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REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps A PSICOLOGIA HUMANISTA DE CARL ROGERS UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO NO CAPS ARTIGO ORIGINAL LARA Renan Gomes 1 LARA Renan Gomes A psicologia humanista de Carl Rogers uma perspectiva de trabalho no caps Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento Ano 03 Ed 10 Vol 06 pp 125136 Outubro de 2018 ISSN24480959 RESUMO Esse trabalho é resultado da experiência de estágio em um Centro de Atenção Psicossocial CAPS é considerado um dos dispositivos de atenção à saúde o atendimento clínico em regime diário evitando assim as internações para o paciente O objetivo geral deste estudo foi a perspectiva de trabalhar a Abordagem Centrada na Pessoa ACP de Carl Rogers junto aos pacientes com transtorno mental grave O delineamento da pesquisa foi do tipo qualitativo descritivo exploratório interventivo epidemiológico Para coleta de dados foi utilizada a técnica de observação dinâmicas relato de onze sessões do grupo terapêutico de reflexão A análise dos dados foi realizada através da caracterização do grupo e dos participantes da pesquisa discussões das sessões e dos fenômenos apresentados no processo grupal assim como da análise textual qualitativa Os resultados apontam que a psicologia humanista inserida na política pública da saúde mental contribui significativamente para o fortalecimento das relações interpessoais a autonomia do sujeito a diminuição do sofrimento psíquico a expansão da consciência e a direção construtiva da reestruturação da personalidade 1 Bacharel em Psicologia Faculdade UNIGRAN Capital pósgraduando em Neuropsicologia pela Universidade Candido Mendes UCAM REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps Palavraschave Psicologia Abordagem Centrada na Pessoa Saúde Mental CAPS INTRODUÇÃO É sabido que a história da Reforma Psiquiátrica no Brasil é recente assim como a luta para à conquista dos direitos básicos à saúde dos pacientes internados Pois o antigo modelo manicomial violava o direito e a defesa dos cidadãos privando a sua autonomia de maneira radical BRASIL 2005 Na contramão de várias lutas e conquistas para o campo da saúde mental no que diz respeito a direitos na legislação brasileira a Lei nº 1021601 proposta do Deputado Paulo Salgado PTMG aprovado no Congresso Nacional somente após doze anos de tramitação é sancionada no país Nesse sentido a assistência alinhouse a programa de promoção e prevenção da saúde surge nesse cenário um novo modelo comunitário de saúde pública BRASIL 2005 No contexto nacional da assistência à saúde mental esteve atrelada às reivindicações da reforma sanitária Portanto buscouse a construção do conjunto de políticas públicas que contribui para o atendimento à saúde da população SALES DIMENSTEIN 2009 Dessa forma a política nacional de desinstitucionalização dos pacientes internados propôs a novos programas como a Residência Terapêutica Programa Volta para Casa Centro de Reabilitação e o Centro de Atenção Psicossocial CAPS Esse estudo é de grande relevância no cenário atual da saúde mental fazendose notório o serviço prestado no Centro de Atenção Psicossocial CAPS que é considerado um dos dispositivos de atenção à saúde o atendimento clínico em regime diário evitando assim as internações para o paciente Desse modo a psicologia busca compreender a complexidade biopsicossocial no âmbito do transtorno mental grave e como se dá as ações intersetoriais para o processo de reabilitação psicossocial De modo abrangente à saúde mental é uma parte integrante do Sistema Único de Saúde SUS e deve conter serviços integrados na promoção e prevenção da saúde REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps conquista instituída em Lei Federal na década noventa O SUS é a conquista da luta da população brasileira através da Conferência Nacional de Saúde instituída em 1988 BRASIL 2011 A Constituição Federal de 1988 no art 196 estabelece A saúde é direito de todos e dever do Estado garante o acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção proteção e recuperação da saúde BRASIL 2011 Nesses aspectos a psicologia usa os subsídios da Constituição Federal 1988 buscando promover e recuperar os processos psíquicos do paciente com transtorno mental grave A perspectiva da linha de cuidado em saúde mental proporciona a função estratégica de promoção à saúde visando à qualidade dos serviços prestados contribuindo para a autonomia do sujeito De acordo com o Conselho Federal de Psicologia 2013 p 82 Ela exigiu e exige do sistema de saúde e das profissões nele inseridas um processo longo e complexo de cuidados orientados pela possibilidade da pessoa se apropriar do seu processo de saúde e doença O objetivo geral deste estudo foi a perspectiva de trabalhar a Abordagem Centrada na Pessoa ACP de Carl Rogers para uma nova forma de atendimento humanizado dos pacientes com transtorno mental grave bem como descrever as melhoras significativas ao tratamento através do grupo terapêutico de reflexão caracterizando às atitudes facilitadoras e a atuação do terapeuta no grupo correlacionandoa com a Política Nacional de Saúde Mental O delineamento do relato de experiência foi do tipo qualitativa descritivo exploratório interventivo epidemiológico com autorização da Secretaria Municipal de Saúde Pública SESAU A coleta de dados foi realizado no Centro de Atenção Psicossocial CAPS no Estado de Mato Grosso do Sul localizado no município de Campo Grande realizado no período de março a junho de 2017 A amostra foi constituída