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Fazemos parte do Claretiano Rede de Educação BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO Meu nome é Euripedes Barsanulfo Gonçalves Gomide Sou graduado em Educação Física pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais 1998 e mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 2004 Atualmente sou coordenador e professor do Curso de Educação Física com Bacharelado nas modalidades presencial e a distância Tenho experiência na área de Fisiologia e Fisiologia do Exercício atuando principalmente nos seguintes temas velocidade crítica performance natação limiar anaeróbio consumo máximo de oxigênio e economia do movimento Ministro aula no curso de Educação Física Email educabacharelclaretianoedubr Claretiano Centro Universitário Rua Dom Bosco 466 Bairro Castelo Batatais SP CEP 14300000 ceadclaretianoedubr Fone 16 36601777 Fax 16 36601780 0800 941 0006 wwwclaretianobtcombr Euripedes Barsanulfo Gonçalves Gomide Batatais Claretiano 2015 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO Ação Educacional Claretiana 2015 Batatais SP Todos os direitos reservados É proibida a reprodução a transmissão total ou parcial por qualquer forma eou qualquer meio eletrônico ou mecânico incluindo fotocópia gravação e distribuição na web ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional J Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Patrícia Alves Veronez Montera Raquel Baptista Meneses Frata Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Eduardo Henrique Marinheiro Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Juliana Biggi Paulo Roberto F M Sposati Ortiz Rafael Antonio Morotti Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico diagramação e capa Bruno do Carmo Bulgareli Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Videoaula Fernanda Ferreira Alves José Lucas Viccari de Oliveira Marilene Baviera Renan de Omote Cardoso Bibliotecária Ana Carolina Guimarães CRB7 6411 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO CIP Câmara Brasileira do Livro SP Brasil 612044 G62b Gomide Euripedes Barsanulfo Gonçalves Bases fisiológicas do movimento humano Euripedes Barsanulfo Gonçalves Gomide Batatais SP Claretiano 2015 190 p ISBN 9788583774303 1 Fisiologia 2 Exercício 3 Energia 4 Recuperação 5 Trabalho 6 Potência 7 Respiratório 8 Cardiovascular 9 Oxigênio 10 Lactato Sanguíneo I Bases fisiológicas do movimento humano CDD 612044 INFORMAÇÕES GERAIS Cursos Graduação TítuloBases Fisiológicas do Movimento Humano Versão dez2015 Formato 15x21 cm Páginas 190 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1 INTRODUÇÃO 9 2 GLOSSÁRIO DE CONCEITOS 11 3 ESQUEMA DOS CONCEITOSCHAVE 19 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21 UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 1 INTRODUÇÃO 25 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 25 21 HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 25 3 CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR 35 31 A EVOLUÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICO 35 4 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 35 5 CONSIDERAÇÕES 39 6 EREFERÊNCIAS 39 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 1 INTRODUÇÃO 43 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 44 21 FONTES DE ENERGIA 44 22 RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO 71 23 MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 80 21 EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO DE ALTA INTENSIDADE SOBRE A ECONOMIA DE CORRIDA EM ATLETAS 94 22 DETERMINAÇÃO VISUAL DO COMPONENTE RÁPIDO DO EXCESSO DO CONSUMO DE OXIGÊNIO APÓS O EXERCÍCIO 95 23 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE FORÇA EXPLOSIVA EM VOLEIBOLISTAS 96 3 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 96 4 CONSIDERAÇÕES 101 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 101 UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 1 INTRODUÇÃO 105 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 105 21 SISTEMA RESPIRATÓRIO 105 22 SISTEMA CARDIOVASCULAR 122 3 CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR 137 31 REABILITAÇÃO PULMONAR E HIPERVENTILAÇÃO NOS EXERCÍCIOS 137 32 COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL E DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NOS TREINAMENTOS DE FORÇA 138 4 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 140 5 CONSIDERAÇÕES 146 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 146 UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 1 INTRODUÇÃO 151 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 152 21 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO VO2MÁX 152 22 ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 169 3 CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR 180 31 FATORES DETERMINANTES E LIMITANTES DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO VO2MÁX 180 32 DETERMINAÇÃO DO CONSUMO MÁXIMO DO OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 181 4 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 183 5 CONSIDERAÇÕES 189 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 190 7 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo Fontes de energia Recuperação após o Exercício Mensuração de Energia Trabalho e Potência Ventilação e Mecânica Pulmonares Permuta e Transporte dos Gases Sistema Cardiovascular Função e Respostas ao Exercício Controle Cardiorrespiratório Métodos para Treinamento Anaeróbio e Respostas Fisiológicas Métodos para Treinamento Aeróbio e Respostas Fisiológicas Desenvolvimento de Força Muscular Endurance e Flexibilidade Consumo Máximo de Oxigênio Análise do Lactato Sanguíneo Bibliografia Básica FOSS M L KETEYIAN S J Fox Bases fisiológicas do exercício e do esporte 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 McARDLE W D KATCH F I KATCH V L Fisiologia do Exercício Energia nutrição e desempenho humano 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2008 POWERS S K HOWLEY E T Fisiologia do Exercício Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho 8 ed Barueri Manole 2014 Bibliografia Complementar ACSM AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição 4 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 DENADAI B S GRECO C C Prescrição do treinamento aeróbio teoria e prática Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005 DUFFIELD R DAWSON B GOODMAN C Energy system contribution to 100m and 200m track running events Journal of Science and Medicine in Sport Belconnen v 7 n 3 p 302313 2004 8 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Energy system contribution to 400metre and 800metre track running Journal of Sports Sciences London v 23 n 3 p 299307 2005 KENNEY W L WILMORE J H COSTILL D L Fisiologia do Esporte e do Exercício 5 ed São Paulo Manole 2013 É importante saber Esta obra está dividida para fins didáticos em duas partes Conteúdo Básico de Referência CBR é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências habilidades e atitudes necessárias à prática profissional Portanto no CBR estão condensados os principais conceitos os princípios os postulados as teses as regras os procedimentos e o fundamento ontológico o que é e etiológico qual sua origem referentes a um campo de saber Conteúdo Digital Integrador CDI são conteúdos preexistentes previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis São chamados Conteúdos Digitais Integradores porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência Juntos não apenas privilegiam a convergência de mídias vídeos complementares e a leitura de navegação hipertexto como também garantem a abrangência a densidade e a profundidade dos temas estudados Portanto são conteúdos de estudo obrigatórios para efeito de avaliação 9 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno seja bemvindo Iniciaremos o estudo de Bases Fisiológicas do Movimento Humano em que você obterá as informações necessárias para o embasamento teórico da sua futura profissão e para as atividades que virão Na Unidade 1 vamos conhecer um pouco da história da Fisiologia do Exercício quais seus principais pesquisadores e quais as principais descobertas que contribuíram para a evolução da avaliação e prescrição da atividade física Na Unidade 2 forneceremos uma explicação sobre a principal fonte de energia e quais as formas em que é encontrada quais sistemas produzem energia para a ressíntese de Adenosina Trifosfato ATP do inglês Adenosine Triphosphate e como é a demanda energética no repouso e no exercício Ainda na Unidade 2 estudaremos as fontes de energia a recuperação após o exercício e a mensuração de energia trabalho e potência Estes conteúdos foram elaborados para que sua compreensão seja facilitada É necessário porém que você estude as referências básicas e complementares para se aprofundar nos conteúdos e aprender mais sobre a Fisiologia do Exercício Em se tratando das fontes de energia serão estudados a ATP e os sistemas que produzem energia para a sua ressíntese Depois serão abordados o sistema aeróbio e o metabolismo das gorduras e das proteínas No tópico Recuperação após o Exercício será definido o termo oxigênio de recuperação e como ele pode ser calculado Posteriormente abordaremos os componentes rápido e lento explicando as diferenças entre eles e quais fatores 10 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO contribuem para esses componentes Em seguida trataremos da restauração da fosfocreatina e do glicogênio muscular de qual o tipo de exercício realizado e de qual nutriente foi absorvido após a alimentação E no tópico Mensuração de Energia Trabalho e Potência definiremos ergômetro e quais os principais tipos para a avaliação e reavaliação de um indivíduo Relataremos também o que é trabalho e potência como mensurar cada um e como calcular o trabalho realizado em diferentes ergômetros Em seguida trataremos da calorimetria direta e indireta e de como calcular o gasto energético durante determinada atividade física Para finalizar esse assunto será definido o Equivalente Metabólico MET do inglês Metabolic Equivalente Task e como calculálo Já na Unidade 3 estudaremos inicialmente o sistema respiratório abordando a função desse sistema a definição da ventilação pulmonar dos volumes capacidades e medidas pulmonares durante o repouso e o exercício Em seguida discutiremos a capacidade vital em sedentários e atletas e a importância do seu conhecimento na prática da atividade física Além disso veremos o transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue durante o repouso e a atividade física e finalmente em se tratando de sistema respiratório abordaremos as principais variações dos padrões respiratórios normais Após o estudo do sistema respiratório iniciaremos o estudo do sistema cardiovascular explicando o comportamento da pressão arterial no repouso e durante o exercício Também serão discutidos o ciclo cardíaco o volume sistólico a fração de ejeção a frequência cardíaca e o débito cardíaco no repouso e no exercício comparando indivíduos sedentários e treinados 11 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Na última unidade Unidade 4 serão estudados o consumo máximo de oxigênio VO2máx e a análise do lactato sanguíneo Esses dois índices são os principais e mais utilizados para avaliar e prescrever o treinamento objetivando melhora na aptidão do componente cardiorrespiratório Consequentemente é de extrema importância o seu aprendizado já que a maioria das atividades físicas praticadas tem predominância da participação aeróbia ou seja depende da aptidão do sistema cardiorrespiratório Dessa forma nessa unidade você aprenderá sobre o conceito de VO2máx os valores de VO2máx em indivíduos sedentários e em diferentes modalidades esportivas compreendendo quais são os efeitos do treinamento sobre o VO2máx Além disso você estudará o débito cardíaco a diferença arteriovenosa de oxigênio e o duplo produto relacionado ao VO2máx Para finalizar o estudo sobre o consumo máximo de oxigênio serão abordados os fatores que influenciam o efeito do treinamento sobre o VO2máx alguns aspectos do treinamento concorrente força e aeróbio e uma aplicação prática para a determinação do consumo máximo de oxigênio Sobre a análise do lactato sanguíneo serão estudados a cinética e os fatores que influenciam o metabolismo do lactato no exercício Em seguida discutiremos sobre o limiar aeróbio e anaeróbio e como esses índices podem ser utilizados para prescrever a intensidade do treinamento Concluindo a nossa discussão explicaremos os efeitos do treinamento de resistência na remoção do lactato 2 GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais possibilitando um bom 12 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO domínio dos termos técnicocientíficos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados 1 Ação dinâmica é qualquer ação muscular que produz movimento da articulação KENNEY WILMORE COSTILL 2013 2 Ação concêntrica é um encurtamento muscular KENNEY WILMORE COSTILL 2013 3 Ação excêntrica é quando ocorre um alongamento do músculo KENNEY WILMORE COSTILL 2013 4 Ação isométrica é quando o músculo se contrai sem moverse gerando força enquanto seu comprimento permanece inalterado KENNEY WILMORE COSTILL 2013 5 Acetilcoenzima A acetilCoA é um composto que forma o ponto de entrada comum no Ciclo de Krebs para a oxidação dos carboidratos e gorduras KENNEY WILMORE COSTILL 2013 6 Ácidos graxos livres componentes da gordura utilizados pelo corpo para o metabolismo KENNEY WILMORE COSTILL 2013 7 Adenosina Difosfato ADP de Adenosine Diphosphate composto de fosfato de alta energia com base no qual o ATP é formado KENNEY WILMORE COSTILL 2013 8 Adenosina Trifosfato ATP de Adenosine Triphosphate enzima que quebra o último grupo fosfato do ATP liberando grande quantidade de energia e reduzindo o ATP em ADP e Pi KENNEY WILMORE COSTILL 2013 9 Adrenalina catecolamina liberada pela medula adrenal que junto à noradrenalina prepara o corpo 13 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO para a luta ou a resposta rápida KENNEY WILMORE COSTILL 2013 10 Aeróbio na presença de oxigênio KENNEY WILMORE COSTILL 2013 11 Aminoácidos principais componentes das proteínas que são sintetizados pelas células vivas ou obtidos pelo organismo mediante dieta KENNEY WILMORE COSTILL 2013 12 Anabolismo é a formação de tecido corporal ou seja a fase construtiva do metabolismo KENNEY WILMORE COSTILL 2013 13 Anaeróbio na ausência de oxigênio KENNEY WILMORE COSTILL 2013 14 Bradicardia é a frequência cardíaca de repouso inferior a 60 batimentos cardíacos por minuto KENNEY WILMORE COSTILL 2013 15 Calorimetria direta método de mensuração da velocidade e da quantidade de produção de energia pelo corpo mediante mensuração direta da produção de calor corporal KENNEY WILMORE COSTILL 2013 16 Calorimetria indireta método para estimar o gasto energético mediante mensuração dos gases respiratórios KENNEY WILMORE COSTILL 2013 17 Calorímetro dispositivo para a mensuração do calor produzido pelo corpo ou por reações químicas específicas KENNEY WILMORE COSTILL 2013 18 Capacidade Pulmonar Total CPT soma da capacidade vital e do volume residual KENNEY WILMORE COSTILL 2013 14 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 19 Capacidade Vital CV volume máximo de ar expirado dos pulmões após uma inspiração máxima KENNEY WILMORE COSTILL 2013 20 Catabolismo a degradação dos tecidos corporais a fase destrutiva do metabolismo KENNEY WILMORE COSTILL 2013 21 Catecolaminas aminas biologicamente ativas compostos orgânicos derivados da amônia como a adrenalina e a noradrenalina que possuem efeitos potentes similares aos do sistema nervoso simpático KENNEY WILMORE COSTILL 2013 22 Ciclo cardíaco período que inclui todos os eventos entre dois batimentos cardíacos consecutivos KENNEY WILMORE COSTILL 2013 23 Ciclo de Krebs séries de reações químicas que envolvem a oxidação completa da acetilCoA e produzem 2 mols de ATP energia com hidrogênio e carbono os quais se combinam com o oxigênio para formar H2O e CO2 KENNEY WILMORE COSTILL 2013 24 Consumo de oxigênio excessivo pósexercício consumo elevado de oxigênio acima dos níveis de repouso após o exercício Durante certo período tal consumo foi denominado débito de oxigênio KENNEY WILMORE COSTILL 2013 25 Consumo máximo de oxigênio VO2máx capacidade máxima de consumo de oxigênio pelo corpo durante esforço máximo É também conhecido como potência aeróbia captação máxima de oxigênio ingestão máxima de oxigênio e capacidade de resistência cardiorrespiratória KENNEY WILMORE COSTILL 2013 15 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 26 Creatina substância encontrada nos musculoesque léticos mais comumente sob a forma de Creatina Fosfato CP Os suplementos de creatina são utili zados como auxílios ergogênicos com frequência pois existem teorias de que eles aumentam as concentra ções de CP e melhoram consequentemente o sistema energético ATPCP mantendo as concentrações de ATP nos músculos em níveis mais elevados KENNEY WILMORE COSTILL 2013 27 CreatinaFosfato CP composto rico em energia que tem papel fundamental na sua reserva para a ação muscular mantendo a concentração de ATP KENNEY WILMORE COSTILL 2013 28 Débito Cardíaco DC o volume de sangue bombeado pelo coração por minuto O DC é igual à frequência cardíaca pelo volume sistólico KENNEY WILMORE COSTILL 2013 29 Dor muscular aguda ocorrida durante e imediatamente após um período de exercícios KENNEY WILMORE COSTILL 2013 30 Dor muscular tardia dor muscular ocorrida após um ou dois dias de exercícios intensos KENNEY WILMORE COSTILL 2013 31 Endurance capacidade de suportar a fadiga incluindo as resistências muscular e cardiorrespiratória KENNEY WILMORE COSTILL 2013 32 Esteroides anabolizantes drogas controladas com características anabolizantes estimuladoras do crescimento da testosterona utilizadas por alguns atletas para aumentar o tamanho corporal e a massa muscular KENNEY WILMORE COSTILL 2013 16 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 33 Exaustão incapacidade de continuar o trabalho KENNEY WILMORE COSTILL 2013 34 Fadiga sensação geral de cansaço e concomitante diminuição do desempenho muscular KENNEY WILMORE COSTILL 2013 35 Fisiologia do exercício estudo de como a estrutura e as funções corporais são alteradas pela exposição a períodos agudos e crônicos de exercícios KENNEY WILMORE COSTILL 2013 36 Frequência cardíaca de repouso é a frequência cardíaca entre 60 e 80 batimentos cardíacos por minuto KENNEY WILMORE COSTILL 2013 37 Frequência cardíaca do estado estável é a frequência cardíaca mantida constante nos níveis submáximos do exercício quando a taxa de trabalho também permanece constante KENNEY WILMORE COSTILL 2013 38 Frequência Cardíaca Máxima FCM o maior valor da frequência cardíaca atingível durante um esforço máximo até o ponto de exaustão KENNEY WILMORE COSTILL 2013 39 Glicogênese é a conversão de glicose em glicogênio KENNEY WILMORE COSTILL 2013 40 Glicogênio a forma de estocar carboidratos no corpo predominantemente encontrado no músculo e no fígado KENNEY WILMORE COSTILL 2013 41 Glicólise degradação da glicose em ácido pirúvico KENNEY WILMORE COSTILL 2013 17 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 42 Gliconeogênese conversão da proteína ou glicerol da gordura em glicose KENNEY WILMORE COSTILL 2013 43 Hemoglobina pigmento do eritrócito que contém ferro e que se liga ao oxigênio KENNEY WILMORE COSTILL 2013 44 Hipertensão pressão arterial anormalmente elevada Nos adultos a hipertensão é definida em geral como a pressão sistólica superior a 140mmHg ou a pressão diastólica acima de 90mmHg KENNEY WILMORE COSTILL 2013 45 Hipertrofia aumento do tamanho ou da massa de um órgão ou de um tecido corporal KENNEY WILMORE COSTILL 2013 46 Lactato sal formado tomando por base o ácido lático KENNEY WILMORE COSTILL 2013 47 Limiar quantidade mínima de estímulo necessário para desencadear uma resposta É também despolarização mínima necessária para produzir um potencial de ação nos neurônios KENNEY WILMORE COSTILL 2013 48 Limiar anaeróbio o ponto em que as demandas metabólicas do exercício não podem mais ser satisfeitas pelas fontes aeróbias disponíveis e no qual ocorre um aumento do metabolismo anaeróbio refletido pelo aumento da concentração sérica de lactato KENNEY WILMORE COSTILL 2013 49 Manobra de Valsalva processo de sustentação de uma inspiração na tentativa de comprimir o conteúdo das cavidades torácica e abdominal provocando aumento das pressões intraabdominal e intratorácica KENNEY WILMORE COSTILL 2013 18 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 50 Miosina uma das proteínas formadoras dos filamentos que produzem a ação muscular KENNEY WILMORE COSTILL 2013 51 Noradrenalina catecolamina liberada pela medula adrenal que com a adrenalina prepara o corpo para a luta ou a resposta rápida KENNEY WILMORE COSTILL 2013 52 Potencial de ação grande despolarização da membrana de um neurônio ou de uma célula muscular que é conduzida pela célula KENNEY WILMORE COSTILL 2013 53 Pressão arterial sistólica a maior pressão arterial resultante da sístole fase de contração do coração KENNEY WILMORE COSTILL 2013 54 Pressão arterial diastólica a pressão arterial mais baixa resultante da diástole ventricular a fase de repouso KENNEY WILMORE COSTILL 2013 55 Sistema ATPPC sistema energético anaeróbio simples que funciona para manter as concentrações de ATP A degradação da fosfatocreatina libera P que se combina então com a ADP para formar o ATP KENNEY WILMORE COSTILL 2013 56 Sistema oxidativo o sistema energético mais complexo do organismo o qual gera energia em grande quantidade desmembrando substratos com o auxílio do oxigênio KENNEY WILMORE COSTILL 2013 57 Volume Corrente VC quantidade de ar inspirado ou expirado durante um ciclo respiratório normal KENNEY WILMORE COSTILL 2013 19 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 58 Volume de ejeção ou Volume Sistólico VS quantidade de sangue ejetada do ventrículo esquerdo durante a contração Diferença entre o volume diastólico final e o volume sistólico final KENNEY WILMORE COSTILL 2013 59 Volume Diastólico Final VDF volume de sangue no interior do ventrículo esquerdo no final da diástole antes da contração KENNEY WILMORE COSTILL 2013 60 Volume Residual VR quantidade de ar que não pode ser expirada dos pulmões KENNEY WILMORE COSTILL 2013 61 Volume Sistólico Final VSF volume de sangue que permanece no ventrículo esquerdo no final da sístole após a contração KENNEY WILMORE COSTILL 2013 3 ESQUEMA DOS CONCEITOSCHAVE Qualquer atividade física necessita de contração muscular que depende de energia para ocorrer Essa energia é fornecida pelo ATP que por sua vez pode ser ressintetizado pelos sistemas anaeróbio alático anaeróbio lático e aeróbio Independentemente do sistema predominante os substratos utilizados são transportados até as células musculares pelo sistema circulatório Quando é necessário o oxigênio porém tornase fundamental a participação do sistema respiratório o qual fornece o oxigênio de que a célula precisa para produzir energia Contudo só o oxigênio não é suficiente para tal produção É importante que haja também os diferentes substratos como por exemplo carboidratos proteínas e gorduras os quais são fornecidos pelo sistema digestório 20 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Apesar da participação dos sistemas circulatório respiratório e digestório no fornecimento de nutrientes as concentrações de água e eletrólitos são constantemente controladas pelo sistema renal Esse sistema regula a concentração de água e eletrólitos impedindo que ocorra um desequilíbrio homeostático no meio Para o controle de todos esses sistemas é necessária a participação do sistema endócrino que faz um ajuste a longo prazo e do sistema nervoso que controla principalmente os músculos e as secreções exócrinas e endócrinas Todos esses processos não seriam possíveis se não fosse a capacidade do sistema musculoesquelético de procurar ou obter alimento para o fornecimento de