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Texto 3D História da América I Prof Raphael Sebrian CDD901 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil A Historiografia como fonte histórica organização José DAssunção Barros Petrópolis RJ Editora Vozes 2022 ISBN 9786557135921 Edição digital 1 Historiografia 2 Historiografia Pesquisa I Barros José DAssunção 2184388 Índices para catálogo sistemático 1 Historiografia História 901 Aline Graziele Benitez Bibliotecária CRB13129 8 As muitas conquistas do México como um mesmo conflito do século XVI foi narrado ao longo do tempo 439 Luís Guilherme Assis Kalil Luiz Estevam de Oliveira Fernandes 1 81 Introdução Em 13 de agosto de 1521 após um longo cerco marcado por batalhas epidemias e escassez de alimentos a cidade de MéxicoTenochtitlan foi tomada por forças lideradas pelo espanhol Hernán Cortés Nos 500 anos que nos separam desse evento ele passou por inúmeras reinterpretações Teria sido a queda de um império pelas mãos de outro A derrota dos indígenas para os europeus Um símbolo da marcha inexorável da civilização sobre os povos inferiores Mais uma das disputas locais entre grupos nativos com os espanhóis atuando como meros coadjuvantes Poderíamos continuar citando outras questões ainda por um bom tempo A rigor até mesmo as palavras que escolhemos como título de nosso texto podem e foram problematizadas É possível falar de uma Conquista Que México é esse que teria sido derrotado Uma cidade Uma região Um império Teria Cortés realmente liderado as forças invasoras ou era apenas mais um líder guerreiro no meio de muitos A disputa pela memória desses acontecimentos iniciouse antes mesmo da queda da cidade Cortés já havia enviado escritos ao rei assim como posteriormente outros soldados e oficiais espanhóis Nos anos seguintes grupos indígenas registraram suas versões muitos deles destacando sua atuação nos conflitos Excombatentes de outras partes da Europa e da África também escreveram sobre suas participações ou foram mencionados nos tantos textos produzidos Mesmo após a morte da última testemunha desses eventos livros poemas pinturas esculturas entre vários outros registros permaneceram sendo produzidos e ainda que com mudanças fundamentais ao longo do tempo continuam até hoje quando são celebrados se é possível utilizar essa palavra os quinhentos anos da queda de MéxicoTenochtitlan Neste texto analisaremos a relação entre estes registros do século XVI e a historiografia produzida a partir do século XIX sobre a Conquista abordada aqui principalmente em sua acepção bélica a tomada por armas de um determinado reino ou Estado440 Mais do que apenas um balanço historiográfico pretendemos analisar a historiografia da Conquista de México441 tendo como eixo as mudanças produzidas por sucessivas gerações de pesquisadores Mesmo sabendo que a Conquista foi narrada como História malgrado o que significava esse termo em diferentes contextos desde os seus contemporâneos utilizaremos como ponto de partida as reflexões sobre tais eventos produzidas nos Estados Unidos e no México a partir de meados do século XIX No primeiro caso faremos referência especificamente ao historiador norteamericano William H Prescott cujos escritos sobre o tema continuam sendo extremamente influentes mais de um século e meio após sua publicação Como exemplo da permanência dessa obra como referência ainda hoje a despeito das inúmeras críticas recebidas desde seu lançamento podemos nos afastar do ambiente acadêmico e adentrar no complexo mundo dos algoritmos de sites de compra Ao realizarmos a busca pela 2 expressão Conquest of Mexico no site norteamericano da Amazon o livro de Prescott aparece não apenas como primeira opção mas três vezes nas cinco sugestões iniciais Já em relação ao México abordaremos a historiografia nacionalista que leu e debateu a obra de Prescott produzindo novas versões e interpretações daquele evento Em um país recémindependente preocupado em inventar suas raízes históricas e fundar um passado nacional olhar para o período précolombiano e para os eventos que resultaram na derrota militar dos mexicanos e na fundação da Cidade do México era um movimento quase natural Assim como no caso de Prescott selecionamos esse conjunto de autores mexicanos pelo fato de suas reflexões continuarem sendo reproduzidas e debatidas até hoje É evidente que esses historiadores do século XIX baseavam suas obras em textos produzidos anteriormente Prescott por exemplo era leitor atento de William Robertson presbiteriano escocês autor de The History of America 1777 um bestseller do período das Luzes sobre o continente americano No entanto a versão de Robertson sobre a Conquista estreitamente associada à teoria da degeneração americana defendida por autores como o Conde de Buffon e Cornelius de Pauw442 deixou de ser uma matriz historiográfica fecunda Argumentos como o de que a América seria muito jovem e por isso débil e imatura apontados por Buffon ou decadente e recoberta por miasmas que degenerariam seus habitantes impedindo o surgimento de homens doutos indicados por de Pauw não encontram mais espaço nas pesquisas sobre o tema443 Em outras palavras partimos neste artigo do terreno que continua fértil atualmente em termos historiográficos 3 82 15191521 uma periodização possível Antes de analisarmos esse conjunto de reflexões sobre a Conquista consideramos pertinente apresentar um breve esboço dos eventos ocorridos na região do Vale do México especialmente na cidade de MéxicoTenochtitlan entre os anos de 1519 e 1521 Resumir em poucas páginas um conflito complexo multiétnico e marcado por versões muito divergentes sobre momentoschave e silêncios reveladores é um esforço já realizado por muitos autores sempre com enormes dificuldades Não pretendemos aqui fazer uma nova tentativa de tarefa tão ingrata mas apenas indicar alguns eventos locais e personagens relevantes para a compreensão dos debates que abordaremos a seguir Seguindo a proposta apresentada por Eduardo Natalino dos Santos 2014 podemos dividir os mais de dois anos que separam a partida da expedição liderada por Hernán Cortés até a queda de MéxicoTenochtitlan em quatro grandes períodos Nos primeiros meses a expedição que inicialmente deveria buscar náufragos de empresas anteriores explorou a Península de Iucatã Apenas dois dias após tocarem a terra firme tiveram contato com representantes enviados por Montezuma soberano de MéxicoTenochtitlan o que inviabiliza interpretações que destacam o desconhecimento dos astecas em relação à atuação dos espanhóis na região Ainda no período inicial estabeleceram contato com diferentes grupos indígenas e com espanhóis remanescentes de entradas anteriores como Gerónimo de Aguilar que passou a atuar como intérprete dos espanhóis por compreender a língua maia francamente falada na área Outro nome importante para a comunicação com os indígenas foi Malinche uma das escravas nativas entregues aos espanhóis por um soberano local como parte da proposta de trégua decorrente da Batalha de Centla realizada próximo à cidade maiachontal de Potonchán444 É atribuída a essa fase inicial uma passagem emblemática da imagem heroica de Cortés que como veremos perdurará por séculos Segundo alguns relatos para evitar possíveis traições e deserções o líder espanhol teria ordenado que os barcos responsáveis por trazêlos da ilha de Cuba até o continente fossem queimados Pesquisas recentes como a de Matthew Restall 2019 sugerem o contrário Longe de um ato personalista de Cortés semelhante à travessia do Rubicão empreendida por Júlio César antes de tomar Roma teria havido uma decisão conjunta para encalhar e não queimar as embarcações Não se trataria de uma ameaça aos seus homens ou uma atitude que visava impedir o retorno às ilhas caribenhas em caso de fracasso mas uma tentativa de facilitar a recuperação dos principais equipamentos presentes nas embarcações que seriam úteis para a continuidade da expedição Ainda nesses primeiros meses os espanhóis entraram em contato e firmaram alianças com grupos indígenas tributários dos astecas os totonacas entre outros ou seus inimigos de longa data como os tlaxcaltecas Daqui em diante fica claro que não estamos mais falando 4 de uma expedição espanhola mas de uma enorme coligação multiétnica que incluía peninsulares totonacas tlaxcaltecas e outros povos americanos além de escravos de origem africana Ainda que a liderança seja atribuída a Cortés a tradição de documentação indígena problematiza esse papel e o dilui entre vários comandantes de destaque como Xicotencatl o moço de Tlaxcala Sem esses capitães indígenas a expedição como se deu teria sido inviável Entre os vários conflitos travados nesse período destacamos o Massacre de Cholula Os eventos ocorridos nesse importante centro religioso mesoamericano servem como exemplo marcante das dificuldades que envolvem as pesquisas sobre a Conquista Tanto o número de mortos quanto os desdobramentos que levaram ao conflito entre as tropas de ataque e os cholultecas após alguns dias de relativa paz geram intensos debates As interpretações vão desde as que ressaltam a violência e a cobiça extrema dos espanhóis até aquelas que os retratam como atores secundários manipulados pelos tlaxcaltecas interessados