tornálos mais susceptíveis ao ataque de fungos e herbívoros JANZEN 1970 Após a dispersão as sementes viáveis quando não perdidas podem germinar prontamente ou persistirem por tempos variados no solo quando apresentam algum tipo de dormência podendo formar o que chamamos de banco de sementes assunto que será tratado adiante A dormência pode ser derivada da Presença de algum fator de inibição da própria semente como por exemplo a físico quando a semente é envolta por tegumentos duros que impedem a entrada de água ou oxigênio fundamentais para dar início ao processo de germinação nestes casos é necessária a escarificação do tegumento que naturalmente pode ser feita pela ação de agentes biológicos microorganismos ou dispersores b químico quando a semente apresenta substâncias inibidoras que devem ser lixiviadas para que possa germinar Imaturidade do embrião que pode ter seu desenvolvimento finalizado após algum tempo depois da dispersão Necessidade de um fator ambiental estimulante por exemplo maior umidade luminosidade ou temperatura temperaturas alternadas inclusive o fogo pode ser um agente de estímulo à germinação de algumas espécies por exemplo a árvore bracatinga Mimosa scabrella De acordo com cada tipo de dormência podem ser aplicadas algumas técnicas que visam quebrála a fim de promover a germinação FOWLER BIANCHETTI 2000 O conhecimento destas técnicas tais como a escarificação é importante para os profissionais que atuam em produção de mudas nativas Você pode ter maiores informações sobre este assunto em Dias et al 2006 e Fowler Bianchetti 2000 inseridos nas referências T4 80 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Sucessão O processo ecológico de maior interesse para o embasamento das técnicas empregadas na revegetação de áreas é a sucessão ecológica que referese às modificações nas comunidades ao longo do tempo tendo como premissa o fato de que o ambiente condiciona as espécies e estas por sua vez alteram o ambiente promovendo condições para outras espécies se estabelecerem Desta forma a partir da colonização de uma área ocorre uma substituição gradual dos conjuntos de espécies que culmina com uma comunidade denominada de clímax aquela que expressa o máximo de desenvolvimento possível do ecossistema sob as condições atuantes Em geral observase com o decorrer do tempo um aumento da biomassa e da diversidade de espécies e um decréscimo na variabilidade das condições ambientais por exemplo menor alternância de temperatura e luminosidade ao longo do dia dizendose que no estágio clímax a comunidade encontrase num equilíbrio dinâmico não estático Foi importante no âmbito da restauração o reconhecimento de que num mesmo ambiente a sucessão pode ter várias trajetórias e culminar em diferentes comunidades finais em termos florísticos e estruturais dependendo da ação de fatores aleatórios exemplo fogo e tempestades e das alterações antrópicas da área condições locais e do entorno OLIVEIRA 2008 BRANCALION et al 2015 Em áreas desprovidas de seres vivos este processo é chamado de sucessão primária como ocorre em rochas dunas ou um lago recémformado Neste caso a comunidade pioneira pode ser bastante simplificada considerando que o solo ainda está sendo formado composta por apenas líquens e bactérias e sequencialmente os fungos e briófitas somente depois de algum tempo sendo verificada a presença de plantas vasculares Salientase a importante função dos líquens no processo de formação do solo através da liberação de ácidos que contribuem para a intemperização do solo juntamente com o clima Já no caso de áreas que foram ocupadas por comunidades biológicas mas que foram alteradas por fatores naturais como deslizamentos de terra vendavais ou inundações ou antrópicos como o desmatamento ou queimadas ocorre a sucessão secundária Geralmente este tipo de sucessão é mais rápido do que a primária mas isto depende de vários fatores tais como as condições locais incluindo o histórico de uso da área e a chegada de novos organismos ou seja da presença de fontes de sementes e de dispersores Algumas análises efetuadas no litoral oriental do Brasil onde ainda existem grandes áreas cobertas com floresta atlântica indicam que a floresta atlântica pode se recompor em cerca de 100 a 300 anos embora para recuperar toda sua biodiversidade este tempo pode ser estendido entre 1000 a 3000 anos LIEBSCH et al 2008 Grande parte das florestas encontradas nas regiões nordeste sudeste e sul T4 81 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas do Brasil onde as atividades antrópicas já ocorrem há mais tempo e com maior intensidade é composta por vegetação secundária Quando estas se encontram em estágios iniciais ou médios de sucessão são chamados de capoeirinha e capoeirão ou apenas capoeira A Resolução Conama 0101993 define como Vegetação Primária vegetação de máxima expressão local com grande diversidade biológica sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécies Vegetação Secundária ou em Regeneração vegetação resultante dos processos naturais de sucessão após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária BRASIL 1993 Grupos Ecológicos de Sucessão Resumidamente podemos dividir a sucessão ecológica em três tipos de comunidades pioneira ou ecese seres estágios intermediários da sucessão e clímax Quando observamos as comunidades de plantas que se estabelecem em cada uma das etapas da sucessão verificamos que as espécies se modificam Baseado nestas observações bem como em estudos de ecofisiologia os pesquisadores vêm agrupando as espécies florestais em categorias ecológicas de sucessão conforme sua densidade demográfica tipo de dispersão das sementes velocidade de crescimento existência ou não de dormência nas sementes se a reprodução e desenvolvimento ocorrem na sombra ou a pleno sol Veja abaixo como podem ser classificadas as espécies arbóreas e as principais características associadas SOUZA VALIO 2003 MORAES et al 2013 Cabe ressaltar que existem na literatura outras nomenclaturas relacionadas à classificação em grupos ecológicos de sucessão sendo algumas vezes divididas apenas em pioneiras e não pioneiras MACIEL et al 2003 Pioneiras germinam crescem e se reproduzem em ambientes com alta luminosidade Em geral produzem continuamente e em grande quantidade sementes pequenas que podem ser dispersadas a longas distâncias as sementes não apresentam muita reserva de alimento e por conter pouca água podem formar um banco de sementes no solo Por só germinar na presença de luz as sementes são chamadas de fotoblásticas positivas e a dormência quando está presente é muitas vezes regulada por luz eou temperaturas alternadas O tamanho da árvore adulta é relativamente pequeno ou médio cerca de 10 a 15 metros têm um ciclo T4 82 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas de vida curto em torno de 20 a 30 anos e possuem madeira mole já que crescem rapidamente Alocam recursos preferencialmente para o crescimento em altura e no aparato fotossintético folhas apresentando uma baixa razão raizparte aérea Estas características permitem que estas espécies possam ocupar rapidamente uma clareira ou local que foi desmatado As pioneiras mais conhecidas são as espécies de Cecropia conhecidas como embaúbas a Trema micrantha conhecida como paupólvora e o Croton floribundus popularmente chamado de capixingui MACIEL et al 2003 Secundárias iniciais podem germinar na sombra mas requerem grandes quantidades de luz para atingir a maturidade Podem crescer quase tão rapidamente quanto as pioneiras têm madeira macia mas ficam maiores 2025 metros e vivem mais tempo mais de 50 anos Alguns exemplos são a pata de vaca Bauhinia forficata e o ingá Inga spp Secundária tardia Também podem ser chamadas de clímax exigente de sol PEREIRA et al 2010 ou oportunista FERRAZ et al 2004 Podem germinar e sobreviver por um longo período na sombra em forma de plântulas às vezes formando um banco de plântulas ou juvenis mas necessitam de luz para chegar ao estágio reprodutivo portanto se beneficiam de eventuais aberturas no dossel exemplo clareiras provocadas por queda de galhos árvores dentre outros sendo também chamadas de espécies oportunistas Crescem lentamente ciclo de vida longo mais de 100 anos sendo em geral as maiores árvores da floresta podem atingir 40 metros de altura Têm madeira dura alta densidade as chamadas de madeiradelei muito apreciadas no comércio madeireiro como a maçaranduba Figura 45 A embaúba Cecropia spp é uma árvore pioneira típica de áreas abertas de florestas tropicais Fonte Wikimedia Commons 2008 Disponível em httpssvwikipediaorgwikiCecropiapeltatamedia FileCecropiapeltataclusterjpg Acesso em 22 jun 2016 T4 83 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Manilkara subsericea e a peroba Aspidosperma polyneuron Clímax São espécies adaptadas a viver na sombra da floresta no subbosque durante toda sua vida por isso são árvores pequenas 6 a 10 metros de altura Crescem lentamente aproveitandose no início das grandes reservas de alimento contidas nas sementes geralmente grandes como por exemplo a pitangueira Eugenia uniflora e catigua Trichilia catigua O tamanho a massa e o conteúdo hídrico da semente têm sido relacionados à tolerância à sombra considerando a importância da reserva disponível na determinação do vigor da plântula ou dos tecidos fotossintetizantes e consequentemente no estabelecimento da plântula nos ambientes sombreados HARPER 1977 Cabe ressaltar que existem na literatura outras nomenclaturas relacionadas à classificação em grupos ecológicos de sucessão sendo algumas vezes divididas apenas em pioneiras e não pioneiras Enquadrar uma espécie em determinada categoria ecológica de sucessão não é muito simples visto a enorme variabilidade de comportamento que podem apresentar conforme as condições locais Embora várias pesquisas venham contribuindo para o conhecimento das espécies não é raro verificar mais uma classificação para a mesma espécie Todavia esta categorização das espécies em grupos ecológicos vem se tornando uma importante ferramenta para o desenvolvimento de metodologias de restauração vegetal e na seleção de espécies empregadas nos projetos de recuperação de áreas degradadas Sucessão Vegetal em Florestas Tropicais Chuva de sementes e Banco de sementes no solo A entrada de sementes em determinado ecossistema ocorre por intermédio da chuva de sementes que corresponde às sementes que estão sendo dispersas pelas plantas reprodutivas Parte destas sementes produzirá em algum momento novos indivíduos parte é perdida por enterramento predação deterioração ou morte sendo estes processos mais fortemente observados em sementes com alto teor de umidade e de reserva de alimento o que as tornam mais suscetíveis aos ataques de herbívoros fungos e bactérias Banco de sementes As sementes dispersas com dormência podem formar o banco de sementes do solo como é denominado o conjunto das sementes viáveis encontradas na camada superficial do solo ou associadas à serapilheira até cerca de 10 cm de profundidade embora com maior frequência até 25 cm BAIDER et al 1999 Estas sementes geralmente são pequenas com baixos teores de água e mecanismos T4 84 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas de dormência que as permitem ficar vivas mas com metabolismo muito baixo esperando alguma ação que estimule sua germinação por exemplo uma maior incidência de luz eou de temperaturas mais elevadas quando ocorre a abertura de uma clareira dentro de uma floresta O tempo que a semente pode permanecer viável no solo varia conforme suas características fisiológicas de interações bióticas presença de parasitas eou predadores e das condições abióticas disponibilidade de água luz e oxigênio GARWOOD 1989 Por exemplo