energia para a contração muscular e a manutenção da vida De qualquer forma cada sistema contribui de acordo com a sua função para a homeostasia ou o equilíbrio interno durante o repouso ou a prática de atividade física O conhecimento de todos esses sistemas durante a prática da atividade física é de extrema importância para entender todas as alterações fisiológicas que ocorrem durante o exercício e com o treinamento O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo 21 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Sistema Sistema Circulatório Sistema Respiratório Sistema Digestório ATIVIDADE FÍSICA CONTRAÇÃO MUSCULAR Sistema Endócrino Sistema Musculoesquelético q Sistema Renal Sistema Nervoso Sistema Nervoso Esquema dos ConceitosChave da obra Bases Fisiológicas do Movimento Humano 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição 4 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 DENADAI B S GRECO C C Prescrição do treinamento aeróbio teoria e prática Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005 DUFFIELD R DAWSON B GOODMAN C Energy system contribution to 100m and 200m track running events Journal of Science and Medicine in Sport Belconnen v 7 n 3 p 302313 2004 22 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Energy system contribution to 400metre and 800metre track running Journal of Sports Sciences London v 23 n 3 p 299307 2005 FOSS M L KETEYIAN S J Fox Bases fisiológicas do exercício e do esporte 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 HILL D W Energy system contributions in middledistance running events Journal of Sports Sciences Abingdon v 17 n 17 p 477483 1999 KENNEY W L WILMORE J H COSTILL D L Fisiologia do Esporte e do Exercício 5 ed São Paulo Manole 2013 McARDLE W D KATCH F I KATCH V L Fisiologia do Exercício Energia nutrição e desempenho humano 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2008 POWERS S K HOWLEY E T Fisiologia do Exercício Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho 8 ed Barueri Manole 2014 23 UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Objetivos Refletir sobre os primeiros estudos sobre o funciona mento do corpo humano durante a prática de atividade física Conhecer os principais ganhadores do Prêmio Nobel cujo trabalho de pesquisa envolve a Fisiologia do Exercício Identificar os principais pesquisadores relacionados com a prática de atividade física e o desempenho físico Conteúdos Breve histórico da Fisiologia do Exercício Diferentes estudos sobre o funcionamento do organismo humano Ganhadores do Prêmio Nobel relacionados com a prática de atividade física Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade leia as orientações a seguir 24 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 1 Tenha sempre à mão o significado dos conceitos explicitados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Conceitoschave para o estudo de todas as unidades desta obra Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho 2 Pesquise em livros ou na internet o assunto abordado nesta unidade e selecione as informações que considerar interessantes e importantes disponibilizandoas para seus colegas na Lista Lembrese de que você é protagonista do processo educativo 3 Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador 25 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 1 INTRODUÇÃO O estudo da história da Fisiologia do Exercício é muito importante pois nos possibilita entender como foram iniciadas as pesquisas científicas e quais contribuições elas deram para a prática de atividade física Com base no estudo dos nossos antepassados podemos entender o processo de transformação e evolução de toda a estrutura relacionada à atividade física O acúmulo de conhecimentos proporciona mudanças substanciais no modo de vida da humanidade e no próprio homem além de abrir horizontes de transformações e em se tratando deste estudo contribuir para uma sociedade mais saudável e com melhor qualidade de vida Então vamos aos estudos 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma sucinta os temas abordados nesta unidade Para sua compreensão integral é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador 21 HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO As Bases Fisiológicas do Movimento Humano tratam das adaptações agudas e crônicas durante a prática de atividade física Vamos às suas definições A adaptação aguda ocorre quando o indivíduo está se exercitando Por exemplo durante uma caminhada a frequência cardíaca aumenta para suprir a demanda de oxigênio e nutrientes 26 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO nas células musculares Já a adaptação crônica acontece com o decorrer do tempo podem ser semanas meses ou anos quando o indivíduo pratica a atividade física regularmente Por exemplo a frequência cardíaca em repouso de maratonistas é menor do que a frequência cardíaca em indivíduos sedentários Independentemente de qual conteúdo você estudará é importante conhecer e preservar a sua história A história da Fisiologia do Exercício possibilita ao aluno conhecer as suas raízes A seguir faremos um breve resumo dos acontecimentos históricos relacionados à Fisiologia do Exercício Em 1789 Lavoisier Figura 1 e Sequin França começaram a observar a captação de oxigênio em um indivíduo em repouso e durante a prática de atividade física Figura 1 Antoine Laurent Lavoisier 17431794 27 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO O francês François Magendie Figura 2 em 1821 médico e fisiologista experimental escreveu a primeira revista sobre o estudo da Fisiologia Experimental Ele estudou a ação da estricnina do iodeto do brometo do ópio da morfina etc Estudou ainda o nitrogênio e as funções motoras e sensoriais dos nervos espinhais Figura 2 François Magendie 17831855 Em 1822 o norteamericano William Beaumont estudou os líquidos estomacais com a ingestão de diferentes alimentos O francês JeanBaptiste Boussingault analisou na década de 30 século 19 a nutrição animal comparandoa com a nutrição humana Analisou os efeitos da ingestão de cálcio ferro e outros nutrientes Estudou também a produção de dióxido de carbono pelas plantas O alemão Hermann von Helmholtz Figura 3 em 1847 relatou sobre a lei de conservação da energia 28 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Figura 3 Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz 18211894 Em 1860 século 19 Edward Hitchcock Figura 4 foi designado professor de Higiene e Educação Física e escreveu o livro intitulado Anatomia e Fisiologia elementar para colégios academias e outras escolas Além disso estudou sobre a composição corporal força muscular capacidade pulmonar e pilosidade quantidade de pelos Figura 4 Edward Hitchcock 17931864 29 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO O francês ClaudeLouis Berthollet Figura 5 estudou sobre a quantidade de calor eliminado pelo corpo e a relação com a queima de carboidrato e gordura Figura 5 ClaudeLouis Berthollet 17481822 Em 1866 o norteamericano Austin Flint Jr Figura 6 realizou várias pesquisas em Fisiologia Humana para investigar a função do fígado e a produção de glicogênio Escreveu várias obras sobre a fisiologia do corpo humano Figura 6 Austin Flint Jr 18361915 30 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Outro alemão chamado Max Rubner Figura 7 em 1894 realizou experiências com a utilização de um calorímetro direto para observar o gasto de energia em cães Essas experiências junto às dos norteamericanos Atwater e Benedict determinaram que é possível medir as taxas metabólicas no ser humano medindo o volume e a composição do ar expirado O que essas experiências têm a ver com o nosso dia a dia São elas que possibilitam medir as calorias dos carboidratos gorduras e proteínas dos alimentos ingeridos Além disso foram a base para posteriormente calcular o gasto calórico no repouso e durante a prática de atividade física Figura 7 Max Rubner 18551949 Otto Meyerhof Figura 8 estudou a Bioenergética e ganhou o Prêmio Nobel em 1923 Estudou também o sistema enzimático que intensificava a formação de ácido lático a partir do glicogênio 31 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Figura 8 Otto Fritz Meyerhof 18841951 Em 1929 Frederick Gowland Hopkins Figura 9 ganhou o Prêmio Nobel por estudar o aminoácido triptofano também pesquisando sobre a química muscular e a cinética do ácido lático durante o repouso e a prática de atividade física Figura 9 Frederick Hopkins 18611947 32 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Os bioquímicos nascidos em Praga na República Tcheca Carl Ferdinand Cori e sua esposa Gerty Cori Figura 10 ganharam o Prêmio Nobel de 1947 de Fisiologia por terem descoberto a sequência da conversão do glicogênio para a regulação da glicose sanguínea Além disso criaram o Ciclo de Cori que leva os seus nomes para explicar a conversão de lactato a glicose no fígado Figura 10 Carl Ferdinand Cori 18961984 e Gerty Theresa Cori 18961957 Claude Bernard Figura 11 médico francês foi aclamado como o grande fisiologista do século 19 e originou o pensamento sobre a Fisiologia Moderna Por volta de 1860 denominou o meio interno como milieu intérieur Estudou o suco gástrico e a sua ação na digestão dos alimentos o fígado e a produção de glicose a secreção pancreática na digestão dos lipídios bem como a temperatura corporal e a ação do monóxido de carbono na respiração 33 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Figura 11 Claude Bernard 18131878 A norteamericana Rosalyn Sussman Yalow Figura 12 ganhou o Prêmio Nobel em 1977 por ter estudado e desenvolvido o Radioimunoensaio RIA do inglês Radio Imuno Assay um método que usa elementos radioativos para estudar doenças e reações químicas medindo substâncias químicas ou biológicas como hormônios vírus vitaminas enzimas e medicamentos Figura 12 Rosalyn Sussman Yalow 19212011 34 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Você provavelmente não está entendendo muito bem todos esses estudos e as conquistas desses diversos fisiologistas no decorrer dos séculos 19 e 20 Quando você começar a estudar o próximo tópico e prosseguir perceberá que estes mesmos fisiologistas serão citados no decorrer da leitura Por isso não precisa ficar assustado com todas essas terminologias mencionadas anteriormente Você será capaz de entendêlas e assim estará preparado para aplicar esses conceitos na prática de atividade física com diferentes indivíduos e populações Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no Tópico 4 você deve fazer a leitura indicada no Tópico 31 para compreender a evolução do treinamento físico através da História Vídeo complementar Neste momento é fundamental que você assista ao vídeo complementar Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual clique no ícone Videoaula localizado na barra superior Em seguida selecione o nível de seu curso Graduação a categoria Disciplinar e o tipo de vídeo Complementar Por fim clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos Para assistir ao vídeo pelo seu CD clique no botão Vídeos e selecione Bases Fisiológicas do Movimento Humano Vídeos Complementares Complementar 1 35 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 3 CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade 31 A EVOLUÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICO No artigo indicado a seguir o conteúdo abordado é muito importante para garantir o seu aprendizado com profundidade e abrangência Como você poderá constatar no referido artigo a evolução do treinamento físico se deu graças ao embasamento da ciência do desporto Para tanto acesse o seguinte link ALMEIDA H F R ALMEIDA D C M GOMES A C Uma ótica evolutiva do treinamento desportivo através da história Revista Treinamento Desportivo Curitiba v 5 n 1 p 4052 2000 Disponível em httpswww antoniocgomescomcmspdf28022011154104pdf Acesso em 27 ago 2015 4 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas 1 Lavoisier e Sequin França começaram em 1789 a observar em indivíduos no repouso e durante a prática de atividade física a a captação de oxigênio num indivíduo em repouso e durante a prática de atividade física b o consumo máximo de oxigênio e a diferença arteriovenosa de oxigênio 36 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO c o retorno venoso e a frequência cardíaca d o débito cardíaco e o volume sistólico e o distúrbio do meio interno e o estado estável 2 Qual médico francês foi aclamado como o grande fisiologista do século 19 e originou o pensamento sobre a Fisiologia Moderna Por volta de 1860 ele denominou o meio interno como milieu intérieur Além disso estudou o suco gástrico e a sua ação na digestão dos alimentos o fígado e a produção de glicose a secreção pancreática na digestão dos lipídios a temperatura corporal e a ação do monóxido de carbono na respiração a Claude Bernard b Lavoisier c François Magendie d William Beaumont e Hermann von Helmholtz 3 Em 1821 o francês François Magendie escreveu a primeira revista sobre o estudo da Fisiologia Experimental Ele estudou a a ação muscular durante o exercício b a ação da estricnina do iodeto do brometo do ópio da morfina além disso estudou o nitrogênio e as funções motoras e sensoriais dos nervos espinhais c a frequência respiratória e o volume corrente d o metabolismo corporal e o exercício na prevenção das doenças e a retroalimentação negativa e o centro de integração 4 Na década de 30 século 19 o francês JeanBaptiste Boussingault anali sou a nutrição animal comparandoa com a nutrição humana Analisou também a a homeostasia e o centro efetor b a insulina e a glicemia c os efeitos da ingestão de cálcio ferro e outros nutrientes estudou também a produção de dióxido de carbono pelas plantas d o aumento do desempenho e o distúrbio do meio interno e a sacarose e a frutose 37 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 5 Edward Hitchcock na década de 60 século 19 estudou a os sítios ativos e as moléculas reagentes b a fosforilação oxidativa e o sistema ATPPC c a degradação da glicose e a ressíntese de PC d a composição corporal a força muscular a capacidade pulmonar e a pilosidade quantidade de pelos e a fosfofrutoquinase e a creatina quinase 6 O francês ClaudeLouis Berthollet estudou a quantidade de calor eliminado pelo corpo e a relação entre a as proteínas e os carboidratos b os carboidratos e o exercício de longa duração c as enzimas oxidativas e a creatina quinase d os íons hidrogênio e a acetilCoA e a queima de carboidratos e gorduras 7 O norteamericano Austin Flint Jr em 1866 escreveu sobre a fisiologia do corpo humano e realizou várias pesquisas em Fisiologia Humana sobre a a função do fígado e a produção de glicogênio b a função dos pulmões e a produção da substância surfactante c a função do cérebro e a produção de acetilcolina d a função dos rins e a produção de renina e a função do coração e a hipertensão 8 Otto Meyerhof é reconhecido devido aos seus estudos relacionados ao à a metabolismo das gorduras durante o repouso b formação de ácido lático a partir do glicogênio c consumo máximo de oxigênio d metabolismo do ácido cítrico e débito de oxigênio 9 Hopkins em 1929 ganhou o Prêmio Nobel por estudar o a aminoácido triptofano b aminoácido valina 38 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO c aminoácido fenilalanina d aminoácido aspartato e aminoácido glutâmico 10 Quem ganhou o Prêmio Nobel em 1947 na República Tcheca por terem descoberto a sequência da conversão do glicogênio para a regulação da glicose sanguínea Além disso criaram o Ciclo de Cori para explicar a conversão de lactato a glicose no fígado a Max Rubner e ClaudeLouis Berthollet b Carl Ferdinand Cori e sua esposa Gerty Cori c Claude Bernard e Rosalyn Sussman Yalow d Frederick Gowland Hopkins e Edward Hitchcock e Otto Meyerhof e Hermann von Helmholtz Gabarito Confira a seguir as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas Questões Resposta 1 A 2 A 3 B 4 C 5 D 6 E 7 A 8 B 9 A 10 B 39 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 5 CONSIDERAÇÕES Chegamos ao final da primeira unidade que abordou brevemente o histórico da Fisiologia do Exercício Nesta unidade você conheceu os principais ganhadores do Prêmio Nobel cujo trabalho de pesquisa abrangeu a Fisiologia do Exercício Além disso você estudou sobre os principais pesquisadores relacionados à prática de atividade física e ao desempenho físico Veja agora o Conteúdo Digital Integrador que ampliará o seu conhecimento sobre o assunto Na próxima unidade você aprenderá sobre as fontes de energia recuperação após o exercício e mensuração de energia trabalho e potência 6 EREFERÊNCIAS Lista de figuras Figura 1 Antoine Laurent Lavoisier 17431794 Disponível em httpwww grupoescolarcompesquisaantoinelaurentlavoisier17431794html Acesso em 26 ago 2015 Figura 2 François Magendie 17831855 Disponível em httpwwwdecufcgedu brbiografiasFrancoMahtm Acesso em 26 ago 2015 Figura 3 Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz 18211894 Disponível em httpwwwdecufcgedubrbiografiasHermnLudhtml Acesso em 26 ago 2015 Figura 4 Edward Hitchcock 17931864 Disponível em httpsbloghmns org201010edwardhitchcock Acesso em 26 ago 2015 Figura 5 ClaudeLouis Berthollet 17481822 Disponível em httpeducacaouol combrbiografiasclaudelouisbertholletjhtm Acesso em 26 ago 2015 Figura 6 Austin Flint Jr 18361915 Disponível em httpwwwpicturehistorycom productid10378 Acesso em 26 ago 2015 Figura 7 Max Rubner 18551949 Disponível em httpwwwhuberlinde ueberblickgeschichterektorenrubner Acesso em 26 ago 2015 40 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Figura 8 Otto Fritz Meyerhof 18841951 Disponível em httpwwwjornallivre combr112818biografiaottofritzmeyerhofhtml Acesso em 26 ago 2015 Figura 9 Frederick Hopkins 18611947 Disponível em httpwwwnobelprizeorg nobelprizesmedicinelaureates1929hopkinsbiohtml Acesso em 26 ago 2015 Figura 10 Carl Ferdinand Cori 18961984 e Gerty Theresa Cori 18961957 Disponível em httpwwwchemheritageorgdiscoveronlineresourceschemistryinhistory themesbiomoleculesproteinsandsugarscoriandcoriaspx Acesso em 26 ago 2015 Figura 11 Claude Bernard 18131878 Disponível em httpwwwcerebromente orgbrn06historiabernardhtm Acesso em 26 ago 2015 Figura 12 Rosalyn Sussman Yalow 19212011 Disponível em httpwwwahistoria combrbiografiaderosalynsussmanyalow Acesso em 26 ago 2015 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DENADAI B S Índices fisiológicos de avaliação aeróbia conceitos e aplicações Ribeirão Preto B S D 1999 DENADAI B S GRECO C C Prescrição do treinamento aeróbio teoria e prática Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005 DUFFIELD R DAWSON B GOODMAN C Energy system contribution to 100m and 200m track running events Journal of Science and Medicine in Sport Belconnen v 7 n 3 p 302313 2004 Energy system contribution to 400metre and 800metre track running Journal of Sports Science London v 23 n 3 p 299307 2005 FOSS M L KETEYIAN S J Fox Bases fisiológicas do exercício e do esporte 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 HILL D W Energy system contributions in middledistance running events Journal of Sports Sciences Abingdon v 17 n 17 p 477483 1999 PLATONOV V N Tratado geral de treinamento desportivo São Paulo Phorte 2008 POWERS S K HOWLEY E T Fisiologia do Exercício Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho 8 ed Barueri Manole 2014 41 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Objetivos Compreender a explicação sobre a principal fonte de energia e quais as formas encontradas Conhecer quais sistemas produzem energia para a ressíntese de ATP e como é a demanda energética no repouso e no exercício Definir oxigênio de recuperação comportamento do componente rápido e lento durante a recuperação e os componentes restaurados na recuperação Definir o que é ergômetro e explicar quais os principais tipos de ergômetros Compreender como se mensuram trabalho e potência Descrever o que é calorimetria direta tanto quanto indireta e o que é Equivalente Metabólico Conteúdos Fontes de energia Recuperação após o exercício Mensuração de energia trabalho e potência UNIDADE 2 42 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade leia as orientações a seguir 1 Tenha sempre à mão um dicionário para pesquisar as palavras cujos significados você não saiba Se for necessário pesquise na internet alguns conceitos para compreender melhor o que você estiver estudando 2 Lembrese de que o nosso organismo age por interação e modulação entre todos os sistemas por isso conhecer bem cada um deles é muito importante 3 Faça anotações de todas as suas dúvidas e tente solucionálas por meio do nosso sistema de interatividade ou diretamente com o seu tutor 4 Leia os livros da bibliografia indicada para ampliar seus horizontes teóricos Coteje com o material didático e discuta a unidade com seus colegas e com o tutor 43 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 1 INTRODUÇÃO Na Unidade 1 você estudou resumidamente a história da Fisiologia do Exercício Já nesta segunda unidade você aprenderá sobre as fontes de energia a recuperação após o exercício a mensuração de energia trabalho e potência Com relação às fontes de energia você estudará a Adenosina Trifosfato ATP do inglês Adenosine Triphosphate ou trifosfato de adenosina e os sistemas que produzem energia para a sua ressíntese Depois abordaremos o sistema aeróbio e o metabolismo das gorduras e das proteínas Em seguida trataremos das demandas energéticas no repouso e no exercício Sobre a recuperação após o exercício você aprenderá o que significa o termo oxigênio de recuperação e como é importante estudálo para conhecer como o indivíduo se recupera após uma ou mais sessão de treinamento Com este conhecimento você será capaz de prescrever corretamente a intensidade do treinamento com uma recuperação adequada entre uma sessão e outra de exercício Além disso poderá orientar melhor o indivíduo que está participando de alguma atividade onde a intensidade é importante para um resultado final positivo Na mensuração de energia trabalho e potência será definido o termo ergômetro quais os principais tipos e como podemos calcular o trabalho realizado em diferentes tipos de ergômetros Para entender melhor a questão sobre gasto energético no exercício a aprender a calculálo serão abordados os termos calorimetria direta e indireta Finalmente abordaremos o termo Equivalente Metabólico o que é e como podemos utilizálo para orientar diferentes indivíduos na realização do exercício físico 44 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma sucinta os temas abordados nesta unidade Para sua compreensão integral é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador 21 FONTES DE ENERGIA Antes de abordarmos as fontes de energia é necessário definir energia e trabalho Energia é a capacidade de executar um trabalho ou realizar alguma ação Trabalho por sua vez é uma medida da energia transferida de uma força ao longo de uma distância Portanto energia e trabalho são inseparáveis Há basicamente seis formas de energia 1 nuclear 2 térmica 3 luminosa 4 química 5 mecânica 6 elétrica Todas as formas de energia podem ser transformadas de uma para outra Para o nosso entendimento em Bases Fisiológicas do Movimento Humano nós estudaremos a transformação de energia química presente nos alimentos que ingerimos em energia mecânica para a realização de trabalho Esse trabalho pode ser uma atividade que executamos ou simplesmente o trabalho de algum órgão interno por exemplo o funcionamento do coração fígado pulmões e outros 45 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Ciclo energético biológico e Adenosina Trifosfato ATP A energia solar provém da energia nuclear Essa energia alcança a Terra em forma de energia térmica por isso sentimos o calor do Sol e luminosa responsável pela claridade Por meio da fotossíntese com a água e o dióxido de carbono os vegetais verdes utilizam a energia da luz transformandoa em energia química Essa energia é utilizada para elaborar moléculas alimentares de glicose proteínas