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129 129 129 129 LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA Sara Quenzer Matthiesen Sara Quenzer Matthiesen Sara Quenzer Matthiesen Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Suraya Cristina Darido Suraya Cristina Darido Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Luiz Alberto Lorenzetto Luiz Alberto Lorenzetto Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Laércio Schwantes Iório Laércio Schwantes Iório Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Irene Conçeição Andrade Rangel Irene Conçeição Andrade Rangel Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Henrique Rodrigues Luiz Henrique Rodrigues Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Luiz Sanches Neto Luiz Sanches Neto Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Eduardo Vinícius Mota e Silva Eduardo Vinícius Mota e Silva Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Luciana Venâncio Luciana Venâncio Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Eduardo Augusto Carreiro Eduardo Augusto Carreiro Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Alessandra Andréa Monteiro Alessandra Andréa Monteiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão Zenaide Galvão Zenaide Galvão Zenaide Galvão Universidade Estadual Paulista Brasil Resumo Resumo Resumo Resumo A reforma curricular do Ensino Médio alocou a Educação Física na área de Linguagens Códigos e suas tecnologias O objetivo desse estudo foi investigar a Educação Física enquanto linguagem A partir da pesquisa bibliográfica os resultados apontaram a necessidade da discussão das diferentes linguagens das interfaces entre linguagem e corpo do corpo como produtor e leitor de textos e dos desdobramentos pedagógicos da Educação Física enquanto uma linguagem Concluímos o estudo reforçando a idéia do corpo como um texto cujas marcas sensações e movimentos revelarão a cada um parte de si e do mundo Palavras Palavras Palavras Palavraschave chave chave chave Linguagem corpo Educação Física LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION AAAAbstract bstract bstract bstract The curriculum Reform perpetrated in the High School seted the Physical Education on the Language area Codes and its Technologies The aim of this study was to investigate the Physical Education as language After a bibliography research the results has pointed out a discussion about the different languages the interlaces analyses between language and body the body as a productor and reader of texts and the pedagogical development of Physical Education as language We concluded the study reinforcing the idea of the body as a text which marks sensations and movements shall reveal to each one a part of itself and the world Keywords Keywords Keywords Keywords Language body Physical Education INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Goooooooooolaço Grita o narrador Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte 2008 7 2 129139 130 130 130 130 Tumulto generalizado no campo e nas arquibancadas Passada a extensão do grito e a força do fato que faz uma torcida LEVANTARSE APLAUDIR E RUGIR faz a outra se sentar recolherse calarse e murchar Ao encontro da bola no fundo da rede caminha o goleiro ou o zagueirão carregando consigo toda uma falência corporal cabeça abaixada tronco curvado passos curtos e lentos braços abandonados e caídos ao lado do corpo como se o mundo tivesse desabado sobre ele a imagem da derrocada Ao encontro da galera do treinador e do centro da rainha das mídias às câmeras de televisão corre o artilheiro levantando a cabeça expandindo o peito arrancando a camisa dançando virando cambalhotas saltitando embalando o filho simbólico esmurrando o ar chamando os aplausos do público fintando até os companheiros para mandar logo por meio da mídia a sua mensagem Sobre o episódio do gol e de todos os acontecimentos no campo é importante ressaltar que muitas coisas foram ditas e compreendidas sem que as palavras se fizessem necessárias O que observamos foi a presença da linguagem do corpo associada na escola à Educação Física e à Educação Artística Mas como trabalhar com a linguagem corporal na escola Ou ainda uma pergunta anterior é possível ensinar aos alunos a linguagem corporal Quais as relações entre a Educação Física e a linguagem O que os alunos devem aprender Como ensinar A reforma curricular empreendida no Ensino Médio Brasileiro quando da aprovação da LDB1996 e das Diretrizes Curriculares Nacionais BRASIL1999 estabeleceu a divisão do conhecimento escolar em três grandes áreas Linguagens Códigos e suas tecnologias Ciências da Natureza matemática e suas tecnologias Ciências Humanas e suas tecnologias Esta classificação teve como base a reunião daqueles conhecimentos que compartilham objetos de estudo e se comunicam facilitando uma prática de interdisciplinaridade BRASIL1999 Nesta nova perspectiva a Educação Física no Ensino Médio foi alocada na área de Linguagens Códigos e suas tecnologias juntamente com as disciplinas de Língua Portuguesa Língua Estrangeira Moderna Informática e Arte No entanto observamos que a disciplina poderia também ter sido classificada na área de Ciências Humanas e suas tecnologias uma vez que tem uma forte ligação com os conhecimentos produzidos historicamente naquilo que se convencionou denominar de Cultura corporal ou Cultura corporal de movimento Além disso há um grupo bastante numeroso de profissionais da Educação Física que teria ficado bastante satisfeito se a disciplina de Educação Física tivesse sido agrupada à área de Ciências Naturais juntamente com a disciplina de Biologia na interface possível da área com saúde e qualidade de vida Mas não foi isto que ocorreu A questão que se coloca é a seguinte quais argumentos existiam para que a Educação Física tenha sido classificada na área de Linguagens Na verdade desconhecemos a existência de um amplo debate na comunidade por ocasião destas aprovações É preciso ressaltar que poucos trabalhos na área de Educação Física Escolar têm buscado investigar as relações entre a disciplina e as Linguagens ou quando o fazem como no livro Metodologia do Ensino de Educação Física COLETIVO DE AUTORES 1992 isso ocorre de modo não específico Além deste livro outros autores buscaram abordar a temática da linguagem à luz de diferentes matrizes teóricas como Santin 1985 Betti 1994 Kunz 1995 Mesquita 1997 Mattos e Neira 2001 e outros Contudo nem todos estes textos buscam compreender os aspectos pedagógicos da Educação Física na escola Santin 1985 por exemplo busca aprofundar as questões filosóficas da Educação Física enquanto linguagem Betti 1994 analisa a Educação Física na perspectiva da semiótica trazendo algumas informações que iluminam o campo Kunz 1995 aborda a linguagem na perspectiva da teoria crítica enquanto Mesquita 1997 procura ressaltar as implicações da Educação Física Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 131 131 131 131 enquanto linguagem na formação do profissional O texto dos PCNs área de Educação Física Ensino Médio escrito por Mattos e Neira publicado no ano de 1999 faz algumas menções a Educação Física enquanto linguagem propondo a interatividade o diálogo a construção de significados na pela e com a linguagem No entanto aponta que o verdadeiro papel da disciplina está relacionado à saúde não expondo claramente as relações da disciplina com saúde e linguagem Remonte 2005 analisou os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNsBrasil1999 para o Ensino Médio na área de Educação Física e embora admita as boas intenções nas propostas do documento afirma que seria apropriado que os professores de Educação Física tivessem formação na área de comunicação para relacionar a linguagem corporal adequadamente às aulas Assim o objetivo do presente estudo é investigar as possibilidades de compreensão da Educação Física enquanto uma linguagem O QUE É LINGUAGEM O QUE É LINGUAGEM O QUE É LINGUAGEM O QUE É LINGUAGEM Como se sabe a comunicação humana pode efetivarse por meio de palavras linguagem verbal ou por meio de outros signos linguagem nãoverbal Há substratos comuns entre todos esses signos com destaque para o fato de terem sido criados pelo homem com finalidades específicas Tratase pois de convenções variáveis de acordo com as necessidades e interesses do grupo social que podem ser agrupadas em conjuntos conhecidos como códigos Os gestos e os movimentos fazem parte dos recursos de comunicação que o ser humano utiliza para expressar suas emoções e sua personalidade comunicar atitudes interpessoalmente e transmitir informações No sentido amplo do termo toda a produção humana pode ser compreendida como cultura SANTOS 2005 a qual é rica em símbolos que podem ser expressos e registrados por meio da linguagem VAN DER MERWE 1996 Segundo Campelo 1997 p 15 esses símbolos vivem mais que os próprios seres humanos fazendose necessário que alguém os analise por isso os símbolos perdem seu sentido sem a presença humana Há vários tipos de linguagem dentre os quais a linguagem corporal que consiste em códigos e expressões usadas por determinados grupos em certas situações MANSER 1990 A linguagem ainda é entendida como um conjunto de códigos que podem ser transmitidos e compreendidos através da fala da escrita da leitura da arte e do corpo Pode ser definida também como um conjunto de símbolos verbais e não verbais que está presente em todo o universo educacional RAMOS 2000 sendo que os órgãos dos sentidos são utilizados para entender seus códigos Mas desde quando isso acontece Não é possível precisar quando os seres humanos passaram a compreender uns aos outros através de sons articulados e códigos por escrito mas a linguagem