florestas paludosas geralmente não contam com este compartimento Embora a dormência seja observada em sementes dos distintos grupos ecológicos de sucessão FERRAZ et al 2004 o banco de sementes no solo é em geral associado ao grupo das árvores pioneiras e às plantas colonizadoras ou ruderais herbáceas e arbustivas tais como as gramíneas A formação de um banco de sementes no solo pode possibilitar a colonização de áreas eventualmente abertas além de contribuir para manter a diversidade genética das populações já que as sementes são depositadas no solo ao longo do tempo com possibilidade de serem provenientes de mais de uma plantamãe eou de diversos eventos reprodutivos Como ocorre a regeneração das espécies pioneiras As pioneiras vão se estabelecer durante o início da sucessão ecológica que pode ser observado mesmo em florestas primárias ou em estágio avançado de sucessão ecológica estágio clímax Nestes casos as copas das árvores encontramse bastante unidas entre si formando um dossel fechado o que torna o ambiente abaixo estrato do subbosque e herbáceo bem sombreado Portanto a germinação e o crescimento das espécies pioneiras ficam dependentes de aberturas no dossel clareiras que podem ser formadas pela morte de uma árvore ou queda de galhos Aproveitandose da maior incidência de luz temperatura e nutrientes as sementes destas espécies principalmente por aquelas dispersas durante o evento de abertura da clareira mas também por aquelas que estão no banco de sementes no solo podem germinar e crescer rapidamente Cabe salientar que as clareiras especialmente as de menor tamanho podem ser fechadas por espécies não pioneiras presentes na regeneração avançada constituída por plântulas ou indivíduos juvenis já existentes no local e que persistiram ao distúrbio ou pela expansão da copa de indivíduos adultos localizados nas bordas das clareiras Em estudo realizado na Venezuela foi estimado que 95 das árvores que ocupavam as clareiras pequenas 150 m2 após quatro anos que tinham sido formadas provinham da regeneração avançada UHL et al 1988 A dinâmica de clareiras e suas consequências na regeneração de plantas é uma das explicações dadas para a alta diversidade de espécies encontradas em florestas tropicais DENSLOW HARTSHORN 1994 T4 85 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas E como as demais espécies regeneram em florestas maduras As espécies secundárias iniciais exibem comportamento parecido com as pioneiras no entanto podem germinar na sombra e têm melhor desempenho em pequenas clareiras As sementes da maioria das espécies secundárias tardias e clímax que representa a grande parte destes tipos florestais podem germinar logo após a sua dispersão mesmo no ambiente sombreado do solo florestal As plantas formadas crescem lentamente já que têm como fatores limitantes a baixa luminosidade e a alta competição por água e nutrientes Desta forma demoram mais para atingir a maturidade sendo que isso vai ocorrer nas espécies secundárias tardias apenas quando as suas copas chegarem no dossel da floresta ou se beneficiando de pequenas clareiras que podem ser abertas eventualmente Restabelecimento de plantas em áreas desmatadas O restabelecimento de plantas em áreas degradadas pode ser restrito em decorrência de diversos fatores Primeiro devido à limitação de sementes tanto da chuva quanto do banco de sementes especialmente se não houver fragmentos florestais próximos limitando a chuva de sementes e se o compartimento no solo sofreu alterações retirada da camada orgânica mecanização pisoteio etc que comprometeram o banco de sementes Depois mesmo que sementes sejam dispersadas até a área dificilmente conseguem se estabelecer pois não suportam as condições reinantes edáficas e espécies climácicas A germinação e o desenvolvimento das plantas são influenciados por uma ampla variedade de fatores endógenos e exógenos entre os últimos são considerados de maior importância a luz temperatura e umidade VÁZQUEZYANES OROZCOSEGOVIA 1984 WHITMORE 1983 Estes fatores diferem entre as áreas desmatadas e florestadas nas primeiras tendem a ser mais homogêneas no espaço visto não contar com os filtros de plantas que tem na floresta e com isso proporcionar o desenvolvimento apenas das espécies adaptadas às altas temperaturas e baixa umidade geralmente observadas A regeneração da área por intermédio do desenvolvimento de plântulas ou juvenis já existentes na área anteriormente à degradação ou pela rebrota de indivíduos arbóreos pode ocorrer em alguns casos específicos em geral quando abrange pequenas áreas e os impactos não foram muitos severos A primeira por exemplo em locais degradados pela poda seletiva de árvores Já a rebrota é mais comum em ecossistemas cujas espécies possuem estratégias para sobreviver após distúrbios como as queimadas tal como podemos observar no cerrado por exemplo pausanto Kielmeyera variabilis A árvore da biriba Eschweira ovata de onde se extrai a madeira para se fazer o melhor berimbau é outro exemplo de planta que pode tolerar altas adversidades pois rebrotam formando touceiras Por isso no sul da Bahia podem ser observadas em alta densidade ALMEIDA 2006 T4 86 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Figura 46 Indivíduos de leucena Leucaena leucocephala em área com sucessão vegetal inicial A espécie é nativa da América Central e tornouse invasora de diversos biomas Fonte Wikimedia commons 2011 Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFileLeucaena leucocephalainBoninIslandsjpg Acesso em 22 jun 2016 Em suma devido às condições encontradas nas áreas desmatadas a formação vegetal pode levar mais tempo para chegar a um estágio avançado da sucessão podendo ser necessária às vezes a intervenção humana por meio do monitoramento de espécies invasoras especialmente no caso de exóticas eou mesmo da semeadura ou plantio de mudas A incorporação da dinâmica florestal nas práticas de restauração ambiental O primeiro reflorestamento de que se tem registro no Brasil foi comandado pelo major Manoel Gomes Archer em 1862 a fim de recuperar a atual Floresta Nacional da Tijuca no Rio de Janeiro para preservar as nascentes e regularizar o abastecimento de água na cidade Deste o período até o final dos anos 80 os programas de recuperação consistiam apenas de mera aplicação de práticas agronômicas ou silviculturais com a introdução de espécies exóticas e nativas sem critérios ecológicos para a escolha e combinação das espécies BELLOTTO et al 2009 A recuperação de áreas era feita muitas vezes por meio de metodologias que visavam apenas uma cobertura e proteção rápida do solo ou fornecimento de madeiras resultando por exemplo na formação de um tapete verde de espécies exóticas agressivas e de rápido crescimento como capimgordura Melinis minutiflora e braquiária Brachiaria decumbens ou em uma fisionomia florestal formada por plantios homogêneos de eucalipto Eucalyptus sp GRIFFITH et al 2000 A intensa utilização de espécies exóticas além de falhar em restaurar efetivamente as áreas acarretou em desequilíbrios ecológicos pois tais espécies acabaram invadindo os remanescentes naturais BRANCALION et al 2009 Como exemplo pode ser citada a leucena Leucaena leucocephala uma árvore exótica que foi muito utilizada nos reflorestamentos para recuperação de áreas degradadas bem como nos sistemas de alimentação de rebanhos no Brasil a qual devido ao seu alto potencial invasor tornou se um problema à biodiversidade T4 87 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Mesmo os modelos de plantios mistos durante os anos de 195070 privilegiando espécies nativas de estágios avançados da sucessão mas sem prioridade para as regionais não obtiveram muito êxito visto que muitas delas não se estabeleciam nas condições existentes não se adaptavam ao clima ou não possuíam os polinizadores ou dispersores no local ou o tempo para o fechamento das copas era muito longo devido ao seu lento crescimento KAGEYAMA et al 1990 A permanência de alta incidência de luz no solo propicia a invasão por espécies mais rústicas principalmente gramíneas exóticas elevando os custos dos projetos com a manutenção da área realizada por meio da eliminação de espécies competidoras A partir da década de 80 teve início a preocupação em inserir nos modelos de plantio os conhecimentos acerca da sucessão florestal passandose a interpretar as áreas em restauração sob a ótica da dinâmica de clareiras admitindo tais áreas em estágio inicial de sucessão A classificação das espécies em relação às categorias ecológicas de sucessão começou a ser considerada para escolha das espécies que passaram a ser preferencialmente nativas e a distribuição das mudas em campo Diferentes modelos que consorciavam esses grupos ecológicos foram empregados tais como o de plantio em consórcio em que espécies climácicas são circundadas por espécies pioneiras Embora seja o modelo mais utilizado até hoje nos projetos de restauração BRANCALION et al 2009 nem sempre é o mais apropriado pois como as espécies pioneiras têm um ciclo de vida curto muitas vezes entram em senescência antes que outras espécies mais tardias da sucessão tenham conseguido se estabelecer Desta forma acaba ocorrendo o mesmo de quando se insere predominantemente espécies climácicas Na prática a compreensão de que a sucessão ecológica pode seguir múltiplas trajetórias até atingir um clímax dinâmico levou ao questionamento de que o plantio de mudas tentando copiar unidades de vegetação pioneira ou madura seria sempre a melhor e única alternativa para restaurar as áreas degradadas ISERNHAGEN et al 2009 Deste modo novas metodologias vêm sendo propostas com a preocupação não de obter uma comunidade final predefinida mas restaurar os processos ecológicos que se referem às interações bióticas e abióticas que possam garantir sua constituição e manutenção ao longo do tempo levando em consideração os aspectos históricos locais e o contexto espacial PARKER PICKETT 1997 Os processos ecológicos abordados neste caderno em especial a dinâmica sucessional e a dispersão de sementes proporcionam em grande parte o embasamento teórico para o desenvolvimento destas técnicas de restauração vegetal que será objeto do nosso próximo tema Até lá T4 88 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Restauração da Mata Atlântica Parte 1 Um bilhão de novas árvores O vídeo que discute a importância da conservação e restauração da mata atlântica bioma que sofre um alto grau de degradação apresenta imagens que exemplificam as interações faunaflora abordadas neste tema Tais como a polinização das flores por insetos e aves beijaflor e a dispersão das sementes por meio da frugivoria a saíra se alimentando de frutos após ingeridas as sementes podem ser expelidas em outros locais Disponível em httpswwwyoutubecomwatchtime continue298vTeryWVFNJCg Acesso em 22 mai 2016 Tempo 531 Dinâmica de clareira Um vídeo curto que discorre sobre como o fato de que mesmo as florestas maduras não estão estáticas mas num equilíbrio dinâmico As aberturas de clareiras no dossel provocadas pela queda de galhos ou mortes de árvores podem estimular a germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas encontradas no piso florestal promovendo a renovação constante da floresta Disponível em httpswwwyoutubecomwatchv9z9b2xjmUOc Acesso em 22 mai 2016 Tempo 128 Sementes Florestais Coleta e Manejo O vídeo apresenta algumas dicas para coleta e manejo de sementes com objetivo de produção de mudas para a restauração das florestas da Mata Atlântica Entre outros salienta a importância dos cuidados com a obtenção de sementes a partir da seleção de matrizes de qualidade árvores que fornecerão as sementes e em quantidades e distância adequadas para promover a diversidade