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U õ y y CAPÍTULOi política nacional definições Boa parre da literatura sobre elites de alguns anos atrás preocupavase como já foi lembrado com a pergunca quem manda isco é cora a identificação precisa das pessoas ou grugos que rgalmcnte cxeccjam o poder O debate freqüentemente sc desviava para questões de métodos de localização dessas pessoas ou grupos Desenvolveramse dois métodos principaisjam sharjuido de posição e o outro de decisão Ô primeiro definia a elite política como se constituindo das pessoas que ocupavam posiçõesformais de poder O segundo alegava que o poder formal podia náo coincidir com o poder real e sugeria o exame de decisões concretas para que fosse detectado c odcr em ação e as pessoas que realmente o exerciam Ajguns autoresjentaram naturalmente combinar os dÍsmécgJos ç u i r o s levaram mais longea crítica chamando a atenção para o fatode que o poder nem sempre sc exerce apenas pelas deci sões tomadas mas também pelas nãodecisões y Não entraremos aqui nesse debate Quernos parecer que a estrutura política do Império era suficientemente simples para dispensar tais preocu pações Havia uma ra2oável indiferenciaçáo de esferas de influência e de focos de poder para permitirnos utilizar sem muito receio de errar além do tole rável o critério das posições formais para definir a elite política real É razoá vel supor que as decisões dc política nacional eram tomadaspelas pessoas que ocupavam cscãrgos do Executivo e do Legislativo isto é além d o impe rador cs conselheiros de Escadoos ministros os senadores e os deputados Houve momentos cm que se formaram sociedades políticas às vezes abertas às vezes secretas quechegaram a exercer influência considerável sobrerudo na Regência MÜS em gemi duraram pouco tempo e além disso vários de seus líderes ocupavam também posições formais dc poder O mes Í H O aconteceu com alguns gabincrcs secretos no início dc Primeiro e Segun do Reinados logo desaparecidos Qs pamdos olúÍüVPcsua vez erarç 5 J CARVALHO José Murillo de A construção da ordem a elite política imperial Teatro de sombras a política imperial 4ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 2008 I O l M u n n o o t C A R V A L H O V totalmente parlamencares e seus líderes estavam no Parlamento e no ffover no Mesmo o Parcicto Republicano tinha alguns de seus íderes no Congres so embora nuncajrjvessem c h e g a d o j o Senado ou ao Conselho dc Ministros pelo menos enquanto republicanos1 Havia também algumas associajõesjlcclasse que poderiam cer exercido influência pojítjca A primeira delas foi a S o c j e d e A u j ç j l d o T J j i i s ç r i a Nacional criada em1827e substituída cm 1904 pelo Çmfrçjndustriajdo Brasil A Sociedade publicou desde 1833 o mensário O Auxiliador da Indús tria Nacional C o m o se pode facilmente imaginar não setratavajixataçnejue de indústria no sentido que lhe damoshojc O termo na época se referia à atividade prutivacmgral c a principal indúscnacra ajigrf cola dela cui dando principalmente a Sociedade Não nos parece tarubéra que se tratava de um organismo de natureza política capaz de pressionar o governo em favor de medidas de defesa da indústria agrícola ou náo ErajgrimeiroJugar a Sociedade tinha cunho quase oficial pois recebia dotações do orçamento geral c contflYa e n c r e j e u s m e m b r o s b o a parte d o j po 11 qcosjtTa is jm portan tes da época alguns dos quais como o marquês de Olinda o marquês de Abantes e o visconde do ÍUo Branco a dirigiram Em segundo l u g o t o m das posi ções da Sociedade era dado pelos secreráriosgerais e era de natureza muito mais cécnicocientífica do que polírica Um secretário cípico foi por exem plo Frederico Cisar Leopoldo Burlamaque doutor em ciências matemáti cas e naturais pela antiga Escola Militar que renunciou à secretaria para ser o redator dc O Auxiliador no qual colaborava assiduamente defendendo reformas técnicas e sociais na agricultura A Sociedade era algo mais próxi m o de um centro dc estudos ou sociedade literária A participação dos polí ticos nela era mais simbólica c honorífica do que instrumental1 Isto náo significa que a Sociedade fosse ura órgão totalmente inútil do ponto de vista da formulação e implementação de políticas Ela servia de fórum no qual os elementos mais progressistas defendiam seus poncosde vista eVc esforçavam