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Engenharia de Produção ·

Gestão de Produção

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73 GESTÃO DA PRODUÇÃO Unidade II 5 MRP II PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DE FABRICAÇÃO MANUFACTURING RESOURCES PLANNING O MRP Materials Requirements Planning Planejamento das Necessidades de Materiais surgiu nos anos 1960 e ficou conhecido como MRP I A partir dos anos 1980 surgiu o MRP II Manufacturing Resources Planning que significa Planejamento dos Recursos de Manufatura ou Planejamento dos Recursos de Produção O MRP II permite que as empresas avaliem as implicações de demanda futura nas áreas financeira e de engenharia assim como as necessidades de materiais Figura 51 Cronômetro que representa os recursos de fabricação Como resultado o MRP oferece a documentação que converterá as necessidades do mercado em uma linguagem que possa ser entendida pela produção Serão portanto geradas listas de materiais ordens de produção etc Sistemas informatizados realizam o sequenciamento das ordens de produção e geram programas de produção considerando a disponibilidade real dos recursos produtivos a existência de restrições operacionais as condições de demanda e as políticas de atendimento da empresa Já os softwares avançados estabelecem uma ligação entre o planejamento e a produção Estes geram informações precisas e em tempo real promovendo a otimização de todas as etapas da produção desde a emissão de uma ordem até o embarque dos produtos acabados 74 Unidade II 51 MRP II Manufacturing Resources Planning O conceito de MRP Material Requirements Planning foi ampliado para gerir outros recursos de empresas industriais O MRP II não é um substituto do MRP é mais abrangente e complementa o sistema de gestão Na figura a seguir é possível visualizar o sistema MRP II Planejamento de negócios Planejamento de vendas Planejamento de produção Plano mestre de produção Recursos Planejamento de necessidades Estoques Compras Produção MRP I MRP II Planejamento dos recursos da manufatura PCP Lista de materias Figura 52 Diagrama do MRP II 511 Planejamento de negócios O planejamento de negócios traça a estratégia empresarial e define o grau de verticalização ou horizontalização make or buy Estabelece volumes de vendas custos das vendas custos operacionais investimentos em recursos retorno de investimentos planejamento de longo prazo 75 GESTÃO DA PRODUÇÃO 512 Planejamento de vendas O planejamento de vendas determina as projeções das vendas por produto os grupos de produtos por demanda e os itens por sazonalidade Estabelece variações de vendas aumentodiminuição ciclo de vida de produtos condições de mercado sazonalidade sistemas de logística e distribuição 513 Planejamento da produção O planejamento da produção estabelece planos a médio e longo prazo do que será produzido por família de produtos Considera estoques disponíveis e políticas de estoques estratégicos Uma empresa pode ter uma previsão de vendas menor em determinada época do ano e maior em outra O planejamento de produção não deve ser feito em função da demanda maior ou menor mas dos recursos e do planejamento de estoques reguladores de maneira que a variação do estoque estabeleça uma produção mensal o mais uniforme possível criando um ritmo de produção estável o que facilita a administração Para tanto o planejamento da produção utilizase do planejamento de vendas que por sua vez utilizase do planejamento de negócios 514 Plano mestre de produção master production scheduling O plano mestre de produção estabelece o que quando e onde será feita a produção levando em conta os recursos disponíveis Observação O plano mestre de produção utilizase do conceito de MRP I determinando as necessidades e consequentemente controlando os estoques as ordens de produção as ordens de compras e o planejamento e controle da produção PCP O plano mestre de produção determina os detalhes de processos tempos e métodos de produção 76 Unidade II Figura 53 Indústria automatizada usuária do MRP II Lembrete O planejamento dos recursos de fabricação é um avanço de gestão sobre o MRP I mas requer programas informatizados com recursos sofisticados que em geral são customizados pelas empresas geradoras de software 515 Controle da produção