lipídios e celulose Os animais alimentamse dos vegetais verdes para se abastecer de energia Os seres humanos alimentamse desses vegetais ou dos animais para obter energia e consequentemente dependem da luz solar para a sobrevivência Os alimentos que ingerimos junto ao oxigênio que absorvemos são transformados em dióxido de carbono CO2 e água H2O sendo liberada grande quantidade de energia química Essas reações químicas recebem o nome de respiração Esta por sua vez fornece energia para a realização de trabalho Como já mencionado o trabalho pode ser externo correr nadar pedalar etc eou interno para o funcionamento dos órgãos Todo esse processo é conhecido como ciclo energético biológico Figura 1 46 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Foss Keteyian 2000 p 19 Figura 1 Ciclo energético biológico Infelizmente não temos a capacidade de converter os nutrientes carboidratos gorduras proteínas diretamente em energia Esses nutrientes que ingerimos durante a alimentação são utilizados para produzir o composto denominado Adenosina Trifosfato ATP Figura 2 47 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Powers Howley 2014 p 35 Figura 2 Adenosina Trifosfato O ATP é composto por uma base denominada adenina e um açúcar chamado ribose que se unem para formar a adenosina Além disso possui três grupos fosfatos A ligação entre esses grupos é rica em energia Para qualquer trabalho interno funcionamento do corpo ou externo prática de atividades físicas a energia provém do ATP Quando este é utilizado convertese em difosfato de adenosina ADP de Adenosine Diphosphate ou Adenosina Difosfato e fosfato inorgânico Figura 3 Para que essa reação química ocorra é necessária a água sendo liberados aproximadamente 9 quilocalorias de energia A enzima que participa dessa reação é a Adenosinatrifosfatase ATPase do inglês Adenosinetriphosphatase 48 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Kenney Wilmore Costill 2013 p 120 Figura 3 Separação do fosfato da molécula de ATP pela ação da enzima ATPase Nessa reação é liberado íon hidrogênio em sua forma livre H que por sinal provoca acidez no interior celular Observe a presença de íons H na formação estrutural do trifosfato de adenosina na Figura 4 Fonte Powers Howley 2014 p 35 Figura 4 Formação estrutural do trifosfato de adenosina 49 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA A quantidade de ATP no interior da célula muscular é bastante limitada Se uma pessoa correr na maior velocidade ou intensidade possível as suas reservas de ATP intramuscular acabam em torno de 3 a 4 segundos Mas e se a pessoa continuar correndo Como poderia obter mais energia Lembrese de que os seres humanos só podem obter energia da desintegração do ATP e como já mencionado ele é bastante limitado na célula muscular Ainda bem que há três vias ou sistemas que produzem energia para formar novamente o ATP ou seja juntar o ADP com o fosfato Desse modo a referida pessoa terá mais ATP para obter mais energia e continuar realizando a sua atividade física Esses três sistemas são Anaeróbio alático Anaeróbio lático Aeróbio Sistema anaeróbio alático ou sistema ATPPC Iniciaremos nossa discussão com este sistema porque ele é mais simples e assim você poderá entender facilmente como o ATP é formado novamente O sistema anaeróbio alático pode também ser denominado como sistema ATPPC ou ATPCP ou ainda sistema dos fosfagênios Recebe o nome de sistema ATPPC ou CP porque nessa reação química é utilizada a fosfocreatina E o nome de sistema dos fosfagênios é devido ao fato de que tanto o ATP quanto a PC têm fosfato em suas ligações Qualquer uma dessas terminologias é válida por isso devemos conhecêlas 50 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Uma grande vantagem desse sistema é que ele é muito rápido e a energia liberada é imediatamente utilizada para formar novamente o ATP porque a ligação entre o fosfato e a creatina é muito simples Por isso ela é fácil de quebrar e liberar energia funcionando da seguinte maneira após a formação de ADP a reação pode ser convertida para formar novamente o ATP Tal processo requer mais energia que pode provir da fosfocreatina PC armazenada nos músculos como mostra a Figura 5 Fonte Kenney Wilmore Costill 2013 p 121 Figura 5 Utilização da PC para ressíntese do ATP Uma desvantagem desse sistema é que as nossas reservas de PC no músculo são bastantes limitadas Por exemplo se uma pessoa corresse na maior intensidade possível as suas reservas musculares de PC depletariam acabariam em torno de 6 a 9 segundos Se você analisar o conteúdo citado irá perceber que o ATP depletaria em torno de 3 a 4 segundos e a PC de 6 a 9 segundos Isso corresponde ao total de 9 a 13 segundos de atividade física máxima Um bom exemplo de atividade que usa predominantemente esse sistema é a prova de 100 metros no atletismo ou a prova de 25 metros na natação É importante 51 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA lembrar que ambas as provas devem ser realizadas na maior intensidade possível Quando mencionamos a palavra predominantemente queremos dizer que esse é o principal sistema utilizado mas não o único Os demais sistemas indicados a seguir participam menos das atividades físicas Exemplos de atividades em que há participação predominante do sistema ATPPC 1 Saltos em altura e a distância 2 Corridas de 50 m e 100 m 3 Levantamento e arremesso de peso 4 Lançamento de disco martelo etc O ATP vai sendo depletado e ao mesmo tempo a fosfocreatina quebra e libera energia para a ressíntese do ATP Isso ocorre a todo momento até que as reservas de PC terminem Dessa maneira as reservas de ATP vão acabando pois não há mais PC para ressintetizálo Figura 6 52 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Kenney Wilmore Costill 2013 p 121 Figura 6 Utilização do ATP e da PC durante o exercício Sistema anaeróbio lático ou sistema glicolítico Este sistema é chamado de anaeróbio porque o oxigênio não participa das séries de reações químicas para a produção de energia E é lático porque um dos produtos formados na reação é o ácido lático É também denominado sistema glicolítico porque utiliza a glicose ou o glicogênio Quando ingerimos carboidratos em nossa dieta estes são transformados em glicose durante o processo de digestão A glicose pode ir para a corrente sanguínea ou ser armazenada no fígado ou no músculo sob a forma de glicogênio Quando necessário o glicogênio pode ser transformado novamente em glicose Tal processo é denominado glicogenólise 53 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Nesse sistema o glicogênio ou a glicose passa por várias sequências glicolíticas até formar o ácido pirúvico Como não há oxigênio o ácido pirúvico catalisado pela enzima Lactato Desidrogenase LDH do inglês Lactate Dehydrogenase é convertido em acido lático Figura 7 Fonte Powers Howley 2014 p 38 Figura 7 Utilização do glicogênio e formação do ácido lático O sistema glicolítico ocorre no citoplasma da célula muscular denominado sarcoplasma e produz energia para a ressíntese de duas moléculas de ATP e duas moléculas de ácido pirúvico ou ácido lático por molécula de glicose utilizada Esse sistema pode ser explicado detalhadamente da seguinte maneira a primeira fase em que há investimento de energia sendo necessária a degradação de ATP e a segunda fase de geração de energia em que é liberada energia para a ressíntese de ATP Figura 8 54 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Powers Howley 2014 p 38 Figura 8 Fase de investimento e fase de geração de energia A Figura 9 mostra detalhadamente em duas fases esse sistema e todas as enzimas que participam das reações químicas até a formação do lactato 55 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Robergs Roberts 2002 p 37 Figura 9 Fontes de ATP proveniente da glicólise anaeróbia Esse sistema não é tão rápido quanto o sistema anaeróbio alático sistema ATPPC mas consegue fornecer energia por mais 56 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA tempo As maiores concentrações de ácido lático encontradas nos músculos são aquelas que permitem que o indivíduo corra ou outra atividade física que envolva grande massa muscular entre 30 e 40 segundos na maior intensidade possível Exemplos de provas em que esse sistema tem participação predominante dos 400 metros no atletismo e dos 100 metros na natação Sistema aeróbio ou oxidativo Este sistema pode utilizar a glicose ou glicogênio os ácidos graxos e os aminoácidos para a produção de energia Porém são utilizados principalmente a glicose e os ácidos graxos Para compreender o funcionamento desse sistema podemos dividilo em três partes 1 Glicólise aeróbia 2 Ciclo de Krebs 3 Cadeia transportadora de elétrons Glicólise aeróbia Glicólise é a quebra da glicose Nesta fase a glicose ou o glicogênio é convertida em piruvato A única diferença entre a glicólise anaeróbia vista anteriormente e a glicólise aeróbia é que nesta última não há a formação do ácido lático devido à participação do oxigênio nas reações químicas Figura 10 57 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Foss Keteyian 2000 p 28 Figura 10 Comparação entre a glicólise aeróbia e a glicólise anaeróbia Nessas reações um mol de glicogênio é transformado em 2 moles de ácido pirúvico com a liberação de energia para a ressíntese de 3 moles de ATPs Ciclo de Krebs Nesta etapa o ácido pirúvico formado na glicólise aeróbia continua sendo metabolizado nas mitocôndrias Como resultado são produzidos hidrogênio elétrons dióxido de carbono e ATP Além disso no Ciclo de Krebs é liberada energia para a ressíntese de 2 moles de ATPs Figura 11 58 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Powers Howley 2014 p 41 Figura 11 Ciclo de Krebs 59 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Sistema de transporte de elétrons STE No sistema de transporte de elétrons os íons hidrogênio e elétrons formados no Ciclo de Krebs unemse ao oxigênio que respiramos para formar água Nesse sistema são produzidos 34 moles de ATPs Figura 12 Fonte Powers Howley 2014 p 44 Figura 12 Sistema de transporte de elétrons Exemplos de atividades em que há a participação predominante do sistema aeróbio Figura 13 1 corridas de longa duração 2 natação em águas abertas 3 ciclismo de estrada 4 ou qualquer atividade em que a execução ultrapassa 1 minuto de duração 60 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Robergs Roberts 2002 p 111 Figura 13 Participação dos sistemas durante o exercício Sistema aeróbio e metabolismo das gorduras Enquanto os carboidratos podem ser metabolizados na presença ou ausência de oxigênio as gorduras só podem ser metabolizadas na presença do oxigênio Figura 14 A maior diferença entre a metabolização das gorduras e a dos carboidratos é que para que as gorduras sejam utilizadas são necessários 396 litros de oxigênio por mol de ATP ressintetizado contrastando com os 345 litros por mol de ATP ressintetizado utilizando o glicogênio As gorduras portanto apesar de necessitarem de mais oxigênio produzem mais energia e são mais utilizadas em atividades de baixa intensidade tais como caminhada natação pedalar etc 61 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte adaptado de Powers Howley 2014 p 45 Figura 14 Sistema de transporte de elétrons 62 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Sistema aeróbio e metabolismo das proteínas A participação das proteínas na produção de energia é muito pequena apenas entre 5 e 10 da energia total utilizada ou até menos do que isso Apenas em provas de ultraduração vários dias ou em casos de inanição como greve de forme as proteínas podem ter participação mais efetiva Essa energia é proporcionada pelo ciclo de glicosealanina Figura 15 Fonte Robergs Roberts 2002 p 44 Figura 15 Ciclo de glicosealanina e Ciclo de Cori Comparação entre os sistemas De maneira bastante resumida podemos comparar os três sistemas energéticos da seguinte forma 63 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA O sistema anaeróbio alático não utiliza oxigênio a velocidade de produção de energia é muito rápida e a quantidade de produção de ATP é muito baixa O sistema anaeróbio lático não usa oxigênio a velocidade de produção de energia é rápida e a quantidade de produção de ATP é baixa O sistema aeróbio utiliza oxigênio a velocidade de produção de energia é lenta e a quantidade de produção de ATP é alta No Quadro 1 mostramos as características gerais dos três sistemas pelos quais o ATP é formado Quadro 1 Características gerais dos sistemas energéticos Sistema Combustível alimentar ou químico O2 necessário Velocidade Produção relativa de ATP Sistema ATPPC Fosfocreatina Não Mais rápida Pouca limitada Sistema da glicólise Glicogênio ou glicose Não Rápida Pouca limitada Sistema aeróbio Glicogênio gorduras proteínas Sim Lenta Muita ilimitada Fonte Foss Keteyian 2000 p 33 Demandas energéticas no repouso e no exercício No repouso aproximadamente 65 da energia é obtida a partir das gorduras e cerca de 35 dos carboidratos Figura 16 64 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Figura 16 Contribuição dos substratos durante o repouso Além disso o sistema aeróbio é o responsável pela produção de quase 100 da energia requerida Consequentemente as concentrações de ácido lático no sangue são baixas entre 08 e 12 milimol por litro Transição do repouso para o exercício Se você está em repouso e vai iniciar um exercício como correr em uma velocidade de 12 km por hora há aumento do consumo de oxigênio até atingir um estado estável dentro de 1 a 4 minutos Antes desse estado a energia para o início do exercício foi fornecida pelo sistema anaeróbio Provavelmente no início do exercício a energia foi suprida pelo sistema ATP PC e em menor parte pelo sistema glicolítico Mesmo assim o sistema aeróbio é o principal fornecedor de energia para a realização dessa atividade Observe na Figura 17 o aumento da frequência cardíaca e do consumo de oxigênio do repouso até atingir o estado estável 65 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Robergs Roberts 2002 p 19 Figura 17 Aumento da frequência cardíaca e do consumo de oxigênio até atingir o estado estável Como pode ser observado na figura anterior demorou quase 3 minutos para a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio atingirem um estado estável Exercício intenso de curta duração e alta intensidade Como exemplos de exercícios intensos de curta duração e alta intensidade podemos citar os 100 e os 200 m no atletismo e 25 m e 50 m na natação 66 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA O principal nutriente utilizado para a realização dos 100 m no atletismo ou dos 25 m na natação é o carboidrato com a gordura tendo uma pequena participação Figura 18 Figura 18 Contribuição dos substratos durante o exercício intenso de curta duração e alta intensidade O sistema energético predominante é o ATPPC Contudo para correr os 400 m no atletismo ou nadar os 50 m há participação do sistema ATPPC do sistema aeróbio e principalmente do sistema anaeróbio lático Para atividades com duração acima de 5 a 6 segundos portanto a participação do sistema anaeróbio lático é cada vez maior até atingir o ápice Depois de aproximadamente 1 minuto de exercício a participação do sistema aeróbio passa a ser mais predominante Duffield Dawson e Goodman 2004 analisaram a contribuição energética nos 100 m e 200 m Eles concluíram que a participação do sistema anaeróbio é respectivamente de 79 e 72para os homens de 75 e 67 para as mulheres Os mesmos autores citados anteriormente compararam a contribuição dos sistemas energéticos nos 400 m e 800 m 67 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Eles observaram que a contribuição do sistema anaeróbio era respectivamente de 59 e 40 para os homens de 55 e 30 para as mulheres Quadro 2 Quadro 2 Contribuição em termos percentuais do sistema anaeróbio para produção de energia em diferentes provas do atletismo 100 m 200 m 400 m 800 m 1500 m Homens 79 72 59 a 63 39 a 40 20 Mulheres 75 67 55 a 62 30 a 39 17 Hill 1999 após realizar um estudo com atletas corredores de meia distância mencionou que para o sexo feminino nos 400 m 800 m e 1500 m a contribuição de energia advinda do sistema anaeróbio era respectivamente de 62 33 e 17 ao passo que para o sexo masculino a contribuição era de 63 39 e 20 Após analisar os Quadros 1 e 2 podemos mostrar a participação em termos percentuais dos sistemas anaeróbio e aeróbio em diferentes provas do atletismo como ilustra o Quadro 3 Quadro 3 Contribuição em termos percentuais do sistema aeróbio para produção de energia em diferentes provas do atletismo 100 m 200 m 400 m 800 m 1500 m Homens 21 28 37 a 41 60 a 61 80 Mulheres 25 33 38 a 45 61 a 70 83 68 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA É interessante notar que para a prova dos 400 m cujo tempo é de aproximadamente 45 segundos para os homens e de 50 segundos para as mulheres alto nível e para a dos 800 m cujo tempo é de aproximadamente 1min45s para os homens e de 1min55s para as mulheres a participação aeróbia é próxima ou levemente superior à participação anaeróbia Dessa forma para provas com duração entre 45s e 50s a participação aeróbia fica entre 37 e 45 e para provas com duração entre 1min45s e 1min55s ela mantémse entre 60 e 70 Exercício prolongado Para a realização de exercícios prolongados ou seja exercícios com duração acima de 10 minutos a predominância é do sistema aeróbio Para esses exercícios a capacidade aeróbia é imprescindível para um bom desempenho na atividade Figura 19 Os principais nutrientes utilizados nesses exercícios são as gorduras e principalmente os carboidratos Figura 19 Contribuição dos substratos durante o exercício intenso de curta duração e alta intensidade 69 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Dependendo da temperatura ambiente e da umidade rela tiva do ar ou da intensidade do exercício o organismo não con segue ficar em estado estável ou seja durante a realização da prática esportiva há aumento da frequência cardíaca e do con sumo máximo de oxigênio devido ao aumento da temperatura corporal e ao aumento dos hormônios adrenalina e noradrena lina que você estudará adiante Nesse tipo de exercício há pou co acúmulo de ácido lático em razão da pequena participação do sistema anaeróbio lático Já o sistema anaeróbio alático ATPPC participa somente no início do exercício Nas atividades com duração superior a uma hora começa a ocorrer uma depleção das reservas de glicogênio e a participação das gorduras como fonte de energia aumenta Porém a participação dos carboidratos e das gorduras depende também do nível de aptidão física do estado de treinamento e das reservas iniciais de glicogênio do indivíduo É comum em provas de longa duração os indivíduos ao estar próximo o término da prova realizarem um sprint ou seja aumentarem bastante a intensidade do exercício Quando isso acontece aumenta a participação do sistema anaeróbio alático e glicolítico e consequentemente diminui a participação do sistema aeróbio Em provas com duração acima de 2 horas os indivíduos alcançam a fadiga devido aos seguintes fatores 1 Diminuição das reservas de glicogênio hepático e mus cular como também diminuição da glicose sanguínea A baixa concentração de glicogênio muscular está as sociada à queda do desempenho Figura 20 2 Perda de água e eletrólitos desidratação 3 Aumento da temperatura corporal 4 Cansaço ou abatimento físico 70 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Robergs Roberts 2002 p 123 Figura 20 Diminuição do glicogênio muscular taxa de percepção de esforço e da glicose sanguínea durante o exercício 71 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Com a leitura proposta no Tópico 31 você conhecerá os efeitos do treinamento aeróbio de alta intensidade sobre a economia de corrida em atletas Antes de prosseguir para o próximo assunto realize a leitura indicada procurando assimi lar o conteúdo estudado 22 RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO Todos nós já realizamos em algum momento uma atividade física Quando a intensidade dessa atividade física é alta como ao correr uma certa distância percebemos que mesmo após o término do exercício a nossa frequência cardíaca e respiratória continua alta Por que será que mesmo parados isso acontece É isto que iremos estudar neste tópico a recuperação do nosso organismo após o término do exercício Antes de iniciarmos a nossa discussão é importante definir o termo oxigênio de recuperação O oxigênio de recuperação é a quantidade total de oxigênio que consumimos após o término do exercício além daquela quantidade que consumimos em repouso Figura 21 Esse oxigênio de recuperação também pode ser denominado como consumo excessivo de oxigênio após o exercício EPOC do inglês Excess Postexercise Oxygen Consumption 72 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Robergs Roberts 2002 p 126 Figura 21 Oxigênio de recuperação Para calcularmos o oxigênio de recuperação é necessário em primeiro lugar saber qual o consumo de oxigênio que estamos utilizando no repouso Em segundo lugar é necessário saber qual a quantidade de oxigênio total que estamos consumindo após o término do exercício em determinado momento E assim utilizamos a seguinte fórmula Oxigênio total da recuperação consumo de oxigênio da recuperação consumo de oxigênio em repouso Por exemplo vamos imaginar que você realizou uma atividade física durante um minuto e após o término dessa atividade o consumo total de oxigênio foi de 5 litros É sabido que durante o repouso nós consumimos aproximadamente um litro de oxigênio Então vamos aos cálculos 73 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Oxigênio total da recuperação 5 litros 1 litro Oxigênio total da recuperação 4 litros São necessários portanto 4 litros de oxigênio adicionais para suprir o oxigênio além do que é consumido normalmente De acordo com o exemplo esse gasto de oxigênio corresponde a 1 minuto Se você fizer 10 minutos de atividade basta multiplicar esse valor 4 litros por 10 Então haverá oxigênio total de recuperação de 40 litros por 10 minutos de atividade Componentes rápido e lento Como você pode observar na Figura 22 com o passar do tempo após o término do exercício o consumo de oxigênio diminui exponencialmente No início entre 2 e 3 minutos essa diminuição é muito acentuada Depois a diminuição é mais gradativa 74 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Foss Keteyian 2000 p 28 Figura 22 Consumo de oxigênio e componentes rápido e lento Essa diminuição acentuada é denominada componente rápido e a diminuição mais gradativa componente lento No componente rápido de recuperação o consumo de oxigênio supre as necessidades de energia após o término do exercício para refazer o oxigênio que estava na mioglobina muscular e na hemoglobina sanguínea 75 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA fornecer oxigênio para a musculatura respiratória e cardíaca que está consumindo oxigênio em um ritmo acima do consumo durante o repouso fornecer oxigênio para restaurar as reservas de PC que foram depletadas durante o exercício No componente lento de recuperação o consumo de oxigênio acima daquele utilizado no repouso é fundamental para 1 fornecer oxigênio para a musculatura respiratória e cardíaca que está em um ritmo de trabalho mais intenso quando comparado com o repouso 2 redistribuição iônica 3 ajustar as demandas de oxigênio devido a uma atividade metabólica mais alta 4 contribuir para o fornecimento de energia devido ao aumento das atividades da bomba de sódio e potássio ressíntese de glicogênio 5 oxidação do ácido lático Resumindo todos os sistemas do nosso corpo que aumentaram o trabalho durante o exercício ainda ficam acelerados durante a recuperação A quantidade de oxigênio de recuperação é diferente entre os atletas Figura 23 76 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Fonte Robergs Roberts 2002 p 281 Figura 23 Oxigênio de recuperação de diferentes atletas treinados Qual a importância de você saber por que o oxigênio está sendo