·
Psicologia ·
Psicologia Institucional
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Prefere sua atividade resolvida por um tutor especialista?
- Receba resolvida até o seu prazo
- Converse com o tutor pelo chat
- Garantia de 7 dias contra erros
Recomendado para você
770
Psicodiagnóstico - Claudio Simon Hutz et al.
Psicologia Institucional
UNIABEU
8
Capítulo III: Entrevistas para Aplicação de Testes no Psicodiagnóstico
Psicologia Institucional
UNIABEU
1
Instruções para Elaboração de Mapa Mental sobre Avaliação Psicológica
Psicologia Institucional
UNIDOMBOSCO
406
Violência e Preconceitos na Escola: Contribuições da Psicologia
Psicologia Institucional
USS
8
Aspectos Psicológicos das Disfunções Sexuais
Psicologia Institucional
FAFIBE
8
Abandono Terapêutico na Terapia Cognitivo-Comportamental
Psicologia Institucional
UNIA
1
Orientações de Formatação para Relatórios Acadêmicos
Psicologia Institucional
CEUNSP
14
Preparação para a Aposentadoria como parte da Educação ao Longo da Vida
Psicologia Institucional
UEM
24
Análise Psicanalítica Texto 04
Psicologia Institucional
UNIVERSO
24
Revisão sobre Observação Psicológica no Estágio Básico I
Psicologia Institucional
FPP
Texto de pré-visualização
Psicologia e as práticas institucionais A pesquisaintervenção em movimento Marisa Lopes da Rocha Universidade Estadual do Rio de Janeiro UERJ RESUMO Este trabalho tem como proposta discutir no primeiro momento os pressupostos das pesquisas partici pativas em especial os da pesquisaintervenção que traz como referencial teóricometodológico a análise institucional No segundo momento será apresentado o processo de desenvolvimento e as conclusões parciais de uma pesquisa realizada em uma escola pública do estado do Rio de Janeiro Colocar em análise as relações entre Psicologia e Educação e suas implicações com as condições do trabalho docente e a saúde na escola é um objetivo atravessado nas presentes reflexões Palavraschave Pesquisa participativa pesquisaintervenção análise institucional psicologia e educação ABSTRACT Psychology and institutional practices Interventionresearch in movement This paper discusses at first the presuppositions of participative researches in special those which bring institutional analysis as theoretical and methodological basis Afterwards it will be presented the process of development and the partial conclusions of a research carried out in a public school of Rio de Janeiro One of the main goals of these discussions is to analyse the relations between Psychology and Education and their implications with the conditions of teaching work and health in school Key words Participative research interventionresearch institutional analysis psychology and education v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 PSICO PSICOΨ Ψ PESQUISA PARTICIPATIVA COMO INTERVENÇÃO NAS PRÁTICAS ACADÊMICAS As pesquisas participativas surgem como um mo vimento frente às pesquisas cientificistas tradicionais trazendo pressupostos vinculados à problematização das relações entre o investigador e o que é investiga do entre sujeito e objeto teoria e prática com a pers pectiva do estabelecimento de condições para capta çãoelaboração da informação no cotidiano das cultu ras grupos e organizações populares Isso significa que as práticas que constituem o social e os refe renciais que lhe dão sentido vão se produzindo con comitantemente uma vez que o conhecimento e a ação sobre a realidade são constituídos no curso da pesquisa de acordo com as análises e decisões coleti vas dando à comunidade participante uma presença ativa no processo O conhecimento se constrói assim entre o saber já elaborado e incorporado nos pressu postos do pesquisador e o fazer enquanto produção contínua que organiza a ação investigativa Parâmetros como os de verdade neutralidade ob jetividade universalização de saberes são questiona dos e as mudanças que se processam ao longo dana pesquisa implicam em transformações também dos sujeitos envolvidos e das práticas estabelecidas quer para a população participante na pesquisa quer para os pesquisadores Em Thiollent 1987 a investigação não tem como ser concebida de modo indiferente às relações entre pesquisadores e pesquisados Numa relação de investigação convencional pre tendese em nome da objetividade fechar ao máximo o mecanismo de captação para que as respostas das pessoas interrogadas sejam emitidas sem efeito de aprendizagem e sejam diretamente encaixáveis na quilo que o investigador deseja mostrar ou justificar Assim perdese de vista a questão da aprendizagem e da criação ao nível das pessoas ou grupos implicados na situação Thiollent 1987 p 97 O autor afirma ainda que as análises das condições da ação e a produção de novos significados implicam a desconstrução do caráter individualizado e estereo 170 Rocha M L da PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 tipado das respostas Neste sentido o cotidiano é fruto da experiência coletiva e podemos considerar que as situações e os resultados organizados a partir das pes quisas participativas são sempre provisórios e que para a sua compreensão é fundamental a contextuali zação dos fatores a análise das forças que os produzi ram e dos efeitos das práticas Porém se por um lado podemos considerar que as pesquisas participativas se constituem a partir de uma metodologia que apresenta pressupostos gerais de investigação por outro é necessário observar a diver sidade de tendências evidenciada nos diferentes mo dos de ação procedimentos e priorização de objetivos em que a pesquisaintervenção se caracteriza por uma intervenção psicossociológica em nível de transforma ção institucional A pesquisaintervenção traz como referencial teóricometodológico a análise institucional O movimento institucionalista surge na década de 60 na França e nas décadas seguintes na América Lati na tendo como principais referências Lourau 1993 1997 Lapassade 1998 Guattari 1985 1992 Hess e Authier 1994 Baremblitt 1992 Saidon 1987 2002 Rodrigues Leitão e Benevides 1992 Barros 1999 entre outros Os principais conceitos que ser vem como ferramentas de intervenção nas ações cole tivas são a reconceituação de grupo e de instituição a análise das demandas os analisadores históricos ou construídos e a análise da transversalidade e das im plicações É ainda importante ressaltar que o método na análise institucional não é só uma questão de pro cedimento mas uma postura frente ao trabalho ao outro à vida A fim de trabalhar um pouco com esses conceitos pretendemos tecer algumas considerações com vistas a facilitar a compreensão do institucio nalismo enquanto um dispositivo analítico Por grupo entendemos não um conjunto de pes soas organizadas por certas estabilizações de espaço e tempo mas os processos que se constituem entre elas e a partir delas no exercício permanente de buscar sen tido para o desdobramento das ações e para o signifi cado de sua própria existência Assim um grupo se faz na multiplicidade de tensões geradoras de trans formações nasdas circunstâncias e nodo curso de seu movimento Da mesma maneira as instituições na perspectiva do movimento institucionalista não são compreendidas como estabelecimentos ou estruturas organizacionais mas se constituem em práticas sócio historicamente produzidas trazendo portanto a di mensão dos valores das tradições da referência das ações que no cotidiano são naturalizados e tomados como verdades absolutas universalizados O sentido de cotidiano para nós está implicado com a dimensão das mudanças A vida cotidiana onde as práticas são tecidas não pode ser considerada como uma totalidade fechada em si mesma e nem desenvolvida através de relações de determinação linear com a globalidade hegemônica e com os valores dominantes Antes para que o cotidia no ganhe consistência é fundamental que pela análise coletiva seja intensificado aglutinando as ações frag mentárias e descontínuas imprimindo novos sentidos à realidade Rocha Gomes e Lima 2003 p 139 Sendo o cotidiano construído a partir