de 9 participantes do grupo terapêutico de reflexão mediante a autorização da psicóloga responsável pelo grupo REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps Para coleta de dados foi utilizada a técnica de observação dinâmicas relato de onze sessões do grupo terapêutico preservando a identidade dos participantes utilizados somente para fins educacionais e científicos Para a análise dos dados foi realizada através da caracterização do grupo e dos participantes da pesquisa discussões das sessões e dos fenômenos apresentados no processo grupal assim como à análise textual qualitativa Com relação ao cronograma este foi seguido com rigor buscando se pautar na entrega dos relatórios parcial e final 1 REFORMA PSIQUIÁTRICA E O NOVO MODELO DE ATENDIMENTO NO BRASIL No Brasil em meados da década de setenta houve o avanço do chamado movimento sanitarista que teve o objetivo principal de fortalecer as mudanças significativas no modelo de gestão e das práticas da saúde pública a fim de proporcionar a maior autonomia aos trabalhadores e usuários de modo sistemático A proposta da Reforma Psiquiátrica no Brasil é recente como também a sua história de lutas teve diversos atores que contribuíram para o fortalecimento desse movimento social Muitos eram contra a maneira violenta que os pacientes psiquiátricos eram submetidos pois privava o direito e a defesa como cidadão Dessa forma o novo modelo da reforma buscou a transformação das práticas utilizadas dentro dos hospitais psiquiátricos proporcionando aos familiares participarem dos cuidados ao serviço de saúde prestado BRASIL 2005 Ao longo da história surge o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental MTSM trabalhadores ligados a reforma sanitária associações de familiares e os pacientes que tiveram um longo período de internação esse fato ocorreu em 1978 Esse movimento foi muito importante para que houvessem as denúncias de violência manicomial com os pacientes internados A crítica deuse de certa forma ao saber médico que utilizava de métodos e técnicas para hospitalizar os doentes de maneira radical BRASIL 2005 REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps Nessa perspectiva surge o novo modelo de trabalho antes utilizado somente na Itália como uma forma inovadora de conduzir o tratamento dos pacientes internados aliandose à prática e o conhecimento adquirido A nova possibilidade de trabalhar propõe a ruptura com o antigo modelo manicomial brasileiro tornouse o exemplo a Colônia Juliano Moreira Rio de Janeiro que atendia mais de 2000 pacientes na década de oitenta Através dos resultados positivos dos pacientes internados surge o primeiro Centro de Atenção Psicossocial CAPS no Brasil em São Paulo no ano de 1987 Também houve a implantação na cidade de Santos os primeiros Núcleos de Atenção Psicossocial NAPS funcionando 24 horas avanços significativos no processo da reforma psiquiátrica BRASIL 2005 A proposta do então Deputado Paulo Salgado PTMG para o Projeto de Lei no Congresso Nacional buscava a regulamentação dos direitos para os pacientes com transtorno mental visando a um novo modelo manicomial no Brasil assim o primeiro passo da luta nos campos da reforma psiquiátrica na saúde De acordo com a Constituição Federal de 1988 no art 196 estabelece A saúde é direito de todos e dever do Estado garante o acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção proteção e recuperação da saúde BRASIL 2011 A regulamentação da lei propôs a substituição de vários leitos psiquiátricos isto é a maior abrangência da rede e acesso da atenção à saúde A proposta e a aprovação da Lei Federal 10216 somente ocorreu no ano de 2001 Ou seja trouxe o direcionamento aos serviços ofertados de base comunitária instituindo assistência alinhando a programas de promoção à saúde mental traçando estratégias e reduzindo os possíveis danos e futuras internação aos pacientes Surge nesse cenário promissor um novo modelo comunitário de saúde pública BRASIL 2005 2 O CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CAPS De acordo com Sales e Dimenstein 2009 p 278 afirma que REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps No contexto nacional a revisão do paradigma psiquiátrico de assistência à saúde mental esteve atrelada às reivindicações da reforma sanitária com o engajamento dos profissionais de saúde e da sociedade civil na busca da construção de um conjunto de políticas públicas que assegurassem a saúde da população Essas lutas sociais culminaram na criação do SUS e na aprovação de uma legislação específica que visava orientar a desconstrução do modelo manicomial vigente no Brasil O Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar Psiquiatria PNASH criado em 2002 pelo Ministério da Saúde MS cria os mecanismos de fiscalização em unidades de atendimento nos três campos complementares técnicoclínico vigilância sanitária e o controle normativo BRASIL 2005 A Lei Federal 1021601 2005 juntamente com a Política Nacional de Desinstitucionalização buscaram recursos para conduzir os pacientes internados a novos programas como a Residência Terapêutica o Programa Volta para Casa o Centro de Reabilitação e o Centro de Atenção Psicossocial CAPS Segundo a publicação de Nunes Torres e Zanotti 2015 p 136 é correto afirmar que Dentre essas redes o Centro de Atenção Psicossocial CAPS é considerado o dispositivo de atenção à saúde mental que possui valor estratégico para efetiva Reforma Psiquiátrica O serviço presta atendimento clínico em regime de atenção diária evitando assim as internações em hospitais psiquiátricos além de