em punir Cholula por ter estreitado relações com Montezuma No entanto independentemente da abordagem proposta é inquestionável que a matança realizada nessa cidade gerou repercussões por toda a região A primeira fase da Conquista se encerraria em novembro de 1519 com a chegada dos cerca de 500 espanhóis e milhares de indígenas de diferentes grupos à cidade de México Tenochtitlan Novamente as dúvidas e divergências entre os relatos chamam a atenção Para alguns autores Montezuma atônito diante dos acontecimentos teria rapidamente se rendido a Cortés permanecendo por meses em uma espécie de prisão domiciliar até ser assassinado Outros pesquisadores argumentam no sentido oposto ressaltando que o líder indígena não apenas teria se mantido no poder como teria atraído os espanhóis com o objetivo de colecionálos mantendoos na cidade como símbolo de sua superioridade até eventualmente sacrificálos em um ritual religioso Semanas após esse encontro Cortés partiu com forças espanholas e indígenas para combater a expedição de Pánfilo de Narváez enviada pelo governador Diego Velázquez com ordens para prendêlo Como substituto na capital asteca Cortés deixou Pedro de Alvarado responsável por ordenar a matança de indígenas durante uma cerimônia religiosa realizada pelos sacerdotes nativos no Templo Mayor Como resultado os mexicas445 reagiram cercando os invasores na parte central da cidade Ao mesmo tempo Montezuma foi assassinado em condições pouco claras Entre as principais hipóteses estão a que atribui sua morte a uma pedra lançada por algum de seus súditos revoltados com a situação de seu tlatoani e a que acusa os espanhóis acossados diante da revolta dos locais Mesmo com o retorno de Cortés o cerco permaneceu por alguns dias até a Noite Triste massacre perpetrado pelos mexicas contra os invasores de sua cidade Durante a fuga cerca de mil espanhóis e vários milhares de nativos aliados morreram 5 Seguindo ainda a periodização proposta por Santos 2014 o terceiro momento da Conquista seria marcado pelo recuo dos espanhóis e seus aliados até a cidade de Tlaxcala onde recompõem e ampliam seus acordos com grupos nativos e recebem novas levas de espanhóis Ainda no final de 1520 forças espanholas e indígenas realizaram novos ataques a MéxicoTenochtitlan culminando em maio de 1521 com o cerco à cidade e início da última etapa da Conquista O isolamento forçado e a consequente escassez de água e alimentos aceleraram o enfraquecimento de uma cidade já assolada pelos conflitos anteriores e por doenças até então desconhecidas no Novo Mundo como a varíola que vitimou o novo tlatoani Cuitláhuac irmão mais novo de Montezuma Em 13 de agosto de 1521 após meses sitiada MéxicoTenochtitlan então liderada por Cuauhtémoc primo de Montezuma foi invadida e derrotada A partir de seus escombros passou a ser construída a Cidade do México que em poucos anos se tornou a capital do vicereino espanhol da Nova Espanha É evidente que os conflitos militares na região do Vale do México e mais amplamente na Mesoamérica não se encerraram nessa data Contudo para parte significativa dos autores que abordaremos nas próximas páginas tratase de um momento decisivo visto como um marco da atuação espanhola no Novo Mundo ou mesmo da Modernidade como a conhecemos Mais uma vez alertamos que a escolha das fontes muda essa lógica se nos ativermos a documentos produzidos por tlaxcaltecas por exemplo como o Lienzo de Tlaxcala veremos que as guerras de Conquista se prolongaram por décadas 6 83 O paradigma Prescott A primeira grande referência contemporânea sobre a Conquista do México é indubitavelmente o historiador norteamericano William H Prescott Seu History of the Conquest of Mexico 1843 junto com sua obra sobre a Conquista do Peru 1847 alcançou um impacto imediato e duradouro se tornando um sucesso editorial nos dois lados do Atlântico No México onde a intelectualidade local procurava formas de elaborar sínteses históricas sobre a pátria o interesse foi tamanho que duas traduções quase simultâneas foram feitas446 Sediado em Boston Prescott começou seus estudos nos anos de 1820 quando abandonou a prática do Direito e passou a se dedicar à Literatura Por conta da estreita amizade com George Ticknor pioneiro intelectual hispanista nos Estados Unidos Prescott passou a pesquisar literatos espanhóis como Miguel de Cervantes Seu reconhecimento acadêmico ganhou impulso com a publicação de History of Ferdinand and Isabella 1837 Em uma época em que os arquivos quando existiam eram muito desorganizados Prescott foi obrigado a lançar mão de contatos com diversos intelectuais e livreiros europeus que lhe remetiam material solicitado pago de seu próprio bolso filho de família rica e tradicional que era A própria decisão de investigar os feitos dos Reis Católicos utilizando fontes primárias representou um marco na historiografia norteamericana ao romper com a História eminentemente nacional produzida até então ainda que os norteamericanos de princípios do século XIX lessem história europeia ninguém produzia algo inédito sobre outra parte do mundo447 O sucesso dessa obra o encorajou a seguir com o projeto de mapear a constituição do Império Espanhol no século XVI agora analisando as Conquistas do México e do Peru entendidas como partes fundamentais desse processo Respeitando a ordem cronológica Prescott abordou inicialmente os eventos ocorridos no México Ainda que composto por sete livros seu History of the Conquest of Mexico é dividido em três grandes partes A primeira delas considerada como sua parte filosófica aborda as Antiguidades indígenas e as origens da nação Nela podemos observar que Prescott trabalha com a concepção de que os índios não tinham História Valendose de escritos de religiosos espanhóis do século XVI como Bernardino de Sahagún e Francisco López de Gómara o historiador ressalta a imagem dos grupos nativos como privados de temporalidade marcados por profecias e supersticiosos vivendo sob o domínio exercido por seus sacerdotes A segunda parte definida pelo autor como a parcela verdadeiramente histórica do livro é composta por uma longa descrição de eventos políticos relacionados à Conquista A narrativa segue a fórmula do romance histórico já nos preâmbulos da obra expõe ao leitor o protagonista e o antagonista da história ainda que saibamos de antemão que os defeitos e vícios de origem do 7 segundo serão superados pelas virtudes do primeiro A intenção dessa divisão era clara para o autor todo o livro deveria à parte a violência nele contida revelar a história pessoal do herói que era a alma de tudo aquilo448 Não por acaso a última parte do texto é dedicada a uma biografia de Cortés Para Prescott História e ficção eram distintas pelo compromisso com a verdade dos fatos que a primeira deveria ter Mesmo assim o texto escrito era acima de tudo uma narrativa e estava sujeito às suas regras até onde os documentos assim o permitissem Ou seja havia uma interessante combinação comum a muitos de seus contemporâneos entre o uso rigoroso das fontes e nesse sentido uma valorização deles como heurística para se chegar à verdade histórica e o cuidado literário do texto Uma obra autoral como a sua tinha que agradar pela fruição estética e pela congruência das informações A História com o sentido de passado em si repousava na mão modeladora do autor precisava ser contada narrada A interpretação da Conquista feita por Prescott centrada no gênio heroico de Cortés tornouse extremamente influente Mas não imaginemos que foi ele o inventor dessa fórmula O historiador norteamericano valerase de fontes espanholas coloniais em especial do texto sobre o tema publicado por Antonio de Solís de 1684 A própria decisão de continuar seu livro para além da queda de MéxicoTenochtitlan deuse em parte para se distanciar do texto do escritor espanhol Sua opção pelo protagonismo de Cortés no entanto coincide com a de Solís que por sua vez ecoava os cronistas espanhóis do século XVI muitos deles inclinados a inflacionar os feitos cortesinos e diminuir a atuação indígena Ou seja a narrativa de Prescott punha fim ao mundo indígena que saía de uma filosofia de uma descrição de seus modos de vida descolada do tempo histórico para chegar como elemento antagônico ao jogo histórico da Conquista capitaneada por Cortés Se isso como conteúdo já podia ser visto em Solís e outros cronistas como narrativa canonizavase em Prescott Se o projeto de Prescott era justamente mostrar o auge do Império Espanhol é fácil entender como seus textos estabeleceram em solo norteamericano aquilo que Richard Kagan449 chamou de Paradigma Prescott uma maneira de entender a Espanha como a antítese dos Estados Unidos Nessa leitura a Espanha caminhava apartada do restante da Europa vista como protestante e seus ideais de Império se opunham à visão whig de Prescott sobre o que deveria ser uma República Esse paradigma seria pautado em elementos como o anticatolicismo a crítica do absolutismo e a defesa do livrecomércio e das liberdades individuais Extrapolando a tese inicial de Kagan podemos observar que Prescott cristalizou outros paradigmas duradouros Em sua interpretação sobre a Conquista há um choque Por um lado a figura do bom selvagem dócil repleto de qualidades mas supersticioso e inferior ao