genética das plantas formadas Por exemplo para uma dada espécie as sementes não podem ser coletadas de poucos indivíduos especialmente quando estão próximos entre si visto as chances de serem aparentados geneticamente O vídeo ainda ACOMPANHE NA WEB T4 89 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas mostra algumas dicas de beneficiamento das sementes e de germinação que é realizada em viveiros que visam reproduzir as condições adequadas a cada tipo de espécie como por exemplo por meio de sombrites que simulam os ambientes sombreados do subbosque da floresta onde as espécies não pioneiras germinam Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvvq8iq8h1b4 Acesso em 22 mai 2016 Tempo 1102 Caracterização ecológica de espécies arbóreas ocorrentes em ambientes de mata ciliar como subsídio à recomposição de áreas alteradas nas cabeceiras do Rio Grande Minas Gerais Brasil O estudo realizado visou observar as diferenças na composição das espécies arbustivoarbóreas nos grupos ecológicos de sucessão guildas de regeneração e nas formas de dispersão de sementes guildas de dispersão e agentes em três áreas de mata ciliar em distintos estágios de sucessão florestal Independente do estágio sucessional verificouse um alto percentual de espécies zoocóricas havendo um aumento significativo da importância destas espécies bem como aquelas tolerantes à sombra com a maturidade das florestas Diante dos resultados os autores sugerem que a recuperação das matas ciliares do Rio Grande deve incluir pelo menos 70 de espécies pioneiras e clímax exigente de luz secundárias tardias e no mínimo 60 destas devem ser zoocóricas Disponível em httpwwwredalycorghtml53453421621005 Acesso em 22 mai 2016 Ligando Frugivoria e Dispersão de Sementes à Biologia da Conservação A publicação aborda a importância das interações bióticas entre as espécies da fauna e da flora para a integridade dos ecossistemas com enfoque especial sobre a dispersão de sementes e como elas são afetadas negativamente pela degradação dos ambientes tais como aqueles oriundos de processos de defaunação e fragmentação de habitats Os autores ressaltam que a compreensão das condições em que a dispersão de sementes opera é fundamental não apenas para auxiliar na conservação de ambientes naturais íntegros mas também na restauração de áreas degradadas Disponível em httpebd10ebdcsicespdfsConservacao06pdf Acesso em 22 mai 2016 T4 90 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Caça que afeta a flora Este artigo apresenta as consequências na regeneração das plantas quando alguns mamíferos são excluídos da Mata Atlântica onde são responsáveis por pelo menos 30 da dispersão das cerca de 25 mil espécies de plantas Os estudos indicam que a defaunação aumenta a predação de sementes bem como prejudica a sua dispersão Os pesquisadores observaram que o tucano era o maior dispersor de palmito em áreas não defaunadas mas quando estes eram substituídos por espécies de aves menores em caso de áreas defaunadas as sementes dispersadas também eram menores trazendo implicações para a população de palmito Isto porque as sementes menores têm menor vigor portanto podendo produzir plantas mais fracas e são mais difíceis de sobreviverem após serem parcialmente predadas do que as sementes grandes Nas florestas tropicais devido à elevada biodiversidade e os efeitos da presença de animais de diversos tamanhos as interações ecológicas são inúmeras e constituemse em processos complexos Disponível em httpagenciafapespbrcacaqueafetaaflora13237 Acesso em 22 mai 2016 Recuperação ambiental e contaminação biológica aspectos ecológicos e legais O artigo discute a respeito dos problemas oriundos da utilização de plantas exóticas invasoras para recuperar áreas degradadas Estas espécies tais como o pinus e a braquiária possuem alto potencial adaptativo provocando mudanças nos ecossistemas naturais Em geral são agressivas possuem elevada capacidade de reprodução e disseminação e também alta competitividade com as espécies nativas Por outro lado não possuem muitas vezes inimigos naturais tais como os herbívoros e predadores de sementes os quais poderiam controlar suas populações Os ambientes degradados são os locais preferencialmente colonizados pelas espécies invasoras impedindo ou reduzindo o processo de sucessão secundária Nota do Professor Na página 33 a Lei 477165 referese ao Código Florestal foi substituída pela Lei n 126512012 Novo Código Florestal A Resolução SMA 212001 aperfeiçoada pela Resolução SMA47 2003 foi alterada e ampliada pela vigente Resolução SMA8 2007 fixa a orientação para o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas e dá providências correlatas Disponível em httpsperiodicosufscbrindexphpbiotemasarticle viewFile2145419419 Acesso em 22 mai 2016 T4 91 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Instruções Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado A seguir você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas Leia cuidadosamente os enunciados e atentese para o que está sendo pedido Questão 1 As plantas podem se propagar via reprodução sexuada ou assexuada sendo que cada tipo tem implicações diferentes em relação às populações por ele originadas oferecendo em termos práticos vantagens e desvantagens Quais os tipos de reprodução assexuada ou propagação vegetativa podem ser concebidos quando se trata da produção de mudas de espécies florestais para serem utilizadas em recuperação ambiental Quais as vantagens e desvantagens da propagação vegetativa em relação à obtenção de mudas por sementes Questão 2 Os processos ecológicos são responsáveis pelo funcionamento e automanutenção dos ambientes naturais e por isso têm recebido crescente atenção daqueles que se interessam pela conservação da biodiversidade dos serviços ecossistêmicos e dos recursos naturais Dentre estes processos merecem destaque para os fins da restauração ecológica aqueles que fazem parte de diferentes etapas da reprodução de muitas espécies vegetais polinização dispersão de sementes e recrutamento de propágulos e b aqueles que garantem a variabilidade genética necessária para a manutenção de populações viáveis migração e fluxo gênico Adaptado de Piovesan J C et al Processos ecológicos e a escala da paisagem como diretrizes para projetos de restauração ecológica Revista Caitu Salvador 5272 2013 Disponível em httpwwwportalseerufbabrindexphprevcaititu articleview52780520Artigo203 Acesso em 25 mai 2016 Analise as afirmativas abaixo sobre estes processos em florestas tropicais e depois responda I A polinização e a dispersão de sementes das espécies arbustivasarbóreas são realizadas principalmente pelos animais incluindo no último caso diversos mamíferos AGORA É A SUA VEZ T4 92 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas II A dispersão de sementes é fundamental para as espécies conquistarem novas áreas no entanto não interfere para o sucesso reprodutivo das plantas em florestas maduras III A regeneração das espécies arbóreas ocorre principalmente pela germinação das sementes existentes no banco do solo cuja composição possui uma alta diversidade genética e de espécies IV A formação de um banco de sementes pode proporcionar às espécies a colonização de áreas eventualmente favoráveis bem como contribuir com a manutenção da diversidade genética das populações Estão corretas apenas as assertivas a I e II b I e IV c II e III d II e IV e III e IV Questão 3 As espécies de plantas tropicais têm sido classificadas em grupos ecológicos de acordo com seu comportamento na dinâmica de sucessão e seus atributos ecofisiológicos sendo atualmente uma importante ferramenta para as práticas de restauração de ecossistemas Abaixo estão listadas algumas das características que são observadas para a classificação das espécies arbóreas I Baixa razão raizparte aérea II Crescem e se reproduzem rapidamente III Podem formar banco de plântulas IV São exclusivamente anemocóricas São características típicas respectivamente de pioneiras e secundárias tardias a I II e III b I III e IV c II IV e I III T4 93 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas d II e I IV e IV e III Questão 4 A restauração ecológica no Brasil se intensificou nas últimas décadas passando por uma série de transformações conceituais e de paradigmas No princípio a restauração era conduzida para restabelecer serviços ecossistêmicos e a riqueza e a origem das espécies utilizadas não eram questionadas Atualmente plantios em alta diversidade e somente com o uso de espécies nativas são recomendados Com o objetivo de verificar se o número de espécies nativas e exóticas utilizadas na restauração de matas ciliares tem se modificado ao longo do tempo analisamos 44 projetos implantados de 1957 a 2008 localizados no Estado de São Paulo em região anteriormente ocupada por Floresta Estacional Semidecidual O aumento no número de espécies nativas foi acompanhado pelo aumento no número de espécies exóticas que vinha decrescendo até a década de 1990 Normas voltadas à restauração parecem ter sido bemsucedidas em aumentar a diversidade dos plantios porém espécies exóticas ainda continuam sendo utilizadas nos projetos de restauração Fonte ASSIS Geissianny Bessão et al Uso de espécies nativas e exóticas na restauração de matas ciliares no Estado de São Paulo 1957 2008 Revista Árvore v 37 n 4 p 599609 2013 Disponível emhttpwwwscielobrpdfrarv v37n403pdf Acesso em 23 mai 2016 Defina o que são espécies nativas e exóticas e explique por que nos projetos de restauração ambiental devem ser utilizadas preferencialmente as espécies nativas e evitar as espécies exóticas especialmente aquelas consideradas invasoras Questão 5 Uma floresta tropical pode ser considerada como um mosaico de manchas em diferentes estádios de maturidade cujo ciclo de crescimento inicia com uma clareira A dinâmica sucessional na floresta como um todo pode ser representada por um processo contínuo de aberturarecobrimentofechamento abertura de clareiras no dossel Adaptado de MACIEL et al 2003 Assim como nas clareiras algumas áreas desmatadas podem se regenerar pelo processo de sucessão secundária Todavia em algumas áreas degradadas principalmente quando estão imersas em uma matriz antrópica por exemplo em regiões onde predominam pastagens cultivos agrícolas ou zonas urbanas este T4 94 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Embora a recobertura vegetal de uma área seja habitualmente vista como a aplicação de práticas agronômicas hoje já é reconhecida a necessidade de fundamentos ecológicos para o desenvolvimento das metodologias que possibilitem a formação de ecossistemas autossustentáveis Deste modo foram abordados os processos de polinização e dispersão de sementes cuja fauna participa ativamente como seus agentes nas espécies arbóreas tropicais e a sucessão ecológica processo natural por meio do qual um ecossistema pode se recuperar de um distúrbio Durante este processo as populações de plantas se modificam ao longo do tempo visto que as condições de luz umidade e temperatura também variam culminando numa comunidade denominada clímax que se encontra num equilíbrio dinâmico Conforme predominam em cada fase da sucessão e de acordo com suas características ecofisiológicas em relação por exemplo à produção de sementes dormência velocidade de crescimento e condições de germinação as espécies arbóreas podem ser classificadas em pioneiras secundárias e climácicas A obtenção de plantas numa área vai depender da entrada de sementes via chuva ou banco de sementes no solo e das condições ambientais adequadas à germinação e ao desenvolvimento das plântulas É importante reconhecer as limitações destes fatores impostas pelo histórico de degradação da área e pela paisagem