ter as funções de inserir socialmente as pessoas com transtornos mentais através de ações intersetoriais A saúde mental é parte integrante do Sistema Único de Saúde SUS pois deve conter serviços integrados à promoção e a prevenção à saúde O SUS é uma conquista na luta da população brasileira através da Conferência Nacional de Saúde instituída em 1988 E considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde constituem os REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps princípios doutrinários da rede como a Universalidade a Equidade a Regionalização Hierarquização e a Descentralização BRASIL 2011 O princípio da Equidade na política pública da saúde assegura a construção da rede de apoio ao serviço prestado para o usuário com diversos profissionais Esse é um dos principais objetivos da política pública da saúde mental entendido pelo Conselho Federal de Psicologia 2013 p 28 A característica principal apresentada e buscar a integração dos usuários a um ambiente social e cultural concreto designado como seu território o espaço da cidade onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares Tem como preceito fundamental ajudar o usuário a recuperar os espaços não protegidos mas socialmente passíveis à produção de sentidos novos substituindo as relações tutelares pelas relações contratuais especialmente em aspectos relativos à moradia ao trabalho à família e à criatividade O Centro de Atenção Psicossocial CAPS atribui a distinção pelo território e à capacidade de atendimento dessa forma é organizada pelo perfil da demanda nos municípios brasileiros Encontrase os diversos tipos o CAPSi infantil o CAPSad álcool e droga o CAPS I o CAPS II o CAPS III BRASIL 2005 É concebido como um nova alternativa terapêutica distanciando do antigo modelo hospitalocêntrico Para Cardoso e Seminotti 2006 os CAPS passaram a ter uma função estratégica de articular as forças de atenção em saúde mental dentro da comunidade visando à promoção à qualidade do serviço prestado contribuindo na autonomia dos usuários O Conselho Federal de Psicologia 2013 p 82 afirma que Essa perspectiva de linha de cuidados para as pessoas com transtornos mentais que é também hoje uma perspectiva de orientação para o cuidado de outras doenças crônicas pauta uma transformação importante às profissões no campo da assistência marcadas tradicionalmente por uma forte vocação ambulatorial Ela exigiu e exige REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps do sistema de saúde e das profissões nele inseridas um processo longo e complexo de cuidados orientados pela possibilidade da pessoa se apropriar do seu processo de saúde e doença As atividades realizadas vão desde o atendimento individual grupal familiar comunitária Assembleias ou Reuniões de Organização de Serviços Portanto o serviço busca produzir a resolubilidade do sofrimento psíquico e contribui para a sua inserção gradual ao convívio social tal como a autonomia do cidadão BRASIL 2005 O sofrimento psíquico ou a crise sua expressão mais intensa podem assim ser percebidos para além da dimensão psicopatológica Entra em jogo aqui a necessária escuta e o reconhecimento do sujeito e do laço social Assim temos a psicopatologia articulada à dimensão subjetiva e ao laço social A crise do sujeito ou o conflito que não encontrou lugar na subjetividade e por isso tornouse insuportável e transbordou precisa ser escutada naquilo que esta produz de tensionamento ruptura ou conexão com os laços sociais Mudando a abordagem mudase também a resposta CONSELHO F P 2013 p 97 O desenvolvimento das práticas integrativas são pautadas na Política Nacional de Humanização PNH Ou seja investir na saúde da população é muito importante como também em aproximar o paciente da relação familiar e da comunidade contribui para a compreensão do processo saúde e doença Os profissionais que atuam na saúde mental devem buscar o trabalho compartilhado com a Unidade Básica de Saúde UBS a fim de expandir o cuidado humanizado Humanizar é aceitar esta necessidade de resgate e articulação dos aspectos subjetivos indissociáveis dos aspectos físicos e biológicos Mais do que isso humanizar é adotar uma prática em que profissionais e usuários consideram o conjunto dos aspectos físicos subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde Humanizar referese portanto à possibilidade de assumir uma postura ética de respeito ao REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps outro de acolhimento do desconhecido e de reconhecimento dos limites BRASIL 2001 p 52 O processo de trabalho na saúde mental é dinâmico como a sua relação da rede assistencial Dessa forma o campo do serviço público demanda do profissional à qualificação em especial à gestão participativa da equipe atribuindo assim à valorização à inclusão do acolhimento ao usuário SALES DIMENSTEIN 2009 O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalhos em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários Implica prestar um atendimento com resolubilidade e responsabilidade orientando quando for o caso o paciente e a família em relação a outros serviços de saúde para continuar da assistência estabelecendo articulações com estes serviços para garantir a eficácia desses encaminhamentos BRASIL 2001 p 09 No Centro de Atenção Psicossocial CAPS o paciente é acompanhado por um Técnico de Referência TR isto é um profissional da saúde que auxilia o seu projeto terapêutico singular de forma a re definir as atividades terapêuticas assim como a participação nos serviços ofertados O desenvolvimento do trabalho proporciona traçar