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Centro Universitário de Brasília CEUB Faculdade de Ciências da Educação e Saúde FACES Curso de Psicologia Importância do psicodiagnóstico para condução do tratamento terapêutico no contexto clínica escola Sandra Maria de Carvalho Amaral Brasília Dezembro de 2021 ii Centro Universitário de Brasília CEUB Faculdade de Ciências da Educação e Saúde FACES Curso de Psicologia Importância do psicodiagnóstico para condução do tratamento terapêutico no contexto clínica escola Sandra Maria de Carvalho Amaral Monografia entregue à Faculdade de Ciências da Educação e Saúde FACES do Centro Universitário de Brasília CEUB como requisito parcial à conclusão do curso de Psicologia Professor Orientador Frederico Guilherme Ocampo Abreu Brasília Dezembro de 2021 iii Centro Universitário de Brasília CEUB Faculdade de Ciências da Educação e Saúde FACES Curso de Psicologia Folha de Avaliação Autora Sandra Maria de Carvalho Amaral Título Importância do psicodiagnóstico para condução do tratamento terapêutico no contexto clínica escola Banca Examinadora Prof Frederico Guilherme Ocampo Abreu Prof Otávio de Abreu Leite Profa Izane Nogueira de Menezes Brasília Dezembro de 2021 iv Dedico esse trabalho a todos os amigos e familiares que me incentivaram veementemente a empreender essa jornada rumo a uma nova carreira profissional acreditando em minha capacidade e determinação Dedicação especial vai para meu companheiro de vida Ricardo e nossos filhos Guilherme e Giovanna v Agradecimento Muitos agradecimentos são necessários De fato caminhar só é algo impossível de se fazer A psicologia nos mostra magistralmente isso Há sempre os que nos auxiliam em nossa jornada Difícil tarefa se torna enumerar cada um daqueles que foram primordiais para o alcance dos objetivos traçados Alguns mais outros menos mas todos sem exceção igualmente importantes e essenciais Então correndo o risco de deixar alguém de fora aí vai Deus em primeiro lugar por representar a luz que ilumina meu caminho e a proteção que circunda minhas escolhas Sem essa força nada se materializa Minha mãe in memoriam pôr em vida ter me ensinado a valorizar o conhecimento apoiando incondicionalmente minhas iniciativas acadêmicas Imagino que onde quer que esteja está vibrante e feliz por mais uma conquista Ricardo meu companheiro de vida por jamais questionar minhas escolhas e a seu modo conferir apoio a tudo o que faço Presença constante em todos os momentos incluindo os mais difíceis Meus filhos Guilherme e Giovanna cada um com sua singularidade por trazerem o suporte e equilíbrio necessários ao meu caminhar Por serem minha fonte de inspiração e força Sem vocês meu mundo seria preto e branco Nicholas e Manoela por serem ótimos ouvintes Agradeço a atenção e paciência com que se dispuseram a ouvir minhas muitas reflexões incluindo as construídas a partir dos temas relacionados à psicologia Parentes e amigos próximos que sem questionar sempre estiveram juntos comigo oferecendo carinhoso afeto de apoio incondicional Aqui é preciso reconhecer que alguns se mostraram imensamente afetuosos e pacientes quando solicitados a opinar ler e reler textos de minha produção muitas vezes sobre temas a eles desconhecidos vi Colegas de trabalho que muitas vezes sem entender minha escolha apoiaram meu querer mesmo assim Entre parênteses os que sempre vibraram comigo sem questionar ou julgar Amigos e colegas de curso que foram surgindo no percurso e ampliando minha rede de apoio Esses hoje se constituem em enorme ganho bônus extra incomensurável Amizades que pretendo carregar pela vida a fora Todos os mestres que ao longo dos últimos cinco anos com sabedoria e maestria se dispuseram a transmitir conhecimento e compartilhar experiências Sem citar nomes quero deixar um agradecimento especial àqueles que se tornaram referência não só como mestres e profissionais de excelência mas também como pessoas integras totalmente comprometidas com o que somos humanos A meu professor orientador que com paciência conhecimento experiência e sabedoria me auxiliou a materializar uma ideia nesse estudo científico concreto e Por fim mas não menos importante agradeço em especial aos professores e alunos que se dispuseram a participar da pesquisa doando um pouco do seu tempo Sem a sua contribuição nada disso teria sido possível Fica então o meu muito obrigada a todos os que caminharam comigo ao longo dessa jornada vii Conheça todas as teorias domine todas as técnicas mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana Carl G Jung viii Resumo Essa pesquisa se constitui em estudo qualitativo objetivando avaliar a importância do psicodiagnóstico na condução dos processos terapêuticos na clínica escola do CEUB com enfoque no aprendizado de futuros psicólogos Buscouse a caracterizar o debate contemporâneo sobre os instrumentos de uso privativo do psicólogo avaliação psicológica e psicodiagnóstico b caracterizar a relevância do laudo psicológico como guia no tratamento terapêutico conduzido na clínica escola e c analisar a percepção de alunos e professores sobre o modus operandi empreendido no CENFOR Para tal utilizouse a entrevista semiestruturada com dois roteiros guias voltados para os participantes quatro alunosestagiários e dois professoressupervisores As entrevistas ocorreram virtualmente pelo Google Meet entre os dias 11 e 22 de outubro de 2021 com duração aproximada de 25 minutos O método de análise adotado foi a análise de conteúdo cujas categorias de análise identificadas como representativas dos objetivos propostos foram i metodologia de ensino empreendida na clínica escola do CEUB ii habilidades e competências desenvolvidas no Estágio Básico III e repercussão nos estágios subsequentes e iii importância da avaliação psicológica para a condução do processo psicoterapêutico no contexto da clínica escola O estudo possibilitou convalidar questões trazidas na literatura especializada sobre a qualidade do ensinoaprendizagem em avaliação psicológica empreendidos no Brasil bem como identificar pontos fortes e fracos do CENFOR tanto na visão de alunosestagiários quanto na de professorsupervisores Palavraschave clínica escola avaliação psicológica psicodiagnóstico CENFOR ix Sumário AGRADECIMENTO V RESUMO VIII INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 5 11 CONTEXTO HISTÓRICO 5 12 DIFICULDADES CONCEITUAIS ENVOLVENDO TESTAGEM E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 8 13 DEFINIÇÕES CONCEITUAIS CONFORME LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 12 14 O PSICODIAGNÓSTICO 13 CAPÍTULO 2 O PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO 16 21 CONSIDERAÇÕES GERAIS 16 211 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PSICOLOGIA CLÍNICA 16 212 ASPECTOS CONCEITUAIS 19 213 ASPECTOS ESTRUTURAIS 21 22 CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA À PSICOTERAPIA 23 23 MODUS OPERANDI DA CLÍNICA ESCOLA DO CEUB 24 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA 28 31 TIPO DE ESTUDO 28 32 PARTICIPANTES 28 33 INSTRUMENTO 29 34 PROCEDIMENTO 29 35 ESTRATÉGIA DE ANÁLISE 30 CAPÍTULO 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO 32 41 METODOLOGIA DE ENSINO EMPREENDIDA NA CLÍNICA ESCOLA DO CEUB 32 42 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO BÁSICO III E REPERCUSSÃO NOS ESTÁGIOS SUBSEQUENTES 39 43 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA A CONDUÇÃO DO PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO NO CONTEXTO DA CLÍNICA ESCOLA 47 CONSIDERAÇÕES FINAIS 55 REFERÊNCIAS 59 APÊNDICE A 63 x APÊNDICE B 65 APÊNDICE C 66 1 Introdução A formação de futuros psicólogos pressupõe o ensino e a disseminação de conhecimento científico específico o que torna essencial o aprendizado de procedimentos e condutas características do campo de estudo e atuação desse profissional Saber conduzir avaliações psicológicas e construir laudos psicológicos conforme princípios éticos estabelecidos é condição obrigatória especialmente considerando que os procedimentos de avaliação psicológica são utilizados nas mais diversas áreas da psicologia Hutz Bandeira Trentini 2015 Por conseguinte a expertise nesses procedimentos indispensável ao profissional em formação vem sendo adquirida no contexto da clínicaescola sob a supervisão de professoressupervisores na aplicação prática da teoria previamente lecionada em sala de aula Em sintonia com essa metodologia de ensino Noronha de Camargo Barros Nunes e dos Santos 2014 mencionam as orientações divulgadas pela American Psychological Association 2000 que reforçam a importância do psicólogo ser capaz de selecionar adequadamente executar e interpretar os testes que irão compor uma avaliação psicológica bem como manterse atualizado e agir mediante supervisão de colegas especialistas conforme o caso Há que se conjugar embasamento teórico e utilização de técnicas com habilidade e perícia No Brasil segundo Bock 2005 citada por Noronha et al 2014 um dos principais problemas relacionados ao ensino da avaliação psicológica é que de modo geral este não prioriza a pesquisa Para a autora colocar em destaque a pesquisa acadêmica no contexto universitário seria de grande importância pois assim desenvolverseia maior sintonia entre as técnicas utilizadas a realidade para a qual essas técnicas são selecionadas e a ética profissional que norteia a prática do psicólogo na condução da avaliação psicológica e elaboração de psicodiagnósticos Complementarmente Gomes 2000 citado por Noronha et 2 al 2014 destaca a falta de interesse e incredibilidade relacionadas aos testes psicológicos advindas em sua concepção de uma preparação inadequada dos estudantes de psicologia Nesse sentido acrescentase a necessidade fundamental de se ter claramente instituído os conceitos que definem o processo de avaliação psicológica e os procedimentos que envolvem a testagem psicológica bem como os diferentes instrumentos técnicas e métodos que os norteiam Cohen et al 2014 Borsa 2016 A incompreensão conceitual pode acarretar utilização incorreta ou mesmo a não utilização de determinados instrumentos podendo desencadear prejuízos ante a um fenômeno psicológico a ser identificado pois esses instrumentos têm por objetivo primo o levantamento de hipóteses diagnósticas Hutz et al 2015 Em nossa contemporaneidade a despeito de um crescente interesse pela avaliação psicológica o debate que envolve a condução e utilização desse processo como referência para tomada de decisões nas mais diversas áreas da vida em sociedade a saber tratamento clínico condutas escolares decisões judiciais e procedimentos organizacionais Hutz et al 2015 longe está de alcançar um consenso seja na prática clínica seja no meio acadêmico Há quem o defenda mas também há quem o condene em ambos os contextos Se de um lado muitos acreditam na importância e relevância desse processo como norteador de tomada de decisões podendo encurtar caminhos e estabelecer maior grau de assertividade Hutz et al 2015 inclusive em especial no tratamento clínico psicopatológico Dalgalarrondo 2019 por outra via há aqueles que o censura alegando problemas relacionados a juízos de valores moralmente questionáveis no entendimento de que tal processo limita a compreensão do humano muitas vezes os desumanizando na medida em que os classificam em categorias diagnósticas a partir de avaliações que não os representam em sua subjetividade Cunha 2007 3 No caso da psicologia clínica em particular igualmente importante é a compreensão de como a condução dos processos psicoterapêuticos se modificam ao longo dos tempos e assumem características distintas conforme a sociedade e a cultura vão se moldando às novas conjunturas de tempo e espaço com a promoção de diferentes visões de sujeito por vezes incorporando inéditos elementos que complexificam o entendimento sobre o ser humano e alteram as escolhas psicoterapêuticas inclusive o uso ou não da avaliação psicológica e da testagem psicológica como auxiliares no processo Schultz Schultz 2012 Straub 2014 Não obstante o debate acirrado e inconclusivo que gira em torno dessas práticas aos futuros psicólogos é fundamental aprender e apreenderse de tais processos assim como assegurarse de uma conduta ética conforme determinado pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo Resolução CFP nº 01005 bem como dos princípios e normas advindos das regulamentações específicas quanto aos procedimentos de avaliação dos testes psicológicos uso de métodos técnicas e instrumentos CFP 2018 2019 No âmbito acadêmico atual muito se questiona sobre o modus operandi adotado pelas instituições universitárias de ensino para a disseminação desses saberes A opção metodológica utilizada consegue alcançar de modo satisfatório seus objetivos abarcando o saber técnico a oportunidade de sua utilização e a ética que envolve a prática A avaliação psicológica proferida no contexto acadêmico de ensino de fato contribui para o tratamento terapêutico ali conduzido A persistência de tais questionamentos confirma e convalida a relevância e atualidade do tema proposto para essa pesquisa Por oportuno a presente pesquisa se propõe a contribuir com o debate em curso cuja importância é inquestionável demonstrando a relevância do tema para a psicologia como campo de atuação e saber profissão e ciência Noronha et al 2014 Hutz Bandeira Trentini 2015 Dalgalarrondo 2019 Cunha 2007 Traz como enfoque principal avaliar o mérito do laudo psicológico para a conduta do processo psicoterapêutico conduzido pelos 4 estudantes de psicologia do CEUB por ocasião de suas atuações na disciplina prática Estágio Específico Ênfase em Processos Clínicos bem como a percepção de professores supervisores sobre os efeitos alcançados do ponto de vista acadêmico Os resultados obtidos podem vir a ser de grande contribuição para a avaliação e eventual transformação de realidades constituídas no âmbito da clínicaescola especialmente para o aprendizado e formação de futuros psicólogos mas também e inclusive para subsidiar o vislumbre de maiores investimentos em estudos e pesquisas afins no âmbito acadêmico O objetivo geral pretendido foi portanto avaliar a importância do psicodiagnóstico na condução dos processos terapêuticos na clínicaescola do Centro Universitário de Brasília CEUB com enfoque voltado para o aprendizado proferido em favor da formação de futuros psicólogos Para tal buscouse i caracterizar o debate contemporâneo que envolve os instrumentos de uso privativo do profissional psicólogo avaliação psicológica e psicodiagnóstico ii caracterizar a relevância do laudo psicológico como guia no tratamento terapêutico conduzido na clínica escola e iii analisar a percepção de alunos e professores sobre o modus operandi empreendido na clínica escola do CEUB para a formação dos futuros psicólogos 5 Capítulo 1 Avaliação Psicológica Um dos objetivos dessa pesquisa conforme mencionado foi caracterizar o debate contemporâneo que envolve os instrumentos de uso privativo do profissional psicólogo avaliação psicológica e psicodiagnóstico Nesse sentido fica indispensável a apresentação de um breve relato histórico que permita situar o leitor sobre a evolução desses instrumentos no decorrer dos tempos abordar as principais dificuldades conceituais que se fazem presentes e ainda nos dias de hoje permanecem a circundar as discussões a eles relacionadas destacar como tais instrumentos