europeu por outro o discurso da razão da civilização e da urbanização como elementos julgadores e hierarquizadores Nesse sentido o historiador valorizou o pensamento espanhol 8 que seria mais racional e superior ao dos astecas e incas com suas crenças mágicas que abarcavam o canibalismo e os sacrifícios humanos Baseandose majoritariamente na atuação e nos escritos de Cortés sobre a Conquista Prescott relatou como um punhado de homens superiores conquistou um sem número de indígenas inferiores porque não haveria outra forma de ser a civilização sempre triunfaria sobre formas menos evoluídas de sociedade 9 84 O reverso da moeda a vilificação de Cortés no México do século XIX Em 1835 a então distante e isolada província do Texas rebelouse contra o governo central mexicano A criação da República do Texas e sua posterior incorporação aos Estados Unidos gerou uma guerra contra o México Inicialmente as ações bélicas favoreceram os mexicanos contra as tropas texanas Mas a entrada do exército norteamericano no conflito somada a erros estratégicos do outro lado inverteram o jogo Como resultado o México teve a capital invadida com tropas inimigas desfilando pelo Zócalo praça central da cidade além de perder aproximadamente metade de seu território Prescott não só foi contrário à Guerra MexicanoAmericana como um forte opositor da doutrina do Destino Manifesto e da política do então presidente norteamericano James K Polk 18451849 Em 15 de maio de 1846 dois dias antes da declaração de guerra feita pelos Estados Unidos o historiador que já havia criticado a anexação do Texas escreveu em carta450 que pensava o conflito à luz de exemplos históricos de povos que se afundaram em pretensões de grandeza e imperialismo No entanto embora fosse abertamente contrário ao conflito seu livro foi consultado como um guia pelos soldados norteamericanos o que curiosamente o deixou envaidecido451 A interpretação do conflito contra os mexicanos como uma segunda Conquista do México452 se alastrou tanto que vários editores sugeriram a Prescott que escrevesse um livro abordando a história da guerra como uma espécie de continuação da derrota de Montezuma O historiador no entanto nunca escreveu tal obra Impactado pelos conflitos contra os Estados Unidos autores mexicanos muitos deles jovens políticos e intelectuais liberais voltaram suas atenções para a Conquista questionando a então recorrente interpretação que a identificava como um feito cortesino Alguns desses autores consideravamse mestizos como Vicente Riva Palacio ou indígenas por exemplo Ignacio Manuel Altamirano o que contribuiu para a mudança na representação de que os índios e principalmente a história indígena tinham recebido até então Não sem encontrarem vozes dissonantes nomes como Lorenzo de Zavala e José María Luis Mora além dos citados acima ressaltavam em seus textos a glória de Cuauhtémoc em detrimento do protagonismo de Cortés Nessa perspectiva o último tlatoani passa a ser retratado como o obstinado guardião do México livre e independente cuja tortura e assassinato expunham os abusos do sistema colonial do qual se buscava livrar o país dos seus resquícios453 Na mesma linha Ignacio Manuel Altamirano454 sintetiza essa dicotomia entre o líder mexicano e Cortés afirmando que em todas as partes Cuauhtémoc é o herói e Cortés o bandido O diálogo entre Prescott e alguns autores mexicanos revela importantes aspectos acerca das interpretações sobre a Conquista produzidas no período Em sua troca de correspondências com Lucas Alamán o historiador norteamericano revelou grande interesse pelo destino dos restos mortais de Cortés O intelectual mexicano respondeu que sabia do 10 paradeiro mas manteria o sigilo temendo possíveis atos de vandalismo provenientes da atitude antiespanhola ainda presente no país Prescott redarguiu lamentando não poder incluir a localização em seu novo livro sobre o México mas afirmando compreender as razões do silêncio O que não conseguia entender era o rancor contra os espanhóis proveniente de sua própria progênie Alguém pensaria que os mexicanos se consideram descendentes dos índios e não dos espanhóis455 Reflexos desse diálogo podem ser identificados no livro de Prescott onde ele afirma que uma turba patriótica se propunha a romper a urna que continha os restos de Cortés concluindo que os homens que planejaram esse desmando não eram os descendentes de Montezuma vingando a seus ancestrais mas os descendentes dos antigos conquistadores456 Por passagens como essa seu livro recebeu críticas em solo mexicano que apontavam sua predileção por Cortés e consequente filiação ao lado espanhol A questão das fontes utilizadas para analisar a Conquista também foi identificada como aspecto negativo da obra marcada pela ausência ou pouco uso de documentação indígena Um de seus maiores críticos foi José Fernando Ramírez Apesar de ocasionais elogios o intelectual e político liberal mexicano fez várias ressalvas que deixavam transparecer seu orgulho nacional ferido especialmente em relação à imagem dos astecas como bárbaros e selvagens feita por Prescott Ao redarguir a noção de que o próprio idioma náhuatl seria uma língua não musical o mexicano foi irônico afirmando que um ouvido acostumado a harmonias como as do Yankee Doodle dificilmente pode ser um juiz competente Ramírez estava convencido de que a única forma de aceitar uma História da Conquista seria se ela fosse escrita por seus próprios descendentes os mexicanos modernos Dessa forma as reflexões sobre o passado do México tomariam características de um julgamento de família tendo em mente que a justiça seria feita aos próprios progenitores Nós podemos assim e somente assim conceber a esperança de ter uma história da Conquista completa imparcial e crível457 Na Era da Reforma entre o final dos anos 1850 e início dos anos 1860 período de amplas reformas liberais e de um impulso laicizante no México a historiografia mexicana se modernizou com o aporte de interpretações influenciadas pelo Positivismo e o Darwinismo Em 1857 um decreto tornou a chamada Historia pátria obrigatória no currículo das escolas secundárias Quatro anos depois nova lei ressaltou a necessidade de se ensinar História e civismo nas escolas Essa fase consolidou no México o que pode ser chamado de neoastequismo cujo auge se deu durante o Porfiriato458 Cuauhtémoc ganha ainda mais destaque como personagem central da Conquista culminando com a inauguração em 1888 de um grande monumento em sua homenagem no Paseo de la Reforma459 De acordo com Guillermo Prieto e outros autores do período o estoicismo de Cuauhtémoc exemplificava o espírito inconquistável do México ao passo que a tortura a que ele foi submetido mostrava as crueldades dos espanhóis460 11 Com a publicação de sua primeira síntese histórica nacional México a través de los Siglos 1889 organizada por Vicente Riva Palacio a Conquista passou a ser vista como mais um evento da História mexicana logo natural e inevitável Um trauma mas absorvido na identidade da nação A visão liberal e teleológica do nacionalismo é visível em muitos trechos da obra que retrata um mundo asteca sem coesão e por isso frágil justamente por não ter uma unidade nacional Tal coesão fora abortada pela Conquista e só se concretizaria nos idos pósReforma Em síntese podemos observar que fosse sob o prisma de uma história imperial espanhola associada às atitudes do gênio da raça Cortés fosse sob a lógica da história nacional mexicana a Conquista marcou o século XIX como um evento incontornável traumático e definidor Os universos anterior e posterior a ela eram radicalmente distintos Partindo de documentação hispânica Prescott identificou nesse conflito a emergência do Império Espanhol Os doutos mexicanos por sua vez redarguiram fazendo referência a outras fontes como relatos indígenas e evidências arqueológicas que indicariam o doloroso nascimento de um mundo mestizo interpretação que dava mais protagonismo a heróis caídos astecas do que ao infame Cortés A geração de intelectuais mexicanos do início do século XX aprofundou essa visão Para o arqueólogo Manuel Gamio 1992 p 36 por exemplo o indígena era o principal ator histórico e artífice da nação mexicana Como sustentáculo da identidade nacional deveria ser louvado e exaltado protegido pelo povo e governo Por sua vez o filósofo Samuel Ramos afirmou que os indígenas do seu presente padeciam de um mal advindo da Conquista Quando os astecas se antagonizaram aos conquistadores duas raças se opuseram mas também houve um embate dos nativos mexicanos com a civilização e a dominação que ela pretendia impor Ao nascer o México encontrouse em um mundo civilizado Dessa situação desvantajosa nasce o sentimento de inferioridade que se agravou com a conquista a mestiçagem e até pela magnitude desproporcionada da Natureza461 Para Ramos os indígenas vivos seriam resquícios de seus antepassados que se apequenaram diante da chegada de uma civilização católica e europeia que lhes impôs uma dominação bélica e uma subjugação política Inferiorizados internalizaram o sentimento de pequenez diante do México mestizo que se descortinava Essa mescla de inferiorização do indígena vivo e supremacia da mestiçagem marcaria em sua visão o México como nação Raciocínios díspares