das experiên cias vividas no curso das ações desenvolvidas para dar conta das exigências relativas ao trabalho contamos ainda com as contribuições de Kastrup 1999 no que tange à noção de experiência como o âmbito onde se circunscrevem variações que foram sendo produzidas nas sucessivas operações que vão sendo repetidas ora afirmando ora desmontando hábitos cristalizados num processo permanente de aprendizagem e desa prendizagem Assim para começarmos um trabalho em Análise institucional é importante a construção de um campo de análise ou seja a organização de conhecimentos históricos políticos e conjunturais acerca do campo de intervenção no qual buscamos desenvolver um pro cesso de investigação A partir do estabelecimento coletivo de um projeto de trabalho a pesquisainter venção tem início através de dispositivos mobilizado res e durante todo o processo é fundamental uma par ticipação ativa da comunidade implicada na análise da micropolítica ali produzida explicitada nos seus mo vimentos problemáticas formas de ação e processos sociais O campo de intervenção só se constitui como tal no momento em que as experiências locais podem entrar em análise à luz da contextualização sociohis tóricopolítica Isso significa que os efeitos das práti cas são tomados na sua complexidade desconstruindo dualidades determinismos individualizações psicolo gizantes e o que ganha consistência é uma analítica dos modos de produção da existência na comunidade Na trajetória da investigação partimos da análise da demanda que o próprio pesquisador cria quando ofe rece seus serviços não teria sentido pensar em oferta de trabalho do psicólogo em uma sociedade oriental por exemplo ou em outra etapa histórica de nossa pró pria sociedade ou seja o que nos é solicitado está im plicado com o que nossa presença suscita quer pela nossa atitude quer pelo que representa nossa profis são e das demandas gerais existentes no local ou que venham a surgir no desenvolvimento do trabalho Esse já é também o início do processo de análise das im plicações Barbier 1985 feita pela equipe inter Psicologia e as práticas institucionais 171 PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 ventora e que deverá ser estendida a toda a comuni dade em análise A análise das implicações busca dar visibilidade às relações dos participantes incluindo o próprio gru po de analistas com as instituições que se atualizam na intervenção O curso do trabalho desenvolvese na perspectiva de transversalizar as análises ou seja de iluminar as insti tuições atravessadas nas práticas enquanto uma supe ração do limite da análise da verticalidade relações sociais institucionalizadas hierarquizadas e funcionais e da análise da horizontalidade relações imediatas informais nos diferentes estratos O movimento da análise institucional tem como proposição mais geral estabelecer um processo autogestionário entendendo que autonomia é um exercício permanente de análise e compreensão das condições em que se realiza a ação e neste sentido dos seus limites e possibilidades Temos então que a pesquisaintervenção traz como proposta criar dispositivos de análise da vida dos grupos na sua diversidade qualitativa e isto significa que esta proposição investigativa tem como alvo o movimento as rupturas que as ações individuais e coletivas imprimem no cotidiano Os processos em desenvolvimento na pesquisaintervenção produzem permanentemente a realidade na qual cada um de nós e os diferentes grupos são um modo de expressão A diversidade qualitativa Se qualitativo na pesquisaintervenção não é sim plesmente a interpretação explicação ou qualificação do quantitativo então do que se trata É importante considerar que o dado colhido em uma pesquisa já é o efeito de uma objetivação a extremidade de um pro cesso forma compacta que nos dá a sensação de maté ria estável de fato acabado No entanto o que nos in teressa é dar visibilidade às ações aos rituais às práti cas que instituem um objeto uma individualidade como algo em si mesmo Os discursos e as normas pro duzidos em uma coletividade são práticas constitutivas da realidade e é isso o que nos cabe investigar ou seja os movimentos permanentes dos processos de subjetivação Qualitativo está ligado aos sentidos pro duzidos nas relações sociohistoricamente determina das afirmando a alteridade e as turbulências que nos movem a analisar a dialogar a buscar entender o que vivemos As palavras mudam de significado em fun ção dos sentidos que vão sendo agenciados nas práti cas de acordo com as relações de força implicadas naquele momento Os sentidos são a virtualidade das ações estando aquém e além das palavras que signifi cam o que experienciamos Segundo Veiga Neto 1996 o desafio dos pesqui sadores é ultrapassar as representações que estruturam as tradições e hábitos da comunidade investigada os consensos estabelecidos que naturalizam o cotidiano nos seus valores produções e expectativas em busca do movimento Para isso as análises macropolíti cas são fundamentais pois nos situam nas forças conjunturais atravessadas nas práticas sendo também imprescindível colocarmos uma lupa nas relações e nos efeitos dos atos que encarnam as políticas mais amplas afirmandoas no diaadia e fazendoas avan çar A perspectiva micropolítica não despreza a razão a consciência mas considera que não são suficientes para provocar mudanças dando atenção às ações à sensibilidade e ao que pode fazer diferença Negar o status quo é uma dimensão do combate mas não a úni ca afirmar outros modos de existência que escapem aos determinismos é fazer história O qualitativo se vincula portanto à recuperação do percurso dos mo vimentos dessa comunidade percebido nas polêmicas nos desvios nas ações que fazem diferença frente ao hegemônico que abre espaço a imprevisibilidades Para o psicólogo isso implica enfrentar as armadilhas do assistencialismo psicologizante que caça os riscos que fareja as circunstâncias suspeitas corporificando o diferente personagem fragmentado do processo do qual é um modo de expressão um analisador A pesqui saintervenção busca criar um campo de problematização escavando outras dimensões do cotidiano e instaurando tensão entre representação e expressão com a perspecti va de dar consistência a novos modos de subjetivação Concluindo as linhas gerais que configuram uma pesquisa intervenção enquanto uma investigação qualitativa seria importante evidenciar que está pau tada no paradigma éticoestéticopolítico proposto por Guattari 1992 em que a ética é o reconhecimento da alteridade referida não ao parâmetro da tolerância ou da intolerância mas ao desafio da convivência que não implica em consenso redutor ao mesmo ao um mas a acordos possíveis e temporários Nesta perspectiva a ética envolve o exercício do pensamento que avalia situações e acontecimentos que afirma escolhas e ca minhos como potencializadores de vida a estética traz a dimensão da criação já que não há conhecimentos universais para serem aplicados mas uma diversidade de injunções que desafiam o pensamento a ação e a sensibilidade para a produção de novos processos de existência a política afirma a responsabilização fren te aos efeitos produzidos nas práticas e os compromis sos e riscos implicados com as tensões e as posições assumidas Para Rocha e Aguiar 2003 a questão se vincula à produção de utopias ativas em que o exercí cio da autonomia é limitado ao mesmo tempo que é infi nito pois é uma questão relativa à potencialidade da vida Desse modo das visões totalizadoras e das utopias passamos às ações que remetem às estratégias de aná 172 Rocha M L da PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 lise das formas constituídas evidenciando seu caráter fluido polêmico que flexibilizam divisões tradicio nais cujas práticas sociais as experiências são pon tos de criação de sentido e não reflexo de uma realida de que está em outro lugar As tradições e os poderes institucionais sem dúvida são fatores socioeconô micoculturais determinantes do que pode ser feito