escrita foi registrada muito recentemente Durante os milhões de anos da evolução humana apenas os últimos 300 anos foram registrados por escrito Antes disso como não há registros da linguagem os seres humanos viviam no que denominamos período préhistórico em que os códigos somente podiam ser transmitidos de uma geração para outra através da fala Os seres humanos conheciam apenas os acontecimentos que vivenciavam e aqueles que eram contados pelos outros que viviam próximos Gonçalves 2000 Conforme Tofler apud GONÇALVES 2000 p 5758 grande parte da existência humana aconteceu nas cavernas Tomando o tempo de existência humana da ordem de 500000 anos e dividindoo por 65 anos como base de tempo para uma geração teríamos um número de aproximadamente 800 gerações Deste total 650 gerações foram passadas nas cavernas e a comunicação era essencialmente corporal Há apenas 70 gerações foi possível a comunicação de uma geração para outra através da escrita e somente as últimas 10 gerações puderam ter algum acesso à comunicação de massa com a invenção da Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 132 132 132 132 imprensa Além disso apenas as últimas duas gerações conheceram o motor elétrico e somente a geração atual conhece o computador Realizando essa análise de outra forma Gonçalves 2000 p 58 conclui buscando comparar as 800 gerações com um adulto de 80 anos de idade diríamos que ele aprendeu a viver numa casa aos 65 anos e comunicarse através da escrita aos 73 anos de idade O ser humano pode se expressar de diversas maneiras com diferentes linguagens porém as linguagens falada e escrita predominam atualmente no nosso cotidiano Em coluna escrita recentemente Sevcenko 2004 afirma que a cada duas semanas uma língua some no planeta como conseqüência da expansão européia processo predatório acelerado pela globalização p59 Assim as linguagens escrita e falada poderiam estar a caminho de uma massificação tornandose comum a todos como é o caso dos nomes de lojas produtos e jargões relacionados à linguagem norteamericana o inglês evidentes em nosso diaadia No entanto ao mesmo tempo em que somem algumas linguagens surgem outras Esse processo de desaparecimentosurgimento não é instantâneo é gradual pois se trata da ressignificação dessas linguagens fruto de sincretismos entre diferentes formas de comunicação Não sabemos ao certo em que ritmo acontecem embora possamos evidenciar esse processo Essas evidências podem aparecer não só na linguagem faladaescrita mas também na linguagem corporal LINGUAGEM CORPO E CULTURA LINGUAGEM CORPO E CULTURA LINGUAGEM CORPO E CULTURA LINGUAGEM CORPO E CULTURA A linguagem possui múltiplo significado que varia culturalmente segundo relações presentes na educação e na percepção das imagens Segundo Geertz 1989 p27 as culturas são estruturas de significado através das quais os homens dão forma às suas experiências vistas como formas de aprendizagem ou de comportamentos aprendidos O autor cita um exemplo não basta falar a língua de outra cultura para estarmos inseridos nela o significado das palavras muitas vezes não reflete a análise e nem a interpretação de sua cultura Durham 1977 p32 lembra que a cultura constitui o processo pelo qual os homens dão significados às suas ações através de uma manipulação simbólica que é atributo fundamental de toda prática humana Na Educação Física e suas representações corporais o significado das experiências também variam culturalmente Tais representações e linguagens dos movimentos das danças das ginásticas das lutas dos jogos são manifestações muitas vezes incompreensíveis para pessoas de culturas diferentes como por exemplo as danças folclóricas de cada país ou os jogos populares diferentes em cada região Antes mesmo de comunicarse através das palavras os seres humanos já se comunicavam por meio do movimento e do corpo que sente se expressa e se movimenta o corpo fala Percebemos que a concepção corrente que privilegia a linguagem escrita como a única manifestação de um texto precisa ser repensada O senso comum entende que um texto é algo que se organiza pela combinação de letras frases parágrafos períodos e que a expressão de um texto se dá pela escrita predominantemente Movimentos corporais como por exemplo as expressões faciais os gestos que compõem uma coreografia de dança bem como os presentes nas modalidades esportivas podem também ser entendidos como portadores de texto Isso equivale a dizer que a comunicação pode ser otimizada e potencializada na medida em que compreendermos os argumentos contidos nas manifestações corporais Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 133 133 133 133 Darido 2002 ao construir relações entre o universo da Educação Física Escolar e a área de Linguagens destaca a necessidade da ampliação do sentido do termo texto passando a ser entendido como uma totalidade significativa e articulada que é verbal e nãoverbal Para Del Nero 1997 a capacidade de nos comunicarmos tanto por meio dos gestos pela motricidade quanto pela fala é inata servindo de base para as demais formas de manifestação da linguagem A construção de um texto depende portanto da capacidade de elaboração de arranjos constituídos por gestos eou palavras que ganham em amplitude e complexidade na medida em que se assegura a ampliação dos repertórios Quanto maior for o repertório de movimentos mais ricas tendem a ser as possibilidades de construção de um texto da mesma forma que quanto maior o número de palavras que conhecemos maiores são as possibilidades de comunicação e expressão A linguagem é a manifestação mais complexa da inteligência humana pois permite que pensamentos sejam compartilhados É preciso mais do que uma mente em perfeito funcionamento para que isso aconteça aliás não existe mente sem corpo DAMÁSIO 1994 O corpo tem um papel essencial no comportamento inteligente DREYFUS 1992 O corpo e seus sentidos permitem que os seres humanos captem informações como os códigos da linguagem e também que essas informações sejam transformadas e transmitidas para outros seres humanos GONÇALVES 2000 com novos significados Os significados e a linguagem têm que ser constantemente renovados porque a experiência humana é extremamente dinâmica caso contrário as informações perdem seu sentido Nossos corpos estão impregnados das vivências de nossos antepassados o que chamamos de herança cultural e também genética Esse legado inscrito em nossos corpos mistura elementos biológicos e ambientais enfrentados pela espécie humana A expressão corporal foi a linguagem que predominou na préhistória BRIKMAN 1989 e sua compreensão ainda é incerta nos nossos dias OCONNOR e SEYMOUR 1995 Conforme uma classificação apresentada na obra de Campelo 1997 p 911 o corpo pode ser entendido como uma mídia aliás uma mídia primária É o tipo de comunicação que ocorre no flerte na articulação e na leitura dos gestos e da mímica facial no movimento e deslocamento no espaço quem se senta ao lado de quem quem cumprimenta quem onde ficar como andar para que lado olhar que gestos são permitidos e quais são proibidos PROSS apud BAITELLO 1997 p 910 A mídia secundária requer aparatos que aumentam o raio de ação da mídia primária e inclui a linguagem nesse segundo item Já a mídia terciária requer além desse aparato da mídia secundária também um aparato para que o receptor seja alcançado pela mensagem citando como exemplos rádio televisão e correio eletrônico LINGUAGEM E AFETIVIDADE LINGUAGEM E AFETIVIDADE LINGUAGEM E AFETIVIDADE LINGUAGEM E AFETIVIDADE Pensando num processo radical e profundo de educação corporal onde os sentimentos transformamse em ação onde o aluno vêse diante de inextrincáveis encruzilhadas vale a pena lembrar de forma resumida as palavras do polêmico médico e psiquiatra José Angelo Gaiarsa 1984 que parece pleno de razão quando defende e aposta numa Biomecânica Existencial demonstrando como o corpo se comunica enquanto processa sua jornada formativa Gaiarsa 1984 referese ao mesmo fato as emoções existem porque existe uma anatomia e os sentimentos apresentam uma estrutura somática Ambos tratam do tema deste estudo que de forma ampliada e adaptada poderia chamarse de linguagem corporal ou de como os indivíduos expressam e comunicam a motilidade da pele para dentro a motricidade da pele para fora a corporeidade a união de ambas as anteriores e a transcendência a energia vital ou espiritualidade Convivendo ou dialogando com outras linguagens a emocional a escrita a matemática a histórica a filosófica a científica a estética a ética a intuitiva a dedutiva a falada a erótica a profana a sagrada a lúdica a arqueológica a metafísica a Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 134 134 134 134 futuróloga a linguagem corporal age através de processos intrínsecos e extrínsecos dando ao corpo as estruturas as formas as funções e os sentidos que clamam suas experiências Diante de tamanha complexidade para avaliar e operacionalizar tantas nuances da linguagem corporal é justo reconhecer o tamanho e a enorme responsabilidade do professor de Educação Física na construção de um corpocorporeidadetranscendência tecido e configurado por uma rede de textos AÇÃOcomunicAÇÃO que possam vir a tornarse significativos O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS A linguagem corporal geralmente é associada à Educação Física Mattos e Neira 2000 e também à Educação Artística Gonçalves 2000 na escola Mas como trabalhar com a linguagem corporal na escola Como ensinála para os alunos O que eles devem aprender Para Labarrière 1999 o foco deve ser geral quando se relaciona Educação Física ao ensino da linguagem Ele dá como exemplo o estudo da imprensa esportiva ou de livros e textos sobre esporte Cita a possibilidade dos