utilizado em uma intensidade maior após o término do exercício Porque dependendo principalmente da intensidade e duração do exercício a recuperação tem que ser diferente para o indivíduo estar novamente possibilitado a realizar o mesmo ou outro tipo de exercício Por exemplo se você deu um tiro de 100 m correu 100 m na maior intensidade possível em quanto tempo você estaria 100 recuperado para dar outro tiro O conhecimento desse tempo é extremamente importante para saber prescrever corretamente como o indivíduo 77 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA deve treinar como também para aprimorar o funcionamento dos sistemas energéticos anaeróbio e aeróbio Em razão dessa importância nós vamos agora explicar como cada sistema se recupera após determinado exercício Restauração da PC A energia para restaurar a PC provém do sistema aeróbio oxigênio durante o componente rápido de recuperação Após a realização de um exercício de alta intensidade por exemplo um tiro de 100 metros 50 das reservas de PC são reabastecidas em aproximadamente 30 segundos No entanto para abastecer totalmente as reservas de PC são necessários entre 6 e 9 minutos Existe alguma maneira de melhorar o desempenho em provas de alta intensidade e curta duração A resposta é sim O indivíduo pode treinar e aumentar as suas reservas de PC no músculo Além disso pode usar um suplemento com creatina para aumentar essas reservas Ainda como o sistema aeróbio é utilizado para fornecer energia para a ressíntese da PC aumentando a eficiência do sistema aeróbio conseguese ressintetizar a PC mais rapidamente Dessa forma o indivíduo estaria mais prontamente preparado para realizar outra atividade Restauração do glicogênio muscular Para que o glicogênio possa ser depletado é importante saber qual o tipo de exercício realizado e a quantidade de carboidrato consumido durante a recuperação 78 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Tipo de exercício realizado Exercício contínuo de resistência após a realização de uma hora de um exercício contínuo de resistência apenas uma pequena quantidade de glicogênio é ressintetizada nas duas primeiras horas Para ressintetizar totalmente as reservas de glicogênio são necessárias aproximadamente 48 horas de recuperação e uma dieta rica em carboidratos Se a dieta for pobre em carboidratos a ressíntese de glicogênio é muito menor Figura 24 Fonte Foss Keteyian 2000 p 53 Figura 24 Ressíntese de glicogênio durante a recuperação sem alimento com uma dieta rica em carboidrato e outra com gordura e proteína Dessa forma se você fosse um treinador e o seu atleta utilizasse todas as reservas de glicogênio o ideal seria que esse 79 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA atleta tivesse uma alimentação rica em carboidratos para que sua recuperação fosse mais rápida Exercício intermitente de curta duração é importante que você saiba já de início que exercício intermitente é realizado com estímulos e pausas Nesse tipo de exercício a ressíntese de glicogênio é muito mais rápida e são suficientes entre 30 minutos e duas horas de recuperação para reabastecer quase totalmente as reservas de glicogênio Em aproximadamente 5 horas todo o estoque de glicogênio é reabastecido Para essa ressíntese não é necessária uma dieta rica em carboidratos Figura 25 Fonte Foss Keteyian 2000 p 53 Figura 25 Ressíntese de glicogênio durante a recuperação com uma dieta normal e rica em carboidratos Após a explicação do componente rápido e lento e de como ocorre a recuperação da PC tanto quanto do glicogênio muscular esperamos que você tenha compreendido a importância de 80 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA saber qual exercício está sendo realizado qual a intensidade dele e como deverá proceder para que o indivíduo se recupere mais rápido e esteja preparado para um novo estímulo 23 MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Ergometria O gasto energético durante o exercício é estudado utilizando diferentes ergômetros No entanto você sabe o que é um ergômetro Ergo trabalho e metro medida Consequentemente o ergômetro mede o trabalho realizado Quais os principais tipos de ergômetros encontrados Esteira ergométrica Figura 26 Fonte Robergs Roberts 2002 p 57 Figura 26 Esteira ergométrica 81 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Bicicleta ergométrica ou cicloergômetro Figura 27 Fonte Robergs Roberts 2002 p 57 Figura 27 Bicicleta ergométrica Ergômetro de natação Figura 28 Fonte Robergs Roberts 2002 p 60 Figura 28 Ergômetro de natação 82 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Ergômetro para esqui Figura 29 Fonte Robergs Roberts 2002 p 57 Figura 29 Ergômetro para esqui Ergômetro para remar Figura 30 Fonte Robergs Roberts 2002 p 57 Figura 30 Ergômetro para remar 83 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Ergômetro step Figura 31 Fonte Robergs Roberts 2002 p 57 Figura 31 Ergômetro step Mensuração de trabalho e potência Para iniciar o nosso estudo sobre mensuração de trabalho potência e energia é necessário conhecermos algumas definições Trabalho é a aplicação de uma força por uma distância Trabalho força x distância Por exemplo se você levantar um peso de 10 kg em uma distância vertical de 1 metro o trabalho realizado será Trabalho 10 kg 1 m 10 kgm Potência é a realização de um trabalho num determinado tempo 84 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Potência T t P Potência T Trabalho t Tempo Utilizando o exemplo anterior qual a potência para levantar um peso de 10 kg em uma distância vertical de 1 metro em meio segundo Potência T t 10 Potência 05 Potência 20 kgm s Banco de step O banco de step é um ergômetro muito utilizado devido ao seu baixo custo e à facilidade de operação Para calcular o trabalho realizado basta o indivíduo subir e descer do step Exemplo Um indivíduo do sexo masculino com 60 kg de peso corporal sobe e desce de um step de 030 metro 30 cm de altura durante 20 minutos em um ritmo de 30 passos por minuto 85 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA O trabalho realizado é calculado da seguinte maneira Força 60 kg é o peso do indivíduo Distância 030 metro é a altura do step x 30 passos por minuto x 20 tempo realizado do exercício O trabalho realizado é 60 030 20 30 10800 kpm T Como você pôde observar o resultado foi expresso em kpm porque kg é uma medida de massa e kp de força Em outras palavras 1 kp é a força que atua sobre a massa de 1 kg na aceleração normal da gravidade O correto portanto é expressar o resultado em kpm Bicicleta ergométrica A bicicleta ergométrica é um dos ergômetros mais utilizados para avaliar a eficiência do componente cardiorrespiratório do indivíduo Exemplo Um indivíduo pedala durante 20 minutos com uma resistência contra o volante de 15 kp A distância percorrida por rotação do pedal é de 6 m e a velocidade de pedalagem 60 rpm O trabalho total realizado é portanto 15 kp 6 metros por rotação 60 RPM 20 minutos 10800 kpm Para calcular a potência basta dividir o trabalho total realizado pelo tempo 86 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 10800 Potência 20 minutos 1 Potência 540 kpm min Você pode transformar o resultado em kpm para watts Para isso basta consultar o Quadro 4 a seguir Quadro 4 Tabela de conversão Termo Abreviatura Tabela de conversão Watt W 1 1 W 612 kpm min Kilopondmetromin1 Kpmmin1 1 kpm min 1 0163 W Fonte adaptado de McArdle Katch e Katch 2008 p 232 Dessa forma 540 kpm min 1 8812 W Esteira ergométrica Com a esteira na horizontal não é possível calcular facilmente o trabalho realizado Isso ocorre porque o deslocamento vertical do centro de gravidade do corpo não é facilmente mensurado Portanto para calcular o trabalho realizado é necessário que a esteira esteja inclinada 87 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Geralmente a inclinação da esteira é expressa em graus de inclinação Por exemplo se um indivíduo caminha na esteira com 10 de grau de inclinação isso quer dizer que ele percorre 10 metros verticalmente para cada 100 metros de deslocamento Vamos aprender a calcular o trabalho total realizado utilizando o exemplo a seguir Um indivíduo do sexo masculino de 60 kg de peso corporal caminha na esteira numa velocidade de 180 mmin1 durante 20 minutos com uma inclinação da esteira de 10 10 100 010 como grau funcional Peso corporal do indivíduo 60 kg massa utiliza 60 kp Velocidade da esteira 180 mmin1 Ângulo da esteira 010 Tempo de exercício 20 minutos Distância vertical total percorrida 180 mmin 1 010 20 360 m Portanto o trabalho realizado 60 kp 360 m 21600 kpm Você sabe transformar esse resultado em watts Para isso basta pegar o resultado e dividir por 612 observe o Quadro 1 já mostrado anteriormente no subtópico Sistema aeróbio e metabolismo das proteínas Trabalho realizado 21600 kpm 352941 W 88 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Mensuração direta de energia produção de calor É muito importante saber qual o gasto de energia quando estamos no repouso ou realizando algum tipo de exercício Com o conhecimento desse conteúdo você será capaz de saber qual o gasto calórico em determinada atividade e como o indivíduo deverá realizar para diminuir ou se for o caso aumentar o percentual de gordura corporal Além disso você poderia indicar qual o trabalhador está mais apto a realizar alguma atividade específica em determinado local Quando o nosso corpo gasta energia é produzido calor Essa energia provém dos alimentos que ingerimos Para saber a quantidade de energia gasta em determinada atividade portanto basta saber a quantidade de calor liberada Essa afirmação é confirmada pela primeira lei da ter modinâmica cujo enunciado é a energia mecânica transforma da em energia térmica ou a energia térmica transformada em energia mecânica é constante Existem dois tipos de determinação do gasto energético humano calorimetria direta e calorimetria indireta Vamos a elas Calorimetria direta é o processo de mensuração da taxa metabólica tendo como referência a produção de calor Durante a realização de trabalho é liberado calor A liberação de calor pelas células do nosso corpo ocorre por meio da denominada respiração celular como mostrado no esquema a seguir Alimento oxigênio O2 ATP calor 89 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Dessa forma a taxa de produção de calor é proporcional à taxa metabólica Portanto conhecendo a produção de calor podemos calcular a taxa metabólica Uma caloria cal é definida como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um grama de água em 1 grau Celsius Geralmente é mais comum a utilização da quilocaloria kcal que é igual a 1000 calorias Nessa técnica é colocado um animal ou até mesmo um ser humano em uma câmera totalmente fechada denominada calorímetro permitindo apenas a troca livre de O2 por CO2 Figura 32 Fonte Foss Keteyian 2000 p 72 Figura 32 Calorímetro para medir a energia térmica 90 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA A temperatura do corpo dentro da câmara aumenta a temperatura da água que circula em volta Podemos calcular o aumento da temperatura corporal observando o aumento da temperatura da água e a quantidade circulante Calorimetria indireta todas as reações que liberam energia no corpo dependem essencialmente da utilização de oxigênio McARDLE KATCH KATCH 2008 p 185 A calorimetria indireta não mensura a produção de calor diretamente A mensuração de calor pode ser explicada pela relação a seguir Nutriente O2 Calor CO2 H2O Como você pode observar há uma relação direta entre o oxigênio O2 consumido e o dióxido de carbono CO2 eliminado Diante disso basta analisar o consumo de O2 e a produção de CO2 para analisar a taxa metabólica Para relacionar o O2 consumido com o calor produzido é necessário saber qual alimento carboidrato gordura ou proteína foi metabolizado Quando a gordura é o único nutriente metabolizado a energia liberada é de 474 kcal Se for metabolizado carboidrato a energia liberada é de 505 kcal Caso seja proteína a energia liberada é de 446 kcal Para facilitar os cálculos para determinar o gasto calórico quando um carboidrato gordura ou proteína é utilizado para produção de energia o rendimento energético é de aproximada mente 5 kcal para cada litro de oxigênio consumido kcall 91 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Para calcular o gasto calórico em determinada atividade física siga o exemplo a seguir Um indivíduo está se exercitando em determinada intensidade e consumindo 30 litros de oxigênio por minuto 30 lmin1 30 5 kcal 15 kcal l de energia gastas por minuto Espirometria de circuito aberto é o método mais comum para medir o consumo de oxigênio Figura 33 Fonte Robergs Roberts 2002 p 57 Figura 33 Análise do consumo de oxigênio Nesse método são medidas a quantidade de oxigênio absorvida e a quantidade de dióxido de carbono produzida Resumidamente o consumo de oxigênio VO2 é calculado da seguinte maneira VO2 volume de O2 inspirado volume de O2 expirado 92 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA Para expressar o custo energético de uma atividade ou exercício em uma unidade simples e de fácil cálculo foi desenvolvido o termo Equivalente Metabólico que hoje é denominado MET do inglês Metabolic Equivalent Task Um MET é igual ao consumo de oxigênio VO2 de repouso que é de aproximadamente 35 mlkg1min1 Portanto o gasto energético na atividade física ou exercício pode ser descrito em múltiplos de METs Por exemplo se você está fazendo uma atividade física que tem um consumo de oxigênio 10 vezes superior ao que você consome no repouso isso representa um consumo de oxigênio de 35 mlkg1min1 Observe o cálculo a seguir Atividade física 1 1 10 35 m kg min l Atividade física 1 1 35 m kg min l Para calcular quantas calorias o indivíduo está gastando durante uma atividade física basta seguir o que ensinamos anteriormente Só para lembrar para cada litro de oxigênio consumido serão gastas aproximadamente 5 kcal Por exemplo suponhamos que um indivíduo com 70 kg de peso corporal esteja se exercitando em intensidade correspondente a 8 METs durante 30 minutos Inicialmente você deve calcular quanto será consumido de oxigênio 93 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 1 1 VO2 8 METs 35 m kg min 70 kg 30 min l VO2 58800 m ou 588 l l Kcal 588 5 kcal por litro de oxigênio 294 kcal l Portanto esse indivíduo gasta 294 kcal de energia para se exercitar durante 20 minutos A realização desses cálculos é muito importante quando o indivíduo tem como objetivo diminuir o percentual de gordura corporal ou se deseja saber qual o gasto calórico de determinada atividade Porém é preciso praticálos para conseguir fazêlos com facilidade e destreza Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no Tópico 4 você deve fazer as leituras indicadas nos Tópicos 32 e 33 para compreender como se dá a determinação visual do componente rápido do excesso do consumo de oxigênio após o exercício e a avaliação da resistência de força explosiva em voleibolistas mediante testes de saltos verticais Vídeo complementar Neste momento é fundamental que você assista ao vídeo complementar Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual clique no ícone Videoaula localizado na barra superior Em seguida selecione o nível de seu curso Graduação a categoria Disciplinar e o tipo de vídeo Complementar Por fim clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERACAO APOS O EXERCICIO E MENSURAGAO DE ENERGIA TRABALHO E POTENCIA e Para assistir ao video pelo seu CD clique no botao Videos e selecione Bases Fisiol6gicas do Movimento Humano Videos Complementares Complementar 2 CONTEUDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteudo Digital Integrador representa uma condicado necessaria e indispensavel para vocé compreender integralmente os conteudos apresentados nesta unidade 21 EFEITOS DO TREINAMENTO AEROBIO DE ALTA INTENSI DADE SOBRE A ECONOMIA DE CORRIDA EM ATLETAS Os conteudos abordados nesta unidade estado relacionados com a transformacdao de energia de uma forma para outra com a recuperacao e utilizagdo de diferentes substancias apds o término do exercicio tanto quanto com a mensuracdo de energia trabalho e poténcia Esses conteudos sdo muito importantes para a sua formacgdo e devem ser estudados com bastante dedicacdo e entusiasmo Por isso nds indicamos aqui alguns artigos relacionados a esses conteudos Em se tratando de energia apresentamos um artigo que relata os efeitos do treinamento aerdbio de alta intensidade sobre a economia de corrida em atletas de resisténcia Esse artigo analisa os efeitos de dois tipos de programas de treinamento de alta intensidade para verificar qual o mais eficiente em proporcionar um menor gasto energético para o atleta Geralmente os alunos da Graduacdo tém certa dificuldade para ler e entender alguns artigos Porém para superar essa dificuldade é preciso continuar lendo para com o 94 BASES FISIOLOGICAS DO MOVIMENTO HUMANO 95 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA tempo compreender cada vez mais o que os autores pretendem informar aos seus leitores Para facilitar a leitura e a compreensão de um artigo é preciso ter em mãos um dicionário pode ser online Agora acesse o link indicado a seguir para ler o referido artigo ORTIZ M J et al Efeitos do treinamento aeróbio de alta intensidade sobre a economia de corrida em atletas de endurance Revista Brasileira de Ciência e Movimento Brasília v 11 n 3 p 5356 julset 2003 Disponível em httpwwwarturmonteirocombrwpcontent uploads200909treinamentodecorridapdf Acesso em 2 set 2015 22 DETERMINAÇÃO VISUAL DO COMPONENTE RÁPIDO DO EXCESSO DO CONSUMO DE OXIGÊNIO APÓS O EXERCÍCIO No segundo artigo indicado abordamos a determinação visual do componente rápido do excesso do consumo de oxigênio após o exercício Neste artigo os autores analisam a validade a reprodutibilidade e a objetividade do método de inspeção visual durante a identificação da fase rápida do excesso do consumo de oxigênio após o exercício Como mencionamos anteriormente não é tão fácil entender o artigo em sua íntegra mas é muito importante continuar se esforçando para ampliar os seus conhecimentos Veja agora o referido artigo BERTUZZI R C M et al Determinação visual do componente rápido do excesso do consumo de oxigênio após o exercício Revista Brasileira de Medicina do Esporte São Paulo v 16 n 2 marabr 2010 Disponível em httpwwwscielobrpdfrbmev16n213pdf Acesso em 2 set 2015 96 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 23 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE FORÇA EXPLOSIVA EM VOLEIBOLISTAS No último artigo proposto abordamos a avaliação da resistência de força explosiva em voleibolistas mediante testes de saltos verticais Nele você pode estudar a variação entre os testes de salto vertical contínuo sem parar e o teste intermitente com intervalos Este artigo é de fácil compreensão e auxilia na compreensão de métodos de avaliação para determinar a potência na prática esportiva HESPANHOL J E et al Avaliação da resistência de força explosiva em voleibolistas através de testes de saltos verticais Revista Brasileira de Medicina do Esporte São Paulo v 13 n 3 maiojun 2007 Disponível em httpwwwscielobrpdfrbmev13n3v13n3a10 pdf Acesso em 2 set 2015 3 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas 1 Para realizar qualquer atividade física a célula muscular precisa contrair se A energia necessária para essa contração é oriunda a do ATP b dos carboidratos c das gorduras d das proteínas e dos minerais 97 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 2 São as principais fontes de energia a energia nuclear b energia térmica e luminosa c energia elétrica d energia química e mecânica e todas as alternativas anteriores estão corretas 3 Os sistemas que produz em energia para a ressíntese de ATP é são a sistema anaeróbio alático b sistema anaeróbio lático c sistema aeróbio d todas as alternativas anteriores estão corretas e todas as alternativas anteriores estão incorretas 4 Uma modalidade esportiva cuja predominância é do sistema anaeróbio alático é a prova de atletismo de 100 metros rasos b prova de 400 metros livres na natação c prova de triatlo d prova de maratona e prova de 100 metros livres na natação 5 O sistema anaeróbio lático é utilizado predominantemente em qual modalidade a prova de atletismo de 100 metros rasos b prova de atletismo de 400 metros c prova de triatlo d prova de maratona e prova de 1500 metros livres na natação 6 O sistema aeróbio utiliza o oxigênio para produzir energia Uma prova cuja predominância é do sistema aeróbio é a prova de atletismo de 100 metros rasos b prova de 100 metros livres na natação c prova de arremesso de peso 98 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA d prova de lançamento de disco e prova de 1500 metros livres na natação 7 Em se tratando de nutrientes utilizados no repouso a predominância é a de carboidratos b de proteínas c de gorduras d de minerais e de eletrólitos 8 Na prova dos 1500 metros no atletismo a contribuição do sistema anae róbio é de aproximadamente a 60 b 20 c 5 d 100 e 90 9 A quantidade total de oxigênio que consumimos após o término do exer cício além daquela quantidade que consumimos em repouso é definida como a componente lento de recuperação b componente rápido de recuperação c oxigênio consumido no repouso d oxigênio de recuperação e crédito de oxigênio 10 Após o término do exercício o consumo de oxigênio diminui exponencial mente No início entre 2 e 3 minutos essa diminuição é muito acentuada sendo definida como a componente lento de recuperação b componente rápido de recuperação c oxigênio consumido no repouso d oxigênio de recuperação e crédito de oxigênio 99 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 11 Após a realização de um exercício de alta intensidade por exemplo um tiro de 100 metros 50 das reservas de PC são reabastecidas em aproxi madamente 30 segundos No entanto para abastecer totalmente as re servas de PC são necessáriosas entre a 1 e 2 minutos b 50 e 60 minutos c 10 e 20 segundos d 6 e 9 minutos e 1 e 2 horas 12 Para ressintetizar totalmente as reservas de glicogênio são necessáriosas aproximadamente de recuperação e uma dieta rica em carboidratos a 5 minutos b 30 minutos c 8 horas d 12 horas e 48 horas 13 Se você levantar um peso de 10 kg em uma distância vertical de 2 metros o trabalho realizado será a 10 kgm b 20 kgm c 30 kgm d 40 kgm e 50 kgm 14 Um indivíduo do sexo masculino com 60 kg de peso corporal sobe e des ce de um step de 030 metro 30 cm de altura durante 20 minutos em um ritmo de 30 passos por minuto O trabalho realizado é a 10800 kpm b 24000 kpm c 50000 kpm d 100000 kpm e 200000 kpm 100 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 15 O processo de mensuração da taxa metabólica tendo como referência a produção de calor é denominado a calorimetria direta b calorimetria indireta c calorímetro bomba d calorímetro anaeróbio e calorímetro direto Gabarito Confira a seguir as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas Questões Resposta 1 A 2 E 3 D 4 A 5 B 6 E 7 C 8 B 9 D 10 B 11 D 12 E 13 B 14 A 15 A 101 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA 4 CONSIDERAÇÕES Com o término desta unidade na qual abordamos a energia a recuperação após o exercício e a mensuração de energia trabalho e potência queremos lembrálo de que os estudos devem prosseguir Até agora tudo o que você viu é apenas o começo para realmente tornarse qualificado nesta área Desta forma é necessária a contínua aquisição de conhecimentos para destacarse no mercado de trabalho Neste momento recorra aos artigos apontados no Conteúdo Digital Integrador a fim de solidificar o seu aprendizado e adquirir novos conhecimentos na área Na próxima unidade você estudará os sistemas respiratório e cardiovascular 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DENADAI B S GRECO C C Prescrição do treinamento aeróbio teoria e prática Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005 DUFFIELD R DAWSON B GOODMAN C Energy system contribution to 100m and 200m track running events