Uma das grandes dificuldades de um PCP não é planejar mas sim controlar a produção pois devido às perturbações e aos incidentes muito comuns em um processo produtivo o programa original se desvia causando atrasos e custos adicionais O que se busca é um planejamento que tenha um controle de produção proativo e não reativo como é comum no dia a dia Para viabilizar esse PCP é necessário efetuar um estudo da sua evolução ao longo do tempo e das causas que motivaram essa modificação Essas causas irão nos indicar a influência de todos os setores envolvidos no processo industrial e de que maneira esses setores interagem Controle visual Controle total Controle por amostragem Método de controle da produção Controle por exceção Autocontrole Figura 54 Controle da produção 77 GESTÃO DA PRODUÇÃO Controle visual muito eficaz utilizado cada vez mais desde a conceituação de manufatura enxuta que valoriza esse método Entretanto em grandes organizações e dependendo do tipo de atividade o controle visual tornase um desafio Mesmo sendo uma atividade complexa de se implementar é aconselhável utilizar esse método Controle total muito eficaz já que como o próprio nome diz é abrangente e assegura o controle em mínimos detalhes Porém pode ser inviabilizado devido aos custos gerados por essa metodologia Por vezes o tempo demandado e os custos aconselham outra metodologia Controle por amostragem eficaz baseiase na análise de amostras Estatisticamente uma amostra é escolhida dentro dos critérios adotados pela estatística descritiva que representará o universo em estudo As possibilidades de imprecisão estão previstas na margem de erro admitida em uma amostragem Uma amostra correta sempre apresentará uma distribuição normal isto é um arranjo de dados que tem a forma de um sino 99994 0003 4σ 3σ 2σ 1σ 1σ 2σ 3σ 4σ 0003 9973 9544 6826 µ Figura 55 Desvios padrão e sua representação porcentual Estatisticamente na região contida entre dois desvios padrão 2σ um à direita e outro à esquerda da linha de média encontramse 6826 de todo o universo pesquisado Na região contida entre quatro desvios padrão 4σ encontramse 9544 de todo o universo pesquisado E na região contida entre seis desvios padrão 6σ um à direita e outro à esquerda da linha de média encontramse 9973 de todo o universo pesquisado Na manufatura enxuta conforme falamos anteriormente um dos princípios essenciais dessa filosofia é não produzir produtos ou serviços em não conformidade com as especificações Portanto adotouse que um controle estatístico dentro de seis desvios padrão 6σ seria um parâmetro ideal para o controle de um processo pois garante que 9973 da produção estejam em conformidade com o planejado Poderia adotarse um número ainda mais preciso como a região contida entre oito desvios padrão 8σ quatro à direita e quatro à esquerda da linha de média onde se encontram 99994 78 Unidade II Porém à medida que se aumentam as características de precisão dos processos seus custos sobem de maneira exponencial Portanto a referência 6σ tem uma boa margem de segurança a um custo de produção bastante razoável Algumas empresas como as de linha branca ou as montadoras de veículos têm adotado como referência devido aos avanços da automação industrial o valor de não conformidade de 700 ppm setecentas partes por milhão o que representa uma possibilidade de não conformidade de 007 se comparada a 6σ que possui a possibilidade de erro de 027 e em comparação a 8σ que tem o número de 0006 sendo muito mais rigoroso Saiba mais Para conhecer melhor o controle por amostragem leia COSTA NETO P L O CANUTO S A Administração com qualidade conhecimentos necessários para a gestão moderna São Paulo Blucher 2010 Controle por exceção baseiase em incidentes perturbações e não conformidades ocorridas Sendo assim o que ocorre de acordo com o planejamento não será analisado somente as não conformidades serão consideradas para efeito de ações corretivas de controle Autocontrole sistema produtivo que detecta uma não conformidade durante o processo produtivo acionando instantaneamente um mecanismo de correção Com o advento da manufatura enxuta funcionários com múltiplas habilidades introduziram o conceito de autocontrole E com a introdução de sistemas computacionais cada vez mais o autocontrole vem sendo utilizado