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Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X JUVENTUDES EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO UM ENSAIO TEÓRICO Nídia de Jesus Moraes Universidade Federal de Santa Catarina Mestre em Educação Profissional e Tecnológica httporcidorg0000000328430363 Roberta Pasqualli Professora do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul httporcidorg000000018293033X Marizete Bortolanza Spessatto Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina httporcidorg000000030213833X Data de submissão 12022021 Data de aprovação 21092021 RESUMO Este ensaio teórico discorre sobre juventudes educação e trabalho no contexto contemporâneo brasileiro Foi constituído numa abordagem qualitativa produzido por meio de pesquisa bibliográfica e análise documental envolvendo autores como Dayrell 2003 Guarnieri e MeloSilva 2010 Martins e Carrano 2011 Moura 2013 Jardim e Almeida 2016 Silva e Silva 2015 entre outros O corpus de análise teórica e documental envolveu publicações em periódicos trabalhos acadêmicos e documentos oficiais que abordam o tema Desejase aqui ampliar a reflexão acerca do papel atribuído às juventudes ao longo da história brasileira e de como se dá o acesso desses ao ensino superior Como repercussões destacase que muito embora tenha havido a ampliação de ofertas de vagas em universidades já existentes com a abertura de novas universidades e a criação da Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica RFEPCT atendendo também à educação superior o Brasil ainda enfrenta problemas para garantir o acesso a permanência e o êxito de jovens das classes menos privilegiadas na educação superior Palavraschave juventudes trabalho educação YOUTH EDUCATION AND THE LABOR MARKET A THEORETICAL TEST ABSTRACT This theoretical essay discusses youth education and work in the contemporary Brazilian context It consisted of a qualitative approach produced through bibliographic research and documentary analysis involving authors such as Dayrell 2003 Guarnieri and Melo Silva 2010 Martins and Carrano 2011 Moura 2013 Jardim e Almeida 2016 Silva and Silva 2015 among others The corpus of theoretical and documentary analysis involved publications in journals academic papers and official documents that address the theme The intention is to broaden the reflection about the role attributed to youth Nídia de Jesus Moraes Roberta Pasqualli Marizete Bortolanza Spessatto 16 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X throughout Brazilian history and how they gain access to higher education As repercussions it is noteworthy that although there was an expansion of vacancies in existing universities with the opening of new universities and the creation of the Federal Network for Professional Scientific and Technological Education RFEPCT also attending to education higher education Brazil still faces problems to guarantee the access the permanence and the success of young people of the less privileged classes in the superior education Keywords youth job education JUVENTUD EDUCACIÓN Y MERCADO LABORAL UN ENSAYO TEÓRICO RESUMEN Este ensayo teórico analiza la juventud la educación y el trabajo en el contexto brasileño contemporáneo Consistió en un enfoque cualitativo producido a través de la investigación bibliográfica y el análisis documental en el que participaron autores como Dayrell 2003 Guarnieri y MeloSilva 2010 Martins y Carrano 2011 Moura 2013 Jardim e Almeida 2016 Silva y Silva 2015 entre otros El corpus de análisis teórico y documental involucró publicaciones en revistas trabajos académicos y documentos oficiales que abordan el tema La propuesta es ampliar la reflexión sobre el papel atribuido a los jóvenes a lo largo de la historia brasileña y cómo acceden a la educación superior Como repercusiones cabe destacar que si bien hubo una expansión de ofertas de vacantes en universidades existentes con la apertura de nuevas universidades y la creación de la Red Federal de Educación Profesional Científica y Tecnológica RFEPCT atendiendo también a la educación superior educación TIRAR Brasil todavía enfrenta problemas para garantizar el acceso la permanencia y el éxito de los jóvenes de las clases menos privilegiadas en la educación superior Palabras clave juventud trabajo educación 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Este texto foi constituído com o objetivo de contribuir com as discussões acerca do tema juventude considerando políticas públicas e as ações desenvolvidas nas instituições de ensino entre elas as atividades pedagógicas que levem em consideração as condições sociais dos estudantes com ingresso tardio e a necessidade de incluir as NTDIC no ambiente institucional Caracterizado como um estudo de abordagem qualitativa o texto foi produzido por meio de pesquisa bibliográfica em livros periódicos e trabalhos acadêmicos e também da análise em documentos oficiais brasileiros Tanto a pesquisa bibliográfica quanto a análise documental trataram da interrelação entre juventudes trabalho e educação Constam autores como Dayrell 2003 Guarnieri e MeloSilva 2010 Martins e Carrano 2011 Moura 2013 Jardim e Almeida 