como os desses dois autores eram calcados na mesma visão histórica da Conquista como um evento divisor de águas e criador da nacionalidade mexicana ao menos de seu estágio embrionário 12 85 A Conquista como trauma ou como continuidade Em 1959 um livro lançado no México tornouse um enorme sucesso de vendas em vários países e ponto de virada na abordagem historiográfica sobre o tema Visión de los Vencidos Resgatando fontes astecas pósConquista o antropólogo e historiador Miguel LeónPortilla apresentava uma História vista de baixo na qual a Conquista do México passava a ser narrada sem a necessidade de documentos espanhóis A partir de trechos de códices poemas relatos de mestizos depoimentos de anciãos entre outros documentos a história dos vencidos punha em relevo a violência da Conquista e o desmonte do mundo indígena consolidando a voz de quem anteriormente pouco falava na historiografia462 LeónPortilla foi profundamente influenciado pelo humanismo católico e indigenista de seu professor Ángel María Garibay frade filólogo e linguista pioneiro no estudo das culturas mesoamericanas em especial do náuatle Garibay fundou a revista Estudios de Cultura Nahuatl e o Seminario de Cultura Nahuatl em que ensinava fundamentos da literatura e linguística indígena Antes disso havia traduções competentes do náuatle apenas na Alemanha como as de Konrad Preuss o que levava muitas publicações mexicanas desta documentação a serem na realidade traduções do alemão para o espanhol Junto da geração de Ramos e Gamio Garibay foi responsável por pensar tais textos como literatura elevando o status da produção indígena no ambiente universitário transformandoa em patrimônio literário mexicano463 Algumas das principais fontes utilizadas por Garibay e LeónPortilla foram os escritos indígenas coletados por religiosos do século XVI Em especial os relatos dos informantes do franciscano Bernardino de Sahagún O projeto educacional dos irmãos menores no México pósconquista era ousado Tinha como centro o Colégio de Santa Cruz de Tlatelolco fundado em 1536 com o ambicioso intuito de formar os filhos da nobreza indígena em latim filosofia e teologia instrumentos considerados necessários para a criação de um clero autóctone Tlatelolco gerou excelentes latinistas e serviu como centro de estudos das culturas indígenas tendo Sahagún como um de seus principais nomes Em meados do século XVI ganhou força a crença de que era necessário examinar com maior minúcia os detalhes da fé pagã recolhendoos por meio de anciãos informantes e uma rede de escribas e tradutores indígenas Com esse ímpeto Sahagún reuniu 12 volumes de depoimentos conhecidos como Códice Florentino Nele buscava conhecer os pormenores da cultura do outro para melhor extirpála Contudo o franciscano registrou várias vezes em seus escritos sua admiração pelo mundo indígena que transcrevia e recriava comparando o universo náuatle ao grecoromano Logo algumas das premissas de Garibay e LeónPortilla já constavam do suporte que consultavam para acessar as fontes que lhes interessavam promover e estudar Os documentos como ordenados e comentados em Visão dos Vencidos 13 refletem um cenário pessimista frente ao impacto devastador da Conquista vista como uma crise sem precedentes denunciada na voz de sacerdotes e anciãos nativos saudosos de um mundo que colapsara Em 1978 LeónPortilla ao organizar um volume sobre Literatura náuatle novamente a equiparou às grandes epopeias clássicas como a Ilíada especialmente por seu conteúdo trágico Para ele a Visão dos Vencidos era a última e mais dramática expressão da antiga cultura no momento em que perdia sua vida o fim da evolução autônoma de sua própria cultura e o princípio do trauma e sujeição a outros464 A associação entre tragédia e trauma presente desde a obra de 1959 é uma revalidação em bases freudianas da narrativa piedosa e cristã produzida no século XVI pelo dominicano espanhol Bartolomé de Las Casas em obras como a Brevísima relación de la destrucción de las Indias 1552465 LeónPortilla amplia esse sentido trágico da Conquista equiparao ao passado clássico como já ocorria em algumas de suas fontes e por fim agrega a lógica do trauma uma busca de inteligibilidade esforçandose para evitar um estado de desamparo em que indivíduos utilizariam uma percepçãosigno ligada por simultaneidade à experiência de pavor a um evento traumático catastrófico466 O potencial dessa explicação é enorme Se a Conquista foi uma tragédia traumática que aniquilou um mundo clássico a Nova Espanha amanhecia órfã de mãe indígena e ressentida com o pai espanhol Essa força explicativa no fundo é a premissa que embasou grandes nomes da historiografia produzida nas últimas décadas como Serge Gruzinski em O Pensamento mestiço 2001 para quem foi a ausência de referências passadas fruto do desmonte violento do mundo indígena que põe para funcionar a intrincada engrenagem da mestiçagem Na mesma época a história da América Latina estava se tornando um campo de investigação autônomo nos Estados Unidos Com maciço apoio financeiro advindo da Lei de Educação de Defesa Nacional 1958 e da Fundação Ford e sob o impacto da Revolução Cubana e do desenvolvimento dos Corpos da Paz467 universidades norteamericanas receberam milhões de dólares em fundos para treinar especialistas nessa área Como resultado foram fundadas bibliotecas latinoamericanas a partir da compra de imensos fundos documentais dos séculos XVI e XVII além de serem criados centros de pesquisa e ser ampliado expressivamente o número de bolsas de estudos para trabalhos dedicados à região Nesse contexto autores que já vinham pesquisando a América em tempos de Conquista desde o pós2ª Guerra Mundial passam a ganhar destaque Como exemplo podemos citar o biólogo Sherburne F Cook e o historiador Woodrow Borah que juntos com outros pesquisadores da Universidade da Califórnia formaram um grupo multidisciplinar conhecido como a Escola de Berkeley Mais do que uma interpretação sobre a Conquista o principal interesse desses autores era colocar em números relativamente precisos o tamanho do colapso 14 populacional ocorrido no continente bem como identificar suas principais causas468 A partir de documentos relacionados à cobrança de tributos por parte da Coroa espanhola entre outras fontes que vão sendo agregadas ao longo de mais de duas décadas de pesquisa conjunta Cook e Borah identificam a Conquista e seus desdobramentos como o evento responsável pela morte de aproximadamente 90 da população nativa americana que poderia ter alcançado a cifra de 100 milhões de habitantes antes do contato com os europeus Nessa concepção a Conquista deixa de ser um evento de curta duração e passa a se confundir com o processo de colonização pois boa parte das mortes de nativos adveio de causas outras que não o conflito armado Ao mesmo tempo a associação da Conquista à noção de trauma e ruptura ganha força ao observamos o cenário positivo traçado pelos autores sobre o período précolombiano marcado pelo acelerado crescimento populacional e pela ausência de epidemias e a defesa de que se tratou de um evento responsável por selar o destino do México até o presente a Conquista teria impedido o país de se tornar uma nação indígena469 Outro pesquisador norteamericano cujas pesquisas causaram grande impacto a partir da década de 1960 foi Charles Gibson Em seu Aztecs under Spanish rule 1964 o pesquisador formado em Yale recorre a uma ampla documentação indígena pósConquista para argumentar que a despeito das mudanças ocorridas com a chegada dos espanhóis existem inequívocas continuidades no cotidiano asteca Em oposição a interpretações como a de indígenas vencidos Gibson rompe com a perspectiva de catástrofe ou trauma A Conquista uma empresa cristã porque destruía uma civilização pagã ainda é interpretada por ele como o marco de uma clivagem houve uma fragmentação das estruturas políticas dos grupos indígenas a introdução do catolicismo gerou profundas alterações costumes e hábitos foram abolidos ou alterados entre outros aspectos Contudo lógicas de senhorio status o papel de líderes nativos locais se reinventam ou se mantêm centrais durante muito mais tempo do que a ideia de derrota pode supor Gibson vai além ressaltando que o impacto da Conquista levou não apenas à manutenção de determinados aspectos mas também à retomada de algumas características anteriores aos próprios astecas A atuação espanhola teria até certo ponto reestabelecido organizações políticas indígenas associadas às comunidades locais fazendo com que o Estado espanhol pudesse ser entendido como um meio de libertação responsável por devolver aos líderes locais sua independência470 Nas décadas seguintes outros autores norteamericanos deram continuidade ao interesse pelas questões relacionadas à Conquista e seus efeitos Em especial destacamos James Lockhart professor da Universidade da Califórnia e principal nome em torno da Nova Filologia Movimento definido por alguns de seus próprios membros como uma escola471 ela surge nos anos 1970 como um ramo da etnohistória que buscava interpretar textos escritos em línguas nativas em busca do ponto de vista indígena Mais do que um esforço de tradução Lockhart e outros depois dele produzem um amplo levantamento e análise de