do seu entorno como por exemplo a ausência de fontes de sementes próximas A compreensão da dinâmica sucessional abordada neste tema dará a você acadêmico subsídios para a escolha das técnicas de revegetação as quais serão apresentadas no nosso próximo tema FINALIZANDO processo pode ser muito lento ou mesmo inoperante Descreva quais as limitações para a regeneração das espécies que podem ocorrer nestas áreas considerando os seguintes aspectos para sua resposta a entrada de sementes chuva e banco de sementes do solo a germinação e estabelecimento de plantas e as interações ecológicas polinização e dispersão de sementes T4 95 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas ALMEIDA Danilo Sette Recuperação ambiental da Mata Atlântica Ilhéus Editus 2006 173 p BAIDER C TABARELLI M MANTOVANI W O banco de sementes de um trecho de Floresta Atlântica Montana São Paulo Brasil Revista Brasileira de Biologia v 59 n 2 p 319328 1999 BELLOTTO Andreza GANDOLFI Sérgius RODRIGUES Ricardo Ribeiro Restauração fundamentada no plantio de árvores sem critérios ecológicos para a escolha e combinação das espécies In RODRIGUES Ricardo Ribeiro BRANCALION Pedro HS ISERNHAGEN I Orgs Pacto pela restauração da Mata Atlântica Referencial dos conceitos e ações de restauração florestal São Paulo LERFESALQ Instituto BioAtlântica 2009 Pp 1113 BRANCALION Pedro Henrique S GANDOLFI Sérgius RODRIGUES Ricardo Ribeiro Restauração Florestal São Paulo Oficina de textos 2015 432p BRANCALION Pedro H S GANDOLFI Sérgio RODRIGUES Ricardo Ribeiro Restauração baseada na sucessão determinística buscando reproduzir uma floresta definida como modelo In RODRIGUES Ricardo R BRANCALION Pedro HS ISERNHAGEN Igor Orgs Pacto pela restauração da mata atlântica referencial dos conceitos e ações de restauração florestal São Paulo LERF ESALQ Instituto BioAtlântica 2009 Pp 24 30 Disponível emhttpmediawix comugd5da841f47ee6a4872540ee8c532166fbb7e7b0pdf Acesso em 09 jun 2016 BRASIL Resolução CONAMA nº 010 de 01 de outubro de 1993 Estabelece os parâmetros básicos para análise dos estágios de sucessão de Mata Atlântica Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília DF 01 out 1986 Disponível em httpwwwmmagovbrportconamalegiabrecfmcodlegi135 Acesso em 28 mai 2016 DENSLOW Julie S HARTSHORN Gary S Treefall Gap Environments and Forest Dynamic Process In MCDADE LA BAWA KS HESPENHEIDE H A HARTSHORN GS eds La Selva Ecology and Natural History of a Neotropical Rain Forest Chicago The University of Chicago Press 1994 Pp 120 128 DIAS Edna Scremin Kalife Cristiane MENEGUCCI Zildamara dos Reis Holsback Souza Paulo Robson Produção de mudas de espécies florestais nativas manual Campo Grande Ed UFMS 2006 59 p Disponível em https REFERÊNCIAS T4 96 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas www1ufrbedubrbibliotecadocumentoscategory18sementeseviveiros florestaisdownload222manualproducaodemudasdeespeciesflorestais nativas Acesso em 23 de maio de 2016 FERRAZ Isolde Dorothea Kossmann LEAL FILHO Niwton IMAKAWA Angela Maria VARELA Vania Palmeira PIÑARODRIGUES Fátima C M Características básicas para um agrupamento ecológico preliminar de espécies madeireiras da floresta de terra firme da Amazônia Central Acta Amazonica v 34 n 4 p 621633 2004 Disponível em httpwwwscielobrpdfaav34n4v34n4a14pdf Acesso em 19 mai 2016 FERRETTI André da Rocha Recomposição florestal com essências nativas do Estado de São Paulo In CRESTANA M S M Florestas Sistemas de recuperação com essências nativas produção de mudas e legislações Cati SAASP 2006 p 1 22 FOWLER João Antônio Pereira BIANCHETTI Arnaldo Dormência em sementes florestais Colombo Embrapa Florestas 2000 27p Série Documentos 40 Disponível em httpwwwinfotecacnptiaembrapabrbitstreamdoc2907181 doc40pdf Acesso em 23 de maio de 2016 GARWOOD N C Tropical Soil Seed Banks a Rewiew In LECK M A PARKER T V SIMPSON R L eds Ecology of Soil Seed Banks New York Academic Press 1989 p 149209 GRIFFITH J J DIAS L E DE MARCO JR P A recuperação ambiental Revista Ação Ambiental n 10 p 811 2000 GUERRA Antônio José Teixeira Gestão Ambiental de Áreas Degradadas 3ª ed São Paulo Bertrand Brasil 2007 HARPER J L Population Biology of Plants London Academic Press 1977 ISERNHAGEN Ingo BRANCALION Pedro H S RODRIGUES Ricardo R GANDOLFI Sérgius Abandono da cópia de um modelo de floresta madura e foco na restauração dos processos ecológicos responsáveis pela reconstrução de uma floresta In RODRIGUES R R BRANCALION P H S ISERNHAGEN I Orgs Pacto pela restauração da Mata Atlântica referencial dos conceitos e ações de restauração florestal São Paulo LERFESALQ Instituto BioAtlântica 2009 p 31 36 JANZEN D H Herbivores and the number of tree species in tropical forests American Naturalist n 104 p 501528 1970 JORDANO Pedro GALETTI Mauro PIZO Marco A SILVA Wesley R Ligando Frugivoria e Dispersão de sementes à biologia da conservação In DUARTE C F T4 97 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas BERGALLO H G DOS SANTOS M A and V a A E eds Biologia da conservação essências São Paulo Editoria Rima 2006 Pp 411436 KAGEYAMA Paulo Y BIELLA L C PALERMO A Plantações mistas com espécies nativas com fins de proteção a reservatório In Congresso Florestal Brasileiro 6 Campos do Jordão Anais São Paulo Sociedade Brasileira de Silvicultura p 10912 1990 LIEBSCH Dieter MARQUES Márcia C M GOLDENBERG R How long does the Atlantic rain forest take to recover after a disturbance Changes in species composition and ecological features during secondary sucession Biological Conservation v 141 p 17171725 2008 MACIEL Maria de Nazaré Martins WATZLAWICK Luciano Farinha SCHOENINGER Emerson Roberto YAMAJI Fabio Minoru Classificação ecológica das espécies arbóreas Revista Acadêmica ciências agrárias e ambientais v 1 n 2 p 6978 2003 Disponível em httpwww2pucprbrreolindexphp academicadd99pdfdd1897 Acesso em 24 mai 2016 MORAES Luiz Fernando Duarte ASSUMPÇÃO José Maria PEREIRA Tânia Sampaio LUCHIARI Cíntia Manual Técnico para a Restauração de Áreas Degradadas no Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Jardim Botânico do Rio de Janeiro 2013 81p Disponível em httpwwwespacodoagricultorrjgovbrpdfoutrosassuntos manualtecnicorestauracaopdf Acesso em 25052016 OLIVEIRA Marianne Silva Restauração ecológica princípios ecológicos x base conceitual Ensaio Campinas Unicamp Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais NEPAM 2008 Disponível em httpwww2ibunicampbrprofsthomasarch AS0022008ensaios20finaisensaio2mariannepdf Acesso em 26 maio 2016 PARKER V T PICKETT S T A Restoration as an ecosystem process implications os the modern ecological paradigm In URBANSKA K M WEBB N R EDWARDS P J eds Restoration Ecology an sustainable development Cambridge Cambridge University Press 1997 p 1732 SOUZA Rogéria P VÁLIO Ivany F M Seedling growth of brazilian tropical tree species differing in successional status Revista Brasileira de Botânica v 26 n 1 2003 UHL C CLARK K DEZZEO N MAQUIRINO P Vegetation dynamics in amazon treefall gaps Ecology n 69 p 751763 1988 VÁZQUEZYANES C OROZCOSEGOVIA A Ecophysiology of seed germination in the tropical humid tropics of the world a review In MEDINA E MOONEY H A VÁZQUEZYANES C R Eds Physiological of Plants of the Wet Tropics Dr Junk Publishers The Hague 1984 Pp 3750 T4 98 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas WENDLING Ivar Propagação vegetativa Anais I Semana do Estudante Universitário Florestas e Meio Ambiente Colombo Embrapa Florestas 2003 Disponível em httpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem509251Wendlingpdf Acesso em 25 mai 2016 WHITMORE Tim C Secondary succession from seed in a tropical rain forest Forestry Abstracts v 44 n 12 p 767779 1983 Banco de plântulas indivíduos jovens plantas com cerca de 10cm ou menos estabelecidos no solo da floresta em densidades relativamente altas quando comparadas às plantas adultas é considerado como um dos mecanismos de regeneração das espécies florestais Escarificação processo que age no sentido de minimizar a barreira física imposta pelo tegumento que pode impedir ou limitar a entrada de água eou oxigênio para o interior da semente Pode ser natural por meio da ação de microorganismos ou dispersores ou artificiais por exemplo escarificação química ou física realizada para quebrar a dormência em sementes Endozoocoria quando a dispersão dos diásporos frutos sementes se faz através da ingestão e posterior liberação do diásporo pelas fezes ou regurgitação Epizoocoria quando os diásporos são carregados e dispersados acidentalmente sobre o corpo do animal por meio de adaptações tais como presença de espinhos ganchos substâncias pegajosas Micropropagação consiste na produção de clones de uma planta a partir de órgãos diferenciados gemas embriões ou hipocótilo parte de órgãos exemplo ramos ou simples células Pode ser reproduzido em cultura estéril ou in vitro exemplo cultura de tecidos Serapilheira ou liteira é a camada sobre o solo formada pela deposição e acúmulo de matéria orgânica morta exemplo galhos ramos folhas cascas flores frutos carapaças de animais entre outros em distintos estágios de decomposição A deposição e consequente decomposição da serapilheira é a principal via de retorno Propagação vegetativa modo de reprodução assexuada típica das plantas Consiste em multiplicar assexuadamente partes de plantas células tecidos órgãos ou propágulos sendo possível devido à presença de tecidos meristemáticos embrionários GLOSSÁRIO T4 99 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Propágulo unidades de dispersão das plantas que pode dar origem a um novo indivíduo especialmente frutos sementes ou plantas inteiras como pequenas bromélias Tillandsia usneoides Também pode designar fragmentos da planta constituídos por células meristemáticas que se desprendem neste caso gerando clones comuns nas plantas inferiores como algas hepáticas e nas espécies suculentas crassuláceas T4 100 Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas Tema 5 Técnicas de Restauração Vegetal De maneira geral as atividades de restauração vegetal visam possibilitar o processo de sucessão vegetal numa área degradada manuseando os próprios recursos ali existentes ou a ela fornecidos Durante muito tempo a obtenção de plantas era concebida nos projetos de recuperação apenas pelo plantio de mudas ou semeadura em alguns casos em toda a área No entanto atualmente algumas técnicas de revegetação incorporam a percepção de que algumas áreas podem ainda contar com processos como a dispersão de sementes para o local e outros atributos como a existência de um banco de sementes ou de plantas regenerantes que contribuem para a autorregeneração das comunidades Desta forma permitem reduzir ou mesmo dispensar a necessidade de se fazer intervenções mais ativas Vamos começar descrevendo as técnicas mais conhecidas e utilizadas nos projetos de recuperação ambiental as quais em geral empregam o plantio de mudas ou semeadura em toda a área Estas e outras técnicas que também utilizam a introdução ativa de plantas na área a ser restaurada preveem o uso predominantemente de espécies nativas regionais Plantio de Mudas Baseado no Modelo de Sucessão Florestal Consiste no plantio de mudas com diversidade de espécies incluindo representantes de todos os grupos ecológicos de sucessão em toda a área a ser recuperada Embora tenha um custo alto comparada a outros métodos mais passivos possui a vantagem de possibilitar a formação mais rápida e uniforme de uma comunidade vegetal As mudas podem ser implantadas em diversos arranjos os quais visam facilitar o processo de sucessão vegetal As espécies pioneiras e secundárias iniciais POR DENTRO DO TEMA T5 102 Técnicas de Restauração Vegetal têm a finalidade de recobrir e sombrear rapidamente a área