com a ajuda de inteligência artificial e novas formas de lógica 516 Indicadores do controle da produção Os indicadores do controle da produção têm como meta efetuar medições a fim de diagnosticar as necessidades de correções do processo com vistas a manter o planejamento e os custos originais Em geral os índices são expressos em porcentagem Eficiência Índice de eficiência horas previstas horas trabalhadas Quando esse índice for menor que um 1 indicará que horas excedentes além do planejado foram utilizadas Por exemplo horas extras 79 GESTÃO DA PRODUÇÃO Quando for maior que um 1 indicará que o planejamento foi impreciso ou que as contingências previstas não ocorreram Utilização de mão de obraequipamento Coeficiente de MO n mero de horas previstas ú ú n mero de horas utilizadas pela MO Analogamente Coeficiente de Equip n mero de horas previstas ú ú n mero de horas utilizadas pelo Equip Quando esse índice for menor que um 1 indicará que horas excedentes além do previsto foram utilizadas Por exemplo manutenção não prevista Quando for maior que um 1 indicará que o planejamento foi impreciso ou que as contingências previstas não ocorreram Utilização do tempo Coeficiente de tempo tempo previsto tempo gasto Esse índice indicará se o tempo previsto foi realizado ou se houve um excedente Caso esse índice seja menor que um 1 indicará que horas excedentes além do previsto foram utilizadas Em geral atrasos são muito preocupantes pois em empresas de produção sob encomendas há multas contratuais por atrasos de entrega Quando for maior que um 1 o índice indicará que o planejamento foi impreciso ou que as contingências previstas não ocorreram Índice de quantidade Índice de quantidade unidades produzidas unidades programadas Caso esse índice seja menor que um 1 indicará que as quantidades planejadas não foram atendidas o que implica a necessidade de produzir adicionalmente até atingir a quantidade planejada Índice de qualidade Índice de qualidade unidades defeituosas unidades produzidas Nesse caso o índice ideal é zero pois não haveria unidades não conformes 80 Unidade II Quase sempre esse índice é multiplicado por cem 100 para expressar a porcentagem de peças defeituosas Lembrete Adotouse que um controle estatístico dentro de seis desvios padrão 6σ seria um parâmetro ideal para o controle de um processo pois garante que 9973 da produção estejam em conformidade com o planejado Índice de matériaprima Índice de MP quantidade de MP prevista quantidade de MP utilizada Caso esse índice seja menor que um 1 indicará que uma quantidade excedente de MP foi utilizada Em geral isso ocorre devido a peças refugadas o que exige a utilização de mais MP para atender ao planejamento Índice de ordens de produção Índice de OP ordens não realizadas ordens emitidas Nesse caso o índice ideal é um 1 que significa que todas as ordens emitidas foram realizadas No caso de o índice ser menor que um 1 indicará que parte das ordens não foi cumprida e portanto houve um atraso no planejamento Índice de controle de estoques Índice de CE número de entradas número de saídas estoque médio Quando o índice for maior que um 1 indicará que o item girou mais de uma vez em relação ao estoque médio previsto no período Por exemplo caso o índice seja 3 demonstrará que o item girou três vezes seu estoque médio no período Saiba mais CHIAVENATO I Gestão da produção uma abordagem introdutória 3 ed Barueri Manole 2014 81 GESTÃO DA PRODUÇÃO 52 ERP Planejamento dos recursos da empresa Enterprise Resource Planning ERP Planejamento e Controle da Produção PCP Financeiro Telemarketing Relatórios customizados Faturamento Custo industrial Figura 56 Administração global do ERP O ERP planejamento dos recursos da empresa trata da visão global de uma empresa Planejamento de produção e compras Racionalização no uso de equipamentos Integração da administração Planejamento e controle da produção Redução administrada de desperdícios Acesso à documentação Redução de tempos ociosos Redução de informações duplicadas entre setores Tomada de decisões Eficácia na informação dos custos Detecção e diagnósticos de não conformidades no momento da ocorrência Informação sobre necessidades de insumos MRP I MRP II ERP Figura 57 Dimensões comparativas MRP I x MRP II x ERP Plano mestre de produção