de vários modos inclusive distribuindo sementes forne cendo máquinas para dcmonsrroçfio publicando manuais por introduzir reformas O debate sobre a j o d e o b r a j i f c o l a com posições favoráveis à substituiçSqjdo craibalhjcscravo encontrou desde cedo acolhida na Socie dade e em O Auxiliador Mas canto as campanhas práticas dirigidas aos agri cultores como os apelos mais gcrfiis cm prol da reforma das instituições náo A C O N S T R U Ç Ã O O A onotM parecem ter tido muito êxito Elementos do governo poderara usar uma ou outra os estudos da Sociedadeara defenderreformas rras a instituiçh como tal não parece ter exercjdo peso polftoque merecesse atenção cspeciü Mais imporcante foi a Associação Comgrciglàida em 1S20 sob o nora de CôrpodoComérçio sob jroceçâo de D João VI Logo no ano seguinte sua sede foi palco de sangrentos acontecimentos ao ser invadida pelas tropas que procuravam dispersar os votantes que lá insistiam na permanência do rei no Brasil Foi reaberta somente em 1834 sob o nome de Sociedade dos Assinantes da Praça do Rio de Janeiro Em 1867passou a adotar o nome de Associação Comercial O peso político da Associação 6 mais difícil de avaliar do que o da Socie dade Áuxiliadoraco critério formal de participação em cargos políticos ela seria considerada menos importante do que a Sociedade pois seus presi dentes de 1834 a 1889 deram openas um senador e um deputado geral Uni levantamento de 2 4 companhias de seguro e oito bancos particulares no período entre 1850 e 1889 revelou que apenas três diretores tinham ocupo do posros políticos dois como deputados um como senador Mas o panora ma se modifica se considerarmos sua participação na direção do BancojJp Brásili o principal órgão de execuçãoda política financeira Verificase então que 11 diretores dos bancos e 10 das companhias de seguro ocuparam tambiírn postos de direção no Banco do Brasil5 Por meio dessa participação os co merciantes certamente influenciavam a política monetária Em alguns casos especiais a Associação tentou exercer pressão p o l í t i c a abertamente N o período agitado e inflacionário de 185759 ela pressionou o Congresso em favor de uma política emissionisra e tentou influenciar as eleições legislativas Mas em geral cia permaneceu muda durante os princi pais debates que agitaram a vida nacional A própria composição docornér cio do Rjo de Janeiro em q u e a maior parte dos varejistas eram portugueses e a maior parte dos atacadiscaseram ingleses contribuía pari afastála das atividades políticas e para limitar seu envolvimeruolTcfe7csa e s t r i t a e seus interesses econòmttosr O conselho diretor da Associação era gerajmontL formado de dois brasileiros dois ingleses ura português um francês un nortçameriçano um espanhol c um alemão7 Quando surgiajn grandes de bates c o m o o da abolição da escravidão Associação náo conseguia por faitn de consenso interno tomar posição firme Alguns de seus membros eram I O S É M U R I L O 0 C A R V A L H O certamente contra a escravidão como era o ciso de Mauá e dc Teófilo Ottoni Mas muitos outros por sua ligação com os grandes cafeicultorcs eram favo ráveis à escravidão ou no máximo favoráveis à abolição lenta e graduai Mas sabese também que os i m p e n r e d e J D J o vezes o próprio g o v e r n o e e n d i a m g a j i d t s c a p i c i l i s c a s m o 7 s s o a i s e j ú b 1 icos Pe dro II apesar de sua conhecida aversão por ho rnenTdc negócio em seu governo somente um comerciante chegou a marquês teve que recorrer a eles para financiar suas viagens à Europa O próprio Mauá poc longo tempo gozou de estreitas relações com o governo sobrerudo compolfricos conservadores Parece portanto que esse grupode comerciantes e financistas embora náo participasse formalmente das posi ções de poder merece estudo adiçioníd afirn de seestabeleçer sua real influên cia nas decisões políticas N ã o se exclui no entanto que essa influência tenha sido exercida por intermediários políticos na medida em que muitos deles poderiam estar vinculados aos homens de negócio por laços de parentesco e amizade Mas e possíveUjue e ertasreasjsgecricas icomo a manipula ção docâmbio grandes banqueiros ccomerciantes estrangeiros tivessem uma capacidade dc manobra que escapasse ao controle do governo Nossa pes quisa não permite responder a essas perguntas Outra instituiçáoqucracrece referência é a imprensa O