mas o homem tem no pensar o desafio ético da exis tência digna lutando para o estabelecimento do que deve ser frente às pressões em questão Os limites e as possibilidades do coletivo se fazem num vaievem do jogo político resistindo às formas das múltiplas arma dilhas de repetição do mesmo PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO TRABALHO DOCENTE PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE E SAÚDE O projeto de pesquisaintervenção que se realizou ao longo de 7 anos com uma equipe de coordenação e alunos de Iniciação Científica do curso de Psicologia da UERJ foi concluído no final de 2003 e tinha como proposta configurar e problematizar a organização do processo de trabalho do professor do ensino funda mental e médio que vem consolidando na nossa reali dade um modo de pensarfazer escola à margem da qualificação e da valorização do magistério A pers pectiva era a de colocar em análise o cotidiano educa cional de uma escola pública urbana do Rio de Janei ro Como vimos anteriormente a pesquisaintervenção tem como referencial teóricometodológico a análise institucional cujo primeiro movimento é a constitui ção de um campo de análise em relação às questões atravessadas na problemática investigada Nesse pro jeto tínhamos então o levantamento de material bi bliográfico sobre a organização do trabalho docente no tempo e espaço da sociedade brasileira e suas im plicações no cotidiano escolar o estudo da história da constituição do processo educacional brasileiro atra vés da análise da organização do trabalho escolar e for mas de gestão e suas implicações com a divisão social do trabalho na realidade brasileira a configuração da desqualificação do magistério vinculada à desvalori zação da educação e à divisão sexual do trabalho no ensino elementar e médio evidenciando o que vem se constituindo como saúdeadoecimento no trabalho as sim como resistência dos professores a esse processo O segundo movimento é a constituição de um cam po de intervenção que nessa pesquisa se deu em uma escola de ensino fundamental e médio a partir da quinta série ao ensino médio da rede pública do esta do do Rio de Janeiro com uma população naquele momento de 100 professores 50 funcionários e 1700 alunos O projeto coletivo de trabalho estabelecido com a comunidade participante envolveu discussões acerca da dimensão políticoinstitucional poder fren te aos procedimentos e gerenciamento do processo organização do trabalho escolar e da dimensão peda gógica contextualização das demandas locais e inter ferência na construção curricular articulação entre concepção e execução dimensões essas em que são tecidas as condições do trabalho docente e o processo de escolarização Os dispositivos de intervenção construídos para a realização da análise das deman das das implicações e da transversalidade circunscre veram três segmentos os dispositivos de intervenção junto aos alunos oficina de sexualidade e oficina de escola e trabalho conselho de representantes e grêmio projeto manghupe estágio profissionalizante no Hospital Pedro Ernesto para alunos do ensino médio entrevistas e observações de turma Tais atividades tiveram como objetivo tanto atender às solicitações feitas pelo próprio corpo discen te como conhecer seus valores questões mo dos de inserção no processo de ensinoaprendi zagem e relações com as demais equipes da co munidade escolar buscando afirmar uma orga nização política ao corpo discente facultando uma participação ativa na vida e nos rumos do trabalho escolar os dispositivos de intervenção junto aos funcio nários entrevistas individuais e em pequenos grupos debates organizados em pequenos gru pos acompanhamento de alguns dias de traba lho Nosso objetivo com os funcionários era não só conhecer mas analisar coletivamente as con dições de trabalho a articulação com os demais setores estabelecendo críticas e alternativas para o exercício de suas funções os dispositivos de intervenção junto aos profes sores contatos informais diários entrevistas participação nos eventos por eles organizados grupos de discussão por turma ou por série reu niões gerais Tais dispositivos buscaram mobi lizar o segmento de professores para a análise coletiva do cenário políticoinstitucional e o modo como a conjuntura atravessa as condições de trabalho relações e formas de organização e concomitante se processa a intervenção com vistas à ampliação de qualidade de vida local Em relação aos familiares foram tentadas várias formas de dispositivos como reuniões gerais temáticas por série e por turma contatos informais em festas e nos horários de saída sem que quaisquer dessas inicia tivas fizessem deslanchar um trabalho sistemático O motivo alegado na sua grande maioria foi o extenso horário de trabalho fora de casa e de afazeres domésti Psicologia e as práticas institucionais 173 PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 cos O que pudemos perceber é que a expectativa dos que optaram pelo horário integral é que a escola dê conta sozinha do processo educacional De todo o trabalho analisado que foi exaustiva mente debatido pela equipe de intervenção e com a comunidade através dos diferentes dispositivos po demos ressaltar alguns dos principais indicadores de análise fracasso escolar resultados do processo de ensinoaprendizagem sempre aquém das expectativas dos educadores indisciplina transgressão às regras violência exacerbação da indisciplina que causa dano físico ou moral ao outro e tédio baixa de humor so cial vinculada ao desânimo e ao descrédito de possí veis mudanças Os indicadores pontos aglutinadores de forças e polêmicas que expõem os modos de fun cionamento produzidos pelas políticas instituídas e pe las práticas cotidianas geravam demandas assisten ciais individualizantes e criavam a todo momento so licitações de tratamentos afirmando a escola como uma rede de cuidados para crianças eou professores problemas Isso não se dá fora de circunstâncias eco nômicas políticas culturais e históricas do nosso país e neste sentido evidencia que os sucessivos governos conferem verbas sempre desproporcionais ao aumento da demanda escolar priorizando medidas eleitoreiras e que favoreçam as estatísticas que elevam o Brasil no ranking dos países em desenvolvimento no que tange ao número de cidadãos alfabetizados ao invés de ata car problemas crônicos de carenciamentos na ordem da formação docente das condições de trabalho dos salários Mesmo os avanços contidos nas leis acabam não se efetivando na realidade do magistério por falta de políticas públicas que implementem mudanças efeti vas Somase ao fator econômicopolítico o fator his tóricocultural vinculado às raízes religiosas do nosso ensino e sua identificação ao trabalho missionário às im plicações da feminização do magistério que traz o lugar da mulher na nossa sociedade para a organização esco lar e ao movimento caracterizado como a modernização do ensino que profissionalizou o trabalho do professor de ensino elementar e médio nos moldes tecnicista No curso da pesquisaintervenção foram se evi denciando os indicadores de análise suas condições de produção socioeconômicocultural e históricas e as implicações locais dos professores funcionários e alu nos com a organização desse processo Pudemos veri ficar que algumas características pregnantes contri buíam para a deterioração das condições ambientais e físicas pessoais o excesso de trabalho pelas duplas e triplas jornadas devido aos baixos salários o excesso de barulho causado pela ferrovia ao lado da escola e pela agitação do longo corredor em que as salas não têm paredes até o teto trazendo para cada sala de aula o burburinho das demais entre essas as de música e as de dança o excesso de calor nas salas com um grande número de alunos No modo de funcionamento institucional encon tramos algumas das características das instituições contemporâneas a fragmentação a homogeneização a aceleração e a hierarquia A fragmentação mais do que um modo de operar isolado é um modo de viver e