alunos responderem por escrito a questões sobre esporte quando esse for o tema da aula de Educação Física Já Mattos e Neira 2000 p 16 propõem que o ensino da linguagem corporal no Ensino Fundamental visa à proficiência dos movimentos nos esportes lutas ginásticas e atividades rítmicas Para o Ensino Médio propõem que a linguagem corporal vise a compreensão e a utilização das formas de expressão como gestos e movimentos seus significados suas técnicas e táticas Os alunos nesse segmento devem ler e compreender uma dança um jogo ou um esporte percebendo e interpretando o que se passa diferenciando ritmos e sabendo acompanhálos com o movimento compreendendo os jogos e interferindo neles de forma eficiente e estratégica Ainda devem perceber nos esportes um vasto campo de atuação que extrapola o ser expectador para assumir a postura de quem compreende e interpreta o que vê Nesse sentido há um ponto em comum entre o que propõem Mattos e Neira 2000 e a proposta de Labarrière 1990 no que diz respeito à mídia esportiva e sua interpretação Se o corpo fala é algo passível de análise no campo bibliográfico é preciso que se entenda o que ele corpo tem a dizer Se o corpo como linguagem deveria ser algo passível de leitura de todo e qualquer educador na escola as possibilidades de leitura desse corpo que hoje tanto se fala e que muito tem a falar certamente deveria ser alvo do olhar do professor de Educação Física já que é por meio dela Educação Física que o corpo deveria ser conhecido Talvez mas não somente o mais comum seja realizar essa leitura por meio do movimento esportivo o qual se evidencia pela análise do adversário pela troca de olhares toques e sinais próprios da definição de determinadas jogadas da direção da bola evitandose pela antecipação do movimento que esta atinja o chão no caso do Voleibol ou balance a rede no caso de gol no Futebol Mas para além dessa leitura digamos técnica até bastante comum no campo esportivo em que nenhuma palavra necessariamente precisa ser dita a linguagem do corpo pode incitar o olhar de forma que possamos compreendêlo a partir da decifração dos códigos marcas e registros a ele pertinentes Das várias possibilidades de traçarmos este particular acentuaremos três que nos parecem de fácil visualização Pensando nas particularidades da Educação Física e do Esporte diríamos que o corpo como linguagem pode ser compreendido ou melhor lido a partir de um corpo que sente e que portanto é passível de registrar e evidenciar as sensações nele presentes se expressa e que portanto realça as marcas gestos e posturas particulares de cada ser se movimenta a partir de um rol de possibilidades próprias que demonstram um pouco de si ou padronizadas em gestos Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 135 135 135 135 específicos como é o caso dos Esportes Em outras palavras diríamos que a Educação Física e o Esporte poderiam se ocupar da leitura do corpo em diferentes instâncias preocupandose com o que ele tem de fato a dizer ao sujeito e ao outro Entre tantas imagens possíveis destacaremos algumas capazes de evidenciar tais possibilidades cujas particularidades são evidentes no cotidiano da Educação Física e do Esporte Ou seja começaríamos pelo corpo que sente ou pelo corpo sensível entendido como aquele cujas sensações revelam as particularidades dos órgãos dos sentidos cujo exemplo nítido é o trabalho que pode ser realizado no campo da Educação Física pelas práticas corporais alternativas É nesse sentido que as atividades de massagem por exemplo no interior de uma aula de Educação Física poderiam contribuir para o entendimento da linguagem do corpo via identificação das tensões musculares entre outras coisas que revelam algo sobre o sujeito Talvez a leitura do corpo sensível pudesse auxiliar o aluno a ter uma melhor consciência de si de seu corpo e das possibilidades de movimentálo Para além da repetição mecânica dos gestos próprios da atividade esportiva os alunos poderiam realizar movimentos que o levassem à compreensão de seu próprio corpo contribuindo inclusive para o seu desempenho Até onde percebo o movimento de minhas articulações Até onde posso sentir o alongamento de meus músculos Qual a sensação revelada pela respiração profunda Como percebo os desvios posturais adquiridos ao longo dos anos Com base em questões deste tipo e ultrapassando uma leitura terapêutica do corpo objeto de outras áreas do conhecimento a Educação Física poderia revelar com propriedade qual é o seu papel na percepção desse corpo sensível do qual no diaadia pouco se vê e quase nada se percebe No campo esportivo o olhar para este corpo sensível tornaria mais claros os limites do atleta quer em relação àqueles que se evidenciam fisicamente sobretudo por meio das dores musculares provocadas pelo acúmulo de ácido lático na musculatura quer por meio das atrofias musculares geradoras de posturas muitas vezes impeditivas de determinados movimentos especializados ou ainda pela expressão da alta carga emocional provocada por exemplo pela tristeza própria da derrota de uma partida ou da alegria contagiante do momento do gol Tudo isso aliás é bastante importante de ser discutido nas aulas de Educação Física principalmente questionandose a valorização exacerbada da superação de limites tão típica do esporte O corpo que se movimenta ou o corpo móvel entendido como aquele que em movimento expressa em linguagens diversas a possibilidade de interação com o mundo que o cerca teria como exemplo no campo esportivo um amplo rol de movimentos especializados de acordo com normas específicas ainda que passíveis de compreensão por culturas diversas Ou seja apesar das especificidades gestuais passíveis de identificação numa leitura mais atenta do corpo móvel não é difícil identificar a fluidez da comunicação entre aqueles que praticam uma mesma modalidade esportiva Assim se um brasileiro um alemão um japonês um indiano um equatoriano e um africano que não falam a mesma língua se encontrarem em uma quadra de Basquetebol mesmo assim apesar de não poderem contar com a linguagem verbal para se comunicarem poderão fazêlo pela linguagem corporal pela linguagem de um corpo móvel que no caso fala a língua do Basquetebol Ainda assim é preciso enaltecer a importância da temporalidade nesse processo de construção que não é estanque mas que sofre alterações múltiplas Por exemplo se colocássemos na quadra de Voleibol um dos homens de negócio que jogavam na ACM Associação Cristã de Moços em 1896 juntamente com Montanaro representante da geração de prata do Voleibol e Giba representante legítimo dos tempos atuais será que aconteceria o jogo de Voleibol tal qual o conhecemos Ou será que a linguagem corporal entre os referidos atletas seria incompreensível inviabilizando o jogo em si Esse é um simples exemplo de como o Esporte ao alterar as regras e a técnica altera o movimento do corpo cuja linguagem para ser compreendida merece ser resgatada historicamente Ou seja por que o jogo de Voleibol se inicia com o saque Por que o limite é de três toques antes da conclusão do rally E assim por diante Num paralelo com a Matemática seria resgatar por exemplo como a equação da raiz quadrada que significa a divisão em partes iguais dos lados de um quadrado Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 136 136 136 136 radix quadratum chegou a ser como é ou seja como ocorreu o refinamento se é que podemos dizer assim do produto leiase equação original Mais do que qualquer outra coisa é importante que os alunos saibam que a linguagem corporal é uma forma de comunicação tão eficaz quanto à linguagem falada ou escrita e que portanto merece ser explorada e compreendida por todos ainda que tradicionalmente não se tenha dado ênfase a este particular no campo da Educação Física talvez pelo desconhecimento por parte dos professores de como isso deva ser feito Talvez outro caminho a ser explorado em aulas de Educação Física para o desenvolvimento de questões relacionadas à linguagem corporal seja o dos diferentes estilos ou técnicas utilizados por atletas ou equipes em determinados países Afinal é comum falarse em escola asiática de Voleibol escola brasileira de salto triplo e escola russa de Ginástica como exemplos claros de linguagens específicas Outras vezes há uma tendência de se relacionar o estilo de jogo de equipes esportivas às características culturais de um povo falandose do estilo duro do futebol alemão em relação ao futebol alegre dos africanos por exemplo Esses certamente podem se configurar em elementos imprescindíveis para o debate em torno do tema transversal da pluralidade cultural Ou seja será que as populações apresentam realmente características culturais corporais tão específicas e marcantes Será que o fato de o Futebol brasileiro ser mais ofensivo ou alegre tem a ver com a forma de encarar a vida de seu povo ou com o ambiente tropical que propicia uma maior movimentação corporal Será que a tenacidade das atletas asiáticas de Voleibol tem a ver com o ambiente tido como mais rígido ou tem ligação com as dificuldades enfrentadas por estes povos no pósguerra Ou seja será que estas marcas estão impregnadas em seus corpos e movimentos Nesta mesma perspectiva conteúdos como a Capoeira por exemplo poderiam ser trabalhados propiciando o conhecimento de sua história gestual procedimentos e movimentos que revelam por exemplo a importância da ginga da reza que antecede a entrada na roda entre outras particularidades que contribuíram inclusive para o seu embranquecimento Enfim uma verdadeira aula de História e Antropologia a partir de uma aula de Educação Física preocupada com a linguagem corporal Outro aspecto referente à linguagem corporal que mereceria ser abordado em aulas