Império foi o período da história brasileira em que a imprensa foi mais livre Mas ela náo constituía poder independente do governo e da organização partidária Havia folhas independentes comoo Jornalo Comrnercio e os jornais ra dicais Mas eram poucos e com raras exceções náo duravam muito A gran de maioria era vinculada a partidos ou a políticos O governo tinha sempre seus jornais o mesmo acontecendo com a oposição Os jornalistas lutavam na linha de frente das batalhas políticas e muitos deles eram também polí ticos Muitos políticos por seu ladó escreviam em jornais nos quais o ano nimato lhes possibilitava dizer o qucnáo ousariam da tríbiinãdaCàmara oiTBo Senado A imprensa era na verdade um fórumakernativo para a tribuna importante principalmente para o parado FVÍ oposição muitas ve zes sem representação aiguraa na Câmara D Leciio Li cuhòícíçrava a j m prensa um dos principais canais de manifestação da opinião pública E ítfnhecidà a Importância que dava às opiniões divulgadas na impreosa por notórios ccíticos como Tavares Bastos Mas novamente omajsjmgortantes A C O N S T R U Ç Ã O O A O f l O É M j o r n a l i s t a s cambem político baseando citar Evaristo da VeigaJustiniano José da Rocha Firmino Rodrigues Silva Francisco Otaviano Saldanha Marinho c outros A imprensa era i m p o r t a n t e e influ ente como instituição mas os jornalistas como tais não constituíam um grupo de elite à parte jETelite política10 Podese também levantar o problema do ExécicqefíaMarinha Mas um dos notáveis aspectos da política imperial foi justamente ccr conseguido manter asuremaaadopoder ciyilwPodese dizer que desde 1831 até o surgimento das questões militares no início dos anos 80 o Exército tçe rç duzna HjJcja íçiçjf nacionai Um dos melhores indica dores dessa situação é o íaco de que freqüentemente os ministérios militares eram ocupados por políticos civis Generais e almirantes eram na maioria das vezes indicados paça posições políticas como membros dc partidos ou como técnicos enáocpmQirepresentantcs de suas corporações Caxias era chamado para presidir o Conselho dc Ministros como líder de confiança do Partido Conservador e não como general do Exercito N ã o há dúvida de que a tentativa que faziam ospartidosdejooptar líderes militares para suas filei ras indicava de alguma maneira que lhes atribuíam importância Mas esse procedimento se acentuou apenas depois da Guerra do Paraguai e além dis so a possibilidade de cooptação indicava também o r e d u z i d o poder da corporação como tal O governo imperial foi profundamente civil e os políticos se orgulhavam em apontar as vantagens do sistema brasileiro sobre os governos militares das repúblicas vizinhas A convicção da legitimidade do governo civil era tão forte que se tornou um obstáculo à percepção dnscriedade da ameaça repre sentada pela oposição militar ao final do Império Após a Guerra do Paraguai começou a formarse uma contraelitc militar de características distintas das da elite civil tanto em termos sociais como ideológicos Mas ela permane ceu marginal até o fim Seu estudo tem interesse pelo que nos diz sobre as razões da cisão entre a burocracia civil e a militar e sobre a incapacidade das elites políticas e do sistema político por elas criado dc absorver o tipo de demanda z de liderança que despontava nas fileiras militares11 Podese perguntar cambem pela d i t e l e s i á s t i c a N á o há dúvida de que a Igreja e ra jimajnjtituião m flyentç Era parte da burocracia estatal E igual mente inegável que houve intensa participaçãopolíticade padres em cer i S 5 J O S É M U K I i p O E C A R V A L H O tos períodos Mas seria exagerado pontos que lhe diiiam respeito ma mento civil Além disso a particips cm desacordo com as posições da política brasileira assim como era melhor tradiçao do regahsmopor itzer que a Igreja como instituição teve grande i n ÍJuéncianaío r mula cã o d spoliticas públicas a não ser cm certos do vinha do próprio trono Incluí apenajpsecesiástico que ocupa ou administração Finalmente é preciso dizer alg presidentes de província diretore tos estão em boa parte incluídos is de perto como a educação e o casa çáo dos padres freqüentemente se dava hierarquia O sentimento geral da elite antimilitar era também anticlerical na ugues è o exemplo no Segundo Reina nos assim nesse escudo da elite política am posições formajs de representação 