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5º Aula Planejamento do Produto II Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de conhecer o processo de fabricação dos novos produtos analisar o processo de lançamento do produto no mercado conhecer como é realizado o processo de pósdesenvolvimento do produto no mercado Prezadosas alunosas após a Aula 4 na qual estudamos alguns planejamentos e estratégias para se desenvolver um produto vamos aprender agora mais alguns modelos unificados do autor Rosenfeld Na Aula 5 descreveremos sobre preparar a produção e lançamento do produto que são os conceitos finais do autor Também serão citados muitos exemplos para que fique mais fácil a compreensão Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 36 1 Seções de estudo Preparar a produção 2 Lançamento do produto 3 PósDesenvolvimento MODELOS UNIFICADOS DE PDP POR ROZENFELD 2 Vamos começar a segunda parte de desenvolvimento do produto com a preparação da produção certo Mas qual é a função da preparação do produto Bom vamos pensar que nessa fase o produto em si vai ser preparado Iniciase a fase de teste e planejamento Por meio do lote piloto o produto vai ser liberado para a produção com as devidas especificações de produção de manutenção e capacitação pessoal 1 Preparar a Produção Paralelamente às atividades de qualificação de materiais e componentes e a validação do protótipo a equipe prepara o planejamento para a produção que envolve os processos de manufatura e os resultados dos testes de confiabilidade ou seja simultaneamente a isso ocorre o planejamento de marketing serviços e vendas organização dos testes na linha piloto a elaboração do cronograma e a alocação de recursos econômicos de acordo com o planejado Essa fase preocupa se com aspectos de gestão da produção e detalha a fabricação construção em aspectos operacionais ligados à fabricação do produto É imprescindível garantir à empresa e aos fornecedores para que estes consigam produzir no volume definido de acordo com o plano do projeto produzir com a mesma qualidade do protótipo e atendendo aos requisitos dos clientes durante o ciclo de vida do produto Como resultado vamos ter a obtenção dos recursos de fabricação especificados anteriormente preparação revisão de todo o processo produtivo planejamento da produção e lote piloto A aprovação dos recursos comprados ou construídos internamente na empresa junto com teste e definição dos parâmetros de controle do produto e processo também fazem parte dessa fase Por fim o plano de marketing promoção logística divulgação e preço final O conjunto de todos esses resultados pode ser facilmente chamado de homologação do processo Já que mencionamos homologação vamos a fundo nesse conceito Como consigo produzir em série com a mesma qualidade que o protótipo Qual a diferença entre homologar o processo e homologar o produto Figura 01 Diferença entre produto e processo Fonte Rozenfeld 2006 Diante dessa homologação de processos concluímos para que serve cada homologação A do produto é mais voltada ao produto em si e a de processo é mais voltada aos procedimentos que precisam ser adotados para que chegue ao bem final Figura 02 Recursos utilizados na produção Fonte Autora Nesta atividade definimos como planejar programar e controlar a produção Na nova instalação ocorre um desenho de um novo processo não necessariamente se usa o processo de produção existente Na mudança de instalação e instalação existente normalmente adotase o processo existente conforme o resultado da otimização Mudase o processo de planejamento e controle da produção Quem especifica os processos de produção e manutenção não é necessariamente o time de desenvolvimento de produto mas deve existir uma boa comunicação entre eles e os responsáveis pelo desenho do processo de negócio Ou seja faz parte do processo de desenvolvimento de produtos Todas as pessoas envolvidas nos processos produtivos devem estar qualificadas Exemplo de preparação da produção 37 Figura 03 Preparação da produção Fonte Autora No modelo de Rozenfeld et al 2006 executase o plano de marketing vendas e produção No início da produção para a comercialização precisa atualizar plano de fim de vida do produto Os resultados envolvem o documento de lançamento a especificação do processo de vendas especificação do processo de distribuição especificação do processo de assistência técnica e a especificação do processo de atendimento ao cliente 2 Lançamento do Produto A fase de lançamento do produto é a fase na qual se retoma o contato direto com o cliente A fase envolve os processos de venda distribuição atendimento ao cliente assistência técnica e as campanhas de marketing A fase de lançamento do produto deve ser corretamente realizada uma vez que representa o primeiro contato dos clientes com o novo produto Nessa fase será possível avaliar os primeiros resultados do produto no mercado por meio da reação dos clientes e do comportamento da concorrência frente ao lançamento realizado Somente nas próximas fases é que serão realizadas avaliações formais do comportamento do produto mas a análise do impacto é realizada nesta fase Temse então a necessidade de dar a devida importância a essa fase para que o trabalho realizado até o momento não seja comprometido por falta de atenção no momento certo Concluído o lançamento do produto ele já está sendo comercializado A partir desse momento uma nova equipe passa a responsabilizarse pelo produto fazendo o acompanhamento do mesmo no mercado bem como a manutenção do processo produtivo O acompanhamento deve incluir diversos fatores como o comparativo entre o esperado e o atingido com o produto a execução do planejamento de vendas marketing e logística Na fase final do estágio há implementação do plano de lançamento marketing e do plano de operações O projeto de desenvolvimento do produto está terminado a equipe de projeto é dispensada e o produto tornase um produto regular na empresa Os últimos dados de rendimentos custos de expedição estimativas de lucro e estimativas de tempo de execução são comparados com os valores estimados nas fases anteriores Essa fase pode apresentar ajustes que alterariam o projeto O registro de pontos que ocorreram durante o desenvolvimento do projeto e resultaram em problemas posteriores ou soluções que resultaram em sucesso podem ser registradas num documento 3 Pós Desenvolvimento No pósdesenvolvimento acompanhase o desempenho do produto no mercado e melhorias são realizadas A macro fase do pósdesenvolvimento compreende a retirada do produto no mercado e na sequência fazse uma avaliação de todo o ciclo de vida do produto Assim garantese que o conhecimento durante o desenvolvimento seja armazenado e esteja disponível para desenvolvimentos e melhoramentos futuros Durante o acompanhamento do produto e do processo realizamse as avaliações referentes aos resultados esperados ao longo do projeto não somente resultados referentes ao comportamento do mercado como também resultados financeiros e de reação da concorrência Nessa fase já é possível identificar se o produto atingiu o sucesso planejado e se ele cumprirá as metas necessárias para justificar seu desenvolvimento por meio não só do retorno financeiro como também da fidelização de clientes valorização da marca ou de outros produtos do portfólio da empresa alavancados pelo sucesso do novo produto desenvolvido Figura 04 Acompanhamento do produto e do produtoFonte Rozenfeld 2006 Essa fase envolve também relatórios de acompanhamento do desempenho do produto reclamações e problemas percebidos pelo cliente como o uso do produto em campo plano de fim de vida do produto relatórios de concorrência de assistência técnica especificações de projeto do produto estratégia do produto avaliação econômica do produto custosalvo do produto relatórios de avaliação da satisfação do cliente propostas de necessidade de modificações no produto ou em seus serviços relacionados propostas de oportunidades de melhorias necessidades de mudanças para adequação ambiental síntese de lições aprendidas e solicitações de descontinuidade do produto Essa fase é bem criteriosa pois define o sucesso do produto no mercado Além do foco no produto é muito importante manter o foco no principal ativo do produto que é o cliente Então é importante também avaliar a satisfação dele com base em algumas informações como a expectativa dos clientes e os primeiros retornos logo após o lançamento Por esse motivo é gerado um plano de atividades para se avaliar a satisfação do cliente Dessa tarefa resultam evidências sobre o nível de satisfação de clientes estratificados por grupos de produtos nichos de mercado tipos de problemas etc Ainda é preciso Engenharia do Produto 38 analisar monitorar alguns desempenhos como o técnico do produto e nos serviços associados que monitora as divergências e problemas entre a expectativa ou a percepção do cliente e da assistência técnica em relação às especificações técnicas do projeto do produto E para monitorar desempenho do produto fazse necessária uma avaliação econômica do produto uma comparação entre o faturamento realizado versus o previsto e as contribuições marginais atingidas o custo do produto considerando o custoalvo do produto os gastos com desenvolvimento os investimentos realizados e os custos do produto avaliase o desempenho de custo do produto Alguns aspectos nessa fase são avaliados como os relacionados ao meio ambiente monitoramento da legislação ambiental na sua análise e seus impactos no produto e no negócio Todas essas informações irão gerar um conjunto de relatórios sobre o desempenho do produto e sobre alterações potenciais do produto que devem ser analisadas De fato depois de todas essas tomadas de decisões e esses inúmeros procedimentos devese realizar uma auditoria pósprojeto com a finalidade de utilizar essas informações para gerar proposições para a gerência do PDP visando corrigir os erros mudar a sistemática de desenvolvimento e ações de capacitação se necessário Com isso a empresa deve estar preparada para executar o plano de fim de vida do produto logo após o término da fase de lançamento do produto causando um início efetivo da descontinuidade de produtos produzidos e vendidos isso acontece quando ocorre a devolução do primeiro produto Esta fase não começa somente quando finda a anterior elas acontecem simultaneamente sendo que esta se prolonga por um período não determinado A fase se inicia pelo recolhimento do primeiro produto que atingiu o fim do ciclo de vida e encerra quando é encerrado o suporte ao cliente quando não é mais realizada assistência técnica do produto Rozenfeld et al 2006 define três eventos que são importantes na fase de descontinuar o produto O primeiro é o recebimento do produto de volta que é um evento repetitivo que ocorre toda vez que um cliente devolve um produto para a empresa Isso ocorre quando o produto chegou ao fim de seu ciclo de vida e deve ser retirado do mercado pela empresa que passa a recebêlo de seus clientes Essa prática não é muito comum nas empresas brasileiras mas pode ser comparada à retirada dos produtos do mercado através do recolhimento das unidades disponíveis para comercialização visando o fim do produto O segundo é a descontinuidade da produção retirando oficialmente o produto de seu portfólio E por fim a finalização do suporte ao produto que somente poderá ser encerrada depois que o último produto estiver fora de circulação Com base na necessidade de suporte ao produto podem ser verificadas as vantagens de fazer o recebimento ou retirada do produto a fim de controlar a extinção do mesmo o poder programar o fim da disponibilização de suporte ao produto Alguns outros passos são importantes nessa fase final como por exemplo é necessário finalizar o suporte do produto e fazer uma avaliação geral de encerramento do projeto Após realizar desses passos é importante fazer um levantamento do que aconteceu na produção considerando pontos positivos negativos Neste caso e em muitos outros utilizados algumas ferramentas para rever os resultados os problemas mais impactantes e os demais fatores da empresa Na próxima aula vamos aprender sobre as ferramentas FMEA QFD Método Delphi e Matriz morfológica dentre outras Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos 1 reparar a produção Nesta seção vimos alguns fatores da preparação para a produção que basicamente engloba o processo em si maquinas equipamentos materiais procedimentos de manutenção dentre outros Depois do processo de produção o produto pronto e após a inserção do produto no mercado o lançamento do produto no mercado que inclui as vendas e distribuição marketing aceitação do cliente entre outros 2 Lançamento do produto Nesta seção vimos que os além de todos os procedimentos de produção do produto temse o lançamento do produto no mercado a aceitação dos consumidores é a análise realizada de acordo com a quantidade de demanda de elogios reclamações referentes ao produto 3 PósDesenvolvimento Nesta seção vimos o pósdesenvolvimento que engloba o acampamento após o lançamento do produto no mercado atender cliente assistência técnica fazer um levantamento das falhas e possíveis melhoras ver onde o cliente tem preferência em melhorar e aderir a demanda Essa fase é de acompanhamento do produto e do mercado dos pontos positivos e negativos é uma avaliação geral desde a ideia central até as vendas do produto no mercado Disponível em httpswwwyoutubecom watchv8jDtjTmFEjs Vale a pena ler Vale a pena 39 Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca ENEGEP1998ART319pdf Vale a pena acessar Disponível em httpsproducaocriativablog wo r d p r e s s c o m 2 0 1 6 1 1 0 5 d e f i n i c a o e desenvolvimentodoproduto Vale a pena assistir Minhas anotações 6º Aula Ferramentas utilizadas na Engenharia do Produto Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de conhecer as ferramentas utilizadas em algumas fases aprender a finalidade de algumas ferramentas como aplicar essas ferramentas nos projetos iniciais Prezadosas alunosas Na aula 5 vimos os procedimentos de preparação lançamento e pós desenvolvimento do produto e aprendemos como o produto é alocado ao mercado e dependendo do aceite finalizado Na Aula 6 aprenderemos sobre as ferramentas utilizadas no PDP nas fase informacional conceitual e projeto detalhado além de outras ferramentas que agregam conhecimento a este conteúdo Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 42 Seções de estudo 1 Ferramentas utilizadas na fase informacional 2 Ferramentas utilizadas na fase de projeto conceitual 3 Ferramentas utilizadas na fase de projeto detalhado 4 Ferramenta Pesquisa de mercado Métodos de pesquisa qualitativa e quantitativa 5 Ferramenta Desdobramento da função qualidade QFD Quality Function Deployment 6 Ferramenta Projeto de experimentos DOE 7 Ferramenta Matriz Morfológica 8 Ferramenta Matriz de Pugh 9 Ferramenta Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos FMEA 10 Aplicação das ferramentas FERRAMENTAS UTILIZADAS NO PDP 1 Ferramentas utilizadas na fase informacional Segundo Rozenfeld et al 2006 na fase do projeto informacional são definidos alguns requisitos valores e metas que o produto deve atender para satisfazer as necessidades dos clientes culminando com a concepção do produto Os requisitos do produto são obtidos por meiode estudo de características técnicas e econômicas e de resultados de pesquisa junto aos consumidores Na etapa da fase informacional as especificaçõesmeta do produto são criadas e obtidas por meio das informações qualitativas do produto Rozenfeld et al 2006 define especificaçõesmeta como sendo parâmetros quantitativos mensuráveis que o produto projetado deverá possuir As características incorporadas ao produto deverão ser obtidas em função da avaliação do consumidor e do mercado CREVELING 2002 Nesse caso diante das ideias de Baxter 2000 as especificações do produto identificadas através de informações colhidas com os consumidores devem conter detalhes suficientes para fornecer as diretrizes para o desenvolvimento do mesmo Diante de todas as atividades do projeto informacional se encontram a identificação dos requisitos dos clientes do produto a definição dos requisitos do produto e a definição das especificaçõesmeta do produto as quais podem ser obtidas através de ferramentas Sabemos que o objetivo geral dessa fase é identificar e definir os requisitos valores e metas que o produto deve apresentar para satisfazer as necessidades dos clientes Visando esses objetivo as atividades então serão identificar os requisitos dos clientes do produto definir requisitos do produto e definir especificações meta produto Até agora tudo bem mas como vamos fazer essas atividades Vamos começar com a declaração de escopo do produto Em seguida veremos o ciclo de vida e analisaremos os clientes do produto os requisitos dos clientes e por fim encerramos essa atividade com requisitos específicos do produto A fim de aperfeiçoar essa fase podemos aplicar algumas ferramentas que vamos exemplificar a seguir 2 Ferramentas utilizadas na fase de projeto conceitual Vamos relembrar este conceito Qual é o objetivo do projeto conceitual Diferente da fase de projeto informacional que trata de aquisição e transformação de informações na fase de projeto conceitual estão relacionadas as atividades da equipe de projeto de criação representação e seleção de soluções para as especificaçõesmeta do produto ROZENLFELD et al 2006 Nessa fase podemos dizer que o objetivo é definir as alternativas e especificações do produto e para realizar essa atividade vamos começar desenvolvendo as alternativas de solução para o produto definir a arquitetura para o produto e em seguida escolher o melhor conceito do produto Segundo Baxter 2000 o segredo para o sucesso do projeto conceitual está em gerar o maior número possível de conceitos para o produto e ter a capacidade de selecionar o melhor deles O projeto conceitual deve propiciar a seleção da melhor concepção do produto por meio da análise das possíveis soluções de projeto criadas em função das especificaçõesmeta do produto Nessa fase a equipe de desenvolvimento busca a transformação das informações em soluções as quais podem ser realizadas por desenhos esquemas ou descrição textual CREVELING 2002 Algumas ferramentas podem ser utilizadas como fonte de melhoria nessa fase tais como matriz morfológica catálogo de soluções métodos de criatividade matriz indicadora de módulos e método Pugh Vamos conhecer mais um pouco delas adiante 3 Ferramentas utilizadas na fase de projeto detalhado Vamos relembrar um pouco o objetivo desta fase A fase de projeto detalhado tem o objetivo de definir as alternativas e especificação do produto tendo início o desenvolvimento de croquis desenhos de projeto possíveis processos de fabricação para avaliação econômica e financeira do projeto Também definidos os processos de fabricação e a montagem dos conjuntos e subconjuntos dos componentes em que são considerados os recursos de fabricação e o projeto de fábrica ROZENLFELD et al 2006 CREVELING 2002 Segundo Baxter 2000 o projeto detalhado inicia pela geração de ideias explorando as possíveis formas de fabricar o produto passando pela análise das possibilidades de falhas e seus efeitos finalizando com a construção e teste do protótipo para a sua aprovação Para chegar a essas atividades podemos detalhar as partes do sistema subsistema e componentes planejar o processo de fabricação e montagem homologar o produto processo identificando suas falhas potenciais e seus efeitos As ferramentas que mais se encaixam nessas fases são pesquisa de mercado QFD DOE e FMEA que vamos 43 aprender neste capítulo 4 Ferramenta Pesquisa de mercado Métodos de pesquisa qualitativa e quantitativa De acordo com Baxter 2000 a pesquisa das necessidades de mercado usa um conjunto de métodos para descobrir o que os consumidores esperam de um tipo particular de produto identificar o benefício que o produto deverá oferecer frente a uma necessidade Procuramse métodos para determinar como os consumidores percebem uma necessidade que não é atendida pelos produtos atualmente existentes no mercado É necessário pensar bem nas questões a serem formuladas Elas devem ser colocadas em um questionário estruturado a fim de perguntar e analisar as reações dos consumidores Ela fornece a evidência de uma necessidade de mercado ou a ausência dela Atua como um filtro analisando criticamente a viabilidade do novo produto proposto O planejamento da pesquisa de mercado baseiase nas suposições das suas necessidades mas também é focalizado nas áreas críticas de incertezas das quais depende do sucesso do novo produto Na sequência determinase o tipo de pesquisa qualitativa ou quantitativa Escolhese uma amostra representativa dos consumidores por exemplo idade sexo nível de renda nível sociocultural distribuição geográfica e o tamanho da amostra Os métodos de medida determinam como as questões serão apresentadas e a análise de dados deve decidir como os resultados serão interpretados e transformados em decisão BAXTER 2000 MALHOTA 2001 Para determinar os objetivos da pesquisa devemse saber quais são as informações que se deseja extrair do mercado Elas devem ser focalizadas nas oportunidades percebidas e nas ameaças que podem determinar o sucesso ou fracasso do novo produto Considerando que a utilidade da pesquisa de mercado é fornecer subsídios à decisão seus objetivos devem ser descritos de modo a informar apoiar ou refutar tais decisões Após identificar os requisitos da pesquisa de mercado devese escolher o tipo de pesquisa mais adequado para o caso A pesquisa qualitativa pode cobrir uma ampla gama de assuntos e pode estudar mais a fundo as percepções dos consumidores sobre os produtos existentes no mercado Entretanto ela é baseada em amostras pequenas utilizando grupos de foco e associações de palavras Na pesquisa quantitativa realizase um pequeno número de perguntas a um grande número de pessoas fornecendo respostas objetivas MALHOTRA 2001 Segundo Malhotra 2001 a pesquisa qualitativa proporciona a compreensão fundamental da linguagem das percepções e dos valores das pessoas É essa pesquisa que mais frequentemente capacita a decidir quanto às informações que se deve obter para resolver o problema de pesquisa e saber interpretar adequadamente a informação A pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística É um princípio fundamental da pesquisa de marketing entender as pesquisas qualitativas e quantitativas como complementares ao invés de mutuamente concorrentes MALHOTRA 2001 5 Ferramenta Desdobramento da função qualidade QFD Vamos aprender qual é o significado de QFD O QFD é um método para organizar o conhecimento a fim de ajudar a planejar e priorizar esforços de melhoria O método é baseado na crença de que produtos e serviços devem ser desenhados de modo a refletir as necessidades e desejos do cliente Alguns dos tipos de questões que levam ao uso do método QFD são como desdobramos conceitos que têm potencial de atender a necessidades do cliente em produtos e serviços como selecionamos o melhor conceito de produto entre muitos que estão sendo considerados como projetamos um produto que vai funcionar sob uma ampla variedade de condições que podem ser encontradas durante a produção ou uso pelo cliente como escolhemos as melhores condições de operação para um processo de manufatura Alguns dos tipos de conhecimentos que são importantes quando se usa esse método incluem compreensão das necessidades do cliente Frequentemente isso é uma função de marketing compreensão das características de qualidade relacionadas às necessidades e suas importâncias relativas para o cliente isso usualmente é uma combinação de projeto de marketing e de engenharia compreensão dos fatores que influenciam ou afetam as características de qualidade No geral podemos descrever esse método como solução de problemas gerais e específicos É um método de solução de problemas listando O QUE precisa ser feito e COMO pode ser feito Facilita a modelagem do conhecimento descobrindo o conhecimento técnico da equipe Facilita o transporte de informações pois as matrizes relacionamse de forma sequencial e usa uma linguagem e uma lógica comum no seu preenchimento Mas como fazer um diagrama de características da qualidade Uma equipe de barbeiros está interessada em melhorar seu serviço Eles decidem usar o método QFD para ajudar a esclarecer a questão de quais fatores são os mais importantes Compreender a necessidade do cliente é a melhor forma para começar É melhor pensar sobre a necessidade em algum nível que seja mais permanente do que o cliente poderia descrever Por exemplo um cliente poderia dizer que ele precisa de um carro Como fornecedor seria mais útil considerar que o cliente pode precisar de transporte pessoal Pensar dessa maneira nos mantém abertos a novas respostas para essas necessidades As quatro