de educação Física estaria relacionado ao conteúdo em si Ou seja o quanto é preciso se conhecer do Voleibol por exemplo para poder se comunicar com os demais jogadores de uma equipe Se como aprendizes da modalidade entrarmos em uma equipe de competição conseguiríamos jogar leiase nos comunicar Se um atleta de alto nível participar de um racha na praia de Copacabana em uma manhã de domingo conseguirá se comunicar ou falará sozinho Talvez para que este atleta não se torne uma espécie de estrangeiro incompreendido neste contexto houvesse a necessidade de simplificação dos ruídos de comunicação entre os membros do grupo facilitando a compreensão e clareando os objetivos da atividade proposta Afinal no esporte de alto rendimento não basta se comunicar pelo corpo é preciso se comunicar bem O mesmo é válido para jogos e brincadeiras os quais ricos em gestos e simulações tentam muitas vezes esconder o que o corpo está expressando para sairse vencedor como é o caso do passaanel e do telefone sem fio Por outro lado situações como a descrita a seguir também devem ser analisadas quando o assunto é a linguagem corporal Ou seja se transportássemos um professor de Educação Física das quadras das escolas brasileiras da década de 1930 para uma aula em uma quadra das escolas atuais ele seria compreendido Como ele transmitiria o conteúdo próprio de seu tempo aos alunos de escolas públicas do Ensino Médio por exemplo E se transportássemos um professor de Body combat para a escola de 1930 ele seria compreendido pelos alunos Por fim chegamos ao corpo que se expressa ou ao corpo gestual próprio das capas de revistas reproduzido nas academias que se proliferam Brasil afora como o padrão de corpo da atualidade Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 137 137 137 137 A Educação Física poderia discutir com os alunos sobre os ditames de uma moda que escraviza e impõe culturalmente a necessidade de alterações inclusive biológicas de um corpo cujo padrão é por muitos inatingível e numa perspectiva crítica analisar a realidade existente quebrando o estereotipo atual como o único existente na história do homem e da própria Educação Física Neste espaço os adornos que na aparência de cada ser expressam parte da sua individualidade poderiam contribuir para um melhor conhecimento e possibilidade de compreensão de uma geração que entre tatuagens e piercings imprime um corpo cujo padrão está muito distante daquele presente na maior parte das gerações de professores hoje na ativa O corpo como mídia identificado sabiamente por Baitello Júnior 1997 parece ser o ponto nevrálgico deste corpo que expressa entre outras coisas a cultura a qual pertence Isso para não falarmos das expressões ritmicocorporais e da dança que demonstram inúmeras possibilidades de expressar sentimentos emoções sons e significados por meio dos movimentos corporais como é o caso da percussão realizada no e pelo próprio corpo ou da Umbigada do Samba de crioula do Samba de roda do Reizado entre outras manifestações culturais ricas em significados e sentimentos passíveis de análise pela linguagem corporal Para além disso diríamos que um professor de Educação Física atento ao que o corpo expressa poderia identificar a sobrecarga corporal presente nos casos de obesidade ou os limites impostos àqueles que enfrentam problemas de anorexia Poderia também orientar os alunos de modo a evitar um corpo bombado encharcado de suplementos vitamínicos e anabolizantes não perdendo de vista os benefícios da atividade física para o desenvolvimento humano CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse levantamento preliminar de conceitos e entendimentos indica a necessidade de aprofundarmos a compreensão da linguagem em relação à Educação Física na escola pois o que parece óbvio é que a associação da linguagem corporal à Educação Física tem se mostrado pouco consistente tanto academicamente quanto pedagogicamente Como afirmou Darido 2002 a Educação Física na escola deve reconhecer que tem a difícil tarefa de propiciar aos alunos que ordenem de forma articulada os dados de experiências comuns aos membros de uma determinada comunidade lingüística assim como possibilitarlhes a compreensão da linguagem corporal como interação social que amplia o reconhecimento do outro e de si próprio instrumento do entendimento mútuo BRASIL 2002 p 145 Concordamos com Remonte 2005 que é necessário trazer as temáticas da comunicação e linguagem para o escopo da formação profissional e acrescentamos que ela deve estar presente tanto na formação inicial como na continuada Apenas para encerrar essas primeiras imagens que nos incitam a pensar nas diferentes possibilidades de leitura do corpo pela Educação Física reforçamos a idéia prescrita por Campelo 1997 da retomada do corpo como um texto um texto de cultura cujas marcas sensações movimentos e estereótipos revelará a cada um parte de si e do mundo É portanto função do professor de Educação Física saber lêlo de modo a poder ensinar aos seus alunos essa possibilidade alfabetizandoos no campo da linguagem corporal REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BAITELLO Jr N Apresentação O corpo como mídia In Campelo C R Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos um estudo semiótico do corpo e seus códigos São Paulo Annablume 1997 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico Parâmetros Curriculares Naciona Parâmetros Curriculares Naciona Parâmetros Curriculares Naciona Parâmetros Curriculares Nacionaisisisis 1999 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 138 138 138 138 BRIKMAN L A linguagem do movimento corporal A linguagem do movimento corporal A linguagem do movimento corporal A linguagem do movimento corporal São Paulo Summus 1989 CAMPELO C R Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos um estudo semiótico do corpo e seus códigos São Paulo Annablume 1997 COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da Educação Física Metodologia do ensino da Educação Física Metodologia do ensino da Educação Física Metodologia do ensino da Educação Física São Paulo Cortez 1992 DAMÁSIO A R O cérebro de um corpo sem mente In O erro de Descartes O erro de Descartes O erro de Descartes O erro de Descartes Emoção razão e o cérebro humano São Paulo Companhia das Letras 1994 DARIDO S C Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais Brasília Secretaria de Educação Média e TecnológicaMEC 2002 DEL NERO H S O sítio O sítio O sítio O sítio da da da da mente mente mente mente pensamento emoção e vontade no cérebro humano pensamento emoção e vontade no cérebro humano pensamento emoção e vontade no cérebro humano pensamento emoção e vontade no cérebro humano São Paulo Collegium Cognitio 1997 DREYFUS H L The role of the body in intelligent behavior In What computers still cant do What computers still cant do What computers still cant do What computers still cant do critique of artificial reason Massachusetts MIT 1992 DURHAM ER A Dinâmica Cultural na Sociedade Moderna Ensaio de Opiniões Ensaio de Opiniões Ensaio de Opiniões Ensaio de Opiniões Vol4 p3235 1977 GAIARSA J A O espelho mágico O espelho mágico O espelho mágico O espelho mágico um fenômeno social chamado corpo e alma São Paulo Summus 1984 GEERTZ C A Interpretação das Culturas A Interpretação das Culturas A Interpretação das Culturas A Interpretação das Culturas Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1989 GONÇALVES C Educação Física Ler e escrever também com o corpo em movimento In Neves I C B Souza J V Schäffer N O Guedes P C e Klüsener R Organizadores Ler e escrever Ler e escrever Ler e escrever Ler e escrever compromisso de todas as áreas Porto Alegre UFRS 4562 2000 LABARRIÈRE G Éducation à la citoyenneté par lEPS Revue Éducation Revue Éducation Revue Éducation Revue Éducation Physique et Sport Physique et Sport Physique et Sport Physique et Sport 208 25 1999 MANSER M H Verbete language Macmillan students dictionary Macmillan students dictionary Macmillan students dictionary Macmillan students dictionary Londres Macmillan 1990 MATTOS M G e NEIRA M G A Educação Física enquanto linguagem In Educação Física na adolescência Educação Física na adolescência Educação Física na adolescência Educação Física na adolescência Construindo o conhecimento na escola São Paulo Phorte 1417 2000 OCONNOR J e SEYMOUR J Introdução à programação neurolinguística Introdução à programação neurolinguística Introdução à programação neurolinguística Introdução à programação neurolinguística São Paulo Summus 1995 REMONTE J G Linguagem corporal Linguagem corporal Linguagem corporal Linguagem corporal O que é isso companheiro Artigo publicado em meio eletrônico httpwww2uolcombraprendizncolunascolunalivreid250302htm acesso 1715 2005 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 139 139 139 139 SANTOS J L O que é cultura O que é cultura O que é cultura O que é cultura São Paulo Brasiliense 2005 SEVCENKO N Culto Circuito Carta Capital Carta Capital Carta Capital Carta Capital São Paulo 6 de outubro 2004 VAN DER MERWED F Sport as a symbol Symbols in sport Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Cape Town 1996 Contatos Contatos Contatos Contatos Universidade Estadual Paulista Fone 1935264348 Endereço Av 24A n 1515 Rio Claro SP 13506900 Email saraqmrcunespbr Tramitação Tramitação Tramitação Tramitação Recebido em 160508 Aceito em 280808 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física