são caracterizados no Brasil com destaque para a legislação regulatória em vigor e por fim salientar o psicodiagnóstico enquanto uma avaliação psicológica específica de finalidade clínica 11 Contexto histórico Em uma retrospectiva cronológica o ano de 2200 aC no período da dinastia Han na China pode ser considerado como um marco referencial na história da testagem e da avaliação psicológica Hutz et al 2015 Nessa época já eram realizados naquele país testes periódicos de proficiência nas mais diversas áreas de conhecimento com o objetivo de selecionar candidatos a cargos públicos Mais adiante por volta de 1600 aC no Egito antigo registros históricos irão indicar que a avaliação psicológica o aconselhamento e a psicoterapia estavam presentes e vinculados às competências dos sacerdotes cujas habilidades iam muito além das práticas religiosas Por outro lado escritos grecoromanos registram indicativos de tentativas voltadas à caracterização de indivíduos conforme tipos de personalidade Cohen et al 2014 Em 400 aC Platão se posicionará a favor de os indivíduos serem alocados em postos de trabalho conforme suas habilidades e capacidades Suas ideias sobre educação e política como meios para o desenvolvimento humano e da vida em sociedade reforçam a importância de se investir nas habilidades naturais de cada indivíduo Santos et al 2018 Essa 6 prerrogativa presente em discussões filosóficas desde Platão se perpetuará ao longo dos tempos e ainda nos dias de hoje se constitui em um objetivo a ser efetivamente alcançado defendido por psicólogos e profissionais ligados às áreas de gestão de pessoas em particular Cohen et al 2014 No decorrer da Idade Média questões envolvendo superstições religiosidade e fé sobretudo associadas à caça às bruxas serão conduzidas e solucionadas com o uso de manuais de instrução sobre como entrevistar e identificar pessoas consideradas fora dos padrões culturais e religiosos aceitáveis Cohen et al 2014 A esse propósito o Martelo das Bruxas escrito em 1486 por Jacobus Sprenger e Heinrich Kramer monges dominicanos se constituirá em um desses manuais inquisitoriais com características similares a um manual diagnóstico do tipo primitivo Piccini 1987 Somente a partir do movimento renascentista quando a visão de mundo assume fortes características voltadas à cientificidade como fator importante e necessário à compreensão de diferentes eventos relacionados ao humano testagem e avaliação psicológica começarão a assumir as características conforme as identificamos e conhecemos nos dias de hoje Cohen et al 2014 A Origem das Espécies de Charles Darwin publicado em 1859 com sua visão revolucionária sobre a adaptação e sobrevivência das espécies bem como a defesa de uma ligação evolucionária entre animais e humanos produzirá consequências importantes sobre a validação científica de experimentos com animais e também despertará o interesse de outros pesquisadores sobre o tema das diferenças individuais Cohen et al 2014 O tema das diferenças individuais será então o referencial científico para as pesquisas sobre hereditariedade conduzidas por Francis Galton a quem se atribui grandes contribuições no campo das mensurações inclusive o pioneirismo na utilização do conceito estatístico de coeficiente de correlação Cohen et al 2014 Instrumentos de avaliação psicológica 7 contemporâneos tais como questionários escalas de avaliação inventários de autorrelato trazem consigo a marca das contribuições desde Galton Cohen et al 2014 Nesse ponto a história da testagem e da avaliação psicológica passa a se imiscuir à própria história da psicologia moderna enquanto ciência e profissão com avanços expressivos na criação e elaboração de instrumentos de testagem e avaliação psicológica trazidos a partir do desenvolvimento da psicologia experimental e da psicologia aplicada O voltarse à aplicabilidade prática da psicologia impulsionará o avanço na utilização de testes em estudos dos processos mentais focados na compreensão das capacidades humanas A educação constituirseá no primeiro campo de estudos práticos da psicologia moderna Schultz Schultz 2012 Por conseguinte o termo testagem psicológica surgirá no século XIX mais precisamente a partir do ano de 1890 no âmbito da psicologia experimental em trabalhos desenvolvidos por James Mckeen Cattell com a designação de teste mental para medir a capacidade intelectual de estudantes universitários tendo por base medidas sensóriomotoras elementares Por influência de Galton Cattell se tornará um dos primeiros psicólogos norte americanos a colocar em evidência a quantificação a classificação e a gradação Avoglia 2006 Schultz Schultz 2012 Anos mais tarde no início do século XX Alfred Binet publicará na França um teste idealizado para a colocação das crianças parisienses em classes escolares consideradas mais apropriadas aos seus perfis Cohen et al 2014 Esse teste idealizado por Binet diferentemente do teste de inteligência e de capacidade cognitiva elaborado por Cattell irá considerar as funções cognitivas de julgamento compreensão e raciocínio a partir de 30 trinta problemas organizados em ordem crescente Dispondose de medidas mais sofisticadas que Cattell com a utilização de tarefas mais complexas considerando avaliações para memória atenção imaginação e compreensão Binet obtém um modo de aferir as 8 habilidades cognitivas humanas mais eficaz e estabelece o marco inicial para o teste de inteligência moderno Schultz Schultz 2012 A metodologia proposta por Binet passará posteriormente por algumas revisões e aprimoramentos sendo exportada para os Estados Unidos e na sequência com o advento da Primeira Guerra Mundial utilizada em larga escala no recrutamento de indivíduos para as forças armadas Tal procedimento se estenderá e continuará sendo aperfeiçoado por ocasião da Segunda Guerra Mundial Cohen et al 2014 Em 1948 o Exército Norte Americano publicará um periódico sobre os serviços estratégicos da instituição onde restará consolidado o termo avaliação psicológica Avoglia 2006 A testagem psicológica ganhará aceitação e visibilidade para além dos limites da escola e dos quarteis envolvendo grandes corporações e organizações privadas passando a compor os instrumentos utilizados em avaliação psicológica conforme hoje conhecemos Desde então grande número de testes tem sido aprimorado e desenvolvido para as mais diversas finalidades e contextos sendo utilizados com regularidade Cohen et al 2014 No Brasil em nossa contemporaneidade a despeito dos muitos questionamentos sobre testagem psicológica e avaliação psicológica esses campos de atuação da psicologia vêm se consolidando ganhando importância e destaque Borsa 2016 12 Dificuldades conceituais envolvendo testagem e avaliação psicológica Em relação a definições conceituais a primeira questão que se coloca é a necessidade em se distinguir o que é testagem psicológica e o que é avaliação psicológica Apesar das diferenças significativas entre os dois procedimentos no que tange objetivos processos papel e habilidades do avaliadortestador bem como alcance e resultados desejados ainda nos dias de hoje essas condutas costumam aparecer na literatura especializada de modo indistinto confundidos e infundidos sem definição clara e objetiva sobre seus significados e abrangências Cohen et al 2014 Borsa 2016 9 A esse propósito Borsa 2016 reforça a diferença dos dois procedimentos destacando que os testes psicológicos se constituem em importante fonte de coleta de dados para a avaliação psicológica que no seu entendimento é um processo mais abrangente e complexo que integra dados e informações obtidos a partir da utilização de diferentes instrumentos inclusive mas não exclusivamente os testes psicológicos Por conseguinte define a testagem psicológica como uma das etapas da avaliação psicológica cuja fonte de captação de dados e informações são os testes psicológicos de diferentes tipos voltados para diferentes finalidades Seguindo essa mesma linha de raciocínio Hutz et al 2015 afirma que o teste psicológico ou testagem psicológica pode ou não fazer parte de um processo de avaliação psicológica que por sua vez abarca vários outros métodos e técnicas A testagem psicológica é então conceituada como um conjunto de procedimentos regulados por manuais normativos específicos que visam a medição de capacidades e atributos para determinadas finalidades préestabelecidas Cohen et al 2014 Hutz et al 2015 Em Urbina 2014 citada por Hutz et al 2015 por exemplo o teste psicológico é definido como instrumento sistematizado de coleta de comportamentos humanos necessários à medição de variáveis latentes tais como inteligência motivação introversão extroversão atenção memória ansiedade entre outras No caso da avaliação psicológica o objetivo é poder constituir hipóteses eou produzir possíveis diagnósticos em relação a um único indivíduo ou a um grupo de indivíduos para os mais variados fins de acordo com as áreas onde a psicologia atua Hutz et al 2015 A avaliação psicológica então destaca a condição de processo voltado para a resolução de problema capaz de assumir diferentes formatos mediante o uso de vários instrumentos tais como testes psicológicos entrevistas estudo de caso observação comportamental equipamento de biofeedback procedimentos de medida personalizados para determinado fim entre outros Cohen et al 2014 Há quem coloque em evidência o caráter 10 processual técnicocientífico de análise da avaliação psicológica para os mais diversos fenômenos psicológicos sendo esse procedimento de uso exclusivo do profissional psicólogo Borsa 2016 O fato é que a distinção e delimitação dos procedimentos de testagem psicológica e avaliação psicológica é de suma importância e auxilia na correta utilização e aplicação dos procedimentos bem como confere especificidade aos profissionais que atuam nesses contextos Cohen et al 2014 Tanto na testagem psicológica quanto na avaliação psicológica as habilidades e competências requeridas para os profissionais envolvidos são específicas com destaque para a avaliação psicológica que requer necessariamente psicólogos detentores de grande conhecimento teórico para além do domínio das técnicas consolidadas e descritas nos manuais dos testes psicológicos Borsa 2016 Destarte Cohen et al 2014 apresentam um modo interessante e prático de distinguir testagem psicológica de avaliação psicológica a partir de um comparativo entre cinco aspectos inerentes e indispensáveis aos dois procedimentos conforme já mencionados anteriormente Esses seriam i objetivo ii processo iii papel do avaliador iv habilidade do avaliador e v resultados As definições trazidas pelos autores não têm o caráter finalista ou determinista sobre o tema havendo inclusive pontos controversos quando consideradas outras definições mas não deixam de contribuir didaticamente para eventual compreensão e distinção entre os dois procedimentos uma vez que sumarizam os principais aspectos que envolve ambos os estratagemas Assim quanto ao objetivo Cohen et al 2014 dizem que a testagem psicológica visa a obtenção de uma medida quantitativa para uma determinada aptidão ao passo que a avaliação psicológica pretende responder a um questionamento resolver um problema ou auxiliar em uma tomada de decisão Em termos de processo a testagem psicológica se aplica tanto ao indivíduo quanto ao grupo indistintamente com foco nos resultados obtidos A 11 avaliação psicológica por sua vez pretende ser de modo geral individualizada concentrando o olhar para a forma como o indivíduo processa o que lhe foi demandado O papel do avaliador para os autores na testagem psicológica não é fundamental ou necessariamente tem implicações para o processo Entretanto na avaliação psicológica o avaliador é primordial desde a seleção dos testes e instrumentos a serem aplicados até as conclusões finais elaboradas Na sequência Cohen et al 2014 identificam que a habilidade do avaliador na testagem psicológica é em princípio técnica e na avaliação psicológica primordialmente especializada Quanto aos resultados os autores dizem que na testagem psicológica são produzidos escores e na avaliação psicológica uma análise criteriosamente construída a partir dos dados obtidos por meio do uso dos diferentes instrumentos Em suma o que se apreende é que avaliação psicológica abarca diferentes instrumentos métodos e técnicas constituindose em um processo complexo de análise e avaliação para o qual os testes psicológicos igualmente complexos podem ou não participar Hutz et al 2015 De certo modo a despeito de eventuais discordâncias conceituais pontuais entre um e outro conceito há consenso entre os pesquisadores sobre o alcance dos testes psicológicos e da avaliação psicológica Entretanto quando esses procedimentos são confundidos e tidos como sinônimos essa perspectiva desaparece Borsa 2016 Para efeito dessa pesquisa como seria de se esperar e considerando a grande variedade de apresentações conceituais para os ditos procedimentos os conceitos utilizados referentes aos termos avaliação psicológica e testagem psicológica foram os definidos pela legislação nacional conforme se segue mesmo esses apresentando eventuais diferenças quando comparados a outras conceituações constituídas e defendidas por alguns dos pesquisadores da área conforme é possível apreender do exposto acima 12 13 Definições conceituais conforme legislação brasileira A partir da Resolução nº 9 de 25 de abril de 2018 do Conselho Federal de Psicologia CFP que regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos SATEPSI conforme seu Artigo 1º a definição de avaliação psicológica que se encontra em vigor no Brasil abarca todos os aspectos e elementos acima mencionados com destaque para o caráter investigativo de fenômenos psicológicos realizado em bases estruturalmente processuais com a utilização de métodos técnicas e instrumentos que possam subsidiar eventuais tomadas de decisão seja no nível individual grupal ou institucional desde demandas eou finalidades especificas O 1 do Art 1º da Resolução nº 9 de 25 de abril de 2018 do CFP enuncia a inclusão na categoria de testes psicológicos das escalas inventários questionários e métodos projetivosexpressivos No Art 4º da referida resolução é apresentada a definição de teste psicológico que amplia para além da mensuração os seus objetivos quando também incorpora o identificar descrever e qualificar características psicológicas a partir de procedimentos sistemáticos de observação e descrição do comportamento humano nas mais diversas formas de expressão Na prática os psicólogos brasileiros ao se valerem de avaliação psicológica eou testes psicológicos estão obrigados conforme Art2º da Resolução nº 9 de 250418 do CFP a consolidar suas decisões a partir de testes psicológicos aprovados pelo CFP eou entrevistas psicológicas anamneses eou protocolos ou registros de observação de comportamentos construídos individualmente ou via processo grupal eou técnicas de grupo fontes fundamentais de informação e caso necessário incorporar técnicas e instrumentos não psicológicos com respaldo na literatura científica da área desde que observado o Código de Ética da profissão fontes complementares de informação 13 14 O Psicodiagnóstico No campo da psicologia clínica termo cunhado no século XIX e que nos remete à conexão entre a psicologia e a doença reforçando o engajamento entre a psicologia clínica e