metas e avaliações periódicas a fim de dialogar com à equipe multidisciplinar promovendo o apoio matricial BRASIL 2004 O apoio matricial é um arranjo organizacional que viabiliza o suporte técnico específico em áreas especificas para as equipes responsáveis pelo desenvolvimento de ações básicas de saúde Nesse arranjo a equipe de saúde mental compartilha alguns casos com as equipes de Atenção Básicas Esse compartilhamento se produz em forma de co responsabilização pelos casos que pode se efetivar através de discussões conjuntas de casos intervenções conjuntas as famílias e REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps comunidades ou sem atendimento conjuntos e também na forma de supervisão e capacitação BRASIL 2005 p 33 Nesse sentido o psicólogo trabalha com a promoção da saúde mental do paciente colaborando para a inserção gradual ao convívio familiar social e autônomo Assim compreender a complexidade da demanda psíquica está atrelada a psicologia tornandoa relevante ao campo da saúde pública DIAS CARDOSO 2012 A reforma psiquiátrica atribuiu o conceito de porta aberta e hoje encontrase inserida na política pública do CAPS que é entendida como o espaço aberto e acolhedor sem trancas nem cadeados acolhendo a crise psíquica do sujeito A contribuição de Lobosque 2007 p 56 ressalta que portas que dão acesso a um espaço cujo contorno não se faz por muros ou grades A partir daí é preciso sustentar as várias consequências dessa livre e essencial abertura A importância das estratégias terapêuticas está além do espaço físico do cuidado e devem abranger a prática multiprofissional tal como proporcionar a reflexão dos conceitos da intervenção no campo da saúde mental a fim de promover autonomia e prevenir possíveis recaídas dos pacientes BRASIL 2004 3 ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA ACP A psicologia estava em grande expansão nos Estados Unidos no início da década de cinquenta Nesse período surge o novo movimento denominado de psicologia humanista A linha de pensamento humanista pontuava reações adversas frente ao trabalho determinista e limitador das escolas teóricas a psicanálise e o comportamentalismo pois reduzia as características da natureza humana e o desenvolvimento pleno SANTOS LARA CRUZ 2018 O trabalho dos psicólogos humanistas seria proporcionar o apoio à capacidade de crescimento do indivíduo em sua integralidade acolhendo os sentimentos e percepções da realidade sem impor a sua visão FREIRE 2006 REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps Nesse cenário promissor da psicologia surge um teórico humanista visionário que propõe uma nova forma de conduzir a psicoterapia clínica Carl Ransom Rogers 19021987 renomado psicólogo estadunidense PhD em Psicologia Clínica e Educacional na Universidade de Colúmbia Trabalhou no Centro de Aconselhamento da Universidade de Chicago com a perspectiva teórica e a prática sobre intervenções psicoterapêuticas que têm o objetivo de mudança da personalidade BRANCO 2015 Suas obras são mundialmente conhecidas O desenvolvimento da Abordagem Centrada na Pessoa ACP tem diversos objetivos entre eles a estruturação a desestruturação e reestruturação da personalidade Segundo Branco e Cirino 2016 a teoria busca a compreensão operacionalizada de condições clínicas necessárias e suficientes para a mudança da personalidade através das pesquisas empíricas sobre as condições de funcionamento do self eu e a interação do organismo com o ambiente Nesse contexto a atualização do eu é a expressão que define a experiência do organismo levandoo a uma compreensão de si Dessa forma constitui o subaspecto da motivação baseado em experiências passadas estimulações presentes e expectativas futuras FREIRE 2006 Durante sua extensa pesquisa científica Rogers foi elaborando novas perspectivas de trabalho na clínica assim a mudança de Terapia Centrada no Cliente TCC para a Abordagem Centrada na Pessoa ACP isto é consiste em um maior arcabouço teórico de forma estruturada para compreender a prática das relações interpessoal MESSIAS CURY 2006 A primeira fase da TCC é compreendido pelo fortalecimento das ideias a respeito da prática psicoterapêutica clínica A compreensão do cliente em sua integralidade dita como uma filosofia própria da visão de Rogers sobre o ser humano Na segunda fase que compreende a ACP proporciona a ampliação para outros contextos clínicos e terapêuticos a psicologia humanista posicionase junto a educação às relações interpessoais a mediação dos conflitos de grupos Através das atitudes facilitadoras REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps defendida pelo teórico contribuem para novas possibilidade de atendimento porém sem perder a sua essência Branco 2015 a experiência na clínica Rogers desenvolveu a sua teoria da personalidade A aceitação dos sentimentos do cliente pelo terapeuta é muito importante assim cria um ambiente permissivo e não diretivo ou seja acolhe o indivíduo como único em sua experiência e define o fenômeno orgânico eventos percepções sensações e impactos dos quais as pessoas não tomam consciência movendo o organismo a desenvolver as suas potencialidades Nesse sentido o terapeuta realiza interferências no campo experiencial do cliente sendo assim o ser humano é direcionado a buscar uma forma congruente para a sua vida Portanto é necessário discutir alguns conceitos importantes na perspectiva centrada na pessoa como a congruência a empatia e consideração positiva incondicional A congruência é o termo utilizado para referirse ao grau de exatidão entre a experiência da comunicação