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129 129 129 129 LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA LINGUAGEM CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA Sara Quenzer Matthiesen Sara Quenzer Matthiesen Sara Quenzer Matthiesen Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Suraya Cristina Darido Suraya Cristina Darido Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Luiz Alberto Lorenzetto Luiz Alberto Lorenzetto Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Laércio Schwantes Iório Laércio Schwantes Iório Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Irene Conçeição Andrade Rangel Irene Conçeição Andrade Rangel Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Henrique Rodrigues Luiz Henrique Rodrigues Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Luiz Sanches Neto Luiz Sanches Neto Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Eduardo Vinícius Mota e Silva Eduardo Vinícius Mota e Silva Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Luciana Venâncio Luciana Venâncio Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Eduardo Augusto Carreiro Eduardo Augusto Carreiro Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Alessandra Andréa Monteiro Alessandra Andréa Monteiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão Zenaide Galvão Zenaide Galvão Zenaide Galvão Universidade Estadual Paulista Brasil Resumo Resumo Resumo Resumo A reforma curricular do Ensino Médio alocou a Educação Física na área de Linguagens Códigos e suas tecnologias O objetivo desse estudo foi investigar a Educação Física enquanto linguagem A partir da pesquisa bibliográfica os resultados apontaram a necessidade da discussão das diferentes linguagens das interfaces entre linguagem e corpo do corpo como produtor e leitor de textos e dos desdobramentos pedagógicos da Educação Física enquanto uma linguagem Concluímos o estudo reforçando a idéia do corpo como um texto cujas marcas sensações e movimentos revelarão a cada um parte de si e do mundo Palavras Palavras Palavras Palavraschave chave chave chave Linguagem corpo Educação Física LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION LANGUAGE BODY AND PHYSICAL EDUCATION AAAAbstract bstract bstract bstract The curriculum Reform perpetrated in the High School seted the Physical Education on the Language area Codes and its Technologies The aim of this study was to investigate the Physical Education as language After a bibliography research the results has pointed out a discussion about the different languages the interlaces analyses between language and body the body as a productor and reader of texts and the pedagogical development of Physical Education as language We concluded the study reinforcing the idea of the body as a text which marks sensations and movements shall reveal to each one a part of itself and the world Keywords Keywords Keywords Keywords Language body Physical Education INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Goooooooooolaço Grita o narrador Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte 2008 7 2 129139 130 130 130 130 Tumulto generalizado no campo e nas arquibancadas Passada a extensão do grito e a força do fato que faz uma torcida LEVANTARSE APLAUDIR E RUGIR faz a outra se sentar recolherse calarse e murchar Ao encontro da bola no fundo da rede caminha o goleiro ou o zagueirão carregando consigo toda uma falência corporal cabeça abaixada tronco curvado passos curtos e lentos braços abandonados e caídos ao lado do corpo como se o mundo tivesse desabado sobre ele a imagem da derrocada Ao encontro da galera do treinador e do centro da rainha das mídias às câmeras de televisão corre o artilheiro levantando a cabeça expandindo o peito arrancando a camisa dançando virando cambalhotas saltitando embalando o filho simbólico esmurrando o ar chamando os aplausos do público fintando até os companheiros para mandar logo por meio da mídia a sua mensagem Sobre o episódio do gol e de todos os acontecimentos no campo é importante ressaltar que muitas coisas foram ditas e compreendidas sem que as palavras se fizessem necessárias O que observamos foi a presença da linguagem do corpo associada na escola à Educação Física e à Educação Artística Mas como trabalhar com a linguagem corporal na escola Ou ainda uma pergunta anterior é possível ensinar aos alunos a linguagem corporal Quais as relações entre a Educação Física e a linguagem O que os alunos devem aprender Como ensinar A reforma curricular empreendida no Ensino Médio Brasileiro quando da aprovação da LDB1996 e das Diretrizes Curriculares Nacionais BRASIL1999 estabeleceu a divisão do conhecimento escolar em três grandes áreas Linguagens Códigos e suas tecnologias Ciências da Natureza matemática e suas tecnologias Ciências Humanas e suas tecnologias Esta classificação teve como base a reunião daqueles conhecimentos que compartilham objetos de estudo e se comunicam facilitando uma prática de interdisciplinaridade BRASIL1999 Nesta nova perspectiva a Educação Física no Ensino Médio foi alocada na área de Linguagens Códigos e suas tecnologias juntamente com as disciplinas de Língua Portuguesa Língua Estrangeira Moderna Informática e Arte No entanto observamos que a disciplina poderia também ter sido classificada na área de Ciências Humanas e suas tecnologias uma vez que tem uma forte ligação com os conhecimentos produzidos historicamente naquilo que se convencionou denominar de Cultura corporal ou Cultura corporal de movimento Além disso há um grupo bastante numeroso de profissionais da Educação Física que teria ficado bastante satisfeito se a disciplina de Educação Física tivesse sido agrupada à área de Ciências Naturais juntamente com a disciplina de Biologia na interface possível da área com saúde e qualidade de vida Mas não foi isto que ocorreu A questão que se coloca é a seguinte quais argumentos existiam para que a Educação Física tenha sido classificada na área de Linguagens Na verdade desconhecemos a existência de um amplo debate na comunidade por ocasião destas aprovações É preciso ressaltar que poucos trabalhos na área de Educação Física Escolar têm buscado investigar as relações entre a disciplina e as Linguagens ou quando o fazem como no livro Metodologia do Ensino de Educação Física COLETIVO DE AUTORES 1992 isso ocorre de modo não específico Além deste livro outros autores buscaram abordar a temática da linguagem à luz de diferentes matrizes teóricas como Santin 1985 Betti 1994 Kunz 1995 Mesquita 1997 Mattos e Neira 2001 e outros Contudo nem todos estes textos buscam compreender os aspectos pedagógicos da Educação Física na escola Santin 1985 por exemplo busca aprofundar as questões filosóficas da Educação Física enquanto linguagem Betti 1994 analisa a Educação Física na perspectiva da semiótica trazendo algumas informações que iluminam o campo Kunz 1995 aborda a linguagem na perspectiva da teoria crítica enquanto Mesquita 1997 procura ressaltar as implicações da Educação Física Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 131 131 131 131 enquanto linguagem na formação do profissional O texto dos PCNs área de Educação Física Ensino Médio escrito por Mattos e Neira publicado no ano de 1999 faz algumas menções a Educação Física enquanto linguagem propondo a interatividade o diálogo a construção de significados na pela e com a linguagem No entanto aponta que o verdadeiro papel da disciplina está relacionado à saúde não expondo claramente as relações da disciplina com saúde e linguagem Remonte 2005 analisou os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNsBrasil1999 para o Ensino Médio na área de Educação Física e embora admita as boas intenções nas propostas do documento afirma que seria apropriado que os professores de Educação Física tivessem formação na área de comunicação para relacionar a linguagem corporal adequadamente às aulas Assim o objetivo do presente estudo é investigar as possibilidades de compreensão da Educação Física enquanto uma linguagem O QUE É LINGUAGEM O QUE É LINGUAGEM O QUE É LINGUAGEM O QUE É LINGUAGEM Como se sabe a comunicação humana pode efetivarse por meio de palavras linguagem verbal ou por meio de outros signos linguagem nãoverbal Há substratos comuns entre todos esses signos com destaque para o fato de terem sido criados pelo homem com finalidades específicas Tratase pois de convenções variáveis de acordo com as necessidades e interesses do grupo social que podem ser agrupadas em conjuntos conhecidos como códigos Os gestos e os movimentos fazem parte dos recursos de comunicação que o ser humano utiliza para expressar suas emoções e sua personalidade comunicar atitudes interpessoalmente e transmitir informações No sentido amplo do termo toda a produção humana pode ser compreendida como cultura SANTOS 2005 a qual é rica em símbolos que podem ser expressos e registrados por meio da linguagem VAN DER MERWE 1996 Segundo Campelo 1997 p 15 esses símbolos vivem mais que os próprios seres humanos fazendose necessário que alguém os analise por isso os símbolos perdem seu sentido sem a presença humana Há vários tipos de linguagem dentre os quais a linguagem corporal que consiste em códigos e expressões usadas por determinados grupos em certas situações MANSER 1990 A linguagem ainda é entendida como um conjunto de códigos que podem ser transmitidos e compreendidos através da fala da escrita da leitura da arte e do corpo Pode ser definida também como um conjunto de símbolos verbais e não verbais que está presente em todo o universo educacional RAMOS 2000 sendo que os órgãos dos sentidos são utilizados para entender seus códigos Mas desde quando isso acontece Não é possível precisar quando os seres humanos passaram a compreender uns aos outros através de sons articulados e códigos por escrito mas a linguagem escrita foi registrada muito recentemente Durante os milhões de anos da evolução humana apenas os últimos 300 anos foram registrados por escrito Antes disso como não há registros da