2016 Silva e Silva 2015 entre outros A investigação do tema toma como ponto de partida o papel atribuído às juventudes ao longo da história brasileira Questionase se a juventude é um tempo que pode ser medido biologicamente e ao longo do texto buscase analisar como em diferentes momentos históricos a questão foi tratada Concluise com a observação JUVENTUDES EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO UM ENSAIO TEÓRICO 17 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X acerca de como autores contemporâneos tratam da relação entre juventudes trabalho e educação Observase nas últimas décadas a ampliação da oferta de cursos superiores tanto quantitativa quanto geograficamente A abertura de novos campi em universidades já existentes a criação de novas universidades e da Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica RFEPCT levaram entre outras ofertas a possibilidade de ingresso em cursos superiores em regiões até então distantes do ensino superior público Entretanto para além do ingresso às instituições de ensino é necessário um olhar atento ao processo de permanência e êxito especialmente dos jovens com ingresso tardio arriscando caso não se tenha atenção a isto que esses jovens sejam apenas números nas estatísticas de evasão Pensar o tema demanda tratar da contradição gerada pelas mudanças nos meios de produção que exigem cada vez mais trabalhadores qualificados ao mesmo tempo em que o ingresso precoce daqueles que pertencem às classes sociais menos privilegiadas no mercado de trabalho torna difícil sua permanência nos bancos escolares e êxito nos estudos É uma questão que precisa do olhar atento de todos os setores especialmente daqueles que atuam nas instituições de ensino Para atingir o objetivo expressado anteriormente o texto está estruturado em três seções Na primeira nomeadaconsiderações iniciais destacase a introdução à temática proposta para o estudo e o processo metodológico utilizado para a elaboração deste ensaio teórico Na segunda nomeada fundamentação teórica apresentase a discussão teórica privilegiada dando corpo ao ensaio teórico proposto A terceira seção apresenta as considerações finais e por fim são apresentados os referencias teóricos trazidos para esta discussão Este trabalho segue os preceitos da abordagem qualitativa De acordo com Gerhardt e Silveira 2009 p 34 quando se utilizam dessa perspectiva metodológica os pesquisadores buscam explicar o porquê das coisas exprimindo o que convêm ser feito mas não qualificam os valores e as trocas simbólicas e nem se submetem à prova de fatos pois os dados analisados são nãométricos suscitados e de interação Zanette 2017 p 153 também defende esse percurso metodológico alegando que Um bom trabalho científico que utiliza metodologia mais próxima da realidade a ser pesquisada deve ser aquele que propicia ao pesquisador colocarse no papel do outro ou seja compreender a realidade pela visão dos pesquisados como forma de aproximação entre a vida e o que vai ser investigado Para isso ainda um melhor caminho é através da pesquisa qualitativa com metodologia que vise compreender a questão do humano através da dimensão educacional ZANETTE 2017 p 153 Minayo 2002 por sua vez destaca que A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares Ela se preocupa nas ciências sociais com um nível de realidade que não pode ser quantificado ou seja ela trabalha com o universo de significados motivos aspirações crenças valores e atitudes o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis MINAYO 2002 p2122 Com esse viés foi realizada uma pesquisa bibliográfica com seleção de artigos científicos publicados em revistas em teses dissertações e livros utilizando como categorias de busca as palavras juventude trabalho educação e posteriormente ampliando os termos de busca para incluir a investigação acerca do ingresso tardio dos jovens brasileiros na educação superior Nídia de Jesus Moraes Roberta Pasqualli Marizete Bortolanza Spessatto 18 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X Para Silva e Pasqualli 2020 p 4 a metodologia de um estudo puramente teórico não pode fugir de um caminho que é exclusivo isto é o da pesquisa bibliográfica Para Gil 2008 esta pesquisa é desenvolvida com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos A busca em legislações faz parte da análise documental o que para Gil 2008 se caracteriza como materiais que não receberam um tratamento analítico ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa Além de analisar os documentos de primeira mão arquivos de igrejas sindicatos instituições etc existem também aqueles que já foram processados mas podem receber outras interpretações como relatórios de empresas tabelas etc GIL 2008 Na sequência apresentase o corpo teórico de análise e discussão do ensaio proposto 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 21 As Juventudes Brasileiras Segundo a Lei nº 128522013 que instituiu o Estatuto da Juventude são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 e 29 anos de idade BRASIL 2013 Fruto de debates e amplas discussões em espaços de participação social o Estatuto da Juventude é um marco na garantia de