e a tomada de consciência ou seja o equilíbrio entre o estado de coerência interna e a autenticidade do indivíduo levandoo a aceitar os sentimentos experiências e atitudes desenvolvidas na relação com o outro CAZON 2005 A compreensão empática significa envolver com dedicação e compromisso a fim de experiênciar com aceitação o mundo interno do cliente como se fosse o nosso sem préjulgamento permitir a vivência dos componentes emocionais e atitudes que ele está tentando expressar deixar de ser observador externo e tornase participante De modo que será um jeito de ser aceitando o outro empaticamente o terapeuta precisa pôr de lado o seu próprio eu MESSIAS 2001 A consideração positiva incondicional entendese como a aceitação de cada aspecto da experiência do outro sem jamais impor as condições para aceitar e apreciar o outro como pessoa Essa técnica implica o cuidado não possessiva apreciar a REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps singularidade e a particularidade da pessoa e a quem se permite ter os próprios sentimentos e suas próprias experiências FORMOSINHO 2006 4 RESULTADO E DISCUSSÃO Os resultados apresentados foram coletados no Centro de Atenção Psicossocial CAPS durante o período do estágio supervisionado específico em psicologia o trabalho deuse com os pacientes que frequentam a instituição há mais de um ano O plano de ação foi aprovado pela psicóloga técnica responsável que orientou todo o processo do estágio a campo A intervenção dentro da instituição ocorreu por meio do Grupo Terapêutico de Reflexão Todos os pacientes do grupo possuem Transtorno Mental Grave Compreendido por Pereira 2009 como o desajustamento psicológico entre a estrutura do self e toda a sua experiência do organismo seja sensorial ou visceral que o indivíduo não consegue assimilar uma relação coerente No entanto com a intervenção proposta o indivíduo tornase um organismo pleno que funciona mais plenamente e devido a consciência de si mesmo que ocorre livremente e através da sua experiência tornase uma pessoa que funciona de um modo mais pleno ROGERS 1976 p 170 Os demais dados estão na Tabela 1 Tabela 1 Distribuição do tempo de tratamento e quadro clínico dos participantes do grupo terapêutico NOME IDADE TEMPO CID 10 QUADRO CLÍNICO Sujeito 1 43 anos 3 anos F32 Episódio Depressivo Sujeito 2 47 anos 3 anos F32 F41 Episódio Depressivo Outro Transtornos Ansiosos REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps Sujeito 3 47 anos 10 anos F31 Transtorno Afetivo Bipolar Sujeito 4 58 anos 2 anos F32 F41 Episódio Depressivos Outros Transtornos Ansiosos Sujeito 5 37 anos 5 anos F 322 Transtorno Depressivo Recorrente episódios atual grave sem sintomas psicóticos Sujeito 6 52 anos 2 anos F 33 Transtorno Depressivo Recorrente Sujeito 7 42 anos 10 anos F41 F334 Outros Transtornos Transtorno Depressivo Recorrente atualmente em remissão Sujeito 8 51 anos 4 anos F33 Transtorno Depressivo Recorrente Sujeito 9 45 anos 5 anos F33 Transtorno Depressivo Recorrente Fonte Centro de Atenção Psicossocial CAPS Campo Grande MS 2017 De acordo com Rogers 2002 p 45 o significado de grupo é compreendido como o crescimento pessoal desenvolvimento e aperfeiçoamento da comunicação e relações interpessoais em vez de serem estes os objetivos secundários No entanto para Cazon 2005 ressalta que a dinâmica do grupo terapêutico é muito importante para a experiência em uma determinada realidade isto é abrange de maneira sistemática a caraterística da definição grupal Portanto o objetivo é facilitar a construção do trabalho com os participantes ou seja expressar as relações variáveis da sua experiência subjetiva exigindo um estudo detalhado que segue os fenômenos das relações humanas A Abordagem Centrada na Pessoa ACP de Carl Rogers busca compreender o processo do fenômeno grupal e às atitudes facilitadoras que proporciona o clima psicológico de segurança objetivando a expressão dos sentimentos e dos REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps pensamentos entre os membros do grupo e produzem a confiança mútua reduzindo as defesas progressivas que a definem ROGERS 2002 Segundo Pereira 2009 p 24 afirma que ao colocar em prática a técnica da observação perante o grupo proporciona o melhor ponto de observação para compreender o comportamento é estrutura de referência interna do próprio indivíduo Entretanto Cazon 2005 p 39 ao lidar com seres humanos o investigador passa a ter um substrato em comum de identidade tornandoos imbricados e comprometidos Nesses aspectos o terapeuta atua como um facilitador perante o grupo buscando possibilitar a experiência construída no fenômeno aquieagora No grupo terapêutico o facilitador terapeuta cria o setting terapêutico e possibilita de maneira autêntica os membros a produzirem à obtenção do insight assim como a expressão das emoções e dos sentimentos Nesse contexto a dinâmica proporciona ao participante a busca de uma direção congruente para a sua própria vida Rogers 2002 p 138 afirma que ocorrem mudanças na sensibilidade na capacidade de dirigir os sentimentos na direção da motivação nas atitudes para com o eu nas atitudes para com o outro e suas interdependências Sendo assim Pereira 2009 salienta que a tomada da consciência pelos membros do grupo possibilita a compreensão de que todas as experiências sejam dignas de consideração Segundo Rogers 2002 p10 afirma que o objetivo principal de quase todo membro é encontrar caminhos para a relação com os outros membros e consigo próprio O manejo do grupo terapêutico pautouse através da consideração positiva incondicional