linguagem os seres humanos viviam no que denominamos período préhistórico em que os códigos somente podiam ser transmitidos de uma geração para outra através da fala Os seres humanos conheciam apenas os acontecimentos que vivenciavam e aqueles que eram contados pelos outros que viviam próximos Gonçalves 2000 Conforme Tofler apud GONÇALVES 2000 p 5758 grande parte da existência humana aconteceu nas cavernas Tomando o tempo de existência humana da ordem de 500000 anos e dividindoo por 65 anos como base de tempo para uma geração teríamos um número de aproximadamente 800 gerações Deste total 650 gerações foram passadas nas cavernas e a comunicação era essencialmente corporal Há apenas 70 gerações foi possível a comunicação de uma geração para outra através da escrita e somente as últimas 10 gerações puderam ter algum acesso à comunicação de massa com a invenção da Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 132 132 132 132 imprensa Além disso apenas as últimas duas gerações conheceram o motor elétrico e somente a geração atual conhece o computador Realizando essa análise de outra forma Gonçalves 2000 p 58 conclui buscando comparar as 800 gerações com um adulto de 80 anos de idade diríamos que ele aprendeu a viver numa casa aos 65 anos e comunicarse através da escrita aos 73 anos de idade O ser humano pode se expressar de diversas maneiras com diferentes linguagens porém as linguagens falada e escrita predominam atualmente no nosso cotidiano Em coluna escrita recentemente Sevcenko 2004 afirma que a cada duas semanas uma língua some no planeta como conseqüência da expansão européia processo predatório acelerado pela globalização p59 Assim as linguagens escrita e falada poderiam estar a caminho de uma massificação tornandose comum a todos como é o caso dos nomes de lojas produtos e jargões relacionados à linguagem norteamericana o inglês evidentes em nosso diaadia No entanto ao mesmo tempo em que somem algumas linguagens surgem outras Esse processo de desaparecimentosurgimento não é instantâneo é gradual pois se trata da ressignificação dessas linguagens fruto de sincretismos entre diferentes formas de comunicação Não sabemos ao certo em que ritmo acontecem embora possamos evidenciar esse processo Essas evidências podem aparecer não só na linguagem faladaescrita mas também na linguagem corporal LINGUAGEM CORPO E CULTURA LINGUAGEM CORPO E CULTURA LINGUAGEM CORPO E CULTURA LINGUAGEM CORPO E CULTURA A linguagem possui múltiplo significado que varia culturalmente segundo relações presentes na educação e na percepção das imagens Segundo Geertz 1989 p27 as culturas são estruturas de significado através das quais os homens dão forma às suas experiências vistas como formas de aprendizagem ou de comportamentos aprendidos O autor cita um exemplo não basta falar a língua de outra cultura para estarmos inseridos nela o significado das palavras muitas vezes não reflete a análise e nem a interpretação de sua cultura Durham 1977 p32 lembra que a cultura constitui o processo pelo qual os homens dão significados às suas ações através de uma manipulação simbólica que é atributo fundamental de toda prática humana Na Educação Física e suas representações corporais o significado das experiências também variam culturalmente Tais representações e linguagens dos movimentos das danças das ginásticas das lutas dos jogos são manifestações muitas vezes incompreensíveis para pessoas de culturas diferentes como por exemplo as danças folclóricas de cada país ou os jogos populares diferentes em cada região Antes mesmo de comunicarse através das palavras os seres humanos já se comunicavam por meio do movimento e do corpo que sente se expressa e se movimenta o corpo fala Percebemos que a concepção corrente que privilegia a linguagem escrita como a única manifestação de um texto precisa ser repensada O senso comum entende que um texto é algo que se organiza pela combinação de letras frases parágrafos períodos e que a expressão de um texto se dá pela escrita predominantemente Movimentos corporais como por exemplo as expressões faciais os gestos que compõem uma coreografia de dança bem como os presentes nas modalidades esportivas podem também ser entendidos como portadores de texto Isso equivale a dizer que a comunicação pode ser otimizada e potencializada na medida em que compreendermos os argumentos contidos nas manifestações corporais Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 133 133 133 133 Darido 2002 ao construir relações entre o universo da Educação Física Escolar e a área de Linguagens destaca a necessidade da ampliação do sentido do termo texto passando a ser entendido como uma totalidade significativa e articulada que é verbal e nãoverbal Para Del Nero 1997 a capacidade de nos comunicarmos tanto por meio dos gestos pela motricidade quanto pela fala é inata servindo de base para as demais formas de manifestação da linguagem A construção de um texto depende portanto da capacidade de elaboração de arranjos constituídos por gestos eou palavras que ganham em amplitude e complexidade na medida em que se assegura a ampliação dos repertórios Quanto maior for o repertório de movimentos mais ricas tendem a ser as possibilidades de construção de um texto da mesma forma que quanto maior o número de palavras que conhecemos maiores são as possibilidades de comunicação e expressão A linguagem é a manifestação mais complexa da inteligência humana pois permite que pensamentos sejam compartilhados É preciso mais do que uma mente em perfeito funcionamento para que isso aconteça aliás não existe mente sem corpo DAMÁSIO 1994 O corpo tem um papel essencial no comportamento inteligente DREYFUS 1992 O corpo e seus sentidos permitem que os seres humanos captem informações como os códigos da linguagem e também que essas informações sejam transformadas e transmitidas para outros seres humanos GONÇALVES 2000 com novos significados Os significados e a linguagem têm que ser constantemente renovados porque a experiência humana é extremamente dinâmica caso contrário as informações perdem seu sentido Nossos corpos estão impregnados das vivências de nossos antepassados o que chamamos de herança cultural e também genética Esse legado inscrito em nossos corpos mistura elementos biológicos e ambientais enfrentados pela espécie humana A expressão corporal foi a linguagem que predominou na préhistória BRIKMAN 1989 e sua compreensão ainda é incerta nos nossos dias OCONNOR e SEYMOUR 1995 Conforme uma classificação apresentada na obra de Campelo 1997 p 911 o corpo pode ser entendido como uma mídia aliás uma mídia primária É o tipo de comunicação que ocorre no flerte na articulação e na leitura dos gestos e da mímica facial no movimento e deslocamento no espaço quem se senta ao lado de quem quem cumprimenta quem onde ficar como andar para que lado olhar que gestos são permitidos e quais são proibidos PROSS apud BAITELLO 1997 p 910 A mídia secundária requer aparatos que aumentam o raio de ação da mídia primária e inclui a linguagem nesse segundo item Já a mídia terciária requer além desse aparato da mídia secundária também um aparato para que o receptor seja alcançado pela mensagem citando como exemplos rádio televisão e correio eletrônico LINGUAGEM E AFETIVIDADE LINGUAGEM E AFETIVIDADE LINGUAGEM E AFETIVIDADE LINGUAGEM E AFETIVIDADE Pensando num processo radical e profundo de educação corporal onde os sentimentos transformamse em ação onde o aluno vêse diante de inextrincáveis encruzilhadas vale a pena lembrar de forma resumida as palavras do polêmico médico e psiquiatra José Angelo Gaiarsa 1984 que parece pleno de razão quando defende e aposta numa Biomecânica Existencial demonstrando como o corpo se comunica enquanto processa sua jornada formativa Gaiarsa 1984 referese ao mesmo fato as emoções existem porque existe uma anatomia e os sentimentos apresentam uma estrutura somática Ambos tratam do tema deste estudo que de forma ampliada e adaptada poderia chamarse de linguagem corporal ou de como os indivíduos expressam e comunicam a motilidade da pele para dentro a motricidade da pele para fora a corporeidade a união de ambas as anteriores e a transcendência a energia vital ou espiritualidade Convivendo ou dialogando com outras linguagens a emocional a escrita a matemática a histórica a filosófica a científica a estética a ética a intuitiva a dedutiva a falada a erótica a profana a sagrada a lúdica a arqueológica a metafísica a Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 134 134 134 134 futuróloga a linguagem corporal age através de processos intrínsecos e extrínsecos dando ao corpo as estruturas as formas as funções e os sentidos que clamam suas experiências Diante de tamanha complexidade para avaliar e operacionalizar tantas nuances da linguagem corporal é justo reconhecer o tamanho e a enorme responsabilidade do professor de Educação Física na construção de um corpocorporeidadetranscendência tecido e configurado por uma rede de textos AÇÃOcomunicAÇÃO que possam vir a tornarse significativos O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS O CORPO COMO LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS A linguagem corporal geralmente é associada à Educação Física Mattos e Neira 2000 e também à Educação Artística Gonçalves 2000 na escola Mas como trabalhar com a linguagem corporal na escola Como ensinála para os alunos O que eles devem aprender Para Labarrière 1999 o foco deve ser geral quando se relaciona Educação Física ao ensino da linguagem Ele dá como exemplo o estudo da imprensa esportiva ou de livros e textos sobre esporte Cita a possibilidade dos alunos responderem por escrito a questões sobre esporte quando esse for o tema da aula de Educação Física Já