direitos geracionais no país junto com o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso dando um novo rumo às políticas para a juventude e consolidando a categoria como constituinte de sujeitos de direitos É importante recordar que o conceito de juventude era atribuído nos primeiros programas sociais aos jovens em situação de risco que dependiam de ações governamentais para serem reintroduzidos na sociedade Dessa forma o Estatuto da Juventude possibilitou uma nova perspectiva dando a esses o papel de protagonistas nas políticas públicas destinadas a essa categoria CASTRO MACEDO 2019 O critério de faixa etária passou a ser utilizado por muitos países para classificar a juventude a partir da Conferência Internacional da Juventude realizada em 1964 em Grenoble na França reforçando o período como de transição para a vida adulta Entretanto não é possível utilizar apenas a idade como padronização pois carrega consigo outros elementos que o recorte etário homogêneo esconde como diferenças e desigualdades que podem variar historicamente e socialmente CASTRO MACEDO 2019 A juventude é uma categoria socialmente construída na idade moderna ocidental para atender aos anseios da sociedade industrial por um novo mercado consumidor É compreendida a partir de duas vertentes que se apresentam de um lado pelo viés biológico utilizado de forma ampla nas políticas públicas de vários países como aquela que entende e define juventude por um viés natural a partir do desenvolvimento biológico e psicológico dos indivíduos e do outro conceituado pelas Ciências Humanas como categorias socialmente construídas portanto históricas e passíveis de mudanças no tempo e no espaço CASSAB 2010 p 40 Essa última vertente é a empregada neste texto por se entender que a juventude é construída socialmente mas que não é a única Ela é diversa e inclui fatores culturais históricos geracionais de classe de gêneros região etc Para Peralva 1997 apud Dayrell 2003 p 40 a juventude é ao mesmo tempo uma condição social e um tipo de representação Dayrell 2003 opta pelo conceito de juventudes relatando que Se há um caráter universal dado pelas transformações do indivíduo numa determinada faixa etária nas quais completa o seu desenvolvimento físico e enfrenta mudanças psicológicas é muito variada a forma como cada sociedade JUVENTUDES EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO UM ENSAIO TEÓRICO 19 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X em um tempo histórico determinado e no seu interior cada grupo social vão lidar com esse momento e representálo Essa diversidade se concretiza com base nas condições sociais classes sociais culturais etnias identidades religiosas valores e de gênerotambém das regiões geográficas dentre outros aspectos DAYRELL 2003 p 4142 Sendo assim concordase com o autor e passase a empregar o termo juventudes ao longo deste trabalho É necessário observar que na atualidade no Brasil as juventudes vêm passando por grande processo de transformação pois como já citado essa categoria não é hegemônica e nem estática no tempo Ela é formada por aspectos plurais que determinam sua forma de ser e de se expressar sofrendo influências de aspectos sociais Desse modo podese verificar formas de participação juvenil diferenciadas ao longo da história do país Com a democratização após o período ditatorial novas formas de participação passaram a fazer parte da agenda política e com elas entrou em cena um novo protagonista a juventude popular Junto com outros segmentos sociais esse grupo vem ocupando novos espaços de participação Para Santiago Nascimento e Moreira 2016 a partir da democratização do país a participação política na sociedade brasileira passou a ser compreendida de outra maneira não mais centrada em uma atividade eminentemente institucionalizada ou formalizada a exemplo da participação em partidos políticos ou sindicatos A participação nos movimentos sociais e grupos associativos juvenis a qual traz uma roupagem mais dinâmica e plural para a cena pública com novos arranjos organizativos e temáticos passa a ser considerada como nova forma e canal de participação da juventude na sociedade atual possibilitando portanto se repensar a política como uma ação cotidiana que perpassa as relações sociais alcançando além das relações e espaços formalizados Participação que reforça a democracia participativa agregando os vários sujeitos da sociedade civil contribuindo para uma nova institucionalidade política que preserva e considera a diversidade políticocultural da sociedade através das diversas práticas participativas contemplando a lógica da inclusão SANTIAGO NASCIMENTO MOREIRA 2016 p 55 É importante lembrar que a presença dos jovens nas lutas sociais no Brasil passou a ser reconhecida a partir dos anos 1950 apresentando sua maior expressividade nos movimentos contrários ao regime ditatorial iniciado em 1964 devido ao engajamento político de estudantes universitários oriundos das classes média e alta da sociedade brasileira A juventude passou a ser então reconhecida como uma categoria que além de social e histórica tem importante função política No movimento pela redemocratização entretanto os