Journal of Science and Medicine in Sport Belconnen v 7 n 3 p 302313 2004 Energy system contribution to 400metre and 800metre track running Journal of Sports Sciences London v 23 n 3 p 299307 2005 FOSS M L KETEYIAN S J Fox Bases fisiológicas do exercício e do esporte 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 HILL D W Energy system contributions in middledistance running events Journal of Sports Science Abingdon v 17 n 17 p 477483 1999 KENNEY W L WILMORE J H COSTILL D L Fisiologia do Esporte e do Exercício 5 ed São Paulo Manole 2013 McARDLE W D KATCH F I KATCH V L Fisiologia do Exercício Energia nutrição e desempenho humano 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2008 POWERS S K HOWLEY E T Fisiologia do Exercício Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho 8 ed Barueri Manole 2014 102 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 2 FONTES DE ENERGIA RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA TRABALHO E POTÊNCIA ROBERGS R A ROBERTS S O Princípios fundamentais de Fisiologia do Exercício para aptidão desempenho e saúde São Paulo Phorte Editora 2002 103 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Objetivos Conhecer e discutir sobre ventilação pulmonar volume capacidades e medidas pulmonares Compreender e explicar diferentes volumes e capacida des durante o repouso e o exercício Definir as variações dos padrões respiratórios normais Descrever o transporte de oxigênio e dióxido de carbo no no sangue durante o repouso e o exercício Discutir as alterações de pressão durante o exercício Explicar as alterações cardiovasculares durante o exercício Conteúdos Ventilação e mecânica pulmonares Permuta e transporte dos gases Sistema cardiovascular função e respostas ao exercício Controle cardiorrespiratório UNIDADE 3 104 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade leia as orientações a seguir 1 Se precisar anote a frase ou parte do texto que você não entendeu envie para o seu tutor a distância e peça para que ele explique o conteúdo de outra maneira 2 Lembrese de que sua participação pode significar a diferença entre apenas ler conteúdos ou transformar conhecimentos em qualidade profissional Por isso não deixe de interagir com seus colegas de turma e o tutor 3 Se encontrar dificuldade não desanime Não se esqueça de acessar a Sala de Aula Virtual SAV Interaja pois dessa maneira você ampliará seus conhecimentos 105 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 1 INTRODUÇÃO No início desta unidade estudaremos a função do sistema respiratório a definição da ventilação pulmonar dos volumes das capacidades e das medidas pulmonares durante o repouso e o exercício Em seguida examinaremos a capacidade vital em sedentários e atletas e a importância do seu conhecimento na prática da atividade física Além disso abordaremos o transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue durante o repouso e a atividade física e finalmente em se tratando de sistema respiratório analisaremos as principais variações dos padrões respiratórios normais Após o estudo do sistema respiratório iniciaremos o estudo do sistema cardiovascular explicando o comportamento da pressão arterial no repouso e durante o exercício Discutiremos também o ciclo cardíaco o Volume Sistólico a fração de ejeção a frequência cardíaca e o Débito Cardíaco no repouso e no exercício comparando indivíduos sedentários e treinados 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma sucinta os temas abordados nesta unidade Para sua compreensão integral é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador 21 SISTEMA RESPIRATÓRIO A função básica do sistema respiratório é ofertar oxigênio ao organismo e remover o gás carbônico Essa ação ocorre por meio da respiração pulmonar 106 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR O sistema respiratório é de extrema importância na manutenção da homeostasia regulando as concentrações de O2 e CO2 no corpo durante a atividade física Neste tópico você compreenderá o comportamento do sistema respiratório durante a prática de atividade física Ventilação pulmonar volumes capacidades e medidas pulmonares Antes de iniciarmos a nossa discussão sobre ventilação pulmonar é necessário que você relembre alguns conceitos relacionados ao sistema respiratório 1 Ventilação pulmonar é a entrada e a saída de ar dos pulmões Quadro 1 2 Volume Corrente VC é a quantidade de ar que entra ou que sai das vias respiratórias em cada inspiração ou expiração respectivamente 3 Frequência respiratória f é o número de incursões respiratórias por minuto ou seja o número de vezes que inspiramos ou expiramos por minuto 4 Volume minuto respiratório é a quantidade total de novo ar que entra nas vias respiratórias por minuto Veja o Quadro 1 a seguir Quadro 1 Valores típicos da ventição pulmonar durante o repouso e os exercícios moderado e intenso Condição FR incursõesmin VC lincursão respiratória Ventilação pulmonar lmin Repouso 12 05 6 Exercício moderado 30 25 75 Exercício intenso 50 30 150 Fonte McArdle Katch e Katch 2008 p 269 107 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR O volume minuto respiratório VMR é o produto da frequência respiratória f pelo volume corrente O VC é de cerca de 500 ml enquanto a f é de aproximadamente 12 incursões respiratórias por minuto Portanto o VMR é de aproximadamente 6000 ml ou 6 litros por minuto V VC f V 500 12 6000 m ou 6 min V l l Antes de iniciar um exercício há um pequeno aumento do VMR Esse aumento ocorre devido ao estímulo proveniente do córtex cerebral agindo sobre o bulbo área de controle respiratório Durante o exercício máximo a ventilação pulmonar pode atingir algo próximo de 180 litros por minuto Figura 1 com frequência respiratória de aproximadamente 50 incursões por minuto e volume corrente de 36 litros Já que o VMR é de cerca de 6 litros por minuto isso quer dizer que durante o exercício máximo há o aumento de 30 vezes em relação ao valor de repouso Observe a Figura 1 a seguir 108 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Fonte Robergs e Roberts 2002 p 162 Figura 1 Aumento da ventilação com o aumento da intensidade do exercício VO2 109 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Nos primeiros segundos após o início do exercício há o aumento muito rápido do VMR Depois de alguns segundos a elevação do VMR tornase mais lenta Se o exercício não for muito intenso submáximo a tendência é o VMR alcançar um estado estável steadystate Porém se o exercício for mais intenso máximo o VMR continuará aumentando até o término do exercício O aumento do VMR é proporcional aos aumentos do consumo de oxigênio e da produção de dióxido de carbono pelos músculos ativos Paralelamente a esse aumento da ventilação pulmonar há o aumento proporcional do fluxo sanguíneo para os pulmões Mas como os vasos sanguíneos pulmonares suportam um aumento tão grande Os vasos sanguíneos pulmonares suportam esse grande aumento do fluxo sanguíneo devido à diminuição da resistência dos vasos pulmonares ocasionada pela distensão dos vasos e pelo aumento dos capilares utilizados para enviar o sangue aos músculos em atividade Essa diminuição da resistência dos vasos pulmonares com o aumento do fluxo sanguíneo pulmonar se dá sem que haja o aumento significativo da pressão arterial pulmonar Geralmente o VMR não limita a capacidade de exercitar em uma intensidade máxima Porém em alguns atletas de elite o sistema pulmonar pode limitar o desempenho no exercício máximo Isso pode ocorrer devido à diminuição da velocidade com que as hemácias podem fluir pelos vasos capilares pulmonares No Quadro 2 você verá as alterações dos diferentes volumes e capacidades durante o exercício 110 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Quadro 2 Diferentes volumes e capacidades durante o exercício Volume ou capacidade pulmonar Definição Valores em repouso Alteração no exercício Volume Corrente VC Volume de ar inspirado ou expirado a cada respiração 600 ml Aumento Volume de Reserva Inspiratório VRI Volume máximo de ar inspirado após uma inspiração normal 3000 ml Diminuição Volume de Reserva Expiratório VRE Volume máximo de ar expirado após uma expiração normal 1200 ml Diminuição Volume Residual VR Volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração máxima 1200 ml Pequena diminuição Capacidade Pulmonar Total CPT Volume de ar nos pulmões após uma inspiração máxima 6000 ml Pequena diminuição Capacidade Vital CV Volume máximo de ar expirado após uma inspiração máxima 4800 ml Pequena diminuição Capacidade Inspiratória CI Volume máximo de ar inspirado após uma expiração normal 3600 ml Aumento Fonte McArdle Katch e Katch 2008 p 265 Os valores indicados no Quadro 2 são médios Isso quer dizer que cada indivíduo apresenta determinado valor Além disso geralmente as mulheres possuem valores que são aproximadamente 20 inferiores aos homens A Capacidade Vital CV é a soma do Volume Corrente VC do Volume de Reserva Inspiratório VRI e do Volume de Reserva Expiratório VRE 111 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Geralmente a CV é de aproximadamente 50 litros nos homens e de cerca de 40 litros nas mulheres Indivíduos mais altos podem atingir a CV de 70 litros Porém em atletas de alto nível a CV pode atingir aproximadamente 80 litros Figura 2 Fonte Robergs e Roberts 2002 p 168 Figura 2 Capacidades e volumes pulmonares Por que alguns atletas apresentam um valor de CV tão alto É provável que nesses atletas a genética e o tamanho corporal influenciem os grandes volumes pulmonares alcançados Em atletas maratonistas e outros atletas de resistência foi observado que durante o exercício máximo a CV era de aproximadamente 90 do seu valor máximo Além disso têm sido observados valores semelhantes da função pulmonar no repouso e no exercício em indivíduos sedentários e altamente treinados Quadro 3 112 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Quadro 3 Função pulmonar e ventilaçãominuto no repouso FUNÇÃO PULMONAR E VENTILAÇÃOMINUTO NO REPOUSO Função pulmonar Corredores Controle CV litros CPT litros 513 691 534 713 Fonte McArdle Katch e Katch 2008 p 269 Com as afirmações anteriores podemos concluir que o treinamento não modifica consideravelmente os volumes pulmonares No entanto existem algumas exceções Na natação e no mergulho os músculos inspiratórios trabalham contra a resistência da água Com isso há um grande estímulo para fortalecer os músculos respiratórios e aumentar os volumes pulmonares no repouso acima dos valores médios normais resultando então em uma maior CV A frequência respiratória f no repouso é próxima de 15 incursões respiratórias por minuto Porém no exercício máximo esse valor pode alcançar algo próximo de 45 incursões por minuto Atletas de resistência podem alcançar uma f próxima de 70 vezes por minuto Além desse número de f esses atletas podem alcançar um VC de acima de 20 litros O aumento da FR e do VC eleva a ventilação por minuto para até 200 litros por minuto Esse valor é mais de 30 vezes maior do que o valor da ventilação por minuto no repouso Apesar desses grandes aumentos da ventilação por minuto o VC em indivíduos sedentários e treinados geralmente não ultrapassa 60 da CV 113 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR A VentilaçãoPerfusão VP é a relação entre a quantidade de O2 que chega aos alvéolos e passa para os capilares pulmonares Figura 3 Fonte McArdle Katch e Katch 2008 p 281 Figura 3 Permuta gasosa entre o capilar e o alvéolo No repouso aproximadamente 60 litros de ar chegam aos alvéolos por minuto Já nos capilares pulmonares passam aproximadamente 5 litros de sangue por minuto Dessa forma a relação entre ventilação alveolar e fluxo sanguíneo pulmonar VP é igual a 12 Essa relação significa que a ventilação alveolar de 12 litro corresponde a cada litro de fluxo sanguíneo pulmonar No exercício de baixa intensidade a VP ainda permanece próxima de 12 litro Porém no exercício de alta intensidade a VP pode ultrapassar 50 litros por minuto ofertando uma grande quantidade de oxigênio para a musculatura ativa 114 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Transporte de oxigênio O2 no sangue Da quantidade total de O2 transportado pelo sangue aproximadamente 99 é transportado pelos glóbulos vermelhos Figura 4 Fonte McArdle Katch e Katch 2008 p 289 Figura 4 Transporte de oxigênio pelos glóbulos vermelhos ligados à hemoglobina No repouso o sangue deixa os pulmões com uma pressão de oxigênio PO2 de 100 mmHg Nessa pressão 97 da hemoglobina está combinada com o oxigênio Quando esse sangue passa pelos capilares dos tecidos próximos às células a pressão do oxigênio cai para cerca de 40 mmHg Nessa pressão apenas 70 da hemoglobina está combinada com o oxigênio Dessa forma aproximadamente 27 da hemoglobina perde seu oxigênio para as células teciduais Depois ao retornar para os pulmões combinase com novo oxigênio e o transporta mais uma vez para as células dos tecidos Figura 5 115 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Fonte Guyton 1988 p 107 Figura 5 Transporte de oxigênio pelos glóbulos vermelhos ligados à hemoglobina Durante o exercício a pressão de oxigênio PO2 do sangue quando retorna das células pode chegar a algo próximo de 18 mmHg Isso quer dizer que as células extraíram aproximadamente 90 do O2 transportado pela hemoglobina Se você prestar bastante atenção no que foi explicado anteriormente no repouso a célula aproveita aproximadamente 27 do oxigênio ligado à hemoglobina Quanto mais intenso o exercício maior é esse percentual de aproveitamento podendo chegar até 90 Esse valor é alcançado com o indivíduo realizando um exercício de intensidade máxima Esse transporte de oxigênio pode ser aumentado ou diminuído pela alteração da acidez e da temperatura corporal O aumento da acidez diminuição do pH sanguíneo diminui a força de ligação entre o oxigênio e a hemoglobina 116 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR como também aumenta a liberação de oxigênio para os tecidos efeito Bohr Isso pode ocorrer no exercício de alta intensidade devido ao acúmulo de lactato no sangue Durante o exercício ocorre aumento da temperatura corporal devido à produção de calor pelos músculos ativos Esse aumento da temperatura corporal facilita o transporte de oxigênio para as células Após passar pela corrente sanguínea o O2 deve penetrar nas células e chegar até as mitocôndrias A mioglobina proteína se liga ao oxigênio e lança o O2 da membrana da célula muscular para as mitocôndrias Em geral a mioglobina tem quantidade significativa de oxigênio o qual é utilizado principalmente no início do exercício já que nesse momento há atraso do sistema cardiorrespiratório em aumentar o transporte de oxigênio para o músculo ativo Transporte de dióxido de carbono CO2 no sangue O transporte de CO2 no sangue é realizado das seguintes maneiras Como gás carbônico em solução sob a forma de íon bicarbonato HCO3 e combinado com a hemoglobina HgbCO2 Cerca de 7 do gás carbônico é transportado no sangue em solução Aproximadamente 93 difundese do plasma para o glóbulo vermelho reagindo com a água para formar ácido carbônico O ácido carbônico nas células reage imediatamente com os tampões ácidobásicos dessas células transformandose principalmente em íon bicarbonato HCO3 117 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Cerca de 23 do gás carbônico que penetra no glóbulo vermelho combinase com a hemoglobina para formar a carbaminohemoglobina O local em que ocorre essa combinação é diferente do local onde o oxigênio se combina com a hemoglobina Dessa forma o oxigênio e o dióxido de carbono podem ser combinados com a hemoglobina no mesmo instante Figura 6 Fonte Guyton 1988 p 527 Figura 6 Transporte de gás carbônico A troca gasosa é muito rápida nos pulmões Por isso o equilíbrio nos gases entre os alvéolos e os capilares pulmonares ocorre em cerca de 025 segundo Durante um exercício progressivo em que a intensidade aumenta gradativamente a quantidade de sangue nos capilares pulmonares é aproximadamente três vezes maior quando comparada à do repouso Com isso a velocidade do fluxo sanguíneo praticamente não se altera Durante o exercício de alta intensidade a velocidade da hemácia no interior dos capilares pulmonares não chega a ser 50 maior em relação ao repouso 118 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Variações dos padrões respiratórios normais Como já observado geralmente os padrões respiratórios não afetam o desempenho durante o exercício Porém em determinados casos algumas respostas pulmonares afetam negativamente o desempenho durante a prática da atividade física Hiperventilação A hiperventilação comumente denominada respiração forçada é o aumento da ventilação pulmonar que ultrapassa o consumo de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono pela musculatura ativa Essa respiração forçada elimina rapidamente o dióxido de carbono dos pulmões e do líquido extracelular Quando o dióxido de carbono é eliminado carrega consigo íons H Com isso há queda da concentração de H e elevação do pH plasmático Consequentemente o indivíduo pode apresentar vertigem e até inconsciência Dispneia É a falta de ar excessiva ou uma angústia ao respirar Principalmente em indivíduos destreinados a sensação de não conseguir respirar durante o exercício geralmente é acompanhada pelo aumento do dióxido de carbono e pelos íons H arteriais elevados O aumento do dióxido de carbono e dos íons H excita os centros respiratórios localizados no bulbo aumentando a frequência e a profundidade da respiração Isso geralmente ocorre quando a capacidade cardiorrespiratória e ou a musculatura ventilatória do indivíduo é descondicionada 119 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Manobra de Valsalva É a exalação forçada do ar com os lábios e o nariz fechados impelindoo em direção aos ouvidos Essa manobra aumenta a pressão intratorácica para mais de 150 mmHg acima da pressão atmosférica Relacionada com a prática de atividade física essa manobra geralmente é utilizada durante o treinamento com pesos Figura 7 durante as subidas ou descidas em serras montanhas ou picos ou no mergulho Essa manobra estabiliza as cavidades abdominal e torácica aumentando a eficiência da ação muscular Observe a Figura 7 a seguir Fonte McArdle Katch e Katch 2008 n p Figura 7 Manobra de Valsalva 120 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Durante a Manobra de Valsalva há queda brusca da pressão arterial porque há maior pressão intratorácica diminuindo a pressão do sangue venoso e consequentemente as veias torácicas sofrem colapso diminuindo o fluxo sanguíneo para o coração retorno venoso Com menor retorno venoso há diminuição do Volume Sistólico e consequentemente queda brusca na pressão arterial Se isso acontecer o cérebro pode receber menor fluxo sanguíneo e o indivíduo pode ser acometido por vertigens manchas nos olhos e até desmaiar Além disso imediatamente após o término da Manobra de Valsalva quando a glote abre e a pressão intratorácica volta ao normal o fluxo sanguíneo é restabelecido e a pressão arterial aumenta muito Figura 8 Fonte McArdle Katch e Katch 2008 p 273 Figura 8 Variação da pressão durante a Manobra de Valsalva 121 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Como pode ser observado na Figura 8 na Fase I no início da Manobra de Valsalva a pressão do pulso aórtico sobe um pouco provavelmente devido ao efeito mecânico da pressão intratorácica aumentada que estimula a saída de sangue do ventrículo esquerdo para a artéria aorta Na Fase II a durante aproximadamente seis batimentos cardíacos há grande redução da pressão de pulso aórtico Logo após na Fase II b ocorre pequeno aumento da pressão e rapidamente pequeno aumento Fase III Na Fase IV após o término da Manobra de Valsalva a pressão arterial aumenta muito rápido e ultrapassa o valor de repouso Tosse pósexercício Após o término de uma atividade física principalmente quando o clima está frio a garganta pode ficar ressecada e desencadear a tosse Isso ocorre porque o sistema respiratório perde uma quantidade significativa de água para umidificar o ar antes que ele chegue até os alvéolos causando desconforto no ato de respirar e provocando a tosse Com a leitura proposta no Tópico 31 você estudará sobre reabilitação pulmonar e hiperventilação nos exercícios Antes de prosseguir para o próximo assunto realize a leitura indicada procurando assimilar o conteúdo estudado 122 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 22 SISTEMA CARDIOVASCULAR O coração é formado por duas bombas diferentes Uma bombeia o sangue para os pulmões e a outra o que sai dos pulmões para o nosso corpo Durante o exercício a demanda de oxigênio pode ser de 15 a 20 vezes maior do que no repouso O maior desafio à homeostase é fornecer os nutrientes e o oxigênio necessários para a provisão de energia para o exercício principalmente o de alta intensidade Para que o oxigênio seja fornecido às células durante o exercício são necessários o aumento do Débito Cardíaco e a redistribuição do fluxo sanguíneo dos órgãos inativos para a musculatura ativa O objetivo deste tópico é descrever o comportamento do sistema cardiovascular durante o exercício Então vamos lá Pressão arterial Imediatamente após o ventrículo esquerdo contrair o sangue é forçado a passar pelas artérias sistêmicas criando com isso uma pressão interna denominada pressão arterial Pressão arterial sistólica É a maior pressão alcançada no interior da artéria aorta logo após a sístole ventricular Em repouso em indivíduos normotensos a maior pressão alcançada fica em torno de 120 mmHg durante a sístole ventricular 123 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Pressão arterial diastólica É a menor pressão alcançada no interior da artéria aorta durante a diástole Em repouso a menor pressão alcançada fica em torno de 80 mmHg Como pode ser observado na Figura 9 no repouso o tempo para a diástole é maior do que o tempo da sístole Já durante o exercício quanto maior a intensidade mostrada pela frequência cardíaca menor o tempo da sístole e da diástole Porém como a diminuição da diástole é maior em uma alta intensidade de exercício com frequência de 180 bpm o tempo da diástole chega a ser menor do que o tempo da sístole Fonte ACSM 2003 p 143 Figura 9 Relação dos tempos da sístole e diástole durante o repouso e o exercício 124 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Pressão arterial média Como relatamos anteriormente a pressão arterial sistólica fica em torno de 120 mmHg e a pressão arterial diastólica aproximadamente 80 mmHg em indivíduos adultos saudáveis Apesar de parecer a pressão arterial média não é a média das pressões arteriais sistólica e diastólica O seu valor é um pouco mais baixo pelo fato de o coração permanecer em diástole por mais tempo Observe na Figura 10 os valores das pressões arterial sistólica diastólica e média Fonte Robergs e Roberts 2002 p 18 Figura 10 Variação da pressão arterial sistólica diastólica e média Para calcular o valor da pressão arterial média utilizamos o seguinte cálculo PAM PAD 0333 PAS PAD na qual 125 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR PAM Pressão Arterial Média PAS Pressão Arterial Sistólica PAD Pressão Arterial Diastólica Por exemplo uma pessoa com PAS de 120 mmHg e PAD de 80 mmHg tem a PAM de PAM 80 0333 120 80 PAM 80 0333 40 PAM 80 1332 9332 mmHg Portanto essa pessoa tem a PAM de 9332 mmHg Porém a pressão arterial pode variar de acordo com o tipo do exercício Exercício de resistência O exercício de resistência é conhecido também como treinamento de força Nessa modalidade a tensão é maior na fase concêntrica em que ocorre encurtamento do músculo em relação à fase excêntrica em que ocorre alongamento do músculo Na fase concêntrica há compressão dos vasos arteriais periféricos da musculatura ativa Com isso ocorre aumento da atividade simpática do Débito Cardíaco e da pressão arterial média Essa estimulação aumenta a pressão arterial sistólica 126 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Exercícios que recrutam uma