etapas do QFD 1 Planejamento do Produto projeto informacional Indica as características principais do produto e os desdobramentos que devem ser feitos para obtêlo 2 Projeto do Produto projeto conceitual Indica as características dos componentes críticos 3 Planejamento do Processo projeto detalhado Relaciona os processos com as características principais do Engenharia do Produto 44 produto e seus componentes 4 Planejamento da Produção desenvolvimento da produção Estabelece características de produtos e parâmetros de etapas de processos Figura 01 As quatro fases para o desenvolvimento do QFD Fonte Berk 1997 Apud Fernandes 2006 O processo QFD é realizado por meio de matrizes que desdobram as necessidades dos clientes e os requisitos técnicos relacionados a ela Seu formato semelhante a uma casa fez com que ficasse conhecido como Casa da Qualidade É considerado no processo a voz do cliente pois identifica o que o cliente deseja como e quanto isso será realizado ou melhorado no processo ao menor custo possível A figura 02 representa a casa da qualidade Figura 2 Casa da Qualidade Fonte httpwwwdenooceanicaufrjbrdenoprod academicrelatorios2006ClaudioPaduaRelat1Arquivostextohtm O passo a passo da construção da casa será detalhado a seguir Necessidade dos consumidores NC Primeiramente são levantadas as necessidades básicas pretendidas pelos potenciais clientes Características da qualidade CQ São requisitos técnicos e mensuráveis que o produto necessita ter para atender as exigências dos clientes Relação entre Necessidade do Consumidos e Características da Qualidade O passo seguinte é a formulação do corpo da matriz estabelecendo a relação entre as NC e CQ Com isso é possível construir a matriz de relacionamentos através de símbolos sugeridos Com base nos símbolos é possível analisar de maneira qualitativa o quanto casa CQ afeta cada NC Valor do consumidor Nessa etapa o cliente é mais uma vez inserido no projeto identificando o valor para cada necessidade São adotados valores limites máximo e mínimo Avaliação do mercado Com o intuito de analisar o mercado ainda no questionário pedese que os consumidores atribuam notas para os produtos concorrentes ou similares segundo as necessidades estabelecidas Também são atribuídas notas para o produto em questão de modo que ao compará las percebese claramente como é cada característica funcional com relação aos competidores sob a óptica dos consumidores A partir daí identificamse os pontos fortes e fracos do produto e as ações para melhorálos ou preservá los Quantificação das características da qualidade As características da qualidade definidas são de natureza mensurável Elas são definidas tanto para o produto quanto para os concorrentes e são acompanhadas das devidas unidades Telhado da casa da qualidade A matriz que representa o telhado da casa da qualidade serve para representar o interrelacionamento das características da qualidade e o grau de dependência correspondente Esse cruzamento demonstra como a mudança em uma característica do produto influencia a outra Valor de importância das Características da Qualidade O valor de importância da CQ é calculado de acordo com a fórmula Valor de importância valor do consumidor Grau de relacionamento entre NCs e CQs Esse valor possibilita definir uma classificação para cada CQ e com isso propor melhorias priorizando os itens de maior valor Vamos a um exemplo para fixar nosso conhecimento Uma equipe de barbeiros está interessada em melhorar seu serviço Eles decidem usar o método QFD para ajudar a esclarecer a questão de quais fatores são os mais importantes É necessário compreender a necessidade do cliente é a melhor forma para começar É melhor pensar sobre a necessidade em algum nível que seja mais permanente do que o cliente poderia descrever 45 Quadro 01 Exemplo de QFD A primeira coluna é para listar características de qualidade nas palavras exatas do cliente Exemplos de frases são fáceis de usar confiável parece bom ou tamanho certo As características de qualidade primárias precisam ser refinadas por um questionamento mais detalhado ou por inferência bem fundada As características de qualidade podem ser desdobradas em várias subcategorias até que uma característica de qualidade mensurável seja obtida As características de qualidade devem ser variáveis contínuas se possível mensuráveis uma família de medidas suficientes para definir qualidade para o produto ou processo específica o suficiente para desenhar o produto ou processo O diagrama inicial de características de qualidade serviu bem à equipe de barbeiros ao responder à segunda questão do modelo Como saberemos que uma mudança é uma melhoria Qualquer melhoria na coluna de características terciárias representaria uma melhoria Essas melhorias seriam medidas por várias formas de indicadores ou de avaliação Agora vamos elaborar a matriz Na sua forma mais básica o QFD pode ser pensado como uma matriz relacionando certas informações importantes para a melhoria Muitas vezes várias matrizes serão usadas no mesmo esforço de melhoria Essas matrizes relacionarão os o que do lado esquerdo da matriz com os como na parte de cima Os o que geralmente são tirados do diagrama de características de qualidade enquanto que os como são tirados do conhecimento sobre o assunto da organização A estrutura do método QFD exige que diferentes funções da organização trabalhem cuidadosa e profundamente umas com as outras O quadro 2 mostra como a barbearia usou a matriz QFD para relacionar as características de qualidade obtidas dos clientes com certos processos que eles têm na barbearia É comum no método QFD adicionar informações suplementares e pertinentes para serem usadas na matriz Duas categorias importantes são importância relativa das características de qualidade para o cliente e metas para as medidas A matriz é construída colocandose primeiro as características de qualidade do lado esquerdo junto com os valores de importância na primeira coluna Em seguida os como ou fatores a serem controlados são colocados na parte de cima da matriz Eles podem ser pensados como as escolhas que faremos para fazer melhorias Nesse estágio inicial nós não estamos tomando decisões firmes sobre como exatamente cada um desses processos deve ser feito mas sim atribuindo uma prioridade em onde queremos melhorar Depois de todos esses procedimentos vamos completar a matriz A matriz é completada atribuindo um valor para o impacto de um fator particular na característica de qualidade para essa linha Isso é feito usando uma ponderação de um dois e três com três tendo o maior impacto O traço indica nenhum efeito e um espaço em branco indica que ainda não sabemos Outras escalas de ponderação podem ser usadas A equipe tem que trabalhar junto à matriz e conseguir um consenso sobre qual valor inserir Por último o número de importância é multiplicado pelo número de impacto e esses são somados na coluna para fornecer os valores de importância para o fator de controle particular Para os barbeiros os fatores mais importantes foram a experiência e nível de habilidade e planejamento e cooperação entre os associados Quadro 2 Matriz QDF Os valores de importância no quadro 2 foram obtidos de uma pesquisa entre clientes durante um ciclo anterior de melhoria Os valores de impacto no quadro foram obtidos a partir do conhecimento de processo dos barbeiros A matriz QFD fornece um bom método para organizar esse conhecimento de um modo que seja útil para planejar e priorizar futuros ciclos de melhoria Se quisesse mais detalhes os barbeiros poderiam desdobrar os fatores na parte de cima em categorias menores e construir uma nova matriz Por exemplo a técnica de corte pode envolver vários passos claramente distintos cada um dos quais pode ser feito de modo diferente Esses passos poderiam ser listados e uma nova e mais detalhada matriz poderia ser construída Mais uma vez o propósito é priorizar e descobrir onde o grupo necessita aprender mais O método QFD ajudou os barbeiros a compreender em que eles deveriam se concentrar para obter o máximo efeito de seus clientes níveis de habilidade e cooperação entre barbeiros Alguns dos benefícios da aplicação QFD são foco no consumidor e concorrência registro das informações Engenharia do Produto 46 interpretações convergente das especificações redução do tempo de lançamento e reparos após o lançamento seu formato visual ajuda a dar foco para a discussão da equipe de projeto aumenta o comprometimento dos membros da equipe com as decisões tomada pois é parte dela Os membros da equipe desenvolveram uma compreensão comum sobre as decisões e suas razões e implicações Portanto pelo QFD se conseguem identificar os principais desejos dos clientes e suas expectativas de acordo com o produto ou processo em questão A aplicação do QFD traz ainda outros benefícios como maior eficiência nos processos de benchmarking trabalho em equipes desenvolvimento simultâneo e melhora na comunicação interdepartamental 6 Ferramenta Projeto Designer de experimentos DOE Na indústria o projeto experimental permite fixar em determinados níveis os fatores que interferem em um processo produtivo fazendoos variar para avaliar seus efeitos nas características funcionais de um produto as quais definem sua qualidade sendo especialmente indicado para MONTGOMERY 1997 a Caracterizar um processo identificando entre os fatores investigados os que afetam a resposta do experimento b Otimizar um processo encontrando a combinação ótima entre os níveis dos fatores investigados que fornecem um melhor desempenho c Melhorar a capabilidade uniformidade de um processo determinando tolerâncias para o sistema e seus componentes Segundo Ribeiro e Caten 2003 o DOE é uma metodologia apoiada em conceitos estatísticos destinada a otimizar o planejamento execução e análise de um experimento Devido às decisões importantes que derivam dos resultados experimentais e ao custo dos experimentos não é recomendável buscar a solução de um determinado problema confiando apenas na intuição A metodologia do DOE é utilizada na otimização de um sistema Entendese por sistema qualquer produto processo ou serviço Em um sistema existem parâmetros do sistema produto processo ou do serviço que podem ser alterados durante a sua execução Como por exemplo em um produto podese alterar o tipo de material e suas características dimensionais Em um processo podese alterar a temperatura e a pressão eem um serviço podese alterar o número de funcionários e o layout A alteração desses parâmetros pode afetar as características de qualidade resultantes do sistema Existem ainda fatores de ruído que podem influenciar o desempenho do sistema e que não se consegue controlar como por exemplo temperatura e umidade do ambiente habilidade e cansaço do operador O objetivo central do projeto de experimentos é achar o melhor ajuste dos parâmetros de forma a maximizar o desempenho minimizar os custos e tornar o desempenho do sistema pouco sensível ao efeito dos fatores de ruído Isso deve ser realizado definindo uma sequência econômica e eficiente do experimento O DOE pode ser dividido em fases as quais iniciam pelo processo de ouvir a voz do cliente por meio de pesquisas de mercado para levantar as necessidades dos clientes Na sequência partese para a fase de ouvir a voz do engenheiro A voz do engenheiro é importante porque algumas vezes o cliente pode apresentar aspectos vagos sem significados mensuráveis Nessa fase o engenheiro também identifica outras variáveis de resposta de interesse os parâmetros de processo com seus intervalos de variação os fatores controláveis com os níveis e interações possíveis reconhece as restrições e escolhe o modelo estatístico do experimento Na fase do planejamento final e execução é descrita a matriz experimental é definida a ordem e os procedimentos de ensaio são desenhadas as planilhas de coletas de dados e finaliza se com a execução do experimento e anotação dos resultados Na fase de análise ocorre a análise de variância são feitos os gráficos dos efeitos dos fatores principais e das interações significativas Na última fase de otimização são modeladas as variáveis de resposta é definida a função objetivo é realizado o ajuste dos fatores controláveis que minimizammaximizam a função objetivo e finalmente é verificada a consistência da solução RIBEIRO E CATEN 2003 Segundo Mattos 2004 existem várias estratégias para conduzir um experimento Independente da estratégia selecionada é indispensável estarem perfeitamente definidas a unidade experimental a variável analisada ou resposta como será mensurado o que pode ser feito pela definição dos fatores a serem manipulados e seus diferentes níveis adotados 7 Ferramenta Matriz Morfológica A Matriz Morfológica possibilita o estudo de todas as possíveis combinações entre os elementos ou componentes de um produto Essa foi desenvolvida por Fritz Zwickey em 1948 quando ele trabalhava no desenvolvimento de motores a jato Fritz cita que as seguintes regras devem ser utilizadas BAXTER 2000 a o problema a ser solucionado deve ser descrito com grande precisão b devemse identificar as variáveis que caracterizam o problema isso depende dos conhecimentos e habilidade do analista c cada variável deve ser subdividida em classes tipos ou estágios distintos d as soluções possíveis são procuradas nas combinações das classes Para Baxter 2000 a vantagem da matriz morfológica está no exame sistemático de todas as combinações possíveis Sem essa análise o projetista ficaria limitado a examinar apenas um número reduzido de combinações esquecendose das demais soluções de projeto O resultado da aplicação da matriz morfológica é a obtenção de alternativas soluções de projeto para os elementos de um produto em função da combinação de soluções para as funções identificadas do produto ROZENFELD et al 2006 Rozenfeld et al 2006 cita que a matriz morfológica consiste no desdobramento de um problema complexo em 47 partes simples parâmetros pelo qual se busca soluções técnicas para estas partes Após o problema dividido em partes devemse buscar alternativas para solucionar os parâmetros por meio de catálogos experiência pesquisa ou criação Ao final a melhor combinação de parâmetros é adotada como solução Essa análise auxilia a equipe de desenvolvimento a encontrar um conjunto grande de alternativas de solução para o produto por meio de uma análise sistemática da configuraçãoforma que o produto terá Com as alternativas de projeto são gerados os conceitos de produto que segundo Rozenfeld et al 2006 é a descrição escrita da ideia de um produto que inclui as suas características principais Crawford e Benedetto 2000 define como conceito de produto o conjunto de tecnologia forma e benefício onde a tecnologia permite o desenvolvimento da forma que proporciona ao cliente a percepção de algum benefício No estágio final do projeto conceitual após serem gerados os conceitos de produtos devese selecionar o melhor conceito Os modernos métodos de seleção de conceito foram baseados no trabalho de Stuart Pugh 8 Ferramenta Matriz de Pugh Segundo a técnica utilizada por Pugh a seleção do conceito não é uma simples escolha do melhor conceito gerado Ela envolve a combinação dos diferentes conceitos mesclando seus aspectos positivos e podendo gerar um novo conceito durante o processo de seleção A matriz de Pugh proporciona a comparação de diferentes conceitos em relação a um conceito base criando um conceito mais forte e eliminando os conceitos inferiores até um ótimo conceito ser alcançado BAXTER 2000 ISIXSIGMA 2006 CREVELING 2002 A matriz de Pugh consiste em uma matriz onde as alternativas e critérios de avaliação são colocados na primeira linha e primeira coluna respectivamente Os critérios de avaliação podem ser as especificaçõesmeta e as necessidades dos clientes podem ser consideradas como critérios Nesse método um dos conceitos é escolhido como referência e todas as outras são comparadas com este Para cada critério de avaliação será realizado um julgamento no qual será indicado se a concepção é melhor que igual a ou pior que a concepção de referência ROZENFELD et al 2006 Os conceitos que obtiverem o total global mais alto deverão ser considerados como adequados Os fatores devem ser considerados como uma orientação Na análise da concepção com maior total global podese alterar um critério negativo dessa concepção por um critério positivo utilizado em outra concepção criando assim uma concepção superior a ser utilizada Ainda na fase de projeto é possível detectar falhas potenciais A vantagem dessa detecção é atuar proativamente incorporando no projeto soluções que minimizem que as chances das falhas atuem no produto 9 Ferramenta Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos FMEA O FMEA surgiu de estudos realizados pela NASA National Aeronautics and Space Administration em 1963 e posteriormente foi utilizado na indústria automobilística Serviu para identificar quantificar e ordenar os possíveis defeitos potenciais de falha na fase de desenvolvimento de produtos evitando que estas falhas não fossem passadas para o cliente PUENTE et al 2002 Segundo Echeveste e Danilevicz 2006 o FMEA é um método para a análise de produtos e processos em que se procura descobrir e antecipar os modos potenciais de falha para evitar a sua ocorrência ou recorrência O problema é enfocado a partir da causa passando pelo modo e culminando no efeito São representadas a causa o modo e o efeito de uma falha Causa é definida como o evento que pode provocar gerar ou induzir a falha O modo de falha é definido como a maneira que a falha se manifesta E o efeito é a forma como o modo de falha afeta o sistema Figura 03 FMEA Causa Modo e Efeito de uma falha Fonte Adaptado Echeveste 2006 O FMEA tem por objetivo gerar um plano de ação que visa evitar falha no projeto ou processo do produto avaliando a sua importância relativa Por meio deste são propostas ações de melhoria para o produto buscando a solução para a falha identificada Sua aplicação visa detectar as falhas antes da produção do protótipo aumentando assim a confiabilidade do produto Inicialmente o FMEA foi desenvolvido para o projeto de novos produtos ou processo Devido a sua utilidade o mesmo passou a ser aplicado de outras maneiras Atualmente também é utilizado para diminuir as falhas de produtos e processos existentes ROZENFELD et al 2006 BAXTER 2000 Para auxiliar na definição de prioridades de falha no FMEA são utilizados três fatores ocorrência detecção e severidade A ocorrência define a frequência da falha a severidade corresponde à gravidade do efeito da falha enquanto a detecção é a habilidade para detectar a falha antes que ela atinja o cliente Através destes fatores é realizada uma hierarquização de acordo com o risco potencial de cada falha representado no FMEA e calculado através do RPN Risk Priority Number FORD MOTOR COMPANY 1983 apud LEAL et al 2006 O risco potencial de cada falha R é calculado para que a equipe de trabalho priorize as ações de trabalho aos itens de maior risco calculado O cálculo do risco leva em conta a severidade S ocorrência O e detecção D A fórmula utilizada é R S x O x D As ações de trabalho devem visar a redução do efeito de severidade a probabilidade de ocorrência ou a probabilidade de não detecção Alterações de projeto podem reduzir a severidade ou a ocorrência do modo de falha Ações dirigidas às etapas de validação de projeto podem reduzir a probabilidade de não detecção do modo Como exemplos de ações podem ser utilizados a revisão do desenho de parte do projeto revisão de especificação de materiais Engenharia do Produto 48 investimento em novos equipamentos revisão de planos de teste ECHEVESTE 2006 Para a diminuição dos riscos de falhas o grupo de trabalho utilizando conhecimentos criatividade e outras técnicas deve listar ações Estas ações devem conter medidas com funções de limitar dificultar prevenir parcialmente ou totalmente a ocorrência dos riscos de falha As medidas devem ser analisadas em relação a sua viabilidade e então definidas as que serão implantadas ROZENFELD et al 2006 O FMEA é uma ferramenta que proporciona à empresa através da catalogação das falhas dos produtos que ações de melhoria no projeto baseadas em dados sejam monitoradas melhoria contínua que ocorra a diminuição de custos devido à prevenção da ocorrência de falhas e principalmente que os funcionários incorporem uma atitude de prevenção de falhas de cooperação e de trabalho em equipe tendo como foco a satisfação do cliente ROZENFELD et al 2006 10 Aplicando as ferramentas na prática 101 Projeto Informacional No Projeto Informacional o objetivo é explorar o cenário identificado levantando novas informações e demandas dos clientes que serão desdobradas em valores e especificações meta que o produto deve apresentar para satisfazer as necessidades dos clientes Neste caso as ferramentas podem auxiliar a compreender a cadeia produtiva na qual o produto se insere As ferramentas utilizadas na fase de projeto informacional se mostram adequadas aos objetivos da fase Quadro 03 Cenário da empresa e oportunidade identifi cada Doc001 Quadro 04 Ferramentas utilizadas na fase informacional Agora vamos aprender como funciona a pesquisa de mercado uma das ferramentas que vimos a teoria anteriormente estão lembrados Figura 04 Pesquisa Quantitativa A pesquisa qualitativa é feita através de questionário levantando todas as questões burocráticas e que são imprescindíveis para o determinado produto Ao final desta fase do projeto informacional realizando se a análise da priorização das características da qualidade temse condições de definir a descrição dos requisitos do produto Estes requisitos devem ser transcritos para o documento Qualidade demandada do produto Doc002 neste documento estarão as informações de entrada para o projeto conceitual Figura 05 Figura 06 Matriz da qualidade 102 Projeto Conceitual No projeto conceitual neste modelo são utilizadas as ferramentas DOE realizando um projeto de experimentos fatorial não replicado em pesquisa de preço para auxiliar na definição do preço que os produtos poderão ser ofertados no mercado Matriz Morfológica para definir as possíveis configurações de produto e gerar o conceito de referência Matriz de Pugh para selecionar o melhor conceito de configuração para o produto As ferramentas utilizadas nesta fase de projeto conceitual se mostram adequadas aos objetivos da fase Quadro 5 Ferramentas utilizadas na fase conceitual 1021 DOE Projeto de Experimentos Da análise dos itens de qualidade demandados 49 provenientes da fase qualitativa da pesquisa de mercado uma demanda que pode ser observada é do de preço produto Em função desta possíveis configurações do produto que interferem na variável preço podem ser formuladas Através destas configurações um projeto de experimentos fatorial 2k não replicado em pesquisa de preço pode ser aplicado Esta também não é uma recomendação cabível a qualquer trabalho A ferramenta de Análise Conjunta poderia ser útil para cumprir esta mesma função Cada caso permitirá a identificação do desenho experimental mais adequado Através da análise do experimento com a aplicação do método estatístico ANOVA podese verificar se os fatores considerados são significativos para a demanda preço em estudo Em caso afirmativo os valores informados pelos entrevistados devem ser considerados para a definição do preço do produto a ser ofertado 1022 Matriz Morfológica Considerando os requisitos do produto identificados no projeto informacional a Matriz Morfológica possibilita o estudo das possíveis combinações de soluções para estes requisitos A matriz deve ser montada conforme a Figura 34 onde são descritos os princípios de soluções possíveis para os requisitosfunções do produto Os especialistas da empresa devem analisar esta matriz para selecionar as melhores alternativas de soluções para cada requisito Tais alternativas auxiliam para a escolha do conceito de referência a ser utilizado na Matriz de Pugh Estas duas matrizes são bastante genéricas e podem ser usadas em quase todos os tipos de projeto ou seja desde que funções sejam identificadas para definição de soluções técnicas para as mesmas Quadro 06 Matriz morfológica para os requisitos do produto Quadro 07 Alternativas de solução 1023 Matriz de Pugh Para a escolha do conceito do produto a Matriz de Pugh ajuda a determinar entre os itens ou potenciais soluções qual é a mais importante ou a melhor entre todas as outras Para a montagem dos conceitos da Matriz de Pugh na Figura 36 alternativas de soluções devem ser comparadas com o conceito de referência definido através da Matriz Morfológica Quadro 08 Conceitos para a matriz de Pugh Na Matriz de seleção de Pugh Figura 37 cada critério é avaliado comparando com o referencial de maneira a pontuar com 1 se o conceito for superior 0 se for similar e 1 se for inferior A soma ponderada deve ser calculada de maneira que o resultado