jovens da classe trabalhadora permaneceram no anonimato diferente dos dias atuais SILVA 2015 Ainda a partir dos anos 1980 com a redemocratização do país e as mudanças de ordem econômica as juventudes começaram a redefinir seus valores e estilos Silva 2015 aponta dois fatores ligados à globalização da economia que modificaram esse cenário Atuação dos meios de comunicação de massa que em função do avanço tecnológico alcança um número cada vez maior de pessoas e atua de forma mais eficiente no processo de alienação e a necessidade por parte do capital de ampliação do mercado consumidor que enxergava na juventude um público potencial SILVA 2015 p 50 Ser jovem passou a ser um estilo de vida a ser vendido como uma mercadoria Roupas cremes antiidade antirrugas tintura de cabelo tratamentos estéticos assumir o envelhecimento não é aceito na sociedade capitalista Criouse assim um conceito específico de juventude como um bem de consumo Para além da diversidade de culturas as juventudes brasileiras podem ser divididas entre os que consomem e os que tentam consumir ou seja entre classes sociais Essas já marcam a primeira diferenciação visto que a classe social vai determinar os espaços a serem ocupados ou Nídia de Jesus Moraes Roberta Pasqualli Marizete Bortolanza Spessatto 20 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X seja o meio concreto que determinará a formação dos jovens e o lugar que ocupam na sociedade 22 Categorias de análise teórica 221 Juventude trabalho e educação O ingresso dos jovens na educação e no mundo do trabalho é marcado por sua origem social No Brasil grande parte dos filhos da classe trabalhadora se vê obrigada a ingressar precocemente no mercado de trabalho na maioria das vezes em empregos precarizados informais sem direitos trabalhistas com menores salários A violência outro fator que atinge a juventude pobre do país faz com que pessoas nessa faixa etária representem 70 da população carcerária criando um grave problema social e condenandoos a uma vida estigmatizada SILVA SILVA 2011 p 665 Para Silva e Silva 2011 um jovem de classe baixa entra em confronto com várias manifestações da questão social indicando que as desigualdades econômicas sociais e culturais dividem esse segmento em duas juventudes distintas os que conseguem usufruir da condição de ser jovem e os que passam da infância diretamente à condição de vida adulta inserindose no mercado de trabalho formal ou informal precocemente ou ainda ingressando no mundo da marginalidade SILVA SILVA 2011 p 665 A juventude é marcada pela classe Seu início e seu fim dependerão da origem social de cada sujeito o que determina responsabilidades diferenciadas para pessoas de classes sociais distintas Cotidianamente observamse cobranças e punições desiguais para jovens da mesma faixa etária o que revela essa desigualdade de tratamento Como exemplo um delito pode ser aceito como imaturidade ou como crime dependendo de quem o realiza A mídia também se posiciona de formas diferenciadas ao se divulgar com algum delito É muito comum escutarmos nos jornais que jovem traficante foi preso em tal favela ou que jovem estudante da Zona Sul foi pego com cocaína no carro O delito pode ser o mesmo mas há uma condenação prévia determinada pela classe social delimitando o espaço de cada sujeito em nossa sociedade Carrano 2011 p 11 grifos no original afirma que nem todos os jovens vivem a sua juventude como uma situação de trânsito e preparação para as responsabilidades da vida adulta Isso significa dizer por exemplo que para jovens das classes populares as responsabilidades da vida adulta especialmente a pressão para a entrada no mercado de trabalho ou ainda a experiência da gravidez da maternidade e da paternidade chega enquanto esses estão experimentando um tipo determinado de vivência do tempo de juventude CARRANO 2011 p 11 Nesse sentido a vida adulta chega mais cedo para as classes baixas com as responsabilidades iniciadas com o ingresso precoce no mercado de trabalho Nesse contexto trabalhar passa a ter pouca contribuição no processo de humanização pois não abre perspectivas para a ampliação de potencialidades e construção de uma imagem positiva mostrandose insensível às necessidades dos jovens em construíremse como sujeitos DAYRELL 2003 Também para esse grupo o ingresso a permanência e o êxito nas instituições de educação formal são problemáticos No Brasil fortes traços de exclusão marcam o acesso à educação ao longo da história visto que há um visível privilégio das classes altas nessa política Mesmo que nas últimas décadas tenha havido um processo de democratização que possibilitou a estudantes oriundos de famílias de baixa renda ocupar seus espaços nessas instituições esses ambientes não estavam e ainda não estão preparados para atender esse novo estudante Isso gera dificuldade de adaptação e conflitos no ambiente escolar causando menor aproveitamento dos estudos e em alguns casos a evasão escolar SILVA 2015 JUVENTUDES EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO UM ENSAIO TEÓRICO 21 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X Nesses ambientes os jovens buscam se expressar e a escola tradicional não