de ver o funcionamento escolar que cria personagens o aluno problema por exemplo objetivando fatos e situações desqualificando processos e fragilizando a articulação enter profissionais frente às lutas impor tantes de serem travadas pela qualidade no trabalho A homogeneização causa e efeito da fragmentação se apresenta no esvaziamento dos debates das avaliações e enfraquecimento do exercício das escolhas levando os profissionais à ênfase na repetição e à perda de sen tido das tarefas A aceleração na produtividade valor vinculado ao projeto da qualidade total aponta para o cumprimento de múltiplas atividades concomitantes já que a descentralização é da tarefa e não da gestão valorizando portanto a agilidade o quantitativo dos resultados e o achatamento das diferenças Finalmen te a hierarquia afirmada tanto nos modos de ocupa ção de cargos por aqueles que estão desempenhando funções administrativas como no desconhecimento quase que generalizado pelos educadores das leis e das regras do ofício o que leva ao medo do risco e à inibição de iniciativas Encontramos no diaadia das atividades escolares uma tendência a repetir práticas tradicionais sistemáticas que ganham espaço porque a comunidade quase sempre apresenta uma organiza ção precária o que faculta um funcionamento buro cratizado e centralizado do poder em todos os níveis levando ao tarefismo e à perda de sentido Do mesmo modo as práticas clientelistas as políticas de jeiti nho e o paternalismo se inscrevem na escola inscre vem a escola na dificuldade de publicizar o poder Se por um lado aliviam o cotidiano corrido e sufoca do com alguns favores e concessões por outro dei xam os educadores mais vulneráveis e aí se incluem as relações com os especialistas É fundamental pontuar que mudar o processo de trabalho na escola implica um amplo processo de in clusão em um outro regime de tempo a partir da contextualização das crianças e dos adolescentes e da implementação de propostas pedagógicas inovadoras para a adequação do trabalho isso porque a realidade é sempre diversa e requer o reconhecimento das sin gularidades em atividades coletivas o incentivo à cria ção de questões no cotidiano onde o fio da meada seja possível de ser construído Todos esses fatores evidenciados também nas aná lises bibliográficas constituídos ao longo dos séculos na nossa sociedade vêm contribuindo para a des 174 Rocha M L da PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 qualificação e desvalorização do magistério e para di versas formas de adoecimento dos educadores como estresse depressão ansiedade rouquidão vinculadas a um modo de inclusão no processo que exclui a co munidade em cadeia da organização do processo de trabalho Para os educandos é a infantilização um dos efeitos dessa formação sociofamiliar e escolar Isso não significa que o professor os funcionários e alunos não inventem maneiras de traçar um percurso com to dos os imprevistos que fazem o cotidiano O que não se instala é uma dinâmica de reconhecimento em que a diferença ganhe consistência inteligibilidade como opção de ação construída por cada um e pelo coletivo para pensarfazer a formação escolar As conseqüên cias são a falta de estruturação para realizar pesquisas nas escolas de incentivo às iniciativas que poderiam resultar em novas experiências significando uma real inclusão no processo O fracasso escolar crônico teste munha isso e não estamos falando das estatísticas para inglês ver fruto das miraculosas soluções pragmáticas e econômicas para a igualdade social dentre as quais podemos citar o ensino à distância o sistema de cotas Durante esses 7 anos de pesquisa e de convivência com essa comunidade tivemos muitos momentos de avanço no processo de autogestão mediante análises coletivas lutas pela melhoria de qualidade de vida na escola Sofremos também retrocessos por diferentes fatores interligados envolvidos com os limites e pos sibilidades das pessoas da escola das mudanças dos dirigentes governamentais ou mesmo da própria equi pe de intervenção que varia a cada turma de alunos que se forma Na pesquisaintervenção a expectativa está vincu lada à multiplicação de questões que nos permitem explorar outros caminhos com a comunidade envolvi da Este é o nosso índice de movimento já que a insti tuição escolar não existe fora da realidade sociohistó rica e estará sempre produzindo modos de operar capitalísticos cada vez mais implicados com uma lógica utilitarista e mercadológica Entre esses modos que constituem o neoliberalismo na atualidade e que assolam a vida comunitária e as instituições de forma ção encontramos a fragilização da organização públi ca e dos vínculos entre as pessoas no exercício da cidadania Como criar resistências aos mecanismos individualizantes Vivemos um tempo em que é pre ciso ir além das denúncias afirmando novas práticas que sustentem territórios de convivência sempre renováveis Guattari 1985 nos fala da micropolítica como algo que não despreza os grandes movimentos mas que traz a dimensão das práticas de si enquanto uma éticaestética da existência Toda questão está em saber de que revolução se trata Tratase sim ou não de acabar com todas as relações de alienação não somente as que pesam sobre trabalhadores mas também as que pesam sobre as mulheres as crianças as minorias se xuais etc as que pesam sobre sensibilidades atícas só uma reação em cadeia atravessando as estratificações existentes poderá catalisar um processo irreversível de questionamento das for mações de poder às quais está acorrentada a socie dade atual Guattari 1985 p 6768 REFERÊNCIAS Barbier R 1985 Pesquisaação na instituição educativa 1ª ed Rio de Janeiro Jorge Zahar Baremblitt G 1992 Compêndio de Análise institucional e ou tras correntes 1a ed Rio de Janeiro Rosa dos Tempos Barros M E B 1999 Psicologia Questões contemporâneas 1ª ed Vitória EDUFES Guattari F Rolnik S 1985 Revolução molecular pulsa ções políticas do desejo 2ª ed São Paulo Brasiliense Guattari F Rolnik S 1992 Caosmose Um novo paradigma estético 1ª ed Rio de Janeiro Ed 34 Hess R Authier M 1994 Lanalyse institutionnelle 1ª ed Paris PUF Kastrup V 1999 A invenção de si e do mundo uma introdu ção do tempo e do coletivo no estudo da cognição 1ª ed Campinas Papirus Lapassade G 1998 Microssociologie de la vie scolaire 1ª ed Paris Economica Lourau R 1993 Análise Institucional e práticas de pesquisa 1ª ed Rio de Janeiro UERJ Lourau R 1997 Une introduction à lanalyse institutionnelle 1ª ed Paris Economica Rocha M Aguiar F 2003 Pesquisa intervenção e a produ ção de novas análises Psicologia Ciência e Profissão 4 6473 Brasília CFP Rocha M Aguiar F Gomes L G W Lima I C 2003 Gestão do trabalho e os desafios da saúde na educação In A M B Bock Psicologia e o Compromisso Social pp129141 São Paulo Cortez Rodrigues H B C Leitão M B S Benevides R D B 1992 Grupos e instituições em análise 1ª ed Rio de Ja neiro Rosa dos Tempos Saidón O Kamkhagi V R 1987 Análise institucional no Brasil 1ª ed Rio de Janeiro Espaço e Tempo Saidón O Kamkhagi V R 2002 Clínica y sociedad Esquizoanálisis 1ª ed Buenos AiresMéxico Lúmen Thiollent M 1987 Notas para o debate sobre pesquisaação In C R Brandão Repensando a pesquisa participante pp 82103 São Paulo Brasiliense VeigaNeto A 1996 Olhares In M V Costa Caminhos investigativos Novos olhares na pesquisa em educação pp 1935 Porto Alegre Mediação Recebido em 13042005 Aceito em 10082006 Autora Marisa Lopes da Rocha Professora Adjunta e Pesquisadora em Educação do Departamento de Psicologia Social e Institucional no Programa de PósGra duação em Psicologia Social da UERJ Mestre em Filosofia da Educação pelo IESAEFGV e Doutora em Psicologia pela PUCSP no Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade Endereço para correspondência MARISA LOPES DA ROCHA Rua Mário Coimbra Bouças 10 Bl 2 apto 501 Freguesia CEP 22743675 Rio de Janeiro RJ Brasil TelFax 2133276213 Email rochadmuolcombr
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
770
Psicodiagnóstico - Claudio Simon Hutz et al.