grande massa muscular com sobrecarga de trabalho alta aumentam drasticamente a pressão arterial sistólica Esse aumento da pressão arterial pode ser prejudicial para indivíduos destreinados e com doenças cardíacas Exercício contínuo Dependendo da intensidade em exercícios contínuos como natação ciclismo ou corrida a pressão arterial sistólica aumenta até alcançar um valor estável próximo de 140 a 160 mmHg mas pode diminuir gradativamente devido ao contínuo aumento da vasodilatação das arteríolas da musculatura ativa A pressão arterial diastólica se mantém relativamente constante durante todo o exercício A Figura 11 mostra a alteração da pressão arterial sistólica com o exercício Fonte McArdle Katch e Katch 2008 p 328 Figura 11 Alteração da pressão arterial com o exercício 127 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Exercício incremental máximo Durante um exercício em que há aumento da intensidade até o indivíduo chegar à exaustão a pressão arterial sistólica aumenta até chegar a um valor máximo próximo ao término do exercício A pressão arterial diastólica pode estabilizar ou sofrer uma pequena diminuição Ciclo cardíaco O ciclo cardíaco é compreendido pela sístole contração e pela diástole relaxamento No repouso a contração ventricular que ocorre durante a sístole envia aproximadamente 70 do sangue para a circulação e ainda permanece no seu interior cerca de 30 Essa quantidade de sangue ejetada pelo coração a cada contração é denominada volume de ejeção Volume Sistólico ou volume de ejeção Quando mencionarmos o Volume Sistólico VS é importante que você o relacione com o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo a cada sístole O VS em repouso para indivíduos do sexo masculino destreinados é de aproximadamente 70 a 90 ml por contração ou batimento cardíaco Porém em indivíduos treinados esse valor pode ultrapassar 110 ml por contração As mulheres destreinadas possuem o valor de VS de aproximadamente 50 a 70 ml por contração mas pode ultrapassar 80 ml por contração em mulheres altamente treinadas Para calcularmos o VS podemos utilizar a seguinte equação 128 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Volume Sistólico volume diastólico terminal volume sistólico terminal O volume diastólico terminal é a quantidade de sangue que permanece no ventrículo no final da diástole e o volume sistólico terminal a quantidade de sangue que permanece no ventrículo no final da sístole Para entendermos melhor o conceito de volume de ejeção sigamos o exemplo a seguir Um indivíduo do sexo masculino com o volume diastólico terminal de 120 ml e o volume sistólico terminal de 50 ml possui qual valor de volume de ejeção Seguindo a equação precedente obtemos Volume de ejeção 120 m 50 m l l Volume de ejeção 70 ml Logo quando o coração se contrai são enviados 70 ml de sangue para a circulação Em homens e mulheres treinados ou destreinados o VS aumenta com o aumento da intensidade do exercício até alcançar o seu valor máximo Depois para aumentar o Débito Cardíaco há estagnação do aumento do VS e aumento da frequência cardíaca Figura 12 129 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Fonte Powers e Howley 2014 p 200 Figura 12 Aumento do Volume Sistólico da frequência cardíaca e do Débito Cardíaco durante o exercício Como podemos observar na Figura 12 o VS aumenta até aproximadamente 40 do consumo máximo de oxigênio VO2 máx Depois há estabilização do VS mesmo que a intensidade do exercício continue aumentando Geralmente o volume de ejeção nas mulheres é menor do que nos homens Isso ocorre devido ao menor volume cardíaco nas mulheres 130 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Fração de ejeção Fração de ejeção é o percentual relativo à quantidade de sangue total do ventrículo esquerdo ejetada a cada sístole Figura 13 Fonte Foss Keteyian 2000 p 207 Figura 13 Volume diastólico terminal volume sistólico terminal e volume de ejeção Em repouso a fração de ejeção fica em torno de 58 Porém durante o exercício de alta intensidade esse valor pode aumentar até aproximadamente 75 A fração de ejeção pode ser calculada da seguinte maneira Fração de ejeção volume diastólico terminal volume sistólico terminal 100 volume diastólico terminal 131 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Utilizando os valores do exemplo anterior para calcular o volume de ejeção obtemos 120 50 100 Fração de ejeção 120 Fração de ejeção 5833 Por que a fração de ejeção aumenta com o aumento da intensidade do exercício Cada vez que a intensidade do exercício aumenta é necessário maior fornecimento de sangue contendo oxigênio e nutrientes necessários às células musculares que estão sendo utilizadas durante o exercício Para aumentar esse fluxo sanguíneo há aumento do volume diastólico terminal e diminuição do volume sistólico terminal Em outras palavras podemos afirmar que antes de o coração contrairse há maior quantidade de sangue no seu interior e após a contração resta quantidade menor de sangue Com isso a quantidade de sangue ejetada na circulação tornase cada vez maior Frequência cardíaca FC Frequência cardíaca é o número de batimentos cardíacos por minuto 132 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Em repouso esse valor costuma ficar entre 60 e 80 batimentos por minuto bpm Durante o exercício há aumento da frequência cardíaca e consequentemente diminuição do tempo despendido na sístole e na diástole Essa diminuição é maior na diástole quando comparada com a sístole Com o aumento da intensidade do exercício há aumento linear da frequência cardíaca Figura 14 No exercício máximo a frequência cardíaca denominada Frequência Cardíaca Máxima FCM pode ultrapassar 200 bpm Fonte Powers e Howley 2014 p 200 Figura 14 Aumento da frequência cardíaca durante o exercício Em indivíduos treinados a frequência cardíaca no repouso é menor do que em indivíduos destreinados Isso acontece porque em indivíduos treinados o VS é maior e além disso bombear aproximadamente 50 litros de sangue para o corpo com VS maior permite que a frequência cardíaca seja menor Em outras palavras quanto maior o VS no repouso menor a frequência cardíaca 133 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Imediatamente após o término do exercício a frequência cardíaca diminui com muita rapidez Após 2 a 3 minutos ela diminui mais lentamente até alcançar os valores de repouso A diminuição rápida da frequência cardíaca após o término da atividade física indica que o organismo é eficiente ou seja tal processo acontece em indivíduos treinados A frequência cardíaca pode ser determinada palpando a artéria radial superficial e contando quantos pulsos acontecem por minuto Porém após o término do exercício a frequência cardíaca diminui rapidamente É interessante mensurar a frequência cardíaca durante 15 ou 20 segundos e multiplicar o resultado por quatro ou três respectivamente Por exemplo Um indivíduo parou o exercício e imediatamente você palpou a artéria radial superficial por 20 segundos e mensurou 40 pulsos Dessa forma obtemos FC 40 pulsos 3 120 bpm Assim esse indivíduo exercitavase em uma intensidade de exercício com frequência cardíaca de 120 bpm Por que estamos relatando a FC de um indivíduo durante determinado exercício De acordo com o ACSM American College of Sports Medicine 2003 existem alguns fatores imprescindíveis para melhorar a aptidão cardiorrespiratória tais como 134 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 1 Frequência semanal é recomendável que o indivíduo realize de 3 a 5 sessões por semana 2 Intensidade esta é a variável mais importante para a realização da atividade física com o propósito de me lhorar o condicionamento cardiorrespiratório De acor do com o ACSM a intensidade deve estar entre 65 e 90 da FCM 3 Tempo a recomendação é a de que a atividade dure entre 20 e 60 minutos 4 Tipo o sistema energético predominante é o aeró bio atividades como caminhada corrida ciclismo e natação 5 Divertimento a atividade deve ser realizada com en tusiasmo e alegria ou seja deve ser agradável Débito Cardíaco DC O DC ou seja a quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo esquerdo por minuto é o produto da frequência cardíaca pelo VS ilustrado na Figura 15 Fonte Powers e Howley 2014 p 197 Figura 15 Débito Cardíaco volume de ejeção e frequência cardíaca 135 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Estando um indivíduo em repouso com frequência cardíaca de 70 bpm e VS de 72 ml por contração podemos calcular o DC da seguinte forma Débito cardíaco FC VS Débito cardíaco 70 72 5040 ml ou aproximadamente 50 litros de sangue por minuto Como mostrado no exemplo anterior o DC no repouso é próximo de 50 litros por minuto Esse valor é muito semelhante entre pessoas destreinadas e treinadas Com o aumento da intensidade do exercício há também aumento do DC até alcançar o seu valor máximo Para indivíduos destreinados esse valor pode ser de aproximadamente 20 litros por minuto Para indivíduos treinados esse valor pode ser próximo de 40 litros por minuto Geralmente quanto maior o DC maior é a capacidade de se exercitar em intensidades maiores Durante o exercício o aumento do DC acontece devido ao aumento da frequência cardíaca e do volume de ejeção Figura 16 136 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Fonte Powers e Howley 2014 p 200 Figura 16 Aumento do Volume Sistólico frequência cardíaca e Débito Cardíaco durante o exercício Como mostrado na Figura 16 o DC aumenta linearmente até cerca de 40 do VO2 máx Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no Tópico 4 você deve fazer as leituras indicadas no Tópico 32 para compreender melhor o comportamento da pressão arterial e da frequência cardíaca nos treinamentos de força 137 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Vídeo complementar Neste momento é fundamental que você assista ao vídeo complementar Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual clique no ícone Videoaula localizado na barra superior Em seguida selecione o nível de seu curso Graduação a categoria Disciplinar e o tipo de vídeo Complementar Por fim clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos Para assistir ao vídeo pelo seu CD clique no botão Vídeos e selecione Bases Fisiológicas do Movimento Humano Vídeos Complementares Complementar 3 3 CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade 31 REABILITAÇÃO PULMONAR E HIPERVENTILAÇÃO NOS EXERCÍCIOS Os conteúdos desta unidade estão relacionados com o funcionamento dos sistemas respiratório e circulatório durante o repouso e a atividade física comparando indivíduos sedentários com treinados Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o sistema respiratório discutiremos o artigo indicado a seguir Esse artigo trata de alguns fatores que interferem no treinamento físico em pacientes que se encontram na fase de reabilitação pulmonar MOREIRA M A C MORAES M R TANNUS R Teste da caminhada de seis minutos em pacientes com DPOC durante programa de reabilitação Jornal Brasileiro de UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATORIO E CARDIOVASCULAR Pneumologia Sao Paulo v 27 n 6 novdez 2001 Disponivel em httpwwwscielobrpdfjpneu v27n6a02v27n6pdf Acesso em 8 set 2015 Recomendamos também a leitura de outro artigo o qual aborda a hiperventilagdo nos exercicios Esse artigo analisa os efeitos da alcalose respiratoria induzida pela ventilacgdo voluntaria no tempo de corrida dos 400 metros no atletismo Leiao a seguir e SANTOS G M PIRESNETO C S Efeitos da alcalose respiratoria induzida por hiperventilacdo voluntaria no tempo de corrida dos 400 metros rasos Revista Kinesis Santa Maria n 13 p 2737 janjun 1994 Disponivel em httpcascavelufsmbrrevistasojs222index phpkinesisarticleview83505032 Acesso em 8 set 2015 32 COMPORTAMENTO DA PRESSAO ARTERIAL E DA FREQU ENCIA CARDIACA NOS TREINAMENTOS DE FORCA Em se tratando do comportamento da pressdo arterial durante o treinamento de forca indicamos a leitura do artigo a seguir Por meio dessa leitura vocé podera aprender mais sobre a frequéncia cardiaca e o duploproduto em séries sucessivas do exercicio de forca com diferentes intervalos de recuperacao e POLITO M D et al Pressdo arterial frequéncia cardiaca e duploproduto em séries sucessivas do exercicio de forga com diferentes intervalos de recuperacdo Revista Portuguesa de Ciéncias do Desporto v 4 n 3 p 715 2004 Disponivel em httpwwwproacuff brlacesitesdefaultfilesac2004revportcien desppressaoarterialfrequenciacardiacaeduplo 138 BASES FISIOLOGICAS DO MOVIMENTO HUMANO 139 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR produtoemseriessucessivasdoexerciciode forcacomdiferentesintervalosderecuperacao pdf Acesso em 8 set 2015 O próximo artigo discute o duploproduto como preditor indireto do consumo de oxigênio do miocárdio Os autores deste artigo observam o comportamento da frequência cardíaca da pressão sistólica e diastólica tanto quanto o duploproduto durante a realização de exercícios dinâmicos contrarresistência e aeróbio contínuo FARINATTI P T V ASSIS B F C B Estudo da frequência cardíaca pressão arterial e duploproduto em exercícios contrarresistência e aeróbio contínuo Revista Brasileira Atividade Física Saúde v 5 n 2 p 516 2000 Disponível em httpperiodicosufpeledubrojs2 indexphpRBAFSarticleviewFile9941146 Acesso em 8 set 2015 A frequência cardíaca é um índice que tem sido bastante utilizado para prescrever a intensidade com que o indivíduo deve realizar uma atividade a fim de melhorar a eficiência do componente cardiorrespiratório Dessa forma é indicada a leitura do artigo a seguir que relata a resposta da frequência cardíaca de modo a contribuir para a interpretação clínica epidemiológica e para a prescrição da atividade física ALMEIDA M B Frequência cardíaca e exercício uma interpretação baseada em evidências Revista Brasileira de Cineantropometria Desempenho Humano Florianópolis v 9 n 2 p 196202 2007 Disponível em httpsperiodicosufscbrindexphprbcdharticle view40633438 Acesso em 8 set 2015 140 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 4 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas 1 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir A função básica do sistema respiratório é ofertar ao organismo e remover o Essa ação ocorre por meio da a oxigêniogás carbônicorespiração pulmonar b gás carbônicooxigêniorespiração pulmonar c gás carbônicooxigêniocontratilidade cardíaca d oxigêniogás carbônicocontratilidade cardíaca e oxigêniogás carbônicotroca gasosa 2 A quantidade de ar que entra ou que sai das vias respiratórias em cada inspiração ou expiração respectivamente é denominada a volume minuto respiratório b volume corrente c volume de reserva inspiratório d volume de reserva expiratório e capacidade inspiratória 3 O número de incursões respiratórias por minuto ou seja o número de vezes que inspiramos ou expiramos por minuto é denominado a frequência respiratória b capacidade vital c incursão respiratória d volume minuto respiratório e volume corrente 141 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 4 Durante o exercício máximo a ventilação pulmonar pode atingir algo pró ximo de a 600 litros por minuto b 4 litros por minuto c 180 litros por minuto d 36 litros por minuto e 18 litros por minuto 5 Denominada respiração forçada é um aumento da ventilação pulmonar que ultrapassa o consumo de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbo no pela musculatura ativa Estamos nos referindo à a dispneia b hipertensão c Manobra de Valsalva d hiperventilação e Tetralogia de Fallot 6 A falta de ar excessiva ou uma angústia ao respirar principalmente em indivíduos destreinados a sensação de não conseguir respirar durante o exercício geralmente é acompanhada pelo aumento do dióxido de car bono e pelos íons H arteriais elevados Ela é denominada a dispneia b hipertensão c Manobra de Valsalva d hiperventilação e Tetralogia de Fallot 7 A exalação forçada do ar com os lábios e o nariz fechados impelindo o ar em direção ao ouvido é denominada a dispneia b hipertensão c Manobra de Valsalva d hiperventilação e Tetralogia de Fallot 142 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 8 Após o término de uma atividade física principalmente quando o clima está frio a garganta pode ficar ressecada e desencadear a tosse Isso ocor re porque o sistema respiratório perde uma quantidade significativa de água para umidificar o ar antes que ele chegue até os alvéolos causando um desconforto no ato de respirar e provocando a a dispneia b hipertensão c Manobra de Valsalva d hiperventilação e tosse pósexercício 9 Durante o exercício o aumento da frequência cardíaca é obtido principalmente a pela diminuição do tempo consumido na diástole b pelo aumento do tempo consumido na diástole c pela diminuição do tempo consumido na sístole d pelo aumento do tempo consumido na sístole e pelo aumento do tempo consumido na sístole e na diástole 10 O aumento do DC ocorre principalmente devido ao a aumento da frequência cardíaca e da diferença arteriovenosa de oxigênio b aumento da frequência cardíaca e do volume de ejeção c aumento do volume corrente e da frequência cardíaca d aumento do VS e do DC e aumento do retorno venoso e da diferença arteriovenosa de oxigênio 11 O principal fator que determina o volume diastólico final é a o retorno venoso b a précarga c a póscarga d o VS e o DC 143 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 12 O aumento do trabalho do coração durante o exercício pode ser mais bem estimado por meio a do duploproduto b da frequência cardíaca c do retorno venoso d do DC e do VS 13 Os atletas que praticam exercícios de longa duração apresentam um maior volume ventricular esquerdo devido a ao aumento do retorno venoso b ao aumento do miocárdio c ao aumento da frequência cardíaca d à estimulação parassimpática e à diminuição do retorno venoso 14 A maior pressão alcançada no interior da artéria aorta logo após a sístole ventricular é chamada de a pressão arterial sistólica b pressão arterial diastólica c pressão arterial máxima d pressão arterial média e pressão de pulso 15 A menor pressão alcançada no interior da artéria aorta durante a diástole é chamada de a pressão arterial sistólica b pressão arterial diastólica c pressão arterial máxima d pressão arterial média e pressão de pulso 16 Para calcularmos o VS podemos utilizar a seguinte equação a Volume sistólico volume diastólico terminal volume sistólico terminal 144 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR b Volume sistólico volume diastólico terminal volume sistólico terminal c Volume sistólico volume diastólico terminal Volume Sistólico d Volume sistólico volume diastólico terminal Volume Sistólico e Volume sistólico volume de ejeção volume sistólico terminal 17 O percentual relativo à quantidade de sangue total do ventrículo esquerdo ejetada a cada sístole é denominado a retorno venoso b précarga c póscarga d fração de ejeção e DC 18 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir Em indivíduos treinados a frequência cardíaca no repouso é do que em indivíduos destreinados Isso acontece porque em indivíduos treinados o VS é e bombear aproximadamente 50 litros de sangue para o corpo com volume sistólico permite que a frequência cardíaca seja a menormaiormaiormaior b menormenormaiormaior c menormaiormenormaior d menormaiormaiormenor e maiormaiormaiormaior 19 A intensidade é a variável mais importante para a realização da atividade física com o propósito de melhorar o condicionamento cardiorrespirató rio De acordo com o ACSM a intensidade deve estar entre qual percen tual da FCM a De 40 a 70 b De 20 a 30 c De 90 a 100 d De 65 a 90 e De 60 a 70 145 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 20 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir O DC é o produto da frequência cardíaca pelo VS Para indivíduos destreinados o valor do DC máximo pode ser de aproximadamente litros por minuto Para indivíduos treinados esse valor pode ser próximo de litros por minuto a 1020 b 2040 c 3060 d 4080 e 50100 Gabarito Confira a seguir as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas Questões Resposta 1 A 2 B 3 A 4 C 5 D 6 A 7 C 8 E 9 A 10 B 11 A 12 A 13 A 14 A 15 B 16 B 17 D 18 D 19 D 20 B 146 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 5 CONSIDERAÇÕES Esta unidade está sendo finalizada Porém para estar apto a compreender e discutir sobre a fisiologia dos sistemas respiratório e circulatório aplicada aos exercícios é necessário que você continue pesquisando sobre esses temas Além disso esses conteúdos são de extrema importância para dar prosseguimento aos estudos de outros conteúdos tais como disfunções orgânicas treinamento avaliação física etc Lembrese de ler os artigos indicados no Conteúdo Digital Integrador e responder às questões autoavaliativas Com tais conhecimentos você poderá estudar na próxima unidade o consumo máximo de oxigênio e a análise do lactato sanguíneo Até lá 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição 4 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 DENADAI B S GRECO C C Prescrição do treinamento aeróbio teoria e prática Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005 DUFFIELD R DAWSON B GOODMAN C Energy system contribution to 100m and 200m track running events Journal of Science and Medicine in Sport Belconnen v 7 n 3 p 302313 2004 Energy system contribution to 400metre and 800metre track running Journal of Sports Science London v 23 n 3 p 299307 2005 FOSS M L KETEYIAN S J Fox Bases fisiológicas do exercício e do esporte 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 GUYTON A C Fisiologia humana 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1988 GUYTON A C HALL J E Tratado de Fisiologia Médica 12 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2011 147 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 3 SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR HILL D W Energy system contributions in middledistance running events Journal of Sports Science Abingdon v 17 n 17 p 477483 1999 KENNEY W L WILMORE J H COSTILL D L Fisiologia do Esporte e do Exercício 5 ed São Paulo Manole 2013 McARDLE W D KATCH F I KATCH V L Fisiologia do Exercício Energia nutrição e desempenho humano 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2008 POWERS S K HOWLEY E T Fisiologia do Exercício Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho 8 ed Barueri Manole 2014 ROBERGS R A ROBERTS S O Princípios fundamentais de Fisiologia do Exercício para aptidão desempenho e saúde São Paulo Phorte Editora 2002 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO 149 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Objetivos Compreender o conceito de consumo máximo de oxigênio Identificar valores de VO2máx em indivíduos sedentários e treinados Compreender os mecanismos que provocam os efeitos do treinamento no VO2máx Analisar e compreender a relação entre consumo de oxigênio e duploproduto Compreender os fatores que influenciam a cinética do lactato no exercício Identificar os limiares aeróbio e anaeróbio Compreender os efeitos do treinamento de resistência na remoção do lactato Conteúdos Conceito e determinação do consumo máximo de oxigênio Valores do consumo em indivíduos sedentários e treinados UNIDADE 4 150 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Efeitos do treinamento no consumo máximo de oxigênio Consumo máximo de oxigênio e duploproduto Fatores limitantes que influenciam o efeito no consumo máximo de oxigênio Análise do lactato sanguíneo Cinética do lactato no exercício Fatores que influenciam o metabolismo do lactato no exercício Efeito do treinamento de resistência na remoção do lactato Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade leia as orientações a seguir 1 Sua formação é essencial pois ela determinará escolhas no desenvolvimento de sua prática Invista em você faça da pesquisa e da interação com seus colegas de curso e seu tutor hábitos que poderão ajudálo a ampliar seus conhecimentos 2 Organize seu cronograma para não atrasar a entrega das atividades Essa dica