MPS Dados de especificação de itens de materiais technical data Lista de materiais BOM technical data Dados de recursos de produção manufacturing technical data Movimentação e controle de estoque inventory control 82 Unidade II Gerenciamento de compras Planejamento de necessidades de materiais MRP Controle do chão de fábrica SFC Planejamento de necessidades de capacidade CRP Custeio padrão cost control Gerenciamento e demonstrações de custos cost controler Planejamento de recursos de distribuição DRP Além disso o ERP atua junto a tradicionais sistemas como Plano de negócio Rastreabilidade de lotes Gerenciamento de contratos Gerenciamento de ferramentas Controle de alterações de engenharia Gerenciamento de configuração Coleta de dados de chão de fábrica Previsões e análises de vendas Planejamento e controle de produção Outros sistemas relacionados são Contabilidade Contas a pagar Contas a receber Gerenciamento de ordens de compra Planejamento de recursos de distribuição logística Gerenciamento automatizado de depósitos de peças e componentes Gerenciamento de projeto 83 GESTÃO DA PRODUÇÃO Registros técnicos Estimativas CADCAM CAPP Lembrete O sistema ERP Enterprise Resource Planning é um conceito de administração que assegura acesso aos dados de todos os setores de uma empresa de maneira integrada Os dados proporcionados pelo sistema ERP possibilitam diagnósticos precisos sobre as ações necessárias para gerir uma empresa com produtividade e eficiência A seguir vamos fazer algumas aplicações utilizando os conceitos vistos até aqui 6 APLICAÇÕES Nesta unidade efetuaremos um exemplo completo de MRP I para verificar nossa compreensão sobre o tema Exemplo de aplicação Uma empresa fabricante de dispositivos de fixação mecânica produz morsas grampos garras calços e parafusos prisioneiros Entrarão em produção os produtos J e K Produto J Produto K A A D G B B H E C C F Figura 58 Produtos a serem produzidos 84 Unidade II A previsão de vendas gerou um plano médio de produção Figura 59 Plano médio de produção itens J e K E o departamento de compras informou o recebimento programado de fornecedores Figura 60 Recebimento programado itens C e H O produto J é composto dos seguintes itens Figura 61 Lista de peças do produto J As peças A B e E formam o subconjunto X A montagem final do produto J é a montagem de X F C e H J X A 2 F B C E H 2 Figura 62 Árvore do produto J 85 GESTÃO DA PRODUÇÃO O produto K é composto dos seguintes itens Figura 63 Lista de peças do produto K As peças A B e D formam o subconjunto Y A montagem final do produto K é a montagem de Y G C e H K Y A 2 G B C D H Figura 64 Árvore do produto K O departamento de custos informou que os custos de fabricação custo industrial unitário C3i set up Cs e de estocagemtempo Ce são os seguintes Figura 65 Custos dos produtos J e K O inventário de estoques apresenta na data atual a seguinte configuração 86 Unidade II Figura 66 Inventário de itens O departamento de tempos e métodos informa o lead time dos itens Figura 67 Tabela de lead time Resolução a Determinação da produção Pr do lote econômico Pr Cs Ce Item A PrA 0 0001 0 portanto a ordem de fabricação será lotelote pois o custo de set up Cs é zero Item B PrB 0 0002 0 portanto a ordem de fabricação será lotelote pois o custo de set up Cs é zero GESTAO DA PRODUCAO SS ee eee ee eee eee eee eee ee a ae ae ae ae ae a ae ae ae Ee e Item C 0 Pro D001 0 portanto a ordem de fabricacdo sera LoteLote pois o custo de set up Cs é zero E importante lembrar que esse item é comprado Mesmo assim podemse efetuar pedidos de compras com a quantidade necessdria para a execucdo dos produtos portanto LoteLote e Item D 1700 a Pr 753 pecas portanto esse sera 0 lote econdmico 0003 e Item E 1200 a Pr 632 pecas portanto esse sera o lote econdmico 0003 e Item F 1500 a Pr 866 peas portanto esse sera 0 lote econdmico 0002 e Item G 1800 a Pr J 949 pecas portanto esse sera o lote econdmico 0002 e Item H Pr 0 portanto a ordem de fabricacdo sera LoteLote pois o custo de set up Cs é zero E importante lembrar que esse item é comprado Mesmo assim podemse efetuar pedidos de compras com a quantidade necessdria para a execucdo dos produtos portanto LoteLote b Determinacdo do custo total do produto Ct Cs CePrUt C3i Pr e ItemA Ct o 00010 002 002 observe que