as patologias emergem como as principais dimensões da prática clínica o psicodiagnóstico e a psicoterapia Avoglia 2006 Nesse contexto para alguns estudiosos da área a atividade diagnóstica em psicologia irá reforçar o status científico conferido a essa dimensão do saber colocando em evidência o psicólogo profissional que detém o uso exclusivo dos testes psicológicos Barbieri 2010 No contexto clínico o psicodiagnóstico pode se constituir em um processo que para além de seus objetivos específicos identifica questões relacionadas à saúde mental do sujeito para as quais as possíveis soluções saem de sua alçada remetendoas à psicoterapia Branco et al 2021 Revestese de características especificas tais como ser um processo científico colocarse delimitado no tempo construirse inclusive a partir do uso de técnicas e testes psicológicos voltarse para a obtenção de resultados que possam identificar proposições interventivas se este for o caso Cunha 2007 Cohen et al 2014 afirmam que instrumentos de avaliação psicológica além dos testes psicológicos também são amplamente utilizados como ferramentas auxiliares para eventual confirmação diagnóstica psicopatológica incluindo o esclarecimento sobre o problema psicológico identificado a confirmação diagnóstica e possível escolha por um determinado tratamento corroborando com o que afirma Dalgalarrondo 2019 O psicodiagnóstico se constitui portanto em uma avaliação psicológica de finalidade clínica com relevante significação para a avaliação psicopatológica inclusive podendo auxiliar na compreensão adequada do cliente e de seu sofrimento bem como norteando a escolha apropriada de estratégias terapêuticas condizentes com o quadro patológico identificado Cunha 2007 Dalgalarrondo 2019 14 A construção do psicodiagnóstico envolve segundo Cunha 2007 alguns passos que podem ser estruturados em três etapas a saber i Exame Clínico momento em que se estabelece o rapport e apresentamse os devidos esclarecimentos sobre a condução do processo colhese a queixa e eventuais motivos do encaminhamento firmase o contrato de trabalho levantase a história clínica e a história pessoal anamnese do cliente procedese o exame psíquico e constróise o diagnóstico inicial ii Exames Complementares colocase em prática o plano de avaliação previamente estabelecido aplicamse técnicas e testes psicológicos selecionados desde o material coletado no Exame Clínico e procedese com o levantamento e a análise dos dados quantitativos e qualitativos obtidos e iii Conclusão consolidase a interpretação e integração dos dados e informações elaborase o diagnóstico e o prognóstico e procedese com a entrevista devolutiva e a comunicação dos resultados que pode ser oral eou escrita Em sendo escrita essa comunicação se consolida no laudo psicológico que no Brasil tem formato definido na Resolução nº 6 de 29 de março de 2019 do CFP Apesar de toda a significação científica desse processo e a observância de preceitos éticos e morais que envolvem a prática da psicologia longe está uma posição consensual a respeito da necessidade importância pertinência e relevância do psicodiagnóstico Há ainda acirradas discussões metodológicas e epistemológicas que problematizam a distinção entre psicodiagnóstico tradicional e psicodiagnóstico interventivo na busca por um modelo paradigmático que transponha solidez à profissão enquanto ciência e prática Barbieri 2010 A esse propósito cabe ressaltar que para efeito dessa pesquisa o foco encontrase no psicodiagnóstico tradicional que conforme apresenta Vaz 2014 deriva da psicologia clínica desde 1896 com Lighter Witmer cujo objetivo é identificar a presença ou não de alguma psicopatologia a partir de demanda específica e hipóteses previamente levantadas Limitase às questões para as quais foi requisitado e prevê intervenções somente na entrevista 15 devolutiva O foco é o diagnóstico e portanto os efeitos psicoterapêuticos provenientes das intervenções são tidos como involuntários Para qualquer situação questões inerentes à cientificidade dos processos remetem ao contexto histórico do psicodiagnóstico com destaque para as referências conceituais as orientações éticas e os posicionamentos profissionais característicos de cada época e assumidos no exercício da profissão Em alguns momentos a busca pela objetividade e quantificação se sobressai em outros a compreensão profunda e completa do humano é o foco principal do Carmo Alves Cruz de Oliveira Rodrigues de Lourdes Coelho de Cássia Silva 2018 Em todos esses cenários o importante e necessário é o saber fazer com competência Cunha 2007 ao que se coloca a importância do ensino e aprendizado voltado para testagem e avaliação psicológica desde os cursos de graduação em psicologia até especializações profissionalizantes específicas com o objetivo de assegurar e garantir qualidade técnica e científica aos profissionais que se dedicam a essa área da psicologia Borsa 2016 16 Capítulo 2 O processo psicoterapêutico Apresentar uma visão geral sobre o que venha a ser um processo psicoterapêutico é um grande desafio Inúmeras possibilidades se anunciam Questões teóricas e conceituais relacionadas às distintas visões de mundo sujeito e relação terapêutica complexificam a exposição de ideias universalizadas sobre a psicoterapia que se constitui em objeto básico e fundamental da prática psicológica Elucidar a compreensão geral sobre o fenômeno psicoterápico em si nos leva então à importância de conhecer aspectos históricos da evolução da psicologia clínica bem como aspectos conceituais e estruturais frequentes da psicoterapia Só assim se faz possível apreender a genuína acepção do processo psicoterapêutico Complementarmente e considerando o objetivo dessa pesquisa o capítulo descreve o modus operandi da clínica escola do CEUB Centro de Formação de Psicólogos CENFOR a partir das disciplinas práticas Estágio III Avalição Psicológica Estágio IV Práticas Profissionais e Estágio Específico 21 Considerações gerais 211 Aspectos históricos da psicologia clínica Em um recorte voltado para a cientificidade a psicologia clínica pode ser considerada um avanço e desdobramento da psicologia aplicada resultante dos ganhos alcançados a partir das pesquisas científicas do final do século XIX e início do século XX principalmente relacionados aos testes psicológicos Seu precursor foi Lighter Witmer que em 1896 abriu a primeira clínica de psicologia do mundo cujas características específicas eram voltadas para o que mais adiante se consolida como psicologia escolar Schultz Schultz 2012 Com o advento da psicanálise de Freud a psicologia clínica amplia seu alcance em proporções bem mais ambiciosas que as inicialmente vislumbradas por Witmer ao mesmo tempo em que causa fascínio e descontentamento nos segmentos dominantes da psicologia da 17 época Schultz Schultz 2012 Com foco inicial nas histerias e posteriormente nas neuroses utilizandose de conceitos próprios e inéditos até então a psicanálise de Freud se constitui em um sistema amplo e complexo sobre a compreensão humana conferindo à psicoterapia um novo paradigma A elaboração intelectual explicativa para a constituição da personalidade humana bem como as elaborações próprias e características do processo analítico demonstram a grandiosidade da proposta freudiana na tentativa de explicarcompreender o comportamento humano Ribeiro 2013 Oliveira et al 2007 citado por de Rosal 2017 confirmam o significativo avanço da psicologia clínica a partir da mudança de paradigma proposto pela psicanálise para a condução da psicoterapia que priorizará a escuta e não só a observação ressaltará a relevância da resistência e promoverá o tratamento do sujeito considerandoo como o protagonista de sua história de adoecimento e portanto participante ativo nesse contexto Tais modificações subvertem a lógica estabelecida pelo tratamento médico e promove com isso certo distanciamento entre psicoterapia e medicina de Rosal 2017 Assim é legitimo afirmar que em seus primórdios a psicologia clínica materializada no processo psicoterapêutico em sua essência irá acolher ampla variedade de transtornos psicológicos e se preocupar em avaliar e tratar o comportamento humano com atenção voltada para aqueles que se apresentam de modo inadequado ao contexto sociocultural em que estão inseridos e que causam prejuízos a si mesmo e aos que estão ao seu arredor Branco Sicsú de Lima Sicsú 2021 Ao enfoque prioritariamente biológico instintivo e energético trazido pela psicanálise de Freud outros estudiosos irão apensar novas variáveis explicativas para a compreensão do comportamento humano estabelecendo outros vínculos e achados e despertando grande interesse para os aspectos sociológicos da vida cotidiana Novas acepções sobre o processo psicoterapêutico serão construídas e disseminadas Nesse sentido Ribeiro 18 2013 ressalta as contribuições de Adolf Adler que agrega o instinto do poder de Carl Gustav Jung que traz à consideração o lado espiritual e divino e de Karen Horney que adiciona a cultura e o meio ambiente à origem das neuroses Mais uma vez tais avanços e desenvolvimentos incorporados por tantos outros conforme o passar dos tempos contribuirão para se chegar às novas técnicas e métodos de direcionamento do processo psicoterapêutico a partir de uma concepção psicossocial de ser humano De fato a psicoterapia vai estabelecendo um movimento voltado para a desvinculação da medicina especialmente no que diz respeito à concepção de cura de Rosal 2017 Entretanto há quem mantenha a concepção original atribuindo à psicologia clínica ainda nos dias de hoje a prevenção o diagnóstico e o tratamento de comportamentos psicopatológicos Cohen et al 2014 De fato em nossa contemporaneidade a psicologia clínica vem ampliando cada vez mais seu campo de atuação saindo dos limites relacionados às doenças psíquicas conforme tradicionalmente conhecidas incorporandose ao cotidiano daqueles que sofrem com as vicissitudes do mundo pósmoderno desalentados com promessas infundadas de ganhos sociais econômicos e políticos que nunca parecem se consolidar Esses sujeitos a despeito de suas inconformidades querem se realizar enquanto pessoa nesse dado contexto sociocultural para o quê recorrem ao processo psicoterapêutico Ribeiro 2013 Assim neste século XXI a psicologia clínica encontrase presente nos mais variados espaços sociais hospitais instituições voltadas à saúde mental escolas organizações clínicas entre outros podendo ser considerada a maior área de especialização no âmbito da psicologia Schultz Schultz 2012 O processo psicoterapêutico responde em alguma medida a uma atual concepção de ser humano que abrange aspectos de antes e de agora Há em voga uma nova visão sistêmica intitulada biopsicossocial onde o comportamento humano é compreendido a partir de uma perspectiva interdisciplinar que enfatiza os contextos 19 biológicos psicológicos sociais ambientais e culturais que afetam a saúde corporal e mental do indivíduo Straub 2014 212 Aspectos conceituais Nos primórdios da prática psicoterápica quando ainda era pautada pela medicina antiga e antes da valoração científica tornarse aspecto fundamental para a psicologia o conceito de psicoterapia irá se relacionar basicamente com a cura da alma sendo uma atividade ladeada por crenças e misticismos praticada principalmente a partir da hipnose como técnica de tratamento Entretanto essa visão míope do processo psicoterapêutico já não mais faz sentido desde o século XIX Em nossos dias a psicoterapia deve ser considerada como um processo atinente à clínica psicológica processo psicoterapêutico onde o objetivo primordial é buscar resoluções para inquirições atinentes ao psiquismo do sujeito tendo por referência a visão biopsicossocial do comportamento humano de Rosal 2017 O processo psicoterapêutico então traz como núcleo central a relação cliente pacientepsicoterapeuta onde começo e fim se postam na figura do clientepaciente Constituise em um movimento processual sucedido em vários níveis e etapas a partir de um dado referencial teórico com vistas à promoção de mudanças Não se trata mais de um processo de cura mas de transformação e porque não dizer de empoderamento daquele que sofre conferindo ao sujeito a possibilidade de se fortalecer e desenvolver habilidades e competências que tragam liberdade e independência para tomar suas decisões e conduzir a sua própria vida ampliando seus horizontes e fronteiras de modo que possa assumir riscos e não ter medo do encontro consigo mesmo Ribeiro 2013 Destarte Ribeiro 2013 pontua o fato de a psicoterapia possuir elementos que definem o processo psicoterapêutico como ação social e política na medida em que evidencia a relação simbiótica do indivíduo com o mundo que o cerca Por essas novas características que assume parte da comunidade cientifica questiona a comprovação da eficácia do processo 20 psicoterapêutico enquanto portador de uma identidade cientifica consolidada e própria Entretanto há quem afirme e confirme as conquistas sociais e institucionais alcançadas pela psicologia clínica no decorrer dos tempos com ênfase na ética que se estabelece no exercício da psicoterapia de Rosal 2017 Vale salientar que a discussão conceitual sobre o processo psicoterapêutico implica necessariamente considerar reflexões sobre a complexidade que é lidar com o humano Suscita a importância de se conhecer o arcabouço teórico metodológico técnico e instrumental de referência bem como estar atento ao contexto histórico e parâmetros socioculturais presentes Remete considerar que todo indivíduo carece de liberdade para pensar escolher e seguir determinado caminho conforme suas próprias convicções Ressalta a importância do conhecerse ampla e profundamente e traz reflexões sobre o setting terapêutico o encontro com o outro onde o psicoterapeuta se coloca em um lugar de relevante significação para o processo Ribeiro 2013 O vigilante aprimoramento científico é bemvindo e primordial para a psicoterapia sendo as técnicas e as fundamentações teóricas um referencial importante para orientação do psicoterapeuta de modo consciente e seguro na condução do processo psicoterapêutico Todavia para além de técnicas e teorias o se fazer presente por parte do psicoterapeuta com seus valores crenças e habilidades aquietados em seu interior produz toda a diferença na obtenção de resultados eficiência e eficácia da psicoterapia Objeto e sujeito se encontram na magia do contato humano tendo por referência o tempo e o espaço desenvolvendo uma relação de aceitação sem julgamento compreensão respeito e acolhimento pautada em princípios éticos É nesse cenário de acolhimento que o processo psicoterapêutico acontece Ribeiro 2013 21 Portanto não seria muito reafirmar que o processo psicoterapêutico é sobretudo uma relação entre seres humanos de caráter estético e dinâmico com diferentes matizes possíveis e inúmeras possibilidades de desenlaces Ribeiro 2013 213 Aspectos estruturais Aspectos estruturais em psicoterapia nos remete à ordem e disposição de elementos essenciais constitutivos do processo psicoterapêutico adotados pelo psicoterapeuta a partir da abordagem teórica de sua escolha Esses aspectos irão se consolidar desde métodos e técnicas estruturados e fundamentados em epistemologias que abarcam diferentes possibilidades de teorias de personalidade Ribeiro 2013 Essas teorias por sua vez carregam em si a concepção