os reconhece como um retrato da juventude por ter como modelo comportamental representações sociais da juventude em uma perspectiva de um ser em construção cujos elementos constitutivos são dados de acordo com os valores ideais das classes média e alta CARRANO DAYRELL 2003 apud MARTINS CARRANO 2011 p 50 Ainda de acordo com Martins e Carraro 2011 p 50 qualquer outra possibilidade de expressão juvenil corre o risco de ser classificada como inadaptação aos padrões sociais determinantes para o conjunto dos sujeitos aprisionados em uma determinada faixa etária Dessa forma entendese que os conflitos existentes no ambiente das instituições podem ser estimulados por pontos de vistas diferentes de um lado o estudante não reconhece mais o ambiente escolar rígido e padronizado e se expressa de formas que as instituições não reconhecem como normais SILVA 2015 Sem a formação do seu quadro para compreender a diversidade de perfis dos sujeitos que constituem as escolas essas instituições não conseguem formular estratégias que abarquem as culturas juvenis que passaram a fazer parte daquele ambiente A trajetória escolar ainda é para um grupo significativo de estudantes um desafio determinado pelas condições de vida que em muitas situações levam à interrupção dos estudos Essa realidade é comumente presente na vida dos sujeitos de escolas públicas que como já citado ingressam precocemente no mercado de trabalho dificultando a continuidade dos estudos Assim como na educação fundamental e de nível médio a formação da juventude das classes populares em outros níveis de ensino também é incerta Até 20 anos atrás o ingresso nas instituições de ensino superior públicas era muito reduzido Este panorama passou a mudar a partir de 2000 quando a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Estadual do Norte Fluminense passaram a utilizar as cotas sociais e étnicoraciais em seus processos seletivos movimento que incentivou outras instituições a aderirem ao sistema de cotas em seus vestibulares GUARNIERI SILVA 2010 Outras ações governamentais foram implementadas nesse sentido como o Programa Universidade para Todos PROUNI cujo objetivo é a concessão de bolsas de estudo integrais ou parciais para estudantes oriundos de famílias com renda mensal per capita de até 15 saláriomínimo em universidades privadas BRASIL 2005 a publicação do Decreto nº 60962007 que regulamentava o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais REUNI e que ampliou as vagas nas universidades públicas BRASIL 2007 Ainda majorouse o número de vagas no ensino superior com a expansão da RFEPCT em todo o território nacional iniciada em 2005 As instituições que faziam parte da Rede passaram a ter também como objetivo e finalidade a educação superior em várias áreas como também pósgraduação lato sensu e stricto sensu embora com ênfase na formação tecnológica PEREIRA et al 2015 p 324 Em 2012 foi aprovada a Lei 127112012 que regulamenta a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas nas instituições federais Também naquele ano foi adotado o Sistema de Seleção Unificada SISU como processo seletivo permitindo que os estudantes concorressem às vagas das instituições com as notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio ENEM Para Jardim e Almeida 2016 a utilização do ENEM como método seletivo acoplado às ações afirmativas foi o pulo do gato das políticas de acesso à educação superior a partir do governo Lula 20032011 Os estudantes de classe média baixa e de baixa renda que já lutavam por acesso a partir do uso do ENEM tiveram suas chances ampliadas pois passaram a ter mais oportunidades de ultrapassar a barreira da restrição competitiva no vestibular das universidades públicas Nídia de Jesus Moraes Roberta Pasqualli Marizete Bortolanza Spessatto 22 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X Para Jardim e Almeida 2016 p 79 das ações acima elencadas o ProUni merece destaque pois este Programa possibilitou que indivíduos mais velhos casados com filhos provedores de família e moradores de bairros periféricos pudessem acessar o ensino superior Talvez em proporção esse programa possa ter incluído um número maior de estudantes adultos nas universidades de ensino superior privadas do que públicas mas com as ações afirmativas esses também estão tendo a oportunidade de ingressar em instituições federais Uma pesquisa realizada no ano de 2018 em 63 Universidades Federais e dois Centros Federais de Educação Tecnológica mostrou um aumento gradativo de estudantes com idade superior a 30 anos nesses espaços em comparação com pesquisas anteriores No ano de 2016 o percentual desse público nas salas de aula da educação superior era de 10 e em 2018 chegou a 148 FONAPRACE ANDIFES 2019 Ao se sinalizar para esse perfil de estudantes presentes na educação superior fazse necessário discutirmos o conceito de adulto Nos dicionários atuais o termo significa que ou o que atingiu o máximo do seu crescimento e a plenitude das suas funções biológicas GREGORIM 2008 p 23 nas versões mais antigas como na de 1960 do dicionário Aurélio o termo adulto era classificado como que chegou ao uso da razão ou à idade vigorosa FERREIRA 1960 p 31 