como nao ha custo de set up e todo o lote produzido Pr sera utilizado Pr Ut Pr Ut 0 entao o custo total sera o proprio custo industrial unitario 88 Unidade II Item B Ct 0 Pr 00020 005 005 como não há custo de set up e todo o lote produzido será utilizado Pr Ut Pr Ut 0 então o custo total será o próprio custo industrial unitário Item C Ct 0 Pr 00010 001 001 observe que como não há custo de set up e todo o lote produzido será utilizado Pr Ut Pr Ut 0 então o custo total será o próprio custo industrial unitário item comprado Item D Ct 1700 753 0003753 600 200 502 observe que nesse caso há custo de set up e o lote econômico é de 765 peças mas o item D é filho do produto K que possui uma programação de 1200 peças na semana 10 Sendo assim consideramos a quantidade utilizada Ut como sendo 600 peças pois serão necessários dois lotes econômicos para suprir a demanda de 1200 peças Item E Ct 1200 632 0003632 500 220 449 observe que nesse caso há custo de set up e o lote econômico é de 632 peças mas o item E é filho do produto J que possui uma programação de 1000 peças na semana 6 e 600 peças na semana 14 Sendo assim consideramos a quantidade utilizada Ut como sendo 500 peças pois serão necessários dois lotes econômicos para suprir a demanda de 1000 peças Item F Ct 1500 866 0002866 500 520 766 observe que nesse caso há custo de set up e o lote econômico é de 866 peças mas o item F é filho do produto J que possui uma programação de 1000 peças na semana 6 e 600 peças na semana 14 Sendo assim consideramos a quantidade utilizada Ut como sendo 500 peças pois serão necessários dois lotes econômicos para suprir a demanda de 1000 peças Item G Ct 1800 949 0002949 600 490 769 observe que nesse caso há custo de set up e o lote econômico é de 765 peças mas o item G é filho do produto K que possui uma programação 89 GESTÃO DA PRODUÇÃO de 1200 peças na semana 10 Sendo assim consideramos a quantidade utilizada Ut como sendo 600 peças pois serão necessários dois lotes econômicos para suprir a demanda de 1200 peças Item H Ct 0 Pr 00010 003 003 observe que como não há custo de set up e todo o lote produzido será utilizado Pr Ut Pr Ut 0 então o custo total será o próprio custo industrial unitário item comprado Temos então os lotes determinados e os custos totais unitários Figura 68 Tabela de custos O custo de cada produto será então Figura 69 Tabela de custos do produto J por item É importante lembrar que os itens A e H são de duas peças para cada produto J 90 Unidade II Analogamente Figura 70 Tabela de custos do produto K por item É importante lembrar que o item A utiliza duas peças em cada produto K c Nivelamento dos itens para prioridades De acordo com a árvore de produto J X A 2 F B C E H 2 K Y A 2 G B C D H Figura 71 Árvores dos produtos J e K Figura 72 Níveis de prioridades dos itens X e Y 91 GESTÃO DA PRODUÇÃO J K X Y F C H G A B E D Figura 73 Níveis de prioridades de todos os itens d Cálculo das ordens de fabricaçãocompras Conforme vimos no cálculo de ordens devemos construir uma tabela com as seguintes grandezas Necessidade bruta significa a quantidade necessária para a entrega do item planejado segundo o plano médio de produção Recebimento programado conforme os valores fornecidos Estoque disponível conforme o inventário fornecido ED Atual Alocado Necessidade líquida determinada pela equação NL NB ED Rpr Ordem de produção compras considerandose o lead time fornecido Dados fornecidos 92 Unidade II Figura 74 Tabelas de MRP I Produto J Figura 75 MRP item J Observamos que de acordo com os dados fornecidos o produto J tem um plano médio de produção para as semanas 6 e 14 nas quantidades 1000 e 600 respectivamente Não há previsão de recebimento programado ou estoque disponível e o lead time do produto é de uma semana Sendo assim a tabela indica os dados semana a semana iniciando na semana 1 e terminando na semana 20 Fazendo o equacionamento verificamos que as ordens de produção compras devem ser emitidas nas semanas 5 e 13 nas quantidades de 1000 e 600 respectivamente Analogamente faremos o raciocínio para o produto K Figura 76 MRP item K 93 GESTÃO DA PRODUÇÃO Já no item X verificamos que é uma montagem dos itens A B e E sendo que A participa com duas unidades e B e E com apenas uma Não há previsão de recebimento programado ou