filosófica de ser humano assumida por seu idealizador como sendo a que melhor define e explica a natureza comportamental humana sendo portanto capaz de elucidar possíveis caminhos para o ajustamento e sobrevivência do sujeito Hall Lindzey Campbell 2000 Por outro lado é importante destacar que as teorias da personalidade de onde emanam as concepções de sujeito independentemente de como foram estruturadas trazem consigo forte carga empírica pois partem da observação clínica realizada por seus teóricos bem como incorporam a criatividade intelectual explicativa de seu autor Constituemse portanto em explicações complexas multidimensionais que abarcam tanto suposições teóricas quanto definições empíricas sobre o comportamento humano Hall et al 2000 Para o processo psicoterapêutico o importante é compreender que as escolhas do psicoterapeuta advêm dentre outros aspectos dessas acepções intelectuais explicativas para o comportamento humano se consolidando em bases éticas de cuidado com vistas à promoção da saúde psíquica e mental da pessoa humana amparado pelos Códigos de Ética da profissão que no Brasil é a Resolução nº 10 de 21 de julho de 2005 do CFP Em nosso país essa conduta ética passa também pelos princípios constitutivos da Constituição Federal de 22 1988 cuja ênfase está no social É importante destacar que em sua essência a prática da psicológica clínica traz por aspecto central a ética profissional de Rosal 2017 Evidenciase que os processos psicoterapêuticos podem ser longos emergenciais ou preventivos de acompanhamento sistemático permeado por mudanças e adaptações de maiores ou menores proporções a depender das queixas e sintomatologias identificadas voltado para questões de caráter mais amplo ou mais específicos Branco et al 2021 Em qualquer situação conforme já mencionado é sempre um encontro entre humanos situados em dado contexto consubstanciado em uma relação tríptica envolvendo o clientepaciente o psicoterapeuta e o processo psicoterapêutico em si cuja dinâmica estabelecida está em constante movimentação assumindo eventuais redimensionamentos quando necessário Ribeiro 2013 Assim considerando não há como ignorar que os aspectos estruturais da psicoterapia podem fazer toda a diferença na condução do processo pois segundo Ribeiro 2013 cabe ao psicoterapeuta a responsabilidade de sua regência e conforme expresso por de Rosal 2017 a detenção de amplo conhecimento sobre a dinâmica do funcionamento psíquico com domínio de variada gama de conceitos teóricos e recursos técnicos auxiliares regulados pelo saber científico mas também pela ética profissional e legislação pertinente Ética gestão e conhecimento interagem e se complementam magistralmente O acesso ao psiquismo contudo pode ser estabelecido elegendose diferentes técnicas e teorias não havendo consenso sobre a vinculação da eficácia do processo psicoterapêutico à escolha deste ou daquele modelo teórico compreendendose por eficácia as eventuais mudanças promovidas na estrutura psíquica do clientepaciente ao longo da psicoterapia que em última análise é o objetivo primordial do processo psicoterapêutico de Rosal 2017 De fato as principais referências do psicoterapeuta que irão garantir um fazer responsável e qualificado serão o Código de Ética da Profissão sua própria consciência 23 ética e o constante aprimoramento profissional Suplementarmente elementos essenciais à prática psicoterápica compreendem a competência técnica a experiencia clínica e o estilo pessoal do psicoterapeuta de Rosal 2017 22 Contribuições da avaliação psicológica à psicoterapia Desde os primórdios da psicologia clínica avalição psicológica e testagem psicológica se colocam presentes conforme já mencionado Entretanto essa pode ou não fazer uso das mensurações obtidas pela avaliação psicológica e testagem psicológica como instrumentos norteadores das eventuais condutas a serem estabelecidas no processo psicoterapêutico Branco et al 2021 É importante observar que um processo de avaliação psicológica envolve outros instrumentos que não somente os testes psicológicos e que também são de uso da psicoterapia Tais instrumentos incluem entrevistas questionários história clínica do clientepaciente se houver anamnese e observação clínica Cohen et al 2014 Hutz et al 2015 Destes instrumentos mencionados a entrevista clínica se constitui em uma das principais ferramentas de trabalho para o psicoterapeuta podendo assumir diferentes enfoques e modalidades quando considerados os objetivos os instrumentos e o modus operandi utilizados na condução da psicoterapia A entrevista a partir da habilidade linguística dos envolvidos e observado o que esses dizem e como dizem pode influenciar os desdobramentos subsequentes do processo psicoterapêutico Cohen et al 2014 Ribeiro 2013 Ribeiro 2013 irá afirmar inclusive que toda e qualquer sessão psicoterapêutica se constitui em entrevista O fato é que por meio da entrevista o psicoterapeuta acessa as informações e os dados importantes e necessários para a compreensão da queixa e investigação da demanda A partir da concepção biopsicossocial de ser humano com ênfase nos contextos biológicos psicológicos e sociais da saúde corporal e mental do indivíduo Straub 2014 24 emerge a intitulada avalição biopsicossocial cujas características remetem à multidisciplinariedade investigativa que abarca inúmeras variáveis possíveis como sendo fatores de contribuição para a manutenção eou o aparecimento no sujeito de uma dada questão psíquica Eventuais impactos causados pela cultura se inserem nesse contexto e podem ser extraídos a partir da análise de questões relacionadas a valores identidade visão de mundo entre outras Nesse sentido a entrevista reforça sua condição de ferramenta fundamental no contexto psicoterapêutico inclusive podendo auxiliar na constituição da hipótese diagnóstica eou corroborar com a confirmação de um determinado diagnóstico Cohen et al 2014 O saber fazer com competência anteriormente já mencionado para avaliação psicológica e testagem psicologia Cunha 2009 também vale para a prática psicoterápica Assim considerando de um processo a outro o entrelaçamento de ambos pode ser fundamental e determinante para o alcance de resultados desejados A experiência adquirida no contexto da clínicaescola emerge então como sendo fundamental para o aprendizado com foco na integração de técnicas práticas e saberes Sei Zuanazzi Oliveira Lúcio Cordeiro 2019 23 Modus operandi da clínica escola do CEUB O estudante de psicologia do CEUB entra em contato com a prática em psicologia mais especificamente nos três últimos semestres do curso por meio das disciplinas obrigatórias de estágio que são ministradas e acompanhadas no CENFOR Tais disciplinas são i Estágio Básico III Avaliação Psicológica carga horária de 75 horas ii Estágio Básico IV Práticas Profissionais carga horaria de 150 horas e iii Estágio Específico carga horária de 300 horas À exceção do Estágio Básico III que não se constitui em prática psicoterápica os outros dois estágios podem ou não envolver tais práticas a depender da escolha que o aluno fizer para sua ênfase eou contra ênfase 25 É importante destacar que o Estágio Básico III é prérequisito do Estágio Básico IV que se constitui na contra ênfase do estudante e pode ser ou não voltado para a clínica sendo esses prérequisitos do Estágio Específico que também pode ser ou não voltado para a clínica a depender da escolha do aluno Essa dinâmica permite inferir e constatar que a experiência em avaliação psicológica se coloca como fundamental para o bom desenvolvimento das habilidades e competências do psicólogo seja em uma formação clínica eou em outros campos de atuação da psicologia O Estágio Básico III compreende conforme o Plano de Ensino da disciplina proceder com a triagem de crianças adolescentes e adultos a partir da entrevista inicial do exame clínico exames complementares instituídos desde testes e técnicas aplicados estudo de caso supervisão individual e coletiva entrevista de devolução e relatório de encaminhamento com produção de diagnóstico e prognóstico dos sujeitos ou grupos participantes O conteúdo programático previsto para a disciplina envolve portanto competências voltadas à prática de avaliação psicológica infantil e de adolescenteadulto com vistas à elaboração de psicodiagnóstico infantil e psicodiagnóstico de adulto Ainda segundo o Plano de Ensino ao final da disciplina esperase dos estudantes que esses tenham desenvolvido habilidades e competências que os permitam tomar decisões sobre procedimentos metodológicos de investigação científica de fenômenos relacionados ao campo da Psicologia executando procedimentos de diagnóstico e intervenção coerentes com referenciais teóricos e populaçãoalvo Que sejam capazes de a partir de distintas técnicas e instrumentos analisar convergência e divergência de dados e informações coletadas identificar interrelações entre fenômenos e processos psicológicos em observação interpretando corretamente os achados e produzindo relatos científicos pareceres laudos e outros materiais de divulgação conforme preceitos estabelecidos pelo Código de Ética Profissional 26 O Estágio Básico IV por sua vez propicia aos estudantes a possibilidade de se colocarem em diferentes campos de atuação profissional lidando com seus desafios constitutivos independentemente da escolha principal que o aluno fizer para seguir adiante em sua carreira profissional Nesse sentido o estudante que optar por ênfase em processos sociais e organizacionais ou processos educacionais e de saúde pode decidir por realizar o Estágio Básico IV na área clínica No contexto em que estiverem os estudantes deverão ser capazes de diagnosticar problemas relacionados àquela área específica Requer dos alunos a atuação inter e multiprofissional em eventos técnicoscientíficos incluindo a comunicação informativa O conteúdo programático previsto para a disciplina se resume ao diagnóstico e às intervenções atinentes ao campo de atuação profissional escolhido Ao final da disciplina esperase dos estudantes que esses tenham realizado as tarefas que lhes foram demandadas com qualidade ética e postura profissional O Estágio Específico compreende a partir da ênfase assumida pelo aluno práticas profissionais integrativas exercidas pela categoria profissional No caso específico de ênfase em processos clínicos os alunos assumem projetos clínicos adulto eou infantojuvenil individual ou em grupo atuando enquanto psicoterapeutas supervisionados pelos professores responsáveis e orientadoressupervisores O conteúdo programático envolve consolidar habilidades relacionadas ao diagnóstico à intervenção e à prevenção Os alunos recebem os clientes e os atendem em sessões individuais de 50 minutos ou de 90 minutos para o atendimento em grupo sob a supervisão dos professoressupervisores A condução dos atendimentos se faz a partir das abordagens teóricas estabelecidas para os projetos clínicos Os alunos devem produzir relatórios técnicos com qualidade profissional e dentro das especificações normativas do Conselho Federal de Psicologia Ao orientador supervisor cabe dar o feedback aos seus alunos bem como orientálos na condução do processo psicoterapêutico em voga 27 A dinâmica estabelecida no CENFOR portanto coloca a avaliação psicológica em posição de destaque e obrigatoriedade para toda e qualquer área de atuação e formação do profissional psicólogo sinalizando o quão importante é esse instrumento de trabalho de domínio exclusivo da psicologia Aos alunos fica disponibilizado a possibilidade de transitar em mais de uma área de formação o que permite uma visão empírica mais ampla dos possíveis campos de atuação com contato direto concomitante às vicissitudes existentes nas áreas específicas Permite aos estudantes atuarem em processos clínicos mesmo que essa não seja a sua escolha principal viabilizando a vivência no setting terapêutico Em todas as alternativas ofertadas pelo CENFOR é primordial o cumprimento das exigências estabelecidas a partir do conteúdo programático designado e plano de ensino formalizado para as disciplinas práticas o que pressupõe a aquisição de habilidades e competências necessárias ao exercício da profissão 28 Capítulo 3 Metodologia 31 Tipo de estudo A presente pesquisa é um estudo qualitativo construído a partir de dados e informações bem como percepções e experiências individuais Abarcou caráter exploratório envolvendo conceitos formalmente constituídos atitudes acadêmicas e profissionais específicas percepções e visões do objeto sob pontos de vista distintos Envolveu um conjunto de técnicas pormenorizadas cuja sistemática investigativa permitiu a descrição de significados advindos da interpretação de observações diretas eou indiretas realizadas no contexto em que os participantes se encontravam Sabadini Sampaio Koller 2009 Conforme expressa Batista Pinto 2004 pressupôs um processo dinâmico de investigação constituído e transformado no decorrer da própria pesquisa Acolheu a visão de pesquisa vista como um procedimento artesanal intelectivo tal qual definida e defendida por Gondim Lima 2006 e portanto colocando o pesquisador e suas habilidades investigativas como essenciais à condução do processo de pesquisa e também responsável pela marca impressa no trabalho 32 Participantes A pesquisa contou com a participação de dois professoressupervisores sendo um supervisor da clínica de adultoadolescente e o outro supervisor da clínica infantil e quatro estudantesestagiários alunos de psicologia da disciplina Estágio Específico Ênfase Clínica sendo dois oriundos da clínica de adultoadolescente e dois da clínica infantil selecionados por conveniência mas considerando que alguns dos clientes que estão sendo atendidos e supervisionados passaram por avaliação psicológica antes de serem encaminhados para a psicoterapia Os participantes da pesquisa para atender ao cumprimento do item de confidencialidade estabelecido no TCLE Apêndice A foram identificados da seguinte 29 foram i professoressupervisores identificados como S1 e S2 e ii estudantesestagiários como E1 E2 E3 e E4 33 Instrumento O principal instrumento utilizado nessa pesquisa foi a entrevista semiestruturada com registro de áudio aplicada aos seus participantes Dois roteiros de questões guias um para estudantesestagiários Apêndice B e outro para professoressupervisores Apêndice C foram previamente elaborados com base no problema de pesquisa investigado utilizados como elementos norteadores A configuração dessa ferramenta permitiu realizar ajustes e interpretações acerca da realidade pautados no posicionamento crítico dialógico do pesquisador Não obstante a técnica seja dinâmica e flexível para a obtenção de dados e informações envolveu controle e rigor metodológico outorgando à pesquisa confiabilidade científica tal qual expõe Duarte 2005 Cabe ressaltar que a flexibilidade tanto do entrevistado em poder adequar suas respostas quanto do pesquisador em adaptar as perguntas formuladas é uma das principais características positivas dessa técnica de obtenção de dados e informações além do seu alcance exploratório que possibilita atingir elevados níveis de aprofundamento sobre o objeto investigado Duarte 2005 Essa possibilidade foi amplamente explorada Por meio da entrevista semiestruturada foi possível identificar diferentes experiências percepções e visões sobre os vários