indicará se o conceito é melhor ou pior que o referencial Quadro 09 Matriz de seleção de Pugh 103 Projeto Detalhado O projeto detalhado no qual devem ser realizadas as especificações do produto para serem encaminhadas para a manufatura com definição de sistemas e componentes do produto deve ser iniciado através do conceito do produto selecionado da Matriz de Pugh e registrado no documento de conceito de produto selecionado As ferramentas utilizadas na fase de projeto detalhado se mostram adequadas aos objetivos da fase Quadro10 Ferramentas utilizadas na fase conceitual Antes de iniciar as matrizes do QFD é importante que as etapas do processo de fabricação do produto sejam desmembradas pelos especialistas da empresa Desta maneira é assegurado que nenhuma etapa e característica sejam deixadas fora do estudo O quadro 11 exibe o detalhamento do processo em etapas e partes do produto características das partes etapas do processo parâmetros do processo e também acrescentados os valores meta em função do conceito selecionado na Matriz de Pugh Engenharia do Produto 50 Quadro 11 Desdobramento das etapas do processo de fabricação Na priorização das partes do produto os itens devem ser organizados em ordem decrescente Quadro 12 Matriz do produto 1031 FMEA para homologação do produto ou processo Para a homologação do produto ou processo o método FMEA é útil pois identifica as falhas atuais e potenciais e seus efeitos em sistemas e processos definindo ações que visem reduzir o risco associado a cada falha O FMEA avalia a severidade de cada falha relativamente ao impacto causado a clientes internos ou externos sua probabilidade de ocorrência e de detecção antes de chegarem às mãos dos clientes Para a execução do FMEA em primeiro lugar é necessário que o produto esteja desdobrado em partes conforme citado no quadro 13 Em segundo lugar devem ser identificados os modos potenciais de falha seus efeitos e suas causas O quadro 13 exemplifica as perguntas que devem ser feitas durante a identificação dos modos potenciais de falha Quadro 13 Perguntas para identifi cação dos modos potenciais de falha Em terceiro lugar devese identificar para cada efeito de modo de falha a sua respectiva severidade A severidade é classificada conforme a pontuação mostrada no quadro 14 Quadro 14 Escala de Severidade do Efeito Em quarto lugar devem ser pontuadas as probabilidades de ocorrência das causas identificadas para cada modo potencial de falha A ocorrência é avaliada conforme a pontuação mostrada no quadro 15 Em quinto lugar devem ser identificados os controles usuais e a probabilidade de detecção da falha Os controles usuais correspondem às atividades de validação verificação ou prevenção que irão assegurar a não ocorrência da falha O índice de detecção é avaliado conforme a pontuação mostrada no quaro 16 Quadro 15 Escala do índice de Ocorrência do Efeito Quadro 16 Escala do índice de Detecção da falha Em sexto avaliase o risco potencial de cada modo de falha e definemse medidas para sua eliminação ou redução Isto é obtido através de um plano de ações que aumenta a probabilidade de detecção ou reduz a probabilidade de ocorrência da falha Por último calculase o risco para priorizar as ações de correçãomelhoria Para o cálculo do risco levase em conta a severidade S a ocorrência O e a detecção D utilizando a seguinte fórmula R S x O x D O quadro 17 mostra o cabeçalho do formulário do FMEA de projeto 51 Quadro 17 Cabeçalho do formulário do FMEA de projeto Em função da análise das priorizações das partes do produto Matriz do produto das características das partes das etapas do processo e em função do FMEA de projeto e processo deve ser criado pelos especialistas da empresa um plano de melhorias a ser executado para o produto Este deve ser registrado no documento Plano de melhorias e alterações a realizar Este documento define as alterações que devem ser realizadas no produto as ações a serem executadas a data de implantação e o local de execução Quadro 18 Plano de melhorias e alterações a realizar O plano de melhorias e as alterações a realizar no produto e processo são definidos com o objetivo de forma a atender a demanda dos clientes e devem ocorrer em função dos resultados obtidos das priorizações das partes do produto das características das partes e das etapas do processo e da realização dos FMEA de projeto e de processo Após a sua definição temos a etapa de execução deste plano e a homologação dos ganhos obtidos 1032 Execução do plano de melhorias e alterações realizadas e homologação dos ganhos obtidos Os especialistas da empresa devem analisar as informações do Plano de melhorias e alterações a realizar Levando em conta as condições técnicas e financeiras da empresa devem monitorar e definir as ações necessárias para que as alterações definidas neste documento sejam implementadas 1033 Melhorias a serem realizadas Os especialistas devem analisar item a item do Plano de melhorias e alterações a realizar e determina as ações a serem tomadas 1034 Ganhos obtidos Ao final do modelo é importante que as melhorias proporcionadas pela introdução dos novos dispositivos e processos sejam homologados para isto o documento Homologação de melhorias e ações realizadas deve ser preenchido sendo este o documento de encerramento do nosso modelo proposto Quadro 19 Homologação de melhorias e ações realizadas Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos Nesta aula aprendemos muitos conceitos de várias ferramentas que auxiliam na gestão e na produção de desenvolvimento de novos produtos e vamos exercitar cada ferramenta em nossa lista de exercício As ferramentas são auxiliares nos procedimentos levando em consideração qualidade eficiência funcionalidade dentre outros Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca ENEGEP1998ART319pdf Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca enegep2013TNSTO18605722976pdf Vale a pena ler Vale a pena Engenharia do Produto 52 Disponível em httpswwwfm2scombrqfd Disponível em httpsuvagpclasswordpress com20170905qfddesdobramentodafuncao qualidade Vale a pena acessar Disponível em httpswwwyoutubecom watchvW9Dp9kqseII Vale a pena assistir Minhas anotações 7º Aula Gestão de Projetos Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de aprender como funciona uma gestão de projeto conhecer e identificar os responsáveis as equipes analisar modelos de PMI e IPMA Prezadosas alunosas após ter estudado a Aula 6 na qual aprendemos alguns conceitos das fases de produção e várias ferramentas que auxiliam na visão dos procedimentos e na qualidade da atividade que está sendo realizada Na aula 7 vamos apresentar uma visão geral sobre a gestão e o gerenciamento de novos produto identificando gerente os responsáveis as equipes e alguns modelos de PMI e IPMA Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 54 Seções de estudo 1 Gerente de Projeto 2 Papéis e responsabilidade do gerente do projeto 3 Equipes de projeto de produto 4 Modelos PMI GERENCIAMENTO DE PROJETO DO PRODUTO 1 Gerente de projeto Depois de aprendermos sobre todo a teoria do processo e desenvolvimentos de novos produtos vamos aprender como acontece o gerenciamento desses projetos O gerente de projeto é o responsável pelo sucesso ou fracasso do projeto pois ele pode facilitar e integrar no projeto tem deveres e responsabilidades é proativo líder e muito comunicador O gerente de projeto é reconhecido como um administrador de um grande número de diferentes interfaces com uma relacionamento bastante dinâmico entre si Para lidar com essas interfaces e com as elevadas responsabilidades inerentes ao cargo esperase que este profissional possua um alto grau de flexibilidade diante da limitada autoridade formal de que pode fazer isso A diversidade desse cargo é influenciada pela estrutura organizacional na qual o projeto está inserido e pelas disciplinas envolvidas no projeto Para cada situação específica exigirseá do gerente estilos de trabalhos e habilidades diferenciadas como prérequisitos determinantes de seu sucesso Vamos analisar a figura 01 Figura 01 Signifi cado de gerente Porém ser gerente não é tão simples assim além de exigir muita responsabilidade ainda existe alguns níveis de gerenciamento vamos aprender alguns deles Vamos lá Existe o gerente de programas e portfólio Esses gerentes são responsáveis por muitos projetos ou pela totalidade de projetos de uma organização O gerente de projetos de grande porte compostos por vários subprojetos normalmente gerencia construções de aeroportos reurbanização de grandes áreas recuperação de áreas afetadas por calamidades etc Os gerentes de projetos de pequeno porte ou de subprojetos de grande porte também são chamados simplesmente de gerente de projeto Desenvolvem ações com pequenas equipes O conceito de grande e pequeno varia de uma organização para a outra Um empreendimento de grande porte demanda um gerente com larga experiência e conhecimentos avançados Já um projeto de pequeno porte requer um nível mínimo de conhecimento e experiência do gerente Mas qual é a função geral do gerente de projeto Em muitos casos é um cargo de suma importância e na maioria das vezes o gerente de projeto é temporário e é ocupado por um funcionário da estrutura permanente executivo ou não Durante a administração do projeto sua dedicação pode ser exclusiva ou pode acumular tarefa com outras No entanto não se desvincula de seu cargo original Mas o que o gerente faz quando termina o projeto Terminando o projeto o gerente volta a seu cargo permanente ou assume outro projeto Existem casos em que essa função é permanente como por exemplo empresas de consultoria de construção projetos de grande porte gerente de portfólio etc Os executivos como gestores devem estar devem estar preparados para desempenhar o papel de gerente de projeto em várias situações principalmente quando há o interesse pessoal no sucesso do projeto ou quando não há outra pessoa que possa desempenhar a função de modo satisfatório Algumas vezes o projeto é importante demais para se correr riscos ou sofrer interrupções causadas por dificuldades internas Outras vezes os interessados no projeto exigem o envolvimento do executivo principal E os não gerente como gestores Os profissionais de nível superior sem posição de gerencia podem desempenhar o papel de gestores de projetos o participar de equipes que têm autonomia para decidir Muitas vezes pessoas sem posição permanente de chefia participam de equipes autogeridas em que as decisões são tomadas por consenso Existem algumas vantagens em empregar pessoas que não são gerentes permanentes na administração de projetos Criar um ambiente de laboratório gerencial a fim de se testar e desenvolver competências dar oportunidade a pessoas de testar suas competências e motivações criar um ambiente de administração participativa preparando pessoas para participar de processos decisórios e ajudar a organização a resolver problemas Em caso de risco de insucesso é possível trazer o socorro de uma pessoa mais experiente Segundo o PMI existem três formas das organizações se estruturarem em relação a projetos estrutura funcional estrutura projetizada e estrutura matricial que se subdivide em fraca forte e balanceada A frase que se destaca é O GERENTE DE PROJETOS DEVE CONHECER O TERRENO 55 ONDE PISA A estrutura funcional é a responsável pelos departamentos funcionais da organização O responsável pelo projeto passa a ser o gerente funcional do departamento Para o gerenciamento de projetos essa estrutura é a pior pois nelas o gerente de projeto tem pouca ou nenhuma autoridade formal As pessoas são agrupadas por funcionalidades Figura 02 Estrutura funcional Fonte Rozenfeld 2006 Todas as organizações vivem em torno de seus projetos Todos os recursos organizacionais estão disponíveis para dar suporte aos projetos Nessa estrutura o gestor de projeto tem toda a autoridade e independência As pessoas envolvidas no projeto são colocadas juntas A estrutura projetizada foca no elo do gerente e sua equipe como mostra a figura 03 Figura 03 Estrutura Projetizada Fonte Rozenfeld 2006 A estrutura matricial é uma combinação das estruturas funcionais com a projetizada e forma uma estrutura híbrida Em paralelo à estrutura funcional sob a responsabilidade dos gerentes funcionais são criados grupos de projetos sob a responsabilidade de gerentes de projetos Os grupos de projetos utilizam as mesmas pessoas dos setores funcionais A estrutura matricial se subdivide em estrutura matricial fraca forte e balanceada A estrutura matricial fraca é a parecida com a estrutura funcional e os gerentes funcionais possuem mais poder que os gerentes de projeto A função do gerente de projeto é mais parecida com a de um coordenador ou facilitador Figura 04 Estrutura matricial fraca Fonte Rozenfeld 2006 A estrutura matricial forte aproximase mais da estrutura projetizada na qual o gerente de projetos possuem uma maior influência sobre os funcionários Os gerentes de projeto passam a ser somente gerentes de projeto Figura 05 Estrutura matricial forte Fonte Rozenfeld 2006 A última que é a estrutura matricial balanceada é um meio termo entre as estruturas funcional e projetizada pois os gerentes de projeto e gerentes funcionais possuem o mesmo nível de influência O gerente de projetos passa a trabalhar no projeto em tempo integral porém a equipe continua abaixo do gerente funcional trabalhando em tempo parcial Figura 06 Estrutura matricial balanceada Diante de todas essas estruturas você deve estar se perguntandoqual é a melhor estrutura A resposta para essa pergunta é simples a estrutura apropriada para gerenciar um projeto específico depende mormente de sua natureza e do estilo organizacional da empresa devendo o gerente de projeto compreender as opções organizacionais disponíveis e os resultados prováveis da implementação do projeto dentro da organização E qual é a responsabilidade do gerente de projeto Assegurar a realização do projeto dentro dos padrões de desempenho relacionados às metas prazos e custos Engenharia do Produto 56 exigindo a integração de todos os fatores concorrentes como administração da comunicação recursos humanos contratos materiais e riscos Em seu papel dentro da organização existe uma série de princípios entendidos como regras fundamentais que os gerentes de projetos devem seguir a fim de que sejam bem sucedidos liderança e motivação autoridade conhecimentos técnicos habilidade de comunicação resolução de conflitos e trabalho em equipe 2 Papéis dos gerente de projeto PLANEJ ADOR Assegurar a preparação do projeto com garantia de qualidade técnica recursos aprovados e consenso de todos os interessados no projeto relevantes ORGANIZADOR Prever e mobilizar os meios para realizar o projeto Montar a estrutura organizacional do projeto ADMINISTRADOR DE PESSOAS Dirigir a equipe lidando com as competências corações e mentes Trabalhar na dimensão humana e comportamental Enxergar as pessoas como pessoas e não como recursos ADMINISTRADOR DE INTERFACES Administrar interfaces e articular acordos ADMINISTRADOR DE TECNOLOGIAS Administrar tarefas responsabilidades e decisões dentro do domínio técnico do projeto IMPLEMENTADOR Executar e corrigir planos cuidar do suprimento de recursos fornecer informações avaliar o desempenho e cobrar providências FORMULADOR DE MÉTODOS Formular metodologias procedimentos estruturas e sistemas de administração de projetos Agora vamos conhecer as habilidades do gerente de projeto HABILIDADES CARACTERISTICAS Construção de equipes Capacidade de formar e gerenciar equipes de trabalho Liderança Capacidade de infl uenciar a equipe e todos os envolvidos no projeto Resolução de confl ito Capacidade de identifi car e resolver confl itos no âmbito do projeto Competência técnica Capacidade de coordenar as ações técnicas do projeto Planejamento Capacidade de elaborar planos e executalos Organização Capacidade de estabelecer os critérios de trabalho no âmbito do projeto Empreendedor Capacidade de gerar e gerenciar negócios para o projeto Administração Capacidade de desenvolver técnicas de controle orçamento etc Suporte gerencial Capacidade de gerenciar as interfaces com todos os envolvidos Alocar recursos Capacidade de estabelecer os recursos necessários frente ao projeto Quadro 01 Habilidades do gerente de projeto Fonte Kerzner 1992 De forma geral um gerente de projetos necessita de entusiasmo força e aptidões para o difícil trabalho de resistência ao ataque de interesses técnicos e políticos Sempre que possível ele deve possuir antiguidade e posição na organização proporcional ao do gerente funcional com o qual terá que negociar Quando o gerente de projetos é coordenador dentro de uma estrutura funcional ou gerente em uma estrutura matricial ele frequentemente encontrará sua autoridade de forma incompleta Consequentemente ele deve ter uma combinação de habilidades técnicas administrativas e interpessoais para superar as dificuldades advindas do cargo Figura 07 Métodos ilustrativos Falando em gerenciamento de projetos lembramos normalmente como primeiro nome o PMI Project Management Institute Mas essa não é a única instituição que trata com exclusividade a gerência de projetos Hoje vamos conhecer um pouco das duas principais instituições mundiais no assunto o PMI e o IPMA As duas instituições são as mais antigas e difundidas no mundo Além de terem suas criações na mesma época PMI em 1969 IPMA em 1965 possuem ainda o objetivo de disseminar o conhecimento de gerência de projetos e padronizar este conhecimento entre os profissionais 3 Sobre o PMI Atualmente o PMI possui mais de 230000 membros em mais de 160 países Atualmente é a maior instituição em quantidade de membros e regionais sem fins lucrativos Seus objetivos principais são o apoio da profissão definição de padrões profissionais conduzindo pesquisas e fornecendo acesso a uma grande quantidade de informação e recursos ou seja procura o desenvolvimento do profissional e dos processos das organizações O PMI oferece uma gama de certificações para profissionais onde a mais conhecida é a PMP Project Management Professional Certificações oferecidas pelo PMI 57 PMP Project Management Professional CAPM Certified Associate in Project Management PgMP Program Management Professional OPM3 Organizational Project Management Maturity Model A certificação PMP teve início em 1984 para mostrar que os profissionais certificados possuem conhecimentos experiência e competência em gerenciamento de projetos aumentando assim a probabilidade de sucesso desses projetos O corpo de conhecimento do PMI chamado PMBoK Project Management Body of Knowledge contempla 44 processos divididos entre 9 áreas de conhecimento inter relacionadas em 5 grupos de processos 4 Sobre o IPMA A Associação Internacional de Gerenciamento de Projetos IPMA Internacional Project Management Association foi criada em Viena Suíça em 1965 Atualmente é mais aceita e conhecida em países da Europa No Brasil a ABGP Associação Brasileira em Gerenciamento de Projetos é a única instituição associada que representa a IPMA A ABGP publicou em 2004 o manual RBC Referencial Brasileiro de Competências em Gerenciamento de Projetos representa o corpo de conhecimento do PMI PMBoK que apresenta a descrição dos processos que constituem a base para a avaliação dos conhecimentos técnicos dos candidatos à certificação como Gerentes de Projeto No RBC não contempla apenas os elementos de conhecimento do gerenciamento de projetos como também uma ampla estrutura para a avaliação das competências do profissional de gerenciamento de projetos A ABGP IPMA fornece apenas um tipo de certificação para os profissionais de gerenciamento de projetos mas contempla alguns níveis Nível A Diretor de Projetos Certificado Capaz de coordenar todos os projetos de uma empresa unidade de negócios ou programa Nível B Gerente de Projetos Certificado Capaz de gerenciar projetos de maneira autônoma Nível C Profissional de Gerenciamento de Projetos Certificado Capaz de gerenciar projetos não complexos e de apoiar o gerente de um projeto complexo em todos os elementos e aspectos do Gerenciamento de Projetos Nível D Praticante de Gerenciamento de Projetos Certificado possui conhecimentos de todos os elementos e aspectos do gerenciamento de projetos e pode aplicálos em determinados campos do projeto atuando como um especialista Ao longo desses anos as duas instituições têm contribuído e agregado valor à comunidade de gerentes de projetos de todo o mundo Podemos constatar alguns benefícios desses programas de certificação Para os profissionais o reconhecimento internacional de sua qualificação e competência Para a organização a demonstração da qualificação e da competência de seus colaboradores Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos 1 Gerente de Projeto Nesta seção aprendemos qual é a função do gerente de projeto e vimos que o gerente é o responsável pelo encaminhamento da produção até a finalização do produto ou seja o gerente tem muitas atividades e dentro dessa função o gerente de projeto possui uma diversidade de cargo por exemplo se o gerente for da construção civil o ramo dele é obras se for gerente de um restaurante o campo dele é a cozinha por isso é importante e necessário trabalhar com um gerente que desenvolve na área pois tem um maior campo de conhecimentos sobre determinado assunto 2 Papeis e responsabilidade do gerente do projeto Nesta seção vimos o papel do gerente que engloba o planejamento organização organização de pessoas gestão de pessoas administrar interfaces e tecnologias implementar planos e administrar tecnologias e responsabilidades dentro do projeto 3 Equipes de projeto de produto Nesta seção vimos que o PMI que é o Project Management Body of Knowledge é uma estrutura de apoio ao desenvolvimento de novos produtos juntamente com outras organizações com OPM3 PgMp CAPM e etc 4 Modelos PMI Nesta seção vimos que o IPMA Internacional Project Management Association é uma associação de gerenciamentos de projeto e esta subdividida em vários níveis onde em cada nível é analisado a qualificação e a competência de cada responsável por tarefa Até a próxima aula Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca ENEGEP1998ART319pdf Vale a pena ler Vale a pena Engenharia do Produto 58 Para os clientes a maior certeza de obter de seus fornecedores serviços com maior qualidade PMI httpwwwpmiorg PMI Recife httpwwwpmipeorgbr IPMA httpwwwipmach ABGP httpwwwabgporgbr Capítulos do PMI na América do Norte httpwww pmiorginfoGMCChapterListingNAasp Capítulos do PMI na América Latina httpwww pmiorginfoGMCChapterListingLAasp Vale a pena acessar Minhas anotações 8º Aula Design e Qualidade do produto Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de aprender como está inserido o design no mercado de produtos analisar e verificar onde e quais fatores da qualidade são necessários para a produção dos produto Prezadosas alunosas após ter estudado a Aula 7 alguns fatores que auxiliam na gestão do projeto como as funções do gerente de projeto os papéis e responsabilidade as equipes de projeto do produto modelos PMI e IPMA da certificação de gerente de projeto Na aula 8 vamos estudar design e qualidade Vamos aprender como esse conteúdo se encaixa em engenharia do produto Vamos lá Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 60 1 Seções de estudo Design do produto 2 Qualidade do produto 1 Design do produto De acordo com Filho 2006 o termo Design geralmente é interpretado de várias formas uma vez que engloba as mais variadas áreas do conhecimento tais como a engenharia o desenho industrial e a moda passando pelo desenho gráfico desenho de interior e arquitetura entre outras Na verdade a percepção do Design está geralmente associada aos diferentes aspectos observados nos produtos Por exemplo ao se considerar os aspectos relacionados com a forma do produto tais como a aparência o estilo a embalagem a cor o acabamento etc O design é também geralmente associado aos aspectos tecnológicos dos produtos como por exemplo a eficiência a performance a funcionalidade durabilidade inovação etc uma terceira associação que se faz ao design é aquela relacionada aos aspectos mercadológicos como o logotipo da empresa o baixo consumo de energia associado a um determinado produto ao preço de venda etc Novas visões de design vêm surgindo com o avanço da tecnologia tais como o web design Ocorre que em todos os aspectos discutidos até agora o design está associado ao produto final e não ao seu processo de desenvolvimento Avaliase que este processo de desenvolvimento deve apresentar algumas características fundamentais tais como ser sistemático O desenvolvimento do design deve ser sistemático no sentido de se utilizar procedimentos metodológicos desenvolvidos cientificamente com o intuito de guiar o projetista a soluções rápidas e precisas Tal procedimento ajuda o projetista a avaliar com mais eficácia cada etapa do