proporcionando desta forma condições favoráveis ao estabelecimento das plantas do grupo de diversidade e por outro lado desfavoráveis ao desenvolvimento de espécies com alta competitividade com as nativas arbóreas tais como gramíneas e lianas As secundárias tardias e climácicas são as árvores que irão compor o dossel dessas florestas no futuro as quais podem fornecer ambientes propícios para a recolonização da área por plantas com outras formas de vida epífitas lianas arbustos entre outras constituição de subbosque abrigo e poleiro para a fauna Veja a seguir dois modelos de disposição das mudas comumente utilizados Plantio em Módulos Este modelo mais antigo do que o plantio em linhas alternadas é fundamentado na sucessão inicial e caracterizase em dispor na área módulos que constituem unidades independentes de sucessão contendo espécies dos diferentes grupos ecológicos em proporção aproximada à encontrada naturalmente em uma clareira na floresta Cada módulo pode conter cinco mudas no centro uma espécie secundária tardia ou clímax ladeadas por quatro plantas de espécies pioneiras ALMEIDA 2006 ou nove mudas no centro uma espécie secundária tardia ou clímax rodeada por seis pioneiras e duas espécies secundárias iniciais na ponta BRANCALION et al 2009 Plantio em linhas alternadas Este modelo vem sendo bastante empregado em áreas com grandes extensões e por ser o plantio feito em linhas facilita a implantação e manutenção do plantio As espécies para o plantio são divididas em dois grupos funcionais o de preenchimento composto por espécies secundárias iniciais e principalmente pioneiras que possuem crescimento rápido copa frondosa e reprodução abundante e precoce e o de diversidade constituído pelas demais espécies da região Neste grupo são inseridos poucos indivíduos de um elevado número de espécies aspecto importante para a restauração da dinâmica florestal ATTANÁSIO et al 2006 considerando que em geral é desta forma que se apresentam na estrutura de uma floresta madura Em locais muito degradados podese optar pelo plantio inicialmente apenas das linhas do grupo de preenchimentos pioneiras e após algum tempo cerca de um a três anos realizase o plantio das linhas do grupo de diversidade ALMEIDA 2006 O espaçamento adotado entre linhas e entre plantas deve ter como base os ecossistemas de referência local ou seja o modelo é a distribuição das plantas em remanescentes bem conservados da região bem como do tipo e exposição do solo presença de espécies invasoras como gramíneas se a ocorrência for muito intensa espaçamentos menores são mais indicados por aumentar o sombreamento e consequentemente impor condições mais restritivas ao crescimento destas T5 103 Técnicas de Restauração Vegetal espécies e a disponibilidade de recursos Para a restauração de florestas ciliares no Estado de São Paulo por exemplo tem sido empregado o espaçamento de 3 m entre linhas e 2 m entre plantas ATTANÁSIO et al 2006 Com certeza o plantio de mudas em área total é a técnica mais conhecida e utilizada nos projetos de recuperação de áreas degradadas sendo em vários casos também a mais indicada Como por exemplo em áreas sem potencial de autorregeneração não contam com banco de sementes plântulas ou árvores remanescentes a fauna polinizadora e dispersora de sementes é escassa ou inexistente e que estão distantes de remanescentes vegetais eou estão sujeitas a riscos ambientais necessitando de uma rápida cobertura vegetal ou ainda em casos de ser a técnica exigida legalmente Plantios em Áreas Parciais Técnicas Suplementares Em áreas que já contam com uma certa cobertura florestal é possível contribuir para a restauração por meio da introdução de espécies mas não por toda a área Veja os dois modos a seguir Plantio de Adensamento O adensamento de indivíduos através do plantio de mudas ou semeadura de espécies pioneiras e secundárias iniciais é recomendado para preencher os vazios da área ou seja onde não há recobrimento de plantas arbóreas acarretados pelo desmatamento em meio a um fragmento ou pela regeneração irregular de áreas em recuperação Também pode ser utilizado para proteção do solo em áreas instáveis sujeitas a erosão O espaçamento entre os indivíduos deve ser pequeno cerca de 2 x 2 m para propiciar um rápido sombreamento formado pelo fechamento das copas visando deste modo minimizar a expansão de espécies agressivas que se beneficiam da alta luminosidade e promover melhores condições para as espécies mais tardias da sucessão ATTANÁSIO et al 2006 Figura 51 O plantio de adensamento pode ser realizado para recuperar mais rapidamente clareiras abertas em meio a fragmentos florestais Fonte Wikimedia Commons Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFileExtraC3A7C3A3o emflorestajpg Acesso em 10 jun 2016 T5 104 Técnicas de Restauração Vegetal Plantio de Enriquecimento Consiste na introdução de sementes ou mudas de espécies secundárias tardias e clímax sob uma vegetação formada por espécies predominantemente pioneiras onde encontram condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento ALMEIDA 2006 É indicado quando estas espécies dos estádios finais de sucessão estão ausentes ou são muito raras na regeneração ocasionado por exemplo pela ausência de remanescentes vegetais em bom estado de conservação eou a fauna é escassa inibindo a chuva de sementes ou apresentam condições impróprias do substrato para a regeneração das mesmas Em geral é realizado após a aplicação de outras técnicas ex plantio de adensamento condução da regeneração natural eou indução do banco de sementes ou para aumentar a diversidade de espécies em capoeiras O espaçamento entre os indivíduos introduzidos é muito variável sendo o plantio em linhas de 2 a 3 metros de largura distanciando de 10m entre si o mais adotado WEAVER 1987 apud DURIGAN et al 2004 p 410 Semeadura Direta em Toda a Área A introdução de sementes diretamente no solo da área a ser reflorestada possibilita reduzir os custos da recuperação pois elimina toda a fase de produção de mudas em viveiro No entanto é necessária uma grande quantidade de sementes pois muitas podem ser perdidas pelo deslocamento escoamento superficial ou em profundidade pela predação e ataque de patógenos ou ter a germinação e estabelecimento limitados pelas condições físicas do ambiente ou por dormência das sementes Para contornar algumas destas situações pode ser realizada adequações do solo adição de palhada e tratamento das sementes para quebra de dormência A baixa disponibilidade em quantidade e qualidade como por exemplo com alta diversidade genética de sementes florestais no mercado especialmente em regiões muito devastadas é outro fator que pode restringir o uso desta metodologia A semeadura direta em área total é mais comumente realizada a lanço manualmente por jateamento ou via aérea em geral com o intuito de reabilitação de encostas e taludes Todavia atualmente vem sendo empregada por meio mecanizado também em projetos de restauração vegetal em grandes extensões de área com relevo pouco ondulado Nestes casos as sementes de diversas espécies arbóreas nativas e de espécies agrícolas que servem como adubo verde como as leguminosas são agrupadas juntamente a areia ou terra e são dispersadas no T5 105 Técnicas de Restauração Vegetal campo por máquinas agrícolas como a plantadeira de soja ou de milho Podem ser utilizadas na mistura espécies exóticas anuais não invasoras como o feijão guandu e a crotalária que além de servirem como adubo verde permitem apressar o processo de recolonização do solo e gerar condições microclimáticas necessárias ao desenvolvimento das espécies nativas Este tipo de técnica que também pode ser feita manualmente denominada de muvuca de sementes PIETROSOUZA SILVA 2014 vem sendo empregada e estimulada em diversas regiões do país como uma alternativa que visa aliar a viabilidade econômica e qualidade técnica nos processos de restauração florestal CAMPOS FILHO et al 2016 Semeadura aérea A semeadura direta pode ser feita com a ajuda de aviões agrícolas que podem dispersar as sementes com grande rapidez e uniformidade reproduzindo uma chuva de sementes nos locaisalvo É uma técnica utilizada especialmente em áreas em que o acesso é muito difícil como as escarpas da Serra do Mar tornando inviável a aplicação de outros métodos Foi utilizada no Brasil pela primeira vez em 1989 com resultados satisfatórios para recuperação das serras nas proximidades de Cubatão áreas que estavam sofrendo gravemente os efeitos do desmatamento e poluição atmosférica POMPÉIA et al 1995 no Paraná para a semeadura de palmito juçara Euterpe edulis espécie altamente explorada na região AENPR 2009 e no Rio Grande do Sul SEAPARS 2012 para semeadura do pinheiro de Araucária Hidrossemeadura É uma outra modalidade de semeadura direta realizada mecanicamente por meio do jateamento por bombas de sementes agregadas a fertilizantes e agentes cimentantes que ajudam a aderência das sementes às superfícies íngremes sendo utilizada particularmente para contenção de taludes de estrada e em áreas mineradas Apresenta bons resultados especialmente quando aliada ao plantio de mudas e uso de telas naturais confeccionadas a partir de fibras naturais Estas telas uma alternativa melhorada dos sacos de aniagem que eram colocados abertos ou cheios de terra adubo e sementes para conter voçorocas em estradas de rodagem e áreas de mineração permitem maior retenção de solo nas encostas aumentando as chances de sucesso da hidrossemeadura e da semeadura a lanço ALMEIDA 2006 T5 106 Técnicas de Restauração Vegetal Vamos agora descrever algumas técnicas alternativas e com intervenções mais passivas às que foram descritas anteriormente Em geral são indicadas para restauração de áreas com alguma resiliência ou seja idealmente que não possuem níveis muito elevados de degradação apresentando condições de solo que suportam o estabelecimento de plantas os processos ecológicos ainda são atuantes como por exemplo a polinização e dispersão de sementes e contam com remanescentes próximos Embora leve mais tempo para obtenção de uma recobertura total do terreno e possa exigir um período maior de manutenção ex controle de competidores os custos destas técnicas são mais baixos do que as anteriormente citadas Condução da Regeneração Natural A condução da regeneração pode ser feita nas áreas de menor nível de perturbação às vezes apenas através da adubação e do coroamento de indivíduos regenerantes que consiste no desbaste ao redor de plântula ou juvenil de espécies arbóreasarbustivas eliminando seus competidores competem por luz nutrientes e espaço especialmente as plantas mais agressivas como as gramíneas invasoras exóticas ou não ATTANÁSIO et al 2006 Todavia esta técnica pode ser combinada a outras tais como a indução do banco de sementes e ambas podem ser complementadas após algum tempo com o adensamento de indivíduos ou enriquecimento de espécies Figura 52 A hidrossemeadura permite uma maior aderência das sementes ao substrato Fonte Wikimedia Commons Disponível em httpscommonswikimediaorgwikiFileHydroseedingisleof grainkentjpg Acesso em 10 jun 2016 T5 107 Técnicas de Restauração Vegetal Indução do Banco de Sementes Com a finalidade de recrutar as espécies pioneiras presentes no banco de sementes deve ser feito um leve revolvimento da camada mais superficial do solo a cerca de 5 cm para expor às sementes à luz Idealmente após a intervenção a área deve ser ocupada com mais de 1000 indivíduos por ha de espécies pioneiras eou secundárias iniciais distando cerca de três metros entre si Os espaços não preenchidos ou nos quais a regeneração esteja em baixa densidade é recomendado realizar o plantio de adensamento ATTANÁSIO et al 2006 Embora seja uma técnica que