elementos constitutivos do fenômeno analisado Permitiu ainda identificar e explorar amiúde micro interações processos fluxos e padrões bem como o apropriarse de interpretações e entendimentos variados sobre fatos enriquecendo a discussão e viabilizando a proposição de cenários prospectivos Duarte 2005 34 Procedimento A pesquisa foi conduzida a partir da observação dos preceitos éticos constantes na Resolução Nº 46612 do Conselho Nacional de Saúde CNS e resoluções complementares 30 bem como com a sua submissão ao Comitê de Ética do Centro Universitário de Brasília CEUB por envolver pesquisa com seres humanos tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética CAAE 50582021400000023 Alguns dos participantes foram convidados por meio de convite enviado eletronicamente via email institucional e outros oportunamente foram abordados pessoalmente no CENFOR Foi solicitado aos participantes que assinassem individualmente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE uma vez de acordo com a sua participação na pesquisa Adicionalmente medidas de cautela foram tomadas para preservar o caráter sigiloso do estudo no que concerne a identificação dos participantes envolvidos e as informações prestadas levando em consideração eventual divulgação de resultados Uma vez consolidada a participação dos convidados foram marcadas as entrevistas individuais pelo Google Meet tendo sido essas realizadas virtualmente entre os dias 11 e 22 de outubro de 2021 com duração aproximada de 25 minutos As entrevistas foram gravadas mediante a autorização dos participantes Os dados e informações coletados bem como percepções e experiências individuais obtidas constituíram as fontes primárias para a compreensão do tema e condução da pesquisa As falas e diálogos obtidos foram transcritos pelo pesquisador 35 Estratégia de análise As informações coletadas foram analisadas tendo por metodologia a Análise de Conteúdo tal qual proposta por Bardin 2011 amplamente utilizada em pesquisas qualitativas na descrição e interpretação de informações abarcando o rigor científico requerido sem inibir estratégias indutivas e intuitivas de compreensão dos fenômenos investigados como forma de aprofundamento interpretativo Moraes 1999 O desenvolvimento da pesquisa ocorreu conforme as três fases constitutivas da Análise de Conteúdo tal qual apresentara por Bardin 2011 a saber i préanálise escolha 31 de documentos formulação de hipóteses e elaboração de indicadores É o momento em que o pesquisador delimita seu campo de investigação ii exploração do material leitura flutuante dos documentos constitutivos da pesquisa codificação de dados mediante escolha de unidades de registo Consolidação do recorte da pesquisa e iii tratamento dos resultados codificação comparação inferência e proposições Farago Fofonca 2012 dos Santos 2012 A pesquisadora utilizandose de técnicas adequadas procurou nos registros obtidos possíveis interações e conexões estabelecidas entre o conteúdo do discurso proferido e os aspectos contextuais presentes e identificados conforme apresentado por dos Santos 2012 Os resultados obtidos e as discussões proferidas foram apresentadas de forma categorizada levando em consideração os atributos relevantes emergidos do material coletado bem como a partir de raciocínios indutivos e dedutivos empregados no processo dialético de análise Campos Turato 2009 32 Capítulo 4 Análise e Discussão A análise das informações coletadas a partir das falas presentes nas entrevistas semiestruturadas foi conduzida conforme descrito no Capítulo 3 em consonância com Bardin 2011 A partir da exploração do material o recorte da pesquisa foi consolidado em três categorias de análise selecionadas como representativas dos objetivos propostos Tais categorias são i metodologia de ensino empreendida na clínica escola do CEUB ii habilidades e competências desenvolvidas no Estágio Básico III e repercussão nos estágios subsequentes e iii importância da avaliação psicológica para a condução do processo psicoterapêutico no contexto da clínica escola 41 Metodologia de ensino empreendida na clínica escola do CEUB Essa categoria de análise apresenta a percepção de alunosestagiários e professoressupervisores sobre o modus operandi do CENFOR com o objetivo de apurar a eficácia do modelo metodológico adotado Foram levados em consideração a organização dos estágios a dinâmica empreendida e o tempo de duração conforme os Planos de Ensino e conteúdo programático das disciplinas Duas outras variáveis apareceram nos discursos consolidados a partir das entrevistas e merecem destaque quais sejam i entre os alunosestagiários o cuidado institucional do CEUB com a formação dos alunos e ii por parte de um dos professoressupervisores a excelência organizacional do CENFOR enquanto clínica escola A esse propósito no que diz respeito ao item i os alunosestagiários apresentam no geral uma visão favorável sobre as disciplinas práticas do curso de psicologia e suas experiências vivenciadas no CENFOR a despeito de insatisfações pontuais levantadas o período voltado para os estágios obrigatórios os remete à sensação de cuidado por parte da instituição CEUB em garantir uma boa formação profissional a seus alunos 33 Então num balanço geral eu avalio mais positivo do que negativo a forma como o CEUB faz eu entendi eu senti eu estou eu me sinto mais preparada do que é por exemplo quando eu me formei em Direito no estágio que foi dado lá E1 Eu vejo que o CEUB tem realmente preocupação em preparar para a atividade profissional mesmo E2 O CEUB tem todo esse cuidado dá todas essas oportunidades pra a gente Toda assistência E3 No que se refere ao item ii organização institucional do CENFOR um dos professoressupervisores ressaltou a excelência como característica prima dessa clínica escola Eu vejo vantagem muito grande nos estágios do CENFOR Eu acho que a clínica tem uma estrutura muito bem montada é impressionante a estrutura da clínica Ela é muito bem montada ela é muito organizada É eles conseguem ter né hum assim as vezes você chega lá e tem cinco projetos sendo tocados ao mesmo tempo no espaço e tásic todo mundo trabalhando todo mundo atendendo se você parar para pensar néa logística que tem atrás disso é um negócio complicadíssimo S2 Tais falas de certo modo corroboram com o que afirma Borsa 2016 ao relatar sobre os avanços que têm sido protagonizados no Brasil para melhor qualificar técnica e cientificamente quem ensina e quem aprende avaliação psicológica e elaboração de laudo psicológico muito embora o autor afirme que a qualidade ofertada do ensino e o alcance do aprendizado ainda estejam longe do que seria almejado principalmente considerando que tais habilidades e competências são de domínio e uso exclusivo do profissional psicólogo Quando perguntados sobre a organização dos estágios obrigatórios Estágio Básico III Estágio Básico IV e Estágio Específico os alunosestagiários mostraramse pouco cientes sobre a importância do sequenciamento empreendido não compreendendo o porquê dessa 34 organização inclusive não identificando com clareza e objetividade algum tipo de significação especialmente no que se refere ao Estágio Básico IV que se constitui na contra ênfase principalmente quando esse não é voltado à clínica Éeu não percebi linkage sic Claro que eu fui para o hospital e no hospital como você também sabe é um outro universo Então eu nem lembrei dessas matérias quando eu estava na contra ênfase E1 Difícil Eu acho que pouca Sim e não Assim eu diria que não E2 Assim eu não sei se tem ligação na verdade E4 Os professoressupervisores no entanto reforçam a importância dessa forma de organização sequenciada dos estágios obrigatórios tal qual ela se apresenta como propícia ao aprendizado paulatino das habilidades e competências requeridas para o exercício da profissão em qualquer campo de atuação da Psicologia Eu acho é muito interessante Quando vocês chegam no Básico IV e no Específico é eu acho que vocês já chegam com alguma experiência de consultório Eu acho é muito interessante ele por exemplo tásic no Básico III né que é antes exatamente do Básico IV S1 do ponto de vista da estrutura pedagógica é muito boa eu acho que há uma preocupação com a formação uma preocupação pedagógica S2 Se considerados os Planos de Ensino das disciplinas práticas no que se refere ao modo como são organizados os estágios obrigatórios fica evidente a importância que é o sequenciamento empreendido considerando que no Estágio Básico III são ofertadas aos alunosestagiários a partir do contexto de avaliação psicológica as condições para desenvolver habilidades e competências requeridas nos estágios subsequentes Estágio Básico IV e Estágio Específico independentemente do campo de atuação 35 Em todos os estágios obrigatórios observadas as especificidades de cada campo de atuação são requeridos dos alunosestagiários a consolidação de habilidades e competências que implicam na capacidade de tomar decisões sobre procedimentos metodológicos de investigação científica de fenômenos relacionados à Psicologia de modo geral bem como consolidar a formulação de diagnóstico identificação e escolha de possíveis intervenções alternativas de prevenção e formulação de eventual prognóstico sobre fenômenos afetos à Psicologia de forma coerente com referenciais teóricos e públicoalvo tal qual apresentado no item 23 do Capítulo 2 Essas habilidades e competências remetem portanto à capacidade de minimamente se conduzir e se efetivar uma avaliação psicológica no sentido lato observadas todas as suas especificidades e considerados os muitos instrumentos possíveis de utilização bem como as muitas aplicabilidades do processo e o contexto sociocultural onde se dá a sua efetivação tal qual apresentam Borsa 2016 do Carmo et al 2018 Cunha 2007 Hutz et al 2015 e Ribeiro 2013 Do ponto de vista da dinâmica empreendida nos estágios obrigatórios sua materialização ocorre a partir dessa organização sequencial que consubstancia o modus operandi da clínica escola Essa suposição pode ser confirmada pelas seguintes falas de três dos quatro alunosestagiários participantes da pesquisa Percebese pelas falas um reconhecimento positivo quanto a dinâmica empreendida essa dinâmica que é empreendida no curso ela traz ganhos né A avaliação prasic mim Hoje eu percebo o quanto ela é importante E1 Eu acho que sim Eu usei na prática testes que a gente tinha visto na matéria Eu vi bastante coerência entre as matérias Eu achei que foi dado de uma maneira muito boa A coisa vai sendo construída aos poucos E2 36 Eu gosto muito da forma como me foi ensinado Acho que foi algo que me ajudou muito e eu vejo a importância disso E3 O aluno E4 é o único que afirma considerar que os estágios obrigatórios são independentes e no caso do Estágio Básico III este a seu ver não guarda interface com os demais por estar voltado exclusivamente para testagem psicológica Eu peguei abordagem social né na contra ênfase e clínica na ênfase Prasic mim até agora não foi necessário sobre essa disciplina com quesic eu tôsic tratando Essa primeira fala de E4 demonstra o entendimento de que o Estágio Básico III não estaria vinculado aos demais Com certeza é um complemento né você aprende na teoria Os professores eles primeiro fazem com a gente né o teste prasic gente poder aprender e poder depois aplicar né Essa segunda fala do mesmo alunoestagiário reforça em particular o entendimento errôneo de que a avaliação psicológica se confunde com testagem psicológica caracterizando uma visão míope sobre o que venha a ser uma avaliação psicológica principalmente se considerados a sua abrangência e o seu alcance tal qual apresenta o item 12 do Capítulo 1 em especial de acordo com as colocações trazidas por Borsa 2016 quando o autor reforça a importância de se ter os conceitos de avaliação psicológica e de testagem psicológica claramente definidos de modo a evitar interpretações incorretas sobre esses diferentes processo e procedimentos Um dos professoressupervisores agrega à reflexão sobre a dinâmica empreendida aos estágios a importância que é se ter contato com diferentes professoressupervisores para além do contato com as diferentes abordagens e clínicas 37 Eu acho que vocês têm uma riqueza muito legal que é a possibilidade de fazer estágio com vários professores né você passa por vários professores nessa prática de estágio Eu acho isso muito rico sabe Muito rico mesmo A possibilidade de ter um olhar não só de abordagens diferentes mas de supervisores diferentes S1 Esse mesmo professorsupervisor ressalta os ganhos aferidos a partir do Estágio Básico III e que são essenciais aos Estágio Básico IV e Estágio Específico independentemente do campo de atuação Então eu acho que conduzir um processo avaliativo e traz essa segurança de estar num setting profissional é e pensar o fenômeno né De estar de desenvolver e desenvolver a habilidade de estar com o outro perceber o outro esse envolvimento que pra mim é um envolvimento mais existencial de perceber a situação do outro e também pensar planejar né é estudar a melhor forma de conhecer aquela pessoa Então eu acho que isso traz segurança para vocês quando vocês vão desenvolver o IV e o Específico S1 Ambos destacam a qualidade pedagógica do ensino prático empreendido no CENFOR considerando a dinâmica empreendida e o suporte ofertado aos alunosestagiários a partir das supervisões Eu gosto Eu gosto Eu acho bem boa sabe Eu acho que é bem boa É a ideia né essa ideia de observação né vocês provavelmente fazem algumas intervenções em sala de aula aplicação de testes em sala de aula intervenção grupal em sala de aula e tal essa coisa toda então observação intervenção em sala e depois estágios isso ajuda a montar essa esse esse olhar mesmo para a construção dessa formação do psicólogo Eu gosto disso observação intervenção em sala né 38 intervenção no campo e aí atendimento mesmo Eu gosto dessa construção eu acho que dá segurança né é paulatino S1 do ponto de vista da estrutura pedagógica é muito boa é muito boa né O fato dasic gente ter um professor supervisor e um professor que permanece ali o tempo todo que assiste os atendimentos que dá supervisão direta née que consegue intervir em situações pontuais nos atendimentos então eu acho que isso é um privilégio né É um privilégio S2 Com relação ao tempo de duração dos estágios as falas trazidas pelos alunosestagiários demonstram insatisfação principalmente considerando quando a ênfase escolhida é a clínica Em suas falas fica evidente o anseio por mais clientes e atendimentos com maior tempo de acompanhamento dos casos Poderia ter sido melhor a questão da avaliação Sim poderia Eles deveriam na minha opinião ter ditosic mais aulas mais matérias com essa temática E1 É eu acho que poderia ser mais assim É porque nem todo mundo quer clínica né Mas eu acho que para quem quer clínica deveria ser os últimos dois anos inteiros dedicados a isso É porque a gente teve assim o nono semestre foi teoria da clínica e aí o décimo foi a prática Eu acho que deveria ter sido assim o quarto ano inteiro teoria de clínica e o quinto ano inteiro prática até para a gente ter um ano com o mesmo paciente fazendo um atendimento mais continuo mais pacientes Então eu acho que poderia ter sido mais E2 Acho que eu gostaria que a gente tivesse um pouco mais de prática na verdade Acho que se a gente tivesse um pouquinho mais