desenvolvimento de produtos reduzindo assim a probabilidade de erros e subsequente revisões no projeto O processo de design deve também ser criativo Nesse sentido procurase desenvolver técnicas que possam auxiliar o projetista na proposição de novas soluções a novos eou antigos problemas Apresentar soluções criativas é atualmente um dos mais importantes aspectos de competitividade multidisciplinar o trabalho do desenvolvimento do design não deve ser atribuído a um único profissional somente Ao se desenvolver um produto é importante o envolvimento dos diversos departamentos da empresa como por exemplo marketing produção vendas projeto inspeção assistênciatécnica etc Devido a essa característica multidisciplinar a atividade de Design tem uma grande influência nas diversas etapas do desenvolvimento de um produto FILHO 2006 O design também deve ser visto como um processo pró ativo no sentido de antecipar possíveis problemas que possam ocorrer nas etapas subsequentes do desenvolvimento de produtos Dessa forma pensar antecipadamente em como o produto será fabricado montado inspecionado transportado entre outros pode ajudar na avaliação do desenvolvimento de um produto Devese destacar que esse processo deve ser iterativo Isto é não se deve esperar que as diversas etapas do desenvolvimento de produtos sejam realizadas de forma independente Na verdade decisões tomadas em etapas iniciais no Design de produtos podem e devem ser revistas em etapas subsequentes Todo o processo deve ser reavaliado constantemente com o intuito de reduzir o maior número de erros possíveis Em essência o Design deve ser visto como um processo que engloba todos os aspectos vistos até agora com o objetivo de se concretizar uma ideia eou demanda do mercado consumidor em um produto eou serviço para que ele seja bem sucedido comercialmente Por exemplo quais os aspectos atuais de competitividade Diversas transformações econômicas vêm ocorrendo no mercado mundial nos últimos dezquinze anos e que tem afetado diretamente o ambiente competitivo das empresas Particularmente no caso brasileiro o mercado era caracterizado por uma política industrial protecionista com oferta menor que a demanda tendo como consequência preços mais elevados do que similares importados Além disso não existia qualquer mecanismo de defesa do consumidor com consequente falta de preocupação com a qualidade dos produtos ofertados além de baixo investimento em inovação pesquisa e desenvolvimento Entretanto com o advento da globalização e o crescente dinamismo do mercado consumidor surgiu a necessidade de adotar novos mecanismos de gestão e atualizar tecnologicamente as empresas com consequente otimização da produção melhoria dos padrões de qualidade e produtividade e redução dos custos Tais ganhos de produtividade e qualidade fizeram com que a competitividade entre as empresas se tornasse mais intensa e o mercado consumidor mais exigente Dessa forma o mercado atualmente encontrase na constante busca de produtos de qualidade a preços competitivos e que sejam diferenciados da concorrência Isso significa que as empresas se deparam com a necessidade de ao mesmo tempo atender aos seguintes desafios como a melhoria da qualidade dos produtos Uma outra maneira de chamar atenção do consumidor seria reduzir os custos de produção por exemplo desenvolver produtos que sejam mais fáceis de serem fabricados e montados Agregar valores aos produtos Ou seja diferenciar seus produtos daqueles oferecidos pelos concorrentes Isso pode ser feito por meio da agregação de valores tangíveis e intangíveis Reduzir o tempo de desenvolvimento de produtos Com o avanço da concorrência e constantes mudanças no mercado consumidor surge a necessidade de se dispor novos produtos no mercado a um intervalo de tempo cada vez menor FILHO 2006 Isso é chamado de custo de oportunidade que não é propriamente um custo mas aquilo que a empresa deixou de faturar por ter desperdiçado a oportunidade Ou seja um concorrente que pode lançar um produto semelhante e sair na frente preenchendo a oportunidade que se pensava em apresentar Dentro desse cenário difícil de concorrência acirrada o design tem um papel fundamental influenciando diretamente na competitividade das indústrias 61 Agora vamos pensar qual a Influência do Design na Competitividade de um produto De acordo com Filho 2006 o principal aspecto de decisão para um indústria é o de julgar dentre as mais variadas opções de investimento qual daquelas é a mais provável para se obter o melhor retorno Investimentos em Design podem trazer grandes benefícios para empresas de uma forma geral influenciando diretamente nas vendas na sua participação do mercado no lucro e no crescimento contínuo pelo menos a longo prazo Isso porque as decisões tomadas nas diversas etapas do Design de um produto afetam diretamente em como os produtos são percebidos pelo mercado consumidor Isso significa que o design tem influência direta nos fatores relacionados ao preço e a aspectos subjetivos da empresa e do produto como indicado na Tabela 1 Tabela 1 Fatores de Competitividade e Design O Design tem outras influências na competitividade além daquelas sugeridas pela Tabela 1 Do ponto de vista dos consumidores e usuários existem diferentes aspectos que podem ser agregados durante o desenvolvimento de produtos e que tem influência nas diversas etapas da compra e uso de produtos Isso é observado na Tabela 2 Tabela 2 Influencia do design na percepção dos consumidores nas diversas etapas Dessa análise observase que produtos bem projetados podem contribuir de forma significativa para a competitividade industrial Portanto investimentos em design podem ter um grande impacto no sucesso comercial de uma empresa e se o mesmo for verificado para um grupo maior de empresas tal investimento pode resultar em uma melhoria substancial para toda economia de um país FILHO 2006 Esse mercado de design e inovações de produto gera muito emprego e renda o que contribui diretamente para o aumento do lucro das empresas através do aumento das vendas e da redução dos custos de produção dos produtos Investimentos em design também promovem a gerência participativa uma vez que esta é uma atividade multidisciplinar envolve vários departamentos como gerência produção projeto marketing etc Um outro benefício do design é o de melhorar a imagem da empresa pela agregação de valores aos produtos desenvolvidos O design é também responsável por promover ações inovadoras já que o que se deseja é desenvolver produtos diferenciados e que chamam atenção do consumidor Mas quais os aspectos que influenciam no sucesso comercial de novos produtos O desenvolvimento de novos produtos é uma atividade importante e arriscada Diversos estudos realizados na Inglaterra Estados Unidos Canada e Brasil analisaram o processo de desenvolvimento de novos produtos para de identificar como ocorre este processo e qual a influência do mesmo no sucesso comercial do produto Dessa forma foram identificados alguns fatores chaves que influenciaram para o sucesso no lançamento de novos produtos A figura 1 demostra onde cada um possui influência dos fatores que foram classificados em três grupos principais o primeiro grupo é o forte orientação para o mercado O fator mais importante é o produto ter uma diferenciação com relação aos seus concorrentes além de apresentar características que sejam valorizadas pelos consumidores Dessa forma produtos que eram percebidos como sendo substancialmente melhor que os competidores e apresentavam alto valor agregado tinham cerca de 5 vezes mais chances de obter sucesso do que aqueles que eram considerados apenas marginalmente superiores Estudos de viabilidade e especificação Foi observado que os produtos que eram cuidadosamente planejados baseados em estudos de viabilidade técnica e econômica tinham cerca de 24 vezes mais chances de sucesso do que aqueles sem qualquer estudo de viabilidade Além disso produtos que eram bem definidos com especificações técnicas bem estabelecidas tinham 33 vezes mais chances de obter sucesso no mercado do aqueles sem essas especificações FILHO2006 O segundo é qualidade no desenvolvimento de produtos Nas situações em que se consegue manter uma alta qualidade das atividades técnicas ligadas ao desenvolvimento de novos produtos as chances de sucesso comercial são 25 maiores Mais especificamente quando a qualidade técnica da equipe está adequada às necessidades de desenvolvimento do novo produto as chances são 28 vezes maiores Além disso quando as atividades de marketing e vendas estão bem coordenadas com a equipe de desenvolvimento de produtos as chances de sucesso são 23 vezes maiores Por último quando se registra um grande nível de cooperação entre o pessoal técnico e de marketing as chances de sucesso do novo produto são 27 maiores em relação a outros sem esta harmonia Na verdade para que um produto alcance sucesso comercial é extremamente importante que esses três aspectos sejam bem coordenados durante o desenvolvimento do produto A pesquisa de mercado irá fornecer informações com respeito a demanda e desejos dos consumidores a concorrência exercida pelos produtos existentes e as oportunidades tecnológicas existentes para o projeto e fabricação de novos produtos Engenharia do Produto 62 Figura 01 Probabilidade de Sucesso no mercado consumidor Essas informações irão dar suporte no sentido de se definir as oportunidades de desenvolvimentos de novos produtos Essa oportunidade pode ser classificada em duas categorias a Demanda de mercado que se refere à procura pelo mercado de produtos ou características do produto que ainda não são oferecidos pela sua empresa Tal demanda de mercado pode ser reconhecida de duas formas FILHO2006 b Oferta tecnológica que referese à disponibilidade de novas tecnologias gerando oportunidades de inovação do produto Essa nova tecnologia pode ser por exemplo um novo material novos processos de fabricação ou novos conceitos de projeto Na verdade essas duas etapas devem ser desenvolvidas concomitantemente Um produto pode ser muito avançado tecnicamente mas não será bem sucedido se os consumidores não quiseram comprálo Isso não diminui a importância da oferta de tecnologia para o desenvolvimento de novos produtos Significa apenas que não se pode somente confiar no avanço tecnológico para projetar produtos de sucesso Exemplo de avanço tecnológico no mercado Celular carros relógios drones dentre outros Figura 2 Modelos diversifi cados de Design de produtos Fonte Autora Ela deve ser complementada com uma pesquisa sobre as necessidades de mercado para certificar que o avanço tecnológico está servindo para preencher uma necessidade real do consumidor Uma vez coletadas essas informações podese então definir as especificações técnicas de projeto para o desenvolvimento de novos produtos São essas especificações que controlarão todo o desenvolvimento do produto desde a análise do mercado passandose pelo projeto conceitual e detalhado até a fabricação montagem e venda do produto final Essas especificações técnicas do produto são na verdade os dados técnicos necessários para se desenvolver os produtos Elas devem representar os desejos e ansiedades identificados na pesquisa de mercado Ou seja é a tradução em dados técnicos dos desejos dos consumidores Esses podem ser documentados de várias formas como por exemplo desenhos técnicos acompanhados de documentação técnica específica do produto É importante notar porém que essas especificações não são fixas com o tempo Ou seja elas evoluem gerando outras ou novas especificações a medida que o desenvolvimento do produto também evolui Dessa forma as especificações técnicas apresentadas e discutidas na etapa inicial do projeto conceitual podem não ser as mesmas nas etapas subsequentes de um projeto mais detalhado A figura 2 apresenta alguns dos diversos aspectos que podem e devem ser considerados no desenvolvimento de especificações de projeto FILHO2006 Figura 3 Especifi cações Técnicas Fonte Autora É importante garantir que esse processo de identificação de oportunidades de mercado e geração de especificações técnicas do produto seja feito com qualidade Muitas pessoas aceitam a ideia de controlar a qualidade de tarefas industriais ou administrativas bem estruturadas e de natureza repetitiva Entretanto quando se trata do desenvolvimento de novos produtos essa tarefa não é fácil Mas como se pode determinar as metas para o controle de qualidade sem mesmo conhecer o produto que se deseja controlar O primeiro controle é exercido sobre as especificações de oportunidade contendo as metas comerciais básicas para o novo produto Por exemplo quais são os aspectos diferenciados desse novo produto em relação aos concorrentes Como os consumidores serão induzidos a preferir esse novo produto Quais as estimativas iniciais de custo e a margem de lucro Qual é o volume esperado de vendas e qual é o retorno do investimento ao longo da vida útil do produto no mercado Em seguida vem a especificação do projeto onde se realiza o controle da qualidade mais importante Como se viu anteriormente é nessa etapa que são fixadas as metas técnicas para o novo produto abrangendo desde as funções básicas sua aparência até a 63 embalagem e distribuição A especificação do projeto deve ser um documento de consenso refletindo os interesses de marketing vendas projeto e desenvolvimento e a engenharia de produção da empresa FILHO2006 Esse documento deve conter também o critério para se avaliar o sucesso comercial do produto Esperase que qualquer produto que atenda a essas especificações seja bem sucedido comercialmente As especificações tornamse então padrão para comparação de todas as alternativas geradas durante o desenvolvimento de projeto Assim os conceitos as configurações e os protótipos podem ser avaliados em relação a esse padrão para se selecionar as melhores alternativas Como mencionado anteriormente a medida que o projeto vai evoluindo passando a etapas de configuração e detalhamento as especificações técnicas devem ser convertidas no sentido de atender cada uma dessas etapas Eventualmente quando o desenvolvimento do produto chega a etapa de fabricação a especificação do projeto se transforma em especificação de controle do processo produtivo Nesse caso devem ser determinados os pontos de controle da qualidade a serem realizados durante o processo de fabricação que podem ser por exemplo na recepção da matériaprima montagem dos circuitos elétricos e assim por diante até a montagem final do produto Para que toda essa evolução possa ser bem controlada no sentido de garantir qualidade ao produto desenvolvido foram desenvolvidas diversas técnicas metodológicas que ajudam a equipe de projetos nesta árdua tarefa Uma das metodologias mais utilizadas é a do Desdobramento da Função Qualidade ou QFD que em inglês significa Quality Function Deployment Esta técnica será abordada logo adiante Entretanto antes disso é importante definir o que se entende pelo termo qualidade para então possamos trabalhar no sentido de incorporala no desenvolvimento de novos produtos 2 Qualidade de produtos Vamos começar com uma pergunta básica O que é Qualidade O termo qualidade apresenta diferentes significados para diferentes pessoas Por exemplo para Filho 2006 um engenheiro qualidade pode significar a adequação dos objetivos do produto e sua resistência para suportar faixas de trabalho preestabelecidas Já para um gerente de produção qualidade pode ser a facilidade de fabricação e montagem de produtos com níveis de refugos abaixo dos especificados Todos esses aspectos são importantes para se definir o que seja a qualidade de um produto Entretanto numa visão mais abrangente devese considerar a percepção do consumidor para se definir o que seja a qualidade de um produto A figura 3 mostra um modelo de percepção de qualidade Observase que quanto maior a incorporação de características desejadas pelos consumidores maior será o nível de satisfação FILHO2006 Figura 4 Características básicas da qualidade modo simples de qualidade Seguindo um mesmo raciocínio a ausência de certas características implica em uma insatisfação l no consumidor como indicado na figura 4 Figura 05 Modo melhorado de qualidade Ocorre que a satisfação do consumidor nem sempre apresenta um comportamento linear como mostrado nas figuras 3 e 4 Na verdade existem algumas expectativas básicas sobre um produto que as vezes nem são percebidas Dessa forma a ausência destas expectativas pode causar uma grande insatisfação enquanto que a sua presença pode significar um aspecto normal e não contribui para aumentar o nível de satisfação do consumidor Figura 06 Expectativas básicas da qualidade Engenharia do Produto 64 Por exemplo ao comprar um veículo automotor esperase que ele venha suprido de rodas A sua ausência implicará num grande nível de insatisfação enquanto que a sua presença não provoca satisfação Num outro extremo existem certas características que são incorporadas a um produto que provocam um grande nível de satisfação quando estão presentes mas que a sua ausência não causa insatisfação Tais características são interpretadas como fatores de excitação Ou seja são requisitos adicionais aos produtos que excedem aqueles da expectativa básica Os fatores de excitação são capazes de satisfazer as necessidades latentes dos consumidores Ou seja necessidades que os próprios consumidores não sabiam inicialmente que as tinham Figura 07 Fatores de excitação A figura 8 mostra o modelo Kano de qualidade indicando as expectativas básicas e os fatores de excitação Kano sugere que há um outro fator de satisfação do consumidor situado entre as expectativas básicas e os fatores de excitação chamado de performance Os fatores de performance cobrem as qualidades que os consumidores declararam esperar dos produtos A percepção do consumidor sobre a qualidade varia na proporção direta do grau em que a performance ideal ou máxima do produto seja alcançada Por exemplo na visão dos consumidores um carro ideal deve apresentar algumas características como ter um bom estilo aceleração rápida direção hidráulica manobra fácil baixo consumo de combustível poucos ruídos mínima manutenção etc Um carro que tenha todas essas características provocara satisfação no consumidor Um carro que não tenha nenhuma delas causará insatisfação Figura 08 Modelo Kano de qualidade Existem quatro aspectos no modelo Kano para qualidade que devem ser considerados no desenvolvimento do produto 1 Desejos não declarados pelos consumidores Existem alguns desejos que não são verbalizados pelos consumidores e portanto são muito difíceis de serem identificados em uma pesquisa de mercado Dentro dessa categoria encontramse aqueles ditos básicos e aqueles considerados de excitação 2 Atendimento as necessidades básicas Atender as necessidades básicas é um prérequisito para o sucesso de um novo produto Dessa forma não é vantajoso realizar altos investimentos para satisfazer uma necessidade básica uma vez que esta curva tende a um nível de saturação Isso significa que por exemplo a partir de um certo nível de atendimento o consumidor não valorizará proporcionalmente este fator 3 Atendimento aos fatores de excitação Existe um tendência da satisfação do consumidor aumentar à medida que as características que causam excitação são incorporadas ao produto Portanto quanto mais fatores que causam excitação forem incorporados aos produtos maior será o nível de satisfação dos consumidores 4 Atendimento aos fatores de performance Um exemplo de melhora de produto e qualidade são os óculos de grau que evoluíram para lentes de contato o conforto agregado aos carros as tecnologias avançadas os computadores os tablets o celulares O modelo Kano de qualidade indica que os fatores de performance aumentam o nível de satisfação dos consumidores mas não de forma tão acintosa quanto os fatores de excitação O modelo Kano indica ainda que ao ser alcançado um certo nível dos fatores de performance todo o esforço extra exigido aos fatores de excitação terá maior retorno Devese observar que a classificação dessas necessidades se modificam ao longo do tempo Ou seja fatores que foram considerados de excitação no passado podem agora ser considerados como fatores de performance ou mesmo apenas uma necessidade básica Além disso devese ressaltar que os fatores de excitação funcionam uma única vez pois logo são incorporados a muitos fatores de performance do produto Isso significa que os fabricantes devem procurar continuamente introduzir novos fatores de excitação ou seja buscar diferenciação no mercado como foi abordado anteriormente Mas como incorporar qualidade ao produto Como foi visto incorporar qualidade a um produto significa desenvolvêlo de forma a atender as necessidades do mercado consumidor e sempre que possível tentar superá las Desta forma é de fundamental importância entender as necessidades do consumidor de forma a satisfazêlas ao se desenvolver um novo produto Infelizmente tais necessidades nem sempre chegam a equipe de projetos na forma de uma linguagem técnica e portanto é importante saber interpretálas Na verdade essa conversão das necessidades do consumidor em aspectos técnicos para o produto deve ocorrer antes mesmo que o projeto seja iniciado Portanto a elaboração das especificações técnicas a partir da identificação das necessidades do mercado consumidor é 65 essencial para que se tenha um rígido controle de qualidade durante o desenvolvimento do produto Esse controle é importante para que se possa identificar e corrigir eventuais desvios de modo que os produtos considerados insatisfatórios sejam rapidamente eliminados logo no início do desenvolvimento quando grandes volumes de recursos ainda não foram investidos Contudo esse controle é muito difícil de ser executado uma vez que vários fatores técnicos como por exemplo especificação da fabricação e montagem do produto além de seu transporte e distribuição devem ser levados em consideração Dessa forma no sentido de se conseguir esse controle é necessário que esse desenvolvimento seja bem planejado Para que esse planejamento possa ser bem executado é importante utilizarse de algumas metodologias que ajudam no sequenciamento desta execução Uma das metodologias mais utilizadas com o intuito de garantir de que as necessidades do consumidor estejam incorporadas aos produtos é a conhecida técnica do Desdobramento da Função Qualidade Quality Function Deployment em inglês ou simplesmente QFD que já vimos nas aulas anteriores Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos 1 Design do produto Nesta seção vimos que para o design dos produtos serem um produto de sucesso precisa de vários pré requisitos estabelecidos pelos estudo de mercado ou seja o mercado precisa saber qual é o interesse do consumidor em adquirir o seu produto e o quanto isso é atrativo e inovador Isso é o que de fato vai chamar total atenção dos principais clientes os consumidores De fato os cliente buscam qualidade e preço justo é onde o desenvolvimento de novos produtos procura atuar para atender as necessidades do mercado e da demanda 2 Qualidade do produto Nesta seção aprendemos que a qualidade dos produtos vai determinar o quão será o seu sucesso no mercado a função qualidade é assegurar que o consumidor estará levando para casa um produto com custo bom eficiência tecnologia e que supra a finalidade que ele espera mas que seja seguro para analisar a qualidade se utiliza de algumas ferramentas como matriz QDF Disponível em httpswwwyoutubecom watchvenb9MaOQSnI Vale a pena acessar Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca enegep2009tnstp09564614287pdf Vale a pena ler Vale a pena Referências AGOSTINETTO J S Sistematização do processo de desenvolvimento de produtos melhoria contínua e desempenho o caso de uma empresa de autopeças Disponível em httpwwwtesesusp brtesesdisponiveis1818140tde23042007091901 Tese de mestrado São Carlos 2006 Acessado em 23 março 2019 BACK Nelson et al Projeto integrado de produtos planejamento concepção e modelagem Barueri SP Manole 2008 BAXTER M Projeto de Produto Guia prático para o design de novos produtos BERK J BERK S Administração da Qualidade Total O Aperfeiçoamento contínuo São Paulo Ibrava 1997 CARPINETTI L C R et al A vigilância tecnológica como instrumento de inovação no desenvolvimento de novos produtos 3º Congresso Brasileiro de Gestão de Desenvolvimento de Produtos CBGDP Florianópolis 2001 Centro de informação metal mecânica Disponível em wwwcimmcombr Acesso em 05032019 CHENG L C E FILHO L D R M QFD Desdobramento da função qualidade na gestão de desenvolvimento de produtos São Paulo Editora Blucher 2007 CLARK K WHEELRIGHT S C Managing New Product and Process Development Test and Cases New York Fee Press 1993 COOPER R G Profitable Product Innovation The Critical Success Factors In Shavinina L V editor The International Handbook on Innovation p 139157 Elsevier Science 2003