deva ser utilizada com restrições visto que muitas vezes dependendo da matriz do entorno à área a ser restaurada e do tempo de uso do solo o banco de sementes pode ser composto apenas por espécies invasoras indesejáveis isso pode contribuir para o favorecimento da regeneração em trechos de florestas degradadas tal como observado por Farah 2003 Técnicas de Nucleação Diversas técnicas descritas adiante além de outras como a cobertura viva e plantios de mudas nativas em grupos de Anderson podem ser usadas de maneira conjugada dispostas não em área total mas em núcleos que ocupam cerca de 10 a 30 da área REIS et al 2014 Em conjunto podem ser chamadas de técnicas nucleadoras de restauração REIS et al 2003 que têm por princípio a capacidade destes núcleos de potencial regenerativo se expandirem por toda a área sendo que quanto mais numerosos e diversificados forem os núcleos mais efetivo tende a ser o processo de sucessão A proposta da nucleação se insere no contexto de que as práticas de restauração podem copiar a natureza com poucos insumos BECHARA 2006 e parte da ideia de que uma floresta não é apenas um conjunto de árvores e sim uma teia complexa de organismos e relações CASTRO et al 2012 Implantação de Poleiros Esta é uma técnica alternativa de baixo custo para áreas perturbadas que podem contar com fontes naturais de sementes próximas e com a fauna dispersora tendo como premissa básica o fato da alta diversidade de espécies zoocóricas em nossos ecossistemas Consiste na oferta de locais que podem servir para alimentação pouso forrageamento e abrigo de morcegos e principalmente de aves Em suma visa aumentar a chuva de sementes chegada natural de sementes dentro da área a ser recuperada e desta forma transpor algumas barreiras da regeneração natural ex escassez de propágulos e de dispersores facilitando a sucessão ecológica no T5 108 Técnicas de Restauração Vegetal local A técnica foi desenvolvida baseada em estudos que observaram uma chuva de sementes especialmente de espécies pioneiras mais intensa e diversificada sob árvores remanescentes em pastagens do que nas áreas circunvizinhas Guevara et al 1986 e também sob árvores mortas em pé MCDONNELL STILES 1983 justificada pela maior atividade da fauna que as visitam especialmente aves que podem regurgitar defecar ou derrubar as sementes das espécies ali presentes bem como trazidas de outros fragmentos vizinhos Pode ser realizada mediante a implantação de poleiros naturais ou seja através do plantio de árvores isoladas atrativas da fauna espécies zoocóricas ou de poleiros artificiais Os poleiros artificiais podem ser de dois tipos Poleiros secos quando são instalados em diversas formas galhos secos ripas de madeira ou bambu com cerca de dois a três metros de altura com base de pouso no ápice Em áreas que devem ser restauradas e apresentam árvores exóticas como o pinus ou eucalipto pode ser realizado o anelamento de alguns destes indivíduos para leválos à morte mas que continuem em pé de forma a exercer a função de poleiros secos KUNTSCHIK et al 2011 p 22 Este tipo de intervenção tem como premissa o fato de que muitas aves preferem árvores mortas e altas para o pouso GUEVARA LABORDE 1993 Figura 53 Implantação de poleiros artificiais confeccionado com estacas de bambu Fonte httpswwwflickrcomphotosagriculturasp6504597443 Acesso em 07 jun 2016 T5 109 Técnicas de Restauração Vegetal Poleiros vivos caracterizamse quando se coloca junto ao poleiro seco atrativos alimentícios ou de abrigo tais como plantas epífitas e trepadeiras para atrair os dispersores que não são atraídos somente com o suporte seco especialmente os morcegos A folhagem das plantas inseridas nos galhos secos propicia além de abrigo à fauna um sombreamento que favorece a germinação de espécies não pioneiras Para aumentar a eficiência desta técnica sugerese adicionar sob os poleiros galharias ou outros tipos de matéria orgânica a fim de propiciar melhores condições para a germinação e crescimento das plantas por exemplo maior disponibilidade de nutrientes maior umidade dentre outros REIS et al 2007 Enleiramento de Galharias Esta técnica segue os mesmos princípios dos poleiros no entanto é voltada também a animais não voadores por exemplo os roedores que são também importantes dispersores de sementes levando em consideração que áreas desmatadas são ambientes pouco propícios ao abrigo e permanência dos animais já que estes ficam mais expostos aos seus predadores bem como não possuem muitos atrativos alimentícios no local Consiste em amontoar galhos tocos resíduos agrícolas por exemplo bagaço de cana e florestais bem como pedras em aglomerados dispostos ao longo da área Esta galharia serve como abrigo de pequenos mamíferos roedores e répteis que podem se refugiar das altas temperaturas e luminosidade Além disso propicia ambientes mais úmidos e com maior matéria orgânica favorecendo o desenvolvimento de populações de insetos como os cupins e larvas de besouro consequentemente estes animais acabam atraindo outros tais como as aves promovendo desta forma o retorno da fauna à área o que facilita a chegada de sementes e consequentemente a sucessão vegetal KUNTSCHIK et al 2011 p 26 Figura 54 Aves pousadas em galhos secos Fonte httpsc2staticflickrcom8701365045950456b693d94edbjpg Acesso em 07 jun 2017 T5 110 Técnicas de Restauração Vegetal Transposição de Chuva de Sementes Alóctones Consiste na captura por intermédio de coletores feitos com tela de náilon da chuva de sementes recémdispersas em fragmentos de vegetação próximos à área a ser restaurada e subsequente disposição do material coletado diretamente no campo ou mais recomendável em sementeiras em viveiros para que as sementes germinem e depois fazer o plantio das plântulas originadas REIS et al 2007 Representa uma maneira de aumentar a diversidade de espécies de formas de vida e genética das plantas nas áreas em restauração Transplante de Plântulas Alóctones Consiste no resgate de plântulas em ecossistemas naturais para serem transplantadas para uma área em restauração propiciando o aumento da diversidade de espécies especialmente daquelas mais tardias da sucessão as quais são mais dificilmente obtidas em viveiros de mudas É recomendável que as plântulas resgatadas devam ser levadas primeiro para um viveiro sob condições controladas por exemplo casas de vegetação ou sob sombrite e somente quando estiverem mais resistentes serem transplantadas ao local definitivo Este procedimento evita a alta mortalidade das plântulas quando são transferidas diretamente à área a ser recuperada devido em grande parte à alta radiação solar que geralmente atinge estes locais PAREJA 1998 Os indivíduos resgatados não podem ser muito grandes pois exibem grandes chances de não sobreviverem visto o prejuízo exercido sobre as raízes no momento em que são retirados do campo Em estudo realizado no Estado de São Paulo Nave 2005 observou maior sobrevivência dos indivíduos que tinham pelo menos duas folhas bem desenvolvidas e mediam em torno de 4 a 40 centímetros Além de espécies arbóreas podem ser resgatadas outras espécies de outras formas de vida tais como ervas epífitas e arbustivas as quais geralmente não são introduzidas em plantios de mudas convencionais Figura 55 Coletor da chuva de sementes no interior de fragmento florestal Fonte httpsc2staticflickrcom870336506836995f665b45b78bjpg Acesso em 10 jun 2016 T5 111 Técnicas de Restauração Vegetal O resgate e transplante das plântulas permite em casos onde a vegetação vai ser retirada a manutenção de parte do material genético que seria perdido e têm a vantagem de que as plantas já estão adaptadas às condições climáticas do local Transplante da Serapilheira e do Banco de Sementes Alóctones O transplante do banco de sementes e da serapilheira alóctones pode ser empregado especialmente em áreas em que o solo está muito degradado ou que teve seus horizontes superficiais removidos por exemplo área de mineração áreas de empréstimo para construção de hidroelétrica estrada etc e consequentemente seu banco de sementes autóctones Consiste no aproveitamento da camada superficial do solo da floresta juntamente a serapilheira que será desmatada e sua realocação na área que será restaurada A profundidade do solo retirado pode ser em cerca de 25 cm onde está a maioria das sementes a 10 cm Esta técnica permite reduzir os custos pois introduz solo rico em nutrientes e sementes especialmente de plantas pioneiras que podem facilitar o processo de sucessão no entanto técnicas de controle de espécies herbáceas competidoras devem ser mantidas até que o banco se restabeleça de modo a evitar a ocupação da área apenas por estas espécies especialmente espécies exóticas como a braquiária que além de alta competitividade com as espécies pioneiras arbóreas podem ser alelopáticas Após algum tempo outras técnicas podem ser aplicadas por exemplo o adensamento de indivíduos e enriquecimento já que em geral não se obtém muita diversidade de espécies arbóreas limitada a algumas pioneiras através do banco de sementes A adubação da área com fertilizantes químicos do tipo NPK nitrogênio fósforo e potássio auxilia no crescimento dos indivíduos que forem recrutados do banco de sementes NAVE 2005 Figura 56 O enleiramento de galharia pode servir para o abrigo e forrageamento da fauna em áreas desmatadas Note a ave pousada em destaque no círculo Fonte httpsc2staticflickrcom871736506877281b7a4ec005dbjpg Acesso em 07 jun 2016 É relevante alertar que o emprego destas três últimas técnicas requer muita cautela pois não se deve retirar grandes quantidades de sementes plântulas serapilheira e solo dos ambientes naturais visto o risco de comprometer a T5 112 Técnicas de Restauração Vegetal regeneração no local KUNTSCHIK et al 2011 Deste modo em geral são utilizadas em combinação com outras técnicas ex plantio de mudas semeadura e condução da regeneração natural como forma de enriquecimento de espécies São especialmente recomendadas em situações em que uma área será desmatada e outra próxima será restaurada como em empreendimentos de mineração onde pode ser prevista a transferência do solo bem como dos materiais biológicos de áreas que vão ser exploradas para aquelas onde as atividades já foram finalizadas Plantios de Mudas em Ilhas de Alta Diversidade Esta técnica tem a vantagem de além de reduzir os custos de implantação aumentar a diversidade de formas de vida no processo de restauração vegetal Baseiase na formação de pequenos núcleos distribuídos na área contendo mudas de plantas herbáceas arbustivas trepadeiras e arbóreas dando preferência para aquelas espécies que se reproduzem rapidamente de forma a atrair polinizadores e dispersores para o local e com isso acelerar o processo de sucessão em toda a área Para a seleção das espécies a serem introduzidas deve ser considerado o período de floração e frutificação de cada uma delas de modo que haja a oferta abundante e contínua de alimento à fauna ao longo do ano o que contribui para a permanência dos animais na área REIS et al 2007 Figura 57 Vista geral de área de pastagem onde foram confeccionadas técnicas de nucleação A poleiros B galharias e C plantios de mudas Grupo Anderson Fonte httpsc4staticflickrcom870056504599331ef1a3c88aabjpg Acesso em 07 jun 2016 Com as informações obtidas neste tema agora você já pode responder às perguntas que foram feitas no início do estudo Quais técnicas podem ser utilizadas na restauração vegetal Embora o plantio de mudas seja a forma mais convencional ela é sempre a mais indicada em termos práticos e financeiros Quais são os critérios que devem ser considerados para escolha do método a ser empregado T5 113 Técnicas de Restauração Vegetal Conforme estudado existe uma gama de técnicas