fontes 15 muitas até então inexploradas associado a um método que privilegia a empiria e a dedução em detrimento de pressupostos teóricos e posicionamentos políticos472 Em relação à Conquista Lockhart compartilha a mesma lógica de Gibson descrito como o responsável por uma virada em direção ao lado indígena das interações entre nativos e europeus473 Ambos identificam grandes continuidades para além das rupturas e destruições que teriam sido causadas pela Conquista Não por acaso em seu A América Latina na época colonial 1983 manual voltado para estudantes universitários escrito junto com Stuart B Schwartz Lockhart dedica poucas linhas às ações de Cortés e seus homens e à queda do principal centro urbano asteca privilegiando aspectos como os modos indígenas e defendendo que sob os espanhóis a Mesoamérica reproduziu em grande parte a organização da área na época pré conquista474 A grande diferença entre a perspectiva de Garibay e LeónPortilla para a de Gibson e Lockhart guardadas as especificidades das pesquisas de cada autor ocorre em relação às fontes Em geral os dois autores mexicanos traduziram compilaram e analisaram histórias extraordinárias canções presságios religiosos entre outros textos ligados à tradição sagrada e nobre dos indígenas mas de alguma forma filtrados pelo crivo de religiosos espanhóis no século XVI Já Gibson se concentrou na documentação que muitas comunidades locais produziram no período a partir dos registros pormenorizados de notários indígenas No entanto tal documentação ainda era produzida majoritariamente em espanhol ou em formato aceito ou exigido pela burocracia espanhola ou seja destinados a serem documentos para autoridades civis religiosas e militares hispânicas Lockhart foi além e examinou textos escritos em língua náuatle também para propósitos de governo municipal e vida comunitária como anais títulos primordiales contratos de compra e venda atas de cabildos incluindo cabildos indígenas litígios e sobretudo milhares de testamentos e inventários Dentro dessa nova perspectiva a Conquista não se revela como trauma anunciador de uma tragédia cataclísmica mas um reinvento forçoso uma violenta etnogênese Associada a essa perspectiva ganha cada vez mais força a ênfase na multiplicidade dos grupos indígenas bem como as diferentes trajetórias percorridas por eles antes durante e principalmente após a Conquista o que fica evidente já nos títulos das principais obras de Gibson e Lockhart Com tal afirmação não pretendemos indicar que autores como Prescott nacionalistas mexicanos do século XIX ou mesmo LeónPortilla ignoram as diferenças entre os grupos indígenas Contudo muitas vezes essa multiplicidade fica relegada ao segundo plano em detrimento de outras abordagens o bárbaro o mestiço o índio mexicano o vencido o que é reforçado pela própria noção da Conquista como uma ruptura definitiva Tomemos o caso de LeónPortilla como exemplo Mesmo tendo dedicado parte expressiva de sua vasta produção acadêmica a análises de documentos ou grupos indígenas específicos o historiador mexicano defende em sua obra mais célebre que a concepção de índios vencidos abarca não apenas os derrotados nos enfrentamentos militares contra as forças lideradas por 16 Cortés mas também os grupos nativos que participaram do cerco a MéxicoTenochtitlan Ao abordar os relatos produzidos por índios que firmaram alianças com os espanhóis o autor defende que eles também integram a Visão dos Vencidos Apesar de tlaxcaltecas e texcocanos terem lutado ao lado de Cortés as consequências da Conquista foram tão funestas para eles como para o resto dos povos nahuas Todos ficaram submissos e perderam para sempre a sua cultura antiga Não por acaso LeónPortilla encerra o apêndice de sua obra afirmando que buscou com ela oferecer ao leitor contemporâneo um dos mais valiosos testemunhos deixados por um povo que teve consciência da história e do valor de suas próprias criações culturais475 No outro lado do Atlântico as questões em torno da Conquista também despertavam interesse crescente Entre outros podemos citar os estudos de Nathan Wachtel Ainda que centrada na região andina consideramos importante fazer referência à obra de Wachtel Sua análise sobre o Peru é constantemente relacionada com eventos e escritos produzidos no e sobre o México do período da Conquista Além disso Wachtel estabelece um diálogo estreito com as análises interpretações e conceitos trabalhados por autores como Charles Gibson e principalmente Miguel LeónPortilla e a Visão dos Vencidos Em seu Vision dês vaincus 1971 Wachtel afirma que se aproximou desse tipo de abordagem na tentativa não apenas de combater mas de inverter o eurocentrismo Apesar de utilizar muitas fontes espanholas o professor do Collège de France dedica grande espaço ao que identifica como documentação indígena na busca por fazer com que seus textos falem revelando suas atitudes frente à Conquista Ainda que adote a perspectiva de índios vencidos no próprio título de sua obra e ressalte as noções de trauma e ruptura Wachtel a exemplo de Gibson dá grande destaque ao período posterior às vitórias militares lideradas por Pizarro e Cortés Por um lado a Conquista é descrita como um traumatismo coletivo que continuava marcando profundamente as estruturas mentais dos indígenas ainda no século XX uma despossessão do mundo do qual sobrevivem apenas as recordações da civilização perdida Por outro Wachtel enfatiza que vários aspectos do cotidiano indígena anterior à chegada dos europeus ainda que desestruturados e sem o cimento que os unia permanecem como a importância das comunidades e líderes locais e os laços de reciprocidade que caracterizavam a região andina há séculos A ruptura existe e é profunda contudo não é completa nem definitiva devido à sobrevivência de importantes vestígios da antiga organização social e a uma inquebrantável fidelidade à tradição Essa premissa explica a atenção dada pelo autor a rebeliões e revoltas nativas ocorridas em várias partes do continente a partir de meados do século XVI como o movimento milenarista andino do Taki Ongoy a Guerra de Mixton e os conflitos contra os chichimecas na Nova Espanha bem como sua conclusão em que identifica os índios vencidos como responsáveis em longo prazo por uma emocionante vitória476 17 86 A Conquista através dos signos o paradigma Todorov Ao abordar sua escolha pela perspectiva da Visão dos Vencidos Wachtel aponta como fatores importantes a influência de Ruggiero Romano477 e a experiência da Guerra das perseguições e das vítimas478 Para um judeu nascido pouco antes da 2ª Guerra Mundial o choque entre indígenas e europeus teria gerado reflexões muito mais amplas e profundas Processo semelhante ocorre com Tzvetan Todorov linguista búlgaro que fugiu do regime comunista de sua terra natal para desenvolver sua carreira na França Explicitando e aprofundando o que Wachtel havia apenas indicado como possível influência Todorov publica La Conquête de lAmérique La question de lautre 1982 definindoa como uma história exemplar a respeito da questão da alteridade Nesse livro o autor recorre a fontes já largamente analisadas como os diários de Colombo as cartas de Cortés e os escritos de religiosos como Bartolomé de Las Casas e Diego Durán na tentativa de refletir sobre a descoberta que o eu faz do outro Com esse intuito Todorov argumenta que para além da superioridade tecnológica ou o impacto das doenças até então desconhecidas no Novo Mundo o controle dos signos teria sido a principal chave para a vitória A conquista da informação leva à conquista do reino479 Dentro dessa perspectiva Cortés é retratado como um exemplo de homem moderno ciente dos aspectos políticos e históricos de seus atos que ecoando Maquiavel recorre a estratégias que buscam a compreensão do outro Entre elas Todorov destaca a importância ocupada pelos intérpretes como Gerónimo de Aguilar e Malinche e a preocupação do capitão com a interpretação que os indígenas faziam de seus gestos Em oposição ao arguto Cortés estariam os indígenas liderados pelo hesitante Montezuma e incapazes de interpretarem os signos com a precisão e velocidade necessárias para reagirem às ações espanholas Ainda que tenha enfatizado muitas vezes que não buscou escrever uma história da Conquista mas que partiu desse evento para elaborar uma reflexão sobre o presente o livro de Todorov gerou além do grande sucesso comercial um forte impacto entre os pesquisadores do tema Ainda hoje uma breve pesquisa em livros didáticos e nos programas das disciplinas de História da América colonial nas universidades brasileiras deixa clara sua influência Seu sucesso foi acompanhado por uma extensa sequência de críticos como Keith Windschuttle480 que o associa a uma série de pesquisadores da segunda metade do século XX cujo relativismo cultural estaria matando a História Para esse pesquisador australiano as explicações culturais sobre a Conquista minimizam aspectos mais importantes do que o controle dos signos como as questões políticas militares e tecnológicas além do impacto das doenças No Brasil Héctor Hernan Bruit busca inverter a leitura de Todorov defendendo que os conquistadores foram claramente enganados A derrota militar seria apenas a história 18 visível da Conquista Silêncio