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5º Aula Planejamento do Produto II Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de conhecer o processo de fabricação dos novos produtos analisar o processo de lançamento do produto no mercado conhecer como é realizado o processo de pósdesenvolvimento do produto no mercado Prezadosas alunosas após a Aula 4 na qual estudamos alguns planejamentos e estratégias para se desenvolver um produto vamos aprender agora mais alguns modelos unificados do autor Rosenfeld Na Aula 5 descreveremos sobre preparar a produção e lançamento do produto que são os conceitos finais do autor Também serão citados muitos exemplos para que fique mais fácil a compreensão Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 36 1 Seções de estudo Preparar a produção 2 Lançamento do produto 3 PósDesenvolvimento MODELOS UNIFICADOS DE PDP POR ROZENFELD 2 Vamos começar a segunda parte de desenvolvimento do produto com a preparação da produção certo Mas qual é a função da preparação do produto Bom vamos pensar que nessa fase o produto em si vai ser preparado Iniciase a fase de teste e planejamento Por meio do lote piloto o produto vai ser liberado para a produção com as devidas especificações de produção de manutenção e capacitação pessoal 1 Preparar a Produção Paralelamente às atividades de qualificação de materiais e componentes e a validação do protótipo a equipe prepara o planejamento para a produção que envolve os processos de manufatura e os resultados dos testes de confiabilidade ou seja simultaneamente a isso ocorre o planejamento de marketing serviços e vendas organização dos testes na linha piloto a elaboração do cronograma e a alocação de recursos econômicos de acordo com o planejado Essa fase preocupa se com aspectos de gestão da produção e detalha a fabricação construção em aspectos operacionais ligados à fabricação do produto É imprescindível garantir à empresa e aos fornecedores para que estes consigam produzir no volume definido de acordo com o plano do projeto produzir com a mesma qualidade do protótipo e atendendo aos requisitos dos clientes durante o ciclo de vida do produto Como resultado vamos ter a obtenção dos recursos de fabricação especificados anteriormente preparação revisão de todo o processo produtivo planejamento da produção e lote piloto A aprovação dos recursos comprados ou construídos internamente na empresa junto com teste e definição dos parâmetros de controle do produto e processo também fazem parte dessa fase Por fim o plano de marketing promoção logística divulgação e preço final O conjunto de todos esses resultados pode ser facilmente chamado de homologação do processo Já que mencionamos homologação vamos a fundo nesse conceito Como consigo produzir em série com a mesma qualidade que o protótipo Qual a diferença entre homologar o processo e homologar o produto Figura 01 Diferença entre produto e processo Fonte Rozenfeld 2006 Diante dessa homologação de processos concluímos para que serve cada homologação A do produto é mais voltada ao produto em si e a de processo é mais voltada aos procedimentos que precisam ser adotados para que chegue ao bem final Figura 02 Recursos utilizados na produção Fonte Autora Nesta atividade definimos como planejar programar e controlar a produção Na nova instalação ocorre um desenho de um novo processo não necessariamente se usa o processo de produção existente Na mudança de instalação e instalação existente normalmente adotase o processo existente conforme o resultado da otimização Mudase o processo de planejamento e controle da produção Quem especifica os processos de produção e manutenção não é necessariamente o time de desenvolvimento de produto mas deve existir uma boa comunicação entre eles e os responsáveis pelo desenho do processo de negócio Ou seja faz parte do processo de desenvolvimento de produtos Todas as pessoas envolvidas nos processos produtivos devem estar qualificadas Exemplo de preparação da produção 37 Figura 03 Preparação da produção Fonte Autora No modelo de Rozenfeld et al 2006 executase o plano de marketing vendas e produção No início da produção para a comercialização precisa atualizar plano de fim de vida do produto Os resultados envolvem o documento de lançamento a especificação do processo de vendas especificação do processo de distribuição especificação do processo de assistência técnica e a especificação do processo de atendimento ao cliente 2 Lançamento do Produto A fase de lançamento do produto é a fase na qual se retoma o contato direto com o cliente A fase envolve os processos de venda distribuição atendimento ao cliente assistência técnica e as campanhas de marketing A fase de lançamento do produto deve ser corretamente realizada uma vez que representa o primeiro contato dos clientes com o novo produto Nessa fase será possível avaliar os primeiros resultados do produto no mercado por meio da reação dos clientes e do comportamento da concorrência frente ao lançamento realizado Somente nas próximas fases é que serão realizadas avaliações formais do comportamento do produto mas a análise do impacto é realizada nesta fase Temse então a necessidade de dar a devida importância a essa fase para que o trabalho realizado até o momento não seja comprometido por falta de atenção no momento certo Concluído o lançamento do produto ele já está sendo comercializado A partir desse momento uma nova equipe passa a responsabilizarse pelo produto fazendo o acompanhamento do mesmo no mercado bem como a manutenção do processo produtivo O acompanhamento deve incluir diversos fatores como o comparativo entre o esperado e o atingido com o produto a execução do planejamento de vendas marketing e logística Na fase final do estágio há implementação do plano de lançamento marketing e do plano de operações O projeto de desenvolvimento do produto está terminado a equipe de projeto é dispensada e o produto tornase um produto regular na empresa Os últimos dados de rendimentos custos de expedição estimativas de lucro e estimativas de tempo de execução são comparados com os valores estimados nas fases anteriores Essa fase pode apresentar ajustes que alterariam o projeto O registro de pontos que ocorreram durante o desenvolvimento do projeto e resultaram em problemas posteriores ou soluções que resultaram em sucesso podem ser registradas num documento 3 Pós Desenvolvimento No pósdesenvolvimento acompanhase o desempenho do produto no mercado e melhorias são realizadas A macro fase do pósdesenvolvimento compreende a retirada do produto no mercado e na sequência fazse uma avaliação de todo o ciclo de vida do produto Assim garantese que o conhecimento durante o desenvolvimento seja armazenado e esteja disponível para desenvolvimentos e melhoramentos futuros Durante o acompanhamento do produto e do processo realizamse as avaliações referentes aos resultados esperados ao longo do projeto não somente resultados referentes ao comportamento do mercado como também resultados financeiros e de reação da concorrência Nessa fase já é possível identificar se o produto atingiu o sucesso planejado e se ele cumprirá as metas necessárias para justificar seu desenvolvimento por meio não só do retorno financeiro como também da fidelização de clientes valorização da marca ou de outros produtos do portfólio da empresa alavancados pelo sucesso do novo produto desenvolvido Figura 04 Acompanhamento do produto e do produtoFonte Rozenfeld 2006 Essa fase envolve também relatórios de acompanhamento do desempenho do produto reclamações e problemas percebidos pelo cliente como o uso do produto em campo plano de fim de vida do produto relatórios de concorrência de assistência técnica especificações de projeto do produto estratégia do produto avaliação econômica do produto custosalvo do produto relatórios de avaliação da satisfação do cliente propostas de necessidade de modificações no produto ou em seus serviços relacionados propostas de oportunidades de melhorias necessidades de mudanças para adequação ambiental síntese de lições aprendidas e solicitações de descontinuidade do produto Essa fase é bem criteriosa pois define o sucesso do produto no mercado Além do foco no produto é muito importante manter o foco no principal ativo do produto que é o cliente Então é importante também avaliar a satisfação dele com base em algumas informações como a expectativa dos clientes e os primeiros retornos logo após o lançamento Por esse motivo é gerado um plano de atividades para se avaliar a satisfação do cliente Dessa tarefa resultam evidências sobre o nível de satisfação de clientes estratificados por grupos de produtos nichos de mercado tipos de problemas etc Ainda é preciso Engenharia do Produto 38 analisar monitorar alguns desempenhos como o técnico do produto e nos serviços associados que monitora as divergências e problemas entre a expectativa ou a percepção do cliente e da assistência técnica em relação às especificações técnicas do projeto do produto E para monitorar desempenho do produto fazse necessária uma avaliação econômica do produto uma comparação entre o faturamento realizado versus o previsto e as contribuições marginais atingidas o custo do produto considerando o custoalvo do produto os gastos com desenvolvimento os investimentos realizados e os custos do produto avaliase o desempenho de custo do produto Alguns aspectos nessa fase são avaliados como os relacionados ao meio ambiente monitoramento da legislação ambiental na sua análise e seus impactos no produto e no negócio Todas essas informações irão gerar um conjunto de relatórios sobre o desempenho do produto e sobre alterações potenciais do produto que devem ser analisadas De fato depois de todas essas tomadas de decisões e esses inúmeros procedimentos devese realizar uma auditoria pósprojeto com a finalidade de utilizar essas informações para gerar proposições para a gerência do PDP visando corrigir os erros mudar a sistemática de desenvolvimento e ações de capacitação se necessário Com isso a empresa deve estar preparada para executar o plano de fim de vida do produto logo após o término da fase de lançamento do produto causando um início efetivo da descontinuidade de produtos produzidos e vendidos isso acontece quando ocorre a devolução do primeiro produto Esta fase não começa somente quando finda a anterior elas acontecem simultaneamente sendo que esta se prolonga por um período não determinado A fase se inicia pelo recolhimento do primeiro produto que atingiu o fim do ciclo de vida e encerra quando é encerrado o suporte ao cliente quando não é mais realizada assistência técnica do produto Rozenfeld et al 2006 define três eventos que são importantes na fase de descontinuar o produto O primeiro é o recebimento do produto de volta que é um evento repetitivo que ocorre toda vez que um cliente devolve um produto para a empresa Isso ocorre quando o produto chegou ao fim de seu ciclo de vida e deve ser retirado do mercado pela empresa que passa a recebêlo de seus clientes Essa prática não é muito comum nas empresas brasileiras mas pode ser comparada à retirada dos produtos do mercado através do recolhimento das unidades disponíveis para comercialização visando o fim do produto O segundo é a descontinuidade da produção retirando oficialmente o produto de seu portfólio E por fim a finalização do suporte ao produto que somente poderá ser encerrada depois que o último produto estiver fora de circulação Com base na necessidade de suporte ao produto podem ser verificadas as vantagens de fazer o recebimento ou retirada do produto a fim de controlar a extinção do mesmo o poder programar o fim da disponibilização de suporte ao produto Alguns outros passos são importantes nessa fase final como por exemplo é necessário finalizar o suporte do produto e fazer uma avaliação geral de encerramento do projeto Após realizar desses passos é importante fazer um levantamento do que aconteceu na produção considerando pontos positivos negativos Neste caso e em muitos outros utilizados algumas ferramentas para rever os resultados os problemas mais impactantes e os demais fatores da empresa Na próxima aula vamos aprender sobre as ferramentas FMEA QFD Método Delphi e Matriz morfológica dentre outras Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos 1 reparar a produção Nesta seção vimos alguns fatores da preparação para a produção que basicamente engloba o processo em si maquinas equipamentos materiais procedimentos de manutenção dentre outros Depois do processo de produção o produto pronto e após a inserção do produto no mercado o lançamento do produto no mercado que inclui as vendas e distribuição marketing aceitação do cliente entre outros 2 Lançamento do produto Nesta seção vimos que os além de todos os procedimentos de produção do produto temse o lançamento do produto no mercado a aceitação dos consumidores é a análise realizada de acordo com a quantidade de demanda de elogios reclamações referentes ao produto 3 PósDesenvolvimento Nesta seção vimos o pósdesenvolvimento que engloba o acampamento após o lançamento do produto no mercado atender cliente assistência técnica fazer um levantamento das falhas e possíveis melhoras ver onde o cliente tem preferência em melhorar e aderir a demanda Essa fase é de acompanhamento do produto e do mercado dos pontos positivos e negativos é uma avaliação geral desde a ideia central até as vendas do produto no mercado Disponível em httpswwwyoutubecom watchv8jDtjTmFEjs Vale a pena ler Vale a pena 39 Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca ENEGEP1998ART319pdf Vale a pena acessar Disponível em httpsproducaocriativablog wo r d p r e s s c o m 2 0 1 6 1 1 0 5 d e f i n i c a o e desenvolvimentodoproduto Vale a pena assistir Minhas anotações 6º Aula Ferramentas utilizadas na Engenharia do Produto Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de conhecer as ferramentas utilizadas em algumas fases aprender a finalidade de algumas ferramentas como aplicar essas ferramentas nos projetos iniciais Prezadosas alunosas Na aula 5 vimos os procedimentos de preparação lançamento e pós desenvolvimento do produto e aprendemos como o produto é alocado ao mercado e dependendo do aceite finalizado Na Aula 6 aprenderemos sobre as ferramentas utilizadas no PDP nas fase informacional conceitual e projeto detalhado além de outras ferramentas que agregam conhecimento a este conteúdo Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 42 Seções de estudo 1 Ferramentas utilizadas na fase informacional 2 Ferramentas utilizadas na fase de projeto conceitual 3 Ferramentas utilizadas na fase de projeto detalhado 4 Ferramenta Pesquisa de mercado Métodos de pesquisa qualitativa e quantitativa 5 Ferramenta Desdobramento da função qualidade QFD Quality Function Deployment 6 Ferramenta Projeto de experimentos DOE 7 Ferramenta Matriz Morfológica 8 Ferramenta Matriz de Pugh 9 Ferramenta Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos FMEA 10 Aplicação das ferramentas FERRAMENTAS UTILIZADAS NO PDP 1 Ferramentas utilizadas na fase informacional Segundo Rozenfeld et al 2006 na fase do projeto informacional são definidos alguns requisitos valores e metas que o produto deve atender para satisfazer as necessidades dos clientes culminando com a concepção do produto Os requisitos do produto são obtidos por meiode estudo de características técnicas e econômicas e de resultados de pesquisa junto aos consumidores Na etapa da fase informacional as especificaçõesmeta do produto são criadas e obtidas por meio das informações qualitativas do produto Rozenfeld et al 2006 define especificaçõesmeta como sendo parâmetros quantitativos mensuráveis que o produto projetado deverá possuir As características incorporadas ao produto deverão ser obtidas em função da avaliação do consumidor e do mercado CREVELING 2002 Nesse caso diante das ideias de Baxter 2000 as especificações do produto identificadas através de informações colhidas com os consumidores devem conter detalhes suficientes para fornecer as diretrizes para o desenvolvimento do mesmo Diante de todas as atividades do projeto informacional se encontram a identificação dos requisitos dos clientes do produto a definição dos requisitos do produto e a definição das especificaçõesmeta do produto as quais podem ser obtidas através de ferramentas Sabemos que o objetivo geral dessa fase é identificar e definir os requisitos valores e metas que o produto deve apresentar para satisfazer as necessidades dos clientes Visando esses objetivo as atividades então serão identificar os requisitos dos clientes do produto definir requisitos do produto e definir especificações meta produto Até agora tudo bem mas como vamos fazer essas atividades Vamos começar com a declaração de escopo do produto Em seguida veremos o ciclo de vida e analisaremos os clientes do produto os requisitos dos clientes e por fim encerramos essa atividade com requisitos específicos do produto A fim de aperfeiçoar essa fase podemos aplicar algumas ferramentas que vamos exemplificar a seguir 2 Ferramentas utilizadas na fase de projeto conceitual Vamos relembrar este conceito Qual é o objetivo do projeto conceitual Diferente da fase de projeto informacional que trata de aquisição e transformação de informações na fase de projeto conceitual estão relacionadas as atividades da equipe de projeto de criação representação e seleção de soluções para as especificaçõesmeta do produto ROZENLFELD et al 2006 Nessa fase podemos dizer que o objetivo é definir as alternativas e especificações do produto e para realizar essa atividade vamos começar desenvolvendo as alternativas de solução para o produto definir a arquitetura para o produto e em seguida escolher o melhor conceito do produto Segundo Baxter 2000 o segredo para o sucesso do projeto conceitual está em gerar o maior número possível de conceitos para o produto e ter a capacidade de selecionar o melhor deles O projeto conceitual deve propiciar a seleção da melhor concepção do produto por meio da análise das possíveis soluções de projeto criadas em função das especificaçõesmeta do produto Nessa fase a equipe de desenvolvimento busca a transformação das informações em soluções as quais podem ser realizadas por desenhos esquemas ou descrição textual CREVELING 2002 Algumas ferramentas podem ser utilizadas como fonte de melhoria nessa fase tais como matriz morfológica catálogo de soluções métodos de criatividade matriz indicadora de módulos e método Pugh Vamos conhecer mais um pouco delas adiante 3 Ferramentas utilizadas na fase de projeto detalhado Vamos relembrar um pouco o objetivo desta fase A fase de projeto detalhado tem o objetivo de definir as alternativas e especificação do produto tendo início o desenvolvimento de croquis desenhos de projeto possíveis processos de fabricação para avaliação econômica e financeira do projeto Também definidos os processos de fabricação e a montagem dos conjuntos e subconjuntos dos componentes em que são considerados os recursos de fabricação e o projeto de fábrica ROZENLFELD et al 2006 CREVELING 2002 Segundo Baxter 2000 o projeto detalhado inicia pela geração de ideias explorando as possíveis formas de fabricar o produto passando pela análise das possibilidades de falhas e seus efeitos finalizando com a construção e teste do protótipo para a sua aprovação Para chegar a essas atividades podemos detalhar as partes do sistema subsistema e componentes planejar o processo de fabricação e montagem homologar o produto processo identificando suas falhas potenciais e seus efeitos As ferramentas que mais se encaixam nessas fases são pesquisa de mercado QFD DOE e FMEA que vamos 43 aprender neste capítulo 4 Ferramenta Pesquisa de mercado Métodos de pesquisa qualitativa e quantitativa De acordo com Baxter 2000 a pesquisa das necessidades de mercado usa um conjunto de métodos para descobrir o que os consumidores esperam de um tipo particular de produto identificar o benefício que o produto deverá oferecer frente a uma necessidade Procuramse métodos para determinar como os consumidores percebem uma necessidade que não é atendida pelos produtos atualmente existentes no mercado É necessário pensar bem nas questões a serem formuladas Elas devem ser colocadas em um questionário estruturado a fim de perguntar e analisar as reações dos consumidores Ela fornece a evidência de uma necessidade de mercado ou a ausência dela Atua como um filtro analisando criticamente a viabilidade do novo produto proposto O planejamento da pesquisa de mercado baseiase nas suposições das suas necessidades mas também é focalizado nas áreas críticas de incertezas das quais depende do sucesso do novo produto Na sequência determinase o tipo de pesquisa qualitativa ou quantitativa Escolhese uma amostra representativa dos consumidores por exemplo idade sexo nível de renda nível sociocultural distribuição geográfica e o tamanho da amostra Os métodos de medida determinam como as questões serão apresentadas e a análise de dados deve decidir como os resultados serão interpretados e transformados em decisão BAXTER 2000 MALHOTA 2001 Para determinar os objetivos da pesquisa devemse saber quais são as informações que se deseja extrair do mercado Elas devem ser focalizadas nas oportunidades percebidas e nas ameaças que podem determinar o sucesso ou fracasso do novo produto Considerando que a utilidade da pesquisa de mercado é fornecer subsídios à decisão seus objetivos devem ser descritos de modo a informar apoiar ou refutar tais decisões Após identificar os requisitos da pesquisa de mercado devese escolher o tipo de pesquisa mais adequado para o caso A pesquisa qualitativa pode cobrir uma ampla gama de assuntos e pode estudar mais a fundo as percepções dos consumidores sobre os produtos existentes no mercado Entretanto ela é baseada em amostras pequenas utilizando grupos de foco e associações de palavras Na pesquisa quantitativa realizase um pequeno número de perguntas a um grande número de pessoas fornecendo respostas objetivas MALHOTRA 2001 Segundo Malhotra 2001 a pesquisa qualitativa proporciona a compreensão fundamental da linguagem das percepções e dos valores das pessoas É essa pesquisa que mais frequentemente capacita a decidir quanto às informações que se deve obter para resolver o problema de pesquisa e saber interpretar adequadamente a informação A pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística É um princípio fundamental da pesquisa de marketing entender as pesquisas qualitativas e quantitativas como complementares ao invés de mutuamente concorrentes MALHOTRA 2001 5 Ferramenta Desdobramento da função qualidade QFD Vamos aprender qual é o significado de QFD O QFD é um método para organizar o conhecimento a fim de ajudar a planejar e priorizar esforços de melhoria O método é baseado na crença de que produtos e serviços devem ser desenhados de modo a refletir as necessidades e desejos do cliente Alguns dos tipos de questões que levam ao uso do método QFD são como desdobramos conceitos que têm potencial de atender a necessidades do cliente em produtos e serviços como selecionamos o melhor conceito de produto entre muitos que estão sendo considerados como projetamos um produto que vai funcionar sob uma ampla variedade de condições que podem ser encontradas durante a produção ou uso pelo cliente como escolhemos as melhores condições de operação para um processo de manufatura Alguns dos tipos de conhecimentos que são importantes quando se usa esse método incluem compreensão das necessidades do cliente Frequentemente isso é uma função de marketing compreensão das características de qualidade relacionadas às necessidades e suas importâncias relativas para o cliente isso usualmente é uma combinação de projeto de marketing e de engenharia compreensão dos fatores que influenciam ou afetam as características de qualidade No geral podemos descrever esse método como solução de problemas gerais e específicos É um método de solução de problemas listando O QUE precisa ser feito e COMO pode ser feito Facilita a modelagem do conhecimento descobrindo o conhecimento técnico da equipe Facilita o transporte de informações pois as matrizes relacionamse de forma sequencial e usa uma linguagem e uma lógica comum no seu preenchimento Mas como fazer um diagrama de características da qualidade Uma equipe de barbeiros está interessada em melhorar seu serviço Eles decidem usar o método QFD para ajudar a esclarecer a questão de quais fatores são os mais importantes Compreender a necessidade do cliente é a melhor forma para começar É melhor pensar sobre a necessidade em algum nível que seja mais permanente do que o cliente poderia descrever Por exemplo um cliente poderia dizer que ele precisa de um carro Como fornecedor seria mais útil considerar que o cliente pode precisar de transporte pessoal Pensar dessa maneira nos mantém abertos a novas respostas para essas necessidades As quatro