ou seja a maneira do facilitador relacionar com todos os participantes de forma autêntica para assim promover a mudança interna e desenvolvimento construtivo da personalidade ROGERS et al 1977 A prática desenvolvida com o grupo ocorreu através da compressão dos fenômenos apresentados que permeia as relações humanas A análise dos dados encontrados foi realizada pela caracterização do grupo e dos participantes a análise textual REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps qualitativa discussões das sessões que proporcionou o desenvolvimento significativo da autonomia o fortalecimento da autoestima o empoderamento e as relações interpessoais conforme Quadro 2 Quadro 2 Representação do desenvolvimento dos participantes no processo grupal e objetivo das dinâmicas Grupo Desenvolvimento Objetivo Dinâmica 1 Início Grupo receptivo pouco participativo apresenta grande ansiedade e dificuldade em ouvir o outro cobrança excessiva do eu exigência em relação ao tratamento Final apresenta empatia perante aos demais participantes expressão dos sentimentos gratidão perante os psicólogos do CAPS conseguiram refletir em expectativas futuras e na melhora ao tratamento O objetivo consiste em despertar o otimismo e promover a autoestima contribuindo na melhora significativa ao seu tratamento Assim permite criar possibilidade de reflexão e enfrentamento da sua vida auxiliando também para a autonomia como cidadão e o desenvolvimento das relações interpessoais Dinâmica 2 Início Grupo receptivo pouco participativo apresentando irritabilidade e ansiedade dificuldade em ouvir o outro cobrança excessiva exigência em relação ao tratamento Final apresenta empatia perante os demais O objetivo e a externalização dos sentimentos Permite a representação de maneira simbólica do medo ansiedade e desejo A construção de possíveis formas de manejar o tratamento foi elaborada no grupo por meio do diálogo REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps participantes expressão dos sentimentos gratidão perante os psicólogos e ao convívio no CAPS conseguiram refletir sobre a atitude de enfrentamento ao tratamento troca de experiência expectativa de vida e melhora aos sintomas do transtorno através dos relatos das experiências etc Dessa modo fez com que os participantes sintamse cada vez mais empoderados ao tratamento Dinâmica 3 Início Grupo receptivo pouco participativo demonstra grande ansiedade dificuldade em ouvir o outro cobrança excessiva e exigência em relação ao tratamento foco na patologia sem expectativa de melhora dependência familiar Final Muito participativo demonstraram empatia perante os demais participantes expressão dos sentimentos gratidão e entusiasmo no tratamento conseguiram refletir sobre os eventos negativos da vida expectativa de voltar a trabalhar e a estudar O objetivo e fazer os participantes relembrarem os eventos mais marcante da vida Portanto foram convidados a fazer uma breve análise das experiências ao longo da sua história como os fatos positivos ou negativos A atividade contribui de maneira reflexiva para os membros do grupo demostrando resultado ao seu processo de crescimento autônomo Dinâmica 4 Início Grupo receptivo pouco participativo apresenta grande irritabilidade e O objetivo é demonstrar qual é a imagem estou passando perante o grupo O meu REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps dificuldade em ouvir o outro conflitos familiar e social cobrança excessiva do eu exigência em relação ao tempo de tratamento Final apresenta a empatia perante os demais participantes muito participativo expressão dos sentimentos elaboraram novas relações de trabalho gratidão ao tratamento no CAPS conseguiram refletir sobre atitude perante o grupo à família e o convívio social expectativa de melhorar financeiramente na vida comportamento interfere na relação com o outro assim como na relação familiar social e profissional Nesse contexto a simbolização ocorreu por meio do desenho portanto correlacionou a figura desenhada com os aspectos do comportamento do paciente A reflexão ocorreu por meio dos aspectos comportamentais e das relações interpessoais Fonte Adaptado de Dias e Cardoso 2012 p 251 No grupo terapêutico ficou nítido que os participantes encontrase no processo da incongruência ou seja alienação do self em relação ao organismo O self é entendido como o autoconceito que a pessoa têm de si mesma portanto baseiase em experiências passadas estimulações presentes e expectativas futuras FREIRE 2006 Nesse sentido Formosinho 2006 ressalta que os membros do grupo estão na busca de um self ideal entendido como o conjunto de características que o indivíduo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo Pereira 2009 p 2425 afirma que a estrutura do self um padrão conceitual organizado fluido e coerente de percepções de características e relações do eu ou de mim juntamente com valores ligados a esses conceitos Assim o facilitador contribui de maneira autêntica para a construção de um ponto de experiência REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps vivencial ou seja empresta o seu self como o suporte na elaboração do campo da consciência dos participantes compreendendo a estrutura do seu organismo A acolhida dos fenômenos da experiência pelo facilitador terapeuta junto aos participantes ocorreu através da atitude de compressão empática a fim de perceber o mundo interior de sentidos pessoais e íntimos do cliente como se fosse o seu mas sem jamais esquecer a qualidade de como se é a empatia e aparece essencial para uma relação que provoque o