Psicologia Institucional
UNIABEU
8
Capítulo III: Entrevistas para Aplicação de Testes no Psicodiagnóstico
Psicologia Institucional
UNIABEU
1
Instruções para Elaboração de Mapa Mental sobre Avaliação Psicológica
Psicologia Institucional
UNIDOMBOSCO
406
Violência e Preconceitos na Escola: Contribuições da Psicologia
Psicologia Institucional
USS
8
Aspectos Psicológicos das Disfunções Sexuais
Psicologia Institucional
FAFIBE
8
Abandono Terapêutico na Terapia Cognitivo-Comportamental
Psicologia Institucional
UNIA
1
Orientações de Formatação para Relatórios Acadêmicos
Psicologia Institucional
CEUNSP
14
Preparação para a Aposentadoria como parte da Educação ao Longo da Vida
Psicologia Institucional
UEM
24
Análise Psicanalítica Texto 04
Psicologia Institucional
UNIVERSO
24
Revisão sobre Observação Psicológica no Estágio Básico I
Psicologia Institucional
FPP
Texto de pré-visualização
Psicologia e as práticas institucionais A pesquisaintervenção em movimento Marisa Lopes da Rocha Universidade Estadual do Rio de Janeiro UERJ RESUMO Este trabalho tem como proposta discutir no primeiro momento os pressupostos das pesquisas partici pativas em especial os da pesquisaintervenção que traz como referencial teóricometodológico a análise institucional No segundo momento será apresentado o processo de desenvolvimento e as conclusões parciais de uma pesquisa realizada em uma escola pública do estado do Rio de Janeiro Colocar em análise as relações entre Psicologia e Educação e suas implicações com as condições do trabalho docente e a saúde na escola é um objetivo atravessado nas presentes reflexões Palavraschave Pesquisa participativa pesquisaintervenção análise institucional psicologia e educação ABSTRACT Psychology and institutional practices Interventionresearch in movement This paper discusses at first the presuppositions of participative researches in special those which bring institutional analysis as theoretical and methodological basis Afterwards it will be presented the process of development and the partial conclusions of a research carried out in a public school of Rio de Janeiro One of the main goals of these discussions is to analyse the relations between Psychology and Education and their implications with the conditions of teaching work and health in school Key words Participative research interventionresearch institutional analysis psychology and education v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 PSICO PSICOΨ Ψ PESQUISA PARTICIPATIVA COMO INTERVENÇÃO NAS PRÁTICAS ACADÊMICAS As pesquisas participativas surgem como um mo vimento frente às pesquisas cientificistas tradicionais trazendo pressupostos vinculados à problematização das relações entre o investigador e o que é investiga do entre sujeito e objeto teoria e prática com a pers pectiva do estabelecimento de condições para capta çãoelaboração da informação no cotidiano das cultu ras grupos e organizações populares Isso significa que as práticas que constituem o social e os refe renciais que lhe dão sentido vão se produzindo con comitantemente uma vez que o conhecimento e a ação sobre a realidade são constituídos no curso da pesquisa de acordo com as análises e decisões coleti vas dando à comunidade participante uma presença ativa no processo O conhecimento se constrói assim entre o saber já elaborado e incorporado nos pressu postos do pesquisador e o fazer enquanto produção contínua que organiza a ação investigativa Parâmetros como os de verdade neutralidade ob jetividade universalização de saberes são questiona dos e as mudanças que se processam ao longo dana pesquisa implicam em transformações também dos sujeitos envolvidos e das práticas estabelecidas quer para a população participante na pesquisa quer para os pesquisadores Em Thiollent 1987 a investigação não tem como ser concebida de modo indiferente às relações entre pesquisadores e pesquisados Numa relação de investigação convencional pre tendese em nome da objetividade fechar ao máximo o mecanismo de captação para que as respostas das pessoas interrogadas sejam emitidas sem efeito de aprendizagem e sejam diretamente encaixáveis na quilo que o investigador deseja mostrar ou justificar Assim perdese de vista a questão da aprendizagem e da criação ao nível das pessoas ou grupos implicados na situação Thiollent 1987 p 97 O autor afirma ainda que as análises das condições da ação e a produção de novos significados implicam a desconstrução do caráter individualizado e estereo 170 Rocha M L da PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 tipado das respostas Neste sentido o cotidiano é fruto da experiência coletiva e podemos considerar que as situações e os resultados organizados a partir das pes quisas participativas são sempre provisórios e que para a sua compreensão é fundamental a contextuali zação dos fatores a análise das forças que os produzi ram e dos efeitos das práticas Porém se por um lado podemos considerar que as pesquisas participativas se constituem a partir de uma metodologia que apresenta pressupostos gerais de investigação por outro é necessário observar a diver sidade de tendências evidenciada nos diferentes mo dos de ação procedimentos e priorização de objetivos em que a pesquisaintervenção se caracteriza por uma intervenção psicossociológica em nível de transforma ção institucional A pesquisaintervenção traz como referencial teóricometodológico a análise institucional O movimento institucionalista surge na década de 60 na França e nas décadas seguintes na América Lati na tendo como principais referências Lourau 1993 1997 Lapassade 1998 Guattari 1985 1992 Hess e Authier 1994 Baremblitt 1992 Saidon 1987 2002 Rodrigues Leitão e Benevides 1992 Barros 1999 entre outros Os principais conceitos que ser vem como ferramentas de intervenção nas ações cole tivas são a reconceituação de grupo e de instituição a análise das demandas os analisadores históricos ou construídos e a análise da transversalidade e das im plicações É ainda importante ressaltar que o método na análise institucional não é só uma questão de pro cedimento mas uma postura frente ao trabalho ao outro à vida A fim de trabalhar um pouco com esses conceitos pretendemos tecer algumas considerações com vistas a facilitar a compreensão do institucio nalismo enquanto um dispositivo analítico Por grupo entendemos não um conjunto de pes soas organizadas por certas estabilizações de espaço e tempo mas os processos que se constituem entre elas e a partir delas no exercício permanente de buscar sen tido para o desdobramento das ações e para o signifi cado de sua própria existência Assim um grupo se faz na multiplicidade de tensões geradoras de trans formações nasdas circunstâncias e nodo curso de seu movimento Da mesma maneira as instituições na perspectiva do movimento institucionalista não são compreendidas como estabelecimentos ou estruturas organizacionais mas se constituem em práticas sócio historicamente produzidas trazendo portanto a di mensão dos valores das tradições da referência das ações que no cotidiano são naturalizados e tomados como verdades absolutas universalizados O sentido de cotidiano para nós está implicado com a dimensão das mudanças A vida cotidiana onde as práticas são tecidas não pode ser considerada como uma totalidade fechada em si mesma e nem desenvolvida através de relações de determinação linear com a globalidade hegemônica e com os valores dominantes Antes para que o cotidia no ganhe consistência é fundamental que pela análise coletiva seja intensificado aglutinando as ações frag mentárias e descontínuas imprimindo novos sentidos à realidade Rocha Gomes e Lima 2003 p 139 Sendo o cotidiano construído a partir das experiên cias vividas no curso das ações desenvolvidas para dar conta das exigências relativas ao trabalho contamos ainda com as contribuições de Kastrup 1999 no que tange à noção de experiência como o âmbito onde