estoque disponível e o lead time do produto é de uma semana Fazendo o equacionamento verificamos que as ordens de produção compras devem ser emitidas nas semanas 5 e 13 nas quantidades 1000 e 600 respectivamente Analogamente faremos o raciocínio para o produto Y Figura 77 MRP item X Figura 78 MRP item Y Aplicaremos o mesmo método para os cálculos dos demais itens Figura 79 MRP item H Figura 80 MRP item G 94 Unidade II Figura 81 MRP item F Figura 82 MRP item E Figura 83 MRP item D Figura 84 MRP item C Figura 85 MRP item B Figura 86 MRP item A 95 GESTÃO DA PRODUÇÃO Feitos os cálculos obtémse a programação das ordens de produçãocompras Figura 87 Ordens de produção Também é obtido o resumo dos custos e lotes econômicos Figura 88 Custos por itens Observação Em geral os cálculos de aplicação de conceitos são efetuados por softwares 61 Modelos de software para PCP em uma pequena ou microempresa Segundo Machline 1992 um modelo pode ser definido como uma representação da realidade que visa explicar o comportamento de determinado setor do mundo concreto Essa afirmação indica uma direção a ser tomada para um modelo adequado de PCP para pequenas empresas Ainda segundo Machline 1992 a conceituação de um modelo é tarefa delicada pois quanto maior for o número de variáveis maior será a complexidade 96 Unidade II No entanto em geral apenas um número restrito de premissas é significativo para o desempenho do PCP o que pode minimizar a complexidade do modelo de software a ser implementado Um modelo simples será Banco de dados do produto Banco de dados de máquinas e equipamentos Banco de dados de processos e métodos Banco de dados complementar generalidades Relatórios Telas Relatórios Impressor Módulo principal Figura 89 Fluxograma de software Considerando as suas características específicas estruturouse um software para o PCP das pequenas e microempresas com algumas simplificações julgadas necessárias O modelo tem como base quatro bancos de dados onde estão gravados no primeiro os dados do projeto de todos os produtos no segundo os dados relativos ao projeto dos processos de todos os produtos no terceiro os dados gerais que permitirão o complemento da apuração dos custos e no quarto os dados relativos às máquinas existentes na empresa Observação Como resultado o software abordará na etapa de planejamento o projeto dos produtos e dos processos e na etapa de programação a definição do número Resumo Vimos nesta unidade a apresentação do planejamento dos recursos de fabricação e seus métodos de análise e diagnóstico dos processos produtivos que são planejamento de negócios planejamento de vendas planejamento da produção plano mestre de produção e controle da produção Esses processos buscam uma gestão mais ampla da produção levando em conta além das necessidades de materiais os recursos produtivos como máquinas equipamentos recursos humanos etc O planejamento e controle da produção deve ser o mais detalhado possível a fim de que o gestor da produção possa acompanhálo durante todo o processo produtivo e atuar prontamente quando houver desvios ou incidentes que impactem nos prazos e nos custos de produção 97 GESTÃO DA PRODUÇÃO Exercícios Questão 1 Enade 2008 A análise de capacidade do processo de produção em uma empresa de cerâmica para pisos parte dos seguintes dados para os tempos padrão dos ciclos de máquina Prensa ciclos de 72 segundos para 2 peças por ciclo Esmalte ciclos de 30 min em uma esmaltadora capaz de processar simultaneamente 60 peças Forno para queima ciclos de queima de 1 hora com até 240 placas de cerâmica a cada ciclo A empresa já trabalha em 3 turnos diários de 8 horas sem interrupção e as necessidades de paradas das máquinas para preparação e manutenção são desprezíveis A previsão de demanda indica a possibilidade de aumento de vendas de 10 ao ano nos próximos 3 anos A fábrica vende atualmente 2000 peças de piso por dia em média Adaptado de Claudio Levi de Freitas Pereira 2003 Assinale a melhor opção para a expansão da capacidade produtiva para atender à demanda nos próximos 4 anos com criação de mínima capacidade ociosa total A Aumentar a capacidade máxima de produção da esmaltadora em 20 B Dobrar a capacidade máxima de produção do forno de queima C Aumentar a capacidade máxima de produção da prensa em 50 