Mattos e Neira 2000 p 16 propõem que o ensino da linguagem corporal no Ensino Fundamental visa à proficiência dos movimentos nos esportes lutas ginásticas e atividades rítmicas Para o Ensino Médio propõem que a linguagem corporal vise a compreensão e a utilização das formas de expressão como gestos e movimentos seus significados suas técnicas e táticas Os alunos nesse segmento devem ler e compreender uma dança um jogo ou um esporte percebendo e interpretando o que se passa diferenciando ritmos e sabendo acompanhálos com o movimento compreendendo os jogos e interferindo neles de forma eficiente e estratégica Ainda devem perceber nos esportes um vasto campo de atuação que extrapola o ser expectador para assumir a postura de quem compreende e interpreta o que vê Nesse sentido há um ponto em comum entre o que propõem Mattos e Neira 2000 e a proposta de Labarrière 1990 no que diz respeito à mídia esportiva e sua interpretação Se o corpo fala é algo passível de análise no campo bibliográfico é preciso que se entenda o que ele corpo tem a dizer Se o corpo como linguagem deveria ser algo passível de leitura de todo e qualquer educador na escola as possibilidades de leitura desse corpo que hoje tanto se fala e que muito tem a falar certamente deveria ser alvo do olhar do professor de Educação Física já que é por meio dela Educação Física que o corpo deveria ser conhecido Talvez mas não somente o mais comum seja realizar essa leitura por meio do movimento esportivo o qual se evidencia pela análise do adversário pela troca de olhares toques e sinais próprios da definição de determinadas jogadas da direção da bola evitandose pela antecipação do movimento que esta atinja o chão no caso do Voleibol ou balance a rede no caso de gol no Futebol Mas para além dessa leitura digamos técnica até bastante comum no campo esportivo em que nenhuma palavra necessariamente precisa ser dita a linguagem do corpo pode incitar o olhar de forma que possamos compreendêlo a partir da decifração dos códigos marcas e registros a ele pertinentes Das várias possibilidades de traçarmos este particular acentuaremos três que nos parecem de fácil visualização Pensando nas particularidades da Educação Física e do Esporte diríamos que o corpo como linguagem pode ser compreendido ou melhor lido a partir de um corpo que sente e que portanto é passível de registrar e evidenciar as sensações nele presentes se expressa e que portanto realça as marcas gestos e posturas particulares de cada ser se movimenta a partir de um rol de possibilidades próprias que demonstram um pouco de si ou padronizadas em gestos Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 135 135 135 135 específicos como é o caso dos Esportes Em outras palavras diríamos que a Educação Física e o Esporte poderiam se ocupar da leitura do corpo em diferentes instâncias preocupandose com o que ele tem de fato a dizer ao sujeito e ao outro Entre tantas imagens possíveis destacaremos algumas capazes de evidenciar tais possibilidades cujas particularidades são evidentes no cotidiano da Educação Física e do Esporte Ou seja começaríamos pelo corpo que sente ou pelo corpo sensível entendido como aquele cujas sensações revelam as particularidades dos órgãos dos sentidos cujo exemplo nítido é o trabalho que pode ser realizado no campo da Educação Física pelas práticas corporais alternativas É nesse sentido que as atividades de massagem por exemplo no interior de uma aula de Educação Física poderiam contribuir para o entendimento da linguagem do corpo via identificação das tensões musculares entre outras coisas que revelam algo sobre o sujeito Talvez a leitura do corpo sensível pudesse auxiliar o aluno a ter uma melhor consciência de si de seu corpo e das possibilidades de movimentálo Para além da repetição mecânica dos gestos próprios da atividade esportiva os alunos poderiam realizar movimentos que o levassem à compreensão de seu próprio corpo contribuindo inclusive para o seu desempenho Até onde percebo o movimento de minhas articulações Até onde posso sentir o alongamento de meus músculos Qual a sensação revelada pela respiração profunda Como percebo os desvios posturais adquiridos ao longo dos anos Com base em questões deste tipo e ultrapassando uma leitura terapêutica do corpo objeto de outras áreas do conhecimento a Educação Física poderia revelar com propriedade qual é o seu papel na percepção desse corpo sensível do qual no diaadia pouco se vê e quase nada se percebe No campo esportivo o olhar para este corpo sensível tornaria mais claros os limites do atleta quer em relação àqueles que se evidenciam fisicamente sobretudo por meio das dores musculares provocadas pelo acúmulo de ácido lático na musculatura quer por meio das atrofias musculares geradoras de posturas muitas vezes impeditivas de determinados movimentos especializados ou ainda pela expressão da alta carga emocional provocada por exemplo pela tristeza própria da derrota de uma partida ou da alegria contagiante do momento do gol Tudo isso aliás é bastante importante de ser discutido nas aulas de Educação Física principalmente questionandose a valorização exacerbada da superação de limites tão típica do esporte O corpo que se movimenta ou o corpo móvel entendido como aquele que em movimento expressa em linguagens diversas a possibilidade de interação com o mundo que o cerca teria como exemplo no campo esportivo um amplo rol de movimentos especializados de acordo com normas específicas ainda que passíveis de compreensão por culturas diversas Ou seja apesar das especificidades gestuais passíveis de identificação numa leitura mais atenta do corpo móvel não é difícil identificar a fluidez da comunicação entre aqueles que praticam uma mesma modalidade esportiva Assim se um brasileiro um alemão um japonês um indiano um equatoriano e um africano que não falam a mesma língua se encontrarem em uma quadra de Basquetebol mesmo assim apesar de não poderem contar com a linguagem verbal para se comunicarem poderão fazêlo pela linguagem corporal pela linguagem de um corpo móvel que no caso fala a língua do Basquetebol Ainda assim é preciso enaltecer a importância da temporalidade nesse processo de construção que não é estanque mas que sofre alterações múltiplas Por exemplo se colocássemos na quadra de Voleibol um dos homens de negócio que jogavam na ACM Associação Cristã de Moços em 1896 juntamente com Montanaro representante da geração de prata do Voleibol e Giba representante legítimo dos tempos atuais será que aconteceria o jogo de Voleibol tal qual o conhecemos Ou será que a linguagem corporal entre os referidos atletas seria incompreensível inviabilizando o jogo em si Esse é um simples exemplo de como o Esporte ao alterar as regras e a técnica altera o movimento do corpo cuja linguagem para ser compreendida merece ser resgatada historicamente Ou seja por que o jogo de Voleibol se inicia com o saque Por que o limite é de três toques antes da conclusão do rally E assim por diante Num paralelo com a Matemática seria resgatar por exemplo como a equação da raiz quadrada que significa a divisão em partes iguais dos lados de um quadrado Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 136 136 136 136 radix quadratum chegou a ser como é ou seja como ocorreu o refinamento se é que podemos dizer assim do produto leiase equação original Mais do que qualquer outra coisa é importante que os alunos saibam que a linguagem corporal é uma forma de comunicação tão eficaz quanto à linguagem falada ou escrita e que portanto merece ser explorada e compreendida por todos ainda que tradicionalmente não se tenha dado ênfase a este particular no campo da Educação Física talvez pelo desconhecimento por parte dos professores de como isso deva ser feito Talvez outro caminho a ser explorado em aulas de Educação Física para o desenvolvimento de questões relacionadas à linguagem corporal seja o dos diferentes estilos ou técnicas utilizados por atletas ou equipes em determinados países Afinal é comum falarse em escola asiática de Voleibol escola brasileira de salto triplo e escola russa de Ginástica como exemplos claros de linguagens específicas Outras vezes há uma tendência de se relacionar o estilo de jogo de equipes esportivas às características culturais de um povo falandose do estilo duro do futebol alemão em relação ao futebol alegre dos africanos por exemplo Esses certamente podem se configurar em elementos imprescindíveis para o debate em torno do tema transversal da pluralidade cultural Ou seja será que as populações apresentam realmente características culturais corporais tão específicas e marcantes Será que o fato de o Futebol brasileiro ser mais ofensivo ou alegre tem a ver com a forma de encarar a vida de seu povo ou com o ambiente tropical que propicia uma maior movimentação corporal Será que a tenacidade das atletas asiáticas de Voleibol tem a ver com o ambiente tido como mais rígido ou tem ligação com as dificuldades enfrentadas por estes povos no pósguerra Ou seja será que estas marcas estão impregnadas em seus corpos e movimentos Nesta mesma perspectiva conteúdos como a Capoeira por exemplo poderiam ser trabalhados propiciando o conhecimento de sua história gestual procedimentos e movimentos que revelam por exemplo a importância da ginga da reza que antecede a entrada na roda entre outras particularidades que contribuíram inclusive para o seu embranquecimento Enfim uma verdadeira aula de História e Antropologia a partir de uma aula de Educação Física preocupada com a linguagem corporal Outro aspecto referente à linguagem corporal que mereceria ser abordado em aulas de educação Física estaria relacionado ao conteúdo em si Ou seja o quanto é preciso se conhecer do Voleibol