se circunscrevem variações que foram sendo produzidas nas sucessivas operações que vão sendo repetidas ora afirmando ora desmontando hábitos cristalizados num processo permanente de aprendizagem e desa prendizagem Assim para começarmos um trabalho em Análise institucional é importante a construção de um campo de análise ou seja a organização de conhecimentos históricos políticos e conjunturais acerca do campo de intervenção no qual buscamos desenvolver um pro cesso de investigação A partir do estabelecimento coletivo de um projeto de trabalho a pesquisainter venção tem início através de dispositivos mobilizado res e durante todo o processo é fundamental uma par ticipação ativa da comunidade implicada na análise da micropolítica ali produzida explicitada nos seus mo vimentos problemáticas formas de ação e processos sociais O campo de intervenção só se constitui como tal no momento em que as experiências locais podem entrar em análise à luz da contextualização sociohis tóricopolítica Isso significa que os efeitos das práti cas são tomados na sua complexidade desconstruindo dualidades determinismos individualizações psicolo gizantes e o que ganha consistência é uma analítica dos modos de produção da existência na comunidade Na trajetória da investigação partimos da análise da demanda que o próprio pesquisador cria quando ofe rece seus serviços não teria sentido pensar em oferta de trabalho do psicólogo em uma sociedade oriental por exemplo ou em outra etapa histórica de nossa pró pria sociedade ou seja o que nos é solicitado está im plicado com o que nossa presença suscita quer pela nossa atitude quer pelo que representa nossa profis são e das demandas gerais existentes no local ou que venham a surgir no desenvolvimento do trabalho Esse já é também o início do processo de análise das im plicações Barbier 1985 feita pela equipe inter Psicologia e as práticas institucionais 171 PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 ventora e que deverá ser estendida a toda a comuni dade em análise A análise das implicações busca dar visibilidade às relações dos participantes incluindo o próprio gru po de analistas com as instituições que se atualizam na intervenção O curso do trabalho desenvolvese na perspectiva de transversalizar as análises ou seja de iluminar as insti tuições atravessadas nas práticas enquanto uma supe ração do limite da análise da verticalidade relações sociais institucionalizadas hierarquizadas e funcionais e da análise da horizontalidade relações imediatas informais nos diferentes estratos O movimento da análise institucional tem como proposição mais geral estabelecer um processo autogestionário entendendo que autonomia é um exercício permanente de análise e compreensão das condições em que se realiza a ação e neste sentido dos seus limites e possibilidades Temos então que a pesquisaintervenção traz como proposta criar dispositivos de análise da vida dos grupos na sua diversidade qualitativa e isto significa que esta proposição investigativa tem como alvo o movimento as rupturas que as ações individuais e coletivas imprimem no cotidiano Os processos em desenvolvimento na pesquisaintervenção produzem permanentemente a realidade na qual cada um de nós e os diferentes grupos são um modo de expressão A diversidade qualitativa Se qualitativo na pesquisaintervenção não é sim plesmente a interpretação explicação ou qualificação do quantitativo então do que se trata É importante considerar que o dado colhido em uma pesquisa já é o efeito de uma objetivação a extremidade de um pro cesso forma compacta que nos dá a sensação de maté ria estável de fato acabado No entanto o que nos in teressa é dar visibilidade às ações aos rituais às práti cas que instituem um objeto uma individualidade como algo em si mesmo Os discursos e as normas pro duzidos em uma coletividade são práticas constitutivas da realidade e é isso o que nos cabe investigar ou seja os movimentos permanentes dos processos de subjetivação Qualitativo está ligado aos sentidos pro duzidos nas relações sociohistoricamente determina das afirmando a alteridade e as turbulências que nos movem a analisar a dialogar a buscar entender o que vivemos As palavras mudam de significado em fun ção dos sentidos que vão sendo agenciados nas práti cas de acordo com as relações de força implicadas naquele momento Os sentidos são a virtualidade das ações estando aquém e além das palavras que signifi cam o que experienciamos Segundo Veiga Neto 1996 o desafio dos pesqui sadores é ultrapassar as representações que estruturam as tradições e hábitos da comunidade investigada os consensos estabelecidos que naturalizam o cotidiano nos seus valores produções e expectativas em busca do movimento Para isso as análises macropolíti cas são fundamentais pois nos situam nas forças conjunturais atravessadas nas práticas sendo também imprescindível colocarmos uma lupa nas relações e nos efeitos dos atos que encarnam as políticas mais amplas afirmandoas no diaadia e fazendoas avan çar A perspectiva micropolítica não despreza a razão a consciência mas considera que não são suficientes para provocar mudanças dando atenção às ações à sensibilidade e ao que pode fazer diferença Negar o status quo é uma dimensão do combate mas não a úni ca afirmar outros modos de existência que escapem aos determinismos é fazer história O qualitativo se vincula portanto à recuperação do percurso dos mo vimentos dessa comunidade percebido nas polêmicas nos desvios nas ações que fazem diferença frente ao hegemônico que abre espaço a imprevisibilidades Para o psicólogo isso implica enfrentar as armadilhas do assistencialismo psicologizante que caça os riscos que fareja as circunstâncias suspeitas corporificando o diferente personagem fragmentado do processo do qual é um modo de expressão um analisador A pesqui saintervenção busca criar um campo de problematização escavando outras dimensões do cotidiano e instaurando tensão entre representação e expressão com a perspecti va de dar consistência a novos modos de subjetivação Concluindo as linhas gerais que configuram uma pesquisa intervenção enquanto uma investigação qualitativa seria importante evidenciar que está pau tada no paradigma éticoestéticopolítico proposto por Guattari 1992 em que a ética é o reconhecimento da alteridade referida não ao parâmetro da tolerância ou da intolerância mas ao desafio da convivência que não implica em consenso redutor ao mesmo ao um mas a acordos possíveis e temporários Nesta perspectiva a ética envolve o exercício do pensamento que avalia situações e acontecimentos que afirma escolhas e ca minhos como potencializadores de vida a estética traz a dimensão da criação já que não há conhecimentos universais para serem aplicados mas uma diversidade de injunções que desafiam o pensamento a ação e a sensibilidade para a produção de novos processos de existência a política afirma a responsabilização fren te aos efeitos produzidos nas práticas e os compromis sos e riscos implicados com as tensões e as posições assumidas Para Rocha e Aguiar 2003 a questão se vincula à produção de utopias ativas em que o exercí cio da autonomia é limitado ao mesmo tempo que é infi nito pois é uma questão relativa à potencialidade da vida Desse modo das visões totalizadoras e das utopias passamos às ações que remetem às estratégias de aná 172 Rocha M L da PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 lise das formas constituídas evidenciando seu caráter fluido polêmico que flexibilizam divisões tradicio nais cujas práticas sociais as experiências são pon tos de criação de sentido e não reflexo de uma realida de que está em outro lugar As tradições e os poderes institucionais sem dúvida são fatores socioeconô micoculturais determinantes do que pode ser feito mas o homem tem no pensar o desafio ético da exis tência digna lutando para o estabelecimento do que deve ser