5 sobre o s egu n d o esca jáodaburocracia chefes de seção Quanto aos presiden m elite nacional como a definimos pois a presidência era um passo na carri ira do político Os presidentes que não conseguiram chegar ao Congresso ou ao Ministério simplesmente náo atin giram a política nacional e caber am melhor num estudo de elites locais Quanto aos outros funcionários é difícil obter informação sobre eles e ava liar sua influência Alguns sem dú ida chegaram a posições de importância política Mas muitos outros permí neceram nos escalões médios da burocra cia Havia entre eles elementos co npetentes que devem ter exercido alguma influência por via dos ministros O melhor exemplo de que temos j o t í c i a é João Batista Caldgeras funcionár o do Ministério dos Negócios Estrangei ros e depois do Ministério do Império Mas é difícil avaliar o peso político desses elementos c o m o um grupo Sabemos ao certo apenas que a eles deve mos quase todos os documentos e relatórios que são hoje as fontes mais ricas para o escudo da história imperia O cmrcgppúblicp era procurado sobretudo como sinccuracomo fon te estável derendimentos A maioria dos escritores da época por exemplo sobrevivia à custa de algum emprego público que deles exigia muito pou c o Náo há indicação da exister cia de qualquer esprit de corps na burocra cia imperial semelhante ao encontrado na burocracia prussiana Assim discutiremos alguns de seus aspjcctos mais gerais e alguns dos principais subsetores em que se dividiam a Imagistfatura o cleromihtars N o que se refcojgodaarocracia ele seidentificava nauaswandadfcoma elite políticacorno a dáfinimos A C O N S T R U Ç Ã O O A O R O E M Estamos supondo portanto com as cautelas mencionadas que o grupo que e s t a r e m o s a l i s i totalidade dos homens quetomavnm decisões dcncrodogflvernqemraJ Os limites de seu poder de decisão eram os limites do poder do governo Esses limites existiam e serão discutidos cm Teatro de Sombras segunda parte desta obra quando o problema do Estado passará para o primeiro plano da análise Aqui estarenTOsreocupados com o problema de quem comavaas decisões dentro da estrutura do Estado c não com o escopo e conteúdo das decisões Antes de dar infeio à análise dos dados convém dizer algo sobre cada um dos grupos de elite a serem escudados O mais importante é o grupo minisCKJS De acordo com a Constituição imperial os ministros eram os igen tes dojfejderjExeçutiVQ cujojitular erâjç HTjperador que tinha total liberda de em escolhêlos Após a introdução da figura do presidente d o Conselho de Ministros em 1847 o imperador limitavase geralmente a escolhet o pre sidente que por sua vez escolhia seus auxiliaxes em consultas com o chefe do governo Q u a n d o o ministro escolhido era deputado tínha que submeterse a nova eleição e deveria renunciar se não fosse reeleico Com exceção dos militares era raraa escolha de ministros que não fossem parlamentares Havia seis ministérios até 1861 após essa data sete W O gruflftlggüiiue sâo os senadores Pela lei eram escolhidos pelo inipg rador de listas tríplices eleitas por votação popular O poder do Senado ei em boa parte devido à vitaliciedade de seus membros Alguns senadores dro garam a ocupar o cargo por mais de 30 anos O número de senadores e m a metaBeíõ número de deputados 50 no início e 60 ao finai do Império c variava de província para província de acordo com a população de enda unia Os requisitos para a senatoria eram idade mínima de 40 anos c renda Je 800S000 por ano Seguem os deputados gerais o grupo mais numefosoe menos poderoso embora talvez nunca tivesse tido canto poder como n o Império A depura ção era u m importante passo na carreira polírica e a Câmara possuía d e di rcito e de fato mais poder do que nos regimes subseqüentes Apesar dc o sistema imperial nurica seTcTTgualado ao modelo parlamentar inglês que pretendia imicaYJiouve vários exemplos de queda dc gabinetes p o r votação da Câmara çujô poder atingiu o auge durante a Regência q u a n d o ficou suspenso o exercido do poder moderador que entre outras atribuições incluiu JOSÉ MURILO DE CARVALHO a de dissolvila c convocar noas eleições Após a Regência os deputados raramente completavam os quard anos de mandato devido às freqüentes dTssoluçõcsEm númerocie Í 0 0 na primeira legislatura regular 1826 eles eram 125 na última legislacura 1836 Os requisitos