prática é seria um pouco melhor acho que seria mais positivo ainda se a gente tivesse mais tempo de estágio E3 39 Eu acho que não é suficiente Eu acho que deveria ter mais e na verdade eu acho que deveria começar mais cedo as práticas e não a partir só ali do Estágio Básico III quem pega ênfase por exemplo clínica né que é o Estágio Específico meu sic tô sic vendo mais agora prosic final o que é realmente atender e né ter a supervisão do professor Então eu acho que se isso acontecesse antes ou agora nesse momento com maior clientela eu acho que seria mais é valido né tipo assim sic sairia com mais confiança E4 Um dos professoressupervisores não faz alusão ao tempo de duração dos estágios obrigatórios O outro considera que o tempo é curto mas suficiente considerando os propósitos de um curso de graduação cuja característica prima é ser generalista É Do ponto de vista da formação do aluno eu acho que estágio quanto maior o período melhor né porque inclusive você tem um aluno em formação e esse é um estágio bem corrido porque a gente vai desenvolver a avaliação de adulto e de criança né Então é uma operacionalização é mais complicada porque tem de caber dentro da grade horária e tal Por outro lado a formação do psicólogo ela é generalista então ela não pretende e nem é o objetivo da formação segundo definição do MEC da ABEP do Conselho Federal dar conta de exaurir ou de desenvolver todas as habilidades e competências né porque a formação do psicólogo ela vai continuar ela é permanente S2 42 Habilidades e competências desenvolvidas no Estágio Básico III e repercussão nos estágios subsequentes Essa categoria de análise apresenta as habilidades e competências identificadas pelos alunosestagiários e observadas pelos professoressupervisores como adquiridas a partir dos estágios realizados no CENFOR Avalia qual a percepção dos alunosestagiários no que concerne o ensinoaprendizado da avaliação psicológica e elaboração de laudo psicológico 40 ainda no contexto da graduação bem como demonstra a percepção dos participantes da pesquisa sobre a repercussão do que é ensinado e aprendido no Estágio Básico III e sua aplicabilidade e utilidade nos outros dois estágios subsequentes Estágio Básico IV e Estágio Específico De modo unânime alunosestagiários e professoressupervisores se manifestaram pela importância de se aprender avaliação psicológica e elaboração de laudo psicológico ainda no curso de graduação Na literatura especializada é sempre mencionado a importância e a necessidade de o psicólogo se apoderar dos instrumentos pertinentes à avaliação psicológica e à testagem psicológica o que requer dedicação esforço e oportunidade de ensino e aprendizado Borsa 2016 Hutz et al 2015 Nesse sentido Cunha 2009 destaca o saber fazer com competência para o que a oportunidade de ensino desde a graduação se mostra relevante Eu vejo isso como suma importância Por uma questão de diagnóstico diagnóstico assim né nem gosto muito dessa palavra mas de prospectiva para saber mais ou menos onde você está pisando fundamental a avaliação Eu acho que ele pode ajudar sim como um farol É um mapa né E1 Eu acho que é importante na formação como um todo E2 Então acho que é importante da gente saber e aprender a fazer isso de uma forma muito ética e muito cuidadosa Então eu acho que é muito importante durante toda a formação a gente ter esse ensinamento né esse aprendizado pra posteriormente a gente poder levar essa responsabilidade pra nossa clínica pro lugar que a gente for atender porque é um documento muito sério né E3 Eu acho que é importante sim a gente ter né uma avaliação psicológica do paciente do cliente mas não só em si baseado na avaliação E4 41 Eu acho que é extremamente importante É Porque eu acho que é uma função elementar do psicólogo né Não acho que só do psicólogo clínico mas do psicólogo em geral Então ah de alguma forma a capacidade de fazer uma boa avaliação né independente do campo que for ela é uma competência importante para o psicólogo Cabe saber olhar para um fenômeno psicológico saber avaliar nomear e bem delimitar esse fenômeno psicológico eu acho que faz parte de uma boa capacidade Mas dentro da graduação eu acho fundamental para que é o futuro psicólogo tenha essa habilidade né essa competência né consolidada né minimante dessa avaliação De saber escrever um laudo de saber fazer uma avaliação fazer um relatório com clareza com competência e com ética S1 Bom eu acho que é uma importância fundamental primeiro porque essa é uma atividade ou uma tarefa uma habilidade que todo psicólogo tem que saber fazer independente da área que ele tá trabalhando especialmente na clínica né É o processo de avaliação psicológica ou psicodiagnóstico ele é um instrumental uma ferramenta fundamental pra gente em diferentes campos de atuação Saber fazer um laudo psicológico ou um relatório psicológico ou um parecer né se a gente tá falando do psicodiagnóstico fazer um laudo psicológico também é fundamental A gente vai usar isso é durante todo o tempo na psicologia né Especialmente na clínica a gente tá usando todo o tempo S2 No que diz respeito às habilidades e competências adquiridas a partir do Estágio Básico III apenas um alunoestagiário avaliou seu aprendizado como defasado e insuficiente no que concerne à aquisição dessas habilidades e competências Esse alunoestagiário em particular apresentou bastante descontentamento não se sentindo seguro para a partir da 42 graduação iniciar sua atuação profissional Entretanto se questiona se a pandemia poderia ter sido de alguma forma responsável pelos resultados obtidos É achei extremamente complexo apesar de ter tirado nota boa Eu senti complexo não me senti preparada para aquilo Achei muito raso sabe Tudo muito rápido Acho que a gente tem matérias na psicologia que nem deveriam ser dadas para a gente poder ficar realmente batendo o martelo nesse negócio Sabe eu acho que foi muito en passant prasic algo que é tão importante prasic a gente quando a gente for para a lida mesmo Vou já estou olhando o IPOG que vou fazer depois Eu me lembro até mesmo na hora de resolver o que foi passado uma puta insegurança para bater o martelo sabe E uma vez só não tem quem sai Tem que ser muito gênio né para sair assim preparado Mas assim não sei se a pandemia atrapalhou isso mas eu achei super raso sabe E1 Essa fala consubstancia o que Pereira e Carellos 1995 citadas por Noronha et al 2014 salientam a propósito das falhas existentes no ensino de teorias técnicas e práticas afetas aos testes psicológicos Também reforça o que Paula Pereira e Nascimento 2007 citadas por Noronha et al 2014 ressaltam quanto ao fato de alunos de Psicologia considerarem a formação em avaliação psicológica insuficiente Os demais alunosestagiários identificaram algumas habilidades e competências adquiridas todas tidas como importantes para o exercício da profissão tal qual nos apresenta Cunha 2007 Noronha et al 2014 e Hutz et al 2015 Eu acho que prasic avaliação a condução das entrevistas é bem diferente né A gente explora vem a queixa quer saber quando aquilo começou as perguntas são diferentes E já para a clínica é diferente né porque na avaliação a gente tásic querendo fazer todo aquele levantamento fazer uma avaliação mesmo do que está 43 acontecendo com aquele cliente Então na avaliação ter essa habilidade de ser mais diretivo e conduzir mais são competências diferentes E2 Essa fala reforça a importância da entrevista para o exercício da Psicologia de modo geral e para a condução da avaliação psicológica de modo específico tal qual trazem Borsa 2016 Cohen et al 2014 Hutz et al 2015 e Ribeiro 2013 quando afirmam que a avaliação psicológica abarca diferentes instrumentos métodos e técnicas conforme mencionado nos itens 12 do Capítulo 1 e no 22 do Capítulo 2 onde a entrevista se destaca também como um instrumento utilizado no processo psicoterapêutico quiçá o mais importante conforme nos diz Ribeiro 2013 Um outro alunoestagiário pontua a ética e a responsabilidade profissional como competências adquiridas no decorrer da formação acadêmica em particular nas atividades práticas de estágio obrigatórios Reforça a importância dessas condutas para o exercício da Psicologia conforme apresenta de Rosal 2017 e traz o nosso Código de Ética instituído pela Resolução nº 10 de 21 de julho de 2005 do CFP onde destaca a importância da ética profissional na condução de uma avaliação psicológica A ética e a responsabilidade de entender que o diagnóstico os estágios a gente tásic lidando com indivíduos e a gente querendo ou não tásic trazendo essa questão do diagnóstico da rotulação Então a gente tomar super cuidado ao longo da elaboração do processo de avaliação durante o processo de terapia A todo momento tomar muito cuidado com a nossa postura o que a gente vai inferir Então todo esse cuidado eu acho que é uma habilidade que eu desenvolvi sabe Essa ética E3 Um outro alunoestagiário apresenta as habilidades de acolhimento escuta e diálogo como tendo sido os seus grandes ganhos a partir dos estágios obrigatórios 44 Então eu acho que o que eu aprendi foi muito valioso Eu desenvolvi capacidade tipo habilidade de mais escuta na questão de teste de curiosidadersrsrssic e acaba que a gente aprende sim né A gente ganha ali igual eu falei a habilidade de escutar de Quanto mais você vai tendo contato com o cliente mais você vai desenvolvendo o lado do acolhimento escuta Enfim diálogo né E4 Um dos professoressupervisores além de conferir importância à entrevista e ao acolhimento empático incorpora a criatividade a espontaneidade e o manejo como habilidades e competências adquiridas a partir dos estágios obrigatórios É legítimo afirmar que criatividade e espontaneidade se tornam habilidades e competências essenciais ao psicólogo a partir da visão biopsicossocial assumida pelo processo psicoterapêutico em nossa contemporaneidade conforme trazido por Straub 2014 e de Rosal 2017 Em sua fala aparece mais uma vez a importância do modus operandi do CENFOR tal qual apresentado e analisado na categoria de análise anterior Sim Sim ÉPorque a clínica a clínica ela vai requerer ela vai requerer uma maior presença de uma maior presença no sentido de presença em criatividade em espontaneidade né em lançar mão às vezes naquele momento de uma técnica né Então quando vocês veem com uma segurança de uma condução de processo avaliativo anterior vocês sabem como é que acontece uma entrevista como conduzir e tal vocês já têm essa experiência e ao mesmo tempo vocês então se sentem mais seguros para que vocês possam desenvolver a competência de conduzir um processo mais aberto menos estruturado é do que é uma avaliação e que vocês possam se sentir mais espontâneos e criativos pra introduzir uma técnica em determinado momento Por exemplo o Estágio Específico e o IV eles vão consolidar outras habilidades como por exemplo a criatividade o manejo né o poder de fazer uma um acolhimento mais empático né de trazer um pouco de vinculação de empatia né 45 é de formar um vínculo maior com o paciente uma segurança de conduzir uma entrevista de fazer uma devolutiva né de conduzir entrevistas e conversas ao longo das aplicações dos testes os estagiários que têm feito estágio comigo é chegam com uma noção boa da parte inicial sabe Dessa parte inicial dessa condução dessa maior segurança de estar com o cliente numsic setting terapêutico S1 O outro professorsupervisor ressalta a importância de se considerar a abordagem teórica em tela Essa prerrogativa bem representa o que traz Ribeiro 2013 quando salienta a importância do arcabouço teórico metodológico técnico e instrumental de referência assumido em um processo psicoterapêutico pelo psicoterapeuta Reafirma a condução de entrevista como uma habilidade e competência adquirida pelos alunosestagiários e faz alusão aos princípios atitudinais e éticos necessários ao exercício da profissão conforme expresso por de Rosal 2017 Quando a gente pensa em habilidade e competência prosic Estágio Específico eu acho que tem que considerar também uma questão que é a abordagem teórica do estágio específico né Porque a avaliação psicológica é embora cada professor obviamente vá dar o tom da sua abordagem de formação ela tem como é que eu digo ela tem um suporte teórico é mais geral é né que é por exemplo a entrevista Você pode mudar a abordagem a técnica a forma de inquérito que você faz mas é uma entrevista clínica que tem parâmetros que regulam o uso desse instrumento né Agora do ponto de vista das competências atitudinais da postura ética sem dúvida há uma grande diferença né Há um ganho muito grande Os alunos chegam mais seguros eles chegam mais confiantes né Eles sabem e já aprenderam por exemplo como conduzir no caso dos estágios infantis como conduzir uma entrevista inicial com os pais S2 46 Apesar dos ganhos adquiridos ao longo do processo de aprendizagem empreendido nas disciplinas práticas da graduação há deficiências que precisam ser apontadas Nesse sentido é importante salientar que as falas dos alunosestagiários quando se referem ao Estágio Básico III em particular demonstram um entendimento equivocado sobre o que abarca uma avaliação psicológica reduzindoa à testagem psicológica e isso dificulta inclusive o entendimento sobre o modo como os estágios obrigatórios estão organizados conforme constatado na categoria de análise anterior bem como o alcance dos conteúdos aprendidos e suas aplicabilidades em outros campos de atuação da Psicologia O Estágio III sim foi na pandemia esse de fazer os exames Porque eu me lembro de fazer em sala de aula É achei extremamente complexo Eu não me senti preparada para aquilo E1 Acho que o estágio ele traz uma visão totalmente diferente assim né A gente põe em prática tudo o que a gente viu na teoria Na teoria a gente não consegue aplicar todos os testes E3 Os professores eles primeiro fazem com a gente né o teste pra sic gente poder aprender e poder depois aplicar né tinha que ter sido feito em maior quantidade cada aplicação de teste E4 Tais respostas reafirmam a dificuldade conceitual que envolve testagem psicológica e avaliação psicológica conforme apresentado no item 12 do Capítulo 1 reforçando o que colocam Cohen et al 2014 e Borsa 2016 sobre o imbricamento dos dois conceitos à despeito das diferenças significativas entre os dois procedimentos Essa confusão conceitual associada a eventuais lacunas deixadas em aberto ao longo da aprendizagem explicam porque os alunosestagiários entrevistados não percebem com clareza as distinções e os alcances dos dois procedimentos reforçando o que Borsa 2016 diz sobre a qualidade 47 precária da formação prática em avaliação psicológica no Brasil no contexto dos cursos brasileiros de graduação em Psicologia Corrobora também com o que trazem Fonseca 2011 Noronha e Reppold 2010 e Noronha Oliveira et al 2002 citados por Borsa 2016 sobre uma visão fragmentada limitada e preconceituosa conferida a avaliação psicológica dificultando avanços necessários e significativos no seu ensino e na sua aprendizagem 43 Importância da avaliação psicológica para a condução do processo psicoterapêutico no contexto da clínica escola Nessa categoria é analisado como os professoressupervisores orientam seus alunosestagiários a atender os clientes que passaram previamente por avaliação psicológica e seguiram para a psicoterapia como alunosestagiários e