frente às pressões em questão Os limites e as possibilidades do coletivo se fazem num vaievem do jogo político resistindo às formas das múltiplas arma dilhas de repetição do mesmo PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO TRABALHO DOCENTE PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE E SAÚDE O projeto de pesquisaintervenção que se realizou ao longo de 7 anos com uma equipe de coordenação e alunos de Iniciação Científica do curso de Psicologia da UERJ foi concluído no final de 2003 e tinha como proposta configurar e problematizar a organização do processo de trabalho do professor do ensino funda mental e médio que vem consolidando na nossa reali dade um modo de pensarfazer escola à margem da qualificação e da valorização do magistério A pers pectiva era a de colocar em análise o cotidiano educa cional de uma escola pública urbana do Rio de Janei ro Como vimos anteriormente a pesquisaintervenção tem como referencial teóricometodológico a análise institucional cujo primeiro movimento é a constitui ção de um campo de análise em relação às questões atravessadas na problemática investigada Nesse pro jeto tínhamos então o levantamento de material bi bliográfico sobre a organização do trabalho docente no tempo e espaço da sociedade brasileira e suas im plicações no cotidiano escolar o estudo da história da constituição do processo educacional brasileiro atra vés da análise da organização do trabalho escolar e for mas de gestão e suas implicações com a divisão social do trabalho na realidade brasileira a configuração da desqualificação do magistério vinculada à desvalori zação da educação e à divisão sexual do trabalho no ensino elementar e médio evidenciando o que vem se constituindo como saúdeadoecimento no trabalho as sim como resistência dos professores a esse processo O segundo movimento é a constituição de um cam po de intervenção que nessa pesquisa se deu em uma escola de ensino fundamental e médio a partir da quinta série ao ensino médio da rede pública do esta do do Rio de Janeiro com uma população naquele momento de 100 professores 50 funcionários e 1700 alunos O projeto coletivo de trabalho estabelecido com a comunidade participante envolveu discussões acerca da dimensão políticoinstitucional poder fren te aos procedimentos e gerenciamento do processo organização do trabalho escolar e da dimensão peda gógica contextualização das demandas locais e inter ferência na construção curricular articulação entre concepção e execução dimensões essas em que são tecidas as condições do trabalho docente e o processo de escolarização Os dispositivos de intervenção construídos para a realização da análise das deman das das implicações e da transversalidade circunscre veram três segmentos os dispositivos de intervenção junto aos alunos oficina de sexualidade e oficina de escola e trabalho conselho de representantes e grêmio projeto manghupe estágio profissionalizante no Hospital Pedro Ernesto para alunos do ensino médio entrevistas e observações de turma Tais atividades tiveram como objetivo tanto atender às solicitações feitas pelo próprio corpo discen te como conhecer seus valores questões mo dos de inserção no processo de ensinoaprendi zagem e relações com as demais equipes da co munidade escolar buscando afirmar uma orga nização política ao corpo discente facultando uma participação ativa na vida e nos rumos do trabalho escolar os dispositivos de intervenção junto aos funcio nários entrevistas individuais e em pequenos grupos debates organizados em pequenos gru pos acompanhamento de alguns dias de traba lho Nosso objetivo com os funcionários era não só conhecer mas analisar coletivamente as con dições de trabalho a articulação com os demais setores estabelecendo críticas e alternativas para o exercício de suas funções os dispositivos de intervenção junto aos profes sores contatos informais diários entrevistas participação nos eventos por eles organizados grupos de discussão por turma ou por série reu niões gerais Tais dispositivos buscaram mobi lizar o segmento de professores para a análise coletiva do cenário políticoinstitucional e o modo como a conjuntura atravessa as condições de trabalho relações e formas de organização e concomitante se processa a intervenção com vistas à ampliação de qualidade de vida local Em relação aos familiares foram tentadas várias formas de dispositivos como reuniões gerais temáticas por série e por turma contatos informais em festas e nos horários de saída sem que quaisquer dessas inicia tivas fizessem deslanchar um trabalho sistemático O motivo alegado na sua grande maioria foi o extenso horário de trabalho fora de casa e de afazeres domésti Psicologia e as práticas institucionais 173 PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 cos O que pudemos perceber é que a expectativa dos que optaram pelo horário integral é que a escola dê conta sozinha do processo educacional De todo o trabalho analisado que foi exaustiva mente debatido pela equipe de intervenção e com a comunidade através dos diferentes dispositivos po demos ressaltar alguns dos principais indicadores de análise fracasso escolar resultados do processo de ensinoaprendizagem sempre aquém das expectativas dos educadores indisciplina transgressão às regras violência exacerbação da indisciplina que causa dano físico ou moral ao outro e tédio baixa de humor so cial vinculada ao desânimo e ao descrédito de possí veis mudanças Os indicadores pontos aglutinadores de forças e polêmicas que expõem os modos de fun cionamento produzidos pelas políticas instituídas e pe las práticas cotidianas geravam demandas assisten ciais individualizantes e criavam a todo momento so licitações de tratamentos afirmando a escola como uma rede de cuidados para crianças eou professores problemas Isso não se dá fora de circunstâncias eco nômicas políticas culturais e históricas do nosso país e neste sentido evidencia que os sucessivos governos conferem verbas sempre desproporcionais ao aumento da demanda escolar priorizando medidas eleitoreiras e que favoreçam as estatísticas que elevam o Brasil no ranking dos países em desenvolvimento no que tange ao número de cidadãos alfabetizados ao invés de ata car problemas crônicos de carenciamentos na ordem da formação docente das condições de trabalho dos salários Mesmo os avanços contidos nas leis acabam não se efetivando na realidade do magistério por falta de políticas públicas que implementem mudanças efeti vas Somase ao fator econômicopolítico o fator his tóricocultural vinculado às raízes religiosas do nosso ensino e sua identificação ao trabalho missionário às im plicações da feminização do magistério que traz o lugar da mulher na nossa sociedade para a organização esco lar e ao movimento caracterizado como a modernização do ensino que profissionalizou o trabalho do professor de ensino elementar e médio nos moldes tecnicista No curso da pesquisaintervenção foram se evi denciando os indicadores de análise suas condições de produção socioeconômicocultural e históricas e as implicações locais dos professores funcionários e alu nos com a organização desse processo Pudemos veri ficar que algumas características pregnantes contri buíam para a deterioração das condições ambientais e físicas pessoais o excesso de trabalho pelas duplas e triplas jornadas devido aos baixos salários o excesso de barulho causado pela ferrovia ao lado da escola e pela agitação do longo corredor em que as salas não têm paredes até o teto trazendo para cada sala de aula o burburinho das demais entre essas as de música e as de dança o excesso de calor nas salas com um grande número de alunos No modo de funcionamento institucional encon tramos algumas das características das instituições contemporâneas a fragmentação a homogeneização a aceleração e a hierarquia A fragmentação mais do que um modo de operar isolado é um modo de viver e de