etapas do QFD 1 Planejamento do Produto projeto informacional Indica as características principais do produto e os desdobramentos que devem ser feitos para obtêlo 2 Projeto do Produto projeto conceitual Indica as características dos componentes críticos 3 Planejamento do Processo projeto detalhado Relaciona os processos com as características principais do Engenharia do Produto 44 produto e seus componentes 4 Planejamento da Produção desenvolvimento da produção Estabelece características de produtos e parâmetros de etapas de processos Figura 01 As quatro fases para o desenvolvimento do QFD Fonte Berk 1997 Apud Fernandes 2006 O processo QFD é realizado por meio de matrizes que desdobram as necessidades dos clientes e os requisitos técnicos relacionados a ela Seu formato semelhante a uma casa fez com que ficasse conhecido como Casa da Qualidade É considerado no processo a voz do cliente pois identifica o que o cliente deseja como e quanto isso será realizado ou melhorado no processo ao menor custo possível A figura 02 representa a casa da qualidade Figura 2 Casa da Qualidade Fonte httpwwwdenooceanicaufrjbrdenoprod academicrelatorios2006ClaudioPaduaRelat1Arquivostextohtm O passo a passo da construção da casa será detalhado a seguir Necessidade dos consumidores NC Primeiramente são levantadas as necessidades básicas pretendidas pelos potenciais clientes Características da qualidade CQ São requisitos técnicos e mensuráveis que o produto necessita ter para atender as exigências dos clientes Relação entre Necessidade do Consumidos e Características da Qualidade O passo seguinte é a formulação do corpo da matriz estabelecendo a relação entre as NC e CQ Com isso é possível construir a matriz de relacionamentos através de símbolos sugeridos Com base nos símbolos é possível analisar de maneira qualitativa o quanto casa CQ afeta cada NC Valor do consumidor Nessa etapa o cliente é mais uma vez inserido no projeto identificando o valor para cada necessidade São adotados valores limites máximo e mínimo Avaliação do mercado Com o intuito de analisar o mercado ainda no questionário pedese que os consumidores atribuam notas para os produtos concorrentes ou similares segundo as necessidades estabelecidas Também são atribuídas notas para o produto em questão de modo que ao compará las percebese claramente como é cada característica funcional com relação aos competidores sob a óptica dos consumidores A partir daí identificamse os pontos fortes e fracos do produto e as ações para melhorálos ou preservá los Quantificação das características da qualidade As características da qualidade definidas são de natureza mensurável Elas são definidas tanto para o produto quanto para os concorrentes e são acompanhadas das devidas unidades Telhado da casa da qualidade A matriz que representa o telhado da casa da qualidade serve para representar o interrelacionamento das características da qualidade e o grau de dependência correspondente Esse cruzamento demonstra como a mudança em uma característica do produto influencia a outra Valor de importância das Características da Qualidade O valor de importância da CQ é calculado de acordo com a fórmula Valor de importância valor do consumidor Grau de relacionamento entre NCs e CQs Esse valor possibilita definir uma classificação para cada CQ e com isso propor melhorias priorizando os itens de maior valor Vamos a um exemplo para fixar nosso conhecimento Uma equipe de barbeiros está interessada em melhorar seu serviço Eles decidem usar o método QFD para ajudar a esclarecer a questão de quais fatores são os mais importantes É necessário compreender a necessidade do cliente é a melhor forma para começar É melhor pensar sobre a necessidade em algum nível que seja mais permanente do que o cliente poderia descrever 45 Quadro 01 Exemplo de QFD A primeira coluna é para listar características de qualidade nas palavras exatas do cliente Exemplos de frases são fáceis de usar confiável parece bom ou tamanho certo As características de qualidade primárias precisam ser refinadas por um questionamento mais detalhado ou por inferência bem fundada As características de qualidade podem ser desdobradas em várias subcategorias até que uma característica de qualidade mensurável seja obtida As características de qualidade devem ser variáveis contínuas se possível mensuráveis uma família de medidas suficientes para definir qualidade para o produto ou processo específica o suficiente para desenhar o produto ou processo O diagrama inicial de características de qualidade serviu bem à equipe de barbeiros ao responder à segunda questão do modelo Como saberemos que uma mudança é uma melhoria Qualquer melhoria na coluna de características terciárias representaria uma melhoria Essas melhorias seriam medidas por várias formas de indicadores ou de avaliação Agora vamos elaborar a matriz Na sua forma mais básica o QFD pode ser pensado como uma matriz relacionando certas informações importantes para a melhoria Muitas vezes várias matrizes serão usadas no mesmo esforço de melhoria Essas matrizes relacionarão os o que do lado esquerdo da matriz com os como na parte de cima Os o que geralmente são tirados do diagrama de características de qualidade enquanto que os como são tirados do conhecimento sobre o assunto da organização A estrutura do método QFD exige que diferentes funções da organização trabalhem cuidadosa e profundamente umas com as outras O quadro 2 mostra como a barbearia usou a matriz QFD para relacionar as características de qualidade obtidas dos clientes com certos processos que eles têm na barbearia É comum no método QFD adicionar informações suplementares e pertinentes para serem usadas na matriz Duas categorias importantes são importância relativa das características de qualidade para o cliente e metas para as medidas A matriz é construída colocandose primeiro as características de qualidade do lado esquerdo junto com os valores de importância na primeira coluna Em seguida os como ou fatores a serem controlados são colocados na parte de cima da matriz Eles podem ser pensados como as escolhas que faremos para fazer melhorias Nesse estágio inicial nós não estamos tomando decisões firmes sobre como exatamente cada um desses processos deve ser feito mas sim atribuindo uma prioridade em onde queremos melhorar Depois de todos esses procedimentos vamos completar a matriz A matriz é completada atribuindo um valor para o impacto de um fator particular na característica de qualidade para essa linha Isso é feito usando uma ponderação de um dois e três com três tendo o maior impacto O traço indica nenhum efeito e um espaço em branco indica que ainda não sabemos Outras escalas de ponderação podem ser usadas A equipe tem que trabalhar junto à matriz e conseguir um consenso sobre qual valor inserir Por último o número de importância é multiplicado pelo número de impacto e esses são somados na coluna para fornecer os valores de importância para o fator de controle particular Para os barbeiros os fatores mais importantes foram a experiência e nível de habilidade e planejamento e cooperação entre os associados Quadro 2 Matriz QDF Os valores de importância no quadro 2 foram obtidos de uma pesquisa entre clientes durante um ciclo anterior de melhoria Os valores de impacto no quadro foram obtidos a partir do conhecimento de processo dos barbeiros A matriz QFD fornece um bom método para organizar esse conhecimento de um modo que seja útil para planejar e priorizar futuros ciclos de melhoria Se quisesse mais detalhes os barbeiros poderiam desdobrar os fatores na parte de cima em categorias menores e construir uma nova matriz Por exemplo a técnica de corte pode envolver vários passos claramente distintos cada um dos quais pode ser feito de modo diferente Esses passos poderiam ser listados e uma nova e mais detalhada matriz poderia ser construída Mais uma vez o propósito é priorizar e descobrir onde o grupo necessita aprender mais O método QFD ajudou os barbeiros a compreender em que eles deveriam se concentrar para obter o máximo efeito de seus clientes níveis de habilidade e cooperação entre barbeiros Alguns dos benefícios da aplicação QFD são foco no consumidor e concorrência registro das informações Engenharia do Produto 46 interpretações convergente das especificações redução do tempo de lançamento e reparos após o lançamento seu formato visual ajuda a dar foco para a discussão da equipe de projeto aumenta o comprometimento dos membros da equipe com as decisões tomada pois é parte dela Os membros da equipe desenvolveram uma compreensão comum sobre as decisões e suas razões e implicações Portanto pelo QFD se conseguem identificar os principais desejos dos clientes e suas expectativas de acordo com o produto ou processo em questão A aplicação do QFD traz ainda outros benefícios como maior eficiência nos processos de benchmarking trabalho em equipes desenvolvimento simultâneo e melhora na comunicação interdepartamental 6 Ferramenta Projeto Designer de experimentos DOE Na indústria o projeto experimental permite fixar em determinados níveis os fatores que interferem em um processo produtivo fazendoos variar para avaliar seus efeitos nas características funcionais de um produto as quais definem sua qualidade sendo especialmente indicado para MONTGOMERY 1997 a Caracterizar um processo identificando entre os fatores investigados os que afetam a resposta do experimento b Otimizar um processo encontrando a combinação ótima entre os níveis dos fatores investigados que fornecem um melhor desempenho c Melhorar a capabilidade uniformidade de um processo determinando tolerâncias para o sistema e seus componentes Segundo Ribeiro e Caten 2003 o DOE é uma metodologia apoiada em conceitos estatísticos destinada a otimizar o planejamento execução e análise de um experimento Devido às decisões importantes que derivam dos resultados experimentais e ao custo dos experimentos não é recomendável buscar a solução de um determinado problema confiando apenas na intuição A metodologia do DOE é utilizada na otimização de um sistema Entendese por sistema qualquer produto processo ou serviço Em um sistema existem parâmetros do sistema produto processo ou do serviço que podem ser alterados durante a sua execução Como por exemplo em um produto podese alterar o tipo de material e suas características dimensionais Em um processo podese alterar a temperatura e a pressão eem um serviço podese alterar o número de funcionários e o layout A alteração desses parâmetros pode afetar as características de qualidade resultantes do sistema Existem ainda fatores de ruído que podem influenciar o desempenho do sistema e que não se consegue controlar como por exemplo temperatura e umidade do ambiente habilidade e cansaço do operador O objetivo central do projeto de experimentos é achar o melhor ajuste dos parâmetros de forma a maximizar o desempenho minimizar os custos e tornar o desempenho do sistema pouco sensível ao efeito dos fatores de ruído Isso deve ser realizado definindo uma sequência econômica e eficiente do experimento O DOE pode ser dividido em fases as quais iniciam pelo processo de ouvir a voz do cliente por meio de pesquisas de mercado para levantar as necessidades dos clientes Na sequência partese para a fase de ouvir a voz do engenheiro A voz do engenheiro é importante porque algumas vezes o cliente pode apresentar aspectos vagos sem significados mensuráveis Nessa fase o engenheiro também identifica outras variáveis de resposta de interesse os parâmetros de processo com seus intervalos de variação os fatores controláveis com os níveis e interações possíveis reconhece as restrições e escolhe o modelo estatístico do experimento Na fase do planejamento final e execução é descrita a matriz experimental é definida a ordem e os procedimentos de ensaio são desenhadas as planilhas de coletas de dados e finaliza se com a execução do experimento e anotação dos resultados Na fase de análise ocorre a análise de variância são feitos os gráficos dos efeitos dos fatores principais e das interações significativas Na última fase de otimização são modeladas as variáveis de resposta é definida a função objetivo é realizado o ajuste dos fatores controláveis que minimizammaximizam a função objetivo e finalmente é verificada a consistência da solução RIBEIRO E CATEN 2003 Segundo Mattos 2004 existem várias estratégias para conduzir um experimento Independente da estratégia selecionada é indispensável estarem perfeitamente definidas a unidade experimental a variável analisada ou resposta como será mensurado o que pode ser feito pela definição dos fatores a serem manipulados e seus diferentes níveis adotados 7 Ferramenta Matriz Morfológica A Matriz Morfológica possibilita o estudo de todas as possíveis combinações entre os elementos ou componentes de um produto Essa foi desenvolvida por Fritz Zwickey em 1948 quando ele trabalhava no desenvolvimento de motores a jato Fritz cita que as seguintes regras devem ser utilizadas BAXTER 2000 a o problema a ser solucionado deve ser descrito com grande precisão b devemse identificar as variáveis que caracterizam o problema isso depende dos conhecimentos e habilidade do analista c cada variável deve ser subdividida em classes tipos ou estágios distintos d as soluções possíveis são procuradas nas combinações das classes Para Baxter 2000 a vantagem da matriz morfológica está no exame sistemático de todas as combinações possíveis Sem essa análise o projetista ficaria limitado a examinar apenas um número reduzido de combinações esquecendose das demais soluções de projeto O resultado da aplicação da matriz morfológica é a obtenção de alternativas soluções de projeto para os elementos de um produto em função da combinação de soluções para as funções identificadas do produto ROZENFELD et al 2006 Rozenfeld et al 2006 cita que a matriz morfológica consiste no desdobramento de um problema complexo em 47 partes simples parâmetros pelo qual se busca soluções técnicas para estas partes Após o problema dividido em partes devemse buscar alternativas para solucionar os parâmetros por meio de catálogos experiência pesquisa ou criação Ao final a melhor combinação de parâmetros é adotada como solução Essa análise auxilia a equipe de desenvolvimento a encontrar um conjunto grande de alternativas de solução para o produto por meio de uma análise sistemática da configuraçãoforma que o produto terá Com as alternativas de projeto são gerados os conceitos de produto que segundo Rozenfeld et al 2006 é a descrição escrita da ideia de um produto que inclui as suas características principais Crawford e Benedetto 2000 define como conceito de produto o conjunto de tecnologia forma e benefício onde a tecnologia permite o desenvolvimento da forma que proporciona ao cliente a percepção de algum benefício No estágio final do projeto conceitual após serem gerados os conceitos de produtos devese selecionar o melhor conceito Os modernos métodos de seleção de conceito foram baseados no trabalho de Stuart Pugh 8 Ferramenta Matriz de Pugh Segundo a técnica utilizada por Pugh a seleção do conceito não é uma simples escolha do melhor conceito gerado Ela envolve a combinação dos diferentes conceitos mesclando seus aspectos positivos e podendo gerar um novo conceito durante o processo de seleção A matriz de Pugh proporciona a comparação de diferentes conceitos em relação a um conceito base criando um conceito mais forte e eliminando os conceitos inferiores até um ótimo conceito ser alcançado BAXTER 2000 ISIXSIGMA 2006 CREVELING 2002 A matriz de Pugh consiste em uma matriz onde as alternativas e critérios de avaliação são colocados na primeira linha e primeira coluna respectivamente Os critérios de avaliação podem ser as especificaçõesmeta e as necessidades dos clientes podem ser consideradas como critérios Nesse método um dos conceitos é escolhido como referência e todas as outras são comparadas com este Para cada critério de avaliação será realizado um julgamento no qual será indicado se a concepção é melhor que igual a ou pior que a concepção de referência ROZENFELD et al 2006 Os conceitos que obtiverem o total global mais alto deverão ser considerados como adequados Os fatores devem ser considerados como uma orientação Na análise da concepção com maior total global podese alterar um critério negativo dessa concepção por um critério positivo utilizado em outra concepção criando assim uma concepção superior a ser utilizada Ainda na fase de projeto é possível detectar falhas potenciais A vantagem dessa detecção é atuar proativamente incorporando no projeto soluções que minimizem que as chances das falhas atuem no produto 9 Ferramenta Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos FMEA O FMEA surgiu de estudos realizados pela NASA National Aeronautics and Space Administration em 1963 e posteriormente foi utilizado na indústria automobilística Serviu para identificar quantificar e ordenar os possíveis defeitos potenciais de falha na fase de desenvolvimento de produtos evitando que estas falhas não fossem passadas para o cliente PUENTE et al 2002 Segundo Echeveste e Danilevicz 2006 o FMEA é um método para a análise de produtos e processos em que se procura descobrir e antecipar os modos potenciais de falha para evitar a sua ocorrência ou recorrência O problema é enfocado a partir da causa passando pelo modo e culminando no efeito São representadas a causa o modo e o efeito de uma falha Causa é definida como o evento que pode provocar gerar ou induzir a falha O modo de falha é definido como a maneira que a falha se manifesta E o efeito é a forma como o modo de falha afeta o sistema Figura 03 FMEA Causa Modo e Efeito de uma falha Fonte Adaptado Echeveste 2006 O FMEA tem por objetivo gerar um plano de ação que visa evitar falha no projeto ou processo do produto avaliando a sua importância relativa Por meio deste são propostas ações de melhoria para o produto buscando a solução para a falha identificada Sua aplicação visa detectar as falhas antes da produção do protótipo aumentando assim a confiabilidade do produto Inicialmente o FMEA foi desenvolvido para o projeto de novos produtos ou processo Devido a sua utilidade o mesmo passou a ser aplicado de outras maneiras Atualmente também é utilizado para diminuir as falhas de produtos e processos existentes ROZENFELD et al 2006 BAXTER 2000 Para auxiliar na definição de prioridades de falha no FMEA são utilizados três fatores ocorrência detecção e severidade A ocorrência define a frequência da falha a severidade corresponde à gravidade do efeito da falha enquanto a detecção é a habilidade para detectar a falha antes que ela atinja o cliente Através destes fatores é realizada uma hierarquização de acordo com o risco potencial de cada falha representado no FMEA e calculado através do RPN Risk Priority Number FORD MOTOR COMPANY 1983 apud LEAL et al 2006 O risco potencial de cada falha R é calculado para que a equipe de trabalho priorize as ações de trabalho aos itens de maior risco calculado O cálculo do risco leva em conta a severidade S ocorrência O e detecção D A fórmula utilizada é R S x O x D As ações de trabalho devem visar a redução do efeito de severidade a probabilidade de ocorrência ou a probabilidade de não detecção Alterações de projeto podem reduzir a severidade ou a ocorrência do modo de falha Ações dirigidas às etapas de validação de projeto podem reduzir a probabilidade de não detecção do modo Como exemplos de ações podem ser utilizados a revisão do desenho de parte do projeto revisão de especificação de materiais Engenharia do Produto 48 investimento em novos equipamentos revisão de planos de teste ECHEVESTE 2006 Para a diminuição dos riscos de falhas o grupo de trabalho utilizando conhecimentos criatividade e outras técnicas deve listar ações Estas ações devem conter medidas com funções de limitar dificultar prevenir parcialmente ou totalmente a ocorrência dos riscos de falha As medidas devem ser analisadas em relação a sua viabilidade e então definidas as que serão implantadas ROZENFELD et al 2006 O FMEA é uma ferramenta que proporciona à empresa através da catalogação das falhas dos produtos que ações de melhoria no projeto baseadas em dados sejam monitoradas melhoria contínua que ocorra a diminuição de custos devido à prevenção da ocorrência de falhas e principalmente que os funcionários incorporem uma atitude de prevenção de falhas de cooperação e de trabalho em equipe tendo como foco a satisfação do cliente ROZENFELD et al 2006 10 Aplicando as ferramentas na prática 101 Projeto Informacional No Projeto Informacional o objetivo é explorar o cenário identificado levantando novas informações e demandas dos clientes que serão desdobradas em valores e especificações meta que o produto deve apresentar para satisfazer as necessidades dos clientes Neste caso as ferramentas podem auxiliar a compreender a cadeia produtiva na qual o produto se insere As ferramentas utilizadas na fase de projeto informacional se mostram adequadas aos objetivos da fase Quadro 03 Cenário da empresa e oportunidade identifi cada Doc001 Quadro 04 Ferramentas utilizadas na fase informacional Agora vamos aprender como funciona a pesquisa de mercado uma das ferramentas que vimos a teoria anteriormente estão lembrados Figura 04 Pesquisa Quantitativa A pesquisa qualitativa é feita através de questionário levantando todas as questões burocráticas e que são imprescindíveis para o determinado produto Ao final desta fase do projeto informacional realizando se a análise da priorização das características da qualidade temse condições de definir a descrição dos requisitos do produto Estes requisitos devem ser transcritos para o documento Qualidade demandada do produto Doc002 neste documento estarão as informações de entrada para o projeto conceitual Figura 05 Figura 06 Matriz da qualidade 102 Projeto Conceitual No projeto conceitual neste modelo são utilizadas as ferramentas DOE realizando um projeto de experimentos fatorial não replicado em pesquisa de preço para auxiliar na definição do preço que os produtos poderão ser ofertados no mercado Matriz Morfológica para definir as possíveis configurações de produto e gerar o conceito de referência Matriz de Pugh para selecionar o melhor conceito de configuração para o produto As ferramentas utilizadas nesta fase de projeto conceitual se mostram adequadas aos objetivos da fase Quadro 5 Ferramentas utilizadas na fase conceitual 1021 DOE Projeto de Experimentos Da análise dos itens de qualidade demandados 49 provenientes da fase qualitativa da pesquisa de mercado uma demanda que pode ser observada é do de preço produto Em função desta possíveis configurações do produto que interferem na variável preço podem ser formuladas Através destas configurações um projeto de experimentos fatorial 2k não replicado em pesquisa de preço pode ser aplicado Esta também não é uma recomendação cabível a qualquer trabalho A ferramenta de Análise Conjunta poderia ser útil para cumprir esta mesma função Cada caso permitirá a identificação do desenho experimental mais adequado Através da análise do experimento com a aplicação do método estatístico ANOVA podese verificar se os fatores considerados são significativos para a demanda preço em estudo Em caso afirmativo os valores informados pelos entrevistados devem ser considerados para a definição do preço do produto a ser ofertado 1022 Matriz Morfológica Considerando os requisitos do produto identificados no projeto informacional a Matriz Morfológica possibilita o estudo das possíveis combinações de soluções para estes requisitos A matriz deve ser montada conforme a Figura 34 onde são descritos os princípios de soluções possíveis para os requisitosfunções do produto Os especialistas da empresa devem analisar esta matriz para selecionar as melhores alternativas de soluções para cada requisito Tais alternativas auxiliam para a escolha do conceito de referência a ser utilizado na Matriz de Pugh Estas duas matrizes são bastante genéricas e podem ser usadas em quase todos os tipos de projeto ou seja desde que funções sejam identificadas para definição de soluções técnicas para as mesmas Quadro 06 Matriz morfológica para os requisitos do produto Quadro 07 Alternativas de solução 1023 Matriz de Pugh Para a escolha do conceito do produto a Matriz de Pugh ajuda a determinar entre os itens ou potenciais soluções qual é a mais importante ou a melhor entre todas as outras Para a montagem dos conceitos da Matriz de Pugh na Figura 36 alternativas de soluções devem ser comparadas com o conceito de referência definido através da Matriz Morfológica Quadro 08 Conceitos para a matriz de Pugh Na Matriz de seleção de Pugh Figura 37 cada critério é avaliado comparando com o referencial de maneira a pontuar com 1 se o conceito for superior 0 se for similar e 1 se for inferior A soma ponderada deve ser calculada de maneira que o resultado