crescimento ROGERS et al 1977 p 107 Delimitar o espaço no campo da experiência contribuiu de maneira significativa para a reflexão dos participantes em relação ao comportamento do organismo no grupo Assim Pereira 2009 entender que a experiência de si é um fator intrínseco que abrangente os fatos e os acontecimentos do organismo para a tomada da consciência isto é correlaciona de maneira autentica e consciente a compreensão do eu pelo indivíduo no ambiente A noção do eu determina o processo construtivo e a direção congruente para a vida da pessoa tal como as relações interpessoais Para os autores Souza Callou Moreira 2013 o sujeito tornase ansioso vulnerável e desadaptado a experiência negativa do organismo no ambiente Dessa modo a construção das relações interpessoais positivas e favoráveis é proposta pelo facilitador durante a coexperiência em relação à valorização à conservação e à concepção que o sujeito têm si mesmo Segundo Rogers 2002 afirma que durante o processo do grupo a uma diminuição da rigidez defensiva cada membro predispõe a ouvir o outro sem interferência de maneira recíproca Tornandose duradoura ou temporária a experiência que o grupo segue Há cada vez mais uma chamada a si próprios sentimentos e o desejo de vivê los de ser o verdadeiro eu ROGERS 1976 p 123 O impulso em direção à saúde e uma concepção intrínseca do próprio ser humano A tomada da consciência por parte dos participantes contribuem para uma adaptação e a busca da tendência à atualização tendência frente à valorização ou REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps enriquecimento que move todo organismo a realidade e percepção no sentido de desenvolver todas as suas potencialidades ROGERS 1976 Diante deste estudo a psicologia humanista colabora no entendimento de tal fenômeno como ele se apresenta Entretanto Cazon 2005 p 22 apud Rogers 1984 afirma que o fundamental é a consciência de si mesmo a viagem ao interior de si que nunca se completa está sempre em desenvolvimento A linha de pensamento dos autores supracitados fica visível a construção que compreende a importância do grupo terapêutico para os participantes é que o indivíduo se torna na sua consciência aquilo que é na experiência por outras palavras um organismo humano completo e em pleno funcionamento ROGERS 1976 p 104105 O sentimento de aceitação por parte do facilitador e o respeito perante os membros do grupo terapêutico atribuem a expansão da consciência assim como a relação interpessoal cria vínculos que aproximase da admiração à medida que vamos assistindo à luta profunda e corajosa que a pessoa trava para ser ela própria ROGERS 1976 Os facilitadores não tem um objetivo específico no grupo terapêutico eles são condutores para que os participantes desenvolvam a sua própria direção a uma vida congruente ROGERS 2002 Nessa perspectiva salienta Rogers 2002 p 52 ressaltando que Se por um lado a maioria ou todos os membros sentem ainda que foi uma experiência que valeu a pena que de certo modo os fez avançar no seu crescimento então para mim merece a designação de grupo bem sucedido CONSIDERAÇÕES FINAIS A proposta de conhecer o funcionamento do Centro de Atenção Psicossocial CAPS considerado um dos dispositivos de atenção à saúde mental Permitiu o estudo das Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas os no CAPS 2013 tal como das REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental contribuiu de maneira significativa a compreensão da demanda de atendimento dos territórios e das ações intersetoriais para o processo de reabilitação psicossocial Nesse contexto o atendimento é clínico em regime diário a fim de evitar novas internações dos pacientes O acolhimento humanizado dentro da instituição atribuiu a escuta qualificada do sofrimento psíquico do indivíduo A complexidade do transtorno mental grave é recorrente e faz com que os profissionais lidam constantemente buscando entender o processo de saúde e doença do paciente fatores que demanda o fortalecimento dos laços sociais em seu território O objetivo geral do estudo foi a perspectiva de trabalhar a Abordagem Centrada na Pessoa ACP de Carl Rogers junto aos pacientes com transtorno mental grave correlacionando com a psicologia Nestes aspectos mostrouse eficaz a prática do grupo terapêutico de reflexão com os usuários promoveu o desenvolvimento significativo da autonomia fortalecimento autoestima empoderamento e das relações interpessoais De acordo com Bacellar Rocha e Flôr 2012 p 138 É preciso ousar adentrar os ambientes muitas vezes hostis para que com o jeito de ser centrado na pessoa estes também possam se tornar permissivos e aceitadores Portanto a psicologia humanista contribui significativamente para a saúde mental agregando o conhecimento teórico forte e consistente da Abordagem Centrada na Pessoa através das atitudes facilitadoras atribuiu o processo da estruturação da desestruturação e da reestruturação da personalidade Nesse sentido Tassina et al 2011 ressalta que a intenção da ACP é focalizar na reorganização da personalidade isto é o fenômeno experiencial e a relação interpessoal contribuem para a maior dimensão do atendimento ao sofrimento psíquico O trabalho na saúde mental é uma construção constante de novos modelos de atendimento Ou seja não devemos nos ater apenas a patologia e sim definir novas REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps atividades buscando estratégia terapêutica pensar e repensar os conceitos de acolhimento observar e escutar o sujeito em sua complexidade de modo singular que se dá o processo da saúde e doença