D Aumentar a capacidade máxima de produção da prensa em 30 E Aumentar a capacidade máxima de produção da prensa e da esmaltadora em 20 Resposta correta alternativa D Resolução da questão Chamando de TCp o tempo de ciclo da prensa TCe o tempo de ciclo da esmaltadora e TCf o tempo de ciclo do forno e usando a expressão TTd TC QNb temos 72 s s 30 60 s s TCp 36 TCe 30 2 peças peça 60 peças peça 60 60 s s TCp 15 240 peças peça 98 Unidade II Como o tempo de ciclo da prensa é o maior entre os tempos do processo para uma jornada de 3 turnos diários de 8 horas cada a produção por jornada fica limitada à produção da prensa Pj 3 8 60 60s Prensa Pj 2400 peças s 36 peça A produção por jornada da esmaltadora e do forno fica 3 8 60 60s Esmaltadeira Pj 2880 peças s 30 peça 3 8 60 60s Forno Pj 5760 peças s 15 peça Foi informado que a venda atual é de 2000 peças por dia e que para os próximos 3 anos existe a expectativa de aumento em 10 ao ano Com isso no fim do terceiro ano o volume de vendas esperado é de 2662 peças por dia Para atender à demanda de 2662 peças por dia não é necessário fazer alteração na capacidade da esmaltadora e do forno pois hoje a capacidade instalada é maior que esta Quanto à prensa é necessário aumentar sua capacidade em 262 peças por dia o que é 109 maior que a capacidade atual Análise das alternativas A Alternativa incorreta Justificativa como visto na solução não é necessário o aumento de capacidade da esmaltadora B Alternativa incorreta Justificativa como visto na solução não é necessário o aumento de capacidade do forno C Alternativa incorreta Justificativa a alternativa propõe um aumento de capacidade da prensa igual a 50 Como o aumento mínimo necessário para atender à demanda é de 109 esta alternativa atende à necessidade de produção Esta resposta poderia ser considerada correta caso não existisse nenhuma outra que oferecesse um aumento de capacidade inferior ao dela e maior que 109 uma vez que o enunciado pede para assinalar a melhor opção 99 GESTÃO DA PRODUÇÃO D Alternativa correta Justificativa a alternativa propõe um aumento de capacidade da prensa igual a 30 Como o aumento mínimo necessário para atender à demanda é de 109 esta alternativa atende à necessidade de produção Esta resposta é a correta pois não existe nenhuma outra que oferece um aumento de capacidade inferior ao dela e maior que 109 E Alternativa incorreta Justificativa a alternativa propõe um aumento de capacidade da prensa igual a 20 Como o aumento mínimo necessário para atender à demanda é de 109 esta alternativa atende à necessidade de produção e é a que propõe o menor aumento de capacidade da prensa Esta resposta poderia ser considerada correta caso não fosse proposto também o aumento de capacidade da esmaltadora o que não é necessário Questão 2 Enade 2005 Mesmo após a implantação de um sistema integrado de gestão do tipo ERP enterprise resource planning o diretor industrial de uma grande empresa de autopeças não conseguia ter informações úteis para a tomada de decisões estratégicas Toda a compilação de dados era muito trabalhosa e requeria muito tempo de seu staff O CIO chief information officer propôs então a compra de um novo módulo do fornecedor do sistema integrado de gestão chamado business intelligence BI Segundo o vendedor esse módulo atenderia às necessidades de informação para a tomada de decisão em nível estratégico Frente à decisão de investir mais em tecnologia de informação o diretor industrial refletiu acerca do ocorrido não encontrando porém uma solução possível Com base na situação descrita assinale a opção que melhor descreve o que provavelmente ocorreu nessa empresa A Apesar de dada como finalizada pela equipe responsável a implantação do ERP está incompleta B O sistema ERP ficou obsoleto antes mesmo de ser terminada sua implantação sendo necessária a compra de novos módulos mais atualizados C O sistema ERP precisa ser integrado à intranet para atualizar os dados mais rapidamente de forma a fornecer informação estratégica D O sistema ERP é um sistema integrado de processamento de transações e não é adequado às necessidades de informação de nível estratégico E A escolha do fornecedor do software é crucial para a disponibilidade de informações no nível estratégico Resolução desta questão na plataforma