para a eleição eram ida de mínima de 25 anos e renda mínima de 4005000 O último grupo é formado pelos conselheiros de Estado O primeiro Con selhoTõcriado em 1823 e exrinro pelareforma constitucional de 1834 Novo Conselho surgiu cm 1841 e durou até o final do mperio Era composto de 12 conselheiros ordinários e 12 extraordinários nome a d os pe I o Lm pe rjidor O cargo era vitalíCLOmasqsconsçlhciros podiam ser suspensos de suasjunões por períodos indefinidos de tempo Os ministros que fossem conselheiros não participavam das deliberações O Conselho foi chamado de cérebro j a j f l p narquia por Joaquim Jjabuco c certamente inclua o topo da elite polícca Quase todos o conselheiros foram também ministros e senadores As fontes de dados biográficos c os problemas encontrados em seu le vantamento são discutidos no apêndice Há mais informações disponíveis sobre ministros senadores e conselheiros razão pèfFqulflliosfdesforçose concentrou ncâseTgrupõírA tentativa de completar Informações só era in terrompida quando o rendimento do esforço se aproximava de zero Mes mo assim informações sobre alguns aspectos importantes como a ocupação dos pais freqüentemente não foram encontradas Parecenos no entanto que m e I h o r iajignjiúadvana qualidade cjjuantidade das informações só será possível mediante intenso e extenso levantamento de obiruários em jornais e de material genealógiçQsabregiupos familiares Esse levantamento não nos foi possível fazer Como observação final algo sobre o problema da periodizaçãoOJm pério durou 67 anos período suficientementejongo para permitirjnudan ças importantes na composição da elite Daí a necessidade de subdividilo a fim de se poder detectar essas modificações Adobamos subdivisão em cinco períodos procurando localizar os cortes cm momentos polidannente impor ranres Alguns desses momentos são mais fáceis de justificar outros menos Háiyergcnciaeiiçreasauojesquanto àperiqduação th d problema não de importância rio vital pars o presente trabalho a ponto de justificar dis cussão mais profunda O importante é permitir pula aíiilue diacrôaica de tectar o aparecimento de possíveis mudanças4 5 S A C O N J T I U Ç Ã O D A O F T O T M Assim definimos como os dois primeiros períodos o Primeiro Reinado 18221831 e a Regência 18311S40 São fases bem marcadas por trans formações políticas O fim do Primeiro Reinado sigrífficou o afastamento de muitos políticos ligac osãPedro I e a entrada cm cenadénova geração dc IfderesTÃõTináí da K gérTcía a nova gerajâo chegava ao Senado e ao Conse l h o de Estado já dividida em conservadores ejibecais Os períodos seguintes sáo de mais diicíTdciiriição Tomamos dois ministérios gcralmence conside rados como pontos d inflexão da política imperial c colocamos aí os cortes O primeiro foi o do rurquês do Paraná 1853 conhecido como Ministério da Conciliação Signi icou o fim de uma fase de lutas entre liberais e conser vadores culminada tragicamente para os primeiros na Revolução Praicira a última dc grande pore do Império Trouxe também a posições de liderança um grupo de jovens políticos que tiveram grande influência nos anos seguin tes Além disso o M nistério se beneficiou das t raps fo rm aço es e c o n órnicas quese processavam c esde o final do tráfico de escravos em 1850 j O segundo Minis lériojòi ode RioBrancolS71 o mais Içngo do Im pério Rio Branco er um dos jovens políticos chamados ao Ministério por Paraná em 1853 Foi o mais brilhante diplomata d o J m ç r u m j q j i c o c o n servador moderniranre cujo plano político era esvaziar o programa liberal realizando suas refornas Dc fato seu gabinete fez aprovar grandes refor mas a maior das qutis sem dúvida n Lei do Ventre Livre Além disso seu governo presenciou timbém transformações mais amplas que vieram na es teira do final da Guerra do Paraguai incluindo a formação do Partido Repu blicano em 1S70 Por essa época desapareceram de cena os principais líderes formados nas lutas da Regência e nova geraçáo ocupou as posições dc ppder Essa geração não cima passado pelas dramáticas experiências do período regencial e pelas dificuldades iniciais de manter o país unido e organizar um poder civil suficientemente forte para sustentar os inceresses dominantes no país e suficientemente legítimo para evitar o militarismo ficaram portanto assim definidos Os cinco período 1 Primeiro Rein 2 Regência 1 3 Consolidação 