vale para todo o curso 3 Ao se aproximar do final deste material lembrese de que você terá uma visão geral do que estudou Retome então os principais pontos analisados até agora 151 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 1 INTRODUÇÃO Nesta unidade estudaremos o consumo máximo de oxigênio VO2máx e como fazer a análise do lactato sanguíneo Esses dois índices são os principais e mais utilizados para avaliar e prescrever o treinamento para melhorar a aptidão do componente cardiorrespiratório Consequentemente é de extrema importância o seu aprendizado já que na maioria das atividades físicas praticadas há predominância aeróbia ou seja essas atividades dependem da aptidão do sistema cardiorrespiratório Você aprenderá também sobre o conceito de VO2máx os valores de VO2máx em indivíduos sedentários e em diferentes modalidades esportivas compreendendo quais os efeitos do treinamento sobre o VO2máx Além disso estudaremos o Débito Cardíaco a diferença arteriovenosa de oxigênio e o duploproduto relacionado ao VO2máx Para finalizar o estudo sobre o consumo máximo de oxigênio abordaremos os fatores que influenciam o efeito do treinamento sobre o VO2máx alguns aspectos do treinamento concorrente força e aeróbio e uma aplicação prática para a determinação do consumo máximo de oxigênio Sobre a análise do lactato sanguíneo trataremos da cinética e dos fatores que influenciam o metabolismo do lactato no exercício Em seguida discutiremos o limiar aeróbio e anaeróbio e como esses índices podem ser utilizados para prescrever a intensidade do treinamento Concluindo a nossa discussão explicaremos os efeitos do treinamento de resistência na remoção do lactato 152 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 2 CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma sucinta os temas abordados nesta unidade Para sua compreensão integral é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador 21 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO VO2MÁX Para o indivíduo realizar atividades de longa duração como a natação o ciclismo e a corrida a energia é fornecida principalmente pelo sistema aeróbio ou seja com a participação do oxigênio Um dos métodos mais utilizados para mensurar a eficiência do sistema aeróbio é o consumo máximo de oxigênio VO2máx O VO2máx no repouso é bastante parecido entre indivíduos destreinados e treinados Porém durante o exercício máximo o VO2máx em atletas de elite pode ser até duas vezes maior do que em indivíduos sedentários Dessa forma o VO2máx pode ser utilizado para analisar o desempenho dos indivíduos que praticam atividade física de longa duração e servir como parâmetro para avaliar e prescrever o treinamento Conceito de VO2máx O VO2máx ou potência aeróbia máxima pode ser definido como a mais alta captação de oxigênio alcançada por um indivíduo utilizando grandes grupos musculares Em outras palavras podemos afirmar que o VO2máx está diretamente relacionado com a capacidade do sistema cardiorrespiratório de 153 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO enviar sangue oxigenado para a musculatura ativa durante uma atividade física O VO2máx pode ser expresso em valores relativos ou absolutos em relação à massa corporal total Em valores relativos o resultado é expresso em 1 1 m kg min l Por exemplo um indivíduo adulto do sexo masculino destreinado e saudável possui valores de VO2máx próximos de 1 1 40 m kg min l Já maratonistas de alto nível possuem valores de VO2máx próximos de 1 1 85 m kg min l Em valores absolutos o resultado é expresso em litros por minuto Por exemplo nos indivíduos exemplificados anteriormente o VO2máx em valores absolutos é de aproximadamente 28 lmin no destreinado e de 60 litros por minuto no treinado É vantajoso expressar o VO2máx em valores relativos à massa corporal total porque em esportes em que o peso corporal influencia o desempenho como na corrida a comparação entre indivíduos de diferentes pesos corporais é mais precisa Por exemplo comparando dois indivíduos o primeiro apresenta peso corporal de 70 kg e VO2máx de 30 lmin e o segundo peso corporal de 80 kg e o mesmo valor de VO2máx Qual dos dois indivíduos poderia teoricamente ter desempenho melhor em atividades de longa duração como a corrida Para isso basta transformar o VO2máx em valor absoluto para valor relativo Vamos fazer isso com os dados referentes aos indivíduos mencionados 154 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Indivíduo 1 Peso 70 kg 2 VO máx absoluto 30 min l 2 1000 VO máx relativo 30 min 70 l 1 1 2 VO máx relativo 4286 m kg min l Indivíduo 2 Peso 80 kg 2 VO máx absoluto 30 min l 2 1000 VO máx relativo 30 min 80 l 1 1 2 VO máx relativo 375 m kg min l Observando o VO2máx relativo dos dois indivíduos podemos notar que o segundo apresenta valor de VO2máx significativamente menor quando comparado ao primeiro indivíduo Teoricamente o primeiro indivíduo que apresenta VO2máx relativo maior terá melhor desempenho durante a prova de resistência Porém existem outros fatores que determinam o sucesso em determinada prova e em alguns casos mesmo tendo VO2máx relativo maior o desempenho pode ser inferior ao de outro indivíduo que apresenta valor de VO2máx relativo menor 155 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Um desses fatores é a massa corporal empregada no exercício O VO2máx é maior quanto maior for a massa muscular empregada até atingir um ponto ótimo de massa muscular ou seja depois de alcançado esse ponto ótimo qualquer aumento da massa muscular poderá refletir em menor VO2máx Figura 1 Fonte Robergs e Roberts 2002 p 114 Figura 1 Aumento do VO2máx com o aumento da massa muscular empregada até atingir um ponto ótimo Valores de VO2máx em sedentários e em diferentes modalidades esportivas A variação do VO2máx é muito grande Podemos encontrar valores baixos próximos de 1 1 15 m kg min l por exemplo em indivíduos com pneumopatias e valores tão altos como 1 1 85 m kg min l como os dos corredores de alto nível Veja o Quadro 1 a seguir 156 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Quadro 1 Valores de VO2máx em sedentários e em diferentes modalidades esportivas GRUPO OU ESPORTE IDADE ANOS HOMENS MULHERES Sedentários 1019 2029 3039 4049 5059 6069 4756 4352 3849 3644 3441 2835 3846 3342 3038 2635 2433 2027 Fisiculturistas 2030 3852 Basquetebol 1830 4060 4360 Voleibol 1822 4360 4056 Futebol 2032 4260 4053 Natação 1525 5070 4060 Ciclismo 1826 6274 4757 Corrida 1835 6085 5075 Fonte Denadai 1999 p 5 Como observamos no Quadro 1 em alguns atletas ou em modalidades como fisiculturistas e voleibol os valores do VO2máx são próximos dos valores de indivíduos sedentários Isso ocorre porque nessas modalidades esportivas a eficiência do sistema aeróbio não é tão importante para o sucesso no esporte Porém em atividades de longa duração como a natação o ciclismo e a corrida os valores de VO2máx são altos porque nessas modalidades a eficiência do sistema aeróbio é imprescindível para o grande desempenho no esporte 157 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Efeitos do treinamento no VO2máx Para a obtenção de melhorias no VO2máx é necessário que o indivíduo participe de treinamento abrangendo grandes grupos musculares em exercícios dinâmicos Por exemplo natação ciclismo corrida ou qualquer outra atividade que dure entre 20 e 60 minutos com frequência de 3 a 5 vezes por semana e intensidade entre 50 e 85 do VO2máx Indivíduos destreinados e com valores baixos de VO2máx que treinam por 2 a 3 meses podem melhorar o VO2máx em aproximadamente 30 Porém para indivíduos treinados e com valores altos de VO2máx a melhoria pode ser apenas de 2 a 3 O treinamento realizado por um período maior 2 a 3 anos ou a realização do treinamento intervalado pode melhorar o VO2máx em aproximadamente 45 Observe o Quadro 2 a seguir Quadro 2 Valores de VO2máx em diferentes populações VALORES DE VO2MÁX em l 1 1 m kg min EM POPULAÇÕES SAUDÁVEIS E DOENTES População Homens Mulheres Corredores de longa distância Sedentários jovens Sedentários adultos de meiaidade Pacientes em pósinfarto do miocárdio Pacientes com doença pulmonar grave 83 45 35 22 13 62 38 30 18 13 Fonte adaptado de Powers e Howley 2014 p 280 Como observamos no Quadro 2 pacientes pósinfarto do miocárdio e aqueles com doença pulmonar grave podem apresentar valores de VO2máx próximos e inferiores a 158 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 1 1 20 m kg min l Já os corredores de longa distância podem ter valores de VO2máx próximos de 1 1 80 m kg min l Além disso é importante que você perceba que as mulheres apresentam valores inferiores aos dos homens Figura 2 Fonte Robergs e Roberts 2002 p 412 Figura 2 Diferenças entre homens e mulheres em relação ao VO2máx expresso em termos absolutos ou relativos à massa muscular 159 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Os valores superiores de VO2máx apresentados pelos corredores de longa duração devemse sobretudo ao fator genético e ao treinamento Somente o fator genético pode contribuir com 40 a 66 do valor do VO2máx Para determinar se o VO2máx foi atingido durante um teste de esforço máximo são utilizados principalmente os seguintes parâmetros Estabilização do VO2 1 1 150 m kg min l ou 1 1 21 m kg min l Concentração de lactato maior do que 8 moleslitro Frequência cardíaca máxima prevista para a idade Na determinação do VO2máx porém não se espera que todos esses critérios sejam atingidos Geralmente os valores do VO2máx são maiores quando se avalia o indivíduo que corre em esteira ergométrica com inclinação Valores gradativamente menores são apresentados respectivamente por indivíduos que fazem caminhadas em esteira ergométrica com inclinação e por indivíduos que pedalam em bicicleta ergométrica Os valores apresentados por indivíduos que pedalam em bicicleta ergométrica podem ser aproximadamente 10 menores do que os valores de VO2máx apresentados por indivíduos que correm em esteira com inclinação Devido a essas diferenças foi estabelecido que os valores apresentados por indivíduos que praticam corrida em esteira sejam chamados VO2máx e valores encontrados em indivíduos que fazem caminhadas pedalam em bicicletas ou utilizam ergômetros de braço sejam chamados de consumo de oxigênio pico VO2pico 160 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Esses termos porém podem não ser devidamente aplicados quando se avaliam atletas do ciclismo que apresentam valores de VO2máx maiores ao pedalarem em bicicleta em comparação com os atletas que praticam corrida A avaliação precisa do VO2máx pode ser utilizada para as seguintes finalidades Determinação do nível de condicionamento físico do indivíduo Prescrição do volume e da intensidade do treinamento Avaliação dos efeitos do treinamento ou do grau de destreinamento Assim como você acabou de ler a determinação do VO2máx tem várias implicações Dessa forma é imprescindível que você continue estudando o que trataremos adiante VO2máx Débito Cardíaco e a diferença arteriovenosa de O2 O VO2máx é o produto do Débito Cardíaco Máximo DCM pela diferença máxima arteriovenosa de oxigênio dif artvem O2máx Como visto na unidade anterior o DC Débito Cardíaco é o produto da FC Frequência Cardíaca pelo VS Volume Sistólico Podemos então calcular o VO2máx da seguinte maneira 2 2 VO máx FCM VSM dif art ven O máx Observe o Quadro 3 a seguir 161 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Quadro 3 Relação das variáveis obtidas DIFERENÇAS DO VO2MÁX ENTRE INDIVÍDUOS TREINADOS E DESTREINADOS á á l l 2 2 VO m x m min FC bpm VS bat dif art ven O m x Atletas 6 250 190 0 205 160 Ativos 3 500 195 0 112 160 Fonte adaptado de Powers e Howley 2014 p 282 Como podemos observar no Quadro 3 comparando indivíduos fisicamente ativos com atletas o VO2máx nos atletas é maior devido principalmente ao maior VS Apesar de ser observado um valor um pouco menor em atletas alguns estudos demonstram um pequeno aumento e outros nenhuma modificação na frequência cardíaca máxima com o treinamento Além disso em alguns indivíduos que treinam por um período maior aumenta o VO2máx devido ao aumento do VS e da dif artven de O2 Logo a grande questão é quais fatores contribuem para o aumento do VS e da dif artven de O2 No treinado o volume diastólico final é maior devido ao aumento do ventrículo esquerdo e do retorno venoso Com isso há aumento da contratilidade cardíaca e diminuição da resistência ao fluxo sanguíneo Já o aumento da diferença arteriovenosa de oxigênio deve se principalmente ao aumento da densidade capilar e um pouco menos ao aumento do tamanho e do número de mitocôndrias De fato em indivíduos treinados o número de capilares é aproximadamente de 5 a 7 capilares por fibra muscular 162 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO enquanto em indivíduos destreinados esse número é de cerca de 3 capilares por fibra muscular A Figura 3 resume os fatores que determinam maior VO2máx Figura 3 Resumo dos fatores que causam aumento do VO2máx com o treinamento VO2máx e duploproduto Como você estudou em Fisiologia Humana o duplo produto é calculado multiplicando a FC pela pressão arterial sistólica ou seja Duploproduto Frequência Cardíaca x pressão arterial sistólica Com o aumento da intensidade do exercício há aumento na FC e na pressão arterial sistólica Com isso há também aumento na sobrecarga de trabalho do coração Observe o Quadro 4 a seguir 163 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Quadro 4 Alterações do duploproduto durante um teste de esforço progressivo CONDIÇÃO FC bpm PRESSÃO SISTÓLICA mmHg DUPLO PRODUTO Repouso Exercício a 25 do VO2máx 50 do VO2máx 75 do VO2máx 100 do VO2máx 75 100 140 170 200 110 130 160 180 210 8250 13000 22400 30600 42000 Como observamos no Quadro 4 durante o exercício a 100 do VO2máx o duploproduto é aproximadamente 5 vezes maior do que o duploproduto no repouso Com isso o trabalho cardíaco aumenta em cerca de 500 em relação ao repouso Em que ponto queremos chegar com essas informações É que o duploproduto pode ser utilizado para direcionar a intensidade do exercício em pacientes com obstrução coronariana Por exemplo um paciente apresenta angina dor torácica em determinada intensidade de exercício em que o duploproduto é igual a 30000 Com isso observando o Quadro 4 anteriormente mostrado esse paciente deveria se exercitar em intensidade de exercício igual ou inferior a 75 do VO2máx Essa ação é importante para reduzir o risco de o paciente apresentar dor torácica durante o exercício Fatores limitantes do VO2máx Inúmeras bibliografias relatam que o sistema respiratório não limita o VO2máx A justificativa para tal afirmação é que a ventilação pulmonar alcançada no exercício máximo é inferior aos volumes de reserva inspiratório e expiratório Dessa forma o 164 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO indivíduo poderia atingir a intensidade máxima do exercício sem o sistema respiratório atingir o seu limite Em alguns atletas de alto nível porém com o aumento da intensidade do exercício há deficiência do sistema respiratório em enviar o ar para os alvéolos pulmonares resultando em menor saturação arterial de oxigênio ou seja apresentando menor pressão de oxigênio nos capilares pulmonares e consequentemente menor valor de VO2máx Fatores que influenciam o efeito do treinamento sobre o VO2máx Os fatores que influenciam o VO2máx são genética nível inicial de condicionamento e especificidade do treinamento Genética se você prescrever o treinamento para duas pessoas aparentemente idênticas poderá observar com o tempo que cada uma delas responde diferentemente ao treinamento determinado Por isso a prescrição da atividade física tem que ser individualizada Além disso o treinamento deve ser acompanhado de perto porque cada indivíduo responde diferentemente à execução da carga de trabalho Nível inicial de condicionamento se você está pretendendo iniciar a prescrição do treinamento inicie com um indivíduo de baixo nível de condicionamento físico É estranho ler essa afirmativa anterior O fato é que quanto mais o indivíduo é destreinado maior será a chance de esse indivíduo melhorar o condicionamento O oposto também é verdadeiro ou seja indivíduos com alto nível de condicionamento conseguem apenas uma pequena melhora do desempenho com o treinamento 165 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Dessa forma a chance de o indivíduo sedentário melhorar o desempenho é grande enquanto a chance de o indivíduo altamente treinado melhorar o desempenho é muito menor Especificidade do treinamento a melhoria do VO2máx é altamente específica Isso quer dizer que se você pretende melhorar o VO2máx em indivíduos que treinam corrida avalie e prescreva o treinamento na corrida Se outro pretende pedalar melhor avalie e prescreva o treinamento no ciclismo Quanto maior a massa muscular empregada na atividade física maior pode ser o valor do VO2máx alcançado Porém se um indivíduo que corre for avaliado na bicicleta ergométrica poderá apresentar valores de VO2máx menores do que os alcançados na esteira Tal fato também pode acontecer em outras modalidades esportivas Desse modo concluímos que a avaliação e a prescrição da atividade física têm que ser o mais próximo possível da modalidade esportiva ou prova em que se pretende melhorar VO2máx e treinamento concorrente força e resistência Geralmente as pessoas acreditam que o treinamento de força influencia negativamente no treinamento de resistência Esse pensamento é devido ao fato de que o treinamento de resistência provoca algumas adaptações fisiológicas contrárias ou inversas às adaptações ocasionadas pela prática do treinamento de força No entanto o treinamento de força e o de resistência concomitantes promovem o mesmo aumento do VO2máx quando comparados ao treinamento isolado de resistência e ainda aumentam a força muscular Além disso o treinamento de 166 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO força e o de resistência podem aumentar o tempo de exercício realizado em determinada intensidade De qualquer forma a intensidade o volume e a frequência semanal podem influenciar nos ganhos de força e resistência obtidos com o treinamento combinado Como se determina o VO2máx A determinação do consumo máximo de oxigênio pode ser realizada indiretamente utilizando esteira ergométrica bicicleta ergométrica bancos próprios pista de atletismo ou até mesmo uma rua sem movimento ou qualquer espaço medido no qual o indivíduo pode caminhar eou correr para ser avaliado Exemplo de teste indireto para determinação do VO2máx Teste de caminhada ou corrida de Cooper 2400 minutos Neste teste o indivíduo deve caminhar ou correr o mais rápido que conseguir na distância de 2400 metros Você deve cronometrar o teste e aplicar o resultado na seguinte fórmula 1 1 2 D 60 02 35 VO máx m kg min Duração em segundos l D distância percorrida Vamos calcular o VO2máx tendo como exemplo um indivíduo do sexo masculino com 25 anos de idade e que percorreu os 2400 metros em 12 minutos O primeiro passo é transformar o tempo de minutos em segundos Logo 167 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 12 minutos 60 720 segundos Depois devemos aplicar este valor na fórmula dada 1 1 2 2400 60 02 35 VO máx m kg min 720 l 1 1 2 VO máx 400 m kg min l Você pode comparar esse resultado com o Quadro 5 a seguir para classificar o condicionamento cardiorrespiratório do indivíduo Quadro 5 Nível de Capacidade Aeróbia para Homens Teste de Cooper de 2400 metros VALORES DE CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO VO2máx em 1 1 m kg min l Faixa etária Muito fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior 13 19 20 29 30 39 40 49 50 59 Mais de 60 anos 350 330 315 302 261 205 351 383 331 364 316 354 303 335 262 309 206 260 384 451 365 422 355 409 336 389 31 357 261 322 452 509 425 464 410 449 390 437 358 409 323 44 510 559 465 524 450 494 438 480 410 453 365 442 560 525 495 481 454 443 Fonte Marins e Giannichi 1998 p 155 168 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Quadro 6 Nível de Capacidade Aeróbia para Mulheres Teste de Cooper de 2400 metros VALORES DE CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO VO2máx em 1 1 m kg min l Faixa etária Muito fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior 13 19 20 29 30 39 40 49 50 59 Mais de 60 anos 250 236 228 210 202 175 251309 237289 229269 211244 203227 176201 310349 290329 270314 245289 228269 202244 350389 330369 315356 290328 270314 245302 390419 370409 357400 329369 315357 303314 42 41 401 370 358 315 Fonte Marins e Giannichi 1998 p 155 Como você pode observar no Quadro 5 um indivíduo de 25 anos do sexo masculino que corre 2400 metros em 12 minutos apresenta uma classificação regular de aptidão cardiorrespiratória É muito importante que você fique atento às diferentes tabelas existentes na literatura para determinar o VO2máx Essas tabelas devem ser utilizadas com cuidado porque podem subestimar ou seja atribuir um valor ao VO2máx menor do que o real ou superestimar o VO2máx ou seja atribuir um valor ao VO2máx maior do que o indivíduo apresenta Além disso alguns indivíduos destreinados que apresentam valores de VO2máx baixos mesmo após o treinamento não conseguem apresentar valores altos de VO2máx Ao contrário indivíduos treinados que têm valores altos de VO2máx mesmo destreinados continuam a apresentar valores altos de VO2máx 169 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Tal fato ocorre porque como já explicado o componente genético pode influenciar bastante na alteração do VO2máx Fizemos somente uma demonstração prática da determinação indireta do VO2máx Caso você deseje aplicar o teste deverá estudar todas as implicações para a sua realização Qualquer prescrição de atividade física tem que ser muito bem planejada e orientada para prevenir qualquer tipo de prejuízo ao avaliado Com a leitura proposta no Tópico 31 você estudará sobre os fatores determinantes e limitantes do consumo máximo de oxigênio VO2máx Antes de prosseguir para o próximo assunto realize a leitura indicada procurando assimilar o conteúdo estudado 22 ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Como abordado anteriormente o sistema anaeróbio lático ou sistema glicolítico utiliza a glicose eou o glicogênio para a produção de energia para a ressíntese do ATP Porém um dos produtos finais dessa reação é o ácido lático nos músculos Este por sua vez é convertido em lactato e entra na corrente sanguínea Devemos lembrar que esta unidade visa explicar a cinética do lactato sanguíneo e como podemos por meio desta análise avaliar e prescrever tanto a intensidade quanto o volume de treinamento em diversas modalidades esportivas Antes de iniciar a nossa discussão sobre a cinética do lactato no exercício 170 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO é prudente fazermos uma explanação sobre as diferenças entre ácido lático e lactato Ácido lático ou lactato Em vários momentos quando estamos lendo sobre o ácido lático deparamonos com a palavra lactato Será que ácido lático e lactato são a mesma coisa É claro que não pois o ácido lático e o lactato são moléculas diferentes Vamos explicar durante o exercício de alta intensidade a célula muscular pode produzir grandes quantidades de ácido lático Rapidamente após essa produção o ácido lático é ionizado liberando um íon hidrogênio Esse acúmulo de H provoca a acidez muscular resultando na chamada acidose metabólica e consequentemente diminuindo o pH intracelular A molécula restante é denominada lactato Quando nos referimos à célula muscular expressamos ácido lático e quando analisamos o sangue a denominação correta é lactato Porém alguns fisiologistas utilizam qualquer um dos termos de maneira intercambiável Cinética do lactato no exercício No repouso a concentração do lactato sanguíneo fica entre 08 mmoll e 12 mmoll No início do exercício existe pouco ou nenhum aumento da concentração de lactato no sangue Porém à medida que a intensidade do exercício aumenta e ultrapassa aproximadamente de 50 a 70 do VO2máx a concentração de lactato aumenta