desobediência mentiras preguiça e embriaguez comporiam a parte invisível para os espanhóis incapazes em sua maioria de compreender o outro481 Já Inga Clendinnen identifica na análise de Todorov contornos da fábula prescottiana pois manteria a imagem de europeus intelectualmente mais avançados diante dos atrasados nativos o que não se confirmaria através da documentação que revela desentendimentos e incompreensões de ambos os lados Para além das críticas a Todorov a autora argumenta que a identificação dos indígenas como bárbaros por parte dos espanhóis teria ocorrido apenas nos últimos meses de conflito especialmente durante o cerco à cidade de México Tenochtitlan Contudo essa mudança de comportamento teria sido ignorada pela historiografia que homogeneíza a Conquista identificando a radicalidade em relação ao outro como uma característica presente já nos primeiros contatos de Cortés com os grupos nativos482 19 87 Perspectivas recentes sobre a Conquista e os conquistadores Em 1992 Steve J Stern483 buscou traçar o que considerava como as três principais abordagens sobre a Conquista utilizadas nas décadas de 1970 e 1980 bem como os possíveis perigos associados a cada uma delas A interpretação que enfatiza o encontro cultural se levada longe demais foge às dimensões cruciais da fluidez e do poder as maneiras como a conquista induziu a fluidas lutas pela autodefinição e redefinição cultural em todas as facções A perspectiva da Conquista como trauma e destruição se levada ao exagero escapa à história dos ardis dos índios de suas iniciativas manipulações resistências que foram além do gesto inútil predestinado ao fracasso Por fim Stern cita a abordagem que privilegiava as respostas indígenas nas relações de poder estabelecidas com os espanhóis cujo risco seria mais sutil o perigo de esquecer que nem todas as atividades indígenas tiveram como propósito reagir ao poder colonial e que algumas reações foram bastante indiretas Como procuramos explicitar nas páginas anteriores essas abordagens não são excludentes Várias vezes encontramse presentes simultaneamente nas obras de um mesmo autor Além disso estabelecem diálogos com interpretações muito mais antigas o que reforça nossa perspectiva de que já no século XIX surgiram paradigmas explicativos sobre a Conquista que permanecem férteis ainda hoje Buscamos a seguir identificar ecos diálogos e críticas a esses paradigmas em parte da historiografia recente sobre o tema Assim como nos itens anteriores os limites de um artigo impedem uma abordagem exaustiva de teses e pesquisadores Dessa forma apresentamos dois exemplos de interpretações que ganharam espaço nos últimos anos a Nova História da Conquista e as abordagens em torno do conceito de etnogênese Mudanças ocorridas nas últimas décadas como a ascensão de movimentos por direitos civis de negros indígenas mulheres e outros grupos marginalizados despertam um interesse até então inédito sobre outros personagens envolvidos na Conquista tornandoa muito mais complexa e plural Não por acaso ganham impulso pesquisas que ressaltam por exemplo a presença de africanos entre os homens de Cortés os importantes papéis exercidos por mulheres indígenas e a multiplicidade de atitudes adotadas pelos diferentes grupos nativos diante dos europeus preenchendo todo o intervalo que vai do confronto aberto até a aliança É evidente que a produção historiográfica sobre a Conquista e seus efeitos é muito mais ampla com reflexões que em alguns casos buscam estabelecer análises comparativas com outras partes do mundo484 ou diluem esses eventos em processos de longuíssima duração Como exemplo do segundo caso podemos citar Guns Germs and Steel 1997 premiado bestseller de Jared M Diamond Em análise calcada nos estudos de Prescott Diamond sugere que a derrota indígena seria parte de um processo que se repetiu em vários locais do 20 mundo No entanto as explicações recorrentes se limitariam a abordar apenas suas causas imediatas superioridade militar doenças e tecnologia Para ele muito mais importantes e decisivas seriam as causas fundamentais Características como o tamanho e formato dos continentes cujo eixo nortesul no caso americano dificultaria os contatos entre regiões e culturas relativamente próximas a distribuição irregular de plantas e animais domesticáveis a precocidade no aprimoramento da agricultura a criação de governos centralizados e formas de escrita elaboradas teriam permitido um ritmo mais acelerado de desenvolvimento na Eurásia em relação ao Novo Mundo durante milênios485 Dessa forma o autor interpreta os embates ocorridos no Novo Mundo como parte de um processo que se arrasta por milhares de anos com a Conquista sendo apenas o ponto culminante de duas trajetórias históricas longas e distintas486 Ao adotar essa abordagem que dá grande peso às diferenças geográficas como estopim de trajetórias divergentes Diamond reforça a imagem de uma derrota inexorável premissa presente em Prescott sua principal fonte não apenas dos nativos americanos mas de vários outros povos em diferentes partes do mundo cujas trajetórias de desenvolvimento diferiam do processo identificado por ele na Eurásia Os esforços filológicos realizados por Lockhart nos Estados Unidos foram continuados por muitos pesquisadores Para além da cada vez mais árdua busca por documentos ainda inéditos ou pouco conhecidos historiadores como Matthew Restall empreenderam um retorno a fontes já há muito exploradas em busca de novos personagens e perspectivas Ganha corpo com isso uma série de questionamentos em relação à Conquista que passa a enfatizar cada vez mais a pluralidade e a agência de negros e indígenas Surge uma visão mais atenta às especificidades locais e temporais em oposição a interpretações que ressaltam o fim do mundo précolombiano como um todo os nativos como homogeneamente vencidos ou uma suposta superioridade por parte dos espanhóis Muitas dessas questões foram sistematizadas por Restall em seu Seven Myths of the Spanish Conquest 2003 Retomando e aprofundando argumentos já trabalhados por autores como Inga Clendinnen o autor questiona a grande influência das probanzas de mérito487 na historiografia sobre o tema Para ele a falta de questionamentos quanto a essa documentação estaria estreitamente relacionada à força de interpretações que destacam a ação heroica de um punhado de espanhóis diante de milhares de indígenas ou a falha de comunicação por parte dos nativos488 Ao invés de um processo inexorável rumo à vitória espanhola determinada por sua superioridade tecnológica militar e cultural Restall propõe uma Conquista mais complexa longa não se encerrando abruptamente com a queda do líder asteca e plural empreendida por índios conquistadores soldados negros espanhóis de diferentes localidades classes sociais e interesses Em sua obra mais recente Restall 2019 busca aniquilar o que identifica como uma 21 persistente e secular narrativa tradicional dramaticamente fictícia sobre a Conquista do México Baseado em documentação já conhecida mas de variado espectro de produção e circulação desde as cartas de relação cortesinas até textos indígenas o autor constrói um Cortés medíocre ordinário em suas ações regidas para atender os interesses de seus muitos capitães investidores as facções internas de suas hostes e se equilibrar na balança política que o antagonizava com os interesses do governador de Cuba Diego Velázquez Um exemplo é icônico o Massacre de Cholula Segundo Restall esse morticínio ocorreu graças à manipulação de Cortés pelos tlaxcaltecas afinal Cholula rompera dois anos antes a aliança com Tlaxcala para se aproximar dos astecas Montezuma por oposição aparece como alguém que calculadamente conduziu os invasores por uma longa trilha para observálos e ao mesmo tempo minar seus inimigos totonacas tlaxcaltecas etc A longa estadia em México Tenochtitlan não seria uma demonstração da força de Cortés convertendo Montezuma em vassalo do rei espanhol mas sim do poder do tlatoani em dispor dos espanhóis como mais um item em seus incontáveis zoológicos jardins farmacopeias e outras coleções Os astecas escolheram quando e como os espanhóis entraram ficaram e saíram da cidade na Noite Triste A conquista seria uma reconfiguração de poderes nahuas uma guerra entre famílias nobres que se valeu dos espanhóis489 Restall localiza sua pesquisa dentro de um movimento mais amplo de ruptura com a historiografia anterior sobre a Conquista ocorrido a partir da década de 1990 a Nova História da Conquista490 Segundo o autor ela se articula em torno de cinco abordagens principais que orientam novos rumos aos estudos sobre o tema releitura de fontes clássicas busca por documentos inéditos ênfase em outros protagonistas problematização de conceitos genéricos como índio e a quebra de fronteiras geográficas e disciplinares491 Como exemplo de obra que dialoga com essas abordagens podemos citar a coletânea Indian Conquistadors 2007 na qual como o próprio título enfatiza a Conquista é analisada a partir da agência dos grupos nativos Segundo Susan Schroeder a perspectiva dos índios conquistadores se configuraria como uma nova proposta diante das três principais tendências historiográficas sobre a Conquista a clássica imagem dos espanhóis heroicos contra