4 Apogeu 1853 5 Dcclínio c Qu do 18221831 11840 18401853 i 1 1871 da 18711889 5 9 e t lOit M U A I l O D l C A n V A l H O NOTAS 1 O debate deuse principalmente entre cientistas políticos e sociólogos nor teamericanos na década dc 60 Alguns textos substantivos e metodológicos que o marcaram C Wright Mills The Poiuer Elite Floyd Huntcr Community Power Structure Robert A Dahl Vfho Couernst e A Critique of rhe Ruling Elite Model American Political Science Keuieiv LII junho 1353 p 463469 John Walton Discipline Mechod and Communicy Power A Note on the Sociology of Knowledge American Sociological Reuieto XXXI 5 outubro 1966 p 684689 Pcccr Bachrach c Morton S Baratz Two Faces of Power American Political Science Reiieiv LV de zembro 1962 p 947952 2 Sobre as sociedades do início da Regência ver Occávio Tarquínio de Souza Evaristo Ferreira da Veiga Para S Paulo existe o esrudo de Augustin Wernet Sociedades Políticas 13311832 3 Sobre a Sociedade Auxiliadora além da coleção dc sua revista oficial O Auxiliador da industria Nacional ver Edgard Carone O Centro Industrial do Brasil e sua Importante Participação tia Economia Nacional 13271977 4 Para uma história dalsíocafJo Comercial ver Eudes Barros A Associação Co mercial no Império t na República Antecedentes Históricos 5 Esses dados nos foram gentilmente cedidos por Fernando José Leite Costa à époco aluno do Mestrado de Ciência Política do instituto Universitário de Pes quisas do Rio de Janeiro A fonte a que recorreu foi o Almanak Laemmert 6 Ver os comentários de um contemporâneo em J M Pereira da Silva Memórias do Meu Tempo volume I eipeciaJmence p 283 7 Eudes Barros Op cit p 32 8 Sobre as relações entre D Joio e os comerciantes do RJo de Janeiro ver J F de Almeida Prndo D Jodo e o inicio da Classe Dirigente do Brasil espe cialmente p 13461 Sobre Pedro II ver Hélio Vianna Vultos do Império p 21415 9 Antes da viagem à Europa cm 1871 o implrador deixou seus Conselhos à Re gente para orienração da filha nos quais sugere explicitamente o recurso à imprensa como meio de avftliar o etrado dt opinião pública A C O N i r i l Ç Â O O A O H O I M 10 Para informações sobre o papel da imprensa e sobre a posição dos jornalistas em relação aos partidos políticos ver Nelson Lage Majcaenh as Um Jrtnlisti do Império Firmino Rodrigues Silva Firmino era um dos mais impor canto jornalistas conservadores e tinha relações muito estreitas com o partido 0 li vro contém cartas de políticos a Firmino qup fornecem ricas informações obi os bastidores da polírica 11 A Interpretação que aiguns autores dão ao episódio da queda de Zociriis em 1868 como uma intervenção militar de Caxias é muito exagerada Caxias no momento era mais um representante do Partido Conservador do que tio Exér cito Sobre oi militares no Império ver John Schuk The Brazilian Ármy ii Politics 18S01894 Sobre o episódio do queda de Zacarias ver a bem docu mentada análise de Wanderley Pinho Política e Políticos no Império 12 Sobre a formação da contraelire militar além do texto já citado de John Schulv ver Oliveira Vianna O Ocasodo Império p 131178 e José Murilo de Carva lho As Forças Armadas naPrimeira República O Poder Desestabilizador cm Boris Fausto org História Geral da Civilização Brasileira 0 Brasil Republico o tomo IU p 181234 13 Ver Antonio Gontijo de Carvalho Um Ministério Visto por Doutro puniu O livro contém cartas de Calògeras a seus familiares Em uma delas CaliSgcnis diz que o ministro assinava tudo que lhe apresentara sem mesmo tomar co nhecimento do conteúdo p 89 Calógeras exerceu importnnte piípcl ni crise que levou à interrupção das relações diplomáticas entre Brasil e Inglv cerra 14 Em amostragem de 60 intelectuais que viveram entre 1870 e 1930 L A Ma chado Neto descobriu que 80 eram funcionários públicos inclusive os filho1 de famílias ricas Os principais romancistas do Império como Machado de Assis José de Alencar Raul Pompéia sim como o poeta Gonçalves Dias ernm fun cionários Ver L A Machado Neto Estrutura Social da República das Lttras especialmente p 246 15 O uso de material genealógico para levantar famílias policieis foi cito por Cid Rebelo Horta em Famílias Governamentais de Minas Segundo Seminá rio de Estudos Mineiros p 4391 Pele volume de informações que requer c pela dificuldade das fontes este ripo de esrudo tem sido tentado principalmen te em nível local ou estadual