professoressupervisores lidam no geral com a avaliação psicológica no contexto do processo psicoterapêutico que é desenvolvido no CENFOR e de que modo alunosestagiários procedem diante desse cliente considerando possível influência na condução do processo psicoterapêutico a partir do conhecimento do laudo psicológico No que se refere à orientação que é conferida aos alunosestagiários por seus professoressupervisores sobre o atendimento dos clientes que passaram previamente por avaliação psicológica e seguiram para a psicoterapia as falas dos alunosestagiários a respeito da leitura prévia ou não do laudo psicológico trazem posicionamentos similares Não teve orientação na verdade As supervisões foram acontecendo após Não falou nada do laudo E1 A orientação foi de que na primeira entrevista a gente não lesse nada Para que a gente tivesse a nossa primeira impressão sem ter sido contaminado por nenhuma informação prévia E2 48 Eu vou ser bem sincera Não falou nada Nada em relação a isso é Eu vi que ele tinha passado por avaliação psicológica Eu li o laudo mas eu não fui orientada em nenhum momento em relação a isso sabe E3 Não Não fui orientado especificamente né É Ele falou assim que quem se sentisse confortável prasic poder estudar né sobre o caso que a gente ia atender Quem não quisesse também e para não influenciar no atendimento que fosse então tivesse o primeiro atendimento e depois dava uma lida no laudo né pronto E4 Essas falas permitem inferir que há um entendimento subjacente comum aos professoressupervisores que é o de não tornar o psicodiagnóstico um rótulo um estigma para quem o recebe Não o transformar em um fim em si mesmo Traz à luz o que diz Riberio 2013 sobre o processo psicoterapêutico ser uma construção edificada na relação clientepsicoterapeuta Parece haver um consenso entre os professoressupervisores sobre deixar à escolha do alunoestagiário que procedimento tomar mais uma vez elucidando o que Ribeiro 2013 e de Rosal 2017 afirmam sobre as escolhas privadas do psicoterapeuta para a condução do processo psicoterapêutico Essas inferências se consubstanciam nas seguintes falas Eu normalmente deixo à vontade prossic alunos É a minha sugestão é que como eu trabalho com a perspectiva fenomenológica existencial é a minha sugestão é que as pessoas leiam depois Por quê Prasic não enviesar o próprio olhar já inicial né Então Agora isso vai muito do psicólogo em formação que tásic fazendo As vezes a pessoa gosta de ler antes aí ela vai ter que fazer o esforço de esquecer tudo o que leu S1 Do ponto de vista da abordagem teórica né a gente fala na abordagem humanista quanto menos a priori você tem melhor né Então uma orientação que eu 49 sempre dou aos meus estagiários é independente deles lerem o laudo eles têm de atualizar a queixa sempre né É até por conta da nossa perspectiva teórica S2 Entretanto o laudo psicológico advindo da avaliação psicológica não é desconsiderado Ao contrário é valorizado como um instrumento auxiliar observados os possíveis achados psíquicos que foram ali identificados e que demandaram o encaminhamento à psicoterapia tal qual nos apresenta Cunha 2007 Cohen et al 2014 Branco et al 2021 e nos determina a da Resolução nº 9 de 25 de abril de 2018 do Conselho Federal de Psicologia CFP As falas de dois dos alunosestagiários entrevistados e professoressupervisores demonstram isso Mas depois que tenha sido feito esse primeiro contato essa primeira entrevista aí teve a recomendação de ler toda a avaliação os relatórios aí sim Eu acho que foi bem importante mesmo E2 agora faz duas semanas que eu voltei a tratar as demandas que foram apresentadas no laudo e o que foi mesic orientado foi a tratar agora só porque esse assunto voltou à tona senão tivesse voltado à tona não teria tratado esses assuntos E3 Um dos professoressupervisores menciona Irvin D Yalom ao justificar seu posicionamento ante um laudo psicológico É de alguma forma né é um pouco o que o Yalom coloca né quando a gente forma um diagnóstico a nossa tendência é querer confirmar esse diagnóstico E não contrapor o diagnóstico Então quando o estagiário lê eu tento ter muito cuidado para que ele veja além do diagnóstico S1 O outro professorsupervisor coloca em evidência a importância de se dar continuidade ao atendimento iniciado desde a avaliação psicológica corroborando com o que nos apresenta Branco et al 2021 sobre o papel do psicodiagnóstico no contexto clínico 50 Do ponto de vista do segmento do paciente eu acho que é extremamente importante ele perceber que a gente sabe sobre ele ou o que ele já fez na clínica Então eu acho que numsic acompanhamento de clínica escola é isso é fundamental e mesmo num consultório Mas é fundamental porque é muito ruim prasic aquele paciente chegar lá ele passou por avaliação ele chega lá e ninguém sabe nada sobre ele E dá uma impressão de descontinuidade dá uma impressão de começar tudo de novo É Então eu acho muito importante sim Olha o fulano já esteve aqui eu já vi a avaliação que ele fez eu vi que você esteve sendo acompanhada durante tanto tempo passou por isso passou por aquilo e agora você tásic vindo pra psicoterapia então primeira coisa eu queria que você me atualizasse sobre o que está acontecendo S2 No que se refere ao modo como alunosestagiários e professoressupervisores lidam com a avaliação psicológica no contexto do processo psicoterapêutico desenvolvido no CENFOR é válido afirmar que não se nega a relevância do processo de avaliação psicológica conforme inclusive já deixado claro pelas análises anteriores mas esse é visto como um complemento quando se trata da psicoterapia Ao processo psicoterapêutico somamse outras questões para além do laudo psicológico que colocam o processo em um outro patamar inclusive relacionadas à queixa sintomas e demanda mas também com aspectos intrínsecos à atuação do psicoterapeuta que empreende ao processo a sua própria identidade quando faz sua escolha teórica sobre a compreensão do sujeito Essas considerações podem ser encontradas em Hall e Campbell 2000 Branco et al 2021 e Ribeiro 2013 A esse propósito alunosestagiários afirmam Eu acho que ele o laudo psicológico pode ajudar sim como um farol mas eu jamais ficaria presa a aquilo principalmente TDAH De fato os exames me 51 ajudaram a pavimentar o que eu já tinha pensado né sobre um determinado caso específico Para a gente receber uma avaliação ela é muito importante E1 Eu acho que é importante que ela exista que esteja ali disponível E é importante sim a gente saber fazer caso um dia seja solicitado avaliação psicológica Então eu acho que é um conhecimento muito importante mas no dia a dia eu acho que da clínica eu imagino que a gente não vá ficar fazendo avaliação psicológica diagnóstico Vai ser uma coisa mais fluida pelo menos na abordagem humanista nas abordagens humanistas eu entendo que é menos focado no diagnóstico cada caso é um caso Eu senti muita necessidade com uma paciente minha de depois de umas 4 5 sessões me aprofundar nos relatórios e toda a informação que tinha antes Porque eu comecei a ver a necessidade de dar continuidade a um tratamento que já tinha começado antes Mas com outros pacientes não E2 Eu estou atendendo dois clientes que eu acho que seria muito importante eles terem passado pelo processo de avaliação Por um processo deles mesmo porque eles vieram com algumas demandas que querendo ou não ah eu tenho ansiedade que não foram diagnosticadas Então talvez pesquisar um pouquinho mais a fundo isso seria muito importante porque esse diagnóstico esse autodiagnóstico ele é até um pouco prejudicial né porque a pessoa se prende naquele diagnóstico e a gente nem sabe se é isso mesmo E3 Eu acho que é importante sim a gente ter né uma avaliação psicológica do paciente do cliente mas não só em si baseado na avaliação Ela pode ser o primeiro critério né pra a gente conhecer melhor sobre o cliente mas eu acho que em terapia que faz mais sentido né Você tá ali realmente é conversando às vezes acontece dosic cliente trazer algo né que ali na avaliação não foi captado 52 ou algo até que na avaliação ele mudou ali escreveu alguma coisa com medo de julgamento mas na terapia eu acho que é mais amplo e acaba sendo mais verdadeiro E4 Professoressupervisores apontam para os seguintes aspectos O diagnóstico é importante Ele vai trazer um ele traz uma luz muito grande para a condução um histórico do problema eu acho que é muito legal mas a gente tem que ir além do diagnóstico O diagnóstico é uma ferramenta que é importante para trazer o funcionamento da pessoa Uma boa avaliação vai trazer o funcionamento psíquico daquela pessoa e a gente vai entender aquele funcionamento mas obviamente a pessoa também tem outras coisas que não tãosic escritas ali né S1 Na minha abordagem né nessa perspectiva humanista a gente defende isso né de quanto menos a priori você tem melhor Mas às vezes você tem um estagiário que fica muito ansioso Então às vezes eu digo leia muito bem o laudo Vai fazer parte do raciocínio clínico que a gente vai introduzir Muitas vezes o paciente chega prasic gente sem nenhuma avaliação e nós vamos precisar fazer isso durante o processo psicoterapêutico né Em alguns momentos isso vai ser importante prasic gente S2 Por fim com relação à possível influência da leitura prévia do laudo psicológico para a condução do processo psicoterapêutico o alunoestagiário E3 afirmou não ter sido influenciado no processo mas ainda assim admitiu a influência na primeira entrevista Os demais admitiram taxativamente que a leitura do laudo psicológico os influenciou em alguma medida reafirmando a preocupação de professoressupervisores quanto a importância e necessidade de se manter imparcial ante um dado diagnóstico e o quão difícil é manter essa conduta quando se tem determinadas informações 53 Quando eu li ele realmente me influenciou bastante porque quando eu li eu vi que ela não tinha nenhum problema ligado à cognição memória aquela coisa toda eu fui indo e fui vendo com ela formas de ajudála nessa coisa de aprendizagem Primeiro levei jogos para ela resolver E aí a última agora e a professora adorou ela falou é isso aí mesmo porque ela não tem uma questão psicológica É uma questão de incentivo Ela precisa de incentivo E1 Até aconteceu é uma paciente minha ter sabido da situação dela que é uma situação muito complicada estava interferindo na forma como eu estava conduzindo as entrevistas Eu estava com um pouco de receio de tocar no assunto sem que ela me trouxesse então eu não estava sabendo lidar muito bem com isso Eu precisei de orientação do professor acaba interferindo sim Eu senti isso E2 No processo terapêutico não Mas na primeira entrevista influenciou não mudou nenhuma conduta minha no processo terapêutico E3 Então é Eu cheguei a ler os laudos né sim Que havia uns que eu li antes de atender como deixou bem livre uns eu fiquei curiosa e li antes e outros eu li depois de certa forma influencia sim E4 O professorsupervisor S1 ilustrou a sua fala com uma vivência pessoal sobre a importância e dificuldade que é manterse imparcial quando se conhece fatos a respeito de um dado cliente Por exemplo eu já tive eu já tive paciente que teve matéria no jornal sobre ele Eu não li Eu não li Eu guardei a matéria E li depois Então eu esperei entender toda a problemática dele entender compreender fazer todo o meu funcionamento Eu fui ler seis meses depois sabe Então porque eu tive muito medo de me contaminar com aquilo Então enquanto eu não tive segurança de que eu compreendia aquele funcionamento como eu entendia aquele funcionamento e aí foi 54 muito interessante porque eu fui ler a matéria depois e fez todo o sentido prasic mim S1 O professorsupervisor S2 mostra o lado positivo da eventual influência causada pelo conhecimento prévio sobre o que traz a avaliação psicológica de um cliente corroborando com as afirmações de Dalgalarrondo 2019 e Cunha 2007 que apresentam justamente essa condição positiva do psicodiagnóstico enquanto ferramenta de auxílio inclusive na escolha das eventuais alternativas de tratamento psicoterápico E a gente acredita especialmente né na Gestalt terapia especialmente no trabalho com criança que quanto mais informações a gente tem sobre aquele fenômeno sobre aquele evento mais qualificado pode ser o atendimento que a gente presta Então nós vamos atrás disso E a avaliação psicológica ela é muito interessante nesse sentido porque as vezes as famílias chegam com uma queixa agora muito diferente da que era anterior né Então como é que é esse processo o que que mudou o que que aconteceu Isso tem uma influência grande na compreensão do caso prasic gente S2 55 Considerações Finais A presente pesquisa teve como objetivo geral avaliar a importância do psicodiagnóstico na condução dos processos terapêuticos na clínicaescola do CEUB com enfoque voltado para o aprendizado proferido em favor da formação de futuros psicólogos Para melhor caracterizar essa questão central foram definidos os seguintes objetivos específicos a caracterizar o debate contemporâneo que envolve os instrumentos de uso privativo do profissional psicólogo avaliação psicológica e psicodiagnóstico b caracterizar a relevância do laudo psicológico como guia no tratamento terapêutico conduzido na clínica escola e c analisar a percepção de alunos e professores sobre o modus operandi empreendido na clínica escola do CEUB O estudo se constituiu em uma pesquisa qualitativa baseada em análise de conteúdo tal qual proposto por Bardin 2011 cujas categorias de análise identificadas a partir das informações coletadas nas entrevistas semiestruturadas realizadas com os participantes e consideradas representativas dos objetivos propostos foram i metodologia de ensino empreendida na clínica escola do CEUB ii habilidades e competências desenvolvidas no Estágio Básico III e repercussão nos estágios subsequentes e iii importância da avaliação psicológica para a condução do processo psicoterapêutico no contexto da clínica escola A pesquisa permitiu convalidar questões trazidas pela literatura especializada especialmente no que diz respeito a i dificuldades conceituais em distinguir avaliação psicológica e testagem psicológica e como essa dificuldade prejudica o entendimento sobre o alcance desses procedimentos ii importância de se adquirir habilidades e competências inerentes ao exercício da Psicologia independentemente do campo de atuação escolhido pelo profissional iii importância das disciplinas práticas para a aquisição de tais habilidades e competências iv relevância de se aprender a realizar a avaliação psicológica e produzir laudo psicológico ainda em um curso de graduação v significado do laudo psicológico para 56 os processos psicoterapêuticos especialmente considerando a forma parcimoniosa com que tal instrumento deve ser percebido e apropriado e vi discussões sobre a qualidade do ensinoaprendizagem empreendidos no Brasil em avaliação psicológica Por outro lado e complementarmente a pesquisa possibilitou visualizar i a organização sequenciada dos estágios obrigatórios do curso de graduação em Psicologia do CEUB e como essa organização pode influenciar na dinâmica empreendida na clínica escola ii o modo de ensinoaprendizado assumido a partir da dinâmica empreendida no CENFOR que garante um caminhar paulatino crescente no ganho das habilidades e competências necessárias ao profissional psicólogo ainda que