milhares de indígenas a interpretação associada a aspectos religiosos e a abordagem que identifica os conquistadores como perdedores por não terem alcançado as posses e títulos que almejavam ou a Conquista como não evento por não ser mencionada em alguns documentos indígenas492 Não se trata do mesmo protagonismo dado outrora por determinada historiografia nacionalista mexicana ou pela lógica dos vencidos ou da importância dos aliados indígenas ao capitão Cortés Na verdade é uma virada completa de foco no qual a Conquista passa a ser vista como um evento majoritariamente indígena Para além da frequente referência feita à aliança dos tlaxcaltecas com os espanhóis seus artigos ressaltam a importância de outros grupos como os quauhquecholtecas e os kaqchikels e comportamentos e os espanhóis teriam emulado os padrões de guerra praticados no período précolombiano 22 O caso de Don Gonzalo Matzatzin Moctezuma é revelador Matthew Restall e Michel R Oudijk esboçam a trajetória desse líder indígena que teria voluntariamente se aliado aos espanhóis tendo sido posteriormente nomeado capitão pela Coroa por ter conquistado uma série de agrupamentos urbanos indígenas nas terras ao sul Exemplos como esse fartamente apresentados no livro ressaltam a fragilidade de abordagens como as de índios vencidos ingênuos ou bárbaros esboçando um cenário muito mais rico marcado pelas especificidades locais sociais e temporais que colocam em xeque a própria ideia de Conquista Dessa forma o que tradicionalmente foi interpretado como Conquista espanhola passa a ser visto segundo os autores a partir de outras perspectivas como um rearranjo ocorrido no México central para preencher o vácuo de poder que se seguiu à queda de Tenochtitlan493 Outra interpretação que vem ganhando amplo destaque nas últimas décadas é a que trabalha com o conceito de etnogênese definido por Guillaume Boccara como o processo de reconfiguração social política econômica e cultural que implica a redefinição do sentimento identitário e desemboca na emergência de uma nova formação social ou de uma nova entidade e identidade étnica494 Segundo Miguel Alberto Bartolomé a etnogênese busca historicizar estruturas e formas culturais muitas vezes concebidas como relativamente estáticas495 Dentro dessa perspectiva não só a imagem do índio como algo homogêneo deixa de ser viável como também a interpretação da Conquista como destruição total de um mundo Em seu lugar ganham força leituras que a identificam dentro de um panorama muito mais amplo não negando seu caráter violento e destruidor mas ressaltando a constante emergência de novas etnias tanto antes quanto depois da chegada dos espanhóis Federico Navarrete Linares 2015 é um exemplo de historiador que destaca a importância desse conceito para a compreensão dos eventos ocorridos durante a Conquista e seus reflexos Para ele ainda que não seja capaz de abarcar toda a complexidade existente no Novo Mundo no período a etnogênese seria muito produtiva por questionar as concepções genéricas de índios e espanhóis e negar a concepção das trocas culturais como um jogo de soma zero em que a adoção de um elemento cultural de origem distinta significaria necessariamente a perda de aspectos identitários indígenas Dessa forma a Conquista perde seu caráter de evento inédito e definidor e passa a fazer parte de um cenário de violência alianças trocas culturais imposições extermínios muito mais antigo e que não se encerra com as mortes de Montezuma ou Cuauhtémoc Essa abordagem fica visível por exemplo quando o autor associa o comportamento das forças lideradas por Cortés a um velho padrão mesoamericano de estrangeiros agressivos que destroem povos autóctones papel que já teria sido ocupado pelos astecas anteriormente496 Em estudos recentes Navarrete Linares 2016 acrescenta uma nova camada de questionamentos à Conquista ao seu impacto e às formas como foi interpretada A partir de exemplos como o de Santiago Mutumajoy sacerdote andino do século XX que afirma não se identificar com as ruínas de Machu Pichu por considerálas obras espanholas o autor argumenta que a História como a concebemos não se 23 mostra capaz de abarcar toda a humanidade Em seu lugar propõe o conceito de cosmo história que seria marcado pela concepção das historicidades humanas como um conjunto de realidades plurais e irredutivelmente diversas que se somam combinam dialogam e entram em conflito mas não formariam um único conjunto De acordo com o historiador a perspectiva radicalmente diferente adotada por Mutumajoy não distingue bons governantes indígenas e maus conquistadores espanhóis o que estimularia o questionamento sobre a insistência em separar os períodos do passado americano entre préhispânico e colonial Ao final dessa reflexão a respeito das múltiplas interpretações produzidas sobre a Conquista consideramos importante destacar alguns aspectos Em primeiro lugar vale ressaltar a longa duração dos paradigmas prescottiniano e nacionalista mexicano Isso se deve muitas vezes a uma leitura desatenta e à homogeneização das fontes espanholas ao desconhecimento ou menosprezo de fontes e lógicas indígenas à influência da Leyenda Negra497 e à associação da crueldade e cobiça da Conquista à natural violência ibérica eou católica Também acreditamos ter ficado claro que as inovadoras propostas de abordagens recentes como as da Nova História da Conquista já se enunciavam em autores como Lockhart e Clendinnen embora ainda não tivessem se efetivado como proposta O protagonismo exacerbado dos espanhóis e o papel secundário dedicado aos indígenas vêm sendo criticados há tempos mas somente há pouco conseguimos perceber novas formas de narrar a Conquista ainda que lendo basicamente os mesmos documentos Por outro lado as críticas feitas por historiadores associados à Nova História da Conquista ou à perspectiva de etnogênese a paradigmas anteriores não implica o desaparecimento daquelas perspectivas Noções como a de um enfrentamento entre civilização e barbárie do conflito como berço da identidade nacional mexicana ou de fim de um mundo précolombiano idílico continuam recorrentes Também é importante observar que os questionamentos recentes à própria ideia de Conquista não buscam de forma alguma negar ou minimizar a tragédia humana ocorrida no continente Por fim não há como não perceber mesmo em algumas das novas abordagens a persistência da dualidade entre nós e os outros a despeito da inversão de papéis com espanhóis manipuláveis e emuladores de comportamentos nativos onde antes víamos índios enganados pelos europeus Longe de buscar encerrar esse secular debate as novas pesquisas abrem caminhos que indicam um longo percurso à frente 24 88 Considerações finais Antes de encerrarmos gostaríamos de fazer uma ressalva Após dezenas de páginas dedicadas às reflexões de historiadores antropólogos filósofos ou até mesmo biólogos sobre o tema gostaríamos de ressaltar que as reflexões sobre a Conquista não estão descoladas de seus desdobramentos e das questões contemporâneas a cada autor que se dedica ao tema É impossível dissociarmos o sucesso da obra de Prescott dos conflitos travados no século XIX entre os Estados Unidos e o México Nesse sentido é simbólica a afirmação de que alguns soldados norteamericanos partiam para a guerra levando seu livro como base para a compreensão do inimigo que estavam prestes a enfrentar Da mesma maneira esperamos ter deixado claro ao longo do texto como os impactos e desdobramentos da 2ª Guerra Mundial e do Holocausto foram importantes no desenvolvimento de interpretações críticas ao eurocentrismo o que é indicado por autores como Nathan Wachtel e Tzvetan Todorov Podemos ainda citar outros exemplos como a ascensão dos movimentos por direitos civis e o aumento de interesse pela América Latina e seu passado por parte dos Estados Unidos durante a Guerra Fria associada especialmente à Revolução Cubana Interesse que resultou não apenas na aquisição de fontes e no fornecimento de bolsas de estudos por parte das universidades norteamericanas mas também em novas abordagens questionamentos e diálogos com outras áreas de conhecimento Longe de um debate restrito ao ambiente acadêmico a Conquista continua como um tema incômodo e presente Não por acaso o atual presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador faz reiteradas referências a ela em seus discursos Mais do que isso em 2019 como marco inicial das festividades em torno do quinto centenário da queda de México Tenochtitlan o governante mexicano enviou cartas ao papa e ao rei espanhol instandoos a pedirem perdão pela Conquista Sua ação se desdobrou em uma série de textos posts e discursos em ambos os lados do Atlântico sendo prontamente rechaçado pelo governo espanhol498 Interpretar a Conquista não se limita a pensar a respeito de acontecimentos ocorridos no começo do século XVI mas refletir sobre o presente seja ele qual for e sobre os cinco séculos que nos separam desses eventos Não é possível isolar as abordagens historiográficas que ressaltam cada vez mais o protagonismo dos indígenas bem como a multiplicidade de culturas e grupos sociais com interesses específicos das disputas travadas nas últimas décadas pelos movimentos indígenas por direitos reconhecimento da