Entretanto assim como as juventudes não podem ser entendidas como uma categoria determinada pelo viés biológico a vida adulta também o não Para Raposo e Günther 2008 fazer isso seria dizer que essa fase da vida é estática e embora se reconheça nesse estágio uma certa estabilidade se comparado aos demais ciclos da vida há variações decorrentes de determinantes biológicas de eventos ou de expectativas sociais Isso posto embora com algumas características determinadas pela vida em sociedade o adulto também tem sua construção social forjada pelo meio social em que vive e isso pode ser percebido na forma de acesso à educação e ao mundo do trabalho Para os mecanismos oficiais como é o caso do Plano Nacional de Educação PNE a idade ideal para frequentar o ensino superior é entre 18 e 24 anos BRASIL 2014 No entanto é possível deduzir que o atraso e a evasão escolar no ensino fundamental e médio e o ingresso no mercado de trabalho interferem no acesso às instituições de ensino superior Como já citado na realidade brasileira as condições de vida dos estudantes fazem da trajetória escolar um desafio diário e em muitas situações concomitante aos estudos eles se veem obrigados a ingressar no mundo do trabalho para prover seu sustento ou auxiliar na renda familiar Conforme Moura 2013 p 148 A extrema desigualdade socioeconômica brasileira obriga grande parte dos filhos da classe trabalhadora a buscar muito antes dos 18 anos de idade a inserção no mundo do trabalho visando complementar a renda familiar ou até a autossustentação Nesse cenário a formação deixa de ter prioridade e o trabalho passa a ser a atividade central A volta aos estudos quando se dá depois de longo tempo de afastamento para muitos é a realização de um sonho e abre oportunidades de inserção no mercado formal de trabalho e consequentemente melhora as condições de vida Jardim e Almeida 2016 p 76 afirmam que os trabalhadoresestudantes que viram nos recentes programas de acesso ao ensino superior uma oportunidade certamente têm preocupações e desafios distintos do estudante típico ideal Eles têm uma jornada de trabalho a cumprir e alguns já construíram famílias além do lapso de tempo que permaneceram afastados dos estudos Isso requer formas diferenciadas para atendêlos e demanda das instituições de ensino estratégias diferenciadas daquelas voltadas aos demais estudantes e que corroborem para o sucesso no percurso acadêmico Diante desse quadro fazse necessário criar alternativas de enfrentamento das dificuldades enfrentadas por esses estudantes com novas propostas educativas para o desenvolvimento de uma formação plena das potencialidades humanas JUVENTUDES EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO UM ENSAIO TEÓRICO 23 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X Jardim e Almeida 2016 lembram que possibilitar a formação de nível superior aos estudantes das classes sociais menos favorecidas tem influências positivas no combate às desigualdades sociais Entretanto essa ação caso ocorra de forma isolada sem o emprego de outras políticas públicas não dá conta do enfrentamento dos mecanismos de produção e reprodução de nossa estrutura que é extremamente desigual Para os autores frente a um mercado de trabalho escalonado em degraus tão altos o acesso ao ensino superior cumpre mais uma função simbólica do ponto de vista do trabalhador estudante e seletiva do ponto de vista das empresas contratantes do que efetivamente resulta em acesso a postos de trabalho mais protegidos mais bem remunerados ou cujas competências demandadas relacionemse à qualificação JARDIM ALMEIDA 2016 p 80 É necessário o planejamento na oferta de formação e o investimento em políticas para ampliação de postos de empregos formais Ainda a certificação em massa em determinadas áreas causa um excedente de profissionais que não são absorvidos pelo mercado causando diminuição das remunerações e o desemprego Portanto é necessário ações governamentais que incidam sobre o desemprego planejando a formação e aumentando os postos de trabalho 222 Formação mundo do trabalho e tecnologias digitais da informação e comunicação A sociedade vive na atualidade grandes modificações que foram impulsionadas pelos avanços das tecnologias digitais e nesta direção a formação profissional deve acompanhar estas mudanças Desta forma as Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação NTDIC devem fazer parte da formação escolar tanto quanto dos conteúdos dos currículos profissionais quanto em sala de aula auxiliando os docentes com novas metodologias de ensino As transformações recentes na sociedade possibilitaram a comunicação em massa e trouxeram também uma nova forma de viver e de aprender A juventude hoje tem acesso rápido às novas tecnologias como celulares computadores tabletes entre outros e por conta deste sofrem a influência dos conteúdos midiáticos globais que se manifestam diretamente no interior das instituições de ensino SILVA 2015 Desta forma há o desafio de incorporar as novas tecnologias no ambiente educacionais visto que essas podem contribuir de forma positiva para o processo de aprendizado Caso isso não ocorra correse o risco de perder o interesse dos