indicará se o conceito é melhor ou pior que o referencial Quadro 09 Matriz de seleção de Pugh 103 Projeto Detalhado O projeto detalhado no qual devem ser realizadas as especificações do produto para serem encaminhadas para a manufatura com definição de sistemas e componentes do produto deve ser iniciado através do conceito do produto selecionado da Matriz de Pugh e registrado no documento de conceito de produto selecionado As ferramentas utilizadas na fase de projeto detalhado se mostram adequadas aos objetivos da fase Quadro10 Ferramentas utilizadas na fase conceitual Antes de iniciar as matrizes do QFD é importante que as etapas do processo de fabricação do produto sejam desmembradas pelos especialistas da empresa Desta maneira é assegurado que nenhuma etapa e característica sejam deixadas fora do estudo O quadro 11 exibe o detalhamento do processo em etapas e partes do produto características das partes etapas do processo parâmetros do processo e também acrescentados os valores meta em função do conceito selecionado na Matriz de Pugh Engenharia do Produto 50 Quadro 11 Desdobramento das etapas do processo de fabricação Na priorização das partes do produto os itens devem ser organizados em ordem decrescente Quadro 12 Matriz do produto 1031 FMEA para homologação do produto ou processo Para a homologação do produto ou processo o método FMEA é útil pois identifica as falhas atuais e potenciais e seus efeitos em sistemas e processos definindo ações que visem reduzir o risco associado a cada falha O FMEA avalia a severidade de cada falha relativamente ao impacto causado a clientes internos ou externos sua probabilidade de ocorrência e de detecção antes de chegarem às mãos dos clientes Para a execução do FMEA em primeiro lugar é necessário que o produto esteja desdobrado em partes conforme citado no quadro 13 Em segundo lugar devem ser identificados os modos potenciais de falha seus efeitos e suas causas O quadro 13 exemplifica as perguntas que devem ser feitas durante a identificação dos modos potenciais de falha Quadro 13 Perguntas para identifi cação dos modos potenciais de falha Em terceiro lugar devese identificar para cada efeito de modo de falha a sua respectiva severidade A severidade é classificada conforme a pontuação mostrada no quadro 14 Quadro 14 Escala de Severidade do Efeito Em quarto lugar devem ser pontuadas as probabilidades de ocorrência das causas identificadas para cada modo potencial de falha A ocorrência é avaliada conforme a pontuação mostrada no quadro 15 Em quinto lugar devem ser identificados os controles usuais e a probabilidade de detecção da falha Os controles usuais correspondem às atividades de validação verificação ou prevenção que irão assegurar a não ocorrência da falha O índice de detecção é avaliado conforme a pontuação mostrada no quaro 16 Quadro 15 Escala do índice de Ocorrência do Efeito Quadro 16 Escala do índice de Detecção da falha Em sexto avaliase o risco potencial de cada modo de falha e definemse medidas para sua eliminação ou redução Isto é obtido através de um plano de ações que aumenta a probabilidade de detecção ou reduz a probabilidade de ocorrência da falha Por último calculase o risco para priorizar as ações de correçãomelhoria Para o cálculo do risco levase em conta a severidade S a ocorrência O e a detecção D utilizando a seguinte fórmula R S x O x D O quadro 17 mostra o cabeçalho do formulário do FMEA de projeto 51 Quadro 17 Cabeçalho do formulário do FMEA de projeto Em função da análise das priorizações das partes do produto Matriz do produto das características das partes das etapas do processo e em função do FMEA de projeto e processo deve ser criado pelos especialistas da empresa um plano de melhorias a ser executado para o produto Este deve ser registrado no documento Plano de melhorias e alterações a realizar Este documento define as alterações que devem ser realizadas no produto as ações a serem executadas a data de implantação e o local de execução Quadro 18 Plano de melhorias e alterações a realizar O plano de melhorias e as alterações a realizar no produto e processo são definidos com o objetivo de forma a atender a demanda dos clientes e devem ocorrer em função dos resultados obtidos das priorizações das partes do produto das características das partes e das etapas do processo e da realização dos FMEA de projeto e de processo Após a sua definição temos a etapa de execução deste plano e a homologação dos ganhos obtidos 1032 Execução do plano de melhorias e alterações realizadas e homologação dos ganhos obtidos Os especialistas da empresa devem analisar as informações do Plano de melhorias e alterações a realizar Levando em conta as condições técnicas e financeiras da empresa devem monitorar e definir as ações necessárias para que as alterações definidas neste documento sejam implementadas 1033 Melhorias a serem realizadas Os especialistas devem analisar item a item do Plano de melhorias e alterações a realizar e determina as ações a serem tomadas 1034 Ganhos obtidos Ao final do modelo é importante que as melhorias proporcionadas pela introdução dos novos dispositivos e processos sejam homologados para isto o documento Homologação de melhorias e ações realizadas deve ser preenchido sendo este o documento de encerramento do nosso modelo proposto Quadro 19 Homologação de melhorias e ações realizadas Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos Nesta aula aprendemos muitos conceitos de várias ferramentas que auxiliam na gestão e na produção de desenvolvimento de novos produtos e vamos exercitar cada ferramenta em nossa lista de exercício As ferramentas são auxiliares nos procedimentos levando em consideração qualidade eficiência funcionalidade dentre outros Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca ENEGEP1998ART319pdf Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca enegep2013TNSTO18605722976pdf Vale a pena ler Vale a pena Engenharia do Produto 52 Disponível em httpswwwfm2scombrqfd Disponível em httpsuvagpclasswordpress com20170905qfddesdobramentodafuncao qualidade Vale a pena acessar Disponível em httpswwwyoutubecom watchvW9Dp9kqseII Vale a pena assistir Minhas anotações 7º Aula Gestão de Projetos Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de aprender como funciona uma gestão de projeto conhecer e identificar os responsáveis as equipes analisar modelos de PMI e IPMA Prezadosas alunosas após ter estudado a Aula 6 na qual aprendemos alguns conceitos das fases de produção e várias ferramentas que auxiliam na visão dos procedimentos e na qualidade da atividade que está sendo realizada Na aula 7 vamos apresentar uma visão geral sobre a gestão e o gerenciamento de novos produto identificando gerente os responsáveis as equipes e alguns modelos de PMI e IPMA Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 54 Seções de estudo 1 Gerente de Projeto 2 Papéis e responsabilidade do gerente do projeto 3 Equipes de projeto de produto 4 Modelos PMI GERENCIAMENTO DE PROJETO DO PRODUTO 1 Gerente de projeto Depois de aprendermos sobre todo a teoria do processo e desenvolvimentos de novos produtos vamos aprender como acontece o gerenciamento desses projetos O gerente de projeto é o responsável pelo sucesso ou fracasso do projeto pois ele pode facilitar e integrar no projeto tem deveres e responsabilidades é proativo líder e muito comunicador O gerente de projeto é reconhecido como um administrador de um grande número de diferentes interfaces com uma relacionamento bastante dinâmico entre si Para lidar com essas interfaces e com as elevadas responsabilidades inerentes ao cargo esperase que este profissional possua um alto grau de flexibilidade diante da limitada autoridade formal de que pode fazer isso A diversidade desse cargo é influenciada pela estrutura organizacional na qual o projeto está inserido e pelas disciplinas envolvidas no projeto Para cada situação específica exigirseá do gerente estilos de trabalhos e habilidades diferenciadas como prérequisitos determinantes de seu sucesso Vamos analisar a figura 01 Figura 01 Signifi cado de gerente Porém ser gerente não é tão simples assim além de exigir muita responsabilidade ainda existe alguns níveis de gerenciamento vamos aprender alguns deles Vamos lá Existe o gerente de programas e portfólio Esses gerentes são responsáveis por muitos projetos ou pela totalidade de projetos de uma organização O gerente de projetos de grande porte compostos por vários subprojetos normalmente gerencia construções de aeroportos reurbanização de grandes áreas recuperação de áreas afetadas por calamidades etc Os gerentes de projetos de pequeno porte ou de subprojetos de grande porte também são chamados simplesmente de gerente de projeto Desenvolvem ações com pequenas equipes O conceito de grande e pequeno varia de uma organização para a outra Um empreendimento de grande porte demanda um gerente com larga experiência e conhecimentos avançados Já um projeto de pequeno porte requer um nível mínimo de conhecimento e experiência do gerente Mas qual é a função geral do gerente de projeto Em muitos casos é um cargo de suma importância e na maioria das vezes o gerente de projeto é temporário e é ocupado por um funcionário da estrutura permanente executivo ou não Durante a administração do projeto sua dedicação pode ser exclusiva ou pode acumular tarefa com outras No entanto não se desvincula de seu cargo original Mas o que o gerente faz quando termina o projeto Terminando o projeto o gerente volta a seu cargo permanente ou assume outro projeto Existem casos em que essa função é permanente como por exemplo empresas de consultoria de construção projetos de grande porte gerente de portfólio etc Os executivos como gestores devem estar devem estar preparados para desempenhar o papel de gerente de projeto em várias situações principalmente quando há o interesse pessoal no sucesso do projeto ou quando não há outra pessoa que possa desempenhar a função de modo satisfatório Algumas vezes o projeto é importante demais para se correr riscos ou sofrer interrupções causadas por dificuldades internas Outras vezes os interessados no projeto exigem o envolvimento do executivo principal E os não gerente como gestores Os profissionais de nível superior sem posição de gerencia podem desempenhar o papel de gestores de projetos o participar de equipes que têm autonomia para decidir Muitas vezes pessoas sem posição permanente de chefia participam de equipes autogeridas em que as decisões são tomadas por consenso Existem algumas vantagens em empregar pessoas que não são gerentes permanentes na administração de projetos Criar um ambiente de laboratório gerencial a fim de se testar e desenvolver competências dar oportunidade a pessoas de testar suas competências e motivações criar um ambiente de administração participativa preparando pessoas para participar de processos decisórios e ajudar a organização a resolver problemas Em caso de risco de insucesso é possível trazer o socorro de uma pessoa mais experiente Segundo o PMI existem três formas das organizações se estruturarem em relação a projetos estrutura funcional estrutura projetizada e estrutura matricial que se subdivide em fraca forte e balanceada A frase que se destaca é O GERENTE DE PROJETOS DEVE CONHECER O TERRENO 55 ONDE PISA A estrutura funcional é a responsável pelos departamentos funcionais da organização O responsável pelo projeto passa a ser o gerente funcional do departamento Para o gerenciamento de projetos essa estrutura é a pior pois nelas o gerente de projeto tem pouca ou nenhuma autoridade formal As pessoas são agrupadas por funcionalidades Figura 02 Estrutura funcional Fonte Rozenfeld 2006 Todas as organizações vivem em torno de seus projetos Todos os recursos organizacionais estão disponíveis para dar suporte aos projetos Nessa estrutura o gestor de projeto tem toda a autoridade e independência As pessoas envolvidas no projeto são colocadas juntas A estrutura projetizada foca no elo do gerente e sua equipe como mostra a figura 03 Figura 03 Estrutura Projetizada Fonte Rozenfeld 2006 A estrutura matricial é uma combinação das estruturas funcionais com a projetizada e forma uma estrutura híbrida Em paralelo à estrutura funcional sob a responsabilidade dos gerentes funcionais são criados grupos de projetos sob a responsabilidade de gerentes de projetos Os grupos de projetos utilizam as mesmas pessoas dos setores funcionais A estrutura matricial se subdivide em estrutura matricial fraca forte e balanceada A estrutura matricial fraca é a parecida com a estrutura funcional e os gerentes funcionais possuem mais poder que os gerentes de projeto A função do gerente de projeto é mais parecida com a de um coordenador ou facilitador Figura 04 Estrutura matricial fraca Fonte Rozenfeld 2006 A estrutura matricial forte aproximase mais da estrutura projetizada na qual o gerente de projetos possuem uma maior influência sobre os funcionários Os gerentes de projeto passam a ser somente gerentes de projeto Figura 05 Estrutura matricial forte Fonte Rozenfeld 2006 A última que é a estrutura matricial balanceada é um meio termo entre as estruturas funcional e projetizada pois os gerentes de projeto e gerentes funcionais possuem o mesmo nível de influência O gerente de projetos passa a trabalhar no projeto em tempo integral porém a equipe continua abaixo do gerente funcional trabalhando em tempo parcial Figura 06 Estrutura matricial balanceada Diante de todas essas estruturas você deve estar se perguntandoqual é a melhor estrutura A resposta para essa pergunta é simples a estrutura apropriada para gerenciar um projeto específico depende mormente de sua natureza e do estilo organizacional da empresa devendo o gerente de projeto compreender as opções organizacionais disponíveis e os resultados prováveis da implementação do projeto dentro da organização E qual é a responsabilidade do gerente de projeto Assegurar a realização do projeto dentro dos padrões de desempenho relacionados às metas prazos e custos Engenharia do Produto 56 exigindo a integração de todos os fatores concorrentes como administração da comunicação recursos humanos contratos materiais e riscos Em seu papel dentro da organização existe uma série de princípios entendidos como regras fundamentais que os gerentes de projetos devem seguir a fim de que sejam bem sucedidos liderança e motivação autoridade conhecimentos técnicos habilidade de comunicação resolução de conflitos e trabalho em equipe 2 Papéis dos gerente de projeto PLANEJ ADOR Assegurar a preparação do projeto com garantia de qualidade técnica recursos aprovados e consenso de todos os interessados no projeto relevantes ORGANIZADOR Prever e mobilizar os meios para realizar o projeto Montar a estrutura organizacional do projeto ADMINISTRADOR DE PESSOAS Dirigir a equipe lidando com as competências corações e mentes Trabalhar na dimensão humana e comportamental Enxergar as pessoas como pessoas e não como recursos ADMINISTRADOR DE INTERFACES Administrar interfaces e articular acordos ADMINISTRADOR DE TECNOLOGIAS Administrar tarefas responsabilidades e decisões dentro do domínio técnico do projeto IMPLEMENTADOR Executar e corrigir planos cuidar do suprimento de recursos fornecer informações avaliar o desempenho e cobrar providências FORMULADOR DE MÉTODOS Formular metodologias procedimentos estruturas e sistemas de administração de projetos Agora vamos conhecer as habilidades do gerente de projeto HABILIDADES CARACTERISTICAS Construção de equipes Capacidade de formar e gerenciar equipes de trabalho Liderança Capacidade de infl uenciar a equipe e todos os envolvidos no projeto Resolução de confl ito Capacidade de identifi car e resolver confl itos no âmbito do projeto Competência técnica Capacidade de coordenar as ações técnicas do projeto Planejamento Capacidade de elaborar planos e executalos Organização Capacidade de estabelecer os critérios de trabalho no âmbito do projeto Empreendedor Capacidade de gerar e gerenciar negócios para o projeto Administração Capacidade de desenvolver técnicas de controle orçamento etc Suporte gerencial Capacidade de gerenciar as interfaces com todos os envolvidos Alocar recursos Capacidade de estabelecer os recursos necessários frente ao projeto Quadro 01 Habilidades do gerente de projeto Fonte Kerzner 1992 De forma geral um gerente de projetos necessita de entusiasmo força e aptidões para o difícil trabalho de resistência ao ataque de interesses técnicos e políticos Sempre que possível ele deve possuir antiguidade e posição na organização proporcional ao do gerente funcional com o qual terá que negociar Quando o gerente de projetos é coordenador dentro de uma estrutura funcional ou gerente em uma estrutura matricial ele frequentemente encontrará sua autoridade de forma incompleta Consequentemente ele deve ter uma combinação de habilidades técnicas administrativas e interpessoais para superar as dificuldades advindas do cargo Figura 07 Métodos ilustrativos Falando em gerenciamento de projetos lembramos normalmente como primeiro nome o PMI Project Management Institute Mas essa não é a única instituição que trata com exclusividade a gerência de projetos Hoje vamos conhecer um pouco das duas principais instituições mundiais no assunto o PMI e o IPMA As duas instituições são as mais antigas e difundidas no mundo Além de terem suas criações na mesma época PMI em 1969 IPMA em 1965 possuem ainda o objetivo de disseminar o conhecimento de gerência de projetos e padronizar este conhecimento entre os profissionais 3 Sobre o PMI Atualmente o PMI possui mais de 230000 membros em mais de 160 países Atualmente é a maior instituição em quantidade de membros e regionais sem fins lucrativos Seus objetivos principais são o apoio da profissão definição de padrões profissionais conduzindo pesquisas e fornecendo acesso a uma grande quantidade de informação e recursos ou seja procura o desenvolvimento do profissional e dos processos das organizações O PMI oferece uma gama de certificações para profissionais onde a mais conhecida é a PMP Project Management Professional Certificações oferecidas pelo PMI 57 PMP Project Management Professional CAPM Certified Associate in Project Management PgMP Program Management Professional OPM3 Organizational Project Management Maturity Model A certificação PMP teve início em 1984 para mostrar que os profissionais certificados possuem conhecimentos experiência e competência em gerenciamento de projetos aumentando assim a probabilidade de sucesso desses projetos O corpo de conhecimento do PMI chamado PMBoK Project Management Body of Knowledge contempla 44 processos divididos entre 9 áreas de conhecimento inter relacionadas em 5 grupos de processos 4 Sobre o IPMA A Associação Internacional de Gerenciamento de Projetos IPMA Internacional Project Management Association foi criada em Viena Suíça em 1965 Atualmente é mais aceita e conhecida em países da Europa No Brasil a ABGP Associação Brasileira em Gerenciamento de Projetos é a única instituição associada que representa a IPMA A ABGP publicou em 2004 o manual RBC Referencial Brasileiro de Competências em Gerenciamento de Projetos representa o corpo de conhecimento do PMI PMBoK que apresenta a descrição dos processos que constituem a base para a avaliação dos conhecimentos técnicos dos candidatos à certificação como Gerentes de Projeto No RBC não contempla apenas os elementos de conhecimento do gerenciamento de projetos como também uma ampla estrutura para a avaliação das competências do profissional de gerenciamento de projetos A ABGP IPMA fornece apenas um tipo de certificação para os profissionais de gerenciamento de projetos mas contempla alguns níveis Nível A Diretor de Projetos Certificado Capaz de coordenar todos os projetos de uma empresa unidade de negócios ou programa Nível B Gerente de Projetos Certificado Capaz de gerenciar projetos de maneira autônoma Nível C Profissional de Gerenciamento de Projetos Certificado Capaz de gerenciar projetos não complexos e de apoiar o gerente de um projeto complexo em todos os elementos e aspectos do Gerenciamento de Projetos Nível D Praticante de Gerenciamento de Projetos Certificado possui conhecimentos de todos os elementos e aspectos do gerenciamento de projetos e pode aplicálos em determinados campos do projeto atuando como um especialista Ao longo desses anos as duas instituições têm contribuído e agregado valor à comunidade de gerentes de projetos de todo o mundo Podemos constatar alguns benefícios desses programas de certificação Para os profissionais o reconhecimento internacional de sua qualificação e competência Para a organização a demonstração da qualificação e da competência de seus colaboradores Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos 1 Gerente de Projeto Nesta seção aprendemos qual é a função do gerente de projeto e vimos que o gerente é o responsável pelo encaminhamento da produção até a finalização do produto ou seja o gerente tem muitas atividades e dentro dessa função o gerente de projeto possui uma diversidade de cargo por exemplo se o gerente for da construção civil o ramo dele é obras se for gerente de um restaurante o campo dele é a cozinha por isso é importante e necessário trabalhar com um gerente que desenvolve na área pois tem um maior campo de conhecimentos sobre determinado assunto 2 Papeis e responsabilidade do gerente do projeto Nesta seção vimos o papel do gerente que engloba o planejamento organização organização de pessoas gestão de pessoas administrar interfaces e tecnologias implementar planos e administrar tecnologias e responsabilidades dentro do projeto 3 Equipes de projeto de produto Nesta seção vimos que o PMI que é o Project Management Body of Knowledge é uma estrutura de apoio ao desenvolvimento de novos produtos juntamente com outras organizações com OPM3 PgMp CAPM e etc 4 Modelos PMI Nesta seção vimos que o IPMA Internacional Project Management Association é uma associação de gerenciamentos de projeto e esta subdividida em vários níveis onde em cada nível é analisado a qualificação e a competência de cada responsável por tarefa Até a próxima aula Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca ENEGEP1998ART319pdf Vale a pena ler Vale a pena Engenharia do Produto 58 Para os clientes a maior certeza de obter de seus fornecedores serviços com maior qualidade PMI httpwwwpmiorg PMI Recife httpwwwpmipeorgbr IPMA httpwwwipmach ABGP httpwwwabgporgbr Capítulos do PMI na América do Norte httpwww pmiorginfoGMCChapterListingNAasp Capítulos do PMI na América Latina httpwww pmiorginfoGMCChapterListingLAasp Vale a pena acessar Minhas anotações 8º Aula Design e Qualidade do produto Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de aprender como está inserido o design no mercado de produtos analisar e verificar onde e quais fatores da qualidade são necessários para a produção dos produto Prezadosas alunosas após ter estudado a Aula 7 alguns fatores que auxiliam na gestão do projeto como as funções do gerente de projeto os papéis e responsabilidade as equipes de projeto do produto modelos PMI e IPMA da certificação de gerente de projeto Na aula 8 vamos estudar design e qualidade Vamos aprender como esse conteúdo se encaixa em engenharia do produto Vamos lá Boa Aula Bons estudos Engenharia do Produto 60 1 Seções de estudo Design do produto 2 Qualidade do produto 1 Design do produto De acordo com Filho 2006 o termo Design geralmente é interpretado de várias formas uma vez que engloba as mais variadas áreas do conhecimento tais como a engenharia o desenho industrial e a moda passando pelo desenho gráfico desenho de interior e arquitetura entre outras Na verdade a percepção do Design está geralmente associada aos diferentes aspectos observados nos produtos Por exemplo ao se considerar os aspectos relacionados com a forma do produto tais como a aparência o estilo a embalagem a cor o acabamento etc O design é também geralmente associado aos aspectos tecnológicos dos produtos como por exemplo a eficiência a performance a funcionalidade durabilidade inovação etc uma terceira associação que se faz ao design é aquela relacionada aos aspectos mercadológicos como o logotipo da empresa o baixo consumo de energia associado a um determinado produto ao preço de venda etc Novas visões de design vêm surgindo com o avanço da tecnologia tais como o web design Ocorre que em todos os aspectos discutidos até agora o design está associado ao produto final e não ao seu processo de desenvolvimento Avaliase que este processo de desenvolvimento deve apresentar algumas características fundamentais tais como ser sistemático O desenvolvimento do design deve ser sistemático no sentido de se utilizar procedimentos metodológicos desenvolvidos cientificamente com o intuito de guiar o projetista a soluções rápidas e precisas Tal procedimento ajuda o projetista a avaliar com mais eficácia cada etapa do desenvolvimento