posse de suas terras entre outras reivindicações que infelizmente ainda estão longe de serem completamente atendidas Em resumo toda reflexão sobre o que teria ocorrido com mexicas nativos mesoamericanos ou mais amplamente índios ao entrarem em contato com os europeus estabelece um diálogo permanente com o índio do presente seja o bárbaro associado por alguns leitores da obra 25 de Prescott no século XIX ao México ou o astucioso líder indígena que engana os invasores presente em interpretações recentes Através não apenas de teses mas também de filmes discursos políticos ou embates pouco corteses nas redes sociais as reflexões sobre a Conquista estão longe de chegar ao final pois ela mesmo cinco séculos depois continua atual 439 Uma primeira versão deste trabalho foi publicada pela Revista História da Historiografia vol 12 n 30 p 71103 2019 com o título Narrando a Conquista como a historiografia leu e interpretou os acontecimentos ocorridos no México entre 1519 e 1521 Agradecemos aos editores da revista pela gentileza de ceder os direitos de publicação 440 Para concepção diferente de Conquista cf as análises de Robert Ricard sobre o processo de Conquista espiritual realizadas a partir da década de 1930 441 Para a importante diferenciação entre Conquista do México e de MéxicoTenochtitlan cf SANTOS 2014 p 218 232 442 GERBI 1996 p 1976 443 DOMINGUES SANTOS 2017 444 Malinche não atuou apenas como intérprete mas também teve um relacionamento e um filho com Cortés Existe uma vasta produção a respeito dessa indígena sendo possível fazer uma análise semelhante à realizada nesse artigo dedicada aos vários papéis atribuídos a ela ao longo do tempo que vão da aproximação com símbolos religiosos indígenas e cristãos até como exemplo de traidora dos indígenas ou expressão da mestiçagem e da identidade mexicana 445 Temos falado em mexicas nahuatls e astecas no texto Nahua é um termo que se refere aos falantes de dialetos nahuatls que se espalhavam por toda a Mesoamérica e parte da América Central Mexicas por sua vez eram os habitantes de MéxicoTenochtitlan e também MéxicoTlatelolco cidade que governava o que se convencionou chamar de Império Asteca Tal império na verdade era uma confederação de cidades que havia expandido seu domínio por terras que iam da costa do Oceano Pacífico ao Atlântico incluindo diversas etnias tributárias No entanto a região não era inteiramente controlada cidades como Tlaxcala nunca se subordinaram a esse império Asteca por fim é um termo que começou a ganhar espaço principalmente a partir do século XIX para enfatizar a origem dos mexicas uma vez que muitos relatos coloniais apontavam que esse grupo indígena teria peregrinado de uma região mítica ao norte denominada Aztlan até receberem um sinal divino para fundarem a cidade de MéxicoTenochtitlan Nesse sentido os astecas seriam o povo de Aztlan 446 A tradução de José María González de La Vega 1844 contou com comentários do intelectual conservador Lucas Alamán Já a tradução feita por Joaquín Navarro 18441846 contém ilustrações e comentários do político e historiador José Fernando Ramírez 447 KAGAN 1998 p 230 448 PRESCOTT 1843 p xi 449 KAGAN 1998 p 229253 450 Carta a George Sumner irmão do abolicionista Charles Sumner WOLCOTT 1970 p 597 451 Registros indicam que o historiador alegrouse muito quando foi informado pelo Secretário da Marinha de que os 26 tripulantes do USS Delaware haviam solicitado exemplares de seu livro para a biblioteca de bordo Ele atendeu ao pedido e doou para todas as outras embarcações da armada estadunidense JAKSIĆ 2007 p 378 452 Donald E Pease 2006 lembranos que os norteamericanos fizeram analogias diretas entre a narrativa de Prescott e a campanha que realizavam Upon reading Prescotts account of the Spanish conquest US soldiers propagated the belief that the Prescott epic fore told their second conquest of Mexico As they envisioned the empires of Montezuma II 1466 1520 and Hernan Cortes 14851547 giving way to their resistible force of the empire of liberty they were bringing to the Mexican people the troops associated this contemporary strugg lewi the vents from the past of civilization itself 453 FULTON 2008 p 547 454 ALTAMIRANO 1886 p 7 455 apud JAKSIĆ 2007 p 332 456 JAKSIĆ 2007 p 367 457 apud RUTSCH 2004 p 89122 458 Período que vai do final do século XIX até o início da Revolução Mexicana marcado pelos governos do general Porfírio Díaz 459 A difusão da imagem de Cuauhtémoc como símbolo da Conquista pode ser observada em vários outros meios como na famosa pintura El suplicio de Cuauhtémoc 1893 de Leandro Izaguirre reproduzida em vários livros didáticos do período 460 FERNANDES 2012 p 231 461 RAMOS 1999 p 51 462 LEÓNPORTILLA 1987 p 912 463 Ibid p 167180 464 Ibid p 365366 465 tudo o que ameaça a pretensa ordem e segurança diante da vida ou do mundo tornase trágico Desse modo por exemplo a vida dos índios e a dizimação vivida pelas populações indígenas são para Las Casas trágicas FREITAS NETO 2003 p 71 466 BOTELLA 2002 p 166 467 AVILA 2015 p 5068 468 Nicolás SánchezAlbornoz ressalta o impacto das pesquisas de Cook e Borah definindoos como fundadores da demografia histórica americana cujos dados e métodos permanecem sendo debatidos ainda hoje WAIZBORT PORTO 2018 p 391 469 COOK BORAH 1989 p 278279 470 GIBSON 1990 p 157188 471 RESTALL 2003 p 113134 27 472 Ibid p 126 473 LOCKHART 1992 p 35 474 LOCKHART SCHWARTZ 2002 p 118 475 LEÓNPORTILLA 1987 p 18 e p 175 476 WACHTEL 1976 p 324325 477 Em estudo publicado em 1972 Romano descreve a Conquista como evento no qual uma cultura impôs sua predominância sobre a outra sendo responsável por deixar de herança para o continente americano um regime senhorial com ecos feudais ROMANO 2007 p 63 478 DAHER 2014 p 259276 479 TODOROV 2003 p 148 480 WINDSCHUTTLE 1996 p 3970 481 BRUIT 1992 p 77101 482 CLENDINNEN 1991 p 66 483 STERN 2006 p 5960 484 GRUZINSKI 2015 485 Quando Cortés e seus aventureiros imundos desembarcaram na costa mexicana em 1519 eles poderiam ter sido mandados de volta ao mar por milhares de cavaleiros astecas montados em cavalos americanos nativos domesticados Em vez de os astecas morrerem de varíola os espanhóis poderiam ter sido expulsos por germes americanos transmitidos por astecas resistentes à doença As civilizações americanas baseadas na força animal poderiam ter enviado seus próprios conquistadores para saquear a Europa Mas essas hipóteses foram afastadas pela extinção dos mamíferos milhares de anos antes DIAMOND 2017 p 356 486 DIAMOND 2017 p 31 487 Documento geralmente enviado à Coroa nos quais os feitos de seu autor são enaltecidos em busca de mercês 488 RESTALL 2006 Para uma análise do autor sobre o sucesso de sua obra e as críticas recebidas cf FERNANDES KALIL REIS 2018 p 3954 489 RESTALL 2018 490 No Brasil podemos citar os escritos de Eduardo Natalino dos Santos para quem a maior contribuição deste movimento historiográfico seria a realização de novos questionamentos em obras já muito trabalhadas SANTOS 2014 p 218232 491 RESTALL 2012 p 151160 492 MATTHEW OUDIJK 2007 p 527 493 Ibid p 321 28 494 BOCCARA 2007 p 5672 495 BARTOLOMÉ 2006 p 3968 496 NAVARRETE LINARES 2001 p 371405 497 Abordagem presente em muitos relatos e imagens produzidas no século XVI especialmente em regiões protestantes que retrata a atuação espanholacatólica na América de forma extremamente negativa marcada pela violência e cobiça desmedidas 498 Para uma análise dos desdobramentos do pedido de perdão feito pelo governo mexicano cf KALIL SILVA 2019 29 Referências Fontes ARISTÓTELES Da arte poética Edição bilíngue Tradução e notas de Maria Aparecida de Oliveira Silva São Paulo Martin Claret 2015 ARISTÓTELES Ética a Nicômaco São Paulo Editora Abril 1979 BLOCH Marc 2011 A Estranha Derrota Rio de Janeiro Zahar original 1940 BLOCH Marc 2001 Apologia da História Rio de Janeiro Jorge Zahar original póstumo 1949 BLOCH Marc 1928 Pour une histoire comparée des sociétés européenes in Revue de Synthèse Historique Tome XLVI Paris La Renaissance du Livre p1550 BLOCH Marc e FEBVRE Lucien A nos lecteurs Annales dhistoire économique et sociale 1ᵉ année n 1 1929 p 12 BRAUDEL Fernand A dinâmica do 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Peixoto São Paulo Paumape 1991 PLUTARCO Vida de Galba Vidas paralelas Quinto volume Introdução e notas de Paulo Matos Peixoto Tradução direta do grego por Gilson César Peixoto São Paulo Paumape 1991 PLUTARCO Vida de Nícias Vidas paralelas Terceiro volume Introdução e notas de Paulo Matos Peixoto Tradução direta do grego por Gilson César Peixoto São Paulo Paumape 1991 PLUTARCO Vida de Péricles Vidas paralelas Primeiro volume Introdução e notas de Paulo Matos Peixoto Tradução direta do grego por Gilson César Peixoto São Paulo Paumape 1991 PLUTARCO Vida de Sertório Vidas paralelas Terceiro volume Introdução e notas de Paulo Matos Peixoto Tradução direta do grego por Gilson César Peixoto São Paulo Paumape 1991 PLUTARCO Vida de Tesmístocles Vidas paralelas Primeiro volume Introdução e notas de Paulo Matos Peixoto Tradução direta do grego por Gilson César Peixoto São Paulo Paumape 1991 PLUTARCO Vida de Teseu Vidas paralelas Primeiro volume Introdução e notas de Paulo Matos Peixoto Tradução 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