que podem ser utilizadas para restaurar a vegetação não havendo portanto uma receita de bolo que sempre dará certo em qualquer circunstância mas as diretrizes fundamentadas nos processos ecológicos Atualmente com o incremento de estudos sistematizados de restauração ecológica diversas metodologias incluindo aquelas alternativas ao plantio de mudas vêm sendo propostas como forma de reduzir custos e alcançar ecossistemas autossustentáveis Em suma a escolha das técnicas depende de vários fatores tais como as condições locais e do entorno recursos econômicos e biológicos e o tempo esperado para atingir as metas do projeto No próximo tema iremos discutir alguns critérios que devem ser considerados para a seleção de espécies sendo um aspecto muito importante no caso das metodologias que requerem a introdução ativa de plantas na área Para conhecer outros aspectos acerca da recuperação do componente vegetativo veja o capítulo 8 do seu PLT que discute entre outros sobre as necessidades básicas e os obstáculos para uma revegetação bemsucedida Globo Rural Parte I Índios e fazendeiros trabalham no reflorestamento no MT A reportagem trata da recuperação de nascentes no rio Xingu no Pará que foram degradadas para uso agrícola As áreas de preservação permanente devem ser recompostas pelos fazendeiros os quais estão sendo auxiliados pela própria comunidade indígena da região Um dos proprietários recobriu a área a ser recuperada com a herbácea leguminosa crotalária utilizada como adubo verde A cobertura com esta espécie além de permitir o aumento de nitrogênio no solo oferece melhores condições para espécies arbóreas que ele semeou e quando completar seu ciclo dar espaço para as árvores Alertase que este método é mais barato do que o plantio de mudas todavia requer uma grande quantidade de sementes que estão sendo coletadas pelos índios na reserva indígena vizinha às áreas Assista especialmente até os 336 m após esta parte são apresentados os trabalhos realizadas pelos índios para a coleta de sementes que virou fonte de renda para eles Disponível em httpswwwyoutubecomwatchvy61ZgG2oMks Acesso em 27 maio 2016 Tempo 1200 ACOMPANHE NA WEB T5 114 Técnicas de Restauração Vegetal Globo Rural Parte II Conheça o trabalho de recuperação das nascentes do Xingu Na segunda parte da reportagem sobre a recuperação das nascentes do rio Xingu é apresentando como é feito o armazenamento e tratamento das sementes coletadas pelos índios bem como a técnica da muvuca que consiste na semeadura mecanizada de diversas espécies misturadas a terra e areia em grandes áreas Além das espécies arbóreas nativas regionais também são incluídas espécies exóticas de ciclo curto como a leguminosa feijãodeporco herbácea que além de enriquecer o solo permite descompactar o solo com as suas raízes melhorando as suas condições físicoquímicas Também são utilizadas espécies que podem servir de iscas às formigas deste modo evitando o ataque a outras espécies como o tamarindo evitando o uso de formicidas Os custos de plantio segundo a reportagem são em média 50 mais baratos do que o plantio de mudas Disponível httpwwwyoutubecomwatchvOb8t4yqjunk Acesso em 27 maio 2016 Tempo 1156 Nucleação conta com a ajuda de pássaros no reflorestamento O vídeo traz uma reportagem sobre a experiência de uma área no domínio da floresta de araucária em Santa Catarina onde foram utilizadas técnicas de nucleação para restauração vegetal Tais técnicas são mais passivas e baratas do que o plantio de mudas e contam com a ajuda dos pássaros para promover a sucessão vegetal na área O pesquisador alerta que não se deve comparar a nucleação com outros sistemas de revegetação os quais possuem filosofias e requerimentos diferentes por exemplo no plantio é preciso ter disponibilidade de mudas e mão de obra sendo importante conhecer bem as técnicas de reflorestamento para se fazer a melhor opção Disponível em httpwwwyoutubecomwatchvdioWI9BiYPE Acesso em 27 maio 2016 Tempo 1210 Adequação Ambiental de Propriedades Rurais Recuperação de Áreas Degradadas Restauração de Matas Ciliares ATTANÁSIO et al 2006 A publicação apresenta aspectos teóricos e técnicos relativos à restauração de áreas em propriedades rurais com a finalidade de tornálas adequadas à legislação T5 115 Técnicas de Restauração Vegetal ambiental especialmente o Código Florestal nota a Lei 477165 mencionada no texto foi substituída pela Lei 126512012 A partir da página 37 até a página 57 são descritas as diversas Atividades de Recomposição especialmente aquelas voltadas à restauração de Áreas de Preservação Permanente APP As atividades propostas têm como objetivo fornecer meios para que a sucessão vegetal tenha êxito ou seja que as espécies possam ir se substituindo ao longo do tempo até atingir um estágio de equilíbrio dinâmico o clímax São detalhadas 17 ações que podem ser realizadas entre elas as técnicas que foram abordadas neste caderno Veja também na página 36 a Tabela 8 que apresenta a identificação das situações de degradação das características da situação e da metodologia de restauração recomendada Disponível em httpwwwambientespgovbrmunicipioverdeazul files201111AdequacaoAmbientalPropiedadesRuraispdf Acesso em 27 maio 2016 Restauração de áreas degradadas a nucleação como base para incrementar os processos sucessionais REIS et al 2003 O artigo apresenta os fundamentos e conceitos básicos sobre as técnicas de nucleação que representam uma alternativa de restauração com menor custo que o plantio em áreas totais e potencialmente efetivas em formar comunidades biodiversas em áreas degradadas O conceito de nucleação é baseado em estudos que observaram que a colonização de áreas por algumas espécies arbóreas pioneiras em sucessão primária facilitava o estabelecimento de outras espécies ao seu redor estes núcleos formados aceleram o processo de sucessão pois podem oferecer os elementos básicos para iniciar o processo de restituição da cadeia alimentar alimento reprodução e abrigo proporcionando o aumento da biodiversidade e a estabilização ambiental mais rapidamente São tratadas como técnicas de nucleação a transposição de solo semeadura direta e hidrossemeadura poleiros artificiais transposição de galharia plantio em Ilhas de alta diversidade e coleta de sementes com manutenção da variabilidade genética Tais técnicas podem ser conjugadas em uma mesma unidade de terra dispostas em núcleos Entre outros aspectos teóricos e técnicos importantes para aplicação em restauração de áreas o artigo aborda acerca das espécies com alto potencial de nucleação as quais são chamadas de plantas facilitadoras ou focais Reis et al 2003 por possuírem interações ecológicas fortes com a fauna Disponível em httpwwwlerfesalquspbrdivulgacaorecomendados artigosreis2003pdf Acesso em 02 jun 2016 T5 116 Técnicas de Restauração Vegetal Instruções Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado A seguir você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas Leia cuidadosamente os enunciados e atentese para o que está sendo pedido Questão 1 O aumento de estudos na área de ecologia vegetal e restauração ecológica levou ao questionamento de que o plantio de mudas tentando copiar unidades de florestas pioneiras ou maduras seria sempre a melhor e única alternativa para restaurar as áreas degradadas Explique esta frase descrevendo quais os aspectos que foram incorporados para o desenvolvimento de novas técnicas de restauração com intervenções mais passivas do que o plantio de mudas em toda a área a ser recuperada Questão 2 Uma das técnicas mais utilizadas para restauração vegetal é o plantio de mudas em área total onde são realizadas combinações das espécies em módulos ou grupos de plantio visando à implantação das espécies dos estádios finais de sucessão secundárias tardias e clímax conjuntamente com espécies dos estádios iniciais de sucessão pioneiras e secundárias iniciais compondo desta forma unidades sucessionais Leia as afirmações a seguir Modificado Rodrigues et al 2009 Pacto da Mata Atlântica Disponível em http mediawixcomugd5da841f47ee6a4872540ee8c532166fbb7e7b0pdf Acesso em 10 jun 2016 I O plantio total de mudas de espécies nativas é a técnica que envolve custos mais elevados para a restauração vegetal todavia é a mais indicada para áreas sem resiliência e a que possibilita a formação de uma comunidade florestal mais rápida e uniforme em relação à cobertura do solo II Enquanto as pioneiras fornecem condições adequadas para o estabelecimento das espécies secundárias tardias e climácicas estas são as árvores que vão compor o dossel dessas florestas no futuro propiciando a restauração das condições originais AGORA É A SUA VEZ T5 117 Técnicas de Restauração Vegetal III As mudas podem ser dispostas em linhas alternadas de grupo de preenchimento composto por um elevado número de espécies pioneiras e o grupo de diversidade constituído por uma grande quantidade de indivíduos de algumas poucas espécies tardias da sucessão IV A disposição das mudas em módulos consiste no plantio de espécies em unidades compostas por cinco a nove espécies sendo uma a três de pioneiras ao centro ladeadas pelas secundárias tardias e climácicas Estão corretas apenas as afirmativas a I e II b I II e III c I III e IV d II e IV e III e IV Questão 3 A semeadura direta apresentase como uma técnica promissora no processo de recuperação de áreas degradadas devido à praticidade economia e agilidade na implantação É considerada uma técnica barata e versátil de restauração podendo ser utilizada na maioria dos locais e principalmente em situações onde a regeneração natural e o plantio de mudas não podem ser executados Modificado de SOUZA Rodolfo Portela Semeadura direta de espécies florestais nativas como alternativa de restauração ecológica para a região de Dourados Mato Grosso do Sul Tese Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental Universidade Federal da Grande DouradosFaculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas DouradosMS 2013 34p Analise as assertivas abaixo sobre a semeadura direta colocando Verdadeiro V ou Falso F I A semeadura em toda a área além de custos mais baixos que o plantio de mudas tem a vantagem da grande quantidade de sementes florestais disponível no mercado nacional e a facilidade com que estas germinam em áreas degradadas II Pode ser utilizada juntamente a outros métodos como por exemplo a conciliação do semeio de espécies secundárias tardias e clímax com o plantio de T5 118 Técnicas de Restauração Vegetal mudas de espécies pioneiras III Em projetos de restauração ecológica só pode ser realizada manualmente por hidrossemeadura ou avião esta última especialmente indicada para áreas íngremes e de difícil acesso IV Pode ser empregada para o enriquecimento de capoeiras por meio da introdução de uma grande variedade de espécies pioneiras sob o dossel formado por espécies tardias da sucessão A sequência correta é a V V V F b V F F F c F V F F d F V F V e F F V V Questão 4 Leia o trecho a seguir A condução da regeneração natural é um importante método de restauração da vegetação nativa em função do seu custo reduzido além de garantir a preservação do patrimônio genético e uma elevada diversidade de espécies no local restaurado já que para a maioria dessas espécies não há disponibilidade de mudas Fonte ATTANÁSIO Claudia Mira RODRIGUES Ricardo R GANDOLFI Sérgius NAVE André G Adequação Ambiental de Propriedades Rurais Recuperação de Áreas Degradadas Restauração de Matas Ciliares Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Departamento de Ciências Biológicas Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal 2006 Disponível em httpwwwsigamambientespgovbrSigam2Repositorio126Documentos Eventos20061apLERFpdf Acesso 12 maio 2016 