de modo exponencial Esse aumento reflete as modificações plasmáticas no pH tanto nas concentrações de 171 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO bicarbonato e dos íons H quanto na produção de dióxido de carbono por meio do tamponamento Durante o exercício a musculatura ativa produz ácido lático e liberao no sangue e na musculatura inativa o fígado coração etc removem o lactato Portanto a concentração de ácido lático no sangue pode ser expressa da seguinte maneira Figura 4 Figura 4 Concentração sanguínea de ácido lático Isso quer dizer que o aumento do lactato sanguíneo não reflete apenas a produção do ácido lático na célula muscular mas também a capacidade dos nossos tecidos de remover o ácido lático produzido Logo a concentração de lactato depende da capacidade de o organismo produzir e remover o ácido lático Enfim a elevação do ácido lático durante o exercício incremental ou seja no qual ocorre aumento das velocidades pode ser resultado do aumento da produção de ácido lático e da diminuição da capacidade de o organismo removêlo Geralmente no início do exercício as concentrações de lactato não se alteram devido à capacidade de os nossos tecidos removerem o ácido lático formado Mesmo em intensidades maiores quando a liberação de lactato pelo músculo pode ser de 3 a 4 vezes maior se comparada à do repouso a concentração de lactato no sangue pode não se alterar devido à capacidade de o organismo remover o lactato formado 172 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Fatores que influenciam o metabolismo do lactato no exercício Idade Durante a realização de determinado exercício as crianças apresentam menor concentração de lactato sanguíneo quando comparadas aos adultos É provável que isso ocorra porque as crianças não possuem o sistema anaeróbio lático tão desenvolvido como os adultos Dessa forma durante determinado exercício as crianças devem utilizar mais o sistema aeróbio e menos o sistema anaeróbio lático quando comparadas aos adultos e com isso a concentração de lactato sanguíneo é menor Por essa razão quando analisamos as concentrações de lactato das crianças devemos empregar a terminologia apropriada de acordo com a faixa etária e o nível de maturação sexual Tipo de fibra muscular As fibras lentas ou do tipo I utilizam melhor o sistema aeróbio para a produção de energia quando comparadas com as fibras rápidas ou do tipo II Como as fibras I utilizam mais o sistema aeróbio recrutam consequentemente menos o sistema anaeróbio lático Com isso as concentrações de lactato sanguíneo em indivíduos que têm predominância de fibras lentas são menores do que as concentrações de lactato em indivíduos que apresentam percentual maior de fibras rápidas Disponibilidade de substrato A quantidade de glicose ou glicogênio e de ácidos graxos interfere no desempenho e na quantidade de lactato sanguíneo formado Portanto antes de realizar a análise do lactato sanguíneo é importante ficar atento à dieta do indivíduo e se este se recuperou dos treinamentos eou das competições 173 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Limiar aeróbio e limiar anaeróbio Apesar de existirem inúmeras definições e terminologias para identificar o aumento da concentração de lactato no sangue abordaremos dois termos muito utilizados na análise do lactato sanguíneo o limiar aeróbio e o limiar anaeróbio Limiar aeróbio O limiar aeróbio é definido como a intensidade do exercício correspondente à concentração de 20 mmol de lactato no sangue Por exemplo um indivíduo começa a correr na esteira e a cada três minutos de exercício aumenta a velocidade em um quilômetro por hora No início do exercício a concentração de lactato pode permanecer inalterada Porém depois de alguns estágios a concentração de lactato aumenta acima do valor de repouso Quando a concentração de lactato sanguíneo atinge 20 mmol é encontrado o limiar aeróbio Figura 5 Figura 5 Relação entre a intensidade do exercício e o limiar aeróbio 174 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Geralmente os indivíduos sedentários apresentam o limiar aeróbio em intensidades em torno de 50 a 60 do VO2máx Já os indivíduos treinados em atividades de longa duração tais como corrida ciclismo e natação apresentam tal limiar entre 65 e 80 do VO2máx Com qual finalidade podemos utilizar o termo limiar aeróbio A intensidade do exercício correspondente ao limiar aeróbio é a menor intensidade em que o indivíduo deve se exercitar para conseguir alguma melhora na aptidão do sistema cardiovascular ou seja se você pretende iniciar um programa de atividade física a intensidade correta é aquela correspondente ao limiar aeróbio Limiar anaeróbio O limiar anaeróbio é definido como a intensidade do exercício correspondente à concentração de 35 mmol de lactato no sangue Utilizando o mesmo exemplo anterior para a determinação do limiar aeróbio imagine um indivíduo que começa a correr na esteira e a cada três minutos de exercício aumenta a velocidade em um quilômetro por hora Quando a concentração de lactato sanguíneo atinge 35 mmol é encontrado o limiar anaeróbio Figura 6 175 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Figura 6 Relação entre a intensidade do exercício e o limiar anaeróbio Com qual finalidade podemos utilizar o limiar anaeróbio O limiar anaeróbio é um dos melhores indicadores do ritmo que o atleta deve impor durante as provas de resistência na corrida no ciclismo e na natação Além disso muitos indivíduos atingem no limiar anaeróbio a máxima capacidade de produção e remoção do lactato Isso quer dizer que se você se exercitar acima da intensidade correspondente ao limiar anaeróbio as concentrações de lactato sanguíneo aumentarão mais intensamente até você entrar em fadiga devido à grande concentração de ácido lático na célula muscular Atletas de resistência conseguem se exercitar em intensidades entre 80 e 90 de sua capacidade máxima em estado estável Provavelmente nessa intensidade de exercício há equilíbrio entre a produção e a remoção do lactato sanguíneo Dessa forma podemos afirmar que o indivíduo está exercitando se na intensidade correspondente ao limiar anaeróbio 176 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Como determinar o limiar aeróbio e o limiar anaeróbio Para a determinação do limiar aeróbio e anaeróbio o indivíduo deve realizar um teste incremental na esteira iniciando com uma caminhada e a cada três minutos aumentando a velocidade da esteira em 1 quilômetro por hora Ao término de cada estágio há uma pausa de no máximo 30 segundos Durante essa pausa são coletados 25 µl de sangue e é verificada a velocidade de corrida na esteira e a FC atingida ao término do estágio Dependendo do local de coleta da amostra de sangue para analisar a concentração de lactato os valores obtidos podem ser diferentes Isso ocorre devido ao fato de que o lactato é principalmente produzido e liberado pela musculatura ativa mas pode ser removido pelo fígado pelo coração pela musculatura inativa e pela própria musculatura ativa Diante disso o local de coleta do sangue deve ser sempre o mesmo no mesmo indivíduo ou em indivíduos diferentes que possam efetivamente ser comparados Portanto com os valores obtidos nas amostras de sangue podemos calcular por interpolação o limiar aeróbio e anaeróbio Além disso com a obtenção da FC e da velocidade correspondente ao limiar aeróbio e anaeróbio podemos prescrever a intensidade eou o volume do treinamento O ácido lático causa dor muscular É muito comum as pessoas perguntarem se a dor causada de 24h a 48h e até 72 horas após o exercício é devida ao acúmulo de ácido lático no músculo Contudo este não é o causador da dor muscular tardia Mesmo acumulandose uma concentração 177 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO muito alta de ácido lático na musculatura ativa a remoção do músculo e corrente sanguínea é muito rápida Em outras palavras o ácido lático é convertido em ácido pirúvico e utilizado como substrato pelo coração e pelo musculoesquelético Estima se que aproximadamente 70 do ácido lático formado durante o exercício é oxidado enquanto 20 é convertido em glicose e 10 em aminoácidos Durante o exercício parte do ácido lático produzido passa pela corrente sanguínea e chega ao fígado Nesse local o ácido lático pode ser convertido em glicose pela gliconeogênese Esta por sua vez sintetiza a glicose principalmente no fígado a partir dos aminoácidos do glicerol piruvato e lactato A glicose sintetizada utilizando o lactato é transportada pela corrente sanguínea de volta para os musculoesqueléticos para produzir energia durante o exercício Esta transformação do lactato em glicose no fígado e o transporte aos músculos são denominados Ciclo de Cori Figura 7 Fonte Foss e Keteyian 2000 p 71 Figura 7 Ciclo de Cori 178 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Essa remoção do lactato pode ocorrer entre 1 e 2 horas após o término do exercício Depois do aumento de aproximadamente 12 vezes em relação ao valor de repouso o ácido lático pode ser removido e retornar aos valores de repouso em cerca de 40 minutos Observando ainda a Figura 7 se após o término do exercício o indivíduo se exercitar em intensidades baixas entre 30 e 40 do VO2máx a recuperação poderá ser mais rápida É provável que para indivíduos treinados a intensidade da recuperação ativa deva ser maior quando comparada com a de indivíduos destreinados Efeito do treinamento de resistência na remoção do lactato O treinamento de resistência provoca o aumento da densidade e do número de capilares que irrigam a musculatura esquelética Esse aumento favorece o transporte de oxigênio para a musculatura e particularmente para as mitocôndrias porque há diminuição da distância entre o capilar e a mitocôndria como também diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo nos capilares teciduais Com essas alterações a difusão de oxigênio e o tempo para que ocorra tal difusão para as mitocôndrias aumentam Consequentemente o trabalho do fluxo sanguíneo para os músculos é menor em indivíduos treinados Figura 8 179 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Figura 8 Efeito do treinamento de resistência sobre a redistribuição do fluxo sanguíneo e a remoção de lactato durante o exercício submáximo Os músculos conseguem utilizar mais oxigênio com menor fluxo sanguíneo Se o músculo tem menor fluxo sanguíneo os fígados e rins recebem fluxo sanguíneo maior Figura 8 Como o fígado remove o lactato pela gliconeogênese o nível sanguíneo de lactato é menor após um programa de treinamento de resistência Indivíduos destreinados atingem o limiar de lactato em intensidades do VO2máx menores aproximadamente 50 do VO2máx do que os indivíduos treinados cerca de 75 do VO2máx É importante relatar que este é apenas o comportamento do VO2máx e do lactato sanguíneo de determinado indivíduo Dessa forma cada indivíduo apresenta determinado valor de lactato sanguíneo quando comparado com o percentual do VO2máx 180 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no Tópico 4 você deve fazer as leituras indicadas no Tópico 32 para compreender melhor a determinação do consumo máximo do oxigênio e a análise do lactato sanguíneo Vídeo complementar Neste momento é fundamental que você assista ao vídeo complementar Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual clique no ícone Videoaula localizado na barra superior Em seguida selecione o nível de seu curso Graduação a categoria Disciplinar e o tipo de vídeo Complementar Por fim clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos Para assistir ao vídeo pelo seu CD clique no botão Vídeos e selecione Bases Fisiológicas do Movimento Humano Vídeos Complementares Complementar 4 3 CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade 31 FATORES DETERMINANTES E LIMITANTES DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO VO2MÁX O consumo máximo de oxigênio VO2máx pode ser determinado por diversos fatores Dentre eles destacamos o fator genético a idade o sexo e o treinamento Além disso 181 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO existem alguns fatores que limitam o VO2máx tais como a ventilação pulmonar a difusão alveolocapilar de O2 o sistema de transporte de O2 e a diferença arteriovenosa de O2 Para compreender os referidos fatores sugerimos a leitura do artigo descrito a seguir DENADAI B S Consumo máximo de oxigênio fatores determinantes e limitantes Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde v 1 n 1 p 8594 1995 Disponível em httpperiodicos ufpeledubrojs2indexphpRBAFSarticle viewFile454498 Acesso em 11 set 2015 O consumo máximo de oxigênio também pode ser utilizado para predizer a velocidade de corrida em adultos jovens Para responder a essa pergunta leia o artigo descrito a seguir MACHADO F A GUGLIELMO L G A DENADAI B S Velocidade de corrida associada ao consumo máximo de oxigênio em meninos de 10 a 15 anos Revista Brasileira de Medicina do Esporte São Paulo v 8 n 1 p 16 janfev 2002 Disponível em httpwwwscielobrpdfrbmev8n1v8n1a01 pdf Acesso em 11 set 2015 32 DETERMINAÇÃO DO CONSUMO MÁXIMO DO OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Uma questão bastante discutida no meio acadêmico é Qual índice é melhor o consumo máximo de oxigênio ou a análise do lactato sanguíneo O autor Benedito Sérgio Denadai 1999 discute esses dois índices no artigo relacionado a seguir 182 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO É muito interessante essa discussão e você deve fazer a leitura deste artigo para ampliar os seus conhecimentos DENADAI B S Determinação da intensidade relativa de esforço consumo máximo de oxigênio ou resposta do lactato sanguíneo Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde v 4 n 2 p 7781 1999 Disponível em httpwwwperiodicos ufpeledubrojs2indexphpRBAFSarticle viewFile10551220 Acesso em 11 set 2015 A determinação do consumo máximo de oxigênio e a análise do lactato sanguíneo são métodos caros e que exigem um profissional qualificado para aplicálos e analisar os resultados Dessa forma são muito oportunos os métodos indiretos que possam ser utilizados com menor custo e maior facilidade de aplicação Com essa finalidade os autores indicados a seguir publicaram o artigo que aborda tal proposta MAHSEREDJIAN F BARROS NETO T L TEBEXRENI A S Estudo comparativo de métodos para predição do consumo máximo de oxigênio e limiar anaeróbio em atletas Revista Brasileira de Medicina do Esporte v 5 n 5 setout 1999 Disponível em httpwwwscielobrpdfrbmev5n5a02v5n5 pdf Acesso em 11 set 2015 Os artigos anteriormente indicados podem não ser de fácil compreensão porém é necessário que você persista em sua leitura e continue sempre pesquisando mais artigos que tratam de assuntos do seu interesse Somente dessa forma você poderá superar as suas dificuldades e compreender melhor o que os autores propõem Assim desejamos que a leitura desses artigos seja um incentivo para os estudos no decorrer de sua vida acadêmica e profissional 183 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 4 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas 1 Para o indivíduo realizar atividades de longa duração como a natação o ciclismo e a corrida a energia é fornecida principalmente pelo sistema a anaeróbio alático b anaeróbio lático c aeróbio d aeróbio alático e aeróbio lático 2 A mais alta captação de oxigênio alcançada por um indivíduo utilizando grandes grupos musculares pode ser definida como a lactato sanguíneo b consumo máximo de oxigênio c limiar aeróbio d limiar anaeróbio e anaerobiose 3 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir O VO2máx pode ser expresso em valores ou em relação à massa corporal total a relativosabsolutos b definidosindefinidos c totaisparciais d altosbaixos e somadossubtraídos 4 É vantajoso expressar o VO2máx em valores relativos à massa corporal total porque em esportes nos quais o peso corporal influencia no desem 184 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO penho como a corrida a comparação entre indivíduos de diferentes pesos corporais é mais precisa a Sim b Não c Às vezes d Nunca e Nem sempre 5 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir O VO2máx é quanto for a massa muscular empregada até atingir um ponto ótimo de massa muscular ou seja depois de alcançado esse ponto ótimo qualquer aumento da massa muscular poderá refletir em um VO2máx a maiormaiormaior b menormaiormenor c menormenormenor d maiormaiormenor e menormenormaior 6 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir A variação do VO2máx é muito grande Há valores baixos próximos de como em indivíduos com pneumopatias e valores tão altos como que podem ser encontrados em corredores de alto nível a 1 1 1 1 35 m kg min 95 m kg min l l b 1 1 1 1 55 m kg min 35 m kg min l l c 1 1 1 1 65 m kg min 105 m kg min l l d 1 1 1 1 15 m kg min 25 m kg min l l e 1 1 1 1 15 m kg min 85 m kg min l l 185 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO 7 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir Para se obter melhorias no VO2máx é necessário que o indivíduo participe de treinamento abrangendo grandes grupos musculares em exercícios dinâmicos Por exemplo natação ciclismo corrida ou qualquer outra atividade que dure entre com frequência semanal de por semana e intensidade entre do VO2máx a 20 e 30 minutos3 a 5 vezes50 e 85 b 50 e 90 minutos3 a 5 vezes50 e 85 c 20 e 30 minutos5 a 7 vezes50 e 85 d 20 e 60 minutos3 a 5 vezes50 e 85 e 10 e 60 minutos3 a 5 vezes10 e 60 8 A quantidade de ácido lático produzida durante o exercício depende da a massa muscular envolvida b intensidade do exercício c duração do exercício d todas as alternativas anteriores estão corretas e todas estão incorretas 9 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir Indivíduos que iniciam um programa de treinamento de resistência com altos valores de consumo máximo de oxigênio apresentam melhorias na faixa de após dois ou três meses a 23 b 520 c 2030 d 3050 e 5070 10 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir Indivíduos que iniciam um programa de treinamento de resistência com baixos valores de consumo máximo de oxigênio apresentam melhorias na faixa de após dois ou três meses a 23 186 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO b 520 c 1020 d 3050 e 5070 11 Qual dos valores do consumo máximo de oxigênio a seguir é representati vo de um maratonista de alto nível a 1 1 15 m kg min l b 1 1 25 m kg min l c 1 1 35 m kg min l d 1 1 45 m kg min l e 1 1 85 m kg min l 12 Qual das fórmulas a seguir poderia ser utilizada para calcular o consumo máximo de oxigênio a FC máx VS máx diferença arteriovenosa de oxigênio máxima b FC VS máx diferença arteriovenosa de oxigênio máxima c FC máx VS diferença arteriovenosa de oxigênio máxima d FC máx VS máx diferença arteriovenosa de oxigênio e FC VS diferença arteriovenosa de oxigênio máxima 13 O produto do DCM pela diferença máxima arteriovenosa de oxigênio dif artven O2máx é denominado a consumo máximo de oxigênio b limiar aeróbio c limiar anaeróbio 187 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO d máxima fase estável e platô de oxigênio 14 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir No treinado o volume diastólico final é devido a uma do ventrículo esquerdo e do retorno venoso Com isso há uma da contratilidade cardíaca e uma da resistência ao fluxo sanguíneo a maioraumentoaumentoaumento b maioraumentodiminuiçãodiminuição c maioraumentoaumentodiminuição d maiordiminuiçãoaumentodiminuição e menoraumentoaumentodiminuição 15 Qual das alternativas a seguir provoca um aumento do volume de ejeção a um aumento do volume diastólico final b um aumento da contratilidade cardíaca c uma diminuição da póscarga d todas as alternativas anteriores estão corretas e todas estão incorretas 16 Acreditase que o aumento da capacidade de o músculo extrair O2 após um programa de treinamento de resistência devase principalmente ao a aumento da densidade capilar b aumento do número de mitocôndrias c aumento do tamanho das mitocôndrias d aumento do retículo endoplasmático e aumento do complexo de Golgi 17 Resumidamente quais são os fatores que determinam maior consumo máximo de oxigênio a Aumento do DCM e aumento dos capilares b Aumento da diferença arteriovenosa de oxigênio e aumento das mitocôndrias c Aumento do VS e aumento do fluxo sanguíneo 188 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO d Todas as alternativas anteriores estão corretas e Todas estão incorretas 18 Com o aumento da intensidade do exercício há aumento na FC e na pres são arterial sistólica Com isso há aumento na sobrecarga de trabalho do coração O duploproduto é calculado multiplicando a DC x pressão arterial sistólica b VS x pressão arterial sistólica c FC x DC d FC x VS e FC x pressão arterial sistólica 19 Quais fatores influenciam o metabolismo do lactato no exercício a Idade tipo de fibra muscular e disponibilidade de substrato b Tipo de fibra muscular e sexo c Disponibilidade de substrato e condicionamento físico d Idade condicionamento físico e disponibilidade de substrato e Sexo disponibilidade de substrato e idade 20 Assinale qual das opções completa corretamente a sentença a seguir O é definido como a intensidade do exercício correspondente à concentração de 20 mmol de lactato no sangue O é definido como a intensidade do exercício correspondente à concentração de 40 mmol de lactato no sangue a limiar aeróbiolimiar anaeróbio b limiar anaeróbiolimiar aeróbio c limiar aeróbiolimiar aeróbio d limiar anaeróbiolimiar anaeróbio e lactato mínimolimiar aeróbio Gabarito Confira a seguir as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas 189 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Questões Resposta 1 C 2 B 3 A 4 A 5 D 6 E 7 D 8 D 9 A 10 D 11 E 12 A 13 A 14 C 15 D 16 A 17 D 18 E 19 A 20 A 5 CONSIDERAÇÕES Chegamos ao término da quarta e última unidade de Bases Fisiológicas do Movimento Humano Seria muita pretensão de nossa parte acreditar que este material é completo e possibilita a você excelente conhecimento sobre a Fisiologia do Exercício Muito longe disso Para bom conhecimento nesta área é importante que você consulte várias referências bibliográficas e artigos científicos relacionados aos assuntos aqui tratados Com o decorrer dos seus estudos você perceberá que o aprendizado é contínuo isto é as pesquisas são infindáveis 190 BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO UNIDADE 4 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E ANÁLISE DO LACTATO SANGUÍNEO Desejamos que este conteúdo possa ter despertado o seu interesse e prazer pela leitura como também seja apenas o início de muitos anos de dedicação e entusiasmo pela Fisiologia do Exercício 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DENADAI B S Índices fisiológicos de avaliação aeróbia conceitos e aplicações Ribeirão Preto B S D 1999 DENADAI B S GRECO C C Prescrição do treinamento aeróbio teoria e prática Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005 DUFFIELD R DAWSON B GOODMAN C Energy system contribution to 100m and 200m track running events Journal of Science and Medicine in Sport Belconnen v 7 n 3 p 302313 2004 Energy system contribution to 400metre and 800metre track running Journal of Sports Science London v 23 n 3 p 299307 2005 FOSS M L KETEYIAN S J Fox Bases fisiológicas do exercício e do esporte 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 HILL D W Energy system contributions in middledistance running events Journal of Sports Science Abingdon v 17 n 17 p 477483 1999 MARINS J C B GIANNICHI R S Avaliação e prescrição de atividade física guia prático 2 ed Rio de Janeiro Shape 1998 McARDLE W D KATCH F I KATCH V L Fisiologia do Exercício Energia nutrição e desempenho humano 6 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2008 POWERS S K HOWLEY E T Fisiologia do Exercício Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho 8 ed Barueri Manole 2014 ROBERGS R A ROBERTS S O Princípios fundamentais de Fisiologia do Exercício para aptidão desempenho e saúde São Paulo Phorte Editora 2002