de produtos reduzindo assim a probabilidade de erros e subsequente revisões no projeto O processo de design deve também ser criativo Nesse sentido procurase desenvolver técnicas que possam auxiliar o projetista na proposição de novas soluções a novos eou antigos problemas Apresentar soluções criativas é atualmente um dos mais importantes aspectos de competitividade multidisciplinar o trabalho do desenvolvimento do design não deve ser atribuído a um único profissional somente Ao se desenvolver um produto é importante o envolvimento dos diversos departamentos da empresa como por exemplo marketing produção vendas projeto inspeção assistênciatécnica etc Devido a essa característica multidisciplinar a atividade de Design tem uma grande influência nas diversas etapas do desenvolvimento de um produto FILHO 2006 O design também deve ser visto como um processo pró ativo no sentido de antecipar possíveis problemas que possam ocorrer nas etapas subsequentes do desenvolvimento de produtos Dessa forma pensar antecipadamente em como o produto será fabricado montado inspecionado transportado entre outros pode ajudar na avaliação do desenvolvimento de um produto Devese destacar que esse processo deve ser iterativo Isto é não se deve esperar que as diversas etapas do desenvolvimento de produtos sejam realizadas de forma independente Na verdade decisões tomadas em etapas iniciais no Design de produtos podem e devem ser revistas em etapas subsequentes Todo o processo deve ser reavaliado constantemente com o intuito de reduzir o maior número de erros possíveis Em essência o Design deve ser visto como um processo que engloba todos os aspectos vistos até agora com o objetivo de se concretizar uma ideia eou demanda do mercado consumidor em um produto eou serviço para que ele seja bem sucedido comercialmente Por exemplo quais os aspectos atuais de competitividade Diversas transformações econômicas vêm ocorrendo no mercado mundial nos últimos dezquinze anos e que tem afetado diretamente o ambiente competitivo das empresas Particularmente no caso brasileiro o mercado era caracterizado por uma política industrial protecionista com oferta menor que a demanda tendo como consequência preços mais elevados do que similares importados Além disso não existia qualquer mecanismo de defesa do consumidor com consequente falta de preocupação com a qualidade dos produtos ofertados além de baixo investimento em inovação pesquisa e desenvolvimento Entretanto com o advento da globalização e o crescente dinamismo do mercado consumidor surgiu a necessidade de adotar novos mecanismos de gestão e atualizar tecnologicamente as empresas com consequente otimização da produção melhoria dos padrões de qualidade e produtividade e redução dos custos Tais ganhos de produtividade e qualidade fizeram com que a competitividade entre as empresas se tornasse mais intensa e o mercado consumidor mais exigente Dessa forma o mercado atualmente encontrase na constante busca de produtos de qualidade a preços competitivos e que sejam diferenciados da concorrência Isso significa que as empresas se deparam com a necessidade de ao mesmo tempo atender aos seguintes desafios como a melhoria da qualidade dos produtos Uma outra maneira de chamar atenção do consumidor seria reduzir os custos de produção por exemplo desenvolver produtos que sejam mais fáceis de serem fabricados e montados Agregar valores aos produtos Ou seja diferenciar seus produtos daqueles oferecidos pelos concorrentes Isso pode ser feito por meio da agregação de valores tangíveis e intangíveis Reduzir o tempo de desenvolvimento de produtos Com o avanço da concorrência e constantes mudanças no mercado consumidor surge a necessidade de se dispor novos produtos no mercado a um intervalo de tempo cada vez menor FILHO 2006 Isso é chamado de custo de oportunidade que não é propriamente um custo mas aquilo que a empresa deixou de faturar por ter desperdiçado a oportunidade Ou seja um concorrente que pode lançar um produto semelhante e sair na frente preenchendo a oportunidade que se pensava em apresentar Dentro desse cenário difícil de concorrência acirrada o design tem um papel fundamental influenciando diretamente na competitividade das indústrias 61 Agora vamos pensar qual a Influência do Design na Competitividade de um produto De acordo com Filho 2006 o principal aspecto de decisão para um indústria é o de julgar dentre as mais variadas opções de investimento qual daquelas é a mais provável para se obter o melhor retorno Investimentos em Design podem trazer grandes benefícios para empresas de uma forma geral influenciando diretamente nas vendas na sua participação do mercado no lucro e no crescimento contínuo pelo menos a longo prazo Isso porque as decisões tomadas nas diversas etapas do Design de um produto afetam diretamente em como os produtos são percebidos pelo mercado consumidor Isso significa que o design tem influência direta nos fatores relacionados ao preço e a aspectos subjetivos da empresa e do produto como indicado na Tabela 1 Tabela 1 Fatores de Competitividade e Design O Design tem outras influências na competitividade além daquelas sugeridas pela Tabela 1 Do ponto de vista dos consumidores e usuários existem diferentes aspectos que podem ser agregados durante o desenvolvimento de produtos e que tem influência nas diversas etapas da compra e uso de produtos Isso é observado na Tabela 2 Tabela 2 Influencia do design na percepção dos consumidores nas diversas etapas Dessa análise observase que produtos bem projetados podem contribuir de forma significativa para a competitividade industrial Portanto investimentos em design podem ter um grande impacto no sucesso comercial de uma empresa e se o mesmo for verificado para um grupo maior de empresas tal investimento pode resultar em uma melhoria substancial para toda economia de um país FILHO 2006 Esse mercado de design e inovações de produto gera muito emprego e renda o que contribui diretamente para o aumento do lucro das empresas através do aumento das vendas e da redução dos custos de produção dos produtos Investimentos em design também promovem a gerência participativa uma vez que esta é uma atividade multidisciplinar envolve vários departamentos como gerência produção projeto marketing etc Um outro benefício do design é o de melhorar a imagem da empresa pela agregação de valores aos produtos desenvolvidos O design é também responsável por promover ações inovadoras já que o que se deseja é desenvolver produtos diferenciados e que chamam atenção do consumidor Mas quais os aspectos que influenciam no sucesso comercial de novos produtos O desenvolvimento de novos produtos é uma atividade importante e arriscada Diversos estudos realizados na Inglaterra Estados Unidos Canada e Brasil analisaram o processo de desenvolvimento de novos produtos para de identificar como ocorre este processo e qual a influência do mesmo no sucesso comercial do produto Dessa forma foram identificados alguns fatores chaves que influenciaram para o sucesso no lançamento de novos produtos A figura 1 demostra onde cada um possui influência dos fatores que foram classificados em três grupos principais o primeiro grupo é o forte orientação para o mercado O fator mais importante é o produto ter uma diferenciação com relação aos seus concorrentes além de apresentar características que sejam valorizadas pelos consumidores Dessa forma produtos que eram percebidos como sendo substancialmente melhor que os competidores e apresentavam alto valor agregado tinham cerca de 5 vezes mais chances de obter sucesso do que aqueles que eram considerados apenas marginalmente superiores Estudos de viabilidade e especificação Foi observado que os produtos que eram cuidadosamente planejados baseados em estudos de viabilidade técnica e econômica tinham cerca de 24 vezes mais chances de sucesso do que aqueles sem qualquer estudo de viabilidade Além disso produtos que eram bem definidos com especificações técnicas bem estabelecidas tinham 33 vezes mais chances de obter sucesso no mercado do aqueles sem essas especificações FILHO2006 O segundo é qualidade no desenvolvimento de produtos Nas situações em que se consegue manter uma alta qualidade das atividades técnicas ligadas ao desenvolvimento de novos produtos as chances de sucesso comercial são 25 maiores Mais especificamente quando a qualidade técnica da equipe está adequada às necessidades de desenvolvimento do novo produto as chances são 28 vezes maiores Além disso quando as atividades de marketing e vendas estão bem coordenadas com a equipe de desenvolvimento de produtos as chances de sucesso são 23 vezes maiores Por último quando se registra um grande nível de cooperação entre o pessoal técnico e de marketing as chances de sucesso do novo produto são 27 maiores em relação a outros sem esta harmonia Na verdade para que um produto alcance sucesso comercial é extremamente importante que esses três aspectos sejam bem coordenados durante o desenvolvimento do produto A pesquisa de mercado irá fornecer informações com respeito a demanda e desejos dos consumidores a concorrência exercida pelos produtos existentes e as oportunidades tecnológicas existentes para o projeto e fabricação de novos produtos Engenharia do Produto 62 Figura 01 Probabilidade de Sucesso no mercado consumidor Essas informações irão dar suporte no sentido de se definir as oportunidades de desenvolvimentos de novos produtos Essa oportunidade pode ser classificada em duas categorias a Demanda de mercado que se refere à procura pelo mercado de produtos ou características do produto que ainda não são oferecidos pela sua empresa Tal demanda de mercado pode ser reconhecida de duas formas FILHO2006 b Oferta tecnológica que referese à disponibilidade de novas tecnologias gerando oportunidades de inovação do produto Essa nova tecnologia pode ser por exemplo um novo material novos processos de fabricação ou novos conceitos de projeto Na verdade essas duas etapas devem ser desenvolvidas concomitantemente Um produto pode ser muito avançado tecnicamente mas não será bem sucedido se os consumidores não quiseram comprálo Isso não diminui a importância da oferta de tecnologia para o desenvolvimento de novos produtos Significa apenas que não se pode somente confiar no avanço tecnológico para projetar produtos de sucesso Exemplo de avanço tecnológico no mercado Celular carros relógios drones dentre outros Figura 2 Modelos diversifi cados de Design de produtos Fonte Autora Ela deve ser complementada com uma pesquisa sobre as necessidades de mercado para certificar que o avanço tecnológico está servindo para preencher uma necessidade real do consumidor Uma vez coletadas essas informações podese então definir as especificações técnicas de projeto para o desenvolvimento de novos produtos São essas especificações que controlarão todo o desenvolvimento do produto desde a análise do mercado passandose pelo projeto conceitual e detalhado até a fabricação montagem e venda do produto final Essas especificações técnicas do produto são na verdade os dados técnicos necessários para se desenvolver os produtos Elas devem representar os desejos e ansiedades identificados na pesquisa de mercado Ou seja é a tradução em dados técnicos dos desejos dos consumidores Esses podem ser documentados de várias formas como por exemplo desenhos técnicos acompanhados de documentação técnica específica do produto É importante notar porém que essas especificações não são fixas com o tempo Ou seja elas evoluem gerando outras ou novas especificações a medida que o desenvolvimento do produto também evolui Dessa forma as especificações técnicas apresentadas e discutidas na etapa inicial do projeto conceitual podem não ser as mesmas nas etapas subsequentes de um projeto mais detalhado A figura 2 apresenta alguns dos diversos aspectos que podem e devem ser considerados no desenvolvimento de especificações de projeto FILHO2006 Figura 3 Especifi cações Técnicas Fonte Autora É importante garantir que esse processo de identificação de oportunidades de mercado e geração de especificações técnicas do produto seja feito com qualidade Muitas pessoas aceitam a ideia de controlar a qualidade de tarefas industriais ou administrativas bem estruturadas e de natureza repetitiva Entretanto quando se trata do desenvolvimento de novos produtos essa tarefa não é fácil Mas como se pode determinar as metas para o controle de qualidade sem mesmo conhecer o produto que se deseja controlar O primeiro controle é exercido sobre as especificações de oportunidade contendo as metas comerciais básicas para o novo produto Por exemplo quais são os aspectos diferenciados desse novo produto em relação aos concorrentes Como os consumidores serão induzidos a preferir esse novo produto Quais as estimativas iniciais de custo e a margem de lucro Qual é o volume esperado de vendas e qual é o retorno do investimento ao longo da vida útil do produto no mercado Em seguida vem a especificação do projeto onde se realiza o controle da qualidade mais importante Como se viu anteriormente é nessa etapa que são fixadas as metas técnicas para o novo produto abrangendo desde as funções básicas sua aparência até a 63 embalagem e distribuição A especificação do projeto deve ser um documento de consenso refletindo os interesses de marketing vendas projeto e desenvolvimento e a engenharia de produção da empresa FILHO2006 Esse documento deve conter também o critério para se avaliar o sucesso comercial do produto Esperase que qualquer produto que atenda a essas especificações seja bem sucedido comercialmente As especificações tornamse então padrão para comparação de todas as alternativas geradas durante o desenvolvimento de projeto Assim os conceitos as configurações e os protótipos podem ser avaliados em relação a esse padrão para se selecionar as melhores alternativas Como mencionado anteriormente a medida que o projeto vai evoluindo passando a etapas de configuração e detalhamento as especificações técnicas devem ser convertidas no sentido de atender cada uma dessas etapas Eventualmente quando o desenvolvimento do produto chega a etapa de fabricação a especificação do projeto se transforma em especificação de controle do processo produtivo Nesse caso devem ser determinados os pontos de controle da qualidade a serem realizados durante o processo de fabricação que podem ser por exemplo na recepção da matériaprima montagem dos circuitos elétricos e assim por diante até a montagem final do produto Para que toda essa evolução possa ser bem controlada no sentido de garantir qualidade ao produto desenvolvido foram desenvolvidas diversas técnicas metodológicas que ajudam a equipe de projetos nesta árdua tarefa Uma das metodologias mais utilizadas é a do Desdobramento da Função Qualidade ou QFD que em inglês significa Quality Function Deployment Esta técnica será abordada logo adiante Entretanto antes disso é importante definir o que se entende pelo termo qualidade para então possamos trabalhar no sentido de incorporala no desenvolvimento de novos produtos 2 Qualidade de produtos Vamos começar com uma pergunta básica O que é Qualidade O termo qualidade apresenta diferentes significados para diferentes pessoas Por exemplo para Filho 2006 um engenheiro qualidade pode significar a adequação dos objetivos do produto e sua resistência para suportar faixas de trabalho preestabelecidas Já para um gerente de produção qualidade pode ser a facilidade de fabricação e montagem de produtos com níveis de refugos abaixo dos especificados Todos esses aspectos são importantes para se definir o que seja a qualidade de um produto Entretanto numa visão mais abrangente devese considerar a percepção do consumidor para se definir o que seja a qualidade de um produto A figura 3 mostra um modelo de percepção de qualidade Observase que quanto maior a incorporação de características desejadas pelos consumidores maior será o nível de satisfação FILHO2006 Figura 4 Características básicas da qualidade modo simples de qualidade Seguindo um mesmo raciocínio a ausência de certas características implica em uma insatisfação l no consumidor como indicado na figura 4 Figura 05 Modo melhorado de qualidade Ocorre que a satisfação do consumidor nem sempre apresenta um comportamento linear como mostrado nas figuras 3 e 4 Na verdade existem algumas expectativas básicas sobre um produto que as vezes nem são percebidas Dessa forma a ausência destas expectativas pode causar uma grande insatisfação enquanto que a sua presença pode significar um aspecto normal e não contribui para aumentar o nível de satisfação do consumidor Figura 06 Expectativas básicas da qualidade Engenharia do Produto 64 Por exemplo ao comprar um veículo automotor esperase que ele venha suprido de rodas A sua ausência implicará num grande nível de insatisfação enquanto que a sua presença não provoca satisfação Num outro extremo existem certas características que são incorporadas a um produto que provocam um grande nível de satisfação quando estão presentes mas que a sua ausência não causa insatisfação Tais características são interpretadas como fatores de excitação Ou seja são requisitos adicionais aos produtos que excedem aqueles da expectativa básica Os fatores de excitação são capazes de satisfazer as necessidades latentes dos consumidores Ou seja necessidades que os próprios consumidores não sabiam inicialmente que as tinham Figura 07 Fatores de excitação A figura 8 mostra o modelo Kano de qualidade indicando as expectativas básicas e os fatores de excitação Kano sugere que há um outro fator de satisfação do consumidor situado entre as expectativas básicas e os fatores de excitação chamado de performance Os fatores de performance cobrem as qualidades que os consumidores declararam esperar dos produtos A percepção do consumidor sobre a qualidade varia na proporção direta do grau em que a performance ideal ou máxima do produto seja alcançada Por exemplo na visão dos consumidores um carro ideal deve apresentar algumas características como ter um bom estilo aceleração rápida direção hidráulica manobra fácil baixo consumo de combustível poucos ruídos mínima manutenção etc Um carro que tenha todas essas características provocara satisfação no consumidor Um carro que não tenha nenhuma delas causará insatisfação Figura 08 Modelo Kano de qualidade Existem quatro aspectos no modelo Kano para qualidade que devem ser considerados no desenvolvimento do produto 1 Desejos não declarados pelos consumidores Existem alguns desejos que não são verbalizados pelos consumidores e portanto são muito difíceis de serem identificados em uma pesquisa de mercado Dentro dessa categoria encontramse aqueles ditos básicos e aqueles considerados de excitação 2 Atendimento as necessidades básicas Atender as necessidades básicas é um prérequisito para o sucesso de um novo produto Dessa forma não é vantajoso realizar altos investimentos para satisfazer uma necessidade básica uma vez que esta curva tende a um nível de saturação Isso significa que por exemplo a partir de um certo nível de atendimento o consumidor não valorizará proporcionalmente este fator 3 Atendimento aos fatores de excitação Existe um tendência da satisfação do consumidor aumentar à medida que as características que causam excitação são incorporadas ao produto Portanto quanto mais fatores que causam excitação forem incorporados aos produtos maior será o nível de satisfação dos consumidores 4 Atendimento aos fatores de performance Um exemplo de melhora de produto e qualidade são os óculos de grau que evoluíram para lentes de contato o conforto agregado aos carros as tecnologias avançadas os computadores os tablets o celulares O modelo Kano de qualidade indica que os fatores de performance aumentam o nível de satisfação dos consumidores mas não de forma tão acintosa quanto os fatores de excitação O modelo Kano indica ainda que ao ser alcançado um certo nível dos fatores de performance todo o esforço extra exigido aos fatores de excitação terá maior retorno Devese observar que a classificação dessas necessidades se modificam ao longo do tempo Ou seja fatores que foram considerados de excitação no passado podem agora ser considerados como fatores de performance ou mesmo apenas uma necessidade básica Além disso devese ressaltar que os fatores de excitação funcionam uma única vez pois logo são incorporados a muitos fatores de performance do produto Isso significa que os fabricantes devem procurar continuamente introduzir novos fatores de excitação ou seja buscar diferenciação no mercado como foi abordado anteriormente Mas como incorporar qualidade ao produto Como foi visto incorporar qualidade a um produto significa desenvolvêlo de forma a atender as necessidades do mercado consumidor e sempre que possível tentar superá las Desta forma é de fundamental importância entender as necessidades do consumidor de forma a satisfazêlas ao se desenvolver um novo produto Infelizmente tais necessidades nem sempre chegam a equipe de projetos na forma de uma linguagem técnica e portanto é importante saber interpretálas Na verdade essa conversão das necessidades do consumidor em aspectos técnicos para o produto deve ocorrer antes mesmo que o projeto seja iniciado Portanto a elaboração das especificações técnicas a partir da identificação das necessidades do mercado consumidor é 65 essencial para que se tenha um rígido controle de qualidade durante o desenvolvimento do produto Esse controle é importante para que se possa identificar e corrigir eventuais desvios de modo que os produtos considerados insatisfatórios sejam rapidamente eliminados logo no início do desenvolvimento quando grandes volumes de recursos ainda não foram investidos Contudo esse controle é muito difícil de ser executado uma vez que vários fatores técnicos como por exemplo especificação da fabricação e montagem do produto além de seu transporte e distribuição devem ser levados em consideração Dessa forma no sentido de se conseguir esse controle é necessário que esse desenvolvimento seja bem planejado Para que esse planejamento possa ser bem executado é importante utilizarse de algumas metodologias que ajudam no sequenciamento desta execução Uma das metodologias mais utilizadas com o intuito de garantir de que as necessidades do consumidor estejam incorporadas aos produtos é a conhecida técnica do Desdobramento da Função Qualidade Quality Function Deployment em inglês ou simplesmente QFD que já vimos nas aulas anteriores Retomando a aula Chegamos ao fi nal da aula vamos recordar o que estudamos 1 Design do produto Nesta seção vimos que para o design dos produtos serem um produto de sucesso precisa de vários pré requisitos estabelecidos pelos estudo de mercado ou seja o mercado precisa saber qual é o interesse do consumidor em adquirir o seu produto e o quanto isso é atrativo e inovador Isso é o que de fato vai chamar total atenção dos principais clientes os consumidores De fato os cliente buscam qualidade e preço justo é onde o desenvolvimento de novos produtos procura atuar para atender as necessidades do mercado e da demanda 2 Qualidade do produto Nesta seção aprendemos que a qualidade dos produtos vai determinar o quão será o seu sucesso no mercado a função qualidade é assegurar que o consumidor estará levando para casa um produto com custo bom eficiência tecnologia e que supra a finalidade que ele espera mas que seja seguro para analisar a qualidade se utiliza de algumas ferramentas como matriz QDF Disponível em httpswwwyoutubecom watchvenb9MaOQSnI Vale a pena acessar Disponível em httpabeproorgbrbiblioteca enegep2009tnstp09564614287pdf Vale a pena ler Vale a pena Referências AGOSTINETTO J S Sistematização do processo de desenvolvimento de produtos melhoria contínua e desempenho o caso de uma empresa de autopeças Disponível em httpwwwtesesusp brtesesdisponiveis1818140tde23042007091901 Tese de mestrado São Carlos 2006 Acessado em 23 março 2019 BACK Nelson et al Projeto integrado de produtos planejamento concepção e modelagem Barueri SP Manole 2008 BAXTER M Projeto de Produto Guia prático para o design de novos produtos BERK J BERK S Administração da Qualidade Total O Aperfeiçoamento contínuo São Paulo Ibrava 1997 CARPINETTI L C R et al A vigilância tecnológica como instrumento de inovação no desenvolvimento de novos produtos 3º Congresso Brasileiro de Gestão de Desenvolvimento de Produtos CBGDP Florianópolis 2001 Centro de informação metal mecânica Disponível em wwwcimmcombr Acesso em 05032019 CHENG L C E FILHO L D R M QFD Desdobramento da função qualidade na gestão de desenvolvimento de produtos São Paulo Editora Blucher 2007 CLARK K WHEELRIGHT S C Managing New Product and Process Development Test and Cases New York Fee Press 1993 COOPER R G Profitable Product Innovation The Critical Success Factors In Shavinina L V editor The International Handbook on Innovation p 139157 Elsevier Science 2003