alunos pois as relações sociais na contemporaneidade estão sendo construídas em grande parte com a utilização de diversos artefatos tecnológicos que aliados à flexibilidade de acesso à internet têm ampliação das condições de uso de diferentes mídias no espaço virtual acentuando cada vez mais a cultura digital na sociedade e as instituições de ensino não podem ficar alheias pois correm o risco de ampliar o distanciamento entre as instituições e estudantes BRANDALISE 2019 Para Brandalise 2019 p 4 existe uma mobilização para a disseminação da cultura digital na sociedade atualmente e por consequência na educação fazendo com que se reflita sobre as práticas pedagógicas e a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem realizado nas escolas Para Borges 2018 isto ocorre pois estamos inseridos em uma sociedade que tem suas atividades cada vez mais informatizadas e com isso os entendimentos e conhecimentos são ampliados para além das condições socioculturais do ambiente em que estamos inseridos e as NTDIC são recursos que podem propiciar o estímulo do ensino e a produção de novos conhecimentos científicos e culturais Essas ainda podem representar a inclusão de uma educação democrática já que são capazes de proporcionar a integração dos estudantes nos diversos espaços das redes tecnológicas que estão presentes em nosso dia a dia No entanto apesar do uso de novas tecnologias estarem presentes nos objetivos das políticas educacionais em muitas Nídia de Jesus Moraes Roberta Pasqualli Marizete Bortolanza Spessatto 24 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X instituições de ensino essas são em muitos casos limitadas a atividades pontuais sem uma efetiva integração com os currículos BRANDALISE 2019 Esta realidade é muito presente nas instituições públicas de ensino que têm na realidade socioeconômica de seus estudantes um desafio cotidiano e desta forma essas têm importante papel na inclusão tecnologia de seus estudantes não somente no acesso mas também em como acessar e quais conteúdos acessar Apesar de uma maior democratização no acesso às novas tecnologias e das redes essas ainda são muitos subaproveitadas não representando para muitos uma inclusão efetiva Isto é ratificado por Castells 2005 apud Souza e Tamanini 2019 p181 quando relatam que Um excluído digital tem três grandes formas de ser excluído Primeiro não tem acesso à rede de computadores Segundo tem acesso ao sistema de comunicação mas com uma capacidade técnica muito baixa Terceiro é estar conectado à rede e não saber qual o acesso usar qual a informação buscar como combinar uma informação com outra e como a utilizar para a vida Esta é a mais grave porque amplia aprofunda a exclusão mais séria de toda a História é a exclusão da educação e da cultura porque o mundo digital se incrementa extraordinariamente CASTELLS 2005 apud SOUZA TAMANINI 2019 p 181 Sendo assim não basta ter acesso às redes e aos dispositivos tecnológicos é preciso saber beneficiarse do conhecimento disponibilizado por esses Para Macedo e Oliveira 2018 não há dúvidas quanto aos benefícios que a tecnologia da informação oferece no acesso às informações e que essa pode ser um componente que auxilia na aprendizagem como ambientes socializadores e produtores de conhecimento entretanto as autoras ressaltam que não se pode esperar que os alunos aprendam a pensar aprendam a ser críticos mais humanos ou que desenvolvam compaixão somente pelo ato de estudar através do computador MACEDO OLIVEIRA 2018 p5 Nesse sentido as novas tecnologias devem ser aliadas aos currículos e ao trabalho docente sendo a ação do professor fundamental para conectar o estudante à sociedade de forma a desenvolver uma criticidade sobre as relações sociais existentes Ainda às NTDIC estão presentes no mundo do trabalho tanto na exigência de profissionais especializados quanto na atualização de profissões tradicionais como ocorre com os docentes Com os avanços das tecnologias digitais especialmente da internet novas atividades foram sendo incorporadas aos processos de trabalhos outras extinguiram possibilitando novas formações profissionais As tecnologias digitais trazem um cenário em que há a necessidade cada vez maior de profissionais especializados e cada vez menos postos de oferta de emprego causando o desemprego e uma disputa acirrada pela ocupação nos espaços de trabalho isto se explica pois a cada novo ciclo do capitalismo as bases técnicas são cada vez mais mecanizadas ampliando o exército de reserva de trabalhadores que se apresenta maior do que nos ciclos anteriores causando o desemprego e a diminuição dos salários AQUINO 2008 Por este motivo a formação profissional deve estar equilibrada com o mercado de trabalho Como já citado é necessário ações governamentais de planejamento na oferta de formação e no investimento em políticas para ampliação de postos de empregos formais Neste sentido o planejamento da formação profissional deve considerar as demandas por mão de obra qualificada em nível local e territorial considerando as potencialidades produtivas da região pois caso haja uma oferta demasiada de formação profissional por região temse a possibilidade de ao invés