Concluise que todo ser humano participa de um processo evolutivo de desenvolvimento e amadurecimento voltandose para uma tendência à auto realização e atualização devido a buscar de uma direção congruente para a vida A construção experiencial do organismo é privilegiada dentro do grupo terapêutico pois atribuem para a relação dinâmica entre os participantes construindo o processo de expansão da consciência direção positiva e construtiva da reestruturação do Self REFERÊNCIAS BACELLAR A ROCHA J S X FLÔR M D S Abordagem centrada na pessoa e políticas públicas de saúde brasileiras do século XXI uma aproximação possível Rev NUFEN online v4 n1 janeirojunho 127140 2012 Disponível em httppepsicbvsaludorgpdfrnufenv4n1a11pdf Acesso em 10 de Setembro de 2017 BRANCO P C C Psicologia humanista de Carl Rogers manuscrito recepção e circulação no Brasil Paulo Coelho Castelo Branco 2015 Disponível em httpwwwbibliotecadigitalufmgbrdspacebitstreamhandle1843BUBD A5MKEEtesepaulocoelhopdfsequence1 Acesso em 09 de Setembro de 2017 BRANCO P C C CIRINO S D Reflexões sobre a consciência na fenomenologia e na abordagem centrada na pessoa Gerais Revista Interinstitucional de Psicologia 9 2 jul dez 2016 241 258 Disponível em httppepsicbvsaludorgpdfgeraisv9n2v9n2a07pdf Acesso em 09 de Dezembro de 2017 BRASIL Ministério da Saúde Secretaria de Assistência à Saúde Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar Ministério da Saúde Secretaria de Assistência à Saúde Brasília Ministério da Saúde 2001 REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps BRASIL Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Saúde mental no SUS os centros de atenção psicossocial Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Brasília Ministério da Saúde 2004 BRASIL Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde DAPE Coordenação Geral de Saúde Mental Reforma psiquiátrica e políticas de saúde mental no Brasil Documento apresentado a Conferencia Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental 15 anos depois de Caracas OPAS Brasília novembro de 2005 BRASIL Carta Dialogando Sobre o SUS Direitos e Deveres dos Usuários Campo Grande MS 2011 CARDOSO C SEMINOTTI N O grupo psicoterapêutico no caps Ciência e Saúde Coletiva 11 3 775 783 2006 Disponível em httpwwwscielobrpdfcscv11n330992pdf Acesso em 07 de Abril de 2017 CAZON M A B A importância dos grupos de encontro na formação do psicoterapeuta centrado na pessoa 2005 Disponível em httprepositoriouniceubbrjspuibitstream1234567892744220110110pdf Acesso em 20 de Maio de 2017 CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA Referências Técnicas para Atuação de Psicólogasos no CAPS Centro de Atenção Psicossocial Conselho Federal de Psicologia Brasília CFP 2013 CRUZ D T Desafios contemporâneos e as questões biopsicossociais Débora Teixeira da Cruz organizadora São Paulo All Print Editora 2018 DIAS M S D L CARDOSO T As práticas do psicólogo no CAPS e a aprendizagem grupal Pesquisas e práticas psicossociais 72 São João delRei julhodezembro 2012 Disponível em httpwwwufsjedubrportal2 repositorioFilerevistalapipVolume7n2DiasMariaSaraLima26CardosoTh aispdf Acesso em 08 de Abril de 2017 REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps FORMOSINHO J E D A Rogers psicoterapia e subjetividade uma reflexão crítica 2006 Disponível em httpwwwrepositoriouniceubbrbitstream1234567892927220211587pdf Acesso em 19 de Maio de 2017 FREIRE E S Desenvolvimento de um instrumento de avaliação de resultados em psicoterapia baseado na teoria da mudança terapêutica de Carl Rogers 2006 Disponível em 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Dezembro de 2017 NUNES V S TORRES M D A ZANOTTI S V O psicólogo no CAPS um estudo sobre oficinas terapêuticas Ecos Estudos Contemporâneos da Subjetividade REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombrpsicologiatrabalhonocaps Volume 5 Número 2 2015 Disponível em httpwwwperiodicoshumanasuffbrecosarticleview16491200 Acesso em 07 de Abril de 2017 PEREIRA L G D C Psicoterapia centrada na pessoa evidências empíricas do processo de reintegração da personalidade observadas em estudo de caso 2009 Disponível em httprepositoriouniceubbrbitstream1234567893023220311263pdf Acesso em 20 de Maio de 2017 ROGERS C 1902 1987 Grupos de encontro Carl R Rogers tradução Joaquim L Proença 8ª ed São Paulo Martins Fontes 2002 Psicologia e Pedagogia ROGERS C 1902 De pessoa para pessoa o problema de ser humano uma nova tendência na psicologia Carl R Rogers e Barry Stevens e colaborações de Eugene T Gendlin John M Shlien e Wilson Van Dusen tradução de Miriam L Moreira Leite e Dante Moreira Leite 2 ed São Paulo Pioneira 1977 ROGERS C 1961 Tornase pessoa Carl R Rogers tradução Manoel José do Carmo Ferreira 2ª ed São Paulo Martins Fontes 1976 Psicologia e Pedagogia SALES A L L D F DIMENSTEIN M Psicólogos no processo de reforma psiquiátrica práticas em desconstrução Psicologia em Estudo Maringá v 14 n 2 p 277 285 abril jun 2009 Disponível em httpswwwresearchgatenetprofileAndreSales3publication250032169Psicologo snoprocessodereformapsiquiatricapraticasemdesconstrucaolinks56b1db9 708ae795dd5c71635pdf Acesso em 06 de Abril em 2017 SALES A L L D F DIMENSTEIN M Psicologia e modos de trabalho no contexto da reforma psiquiátrica Psicologia Ciência e Profissão 2009 29 4 812 827 Disponível em httpwwwscielobrpdfpcpv29n4v29n4a12pdf Acesso em 05 de Abril de 2017 REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO CONHECIMENTO ISSN 24480959 httpswwwnucleodoconhecimentocombr RC 21893 Disponível em 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