por exemplo para poder se comunicar com os demais jogadores de uma equipe Se como aprendizes da modalidade entrarmos em uma equipe de competição conseguiríamos jogar leiase nos comunicar Se um atleta de alto nível participar de um racha na praia de Copacabana em uma manhã de domingo conseguirá se comunicar ou falará sozinho Talvez para que este atleta não se torne uma espécie de estrangeiro incompreendido neste contexto houvesse a necessidade de simplificação dos ruídos de comunicação entre os membros do grupo facilitando a compreensão e clareando os objetivos da atividade proposta Afinal no esporte de alto rendimento não basta se comunicar pelo corpo é preciso se comunicar bem O mesmo é válido para jogos e brincadeiras os quais ricos em gestos e simulações tentam muitas vezes esconder o que o corpo está expressando para sairse vencedor como é o caso do passaanel e do telefone sem fio Por outro lado situações como a descrita a seguir também devem ser analisadas quando o assunto é a linguagem corporal Ou seja se transportássemos um professor de Educação Física das quadras das escolas brasileiras da década de 1930 para uma aula em uma quadra das escolas atuais ele seria compreendido Como ele transmitiria o conteúdo próprio de seu tempo aos alunos de escolas públicas do Ensino Médio por exemplo E se transportássemos um professor de Body combat para a escola de 1930 ele seria compreendido pelos alunos Por fim chegamos ao corpo que se expressa ou ao corpo gestual próprio das capas de revistas reproduzido nas academias que se proliferam Brasil afora como o padrão de corpo da atualidade Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 137 137 137 137 A Educação Física poderia discutir com os alunos sobre os ditames de uma moda que escraviza e impõe culturalmente a necessidade de alterações inclusive biológicas de um corpo cujo padrão é por muitos inatingível e numa perspectiva crítica analisar a realidade existente quebrando o estereotipo atual como o único existente na história do homem e da própria Educação Física Neste espaço os adornos que na aparência de cada ser expressam parte da sua individualidade poderiam contribuir para um melhor conhecimento e possibilidade de compreensão de uma geração que entre tatuagens e piercings imprime um corpo cujo padrão está muito distante daquele presente na maior parte das gerações de professores hoje na ativa O corpo como mídia identificado sabiamente por Baitello Júnior 1997 parece ser o ponto nevrálgico deste corpo que expressa entre outras coisas a cultura a qual pertence Isso para não falarmos das expressões ritmicocorporais e da dança que demonstram inúmeras possibilidades de expressar sentimentos emoções sons e significados por meio dos movimentos corporais como é o caso da percussão realizada no e pelo próprio corpo ou da Umbigada do Samba de crioula do Samba de roda do Reizado entre outras manifestações culturais ricas em significados e sentimentos passíveis de análise pela linguagem corporal Para além disso diríamos que um professor de Educação Física atento ao que o corpo expressa poderia identificar a sobrecarga corporal presente nos casos de obesidade ou os limites impostos àqueles que enfrentam problemas de anorexia Poderia também orientar os alunos de modo a evitar um corpo bombado encharcado de suplementos vitamínicos e anabolizantes não perdendo de vista os benefícios da atividade física para o desenvolvimento humano CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse levantamento preliminar de conceitos e entendimentos indica a necessidade de aprofundarmos a compreensão da linguagem em relação à Educação Física na escola pois o que parece óbvio é que a associação da linguagem corporal à Educação Física tem se mostrado pouco consistente tanto academicamente quanto pedagogicamente Como afirmou Darido 2002 a Educação Física na escola deve reconhecer que tem a difícil tarefa de propiciar aos alunos que ordenem de forma articulada os dados de experiências comuns aos membros de uma determinada comunidade lingüística assim como possibilitarlhes a compreensão da linguagem corporal como interação social que amplia o reconhecimento do outro e de si próprio instrumento do entendimento mútuo BRASIL 2002 p 145 Concordamos com Remonte 2005 que é necessário trazer as temáticas da comunicação e linguagem para o escopo da formação profissional e acrescentamos que ela deve estar presente tanto na formação inicial como na continuada Apenas para encerrar essas primeiras imagens que nos incitam a pensar nas diferentes possibilidades de leitura do corpo pela Educação Física reforçamos a idéia prescrita por Campelo 1997 da retomada do corpo como um texto um texto de cultura cujas marcas sensações movimentos e estereótipos revelará a cada um parte de si e do mundo É portanto função do professor de Educação Física saber lêlo de modo a poder ensinar aos seus alunos essa possibilidade alfabetizandoos no campo da linguagem corporal REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BAITELLO Jr N Apresentação O corpo como mídia In Campelo C R Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos um estudo semiótico do corpo e seus códigos São Paulo Annablume 1997 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico Parâmetros Curriculares Naciona Parâmetros Curriculares Naciona Parâmetros Curriculares Naciona Parâmetros Curriculares Nacionaisisisis 1999 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física 138 138 138 138 BRIKMAN L A linguagem do movimento corporal A linguagem do movimento corporal A linguagem do movimento corporal A linguagem do movimento corporal São Paulo Summus 1989 CAMPELO C R Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos Caleidoscorpos um estudo semiótico do corpo e seus códigos São Paulo Annablume 1997 COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino da Educação Física Metodologia do ensino da Educação Física Metodologia do ensino da Educação Física Metodologia do ensino da Educação Física São Paulo Cortez 1992 DAMÁSIO A R O cérebro de um corpo sem mente In O erro de Descartes O erro de Descartes O erro de Descartes O erro de Descartes Emoção razão e o cérebro humano São Paulo Companhia das Letras 1994 DARIDO S C Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais Brasília Secretaria de Educação Média e TecnológicaMEC 2002 DEL NERO H S O sítio O sítio O sítio O sítio da da da da mente mente mente mente pensamento emoção e vontade no cérebro humano pensamento emoção e vontade no cérebro humano pensamento emoção e vontade no cérebro humano pensamento emoção e vontade no cérebro humano São Paulo Collegium Cognitio 1997 DREYFUS H L The role of the body in intelligent behavior In What computers still cant do What computers still cant do What computers still cant do What computers still cant do critique of artificial reason Massachusetts MIT 1992 DURHAM ER A Dinâmica Cultural na Sociedade Moderna Ensaio de Opiniões Ensaio de Opiniões Ensaio de Opiniões Ensaio de Opiniões Vol4 p3235 1977 GAIARSA J A O espelho mágico O espelho mágico O espelho mágico O espelho mágico um fenômeno social chamado corpo e alma São Paulo Summus 1984 GEERTZ C A Interpretação das Culturas A Interpretação das Culturas A Interpretação das Culturas A Interpretação das Culturas Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1989 GONÇALVES C Educação Física Ler e escrever também com o corpo em movimento In Neves I C B Souza J V Schäffer N O Guedes P C e Klüsener R Organizadores Ler e escrever Ler e escrever Ler e escrever Ler e escrever compromisso de todas as áreas Porto Alegre UFRS 4562 2000 LABARRIÈRE G Éducation à la citoyenneté par lEPS Revue Éducation Revue Éducation Revue Éducation Revue Éducation Physique et Sport Physique et Sport Physique et Sport Physique et Sport 208 25 1999 MANSER M H Verbete language Macmillan students dictionary Macmillan students dictionary Macmillan students dictionary Macmillan students dictionary Londres Macmillan 1990 MATTOS M G e NEIRA M G A Educação Física enquanto linguagem In Educação Física na adolescência Educação Física na adolescência Educação Física na adolescência Educação Física na adolescência Construindo o conhecimento na escola São Paulo Phorte 1417 2000 OCONNOR J e SEYMOUR J Introdução à programação neurolinguística Introdução à programação neurolinguística Introdução à programação neurolinguística Introdução à programação neurolinguística São Paulo Summus 1995 REMONTE J G Linguagem corporal Linguagem corporal Linguagem corporal Linguagem corporal O que é isso companheiro Artigo publicado em meio eletrônico httpwww2uolcombraprendizncolunascolunalivreid250302htm acesso 1715 2005 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Sara Quenzer Matthiesen Suraya Cristina Darido Luiz Alberto Lorenzetto Laércio Schwantes Iório Irene Conçeição Andrade Rangel Luiz Henrique Rodrigues Luiz Sanches Neto Eduardo Vinícius Mota e Silva Luciana Venâncio Eduardo Augusto Carreiro Alessandra Andréa Monteiro Zenaide Galvão 139 139 139 139 SANTOS J L O que é cultura O que é cultura O que é cultura O que é cultura São Paulo Brasiliense 2005 SEVCENKO N Culto Circuito Carta Capital Carta Capital Carta Capital Carta Capital São Paulo 6 de outubro 2004 VAN DER MERWED F Sport as a symbol Symbols in sport Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Proceedings of the 3rd ISHPES Congress Cape Town 1996 Contatos Contatos Contatos Contatos Universidade Estadual Paulista Fone 1935264348 Endereço Av 24A n 1515 Rio Claro SP 13506900 Email saraqmrcunespbr Tramitação Tramitação Tramitação Tramitação Recebido em 160508 Aceito em 280808 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Ano 7 número 2 2008 Linguagem corpo e educação física