com algumas possíveis falhas iii o sentimento de cuidado percebido pelos alunosestagiários por parte do CEUB no que diz respeito à sua formação profissional iv a percepção de professoressupervisores sobre a importância da logística organizacional do CENFOR enquanto algo de excelência que viabiliza o funcionamento da clínica escola tal qual é empreendido hoje e v a identificação de pontos fortes e fracos sobre as disciplinas práticas e o funcionamento da clínica escola demonstrando que há ganhos concretos de aprendizagem mas também espaço para aprimoramentos Dessa maneira restou demonstrado que o debate contemporâneo sobre avaliação psicológica e psicodiagnóstico com ênfase na dificuldade conceitual entre esses e a testagem psicológica bem como o alcance dos instrumentos e a sua utilização em diversos campos de atuação da psicologia permanece atual e se transporta não só para o campo prático da Psicologia mas também para o contexto acadêmico com consequências que podem interferir negativamente no efetivo aprendizado e apropriação adequada desses instrumentos Também trouxe considerações importantes a respeito do laudo psicológico com ênfase na possível influência que esse pode desencadear na condução de um processo psicoterapêutico seja por uma via positiva ou negativa Permitiu refletir sobre a importância 57 desse documento para aquele que o recebe e a necessidade de um cuidado ético profissional em sua formulação para evitar situações de preconceitos estigmas e estereótipos Portanto as falas trazidas pelos participantes associadas à literatura especializada considerada na pesquisa e à análise construída pelo pesquisador a partir da metodologia empreendia permitem inferir que os objetivos geral e específicos foram satisfatoriamente alcançados Do ponto de vista das limitações da pesquisa um dos fatores principais que pode ser motivo de questionamento sobre o alcance dos resultados encontrados principalmente aqueles que ressaltam aspectos negativos sobre o funcionamento da clínica escola é o fato de o período abrangido estar situado em meio à pandemia do Covid19 que requereu medidas específicas e radicais de conduta sanitária com repercussão direta nas instituições de ensino em particular nos contextos das disciplinas práticas Tal situação pode ter impactado diretamente o contexto analisado se considerados tempo e espaço o que confere significação restrita um viés muito particular aos achados aqui encontrados relacionados ao funcionamento presencial da clínica escola Por fim fica a sugestão de que novos estudos sejam realizados para convalidar ou não as percepções aqui identificadas principalmente no que diz respeito aos aspectos considerados falhos no processo de ensinoaprendizagem empreendido nas disciplinas práticas ao curso de graduação em Psicologia do CEUB considerado o momento de pandemia Também sugerese que outros estudos com enfoque específico na aferição sobre o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas ainda na graduação voltadas para avaliação psicológica e testagem psicológica sejam conduzidos e realizados de modo a apurar a preocupação trazida por Bock 2005 citada por Noronha et al 2014 sobre a necessidade de se fortalecer quiçá implementar áreas de pesquisa acadêmica especificamente voltadas para essas temáticas 58 De modo geral como sugestão pensada a partir dos achados encontrados nessa pesquisa fica a possibilidade de se rever o tempo de duração dos estágios obrigatórios principalmente considerando o Estágio Básico III e o Estágio Específico No caso do Estágio Básico III por ser esse efetivamente a porta de entrada ao campo prático da Psicologia vislumbrase mais atendimentos e supervisões de modo que os alunosestagiários possam ser confrontados com situações diversas sendo desafiados a colocar em prática o que lhes foi ensinado nas disciplinas teóricas Na impossibilidade de ampliar o tempo de duração do Estágio Básico III sugerese buscar alternativas de condução da disciplina que possam otimizar o tempo em prol do aprendizado efetivo e eficaz A concomitância das atividades programadas no Plano de Ensino poderá ser uma boa alternativa No caso do Estágio Específico para o contexto clínico a dinâmica de funcionamento da clínica escola estabelece processos terapêuticos fragmentados em semestres letivos o que parece não ser positivo nem para alunosestagiários nem para os clientes em atendimento Por isso fica a sugestão de que esse contexto possa ser estendido para um período de um ano letivo permitindo a ambas as partes envolvidas maior lapso de tempo com ganhos na consolidação do tratamento desenvolvido 59 Referências Avoglia H R C 2006 Avaliação psicológica A perspectiva sociofamiliar nas estratégias complementares à prática clínica infantil Tese de doutorado Universidade de São Paulo Barbieri V 2010 Psicodiagnóstico tradicional e interventivo Confronto de paradigmas Psicologia Teoria e Pesquisa 263 505513 Bardin L 2011 Análise de conteúdo São Paulo Edições 70 Batista Pinto E 2004 A pesquisa qualitativa em psicologia clínica Psicologia USP 15 1 2 7180 Borsa J C 2016 Considerações sobre a formação e a prática em avaliação psicológica no Brasil Temas em Psicologia 241 131143 Branco P D C C Sicsu T L de Lima C E V Sicsú R M F L 2021 Avaliação Psicológica e Psicoterapia no pré e pósoperatório de pacientes bariátricos Amazonlivejornal v 3 n2 p 123 2021 ISSN 2675343X wwwamazonlivejournalcom Campos CJG Turato E R 2009 Análise de conteúdo em pesquisas que utilizam metodologia clínicoqualitativa aplicação e perspectivas Rev LatinoAm Enfermagem 172 Cohen R J Swerdlik M E Sturman E D 2014 Testagem e Avaliação Psicológica Introdução a Testes e Medidas AMGH Editora Conselho Federal de Psicologia CFP 2005 Código de Ética Profissional do Psicólogo Resolução nº 01005 Conselho Federal de Psicologia CFP 2018 Regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos SATEPSI Resolução nº 0918 60 Conselho Federal de Psicologia CFP 2019 Institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pelao psicólogao no exercício profissional Resolução CFP Nº 0619 Conselho Nacional de Saúde CNS 2012 O que muda na ética em pesquisa no Brasil Resolução nº 46612 Cunha J A 2007 PsicodiagnósticoV Porto Alegre Artmed Editora Dalgalarrondo P 2019 Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais 3ª ed Porto Alegre Artmed Editora de Rosal A S R 2017 Teorias e técnicas psicoterápicas gerais Londrina Editora e Distribuidora Educacional SA do Carmo Alves F C Cruz K C A de Oliveira M F Rodrigues M A de Lourdes Coelho M de Cássia Silva R 2018 Cadernos Acadêmicos31 A Ética do Psicólogo frente ao Fenômeno da Medicalização Um Estudo Bibliográfico ÚNICA dos Santos F M 2012 Análise de conteúdo a visão de Laurence Bardin Revista Eletrônica de Educação São Carlos SP UFSCar v6 no 1 p383387 Disponível em httpwwwreveducufscarbr Duarte J 2005 Entrevista em profundidade Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação São Paulo Atlas1 6283 Farago C C Fofonca E 2012 A análise de conteúdo na perspectiva de Bardin do rigor metodológico à descoberta de um caminho de significações Revista Linguagem 18 Gondim L M Lima J C 2006 A pesquisa como artesanato intelectual considerações sobre método e bom senso São Carlos Edufscar Hall C S Lindzey G Campbell J B 2000 Teorias da personalidade Porto Alegre Artmed Editora 61 Hutz CS Bandeira DR Trentini CM 2015 Psicometria Porto Alegre Artmed Editora Moraes R 1999 Análise de conteúdo Revista Educação Porto Alegre v 2237 732 httpclienteargocombrmgosanalisedeconteudomoraeshtml 1922011 Noronha A P P de Camargo Barros M V Nunes M F O dos Santos A A A 2014 Avaliação psicológica importância e domínio de atividades segundo docentes Estudos e pesquisas em psicologia 142 524538 Piccini A M 1987 Visão psicanalítica do imaginário dos inquisidores e das bruxas Malleus Maleficarum Rev Bras psicanál 213 367401 Ribeiro J P 2013 Psicoterapia teorias e técnicas psicoterápicas Summus Editorial Sabadini A A Z P Sampaio M I C Koller S H coords 2009 Publicar em Psicologia um Enfoque para a Revista Científica Versión digital Revista Colombiana de Psicologia 211 167169 Santos P B D Nogueira E M Leite D T B D S Leite B M T Brito A M P D 2018 Filosofia platônica apontamento sobre educação Revista Educação Ambiental em Ação v 65 n 17 p 119 Schultz D P Schultz S E 2012 História da psicologia moderna 9ª Ed São Paulo Cengage Learning Sei M B Zuanazzi A C Oliveira K L Lúcio P S Cordeiro S N 2019 Da avaliação à psicoterapia em um serviçoescola de psicologia uma interlocução entre práticas Gerais Revista Interinstitucional de Psicologia 121 96106 Straub R O 2014 Psicologia da saúde uma abordagem biopsicossocial Porto Alegre Artmed Editora 62 Vaz R T G 2014 Traçando um paralelo entre o psicodiagnóstico tradicional e o interventivo Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de PósGraduação em Psicologia 63 Apêndice A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE Importância do psicodiagnóstico para condução do tratamento terapêutico no contexto clínica escola Instituição dos pesquisadores Centro Universitário de Brasília Ceub Professor Responsável Frederico Guilherme Ocampo Abreu Pesquisadora Sandra Maria de Carvalho Amaral Você está sendo convidadoa a participar do projeto de pesquisa acima citado O texto abaixo apresenta todas as informações necessárias sobre o que está sendo feito Sua colaboração neste estudo será de muita importância mas se desistir a qualquer momento isso não lhe causará prejuízo Antes de decidir se deseja participar de livre e espontânea vontade você deverá ler e compreender todo o conteúdo Ao final caso decida participar você será solicitado a assiná lo e receberá uma cópia do mesmo Antes de assinar faça perguntas sobre tudo o que não tiver entendido bem A pesquisadora deste estudo responderá às suas perguntas a qualquer momento antes durante e após o estudo Natureza e objetivos do estudo O objetivo deste estudo é avaliar a importância do psicodiagnóstico na condução dos processos terapêuticos na clínica escola do Centro Universitário de Brasília CEUB com enfoque voltado para o aprendizado proferido em favor da formação de futuros psicólogos Você está sendo convidado a participar exatamente por estar diretamente envolvido com o objeto de investigação da pesquisa O presente trabalho faz parte de uma atividade avaliativa da disciplina Monografia do 10º semestre do curso de Psicologia se constituindo no TCC de final de curso Procedimentos do estudo Sua participação consiste em conceder uma entrevista de caráter semiestruturado gravada presencial ou por meio virtual a depender do contexto pandêmico do momento Não haverá nenhuma outra forma de envolvimento ou comprometimento neste estudo Riscos e benefícios Este estudo consiste em uma atividade que não apresenta riscos cognitivos ou físicos associados Caso esse procedimento possa gerar algum tipo de constrangimento você não precisa realizálo Com sua participação nesta pesquisa você contribuirá para esclarecer a importância do psicodiagnóstico na condução dos processos terapêuticos na clínica escola do Centro Universitário de Brasília CEUB na perspectiva do aprendizado proferido em favor da formação de futuros psicólogos 64 Participação recusa e direito de se retirar do estudo Sua participação é voluntária Você não terá nenhum prejuízo se não quiser participar Conforme previsto pelas normas brasileiras de pesquisa com a participação de seres humanos você não receberá nenhum tipo de compensação financeira pela sua participação neste estudo Confidencialidade Seus dados serão manuseados somente pela pesquisadora e pelo professor responsável pela disciplina não sendo permitido o acesso a outras pessoas Os dados utilizados ficarão guardados sob a responsabilidade da pesquisadora Sandra Maria de Carvalho Amaral com a garantia de manutenção do sigilo e confidencialidade Caso tenha dúvidas ou queira informações relativas à sua participação no experimento entre em contato com a pesquisadora responsável Sandra Maria de Carvalho Amaral pelo email sandraamaralsempreceubcom Os resultados deste trabalho poderão ser apresentados em encontros ou revistas científicas Entretanto ele mostrará apenas os resultados obtidos como um todo sem revelar seu nome ou qualquer informação que esteja relacionada com sua privacidade Se houver alguma consideração ou dúvida referente aos aspectos éticos da pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de Brasília CEPCEUB que aprovou esta pesquisa pelo telefone 39661511 ou pelo email cepuniceubuniceubbr Também entre em contato para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua participação no estudo Caso queira informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua participação no estudo entre em contato com o professor responsável pela disciplina Frederico Guilherme Ocampo Abreu pelo email Fredericoabreuceubedubr Eu RG após receber a explicação completa dos objetivos da pesquisa e dos procedimentos envolvidos concordo voluntariamente em fazer parte deste estudo Este Termo de Consentimento encontrase impresso em duas vias sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável e a outra será fornecida ao senhora Brasília de de Participante Pesquisadora Responsável Sandra Maria de Carvalho Amaral Professor Responsável Frederico Guilherme Ocampo Abreu 65 Apêndice B Entrevista Semiestruturada Estudantesestagiários 1 Dados Demográficos Nome completo semestre que está cursando clínicas que está cursando 2 Qual a importância de aprender avaliação psicológica e elaboração de laudo psicológico na formação do psicólogo 3 Como você percebe a dinâmica do Estágio III no que concerne ao aprendizado das habilidades e competências específicas em avaliação psicológica 4 Como você avalia a importância do Estágio III para a realização dos Estágios IV e Específico 5 Que habilidades e competências você acredita ter desenvolvido a partir dos estágios obrigatórios 6 Como você foi orientado a atender um cliente que passou anteriormente por avaliação psicológica 7 Em que medida a leitura prévia do Laudo Psicológico influencia na condução do processo terapêutico 8 Como você avalia sua formação profissional considerando a dinâmica dos estágios obrigatórios empreendida no CENFOR 66 Apêndice C Entrevista Semiestruturada Professoressupervisores 1 Dados Demográficos Nome completo clínica que supervisiona 2 Qual a importância de se ter disciplinas que contemplem avaliação psicológica e elaboração de laudo psicológico ainda no curso de formação do profissional psicólogo Por quê 3 Como você percebe a dinâmica empreendida em Estágio III no que concerne à aquisição por parte dos alunos das habilidades e competências especificas em avaliação psicológica 4 De modo geral como você avalia as habilidades e competências adquiridas pelos alunos no momento em que chegam no Estágio Específico Ênfase Clínica Percebe no aluno o desenvolvimento de habilidades e competências adquiridas 5 Como você avalia a participação dos alunos nos estágios obrigatórios 6 Como você orienta um aluno a atender um cliente que passou por avaliação psicológica anteriormente 7 Em que medida a leitura prévia do Laudo Psicológico influencia na condução do processo terapêutico 8 Como você avaliaria a formação profissional de futuros psicólogos considerando a dinâmica dos estágios obrigatórios empreendida no CENFOR