ver o funcionamento escolar que cria personagens o aluno problema por exemplo objetivando fatos e situações desqualificando processos e fragilizando a articulação enter profissionais frente às lutas impor tantes de serem travadas pela qualidade no trabalho A homogeneização causa e efeito da fragmentação se apresenta no esvaziamento dos debates das avaliações e enfraquecimento do exercício das escolhas levando os profissionais à ênfase na repetição e à perda de sen tido das tarefas A aceleração na produtividade valor vinculado ao projeto da qualidade total aponta para o cumprimento de múltiplas atividades concomitantes já que a descentralização é da tarefa e não da gestão valorizando portanto a agilidade o quantitativo dos resultados e o achatamento das diferenças Finalmen te a hierarquia afirmada tanto nos modos de ocupa ção de cargos por aqueles que estão desempenhando funções administrativas como no desconhecimento quase que generalizado pelos educadores das leis e das regras do ofício o que leva ao medo do risco e à inibição de iniciativas Encontramos no diaadia das atividades escolares uma tendência a repetir práticas tradicionais sistemáticas que ganham espaço porque a comunidade quase sempre apresenta uma organiza ção precária o que faculta um funcionamento buro cratizado e centralizado do poder em todos os níveis levando ao tarefismo e à perda de sentido Do mesmo modo as práticas clientelistas as políticas de jeiti nho e o paternalismo se inscrevem na escola inscre vem a escola na dificuldade de publicizar o poder Se por um lado aliviam o cotidiano corrido e sufoca do com alguns favores e concessões por outro dei xam os educadores mais vulneráveis e aí se incluem as relações com os especialistas É fundamental pontuar que mudar o processo de trabalho na escola implica um amplo processo de in clusão em um outro regime de tempo a partir da contextualização das crianças e dos adolescentes e da implementação de propostas pedagógicas inovadoras para a adequação do trabalho isso porque a realidade é sempre diversa e requer o reconhecimento das sin gularidades em atividades coletivas o incentivo à cria ção de questões no cotidiano onde o fio da meada seja possível de ser construído Todos esses fatores evidenciados também nas aná lises bibliográficas constituídos ao longo dos séculos na nossa sociedade vêm contribuindo para a des 174 Rocha M L da PSICO Porto Alegre PUCRS v 37 n 2 pp 169174 maioago 2006 qualificação e desvalorização do magistério e para di versas formas de adoecimento dos educadores como estresse depressão ansiedade rouquidão vinculadas a um modo de inclusão no processo que exclui a co munidade em cadeia da organização do processo de trabalho Para os educandos é a infantilização um dos efeitos dessa formação sociofamiliar e escolar Isso não significa que o professor os funcionários e alunos não inventem maneiras de traçar um percurso com to dos os imprevistos que fazem o cotidiano O que não se instala é uma dinâmica de reconhecimento em que a diferença ganhe consistência inteligibilidade como opção de ação construída por cada um e pelo coletivo para pensarfazer a formação escolar As conseqüên cias são a falta de estruturação para realizar pesquisas nas escolas de incentivo às iniciativas que poderiam resultar em novas experiências significando uma real inclusão no processo O fracasso escolar crônico teste munha isso e não estamos falando das estatísticas para inglês ver fruto das miraculosas soluções pragmáticas e econômicas para a igualdade social dentre as quais podemos citar o ensino à distância o sistema de cotas Durante esses 7 anos de pesquisa e de convivência com essa comunidade tivemos muitos momentos de avanço no processo de autogestão mediante análises coletivas lutas pela melhoria de qualidade de vida na escola Sofremos também retrocessos por diferentes fatores interligados envolvidos com os limites e pos sibilidades das pessoas da escola das mudanças dos dirigentes governamentais ou mesmo da própria equi pe de intervenção que varia a cada turma de alunos que se forma Na pesquisaintervenção a expectativa está vincu lada à multiplicação de questões que nos permitem explorar outros caminhos com a comunidade envolvi da Este é o nosso índice de movimento já que a insti tuição escolar não existe fora da realidade sociohistó rica e estará sempre produzindo modos de operar capitalísticos cada vez mais implicados com uma lógica utilitarista e mercadológica Entre esses modos que constituem o neoliberalismo na atualidade e que assolam a vida comunitária e as instituições de forma ção encontramos a fragilização da organização públi ca e dos vínculos entre as pessoas no exercício da cidadania Como criar resistências aos mecanismos individualizantes Vivemos um tempo em que é pre ciso ir além das denúncias afirmando novas práticas que sustentem territórios de convivência sempre renováveis Guattari 1985 nos fala da micropolítica como algo que não despreza os grandes movimentos mas que traz a dimensão das práticas de si enquanto uma éticaestética da existência Toda questão está em saber de que revolução se trata Tratase sim ou não de acabar com todas as relações de alienação não somente as que pesam sobre trabalhadores mas também as que pesam sobre as mulheres as crianças as minorias se xuais etc as que pesam sobre sensibilidades atícas só uma reação em cadeia atravessando as estratificações existentes poderá catalisar um processo irreversível de questionamento das for mações de poder às quais está acorrentada a socie dade atual Guattari 1985 p 6768 REFERÊNCIAS Barbier R 1985 Pesquisaação na instituição educativa 1ª ed Rio de Janeiro Jorge Zahar Baremblitt G 1992 Compêndio de Análise institucional e ou tras correntes 1a ed Rio de Janeiro Rosa dos Tempos Barros M E B 1999 Psicologia Questões contemporâneas 1ª ed Vitória EDUFES Guattari F Rolnik S 1985 Revolução molecular pulsa ções políticas do desejo 2ª ed São Paulo Brasiliense Guattari F Rolnik S 1992 Caosmose Um novo paradigma estético 1ª ed Rio de Janeiro Ed 34 Hess R Authier M 1994 Lanalyse institutionnelle 1ª ed Paris PUF Kastrup V 1999 A invenção de si e do mundo uma introdu ção do tempo e do coletivo no estudo da cognição 1ª ed Campinas Papirus Lapassade G 1998 Microssociologie de la vie scolaire 1ª ed Paris Economica Lourau R 1993 Análise Institucional e práticas de pesquisa 1ª ed Rio de Janeiro UERJ Lourau R 1997 Une introduction à lanalyse institutionnelle 1ª ed Paris Economica Rocha M Aguiar F 2003 Pesquisa intervenção e a produ ção de novas análises Psicologia Ciência e Profissão 4 6473 Brasília CFP Rocha M Aguiar F Gomes L G W Lima I C 2003 Gestão do trabalho e os desafios da saúde na educação In A M B Bock Psicologia e o Compromisso Social pp129141 São Paulo Cortez Rodrigues H B C Leitão M B S Benevides R D B 1992 Grupos e instituições em análise 1ª ed Rio de Ja neiro Rosa dos Tempos Saidón O Kamkhagi V R 1987 Análise institucional no Brasil 1ª ed Rio de Janeiro Espaço e Tempo Saidón O Kamkhagi V R 2002 Clínica y sociedad Esquizoanálisis 1ª ed Buenos AiresMéxico Lúmen Thiollent M 1987 Notas para o debate sobre pesquisaação In C R Brandão Repensando a pesquisa participante pp 82103 São Paulo Brasiliense VeigaNeto A 1996 Olhares In M V Costa Caminhos investigativos Novos olhares na pesquisa em educação pp 1935 Porto Alegre Mediação Recebido em 13042005 Aceito em 10082006 Autora Marisa Lopes da Rocha Professora Adjunta e Pesquisadora em Educação do Departamento de Psicologia Social e Institucional no Programa de PósGra duação em Psicologia Social da UERJ Mestre em Filosofia da Educação pelo IESAEFGV e Doutora em Psicologia pela PUCSP no Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade Endereço para correspondência MARISA LOPES DA ROCHA Rua Mário Coimbra Bouças 10 Bl 2 apto 501 Freguesia CEP 22743675 Rio de Janeiro RJ Brasil TelFax 2133276213 Email rochadmuolcombr