de emancipálos transformar os territórios de abrangência em celeiros de mão de obra qualificada SAMPAIO 2013 p63 grifos do autor Ainda para o autor Avaliase que a formação profissional resultante da ação do Estado deve se sustentar no maior enlevo ao protagonismo empreendedorismo maior interação e cooperação entre os atores locais nos sistemas e arranjos de produção locais onde os indivíduos pertencem originalmente Isso implica considerar também o JUVENTUDES EDUCAÇÃO E MERCADO DE TRABALHO UM ENSAIO TEÓRICO 25 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X atendimento a demandas efetivas ou potenciais destes lugares Portanto cabe apontar e avaliar estrategicamente as potencialidades produtivas e inovativas locais para a partir daí alimentar e planejar estrategicamente a oferta pública de educação profissional SAMPAIO 2013 p 63 Neste sentido há o desafio não apenas de formar profissionais sintonizados com as novas tecnologias mas conectálos ao mercado de trabalho mediante a oferta de capacitação profissional que possibilite a inserção nos postos de trabalho e não apenas uma certificação Entretanto é preciso ter a clareza de que a formação profissional deve ser acompanhada de um processo de formação democrática que possibilite aos estudantes compreender e analisar a realidade de forma crítica 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao debruçarmonos sobre o tema juventudes compreendemos que a categoria inicialmente vista como uma forma única de juventude foi criada na idade moderna ocidental para atender aos anseios da sociedade industrial por um novo mercado consumidor As juventudes não podem ser reduzidas a uma questão de faixa etária visto serem constituídas por fatores históricos e sociais No Brasil os jovens começaram a emergir como uma categoria com o protagonismo político assumido no período da Ditadura Militar com a participação de estudantes universitários oriundos das classes média e alta da sociedade brasileira Na atualidade a participação juvenil tomou outros contornos ampliando a participação das juventudes advindas das classes populares pela ocupação também de espaços democráticos da sociedade civil e apresentandose como protagonistas em muitas políticas públicas A realidade brasileira é marcada por desigualdades sociais que submetem grande parte dos jovens à violência ao ingresso precoce e ou precário no mercado de trabalho ao desemprego e ao abandono escolar Não obstante em meio à grande desigualdade existente algumas ações governamentais foram realizadas no sentido de democratizar o acesso à educação pública e ao ensino superior entre elas a criação da RFEPCT que levou educação superior pública a muitas regiões que até então estavam desprovidas dessa oferta Essas ações democratizaram o acesso e modificaram o perfil dos estudantes trazendo novos desafios para as instituições de ensino Por outro lado a formação de nível superior por si só não consegue incluir grande parte desses estudantes no mercado formal de trabalho visto que o problema do desemprego na sociedade capitalista é estrutural e assim sendo é necessário ações governamentais que incidam sobre o mercado de trabalho Outro desafio é incluir as NTDIC na formação profissional tanto nos currículos quando como instrumento de inclusão em sala de aula Desafio que ainda se faz presente em muitas instituições públicas de ensino Nessa direção este trabalho visou contribuir com as discussões acerca do tema dada a importância de que as políticas públicas e as ações desenvolvidas nas instituições de ensino entre elas as atividades pedagógicas levem em consideração as condições sociais dos estudantes com ingresso tardio e a necessidade de incluir as NTDIC no ambiente institucional Com um quadro histórico de desvantagem em relação ao acesso das classes trabalhadoras às salas de aula das universidades é preciso o enfrentamento das questões que possam levar à evasão daqueles que a duras penas chegaram até ali Fazse necessário ampliar as discussões acerca do acesso à educação e ao mercado de Nídia de Jesus Moraes Roberta Pasqualli Marizete Bortolanza Spessatto 26 Revista Carioca de Ciência Tecnologia e Educação online Rio de Janeiro v 6 n 2 2021 EISSN 2596058X trabalho como direitos sociais E nesse processo a articulação política e o debate público são fundamentais REFERÊNCIAS AQUINO Dayani Cris de A lei geral da acumulação capitalista e a teoria de crise baseada escassez de força de trabalho Revista de Economia Paraná v 34 n 4 p 77 98 31 dez 2008httpdxdoiorg105380rev34i417169 Disponível em fileCUsersUserDownloads17169601491PBpdf Acesso em 20 mar 2021 BRANDALISE Mary Ângela Teixeira Tecnologias de informação e comunicação nas escolas públicas paranaenses avaliação de uma política educacional em ação Educ rev online 2019 v 35 e206349 Epub 17Jun2019 ISSN 01024698 httpdxdoiorg10159001024698206349 Disponível em httpeducafccorgbrscielophpscriptsciabstractpidS0102 46982019000100412lngptnrmisotlngpt Acesso em 24 mar 2021 BORGES Patricia Ferreira Bianchini Novas tecnologias e formação profissional docente Educação Tecnologia Belo Horizonte v 23 n 1 p 3146 2018 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