De acordo com o exposto e seus conhecimentos responda aos questionamentos A Quais as condições necessárias para que a técnica de Condução da Regeneração natural possa ser empregada B Descreva as principais ações e cuidados que são exigidos quando é adotado o método de condução da regeneração natural T5 119 Técnicas de Restauração Vegetal Questão 5 Uma nova tendência de restauradores prima por resgatar modelos de conservação da biofuncionalidade e resgate de interações entre organismos do sistema Só uma rápida introdução de composição florística não é suficiente para que os processos ecológicos as tornem operantes ao longo prazo sendo necessário compreender e incorporar os processos ecológicos externos à área em restauração Neste contexto se inserem as técnicas nucleadoras da restauração vegetal que consiste na formação de núcleos que ocupam parcialmente a área os quais servem como gatilhos ecológicos Fonte REIS Ademir BECHARA Fernando C TRES Deisy R TRENTIN Bruna E Nucleação concepção biocêntrica para a restauração ecológica Ciência Florestal v 24 n 2 p 509518 2014 Disponível em httpwwwacrorgbrdownload biblioteca144cienciaflorestalnucleacao2014pdf Acesso em 20 maio 2016 Explique o fundamento da nucleação e as principais técnicas que são utilizadas Neste tema você observou que diversas técnicas podem ser empregadas isolada ou conjuntamente para recuperar ou restaurar uma área degradada fundamentadas em geral nos processos de sucessão vegetal O plantio de mudas na área total é a técnica mais difundida nos projetos e a mais indicada em áreas sem ou com baixa resiliência ambiental Em situações de alta disponibilidade de sementes as mudas podem ser substituídas pela semeadura direta Intervenções mais passivas podem ser adotadas em áreas com algum grau de cobertura vegetal tais como o plantio de adensamento e de enriquecimento a condução de regeneração natural e a indução do banco de sementes Outras técnicas alternativas permitem a indução do processo de sucessão ecológica tais como a implantação de poleiros plantio em ilhas de alta diversidade transposição do banco e da chuva de sementes e transplante de plântulas alóctones as quais em conjunto podem ser chamadas de técnicas nucleadoras da restauração Aquelas que empregam a transferência de material alóctone devem ser utilizadas com muita cautela visto o prejuízo que podem causar nos ecossistemas de onde serão retirados sendo especialmente indicadas para áreas que serão recuperadas mediante a destruição de outra As técnicas alternativas à semeadura e plantio de mudas em toda a área têm como vantagens os custos menos elevados que ainda são obstáculos à prática de restauração e a capacidade de formar comunidades biodiversas inclusive geneticamente no entanto podem demorar mais para o recobrimento total da área exigindo também maior dispêndio de tempo para FINALIZANDO T5 120 Técnicas de Restauração Vegetal manutenção Enfim você pode perceber que existe uma gama de técnicas que podem ser utilizadas para restaurar áreas degradadas o que pode representar um estímulo à sua implantação T5 121 Técnicas de Restauração Vegetal AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS AENPARANÁ Semeadura de dois mil palmitos será neste sábado em Morretes 06 de fevereiro de 2009 Disponível em http wwwhistoricoaenprgovbrmodulesnoticiasarticlephpstoryid44594 Acesso em 23 maio 2016 ALMEIDA Danilo Sette de Recuperação ambiental da Mata Atlântica Ilhéus Editus 2006 173 p ATTANÁSIO Claudia Mira RODRIGUES Ricardo R GANDOLFI Sérgius NAVE André G Adequação Ambiental de Propriedades Rurais Recuperação de Áreas Degradadas Restauração de Matas Ciliares Universidade de São PauloEscola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Departamento de Ciências Biológicas Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal 2006 Disponível em http wwwambientespgovbrmunicipioverdeazulfiles201111AdequacaoAmbientalP ropiedadesRuraispdfpdf Acesso 12 maio 2016 BECHARA Fernando C Unidades Demonstrativas de Restauração Ecológica através de Técnicas Nucleadoras Floresta Estacional Semidecidual Cerrado e Restinga Tese Doutorado em Recursos Florestais Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2006 248 p Disponível em httpwwwipefbrservicostesesarquivosbecharafcdpdf Acesso em 15 maio 2016 BRANCALION Pedro H S GANDOLFI Sérgio RODRIGUES Ricardo Ribeiro Restauração baseada na sucessão determinística buscando reproduzir uma floresta definida como modelo In RODRIGUES Ricardo Ribeiro BRANCALION Pedro H S ISERNHAGEN I Orgs Pacto pela restauração da Mata Atlântica referencial dos conceitos e ações de restauração florestal São Paulo LERFESALQ Instituto BioAtlântica 2009c Pp 24 30 Disponível emhttpmediawixcom ugd5da841f47ee6a4872540ee8c532166fbb7e7b0pdf Acesso em 09 jun 2016 CAMPOS FILHO Eduardo Malta SOUSA Osvaldo Luis de MARMET Cassiano EICHHOLZ Luciano Langmantel COSTA José Nicola M N da JUNQUEIRA Rodrigo G P Restauração e enriquecimento florestal em propriedades rurais no Xingu Trabalho desenvolvido pelo Programa Xingu do Instituto Socioambiental ISA Disponível em httpwwwsctembrapabrcdagrotema0505tema20 pdf Acesso em 08 jun 2016 CASTRO Dilton MELLO Ricardo S P POESTER Gabriel C Práticas para REFERÊNCIAS T5 122 Técnicas de Restauração Vegetal Restauração da Mata Ciliar Catarse Porto Alegre 2012 Disponível em http wwwonganamaorgbrpesquisasLivrosLivroPraticasRestauracaoMataCiliar pdf Acesso 22 maio 2015 DURIGAN Giselda CONTIERI Wilson A MELO Antônio Carlos G KAWABATA Mitsuro Plantio de enriquecimento em linhas em área de Cerrado Assis SP In VILLAS BÔAS O DURIGAN G Org Pesquisas em conservação e recuperação ambiental no oeste paulista resultados da cooperação BrasilJapão São Paulo Instituto Florestal 2004 p 409418 Disponível em httpwwwiflorestalspgov brlojaartigospesquisasemconservacaoIFc25pdf Acesso em 23 maio 2016 FARAH Fabiano Turini Favorecimento da regeneração de um trecho degradado de floresta estacional semidecidual Dissertação de Mestrado Unicamp Instituto de Biologia CampinasSP 2003 p 221 Disponível em httpcutterunicamp brdocumentcodevtls000302163 Acesso 28 jun 2015 O arquivo pode ser baixado em pdf ver ao final da página GLOBO RURAL Reportagem Parte I Índios e fazendeiros trabalham no reflorestamento no MT Disponível em httpswwwyoutubecom watchvy61ZgG2oMks Acesso em 08 jul 2016 GLOBO RURAL Reportagem Parte II Conheça o trabalho de recuperação das nascentes do Xingu Disponível em httpwwwyoutubecom watchvOb8t4yqjunk Acesso em 08 jul 2016 GLOBO RURAL Reportagem Nucleação conta com a ajuda de pássaros no reflorestamento Disponível em httpwwwyoutubecom watchvdioWI9BiYPE Acesso em 08 jul 2016 GUERRA Antônio José Teixeira Gestão Ambiental de Áreas Degradadas 3ª ed São Paulo Bertrand Brasil 2007 GUEVARA S LABORDE J Monitoring seed dispersal at isolated standing trees in tropical pastures consequences for local species availability Vegetatio Acta Geobotanica v 107108 p 319338 1993 GUEVARA S PURATA S E VAN DER MAAREL E The role of remant trees in tropical secondary sucesión Vegetatio n 66 p7784 1986 KUNTSCHIK Daniela P EDUARTE Marina ARMELIN Renato S Restauração ecológica sistemas de nucleação São Paulo Secretaria de Estado do Meio Ambiente Unidade de Coordenação do Projeto de Recuperação das Matas Ciliares 2011 64p Disponível em httpwwwsigamambientespgovbrsigam2 Repositorio222DocumentosNucleacaopdf Acesso em 20 maio 2016 McDONNELL M J STILES E W The structural complexity of the old field T5 123 Técnicas de Restauração Vegetal vegetation and the recruitment of birddispersed plant species Oecologia Berlin n 56 p 109116 1983 NAVE André G Banco de sementes autóctone e alóctone resgate de plantas e plantio de vegetação nativa na Fazenda Intermontes município de Ribeirão Grande SP 2005 218p Tese Doutorado em Recursos Florestais Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo Piracicaba 2005 Disponível em httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis1111150tde 02062005153506ptbrphp Acesso em 23 maio 2016 PAREJA Eliana K Utilização de banco de plântulas das espécies Emmotun nitens Ocotea spixiana e Mouriri elliptica na recuperação de áreas degradadas do Cerrado 1998 48p Monografia Graduação Fundação Universidade do Tocantins Campus Universitário de Gurupi 1998 PIETROSOUZA William SILVA Normandes Matos da Plantio manual de muvuca de sementes no contexto da restauração ecológica de áreas de preservação permanente degradadas Revista Brasileira de Agroecologia v 9 n 3 p 6374 2014 POMPÉIA S L PRADELLA D Z A MARTINS S E Recuperação da Mata Atlântica de encosta em Cubatão SP semeadura aérea de espécies pioneiras 19891990 São Paulo CETESB 1995 59 p Disponível em httpbasesbiremebrcgibin wxislindexeiahonlineIsisScriptiahiahxissrcgooglebaseREPIDISCAlan gpnextActionlnkexprSearch55793indexSearchID Acesso em 13 maio 2016 REIS Ademir BECHARA Fernando C TRES Deisy R TRENTIN Bruna E Nucleação concepção biocêntrica para a restauração ecológica Ciência Florestal v 24 n 2 p 509518 2014 Disponível em httpwwwacrorgbrdownload biblioteca144cienciaflorestalnucleacao2014pdf Acesso em 20 maio 2016 REIS Ademir BECHARA Fernando Campanhã ESPÍNDOLA Marina Bazzo de VIEIRA Neide K SOUZA Leandro Lopes de Restauração de áreas degradadas a nucleação como base para incrementar os processos sucessionais Natureza e Conservação v 1 n 1 p 2836 2003 Disponível em httpwwwlerfesalqusp brdivulgacaorecomendadosartigosreis2003pdf Acesso 22 maio 2016 REIS Ademir TRES Deisy Regina SCARIOT Eliziane Carla Restauração na Floresta Ombrófila Mista através da sucessão natural Pesquisa Florestal Brasileira Colombo n 55 p 6773 2007 Disponível em httppfbcnpfembrapabrpfbindexphp pfbarticleview120 Acesso em 27 jun 2016 RODRIGUES Ricardo R BRANCALION Pedro H S ISERNHAGEN Igor Pacto pela restauração da mata Atlântica Referencial dos conceitos e ações de restauração T5 124 Técnicas de Restauração Vegetal florestal São Paulo LERFESALQ Instituto BioAtlântica 2009 256p Disponível em httpmediawixcomugd5da841f47ee6a4872540ee8c532166fbb7e7b0 pdf Acesso em 10 maio 2016 SECRETARIA DA AGRICULTURA PECUÁRIA E AGRONEGÓCIO SEAPA Estado do Rio Grande do Sul Correção do Solo Programa Estadual de Correção do Solo 2012 Disponível em httpwwwagriculturarsgovbrconteudo1034CorreC 3A7C3A3odoSolo Acesso em 23 maio 2016 Alelopáticas Plantas que influenciam outras em geral prejudicando o seu desenvolvimento embora em alguns casos podem favorecêlo Os efeitos são causados por biomoléculas denominadas aleloquímicos produzidas pela planta e lançadas no ambiente e estão sempre associados à competitividade de espaços e expansão de uma dada espécie que é ou pode se tornar dominante na área Alóctone referese ao material por exemplo solo sementes e plântulas oriundo de outro lugar É o contrário de autóctone que é originário do local em que habita Epífitas são plantas que vivem sobre outras plantas sem retirar nutrientes delas portanto não são parasitas mas apenas se apoiando tais como muitas espécies de bromélias orquídeas e samambaias Nas florestas tropicais úmidas o epifitismo relação ecológica interespecífica conhecida como inquilinismo é comum e beneficia estas plantas haja vista a alta competição por luz e espaço ao nível do solo Coberturas vivas plantio de espécies rústicas herbáceoarbustivas geralmente de ciclo anual que florescem e frutificam em poucos meses atraindo uma série de animais polinizadores dispersores de sementes e consumidores Reis et al 2014 Plantio de mudas nativas em grupos de Anderson plantio em grupos de cinco a nove mudas altamente adensadas dentro do grupo sob espaçamento com cerca de 1 x 1 m porém amplamente espaçados entre grupos na área GLOSSÁRIO UNOPAR RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Recuperação de áreas degradadas